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RIO DE JANEIRO
2021
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
ASSESSORIA TÉCNICA
RODRIGO MAIA JORGE - 2021
MAURÍCIO VIOT – 2020/2019
1. PREVIDÊNCIA SOCIAL 8
A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE SEGURIDADE SOCIAL 9
FIXANDO CONCEITOS 1 16
2. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 19
UM POUCO DE HISTÓRIA 20
ESTRUTURA DO SISTEMA 22
Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC 23
Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC 23
FIXANDO CONCEITOS 2 25
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
3. PLANOS DE ENTIDADES ABERTAS
DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 29
ESTRUTURA BÁSICA 30
ADMISSÃO 35
Proposta de Inscrição 35
Certificado 36
CONTRIBUIÇÕES 36
CARREGAMENTO 37
VALORES GARANTIDOS 38
GARANTIAS TÉCNICAS 39
APURAÇÃO DE RESULTADOS 40
FIXANDO CONCEITOS 3 41
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
VALORES GARANTIDOS NO PERÍODO DE DIFERIMENTO 54
Resgate 54
Portabilidade 55
FIXANDO CONCEITOS 4 59
6. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 72
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS 73
PGBL x VGBL 74
Legislação 76
Dedução 77
Tributação 78
Formas de Pagamento do Imposto 80
ASSISTÊNCIA FINANCEIRA 84
ATUALIZAÇÃO DE VALORES 85
FIXANDO CONCEITOS 6 89
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ESTUDOS DE CASO 92
GABARITO 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 96
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
PREVIDÊNCIA
SOCIAL
01 UNIDADE 1
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer o Sistema de ■ Compreender a Previdência
Previdência Brasileiro Social por meio da ⊲ A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA
(Seguridade Social, análise de seus órgãos e DE SEGURIDADE SOCIAL
Previdência Social e dos regimes que adota,
Previdência Privada) qualificando seus segurados ⊲ PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA SEGURIDADE SOCIAL
considerando seus e dependentes, bem como
componentes, público e seus respectivos benefícios. ⊲ FONTES DE CUSTEIO
privado, relacionando- DA SEGURIDADE SOCIAL
os à administração de
planos previdenciários e às ⊲ O DIREITO À PREVIDÊNCIA
negociações comerciais.
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 8
UNIDADE 1
A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA
DE SEGURIDADE SOCIAL
A ideia de proteção está intimamente associada ao instinto de sobrevi-
vência, ao sentimento de insegurança e à incerteza. No entanto, durante
séculos, os indivíduos se viram desprovidos de qualquer ação por parte
dos governos que viesse a protegê-los na velhice ou em caso de doença e
incapacidade física. A previdência estava, diretamente, ligada à livre inicia-
tiva de caráter assistencial e não, propriamente, previdencial.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 9
UNIDADE 1
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 10
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social brasileira foi organizada, observando-se os princípios
básicos definidos no texto constitucional. São eles:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 11
UNIDADE 1
FONTES DE CUSTEIO
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social é financiada por toda a sociedade, de forma direta ou
indireta, mediante recursos provenientes da União, dos estados, do Distri-
to Federal, dos municípios e de contribuições sociais.
Recursos da União
Recursos adicionais do orçamento fiscal, fixados obrigatoriamente
na Lei Orçamentária Anual.
Contribuições sociais
a) das empresas, que incidem sobre a folha de salários dos segu-
rados empregados e demais pessoas físicas a seu serviço, e sobre
o faturamento e o lucro;
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 12
UNIDADE 1
Outras fontes
Constituem outras receitas da seguridade social:
O DIREITO À
PREVIDÊNCIA
O direito à Previdência é garantido pela Constituição como parte integran-
te do conjunto de ações que compõem a seguridade social.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 13
UNIDADE 1
— Organização da Previdência
A Previdência Social é organizada sob a forma de dois regimes:
A previdência social pode ser vista como um pacto de gerações, onde os par-
ticipantes ativos financiam, com as suas contribuições, os benefícios pagos
para os inativos. Logo, não há reservas individualizadas na previdência social.
— Benefícios
Alguns dos principais benefícios do Regime Geral da Previdência Social:
aposentadoria – por tempo de contribuição, pensão por morte do segurado, homem ou mu-
especial, por idade ou por invalidez, aposenta- lher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
doria especial a pessoas com deficiência.
auxílio-doença auxílio-reclusão
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 14
UNIDADE 1
CONSIDERAÇÕES
GERAIS
Evidentemente, o universo da Previdência Social Brasileira é muito maior e
bem mais complexo, englobando seus cálculos, suas reformas e regras de
transição. Contudo, o objetivo deste material é apresentar seu conteúdo de
forma que você possa compreender minimamente o seu funcionamento.
Caso você queira se aprofundar no tema, consulte a página da Previdência
Social na Internet, leia a legislação e consulte especialistas desse segmento,
afinal, conhecimento nunca é demais!
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 15
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 1
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 16
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 17
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 18
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
02 UNIDADE 2
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os aspectos ■ Reconhecer os planos
históricos da Previdência de contratação e a ⊲ UM POUCO DE HISTÓRIA
Privada no Brasil, estrutura do sistema de
correlacionando tais previdência complementar, ⊲ UMA ALTERNATIVA
aspectos com a operação considerando as DE POUPANÇA
do mercado de seguros da características das
⊲ ESTRUTURA DO SISTEMA
atualidade. Entidades Abertas de
Previdência Complementar ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
– EAPC.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 19
UNIDADE 2
UM POUCO
DE HISTÓRIA
Algumas iniciativas no sentido de instituir planos de Previdência no Brasil ocor-
reram no final do século XVIII e início do XIX. Entre elas, destaca-se a criação
do Montepio Geral de Economia dos Servidores – MONGERAL – em 1835.
No que se refere aos fundos de pensão, verifica-se que seu marco ini-
cial ocorreu em 16 de abril de 1904, quando foi fundada a Caixa de
Montepio dos Funcionários do Banco do Brasil, antecessora da Previ,
criada por poucos funcionários do Banco com o objetivo de proporcio-
nar aos seus dependentes o pagamento de uma pensão a partir de seu
falecimento. Outras iniciativas de criação de fundos de pensão ocor-
reram durante a década de 1970, em face do crescimento econômico
vivenciado pelo país.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 20
UNIDADE 2
UMA ALTERNATIVA
DE POUPANÇA
A previdência complementar, também conhecida como previdência priva-
da, é um sistema que permite ao cidadão guardar uma parcela de recursos
ao longo do tempo, para garantir uma renda futura melhor para si mesmo
e sua família, ou seja, representa uma alternativa de poupança, de caráter
exclusivamente privado, destinada à manutenção do poder aquisitivo, caso
haja perda da capacidade laborativa ou, simplesmente, uma forma alterna-
tiva de investimento.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 21
UNIDADE 2
ESTRUTURA
DO SISTEMA
A Previdência Complementar no Brasil é operada por entidades de Previ-
dência Complementar, que têm por objetivo principal instituir e executar
planos de benefícios de caráter previdenciário.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 22
UNIDADE 2
— Entidades Fechadas
Federal e os Municípios, quando
estes instituírem suas entidades
de Previdência
de Previdência Complementar.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 23
UNIDADE 2
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 24
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 2
1. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a
alternativa correta:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 25
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 26
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 27
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 28
PLANOS de
ENTIDADES
ABERTAS de
03
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
UNIDADE 3
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as características técnicas e operacionais
dos planos comercializados pelas Entidades Abertas ⊲ ESTRUTURA BÁSICA
de Previdência Complementar (EAPC), considerando
a comercialização de produtos de previdência em ⊲ MODALIDADES DE
conformidade com as condições gerais propostas. ESTRUTURAÇÃO DAS
COBERTURAS
⊲ PERÍODOS DE
DIFERIMENTO E COBERTURA
⊲ ADMISSÃO
⊲ CONTRIBUIÇÕES
⊲ CARREGAMENTO
⊲ VALORES GARANTIDOS
⊲ GARANTIAS TÉCNICAS
⊲ APURAÇÃO DE RESULTADOS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 3
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 29
UNIDADE 3
ESTRUTURA BÁSICA
Os planos de Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC –
são estruturados com a finalidade de conceder benefícios a pessoas físi-
cas, vinculadas ou não a uma pessoa jurídica, que preencham as condi-
ções estabelecidas para participação no plano.
Individual
Quando acessível a quaisquer pessoas físicas.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 30
UNIDADE 3
Coletiva
Quando acessível a pessoas físicas vinculadas, direta ou indire-
tamente, a uma pessoa jurídica contratante. A vinculação indireta
refere-se exclusivamente ao caso de contratação por uma asso-
ciação representativa de pessoas jurídicas, envolvendo pessoas
físicas vinculadas a suas filiadas.
Vesting Atenção
É o conjunto de cláusulas
que o participante é obriga-
Além das características e dos benefícios, dos planos de
do a cumprir para ter acesso
entidades abertas de Previdência Complementar que vere-
aos recursos das provisões
decorrentes das contribui- mos a seguir, um plano coletivo instituído pode prever ainda,
ções pagas pela instituidora, entre suas cláusulas, a possibilidade de vesting.
líquidos de carregamento,
quando for o caso.
Tais cláusulas constam, obrigatoriamente, do contrato entre a EAPC e a
instituidora e são, portanto, de expresso e prévio conhecimento do partici-
pante. Envolvem condições como mínimos de idade, anos de serviço ou de
vinculação ao plano e podem não dar direito à totalidade das contribuições
da instituidora. As cláusulas variam de plano para plano.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 31
UNIDADE 3
% RESGATÁVEL DA
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PAGA
CONTRIBUIÇÃO (t) PELA EMPRESA
t ≥ 10 anos 100%
MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO
DAS COBERTURAS
As coberturas dos planos de Previdência Complementar Aberta podem ser
estruturadas na forma de benefício definido ou de contribuição variável.
— Benefício Definido
A cobertura estruturada na forma de benefício definido é aquela em
que o valor do benefício – pagável de uma única vez ou sob a forma
de renda – e o valor da contribuição são estabelecidos previamente na
proposta de inscrição.
Importante
As coberturas de morte e de invalidez total e permanente são sempre estruturadas
na modalidade de benefício definido. A cobertura por sobrevivência também pode
ser estruturada nessa modalidade.
Exemplos:
1. Quando o participante contrata um plano de pecúlio por morte, ele está contratando
uma cobertura (morte) que é estruturada na modalidade de benefício definido, pois
os valores do benefício e da contribuição já estão definidos previamente na proposta
de inscrição.
2. Quando o participante contrata um plano, definindo no momento da contratação o
valor do benefício que ele receberá à vista, ao final do período de diferimento, se e
somente se ele estiver vivo, ele estará contratando uma cobertura (sobrevivência)
estruturada na modalidade de benefício definido.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 32
UNIDADE 3
— Contribuição Variável
A cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável é aquela em
que o valor e o prazo de pagamentos das contribuições podem ser definidos
previamente na proposta de inscrição, sendo que o valor do benefício, pagá-
vel de uma única vez ou sob a forma de renda, será calculado ao final do perío-
do de diferimento, com base no saldo acumulado na provisão matemática de
benefícios a conceder e no fator de cálculo.
Importante
Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de con-
tribuição variável.
Exemplo:
O PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre – é um plano em que o participante paga
contribuições que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente. Ao
final do período de diferimento, a EAPC calcula o valor do seu benefício, pago sob a
forma de renda, com base no valor acumulado na provisão matemática de benefícios a
conceder e no fator de cálculo. É fácil imaginar que quanto mais o participante tiver acu-
mulado, maior será o valor de renda que ele receberá.
Fator de cálculo – resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros
e tábua biométrica, quando for o caso, utilizado para a obtenção do benefício a ser
pago sob a forma de renda.
Resumindo:
MODALIDADES DE
ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS
TIPO DE
COBERTURAS
BENEFÍCIO CONTRIBUIÇÃO
DEFINIDO VARIÁVEL
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 33
UNIDADE 3
PERÍODOS DE
DIFERIMENTO E COBERTURA
Para a cobertura por sobrevivência, consideram-se:
Período de diferimento
Aquele compreendido entre a data de início de vigência da cober-
tura por sobrevivência e a data contratualmente prevista para iní-
cio do pagamento do benefício.
Período de cobertura
Prazo correspondente aos períodos de diferimento ou de paga-
mento de benefício, sob a forma de renda.
Período de cobertura
Aquele durante o qual o participante, no caso de invalidez, ou os
beneficiários, por morte do participante, farão jus aos benefícios
contratados.
Exemplo
Suponha a contratação de um plano de previdência com o objetivo de receber uma
renda mensal temporária por dez anos, a partir dos 60 anos de idade:
25 Período de Cobertura 70
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 34
UNIDADE 3
ADMISSÃO
A contratação de qualquer plano de Previdência Complementar Aberta se
dará mediante assinatura da proposta de inscrição, sua protocolização e
aceitação pela EAPC, e consequente remessa do certificado de participante.
Para sua aceitação como participante, a pessoa física deve assinar a propos-
ta de inscrição e protocolá-la junto à EAPC. Para aceitação da proposta de
inscrição, a EAPC poderá exigir comprovação de renda ou provas de saúde,
como declaração complementar de saúde ou de atividade laborativa, relató-
rio médico, exames específicos e perícia médica.
Importante
Se o participante, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta de inscrição ou na mensura-
ção da contribuição, perderá o direito ao benefício contratado, além de ficar obrigado à
contribuição vencida.
Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do participante, a
EAPC terá direito a resolver o contrato ou a cobrar, mesmo após a ocorrência do evento
gerador, a diferença da contribuição.
— Proposta de Inscrição
Da proposta de inscrição devem constar várias informações, tais como:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 35
UNIDADE 3
— Certificado
Do certificado do participante devem constar várias informações tais como:
CONTRIBUIÇÕES
Contribuição é o valor correspondente aos aportes efetuados para custeio
do plano.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 36
UNIDADE 3
CARREGAMENTO
Poderá ser cobrado carregamento para fazer face às despesas adminis-
trativas e de comercialização, ficando vedada a cobrança de inscrição e
quaisquer outros encargos ou comissões incidentes sobre o valor das con-
tribuições, inclusive a título de intermediação.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 37
UNIDADE 3
VALORES
GARANTIDOS
Representam direitos dos participantes ou dos beneficiários, previstos em
determinadas modalidades de planos de Previdência Complementar Aberta.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 38
UNIDADE 3
Exemplo
Exemplo de Saldamento e Benefício Prolongado:
Suponha que uma pessoa com 20 anos de idade decida contratar um plano de Previ-
dência com cobertura de morte estruturada no regime financeiro de capitalização. Uma
característica desse plano é que a cobertura será garantida pela entidade de Previdên-
cia de forma vitalícia. O valor do benefício contratado é de R$ 100.000,00 e as con-
tribuições serão pagas anualmente, com valor igual a R$ 453,23. Transcorridos cinco
anos de vigência desse contrato, o participante comunica à entidade de Previdência
que não tem mais condições de continuar pagando a contribuição do plano, mas que
gostaria de continuar a ter algum tipo de cobertura do plano de Previdência. Dessa
forma, a entidade de Previdência faz duas propostas ao seu participante.
A primeira delas refere-se ao saldamento, que consistirá em não cobrar mais contribui-
ções desse participante e continuar a dar cobertura contra o risco de morte vitalicia-
mente. Entretanto, em face do valor de reserva apurado pela entidade de Previdência, o
valor do benefício será reduzido de R$ 100.000,00 para aproximadamente R$ 18.540,00.
Note que, apesar de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de P revidência,
o valor do seu benefício será reduzido, pois a cobertura continuará sendo vitalícia.
A segunda proposta refere-se ao benefício prolongado, que consistirá em não cobrar
mais contribuições desse segurado e continuar a garantir R$ 100.000,00 de benefício
em caso de morte. Todavia, em face do valor da reserva apurado pela entidade de Pre-
vidência, para continuar a garantir o mesmo valor de benefício, o período de c obertura
do plano de Previdência deverá ser alterado. Como antes a cobertura era vitalícia, ago-
ra ela passará a ser temporária por, aproximadamente, mais 15 anos. Note que, apesar
de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de Previdência e do valor do
benefício continuar a ser o mesmo, o plano deixará de dar cobertura vitalícia, passando
a ser uma cobertura temporária por mais 15 anos aproximadamente.
Observação: os cálculos acima foram feitos com base na tábua biométrica CSO-80 e
na taxa de juros de 6% a.a. Deixamos de apresentar mais detalhes sobre os cálculos,
pois eles envolvem aspectos atuariais de maior complexidade.
GARANTIAS TÉCNICAS
Para garantia de suas operações, as entidades abertas de Previdência
Complementar constituirão, mensalmente, provisões matemáticas quando
tecnicamente necessárias e de acordo com o regime financeiro adotado.
Apresentaremos, abaixo, alguns exemplos:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 39
UNIDADE 3
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 40
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 3
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 41
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 42
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 43
PLANOS com
04
COBERTURA por SOBREVIVÊNCIA
UNIDADE 4
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as características técnicas e operacionais dos
planos com cobertura por sobrevivência, permitindo ⊲ COMERCIALIZAÇÃO
a comercialização de produtos de previdência em
conformidade com as condições gerais propostas. ⊲ MODALIDADES DE RENDA
⊲ VALORES GARANTIDOS NO
PERÍODO DE DIFERIMENTO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 4
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 44
UNIDADE 4
COMERCIALIZAÇÃO
Quanto à comercialização do plano, poderão ser divulgadas tabelas com
valores de contribuições e benefícios, sendo vedada, porém, a utilização
de valores de inflação projetada para datas futuras. De todo modo, o mais
comum, é a utilização de simuladores por parte das EAPCs.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 45
UNIDADE 4
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 46
UNIDADE 4
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 47
UNIDADE 4
PRSA
Contratada
até 6% a.a. É obrigatória, com base em percentual
PRGP contratado.
Com base em
PAGP CV ou BD Não há. índice de preços
Planos Pode ser contratada contratado.
Pode ser prevista.
Tradicionais até 6% a.a.
CV – Contribuição Variável
BD – Benefício Definido
Atenção
O PRGP e o PAGP podem ser estruturados na modalidade de contribuição variável
ou na modalidade de benefício definido.
Em todos os tipos de plano, poderão ser previstos, contratualmente, a reversão de resul-
tados financeiros durante o período de pagamento do benefício sob a forma de renda.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 48
UNIDADE 4
Vale ainda ressaltar que o seu papel como corretor será identificar os fundos oferecidos pelas
empresas com as quais você for trabalhar e apresentar as opções ao seu cliente. A escolha
será dele e você deverá se certificar de que ele esteja confortável com isso.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 49
UNIDADE 4
Observação
Cada FIE possui uma taxa de administração que incide sobre o patrimônio líquido do
fundo e cobre as despesas com a administração dos recursos. Essa taxa, apesar de ser
visualizada em um percentual anual, é descontada diariamente. Quando você for avaliar
a rentabilidade de um determinado plano de previdência, ou seguro por sobrevivência,
é importante considerar que ela já é demonstrada líquida da taxa de administração, ou
seja, o impacto da taxa já está considerado no resultado.
MODALIDADES DE RENDA
Finda a fase de acumulação de recursos, o participante pode optar por
receber, à vista, o saldo acumulado em sua provisão matemática de bene-
fícios a conceder ou transformá-la em um tipo de renda, cujo valor é calcu-
lado em função da idade, da modalidade de renda escolhida e dos parâ-
metros técnicos do plano contratado (taxa de juros e tábua biométrica). As
modalidades de renda são:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 50
UNIDADE 4
— Parâmetros Técnicos
Estudamos, com o fim da fase de acumulação de recursos, que o partici-
pante pode optar por receber, à vista, o saldo acumulado em sua provisão
matemática de benefícios a conceder ou transformá-la em um tipo de ren-
da, cujo valor é calculado em função da idade, da modalidade de renda
escolhida e dos parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de juros e
tábua de mortalidade).
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 51
UNIDADE 4
Observação
Em 2010, a SUSEP adotou as tábuas BR-EMS como tábuas padrão (standard) para o mercado
segurador brasileiro (Circular SUSEP nº 402, de 18/03/2010). A tábua, denominada Experiência
do Mercado Segurador Brasileiro, BR-EMS, consiste em quatro variantes abrangendo as cober-
turas de sobrevivência e mortalidade, masculina e feminina, sendo atualizada a cada cinco anos.
— Taxas Cobradas
Quanto maiores forem as taxas cobradas (carregamento ou administração),
maior será o impacto negativo na acumulação dos recursos. Faz parte, por-
tanto, do papel do corretor identificar as melhores opções disponíveis no
mercado e oferecer para o seu cliente.
— Modalidade de Renda e
Idade de Aposentadoria
A tábua biométrica e a taxa de juros contribuem de forma significativa no
cálculo do valor de renda. Entretanto, se agora fixarmos a tábua biométrica
e a taxa de juros, veremos que a modalidade de renda escolhida afetará
também o valor a ser recebido.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 52
UNIDADE 4
— Montante Acumulado
Quanto maior o montante acumulado no momento da aposentadoria,
maior será o valor do benefício. Portanto, é fundamental que os participan-
tes fiquem atentos aos custos envolvidos na contratação do plano, bem
como na rentabilidade auferida pelo plano durante a fase de acumulação
dos recursos – período de diferimento.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 53
UNIDADE 4
VALORES GARANTIDOS NO
PERÍODO DE DIFERIMENTO
Nos Planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura por
sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores garantidos: res-
gate e portabilidade.
— Resgate
O participante poderá solicitar, independentemente do número de contri-
buições pagas, resgate parcial ou total de recursos do saldo da provisão
matemática de benefícios a conceder, após o cumprimento de período de
carência, que deverá estar compreendido entre 60 dias e 60 meses, a
contar da data de protocolo da proposta de inscrição na EAPC.
Uma vez solicitado o primeiro resgate, outro pedido somente pode ser
feito após o cumprimento de intervalo estabelecido no plano, que deverá
estar compreendido entre 60 dias e 6 meses.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 54
UNIDADE 4
Atenção
Nos planos estruturados na modalidade de benefício definido é vedado o resgate parcial.
Nos planos com estrutura puramente financeira, na ocorrência de invalidez ou morte do
participante, os saldos da provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão
técnica de excedentes financeiros, mediante solicitação devidamente instruída e regis-
trada na EAPC, serão postos à disposição do participante ou beneficiário (ou beneficiá-
rios), sem qualquer prazo de carência, sendo o pagamento efetuado somente após o
pleno reconhecimento do evento gerador pela EAPC.
A provisão técnica de excedentes financeiros somente existe nos períodos (acumu-
lação ou de pagamento do benefício sob a forma de renda) em que seja garantida a
reversão de resultados financeiros.
— Portabilidade
Observação Independentemente do número de contribuições pagas, o participante
poderá solicitar a portabilidade, total ou parcial, para outro plano de Previ-
Para o PGBL ou PGBL dência Complementar, de recursos do saldo da provisão matemática de
Programado, o período de benefícios a conceder, após o cumprimento do período de carência a con-
carência será de 60 dias. Para tar da data de protocolo da proposta de inscrição na EAPC.
os planos do tipo PRGP, PAGP, Não poderão ser solicitadas portabilidades com intervalo inferior a 60 dias.
PRSA e PDR, o período de
carência de que trata o caput Quando se tratar de portabilidades entre planos de Previdência com
deverá estar compreendido cobertura por sobrevivência da mesma EAPC, poderão ser estabelecidos
entre 60 dias e 24 meses. períodos inferiores aos mencionados anteriormente.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 55
UNIDADE 4
Atenção
Da mesma forma que no resgate, as portabilidades também ficarão suspensas en-
quanto não forem quitadas todas as contraprestações relativas à assistência financeira
contratada pelo participante, bem como fica vedada a portabilidade parcial nos planos
estruturados na modalidade de benefício definido.
Com vistas a limitar o seu risco, é facultado à EAPC estabelecer critérios objetivos no
regulamento do plano para aceitação de valores oriundos de portabilidades, sendo ve-
dadas cláusulas que prevejam qualquer tipo de discricionariedade e cujos efeitos não
sejam claros e transparentes para os participantes.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 56
UNIDADE 4
Observação
Deverá ser anexado pelo participante, à solicitação de portabilidade, documento expe-
dido pela EAPC cessionária, contendo a data em que foi contratado o plano receptor
e declaração de que não se opõe à portabilidade, especialmente no que se refere ao
valor a ser portado.
Nos casos de portabilidade para plano de Previdência no qual o participante não esteja
inscrito, deverá ser previamente formalizado o preenchimento de proposta de inscrição
e adotadas todas as demais providências necessárias.
No caso de portabilidade de recursos para plano de benefício definido, a EAPC re-
ceptora deverá providenciar que o participante seja previamente informado do critério
técnico de aproveitamento do valor portado.
Importante
Caberá ao diretor responsável pelos controles internos, ou a outro diretor designado
pela EAPC cedente, a responsabilidade pelo cumprimento do prazo para efetivação da
portabilidade, prestando, dentro desse prazo, à EAPC cessionária dos recursos por-
tados, no mínimo, as seguintes informações, entre outras consideradas necessárias à
plena identificação da operação de portabilidade:
1) valor correspondente ao montante de recursos portados de planos de benefícios
de entidades fechadas de Previdência Complementar, discriminando as parcelas
constituídas por contribuições do patrocinador e do participante;
2) dados relativos ao participante, número do processo SUSEP do plano receptor e
identificação do documento de depósito feito em favor da EAPC cessionária.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 57
UNIDADE 4
Atenção
É vedada:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 58
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 4
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 59
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 60
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 61
FIXANDO CONCEITOS
(a) V, F, F.
(b) V, F, V.
(c) F, V, F.
(d) V, V, V.
(e) F, V, V.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 62
PLANOS com
COBERTURA de RISCO
05 UNIDADE 5
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as características técnicas e operacionais
dos planos com cobertura de risco, permitindo a ⊲ PLANOS COM COBERTURA
comercialização de produtos de previdência em DE RISCO – MORTE E
conformidade com as condições gerais propostas. INVALIDEZ TOTAL E
PERMANENTE
⊲ FIXANDO CONCEITOS 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 63
UNIDADE 5
A invalidez total e permanente é aquela para a qual não se pode esperar a recuperação ou
reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 64
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 65
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 66
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 67
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 68
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 69
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 70
FIXANDO CONCEITOS
(a) V, V, F, V, F.
(b) V, V, F, V, V.
(c) V, V ,V, V, F.
(d) F, F, F, V, V.
(e) V, V, V, V, V.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 71
INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES
06 UNIDADE 6
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a comercialização de produtos de previdência
complementar em conformidade com as condições gerais ⊲ ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
de cada plano oferecido no mercado, reconhecendo as
características técnicas, operacionais, os aspectos tributários ⊲ ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
e o perfil de assistência financeira e de atualização de
valores dos planos de previdência complementar. ⊲ ATUALIZAÇÃO DE VALORES
⊲ FIXANDO CONCEITOS 6
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 72
UNIDADE 6
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
A política tributária é um elemento chave para o estabelecimento de um
sistema de Previdência Privada. A dedutibilidade na base de cálculo do
imposto de renda devido, na formação do fundo previdenciário, é justifi-
cável economicamente em função dos efeitos positivos na alocação da
poupança financeira.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 73
UNIDADE 6
Uma equação básica de economia nos diz que quanto maior a poupança
interna de um país, maior é a sua capacidade de investimento. Quanto maior
for sua capacidade de investimento maior será sua capacidade de gerar
empregos e tudo mais que possa promover o bem-estar necessário à popu-
lação. Tudo isso gera uma maior riqueza da nação, constituindo uma econo-
mia sólida e saudável que possibilita um crescimento sustentável do Estado.
— PGBL x VGBL
Como dito anteriormente, esses dois produtos, apesar de serem de seg-
mentos distintos (previdência e pessoas), possuem a mesma estrutura
técnica/financeira e o mesmo objetivo: a acumulação de valores para o
recebimento de um benefício futuro, estando a única diferença por conta
do aspecto tributário. Vamos ver cada um deles:
PGBL
Foi lançado em 1998 com o objetivo de oferecer maior flexibilidade
e transparência para os clientes de planos de Previdência Comple-
mentar e substituiu rapidamente os Planos Tradicionais até então
comercializados.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 74
UNIDADE 6
VGBL
O Vida Gerador de Benefício Livre surgiu em 2002, basicamente,
para atender a quem não utiliza a declaração completa de ajuste
anual do imposto de renda. Para que pudesse ter um tratamento
tributário diferenciado do PGBL, o VGBL foi classificado como um
seguro de pessoas por sobrevivência, ainda que seja tecnicamen-
te igual ao plano de previdência.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 75
UNIDADE 6
Importante
Em resumo, o que irá definir o melhor produto para o cliente, PGBL ou VGBL, é o tipo de
declaração de imposto de renda feita por ele.
O PGBL é indicado, única e exclusivamente, para o contribuinte que utilize a declaração
completa e que contribua para o RGPS ou para um RPPS. Todas as demais pessoas que não
se enquadrem nessas características devem optar pelo VGBL.
Vale ressaltar ainda que, como o limite de dedução para pessoas físicas é de 12% da sua
renda bruta anual, caso o cliente utilize a declaração completa e faça contribuições acima
desse limite, o ideal é que contrate um PGBL e um VGBL. No PGBL, ele deverá colocar o
valor equivalente aos 12% da sua renda bruta anual e, assim, usufruir do benefício fiscal na
sua totalidade. O valor residual ele deverá aplicar no VGBL, uma vez que já atingiu o limite
de dedução no seu plano de previdência. No ato do recebimento do benefício, o cliente, de
acordo com a sua vontade, poderá receber duas rendas complementares e com tratamentos
tributários distintos, uma proveniente do PGBL e outra do VGBL. Vejamos um exemplo com
uma simulação de um cliente com 40 anos que deseja se aposentar aos 65, considerando
uma rentabilidade anual estimada de 4%:
■ Renda bruta anual do cliente: R$100.000,00.
■ Limite anual de dedução da previdência complementar: R$12.000,00.
■ Valor anual que deseja contribuir para sua aposentadoria: R$18.000,00.
■ Valor de contribuição anual que deverá fazer ao PGBL: R$12.000,00.
■ Valor de contribuição anual que deverá fazer ao VGBL: R$6.000,00.
■ Renda vitalícia bruta estimada no PGBL: R$3.124,00.
■ Renda vitalícia a bruta estimada no VGBL: R$1.562,00.
No momento do recebimento da renda, cada plano receberá o seu tratamento tributário
específico, ou seja, a renda proveniente do PGBL será tributada integralmente e a renda
proveniente do VGBL terá tributada apenas a parte da renda relacionada ao ganho de
capital, ambos de acordo com a tabela escolhida pelo cliente, progressiva ou regressiva.
— Legislação
Em 1995, através da edição das Leis 9.249 e 9.250, o Governo Federal deu
os primeiros passos no sentido de incentivar a Previdência Complementar,
com vistas a estimular a formação de poupança de longo prazo, porém
nessas leis, não foi estipulado qualquer limite para a dedução, ocasionan-
do uma grande perda de arrecadação. Essas leis previam apenas que as
contribuições para as entidades de Previdência Privada domiciliadas no
país, cujo ônus fosse do contribuinte – pessoa jurídica (9.249) e pessoa físi-
ca (9.250) –, destinadas a custear benefícios complementares assemelha-
dos aos da Previdência Social, poderiam ser deduzidas na determinação
da base de cálculo sujeita à incidência do imposto de renda.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 76
UNIDADE 6
Dois anos depois, o Governo Federal corrigiu a questão da falta dos limites
de dedução por meio da promulgação da Lei 9.532, em 10 de dezembro de
1997. Vejamos:
— Dedução
De forma simplificada, podemos afirmar que o benefício da dedução nada
mais é do que o direito que o cliente possui de não sofrer tributação ime-
diata sobre a parte de sua renda que será destinada para o plano de previ-
dência. Esse valor, que no caso da não contratação deveria já ser pago em
forma de imposto de renda, será aplicado no FIE escolhido por ele e ren-
derá, a juros compostos, ao longo dos anos. A tributação ocorrerá apenas
quando o resgate for efetuado ou o cliente entrar em gozo de benefício.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 77
UNIDADE 6
— Tributação
Agora que você já entendeu melhor como funciona o incentivo fiscal, che-
gou a hora de falarmos da tributação de acordo com cada tipo de tabela
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 78
UNIDADE 6
Tabela progressiva
Até 2004 o participante de planos de previdência não possuía
direito de escolha, uma vez que a única tabela existente era a
tabela progressiva. Nessa tabela o valor de imposto de renda a ser
cobrado é maior de acordo com o montante a ser tributado.
PARCELA A
BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUZIR DO IRPF (R$)
Até R$ 22.847,76
Tabela regressiva
Em 2004, a Lei 11.053, que teve por objetivo disciplinar a tributa-
ção do imposto de renda em aplicações financeiras e Previdên-
cia Complementar, definiu um novo critério de tributação para os
planos previdenciários e para Seguros de Vida com cobertura por
sobrevivência, estruturados na modalidade de contribuição variá-
vel, contratados a partir de 1º de janeiro de 2005. Esse novo cri-
tério foi denominado Regime de Tributação por Alíquotas Decres-
1. A tributação definitiva implica centes ou simplesmente tabela regressiva.
que o valor pago a título de
imposto de renda na fonte não Esse novo critério tributário prevê que o resgate de recursos ou o recebi-
poderá ser compensado ou mento do benefício estarão sujeitos à incidência, na fonte, e de forma
ajustado na declaração de ajuste
definitiva1, de imposto de renda calculado com base em alíquotas decres-
anual de imposto de renda.
centes, de acordo com o prazo de acumulação do respectivo valor, confor-
me tabela a seguir.
PRAZO DE ACIMA
ATÉ 2 DE 2 A DE 4 A DE 6 A DE 8 A
ACUMULAÇÃO DE 10
ANOS 4 ANOS 6 ANOS 8 ANOS 10 ANOS
DOS RECURSOS* ANOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 79
UNIDADE 6
A opção pelo regime tributário Em março de 2005, a Instrução Normativa Conjunta 524/05 foi elabora-
deverá ser exercida até o último da pelas Secretarias da Receita Federal, de Previdência Complementar
dia útil do mês subsequente e pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Essa norma
ao do ingresso nos planos e regulamentou a contagem do prazo de acumulação utilizado no novo
serão irretratáveis, mesmo regime tributário.
nas hipóteses de portabilidade
de recursos e de transferência
— Formas de Pagamento
do Imposto
de participantes e respectivas
reservas.
Tabela Progressiva
Para Recebimento de Resgate
Até 2004, os resgates eram tributados na fonte de acordo com a
tabela e, posteriormente, o cliente deveria incluir os valores na sua
declaração de ajuste anual do imposto de renda para que fosse
calculado se ele teria direito a alguma restituição ou obrigação de
pagar um complemento do imposto.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 80
UNIDADE 6
PARCELA A
BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUZIR DO IRPF (R$)
Até R$ 1.903,98
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/
orientacao-tributaria/tributos/irpf-imposto-de-ren-
da-pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal
Tabela Regressiva
Para Recebimento de Resgate
Foi estabelecido o sistema PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que
Sai) para os resgates ocorridos antes da concessão do benefício,
significando que os valores serão resgatados a partir das contri-
buições mais antigas, sempre levando em consideração os rendi-
mentos. Dessa forma, o prazo de acumulação será contado a partir
da data do aporte de cada contribuição e, por esse motivo, o plano
do cliente poderá ter alíquotas diferentes de acordo com a data de
efetivação de cada pagamento.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 81
UNIDADE 6
QUANTIDADE
CONTRIBUIÇÃO DATA DE COTAS
01 30/12/2005 100
02 30/12/2006 200
03 30/12/2007 200
04 30/12/2008 100
05 30/12/2009 200
06 30/12/2010 300
07 30/12/2011 300
08 30/12/2012 350
09 30/12/2013 400
10 30/12/2014 400
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 82
UNIDADE 6
11 30/12/2015 400
TABELA REGRESSIVA
CÁLCULO DE RESGATE
RESGATE
DATA DO RESGATE PRAZO ATÉ IRF
ALÍQUOTA LÍQUIDO
APORTE (COTAS) 30/06/2016 (COTAS) (COTAS)
TOTAL 1.000
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 83
UNIDADE 6
6.500
PMP =
1.000
PRAZO
VALOR DO
DATA DAS DECORRIDO
APORTE CA × PD
CONTRIBUIÇÕES (PD) ATÉ
CA – COTAS 30/12/2015
6.500
PMP =
1.000
ALÍQUOTA IR
PD (ANOS) PERÍODO
DEFINITIVO
ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
A assistência financeira é o empréstimo concedido com recursos próprios
da EAPC ou da sociedade seguradora a titular ou assistido de plano de
previdência complementar aberta, estruturado em qualquer regime finan-
ceiro, ou a titular de plano de seguro de pessoas, estruturado no regime
financeiro de capitalização.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 84
UNIDADE 6
Observação
O plano de previdência complementar ou de seguro de pessoas não poderá ser can-
celado enquanto não forem pagas todas as contraprestações relativas às assistências
financeiras a ele vinculadas.
Importante
A SUSEP, por meio da regulamentação específica para Assistência Financeira, considera
como ato nocivo condicionar a concessão de assistência financeira à contratação de outros
produtos ou serviços. Esteja atento a isso!
Atenção
Em planos de previdência complementar aberta com cobertura por sobrevivência, durante
o período de diferimento, o saldo devedor da assistência financeira não poderá ser superior
a 70% do saldo da provisão matemática de benefícios a conceder relativa à cobertura por
sobrevivência.
Para planos previdência complementar aberta com cobertura de risco, estruturados no regi-
me financeiro de capitalização, esse percentual passa a ser de 80% da provisão matemática
de benefícios a conceder relativa às coberturas de risco.
ATUALIZAÇÃO DE VALORES
Os planos de Previdência Complementar Aberta, com coberturas estru-
turadas na modalidade de benefício definido, deverão conter cláusula de
atualização anual de valores com base em índice pactuado.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 85
UNIDADE 6
Em resumo:
Com cobertura estruturada PODERÃO conter cláusula Tem que estar previsto no
na modalidade de de atualização anual dos regulamento
contribuição variável. prêmios com base em
índice pactuado.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 86
UNIDADE 6
Exemplo
Suponha que determinado participante, com 60 anos de idade, comece a receber uma
renda mensal vitalícia de valor igual a R$ 1.000,00. Suponha que a inflação mensal seja
igual a 1%, o que equivale a 12,68% de inflação anual.
Nesse caso, seria razoável imaginar que, ao final de 1 ano, o valor da renda desse assis-
tido passaria para R$ 1.126.83 (R$ 1.000,00 × 1,1268).
Entretanto, como a provisão matemática de benefícios concedidos deve ser atualiza-
da mensalmente, existe uma “sobra” nessa provisão, que deve ser repassada para o
assistido que está recebendo renda. Essa sobra, sendo assim, equivale a R$ 2,96 (cál-
culo atuarial) e deve ser incorporada ao valor da renda ou ser paga à vista ao assistido.
Dessa forma, caso a EAPC opte por incorporar o valor de R$ 2,96 à renda, o assistido
passará a receber R$ 1.129,78.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 87
UNIDADE 6
Atenção
O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão constar do regulamento,
da proposta e, quando for o caso de plano coletivo, do respectivo contrato.
O índice pactuado para a atualização de valores relativos às operações de Previdência
Complementar Aberta deverá ser estabelecido em consonância com as seguintes opções:
■ Índice Nacional de Preços ao Consumidor/Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – INPC/IBGE;
■ Índice de Preços ao Consumidor Amplo/Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – IPCA/IBGE;
■ Índice Geral de Preços para o Mercado/Fundação Getúlio Vargas – IGPM/FGV;
■ Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna/Fundação Getúlio Vargas –
IGP-DI/FGV;
■ Índice Geral de Preços ao Consumidor/Fundação Getúlio Vargas – IPC/FGV;
■ Índice de Preços ao Consumidor/Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
da Universidade de São Paulo – IPC/FIPE.
No caso de extinção do índice pactuado, deverá ser utilizado o IPCA/IBGE, caso
não tenha sido convencionado, no ato da contratação, índice substituto entre os
previstos acima.
Exceção à regra de atualização de valores é o plano de Previdência Complementar
Aberta, destinado, exclusivamente, à recepção de grupos de participantes e respecti-
vas provisões, transferidos de outros planos de benefícios. Nesses casos, a legislação
admite a manutenção do critério de atualização de valores originalmente contratado.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 88
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 6
1. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 89
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 90
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 91
ESTUDOS DE CASO
ESTUDOS DE CASO
Caso 1
Arthur tem interesse em contratar um plano visando uma renda futura
quando deixar de trabalhar, porém ainda não está certo de qual seria a
melhor opção e desenho de plano para ele. Liste todas as perguntas que
você deverá fazer para indicar a melhor solução para o Arthur tanto de
plano como de desenho do mesmo.
Caso 2
Marcos tem 30 anos e deseja contratar um plano de previdência do tipo
PGBL com o objetivo de receber uma renda mensal vitalícia aos 60 anos
de idade. Seu objetivo é depositar, ao longo dos próximos 30 anos, R$
500,00 por mês, o que implica fazer 360 depósitos sempre ao final do
mês. As seguradoras que Marcos procurou dispõem de planos de previ-
dência com as seguintes características:
1) Seguradora A:
a) Carregamento: 10% para planos de contribuição variável e 25% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente cons-
tituído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,72% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-49 Male + 6% a.a.
2) Seguradora B:
a) Carregamento: 0% para planos de contribuição variável e 10% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente consti-
tuído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,7% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-83 Male + 5% a.a.
3) Seguradora C:
a) Carregamento: 8% para planos de contribuição variável e 15% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente cons-
tituído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,94% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-2000 Male + 2% a.a.
Qual Seguradora oferecerá a Marcos um valor de renda mensal vitalícia maior?
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 92
GABARITO
GABARITO
Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3
6–E 6–C
7–B 7–B
8–D
9–B
10 – B
6–C 6–C
7–C 7–E
8–A 8–A
9–E
10 – E
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 93
ESTUDOS DE CASO
Estudos de Caso
Caso 1
Vamos apresentar aqui alguns exemplos das principais perguntas que
podem ser utilizadas, contudo não temos a pretensão de esgotar as possi-
bilidades, uma vez que o universo previdenciário é bastante vasto.
Para determinar o tipo de plano você precisará fazer basicamente três per-
guntas:
3. Caso algo aconteça e você venha a ficar inválido, será possível manter
o seu padrão de vida atual?
1. Ao se aposentar você deseja receber uma renda até que venha a falecer
ou apenas por um determinado período?
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 94
ESTUDOS DE CASO
Caso 2
Com base nas informações contidas na Unidade 4 “Fatores que Influenciam
o Valor da Renda a Ser Recebida em Função da Sobrevivência”, em seu
tópico “Parâmetros Técnicos”, e considerando que Marcos é um investidor
racional, preferindo sempre a opção em que sua riqueza é m aximizada, e
também que não há diferença do ponto de vista de s egurança econômico-
-financeira entre as seguradoras, qual deve ser a opção de Marcos?
Logo:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 95
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARR, Nicholas. The truth about pension reform. Finance and Development,
v. 38, n. 3, set. 2001.
Sites
http://novosite.susep.gov.br/
https://www.gov.br/imprensanacional/pt-br
https://www.bcb.gov.br/
https://www.gov.br/cvm/pt-br/
https://www.planalto.gov.br/
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br
https://www.gov.br/inss/pt-br
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 96