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RIO DE JANEIRO
2020
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
ASSESSORIA TÉCNICA
FÁBIO ROBERTO DIAS – 2020/2019
BRUNO KELLY – 2018
EDIÇÃO
PLANO B EDUCAÇÃO
SEGURANÇA ALIMENTAR 10
AGRONEGÓCIO 11
Os Principais Segmentos do Agronegócio 12
Importância do Agronegócio 13
Oportunidades 13
Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro 13
Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro 14
O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO 15
FIXANDO CONCEITOS 1 18
CRONOLOGIA 23
ALIANÇA DO BRASIL 31
FIXANDO CONCEITOS 2 32
3. POLÍTICA AGRÍCOLA 34
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA) 35
Missão 35
Uma Parceria Histórica com o Agronegócio 35
RESSEGURADORAS 36
4. RISCO RURAL 41
INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AO PRODUTOR RURAL 42
GARGALO LOGÍSTICO 79
SISTEMA TRIBUTÁRIO 80
CONTROLE SANITÁRIO 80
INCREMENTO DA COMPETITIVIDADE 81
FIXANDO CONCEITOS 6 83
7. EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS 85
CONTEXTO HISTÓRICO 86
FIXANDO CONCEITOS 7 90
ESTUDOS DE CASO 92
ANEXOS 95
Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro agrícola 95
Anexo 2 – Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003 97
Anexo 3 – Circular susep 261, de 9 de julho de 2004 105
Anexo 4 – Circular SUSEP 261, de 9 de julho de 2004 – Título Único das Definições 108
Anexo 5 – Resolução cnsp 339, 11 de maio de 2016 111
Anexo 6 – Circular susep n° 286, de 21 de março de 2005 121
Anexo 7 – Decreto n° 5.782, de 23 de maio de 2006 123
Anexo 8 – Lei Complementar n° 137, de 26 de agosto de 2010 125
GABARITO 134
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender a ■■ Identificar quais os
importância do pontos fortes e fracos do
agronegócio para o país e agronegócio brasileiro. INTRODUÇÃO
para a sociedade. ■■ Exemplificar os principais SEGURANÇA ALIMENTAR
■■ Descrever quais os obstáculos à ampliação
principais segmentos do das exportações. AGRONEGÓCIO
agronegócio. ■■ Definir o que é o crédito O POTENCIAL DO
rural e suas exigências. AGRONEGÓCIO
FIXANDO CONCEITOS 1
INTRODUÇÃO
O Brasil tem uma inegável vocação agrícola e já é o terceiro maior exporta-
dor agrícola do mundo. Isto posto, é fácil perceber que o agronegócio bra-
sileiro é uma atividade próspera, segura e rentável. Com um clima diversi-
Comentário ficado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda a
água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de hectares de
Medidas para o terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões
Brasil ter maior ainda não foram explorados.
produção agrícola:
O agronegócio é, hoje, a principal locomotiva da economia brasileira e res-
■■ Adoção de créditos
ponde por um em cada três reais gerados no país.
com juros fixos.
■■ Investimento em pesquisa. O Brasil situa-se, no contexto mundial atual, como celeiro mundial em termos
de agronegócio. O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo, além
■■ Fortalecimento da defesa de elevada tecnologia utilizada no campo, fazendo do agronegócio brasilei-
agropecuária. ro um setor moderno, eficiente e competitivo no cenário internacional.
■■ Melhoria da infraestrutura de
Temos acompanhado o esforço do Governo Federal no sentido de conso-
transporte, portos e armaze-
lidar a agricultura brasileira como setor estratégico moderno e competitivo.
nagem.
Para isso, o governo brasileiro vem lutando, por meio de participação nos
■■ Modernização do parque fóruns internacionais, pelo acesso ao mercado e redução dos subsídios.
de máquinas e implementos
agrícolas. Você sabe o que o Brasil ganha com isso? Muita coisa. A segurança ali-
mentar é, por exemplo, uma questão estratégica que afeta diretamente a
SEGURANÇA ALIMENTAR
O mercado de seguros não está limitado à realidade da vida urbana, na
qual os riscos seguráveis estão alinhados às circunstâncias das metrópo-
les e áreas adjacentes. É uma visão equivocada o entendimento de que a
riqueza produzida pelo País encontra-se apenas nas cidades. O profissio-
nal do mercado de seguros deve estar atento às grandes possibilidades de
negócios que os riscos inerentes ao agronegócio oferecem. Isso porque
não se trata apenas de uma escolha pública de desenvolver o agronegó-
cio, mas, sim, de uma obrigação do Estado em garantir a segurança alimen-
tar de sua população.
AGRONEGÓCIO
O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização dos
alimentos e fibras.
ALCANCE DO AGRONEGÓCIO
—— Os Principais Segmentos
do Agronegócio
O quadro a seguir indica os principais segmentos do agronegócio.
SEGMENTOS DO AGRONEGÓCIO
CONSUMIDORES
Álcool
Combustíveis Extração vegetal carburante hipermercados
Equipamentos Açougues
Máquinas Feiras e
Motores sacolões
Inseminação Exportação
Artificial
Ordenha
mecânica
Equipamentos
de frio
SERVIÇOS DE APOIO
Agronômicos, veterinários, P&D, bancos, marketing, vendas, transporte, armazenagem, portos, assistência
médica, informação de mercados, bolsas de mercadorias, seguros, outros.
—— Importância do Agronegócio
O Agronegócio é um dos setores mais dinâmicos da economia:
—— Oportunidades
O agronegócio brasileiro é muito competitivo e oferece grandes oportunidades:
—— Pontos Fortes do
Agronegócio Brasileiro
■■ Disponibilidade de terras e clima favorável.
■■ Recursos humanos qualificados.
■■ Capacidade de gestão.
■■ Estrutura de comercialização.
■■ Potencial para bioenergia.
■■ Desenvolvimento tecnológico (diferencial).
Fonte: MAPA/SPC
—— Pontos Fracos do
Agronegócio Brasileiro
■■ Logística (transporte, armazenagem, portos).
■■ A questão social.
■■ Desenvolvimento da biotecnologia.
■■ Políticas públicas.
PONTA DA
MADEIRA
ITACOATIARA
SANTARÉM
LOGÍSTICA ATUAL
BOLÍVIA
Ferrovias
VITÓRIA
PARAGUAI
Hidrovias SANTOS
PARANAGUÁ
S.F. DO SUL
Portos
ARGENTINA RIO GRANDE
O POTENCIAL DO
AGRONEGÓCIO
Você sabia que o agronegócio é potencialmente o maior segmento eco-
nômico brasileiro e mundial? A agricultura e o agronegócio no Brasil
contribuíram com 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2017,
a maior participação em 13 anos, de acordo com estimativa feita pela
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
■■ A idoneidade do tomador.
Saiba mais ■■ A elaboração de planos ou projetos com orçamentos.
Sugestão de leitura ■■ A capacidade de execução.
Crédito Rural ■■ Um cronograma de desembolso e reembolso do dinheiro tomado.
www.agricultura.gov.br
FIXANDO CONCEITOS 1
( ) Fertilizantes.
( ) Atacadistas.
( ) Sementes.
( ) Defensivos.
1) Insumo.
2) Produção.
3) Comercialização.
( ) Herbicidas.
( ) Fertilizantes.
( ) Agricultura e pecuária.
( ) Atacadistas.
( ) Cooperativas.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender a cronologia ■■ Descrever as
das ações do Governo e características básicas do
da iniciativa privada no que Programa de Garantia da INTRODUÇÃO
se refere à proteção ao Atividade Agropecuária
segmento rural. (PROAGRO). CRONOLOGIA
PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO
PRÊMIO DO SEGURO RURAL
(PSR)
ALIANÇA DO BRASIL
FIXANDO CONCEITOS 2
INTRODUÇÃO
O seguro é uma das mais antigas instituições idealizadas pelo Homem para
lidar com eventos incontroláveis, de maneira a reduzir a incerteza ou o ris-
co presente no mundo real. A maioria dos riscos apresenta consequências
econômicas, e são esses riscos e suas consequências que interessam ao
mercado segurador.
CRONOLOGIA
A criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola, em 1954, e, poste-
Importante riormente, a regulamentação do Seguro Rural, por meio do Decreto-Lei
73, de 21 de novembro de 1966, representaram as primeiras tentativas
Finalidade do FESR
de estruturação desse mecanismo no país. Essa norma criou o Fundo de
Equilibrar o mercado de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), que tem por fim equilibrar o mercado
Seguro Rural, minimizando os de Seguro Rural, minimizando os prejuízos das seguradoras em caso de
prejuízos das seguradoras em sinistros abrangentes, como secas e geadas, e que está sob administração
caso de sinistros abrangentes. do IRB-Brasil Re.
Além disso, os sinistros causados pela seca (apontada como principal risco
da agricultura brasileira) foram retirados dos eventos cobertos pelo PROA-
GRO, o que, por um lado, contribuiu para a redução do preço da cobertura
ao agricultor, mas, por outro lado, levou à diminuição do interesse pela
adesão ao programa.
COMPANHIA NACIONAL
DE SEGURO AGRÍCOLA (CNSA)
Em 1954, acompanhando todos os trabalhos desenvolvidos pelo Governo
de São Paulo, que, àquela altura, já ensaiava operações com cana-de-açú-
car e café, o Governo Federal elaborou instrumentos legais, possibilitan-
do a criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola (CNSA), visando
fomentar o desenvolvimento do Seguro Agrícola no país.
FUNDO DE ESTABILIDADE
DO SEGURO RURAL (FESR)
Como vimos, em 1966, foi dissolvida a Companhia Nacional de Seguro
Atenção Agrícola e criado o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), com a
finalidade de dar suporte financeiro ao sistema brasileiro de Seguro Agrí-
O Fundo de Estabilidade do cola quando houvesse perdas catastróficas. Seriam fontes de receita do
Seguro Rural está em vias de fundo as operações que apresentassem resultados superavitários nos
ser extinto. Isso acontecerá Ramos Agrícola, Florestal e de Penhor Rural. Além disso, seria realizada
quando da regulamentação do uma complementação com recursos da União.
Fundo de Catástrofe.
O FESR foi criado pelo Decreto-Lei n° 73/1966, tendo como gestor o IRB-Brasil
Re. Porém, por conta de todas as mudanças no mercado de Resseguro o IRB
deixa de gerir o Fundo, que passa a ficar a cargo da Agência Brasileira Gesto-
ra de Fundos Garantidores e Garantias, desde Novembro/2015.
Saiba mais
São também finalidades do FESR garantir o equilíbrio das operações agrí-
Modalidades garantidas colas no país e atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe
pelo FESR inerentes à atividade rural.
■■ Seguro Agrícola (Custeio,
O exercício do FESR é de 1º de julho a 30 de junho do ano subsequente.
pela Resolução CNSP
50/01). As sociedades seguradoras e os Resseguradores recuperam do FESR a
■■ Seguro Pecuário. parcela de seus sinistros retidos quando esta se situa entre 100% e 150%
dos prêmios puros ou é superior a 250% dos prêmios puros. A faixa de
■■ Seguro Aquícola. 150% a 250% pode ser amparada por um contrato de resseguro, uma vez
■■ Seguro de Florestas. que não é coberta pelo FESR.
■■ Seguro de Penhor Rural. Para fins de cálculo de recuperação, são considerados créditos aos prê-
mios ganhos as comissões de resseguro recebidas pelas sociedades
seguradoras nas operações garantidas pelo FESR.
—— Receitas do FESR
As receitas do FESR têm as seguintes origens:
COMPANHIA DE SEGUROS DO
ESTADO DE SÃO PAULO (COSESP)
Em 1969, foi criada a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo, uma
seguradora do governo estadual que herdou toda a experiência da Secre-
taria de Agricultura desse estado e cuja formatação foi incentivada por
uma forte regulamentação do setor.
Com base nessa política de atuação, que perdurou por 27 anos, a segura-
dora decidiu expandir-se, passando a abranger um maior número de cul-
turas, riscos e regiões. Em termos gerais, a experiência da COSESP apre-
senta como características principais forte base agronômica, alto custo
operacional e alta sinistralidade.
PROGRAMA DE GARANTIA DA
ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
(PROAGRO)
—— Síntese Histórica
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) foi instituí-
do pela Lei nº 5.969/1973, com a finalidade de eximir o produtor rural do
PROAGRO MAIS
Buscando aperfeiçoar o programa, o Banco Central do Brasil, gestor do
Curiosidade PROAGRO, publicou a Resolução n° 3.234 do Banco Central do Brasil, por
meio da qual foi criado o subprograma PROAGRO MAIS. A intenção dessa
Faz parte dos planos do nova iniciativa é respaldar os produtores participantes do Programa Nacio-
Governo Federal transferir a nal de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). A novidade pro-
responsabilidade da gestão do posta pelo novo programa é a indenização de 100% do custeio da lavoura
PROAGRO, do Banco Central, garantida, acrescida de uma reposição de parte da receita líquida esperada.
para um dos dois ministérios
ligados diretamente ao setor Mesmo com essas mudanças, não se deve cometer o erro de denominar
primário: seja o da Agricultura, “segurados” os participantes do PROAGRO, tampouco considerar o pro-
Pecuária e Abastecimento, seja grama uma iniciativa de seguros.
o de Desenvolvimento Agrário.
PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO
PRÊMIO DO SEGURO RURAL (PSR)
No contexto da Lei nº 10.823/2003, o Programa de Subvenção ao Prêmio
de Seguro Rural (PSR) oferece ao produtor a oportunidade de contratar
o seguro rural para sua atividade de produção, uma vez que o Governo
Federal fornece um auxílio financeiro na forma de subvenção que reduz os
custos com a taxa de prêmio do referido seguro.
ALIANÇA DO BRASIL
A Companhia de Seguros Aliança do Brasil é uma sociedade anônima,
resultado da tomada de controle, por parte do Banco do Brasil, da Segura-
dora Aliança da Bahia. Criada em 1997, seu foco é voltado para produtos
do setor de Seguros de Vida e Ramos Elementares, sendo uma segura-
dora importante no mercado, atuando em todo o país e oferecendo seus
produtos nas agências do Banco do Brasil.
FIXANDO CONCEITOS 2
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender qual a real ■■ Identificar as principais
função do Ministério da legislações em vigor
Agricultura, Pecuária e relacionadas à política MINISTÉRIO DA
Abastecimento (MAPA). agrícola. AGRICULTURA PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO (MAPA)
■■ Definir a função das
resseguradoras e da RESSEGURADORAS
SUSEP em relação ao
agronegócio brasileiro. SUPERINTENDÊNCIA DE
SEGUROS PRIVADOS (SUSEP)
PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES EM
VIGOR
FIXANDO CONCEITOS 3
MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO (MAPA)
—— Missão
Formular e implementar políticas para o desenvolvimento do agronegó-
cio, integrando os aspectos de mercado, tecnológicos, organizacionais e
ambientais para o atendimento aos consumidores do país e do exterior,
promovendo a segurança alimentar, a geração de renda e emprego, a
redução das desigualdades e a inclusão social.
Para cumprir sua missão, o MAPA formula e executa políticas para o desenvol-
vimento do agronegócio, integrando aspectos mercadológicos, tecnológicos,
científicos, organizacionais e ambientais para o atendimento aos consumido-
res brasileiros e ao mercado internacional. A atuação do ministério baseia-se
na busca de sanidade animal e vegetal, na organização da cadeia produtiva
do agronegócio, na modernização da política agrícola, no incentivo às expor-
tações, no uso sustentável dos recursos naturais e no bem-estar social.
■■ Eletrificação rural.
■■ Assistência técnica e extensão rural.
Uma das inovações da atual gestão do MAPA foi a criação de câmaras
setoriais das diversas cadeias produtivas do agronegócio (carne, leite,
avicultura, açúcar e álcool, fruticultura, entre outras). Elas reúnem repre-
sentantes do Governo e do setor privado para debater e propor políticas
públicas para o agronegócio brasileiro.
RESSEGURADORAS
O Instituto de Resseguros do Brasil foi criado em 1939, no governo do
presidente Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no
país era feita quase totalmente no exterior, de forma direta ou por intermé-
dio de companhias estrangeiras que operavam no Brasil. A necessidade
de favorecer o aumento da capacidade seguradora das sociedades nacio-
nais, para a retenção de maior volume de negócios em nossa economia,
tornava urgente a organização de uma entidade nacional de resseguro.
»» Agrícola.
»» Animais.
■■ Carteiras atrativas ao mercado interno (Cessão ao IRB-Brasil Re/
Resseguradoras + retrocessão ao mercado segurador brasileiro +
mercado externo):
»» Florestas.
»» Penhor Rural.
SUPERINTENDÊNCIA DE
SEGUROS PRIVADOS (SUSEP)
É o órgão responsável pelo controle e pela fiscalização dos mercados de
seguro, Previdência Privada Aberta, capitalização e resseguro. Autarquia
vinculada ao Ministério da Economia, ela foi criada pelo Decreto-Lei nº
73/1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados,
do qual fazem parte o CNSP – (Conselho Nacional de Seguros Privados),
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Pri-
vada Aberta e Resseguradores. Com a edição da Medida Provisória nº
1.940-17/2000, o CNSP teve sua composição alterada.
—— Linha do Tempo do
Seguro Rural no Brasil
Seguro Rural no Brasil
1938 – Primeira experiência com o Seguro Rural, com a cultura do algodão.
1939 – Seguro para algodão em São Paulo.
1954 – Criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola (CNSA).
1966 – Criação do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR).
1969 – Fundação da Companhia de Seguros de São Paulo (COSESP).
1975 – Lançamento do Programa de Garantia Agropecuária (PROAGRO).
1986 – Aprovação da Tarifa de Penhor Rural pela SUSEP.
1988 – Disposição sobre Seguro Agrícola na Constituição Federal.
1991 – Lançamento do Novo PROAGRO.
1996 – Fundação da Companhia de Seguros Aliança do Brasil.
1999 – Fundação da Primeira Operadora de Seguros Rurais do Brasil (AgroBrasil).
2001 – Administração do FESR pelo IRB-Brasil Re.
2002 – Aprovação do Seguro Pecuário e de Animais pela SUSEP.
2003 – Aprovação da Lei de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural.
2004 – Aprovação, pela SUSEP, do Seguro da CPR.
2007 – Quebra do monopólio do IRB/Abertura do resseguro.
FIXANDO CONCEITOS 3
1. Marque a alternativa correta.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender como o ■■ Identificar os riscos
seguro pode ser um correlacionados, não
importante aliado e correlacionados e INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO
instrumento de proteção intermediários. AO PRODUTOR RURAL
ao produtor rural. ■■ Definir as premissas e OPERAÇÃO DO
■■ Identificar estatísticas características dos riscos SEGURO RURAL
do mercado de Seguro seguráveis no Segmento
Rural brasileiro, tais como Rural CONCEITOS
prêmios e sinistralidade. ■■ Exemplificar os principais RISCOS
■■ Descrever os principais mecanismos de
conceitos que norteiam o transferência de riscos no PREMISSAS
mercado de Seguro Rural Segmento Rural
no Brasil. CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS
SEGURÁVEIS – RISCOS
RURAIS
MECANISMOS DE
TRANSFERÊNCIA DO RISCO
FIXANDO CONCEITOS 4
INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO
AO PRODUTOR RURAL
Em todo o mundo, o Seguro Rural é um dos mais importantes instrumen-
tos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas
decorrentes, principalmente, de fenômenos climáticos adversos, sendo
indispensável à estabilidade da renda dos produtores, à geração de empre-
go no campo e ao desenvolvimento tecnológico rural.
É uma atividade abrangente, que cobre não só a agricultura, mas também a ati-
vidade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para
comercialização desses produtos, além do Seguro de Vida dos produtores.
OPERAÇÃO DO
SEGURO RURAL
O Seguro Rural, mais especificamente o Seguro Agrícola, é o ramo de seguro
sujeito ao maior número de riscos e é o de maior dificuldade de precificação.
—— Mensuração do Risco
A mensuração do risco é muito difícil, no Brasil, pela falta de informações
Saiba mais históricas. Por isso, atualmente, utilizam-se experiências dos ressegurado-
res internacionais instalados no país. Esta prática, contudo, reduz a preci-
O Seguro Rural difere de são na taxação das apólices, devido à utilização de experiências de outros
outros Ramos, como Vida, países.
Saúde, Roubo, Incêndio e
Colisão, pois, nestes últimos, Atualmente, esse problema vem sendo reduzido com a utilização de dados
os sinistros podem ser eventos agrícolas e climáticos, pelos órgãos de pesquisa/pesquisadores, e o desen-
independentes. Ou seja, a volvimento de pesquisas sobre riscos agrícolas nas universidades.
ocorrência de um sinistro
Além disso, a SUSEP passou a solicitar dados estatísticos relativos a
não altera as probabilidades
cada ano-calendário para que seja possível acompanhar o resultado das
atribuídas à ocorrência de outros.
carteiras de Seguro Rural e verificar se as taxas estão adequadas aos
Por exemplo, o fato de um
riscos assumidos.
segurado ter falecido não altera
a probabilidade de que um outro O Seguro Rural exige grandes investimentos por parte das seguradoras
venha a falecer também. para que tenham condições técnicas de operar no ramo. Tanto na acei-
tação do risco quanto na liquidação de sinistro, algumas culturas neces-
Já o mesmo não ocorre no
sitam de inspeções individuais, acarretando o deslocamento de técnicos
Seguro Rural, no qual o fato de
das seguradoras, instaladas nos grandes centros, para lugares longínquos,
um segurado, por exemplo, ter
onde se encontram os objetos segurados. Por esse motivo, são poucas as
sua lavoura atacada por certa
seguradoras que operam esse seguro.
praga aumenta a probabilidade
de que a lavoura de um vizinho Para viabilizar suas operações, a maioria das seguradoras contrata empre-
venha a ser atacada pela mesma sas especializadas na aceitação e liquidação de Seguros Rurais, o que
praga. Isto também ocorre com pode tornar os prêmios do seguro superiores aos níveis aceitáveis pelo
outros tipos de eventos danosos, produtor. Conclui-se, com isso, que a extensão territorial do Brasil impõe
como seca, chuva excessiva, um custo operacional muito alto às sociedades seguradoras.
granizo, geada.
—— Produção
A produção do Seguro Rural (prêmios) vem crescendo em grande escala,
como podemos observar no gráfico a seguir.
PRÊMIO EMITIDO SEGURO RURAL – BRASIL (2005-2017)
EM MILHÕES DE REAIS
4.124,6
3.642,6
3.271,4
2.894,0
2.329,2
1.471,3
1.246,0
1.022,9 1.022,9
779,3
452,8
269,4 328,6
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
3,50% 3,42%
3,00%
2,50%
2,00% 1,96%
1,67%
1,50%
1,19%
1,09% 1,14%
1,03%
1,00%
0,74% 0,77%
0,61% 0,63% 0,68% 0,67%
0,50% 0,43%
0,28% 0,33% 0,33%
0,21% 0,27%
0,15% 0,20%
0,00%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
REGIÃO % DO PRÊMIO
Sudeste 26,06
Sugestão de leitura
Centro-Oeste 22,65
Distribuição de Prêmios
Nordeste 6,20
www.susep.gov.br
Norte 3,46
O Paraná (PR) foi o estado que mais arrecadou prêmios em 2017, com
19% do total, seguido do Rio Grande do Sul (RS), com 18,25%, e de São
Paulo (SP), com 13,08%. Estes três estados juntos representam 50,33%
de todo o prêmio emitido no Seguro Rural anualmente.
VARIAÇÃO DE SINISTRALIDADE
ANO SINISTRALIDADE
1995 77
1996 80
1997 46
1998 156
1999 62
2000 117
2001 69
2002 227
2003 25
2004 267
2005 365
2006 29
2007 45
2008 40
2009 79
2010 6,5
2011 45
2012 83
2013 37
2014 18
2015 89
2016 76
2017 44
CONCEITOS
Começando pelo conceito de que o bem segurado pode englobar desde a vida
e o patrimônio do produtor rural até a safra, temos que ter em mente que, no
Seguro de Safra, o bem não é sempre o mesmo e que, no risco rural, lida-se com
a chance ou probabilidade de consequências desfavoráveis sobre organismos
vivos expostos a céu aberto, sobre os quais o produtor não tem controle.
—— Rural e Agrícola
No Brasil, sempre foi relativamente confusa a terminologia das atividades
que, direta ou indiretamente, exercem o papel de seguro para a ativida-
de agropecuária. É muito comum que muitos agricultores façam confusão
entre o Seguro Rural Privado e os programas governamentais, destacan-
do-se, entre eles, o PROAGRO.
O conceito de Seguro Rural Privado, tal qual é utilizado hoje em dia, con-
Rural sidera-se tratar do seguro operacionalizado por seguradoras, nas áreas
Conjunto amplo de seguros de Seguro Agrícola, Seguro de Penhor Rural, Seguro Pecuário, Seguro de
direcionados à agricultura Florestas e outras modalidades previstas, mas pouco exploradas.
e pecuária.
Agrícola A atividade do PROAGRO, que, por muitos, é considerada como Seguro
Subdivisão do Ramo de Seguro Rural Governamental (Agrícola), não deve ser entendida como Seguro
Rural, direcionado a culturas Rural do ponto de vista legal.
permanentes e temporárias.
A nova classificação dos ramos de seguros, determinada pela SUSEP, pre-
vê a existência do Grupo 11 (Rural/Animais), que abrange todos aqueles
seguros direcionados à agricultura e à pecuária. O Seguro Agrícola, por
sua vez, é tão somente um dos ramos participantes do grupo.
—— Safra e Safrinha
Uma das principais características dos produtos agrícolas é a sazonalidade
Safra
É o período de colheita e, também, da produção, ou seja, sua oferta ao mercado é concentrada em épocas
o ciclo de desenvolvimento bem definidas do ano, devido a restrições impostas pelo clima aos cultivos
adequado de uma cultura agrícola. agrícolas. Vem daí o conceito de safra, nome que se atribui ao período de
Safrinha colheita e, também, ao ciclo de desenvolvimento da cultura. Normalmente,
Está associada à época antecipada a safra restringe-se a um período dentro de um ano, mas, em função das
ou adiada de plantio, em um características das culturas, pode variar, ocorrendo mais de uma safra por
período curto e pouco apropriado, ano (hortaliças), duas safras por ano (uvas de mesa) ou, ainda, uma safra a
em que a lavoura está mais exposta cada dois anos (café).
a riscos como geada, frio ou seca.
Muitas vezes, quando o produtor antecipa ou posterga o plantio ou con-
dução de uma lavoura, ele está expondo sua atividade a um risco climáti-
co, como geada, frio ou seca. É a chamada safrinha. No entanto, deve-se
esclarecer que toda a cadeia relacionada ao agronegócio deve respeitar
esse conceito de safra.
—— Zoneamento Agrícola
O zoneamento agrícola é um valioso instrumento de apoio à Política Agrícola
do Governo Federal, sendo fruto de um contrato firmado entre o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Fundação de Empreen-
Atenção dimentos Científicos e Tecnológicos (FINATEC/UnB).
CICLO MÉDIO
SOLO TIPO 1
SEMEADURA: 21 A 28/02
Favorável
Intermediária
Desfavorável
Inapta
Fonte: MAA/FINAJEC-UnB/EMBRAPA-CPAC-C-
NPMS/PESAGRO-RIO/ANEEL/INMET/SERLA –
www.embrapa.br, 2017.
Saiba mais
O aquecimento da Terra nos próximos 100 anos requer uma tomada urgente de posi-
ção não apenas para tentar frear o efeito estufa. Por causa das alterações futuras no
clima do planeta, é preciso estar preparado para a mudança de zoneamento agrícola,
em que as culturas deverão migrar para regiões onde o cultivo possa ser sustentado.
RISCOS
A crescente alocação de capital e os riscos associados à tendência de
especialização do setor agropecuário têm criado exposição financeira
para a qual o seguro é indispensável. Ciclos de El Niño, La Niña, furacões,
geadas e inundações estão tornando a produção agropecuária menos
previsível para o produtor rural, para o mercado de commodities, para a
indústria de processamento de alimentos e para os consumidores, criando
demandas crescentes para a transferência de risco.
Portanto, tendo em mente que todos os riscos não são iguais e que riscos
diferentes requerem modos diferentes de distribuição, costuma-se classifi-
car, genericamente, os eventos em não correlacionados e correlaciona-
dos ou, ainda, intermediários.
—— Riscos Correlacionados
São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma generalizada.
São situações em que os riscos são interdependentes e aos quais, portanto,
os tradicionais mecanismos de redução do risco global não se aplicam.
—— Riscos Intermediários
Alguns desastres naturais não são nem altamente independentes, nem
altamente correlacionados. São os chamados riscos intermediários que,
teoricamente, aumentam o custo marginal do seguro, reduzindo sua oferta.
Riscos intermediários
Eventos de baixa frequência e
alta consequência.
PREMISSAS
Para compreender o gerenciamento do risco rural, é preciso entender bem
Atenção o ambiente do mercado. É necessário, ainda, perceber que, em se tratando
de riscos rurais, a falta de um sistema confiável e massificado causa um
Premissas básicas em que problema social, com efeitos nefastos para toda a economia primária e
as seguradoras se apoiam áreas correlatas. Entre as causas do êxodo rural, está essa deficiência, pois
no Seguro Rural: o Estado acaba arcando com um custo de refinanciamento muito grande.
■■ Redução do risco. Além desse, há mais dois problemas fundamentais neste setor:
■■ Reconhecimento de riscos ■■ Oferta – é restrita devido ao vultoso risco envolvido, o que acaba
não seguráveis levando as empresas privadas a fugir do negócio.
■■ Capacidade financeira. ■■ Demanda – a realidade, que é de grande procura pelo seguro,
sofre, por vezes, distorções em função do alto custo do prêmio.
Uma estrutura que implica custos maiores exige preços mais altos. A taxa
do prêmio, portanto, é elevada. O negócio é de maturação lenta e, para
uma carteira de Seguro Agrícola apresentar resultados, são necessários
cinco anos em média.
—— Redução do Risco
É a minimização do risco utilizando tecnologias associadas ao processo de
cultivo, também chamadas de “práticas agrícolas”, e a perfeita definição de
“onde se deve plantar” e “quando se deve plantar”. O objetivo é reduzir
as restrições impostas por fatores naturais e geográficos. Questões como
esta estão contempladas na seção “Zoneamento Agrícola” deste material.
—— Reconhecimento de Riscos
Não Seguráveis
Prevenir-se contra a ocorrência de sinistros é sempre mais barato do que
remediar seus efeitos. É o caso de haver riscos onde a atividade não seja
recomendada por não conter os pressupostos mínimos de segurabili-
dade, ou seja, atividades que não são passíveis de serem seguradas.
Assim, os métodos utilizados em taxação do Seguro Rural, especificamen-
te do Agrícola, dependem do tipo de cobertura e dos dados disponíveis.
—— Capacidade Financeira
A regulamentação do setor, feita pela SUSEP, limita o grau de exposição
das seguradoras à capacidade de suportar as altas perdas que podem
ocorrer no risco rural.
—— Acidental
As perdas devem ocorrer como resultado de situações inesperadas
não intencionais.
Portanto, deve-se tomar muito cuidado, pois o risco moral é uma ameaça real.
—— Mensurável
Sob a ótica do Seguro Agrícola, o desenvolvimento de uma planta é um
processo influenciado por uma enorme quantidade de fatores.
—— Independente
Se as perdas forem positivamente correlacionadas entre as unidades de
seguro e o risco for tomado por sistêmico, a Lei dos Grandes Números não
se aplica, pois as perdas anuais serão extremamente variáveis, podendo
ser grandes o suficiente para ameaçar a solvência do mercado. São as
chamadas perdas catastróficas.
—— Provável
Para desenvolver uma taxa de prêmio, deve-se estimar tanto a média de
frequência quanto a média de severidade das perdas. A baixa frequência,
aliada à alta severidade dos riscos catastróficos, apresenta sérios desafios
na determinação da taxa do prêmio, ou seja, a probabilidade de perda
tende a tornar-se incalculável. Soma-se, ainda, o fato de que circunstân-
cias geográficas e meteorológicas diferem de região para região, que o
risco rural de um país não exibe uma organização uniforme e um mesmo
estágio de desenvolvimento e que as probabilidades de perda também
serão diferentes.
—— Viável
Para que os prêmios sejam suportáveis, a probabilidade de ocorrência do
evento deve ser moderada.
MECANISMOS DE
TRANSFERÊNCIA DO RISCO
De modo geral, o agricultor não faz uso em larga escala do seguro como
ferramenta para sua administração de riscos.
—— Diversificação
Embora este item já tenha sido analisado como um princípio do seguro, trata-
-se, na realidade, também de um mecanismo de proteção. Ao partilhar o risco
entre o maior número de produtores, aqueles produtores que não sofrerem
o risco contribuem com uma pequena parcela para a cobertura das grandes
perdas dos demais. É o que chamamos de princípio do mutualismo, muito
compreendido no meio rural, berço do sistema cooperativo nacional.
—— Franquia
Uma das formas de tornar o prêmio economicamente viável decorre de o
produtor preferir aceitar uma pequena e consistente parcela de perda a
enfrentar o risco de uma grande perda não desejável, mas possível. Com
a participação no risco, o produtor tem um incentivo para evitar o sinistro e
reduz, assim, o risco moral.
Devido ao alto risco das atividades que envolvem o Seguro Rural, os pro-
dutos comercializados apresentam, obrigatoriamente, opções com fran-
quias altas, bem como outros mecanismos de participação no risco.
—— Redução do Prêmio
É difícil vender um produto para alguém que não faz planos de comprá-lo. E,
muitas vezes, é exatamente esse o desafio do Seguro Rural. Aquele produ-
tor que elege o seguro como uma de suas prioridades, destacando-o como
item no orçamento da lavoura, não corresponde ao perfil médio da classe.
—— Cosseguro
Tendo em vista as dimensões continentais de nosso país, e com o objetivo
de compatibilizar os riscos maiores da concentração espacial com custos
mais baixos, podem-se regionalizar as operações, garantindo-se custos
operacionais menores. Este é o princípio do cosseguro: dividir o risco entre
vários seguradores, cada um limitando sua exposição ao risco de determi-
nada região a uma percentagem pequena de sua carteira. Na prática, isso
solucionaria, inclusive, a distribuição dos riscos correlacionados, trazendo
também maior eficiência da especialização regional.
O FESR, ao ser criado, levou o Seguro Rural para muito próximo de sua
universalização, tornando possível diluir riscos ao longo do tempo, permi-
tindo que as seguradoras lançassem mão dos recursos para liquidar inde-
nizações em anos de alta sinistralidade. No entanto, o que vemos hoje
são as grandes limitações do Fundo, que consistem no pequeno volume
de dinheiro em caixa, insuficiente para cobrir operações em um país de
dimensões continentais como o Brasil.
—— Consórcio
Considerando que o Seguro Rural se apresenta como um risco de nature-
za catastrófica, desconhecido e, por isso, com taxas muito altas, aliado a
um alto custo operacional, o mercado segurador ainda não se sente atraí-
do a estabelecer consórcios. Uma opção que permitiria partilhar esse risco
seria criar uma associação de seguradores.
Para que uma solução como essa fosse aplicada ao Seguro Rural, seria,
provavelmente, necessário que o mercado homogeneizasse as coberturas
oferecidas. Além disso, seria preciso reduzir, ao máximo, os custos indivi-
duais de cada seguradora antes da montagem do pool.
FIXANDO CONCEITOS 4
(a) O Seguro Rural, hoje, exige uma estrutura com custos maiores, acar-
retando uma taxa de prêmio elevada.
(b) O Seguro Rural é uma carteira de maturação imediata.
(c) Uma carteira de Seguro Agrícola apresenta resultados logo no pri-
meiro ano.
(d) A oferta é bastante elevada, pois todas as seguradoras operam nes-
te segmento.
(e) A demanda é grande, pois as taxas do seguro são baixas.
12. Todo seguro tem que ter definido, em seu escopo, qual o risco segu-
rado. No Seguro Rural, chamamos risco de unidade segurada aquele
que dependerá do tamanho da propriedade. Uma das modalidades mais
conhecidas de unidade segurada é:
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Descrever as características de cada um dos principais
ramos que compõem a carteira de Seguro Rural.
INTRODUÇÃO
MODALIDADES DO
SEGURO RURAL
FIXANDO CONCEITOS 5
INTRODUÇÃO
A SUSEP estabeleceu que os ramos ligados aos riscos rurais estariam
enquadrados dentro do Grupo 11 (Rural / Animais). Os riscos rurais estão
englobados nos seguintes Ramos de Seguro:
Atenção
À exceção do Seguro de Animais, todos os demais ramos possuem alíquota zero do
imposto cobrado nas operações financeiras (IOF).
MODALIDADES DO
SEGURO RURAL
—— Seguro Agrícola
Esse seguro cobre as explorações agrícolas contra perdas decorren-
tes de fenômenos meteorológicos.
Importante
O Seguro Agrícola contratado no Brasil não tem previsão de cobertura para doenças e
pragas. Eventualmente, essas situações poderão ser inseridas na cobertura mediante
o pagamento de prêmio adicional e apenas para situações para as quais não existam
vacinas, pulverização ou controles
Riscos Cobertos
No Seguro de Granizo, temos apenas um único evento coberto. Normal-
mente, é um seguro de custeio.
■■ Riscos cobertos.
■■ Incêndio e raio.
■■ Tromba-d’água.
■■ Ventos fortes e ventos frios.
■■ Granizo.
■■ Chuvas excessivas.
■■ Seca.
■■ Geada.
■■ Variação de temperatura.
As principais aplicações de cada um dos tipos de seguro apresentados
estão listados no quadro a seguir.
Frutas/Hortaliças ■■ Granizo
■■ Geada.
Período de Cobertura
Compreende do plantio à colheita, des-
de que contratada a cobertura integral
(Replantio e Produção). Caso a cobertura
de Replantio não tenha sido contratada, o
seguro terá eficácia a partir da emergên-
COBERTURA
cia da planta ou ainda quando a lavoura
tiver uma altura mínima estabelecida pela
seguradora.
Processo de Formação
de Prêmio
O custo do seguro, ou prêmio de seguro,
será calculado com base no valor segu-
rado. A taxa de risco corresponde a um
percentual sobre esse valor e varia de acordo com os seguintes fatores
inter-relacionados:
■■ Tipo de cultura.
■■ Região geográfica.
■■ Nível de cobertura desejado pelo agricultor.
■■ Coberturas contratadas.
Vigência do Seguro
Início: o seguro tem início a partir da data da transmissão da proposta à
Seguradora, desde que respeitando o zoneamento agrícola e composta
dos devidos anexos, como croqui e as respectivas assinaturas nos termos
das subvenções, quando houver.
Período de Carência
Poderá ser estabelecido, a critério da seguradora, um período de carência
Importante como forma de evitar a ocorrência da antisseleção de risco, ou seja, contra-
tação do seguro quando haja previsão de ocorrência de eventos cobertos.
É fundamental informar ao
produtor rural corretamente Exemplo: previsão de geada em dois dias depois de divulgado pelo Insti-
sobre o período de carência, tuto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
incentivando-o a contratar
Nessa hipótese, portanto, não serão considerados indenizáveis sinistros
o seguro antecipadamente,
ocorridos durante o período de carência.
antes mesmo do plantio.
Vistoria prévia
Obrigatória para culturas implantadas. O objetivo da vistoria prévia é
diagnosticar eventuais prejuízos ocorridos anteriormente à contrata-
ção do seguro, bem como comprovação de informações dispostas
na proposta de seguro, irregularidades que possam ocorrer no trato
da lavoura e demais informações técnicas relevantes à contratação.
Aplicação
Seguro Multirrisco
Exemplo Numérico – Cultura de Soja:
Área – 150 hectares
Produção Média – 49 sacas por hectare
Nível de Cobertura – 60%
Produção Garantida – 150 × 49 × 60% = 4.410 sacas
Valor da Saca – R$ 25,00 por saca
Importância Segurada – 4.410 sacas × R$ 25,00 = R$ 110.250,00
Sinistro – seca
Franquia – Não há
Produção Obtida – 4.042 sacas (ou 26,9 sacas por hectare)
Perda – 368 sacas
Indenização – R$ 9.200,00
—— Seguro de Animais
O Seguro de Animais é aquele que tem por objetivo garantir o pagamento
Atenção de indenização em caso de morte de animais de elite.
——Seguro Pecuário
informações ao lado, liste e
entenda, uma a uma,
essas diferenças.
Esse seguro garante indenização por morte de animais (bovinos, equinos,
ovinos, caprinos, suínos) em consequência de acidentes e doenças.
—— Seguro Aquícola
Esse seguro garante indenização por morte de animais aquáticos (pei-
xes, crustáceos) em consequência de acidentes e doenças.
—— Seguro de Benfeitorias e
Produtos Agropecuários
Esse seguro garante todo o patrimônio nos limites da propriedade, cobrin-
do construções, instalações ou equipamentos fixos, produtos agropecuá-
rios depois de removidos do campo de colheita ou estocados, produtos
pecuários, veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e seus
implementos contra os riscos de incêndio, raio ou explosão, ventos fortes,
impacto de veículo de qualquer espécie, desmoronamento, roubo ou furto,
que não tenham sido oferecidas em garantia de operações de crédito rural.
Via de regra, é obrigatória a contratação da cobertura básica de Danos Físi-
cos ao Bem (DFB) e necessária vistoria prévia para a aceitação dos Riscos,
quando não forem novos ou zeros ou ainda a critério de cada seguradora.
Atenção
Seguro de Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas
Recentemente, houve uma revisão em relação ao seguro de Riscos Diversos (a
partir da Circular SUSEP nº 417/2011), fazendo com que parte dos seguros para
equipamentos fossem subscritos em outros ramos de seguro. Assim, por exemplo,
o seguro de um trator, que é um equipamento que pode ser utilizado na cidade ou
no campo, deve ser realizado em Riscos Diversos, no primeiro caso ou em Benfei-
torias ou Penhor Rural (caso o equipamento seja dado em garantia de operação de
crédito rural) se for utilizado na agricultura.
Algumas coberturas:
Bens Seguráveis
Este seguro destina-se a conceder cobertura a máquinas e equipamen-
tos de utilização agrícola, florestal, aquícola e agropecuária, oferecidos em
garantia de operações de crédito rural, cujo agente seja instituição finan-
ceira, conforme as modalidades a seguir:
—— Seguro de Florestas
Esse seguro garante cobertura aos custos de reposição de florestas em
formação ou de seu valor comercial, quando se tratar de florestas já forma-
das ou naturais, contra as perdas decorrentes de incêndio, eventos bioló-
gicos e meteorológicos.
O Seguro florestal pode ser contratado por Pessoa Física ou Jurídica, proprie-
tário de terras de reflorestamento.
Importante salientar que o seguro florestal se justifica, uma vez que, além
do investimento financeiro que o produtor faz na propriedade, são investi-
dos anos de cultivo até que a floresta esteja maturada e pronta para cum-
prir seu papel comercial.
Coberturas:
■■ Ventos fortes.
■■ Geada.
■■ Granizo.
■■ Seca.
■■ Entre outras, a depender da Seguradora.
Para a definição do valor de cobertura (LMR), existem duas metodologias
de cálculo:
■■ Florestas em formação.
■■ Florestas já formadas.
No primeiro caso, as coberturas podem se estender do custo de implan-
tação, acrescido de custeio anual para a sua manutenção, visando à repo-
sição de florestas em formação. No caso de florestas já formadas (ou
naturais), o valor de cobertura deve ser determinado pelo próprio valor
comercial da floresta.
—— Seguro de Cédula do
Produto Rural (CPR)
A Cédula do Produto Rural (CPR) é um título emitido pelo produtor rural
que vende a termo sua produção agropecuária. O produtor recebe o valor
da venda no ato da formalização do negócio e se compromete a entregar
o produto vendido na quantidade, qualidade, local e data estipulados no
título. Isso garante ao último credor titular da CPR, desde que não seja o
emitente ou seu avalista (segurado), o fiel cumprimento das obrigações
contratuais assumidas pelo produtor (tomador) na cédula.
Observação
O instrumento da CPR continua sendo praticado por instituições financeiras. Porém, as
seguradoras não têm mais aceitado os riscos das mesmas.
FIXANDO CONCEITOS 5
I) Ao consumo e à produção.
II) À cria e recria.
III) À engorda ou ao trabalho de tração.
IV) À finalidade de incremento e/ou melhoria de plantéis.
1) Benfeitoria
2) Penhor
3) Animais
4) Agrícola
5) Pecuário
( ) Bens oferecidos, em garantia, nas operações de crédito.
( ) Animais de elite.
( ) Acidentes climatológicos para plantas.
( ) Patrimônio nos limites da propriedade.
( ) Animais para atividade agropecuária tradicional.
(a) Aquícola.
(b) Agrícola.
(c) De Penhor Rural.
(d) De Benfeitorias.
(e) Pecuário.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender o potencial ■■ Compreender a
de crescimento do necessidade do controle
agronegócio brasileiro e, sanitário e do incremento INTRODUÇÃO
consequentemente, do da competitividade.
Seguro Rural. GARGALO LOGÍSTICO
■■ Identificar a importância
■■ Descrever como os e os responsáveis SISTEMA TRIBUTÁRIO
gargalos logísticos e o pela Pesquisa &
sistema tributário afetam o Desenvolvimento do setor. CONTROLE SANITÁRIO
setor.
INCREMENTO DA
COMPETITIVIDADE
PESQUISA &
DESENVOLVIMENTO (P&D)
FIXANDO CONCEITOS 6
INTRODUÇÃO
O potencial do agronegócio brasileiro é indiscutível, mas para que possa-
mos chegar a ser o maior país agrícola do mundo nos próximos dez anos,
como apontam os indicadores da Conferência das Nações Unidas para
o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), temos que dar uma solução
imediata para alguns pontos críticos no nosso agronegócio, como vere-
mos a seguir.
GARGALO LOGÍSTICO
A falta de investimentos públicos no setor de logística (portos, aeroportos,
rodovias e ferrovias) já provoca perdas da ordem de 4% do Produto Interno
Curiosidade Bruto (PIB) e é idêntica ao volume que o país precisa investir para acabar
com os gargalos do setor.
No Brasil, os gastos dos
empresários com transporte Essa perda reflete diretamente a limitação de novos negócios, já que não
de cargas chegam a 12% do há canais suficientes para escoar a produção e impacta em maiores custos
PIB, e estima-se que esse dos produtos brasileiros.
número possa chegar a 20% Praticamente toda a infraestrutura de transporte do país precisa se moder-
nos próximos anos, dada nizar, não apenas a malha rodoviária, que é precária, em especial na região
a falta de investimento do Nordeste, mas também as ferrovias, que, muito embora tenham recebido
Governo nesse segmento. investimentos com a privatização, ainda estão longe de suprir a demanda
Na China e na África do Sul, do setor de agronegócio e se consolidar como uma alternativa viável ao
eles são de apenas 8% e transporte rodoviário.
9%, respectivamente, e há
projeção de queda para algo No transporte marítimo de cabotagem (outro canal com grande potencial
em torno de 7% do PIB. no Brasil), vemos uma situação semelhante. Embora a privatização tenha
SISTEMA TRIBUTÁRIO
Com uma economia aberta ao exterior, isto é, com possibilidade de expor-
tar e importar qualquer produto do agronegócio, a carga tributária deveria
ser compatível com a dos nossos competidores.
CONTROLE SANITÁRIO
O nível de exigência em relação à origem e qualidade dos produtos
comercializados no mundo tem aumentado significativamente nos últimos
anos. Tal situação obriga o Brasil a buscar cada vez mais se modernizar no
que diz respeito à segurança alimentar. Apesar de termos um sistema de
controle sanitário que não pode ser considerado ruim, ele ainda precisa
melhorar significativamente.
INCREMENTO DA
COMPETITIVIDADE
O maior de todos os desafios está relacionado ao incremento da compe-
titividade, que envolve a criação de uma cultura mercadológica e visão
exportadora, com conceitos desenvolvidos de qualidade, conformida-
de a padrões globais, preços competitivos, prazos, redução de custos
(capital, tributos, logística). Para vencer esse desafio, o país necessita de
uma melhora substancial na organização do agronegócio como um todo
(aumento do nível de informação, melhoria na administração ou gerência
profissional, integração de elos, relações contratuais como prática corri-
queira, reforma do papel do Estado, entre outros) e o desenvolvimento de
mecanismos e condições que possibilitem a geração de renda adicional
e de novas oportunidades de negócios (escalas adequadas de produção,
especialização, diferenciação de processos produtivos e de produtos,
agregação de valor). Nesse contexto, a agricultura familiar pode desempe-
nhar um importante papel na conquista de nichos específicos de mercado,
com geração de produtos de qualidade e criação de marcas diferenciadas,
gerando renda e aumentando o nível de emprego no campo.
Com isso, pode-se perceber que ainda falta muito para que o Brasil se torne a
maior potência do agronegócio do mundo, pois é competitivo apenas em algu-
mas cadeias produtivas. Além do mais, as políticas econômicas impedem que
o rendimento seja maior, e os problemas de logística geram custos elevados.
FIXANDO CONCEITOS 6
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Compreender que ■■ Identificar as características
não existe no mundo da participação
caso de sucesso em governamental brasileira CONTEXTO HISTÓRICO
Seguros Agrícolas sem a no modelo nacional de
participação do Governo Seguro Rural. FIXANDO CONCEITOS 7
Federal. ■■ Definir, preliminarmente,
■■ Descrever os dois o Fundo de Catástrofe
principais modelos de em vias de ser criado no
sucesso nos Seguros Brasil.
Rurais mundiais, a saber:
Estados Unidos e Espanha.
CONTEXTO HISTÓRICO
Uma das primeiras experiências mundiais em larga escala com o Seguro
Curiosidade Agrícola formal foi observada em fins do século XIX, nos EUA. A primeira
iniciativa com o Seguro Agrícola Privado de Riscos Múltiplos ocorreu na
A primeira Associação de região de Minneapolis, em 1899. Até então, havia apenas seguros cobrindo
Seguros foi fundada, na riscos específicos, como a queda de granizo.
Alemenha, contra granizo, em
1797. A primeira experiência De acordo com a Lei Federal do Seguro Agrícola, de 1980, o Programa de
norte-americana, entretanto, data Seguro Agrícola Múltiplos Riscos (MPCI) seria garantido como a principal
de 1880, também envolvendo forma de proteção contra desastres. Essa ação garantia, ainda, o subsídio
seguro contra granizo. A primeira ao prêmio dado pelo Governo e o subsídio tradicional ao custo administra-
apólice teria sido subscrita no tivo e de operação das firmas seguradoras.
estado de Connecticut para uma O resultado direto desse movimento foi que em 1981, a área segurada
lavoura de tabaco. aumentou 81%, passando de 10,6 milhões para 19,3 milhões de hectares,
O seguro durou apenas 1 ano e abrangendo aproximadamente 3.000 municípios.
abrangia também a lavoura de
Apesar do grande crescimento da área segurada, a Lei Federal do Seguro
trigo. Posteriormente, em 1917,
Agrícola, de 1980, trouxe como consequência direta a baixa performance
o seguro foi ofertado para os
atuarial durante o período de 1981 a 1989. A sinistralidade, naquele perío-
estados de Dakota do Norte,
do, ficou em 1,41, bem acima da registrada de 1948 a 1980 (1,10).
Dakota do Sul e Montana por
três seguradoras privadas, que Diante da situação, o Governo promulgou a Lei Agrícola Norte-Americana,
sofreram prejuízos devido à de 1990, determinando que as taxas de prêmio fossem aumentadas e que
seca e à limitada abrangência novos produtos fossem desenvolvidos e experimentados. Além disso, a
geográfica do Seguro Kramer Federal Crop Insurance Corporation (FCIC) foi autorizada a ressegurar e
(1983). subsidiar produtos desenvolvidos pela iniciativa privada. Deste modo, a
Três anos mais tarde, em 1920, a companhia iniciou, na época, um projeto piloto cuja indenização era basea-
Companhia de Seguros Hartford da em indicadores de produtividade regional.
Fire ofereceu um contrato o Como resultado imediato, houve um grande aumento da responsabilidade
que cobria variações na renda da FCIC, que passou de aproximadamente US$ 13,6 bilhões, em 1994, para
e no preço. As fortes quedas US$ 23,7 bilhões, em 1995. A área segurada também aumentou, passando
nos preços das commodities de 99,6 milhões para 220,5 milhões de acres no mesmo período.
agrícolas aumentaram o
montante de indenizações, O nível de sinistralidade também melhorou sensivelmente no período de
de modo a exceder o total de 1995 a 2003. Apenas em 2002, o índice ficou bem acima de “1”.
prêmios recolhidos em US$
Contrabalanceando o bom resultado obtido em 1997, o índice médio foi
1,7 milhão. Outras experiências
de “0,96”.
com Seguro Agrícola de Riscos
Múltiplos não obtiveram sucesso, O programa de Seguro Agrícola Americano passou por fortes pressões
ao longo dos anos, em diversas no sentido de sua descontinuidade, em meados da década de 1990, em
regiões daquele país. decorrência da alta sinistralidade. Atualmente, o programa encontra-se
estabilizado atuarialmente.
No Brasil, possuímos um PSR que, em linhas gerais, é bom e gera até 40%
de redução no preço final do seguro, como demonstra a tabela a seguir.
O nosso PSR, porém, é subutilizado, pois, em determinados estados brasi-
leiros, não existe oferta de produtos, dadas a alta exposição ao risco e as
LIMITES
MODALIDADES GRUPOS DE TIPO DE NIVEL DE NÍVEL DE SUBVENÇÃO
ANUAIS
DE SEGURO ATIVIDADES COBERTURA COBERTURA COBERTURA (%)
(R$)
Florestas Silvicultura
(Florestas 24.000,00
Plantadas)
Aquícola Carcinicultura,
maricultura, 24.000,00
piscicultura
FIXANDO CONCEITOS 7
Marque a alternativa correta.
(a) Sinistralidade.
(b) Subvenção.
(c) Seguro Rural.
(d) Seguro Granizo.
(e) Catástrofe.
ESTUDOS DE CASO
Caso 1
Fonte: Lavouras do Brasil | http://www.agricultura.gov.br/ - 2017, 17:10
Na classificação, é possível ter uma ideia de como a qualidade dos grãos foi
comprometida. Cargas chegam a ter até 28% dos grãos ardidos. Índice muito
acima do limite tolerado para não haver descontos ao produtor, que são de 8%.
Dívidas
Perguntas:
Caso 2
Só o fundo de catástrofe não garante o seguro rural
Fonte: http://miriangasparin.com.br/22/10/2007
Porém, ainda não foi definido o conceito de catástrofe. Caso seja muito
restrito, poderá dificultar o acesso ao Fundo de Catástrofe e tornar o ins-
trumento ineficiente. A partir da instituição do fundo, as seguradoras e
resseguradoras vão contratar as operações cientes de que suas respon-
sabilidades terão limite determinado para sinistro, a partir do qual o fundo
propiciará a cobertura suplementar.
Pergunta:
ANEXOS
—— ANEXO 1 – MODELO DE
PROPOSTA DE SEGURO AGRÍCOLA
DADOS DO SEGURADO
ESTIPULANTE
PROPONENTE
ENDEREÇO RESIDENCIAL
ENDEREÇO DE COBRANÇA
CORRETOR
DADOS DA PROPRIEDADE
OBSERVAÇÃO
CLÁUSULA BENEFICIÁRIA
A f avor de: Na qualidade de: A té: CPF/CNPJ:
DECLARAÇÃO DO PROPONENTE
Ao assinar esta proposta
QUESTIONÁRIO
VALORES
INFORMAÇÕES DE COBRANÇA
DECLARAÇÃO DO PROPONENTE
Ao assinar esta proposta, declaro
IV – regiões de produção;
Parágrafo único. Poderá ser exigido do produtor rural, como condição para
acessar a subvenção econômica de que trata esta Lei, o fornecimento de dados
históricos individualizados dos ciclos produtivos antecedentes em relação à ati-
vidade agropecuária a ser segurada. (Incluído pela Lei nº 13.195, de 2015)
..................................................................
“Art. 6º ..................................................................
I – ..................................................................
..................................................................
I – ..................................................................
..................................................................
..................................................................
II – ..................................................................
..................................................................
..................................................................
..................................................................” (NR)
RESOLVE:
II – Denominação do segurado;
IV – Número da CPR; e
Art. 6º Para que a CPR seja oferecida como ativo garantidor ou integrante
da carteira de FIE, nos termos da regulamentação vigente, a apólice de
seguro deverá observar as seguintes disposições:
Art. 7º Quando a CPR não for oferecida como ativo garantidor ou inte-
grante da carteira de FIE, deverá estar previsto na apólice que a inde-
nização corresponderá ao valor da obrigação estabelecida na CPR,
observado, se houver, o limite máximo de garantia previsto no contrato
de seguro.
Art. 10. Fica vedada a execução das contragarantias, quando o sinistro for
decorrente dos seguintes eventos:
I – Incêndio acidental;
II – Raio;
IV – Vento forte;
V – Granizo;
VI – Chuva excessiva;
VII – Seca;
VIII – Geada;
X – Inundação; e
Art. 13. Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, ficando
revogada a Circular SUSEP 248, de 13 de fevereiro de 2004.
III – Cédula de produto rural – CPR: título emitido por produtor rural
ou suas associações, inclusive cooperativas, na forma da lei;
RESOLVEU:
Capítulo I
do Objeto
Art. 1º O Seguro Rural e o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), ins-
tituído pelos arts. 16 e 17 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966,
com a finalidade de garantir a estabilidade das operações de Seguro Rural
e atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe, serão regidos,
controlados e fiscalizados conforme o estabelecido na presente Resolução.
Capítulo II
das Modalidades do Seguro Rural
Art. 3º O Seguro Rural abrange as seguintes modalidades:
I – seguro agrícola;
II – seguro pecuário;
IV – seguro de florestas;
§1º O seguro de que trata o inciso VII deve ser destinado ao produtor rural,
devedor de crédito rural, e terá sua vigência limitada ao período de finan-
ciamento, sendo que o beneficiário será o agente financiador.
Capítulo III
dos Planos do Seguro Rural
Art. 4º Para efeito de controle estatístico permanente de todas as opera-
ções de Seguro Rural realizadas no País, as sociedades seguradoras ficam
obrigadas a prestar à SUSEP as informações estatísticas referentes às ope-
rações de Seguro Rural, na forma e prazos por ela estabelecidos.
Capítulo IV
do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural
Seção I
Da Habilitação ao FESR
Art. 5º O FESR garantirá as operações do Seguro Rural, nas modalidades
relacionadas nos incisos I a V do art. 3º e nos limites estabelecidos por esta
Resolução.
Seção II
Da Contribuição e da Recuperação do FESR
Art. 9º As sociedades seguradoras efetuarão contribuições ao FESR em
função do resultado positivo em cada exercício, apurado de acordo com
a metodologia apresentada no anexo I, nas modalidades garantidas pelo
FESR, de acordo com os seguintes percentuais:
Art. 13. Para fins de cálculo do resultado de que tratam os art. 9º, 10, 11 e 12
devem ser consideradas como crédito ao prêmio ganho as comissões de
resseguro recebidas pelas sociedades seguradoras nas operações garan-
tidas pelo FESR.
Seção III
Da Garantia do FESR às Resseguradoras Locais
Art. 16. Os resseguradores locais poderão efetuar contribuições e recu-
perações ao FESR em função de seu resultado, nas mesmas bases esta-
belecidas para as sociedades seguradoras na Seção II do Capítulo IV e de
acordo com o anexo II.
Capítulo V
dos Aportes Extraordinários ao FESR
Art. 17. Na hipótese de insuficiência de recursos no FESR, o seu gestor
comunicará o fato, em caráter de urgência:
Capítulo VI
Da Gestão e Controle Financeiro do FESR
Art. 18. O gestor do FESR disciplinará os critérios para gestão e acompa-
nhamento das operações abrangidas pelo Fundo.
Capítulo VII
Das Disposições Finais
Art. 20. A garantia do FESR de que trata esta Resolução restringe-se, para
a modalidade agrícola, aos seguros que garantam ao produtor uma inde-
nização pelos prejuízos causados às lavouras seguradas, abrangendo as
perdas físicas efetivas de produção.
ROBERTO WESTENBERGER
Superintendente
Anexo I
Estrutura de Apuração do Resultado de cada Seguradora
Junto ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR
Seguradora:
Ramo:
Ano-Safra: /
PG/PE %
Custo do Resseguro
Diferença (=)
PG/PE %
Prêmio Líquido
Despesas de Carregamento
Prêmio Líquido
Prêmio Final
Sinistro Retido
Diferença (=)
Contribuição X% (=)
Recuperação (=)
Contribuição (+)
Recuperação (-)
Contribuição (=)
Recuperação (=)
Sinistralidade FESR
Anexo 2
Estrutura de apuração do resultado de cada resseguradora
junto ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR
Resseguradora:
Ramo:
Ano-Safra: /
Prêmio Líquido
Despesa de Carregamento
Prêmio Líquido
Sinistro Retido
Resultado (=)
Contribuição X% (=)
Recuperação (=)
Contribuição (+)
Recuperação (-)
Contribuição (=)
Recuperação (=)
Sinistralidade FESR
RESOLVE:
DECRETA:
III – ameixa, café, caqui, figo, goiaba, kiwi, laranja, limão e demais
cítricos, maçã, nectarina, pêra, pêssego e uva.
b) (VETADO)
§3º O Fundo não contará com garantia ou aval do poder público e responderá
por suas obrigações até o limite dos bens e direitos integrantes de seu patrimônio.
Art. 15. A Lei nº 10.823, de 2003, passa a vigorar com as seguintes altera-
ções:
“Art. 1º..................................................................................................................................
.......................................................
“Art. 3º ...............................................................................................................................
.......................................
IV – (revogado);
.............................................................................................
VI – (VETADO)”
“Art. 5º ........................................................................
I – (revogado);
II – (revogado);
“Art. 4º ...............................................................................................................................
.......................................
§1º É vedado o cadastro a que se refere o inciso III do caput deste artigo
de empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais, assim considera-
dos países ou dependências que não tributam a renda ou que a tributam
a alíquota inferior a 20% (vinte por cento) ou, ainda, cuja legislação interna
oponha sigilo relativo à composição societária de pessoas jurídicas ou à
sua titularidade.
“Art. 6º ..........................………….........................................................................................
.....................................
...................................................................................” (NR)
“Art. 9º .........................................……………......................................................................
.........................................................
§3º É o fundo que tenha por único objetivo a cobertura suplementar dos riscos
do seguro rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestal autoriza-
Art. 17. O art. 108 do Decreto-Lei nº 73, de 1966, passa a vigorar com a
seguinte redação:
...................................................................................” (NR)
Art. 18. A partir da vigência do Fundo de que trata o art. 1º desta Lei Com-
plementar, extinguir-se -á, na forma e no prazo definidos em regulamento,
o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), de que tratam os arts. 16
e 17 do Decreto-Lei nº 73, de 1966.
“Art. 3º ...............................................................................................................................
Art. 23. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
GABARITO
Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5 UNIDADE 6 UNIDADE 7
6–C 6 –B 6–E
7–C
8–A
9–B
10 – B
11 – A
12 – B
Estudos de Caso
Caso 1
Linha da resposta:
a) O aluno deve relacionar a quebra de safra com o êxodo rural, o aumento dos
custos dos produtos derivados da soja e os reflexos da quebra de safra junto às
empresas fornecedoras de insumos e implementos agrícolas aos produtores.
Caso 2
Linha da resposta:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, Aércio S. Um seguro agrícola “eficiente”. Brasília: Universidade de
Brasília, 2002. Texto para Discussão nº 255.
TÁVORA, Fernando Lagares. Seguro rural: nova lei, velhos problemas. Dis-
ponível em: <https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislati-
vos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-11-seguro-rural-nova-lei-
-velhos-problemas/view>. Acesso em: 12 fev. 2019.