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4ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2020

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
FÁBIO ROBERTO DIAS – 2020/2019
BRUNO KELLY – 2018

EDIÇÃO
PLANO B EDUCAÇÃO

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob


quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros

E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Seguros de riscos rurais e equipamentos rurais / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria
de Ensino Técnico; assessoria técnica de Fábio Roberto Dias. -- 4.ed. -- Rio de Janeiro: ENS, 2020.
135 p.; 28 cm

1. Seguro rural. 2. Equipamentos rurais. I. Dias, Fábio Roberto. II. Título.

0019-2426 CDU 368.5(072)

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS


A
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito
­educacional, que contribuem para um mercado de seguros,
previdência complementar, capitalização e resseguro cada
vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS


SUMÁRIO
INTERATIVO

1. UMA BREVE VISÃO DO AGRONEGÓCIO 8


INTRODUÇÃO 9

SEGURANÇA ALIMENTAR 10

AGRONEGÓCIO 11
Os Principais Segmentos do Agronegócio 12
Importância do Agronegócio 13
Oportunidades 13
Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro 13
Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro 14
O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO 15

CRÉDITO RURAL PARA A AGRICULTURA COMERCIAL 17

FIXANDO CONCEITOS 1 18

2. CRONOLOGIA NO SETOR DE SEGURO RURAL 21


INTRODUÇÃO 22

CRONOLOGIA 23

COMPANHIA NACIONAL DE SEGURO AGRÍCOLA (CNSA) 24

FUNDO DE ESTABILIDADE DO SEGURO RURAL (FESR) 25


Receitas do FESR 25
Obtenção da Garantia do FESR 26
COMPANHIA DE SEGUROS DO ESTADO DE SÃO PAULO (COSESP) 27

PROGRAMA DE GARANTIA DA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA (PROAGRO) 27


Síntese Histórica 27
PROAGRO MAIS 30

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS


PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL (PSR) 30

ALIANÇA DO BRASIL 31

FIXANDO CONCEITOS 2 32

3. POLÍTICA AGRÍCOLA 34
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA) 35
Missão 35
Uma Parceria Histórica com o Agronegócio 35
RESSEGURADORAS 36

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP) 37

PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES EM VIGOR 37


Normas que Atualmente Regem o Seguro Rural 37
Linha do Tempo do Seguro Rural no Brasil 39
FIXANDO CONCEITOS 3 40

4. RISCO RURAL 41
INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AO PRODUTOR RURAL 42

OPERAÇÃO DO SEGURO RURAL 43


Mensuração do Risco 43
Produção 44
Distribuição dos Prêmios 45
Sinistralidade do Seguro Agrícola 46
CONCEITOS 47
Rural e Agrícola 47
Custeio, Produção, Rendimento e Índice 47
Safra e Safrinha 48
Zoneamento Agrícola 48
RISCOS 50
Riscos Não Correlacionados 51
Riscos Correlacionados 51
Riscos Intermediários 52

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS


PREMISSAS 53
Redução do Risco 53
Reconhecimento de Riscos Não Seguráveis 54
Capacidade Financeira 54
CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS SEGURÁVEIS – RISCOS RURAIS 55
Lei dos Grandes Números 55
Acidental 55
Mensurável 55
Independente 56
Provável 56
Viável 56
MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DO RISCO 57
Diversificação 57
Franquia 57
Redução do Prêmio 57
Cosseguro 58
Resseguro & FESR 58
Consórcio 58
FIXANDO CONCEITOS 4 60

5. RAMOS DO SEGURO RURAL 64


INTRODUÇÃO 65

MODALIDADES DO SEGURO RURAL 66


Seguro Agrícola 66
Seguro de Granizo x Seguro Multirrisco 66
Seguro de Animais 70
Seguro Pecuário 70
Seguro Aquícola 70
Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários 71
Seguro de Penhor Rural 71
Seguro de Florestas 73
Seguro de Cédula do Produto Rural (CPR) 74
Seguro de Vida do Produtor Rural 74
FIXANDO CONCEITOS 5 75

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS


6. OS DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO 78
INTRODUÇÃO 79

GARGALO LOGÍSTICO 79

SISTEMA TRIBUTÁRIO 80

CONTROLE SANITÁRIO 80

INCREMENTO DA COMPETITIVIDADE 81

PESQUISA & DESENVOLVIMENTO (P&D) 81

FIXANDO CONCEITOS 6 83

7. EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS 85
CONTEXTO HISTÓRICO 86

FIXANDO CONCEITOS 7 90

ESTUDOS DE CASO 92

ANEXOS 95
Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro agrícola 95
Anexo 2 – Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003 97
Anexo 3 – Circular susep 261, de 9 de julho de 2004 105
Anexo 4 – Circular SUSEP 261, de 9 de julho de 2004 – Título Único das Definições 108
Anexo 5 – Resolução cnsp 339, 11 de maio de 2016 111
Anexo 6 – Circular susep n° 286, de 21 de março de 2005 121
Anexo 7 – Decreto n° 5.782, de 23 de maio de 2006 123
Anexo 8 – Lei Complementar n° 137, de 26 de agosto de 2010 125

GABARITO 134

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 135

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS


Uma BREVE
VISÃO do
01
AGRONEGÓCIO
UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender a ■■ Identificar quais os
importância do pontos fortes e fracos do
agronegócio para o país e agronegócio brasileiro. INTRODUÇÃO
para a sociedade. ■■ Exemplificar os principais SEGURANÇA ALIMENTAR
■■ Descrever quais os obstáculos à ampliação
principais segmentos do das exportações. AGRONEGÓCIO
agronegócio. ■■ Definir o que é o crédito O POTENCIAL DO
rural e suas exigências. AGRONEGÓCIO

CRÉDITO RURAL PARA A


AGRICULTURA COMERCIAL

FIXANDO CONCEITOS 1

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 8


UNIDADE 1

INTRODUÇÃO
O Brasil tem uma inegável vocação agrícola e já é o terceiro maior exporta-
dor agrícola do mundo. Isto posto, é fácil perceber que o agronegócio bra-
sileiro é uma atividade próspera, segura e rentável. Com um clima diversi-
Comentário ficado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda a
água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de hectares de
Medidas para o terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões
Brasil ter maior ainda não foram explorados.
produção agrícola:
O agronegócio é, hoje, a principal locomotiva da economia brasileira e res-
■■ Adoção de créditos
ponde por um em cada três reais gerados no país.
com juros fixos.
■■ Investimento em pesquisa. O Brasil situa-se, no contexto mundial atual, como celeiro mundial em termos
de agronegócio. O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo, além
■■ Fortalecimento da defesa de elevada tecnologia utilizada no campo, fazendo do agronegócio brasilei-
agropecuária. ro um setor moderno, eficiente e competitivo no cenário internacional.
■■ Melhoria da infraestrutura de
Temos acompanhado o esforço do Governo Federal no sentido de conso-
transporte, portos e armaze-
lidar a agricultura brasileira como setor estratégico moderno e competitivo.
nagem.
Para isso, o governo brasileiro vem lutando, por meio de participação nos
■■ Modernização do parque fóruns internacionais, pelo acesso ao mercado e redução dos subsídios.
de máquinas e implementos
agrícolas. Você sabe o que o Brasil ganha com isso? Muita coisa. A segurança ali-
mentar é, por exemplo, uma questão estratégica que afeta diretamente a

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 9


UNIDADE 1

população brasileira. Temos, hoje, alimentos de qualidade, ofertados


durante todo o ano, e com um custo que não vem sofrendo aumentos
significativos nos últimos anos. Esta é uma das contribuições importan-
tes do agronegócio brasileiro, com impactos diretos na inflação, na
estabilidade econômica e, consequentemente, no bolso do consumi-
dor. Somam-se a este quadro, o saldo positivo da balança de pagamen-
tos e o impacto do setor no interior do país, gerando mais empregos e
renda. A maioria dos seus cinco mil municípios, que representam 89% do
total dos municípios brasileiros, tem menos de 50 mil habitantes e é alta-
mente dependente do agronegócio.

O setor do agronegócio precisa aproveitar o momento positivo para consoli-


dar sua imagem na sociedade, por meio de um plano de comunicação bem
estruturado. O maior beneficiário não será o próprio setor, mas sim a socie-
dade, que estará assegurando as bases do desenvolvimento sustentável.

SEGURANÇA ALIMENTAR
O mercado de seguros não está limitado à realidade da vida urbana, na
qual os riscos seguráveis estão alinhados às circunstâncias das metrópo-
les e áreas adjacentes. É uma visão equivocada o entendimento de que a
riqueza produzida pelo País encontra-se apenas nas cidades. O profissio-
nal do mercado de seguros deve estar atento às grandes possibilidades de
negócios que os riscos inerentes ao agronegócio oferecem. Isso porque
não se trata apenas de uma escolha pública de desenvolver o agronegó-
cio, mas, sim, de uma obrigação do Estado em garantir a segurança alimen-
tar de sua população.

O conceito de segurança alimentar foi consolidado na Cúpula Mundial de


Alimentação, em 1996, na cidade de Roma, na qual os representantes de
vários países, inclusive do Brasil, estiveram reunidos e elaboraram um Pla-
no de Ação da Cúpula Mundial da Alimentação, o qual previu que há “segu-
rança alimentar quando as pessoas têm, a todo o momento, acesso físico e
econômico a alimentos seguros, nutritivos e suficientes para satisfazer às
suas necessidades dietéticas e preferências alimentares, a fim de levarem
uma vida ativa e sã”.

O art. 6º da Constituição Federal de 1988 prevê, na sua atual redação,


o seguinte:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o


trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdên-
cia social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 10


UNIDADE 1

Portanto, o direito à alimentação é um direito fundamental. Além disso, tal


direito é entendido pela comunidade internacional como Direito Humano,
de modo que, dentro do contexto dos direitos sociais, a segurança alimen-
tar deve ser assegurada, sobretudo para que prevaleça a dignidade da
pessoa humana.

Por essa razão, o agronegócio brasileiro está inserido no contexto da


segurança alimentar em tal magnitude, que, ao se tratar de desenvolvi-
mento do setor, não há a menor dúvida de que existe a necessidade de
maior controle e fiscalização dos produtos utilizados como insumos e dos
produtos finais, tanto para consumo interno, como para exportações, man-
tendo assim soberania e a sustentabilidade alimentar do País.

O conceito de segurança alimentar relaciona-se também com aspectos


macroeconômicos, sobretudo no que concerne à inflação, a qual retira o
poder de compra e restringe o acesso aos produtos. Desse modo, asse-
gurar padrões estratégicos de segurança alimentar é interagir, construtiva-
mente, com variáveis econômicas, políticas públicas, subsídios, proteções
aos riscos, políticas sociais e agrárias, e zoneamentos agroclimáticos.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tem como


missão o desenvolvimento de políticas agrícolas que promovam a segu-
rança alimentar brasileira.

Como veremos a seguir, o crédito rural, o seguro rural, os programas de


Governo e os fundos de proteção da atividade rural são variáveis que atuam
intensamente para o desenvolvimento do agronegócio. Para a compreensão
da dinâmica do seguro rural, é fundamental entender os agentes envolvidos,
as operações, as relações com o poder público e os elementos do risco rural.

AGRONEGÓCIO
O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização dos
alimentos e fibras.
ALCANCE DO AGRONEGÓCIO

INSUMOS PRODUÇÃO COMERCIALIZAÇÃO


CONSUMIDOR

Fertilizantes Agricultura & Atacadistas


Pecuária
Sementes Cooperativas

Herbicidas Agroindústria & Exportadores


Energia
Defensivos Varejistas

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 11


UNIDADE 1

—— Os Principais Segmentos
do Agronegócio
O quadro a seguir indica os principais segmentos do agronegócio.

SEGMENTOS DO AGRONEGÓCIO

ANTES DENTRO DEPOIS DA PORTEIRA


DA PORTEIRA DA PORTEIRA
MÁQUINAS E PRODUÇÃO AGROINDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO
EQUIPAMENTOS AGROPECUÁRIA (PROCESSAMENTO)
Sementes Produção animal Indústria alimentar Comércio atacadista

Calcário Lavouras Indústria de bebidas Refeições industriais


permanentes
Fertilizantes Couro e calçados Fast-food
Lavouras temporárias
Rações Têxtil e confecções Lojas de
Horticultura conveniência
Defensivos Papel e celulose
Fruticultura
Fármacos Madeira e móveis Restaurantes, hotéis
Veterinários Silvicultura
Super/

CONSUMIDORES
Álcool
Combustíveis Extração vegetal carburante hipermercados

Tratores Borracha natural Mercearias

Colheitadeiras Fumo e cigarros Bares

Implementos Óleos e essências Padarias

Equipamentos Açougues
Máquinas Feiras e
Motores sacolões

Inseminação Exportação
Artificial

Ordenha
mecânica

Equipamentos
de frio
SERVIÇOS DE APOIO

Agronômicos, veterinários, P&D, bancos, marketing, vendas, transporte, armazenagem, portos, assistência
médica, informação de mercados, bolsas de mercadorias, seguros, outros.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 12


UNIDADE 1

—— Importância do Agronegócio
O Agronegócio é um dos setores mais dinâmicos da economia:

■■ Representa 23,5% do PIB brasileiro (2017).


■■ Comporta 37% dos empregos.
■■ US$ 1 milhão investidos na agropecuária equivale à geração de
202 empregos (IBGE).
É também o maior gerador de divisas do país:

■■ Gerou saldo comercial de US$ 67 bilhões em 2017.


■■ Correspondeu a 44,8% do total das exportações brasileiras no
mesmo ano.

—— Oportunidades
O agronegócio brasileiro é muito competitivo e oferece grandes oportunidades:

■■ Aumento da produção, que garante o desenvolvimento do setor.


■■ Maior oferta de empregos e aumento de renda.
■■ Maior produção de alimentos e fibras.
■■ Aumento nas exportações.
■■ Maior produção de energia a partir de biocombustíveis.

—— Pontos Fortes do
Agronegócio Brasileiro
■■ Disponibilidade de terras e clima favorável.
■■ Recursos humanos qualificados.
■■ Capacidade de gestão.
■■ Estrutura de comercialização.
■■ Potencial para bioenergia.
■■ Desenvolvimento tecnológico (diferencial).

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 13


UNIDADE 1

CERRADO – DISPONIBILIDADE DE TERRAS


(MILHÕES DE HECTARES)

Área Total: 204


Área Agricultável: 137
Pastagem: (35)
Culturas Anuais: (10)
Culturas Perenes e Florestas: (2)
Área Disponível: 90

Fonte: MAPA/SPC

Fonte: MAPA/SPC – www.agricultura.gov.br

—— Pontos Fracos do
Agronegócio Brasileiro
■■ Logística (transporte, armazenagem, portos).

■■ A questão social.

■■ Desenvolvimento da biotecnologia.

■■ Ação proativa e profissionalização em negociações internacionais.

■■ Políticas públicas.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 14


UNIDADE 1

LOGÍSTICA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

PONTA DA
MADEIRA

ITACOATIARA

SANTARÉM

LOGÍSTICA ATUAL

BOLÍVIA
Ferrovias
VITÓRIA

PARAGUAI
Hidrovias SANTOS
PARANAGUÁ

S.F. DO SUL
Portos
ARGENTINA RIO GRANDE

Nova fronteira agrícola

Fonte: MAPA/SPC – www.agricultura.gov.br

O POTENCIAL DO
AGRONEGÓCIO
Você sabia que o agronegócio é potencialmente o maior segmento eco-
nômico brasileiro e mundial? A agricultura e o agronegócio no Brasil
contribuíram com 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2017,
a maior participação em 13 anos, de acordo com estimativa feita pela
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 15


UNIDADE 1

O Brasil detém terras abundantes, planas e baratas, como são os cerrados,


com uma reserva de 90 milhões de hectares; dispõe de produtores rurais
experientes e capazes de transformar essas potencialidades em produ-
tos comercializáveis; detém um estoque de conhecimentos e tecnologias
agropecuárias, transformadoras de recursos em produtos.

Por qualquer ângulo que se analise o mercado, o tamanho que o Brasil


adquiriu no campo do agronegócio é impressionante.

Estes são pontos que reforçam a importância do agronegócio no Brasil,


além de sua grande competitividade, utilização de alta tecnologia e gera-
ção de empregos e riquezas para o país.

Feitas estas considerações, parece racional acreditar positivamente no


futuro da produção brasileira. No caso da soja, podemos dizer que o Brasil
é o único país capaz de prover o esperado aumento da demanda mundial,
por possuir mais de 60 milhões de hectares de terras ainda aptas para a
produção de grãos apenas no Cerrado.

Quanto ao mercado externo, o agronegócio participa com 44,8% das


exportações brasileiras. Em 2017, as exportações totais foram de US$
217,74 bilhões, e o agronegócio respondeu por US$ 96 bilhões, gerando
um significativo saldo positivo na balança comercial agropecuária. A pauta
de exportações é diversificada, abrangendo café, soja, carnes, fumo, suco
de laranja, cacau, açúcar e álcool, frutas, flores, hortaliças, madeira, móveis
e compensados, couros e peles, entre outros produtos.

Entre os principais obstáculos à ampliação das exportações estão:

■■ O protecionismo dos países desenvolvidos.


■■ O custo Brasil e as deficiências da política comercial brasileira.
■■ A falta de promoção e de marketing dos produtos brasileiros.
■■ A falta de tradição dos empresários.
A possibilidade de crescimento da produção de grãos, fibras, energia, car-
nes, frutas, hortaliças, tubérculos, flores e piscicultura é muito grande, tanto
sob a forma de aumento de produtividade quanto pela expansão das áreas
cultivadas em mais de 120 milhões de hectares.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 16


UNIDADE 1

CRÉDITO RURAL PARA A


AGRICULTURA COMERCIAL
O crédito rural procura estimular os investimentos rurais, garantir o valor de
Comentário custeio da produção e comercialização e, consequentemente, favorecer o
Vantagens setor rural, responsável pela produção de alimentos. Além disso tudo, ele
permite o desenvolvimento de tecnologias que irão promover a melhoria da
competitivas do Brasil
produtividade e o aumento da produção de alimentos.
Atualmente, as lavouras
ocupam 55 milhões de O crédito rural pode ser solicitado por produtores rurais ou empresas agrope-
hectares, a pecuária 220 cuárias de pesquisa, de produção de mudas e sementes, de inseminação
milhões, e as florestas artificial para bovinos, de serviços mecanizados e outras empresas com fina-
cultivadas abrangem 5 milhões lidade comercial. Com o crescimento da demanda do consumidor por alimen-
de hectares. Em termos de tos produzidos de forma mais saudável e com garantia de qualidade, recente-
piscicultura, o Brasil dispõe da mente as instituições financeiras de crédito rural iniciaram suas operações
maior reserva de água doce do junto à atividade específica da agricultura orgânica.
mundo e de uma das maiores
As exigências para a obtenção do crédito rural variam de acordo com a
costas marítimas.
instituição financiadora.Algumas exigências são comuns, como:

■■ A idoneidade do tomador.
Saiba mais ■■ A elaboração de planos ou projetos com orçamentos.
Sugestão de leitura ■■ A capacidade de execução.
Crédito Rural ■■ Um cronograma de desembolso e reembolso do dinheiro tomado.
www.agricultura.gov.br

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 17


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1

Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque


a alternativa correta.
1. São considerados insumos na cadeia produtiva do agronegócio:

( ) Fertilizantes.
( ) Atacadistas.
( ) Sementes.
( ) Defensivos.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) F, F, F, F.
(b) V, V, F, F.
(c) V, F, V, F.
(d) F, F, V, F.
(e) V, F, V, V.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.


2. Podemos considerar pontos fortes do agronegócio brasileiro o(a)(s):

I) Disponibilidade de terras e clima favorável.


II) Recursos humanos qualificados.
III) Capacidade de gestão.
IV) Logística (transporte, armazenagem, portos).

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(b) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 18


FIXANDO CONCEITOS

Correlacione os itens a seguir e depois marque a alternativa correta.


3. O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização
dos alimentos e fibras. Associe insumo, produção e comercialização aos
itens a que se referem:

1) Insumo.
2) Produção.
3) Comercialização.
( ) Herbicidas.
( ) Fertilizantes.
( ) Agricultura e pecuária.
( ) Atacadistas.
( ) Cooperativas.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) 1, 1, 1, 2, 2.
(b) 1, 1, 2, 3, 3.
(c) 1, 2, 1, 2, 2.
(d) 2, 2, 1, 1, 1.
(e) 2, 2, 2, 1, 1.

Marque a alternativa correta.


4. Com relação à importância do agronegócio, podemos dizer que:

(a) É um dos setores mais dinâmicos da economia.


(b) Tem inexpressiva participação no PIB brasileiro.
(c) Concentra-se fortemente nas cidades.
(d) Depende exclusivamente da indústria.
(e) Gera poucos postos de trabalho.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.


5. São pontos fracos do agronegócio brasileiro:

I) Logística (transporte, armazenamento, portos).


II) Potencial para bioenergia.
III) A questão social.
IV) Desenvolvimento da biotecnologia.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 19


FIXANDO CONCEITOS

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.

Marque a alternativa correta.


6. Em relação à segurança alimentar no contexto do agronegócio brasilei-
ro, podemos afirmar que:

(a) A segurança alimentar é considerada uma necessidade desvincu-


lada de aspectos econômicos como a inflação e o preço final pago
pelo consumidor brasileiro.
(b) O agronegócio brasileiro desenvolve-se no sentido quantitativo da
produção agrícola, desconsiderando a qualidade e o controle sani-
tário dos alimentos produzidos.
(c) O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA – tem
como missão o desenvolvimento de políticas agrícolas que promo-
vam a segurança alimentar brasileira.
(d) O consumo interno brasileiro de produtos agrícolas apresenta tendên-
cia de queda quando se assegura a segurança alimentar à população.
(e) A disponibilidade de terras e a diversidade de climas do território
brasileiro comprometem a segurança alimentar da população.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 20


CRONOLOGIA
no SETOR de
SEGURO RURAL
02 UNIDADE 2

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender a cronologia ■■ Descrever as
das ações do Governo e características básicas do
da iniciativa privada no que Programa de Garantia da INTRODUÇÃO
se refere à proteção ao Atividade Agropecuária
segmento rural. (PROAGRO). CRONOLOGIA

■■ Identificar as características ■■ Definir as características COMPANHIA NACIONAL


básicas da Companhia básicas do PROAGRO DE SEGURO AGRÍCOLA (CNSA)
Nacional de Seguro Agrícola MAIS.
(CNSA). FUNDO DE ESTABILIDADE
■■ Identificar as DO SEGURO RURAL (FERS)
■■ Definir as características características básicas da
básicas do Fundo de Aliança do Brasil COMPANHIA DE SEGUROS DO
Estabilidade do Seguro ESTADO DE SÃO PAULO
(COSESP)
Rural (FESR).
■■ Descrever as características PROGRAMA DE GARANTIA DA
básicas da Companhia de ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
Seguros do Estado de São (PROAGRO)
Paulo (COSESP). PROAGRO MAIS

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO
PRÊMIO DO SEGURO RURAL
(PSR)

ALIANÇA DO BRASIL

FIXANDO CONCEITOS 2

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 21


UNIDADE 2

INTRODUÇÃO
O seguro é uma das mais antigas instituições idealizadas pelo Homem para
lidar com eventos incontroláveis, de maneira a reduzir a incerteza ou o ris-
co presente no mundo real. A maioria dos riscos apresenta consequências
econômicas, e são esses riscos e suas consequências que interessam ao
mercado segurador.

Diversos mecanismos criados pelo Homem surgiram com o objetivo de


reduzir o risco, por exemplo: diversificação, autosseguro, reservas de cré-
dito, investimentos em redução da perda ou mecanismos baseados na pul-
verização do risco pelo mercado. Entretanto, restam ainda muitas formas
de perdas econômicas que não podem ser evitadas, como a maior parte
das questões climáticas.

Quando falamos de clima, existem situações cuja probabilidade de perda


ou dano não pode ser reduzida. Tendo em vista esse problema, a transfe-
rência desse risco (ou parte dele) por meio da contratação de um seguro
é uma das formas mais eficientes de proteção. Atualmente, o seguro se
encontra difundido no mundo todo e em diversos setores da economia,
entre eles, o setor agropecuário.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 22


UNIDADE 2

CRONOLOGIA
A criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola, em 1954, e, poste-
Importante riormente, a regulamentação do Seguro Rural, por meio do Decreto-Lei
73, de 21 de novembro de 1966, representaram as primeiras tentativas
Finalidade do FESR
de estruturação desse mecanismo no país. Essa norma criou o Fundo de
Equilibrar o mercado de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), que tem por fim equilibrar o mercado
Seguro Rural, minimizando os de Seguro Rural, minimizando os prejuízos das seguradoras em caso de
prejuízos das seguradoras em sinistros abrangentes, como secas e geadas, e que está sob administração
caso de sinistros abrangentes. do IRB-Brasil Re.

De acordo com essa sistemática, as seguradoras que operam com


Seguro Rural devem, obrigatoriamente, contribuir para o Fundo de
Estabilidade do Seguro Rural (FESR), em função do resultado positivo
em cada exercício nas modalidades garantidas pelo Fundo, segundo os
seguintes percentuais:

I) Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola e de Florestas – 30%.


II) Seguro de Penhor Rural – 50%.
Em caso de catástrofe abrangente, o FESR cobre o prejuízo causado pelo
elevado número de indenizações concentradas que devem ser pagas.

Na área privada, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo


(COSESP), criada em 1969, que opera, basicamente, em São Paulo e no
Paraná, representa um dos poucos exemplos de sucesso nesse segmento.
No setor público, em 1973, foi criado o Programa de Garantia da Ativida-
de Agropecuária (PROAGRO), que tinha por objetivo eximir o produtor das
obrigações financeiras do crédito rural, caso houvesse quebra de produ-
ção em decorrência de eventos naturais.

Assim, o PROAGRO não segurava toda a produção, mas tão somente o


valor correspondente ao crédito de custeio contratado por intermédio
do agente financeiro, o que o tornava uma espécie de “Seguro de Crédi-
to”, protegendo mais os agentes financeiros do que os produtores. Além
disso, por se tratar de um programa de Governo, não estava sujeito às
demais regras do Seguro Rural. Historicamente, o PROAGRO foi alvo de
denúncias de fraude, além de ser financeiramente inviável, uma vez que
o volume total de prêmios arrecadado, na grande maioria dos anos, era
insuficiente para cobrir os custos das indenizações, havendo necessida-
de de aporte financeiro. Além disso, devido à dificuldade de fiscalização
e aos constantes entraves burocráticos, um grande número de indeniza-
ções não foi honrado, o que levou o programa ao descrédito.

Em 1991, o PROAGRO foi reformulado, entrando em uma nova fase. A partir


de 1995, os preços cobrados aos agricultores e as coberturas do programa

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 23


UNIDADE 2

passaram a ser calculados com base no zoneamento agrícola. Isso per-


mitiu a regionalização das datas de plantio e a consequente redução e
diferenciação, por cultura, do valor do prêmio.

Além disso, os sinistros causados pela seca (apontada como principal risco
da agricultura brasileira) foram retirados dos eventos cobertos pelo PROA-
GRO, o que, por um lado, contribuiu para a redução do preço da cobertura
ao agricultor, mas, por outro lado, levou à diminuição do interesse pela
adesão ao programa.

Em 2002, o Congresso Federal apresentou uma minuta de projeto, dispon-


do sobre a subvenção econômica ao prêmio do Seguro Rural, que, final-
mente, foi convertido na Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003.

No final de 2010, o presidente da República aprovou e sancionou, o Fundo


Importante de Catástrofe, o qual substituirá o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural
(FESR), com benefícios para o mercado e os agricultores.
Ressalte-se que esse novo
fundo, o Fundo de Catástrofe, Por intermédio desse novo fundo, a responsabilidade pela cobertura
apesar de sancionado, ainda de riscos catastróficos passará a ser, subsidiariamente, da União, sendo
depende de regulamentação permitido ao novo fundo contratar para si proteção no mercado interna-
para iniciar suas operações. cional de resseguros.

COMPANHIA NACIONAL
DE SEGURO AGRÍCOLA (CNSA)
Em 1954, acompanhando todos os trabalhos desenvolvidos pelo Governo
de São Paulo, que, àquela altura, já ensaiava operações com cana-de-açú-
car e café, o Governo Federal elaborou instrumentos legais, possibilitan-
do a criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola (CNSA), visando
fomentar o desenvolvimento do Seguro Agrícola no país.

A CNSA era uma empresa de economia mista, cujas ações pertenciam ao


Banco do Brasil (sócio principal, com cerca de 45%), seguradoras privadas
(20%) e autarquias federais (35%). A CNSA não executou projeto algum.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 24


UNIDADE 2

FUNDO DE ESTABILIDADE
DO SEGURO RURAL (FESR)
Como vimos, em 1966, foi dissolvida a Companhia Nacional de Seguro
Atenção Agrícola e criado o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), com a
finalidade de dar suporte financeiro ao sistema brasileiro de Seguro Agrí-
O Fundo de Estabilidade do cola quando houvesse perdas catastróficas. Seriam fontes de receita do
Seguro Rural está em vias de fundo as operações que apresentassem resultados superavitários nos
ser extinto. Isso acontecerá Ramos Agrícola, Florestal e de Penhor Rural. Além disso, seria realizada
quando da regulamentação do uma complementação com recursos da União.
Fundo de Catástrofe.
O FESR foi criado pelo Decreto-Lei n° 73/1966, tendo como gestor o IRB-Brasil
Re. Porém, por conta de todas as mudanças no mercado de Resseguro o IRB
deixa de gerir o Fundo, que passa a ficar a cargo da Agência Brasileira Gesto-
ra de Fundos Garantidores e Garantias, desde Novembro/2015.
Saiba mais
São também finalidades do FESR garantir o equilíbrio das operações agrí-
Modalidades garantidas colas no país e atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe
pelo FESR inerentes à atividade rural.
■■ Seguro Agrícola (Custeio,
O exercício do FESR é de 1º de julho a 30 de junho do ano subsequente.
pela Resolução CNSP
50/01). As sociedades seguradoras e os Resseguradores recuperam do FESR a
■■ Seguro Pecuário. parcela de seus sinistros retidos quando esta se situa entre 100% e 150%
dos prêmios puros ou é superior a 250% dos prêmios puros. A faixa de
■■ Seguro Aquícola. 150% a 250% pode ser amparada por um contrato de resseguro, uma vez
■■ Seguro de Florestas. que não é coberta pelo FESR.

■■ Seguro de Penhor Rural. Para fins de cálculo de recuperação, são considerados créditos aos prê-
mios ganhos as comissões de resseguro recebidas pelas sociedades
seguradoras nas operações garantidas pelo FESR.

—— Receitas do FESR
As receitas do FESR têm as seguintes origens:

■■ Excedentes do máximo admissível tecnicamente como lucro nas


operações de Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola, de Florestas
e Penhor Rural.
■■ Crédito especial da União, quando necessário, para a cobertura de
deficiência operacional verificada no exercício anterior.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 25


UNIDADE 2

—— Obtenção da Garantia do FESR


As sociedades seguradoras que operam com o FESR devem apresentar
ao seu gestor, com antecedência mínima de 90 dias do início do exercí-
cio, plano de operações com as seguintes informações mínimas:

■■ Relação das regiões e culturas em que pretendam atuar em cada


exercício do fundo, observando, obrigatoriamente, as orientações
do zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura e Abaste-
cimento ou instituições oficiais de pesquisa, caso as operações
incluam o Seguro Agrícola.
■■ Programa de resseguro relacionado a cada uma das modalidades
selecionadas para atuação.
A garantia do FESR está condicionada à aprovação, pela SUSEP, das con-
dições contratuais e Nota Técnica Atuarial (NTA) para cada exercício. O
material deverá ser encaminhado com antecedência mínima de 90 dias do
início do exercício.

A aprovação da NTA fica condicionada à apresentação da cobertura de


resseguro. Para fins de custeio das despesas administrativas, deve ser
considerado, na NTA, o percentual de 10% dos prêmios emitidos ou até
20% se devidamente justificado.

Atualmente, o FESR não atende às necessidades do mercado de seguro


rural, uma vez que este não é reconhecido como mecanismo garantidor do
equilíbrio das carteiras das seguradoras. As razões para isso estão no fato
de que o fundo tem dificuldades de pagamento das coberturas em virtude
de contingenciamentos de recursos e da falta de previsão orçamentária
por parte do Governo Federal. Trata-se de problemas que transcendem
aspectos jurídicos e dizem respeito à confiabilidade, à tempestividade das
coberturas, à adequação das faixas de cobertura e ao modo de participa-
ção e contribuição das seguradoras, as quais o consideram apenas como
um limitador de lucratividade da operação no seguro rural.

São essas as deficiências que justificam a criação do Fundo de Catástrofe


da Lei Complementar nº 137/2010, com o objetivo de substituir o FESR.
Contudo, apesar de necessária, a regulamentação avança com lentidão
pelo Governo Federal. Permanecem pendentes, para a regulamentação,
as definições de mecanismos de garantia de pagamento no prazo que res-
guarde a eficiência do novo fundo; os limites de cobertura; como será a
participação e a contribuição das entidades privadas do mercado de segu-
ros e do próprio Governo Federal, assim como a constituição e criação do
fundo com a origem de recursos, dentre outros aspectos.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 26


UNIDADE 2

COMPANHIA DE SEGUROS DO
ESTADO DE SÃO PAULO (COSESP)
Em 1969, foi criada a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo, uma
seguradora do governo estadual que herdou toda a experiência da Secre-
taria de Agricultura desse estado e cuja formatação foi incentivada por
uma forte regulamentação do setor.

É a seguradora com a mais longa história de Seguro Agrícola no país, com


uma experiência única no ramo, sendo uma empresa de economia mista.
O Conselho Nacional de Seguros Privados aprovou a criação de várias
seguradoras estatais para trabalhar com Seguro Agrícola.

No início, as operações da COSESP eram amparadas pelo governo do Esta-


do de São Paulo. Atualmente, tal respaldo é buscado com o FESR e o mer-
cado ressegurador. A longevidade dessa companhia deve-se, em grande
parte, a fatores como a limitação geográfica de sua atuação e a inexistência
de coberturas amplas em regiões onde as lavouras apresentassem riscos
que a empresa não tivesse condições de avaliar com segurança.

Com base nessa política de atuação, que perdurou por 27 anos, a segura-
dora decidiu expandir-se, passando a abranger um maior número de cul-
turas, riscos e regiões. Em termos gerais, a experiência da COSESP apre-
senta como características principais forte base agronômica, alto custo
operacional e alta sinistralidade.

A seguradora já não vinha operando de forma significativa desde 2004,


quando sofreu grandes prejuízos pela sinistralidade, e recentemente o
governo do Estado de São Paulo conseguiu autorização da Assembleia
Legislativa do Estado para a venda da seguradora.

PROGRAMA DE GARANTIA DA
ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
(PROAGRO)

—— Síntese Histórica
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) foi instituí-
do pela Lei nº 5.969/1973, com a finalidade de eximir o produtor rural do

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 27


UNIDADE 2

cumprimento de obrigações financeiras relativas a operações de crédito


rural, quando da ocorrência de perdas das receitas esperadas, em conse-
quência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atingissem bens,
rebanhos e plantações.

A criação do PROAGRO foi motivada pelos seguintes fatos:

■■ Ausência de um mecanismo de proteção contra perdas da produção


agropecuária decorrentes de causas naturais fortuitas, com conse-
quente descapitalização e crescente endividamento dos produtores.
■■ Fracasso na implantação da Companhia Nacional de Seguro
Importante Agrícola (CNSA). A Companhia Nacional de Seguro Agrícola
(CNSA), criada em 1954 e extinta em 1966 sem ter conseguido
O PROAGRO não é um seguro, sequer emitir uma única apólice.
mas tão somente um programa ■■ Existência de modelos, em outros países, onde o governo conce-
do Governo Federal.
de créditos ou assume despesas advindas de perdas de produção.
■■ Necessidade de institucionalizar um mecanismo de garantia das
operações de crédito rural que pudesse ser usado em substituição
às garantias reais ou fidejussórias usualmente exigidas pelo siste-
ma bancário.
A administração do PROAGRO cabe ao Banco Central do Brasil, segundo
Curiosidade normas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e os recursos
financeiros eram provenientes da taxa do adicional (prêmio), fixada em 1%
Embora o programa tenha sido ao ano sobre o saldo devedor do empréstimo rural (custeio e investimen-
criado em 1973, por diversas to), de verbas do Orçamento da União e de outros recursos alocados.
circunstâncias sua implantação
somente foi possível em 1º A Lei Agrícola (Lei nº 8.171/1991), regulamentada pelo Decreto nº 175/1991
de janeiro de 1975, com a e pela Resolução nº 1. 855/1991, instituiu o Conselho Nacional de Política
regulamentação divulgada Agrícola e modificou as regras do programa (fase a partir da qual se denomi-
pela Resolução nº 301/1974 na PROAGRO NOVO), com destaque para a possibilidade de se enquadrar
de 09/10/74, pela Circular nº em atividades não financiadas e a restrição de o enquadramento aplicar-se
241/1974, e pela Carta-Circular apenas às operações de custeio (exclusão das operações de investimento).
nº 128/1975.
Essa regulamentação traduziu a preocupação em tornar o PROAGRO
autossuficiente, de forma que os adicionais arrecadados em cada safra
suportassem as despesas apuradas no mesmo período.

No que se refere às fontes de recursos, passou-se a considerar os resulta-


dos das aplicações financeiras dos saldos existentes, e a participação do
Tesouro Nacional ficou limitada aos casos em que a disponibilidade do pro-
grama não fosse suficiente para cobrir os prejuízos, quando da ocorrência
de adversidades climáticas generalizadas.

Nesse sentido, foram elevadas as alíquotas dos adicionais, e as normas


do PROAGRO foram simplificadas com o claro objetivo de reduzir custos.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 28


UNIDADE 2

Entretanto, o regulamento não cuidou de institucionalizar fluxos de infor-


mações que permitissem o acompanhamento sistemático das receitas e o
controle dos riscos assumidos, dificultando sobremaneira a gestão finan-
ceira do programa.

Como as medidas adotadas não surtiram os efeitos desejados, em 31 de


Saiba mais agosto de 1994, o CMN aprovou a Resolução nº 2.103, reduzindo a abran-
gência do programa e instituindo mecanismos de controle mais eficientes.
Emergência da planta
Entre as modificações, destacam-se a vigência da cobertura após a emer-
É quando o broto rompe gência da planta, a obrigatoriedade de orçamento analítico e de seu
as folhas da gema e se enquadramento integral, a exigência de maior responsabilidade técnica
desenvolve em direção à nos empreendimentos assistidos e a automação no recolhimento de recei-
superfície do solo, neste tas e dos registros de comunicação de perdas, permitindo melhor acompa-
estágio ocorre, ainda, o nhamento e segurança nos procedimentos.
aparecimento das primeiras
folhas. Outro ponto a destacar foi a substituição do mecanismo de promover reba-
tes no valor da cobertura, quando verificadas indenizações anteriores, por
bonificações concedidas aos produtores que comprovassem bom desem-
penho nas safras anteriores.

A adesão ao PROAGRO é facultativa, e, atualmente, as alíquotas do adicio-


nal variam de acordo com a atividade (de 1,2% para o custeio pecuário até
11,7% para o custeio do cultivo de sequeiro do arroz, feijão, aveia, centeio,
cevada, trigo e triticale). Nos empreendimentos em que não for prevista a
prestação de assistência técnica, as alíquotas são acrescidas de dois pon-
tos percentuais, por serem considerados de maior risco.

Em função do desempenho do produtor, a cobertura do PROAGRO, quan-


do devida, corresponde a, no mínimo, 70% e, no máximo, 100% do limi-
te de cobertura (calculado excluindo-se dos recursos comprovadamente
aplicados, financiados e próprios, as perdas não amparadas e as receitas
produzidas pelo empreendimento).

Os eventos causadores de perdas são comunicados formalmente pelo


produtor ao agente do programa, responsável pela solicitação de perícia,
que executada por empresas de assistência técnica, profissionais autôno-
mos ou pertencentes ao próprio quadro da instituição financeira.

Cabe ao agente examinar o pedido de cobertura, avaliando-o no prazo de


15 dias úteis, contados do recebimento do laudo pericial. O produtor não
satisfeito com a decisão tem o direito de recorrer à Comissão Especial de
Recursos (CER), a quem compete julgar, em única instância administrativa,
os recursos interpostos ao PROAGRO.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 29


UNIDADE 2

PROAGRO MAIS
Buscando aperfeiçoar o programa, o Banco Central do Brasil, gestor do
Curiosidade PROAGRO, publicou a Resolução n° 3.234 do Banco Central do Brasil, por
meio da qual foi criado o subprograma PROAGRO MAIS. A intenção dessa
Faz parte dos planos do nova iniciativa é respaldar os produtores participantes do Programa Nacio-
Governo Federal transferir a nal de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). A novidade pro-
responsabilidade da gestão do posta pelo novo programa é a indenização de 100% do custeio da lavoura
PROAGRO, do Banco Central, garantida, acrescida de uma reposição de parte da receita líquida esperada.
para um dos dois ministérios
ligados diretamente ao setor Mesmo com essas mudanças, não se deve cometer o erro de denominar
primário: seja o da Agricultura, “segurados” os participantes do PROAGRO, tampouco considerar o pro-
Pecuária e Abastecimento, seja grama uma iniciativa de seguros.
o de Desenvolvimento Agrário.

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO
PRÊMIO DO SEGURO RURAL (PSR)
No contexto da Lei nº 10.823/2003, o Programa de Subvenção ao Prêmio
de Seguro Rural (PSR) oferece ao produtor a oportunidade de contratar
o seguro rural para sua atividade de produção, uma vez que o Governo
Federal fornece um auxílio financeiro na forma de subvenção que reduz os
custos com a taxa de prêmio do referido seguro.

O programa é um importante instrumento de política agrícola, uma vez que


reduz o prêmio do seguro rural que seria devido pelo produtor por transfe-
rir o risco à seguradora.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apresenta,


anualmente, o orçamento para o programa, de modo que as seguradoras
habilitadas no PSR poderão oferecer seguros rurais com a subvenção que
facilita a contratação pelo segurado produtor rural, por causa da redução
do preço final do seguro.

As negociações anuais pelo montante a ser destinado no orçamento para


o PSR envolvem a discussão acerca do aumento da subvenção defendido
pelas seguradoras e o direcionamento do Ministério para que não haja
aumentos na taxa do seguro rural e para que se melhorem os produtos do
seguro rural. É evidente que a melhoria nos produtos traduz-se em cresci-
mento do ramo do seguro rural, a partir do aperfeiçoamento das metodo-
logias de gerenciamento do risco. Por outro lado, a melhoria dos produtos
pode representar a necessidade de aumento da taxa, a fim de cobrir os
custos operacionais e investimentos.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 30


UNIDADE 2

Como o orçamento do PSR é definido em lei, há uma vinculação e uma


limitação dos recursos. Assim, se há um aumento da taxa do seguro, ocor-
rerá uma redução no número de subvenções que podem ser concedidas,
o que reduz o número de produtores a terem acesso ao seguro rural.

O modelo atual apresenta oportunidades de melhoria que têm sido apon-


tadas pelo Tribunal de Contas da União ao analisar a eficiência de progra-
mas do Governo Federal. As principais recomendações dizem respeito às
melhorias no planejamento de curto, médio e longo prazos do PSR, bem
como mudanças na sistemática de distribuição de recursos e mecanismos
para prevenir o descasamento da liberação de subvenções com a épo-
ca de plantio das safras, além de aperfeiçoamentos nas metodologias de
monitoramento e controle.

Do ponto de vista prático, é importante entender que o risco que se pre-


tende segurar pode ser contemplado com programas do Governo, como
o PROAGRO, o FSR, dentre outros, de forma que o preço final a ser pago
pelo segurado pode tornar-se mais acessível, a depender das condições
específicas de cultura, plantio e área e do atendimento às exigências de
habilitação dos editais de cada programa governamental.

ALIANÇA DO BRASIL
A Companhia de Seguros Aliança do Brasil é uma sociedade anônima,
resultado da tomada de controle, por parte do Banco do Brasil, da Segura-
dora Aliança da Bahia. Criada em 1997, seu foco é voltado para produtos
do setor de Seguros de Vida e Ramos Elementares, sendo uma segura-
dora importante no mercado, atuando em todo o país e oferecendo seus
produtos nas agências do Banco do Brasil.

A atuação da Aliança se restringe à cobertura dos financiamentos conce-


didos pelo Banco do Brasil para as culturas de algodão, arroz, milho e soja.
Há, ainda, o produto conhecido como BB Agrícola. Trata-se de um seguro
que cobre vários riscos até o nível de custeio da produção, com o prêmio
de seguro financiado junto com o orçamento da lavoura.

Os seguros da Aliança não são vendidos no varejo, sendo somente acopla-


dos aos financiamentos do banco.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 31


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

Marque a alternativa correta.


1. Sobre o PROAGRO podemos afirmar que:

(a) A adesão ao PROAGRO é facultativa, e, atualmente, as alíquotas do


adicional variam de acordo com a atividade.
(b) Tem atuação sobre catástrofes generalizadas.
(c) Com a extinção da CNSA, criou-se o PROAGRO Novo.
(d) Trata-se do maior programa de seguro privado já operado no país.
(e) Utiliza experiências apenas de seguradoras nacionais.

2. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.

I) Em 1966, é criado o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR),


e extinta a Companhia Nacional de Seguro Agrícola.
II) A Companhia Nacional de Seguro Agrícola foi criada em 1954, como
uma empresa de economia mista, para fomentar o desenvolvimento
do Seguro Agrícola no país.
III) O FESR foi criado para dar suporte financeiro sempre que o sistema
tivesse prejuízos.
IV) Inicialmente, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo foi
criada para operar nos estados de São Paulo e Paraná.
V) O FESR tem, como uma de suas fontes de receita, um percentual
dos resultados superavitários das operações de seguro nos Ramos
Agrícola, Pecuário, Aquícola, de Florestas e Penhor Rural.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, II e V são proposições verdadeiras.
(d) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições falsas

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 32


FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa que preencha corretamente as lacunas.


3. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) foi ins-
tituído pela Lei nº 5.969/1973, com a finalidade de eximir o produtor rural
do cumprimento de obrigações financeiras relativas a operações de cré-
dito __________________, quando da ocorrência de perdas das recei-
tas esperadas, em consequência de fenômenos __________________,
­pragas e doenças que atingissem bens, rebanhos e plantações.

(a) financeiro / sazonais.


(b) industrial / ocasionais.
(c) comercial / artificiais.
(d) rural / artificiais.
(e) rural / naturais.

Marque a alternativa correta.


4. Para que as seguradoras possam ter a garantia do Fundo de Estabili-
dade do Seguro Rural, é preciso que elas operem com alguns ramos de
seguro. Um deles é o:

(a) Seguro de Automóvel.


(b) Seguro Incêndio.
(c) Seguro Aeronáutico.
(d) Seguro de Vida.
(e) Seguro Pecuário.

Analise se as proposições a seguir são verdadeiras ou falsas e depois


marque a alternativa correta
5. Em relação ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), pode-se
afirmar que suas receitas têm as seguintes origens:

( ) Excedentes do máximo admissível tecnicamente como lucro nas


operações de Seguro Agrícola, Pecuário e outros.
( ) Crédito especial da União, quando necessário, para cobertura de
deficiência operacional verificada no exercício anterior.
( ) As receitas dos Seguros de Vida realizados no campo.
( ) As receitas provenientes dos lucros dos Seguros de Crédito à Exportação.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, F. (d) V, V, V, V.
(b) V, V, F, F. (e) F, V, V, V.
(c) V, V, V, F.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 33


POLÍTICA
03AGRÍCOLA
UNIDADE 3

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender qual a real ■■ Identificar as principais
função do Ministério da legislações em vigor
Agricultura, Pecuária e relacionadas à política MINISTÉRIO DA
Abastecimento (MAPA). agrícola. AGRICULTURA PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO (MAPA)
■■ Definir a função das
resseguradoras e da RESSEGURADORAS
SUSEP em relação ao
agronegócio brasileiro. SUPERINTENDÊNCIA DE
SEGUROS PRIVADOS (SUSEP)

PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES EM
VIGOR

FIXANDO CONCEITOS 3

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 34


UNIDADE 3

MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO (MAPA)

—— Missão
Formular e implementar políticas para o desenvolvimento do agronegó-
cio, integrando os aspectos de mercado, tecnológicos, organizacionais e
ambientais para o atendimento aos consumidores do país e do exterior,
promovendo a segurança alimentar, a geração de renda e emprego, a
redução das desigualdades e a inclusão social.

—— Uma Parceria Histórica


com o Agronegócio
A missão institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento (MAPA) é de estimular o aumento da produção agropecuária e o
desenvolvimento do agronegócio, com o objetivo de atender ao consumo
interno e formar excedentes para exportação. Isso tem como consequên-
cia a geração de emprego e renda, a promoção da segurança alimentar, a
inclusão social e a redução das desigualdades sociais.

Para cumprir sua missão, o MAPA formula e executa políticas para o desenvol-
vimento do agronegócio, integrando aspectos mercadológicos, tecnológicos,
científicos, organizacionais e ambientais para o atendimento aos consumido-
res brasileiros e ao mercado internacional. A atuação do ministério baseia-se
na busca de sanidade animal e vegetal, na organização da cadeia produtiva
do agronegócio, na modernização da política agrícola, no incentivo às expor-
tações, no uso sustentável dos recursos naturais e no bem-estar social.

Importante A infraestrutura básica do MAPA é formada pelas áreas de política agrícola


(produção, comercialização, abastecimento, armazenagem e indicadores
O Ministério possui uma extensa de preços mínimos):
ramificação de empresas que
■■ Produção e fomento agropecuário.
dão suporte às suas ações.
São exemplos de empresas ■■ Mercado, comercialização e abastecimento agropecuário.
vinculadas ao MAPA: Companhia ■■ Informação agrícola, defesa sanitária (animal e vegetal).
Nacional de Abastecimento
■■ Fiscalização dos insumos agropecuários.
(Conab), Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária ■■ Classificação e inspeção de produtos de origem animal e vegetal.
(Embrapa), Instituto Nacional de ■■ Pesquisa tecnológica, agrometeorologia, cooperativismo e asso-
Meteorologia (Inmet), ciativismo rural.
entre outras.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 35


UNIDADE 3

■■ Eletrificação rural.
■■ Assistência técnica e extensão rural.
Uma das inovações da atual gestão do MAPA foi a criação de câmaras
setoriais das diversas cadeias produtivas do agronegócio (carne, leite,
avicultura, açúcar e álcool, fruticultura, entre outras). Elas reúnem repre-
sentantes do Governo e do setor privado para debater e propor políticas
públicas para o agronegócio brasileiro.

RESSEGURADORAS
O Instituto de Resseguros do Brasil foi criado em 1939, no governo do
presidente Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no
país era feita quase totalmente no exterior, de forma direta ou por intermé-
dio de companhias estrangeiras que operavam no Brasil. A necessidade
de favorecer o aumento da capacidade seguradora das sociedades nacio-
nais, para a retenção de maior volume de negócios em nossa economia,
tornava urgente a organização de uma entidade nacional de resseguro.

Havia, contudo, uma necessidade enorme e uma demanda do mercado de


que fosse aberto para a entrada de novos players, após muitas discussões
concluiu-se pela quebra do monopólio do IRB e, com a Lei 126/2007, foi
autorizada a entrada de novos resseguradores no mercado de seguros
brasileiros.

A abertura do resseguro brasileiro aos players internacionais foi um avanço


e representa uma excelente perspectiva para a comercialização de Seguros
Agrícolas no Brasil. Não devemos ser, porém, excessivamente otimistas. Em
que pese a entrada de novos parceiros no mercado de resseguro, os pro-
blemas estruturais brasileiros ainda existem e continuarão a existir mesmo
com os novos resseguradores: falta de dados históricos confiáveis, pouca
cultura do seguro por parte do agricultor nacional, altas despesas adminis-
trativas das seguradoras e a inexistência de uma participação estatal mais
significativa, que não desaparecerão com a simples abertura do mercado.
Não existem no mundo muitos resseguradores operando efetivamente no
Seguro Agrícola e a maioria dessas companhias já operava no Brasil por
intermédio de contratos automáticos ou facultativos. Com a abertura do
mercado, em um primeiro momento, poucas mudanças acontecerão com o
passar do tempo, porém o mercado deve se desenvolver e se tornar mais
consistente.

A carteira de Resseguro Rural, conforme a retenção, subdivide-se em:

■■ Carteiras com pouca atratividade ao mercado interno (cessão ao


IRB-Brasil Re/Resseguradoras e mercado externo):

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 36


UNIDADE 3

»» Agrícola.
»» Animais.
■■ Carteiras atrativas ao mercado interno (Cessão ao IRB-Brasil Re/
Resseguradoras + retrocessão ao mercado segurador brasileiro +
mercado externo):
»» Florestas.
»» Penhor Rural.

SUPERINTENDÊNCIA DE
SEGUROS PRIVADOS (SUSEP)
É o órgão responsável pelo controle e pela fiscalização dos mercados de
seguro, Previdência Privada Aberta, capitalização e resseguro. Autarquia
vinculada ao Ministério da Economia, ela foi criada pelo Decreto-Lei nº
73/1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados,
do qual fazem parte o CNSP – (Conselho Nacional de Seguros Privados),
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Pri-
vada Aberta e Resseguradores. Com a edição da Medida Provisória nº
1.940-17/2000, o CNSP teve sua composição alterada.

No ramo de Seguro Rural, a SUSEP tem as mesmas funções exercidas junto às


demais carteiras: controle e fiscalização do mercado. Para que possa ser comer-
cializado, um Seguro Rural deve possuir um número de registro junto à SUSEP.

Prestar atendimento à população, de maneira geral, também cabe a essa ins-


tituição. Produtores rurais que não se sentirem atendidos corretamente ou
que apresentem qualquer outro tipo de queixa a fazer devem a ela recorrer.

PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES EM VIGOR

—— Normas que Atualmente


Regem o Seguro Rural
■■ Decreto-Lei nº 73/1966 (alterado pela Lei Complementar nº
126/2007) – prevê isenção tributária para o Seguro Rural.
■■ Resolução CNSP 46/2001 – dispõe sobre o Seguro Rural e o

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 37


UNIDADE 3

Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), sua administração


e controle por seu gestor, e dá outras providências.
■■ Resolução CNSP nº 50/2001 – dispõe sobre a participação do
­
IRB-Brasil Resseguros S.A. na garantia de que trata o Capítulo IV da
Resolução CNSP nº 46/2001 e dá outras providências.
■■ Resolução CNSP nº 95/2002 – altera a Resolução CNSP nº 46,
de 2001, para incluir o Seguro de Vida do produtor rural, quando
este estiver vinculado a crédito rural, e o Seguro de CPR como
modalidades do Seguro Rural; portanto, com isenção de IOF.
■■ Projeto de Lei nº 7.214/2002 – dispõe sobre a subvenção econômica
ao prêmio do seguro e cria o Conselho Interministerial do Seguro Rural.
■■ Lei nº 10.823/2003 – regulamenta a subvenção econômica ao
prêmio do Seguro Rural e dá outras providências.
■■ Circular SUSEP nº 261/2004 – dispõe sobre o Seguro de Cédula
de Produto Rural (CPR) e dá outras providências.
■■ Circular SUSEP nº 268/2004 – disponibiliza as novas condições
contratuais do plano padronizado do Seguro de Florestas e dá
outras providências.
■■ Decreto nº 5.121/2004 – regulamenta a Lei nº 10.823/2003 e autori-
za o Governo Federal a subvencionar o prêmio do Seguro Agrícola.
É preocupação do referido Programa de Subvenção ao Prêmio do
Seguro Rural promover a universalização do acesso ao Seguro Rural,
bem como estabelecer esse seguro como instrumento para a estabi-
lidade da renda agropecuária. Também reduz as taxas de participa-
ção do produtor na garantia oferecida contra eventos frustrantes que
venham impedir o sucesso do empreendimento agropecuário.
■■ Circular SUSEP nº 286/2005 – dispõe sobre o Seguro Pecuário
e o Seguro de Animais.
■■ Circular SUSEP nº 305/2005 – dispõe sobre o Seguro de Ben-
feitorias e Produtos Agropecuários.
■■ Circular SUSEP nº 308/2005 – dispõe sobre o Seguro de Penhor
Rural e dá outras providências.
■■ Decreto nº 5.514/2005 – aprova os percentuais e valores máxi-
mos da subvenção ao prêmio do Seguro Rural.
■■ Carta-Circular SUSEP/DETEC nº 02/2006 – dispõe sobre Con-
dições Contratuais do Plano Padronizado de Seguro de Florestas.
■■ Resolução CGSR nº 11/2006 – altera o Regulamento do Progra-
ma de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural.
■■ Circular SUSEP nº 360/2008 – estabelece, altera e consolida os
arquivos de dados a serem encaminhados à SUSEP pelas socieda-
des seguradoras, sociedades de capitalização, entidades abertas
de Previdência Complementar, autorizadas a atuar no país, e Caixa

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 38


UNIDADE 3

Econômica Federal (Caixa).


■■ Circular SUSEP nº 379/2008 – dispõe sobre alterações das Normas
Contábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resse-
guradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de Previ-
dência Complementar, instituídas pela Resolução CNSP nº 86/2002.
■■ Circular SUSEP nº 385/2009 – dispõe sobre alterações das Normas
Contábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resse-
guradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previ-
dência complementar, instituídas pela Resolução CNSP nº 86/2002.
■■ Circular SUSEP nº 387/2009 – inclui parágrafo único ao art. 6º
da Circular SUSEP nº 379/2008.
■■ Lei Complementar nº 137/2010 – institui o Fundo de Catástrofe,
de 26 de agosto de 2010.

—— Linha do Tempo do
Seguro Rural no Brasil
Seguro Rural no Brasil
1938 – Primeira experiência com o Seguro Rural, com a cultura do algodão.
1939 – Seguro para algodão em São Paulo.
1954 – Criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola (CNSA).
1966 – Criação do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR).
1969 – Fundação da Companhia de Seguros de São Paulo (COSESP).
1975 – Lançamento do Programa de Garantia Agropecuária (PROAGRO).
1986 – Aprovação da Tarifa de Penhor Rural pela SUSEP.
1988 – Disposição sobre Seguro Agrícola na Constituição Federal.
1991 – Lançamento do Novo PROAGRO.
1996 – Fundação da Companhia de Seguros Aliança do Brasil.
1999 – Fundação da Primeira Operadora de Seguros Rurais do Brasil (AgroBrasil).
2001 – Administração do FESR pelo IRB-Brasil Re.
2002 – Aprovação do Seguro Pecuário e de Animais pela SUSEP.
2003 – Aprovação da Lei de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural.
2004 – Aprovação, pela SUSEP, do Seguro da CPR.
2007 – Quebra do monopólio do IRB/Abertura do resseguro.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 39


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3
1. Marque a alternativa correta.

(a) A SUSEP não presta atendimento a população de maneira geral.


(b) O IRB-Brasil Re é o gestor do FESR.
(c) A SUSEP tem como responsabilidade o controle, mas não a fiscaliza-
ção do Seguro Rural.
(d) Para que possa ser comercializado, um Seguro Rural não precisa
possuir um numero de registro junto a SUSEP.
(e) A missão do MAPA é formular e implementar as políticas para o
desenvolvimento do agronegócio

2. Marque a alternativa que preencha corretamente as lacunas:

A missão institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-


cimento (MAPA) é: “estimular o aumento da produção agropecuária e o
desenvolvimento do _____________, com o objetivo de atender ao con-
sumo interno e formar excedentes para ____________________.

(a) agronegócio / exportação.


(b) setor industrial / importação.
(c) setor pesqueiro / exportação.
(d) comércio / importação.
(e) setor automotivo / exportação.

3. Marque a alternativa correta.

Com relação ao desenvolvimento do agronegócio em bases sustentáveis,


pode-se afirmar que:

(a) Decorre exclusivamente de investimentos financeiros.


(b) A utilização de tecnologia avançada supre todas as necessidades.
(c) Resulta da sinergia de mudanças tecnológicas e político-institucionais.
(d) Resulta da vontade política da sociedade como um todo.
(e) Decorre de um perfeito acompanhamento das variações climáticas.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 40


RISCO
04 RURAL
UNIDADE 4

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender como o ■■ Identificar os riscos
seguro pode ser um correlacionados, não
importante aliado e correlacionados e INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO
instrumento de proteção intermediários. AO PRODUTOR RURAL
ao produtor rural. ■■ Definir as premissas e OPERAÇÃO DO
■■ Identificar estatísticas características dos riscos SEGURO RURAL
do mercado de Seguro seguráveis no Segmento
Rural brasileiro, tais como Rural CONCEITOS
prêmios e sinistralidade. ■■ Exemplificar os principais RISCOS
■■ Descrever os principais mecanismos de
conceitos que norteiam o transferência de riscos no PREMISSAS
mercado de Seguro Rural Segmento Rural
no Brasil. CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS
SEGURÁVEIS – RISCOS
RURAIS

MECANISMOS DE
TRANSFERÊNCIA DO RISCO

FIXANDO CONCEITOS 4

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 41


UNIDADE 4

INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO
AO PRODUTOR RURAL
Em todo o mundo, o Seguro Rural é um dos mais importantes instrumen-
tos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas
decorrentes, principalmente, de fenômenos climáticos adversos, sendo
indispensável à estabilidade da renda dos produtores, à geração de empre-
go no campo e ao desenvolvimento tecnológico rural.

É uma atividade abrangente, que cobre não só a agricultura, mas também a ati-
vidade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para
comercialização desses produtos, além do Seguro de Vida dos produtores.

No Brasil, esse seguro cumpre um importante papel social e econômico, pois:

■■ Freia o êxodo rural, permitindo a continuidade das atividades do


trabalhador rural, devido à indenização recebida em caso de sinis-
tro, o que propicia a realização de investimentos produtivos.
■■ Minimiza a inadimplência do produtor rural com as instituições
financeiras que concedem o crédito rural, porque, mesmo com a
ocorrência do sinistro, haverá recursos para saldar a dívida adqui-
rida. Com isso, o custo do crédito fica reduzido para o produtor,
alavancando a produção agrícola brasileira.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 42


UNIDADE 4

OPERAÇÃO DO
SEGURO RURAL
O Seguro Rural, mais especificamente o Seguro Agrícola, é o ramo de seguro
sujeito ao maior número de riscos e é o de maior dificuldade de precificação.

O Seguro Rural possui peculiaridades que o diferem dos demais ramos


de seguros. A principal delas é a ocorrência cíclica dos eventos meteoro-
lógicos, que variam no decorrer dos anos. Com isso, para a precificação
correta desse tipo de seguro e para a mensuração do risco, não bastam
conhecimentos estatísticos e atuariais, mas há, também, a necessidade de
utilização de pesquisas agronômicas.

—— Mensuração do Risco
A mensuração do risco é muito difícil, no Brasil, pela falta de informações
Saiba mais históricas. Por isso, atualmente, utilizam-se experiências dos ressegurado-
res internacionais instalados no país. Esta prática, contudo, reduz a preci-
O Seguro Rural difere de são na taxação das apólices, devido à utilização de experiências de outros
outros Ramos, como Vida, países.
Saúde, Roubo, Incêndio e
Colisão, pois, nestes últimos, Atualmente, esse problema vem sendo reduzido com a utilização de dados
os sinistros podem ser eventos agrícolas e climáticos, pelos órgãos de pesquisa/pesquisadores, e o desen-
independentes. Ou seja, a volvimento de pesquisas sobre riscos agrícolas nas universidades.
ocorrência de um sinistro
Além disso, a SUSEP passou a solicitar dados estatísticos relativos a
não altera as probabilidades
cada ano-calendário para que seja possível acompanhar o resultado das
atribuídas à ocorrência de outros.
carteiras de Seguro Rural e verificar se as taxas estão adequadas aos
Por exemplo, o fato de um
riscos assumidos.
segurado ter falecido não altera
a probabilidade de que um outro O Seguro Rural exige grandes investimentos por parte das seguradoras
venha a falecer também. para que tenham condições técnicas de operar no ramo. Tanto na acei-
tação do risco quanto na liquidação de sinistro, algumas culturas neces-
Já o mesmo não ocorre no
sitam de inspeções individuais, acarretando o deslocamento de técnicos
Seguro Rural, no qual o fato de
das seguradoras, instaladas nos grandes centros, para lugares longínquos,
um segurado, por exemplo, ter
onde se encontram os objetos segurados. Por esse motivo, são poucas as
sua lavoura atacada por certa
seguradoras que operam esse seguro.
praga aumenta a probabilidade
de que a lavoura de um vizinho Para viabilizar suas operações, a maioria das seguradoras contrata empre-
venha a ser atacada pela mesma sas especializadas na aceitação e liquidação de Seguros Rurais, o que
praga. Isto também ocorre com pode tornar os prêmios do seguro superiores aos níveis aceitáveis pelo
outros tipos de eventos danosos, produtor. Conclui-se, com isso, que a extensão territorial do Brasil impõe
como seca, chuva excessiva, um custo operacional muito alto às sociedades seguradoras.
granizo, geada.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 43


UNIDADE 4

—— Produção
A produção do Seguro Rural (prêmios) vem crescendo em grande escala,
como podemos observar no gráfico a seguir.
PRÊMIO EMITIDO SEGURO RURAL – BRASIL (2005-2017)
EM MILHÕES DE REAIS
4.124,6

3.642,6

3.271,4

2.894,0

2.329,2

1.471,3

1.246,0
1.022,9 1.022,9

779,3
452,8

269,4 328,6

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados


supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP – 2018.

No entanto, tal crescimento ainda é pequeno se olharmos o desempenho do


agronegócio. Quando comparamos os prêmios arrecadados com o Seguro
Rural com os do mercado segurador nacional como um todo, verificamos
uma pequena participação desse seguro, como observamos no gráfico a
seguir. Portanto, ainda existe um grande potencial de crescimento.

PARTICIPAÇÃO DO SEGURO RURAL


NO MERCADO DE SEGUROS (1995-2017)
4,00%
3,76%

3,50% 3,42%

3,00%

2,50%

2,00% 1,96%

1,67%

1,50%

1,19%
1,09% 1,14%
1,03%
1,00%
0,74% 0,77%
0,61% 0,63% 0,68% 0,67%

0,50% 0,43%
0,28% 0,33% 0,33%
0,21% 0,27%
0,15% 0,20%

0,00%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados


supervisionados do entro de Estatística da SUSEP- 2018.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 44


UNIDADE 4

—— Distribuição dos Prêmios


A distribuição dos prêmios por região, no ano de 2017, deu-se da forma apresen-
tada na tabela a seguir

DISTRIBUIÇÃO DE PRÊMIOS POR REGIÃO (2017)

REGIÃO % DO PRÊMIO

Saiba mais Sul 40,38

Sudeste 26,06
Sugestão de leitura
Centro-Oeste 22,65
Distribuição de Prêmios
Nordeste 6,20
www.susep.gov.br
Norte 3,46

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos


mercados supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP (2017).

O Paraná (PR) foi o estado que mais arrecadou prêmios em 2017, com
19% do total, seguido do Rio Grande do Sul (RS), com 18,25%, e de São
Paulo (SP), com 13,08%. Estes três estados juntos representam 50,33%
de todo o prêmio emitido no Seguro Rural anualmente.

Analisando a produção do Seguro Rural por modalidade, em 2017, a


modalidade com maior volume de prêmio foi o Seguro Agrícola (englo-
bando as operações com e sem participação do FESR).

A segunda modalidade, em volume de prêmio, foi o Penhor Rural. Essas


duas modalidades juntas representam mais de 73% de todo o segmento
de Seguros Rurais, como mostra a tabela a seguir.

PRODUÇÃO DO SEGURO RURAL POR MODALIDADE (2017)

RAMO PRÊMIO DIRETO (R$) %


1101 / 1102 – Seguro Agrícola 1.872.466.356 45,40%
1162 / 1163 – Penhor Rural 1.049.166.450 25,44%
1198 – Seguro de Vida do Produtor Rural 839.987.793 20,37%
1130 – Seguro Benf. e Prod. Agropecuários 326.711.793 7,92%
1107 / 1108 – Seguro Florestas 17.046.811 0,41%
1164 – Seguros Animais 12.712.325 0,31%
1103 / 1104 – Seguro Pecuário 6.588.128 0,16%
1105 / 1106 – Seguro Aquícola 0 0,00%
1109 – Seguro da Cédula do Produto Rural 0 0,00%
Totais 4.124.678.656 100,00%

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados supervisiona-


dos do Centro de Estatística da SUSEP ( janeiro a dezembro de 2017).

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 45


UNIDADE 4

—— Sinistralidade do Seguro Agrícola


A tarifação do Seguro Agrícola é muito difícil no Brasil, por falta de dados
estatísticos e estudos climáticos. Portanto, pode haver uma grande varia-
bilidade nas sinistralidades, dependendo das ocorrências cíclicas dos
eventos meteorológicos, como podemos observar na tabela a seguir.
Esse é um dos principais motivos de as seguradoras necessitarem de
que haja a cobertura de resseguradores e do FESR para comercializar o
Seguro Agrícola.

VARIAÇÃO DE SINISTRALIDADE

ANO SINISTRALIDADE
1995 77
1996 80
1997 46
1998 156
1999 62
2000 117
2001 69
2002 227
2003 25
2004 267
2005 365
2006 29
2007 45
2008 40
2009 79
2010 6,5
2011 45
2012 83
2013 37
2014 18
2015 89
2016 76
2017 44

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados


supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP – 2018.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 46


UNIDADE 4

CONCEITOS
Começando pelo conceito de que o bem segurado pode englobar desde a vida
e o patrimônio do produtor rural até a safra, temos que ter em mente que, no
Seguro de Safra, o bem não é sempre o mesmo e que, no risco rural, lida-se com
a chance ou probabilidade de consequências desfavoráveis sobre organismos
vivos expostos a céu aberto, sobre os quais o produtor não tem controle.

—— Rural e Agrícola
No Brasil, sempre foi relativamente confusa a terminologia das atividades
que, direta ou indiretamente, exercem o papel de seguro para a ativida-
de agropecuária. É muito comum que muitos agricultores façam confusão
entre o Seguro Rural Privado e os programas governamentais, destacan-
do-se, entre eles, o PROAGRO.

O conceito de Seguro Rural Privado, tal qual é utilizado hoje em dia, con-
Rural sidera-se tratar do seguro operacionalizado por seguradoras, nas áreas
Conjunto amplo de seguros de Seguro Agrícola, Seguro de Penhor Rural, Seguro Pecuário, Seguro de
direcionados à agricultura Florestas e outras modalidades previstas, mas pouco exploradas.
e pecuária.
Agrícola A atividade do PROAGRO, que, por muitos, é considerada como Seguro
Subdivisão do Ramo de Seguro Rural Governamental (Agrícola), não deve ser entendida como Seguro
Rural, direcionado a culturas Rural do ponto de vista legal.
permanentes e temporárias.
A nova classificação dos ramos de seguros, determinada pela SUSEP, pre-
vê a existência do Grupo 11 (Rural/Animais), que abrange todos aqueles
seguros direcionados à agricultura e à pecuária. O Seguro Agrícola, por
sua vez, é tão somente um dos ramos participantes do grupo.

—— Custeio, Produção, Rendimento e Índice


Custeio Como o mercado está mudando, novas transações deverão exigir desenhos
Seguro limitado ao custo de im- alternativos na transferência de riscos e compensação de prejuízos. Embora
plantação, manutenção e colheita. já existam várias formas de comercialização, as que se encontram mais pre-
Produção sentes no mercado são:
Seguro atrelado ao montante físico
■■ Seguros de Custos (ou de Custeio) – o objeto do seguro é a inde-
colhido, normalmente medido em
toneladas, sacas ou arrobas. nização da despesa de custeio da safra, do preparo do solo à colhei-
ta. Esse seguro permite que, sobrevindo o sinistro, o agricultor tenha
Rendimento
recursos para o replantio (se a indenização ocorrer em tempo hábil)
Seguro que garante a produção
por hectare tanto contra risco físico ou, pelo menos, possa manter-se na atividade.
quanto de mercado. ■■ Seguro de Produção – o objeto do seguro é a indenização da perda
Índice de produção do agricultor. A perda de produção é a diferença entre a
Seguro de produtividade associado produção em quantidade (toneladas ou sacas por hectare), estimada na
a indicador regional. contratação da apólice, e a produção verificada por ocasião da colheita.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 47


UNIDADE 4

■■ Seguro de Rendimento – o objeto do seguro é a indenização


da perda de receita do agricultor por hectare cultivado. A perda
de receita é a diferença entre a receita esperada e a receita efeti-
va, obtida por ocasião da venda. A receita esperada depende da
produtividade física da lavoura (toneladas ou sacas por hectare)
e, também, do preço do produto, e ambos têm um forte compo-
nente aleatório. A receita esperada é, portanto, o produto de uma
promessa tecnológica (a produção futura) pelo preço futuro do
bem que vier a ser colhido. O ressarcimento é baseado no valor
das perdas que podem decorrer, tanto do risco físico da produção
quanto do risco de mercado.
■■ Seguro de Índice – o objeto do seguro é a indenização da perda
de produtividade, associada a um indicador regional. A perda é
estimada por meio de um índice que determina a quebra de pro-
dutividade (toneladas ou sacas por hectare) da região. A quebra é
determinada pelo confronto das produtividades estimada e efetiva.

—— Safra e Safrinha
Uma das principais características dos produtos agrícolas é a sazonalidade
Safra
É o período de colheita e, também, da produção, ou seja, sua oferta ao mercado é concentrada em épocas
o ciclo de desenvolvimento bem definidas do ano, devido a restrições impostas pelo clima aos cultivos
adequado de uma cultura agrícola. agrícolas. Vem daí o conceito de safra, nome que se atribui ao período de
Safrinha colheita e, também, ao ciclo de desenvolvimento da cultura. Normalmente,
Está associada à época antecipada a safra restringe-se a um período dentro de um ano, mas, em função das
ou adiada de plantio, em um características das culturas, pode variar, ocorrendo mais de uma safra por
período curto e pouco apropriado, ano (hortaliças), duas safras por ano (uvas de mesa) ou, ainda, uma safra a
em que a lavoura está mais exposta cada dois anos (café).
a riscos como geada, frio ou seca.
Muitas vezes, quando o produtor antecipa ou posterga o plantio ou con-
dução de uma lavoura, ele está expondo sua atividade a um risco climáti-
co, como geada, frio ou seca. É a chamada safrinha. No entanto, deve-se
esclarecer que toda a cadeia relacionada ao agronegócio deve respeitar
esse conceito de safra.

—— Zoneamento Agrícola
O zoneamento agrícola é um valioso instrumento de apoio à Política Agrícola
do Governo Federal, sendo fruto de um contrato firmado entre o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Fundação de Empreen-
Atenção dimentos Científicos e Tecnológicos (FINATEC/UnB).

O projeto inicial objetivava o desenvolvimento de estudos de regionali-


As seguradoras não aceitam zação dos sinistros climáticos no Brasil, visando minimizar as perdas na
riscos de áreas que estejam produção agrícola e disponibilizando ao produtor rural técnicas que permi-
fora do zoneamento agrícola. tiriam fugir de riscos climáticos oriundos do regime de chuva.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 48


UNIDADE 4

EXEMPLO DE MAPA DE ZONEAMENTO CLIMÁTICO


PARA UMA REGIÃO E UMA CULTURA

ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DA CULTURA DO FEIJÃO


NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CICLO MÉDIO
SOLO TIPO 1
SEMEADURA: 21 A 28/02

Favorável
Intermediária
Desfavorável
Inapta

Fonte: MAA/FINAJEC-UnB/EMBRAPA-CPAC-C-
NPMS/PESAGRO-RIO/ANEEL/INMET/SERLA –
www.embrapa.br, 2017.

Atualmente, sua finalidade é mais ampla e, com base em dados


técnico-científicos, oferece orientações de períodos de plantio por município,
por cultura e tipos de solo, de modo a evitar adversidades climáticas respon-
sáveis por perdas na agricultura. Assim, a minimização dessas perdas, em
razão da ocorrência de geadas, seca e outros eventos climáticos adversos,
elimina reflexos negativos no abastecimento e nos preços dos produtos.

Essas informações são divulgadas e disponibilizadas a associações de


produtores, entidades de assistência técnica e extensão rural, agentes
financeiros, cooperativas, secretarias de agricultura e entidades públicas/
privadas ligadas ao setor, inclusive seguradoras.

Com isso, as seguradoras tornaram-se mais conservadoras no momento


da taxação do seguro: quando o produtor rural não segue as orientações
do zoneamento, é possível que sua proposta de seguro não seja aceita.

Um dos maiores desafios do Seguro Agrícola no Brasil é reunir informação


e tecnologia organizadas, passo a passo, em protótipos que facilitem o
entendimento dos sistemas de produção pelos agentes seguradores.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o apoio


da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e de várias
outras organizações, desenvolveu um modelo de zoneamento agrícola

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 49


UNIDADE 4

que tem sido extremamente importante na redução de riscos e perdas.


Esse modelo define zonas homogêneas quanto à precipitação pluviomé-
trica, à capacidade de retenção de umidade dos solos e aos ciclos dos
cultivares. Essas zonas podem ainda ser homogêneas, se subdivididas em
função de outras características do solo.

Dentre as ferramentas necessárias à implementação de um programa de


Seguro Agrícola sustentável, o zoneamento agrícola é um dos pilares fun-
damentais, tanto no sentido de reduzir as perdas causadas por eventos
climáticos quanto no de melhorar o controle das operações e também
aumentar a produtividade, direcionando as safras às regiões mais
apropriadas para cada cultivo.

Saiba mais
O aquecimento da Terra nos próximos 100 anos requer uma tomada urgente de posi-
ção não apenas para tentar frear o efeito estufa. Por causa das alterações futuras no
clima do planeta, é preciso estar preparado para a mudança de zoneamento agrícola,
em que as culturas deverão migrar para regiões onde o cultivo possa ser sustentado.

RISCOS
A crescente alocação de capital e os riscos associados à tendência de
especialização do setor agropecuário têm criado exposição financeira
para a qual o seguro é indispensável. Ciclos de El Niño, La Niña, furacões,
geadas e inundações estão tornando a produção agropecuária menos
previsível para o produtor rural, para o mercado de ­commodities, para a
indústria de processamento de alimentos e para os consumidores, criando
demandas crescentes para a transferência de risco.

Uma peculiaridade do Seguro Agrícola consiste na definição de unidade


segurada, que dependerá do tamanho da propriedade e irá afetar a taxa
de prêmio necessária para manter um programa atuarialmente viável.

Há duas modalidades mais conhecidas:

■■ Quadra ou talhão – refere-se à possibilidade de o produtor segu-


rar cada unidade separadamente, o que torna o seguro mais van-
tajoso ao produtor, principalmente em grandes propriedades.
■■ Toda a propriedade – refere-se a todas as quadras ou talhões
operados por um produtor, considerados uma única unida-
de. Em outras palavras, todos os hectares plantados com
uma cultura segurável, operados por um produtor, devem
ser segurados.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 50


UNIDADE 4

Portanto, tendo em mente que todos os riscos não são iguais e que riscos
diferentes requerem modos diferentes de distribuição, costuma-se classifi-
car, genericamente, os eventos em não correlacionados e correlaciona-
dos ou, ainda, intermediários.

—— Riscos Não Correlacionados


São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma indepen-
dente. São situações em que os riscos não se comunicam, gerando per-
das pontuais, pois nem todos, em uma mesma região, experimentam ocor-
rências iguais ao mesmo tempo, podendo ser efetivamente gerenciados.

As experiências mostram que os mercados de seguros, de maneira geral,


estão mais bem adequados à distribuição de riscos não correlatos. É o caso,
por exemplo, de automóveis e danos à propriedade devido a fogo e vendaval,
enquanto, no Seguro Agrícola, temos o exemplo clássico das tempestades
de granizo. As seguradoras, normalmente, trabalham melhor quando riscos
independentes estão agregados para tomar vantagem sobre os princípios
básicos de diversificação, pois, ao agregar riscos similares independentes em
um único pacote de seguro, reduz-se a perda variante.

Nesses casos, a contribuição financeira do governo é dispensável, sendo


mais importante que ele exerça suas funções clássicas de disseminar infor-
mações, garantir o cumprimento dos contratos, defender a concorrência e
proteger o consumidor, regulando e fiscalizando as seguradoras, especial-
mente na definição de parâmetros técnicos.

—— Riscos Correlacionados
São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma generalizada.
São situações em que os riscos são interdependentes e aos quais, portanto,
os tradicionais mecanismos de redução do risco global não se aplicam.

Na realidade, são o calcanhar de aquiles do Seguro Rural. Sinistros de


natureza catastrófica, como seca, geada e pestes, podem atingir deze-
nas de municípios e milhares de produtores.

Em se tratando de Seguro Agrícola, deve-se analisar um efeito impor-


tante e complicado que é o aumento na capacidade de previsão de
eventos sazonais extremos. Em alguns casos, com muitos meses de
antecedência, como os fenômenos El Niño e La Niña. Esses eventos de
natureza generalizada também têm característica sistêmica, pois, além
de ocorrerem com certa frequência e causarem prejuízos que afetam
não somente uma região, repetem-se de tempos em tempos.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 51


UNIDADE 4

São os sinistros que, conforme sua magnitude, podem determinar o com-


prometimento da atividade financeira de uma seguradora ou do próprio
sistema de seguro, pois são abrangentes e, ao mesmo tempo, implicam
perdas extraordinárias.

Nesse caso, a participação do Governo na partilha do risco torna-se


recomendável, como forma de estimular o desenvolvimento do mercado
de seguro privado, atuando somente quando estritamente indispensável
e de forma a minimizar distorções na alocação de recursos da sociedade,
sem se transformar em um mecanismo de transferência de renda a grupos
de seu interesse.

—— Riscos Intermediários
Alguns desastres naturais não são nem altamente independentes, nem
altamente correlacionados. São os chamados riscos intermediários que,
teoricamente, aumentam o custo marginal do seguro, reduzindo sua oferta.

Esses riscos, como enchentes, terremotos, furacões, requerem um trata-


mento diferenciado, que exige maior compreensão e conhecimento (tan-
to de perdas quanto administrativo), fundamentais no cálculo de custos,
como no carregamento de reservas, no carregamento catastrófico e no
cálculo de taxas de prêmio e sinistros.

Lembre-se No caso hipotético de um furacão se aproximando, os seguradores pode-


riam ir ao mercado de capitais para comprar cobertura extra.
Riscos não
correlacionados Para riscos intermediários, os custos históricos de perdas podem não ofe-
recer estimativas precisas. Eventos de baixa frequência e de alta conse-
Riscos independentes, com
quência podem facilmente ser subestimados ou superestimados durante
perdas pontuais.
o período histórico usado para desenvolver os custos de perdas, sendo
Riscos correlacionados necessários muitos anos de indenizações e prêmios para avaliar a sinistra-
lidade. Deve-se, também, acrescentar a este fato que falhas de informação
Riscos interdependentes, com
podem levar ao risco moral e à antisseleção.
perdas generalizadas.

Riscos intermediários
Eventos de baixa frequência e
alta consequência.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 52


UNIDADE 4

PREMISSAS
Para compreender o gerenciamento do risco rural, é preciso entender bem
Atenção o ambiente do mercado. É necessário, ainda, perceber que, em se tratando
de riscos rurais, a falta de um sistema confiável e massificado causa um
Premissas básicas em que problema social, com efeitos nefastos para toda a economia primária e
as seguradoras se apoiam áreas correlatas. Entre as causas do êxodo rural, está essa deficiência, pois
no Seguro Rural: o Estado acaba arcando com um custo de refinanciamento muito grande.
■■ Redução do risco. Além desse, há mais dois problemas fundamentais neste setor:

■■ Reconhecimento de riscos ■■ Oferta – é restrita devido ao vultoso risco envolvido, o que acaba
não seguráveis levando as empresas privadas a fugir do negócio.
■■ Capacidade financeira. ■■ Demanda – a realidade, que é de grande procura pelo seguro,
sofre, por vezes, distorções em função do alto custo do prêmio.
Uma estrutura que implica custos maiores exige preços mais altos. A taxa
do prêmio, portanto, é elevada. O negócio é de maturação lenta e, para
uma carteira de Seguro Agrícola apresentar resultados, são necessários
cinco anos em média.

A saída apontada por muitos operadores do mercado é a participação


governamental, não mais como o ator que gere o negócio, mas participando
como indutor do crescimento, lembrando que, estrategicamente, o Seguro
Agrícola tem papel de extrema importância para a segurança alimentar.

A solução para os gargalos de oferta e demanda utilizada no Brasil é a


mesma que todos os governos de destaque no mundo já consolidaram:
o subsídio ao prêmio (já existente no Brasil) e um fundo de catástrofe (em
processo de criação no Brasil) para amenizar as perdas das seguradoras
em situações de calamidade.

No que se refere à iniciativa privada (seguradoras), estas devem ter grande


atenção às premissas de redução do risco, reconhecimento de riscos não
seguráveis e capacidade financeira.

—— Redução do Risco
É a minimização do risco utilizando tecnologias associadas ao processo de
cultivo, também chamadas de “práticas agrícolas”, e a perfeita definição de
“onde se deve plantar” e “quando se deve plantar”. O objetivo é reduzir
as restrições impostas por fatores naturais e geográficos. Questões como
esta estão contempladas na seção “Zoneamento Agrícola” deste material.

Alguns exemplos são as pragas e doenças contagiosas quando houver


prevenção ou tratamento. Deve-se dispender o que for necessário para
prevenir sua instalação e disseminação, mas não para indenizar aqueles

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 53


UNIDADE 4

que, por negligência, deixarem de tomar as medidas preventivas. O segu-


ro não pode desestimular a prevenção, até porque os seguros de
lavouras no Brasil não indenizam estes eventos, salvo o PROAGRO e
eventuais riscos previamente negociados com as seguradoras.

—— Reconhecimento de Riscos
Não Seguráveis
Prevenir-se contra a ocorrência de sinistros é sempre mais barato do que
remediar seus efeitos. É o caso de haver riscos onde a atividade não seja
recomendada por não conter os pressupostos mínimos de segurabili-
dade, ou seja, atividades que não são passíveis de serem seguradas.
Assim, os métodos utilizados em taxação do Seguro Rural, especificamen-
te do Agrícola, dependem do tipo de cobertura e dos dados disponíveis.

A taxação agrícola pode ser baseada no histórico de perdas do seguro ou,


para novos seguros, no histórico de perdas de produtividade.

A experiência tem mostrado que o modelo mais adequado é taxar o risco,


mas, como em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, tais dados não
existem, torna-se necessário contar com a larga experiência de ressegu-
radores internacionais que têm conhecimento sobre a natureza do risco
associada à suscetibilidade de perdas de cada cultura.

Caso não seja possível examinar ou estimar os custos de perda física ou


por meio do histórico de indenizações, utilizando-se dados climáticos con-
fiáveis, dentro de níveis aceitáveis de confiança e avançadas técnicas esta-
tísticas, o risco pode se tornar não segurável.

—— Capacidade Financeira
A regulamentação do setor, feita pela SUSEP, limita o grau de exposição
das seguradoras à capacidade de suportar as altas perdas que podem
ocorrer no risco rural.

Apesar de muitas seguradoras perceberem a necessidade de oferecer mais


opções para o gerenciamento de preços de commodities, flutuações de
receita e riscos de produção, os próprios contratos de resseguro estabe-
lecem limites ao valor das coberturas em áreas sujeitas a um determinado
tipo de fenômeno climático como forma de atender às exigências do agro-
negócio. Com isso, esses contratos evitam a concentração e salvaguardam
a capacidade financeira das seguradoras (e das resseguradoras) ao aplicar
métodos científicos de taxação no desenvolvimento de taxas com base em
sua longa experiência em outras regiões e culturas correlatas.

O risco rural pressupõe conhecimento do mercado, com o objetivo de


reduzir a exposição ao risco, identificando riscos não seguráveis e limitan-
do o risco à capacidade dos tomadores.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 54


UNIDADE 4

CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS


SEGURÁVEIS – RISCOS
RURAIS
Em linhas gerais, para que um risco seja segurável na carteira Rural, ele
deve apresentar as mesmas condições que qualquer outro tipo de seguro:
Vamos fazer uma breve revisão a seguir.

—— Lei dos Grandes Números


A Lei dos Grandes Números diz que, quanto maior a amostragem, mais
perto da realidade será o resultado alcançado. No Seguro Rural, essa lei
proporciona uma previsão bastante confiável das futuras perdas, evitando,
assim, a antisseleção de riscos.

—— Acidental
As perdas devem ocorrer como resultado de situações inesperadas
não intencionais.

Espera-se que o produtor que opta pelo seguro mantenha-se compromis-


sado com as práticas técnicas e culturais mais conhecidas e recomenda-
das, sem direito a improvisações. Sob o ponto de vista do seguro, esta
tendência humana a arriscar-se mais, a partir do momento em que o risco
envolvido nas atividades foi, em parte, repartido com as seguradoras (“rela-
xamento”), chama-se risco moral.

Portanto, deve-se tomar muito cuidado, pois o risco moral é uma ameaça real.

—— Mensurável
Sob a ótica do Seguro Agrícola, o desenvolvimento de uma planta é um
processo influenciado por uma enorme quantidade de fatores.

Considerando que as perdas precisam ser mensuráveis e determinadas a


partir de níveis aceitáveis de confiança, isso significa dizer que a perda deve
ser definida por uma causa, tempo, lugar e quantidade. Assim, reforça-se a
necessidade de qualificação na aceitação do risco, bem como na mensu-
ração das perdas, evitando que sejam superestimados ou subestimados.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 55


UNIDADE 4

—— Independente
Se as perdas forem positivamente correlacionadas entre as unidades de
seguro e o risco for tomado por sistêmico, a Lei dos Grandes Números não
se aplica, pois as perdas anuais serão extremamente variáveis, podendo
ser grandes o suficiente para ameaçar a solvência do mercado. São as
chamadas perdas catastróficas.

Classicamente, a produtividade não é segurável porque as perdas são cor-


relatas. Muitos riscos com componentes catastróficos violam a condição
de independência do seguro, tornando as perdas correlatas. Quando isso
acontece, há duas maneiras para se segurarem esses prejuízos: ressegu-
ro e extensão geográfica.

—— Provável
Para desenvolver uma taxa de prêmio, deve-se estimar tanto a média de
frequência quanto a média de severidade das perdas. A baixa frequência,
aliada à alta severidade dos riscos catastróficos, apresenta sérios desafios
na determinação da taxa do prêmio, ou seja, a probabilidade de perda
tende a tornar-se incalculável. Soma-se, ainda, o fato de que circunstân-
cias geográficas e meteorológicas diferem de região para região, que o
risco rural de um país não exibe uma organização uniforme e um mesmo
estágio de desenvolvimento e que as probabilidades de perda também
serão diferentes.

—— Viável
Para que os prêmios sejam suportáveis, a probabilidade de ocorrência do
evento deve ser moderada.

Normalmente, os riscos rurais apresentam níveis altos de probabilidade, e


as perdas podem se transformar em uma despesa padrão do negócio, em
vez de um risco a ser transferido.

Quando o risco possui alta frequência e baixa severidade, os custos da


transação serão tão altos que os prêmios não serão economicamente viá-
veis, pois o fator distância, inerente aos riscos rurais, também é um fator
que inviabiliza a operação.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 56


UNIDADE 4

MECANISMOS DE
TRANSFERÊNCIA DO RISCO
De modo geral, o agricultor não faz uso em larga escala do seguro como
ferramenta para sua administração de riscos.

No entanto, não sendo possível evitar o risco em sua integralidade, você


verá a seguir que há vários mecanismos para sua diluição e partilha.

—— Diversificação
Embora este item já tenha sido analisado como um princípio do seguro, trata-
-se, na realidade, também de um mecanismo de proteção. Ao partilhar o risco
entre o maior número de produtores, aqueles produtores que não sofrerem
o risco contribuem com uma pequena parcela para a cobertura das grandes
perdas dos demais. É o que chamamos de princípio do mutualismo, muito
compreendido no meio rural, berço do sistema cooperativo nacional.

—— Franquia
Uma das formas de tornar o prêmio economicamente viável decorre de o
produtor preferir aceitar uma pequena e consistente parcela de perda a
enfrentar o risco de uma grande perda não desejável, mas possível. Com
a participação no risco, o produtor tem um incentivo para evitar o sinistro e
reduz, assim, o risco moral.

Devido ao alto risco das atividades que envolvem o Seguro Rural, os pro-
dutos comercializados apresentam, obrigatoriamente, opções com fran-
quias altas, bem como outros mecanismos de participação no risco.

—— Redução do Prêmio
É difícil vender um produto para alguém que não faz planos de comprá-lo. E,
muitas vezes, é exatamente esse o desafio do Seguro Rural. Aquele produ-
tor que elege o seguro como uma de suas prioridades, destacando-o como
item no orçamento da lavoura, não corresponde ao perfil médio da classe.

Mudanças nesse cenário, entretanto, parecem inevitáveis. Cada vez mais,


vem sendo exigida habilidade gerencial daqueles que administram uma pro-
priedade rural. É preciso conciliar técnicas de produção agropecuária, gestão,
finanças e mercado, sendo este mais um motivo pelo qual os custos adminis-
trativos e os riscos devem ser minimizados ao máximo. Esta tendência deve
trazer para o mercado segurador não somente aquelas áreas com maior inci-
dência de sinistros, mas também aquelas com histórico de perdas menores.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 57


UNIDADE 4

É exatamente o aumento do volume e a qualificação dos riscos aceitos


o que poderá proporcionar a redução do prêmio cobrado dos clientes. A
participação governamental subsidiando o prêmio do seguro rural é um
importante instrumento de apoio a essa operação.

—— Cosseguro
Tendo em vista as dimensões continentais de nosso país, e com o objetivo
de compatibilizar os riscos maiores da concentração espacial com custos
mais baixos, podem-se regionalizar as operações, garantindo-se custos
operacionais menores. Este é o princípio do cosseguro: dividir o risco entre
vários seguradores, cada um limitando sua exposição ao risco de determi-
nada região a uma percentagem pequena de sua carteira. Na prática, isso
solucionaria, inclusive, a distribuição dos riscos correlacionados, trazendo
também maior eficiência da especialização regional.

—— Resseguro & FESR


Sendo resseguro o seguro comprado por seguradores primários para
transferir o risco existente em seu negócio, comprando resseguro a segu-
radora garante sua solvência.

Atualmente, o resseguro vem cumprindo seu papel na viabilização das


operações de Seguro Rural no Brasil, seja por intermédio da retrocessão,
seja do resseguro internacional.

O FESR, ao ser criado, levou o Seguro Rural para muito próximo de sua
universalização, tornando possível diluir riscos ao longo do tempo, permi-
tindo que as seguradoras lançassem mão dos recursos para liquidar inde-
nizações em anos de alta sinistralidade. No entanto, o que vemos hoje
são as grandes limitações do Fundo, que consistem no pequeno volume
de dinheiro em caixa, insuficiente para cobrir operações em um país de
dimensões continentais como o Brasil.

—— Consórcio
Considerando que o Seguro Rural se apresenta como um risco de nature-
za catastrófica, desconhecido e, por isso, com taxas muito altas, aliado a
um alto custo operacional, o mercado segurador ainda não se sente atraí-
do a estabelecer consórcios. Uma opção que permitiria partilhar esse risco
seria criar uma associação de seguradores.

A associação seria um mecanismo de transferência de risco, como existe,


atualmente, no consórcio que opera o Seguro de Danos Pessoais causa-
dos por Veículos Automotores (DPVAT), em que todos os prêmios vão para

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 58


UNIDADE 4

um fundo comum, para cobrir as indenizações, e o lucro ou o prejuízo são


rateados entre as empresas participantes, na proporção do valor das apóli-
ces vendidas. A fim de que haja um bom funcionamento, os custos devem
ser uniformes, e qualquer uma dessas empresas pode ser procurada para
pagamento de uma indenização.

Para que uma solução como essa fosse aplicada ao Seguro Rural, seria,
provavelmente, necessário que o mercado homogeneizasse as coberturas
oferecidas. Além disso, seria preciso reduzir, ao máximo, os custos indivi-
duais de cada seguradora antes da montagem do pool.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 59


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta


1. Com as mudanças de mercado, o Seguro Rural deverá oferecer novos
formatos de transferência de riscos. O Seguro de Rendimento é um for-
mato bastante utilizado pelo mercado brasileiro. Podemos defini-lo como:

I) O seguro que garante a produção por hectare, tanto contra risco


físico quanto de mercado.
II) Um seguro de produtividade associado a indicador regional.
III) Um seguro limitado ao custo de implantação, manutenção e colheita.
IV) Um seguro que garante um título emitido pelo produtor rural.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(d) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições falsas.

2. Sobre a classificação dos ramos de seguros, determinada pela SUSEP,


podemos afirmar que:

I) Define-se Seguro Rural como o conjunto de ramos direcionados à


agricultura e à pecuária.
II) Define-se Seguro Agrícola como um conjunto amplo de ramos dire-
cionados exclusivamente à agricultura.
III) O Seguro Agrícola é um ramo para culturas permanentes e temporárias.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições falsas.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 60


FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s)


3. Nos desenhos alternativos de transferência de risco rural por meio de
seguro, uma das formas de comercialização atualmente disponível é o
__________________. O produtor rural também dispõe de um seguro de
rendimento, associado a indicador regional, que é o __________________.

(a) Seguro Safra e Safrinha / zoneamento


(b) Seguro de Produção / seguro de índice
(c) Seguro Safra e Safrinha / Seguro de Rendimento
(d) Seguro de Produção e Custeio / Seguro de Rendimento
(e) Seguro de Renda / Seguro de Granizo

4. A crescente alocação de capital na agricultura e a crescente demanda


para transferir os riscos a ela associados acarretam uma especialização do
mercado segurador, cujos mecanismos tradicionais de redução de risco
não se aplicam, pois as experiências têm mostrado que os mercados estão
mais bem adequados para distribuição de riscos __________________.

Em se tratando de Seguro Agrícola, deve-se analisar um efeito importante


e complicado que é o decorrente aumento na capacidade de previsão de
eventos que ocorrem de forma generalizada, também denominados riscos
__________________.

(a) correlatos / não correlatos


(b) não correlatos / genéricos
(c) intermediários / correlatos
(d) não correlatos / correlatos
(e) intermediários / não correlatos

5. Como o produtor rural tem conhecimento e noção do risco inerente


à atividade agrícola, normalmente não admite o seguro como ferramen-
ta para sua administração. Em não sendo possível evitar o risco em sua
integralidade, há vários mecanismos para sua diluição e partilha com o
mercado segurador privado. Uma das formas é quando o produtor aceita
uma pequena parcela de perda, denominada ________________. Outro
mecanismo é o aumento do volume e a qualificação dos riscos aceitos, que
podem proporcionar a __________________ do prêmio cobrado. Tam-
bém é viável reduzir o risco a uma pequena percentagem da carteira das
seguradoras, pela prática do ________________.

(a) franquia / redução / cosseguro


(b) franquia / viabilidade / resseguro
(c) franquia / diversificação / resseguro
(d) consórcio / diversificação / resseguro
(e) consórcio / redução / cosseguro

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 61


FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa correta


6. No Seguro Rural, devido aos seus diferentes modos de distribuição,
classificamos os riscos de forma diferenciada. Chamamos de riscos não
correlacionados aqueles que:

(a) São interdependentes e produzem perdas generalizadas.


(b) São independentes e produzem perdas pontuais.
(c) Geram eventos de baixa frequência e de alta consequência.
(d) São limitados aos custos de implantação da colheita.
(e) São atrelados a um indicador regional.

7. O Seguro Rural possui peculiaridades que o diferem dos demais ramos


de seguros. A principal delas é o(a):

(a) Inexpressivo índice de sinistralidade.


(b) Costumeira alta frequência e baixa severidade dos sinistros.
(c) Ocorrência cíclica dos eventos meteorológicos, que variam no decor-
rer dos anos.
(d) Seu reduzido custo operacional.
(e) Não utilização de pesquisas agronômicas.

8. “Alguns riscos, teoricamente, aumentam o custo marginal do seguro,


reduzindo sua oferta.” Estamos nos referindo a:

(a) Riscos intermediários.


(b) Riscos não correlacionados.
(c) Riscos correlacionados.
(d) Riscos de oferta.
(e) Riscos de demanda.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta


9. Uma das principais características da produção agrícola é a sua sazona-
lidade. A safrinha ocorre quando o produtor:

I) Antecipa o plantio de uma lavoura.


II) Colhe duas safras por ano.
III) Posterga o plantio de uma lavoura.
IV) Colhe uma safra a cada dois anos.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 62


FIXANDO CONCEITOS

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente IV é proposição verdadeira.
(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

Marque a alternativa correta


10. Tratando-se de conceitos, no Seguro Rural, o bem segurado pode
englobar desde a vida e o patrimônio do produtor rural até a safra. Sobre o
Seguro de Safra, podemos dizer que o bem segurado:

(a) É sempre o mesmo.


(b) Está sempre protegido das intempéries.
(c) Sempre apresenta valores constantes.
(d) Apresenta valores constantes em função da igualdade das safras.
(e) Não tem cobertura para secas.

11. O gerenciamento do Seguro do Risco Rural é complexo, e problemas


podem gerar efeitos negativos para toda a economia primária. Além disso,
existem mais dois grandes problemas fundamentais nesse setor, que são a
oferta e a demanda. A partir desse contexto, podemos afirmar que:

(a) O Seguro Rural, hoje, exige uma estrutura com custos maiores, acar-
retando uma taxa de prêmio elevada.
(b) O Seguro Rural é uma carteira de maturação imediata.
(c) Uma carteira de Seguro Agrícola apresenta resultados logo no pri-
meiro ano.
(d) A oferta é bastante elevada, pois todas as seguradoras operam nes-
te segmento.
(e) A demanda é grande, pois as taxas do seguro são baixas.

12. Todo seguro tem que ter definido, em seu escopo, qual o risco segu-
rado. No Seguro Rural, chamamos risco de unidade segurada aquele
que dependerá do tamanho da propriedade. Uma das modalidades mais
conhecidas de unidade segurada é:

(a) O Seguro de Custeio. (d) Safra.


(b) Quadra ou talhão. (e) O Seguro de Produtividade.
(c) Zoneamento.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 63


RAMOS do
05 SEGURO RURAL
UNIDADE 5

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Descrever as características de cada um dos principais
ramos que compõem a carteira de Seguro Rural.
INTRODUÇÃO

MODALIDADES DO
SEGURO RURAL

FIXANDO CONCEITOS 5

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 64


UNIDADE 5

INTRODUÇÃO
A SUSEP estabeleceu que os ramos ligados aos riscos rurais estariam
enquadrados dentro do Grupo 11 (Rural / Animais). Os riscos rurais estão
englobados nos seguintes Ramos de Seguro:

■■ Agrícola com Cobertura do FESR.


■■ Agrícola sem Cobertura do FESR.
■■ Animais.
■■ Aquícola com Cobertura do FESR.
■■ Aquícola sem Cobertura do FESR.
■■ Benfeitoria e Produtos Agropecuários.
■■ Cédula do Produto Rural.
■■ Florestas com Cobertura do FESR.
■■ Florestas sem Cobertura do FESR.
■■ Pecuário com Cobertura do FESR.
■■ Pecuário sem Cobertura do FESR.
■■ Penhor Rural.
■■ Vida do Produtor Rural.

Atenção
À exceção do Seguro de Animais, todos os demais ramos possuem alíquota zero do
imposto cobrado nas operações financeiras (IOF).

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 65


UNIDADE 5

MODALIDADES DO
SEGURO RURAL

—— Seguro Agrícola
Esse seguro cobre as explorações agrícolas contra perdas decorren-
tes de fenômenos meteorológicos.

Ele cobre basicamente a vida da planta, desde a sua emergência ou flo-


ração até a colheita, contra um ou vários riscos de origem climática, como
incêndio e raio, tromba-d’água, ventos fortes, granizo, geada, chuvas
excessivas, seca e variação excessiva de temperatura, dependendo da
forma de comercialização.

Algumas seguradoras também cobrem danos decorrentes de doenças e/


ou pragas, desde que não existam métodos difundidos de combate, con-
trole ou profilaxia.

Importante
O Seguro Agrícola contratado no Brasil não tem previsão de cobertura para doenças e
pragas. Eventualmente, essas situações poderão ser inseridas na cobertura mediante
o pagamento de prêmio adicional e apenas para situações para as quais não existam
vacinas, pulverização ou controles

—— Seguro de Granizo x Seguro


Multirrisco
Existem, atualmente no Brasil, dois tipos de cobertura disponíveis para
contratação, o Seguro de Granizo e o Seguro Multirrisco, os quais são
linhas de Seguro Agrícola que já se encontram bem estabelecidas.

Uma das linhas de Seguro Agrícola mais antigas é o Seguro de Granizo,


que cobre perdas ocasionadas por tempestade de granizo, cuja apólice
padrão indeniza um valor de cobertura por unidade segurada, aliado a um
dedutível mínimo.

Já os programas de Multirrisco preveem cobertura para causas não evitáveis


de perda de produção, em especial os casos de clima adverso (seca, chuvas
excessivas, geadas, incêndio, raio, tromba-d’água, ventos fortes). A alta cober-
tura do Seguro Multirrisco se reflete no preço: são cobradas altas taxas e aplica-
dos altos dedutíveis (Franquias e Participação Obrigatória do Segurado – POS).

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 66


UNIDADE 5

Riscos Cobertos
No Seguro de Granizo, temos apenas um único evento coberto. Normal-
mente, é um seguro de custeio.

No Seguro Multirrisco, temos vários eventos cobertos, especialmente o


risco de clima adverso, o que pode garantir custeio e produtividade. Esse
seguro é muito comum no mercado norte-americano, onde é chamado de
­Multiple Peril Crop Insurance (MPCI). As principais características do Segu-
ro Multirrisco são:

■■ Riscos cobertos.
■■ Incêndio e raio.
■■ Tromba-d’água.
■■ Ventos fortes e ventos frios.
■■ Granizo.
■■ Chuvas excessivas.
■■ Seca.
■■ Geada.
■■ Variação de temperatura.
As principais aplicações de cada um dos tipos de seguro apresentados
estão listados no quadro a seguir.

APLICAÇÕES DOS TIPOS DE SEGUROS

CULTURAS TIPO DE SEGURO

Grãos ■■ Multirrisco (Seca, Chuva Excessiva, Granizo,


Geada, Vendaval, Variação Brusca de
temperatura);
■■ Granizo;
■■ Geada.

Frutas/Hortaliças ■■ Granizo
■■ Geada.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 67


UNIDADE 5

Período de Cobertura
Compreende do plantio à colheita, des-
de que contratada a cobertura integral
(Replantio e Produção). Caso a cobertura
de Replantio não tenha sido contratada, o
seguro terá eficácia a partir da emergên-
COBERTURA
cia da planta ou ainda quando a lavoura
tiver uma altura mínima estabelecida pela
seguradora.

Processo de Formação
de Prêmio
O custo do seguro, ou prêmio de seguro,
será calculado com base no valor segu-
rado. A taxa de risco corresponde a um
percentual sobre esse valor e varia de acordo com os seguintes fatores
inter-relacionados:

■■ Tipo de cultura.
■■ Região geográfica.
■■ Nível de cobertura desejado pelo agricultor.
■■ Coberturas contratadas.

Vigência do Seguro
Início: o seguro tem início a partir da data da transmissão da proposta à
Seguradora, desde que respeitando o zoneamento agrícola e composta
dos devidos anexos, como croqui e as respectivas assinaturas nos termos
das subvenções, quando houver.

Término: o seguro se encerra com o término da colheita. É importante desta-


car os prazos máximos de vigência, que dependerão da cultura a ser segura-
da, podendo ser classificadas como culturas perenes ou culturas temporárias.

Período de Carência
Poderá ser estabelecido, a critério da seguradora, um período de carência
Importante como forma de evitar a ocorrência da antisseleção de risco, ou seja, contra-
tação do seguro quando haja previsão de ocorrência de eventos cobertos.
É fundamental informar ao
produtor rural corretamente Exemplo: previsão de geada em dois dias depois de divulgado pelo Insti-
sobre o período de carência, tuto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
incentivando-o a contratar
Nessa hipótese, portanto, não serão considerados indenizáveis sinistros
o seguro antecipadamente,
ocorridos durante o período de carência.
antes mesmo do plantio.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 68


UNIDADE 5

Exigências para Aceitação de Risco


As seguradoras, normalmente, aceitam apenas as propostas que se enqua-
drem dentro de premissas especificadas, como as elencadas a seguir.

Zoneamento agrícola do MAPA


A lavoura deverá ser plantada dentro do período especificado pelo
zoneamento agroclimático elaborado pelo Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para cada região, cultivo e
ano agrícola;

Área total plantada


No Brasil, é comum a exigência de que seja segurada a área total
plantada da cultura referente à propriedade rural especificada na
proposta de seguro. Em caso de sinistro, se verificado que esse
requisito não foi cumprido, aplicar-se-á o rateio na indenização,
pagando-se proporcionalmente à área contratada.

Porém é possível, mediante negociação prévia com a Seguradora,


a contratação do seguro apenas de parte da área plantada.

Vistoria prévia
Obrigatória para culturas implantadas. O objetivo da vistoria prévia é
diagnosticar eventuais prejuízos ocorridos anteriormente à contrata-
ção do seguro, bem como comprovação de informações dispostas
na proposta de seguro, irregularidades que possam ocorrer no trato
da lavoura e demais informações técnicas relevantes à contratação.

Aplicação
Seguro Multirrisco
Exemplo Numérico – Cultura de Soja:
Área – 150 hectares
Produção Média – 49 sacas por hectare
Nível de Cobertura – 60%
Produção Garantida – 150 × 49 × 60% = 4.410 sacas
Valor da Saca – R$ 25,00 por saca
Importância Segurada – 4.410 sacas × R$ 25,00 = R$ 110.250,00
Sinistro – seca
Franquia – Não há
Produção Obtida – 4.042 sacas (ou 26,9 sacas por hectare)
Perda – 368 sacas
Indenização – R$ 9.200,00

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 69


UNIDADE 5

—— Seguro de Animais
O Seguro de Animais é aquele que tem por objetivo garantir o pagamento
Atenção de indenização em caso de morte de animais de elite.

O Seguro de Animais e o Entende-se como animal de elite aquele destinado à participação em


Seguro Pecuário têm objetos de torneios, provas esportivas e exposições, bem como o animal destinado
seguro diferentes. exclusivamente à coleta de sêmen e transferência de embriões para fins
comerciais.
Leia atentamente as

——Seguro Pecuário
informações ao lado, liste e
entenda, uma a uma,
essas diferenças.
Esse seguro garante indenização por morte de animais (bovinos, equinos,
ovinos, caprinos, suínos) em consequência de acidentes e doenças.

Também tem o objetivo de garantir o pagamento de indenização em


caso de morte de animal destinado, exclusivamente, ao consumo,
produção, cria, recria, engorda ou trabalho por tração.

Os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de sêmen


ou transferência de embriões, exclusivamente com a finalidade de incre-
mento e/ou melhoria de plantéis próprios de animais de produção, estão,
igualmente, enquadrados na modalidade de Seguro Pecuário.

—— Seguro Aquícola
Esse seguro garante indenização por morte de animais aquáticos (pei-
xes, crustáceos) em consequência de acidentes e doenças.

O termo aquicultura pode ser definido como a produção de organismos


aquáticos vivos em cativeiro.

A aquicultura comercial é uma das classes de negócio agrícola mais recen-


tes. Novas técnicas e materiais estão permitindo que esse setor se desen-
volva por todo o mundo, desde em mar aberto até em lagos ou fazendas
agrícolas distantes de rios, cuja produção fica altamente exposta.

Existem coberturas all risks ou riscos nomeados, dependendo da situação


e das exigências do ressegurador. No Brasil, a cobertura mais comum é a
de Riscos Nomeados.

Os riscos cobertos, normalmente, incluem tempestades, marés, avalan-


ches, deslizamentos, inundação, danos por excesso de chuva, algas, polui-
ção, pestes, roubo, colisão, doenças e outros riscos naturais.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 70


UNIDADE 5

—— Seguro de Benfeitorias e
Produtos Agropecuários
Esse seguro garante todo o patrimônio nos limites da propriedade, cobrin-
do construções, instalações ou equipamentos fixos, produtos agropecuá-
rios depois de removidos do campo de colheita ou estocados, produtos
pecuários, veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e seus
implementos contra os riscos de incêndio, raio ou explosão, ventos fortes,
impacto de veículo de qualquer espécie, desmoronamento, roubo ou furto,
que não tenham sido oferecidas em garantia de operações de crédito rural.
Via de regra, é obrigatória a contratação da cobertura básica de Danos Físi-
cos ao Bem (DFB) e necessária vistoria prévia para a aceitação dos Riscos,
quando não forem novos ou zeros ou ainda a critério de cada seguradora.

O produto, além da cobertura básica, oferece também coberturas acessó-


rias como: Danos Elétricos, Operações em proximidade d`água, Respon-
sabilidade Civil, Perda ou Pagamento de Aluguel, entre outras coberturas,
dependendo da conveniência da Seguradora.

Atenção
Seguro de Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas
Recentemente, houve uma revisão em relação ao seguro de Riscos Diversos (a
partir da Circular SUSEP nº 417/2011), fazendo com que parte dos seguros para
equipamentos fossem subscritos em outros ramos de seguro. Assim, por exemplo,
o seguro de um trator, que é um equipamento que pode ser utilizado na cidade ou
no campo, deve ser realizado em Riscos Diversos, no primeiro caso ou em Benfei-
torias ou Penhor Rural (caso o equipamento seja dado em garantia de operação de
crédito rural) se for utilizado na agricultura.

—— Seguro de Penhor Rural


Esse seguro destina-se a preservar os bens dados em garantia nas
operações de crédito rural, estendendo sua proteção às benfei-
torias, máquinas, veículos e implementos utilizados na atividade
rural, bem como produtos agropecuários já colhidos.

O seguro torna-se obrigatório quando o(s) equipamento(s) são dados


como garantia em algumas linhas de financiamento de equipamentos
para uso agrícola, sejam estes quais forem. Assim, a contratação do
seguro não é opcional, conforme Resolução n° 665/1987 do BNDES.

Nessa modalidade de seguro existe, também, a possibilidade de


se formalizarem apólices plurianuais, acompanhando assim o pra-
zo do financiamento.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 71


UNIDADE 5

Nesta modalidade de seguros havia dois ramos, o ramo 1162 (Equi-


pamentos Financiados em Instituições Financeiras Privadas) e o
ramo 1163 (Equipamentos Financiados em Instituições Financeiras
Públicas), porém, a Circular SUSEP nº 395/2009 unificou os dois
grupos, sendo utilizado apenas o grupo/ramo 1162.

Quando os bens postos em garantia são equipamentos rurais,


sejam estacionários ou móveis, o Seguro de Penhor Rural se asse-
melha muito com os seguros de Equipamentos tradicionais, dife-
renciando-se basicamente em dois fatores:

I. Não há incidência de IOF no Penhor Rural.


II. São apólices com cláusula de beneficiária em favor da instituição
financeira credora do segurado na operação de crédito rural.
As coberturas para Penhor Rural são similares às de seguros de Benfei-
torias, havendo pequenas variações conforme o risco e a Seguradora.

Algumas coberturas:

■■ Danos de causa externa.


■■ Incêndio, queda de raio e explosão de qualquer natureza.
■■ Vendaval.
■■ Impactos.
■■ Roubo ou furto.
■■ Danos elétricos.
■■ Pagamento de aluguel a terceiros.
■■ Responsabilidade Civil.

Bens Seguráveis
Este seguro destina-se a conceder cobertura a máquinas e equipamen-
tos de utilização agrícola, florestal, aquícola e agropecuária, oferecidos em
garantia de operações de crédito rural, cujo agente seja instituição finan-
ceira, conforme as modalidades a seguir:

a) Equipamentos estacionários – são as máquinas e/ou equi-


pamentos industriais e comerciais de “tipo fixo” quando ins-
talados para operação permanente em local determinado,
de propriedade ou sob controle do arrendatário ou cessio-
nário, expressamente indicado na apólice.

b) Equipamentos móveis – são os equipamentos que operam


por autopropulsão, deslocando-se por seus próprios meios,
em canteiros de obras, entre locais de trabalho ou viagem
de entrega.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 72


UNIDADE 5

—— Seguro de Florestas
Esse seguro garante cobertura aos custos de reposição de florestas em
formação ou de seu valor comercial, quando se tratar de florestas já forma-
das ou naturais, contra as perdas decorrentes de incêndio, eventos bioló-
gicos e meteorológicos.

O Seguro florestal pode ser contratado por Pessoa Física ou Jurídica, proprie-
tário de terras de reflorestamento.

Tem o objetivo de proteger plantações de eucalipto, pinus, seringueira ou


outras espécies com finalidades comerciais.

Importante salientar que o seguro florestal se justifica, uma vez que, além
do investimento financeiro que o produtor faz na propriedade, são investi-
dos anos de cultivo até que a floresta esteja maturada e pronta para cum-
prir seu papel comercial.

Coberturas:

■■ Incêndio e raio, considerada cobertura básica.


Coberturas adicionais:

■■ Ventos fortes.
■■ Geada.
■■ Granizo.
■■ Seca.
■■ Entre outras, a depender da Seguradora.
Para a definição do valor de cobertura (LMR), existem duas metodologias
de cálculo:

■■ Florestas em formação.
■■ Florestas já formadas.
No primeiro caso, as coberturas podem se estender do custo de implan-
tação, acrescido de custeio anual para a sua manutenção, visando à repo-
sição de florestas em formação. No caso de florestas já formadas (ou
naturais), o valor de cobertura deve ser determinado pelo próprio valor
comercial da floresta.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 73


UNIDADE 5

—— Seguro de Cédula do
Produto Rural (CPR)
A Cédula do Produto Rural (CPR) é um título emitido pelo produtor rural
que vende a termo sua produção agropecuária. O produtor recebe o valor
da venda no ato da formalização do negócio e se compromete a entregar
o produto vendido na quantidade, qualidade, local e data estipulados no
título. Isso garante ao último credor titular da CPR, desde que não seja o
emitente ou seu avalista (segurado), o fiel cumprimento das obrigações
contratuais assumidas pelo produtor (tomador) na cédula.

Entre os tipos de CPR atualmente disponíveis no mercado, podemos citar:

■■ Cédula do Produto Rural Física – o emitente da Cédula do Pro-


duto Rural tem o compromisso, em relação ao credor, de entregar
o produto objeto do título no vencimento, de acordo com as condi-
ções previstas na cédula.
■■ Cédula do Produto Financeira – o emitente da Cédula do Pro-
duto Rural tem o compromisso, em relação ao credor, de liquidar o
título no vencimento pelo valor de resgate estipulado na respecti-
va cédula. Há, ainda, outros dois tipos: Financeira Indexada – Futu-
ro BM&F e Financeira Indexada – Indicador Esalq.
■■ Cédula do Produto para Exportação – o emitente da Cédula do
Produto Rural tem o compromisso, em relação ao credor (importa-
dor não residente no país), de entregar o produto objeto do título
no vencimento, de acordo com os requisitos previstos na cédula.

Observação
O instrumento da CPR continua sendo praticado por instituições financeiras. Porém, as
seguradoras não têm mais aceitado os riscos das mesmas.

—— Seguro de Vida do Produtor Rural


Esse seguro é destinado ao produtor rural que seja devedor de crédito rural com
uma instituição financeira e terá sua vigência limitada ao período do financiamento,
sendo que o beneficiário será o agente financiador.

Serve para amortizar ou liquidar as operações de crédito rural desse produ-


tor rural, contratadas por intermédio de um agente financiador, em caso de
morte do segurado.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 74


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 5

1. Marque a alternativa que preencha corretamente as lacunas:


A Cédula do Produto Rural (CPR) é um título emitido pelo produtor rural,
que vende a termo sua produção agropecuária. No tipo de CPR chama-
do de Cédula do ____________________, o emitente da cédula tem o
compromisso em relação ao credor de, no vencimento, entregar o produto
objeto do título, de acordo com as condições previstas na cédula.

(a) Produto Financeiro.


(b) Produto Pecuário.
(c) Produto Rural Física.
(d) Produto para Exportação.
(e) Produto Futuro BM&F.

2. Marque a alternativa correta.


O Ramo do Seguro Rural que garante o patrimônio nos limites da propriedade,
cobrindo construções, instalações ou equipamentos fixos, além de produtos
agropecuários, depois de removidos do campo de colheita ou estocados é o:

(a) Penhor Rural.


(b) Agrícola.
(c) RD-Equipamentos.
(d) Benfeitorias e Produtos Agropecuários.
(e) Cédula do Produto Rural (CPR).

3. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


O Seguro Pecuário é um seguro abrangente, que garante indenização
por morte de animais próprios em consequência de acidentes e doenças.
Esses animais devem ser destinados:

I) Ao consumo e à produção.
II) À cria e recria.
III) À engorda ou ao trabalho de tração.
IV) À finalidade de incremento e/ou melhoria de plantéis.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 75


FIXANDO CONCEITOS

Assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

4. Correlacione os itens abaixo e depois marque a alternativa correta:

1) Benfeitoria
2) Penhor
3) Animais
4) Agrícola
5) Pecuário
( ) Bens oferecidos, em garantia, nas operações de crédito.
( ) Animais de elite.
( ) Acidentes climatológicos para plantas.
( ) Patrimônio nos limites da propriedade.
( ) Animais para atividade agropecuária tradicional.

Assinale a alternativa correta:


(a) 1, 2, 3, 4, 5. (d) 1, 2, 5, 3, 4.
(b) 5, 2, 4, 3, 1. (e) 4, 5, 1, 3, 2.
(c) 2, 3, 4, 1, 5.

Marque a alternativa correta.


5. Em relação ao Seguro Rural, no que concerne aos conceitos a ele perti-
nentes, podemos afirmar que o (a):

(a) Bem segurado pode englobar desde a vida e o patrimônio do produ-


tor rural até a safra.
(b) Bem segurado se restringe aos implementos agrícolas.
(c) Bem segurado diz respeito exclusivamente às plantações.
(d) Pecuária é a principal atividade securitária.
(e) Bem segurado se restringe aos fenômenos da natureza.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 76


FIXANDO CONCEITOS

6. Garantir o pagamento de indenização em caso de morte de animal des-


tinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria, engorda ou tra-
balho por tração é o objetivo do seguro:

(a) Aquícola.
(b) Agrícola.
(c) De Penhor Rural.
(d) De Benfeitorias.
(e) Pecuário.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 77


06
Os DESAFIOS do
AGRONEGÓCIO
UNIDADE 6

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender o potencial ■■ Compreender a
de crescimento do necessidade do controle
agronegócio brasileiro e, sanitário e do incremento INTRODUÇÃO
consequentemente, do da competitividade.
Seguro Rural. GARGALO LOGÍSTICO
■■ Identificar a importância
■■ Descrever como os e os responsáveis SISTEMA TRIBUTÁRIO
gargalos logísticos e o pela Pesquisa &
sistema tributário afetam o Desenvolvimento do setor. CONTROLE SANITÁRIO
setor.
INCREMENTO DA
COMPETITIVIDADE

PESQUISA &
DESENVOLVIMENTO (P&D)

FIXANDO CONCEITOS 6

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 78


UNIDADE 6

INTRODUÇÃO
O potencial do agronegócio brasileiro é indiscutível, mas para que possa-
mos chegar a ser o maior país agrícola do mundo nos próximos dez anos,
como apontam os indicadores da Conferência das Nações Unidas para
o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), temos que dar uma solução
imediata para alguns pontos críticos no nosso agronegócio, como vere-
mos a seguir.

GARGALO LOGÍSTICO
A falta de investimentos públicos no setor de logística (portos, aeroportos,
rodovias e ferrovias) já provoca perdas da ordem de 4% do Produto Interno
Curiosidade Bruto (PIB) e é idêntica ao volume que o país precisa investir para acabar
com os gargalos do setor.
No Brasil, os gastos dos
empresários com transporte Essa perda reflete diretamente a limitação de novos negócios, já que não
de cargas chegam a 12% do há canais suficientes para escoar a produção e impacta em maiores custos
PIB, e estima-se que esse dos produtos brasileiros.
número possa chegar a 20% Praticamente toda a infraestrutura de transporte do país precisa se moder-
nos próximos anos, dada nizar, não apenas a malha rodoviária, que é precária, em especial na região
a falta de investimento do Nordeste, mas também as ferrovias, que, muito embora tenham recebido
Governo nesse segmento. investimentos com a privatização, ainda estão longe de suprir a demanda
Na China e na África do Sul, do setor de agronegócio e se consolidar como uma alternativa viável ao
eles são de apenas 8% e transporte rodoviário.
9%, respectivamente, e há
projeção de queda para algo No transporte marítimo de cabotagem (outro canal com grande potencial
em torno de 7% do PIB. no Brasil), vemos uma situação semelhante. Embora a privatização tenha

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 79


UNIDADE 6

contribuído para a modernização dos portos, o excesso de mão de obra


(que chega a ser de três a nove vezes superiores aos portos europeus
e sul-americanos) ainda mantém os padrões de produtividade baixos.
Enquanto o índice internacional de movimentação é de 40 contêineres/
hora, nos portos brasileiros essa média é de 27. Este é um dos motivos
pelos quais todos os anos caminhões formam filas de até 150 quilômetros
de extensão para descarregar no Porto de Paranaguá (PR).

Consciente de que sozinho não conseguirá reverter esse quadro, o Gover-


no Federal já busca o apoio da iniciativa privada não apenas no que se
refere ao desenvolvimento da infraestrutura do país, mas também incen-
tivando a criação de polos intermodais de transporte (integração entre os
sistemas rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e aéreo) para a redução de
custos e o aumento do nível de serviços.

SISTEMA TRIBUTÁRIO
Com uma economia aberta ao exterior, isto é, com possibilidade de expor-
tar e importar qualquer produto do agronegócio, a carga tributária deveria
ser compatível com a dos nossos competidores.

Como os concorrentes dos brasileiros, inclusive no Mercosul, têm impos-


tos baixos, fica difícil para o produtor do Brasil competir nos mercados
externos. Não é raro acontecer de perdermos o próprio mercado interno,
porque os produtos importados chegam mais baratos até nós.

Não há como o produtor rural e a agroindústria serem competitivos com


governos vorazes em criar novos impostos e aumentar os atuais, e com
mecanismos complexos de arrecadação, o que aumenta os custos de pro-
dução. A reforma tributária é urgente, com a diminuição da carga de tribu-
tos e a simplificação dos procedimentos na tributação.

CONTROLE SANITÁRIO
O nível de exigência em relação à origem e qualidade dos produtos
comercializados no mundo tem aumentado significativamente nos últimos
anos. Tal situação obriga o Brasil a buscar cada vez mais se modernizar no
que diz respeito à segurança alimentar. Apesar de termos um sistema de
controle sanitário que não pode ser considerado ruim, ele ainda precisa
melhorar significativamente.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 80


UNIDADE 6

Além disso, o potencial de prejuízos que um sistema de controle sanitá-


rio precário pode acarretar aos produtores já foi demonstrado nos últimos
anos. Por causa do surgimento de focos de febre aftosa no Mato Grosso
do Sul e no Paraná, mais de 50 países impuseram embargo à carne bovina
desses estados, que estão entre os maiores produtores nacionais.

Além do embargo à carne bovina, o agronegócio brasileiro sofreu com o


surto de gripe aviária, que prejudicou as exportações até mesmo de países
que não registraram casos da doença (como o Brasil).

INCREMENTO DA
COMPETITIVIDADE
O maior de todos os desafios está relacionado ao incremento da compe-
titividade, que envolve a criação de uma cultura mercadológica e visão
exportadora, com conceitos desenvolvidos de qualidade, conformida-
de a padrões globais, preços competitivos, prazos, redução de custos
(capital, tributos, logística). Para vencer esse desafio, o país necessita de
uma melhora substancial na organização do agronegócio como um todo
(aumento do nível de informação, melhoria na administração ou gerência
profissional, integração de elos, relações contratuais como prática corri-
queira, reforma do papel do Estado, entre outros) e o desenvolvimento de
mecanismos e condições que possibilitem a geração de renda adicional
e de novas oportunidades de negócios (escalas adequadas de produção,
especialização, diferenciação de processos produtivos e de produtos,
agregação de valor). Nesse contexto, a agricultura familiar pode desempe-
nhar um importante papel na conquista de nichos específicos de mercado,
com geração de produtos de qualidade e criação de marcas diferenciadas,
gerando renda e aumentando o nível de emprego no campo.

Nesse mercado, o domínio e o uso de novas tecnologias e novas ferra-


mentas, principalmente aquelas proporcionadas pela biotecnologia, pas-
sam a desempenhar papel de fundamental importância.

PESQUISA & DESENVOLVIMENTO (P&D)


Apesar de já haver no país uma série de novos mecanismos criados recen-
temente, principalmente os fundos setoriais, importantes no financiamen-
to público das atividades de pesquisa, ainda persistem algumas questões

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 81


UNIDADE 6

fundamentais com relação às organizações de Pesquisa e Desenvolvimen-


to (P&D), que necessitam de um encaminhamento mais apropriado:

■■ Criação/existência de um arcabouço legal adequado e moderno,


que pode vir a existir por meio da lei de inovação tecnológica.
■■ Valorização institucional, por parte do Governo Federal, como cul-
tura permanente da sociedade brasileira.
■■ Um modelo adequado de gestão, principalmente nas organiza-
ções públicas.
■■ Um forte engajamento do setor privado (com parcerias estratégi-
cas, recursos específicos de financiamento, utilização de cientistas
e engenheiros) em todo o processo de pesquisa e desenvolvimen-
to, mas, principalmente, na inovação tecnológica.
Assim, seriam recomendáveis ações integradas em diferentes níveis: gover-
no, universidades, organizações de P&D e empresas privadas. No nível do
Governo, sendo um forte indutor de projetos específicos de P&D, com visão
de médio e longo prazos, “comprando soluções tecnológicas” em vez de
subsidiar produtos, tendo uma visão de “governança integrada”. Nas univer-
sidades, formando cientistas e engenheiros para atender às demandas espe-
cíficas também de empresas privadas distintas, com forte integração com o
Governo. Nas organizações de P&D, buscando atender à demanda atual e
potencial, viabilizando soluções tecnológicas competitivas, com forte parceria
com universidades e empresas privadas, estabelecendo arranjos e inovação
tecnológica integrados (cluster tecnológico) em diferentes níveis. Nas empre-
sas privadas, com a internalização, na cultura dessas organizações, de que o
processo de geração e desenvolvimento de novos conhecimentos, que são
a base permanente da inovação tecnológica, deve ser parte da estratégia
mercadológica de conquista e manutenção de mercados, além de pressupor
uma visão empresarial moderna do “melhor, mais cedo e mais barato”.

Como se vê, os obstáculos para o crescimento do agronegócio brasileiro


são imensos, mas podem ser superados. Muito embora o potencial de
comércio do agronegócio brasileiro seja muito grande, o crescimento
poderia ser maior do que é atualmente. Mesmo assim, o Brasil ocupa lugar
de destaque entre os demais países.

Com isso, pode-se perceber que ainda falta muito para que o Brasil se torne a
maior potência do agronegócio do mundo, pois é competitivo apenas em algu-
mas cadeias produtivas. Além do mais, as políticas econômicas impedem que
o rendimento seja maior, e os problemas de logística geram custos elevados.

Contudo, o agronegócio brasileiro é persistente e, apesar desses obstáculos,


ocupa, a cada dia, lugar no cenário mundial. Isto implica dizer que as vanta-
gens apresentadas como terras abundantes, potencial de produção, climas
favoráveis, imensa disponibilidade de água doce e energia renovável, além
de sua capacidade empresarial, falam mais alto do que qualquer problema,
fazendo do agronegócio o nosso negócio.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 82


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 6

Marque a alternativa correta.


1. No Brasil, os gastos dos empresários com transporte de cargas chegam
a 12% do PIB, e estima-se que esse número possa chegar a 20% nos pró-
ximos anos, dada a:

(a) Inexperiência dos produtores.


(b) Falta de investimento do Governo.
(c) Falta de transportes.
(d) Falta de Motoristas com experiência.
(e) Excesso de concorrência.

2. As perdas do agronegócio, com base nos gargalos logísticos, reflete


diretamente no:

(a) Nas possibilidades de novos negócios.


(b) No aumento na demanda.
(c) Nas exportações.
(d) Na produtividade dos produtores rurais.
(e) Nas exportações de soja.

Marque a alternativa que preencha corretamente as lacunas:


3. Complete a frase: Não há como o __________ e a __________ serem
competitivos com governos vorazes em criar novos impostos e aumentar
os atuais, e com mecanismos complexos de arrecadação, o que aumenta
os custos de produção.

(a) Mercosul / Agroindústria.


(b) Exportador / Produtividade.
(c) Produtor Rural / Agroindústria.
(d) Exportador / Agroindústria.
(e) Produtor Rural / CNA ( Confederação Nacional da Agricultura)

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 83


FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa correta.


4. No tocante a Incremento da Competitividade a agricultura familiar pode
desempenhar um importante papel na conquista de:

(a) Nichos Específicos de mercado.


(b) Mais produção.
(c) Terras mais produtivas.
(d) Mais Exportações.
(e) Aumento na qualidade dos produtos.

5. Dentre os pontos importantes do papel do P&D, destacamos abaixo um


deles, aponte qual a alternativa correta:

(a) Falta de de um arcabouço legal adequado e moderno, que pode vir


a existir através da lei de inovação tecnológica.
(b) Fraco engajamento do setor privado.
(c) Desvalorização institucional, por parte do Governo Federal, como
cultura permanente da sociedade brasileira.
(d) modelo adequado de gestão, principalmente nas organizações
públicas.
(e) Necessidade de demonstrar ao setor que se tem feito algo em prol
deles.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 84


07
EXPERIÊNCIAS
INTERNACIONAIS
UNIDADE 7

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender que ■■ Identificar as características
não existe no mundo da participação
caso de sucesso em governamental brasileira CONTEXTO HISTÓRICO
Seguros Agrícolas sem a no modelo nacional de
participação do Governo Seguro Rural. FIXANDO CONCEITOS 7
Federal. ■■ Definir, preliminarmente,
■■ Descrever os dois o Fundo de Catástrofe
principais modelos de em vias de ser criado no
sucesso nos Seguros Brasil.
Rurais mundiais, a saber:
Estados Unidos e Espanha.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 85


UNIDADE 7

CONTEXTO HISTÓRICO
Uma das primeiras experiências mundiais em larga escala com o Seguro
Curiosidade Agrícola formal foi observada em fins do século XIX, nos EUA. A primeira
iniciativa com o Seguro Agrícola Privado de Riscos Múltiplos ocorreu na
A primeira Associação de região de Minneapolis, em 1899. Até então, havia apenas seguros cobrindo
Seguros foi fundada, na riscos específicos, como a queda de granizo.
Alemenha, contra granizo, em
1797. A primeira experiência De acordo com a Lei Federal do Seguro Agrícola, de 1980, o Programa de
norte-americana, entretanto, data Seguro Agrícola Múltiplos Riscos (MPCI) seria garantido como a principal
de 1880, também envolvendo forma de proteção contra desastres. Essa ação garantia, ainda, o subsídio
seguro contra granizo. A primeira ao prêmio dado pelo Governo e o subsídio tradicional ao custo administra-
apólice teria sido subscrita no tivo e de operação das firmas seguradoras.
estado de Connecticut para uma O resultado direto desse movimento foi que em 1981, a área segurada
lavoura de tabaco. aumentou 81%, passando de 10,6 milhões para 19,3 milhões de hectares,
O seguro durou apenas 1 ano e abrangendo aproximadamente 3.000 municípios.
abrangia também a lavoura de
Apesar do grande crescimento da área segurada, a Lei Federal do Seguro
trigo. Posteriormente, em 1917,
Agrícola, de 1980, trouxe como consequência direta a baixa performance
o seguro foi ofertado para os
atuarial durante o período de 1981 a 1989. A sinistralidade, naquele perío-
estados de Dakota do Norte,
do, ficou em 1,41, bem acima da registrada de 1948 a 1980 (1,10).
Dakota do Sul e Montana por
três seguradoras privadas, que Diante da situação, o Governo promulgou a Lei Agrícola ­Norte-Americana,
sofreram prejuízos devido à de 1990, determinando que as taxas de prêmio fossem aumentadas e que
seca e à limitada abrangência novos produtos fossem desenvolvidos e experimentados. Além disso, a
geográfica do Seguro Kramer Federal Crop Insurance Corporation (FCIC) foi autorizada a ressegurar e
(1983). subsidiar produtos desenvolvidos pela iniciativa privada. Deste modo, a
Três anos mais tarde, em 1920, a companhia iniciou, na época, um projeto piloto cuja indenização era basea-
Companhia de Seguros Hartford da em indicadores de produtividade regional.
Fire ofereceu um contrato o Como resultado imediato, houve um grande aumento da responsabilidade
que cobria variações na renda da FCIC, que passou de aproximadamente US$ 13,6 bilhões, em 1994, para
e no preço. As fortes quedas US$ 23,7 bilhões, em 1995. A área segurada também aumentou, passando
nos preços das commodities de 99,6 milhões para 220,5 milhões de acres no mesmo período.
agrícolas aumentaram o
montante de indenizações, O nível de sinistralidade também melhorou sensivelmente no período de
de modo a exceder o total de 1995 a 2003. Apenas em 2002, o índice ficou bem acima de “1”.
prêmios recolhidos em US$
Contrabalanceando o bom resultado obtido em 1997, o índice médio foi
1,7 milhão. Outras experiências
de “0,96”.
com Seguro Agrícola de Riscos
Múltiplos não obtiveram sucesso, O programa de Seguro Agrícola Americano passou por fortes pressões
ao longo dos anos, em diversas no sentido de sua descontinuidade, em meados da década de 1990, em
regiões daquele país. decorrência da alta sinistralidade. Atualmente, o programa encontra-se
estabilizado atuarialmente.

É interessante perceber que a subvenção ao prêmio pode ser considerada


como o principal incentivador para que os produtores optem pelo seguro.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 86


UNIDADE 7

Não é exagero dizer que todos os modelos de sucesso em Seguro Agríco-


la no mundo possuem como elemento comum a existência de participação
governamental subvencionando parte do prêmio do seguro.

No que se refere ao Brasil, com 23 anos de defasagem em relação aos


EUA, foi aprovada a Lei nº 10.823/2003, que concede subvenção ao prê-
mio do Seguro Agrícola. O objetivo é o de reduzir o custo do seguro e, com
isso, aumentar sua demanda.

Em 2008, o prêmio, no Brasil, atingiu o volume de US$ 100 milhões. Mui-


to pouco se comparado aos volumes captados em outros mercados tidos
como referências mundiais: EUA, com aproximadamente US$ 3,35 bilhões,
e Espanha com aproximadamente US$ 1,7 bilhão.

Nos países desenvolvidos, grande parte dos subsídios agrícolas é repassa-


da por intermédio do seguro. Nos Estados Unidos, por exemplo, há casos
em que 100% do prêmio são pagos pelo Governo, que também arca com
os custos operacionais das seguradoras. O governo da Espanha, cuja
experiência começou em 1978, subsidia 50% do prêmio e apoia a indústria
de Seguros Agrários com ações de resseguro anticatástrofe. Lá, os segu-
ros estão concentrados em granizo e outros poucos riscos. No México,
cuja história de seguros começou em 1965, há 30% de subsídio, além do
suporte nas questões de resseguro.

Em alguns mercados, como EUA e Espanha, os governos atuam direta-


mente na definição de taxas, por mais complexas que possam ser as defi-
nições dos valores tabelados por cultura e região. O México, por sua vez,
não exerce controle sobre as taxas cobradas.

Na Espanha, o modelo existente é operacionalizado por uma empresa pri-


vada (AgroSeguro), da qual as seguradoras são acionistas, assim como o
Governo, por meio do consórcio de Compensación, que centraliza as ope-
rações técnicas, racionalizando custos.

Nos EUA, o programa de seguro existente é mais inovador, dispondo des-


de modalidades tradicionais até seguros complexos de renda com gatilhos
de compensação definidos pela produtividade do produtor, pela renda ou
até mesmo por índices. Esses seguros são vendidos e propostos ao Gover-
no por seguradoras privadas especializadas.

Percebemos que todos os modelos de sucesso em Seguro Rural no mun-


do têm um ponto em comum: a participação governamental, em especial
na criação de um Programa de Subvenção aos Prêmios do Seguro Rural
(PSR).

No Brasil, possuímos um PSR que, em linhas gerais, é bom e gera até 40%
de redução no preço final do seguro, como demonstra a tabela a seguir.
O nosso PSR, porém, é subutilizado, pois, em determinados estados brasi-
leiros, não existe oferta de produtos, dadas a alta exposição ao risco e as

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 87


UNIDADE 7

perdas financeiras verificadas pelas seguradoras nos últimos anos. Alguns


estados criaram Programas de Subvenção paralelos ao apresentado pelo
Governo Federal. Paraná e São Paulo, por exemplo, assumem parte do
custo do seguro, que, quando somado à subvenção federal, garante um
custo até 60% inferior para o agricultor.

SUBVENÇÃO PARA SEGUROS RURAIS

LIMITES
MODALIDADES GRUPOS DE TIPO DE NIVEL DE NÍVEL DE SUBVENÇÃO
ANUAIS
DE SEGURO ATIVIDADES COBERTURA COBERTURA COBERTURA (%)
(R$)

Agrícola Grãos – Multirriscos Receita/ 65% – 75% 40%


Incluindo Café Faturamento
> 75% 35%

Custeio/ 65% – 75% 35%


Produtividade
> 75% 30%
72.000,00
Riscos ___ ___ 30%
Nomeados

Frutas, ___ ___ ___ 35%


Olerícolas e
Cana-de-açúcar

Florestas Silvicultura
(Florestas 24.000,00
Plantadas)

Pecuário Aves, bovinos,


bubalinos, ca-
___ ___ ___ 35% 24.000,00
prinos, equinos,
ovinos e suínos

Aquícola Carcinicultura,
maricultura, 24.000,00
piscicultura

Outro fato que merece destaque é que tivemos, recentemente, a abertu-


ra do resseguro nacional aos players internacionais. Isoladamente, essa
ação ajuda, mas não resolve o problema da pouca oferta de cobertura.
De nada adiantará a abertura do mercado se não tivermos uma parti-
cipação governamental mais eficaz, e, quando falamos em participação
eficaz, não estamos nos referindo simplesmente a aumentar o programa
de subvenção (PSR).

Uma solução que tem o apoio e a expectativa de todo o mercado é a cria-


ção do Fundo de Catástrofe, cujo projeto já foi sancionado em 2010 pela
presidência da República, o qual, inicialmente, traz consigo as seguintes
características:

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 88


UNIDADE 7

■■ Extinção do antigo Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR).


Curiosidade ■■ A responsabilidade pela cobertura de riscos catastróficos passa a
ser, subsidiariamente, da União.
O Fundo de Catástrofe foi
criado pela Lei Complementar ■■ O Governo realizará um aporte inicial de até R$ 4 bilhões
nº 137/2010. (R$ 2 bilhões na ocasião de sua adesão e o restante nos dois anos
seguintes).
■■ A expectativa é de que, logo após sua implementação, o Estado dete-
nha cerca de 90% das cotas do fundo, e, com a maior penetração do
seguro em relação aos agricultores, os aportes do Tesouro Nacional
se tornem desnecessários num prazo estimado de 10 a 15 anos.
■■ A solução de continuidade se dará na forma do gerenciamento dos
riscos: o produtor de maior risco pagará prêmio mais elevado, o prê-
mio cobrado da seguradora pela proteção do fundo será tão mais
alto quanto maior for o risco transferido, as seguradoras não pode-
rão selecionar as apólices que serão transferidas ao fundo, tendo
que segurar a totalidade da carteira, operações com o fundo terão
de incluir todo o grupo econômico a que pertencer a seguradora.
■■ Será permitido ao novo fundo contratar para si proteção no merca-
do internacional de resseguros.
Apesar de já se encontrar aprovado e sancionado pelo presidente da
República, falta, ainda, a regulamentação de alguns pontos importantes,
como a definição de catástrofes.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 89


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 7
Marque a alternativa correta.

1. Em relação aos subsídios do seguro agrícola, além da subvenção fede-


ral, existe a subvenção estadual, quais são os dois estados que contem-
plam estes subsídios:

(a) São Paulo e Paraná.


(b) São Paulo e Minas Gerais.
(c) Paraná e Minas Gerais.
(d) São Paulo e Mato Grosso.
(e) Minas Gerais e Mato Grosso.

2. Complete a frase, com uma das alternativas abaixo: “Apesar de já se


encontrar aprovado e sancionado pelo presidente da República, falta, ain-
da, a regulamentação de alguns pontos importantes, como, por exemplo
a definição de:

(a) Sinistralidade.
(b) Subvenção.
(c) Seguro Rural.
(d) Seguro Granizo.
(e) Catástrofe.

3. O Fundo de Catástrofe, criado em 2010, porém ainda não está em vigor,


irá substituir.

(a) Subvenção Federal.


(b) Fundo de Estabilidade do Seguro Rural - FESR.
(c) Subvenção Estadual.
(d) Gargalos Logísticos.
(e) Seguro de Custeio.

4. Vimos no texto que a primeira iniciativa com o Seguro Agrícola Privado


de Riscos Múltiplos aconteceu na região de Minneapolis. Antes disso exis-
tia uma única modalidade de cobertura do seguro para lavouras, que era:

(a) Seguro de Custeio.


(b) Seguro de Granizo.
(c) Seguro de Produtividade.
(d) Seguro Rural.
(e) Seguro de Índice.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 90


FIXANDO CONCEITOS

5. É interessante perceber que a participação governamental é um fator de


suma importância para o desenvolvimento do setor de seguros de agro-
negócios, dentre os modelos de sucesso no mundo e considerado como
incentivador de contratação do seguro por parte dos produtores rurais, está:

(a) Consciência de Seguro, por parte do produtor.


(b) Cultura de seguro.
(c) Políticas Internacionais, impulsionando as exportações.
(d) Subvenção ao prêmio de seguro.
(e) Conhecimentos das melhores práticas de plantio.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 91


ESTUDO DE CASO

ESTUDOS DE CASO

Caso 1
Fonte: Lavouras do Brasil | http://www.agricultura.gov.br/ - 2017, 17:10

Quebra de safra frustra produtores de soja em MS

Grão danificado pelas chuvas deve complicar pagamento de dívidas


de agricultores.

A expectativa de colher uma safra recorde de soja no Mato Grosso do Sul


já não existe mais. Se antes a previsão era produzir mais de 5,5 milhões de
toneladas, por conta das chuvas os agricultores devem retirar no máximo
quatro milhões de toneladas do campo. Os reflexos desta quebra já come-
çam a aparecer. Os caminhões que fazem carregamento em São Gabriel
do Oeste (MS), que deveriam puxar 20 mil sacas do grão durante o pico da
colheita, devem trazer a metade.

– Estou vendo que carrego o mesmo tanto no caminhão, só que o


peso fica dois mil quilos abaixo. O grão está muito danificado, está
feio – lamenta o motorista Fernando Rodrigues Nascimento.

Volumes maiores ou semelhantes com pesos menores. A explicação para isso


é a falta de qualidade da soja que é retirada da lavoura. São grãos danificados,
com umidade elevada e baixo padrão, características que não atendem às
exigências mínimas estabelecidas pelos armazéns que recebem a produção.

Na classificação, é possível ter uma ideia de como a qualidade dos grãos foi
comprometida. Cargas chegam a ter até 28% dos grãos ardidos. Índice muito
acima do limite tolerado para não haver descontos ao produtor, que são de 8%.

O problema é que receber cargas com uma quantidade tão elevada de


soja ardida se tornou comum nos últimos dias. Poucos estão aceitando o
grão com umidade elevada. Até caminhões com mais de 80% dos grãos
prejudicados desembarcaram.

– Nós ainda estamos recebendo estes grãos, tantos os bons quan-


to os ruins. Vamos colaborar com os produtores, mas temos que
ver lá na frente o que vamos fazer com este produto – diz Luciano
Souza Nunes, gerente de armazém.

Se a situação das armazenadoras é delicada, a dos produtores dispensa


comentários. O produtor rural Sebastião Cruciol Filho entregou quase 17 tone-
ladas para uma empresa. Menos de 4% da carga passaram na classificação.

– Entreguei mais de 16 mil quilos na semana passada e tive muito


desconto por grãos úmidos e ardidos. Me sobrou só 500 quilos,
não pagou nem o frete do caminhão – conta o produtor.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 92


ESTUDO DE CASO

Dívidas

Mas a preocupação do agricultor vai além destes descontos. Sebastião con-


seguiu colher apenas 15% da área de 980 hectares antes das chuvas. Do
terreno que ainda falta colher, 300 hectares já estão completamente perdi-
dos. Os outros 520 também estão prejudicados, mas devem ser colhidos
mesmo assim. Com a quebra e a baixa qualidade do produto, dificilmente
o agricultor terá condições de cumprir os compromissos feitos para a safra.
Da produção prevista, 85% já estavam comprometidos em negociações de
compra de insumos, financiamentos e arrendamento da área.

– É uma situação complicada. A maior parte das minhas áreas é


arrendada. Também tenho financiamento para pagar. Agora não
sei o que fazer. Vamos ter que contar com a colaboração dos cre-
dores para tentar sair desta situação. Acredito que sejam necessá-
rios uns quatro anos para nos recuperarmos disso. Dá muito desâ-
nimo, mas não podemos deixar a atividade, senão os credores não
receberão mesmo.

Perguntas:

a) Tendo como base o texto anterior, identifique as consequências regio-


nais da quebra de safra.

b) Qual o tipo de seguro mais adequado à situação descrita e de que forma


o Seguro Agrícola poderia auxiliar os agricultores no momento da que-
bra de safra? Justifique sua resposta.

Caso 2
Só o fundo de catástrofe não garante o seguro rural

Fonte: http://miriangasparin.com.br/22/10/2007

Um antigo pleito da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep),


do setor agropecuário e securitário foi atendido, mas ainda gera apreen-
são. Para dar maior segurança aos produtores e seguradoras foi sancio-
nado pela presidência da República, nesta quinta-feira (26), o Fundo de
Catástrofe, proposto em projeto de lei do Poder Executivo, que vai substi-
tuir o atual Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), criado em 1966.

Apesar de esse fundo somente se tornar realidade após a regulamenta-


ção da lei, o que pode demorar mais um ou dois anos, tem um significado
importante para a evolução do seguro rural no Brasil, pois protege as ope-
rações de seguro rural, caso as lavouras seguradas sejam afetadas por
eventos climáticos catastróficos.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 93


ESTUDO DE CASO

Porém, ainda não foi definido o conceito de catástrofe. Caso seja muito
restrito, poderá dificultar o acesso ao Fundo de Catástrofe e tornar o ins-
trumento ineficiente. A partir da instituição do fundo, as seguradoras e
resseguradoras vão contratar as operações cientes de que suas respon-
sabilidades terão limite determinado para sinistro, a partir do qual o fundo
propiciará a cobertura suplementar.

O produtor rural ainda guarda na memória a imagem negativa dos atrasos


no pagamento das indenizações de sinistros de seguro agrícola. Em 2004
os produtores paranaenses demoraram um ano para receber suas indeni-
zações. Esse prazo para recebimento da indenização está limitado a, no
máximo 30, dias, contados a partir do cumprimento de todas as exigências
por parte do produtor segurado.

Após a regulamentação da lei do Fundo de Catástrofe, o Governo vai apor-


tar no primeiro ano R$ 2 bilhões e outros R$ 2 bilhões serão aplicados no
fundo nos três anos seguintes por meio de títulos públicos. Os recursos,
constituídos em parceria público-privada, irão garantir às empresas segu-
radoras e resseguradoras cobertura suplementar dos riscos de seguro
rural em casos de catástrofes climáticas, como secas, geadas ou excesso
de chuva.

O Fundo fará com que as seguradoras tenham menos risco de quebrar


quando os valores desembolsados para cobrir as perdas nas lavouras
forem superiores ao prêmio arrecadado. Para o produtor, se o fundo fun-
cionar adequadamente, significa maior confiança no seguro, recebimento
dos sinistros nos prazos acordados em contrato e, além disso, pode gerar
o desenvolvimento de novos produtos de seguro rural.

A Faep esperava um avanço mais rápido da cobertura do seguro no Bra-


sil para resolver o crônico problema de endividamento e renda. O que o
Governo poderia fazer em cinco anos ele está estimando fazer em dez anos.

Pergunta:

Tendo como base o texto anterior, identifique as principais vantagens do


Fundo de Catástrofe em relação ao Fundo de Estabilidade do Seguro
Rural (FESR).

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 94


ANEXOS

ANEXOS

—— ANEXO 1 – MODELO DE
PROPOSTA DE SEGURO AGRÍCOLA
DADOS DO SEGURADO
ESTIPULANTE

Nome/Razão Social: CNPJ:


Endereço: Telef one: M unicípio:

PROPONENTE

Nome/Razão Social: Pessoa Física – CPF:


E-mail:
Sexo: Enviar correspondência para: Segurado:

ENDEREÇO RESIDENCIAL

Endereço: Número: Complemento:


Bairro: CEP: M unicípio/U F:
Telef one Residencial: Telef one Celular: Telef one Propriedade:

ENDEREÇO DE COBRANÇA

Endereço: Número: Complemento:


Bairro: CEP: M unicípio/U F:

CORRETOR

Núm. SU SEP: Participação: Corretora: Telef one:

DADOS DA PROPRIEDADE

Nome da Propriedade: Endereço:


CEP: Município/UF:
Ref. para localização:
Há pessoa autorizada a acompanhar a vistoria? Nome: Telef one:

OBSERVAÇÃO

CLÁUSULA BENEFICIÁRIA
A f avor de: Na qualidade de: A té: CPF/CNPJ:

DECLARAÇÃO DO PROPONENTE
Ao assinar esta proposta

Local e Data A ssinatura do Proponente A ssinatura do Corretor

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 95


ANEXOS

QUESTIONÁRIO

Há danos de pelo menos um dos eventos cobertos?


A lavoura está em fase de implantação ou implantada?
O Segurado possui outra plantação na mesma praça?

Há outro seguro sobre a mesma área?

VALORES

Cultura Área Total Unidades Dispositivo para Taxa


da Cultura (há) Seguradas LMGA (R$) Franquia Taxa (%) Prêmio Tarifário (R$)

INFORMAÇÕES DE COBRANÇA

Condição Comercial Forma Pagto. Banco


Bônus/M alus 0, 00% 1 Parcela
a

Desconto 0, 00% O u tra s


Sobretaxa 0,00%
Prêmio Líquido Parcela Valor (R$ ) Vencimento Documento
Custo de A pólice 1
IO F isento 2
3
PRÊM IO A PA G A R 4

DECLARAÇÃO DO PROPONENTE
Ao assinar esta proposta, declaro

Local e Data A ssinatura do Proponente A ssinatura do Corretor

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 96


ANEXOS

—— ANEXO 2 – LEI 10.823, DE


19 DE DEZEMBRO DE 2003
Dispõe sobre a subvenção econômica ao prêmio
do Seguro Rural e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a conceder subvenção econômi-


ca em percentual ou valor do prêmio do seguro rural, na forma estabeleci-
da em ato específico.

§1º O seguro rural deverá ser contratado junto a sociedades autorizadas a


operar em seguros pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP,
na forma da legislação em vigor.

§2º Para a concessão da subvenção econômica de que trata o caput, o


proponente deverá estar adimplente com a União, na forma do regulamen-
to desta Lei.

§3º As obrigações assumidas pela União em decorrência da subvenção


econômica de que trata este artigo serão integralmente liquidadas no exer-
cício financeiro de contratação do seguro rural.

§4º As despesas com a subvenção econômica de que trata este artigo


correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas anualmente ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, observados os limites
de movimentação e empenho e de pagamento.

Art. 2º A subvenção de que trata o art. 1º poderá ser diferenciada segundo:

I – modalidades do seguro rural;

II – tipos de culturas e espécies animais;

III – categorias de produtores;

IV – regiões de produção;

V – condições contratuais, priorizando aquelas consideradas redu-


toras de risco ou indutoras de tecnologia.

Parágrafo único. Poderá ser exigido do produtor rural, como condição para
acessar a subvenção econômica de que trata esta Lei, o fornecimento de dados
históricos individualizados dos ciclos produtivos antecedentes em relação à ati-
vidade agropecuária a ser segurada. (Incluído pela Lei nº 13.195, de 2015)

Art. 3º O Poder Executivo regulamentará:

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 97


ANEXOS

I – as modalidades de seguro rural contempláveis com o benefício


de que trata esta Lei;

II – as condições operacionais gerais para a implementação, exe-


cução, pagamento, controle e fiscalização da subvenção econômi-
ca de que trata esta Lei;

III – as condições para acesso aos benefícios previstos nesta Lei,


incluindo o rol dos eventos cobertos e outras exigências técnicas
pertinentes;

IV – (Revogado pela Lei complementar nº137, de 2010)

V – a composição e o regimento interno do Comitê Gestor Intermi-


nisterial do Seguro Rural de que trata o art. 4º desta Lei.

§1º (Revogado pela Lei nº 13.195, de 2015)

§2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento organizará e


disponibilizará na rede mundial de computadores um banco de dados
com as informações das operações subvencionadas, objetivando fornecer
dados estatísticos que facilitem os cálculos atuariais e a precificação do
seguro rural. (Incluído pela Lei nº 13.195, de 2015)

Art. 4º Fica criado, no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e


Abastecimento, que o coordenará, o Comitê Gestor Interministerial do
Seguro Rural.

§1º O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural poderá criar Comissões


Consultivas, das quais poderão participar representantes do setor privado.

§2º O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural definirá a organização


e a composição das Comissões Consultivas e regulará seu funcionamento.

§3º Cabe ao presidente do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural


designar os integrantes das Comissões Consultivas.

Art. 5º Compete ao Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural:

I – (Revogado pela Lei complementar nº137, de 2010)

II – (Revogado pela Lei complementar nº137, de 2010)

III – aprovar e divulgar: (Redação dada pela Lei complementar


nº137, de 2010).

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 98


ANEXOS

a) os percentuais sobre o prêmio do seguro rural e os valores máximos da


subvenção econômica, considerando a diferenciação prevista no art. 2º
desta Lei; (Incluído pela Lei complementar nº137, de 2010)

b) as condições operacionais específicas; (Incluído pela Lei complementar


nº137, de 2010)

c) as culturas vegetais e espécies animais objeto do benefício previsto nes-


ta Lei; (Incluído pela Lei complementar nº 137, de 2010)

d) as regiões a serem amparadas pelo benefício previsto nesta Lei; (Incluí-


do pela Lei complementar nº137, de 2010)

e) as condições técnicas a serem cumpridas pelos beneficiários; e (Incluído


pela Lei complementar nº137, de 2010)

f) a proposta de Plano Trienal ou seus ajustes anuais, dispondo sobre as


diretrizes e condições para a concessão da subvenção econômica, obser-
vadas as disponibilidades orçamentárias e as diretrizes estabelecidas no
Plano Plurianual; (Incluído pela Lei complementar nº 137, de 2010)

IV – implementar e operacionalizar o benefício previsto nesta Lei; (Redação


dada pela Lei complementar nº 137, de 2010)

V – incentivar a criação e a implementação de projetos-piloto pelas socie-


dades seguradoras, contemplando novas culturas vegetais ou espécies
animais e tipos de cobertura, com vistas a apoiar o desenvolvimento da
agropecuária; e (Redação dada pela Lei complementar n° 137, de 2010)

VI – estabelecer diretrizes e coordenar a elaboração de metodologias e a


divulgação de estudos e dados estatísticos, entre outras informações, que
auxiliem o desenvolvimento do seguro rural como instrumento de política
agrícola. (Redação dada pela Lei complementar nº 137, de 2010)

Parágrafo único. O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural poderá


fixar limites financeiros da subvenção, por beneficiário e unidade de área.
(Incluído pela Lei complementar nº 137, de 2010)

Art. 6º Os arts. 1º, 2º, 6º e 7º da Lei 10.696, de 2 de julho de 2003, passam


a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º Ficam autorizados a repactuação e o alongamento


de dívidas oriundas de operações de crédito rural contra-
tadas ao abrigo do Programa Especial de Crédito para a
Reforma Agrária – Procera, cujos mutuários estejam adim-
plentes com suas obrigações ou as regularizem até 31 de
maio de 2004, observadas as seguintes condições:

..................................................................

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 99


ANEXOS

IV – os agentes financeiros terão até 31 de maio de 2004


para formalização dos instrumentos de repactuação.” (NR)

“Art. 2º Os mutuários adimplentes que não optarem pela


repactuação farão jus ao bônus de adimplência de 90%
(noventa por cento), no caso de pagamento total de seus
débitos até 31 de maio de 2004.” (NR)

“Art. 6º ..................................................................

I – ..................................................................

a) em 30 de setembro de 2004, no caso dos mutuários com


obrigações vencidas em anos anteriores a 2001 que não se
valerem de uma das alternativas previstas no art. 4º;

..................................................................

II – informar, até 30 de setembro de 2004, à Secretaria


de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento
Agrário e à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da
Fazenda os montantes envolvidos nas repactuações e nas
liquidações de obrigações.” (NR)

“Art. 7º Fica autorizada a renegociação de dívidas oriundas


de operações de crédito rural contratadas por agricultores
familiares, mini e pequenos produtores e de suas coopera-
tivas e associações, no valor total originalmente financiado
de até R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) em uma ou
mais operações do mesmo beneficiário, cujos mutuários
estejam adimplentes com suas obrigações ou as regula-
rizem até 31 de maio de 2004, observadas as seguintes
características e condições:

I – ..................................................................

..................................................................

b) bônus de adimplência de 30% (trinta por cento) sobre


cada parcela da dívida paga até a data do respectivo ven-
cimento, no caso das operações de custeio e investimen-
to contratadas na região dos Fundos Constitucionais, e de
20% (vinte por cento) nas operações de custeio e investi-
mentos nas demais regiões do País, sendo que, nas regiões
do semiárido, Norte do Espírito Santo e nos Municípios do
Norte de Minas Gerais, do Vale do Jequitinhonha e do Vale
do Mucuri, compreendidos na área da atuação da Agência
de Desenvolvimento do Nordeste – Adene, o bônus será
de 70% (setenta por cento) para custeio e investimento;

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 100


ANEXOS

..................................................................

II – ..................................................................

a) os mutuários que estavam adimplentes em 3 de julho de


2003 ou que regularizaram seus débitos até 28 de novem-
bro de 2003 terão as seguintes condições:

1. rebate de 8,8% (oito inteiros e oito décimos por cento) no


saldo devedor das operações de investimento, na posição
de 1º de janeiro de 2002, desde que se trate de operação
contratada com encargos pós-fixados;

2. no caso das operações de investimento, o saldo devedor


apurado na data da repactuação será prorrogado pelo pra-
zo de 10 (dez) anos, incluídos 2 (dois) anos de carência, a
ser liquidado em parcelas iguais, anuais e sucessivas, sen-
do que as operações repactuadas de custeio serão liqui-
dadas em três parcelas anuais, iguais e sucessivas, após 1
(um) ano de carência contado da data da repactuação;

3. aplicação de taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por


cento ao ano) a partir de 1º de janeiro de 2002;

4. nas regiões do semiárido, Norte do Espírito Santo, e nos


Municípios do Norte de Minas Gerais, do Vale do Jequiti-
nhonha e do Vale do Mucuri, compreendidos na área de
atuação da Agência de Desenvolvimento do Nordeste –
Adene, será concedido um bônus de adimplência de 70%
(setenta por cento) sobre cada parcela da dívida paga até a
data do respectivo vencimento;

b) os mutuários que se encontravam em inadimplência e


não regularizaram seus débitos até 28 de novembro de
2003 terão as seguintes condições:

1. o saldo de todas as prestações vencidas e não-pagas


deverá ser corrigido até a data da repactuação com base
nos encargos originalmente contratados, sem bônus e sem
encargos adicionais de inadimplemento;

2. para aderir à repactuação será dispensada contraparti-


da financeira por parte do mutuário nas regiões do semiá-
rido, Norte do Espírito Santo, e nos Municípios do Norte
de Minas Gerais, do Vale do Jequitinhonha e do Vale do
Mucuri, compreendidos na área de atuação da Agência de
Desenvolvimento do Nordeste – Adene;

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 101


ANEXOS

3. para aderir à repactuação nas demais regiões do País


será exigido o pagamento do valor correspondente a 5%
(cinco por cento) do somatório das prestações vencidas
apuradas na forma do item 1 da alínea b quando os finan-
ciamentos forem realizados com os recursos dos Fundos
Constitucionais, ou convertidos para esta fonte com base
no § 3º deste artigo, e de 10% (dez por cento) do somatório
das parcelas vencidas quando se tratar de contratos finan-
ciados exclusivamente por outras fontes, no ato da formali-
zação do instrumento de repactuação;

4. sobre o saldo das parcelas vencido, apurado após o


pagamento previsto nos itens 2 e 3 da alínea b, será con-
cedido na data da repactuação um rebate de 8,2% (oito
inteiros e dois décimos por cento), desde que contratadas
com encargos pós-fixados, sendo aplicada taxa efetiva de
juros de 3% a.a. (três por cento ao ano) a partir da data de
renegociação;

5. na parcela do saldo devedor vincendo das operações


de investimento será concedido na posição de 1º de janei-
ro de 2002 um rebate de 8,8% (oito inteiros e oito déci-
mos por cento) no saldo devedor, desde que se trate de
operação contratada com encargos pós-fixados, passan-
do a ter uma taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por cen-
to ao ano) a partir desta data;

6. o saldo devedor total apurado nas formas dos itens 4


e 5 da alínea b das operações de investimento será con-
solidado na data da repactuação e prorrogado pelo prazo
de 10 (dez) anos, incluídos 2 (dois) anos de carência, a ser
liquidado em parcelas iguais, anuais e sucessivas, após
1 (um) ano de carência contado da data da repactuação;

7. nas regiões do semiárido, Norte do Espírito Santo, e


nos Municípios do Norte de Minas Gerais, no Vale do
Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, compreendidos na
área de atuação da Agência de Desenvolvimento do
Nordeste – Adene, os mutuários que vierem a adimplir-
-se nessas condições farão jus a um bônus de adimplên-
cia de 40% (quarenta por cento) sobre cada parcela da
dívida para até a data do respectivo vencimento.

..................................................................

§5º Para os financiamentos de que tratam os incisos I e II,


realizados na região Nordeste, no Norte do Espírito San-
to e nos Municípios do Norte de Minas Gerais, no Vale

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 102


ANEXOS

do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, compreendidos


na área de atuação da Agência de Desenvolvimento do
Nordeste – Adene, e lastreados com recursos do Fun-
do de Amparo ao Trabalhador – FAT em operações com
recursos mistos desse Fundo e do Fundo Constitucional
de Financiamento do Nordeste, ou realizadas somen-
te com recursos do FAT sem equalização, nessa região,
cujo valor total originalmente contratado não exceda a R$
35.000,00 (trinta e cinco mil reais), prevalecem as seguin-
tes disposições:

..................................................................

II – a parcela do saldo devedor, apurado na data de repac-


tuação, que diz respeito ao crédito original excedente
ao limite de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), na região do
semiárido, incluído o Norte do Espírito Santo, e nos Municí-
pios do Norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha e
no Vale do Mucuri, compreendidos na área de atuação da
Agência de Desenvolvimento do Nordeste – Adene, pode-
rá ser prorrogada pelo prazo de 10 (dez) anos, incluídos 2
(dois) anos de carência, observado o seguinte:

a) os mutuários que estavam adimplentes em 3 de julho de


2003 ou que regularizaram seus débitos até 28 de novem-
bro de 2003 terão as seguintes condições:

1. farão jus a bônus de adimplência de 50% (cinquenta por


cento) sobre a prestação ou parcela liquidada na data do
vencimento;

2. aplicação de taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por


cento ao ano) a partir de 1º de janeiro de 2002;

b) os mutuários que se encontravam em inadimplência e


não regularizaram seus débitos até 28 de novembro de
2003 terão as seguintes condições:

1. para aderir à repactuação será dispensada contrapartida


financeira por parte do mutuário;

2. o saldo de todas as prestações vencidas e não pagas


deverá ser corrigido até a data da repactuação com base nos
encargos originalmente contratados, sem bônus e sem encar-
gos adicionais de inadimplemento, quando passam a ter uma
taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por cento ao ano);

3. na parcela do saldo devedor vincendo das operações de


investimento será aplicada uma taxa efetiva de juros de 3%
a.a. (três por cento ao ano) a partir de 1º de janeiro de 2002;

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 103


ANEXOS

4. os mutuários que vierem a adimplir-se nessas condi-


ções farão jus a bônus de adimplência de 20% (vinte por
cento) sobre cada prestação ou parcela da dívida paga
até a data do respectivo vencimento.

..................................................................” (NR)

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Antonio Palocci Filho
Roberto Rodrigues

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.12.2003 com retifica-


ções em 30.08.2010.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 104


ANEXOS

—— ANEXO 3 – CIRCULAR SUSEP


261, DE 9 DE JULHO DE 2004
Dispõe sobre o seguro de cédula de produto rural
(CPR) e dá outras providências.

O SUPERINTENDENTE SUBSTITUTO DA SUPERINTENDÊNCIA DE


SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, na forma do disposto no art. 36, alínea
“b”, do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e tendo em vista o
que consta do processo SUSEP 15414.002232/2003-69,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar as disposições constantes desta Circular e de seu anexo,


que serão aplicadas, obrigatoriamente, a todo e qualquer plano de seguro
de cédula de produto rural (CPR).

Art. 2º O seguro de CPR tem por objetivo garantir, ao segurado, o paga-


mento de indenização, na hipótese de comprovada falta de cumprimento,
por parte do tomador, de obrigações estabelecidas na CPR.

Parágrafo único. A cobertura do seguro vigorará até a data do vencimento


da CPR.

Art. 3º O seguro de CPR poderá garantir a CPR Financeira ou a CPR de


Entrega Física, emitidas e registradas na forma da legislação vigente.

Art. 4º As seguintes informações, dentre outras exigidas pelas normas em


vigor, deverão constar do frontispício da apólice:

I – Descrição do tipo de CPR, de acordo com o disposto no artigo


3º desta Circular;

II – Denominação do segurado;

III – Denominação do tomador, com sua respectiva identificação;

IV – Número da CPR; e

V – Descrição do produto rural, sua quantidade e preço ou índice


de preços aplicável.

Parágrafo único. O campo “denominação do segurado” poderá ser preen-


chido mediante reprodução da definição de que trata o anexo desta Circular.

Art. 5º A sociedade seguradora somente poderá isentar-se de responsa-


bilidade quanto ao pagamento de indenização, na hipótese de ocorrência
de, pelo menos, uma das seguintes situações:

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 105


ANEXOS

I – Atos ou fatos de responsabilidade do segurado, que impossibi-


litem o tomador do fiel cumprimento de suas obrigações estabe-
lecidas na CPR;

II – Alteração dos requisitos da CPR, sem sua prévia anuência; e

III – Caso fortuito ou de força maior, exceto nos casos de chuva


excessiva, geada, granizo, incêndio acidental, inundação, raio,
seca, tromba d’água, variação excessiva de temperatura, vento
forte, doença e praga não controláveis.

Art. 6º Para que a CPR seja oferecida como ativo garantidor ou integrante
da carteira de FIE, nos termos da regulamentação vigente, a apólice de
seguro deverá observar as seguintes disposições:

I – A indenização corresponderá ao valor da obrigação estabe-


lecida na CPR, não podendo estar previsto nenhum limite máxi-
mo de garantia que impeça seu pagamento pelo valor integral;

II – Se na data de vencimento da CPR for constatada alguma dife-


rença em relação ao limite máximo de garantia inicialmente con-
tratado, para fins de cobrança de prêmio, a sociedade segurado-
ra poderá promover o necessário ajuste do prêmio, devolvendo
ou cobrando o valor correspondente à diferença apurada;

III – O pagamento da indenização deverá ser feito, no máximo, no


dia útil seguinte à data de vencimento da CPR, no caso de CPR
Financeira e em até 10 (dez) dias úteis, a partir da data de venci-
mento da CPR, quando se tratar de CPR de Entrega Física; e

IV – Se após o pagamento da indenização for constatado que a


mesma não era devida, em razão das excludentes previstas no
artigo 5o desta Circular, a sociedade seguradora deverá adotar
as providências cabíveis, com vistas ao respectivo ressarcimento.

Art. 7º Quando a CPR não for oferecida como ativo garantidor ou inte-
grante da carteira de FIE, deverá estar previsto na apólice que a inde-
nização corresponderá ao valor da obrigação estabelecida na CPR,
observado, se houver, o limite máximo de garantia previsto no contrato
de seguro.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, o prazo e a


forma de liquidação de sinistro deverão estar de acordo com as demais
normas vigentes.

Art. 8º No caso de CPR de Entrega Física, será permitido o pagamento da


indenização pelo valor equivalente à quantidade e qualidade de produto
nela previstos, desde que o segurado tenha concordado expressamente
com esta condição.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 106


ANEXOS

Art. 9º A apólice continuará em vigor, mesmo que o tomador esteja ina-


dimplente em relação a qualquer parcela do prêmio, podendo a socie-
dade seguradora, neste caso, executar as contragarantias contratualmente
previstas.

Art. 10. Fica vedada a execução das contragarantias, quando o sinistro for
decorrente dos seguintes eventos:

I – Incêndio acidental;

II – Raio;

III – Tromba d’água;

IV – Vento forte;

V – Granizo;

VI – Chuva excessiva;

VII – Seca;

VIII – Geada;

IX – Variação excessiva de temperatura;

X – Inundação; e

XI – Doença e praga não controláveis.

Parágrafo único. A vedação de que trata o caput deste artigo prevalecerá


de forma proporcional ao valor dos prejuízos decorrentes diretamente dos
eventos nele descritos.

Art. 11. As sociedades seguradoras deverão submeter, à apreciação da


SUSEP, as condições contratuais e a nota técnica atuarial, observados os
critérios mínimos previstos em regulamentação específica.

Parágrafo único. As sociedades seguradoras, que desejarem comercia-


lizar apólices que garantam cédulas oferecidas como ativo garantidor ou
que integrem carteiras de FIE, deverão submeter o correspondente plano
de seguro em processo administrativo específico.

Art.12. As operações do seguro de cédula de produto rural – CPR serão


contabilizadas neste mesmo ramo.

Art. 13. Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, ficando
revogada a Circular SUSEP 248, de 13 de fevereiro de 2004.

JOÃO MARCELO M. R. DOS SANTOS


Superintendente Substituto

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 107


ANEXOS

—— Anexo 4 – Circular SUSEP


261, de 9 de julho de 2004 –
Título Único das Definições
Considerar-se-ão, para efeitos desta Circular, os conceitos abaixo:

I – Ativo garantidor: o ativo oferecido como garantia dos recursos


das reservas, das provisões e dos fundos, conforme as diretrizes
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;

II – Caso fortuito: fato natural, imprevisível ou inevitável. É fruto do


acaso e provém das forças naturais ou de uma causa cujos efeitos
não eram possíveis prever ou evitar;

III – Cédula de produto rural – CPR: título emitido por produtor rural
ou suas associações, inclusive cooperativas, na forma da lei;

IV – Chuva excessiva: precipitação natural contínua de água que


gere redução na produtividade da plantação;

V – Contragarantias: conjunto de garantias dadas pelo tomador


em favor da sociedade seguradora;

VI – Doença e praga não controláveis: aquelas para as quais não


existe método de controle ou de profilaxia conhecidos, definidos
por entidades devidamente autorizadas pelo Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento;

VII – Empreendimento rural: atividade com fins econômicos desen-


volvida em estabelecimento rural devidamente cadastrado no INCRA,
destinada à produção vegetal, animal, aquícola ou extrativista;

VIII – FAQE: o fundo de aplicação em quotas de fundos de investi-


mento especialmente constituído, conforme as diretrizes estabele-
cidas pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que
disciplina a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e
dos fundos das sociedades seguradoras, das sociedades de capi-
talização e das entidades abertas de previdência complementar,
bem como a aceitação dos ativos correspondentes como garanti-
dores dos respectivos recursos;

IX – FIE: o fundo de investimento especialmente constituído, inclu-


sive aqueles destinados à aplicação de recursos por parte do
FAQE, cuja carteira seja composta conforme as diretrizes estabe-
lecidas pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que
disciplina a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e
dos fundos das sociedades seguradoras, das sociedades de capi-

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 108


ANEXOS

talização e das entidades abertas de previdência complementar,


bem como a aceitação dos ativos correspondentes como garanti-
dores dos respectivos recursos.

X – Força maior: causa a que não se pode oferecer resistência.


Acontecimento que não se pode impedir e de que não se é res-
ponsável;

XI – Geada: fenômeno atmosférico de resfriamento intenso, acom-


panhado, ou não, de depósitos de gelo nas superfícies expostas,
provocando redução na produtividade do empreendimento rural;

XII – Granizo: precipitação atmosférica em forma de pedras de


gelo, ocasionando danos físicos na planta ou suas partes, com a
consequente queda na produtividade do empreendimento rural;

XIII – Incêndio acidental: toda e qualquer combustão fora do con-


trole do homem, tanto no espaço quanto no tempo, que destrói ou
danifica o empreendimento rural;

XIV – Inundação: grande quantidade de água acumulada pelo


transbordamento de rios, diques, açudes ou similares decorrente
de fenômenos climáticos, provocando redução na produtividade
do empreendimento rural;

XV – Raio: fenômeno atmosférico que se verifica quando uma


nuvem carregada de eletricidade atinge um potencial electrostá-
tico tão elevado que a camada de ar existente entre ela e o solo
deixa de ser isolante, permitindo assim que uma descarga elétrica
a atravesse, ocasionando queda na produtividade do empreendi-
mento rural;

XVI – Seca: situação climática em que a ausência ou carência de


chuva acarreta queda na produtividade do empreendimento rural;

XVII – Segurado: último credor titular da CPR, não podendo, em


hipótese alguma, ser o próprio emitente ou seu avalista;

XVIII – Tomador: emitente da CPR e devedor das obrigações assu-


midas na respectiva CPR;

XIX – Tromba d’água: precipitação excessiva de chuva num curto


espaço de tempo, cuja incapacidade de absorção da água pelo
solo provoca enchentes, com consequentes danos ao empreen-
dimento rural;

XX – Variação excessiva de temperatura: oscilação atípica da tem-


peratura num curto período de tempo, comprometendo o normal
desenvolvimento das culturas e criações, resultando em queda na
produtividade do empreendimento rural; e

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 109


ANEXOS

XXI – Vento forte: deslocamento intenso de ar provocando danos


à plantação, a exemplo de tombamento, quebra de partes da plan-
ta ou queda de frutos, resultando em queda na produtividade.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 110


ANEXOS

—— ANEXO 5 – RESOLUÇÃO CNSP


339, 11 DE MAIO DE 2016
Dispõe sobre o Seguro Rural e o Fundo de Estabili-
dade do Seguro Rural (FESR), de sua administração e
controle por seu gestor, e dá outras providências.

A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), no uso da atribuição


que lhe confere o art. 34, inciso XI, do Decreto nº 60.459, de 13 de março
de 1967, torna público que o CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVA-
DOS (CNSP), em sessão extraordinária realizada em 9 de maio de 2016,
tendo em vista o disposto nos arts. 16 a 19, c/c art. 32, inciso I, do Decre-
to-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e considerando o que consta no
processo SUSEP nº 15414.002733/2014-06, de 08 de outubro de 2014,

RESOLVEU:

Capítulo I
do Objeto
Art. 1º O Seguro Rural e o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), ins-
tituído pelos arts. 16 e 17 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966,
com a finalidade de garantir a estabilidade das operações de Seguro Rural
e atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe, serão regidos,
controlados e fiscalizados conforme o estabelecido na presente Resolução.

Art. 2º O Seguro Rural constitui grupo de seguros destinados à cobertura


dos riscos peculiares às atividades agrícola, pecuária, aquícola e florestal,
abrangendo as modalidades definidas no art. 3º.

Capítulo II
das Modalidades do Seguro Rural
Art. 3º O Seguro Rural abrange as seguintes modalidades:

I – seguro agrícola;

II – seguro pecuário;

III – seguro aquícola;

IV – seguro de florestas;

V – seguro de penhor rural;

VI – seguro de benfeitorias e produtos agropecuários;

VII – seguro de vida; e

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 111


ANEXOS

VIII – seguro de cédula de produto rural (CPR).

§1º O seguro de que trata o inciso VII deve ser destinado ao produtor rural,
devedor de crédito rural, e terá sua vigência limitada ao período de finan-
ciamento, sendo que o beneficiário será o agente financiador.

§2º A inclusão do seguro de que trata o inciso VIII como modalidade do


Seguro Rural dependerá de regulamentação da SUSEP.

Capítulo III
dos Planos do Seguro Rural
Art. 4º Para efeito de controle estatístico permanente de todas as opera-
ções de Seguro Rural realizadas no País, as sociedades seguradoras ficam
obrigadas a prestar à SUSEP as informações estatísticas referentes às ope-
rações de Seguro Rural, na forma e prazos por ela estabelecidos.

Capítulo IV
do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural
Seção I
Da Habilitação ao FESR
Art. 5º O FESR garantirá as operações do Seguro Rural, nas modalidades
relacionadas nos incisos I a V do art. 3º e nos limites estabelecidos por esta
Resolução.

Art. 6º O exercício do FESR será de 1º de janeiro a 31 de dezembro do


mesmo ano.

Parágrafo único. O exercício do FESR em vigor na data da publicação des-


te normativo terá, excepcionalmente, dezoito meses de duração, iniciando-
-se em 1º de julho do ano anterior, para adequação ao previsto no “caput”.

Art. 7º As sociedades seguradoras que pretendam operar nas modalida-


des de que tratam os incisos I a V do art. 3º deverão apresentar ao gestor
do FESR, com antecedência mínima de sessenta dias do início do seu exer-
cício, Plano de Operações com as seguintes informações mínimas:

I – relação das unidades federativas e culturas nas quais preten-


dam atuar em cada exercício do Fundo, observando, obrigatoria-
mente, as orientações do zoneamentoagrícola do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou instituições oficiais de
pesquisa, caso as operações incluam o seguro agrícola;

II – programa de resseguro se houver, relacionado a cada uma das


modalidades selecionadas para atuação e de acordo com modelo
específico disponibilizado pelo gestor do Fundo; e

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 112


ANEXOS

III – indicadores de distribuição de risco.

§1º Qualquer alteração no Plano de Operações deve ser apresentada com


antecedência mínima de quinze dias de sua ocorrência.

§2º As solicitações apresentadas durante o exercício do FESR que não


atendam ao prazo estabelecido no “caput” serão objeto de análise do ges-
tor do Fundo, em caráter excepcional, desde que devidamente justificadas.

Art. 8º A garantia do FESR está condicionada à apresentação à Susep de


nota técnica atuarial das modalidades do Seguro Rural relacionadas nos
incisos I a V do artigo 3º, contendo os seguintes elementos, além daqueles
previstos em regulação específica:

I – programa de resseguro adotado, se houver, dispondo sobre


critérios técnicos para sua elaboração, tipos de contrato com que
se espera trabalhar e percentuais de cessão;

II – para fins do custeio das despesas administrativas, deverá ser


considerado o percentual máximo de 20% (vinte por cento) dos
prêmios emitidos, devidamente justificado; e

III – limites mínimo e máximo do percentual de comissão de corre-


tagem a serem adotados na comercialização, aí incluída a despesa
de angariação, quando houver.

Seção II
Da Contribuição e da Recuperação do FESR
Art. 9º As sociedades seguradoras efetuarão contribuições ao FESR em
função do resultado positivo em cada exercício, apurado de acordo com
a metodologia apresentada no anexo I, nas modalidades garantidas pelo
FESR, de acordo com os seguintes percentuais:

I – seguros agrícola, pecuário, aquícola e de florestas – trinta por


cento; e

II – seguro de penhor rural – cinquenta por cento.

Art. 10. As sociedades seguradoras recuperarão do FESR, anualmente,


após o término do exercício, a parcela de seus sinistros retidos, nos seguros
agrícola, pecuário, aquícola, de florestas quando esta exceder a cem por
cento de sinistralidade, limitada a cento e cinquenta por cento da sinistrali-
dade apurada de acordo com o anexo I, considerando o exercício em curso.

Art. 11. As sociedades seguradoras recuperarão do FESR, anualmen-


te, após o término do exercício, a parcela de seus sinistros retidos, nos
seguros agrícola, pecuário, aquícola, de florestas quando esta exceder a
duzentos e cinquenta por cento de sinistralidade, apurada de acordo com
o anexo I, considerando o exercício em curso.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 113


ANEXOS

Parágrafo único. A solicitação da recuperação de que trata o “caput” pode-


rá ser realizada de forma imediata, a critério das sociedades seguradoras.

Art. 12. As sociedades seguradoras recuperarão do FESR, anualmente,


após o término do exercício, a parcela de seus sinistros retidos, nos segu-
ros de penhor rural quando esta exceder a cem por cento de sinistralidade,
apurada de acordo com o anexo I, considerando o exercício em curso.

Art. 13. Para fins de cálculo do resultado de que tratam os art. 9º, 10, 11 e 12
devem ser consideradas como crédito ao prêmio ganho as comissões de
resseguro recebidas pelas sociedades seguradoras nas operações garan-
tidas pelo FESR.

Art. 14. A alteração dos percentuais de contribuição e recuperação junto


ao FESR, de que trata esta norma, poderá ser solicitada pelo gestor do
Fundo à Susep e deverá ser expressamente aprovada pelo CNSP, caso
seja comprovado o frequente impacto negativo no seu resultado, por meio
de estudos atuariais e financeiros submetidos para análise.

Art. 15. As contribuições efetuadas com base no art. 9º e as recuperações


efetuadas com base nos arts. 10, 11 e 12, inclusive de safras ocorridas em
períodos anteriores, serão ajustadas ao final de cada exercício do FESR.

Parágrafo único. O resultado de cada seguradora será atualizado de acor-


do com as regras definidas pelo gestor do Fundo, respeitadas as normas
do CNSP, desde a data do fim do exercício do FESR até a data da efetiva
liquidação financeira.

Seção III
Da Garantia do FESR às Resseguradoras Locais
Art. 16. Os resseguradores locais poderão efetuar contribuições e recu-
perações ao FESR em função de seu resultado, nas mesmas bases esta-
belecidas para as sociedades seguradoras na Seção II do Capítulo IV e de
acordo com o anexo II.

§1º O acesso ao FESR a que se refere o “caput” destina-se, exclusivamen-


te, ao resseguro proporcional (quota parte e/ou excedente de responsabi-
lidade) das operações de seguro habilitadas à garantia do FESR.

§2º As resseguradoras locais que pretendam operar com amparo do FESR


nas modalidades de que tratam os incisos I a V do art. 3º deverão enviar
ao gestor do FESR, com antecedência mínima de trinta dias do início do
exercício do Fundo, carta formal requisitando habilitação.

§3º A carta formal a que se refere o parágrafo anterior deverá mencionar,


no mínimo, as seguradoras habilitadas e as respectivas operações garan-
tidas pelo FESR.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 114


ANEXOS

Capítulo V
dos Aportes Extraordinários ao FESR
Art. 17. Na hipótese de insuficiência de recursos no FESR, o seu gestor
comunicará o fato, em caráter de urgência:

I – ao CNSP, a quem competirá solicitar crédito especial suficiente


para atender ao referido déficit; e

II – às sociedades seguradoras e resseguradoras locais autoriza-


das a operar junto ao FESR, indicando as medidas que adotará
para a liquidação das obrigações do FESR.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no “caput”, o CNSP providenciará,


por intermédio do Ministério da Fazenda, os procedimentos para obtenção
do crédito especial.

Capítulo VI
Da Gestão e Controle Financeiro do FESR
Art. 18. O gestor do FESR disciplinará os critérios para gestão e acompa-
nhamento das operações abrangidas pelo Fundo.

§1º O gestor fica autorizado a estabelecer as normas e regulamentos


necessários ao cumprimento do disposto no “caput”.

§2º As empresas seguradoras/resseguradoras locais fornecerão em tempo


hábil os dados solicitados pelo gestor, na forma disposta no regulamento.

§3º As empresas seguradoras/resseguradoras locais firmarão declaração


de responsabilidade de informação, quando da remessa dos dados solici-
tados pelo gestor, na forma por ele estabelecida.

Art. 19. O gestor do FESR encaminhará à Secretaria do Tesouro Nacional,


até o fim do primeiro semestre do ano subsequente, relatório contendo as
demonstrações financeiras relativas às operações realizadas entre 1º de
janeiro a 31 de dezembro de cada ano.

Capítulo VII
Das Disposições Finais
Art. 20. A garantia do FESR de que trata esta Resolução restringe-se, para
a modalidade agrícola, aos seguros que garantam ao produtor uma inde-
nização pelos prejuízos causados às lavouras seguradas, abrangendo as
perdas físicas efetivas de produção.

Art. 21. A SUSEP fica autorizada a baixar as normas complementares


necessárias à execução das disposições desta Resolução, bem como
resolver os casos omissos.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 115


ANEXOS

Art. 22. Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro de 2017.

Art. 23. Ficam revogadas, a partir de 1º de janeiro de 2017, as Resoluções


CNSP nº 46, de 12 de fevereiro de 2001; nº 50, de 3 de setembro de 2001;
nº 95, de 30 de setembro de 2002; e nº 217, de 6 de dezembro de 2010.

ROBERTO WESTENBERGER
Superintendente

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 116


ANEXOS

Anexo I
Estrutura de Apuração do Resultado de cada Seguradora
Junto ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR
Seguradora:

Ramo:

Ano-Safra: /

Percentual de Prêmio Ganho

Prêmio Emitido (PE)

Prêmio Ganho (PG)

PG/PE %

Custo do Resseguro

Prêmio de Resseguro (PR) (+)

Comissão de Resseguro (CR) (-)

Diferença (=)

PG/PE %

Custo de Resseguro = (PR-CR)*PG/PE

Prêmio Líquido

Prêmio Ganho (+)

Custo de Resseguro (-)

Prêmio Líquido (=)

Despesas de Carregamento

Prêmio Líquido

Comissão de Corretagem (CC) 15%

Despesas Administrativas (DA) 20%

Despesas de Carregamento (CC + DA)

Prêmio Final

Prêmio Líquido (+)

Despesas de Carregamento (-)

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 117


ANEXOS

Prêmio Final (=)

Sinistro Retido

Sinistro Pago (+)

Sinistro Recuperado (-)

Sinistro Retido (=)

Resultado da Safra Atual

Prêmio Final (+)

Sinistro Retido (-)

Diferença (=)

Contribuição X% (=)

Recuperação (=)

Resultado da Safra Anterior

Contribuição (+)

Recuperação (-)

Apuração do Resultado Final

Resultado da Safra Atual (+)

Resultado da Safra Anterior (-)

Contribuição (=)

Recuperação (=)

Sinistralidade FESR

Sinistro Retido/Prêmio Final %

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 118


ANEXOS

Anexo 2
Estrutura de apuração do resultado de cada resseguradora
junto ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR
Resseguradora:

Ramo:

Ano-Safra: /

Prêmio Líquido

Prêmio de Resseguro Emitido (+)

Comissão de Resseguro Paga) (-)

Prêmio Líquido (=)

Despesa de Carregamento

Prêmio Líquido

Comissão de Corretagem (“Broker”) 2%

Despesas Administrativas (DA) 5%

Despesa de Carregamento (CC + DA)


Sinistro Retido

Sinistro Pago (+)

Sinistro Retido (=)

Resultado da Safra Atual

Prêmio Líquido (+)

Despesa de Carregamento (-)

Prêmio Final (=)

Sinistro Retido (-)

Resultado (=)

Contribuição X% (=)

Recuperação (=)

Resultado da Safra Anterior

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 119


ANEXOS

Contribuição (+)

Recuperação (-)

Apuração do Resultado Final

Resultado da Safra Atual (+)

Resultado da Safra Anterior (-)

Contribuição (=)

Recuperação (=)

Sinistralidade FESR

Sinistro Retido/Prêmio Final %

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 120


ANEXOS

—— ANEXO 6 – CIRCULAR SUSEP N°


286, DE 21 DE MARÇO DE 2005
Dispõe sobre o seguro pecuário e o seguro de
animais.

O SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVA-


DOS (SUSEP), no uso das atribuições que lhe confere o art. 36, alíneas “b”
e “c”, do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e considerando o
que consta do Processo SUSEP nº 15414.000184/2002-93,

RESOLVE:

Art. 1º Dispor sobre o seguro pecuário e o seguro de animais, nos termos


expressos nesta Circular.

Art. 2º O seguro pecuário, definido como modalidade de seguro rural,


tem por objetivo garantir o pagamento de indenização, em caso de morte
de animal destinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria,
engorda ou trabalho por tração.

§1º Os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de


sêmen ou transferência de embriões, cuja finalidade seja, exclusivamen-
te, o incremento e/ou melhoria de plantéis daqueles animais menciona-
dos no caput deste artigo, estão também enquadrados na modalidade de
seguro pecuário.

§2º No seguro de que trata o caput deste artigo, a sociedade seguradora


poderá, também, oferecer outras coberturas que garantam riscos passíveis
de causar prejuízos pecuniários ao segurado.

Art. 3º O seguro de animais tem por objetivo garantir o pagamento de


indenização, em caso de morte de animais classificados como de elite ou
domésticos e não está enquadrado como seguro rural.

§1º Entende-se como animais de elite os destinados ao lazer ou à par-


ticipação em torneios/provas esportivas, bem como aqueles utilizados,
exclusivamente, na coleta de sêmen e transferência de embriões para fins
distintos do disposto no § 1º do artigo §2º desta Circular.

§2º Entende-se como animais domésticos aqueles adaptados ao conví-


vio familiar e destinados, exclusivamente, à companhia de pessoas ou
guarda residencial.

§3º No seguro de que trata o caput deste artigo, a sociedade seguradora


poderá, também, oferecer outras coberturas que garantam riscos passíveis
de causar prejuízos pecuniários ao segurado.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 121


ANEXOS

Art. 4º A sociedade seguradora poderá oferecer, também, coberturas


que garantam o reembolso de despesas incorridas com veterinários,
exames e/ou internações, cabendo ao segurado a livre escolha do
prestador de serviços.

Art. 5º A sociedade seguradora que opere ou pretenda operar com os


seguros de que trata esta Circular deverá apresentar a SUSEP as respecti-
vas notas técnicas atuariais e condições contratuais, conforme regulamen-
tação em vigor.

§1º Os planos de seguro pecuário e de seguro de animais deverão ser


encaminhados em processos distintos.

§2º Caso haja interesse da sociedade seguradora na obtenção da garantia


do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), para o seguro pecuário,
o respectivo plano deverá ser aprovado, em cada exercício daquele Fun-
do, conforme estabelecido em regulamentação específica.

Art. 6º Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, ficando


revogada a Circular SUSEP nº 194, de 8 de julho de 2002.

RENÊ GARCIA JR.


Superintendente

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 122


ANEXOS

—— ANEXO 7 – DECRETO N° 5.782,


DE 23 DE MAIO DE 2006
Aprova os percentuais e valores máximos da subvenção
ao prêmio do seguro rural para o exercício de 2006.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o


art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no inciso IV
do art. 3º da Lei nº 10.823, de 19 de dezembro de 2003,

DECRETA:

Art. 1º Ficam aprovados os percentuais de subvenção econômica ao prê-


mio do seguro rural para o exercício de 2006, de que tratam os arts. 3º,
inciso IV, da Lei nº 10.823, de 19 de dezembro de 2003, e 7º, incisos II e III,
do Decreto nº 5.121, de 29 de junho de 2004, na forma do Anexo a este
Decreto.

Art. 2º Fica estabelecido, para o seguro rural na modalidade agrícola, o


valor máximo de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais) de subvenção ao
prêmio, por beneficiário, pessoa física ou jurídica, por ano civil, para cada
um dos grupos de culturas previstos nos incisos a seguir indicados:

I – aveia, canola, cevada, centeio, milho segunda safra, sorgo, trigo


e triticale;

II – abacaxi, alface, algodão, alho, amendoim, arroz, batata, berinjela,


beterraba, cana-de-açúcar, cebola, cenoura, couve-flor, feijão, girassol,
milho, morango, pepino, pimentão, repolho, soja, tomate e vagem; e

III – ameixa, café, caqui, figo, goiaba, kiwi, laranja, limão e demais
cítricos, maçã, nectarina, pêra, pêssego e uva.

Parágrafo único. O produtor rural poderá receber subvenção para mais


de uma cultura dentro do mesmo grupo, desde que o somatório do benefí-
cio não ultrapasse o limite de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais).

Art. 3º Fica igualmente estabelecido, para o seguro rural nas modalidades


pecuário, de florestas e aquícola, o valor máximo de R$ 32.000,00 (trinta e
dois mil reais) de subvenção ao prêmio, por beneficiário, pessoa física ou
jurídica, por ano civil, para cada uma dessas modalidades.

Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Fica revogado o Decreto 5.514, de 17 de agosto de 2005.

Brasília, 23 de maio de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Roberto Rodrigues

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24 de maio de 2006.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 123


ANEXOS

Anexo – Percentagens de Subvenção ao


Prêmio para a Safra 2016/2018
MODALIDADES TIPO DE TIPO DE NÍVEL DE SUBVENÇÃO LIMITES
GRUPOS DE ATIVIDADES
DE SEGURO COBERTURA PRODUTO COBERTURA (%) ANUAIS

Receita/ 65%–75% 40%


Faturamento > 75% 35%
Multirriscos
Custeio/ 65%–75% 35%
Grãos (incluindo café)
Produtividade > 75% 30%
Agrícola 72.000,00
Riscos
---------- 30%
Nomeados

Frutas, Olerícolas, Café e


---------- ---------- 35%
Cana

Silvicultura (Florestas Plan-


Florestas 24.000,00
tadas)

Aves, bovinos, bubalinos, 24.000,00


Pecuário caprinos, equinos, ovinos
---------- ---------- 35%
e suínos

Carcinicultura, maricultura, 24.000,00


Aquícola
piscicultura

Limites: Agrícola – R$ 72.000,00 / Pecuário, Florestal e Aquícola – R$ 24.000,00 (cada) /


TOTAL R$ 144.000,00

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 124


ANEXOS

—— ANEXO 8 – LEI COMPLEMENTAR


N° 137, DE 26 DE AGOSTO DE 2010
Mensagem de veto:

Autoriza a participação da União em fundo destinado à cobertura


suplementar dos riscos do seguro rural; altera dispositivos da Lei nº
10.823, de 19 de dezembro de 2003, da Lei Complementar nº 126,
de 15 de janeiro de 2007, do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro
de 1966, do Decreto-Lei nº 261, de 28 de fevereiro de 1967, e da Lei
nº 4.594, de 29 de dezembro de 1964; revoga dispositivos da Lei nº
8.171, de 17 de janeiro de 1991, da Lei nº 10.823, de 19 de dezembro de
2003, e do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966; e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

Art. 1º É a União autorizada a participar, na condição de cotista, de fundo


que tenha por único objetivo a cobertura suplementar dos riscos do seguro
rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestal, que passa,
nesta Lei Complementar, a ser denominado, simplesmente, Fundo.

§1º A integralização de cotas pela União será autorizada por decreto e


poderá ser realizada a critério do Ministro de Estado da Fazenda:

I – em moeda corrente, até o limite definido na lei orçamentária;

II – em títulos públicos, até o limite de R$ 4.000.000.000,00 (qua-


tro bilhões de reais), a ser integralizados nas seguintes condições:

a) até R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) por ocasião da adesão


da União ao Fundo; e

b) (VETADO)

§2º A representação da União na assembleia de cotistas observará os ter-


mos do inciso V do art. 10 do Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967.

§3º O Fundo não contará com garantia ou aval do poder público e responderá
por suas obrigações até o limite dos bens e direitos integrantes de seu patrimônio.

§4º O disposto no §3º não obstará a União de adquirir novas cotas do


Fundo, seja para recompor patrimônio eventualmente consumido no cum-
primento de obrigações próprias do Fundo, seja para atender metas da
política de expansão do seguro rural ou outros objetivos à discrição do
Poder Executivo.

Art. 2º O Fundo poderá ser instituído, administrado, gerido e representado

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 125


ANEXOS

judicial e extrajudicialmente: I – por pessoa jurídica criada para esse fim


específico, da qual podem participar, na condição de cotistas, sociedades
seguradoras, sociedades resseguradoras, empresas agroindustriais e coo-
perativas; ou II – (VETADO)

§1º O Fundo terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patri-


mônio dos cotistas e da instituição administradora.

§2º O patrimônio do Fundo será formado:

I – pela integralização de cotas;

II – pelos valores pagos pelas seguradoras e resseguradoras, para


aquisição de cobertura suplementar junto ao Fundo;

III – pelo resultado das aplicações financeiras dos seus recursos;

IV – por outras fontes definidas no estatuto do Fundo.

Art. 3º A participação da União no Fundo é condicionada a que seu esta-


tuto obedeça às disposições desta Lei Complementar.

§1º O estatuto do Fundo deverá dispor sobre:

I – a composição e as competências do Conselho Diretor do Fun-


do, assegurando-se a participação de pelo menos 1 (um) represen-
tante das sociedades seguradoras, 1 (um) representante das socie-
dades resseguradoras, 1 (um) representante das cooperativas e 1
(um) representante das empresas agroindustriais cotistas do Fun-
do, desde que seja atendido o que determina o §8º deste artigo;

II – as atribuições da assembleia de cotistas;

III – as modalidades de cobertura suplementar operadas pelo


Fundo, podendo diferenciá-las segundo o risco das operações ou
outros critérios previstos no estatuto;

IV – os limites de cobertura de risco transferíveis ao Fundo pelas


sociedades seguradoras ou resseguradoras; V – a remuneração
da instituição administradora.

§2º Os votos da União, sociedades seguradoras, sociedades ressegurado-


ras e empresas agroindustriais na assembleia de cotistas serão distribuí-
dos na proporção do número de cotas de cada um.

§3º Alterações no estatuto do Fundo serão decididas pela assembleia de cotistas.

§4º O Fundo não poderá pagar rendimentos a cotistas.

§5º Os cotistas do Fundo poderão, conforme dispuser o estatuto:

I – solicitar o resgate de suas cotas, desde que haja recursos não

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 126


ANEXOS

comprometidos com coberturas contratadas pelo Fundo;

II – transferir a propriedade de suas cotas.

§6º A sociedade seguradora ou resseguradora que optar por operar com


o Fundo deverá, nos termos e condições previstos no estatuto do Fundo:

I – subscrever cotas do Fundo;

II – contratar cobertura suplementar ofertada pelo Fundo para a


totalidade da carteira de risco retido nas modalidades de seguro
rural de que trata o art. 1º.

§7º Da mesma forma que as sociedades seguradoras e resseguradoras,


as empresas agroindustriais e as cooperativas que optarem por participar
do Fundo deverão subscrever cotas, nos termos e condições previstos no
estatuto do Fundo.

§8º O estatuto do Fundo definirá o número mínimo de cotas que devem


ser subscritas e integralizadas pelas sociedades seguradoras, sociedades
resseguradoras ou empresas agroindustriais e cooperativas para assegu-
rar representação no Conselho Diretor do Fundo.

§9º A obrigatoriedade de contratação de cobertura suplementar para a


totalidade da carteira de que trata o inciso II do §6º levará em consideração
as operações de todo o grupo econômico a que pertencer a sociedade
seguradora ou resseguradora, podendo o estatuto do Fundo definir parâ-
metros ou exceções para aplicação dessa regra.

Art. 4º O Fundo terá direitos e obrigações próprias, pelas quais respon-


derá exclusivamente com seu patrimônio, eximindo-se a instituição admi-
nistradora do Fundo, a União e os demais cotistas de obrigações que são
próprias do Fundo.

Art. 5º Aplicam-se aos membros do Conselho Diretor do Fundo e aos gesto-


res da instituição administradora do Fundo os deveres e responsabilidades
de que tratam os arts. 153 a 159 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Art. 6º Os rendimentos auferidos pela carteira do Fundo não se sujeitam à


incidência de imposto de renda na fonte ou do Imposto sobre Operações
de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários
(IOF), devendo integrar a base de cálculo dos impostos e contribuições
devidos pelo cotista, na forma da legislação vigente, quando houver o res-
gate de cotas, total ou parcial, ou por ocasião da dissolução do Fundo.

Art. 7º As receitas do Fundo não estarão sujeitas à Contribuição para


o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e à Contribuição para
o PIS/Pasep.

§1º O disposto no caput deste artigo não se aplica às receitas de adminis-

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 127


ANEXOS

tração ou gerência auferidas pela instituição de que trata o art. 2o desta


Lei Complementar.

§2º As receitas de administração ou gerência do Fundo permanecem sujei-


tas às normas da legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
vigentes anteriormente às Leis nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nº
10.823, de 19 de dezembro de 2003, observado o disposto no § 3º.

§3º As receitas de administração ou gerência de que trata o §2º são sujei-


tas às alíquotas referidas no art. 1º da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24
de agosto de 2001, e no art. 18 da Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003.

Art. 8º O valor das cotas do Fundo adquiridas por seguradoras, ressegura-


doras e empresas agroindustriais poderá ser deduzido:

I – do lucro real, para efeito de imposto de renda; e

II – da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líqui-


do (CSLL).

Art. 9º A dissolução do Fundo será condicionada à inexistência de riscos


por ele cobertos.

Parágrafo único. Dissolvido o Fundo, seu patrimônio será distribuído entre


os cotistas, na proporção de suas cotas, com base na situação patrimonial
à data da dissolução.

Art. 10. O órgão regulador de seguros poderá dispor sobre:

I – diretrizes para operações de seguro, cosseguro, resseguro e


retrocessão amparadas pelo Fundo, podendo estabelecer cláusu-
las de instrumentos contratuais;

II – os limites de cobertura de risco transferíveis ao Fundo pelas


seguradoras e resseguradoras de que trata o inciso IV do § 1º do
art. 3º;

III – limites de retenção de risco do Fundo;

IV – operações que impliquem transferência de risco do Fundo,


inclusive as de resseguro ou retrocessão.

Art. 11. A instituição administradora do Fundo deverá submeter, para apro-


vação dos sócios cotistas, o plano de operações e o orçamento anual do
Fundo, nos termos e prazos definidos pelo órgão regulador de seguros.

Parágrafo único. O plano de operações e o orçamento anual deverão ser


compatíveis com o equilíbrio atuarial de longo prazo do Fundo.

Art. 12. Caberá ao Conselho Monetário Nacional (CMN) definir as diretrizes


para aplicação dos recursos do Fundo.

Art. 13. A instituição administradora do Fundo, o Fundo e suas operações

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 128


ANEXOS

estão sujeitos à fiscalização do órgão fiscalizador de seguros, observadas


as peculiaridades técnicas, contratuais, operacionais e de risco da ativida-
de e as disposições do órgão regulador de seguros.

§1º A instituição administradora do Fundo e o Fundo estão sujeitos às penalida-


des previstas no Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, aplicadas pelo
órgão fiscalizador de seguros, conforme normas do órgão regulador de seguros.

§2º O órgão fiscalizador de seguros definirá as informações a serem pres-


tadas pela instituição administradora do Fundo, bem como aquelas que
deverão ser fornecidas pelas seguradoras e resseguradoras cotistas do
Fundo, em função das coberturas suplementares adquiridas.

Art. 14. (VETADO)

Art. 15. A Lei nº 10.823, de 2003, passa a vigorar com as seguintes altera-
ções:

“Art. 1º..................................................................................................................................
.......................................................

§4º (VETADO)” (NR)

“Art. 3º ...............................................................................................................................
.......................................

IV – (revogado);

.............................................................................................

VI – (VETADO)”

Parágrafo único. (Revogado)” (NR)

“Art. 5º ........................................................................

I – (revogado);

II – (revogado);

III – aprovar e divulgar:

a) os percentuais sobre o prêmio do seguro rural e os valores máximos da sub-


venção econômica, considerando a diferenciação prevista no art. 2º desta Lei;

b) as condições operacionais específicas;

c) as culturas vegetais e espécies animais objeto do benefício previsto nesta Lei;

d) as regiões a serem amparadas pelo benefício previsto nesta Lei;

e) as condições técnicas a serem cumpridas pelos beneficiários; e

f) a proposta de Plano Trienal ou seus ajustes anuais, dispondo sobre as dire-

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 129


ANEXOS

trizes e condições para a concessão da subvenção econômica, observadas as


disponibilidades orçamentárias e as diretrizes estabelecidas no Plano Plurianual;

IV – implementar e operacionalizar o benefício previsto nesta Lei;

V – incentivar a criação e a implementação de projetos-piloto pelas


sociedades seguradoras, contemplando novas culturas vegetais
ou espécies animais e tipos de cobertura, com vistas a apoiar o
desenvolvimento da agropecuária; e

VI – estabelecer diretrizes e coordenar a elaboração de metodo-


logias e a divulgação de estudos e dados estatísticos, entre outras
informações, que auxiliem o desenvolvimento do seguro rural
como instrumento de política agrícola.

Parágrafo único. O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural pode-


rá fixar limites financeiros da subvenção, por beneficiário e unidade de
área.” (NR)

Art. 16. Os arts. 4º, 6º, 9º e 25 da Lei Complementar nº 126, de 15 de janeiro


de 2007, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 4º ...............................................................................................................................
.......................................

§1º É vedado o cadastro a que se refere o inciso III do caput deste artigo
de empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais, assim considera-
dos países ou dependências que não tributam a renda ou que a tributam
a alíquota inferior a 20% (vinte por cento) ou, ainda, cuja legislação interna
oponha sigilo relativo à composição societária de pessoas jurídicas ou à
sua titularidade.

§2º Equipara-se ao ressegurador local, para fins de contratação de ope-


rações de resseguro e de retrocessão, o fundo que tenha por único obje-
tivo a cobertura suplementar dos riscos do seguro rural nas modalidades
agrícola, pecuária, aquícola e florestal, observadas as disposições de lei
própria.” (NR)

“Art. 6º ..........................………….........................................................................................
.....................................

IV – designar procurador, domiciliado no Brasil, com poderes especiais


para receber citações, intimações, notificações e outras comunicações; e

...................................................................................” (NR)

“Art. 9º .........................................……………......................................................................
.........................................................

§3º É o fundo que tenha por único objetivo a cobertura suplementar dos riscos
do seguro rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestal autoriza-

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 130


ANEXOS

do a contratar resseguro, retrocessão e outras formas de transferência de risco,


inclusive com pessoas não abrangidas pelos incisos I e II do caput deste artigo.

§4º É o órgão regulador de seguros autorizado a dispor sobre transferên-


cias de riscos, em operações de resseguro e de retrocessão, com pessoas
não abrangidas pelos incisos I e II do caput deste artigo, quando ficar com-
provada a insuficiência de oferta de capacidade por resseguradores locais,
admitidos e eventuais.” (NR)

“Art. 25. ......................................................................

§1º O órgão fiscalizador de seguros, o Banco Central do Brasil e a Comis-


são de Valores Mobiliários (CVM) manterão permanente intercâmbio de
informações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos
inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplicarem, sempre que
as informações forem necessárias ao desempenho de suas atividades.

§2º O órgão fiscalizador de seguros poderá firmar convênios:

I – com o Banco Central do Brasil, a CVM e outros órgãos fiscaliza-


dores, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas, obser-
vadas as respectivas competências;

II – com outros órgãos supervisores, reguladores, autorregulado-


res ou entidades fiscalizadoras de outros países, objetivando:

a) a fiscalização de escritórios de representação, filiais e subsidiárias de


seguradoras e resseguradores estrangeiros, em funcionamento no Brasil,
e de filiais e subsidiárias, no exterior, de seguradoras e resseguradores
brasileiros, bem como a fiscalização de remessas ou ingressos de valores
do exterior originários de operação de seguro, resseguro e retrocessão;

b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a investiga-


ção de atividades ou operações que impliquem aplicação, negociação,
ocultação ou transferência de ativos financeiros e de valores mobiliários
relacionados com a prática de condutas ilícitas ou que, sob qualquer outra
forma, tenham relação com possível ilicitude.

§3º O intercâmbio de informações entre os órgãos e entidades mencio-


nados nos incisos I e II do §2º deste artigo não caracteriza violação de
sigilo, devendo os referidos órgãos e entidades resguardar a segurança
das informações a que vierem a ter acesso.” (NR)

Art. 17. O art. 108 do Decreto-Lei nº 73, de 1966, passa a vigorar com a
seguinte redação:

“Art. 108. A infração às normas referentes às atividades de segu-


ro, cosseguro, resseguro, retrocessão e capitalização sujeita, na
forma definida pelo órgão regulador de seguros, a pessoa natural
ou jurídica responsável às seguintes penalidades administrativas,
aplicadas pelo órgão fiscalizador de seguros:

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 131


ANEXOS

...................................................................................” (NR)

Art. 18. A partir da vigência do Fundo de que trata o art. 1º desta Lei Com-
plementar, extinguir-se -á, na forma e no prazo definidos em regulamento,
o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), de que tratam os arts. 16
e 17 do Decreto-Lei nº 73, de 1966.

§1º É o IRB-Brasil Re encarregado da gestão do FESR até a completa liqui-


dação de suas obrigações, observadas as regras estabelecidas pelo Con-
selho Nacional de Seguros Privados (CNSP).

§2º Findo o processo de liquidação de que trata o § 1º deste artigo, o even-


tual superavit financeiro será incorporado à conta única do Tesouro Nacio-
nal.

Art. 19. Os arts. 32 e 36 do Decreto-Lei nº 73, de 1966, passam a vigorar


com a seguinte redação:

“Art. 32. .............................................................................................................................


.......................................

XVII – fixar as condições de constituição e extinção de entidades


autorreguladoras do mercado de corretagem, sua forma jurídica,
seus órgãos de administração e a forma de preenchimento de car-
gos administrativos;

XVIII – regular o exercício do poder disciplinar das entidades autor-


reguladoras do mercado de corretagem sobre seus membros,
inclusive do poder de impor penalidades e de excluir membros;

XIX – disciplinar a administração das entidades autorreguladoras


do mercado de corretagem e a fixação de emolumentos, comis-
sões e quaisquer outras despesas cobradas por tais entidades,
quando for o caso.” (NR)

“Art. 36. .............................................................................................................................


.......................................

k) fiscalizar as operações das entidades autorreguladoras do mercado de


corretagem, inclusive o exato cumprimento deste Decreto-Lei, de outras
leis pertinentes, de disposições regulamentares em geral e de resoluções
do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), e aplicar as penalida-
des cabíveis; e

l) celebrar convênios para a execução dos serviços de sua competência


em qualquer parte do território nacional, observadas as normas da legisla-
ção em vigor.” (NR)

Art. 20. O Decreto-Lei nº 73, de 1966, passa a vigorar acrescido do seguin-


te art. 127-A:

“Art. 127 – A. As entidades autorreguladoras do mercado de corretagem

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 132


ANEXOS

terão autonomia administrativa, financeira e patrimonial, operando sob a


supervisão da Superintendência de Seguros Privados (Susep), aplicando-
-se a elas, inclusive, o disposto no art. 108 deste Decreto-Lei.

Parágrafo único. Incumbe às entidades autorreguladoras do mercado de


corretagem, na condição de órgãos auxiliares da Susep, fiscalizar os res-
pectivos membros e as operações de corretagem que estes realizarem.”

Art. 21. O art. 3º do Decreto-Lei nº 261, de 28 de fevereiro de 1967, passa a


vigorar com a seguinte redação:

“Art. 3º ...............................................................................................................................

§1º Compete privativamente ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)


fixar as diretrizes e normas da política de capitalização e regulamentar as opera-
ções das sociedades do ramo, relativamente às quais exercerá atribuições idên-
ticas às estabelecidas para as sociedades de seguros, nos termos dos incisos I a
VI, X a XII e XVII a XIX do art. 32 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966.

§2º A Susep é o órgão executor da política de capitalização traçada pelo


CNSP, cabendo-lhe fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e
operações das sociedades do ramo, relativamente às quais exercerá atribui-
ções idênticas às estabelecidas para as sociedades de seguros, nos termos
das alíneas a, b, c, g, h, i, k e l do art. 36 do Decreto-Lei nº 73, de 1966.” (NR)

Art. 22. Revogam-se:

I – os incisos IV e V do art. 82 da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de


1991;

II – o inciso IV e o parágrafo único do art. 3º e os incisos I e II do art.


5º da Lei nº 10.823, de 19 de dezembro de 2003;

III – o art. 19 do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, a partir


de 1º de julho do ano seguinte ao do início de operação do Fundo;

IV – a partir da data da extinção do Fundo de Estabilidade do Seguro


Rural, os arts. 16 e 17 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966;

V – a alínea a do art. 5o da Lei nº 4.594, de 29 de dezembro de 1964.

Art. 23. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 26 de agosto de 2010; 189º da Independência e 122º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Guido Mantega
Wagner Gonçalves Rossi
Paulo Bernardo Silva
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27 de agosto de 2010 e
retificado no DOU de 27.8.2010

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 133


GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5 UNIDADE 6 UNIDADE 7

1–E 1–A 1–E 1–A 1–C 1–B 1–A

2–D 2–C 2–A 2–C 2–D 2–A 2–E

3–B 3–E 3–C 3–B 3–E 3–C 3–B

4–A 4–E 4–D 4–C 4–A 4–B

5–D 5–B 5–A 5–A 5–D 5–D

6–C 6 –B 6–E

7–C

8–A

9–B

10 – B

11 – A

12 – B

Estudos de Caso
Caso 1
Linha da resposta:

a) O aluno deve relacionar a quebra de safra com o êxodo rural, o aumento dos
custos dos produtos derivados da soja e os reflexos da quebra de safra junto às
empresas fornecedoras de insumos e implementos agrícolas aos produtores.

b) O aluno deve identificar, dentre os tipos de seguro disponibilizados no


mercado (Multirriscos/Granizo e Rendimento/Índice/Produção/ Custeio),
qual se adapta melhor às necessidades do produtor rural. É importante
afirmar que não existe resposta certa nem errada, devendo apenas a justi-
ficativa do aluno estar bem embasada.

Caso 2
Linha da resposta:

O aluno deve comparar as características do Fundo de Catástrofe com o


FESR, apresentados no manual. Em linhas gerais, a resposta deve conter
elementos relativos ao financiamento das seguradoras em caso de perdas
catastróficas, dificuldade de aceitação de riscos rurais, entre outras.

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 134


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, Aércio S. Um seguro agrícola “eficiente”. Brasília: Universidade de
Brasília, 2002. Texto para Discussão nº 255.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro


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ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro rural.


Assessoria técnica de Bruno Kelly. 12. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 128 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro


rural. Assessoria técnica de Afonso Lopes Teixeira Garcia Lamas. 13. ed. Rio
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FENASEG. Apostila de treinamento de seguro rural. Rio de Janeiro:


­FENASEG, [20--].

LOURENÇO, Joaquim Carlos. A evolução do agronegócio brasileiro no


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