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19ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2021

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
RODRIGO MAIA JORGE - 2021
MAURÍCIO VIOT – 2020/2019

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros

E73p Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Previdência complementar / Supervisão e coordenação metodológica da
Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Rodrigo Maia Jorge.
-- 19. ed.-- Rio de Janeiro : ENS, 2021.
96 p. ; 28 cm

1. Previdência complementar. I. Jorge, Rodrigo Maia II. Título.

0021-2553 CDU 368.025.55 (072)


A
Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diver-
sas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem
para um mercado de seguros, previdência complementar,
capitalização e resseguro cada vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e expe-
riências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida
trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho


para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes
e a competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.


SUMÁRIO
INTERATIVO

1. PREVIDÊNCIA SOCIAL 8
A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE SEGURIDADE SOCIAL 9

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURIDADE SOCIAL 11

FONTES DE CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL 12


Receitas que Compõem o Orçamento 12
O DIREITO À PREVIDÊNCIA 13
Organização da Previdência 14
Benefícios 14
CONSIDERAÇÕES GERAIS 15

FIXANDO CONCEITOS 1 16

2. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 19
UM POUCO DE HISTÓRIA 20

UMA ALTERNATIVA DE POUPANÇA 21

ESTRUTURA DO SISTEMA 22
Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC 23
Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC 23
FIXANDO CONCEITOS 2 25

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
3. PLANOS DE ENTIDADES ABERTAS
DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 29
ESTRUTURA BÁSICA 30

MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS 32


Benefício Definido 32
Contribuição Variável 33
PERÍODOS DE DIFERIMENTO E COBERTURA 34

ADMISSÃO 35
Proposta de Inscrição 35
Certificado 36
CONTRIBUIÇÕES 36

CARREGAMENTO 37

VALORES GARANTIDOS 38

GARANTIAS TÉCNICAS 39

APURAÇÃO DE RESULTADOS 40

FIXANDO CONCEITOS 3 41

4. PLANOS COM COBERTURA


POR SOBREVIVÊNCIA 44
COMERCIALIZAÇÃO 45
Tipos de Planos de Cobertura por Sobrevivência 45
Regras para os Fundos de Investimento Especialmente Constituídos 49
MODALIDADES DE RENDA 50

FATORES QUE INFLUENCIAM O VALOR DA RENDA A SER


RECEBIDA EM FUNÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA 51
Parâmetros Técnicos 51
Taxas Cobradas 52
Modalidade de Renda e Idade de Aposentadoria 52
Montante Acumulado 53

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
VALORES GARANTIDOS NO PERÍODO DE DIFERIMENTO 54
Resgate 54
Portabilidade 55
FIXANDO CONCEITOS 4 59

5. PLANOS COM COBERTURA DE RISCO 63


PLANOS COM COBERTURA DE RISCO
– MORTE E INVALIDEZ TOTAL E PERMANENTE 64

PLANOS QUE PAGAM BENEFÍCIO POR INVALIDEZ 65


Plano de Renda por Invalidez 65
Plano de Renda por Invalidez com Prazo Mínimo Garantido 65
Plano de Pecúlio por Invalidez 66
PLANOS QUE PAGAM BENEFÍCIO POR MORTE 67
Plano de Pensão ao Cônjuge ou Companheiro(a) 67
Plano de Pensão aos Menores 68
Plano de Pensão por Prazo Certo 68
Plano de Pecúlio por Morte 69
FIXANDO CONCEITOS 5 70

6. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 72
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS 73
PGBL x VGBL 74
Legislação 76
Dedução 77
Tributação 78
Formas de Pagamento do Imposto 80
ASSISTÊNCIA FINANCEIRA 84

ATUALIZAÇÃO DE VALORES 85

FIXANDO CONCEITOS 6 89

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ESTUDOS DE CASO 92

GABARITO 93

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 96

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
PREVIDÊNCIA
SOCIAL
01 UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer o Sistema de ■ Compreender a Previdência
Previdência Brasileiro Social por meio da ⊲ A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA
(Seguridade Social, análise de seus órgãos e DE SEGURIDADE SOCIAL
Previdência Social e dos regimes que adota,
Previdência Privada) qualificando seus segurados ⊲ PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA SEGURIDADE SOCIAL
considerando seus e dependentes, bem como
componentes, público e seus respectivos benefícios. ⊲ FONTES DE CUSTEIO
privado, relacionando- DA SEGURIDADE SOCIAL
os à administração de
planos previdenciários e às ⊲ O DIREITO À PREVIDÊNCIA
negociações comerciais.
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 8
UNIDADE 1

A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA
DE SEGURIDADE SOCIAL
A ideia de proteção está intimamente associada ao instinto de sobrevi-
vência, ao sentimento de insegurança e à incerteza. No entanto, durante
séculos, os indivíduos se viram desprovidos de qualquer ação por parte
dos governos que viesse a protegê-los na velhice ou em caso de doença e
incapacidade física. A previdência estava, diretamente, ligada à livre inicia-
tiva de caráter assistencial e não, propriamente, previdencial.

Nesse dualismo – assistência ou previdência –, cresceu a Previdência Social


Brasileira, que passou, nos últimos anos, por várias mudanças conceituais
e estruturais, compreendendo, entre outros aspectos, o grau de cobertura,
o elenco de benefícios oferecidos e a forma de financiamento do sistema.

Com essa evolução, a Previdência Social Brasileira adquiriu personalidade


própria, expandindo consideravelmente sua área de atuação e constituin-
do-se, efetivamente, em um sistema de seguridade social.

Entende-se por seguridade social “um conjunto integrado de ações de


iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”, como
disposto no artigo 194 da Constituição Brasileira.

Previdência é um sistema que, mediante contribuições, tem por finalida-


de assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção,
decorrentes de incapacidade física, desemprego involuntário, idade avan-
çada, tempo de contribuição ou morte.

A história da Previdência, no Brasil, foi marcada por fatos relevantes, con-


forme se observa no quadro a seguir.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 9
UNIDADE 1

■ Regulamentação do direito à aposentadoria dos empregados dos


Correios, por meio do Decreto 9.912-A, de 26 de março de 1888.
■ Criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empre-
gados de cada empresa ferroviária, em 24 de janeiro de 1923, por
meio do Decreto 4.682, conhecido como Lei Elói Chaves e consi-
derado um marco inicial na história previdenciária.
■ Criação de uma Caixa Única de Aposentadoria e Pensões dos Fer-
roviários e Empregados em Serviços Públicos, por meio do Decre-
to 34.586, de 12 de novembro de 1953.
■ Em 26 de agosto de 1960, a Lei 3.807 criou a Lei Orgânica de Pre-
vidência Social – LOPS –, unificando a legislação referente aos Ins-
titutos de Aposentadorias e Pensões.
■ Criação do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS –, por
meio do Decreto-Lei 72, de 21 de novembro de 1966, que reuniu seis
dos sete Institutos de Aposentadoria e Pensões até então existentes.
■ Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social, des-
membrado do Ministério do Trabalho e Previdência Social por
meio da Lei 6.036, de 1o de maio de 1974.
■ A Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organiza-
ção da seguridade social e institui o novo Plano de Custeio, sendo
regulamentada pelo Decreto 2.173, de 5 de março de 1997.
■ Em 24 de julho de 1991, a Lei 8.213 institui o Plano de Benefícios da
Previdência Social, sendo regulamentada pelo Decreto 2.172, de 5
de março de 1997.
■ A Emenda Constitucional 20, de 15 de dezembro de 1998, modifica
o Sistema de Previdência Social e estabelece normas de transição.
■ A Lei 9.876, de 26 de novembro de 1999, dispõe sobre a contribui-
ção previdenciária do contribuinte individual e o cálculo do bene-
fício, e altera dispositivos das Leis 8.212 e 8.213, de julho de 1991.
■ A Lei 10.887, de 21 de junho de 2004, dispõe sobre as contribuições
ao FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual – e à Pre-
vidência Complementar para efeito de dedução no Imposto de Ren-
da, que ficam condicionadas aos recolhimentos do Regime Geral de
Previdência Social.
■ A Lei Complementar 142, de 8 de maio de 2013, regulamenta o
§ 1o do art. 201 da Constituição Federal, no tocante à aposenta-
doria da pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de
Previdência Social – RGPS.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 10
UNIDADE 1

■ Emenda Constitucional Nº 103, de 12 de novembro de 2019, –


­altera o sistema de previdência social e estabelece regras de tran-
sição e disposições transitórias , sendo regulamentada pelo Decre-
to 10.410, de 30 de junho de 2020, que alterou o regulamento da
Previdência Social.

PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social brasileira foi organizada, observando-se os princípios
básicos definidos no texto constitucional. São eles:

Universalidade da cobertura e do atendimento


Todos, sem distinção, têm direito à seguridade social.

Seletividade e distributividade na prestação de


benefícios e serviços
O legislador deve “selecionar” as contingências sociais mais
importantes e “distribuí-las” a um maior número possível de pes-
soas acometidas de necessidades.

Uniformidade e equivalência dos benefícios e servi-


ços às populações urbanas e rurais
Trabalhadores urbanos e rurais passam a ter os mesmos direitos.
Ampliando Diversidade da base de financiamento
conhecimentos Visa garantir maior estabilidade da Seguridade Social, na medida
em que impede que se atribua o ônus do custeio a segmentos
Além de contribuir para o específicos da sociedade. Desse modo, quanto maior for a base
custeio da seguridade social, a de financiamento (ou seja, sendo a obrigação do custeio imposta
União é uma espécie de fiadora a um maior número possível de segmentos da sociedade), maior
da Previdência Social, ou seja, será a capacidade da seguridade social fazer frente aos seus obje-
por lei, quando os recursos da tivos, constitucionalmente, traçados.
Previdência Social não forem
suficientes para o pagamento Irredutibilidade do valor dos benefícios
dos benefícios, caberá à União Tem por objetivo impedir a redução nominal das prestações da
complementá-los. seguridade social.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 11
UNIDADE 1

Equidade na forma de participação do custeio


O custeio da seguridade social deve ser feito de forma proporcional à
capacidade contributiva de todos que a ele estão obrigados.

Preexistência do custeio em relação aos benefícios


ou serviços

Tem por objetivo impedir que benefícios ou serviços da segurida-


de social sejam criados ou majorados sem que antes sejam esta-
belecidas as correspondentes fontes de custeio/financiamento
dessas prestações.

Caráter democrático e descentralizado da gestão


administrativa
Visa à aproximação dos cidadãos às organizações e aos proces-
sos de decisão dos quais dependem seus direitos.

FONTES DE CUSTEIO
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social é financiada por toda a sociedade, de forma direta ou
indireta, mediante recursos provenientes da União, dos estados, do Distri-
to Federal, dos municípios e de contribuições sociais.

— Receitas que Compõem


o Orçamento
O orçamento da seguridade social, no âmbito federal, é composto das
seguintes receitas:

Recursos da União
Recursos adicionais do orçamento fiscal, fixados obrigatoriamente
na Lei Orçamentária Anual.

Contribuições sociais
a) das empresas, que incidem sobre a folha de salários dos segu-
rados empregados e demais pessoas físicas a seu serviço, e sobre
o faturamento e o lucro;

b) das empresas exclusivamente rurais, incidentes sobre o valor da


venda da produção;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 12
UNIDADE 1

c) das empresas agroindustriais, que incidem sobre a folha de salá-


rio dos segurados empregados e demais pessoas físicas a seu ser-
viço, e sobre o faturamento e o lucro;

d) dos empresários e empregadores domésticos;

e) dos trabalhadores em geral (empregados, empregados domés-


ticos, autônomos, equiparados a autônomos, avulsos, facultativos),
incidentes sobre a remuneração;

f) dos produtores rurais, pessoas físicas e dos segurados especiais;

g) incidentes sobre os chamados concursos prognósticos (loterias


em geral, corridas de cavalo);

h) dos clubes de futebol profissional, que incidem sobre a renda


dos espetáculos desportivos de que participam no território nacio-
nal e de contratos de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
símbolos, de publicidade ou propaganda e transmissão dos espe-
táculos desportivos.

Outras fontes
Constituem outras receitas da seguridade social:

a) multas, atualização monetária e juros moratórios, como as multas


pelo atraso no recolhimento das contribuições, que variam de acor-
do com cada caso, aplicadas às empresas e contribuintes individuais;

b) remuneração recebida pela prestação de serviços de arreca-


dação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros. Essa fonte
de receita vem do serviço prestado pelo INSS e de arrecadação e
fiscalização das contribuições devidas pelas empresas urbanas e
rurais, para o salário educação e para outros fundos e entidades
(SESI, SESC, SEST, SENAC, SENAR, SENAI, INCRA, entre outros);

c) demais receitas patrimoniais, industriais, financeiras e outras


receitas.

O DIREITO À
PREVIDÊNCIA
O direito à Previdência é garantido pela Constituição como parte integran-
te do conjunto de ações que compõem a seguridade social.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 13
UNIDADE 1

— Organização da Previdência
A Previdência Social é organizada sob a forma de dois regimes:

Regime Geral de Previdência Social – RGPS


Esse regime, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
garante um conjunto de benefícios tanto ao segurado quanto a seus
dependentes. Todo cidadão tem o direito de vinculação ao Regime
Geral de Previdência Social – RGPS –, mediante contribuição.

É exclusivo aos funcionários da iniciativa privada. Entre os contri-


buintes, encontram-se os empregadores, os empregados assala-
riados, os domésticos, os autônomos, os contribuintes individuais e
os trabalhadores rurais.

Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS


Esses regimes, voltados para os funcionários públicos e militares,
garantem um conjunto de benefícios tanto ao segurado quanto a
seus dependentes.

É exclusivo aos servidores públicos titulares de cargo efetivo, man-


tido pelos entes públicos da Federação (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios).

A previdência social pode ser vista como um pacto de gerações, onde os par-
ticipantes ativos financiam, com as suas contribuições, os benefícios pagos
para os inativos. Logo, não há reservas individualizadas na previdência social.

Por esse motivo, não há possibilidade do segurado da previdência social trans-


ferir os recursos que ele pagou para um plano de previdência complementar.

— Benefícios
Alguns dos principais benefícios do Regime Geral da Previdência Social:

PARA OS SEGURADOS PARA OS DEPENDENTES

aposentadoria – por tempo de contribuição, pensão por morte do segurado, homem ou mu-
especial, por idade ou por invalidez, aposenta- lher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
doria especial a pessoas com deficiência.

auxílio-doença auxílio-reclusão

Quanto ao valor dos benefícios, o texto constitucional estabelece que:

■ nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o


rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao
salário-mínimo;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 14
UNIDADE 1

■ todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de


benefício serão devidamente atualizados na forma da lei;
■ é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em
caráter permanente, o valor real conforme critérios definidos em lei.

CONSIDERAÇÕES
GERAIS
Evidentemente, o universo da Previdência Social Brasileira é muito maior e
bem mais complexo, englobando seus cálculos, suas reformas e regras de
transição. Contudo, o objetivo deste material é apresentar seu conteúdo de
forma que você possa compreender minimamente o seu funcionamento.
Caso você queira se aprofundar no tema, consulte a página da Previdência
Social na Internet, leia a legislação e consulte especialistas desse segmento,
afinal, conhecimento nunca é demais!

Daqui para frente, focaremos na Previdência Complementar e em todas suas


nuances. Você conhecerá a história, aprender como funcionam os produtos
e as opções existentes para que possa desenhar as melhores soluções para
o seu cliente.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 15
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


1. Um segurado que contribui para a Previdência Social deseja transferir
sua contribuição para um plano de Previdência Complementar. Sobre esta
afirmação, é correto declarar que:

I) Ele pode fazer a transferência, porque a legislação garante a ele


esse direito.
II) Caso transfira sua contribuição, o segurado terá mais vantagens
financeiras.
III) Ele pode transferir sua contribuição, porque a Previdência Social é
de caráter contributivo e de filiação obrigatória.
IV) A transferência não é possível, porque a Previdência Social não
possibilita a constituição de reserva individualizada.

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente IV é proposição verdadeira.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente III e IV são proposições verdadeiras.

2. As receitas que compõem, no âmbito federal, o orçamento da segurida-


de social são:

(a) Da União, das contribuições sociais e de outras fontes.


(b) Das empresas e dos empregados.
(c) Dos empregados, da União e dos trabalhadores.
(d) Da Previdência Complementar, dos trabalhadores e dos empregados.
(e) Das receitas de jogos prognósticos, da União e dos trabalhadores.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 16
FIXANDO CONCEITOS

3. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a


alternativa correta:

( ) Existem dois regimes na Previdência Social.


( ) Os dependentes têm direito à pensão e auxílio-doença.
( ) Os benefícios pagos pela Previdência Social podem ser inferiores a
um salário mínimo.
( ) Os dependentes têm direito a pensão e auxílio-reclusão.
( ) Os segurados têm direito aos benefícios de aposentadoria e
auxílio-doença.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, V, V.
(b) F, V, F, F, V.
(c) V, F, V, V, V.
(d) V, V, F, F, V.
(e) V, V, F, V, F.

4. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a


alternativa correta:

( ) Todo cidadão tem direito de vinculação ao Regime Geral de Previ-


dência Social mediante contribuição.
( ) O Regime Geral de Previdência Social tem caráter contributivo e
filiação obrigatória.
( ) Universalidade da cobertura e do atendimento é um dos princípios
básicos definidos no texto constitucional.
( ) A União funciona como uma espécie de fiadora da Previdência
Social a cada três exercícios.
( ) As contribuições sociais não integram as fontes de custeio da Pre-
vidência Social.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) F, V, V, V, F.
(b) V, F, V, F, F.
(c) V, V, F, V, V.
(d) F, F, V, V, V.
(e) V, V, V, F, F.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 17
FIXANDO CONCEITOS

Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque


a alternativa correta:
5. No que se refere à Seguridade Social, é correto afirmar que:

( ) A Seguridade Social é financiada somente por recursos provenien-


tes da União.
( ) Um dos princípios básicos da Seguridade Social, que prevê que
todos, sem distinção, têm direito à seguridade social, é a universali-
dade da cobertura e do atendimento.
( ) As contribuições sociais das empresas, que incidem sobre a folha
de salários dos segurados empregados e demais pessoas físicas a
seu serviço e sobre o faturamento e o lucro dessas empresas, são
exemplos de uma das receitas que compõem o orçamento da Segu-
ridade Social no âmbito federal.
( ) As contribuições incidentes sobre os chamados concursos prognós-
ticos (loterias em geral, corridas de cavalo, entre outros) são exem-
plos de uma das receitas que compõem o orçamento da Segurida-
de Social no âmbito federal.
(a) V, F, V, F.
(b) V, F, F, F.
(c) F, V, F, F.
(d) V, V, F, F.
(e) F, V, V, V.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 18
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
02 UNIDADE 2

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os aspectos ■ Reconhecer os planos
históricos da Previdência de contratação e a ⊲ UM POUCO DE HISTÓRIA
Privada no Brasil, estrutura do sistema de
correlacionando tais previdência complementar, ⊲ UMA ALTERNATIVA
aspectos com a operação considerando as DE POUPANÇA
do mercado de seguros da características das
⊲ ESTRUTURA DO SISTEMA
atualidade. Entidades Abertas de
Previdência Complementar ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
– EAPC.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 19
UNIDADE 2

UM POUCO
DE HISTÓRIA
Algumas iniciativas no sentido de instituir planos de Previdência no Brasil ocor-
reram no final do século XVIII e início do XIX. Entre elas, destaca-se a criação
do Montepio Geral de Economia dos Servidores – MONGERAL – em 1835.

Até o início da década de 1980, os planos de Previdência disponíveis ao


público eram administrados em sua maior parte, por entidades sem fins
lucrativos e ligados a setores de atividades relativos ao funcionalismo
público ou outras atividades relacionadas às profissões chamadas liberais.

A falta de regulamentação específica bem como de fiscalização adequada,


aliada ao desconhecimento e ao embasamento técnico-atuarial insuficiente,
criou nos participantes um conjunto de frustrações em relação aos produtos
adquiridos e, consequentemente, um descrédito em relação a esses produtos.

No decorrer da década de 1980, com a criação de regulamentação especí-


fica, verificou-se a introdução de novos planos previdenciários no mercado
e o aparecimento de administradores especializados, além de segurado-
ras que se estruturaram para operar esses produtos no mercado.

No que se refere aos fundos de pensão, verifica-se que seu marco ini-
cial ocorreu em 16 de abril de 1904, quando foi fundada a Caixa de
Montepio dos Funcionários do Banco do Brasil, antecessora da Previ,
criada por poucos funcionários do Banco com o objetivo de proporcio-
nar aos seus dependentes o pagamento de uma pensão a partir de seu
falecimento. Outras iniciativas de criação de fundos de pensão ocor-
reram durante a década de 1970, em face do crescimento econômico
vivenciado pelo país.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 20
UNIDADE 2

A regulamentação da Previdência Complementar teve seu início com a


promulgação da Lei 6.435, de 15 de julho de 1977, que passou a dispor
sobre as entidades de Previdência Privada. Essa lei foi regulamentada, no
que concerne às entidades abertas, pelo Decreto-Lei 81.402/78, por reso-
luções do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP – e por circu-
lares da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Em 2001, a Lei
6.435/77 teve seu contexto legal reformulado pela Lei Complementar 109,
de 29 de maio de 2001.

UMA ALTERNATIVA
DE POUPANÇA
A previdência complementar, também conhecida como previdência priva-
da, é um sistema que permite ao cidadão guardar uma parcela de recursos
ao longo do tempo, para garantir uma renda futura melhor para si mesmo
e sua família, ou seja, representa uma alternativa de poupança, de caráter
exclusivamente privado, destinada à manutenção do poder aquisitivo, caso
haja perda da capacidade laborativa ou, simplesmente, uma forma alterna-
tiva de investimento.

Em linhas gerais, aquele que contrata um plano de Previdência Comple-


mentar deseja garantir, principalmente na aposentadoria, uma renda próxi-
ma àquela que recebia quando ativo, ou seja, quando inserido no mercado
de trabalho.

É importante ter em mente que para qualquer país, a poupança é fundamen-


tal, pois é a origem do investimento. Para se fazer qualquer investimento,
a condição indispensável é que se tenha prévia ou simultaneamente uma
poupança. É nesse contexto de formadora e mantenedora de poupança
de médio e longo prazos que se insere a Previdência Complementar.
Benefício A pessoa física que contrata um plano de Previdência Complementar é
Pagamento efetuado pela
denominada participante, enquanto a pessoa física em gozo do recebi-
entidade ao participante ou
mento do benefício é denominada assistido.
beneficiário, em contrapartida
às contribuições feitas para
Uma maneira de se precaver contra o risco de não haver recursos na apo-
custeio do plano.
sentadoria é economizar parte do salário, acumulando esses recursos em
fundos individuais, para usufruir dos recursos acumulados na aposentado-
ria. Este é o princípio de funcionamento dos planos de complementação
de aposentadoria. Por isso, a existência da previdência complementar se
justifica, também, pelo fato de ser uma alternativa para a complementação
dos benefícios pagos pela Previdência Social.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 21
UNIDADE 2

Quando financiada pelas empresas, a Previdência Complementar se justifica


pela necessidade cada vez mais evidente que as companhias têm de atrair,
reter e desenvolver talentos, capazes de trabalhar em equipe e com com-
prometimento, descentralizando decisões para gestores e colaboradores.

Contratar e reter bons funcionários passa a ser uma tarefa primordial


para qualquer companhia, visando, sobretudo, evitar uma grande rota-
tividade, que pode abalar o seu sucesso, especialmente se a perda de
qualquer de seus colaboradores ocorrer para uma empresa concor-
rente. Nesse caso, além da perda de um funcionário que custou tem-
po e dinheiro para ser treinado, a companhia fornece à concorrência
­informações e talentos importantes.

Um outro fator que merece destaque refere-se à oxigenação dos colabo-


radores e é um dos motivos mais fortes que levam as empresas a criar pla-
nos de Previdência Complementar, tornando possível manter ou mesmo
aumentar a competitividade delas no mercado, por intermédio da subs-
tituição dos funcionários mais velhos e com maior dificuldade em acom-
panhar padrões de produtividade e criatividade. Com a complementação
da aposentadoria, esses funcionários mais antigos acabam aceitando com
tranquilidade a decisão de se aposentar, uma vez que seu padrão de renda
não declinará, mantendo-se próximo do atual.

É certo também que a política de remuneração da empresa exerce papel


fundamental na atração, retenção e motivação de talentos. Entretanto,
apesar dos diversos componentes da remuneração total que um indiví-
duo pode ter (salário-base e adicionais, remuneração variável de curto
prazo, benefícios e incentivos de longo prazo), o plano de Previdência
Complementar é um dos benefícios mais significativos em termos de
custo e de valor, em face das vantagens fiscais sobre outras alternativas
de remuneração.

Entretanto, é importante esclarecer que há limites para a dedução do que


as empresas e as pessoas físicas pagam para planos de previdência com-
plementar, ou seja, o que é pago não é 100% abatido no imposto de renda.

ESTRUTURA
DO SISTEMA
A Previdência Complementar no Brasil é operada por entidades de Previ-
dência Complementar, que têm por objetivo principal instituir e executar
planos de benefícios de caráter previdenciário.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 22
UNIDADE 2

Essas entidades são classificadas em Entidades Abertas de Previ-


dência Complementar (EAPC) e Entidades Fechadas de Previ-
dência Complementar (EFPC). As entidades fechadas de previdên-
cia complementar são também conhecidas por Fundos de Pensão.

— Entidades Abertas de Previdência


Complementar – EAPC
São aquelas constituídas unicamente sob a forma de sociedades
1. Inicialmente, a Lei 6.435/77 anônimas¹, que têm por objetivo principal instituir planos que podem
permitiu que as entidades ter coberturas de morte, invalidez ou sobrevivência.
abertas fossem organizadas
sob a forma de sociedades A Lei Complementar 109/2001 permitiu que as sociedades segu-
anônimas, quando tivessem fins radoras que operem exclusivamente no Ramo de Seguro de Pes-
lucrativos, ou sociedades civis ou soas sejam autorizadas a comercializar planos de Previdência
fundações, sem fins lucrativos. Complementar.
Entretanto, com o propósito
de conferir maior segurança As EAPCs encontram-se subordinadas ao Ministério da Economia e
e credibilidade ao Sistema de têm como órgãos normativo e fiscalizador, respectivamente, o Con-
Previdência Complementar, a Lei
selho Nacional de Seguros Privados – CNSP – e a Superintendência
Complementar 109/01 restringiu
de Seguros Privados – SUSEP.
a constituição das entidades
abertas unicamente à forma
Os planos das entidades abertas podem ser contratados sob a forma
de sociedades anônimas, o
que representou um avanço no
individual ou coletiva. Os planos individuais são aqueles acessí-
controle e na transparência. veis a quaisquer pessoas físicas, enquanto os planos coletivos são
aqueles destinados a pessoas físicas vinculadas, direta ou indireta-
2. A Lei Complementar 109/01 mente, a uma pessoa jurídica contratante, que pode participar do
ampliou a figura do patrocinador, custeio do plano, conforme disposições constantes no contrato cele-
ao incluir nessa categoria a
brado entre a pessoa jurídica contratante e a entidade aberta.
União, os Estados, o Distrito

— Entidades Fechadas
Federal e os Municípios, quando
estes instituírem suas entidades

de Previdência
de Previdência Complementar.

3. A Lei Complementar 109/01


passou a permitir que pessoas
jurídicas de caráter profissional,
Complementar – EFPC
classista ou setorial – os
São aquelas organizadas sob a forma de fundações de direito priva-
instituidores – optem por criar
uma entidade fechada de do ou de sociedade civil, conhecidas também como fundo de pen-
Previdência Complementar para são, sem fins lucrativos, acessíveis exclusivamente:
seus associados ou membros.
■ aos empregados de uma empresa, ou grupo de empresas,
e aos servidores da União, dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios, entes denominados patrocinadores²;
■ aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter
profissional, classista ou setorial, denominados instituidores³.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 23
UNIDADE 2

As EFPCs têm a finalidade de administrar e operar planos de


4. Em 2016, o Ministério da
benefícios previdenciários criados por empresas (patrocinado-
Previdência Social foi incorporado
ao Ministério da Fazenda, de res) para seus empregados (participantes) ou por pessoas jurí-
acordo com a Lei 13.341, de 29 dicas de caráter profissional, classista ou setorial (instituidores)
de setembro de 2016. A partir de para seus associados (participantes).
2019, o Ministério da Fazenda
passou a ser chamado de As entidades fechadas encontram-se subordinadas ao Ministério da
Ministério da Economia. Economia4 e têm como órgão normativo o Conselho Nacional de
Previdência Complementar – CNPC – e órgão fiscalizador a Supe-
5. Criada pela Lei 12.154, de
rintendência Nacionalde Previdência Complementar – PREVIC5.
23 de dezembro de 2009, a
Superintendência Nacional Observe como está organizada a Previdência Complementar no
de Previdência Complementar –
Brasil pelo organograma que segue:
PREVIC –, autarquia de natureza
especial, dotada de autonomia
administrativa e financeira, e Previdência Complementar
patrimônio próprio, vinculada
ao Ministério da Previdência
Social, com sede e foro no Fechada Aberta
Distrito Federal, e atuação em
todo o território nacional, atua
como entidade de fiscalização Ministério da Economia Ministério da Economia
e de supervisão das atividades
das entidades fechadas de
Previdência Complementar
e de execução das políticas Conselho Nacional de Conselho Nacional de
para o regime de Previdência Previdência Complementar Seguros Privados
Complementar operado (CNPC) (CNSP)
pelas entidades fechadas de
Previdência Complementar,
observadas as disposições Superintendência Nacional de SUSEP
constitucionais e legais aplicáveis. Previdência Complementar –
PREVIC
Sem Fins Com Fins
Lucrativos* Lucrativos*

Sem Fins Lucrativos


EAPC e
Montepios Sociedades
Fundações – Sociedades Civis Seguradoras

*A Lei Complementar 109/2001 vetou a constituição de entidades abertas de Previdência


Complementar sem fins lucrativos. Dessa forma, somente aquelas que existiam antes da
promulgação da lei é que continuam operando planos de benefícios.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 24
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2
1. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a
alternativa correta:

( ) As entidades fechadas são organizadas sob a forma de sociedades


anônimas.
( ) A regulamentação da Previdência Complementar teve seu início
com a promulgação da Lei 6.435, de 15 de julho de 1977, que passou
a dispor sobre as entidades de Previdência Privada.
( ) Em 2001, a Lei 6.435/77 teve seu contexto legal reformulado pela Lei
Complementar 109, de 29 de maio de 2001.
( ) A Previdência Complementar no Brasil é operada por entidades de
Previdência Complementar, que têm por objetivo principal instituir e
executar planos de benefícios de caráter previdenciário.
( ) Os planos das entidades abertas podem ser contratados sob a forma
individual ou coletiva.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, V, V. (c) F, V, V, V, V. (e) V, V, V, F, F.
(b) F, F, V, V, V. (d) F, V, F, V, F.

Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque


a alternativa correta:
2. A Previdência Complementar se constitui em uma grande ferramenta de
recursos humanos para a empresa.

( ) O plano de Previdência Complementar é um dos benefícios mais sig-


nificativos, em termos de custo e valor, em face das vantagens fiscais.
( ) A Previdência Complementar propicia uma política de renovação de
quadros na organização que implanta um programa de aposentadoria.
( ) A Previdência Complementar serve para promover a retenção de
pessoal qualificado na empresa.
( ) A Previdência Complementar melhora a relação entre empregado
e empregador.
( ) As despesas do empregado e da empresa são totalmente abatidas
no imposto de renda.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, V, V. (c) F, V, F, V, F. (e) V, V, V, V, F.
(b) F, F, V, V, V. (d) V, V, V, F, F.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 25
FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa correta:


3. Os órgãos governamentais normativo e fiscalizador, respectivamente,
das entidades fechadas de previdência complementar são:

(a) CNPC e PREVIC.

(b) CNSP e PREVIC.

(c) CNSP e Banco Central.

(d) CVM e Banco Central.

(e) SUSEP e PREVIC.

4. Os órgãos governamentais normativo e fiscalizador, respectivamente,


das entidades abertas de previdência complementar são:

(a) Banco Central e SUSEP.


(b) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central.
(c) CVM e Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).
(d) CNSP e SUSEP.
(e) Banco Central e CNSP.

5. A partir da publicação da Lei Complementar 109/2001, as entidades


abertas de Previdência Complementar estão organizadas sob a forma de:

(a) Fundos de pensão.


(b) Fundação sem fins lucrativos.
(c) Sociedade civil sem fins lucrativos.
(d) Sociedades anônimas.
(e) Fundação ou sociedade civil com fins lucrativos.

6. As entidades fechadas de Previdência Complementar são acessíveis:

(a) A toda e qualquer pessoa física.


(b) A toda e qualquer pessoa física vinculada ou não a uma pessoa jurídica.
(c) Somente aos diretores de uma empresa.
(d) Somente aos servidores da União.
(e) Aos associados ou membros de pessoas jurídicas, de caráter profis-
sional, classista ou setorial.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 26
FIXANDO CONCEITOS

7. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a


alternativa correta:

( ) As EAPC são fiscalizadas pela SUSEP.


( ) As EAPC são fiscalizadas pela Superintendência Nacional de Previ-
dência Complementar – PREVIC.
( ) As entidades são classificadas em abertas e fechadas.
( ) As EFPC são também conhecidas como fundos de pensão.
( ) As EFPC são acessíveis aos associados ou membros de pessoas
jurídicas de caráter professional.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, V, V. (d) F, V, F, V, F.
(b) V, F, V, V, V. (e) V, V, V, V, V.
(c) V, V, V, V, F.

8. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta

Quando nos referimos à estrutura do sistema de Previdência Complemen-


tar, é correto afirmar que:

(a) As entidades abertas de Previdência Complementar – EAPC – são


fiscalizadas pela Secretaria de Previdência Complementar – SPC.
(b) As entidades são classificadas como abertas, fechadas e mistas.
(c) A Lei 6.435/77 restringiu a constituição das entidades abertas unica-
mente à forma de sociedades anônimas.
(d) As entidades fechadas de Previdência Complementar – EFPC – são
aquelas organizadas sob a forma de fundação ou sociedade civil
sem fins lucrativos.
(e) As entidades fechadas têm como órgão normativo o Ministério da
Previdência e Assistência Social – MPAS.

Marque a alternativa correta


9. O órgão fiscalizador das entidades fechadas de Previdência Comple-
mentar – EFPC – é o(a):

(a) Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP.


(b) Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC.
(c) Conselho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC.
(d) Banco Central – BACEN.
(e) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 27
FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):


10. A pessoa física que contrata um plano de Previdência Complementar
é denominada _____________. Por outro lado, a pessoa física em gozo
de recebimento do benefício é denominada ____________ , sendo que
benefício é o pagamento em dinheiro, efetuado pela entidade ao partici-
pante ou beneficiário, em contraposição ______________ para custeio
do plano.

(a) cliente / participante / ao saldamento efetuado.


(b) participante / assistido / às contribuições feitas.
(c) assistido / participante / ao resgate efetuado.
(d) assistido / beneficiário / às contribuições feitas.
(e) assistido / participante / ao carregamento cobrado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 28
PLANOS de
ENTIDADES
ABERTAS de
03
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
UNIDADE 3

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as características técnicas e operacionais
dos planos comercializados pelas Entidades Abertas ⊲ ESTRUTURA BÁSICA
de Previdência Complementar (EAPC), considerando
a comercialização de produtos de previdência em ⊲ MODALIDADES DE
conformidade com as condições gerais propostas. ESTRUTURAÇÃO DAS
COBERTURAS

⊲ PERÍODOS DE
DIFERIMENTO E COBERTURA

⊲ ADMISSÃO

⊲ CONTRIBUIÇÕES

⊲ CARREGAMENTO

⊲ VALORES GARANTIDOS

⊲ GARANTIAS TÉCNICAS

⊲ APURAÇÃO DE RESULTADOS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 29
UNIDADE 3

ESTRUTURA BÁSICA
Os planos de Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC –
são estruturados com a finalidade de conceder benefícios a pessoas físi-
cas, vinculadas ou não a uma pessoa jurídica, que preencham as condi-
ções estabelecidas para participação no plano.

Os planos comercializados pelas entidades abertas de Previdência Com-


plementar podem oferecer, isoladamente ou em conjunto, coberturas de
morte ou invalidez total e permanente ou cobertura por sobrevivência.

Os planos com cobertura por sobrevivência têm por objetivo conceder ao


próprio participante que sobreviver ao prazo de diferimento contratado o
recebimento de um benefício à vista ou sob a forma de renda.

Em contrapartida, os planos com cobertura de morte têm por objetivo con-


ceder um benefício, à vista ou sob a forma de renda, aos beneficiários
indicados, em decorrência da morte do participante ocorrida durante o
período de cobertura, desde que tenha sido cumprido o período de carên-
cia estabelecido pelo plano, se houver.

Já os planos com cobertura de invalidez total e permanente têm por objeti-


vo conceder um benefício, à vista ou sob a forma de renda, ao próprio par-
ticipante, em decorrência de sua invalidez total e permanente, ocorrida
durante o período de cobertura, desde que tenha sido cumprido o período
de carência estabelecido pelo plano, se houver.

Independentemente do tipo de cobertura oferecida, os planos podem ser


contratados de forma individual ou coletiva:

Individual
Quando acessível a quaisquer pessoas físicas.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 30
UNIDADE 3

Coletiva
Quando acessível a pessoas físicas vinculadas, direta ou indire-
tamente, a uma pessoa jurídica contratante. A vinculação indireta
refere-se exclusivamente ao caso de contratação por uma asso-
ciação representativa de pessoas jurídicas, envolvendo pessoas
físicas vinculadas a suas filiadas.

O plano coletivo deverá ser disponibilizado, obrigatoriamente, a todos


os componentes do grupo que mantenham vínculo jurídico de mesma
­natureza com a instituidora/averbadora. No entanto, a adesão é facultativa,
podendo ser admitidos como participantes: o cônjuge, o(a) companheiro(a)
e os filhos e os enteados menores considerados dependentes ­econômicos
do componente do grupo.

No caso de contratação coletiva, temos dois tipos de planos:

Plano coletivo averbado


Plano em que a pessoa jurídica propõe a contratação, ficando
investida de poderes de representação exclusivamente para con-
tratá-lo, sem participar do custeio do plano. Neste caso, a pes-
soa jurídica é denominada averbadora.

Plano coletivo instituído


Plano em que a pessoa jurídica propõe a contratação, ficando inves-
tida de poderes de representação exclusivamente para contratá-lo,
participando, total ou parcialmente, do custeio do plano. Nes-
se caso, a pessoa jurídica é denominada instituidora.

Vesting Atenção
É o conjunto de cláusulas
que o participante é obriga-
Além das características e dos benefícios, dos planos de
do a cumprir para ter acesso
entidades abertas de Previdência Complementar que vere-
aos recursos das provisões
decorrentes das contribui- mos a seguir, um plano coletivo instituído pode prever ainda,
ções pagas pela instituidora, entre suas cláusulas, a possibilidade de vesting.
líquidos de carregamento,
quando for o caso.
Tais cláusulas constam, obrigatoriamente, do contrato entre a EAPC e a
instituidora e são, portanto, de expresso e prévio conhecimento do partici-
pante. Envolvem condições como mínimos de idade, anos de serviço ou de
vinculação ao plano e podem não dar direito à totalidade das contribuições
da instituidora. As cláusulas variam de plano para plano.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 31
UNIDADE 3

EXEMPLO DE CLÁUSULAS DE VESTING:

% RESGATÁVEL DA
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PAGA
CONTRIBUIÇÃO (t) PELA EMPRESA

t < 3 anos 10%

3 anos ≤ t < 5 anos 30%

5 anos ≤ t < 8 anos 50%

8 anos ≤ t < 10 anos 80%

t ≥ 10 anos 100%

MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO
DAS COBERTURAS
As coberturas dos planos de Previdência Complementar Aberta podem ser
estruturadas na forma de benefício definido ou de contribuição variável.

— Benefício Definido
A cobertura estruturada na forma de benefício definido é aquela em
que o valor do benefício – pagável de uma única vez ou sob a forma
de renda – e o valor da contribuição são estabelecidos previamente na
proposta de inscrição.

Importante
As coberturas de morte e de invalidez total e permanente são sempre estruturadas
na modalidade de benefício definido. A cobertura por sobrevivência também pode
ser estruturada nessa modalidade.
Exemplos:
1. Quando o participante contrata um plano de pecúlio por morte, ele está contratando
uma cobertura (morte) que é estruturada na modalidade de benefício definido, pois
os valores do benefício e da contribuição já estão definidos previamente na proposta
de inscrição.
2. Quando o participante contrata um plano, definindo no momento da contratação o
valor do benefício que ele receberá à vista, ao final do período de diferimento, se e
somente se ele estiver vivo, ele estará contratando uma cobertura (sobrevivência)
estruturada na modalidade de benefício definido.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 32
UNIDADE 3

— Contribuição Variável
A cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável é aquela em
que o valor e o prazo de pagamentos das contribuições podem ser definidos
previamente na proposta de inscrição, sendo que o valor do benefício, pagá-
vel de uma única vez ou sob a forma de renda, será calculado ao final do perío-
do de diferimento, com base no saldo acumulado na provisão matemática de
benefícios a conceder e no fator de cálculo.

Importante
Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de con-
tribuição variável.
Exemplo:
O PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre – é um plano em que o participante paga
contribuições que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente. Ao
final do período de diferimento, a EAPC calcula o valor do seu benefício, pago sob a
forma de renda, com base no valor acumulado na provisão matemática de benefícios a
conceder e no fator de cálculo. É fácil imaginar que quanto mais o participante tiver acu-
mulado, maior será o valor de renda que ele receberá.
Fator de cálculo – resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros
e tábua biométrica, quando for o caso, utilizado para a obtenção do benefício a ser
pago sob a forma de renda.

Resumindo:

MODALIDADES DE
ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS
TIPO DE
COBERTURAS
BENEFÍCIO CONTRIBUIÇÃO
DEFINIDO VARIÁVEL

Por Sobrevivência Pode ser estruturada Pode ser estruturada


nessa modalidade. nessa modalidade.

Por Morte São sempre estrutura- Não pode ser estrutura-


das nessa modalidade. da nessa modalidade.

Invalidez total São sempre estrutura- Não pode ser estrutura-


e permanente das nessa modalidade. da nessa modalidade.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 33
UNIDADE 3

PERÍODOS DE
DIFERIMENTO E COBERTURA
Para a cobertura por sobrevivência, consideram-se:

Período de diferimento
Aquele compreendido entre a data de início de vigência da cober-
tura por sobrevivência e a data contratualmente prevista para iní-
cio do pagamento do benefício.

Período de pagamento do benefício


Aquele em que o assistido fará jus ao recebimento do benefício
sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou temporário.

Período de cobertura
Prazo correspondente aos períodos de diferimento ou de paga-
mento de benefício, sob a forma de renda.

Para as coberturas de morte e invalidez, consideram-se:

Período de cobertura
Aquele durante o qual o participante, no caso de invalidez, ou os
beneficiários, por morte do participante, farão jus aos benefícios
contratados.

Período de pagamento do benefício


Aquele em que o assistido fará jus ao recebimento do benefício
sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou temporário.

Exemplo
Suponha a contratação de um plano de previdência com o objetivo de receber uma
renda mensal temporária por dez anos, a partir dos 60 anos de idade:

Contribuição pura Fundo

Período contributivo Período de recebimento da renda

Período Período de pagamento


25 de diferimento 60 do benefício 70

25 Período de Cobertura 70

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 34
UNIDADE 3

ADMISSÃO
A contratação de qualquer plano de Previdência Complementar Aberta se
dará mediante assinatura da proposta de inscrição, sua protocolização e
aceitação pela EAPC, e consequente remessa do certificado de participante.

A EAPC pode determinar limites de idade, mínimos e máximos, para


ingresso em seus planos. Se o proponente for menor, eles terão de ser
­representados ou assistidos pelos pais, tutores ou curadores, devendo ser
observado o que dispuser a legislação vigente.

Para sua aceitação como participante, a pessoa física deve assinar a propos-
ta de inscrição e protocolá-la junto à EAPC. Para aceitação da proposta de
inscrição, a EAPC poderá exigir comprovação de renda ou provas de saúde,
como declaração complementar de saúde ou de atividade ­laborativa, relató-
rio médico, exames específicos e perícia médica.

A partir da data do protocolo da proposta de inscrição, a aceitação se dará


automaticamente, caso não haja manifestação em contrário da EAPC, no
prazo máximo de 15 dias. Contudo, esse prazo pode ser suspenso nos
casos em que seja necessária, comprovadamente, a requisição de outros
documentos ou dados para análise do risco, devendo ficar claro que a
suspensão cessará com a protocolização dos documentos ou dos dados
solicitados para análise do risco.

Importante
Se o participante, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta de inscrição ou na mensura-
ção da contribuição, perderá o direito ao benefício contratado, além de ficar obrigado à
contribuição vencida.
Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do participante, a
EAPC terá direito a resolver o contrato ou a cobrar, mesmo após a ocorrência do evento
gerador, a diferença da contribuição.

— Proposta de Inscrição
Da proposta de inscrição devem constar várias informações, tais como:

■ denominação e CNPJ da EAPC;


■ número do processo SUSEP;
■ índice e critério a serem utilizados na atualização de valores;
■ percentual de carregamento;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 35
UNIDADE 3

■ valores de benefício e contribuição discriminados por cobertura


contratada;
■ data prevista para a concessão do benefício.
Aceita a proposta de inscrição pela EAPC, o participante receberá um cer-
tificado. O prazo máximo para entrega desse certificado é de 30 dias, a
contar da data de protocolo da proposta de inscrição.

— Certificado
Do certificado do participante devem constar várias informações tais como:

■ denominação e CNPJ da EAPC;


■ número do processo SUSEP;
■ identificação do participante;
■ data do início de vigência do plano.
O Regulamento atualizado do plano será colocado à disposição do propo-
nente, previamente à contratação, sendo obrigatoriamente remetido ao par-
ticipante no ato da inscrição, como parte integrante da proposta de inscrição.

CONTRIBUIÇÕES
Contribuição é o valor correspondente aos aportes efetuados para custeio
do plano.

Nos planos em que sejam oferecidas diversas coberturas, deverão ser


discriminados, na proposta de inscrição, no certificado de participante, no
extrato e nos documentos de cobrança, os valores destinados ao custeio
de cada uma das coberturas contratadas.

O valor e a periodicidade de pagamento das contribuições poderão ser


definidos na proposta de inscrição, sendo facultado ao participante, no
caso de cobertura por sobrevivência estruturada na modalidade de con-
tribuição variável, efetuar pagamentos adicionais a qualquer tempo. Entre-
tanto, fica facultado à EAPC estabelecer critérios objetivos no regulamento
do plano, limitando o valor máximo de aportes extraordinários. Também
ficam vedadas cláusulas que prevejam qualquer tipo de discricionariedade
e cujos efeitos não sejam claros e transparentes para os participantes.

O pagamento das contribuições poderá ser efetuado em dinheiro, cheque,


ordem de pagamento, documento de ordem de crédito, débito em con-

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 36
UNIDADE 3

ta-corrente, desconto em folha de pagamento ou por meio de cartão de


crédito, devendo ser facultado ao participante o pagamento por mais de
uma das formas previstas.

Nos planos coletivos instituídos, o documento de cobrança deverá dis-


criminar os valores a serem pagos pela instituidora e pelos participantes,
quando for o caso.

Sob sua exclusiva responsabilidade perante os participantes, a EAPC


poderá delegar à instituidora/averbadora o recolhimento das contribui-
ções, ficando esta responsável pelo repasse das contribuições, nos prazos
contratualmente estabelecidos.

A ausência de repasse à EAPC de contribuições de responsabilidade de


participantes, recolhidas pela instituidora/averbadora, não poderá prejudi-
cá-los em relação a seus direitos.

Quando a cobertura contratada for estruturada na modalidade de benefí-


cio definido e custeada integralmente pela instituidora, o não pagamento
de contribuição ensejará o cancelamento da cobertura, respondendo a
EAPC pelo pagamento dos benefícios cujo evento gerador venha a ocorrer
até a data da formalização do cancelamento.

CARREGAMENTO
Poderá ser cobrado carregamento para fazer face às despesas adminis-
trativas e de comercialização, ficando vedada a cobrança de inscrição e
quaisquer outros encargos ou comissões incidentes sobre o valor das con-
tribuições, inclusive a título de intermediação.

O valor ou percentual de carregamento, o critério e a forma de cobran-


ça deverão constar da proposta de inscrição, da nota técnica atuarial, do
regulamento e, no caso de plano coletivo, também do respectivo contrato.
O valor, ou percentual estabelecido, não poderá sofrer aumento, ficando
sua redução a critério da EAPC. Entretanto, a redução do percentual de
carregamento deve ser feita para todos os participantes.

Parte do carregamento poderá ser destinada à remuneração dos trabalhos


realizados pela instituidora/averbadora, relacionados à divulgação, propa-
ganda, serviços de adesão, cobrança, repasse e prestação de informações.

O carregamento poderá ser cobrado na data de pagamento da respectiva


contribuição, exclusivamente sobre o valor pago, e/ou no momento do res-
gate ou da portabilidade. Neste último caso, o carregamento incidirá sobre
a parcela do valor do resgate ou sobre a parcela dos recursos portados,
correspondente ao valor nominal das contribuições pagas.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 37
UNIDADE 3

VALORES
GARANTIDOS
Representam direitos dos participantes ou dos beneficiários, previstos em
determinadas modalidades de planos de Previdência Complementar Aberta.

Nos planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura por


sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores garantidos: resgate
e portabilidade.

O resgate corresponde ao direito que os participantes e quando tecnicamen-


te possível, os beneficiários têm, durante o período de diferimento e observa-
das determinadas regras, de retirar os recursos da provisão m ­ atemática de
benefícios a conceder.

Já a portabilidade é o direito garantido aos participantes, durante o período


Atenção de diferimento e observadas determinadas regras, de m ­ ovimentar os recur-
sos da provisão matemática de benefícios a conceder para outros planos.
Nos planos de Previdência
Complementar Aberta com Em contrapartida, nos planos de Previdência Complementar Aberta com
cobertura por sobrevivência cobertura de morte ou invalidez total e permanente, e desde que
estruturada na modalidade essas coberturas sejam estruturadas no regime financeiro de capita-
de benefício definido, são lização, é possível a previsão dos seguintes valores garantidos: resgate,
vedados o resgate parcial e ­saldamento, benefício prolongado e portabilidade.
a portabilidade parcial.
O resgate permite ao participante, antes da ocorrência da morte ou da
invalidez total e permanente, retirar os recursos da provisão matemática
de benefícios a conceder.

A portabilidade permite ao participante, antes da ocorrência da morte ou


da invalidez total e permanente, movimentar os recursos da provisão mate-
mática de benefícios a conceder para outro plano de Previdência Comple-
mentar Aberta.

Como as coberturas de morte e invalidez total e permanente são sem-


pre coberturas estruturadas na modalidade de benefício definido, deve
Atenção ficar claro que só são permitidos resgates ou portabilidades totais.

O saldamento consiste na manutenção da cobertura originalmente con-


No caso de portabilidades, os
tratada, com redução proporcional do valor do benefício contratado, na
recursos financeiros deverão
eventualidade da interrupção definitiva do pagamento das contribuições.
ser movimentados diretamente
entre as entidades de Já o benefício prolongado consiste na redução do período de cobertura
Previdência, ficando vedado contratado, com a manutenção do mesmo valor de benefício contrata-
que transitem, de qualquer do, na eventualidade de ocorrer a interrupção definitiva do pagamento
forma, pelo participante. das contribuições.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 38
UNIDADE 3

Exemplo
Exemplo de Saldamento e Benefício Prolongado:
Suponha que uma pessoa com 20 anos de idade decida contratar um plano de Previ-
dência com cobertura de morte estruturada no regime financeiro de capitalização. Uma
característica desse plano é que a cobertura será garantida pela entidade de Previdên-
cia de forma vitalícia. O valor do benefício contratado é de R$ 100.000,00 e as con-
tribuições serão pagas anualmente, com valor igual a R$ 453,23. Transcorridos cinco
anos de vigência desse contrato, o participante comunica à entidade de Previdência
que não tem mais condições de continuar pagando a contribuição do plano, mas que
gostaria de continuar a ter algum tipo de cobertura do plano de Previdência. Dessa
forma, a entidade de Previdência faz duas propostas ao seu participante.
A primeira delas refere-se ao saldamento, que consistirá em não cobrar mais contribui-
ções desse participante e continuar a dar cobertura contra o risco de morte vitalicia-
mente. Entretanto, em face do valor de reserva apurado pela entidade de Previdência, o
valor do benefício será reduzido de R$ 100.000,00 para aproximadamente R$ 18.540,00.
Note que, apesar de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de P ­ revidência,
o valor do seu benefício será reduzido, pois a cobertura continuará sendo vitalícia.
A segunda proposta refere-se ao benefício prolongado, que consistirá em não cobrar
mais contribuições desse segurado e continuar a garantir R$ 100.000,00 de benefício
em caso de morte. Todavia, em face do valor da reserva apurado pela entidade de Pre-
vidência, para continuar a garantir o mesmo valor de benefício, o período de c­ obertura
do plano de Previdência deverá ser alterado. Como antes a cobertura era vitalícia, ago-
ra ela passará a ser temporária por, aproximadamente, mais 15 anos. Note que, apesar
de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de Previdência e do valor do
benefício continuar a ser o mesmo, o plano deixará de dar cobertura vitalícia, passando
a ser uma cobertura temporária por mais 15 anos aproximadamente.
Observação: os cálculos acima foram feitos com base na tábua biométrica CSO-80 e
na taxa de juros de 6% a.a. Deixamos de apresentar mais detalhes sobre os cálculos,
pois eles envolvem aspectos atuariais de maior complexidade.

GARANTIAS TÉCNICAS
Para garantia de suas operações, as entidades abertas de Previdência
Complementar constituirão, mensalmente, provisões matemáticas quando
tecnicamente necessárias e de acordo com o regime financeiro adotado.
Apresentaremos, abaixo, alguns exemplos:

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 39
UNIDADE 3

I – Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG);

II – Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL);

III – Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR);

IV – Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBAC);

V – Provisão Matemática de Benefícios Concedidos (PMBC);

VI – Provisão Complementar de Cobertura (PCC);

VII – Provisão de Despesas Relacionadas (PDR);

VIII – Provisão de Excedentes Técnicos (PET);

IX – Provisão de Excedentes Financeiros (PEF);


1. Considera-se FIE o fundo de
investimento especialmente X – Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (PVR).
constituído ou o fundo de
investimento em quotas de fundos
de investimento especialmente
constituídos cujas únicas quotistas
sejam, direta ou indiretamente,
sociedades seguradoras e APURAÇÃO
entidades abertas de Previdência
Complementar ou no caso de DE RESULTADOS
fundo com patrimônio segregado,
segurados e participantes de
planos VGBL – Vida Gerador de Alguns planos de Previdência Complementar podem prever a reversão de
Benefício Livre – ou PGBL – Plano
resultados financeiros – excedentes ou déficits. Alguns exemplos desses
Gerador de Benefício Livre.
planos são: PRGP e PAGP.
2. Refere-se à Provisão
Considera-se resultado financeiro o valor correspondente, ao final do últi-
Matemática de Benefícios
a Conceder ou à Provisão mo dia útil do mês, à diferença entre o valor da parcela do patrimônio
Matemática de Benefícios líquido do FIE1, correspondente à PMB2, em que estejam aplicados direta-
Concedidos, dependendo se o mente os respectivos recursos e o saldo da PMB.
resultado financeiro é calculado
na fase de acumulação de Se o valor do resultado financeiro for positivo, há excedente. ­
Neste
recursos ou na fase de pagamento caso, o valor correspondente ao percentual de reversão deverá
do benefício sob a forma de renda. ser incorporado à provisão técnica de excedentes financeiros per-
tinente, deduzindo-se eventuais déficits cobertos pela entidade
de Previdência.

Se o valor do resultado financeiro for negativo, há déficit. Nesse caso, a


entidade de Previdência deverá cobri-lo totalmente, mediante aporte de
recursos à parcela do patrimônio líquido do FIE em que estejam aplicados
diretamente os respectivos recursos correspondentes à PMB.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 40
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3

Marque a alternativa correta:


1. A pessoa jurídica contratante que não participa do custeio de um plano
de previdência complementar aberta é chamada de:

(a) Averbadora. (b) Estipulante. (c) Fundo de pensão.


(d) Patrocinadora. (e) Instituidora.

2. A pessoa jurídica contratante que participa, integral ou parcialmente, do


custeio de um plano de Previdência Complementar Aberta é chamada de:

(a) Estipulante. (b) Averbadora. (c) Instituidora.


(d) Patrocinadora. (e) Fundo de pensão.

3. Sobre os valores garantidos, podemos afirmar que:

(a) Nos planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura


por sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores garanti-
dos: resgate e saldamento.
(b) Nos planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura
por sobrevivência, é possível que os beneficiários retirem os recur-
sos da provisão matemática de benefícios a conceder.
(c) Nos planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura
por sobrevivência, a portabilidade dos recursos é um direito garan-
tido ao segurado e seus beneficiários.
(d) Nos planos de Previdência Complementar Aberta com coberturas de
risco (morte ou invalidez total e permanente) estruturadas no regime
financeiro de repartição, é possível a previsão de saldamento.
(e) O saldamento somente é possível nos planos com cobertura por
sobrevivência.

4. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

I) A cobertura de morte é sempre estruturada na modalidade de


benefício definido.
II) A cobertura por sobrevivência somente pode ser estruturada na
modalidade de contribuição variável.
III) Na modalidade de contribuição variável, o valor do benefício é cal-
culado ao final do período de diferimento.
IV) O valor do benefício de invalidez é definido previamente na propos-
ta de inscrição.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 41
FIXANDO CONCEITOS

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta


5. Quando nos referimos à estrutura básica dos planos de entidades aber-
tas de Previdência Complementar, é correto afirmar que:

I) Os planos são estruturados com a finalidade de conceder benefícios


a pessoas físicas, vinculadas ou não a uma pessoa jurídica, que
preencham as condições estabelecidas para participação no plano.
II) O plano que é contratado de forma coletiva caracteriza-se por ser
acessível a qualquer pessoa física.
III) A pessoa jurídica é denominada instituidora quando não participa do
custeio do plano.
IV) No caso de contratação coletiva, a adesão é obrigatória.
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente IV é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.

Marque a alternativa correta:


6. No que se refere aos planos de entidades abertas de Previdência Com-
plementar, podemos afirmar que:

(a) As coberturas de morte e invalidez total e permanente são sempre


estruturadas na modalidade de contribuição variável.
(b) Período de diferimento é o resultado numérico calculado mediante a
utilização de taxa de juros e tábua biométrica.
(c) Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na
modalidade de contribuição variável.
(d) O período de cobertura é aquele em que o assistido fará jus ao paga-
mento do benefício sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou
temporário.
(e) A cobertura de sobrevivência nunca pode ser estruturada na moda-
lidade de benefício definido.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 42
FIXANDO CONCEITOS

7. Sobre as contribuições e carregamento, é correto afirmar que:

(a) O pagamento das contribuições somente pode ser efetuado em


dinheiro, cheque e cartão de crédito.
(b) O valor ou percentual de carregamento não poderá sofrer aumento,
ficando sua redução a critério da EAPC.
(c) O carregamento poderá ser cobrado para fazer face às despesas
administrativas e de comercialização, cobrança de inscrição e
outros encargos ou comissões incidentes sobre o valor das contri-
buições.
(d) Parte do carregamento não poderá ser destinada à remuneração
dos trabalhos realizados pela instituidora relacionados à divulgação
do plano.
(e) O carregamento será cobrado, exclusivamente, na data de p
­ agamento
da respectiva contribuição.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 43
PLANOS com
04
COBERTURA por SOBREVIVÊNCIA
UNIDADE 4

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as características técnicas e operacionais dos
planos com cobertura por sobrevivência, permitindo ⊲ COMERCIALIZAÇÃO
a comercialização de produtos de previdência em
conformidade com as condições gerais propostas. ⊲ MODALIDADES DE RENDA

⊲ FATORES QUE INFLUENCIAM


O VALOR DA RENDA A SER
RECEBIDA EM FUNÇÃO DA
SOBREVIVÊNCIA

⊲ VALORES GARANTIDOS NO
PERÍODO DE DIFERIMENTO

⊲ FIXANDO CONCEITOS 4

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 44
UNIDADE 4

Os Planos com Cobertura por Sobrevivência garantem o pagamento do


capital segurado, pela sobrevivência do segurado ao período de diferimento
contratado ou pela compra, mediante pagamento único, de renda imediata.

COMERCIALIZAÇÃO
Quanto à comercialização do plano, poderão ser divulgadas tabelas com
valores de contribuições e benefícios, sendo vedada, porém, a utilização
de valores de inflação projetada para datas futuras. De todo modo, o mais
comum, é a utilização de simuladores por parte das EAPCs.

No caso dos planos coletivos, a propaganda e a promoção do plano por


parte da averbadora (pessoa jurídica contratante de um plano de previ-
dência que não participa do custeio do plano), instituidora ou corretora
somente podem ser feitas com autorização expressa da Entidade Aberta
de Previdência Complementar, respeitadas as condições do regulamento,
do contrato e das normas vigentes, ficando a EAPC responsável pela fide-
dignidade das informações contidas nas divulgações realizadas.

As cláusulas relativas às obrigações e aos direitos dos participantes devem


ser redigidas em destaque e em linguagem de fácil compreensão, permi-
tindo seu imediato e amplo entendimento.

— Tipos de Planos de Cobertura


por Sobrevivência
A seguir serão apresentados os tipos de planos com cobertura por sobre-
vivência, que podem ser comercializados pelas empresas de previdência
complementar aberta.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 45
UNIDADE 4

Entretanto, apesar de existirem vários planos regulamentados pela SUSEP,


que poderiam ser oferecidos aos clientes, atualmente, a comercialização
restringe-se basicamente ao Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) –
Previdência Complementar – e ao Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)
– Seguro de Pessoas.

E qual a relação com um produto de seguro de pessoas? Isso acontece


porque grande parte dos produtos previdenciários que você verá aqui são
idênticos aos produtos de seguros de pessoas com cobertura por sobrevi-
vência que são apresentados na apostila Seguros de Pessoas. Podemos,
inclusive, afirmar que um produto do tipo PGBL (plano de previdência) fun-
ciona da mesma forma que um produto do tipo VGBL (plano de seguro de
pessoas). O que diferencia os produtos de previdência com cobertura por
sobrevivência de seus “irmãos gêmeos”, no segmento de seguros de pes-
soas, é o tratamento tributário dado aos valores pagos e recebidos pelo
cliente, algo que veremos melhor na última unidade dessa apostila.

Com relação à preferência do mercado pelo PGBL – e VGBL –, como vere-


mos mais à frente, ambos são planos que não oferecem qualquer garantia
durante a fase de acumulação de recursos (também chamada de perío-
do de diferimento). Por esse motivo, as empresas preferem comercializar
esses produtos ao invés de produtos que tenham algum tipo de garantia,
evitando ficar expostas aos riscos inerentes à promessa de taxa de juros
ou de índice de atualização de valores.

Ainda assim, é importante que você conheça todas as opções regulamentadas


pela SUSEP e saiba distinguir suas principais diferenças.

Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)


Durante o período de diferimento, quando a remuneração da
­provisão matemática de benefícios a conceder for baseada na
rentabilidade da(s) carteira(s) de investimentos de FIE(s), no(s)
­
qual(is) esteja aplicada a totalidade dos respectivos recursos, sem
garantia de remuneração mínima e de atualização de valores, e
sempre estruturados na modalidade de contribuição variável.

O PGBL é um produto do tipo unit link (ou unidade de conta), vin-


culando a acumulação de recursos de uma conta individualizada à
performance de um fundo de investimento financeiro especialmen-
te constituído sem qualquer tipo de garantia de rentabilidade duran-
te a fase de acumulação, ou seja, não há qualquer risco biométrico
ou financeiro para a EAPC durante o período de diferimento.

Tendo em vista que o PGBL é um plano de contribuição variável,


o participante pode fazer aportes variáveis de acordo com sua
conveniência, desde que a EAPC não tenha estabelecido em
seu regulamento, critérios objetivos limitando o valor máximo de
­aportes extraordinários.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 46
UNIDADE 4

Com a regulamentação do PGBL, uniformizou-se e propiciou-se a


Atenção transparência ao cálculo e à divulgação da rentabilidade de cada
plano, idêntica à do respectivo FIE em que foi aplicado o montante
FIE é o fundo de investimento
das contribuições, permitindo o acompanhamento diário da rentabi­
especialmente constituído ou o fundo
lidade dos diversos fundos e viabilizando a comparação entre a
de investimento em quotas de fundos
rentabilidade dos diversos planos. Após vermos todos os planos,
de investimento especialmente
falaremos mais sobre os fundos de investimento.
constituídos, cujos únicos quotistas
sejam, direta ou indiretamente,
Plano Gerador de Benefício Livre Programado
sociedades seguradoras e entidades
(PGBL Programado)
abertas de Previdência Complementar
Funciona exatamente como o PGBL, porém conta com a possibili-
ou no caso de fundo com patrimônio
dade de contratação, durante o período de diferimento, de paga-
segregado, segurados e participantes
mentos financeiros programados, na forma definida no Regula-
de planos VGBL – Vida Gerador de
mento e na Nota Técnica Atuarial.
Benefício Livre – ou PGBL – Plano
Gerador de Benefício Livre. Plano Previdência Vida Planejada
É quando, no ato da contratação de um PGBL ou PGBL Progra-
mado, o FIE já prevê um percentual decrescente de exposição a
investimentos de maior risco durante o período de diferimento.

Plano com Desempenho Referenciado (PDR)


Quando apresentar, durante o período de diferimento, garantia
mínima de desempenho, segundo critérios definidos no plano, e a
reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, sendo também
sempre estruturado na modalidade de contribuição variável.

Plano com Remuneração Garantida e Performance


sem Atualização (PRSA)
Quando garantir aos participantes, durante o período de diferi-
mento, remuneração por meio da contratação de taxa de juros
e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros e sempre
estruturados na modalidade de contribuição variável.

Plano com Remuneração Garantida e Performance


(PRGP)
Quando garantir aos participantes, durante o período de diferi-
mento, remuneração por meio da contratação de índice de atuali-
zação de valores mais taxa de juros e a reversão, parcial ou total,
de resultados financeiros.

Plano com Atualização Garantida e Performance


(PAGP)
Quando garantir aos participantes, durante o período de diferimento,
por meio da contratação de índice de preços, apenas a atualização
de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros.

Plano de Renda Imediata (PRI)


Quando, mediante contribuição única, garantir o pagamento do
benefício por sobrevivência, sob a forma de renda imediata.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 47
UNIDADE 4

Atenção Plano Tradicional


Nada mais é do que um plano com cobertura por sobrevivência,
Apesar de não serem mais estruturado na forma de benefício definido ou de contribuição
comercializados, você pode variável, com a característica de garantir, durante a fase de acumu-
encontrar clientes que ainda são lação dos recursos (período de diferimento), algum tipo de remune-
participantes de um Plano Tradicional ração mínima garantida (normalmente IGPM + 6% a.a.). Além disso,
de previdência, fortemente era comum a possibilidade de reversão de resultados financeiros
comercializado na década de 90. (excedentes) durante a fase de acumulação ou de pagamento do
benefício sob a forma de renda.

PLANOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA DURANTE A FASE DE ACUMULAÇÃO

PERÍODO DE ACUMULAÇÃO DOS RECURSOS – PERÍODO DE DIFERIMENTO

PLANO MODALIDADE ATUALIZAÇÃO


REMUNERAÇÃO (TAXA REVERSÃO DE RESULTADOS
(ÍNDICE DE
DE JUROS) FINANCEIROS
PREÇOS)

Não há, pois a totalidade da rentabilida-


PGBL
de é repassada ao participante.

Não há garantia de taxa Não há, mas pode oferecer a possibili-


PGBL de juros. A remune- dade de contratação, durante o período
Programado ração é baseada na de diferimento, de pagamentos finan-
rentabilidade da carteira ceiros programados.
CV Não há.
do FIE em que estão
Com garantia mínima de desempenho,
aplicados os recursos.
segundo critérios definidos no plano, e
PDR
a reversão, parcial ou total, de resulta-
dos financeiros.

PRSA
Contratada
até 6% a.a. É obrigatória, com base em percentual
PRGP ­contratado.
Com base em
PAGP CV ou BD Não há. índice de preços
Planos Pode ser contratada contratado.
Pode ser prevista.
Tradicionais até 6% a.a.
CV – Contribuição Variável
BD – Benefício Definido

Atenção
O PRGP e o PAGP podem ser estruturados na modalidade de contribuição variável
ou na modalidade de benefício definido.
Em todos os tipos de plano, poderão ser previstos, contratualmente, a reversão de resul-
tados financeiros durante o período de pagamento do benefício sob a forma de renda.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 48
UNIDADE 4

— Regras para os Fundos de


Investimento Especialmente
Constituídos
Conforme determinado pela SUSEP, todos os planos aqui apresentados,
com exceção do Plano Tradicional, podem ter as carteiras de seus “Fundos
de Investimento Especialmente Constituídos” estruturadas sob as seguin-
tes modalidades:

■ Unicamente por títulos de emissão do Tesouro Nacional ou do Ban-


co Central do Brasil e créditos securitizados do Tesouro Nacional.
O conceito de investidores ■ Por títulos de emissão do Tesouro Nacional ou do Banco Central do
qualificados é definido pela
Brasil, por créditos securitizados do Tesouro Nacional e por investi-
Comissão de Valores Mobiliários
(CVM). De acordo com as mentos de renda fixa, nas modalidades e dentro dos critérios, diver-
normas vigentes (Instrução CVM sificação e diversidade admitidos pela regulamentação vigente.
554/2019), são considerados ■ Nas modalidades, critérios de diversificação, diversidade e demais
investidores qualificados:
(I) investidores profissionais; aspectos admitidos pela regulamentação vigente, sendo que os
(II) pessoas naturais ou jurídicas investimentos de renda variável obedecerão aos limites mínimo e
que possuam investimentos máximo de aplicação sobre o patrimônio líquido do FIE, nos termos
financeiros em valor superior estabelecidos em normativo específico da Conselho Monetário
a R$ 1.000.000,00 e que, Nacional – CMN.
adicionalmente, atestem por
escrito sua condição de investidor Já o Conselho Monetário Nacional – CMN determina os limites das apli-
qualificado mediante termo cações de planos abertos de previdência complementar e de seguros de
próprio; pessoas com cobertura por sobrevivência, cuja remuneração esteja cal-
(III) pessoas naturais que tenham
cada na rentabilidade de carteiras de investimentos durante o prazo de
sido aprovadas em exames de
qualificação técnica ou possuam
diferimento. Os mais importantes para você conhecer são:
certificações aprovadas pela ■ na modalidade Renda Fixa: até 100% (cem por cento), observados
CVM como requisitos para o
registro de agentes autônomos de os limites especificados na resolução;
investimento; ■ na modalidade Renda Variável: até 70% (setenta por cento), obser-
(IV) clubes de investimento
vados os limites especificados na resolução.
cuja carteira seja gerida por
um ou mais cotistas que sejam Já as aplicações em Renda Variável dos mesmos planos destinados exclu-
investidores qualificados. sivamente a Investidores Qualificados podem chegar a até 100% (cem por
cento) do capital investido.

Apesar de existirem outras possibilidades previstas pelo CMN, os fundos


que você mais encontrará no mercado são aqueles com 100% do capital
investido em Renda Fixa e aqueles com um percentual do capital investido
em Renda Fixa e outro em Renda Variável.

Vale ainda ressaltar que o seu papel como corretor será identificar os fundos oferecidos pelas
empresas com as quais você for trabalhar e apresentar as opções ao seu cliente. A escolha
será dele e você deverá se certificar de que ele esteja confortável com isso.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 49
UNIDADE 4

Observação
Cada FIE possui uma taxa de administração que incide sobre o patrimônio líquido do
fundo e cobre as despesas com a administração dos recursos. Essa taxa, apesar de ser
visualizada em um percentual anual, é descontada diariamente. Quando você for avaliar
a rentabilidade de um determinado plano de previdência, ou seguro por sobrevivência,
é importante considerar que ela já é demonstrada líquida da taxa de administração, ou
seja, o impacto da taxa já está considerado no resultado.

MODALIDADES DE RENDA
Finda a fase de acumulação de recursos, o participante pode optar por
receber, à vista, o saldo acumulado em sua provisão matemática de bene-
fícios a conceder ou transformá-la em um tipo de renda, cujo valor é calcu-
lado em função da idade, da modalidade de renda escolhida e dos parâ-
metros técnicos do plano contratado (taxa de juros e tábua biométrica). As
modalidades de renda são:

Renda Mensal Vitalícia


Consiste em uma renda mensal a ser paga vitalícia e exclu-
sivamente ao participante a partir da data escolhida para con-
cessão do benefício. O pagamento da renda cessa com a morte
do participante.

Renda Mensal Temporária


Consiste em uma renda mensal a ser paga temporária e exclu-
sivamente ao participante, cessando com o seu falecimento ou
com o fim da temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro.

Renda Mensal Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido


Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao participante a ­partir
da data escolhida para concessão do benefício. No entanto, se
durante o período de percepção da renda ocorrer o falecimento do
participante, antes de ter completado o prazo mínimo de g­ arantia
escolhido, a renda será paga aos beneficiários pelo período res-
tante do prazo mínimo de garantia.

Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Beneficiário


Indicado
Consiste em uma renda mensal paga vitaliciamente ao participante
a partir da data escolhida para concessão do benefício. Ocorrendo
o falecimento do participante, durante a percepção dessa renda,
um percentual do seu valor estabelecido na proposta será rever-
tido vitaliciamente ao beneficiário indicado. Na hipótese de faleci-
mento do beneficiário, antes do participante e durante o período

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 50
UNIDADE 4

de percepção da renda, a reversibilidade da renda estará extinta,


sem direito a compensações ou devoluções dos valores pagos.

Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Cônjuge com


Observação Continuidade aos Menores
Consiste em uma renda mensal paga vitaliciamente ao participan-
Todos os planos te a partir da data escolhida para concessão do benefício. Ocor-
podem oferecer essas rendo o falecimento do participante durante a percepção dessa
modalidades de renda. renda, um percentual do seu valor estabelecido na proposta será
revertido vitaliciamente ao cônjuge e na falta deste, será reversível
temporariamente aos menores até que o mais novo complete uma
idade para maioridade estabelecida no regulamento do plano.

Renda Mensal por Prazo Certo


Consiste em uma renda mensal a ser paga por um prazo preestabe-
lecido ao participante/assistido. O participante indicará, na proposta
de inscrição, o prazo máximo contado a partir da data de conces-

Atenção são do benefício, em que será efetuado o pagamento da renda. Se


durante o período de pagamento do benefício, ocorrer o falecimen-
to do participante/assistido antes da conclusão do prazo indicado, o
A Renda Mensal por Prazo
benefício será pago ao beneficiário (ou beneficiários), na proporção
Certo é a única renda não
de rateio estabelecida, pelo período restante do prazo determinado.
estruturada em um regime
atuarial, sendo, portanto, uma O pagamento da renda cessará com o término do prazo
renda financeira.. estabelecido.

FATORES QUE INFLUENCIAM


O VALOR DA RENDA A SER
RECEBIDA EM FUNÇÃO DA
SOBREVIVÊNCIA

— Parâmetros Técnicos
Estudamos, com o fim da fase de acumulação de recursos, que o partici-
pante pode optar por receber, à vista, o saldo acumulado em sua provisão
matemática de benefícios a conceder ou transformá-la em um tipo de ren-
da, cujo valor é calculado em função da idade, da modalidade de renda
escolhida e dos parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de juros e
tábua de mortalidade).

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 51
UNIDADE 4

Observação
Em 2010, a SUSEP adotou as tábuas BR-EMS como tábuas padrão (standard) para o mercado
segurador brasileiro (Circular SUSEP nº 402, de 18/03/2010). A tábua, denominada Experiência
do Mercado Segurador Brasileiro, BR-EMS, consiste em quatro variantes abrangendo as cober-
turas de sobrevivência e mortalidade, masculina e feminina, sendo atualizada a cada cinco anos.

Com relação à taxa de juros, a regulamentação estabelece que no período


(ou períodos) em que houver garantia mínima de remuneração, a taxa de
juros contratualmente prevista deverá respeitar o limite fixado pela SUSEP,
observado o máximo de 6% a.a. ou seu equivalente efetivo mensal.

Já para as tábuas de mortalidade, a regulamentação estabelece que a tábua


de mortalidade utilizada para cálculo do fator de renda será aquela definida
no plano submetido à aprovação da SUSEP, devendo ser observado o limite
máximo da taxa de mortalidade constante da tábua AT-2000 Male.

Observe que a regulamentação impõe limites, tanto para a taxa de juros


quanto para a tábua biométrica, que podem ser utilizados na estrutura-
ção de um plano de Previdência Complementar Aberta com cobertura por
sobrevivência. Esse cuidado decorre do risco que a EAPC tem no caso de
uma melhora na expectativa de vida ou de uma redução dos juros reais.

Na apostila “Risco e Precificação de Benefícios” você poderá ver, de forma


detalhada, um comparativo entre diferentes tábuas biométricas conside-
rando diferentes taxas de juros.

— Taxas Cobradas
Quanto maiores forem as taxas cobradas (carregamento ou administração),
maior será o impacto negativo na acumulação dos recursos. Faz parte, por-
tanto, do papel do corretor identificar as melhores opções disponíveis no
mercado e oferecer para o seu cliente.

— Modalidade de Renda e
Idade de Aposentadoria
A tábua biométrica e a taxa de juros contribuem de forma significativa no
cálculo do valor de renda. Entretanto, se agora fixarmos a tábua biométrica
e a taxa de juros, veremos que a modalidade de renda escolhida afetará
também o valor a ser recebido.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 52
UNIDADE 4

Suponha, por exemplo, uma família constituída da seguinte forma: homem


com 60 anos, mulher com 58 anos, com um filho de 10 anos. Suponha que
esse homem tenha um plano de Previdência (as bases técnicas do plano
são AT-2000 e 3% a.a.), com saldo acumulado de R$ 1.000.000,00, que
será transformado em renda. A seguir, apresentaremos os valores de ren-
da, calculados com essas informações:

■ renda mensal vitalícia: R$ 5.141,30;


■ renda mensal vitalícia reversível 100% ao cônjuge: R$ 4.255,38;
■ renda mensal vitalícia reversível 100% ao cônjuge com continuida-
de de 100% aos menores: R$ 4.240,64;
■ renda mensal vitalícia com prazo mínimo garantido de 15 anos: R$
4.871,03;
■ renda mensal temporária de 15 anos: R$ 7.439,24.
Essas diferenças são explicadas em função das diferenças ­ existentes
entre os compromissos assumidos pelas entidades de Previdência.
Exemplo: Observe que o valor da renda mensal vitalícia é maior do que o
valor da renda mensal vitalícia reversível ao cônjuge. Isso porque enquanto
no primeiro caso, a obrigação da EAPC termina com a morte do participante,
no segundo caso, essa obrigação pode continuar a existir, bastando para
isso, que no momento da morte do participante, o seu cônjuge esteja vivo.
Raciocínio análogo pode ser feito para as outras modalidades de renda.

Caso as idades no nosso exemplo fossem diferentes (suponha que o


homem não tenha 60 anos, mas sim 58 anos), todos os valores seriam
alterados. O valor, por exemplo, da renda mensal vitalícia seria menor do
que os R$ 5.141,30 calculados anteriormente, pois agora, a EAPC espera
ter um compromisso maior (a chance de se pagarem rendas vitalícias para
uma pessoa de 58 anos é maior do que para uma pessoa de 60 anos).

Novamente, chamamos a atenção dos alunos que os valores anterior-


mente apresentados são decorrentes de cálculos atuariais complexos,
que fogem ao objetivo do curso.

— Montante Acumulado
Quanto maior o montante acumulado no momento da aposentadoria,
maior será o valor do benefício. Portanto, é fundamental que os participan-
tes fiquem atentos aos custos envolvidos na contratação do plano, bem
como na rentabilidade auferida pelo plano durante a fase de acumulação
dos recursos – período de diferimento.

No caso do carregamento, é evidente que quanto menor for esse custo,


maior será a parcela da contribuição destinada à formação da provisão
matemática de benefícios a conceder (reserva que financiará a renda).

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 53
UNIDADE 4

Similar ao carregamento, a rentabilidade auferida ao longo dos anos


terá forte influência sobre o montante acumulado. Um aporte único de
R$ 1.000,00 transforma-se, ao final de 20 anos, em R$ 10.892,55 ou em
R$ 13.812,66, dependendo se a rentabilidade do plano será igual a 1%
ou a 1,1% ao mês, respectivamente.

VALORES GARANTIDOS NO
PERÍODO DE DIFERIMENTO
Nos Planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura por
sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores garantidos: res-
gate e portabilidade.

— Resgate
O participante poderá solicitar, independentemente do número de contri-
buições pagas, resgate parcial ou total de recursos do saldo da provisão
matemática de benefícios a conceder, após o cumprimento de período de
carência, que deverá estar compreendido entre 60 dias e 60 meses, a
contar da data de protocolo da proposta de inscrição na EAPC.

Uma vez solicitado o primeiro resgate, outro pedido somente pode ser
feito após o cumprimento de intervalo estabelecido no plano, que deverá
estar compreendido entre 60 dias e 6 meses.

Entretanto, devemos ficar atentos ao fato de que os resgates ficarão sus-


pensos enquanto não quitadas todas as contraprestações relativas à assis-
tência financeira contratada pelo participante, na proporção correspon-
dente ao saldo devedor da assistência financeira, acrescidos dos impostos
e carregamentos devidos.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 54
UNIDADE 4

Atenção
Nos planos estruturados na modalidade de benefício definido é vedado o resgate parcial.
Nos planos com estrutura puramente financeira, na ocorrência de invalidez ou morte do
participante, os saldos da provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão
técnica de excedentes financeiros, mediante solicitação devidamente instruída e regis-
trada na EAPC, serão postos à disposição do participante ou beneficiário (ou beneficiá-
rios), sem qualquer prazo de carência, sendo o pagamento efetuado somente após o
pleno reconhecimento do evento gerador pela EAPC.
A provisão técnica de excedentes financeiros somente existe nos períodos (acumu-
lação ou de pagamento do benefício sob a forma de renda) em que seja garantida a
reversão de resultados financeiros.

O pagamento do resgate será efetivado da seguinte forma:

■ o resgate total será efetivado considerando o valor dos saldos da


provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão técni-
ca de excedentes financeiros, calculados, na forma da regulamenta-
ção em vigor, até o 3º (terceiro) dia útil anterior à data de pagamento;
■ o resgate parcial será efetivado considerando o valor ou percen-
tual estipulado pelo participante e com base, exclusivamente, no
saldo da provisão matemática de benefícios a conceder, calculado,
na forma da regulamentação em vigor, até o 3º (terceiro) dia útil
anterior à data de pagamento.
O pagamento deve ser efetuado em cheque cruzado, intransferível, crédito
em conta-corrente, documento de ordem de crédito – DOC – ou transfe-
rência eletrônica disponível – TED –, até o quinto dia útil subsequente às
respectivas datas determinadas pelo participante.

Ressalvado o carregamento postecipado, não será permitida a cobrança


de quaisquer despesas por ocasião do resgate.

— Portabilidade
Observação Independentemente do número de contribuições pagas, o participante
poderá solicitar a portabilidade, total ou parcial, para outro plano de Previ-
Para o PGBL ou PGBL dência Complementar, de recursos do saldo da provisão matemática de
Programado, o período de benefícios a conceder, após o cumprimento do período de carência a con-
carência será de 60 dias. Para tar da data de protocolo da proposta de inscrição na EAPC.
os planos do tipo PRGP, PAGP, Não poderão ser solicitadas portabilidades com intervalo inferior a 60 dias.
PRSA e PDR, o período de
carência de que trata o caput Quando se tratar de portabilidades entre planos de Previdência com
deverá estar compreendido cobertura por sobrevivência da mesma EAPC, poderão ser estabelecidos
entre 60 dias e 24 meses. períodos inferiores aos mencionados anteriormente.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 55
UNIDADE 4

Atenção
Da mesma forma que no resgate, as portabilidades também ficarão suspensas en-
quanto não forem quitadas todas as contraprestações relativas à assistência financeira
contratada pelo participante, bem como fica vedada a portabilidade parcial nos planos
estruturados na modalidade de benefício definido.
Com vistas a limitar o seu risco, é facultado à EAPC estabelecer critérios objetivos no
regulamento do plano para aceitação de valores oriundos de portabilidades, sendo ve-
dadas cláusulas que prevejam qualquer tipo de discricionariedade e cujos efeitos não
sejam claros e transparentes para os participantes.

A portabilidade será efetivada da seguinte forma:

■ a portabilidade total será efetivada com base no valor dos saldos


da provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão
técnica de excedentes financeiros, calculados, na forma da regu-
lamentação em vigor, até o 3º (terceiro) dia útil anterior à data de
transferência dos recursos.
■ a portabilidade parcial será efetivada considerando o valor ou
percentual estipulado pelo participante e com base no saldo da
provisão matemática de benefícios a conceder, calculado, na for-
ma da regulamentação em vigor, até o 3º (terceiro) dia útil anterior
à data de transferência dos recursos, devendo ser adicionado o
valor da parcela proporcional do saldo da provisão de excedentes
financeiros, apurado, também, até o 3º (terceiro) dia útil anterior à
data de transferência dos recursos.
A portabilidade se dará mediante solicitação do participante, devidamente
registrada na EAPC, informando:

■ plano de Previdência Complementar, quando da mesma EAPC;


■ plano de Previdência Complementar e respectiva EAPC, quando
para outra entidade;
■ respectivo valor ou percentual do saldo da provisão matemática
de benefícios a conceder;
■ respectivas datas.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 56
UNIDADE 4

Observação
Deverá ser anexado pelo participante, à solicitação de portabilidade, documento expe-
dido pela EAPC cessionária, contendo a data em que foi contratado o plano receptor
e declaração de que não se opõe à portabilidade, especialmente no que se refere ao
valor a ser portado.
Nos casos de portabilidade para plano de Previdência no qual o participante não esteja
inscrito, deverá ser previamente formalizado o preenchimento de proposta de inscrição
e adotadas todas as demais providências necessárias.
No caso de portabilidade de recursos para plano de benefício definido, a EAPC re-
ceptora deverá providenciar que o participante seja previamente informado do critério
técnico de aproveitamento do valor portado.

A EAPC cedente dos recursos deverá efetivar a portabilidade até o 10°


(décimo) dia útil subsequente ao protocolo da solicitação efetuada pelo
participante na EAPC ou a data por ele programada para a efetivação da
portabilidade.

Os recursos financeiros serão portados diretamente entre as entidades de


Previdência, ficando vedado seu trânsito, sob qualquer forma, pelo parti-
cipante, e deverão ser recepcionados e contabilizados na provisão mate-
mática de benefícios a conceder até o segundo dia útil subsequente à sua
efetiva disponibilidade.

Importante
Caberá ao diretor responsável pelos controles internos, ou a outro diretor designado
pela EAPC cedente, a responsabilidade pelo cumprimento do prazo para efetivação da
portabilidade, prestando, dentro desse prazo, à EAPC cessionária dos recursos por-
tados, no mínimo, as seguintes informações, entre outras consideradas necessárias à
plena identificação da operação de portabilidade:
1) valor correspondente ao montante de recursos portados de planos de benefícios
de entidades fechadas de Previdência Complementar, discriminando as parcelas
constituídas por contribuições do patrocinador e do participante;
2) dados relativos ao participante, número do processo SUSEP do plano receptor e
identificação do documento de depósito feito em favor da EAPC cessionária.

O participante deverá receber documento fornecido pela EAPC:

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 57
UNIDADE 4

■ cedente dos recursos, no prazo máximo de sete dias úteis, a con-


tar da data de sua portabilidade, atestando a data da efetivação, o
valor e a EAPC cessionária;
■ cessionária dos recursos, no prazo máximo de sete dias úteis, a
contar da data de sua recepção, atestando a data de recebimento,
o valor e o plano.

Atenção
É vedada:

1) à EAPC receptora, a cobrança de carregamento sobre o valor dos recursos portados;


2) a portabilidade de recursos entre participantes;
3) à EAPC cedente dos recursos, a cobrança de quaisquer importâncias, exceto as rela-
tivas às tarifas bancárias necessárias à portabilidade e ao carregamento postecipado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 58
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Marque a alternativa correta:


1. Sobre o PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre –, pode-se afirmar que:

(a) Somente pode ser contratado de forma individual.


(b) Durante a fase de acumulação dos recursos, oferece reversão de
resultados financeiros.
(c) O fundo atrelado ao plano não permite aplicação dos recursos em
renda variável.
(d) Sua característica fundamental é a ausência de rentabilidade míni-
ma durante a fase de acumulação dos recursos.
(e) É um plano estruturado na modalidade de benefício definido.

2. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


I) O PGBL é um plano estruturado na forma de benefício definido.
II) O PGBL não garante índice de preços durante o período de diferi-
mento.
III) Não existem planos que prevejam reversão de resultados financei-
ros durante o período de diferimento.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente II e III são proposições verdadeiras.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 59
FIXANDO CONCEITOS

3. Com o auxílio da tabela “planos de previdência complementar


aberta durante a fase acumulação”, marque a alternativa correta:
(a) O PRGP deve garantir, durante o período de diferimento, remunera-
ção somente por meio da contratação de taxa de juros e a reversão
de resultados financeiros.
(b) O PAGP deve garantir, durante o período de diferimento, atualiza-
ção de valores, taxa de juros e a reversão de resultados financeiros.
(c) O PAGP e o PRGP podem ser estruturados na modalidade de contri-
buição variável ou na modalidade de benefício definido.
(d) O PRSA somente pode ser estruturado na modalidade de benefício
definido.
(e) O PRSA não garante, durante o período de diferimento, a reversão
de resultados financeiros.

4. Com o auxílio da tabela “planos de previdência complementar aberta


durante a fase acumulação”, pode-se afirmar que os planos que devem ofere-
cer reversão de resultados financeiros durante o período de diferimento são:

(a) PGBL e PRSA.


(b) PRGP, PRSA e PRI.
(c) PRGP, PAGP e PRSA.
(d) PGBL, PAGP e PRGP.
(e) PAGP, PRGP e PRI.

5. Marque a alternativa correta:


(a) A rentabilidade divulgada de um FIE é sempre bruta, pois não consi-
dera o valor da taxa de administração.
(b) A Renda Mensal por Prazo Certo é a única renda não atuarial dispo-
nível para os planos de previdência.
(c) O PGBL é um plano estruturado na modalidade de benefício definido.
(d) O PGBL garante resultados financeiros durante o período de acumu-
lação dos recursos.
(e) No FIE em que a composição seja exclusiva de títulos de emissão do
Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do Brasil e créditos securi-
tizados do Tesouro Nacional, pode haver investimento em renda
variável, desde que o percentual não exceda a 49%.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 60
FIXANDO CONCEITOS

6. Marque a alternativa correta:


(a) O PGBL não permite a portabilidade parcial dos recursos acumulados.
(b) Na portabilidade parcial, os recursos passam pela conta-corrente
do participante.
(c) No PGBL, o período de carência para pedido da primeira portabili-
dade é igual a 60 dias.
(d) A EAPC receptora dos recursos portados pode cobrar carregamen-
to sobre os recursos portados.
(e) É permitida a portabilidade entre participantes, desde que sejam da
mesma família.

Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):


7. Com o auxílio da tabela “planos de previdência complementar aberta
durante a fase acumulação”, pode-se afirmar que o Plano com Remune-
ração Garantida e Performance sem Atualização (PRSA) é um plano estru-
turado na modalidade de _____________ e tem como característica
_____________ reversão de resultados financeiros durante o período de
diferimento.

(a) contribuição variável ou benefício definido / garantir.


(b) benefício definido / garantir.
(c) contribuição variável / garantir.
(d) benefício definido / não garantir.
(e) contribuição variável / não garantir.

8. No caso de _____________, os recursos financeiros deverão ser


movimentados diretamente entre as entidades de Previdência, ficando
_____________ que transitem, de qualquer forma, pelo participante.

(a) portabilidade / vedado.


(b) resgate parcial / vedado.
(c) resgate total / vedado.
(d) portabilidade / permitido.
(e) resgate total / permitido.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 61
FIXANDO CONCEITOS

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


9. Quanto aos planos de sobrevivência, é correto afirmar que:

I) Quanto à propaganda e à promoção do plano feitas por parte da averba-


dora, da instituidora ou da corretora, é a EAPC que fica responsável pela
fidedignidade das informações contidas nas divulgações realizadas.
II) Os planos tradicionais com cobertura por sobrevivência garantiam
ao participante, durante o período de diferimento, algum tipo de
remuneração mínima (normalmente IGP-M + 6% a.a.).
III) O PGBL somente pode ser estruturado na modalidade de contribui-
ção variável.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente II é proposição verdadeira.
(b) Somente III é proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, e III são proposições verdadeiras.

Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque


a alternativa correta:
10. Quando nos referimos aos fatores que influenciam o valor da renda
a ser recebida em função da sobrevivência, é correto afirmar que:
( ) A regulamentação estabelece que, no período em que houver
garantia mínima de remuneração, a taxa de juros contratualmente
prevista deverá respeitar o limite fixado pela SUSEP, observado o
limite máximo de 12% a.a. ou seu equivalente efetivo mensal.
( ) A regulamentação estabelece que a tábua biométrica a ser utiliza-
da para cálculo do fator de renda será aquela definida no plano
submetido à aprovação da SUSEP, devendo ser observado o limite
máximo da taxa de mortalidade da tábua AT-2000 Male.
( ) Quanto menor for o carregamento, maior será a parcela da contri-
buição destinada à formação da provisão matemática de benefícios
a conceder.

(a) V, F, F.
(b) V, F, V.
(c) F, V, F.
(d) V, V, V.
(e) F, V, V.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 62
PLANOS com
COBERTURA de RISCO
05 UNIDADE 5

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as características técnicas e operacionais
dos planos com cobertura de risco, permitindo a ⊲ PLANOS COM COBERTURA
comercialização de produtos de previdência em DE RISCO – MORTE E
conformidade com as condições gerais propostas. INVALIDEZ TOTAL E
PERMANENTE

⊲ PLANOS QUE PAGAM


BENEFÍCIO POR INVALIDEZ

⊲ PLANOS QUE PAGAM


BENEFÍCIO POR MORTE

⊲ FIXANDO CONCEITOS 5

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 63
UNIDADE 5

PLANOS COM COBERTURA


DE RISCO – MORTE E
INVALIDEZ TOTAL E
PERMANENTE
Os planos com cobertura de morte têm por objetivo conceder um bene-
fício, à vista ou sob a forma de renda, aos beneficiários indicados, em
decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de
cobertura, desde que tenha sido cumprido o período de carência estabe-
lecido pelo plano, se houver.

Já os planos com cobertura de invalidez total e permanente têm por


objetivo conceder um benefício, à vista ou sob a forma de renda, ao pró-
prio participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente
ocorrida durante o período de cobertura, desde que tenha sido cumprido o
período de carência estabelecido pelo plano, se houver.

A invalidez total e permanente é aquela para a qual não se pode esperar a recuperação ou
reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação.

É comum, nos planos com cobertura de morte ou de invalidez total e per-


manente, o estabelecimento de período de carência, que nada mais é do
que o período contado a partir da data de início de vigência, durante o qual,
na ocorrência do evento gerador (morte ou invalidez total e permanente),
o participante ou os beneficiários não terão direito à percepção dos bene-
fícios contratados.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 64
UNIDADE 5

O período de carência, quando existir, será fixado na nota técnica atua-


rial e no regulamento, não podendo exceder dois anos. O período de
carência pode, contudo, ser substituído por declaração pessoal de saú-
de ou exame médico.

Quando a morte ou invalidez total e permanente for causada por aci-


dente, não será considerado período de carência.

O período de cobertura, deduzido o período de carência, seja ele total ou


parcial, não poderá ser inferior a cinco anos.

A seguir, apresentaremos os principais planos existentes no mercado e


suas principais características.

PLANOS QUE PAGAM


BENEFÍCIO POR INVALIDEZ

— Plano de Renda por Invalidez


Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal vitalícia ao pró-
prio participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente ocor-
rida durante o período de cobertura e após cumprido o período de carên-
cia estabelecido em cada plano.

Ocorrendo o falecimento do participante, antes ou após a concessão da


renda por invalidez, o benefício ficará automaticamente cancelado, sem
que seja devida qualquer devolução ou indenização de qualquer natureza.

— Plano de Renda por Invalidez


com Prazo Mínimo Garantido
Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal vitalícia, com
prazo mínimo garantido, ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente, ocorrida durante o período de cobertura e
após cumprido o período de carência estabelecido em cada plano.

Ocorrendo falecimento do participante após o início do recebimento do


benefício e antes do término do prazo mínimo garantido, a renda será
revertida ao(s) beneficiário(s) indicado(s), na proporção estabelecida pelo
participante, até que se esgote o referido prazo.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 65
UNIDADE 5

Havendo mais de um beneficiário e ocorrendo o falecimento de qualquer um,


a renda será rateada proporcionalmente à participação dos remanescentes
pelo número de meses faltantes para completar o prazo mínimo garantido.

Se não houver beneficiários remanescentes, a renda será paga aos suces-


sores legítimos, na forma da lei, até o término do prazo mínimo garantido,
podendo a EAPC quitar os benefícios futuros em uma única parcela.

Ocorrendo falecimento do participante antes da concessão da renda por


invalidez com prazo mínimo garantido ou após o término do prazo míni-
mo garantido, o benefício será automaticamente cancelado, sem que seja
devida qualquer devolução ou indenização de qualquer natureza.

— Plano de Pecúlio por Invalidez


O objetivo deste plano é a concessão de um pecúlio ao próprio p
­ articipante, em
decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de
cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido em cada plano.

Em todos esses planos, para habilitar-se ao recebimento do benefício, o


participante deverá apresentar a seguinte documentação:

■ documento de identidade e CPF;


■ boletim de ocorrência policial e laudo de exame de corpo de deli-
to, em caso de acidente;
■ declaração médica comprovando a invalidez.
Entretanto, deve ficar claro que o regulamento do plano pode prever situa-
ções em que o benefício por invalidez total e permanente não será devido.
A seguir, apresentaremos algumas situações comumente estabelecidas
nos regulamentos.

Não é devido o benefício de invalidez total e permanente quando:

■ a invalidez total e permanente do participante decorrer de doen-


ça, lesão ou sequelas preexistentes à contratação do plano, não
declaradas na proposta de inscrição e comprovadamente de
conhecimento do participante ou decorrente de evento gerador
ocorrido durante o período de suspensão da cobertura por inadim-
plência, quando for o caso;
■ a invalidez total e permanente do participante for em consequência:
» do uso de material nuclear para quaisquer fins, incluindo a
explosão nuclear provocada ou não, bem como a contaminação
radioativa ou exposição a radiações nucleares ou ionizantes;
» de atos ou operações de guerra, declarada ou não, de guer-
ra química ou bacteriológica, de guerra civil, de guerrilha, de

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 66
UNIDADE 5

revolução, agitação, motim, revolta, sedição, sublevação ou


outras perturbações de ordem pública e delas decorrentes;
» direta ou indireta de quaisquer alterações mentais consequen-
tes do uso do álcool, de drogas, de entorpecentes ou de subs-
tâncias tóxicas;
» de furacões, ciclones, terremotos, maremotos, erupções vulcâ-
nicas e outras convulsões da natureza;
» de ato reconhecidamente perigoso, que não seja motivado
por necessidade justificada e da prática, por parte do partici-
pante, de atos ilícitos ou contrários à lei;
» de qualquer tipo de hérnia e suas consequências;
» de perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espé-
cie, bem como de intoxicações decorrentes da ação de produ-
tos químicos, drogas ou medicamentos, salvo quando prescri-
tos por médico, em decorrência de acidente coberto;
» de tentativa de suicídio nos primeiros 24 meses de vigência
do contrato;
» choque anafilático e suas consequências.
Apesar das situações acima serem comuns nos planos de invalidez total e
permanente, deve-se observar que não se considera como risco excluído
a invalidez do participante proveniente da utilização de meio de transporte
mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte ou de
atos de humanidade em auxílio de outrem.

PLANOS QUE PAGAM


BENEFÍCIO POR MORTE

— Plano de Pensão ao Cônjuge


ou Companheiro(a)
Esse plano tem por objetivo a concessão de uma renda mensal vitalícia
ao cônjuge ou companheiro(a), em decorrência da morte do participante,
ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período de
carência estabelecido em cada plano.

O participante indicará, nominalmente, na proposta de inscrição, somente


um beneficiário para esse benefício, que deverá ser o cônjuge ou compa-
nheiro(a) legalmente reconhecido(a).

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 67
UNIDADE 5

Caso o beneficiário venha a falecer antes do participante ou perca a condição


de cônjuge ou companheiro(a), o benefício será automaticamente cancelado.

Caso o beneficiário venha a falecer após o início da percepção do benefí-


cio, este será extinto.

O participante poderá alterar, por escrito, o beneficiário anteriormente indi-


cado, mediante recálculo, se for o caso, das respectivas contribuições.

No caso de o participante indicar outra pessoa que não seja o cônjuge ou


companheiro(a), não reconhecida legalmente, tal pessoa não terá direito
ao benefício contratado.

— Plano de Pensão aos Menores


O objetivo desse plano é a concessão de uma renda mensal temporária
aos beneficiários indicados, menores de 21 anos, na condição de filhos
ou dependentes econômicos, em decorrência de morte do participante
ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período de
carência estabelecido em cada plano.

O participante indicará, nominalmente, na proposta de inscrição, um ou


mais menores de 21 anos, na condição de filho ou dependente econômico
para fins de imposto de renda.

O participante poderá alterar, por escrito, os beneficiários anteriormente


indicados, mediante recálculo, se for o caso, das respectivas contribuições.

Caso todos os beneficiários venham a falecer antes do participante ou


tenham atingido a idade de 21 anos antes da ocorrência do evento gera-
dor, o benefício estará automaticamente cancelado sem que seja devida
qualquer devolução ou indenização de qualquer natureza.

Caso o participante, no momento da contratação do benefício ou da pro-


posta de inscrição, venha a indicar como beneficiário outra pessoa menor
de 21 anos, que não seja filho ou dependente econômico para fins de
imposto de renda, tal pessoa não terá direito ao benefício contratado.

— Plano de Pensão por Prazo Certo


O objetivo desse plano é a concessão de uma renda mensal por prazo
certo ao(s) beneficiário(s) indicado(s), em decorrência da morte do partici-
pante ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período
de carência estabelecido em cada plano.

Estando os beneficiários em fase de recebimento do benefício, quando


um deles falecer, será realizado um novo rateio de benefício, proporcional-
mente à participação dos beneficiários remanescentes.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 68
UNIDADE 5

Não havendo beneficiários remanescentes, a renda será paga aos suces-


sores legítimos na forma da lei.

Com o término do prazo certo, extingue-se o benefício, desobrigando-se a


EAPC do pagamento de quaisquer valores.

— Plano de Pecúlio por Morte


O objetivo desse plano é a concessão de um pecúlio ao(s) beneficiário(s)
indicado(s), em decorrência da morte do participante ocorrida durante o
período de cobertura, após cumprido o período de carência estabelecido
em cada plano.

Em todos esses planos, para se habilitar ao recebimento do benefício, o


beneficiário deverá apresentar a seguinte documentação:

■ documento de identidade do participante;


■ certidão de óbito do participante;
■ documento de identidade, certidão de casamento ou certidão de
nascimento, CPF dos beneficiários e dos representantes legais, se
for o caso, e respectiva comprovação de união;
■ boletim de ocorrência policial e laudo de necropsia do Instituto
Médico-Legal, se for o caso; e
■ laudo do médico assistente do participante.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 69
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 5

Correlacione as colunas abaixo e depois marque a alternativa correta


1. Relacione o nome à descrição de alguns planos com cobertura de risco
– invalidez e morte – comercializados no mercado:

1) Plano de Pecúlio por Morte.


2) Plano de Renda por Invalidez.
3) Plano de Renda por Invalidez com Prazo Mínimo Garantido.
4) Plano de Pecúlio por Invalidez.
( ) O objetivo deste plano é a concessão de um pecúlio ao(s) beneficiá-
rio(s) indicado(s), em decorrência da morte do participante.
( ) O objetivo deste plano é a concessão de um pecúlio ao próprio
participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente.
( ) Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal vitalí-
cia ao próprio participante, em decorrência de sua invalidez total
e permanente.
( ) Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal vitalícia,
com prazo mínimo garantido, ao próprio participante, em decorrên-
cia de sua invalidez total e permanente.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) 1, 2, 3, 4. (c) 1, 4, 2, 3. (e) 1, 4, 3, 2.
(b) 1, 2, 4, 3. (d) 2, 1, 3, 4.

Marque a alternativa correta


2. Ainda em relação aos planos de risco – invalidez e morte –, quando a
morte ou invalidez for causada por acidente, é correto afirmar que:

(a) Haverá carência gradual.


(b) Não haverá período de carência.
(c) Não haverá carência para invalidez.
(d) Não haverá carência para morte natural.
(e) Haverá carência para morte e para invalidez.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 70
FIXANDO CONCEITOS

3. A principal característica de um produto de Previdência Complementar


elaborado na modalidade de benefício definido é:

(a) Ser exclusivo a pessoas jurídicas.


(b) O valor do benefício não ser previamente definido.
(c) O prazo ser somente conhecido previamente.
(d) O valor ser somente conhecido previamente.
(e) Serem estabelecidos previamente na proposta de inscrição: o valor
do benefício e o valor da contribuição.

4. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois


marque a alternativa correta
Trata-se de planos que apresentam coberturas de risco:

( ) Plano de Renda por Invalidez.


( ) Plano de Renda por Invalidez com Prazo Mínimo Garantido.
( ) Plano de Pensão ao Cônjuge ou Companheiro(a).
( ) Plano de Pensão aos Menores.
( ) Plano de Pecúlio por Morte.

(a) V, V, F, V, F.
(b) V, V, F, V, V.
(c) V, V ,V, V, F.
(d) F, F, F, V, V.
(e) V, V, V, V, V.

5. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):


Quando a morte ou a invalidez total e permanente for causada por
______________, ______________ para a liquidação do benefício.

(a) acidente / não será considerado período de carência.


(b) doença / será considerado período de carência de cinco anos.
(c) acidente / será considerado período de carência de até dois anos.
(d) doença / será considerado período de carência de até cinco anos.
(e) acidente / será considerado período de carência de dois anos.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 71
INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES
06 UNIDADE 6

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a comercialização de produtos de previdência
complementar em conformidade com as condições gerais ⊲ ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
de cada plano oferecido no mercado, reconhecendo as
características técnicas, operacionais, os aspectos tributários ⊲ ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
e o perfil de assistência financeira e de atualização de
valores dos planos de previdência complementar. ⊲ ATUALIZAÇÃO DE VALORES

⊲ FIXANDO CONCEITOS 6

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 72
UNIDADE 6

Há mais de 100 anos, surgiram as primeiras sugestões para a implantação do


imposto sobre a renda no Brasil. Já em meados do século XIX, quando nossa
economia era quase inteiramente agrária, alguns homens públicos do Brasil
já pensavam em adotar o Imposto de Renda aos moldes do que já acontecia
na Inglaterra. Em 1891, Rui Barbosa elaborou um relatório com dezenas de
páginas analisando e fornecendo um parecer favorável ao assunto.

Nos primeiros anos do regime republicano, começaram as tentativas da


implantação do Imposto sobre a Renda no Brasil, começando sua arreca-
dação “timidamente” a partir de 31 de dezembro de 1922. Os rendimentos
foram classificados em categorias e tributados proporcionalmente, onde
a sua soma constituía a renda bruta, que, depois de algumas deduções,
sofria o imposto progressivo.

Logo depois, o imposto sofreu sua primeira evolução separando as pes-


soas jurídicas e as físicas e, em 1955, iniciou-se o desconto na fonte para
os rendimentos fixos, aumentando, dessa forma, sua arrecadação.

O objetivo do Imposto de Renda é aumentar a receita do Estado, possibi-


litando assim a manutenção do seu caixa para o custeio de suas obriga-
ções gerais.

ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
A política tributária é um elemento chave para o estabelecimento de um
sistema de Previdência Privada. A dedutibilidade na base de cálculo do
imposto de renda devido, na formação do fundo previdenciário, é justifi-
cável economicamente em função dos efeitos positivos na alocação da
poupança financeira.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 73
UNIDADE 6

Uma equação básica de economia nos diz que quanto maior a poupança
interna de um país, maior é a sua capacidade de investimento. Quanto maior
for sua capacidade de investimento maior será sua capacidade de gerar
empregos e tudo mais que possa promover o bem-estar necessário à popu-
lação. Tudo isso gera uma maior riqueza da nação, constituindo uma econo-
mia sólida e saudável que possibilita um crescimento sustentável do Estado.

Além disso, vale ressaltar o aumento de nossa atratividade econômica no


cenário internacional, gerado pelo crescimento da poupança interna brasilei-
ra, ou seja, mais empresas se interessam em investir por aqui. Os planos de
previdência complementar são uma das melhores formas para constituir essa
poupança interna e, por isso, é notório o seu incentivo por parte do governo.

Mencionamos no capítulo 4 que a diferença entre os produtos de previ-


dência com cobertura por sobrevivência dos seus “irmãos gêmeos” no
segmento de seguros de pessoas é o tratamento tributário dado aos valo-
res pagos e recebidos pelo cliente.

Assim, como veremos a seguir, as contribuições pagas para os planos de


previdência (por exemplo, PGBL) podem ser deduzidas da base de cálculo
do imposto de renda, e, no ato do regate ou recebimento do benefício,
o respectivo valor será tributado integralmente de acordo com a tabela
escolhida pelo cliente. Já os valores pagos para os planos de seguros de
pessoas (por exemplo, VGBL) não são dedutíveis da base de cálculo do
imposto de renda e, no ato do resgate ou recebimento do benefício, a
tributação, de acordo com a tabela escolhida pelo cliente, ocorrerá apenas
sobre o ganho de capital.

— PGBL x VGBL
Como dito anteriormente, esses dois produtos, apesar de serem de seg-
mentos distintos (previdência e pessoas), possuem a mesma estrutura
técnica/financeira e o mesmo objetivo: a acumulação de valores para o
recebimento de um benefício futuro, estando a única diferença por conta
do aspecto tributário. Vamos ver cada um deles:

PGBL
Foi lançado em 1998 com o objetivo de oferecer maior flexibilidade
e transparência para os clientes de planos de Previdência Comple-
mentar e substituiu rapidamente os Planos Tradicionais até então
comercializados.

Por ser um plano de previdência, o PGBL permite o abatimento das


contribuições feitas por pessoas físicas e jurídicas da base de cálculo
do Imposto de Renda. Contudo, no ato do regate ou do recebimento
da renda, o valor retirado deve ser tributado de acordo com as regras
da tabela escolhida pelo cliente, a progressiva ou a regressiva.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 74
UNIDADE 6

A vantagem para o cliente é que, enquanto a sua reserva não for


retirada, esse valor ficará totalmente isento de cobrança de impos-
tos sendo, portanto, integralmente investido ao longo do tempo, o
que representa um verdadeiro benefício fiscal.

A principal questão é que, para usufruir do benefício da dedutibi-


lidade, o cliente deve, além de estar contribuindo para o RGPS
ou para um RPPS, utilizar a declaração completa para o ajuste
anual do imposto de renda, uma vez que, na declaração sim-
plificada, os valores a serem deduzidos já são previamente defi-
nidos pela Receita Federal. Sendo assim, caso o cliente utilize a
declaração simplificada e contrate um PGBL, não terá como utilizar
o benefício do abatimento dos valores contribuídos e, no ato do
resgate ou recebimento da renda, ainda será tributado.

Dessa forma, para atender aqueles que não utilizam a declaração


completa do imposto de renda, surgiu, em 2002, o VGBL.

VGBL
O Vida Gerador de Benefício Livre surgiu em 2002, basicamente,
para atender a quem não utiliza a declaração completa de ajuste
anual do imposto de renda. Para que pudesse ter um tratamento
tributário diferenciado do PGBL, o VGBL foi classificado como um
seguro de pessoas por sobrevivência, ainda que seja tecnicamen-
te igual ao plano de previdência.

As contribuições feitas para o VGBL não podem ser abatidas


pelo contribuinte, porém, no ato do resgate ou do recebimento
do benefício, apenas o ganho de capital será tributado de acordo
com a tabela escolhida pelo cliente, a progressiva ou a regressiva.

A grande vantagem desse produto quando comparado a outros


investimentos financeiros está no fato de que, assim como no
PGBL, a tributação ocorre apenas quando da retirada do valor
investido, seja na forma de resgate ou na forma de renda.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 75
UNIDADE 6

Importante
Em resumo, o que irá definir o melhor produto para o cliente, PGBL ou VGBL, é o tipo de
declaração de imposto de renda feita por ele.
O PGBL é indicado, única e exclusivamente, para o contribuinte que utilize a declaração
completa e que contribua para o RGPS ou para um RPPS. Todas as demais pessoas que não
se enquadrem nessas características devem optar pelo VGBL.
Vale ressaltar ainda que, como o limite de dedução para pessoas físicas é de 12% da sua
renda bruta anual, caso o cliente utilize a declaração completa e faça contribuições acima
desse limite, o ideal é que contrate um PGBL e um VGBL. No PGBL, ele deverá colocar o
valor equivalente aos 12% da sua renda bruta anual e, assim, usufruir do benefício fiscal na
sua totalidade. O valor residual ele deverá aplicar no VGBL, uma vez que já atingiu o limite
de dedução no seu plano de previdência. No ato do recebimento do benefício, o cliente, de
acordo com a sua vontade, poderá receber duas rendas complementares e com tratamentos
tributários distintos, uma proveniente do PGBL e outra do VGBL. Vejamos um exemplo com
uma simulação de um cliente com 40 anos que deseja se aposentar aos 65, considerando
uma rentabilidade anual estimada de 4%:
■ Renda bruta anual do cliente: R$100.000,00.
■ Limite anual de dedução da previdência complementar: R$12.000,00.
■ Valor anual que deseja contribuir para sua aposentadoria: R$18.000,00.
■ Valor de contribuição anual que deverá fazer ao PGBL: R$12.000,00.
■ Valor de contribuição anual que deverá fazer ao VGBL: R$6.000,00.
■ Renda vitalícia bruta estimada no PGBL: R$3.124,00.
■ Renda vitalícia a bruta estimada no VGBL: R$1.562,00.
No momento do recebimento da renda, cada plano receberá o seu tratamento tributário
específico, ou seja, a renda proveniente do PGBL será tributada integralmente e a renda
proveniente do VGBL terá tributada apenas a parte da renda relacionada ao ganho de
capital, ambos de acordo com a tabela escolhida pelo cliente, progressiva ou regressiva.

— Legislação
Em 1995, através da edição das Leis 9.249 e 9.250, o Governo Federal deu
os primeiros passos no sentido de incentivar a Previdência Complementar,
com vistas a estimular a formação de poupança de longo prazo, porém
nessas leis, não foi estipulado qualquer limite para a dedução, ocasionan-
do uma grande perda de arrecadação. Essas leis previam apenas que as
contribuições para as entidades de Previdência Privada domiciliadas no
país, cujo ônus fosse do contribuinte – pessoa jurídica (9.249) e pessoa físi-
ca (9.250) –, destinadas a custear benefícios complementares assemelha-
dos aos da Previdência Social, poderiam ser deduzidas na determinação
da base de cálculo sujeita à incidência do imposto de renda.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 76
UNIDADE 6

Dois anos depois, o Governo Federal corrigiu a questão da falta dos limites
de dedução por meio da promulgação da Lei 9.532, em 10 de dezembro de
1997. Vejamos:

■ foi estabelecido que as contribuições de planos de Previdência


Privada poderiam ser deduzidas, para a apuração da base de cál-
culo do imposto devido no ano-calendário, até o limite de 12% do
total dos rendimentos computados na determinação da base de
cálculo do imposto devido na declaração de rendimentos;
■ o valor das despesas com contribuições para a Previdência Priva-
Saiba mais da, cujo ônus fosse da pessoa jurídica, poderia ser deduzido no
FAPI momento da determinação do lucro real e da base de cálculo da
O FAPI é um fundo de contribuição social sobre o lucro líquido, não podendo exceder, em
investimento constituído sob cada período de apuração, 20% do total dos salários dos emprega-
a forma de condomínio aberto dos e da remuneração dos dirigentes da empresa vinculados ao
criado em 1997 por meio plano de Previdência.
da Lei 9.477, de 24 de julho, Apenas em 2004, por meio da Lei 10.887 de 18 de junho, a dedução das
que tem por objetivo apenas contribuições feitas para a Previdência Privada ficou condicionada ao reco-
a acumulação de recursos lhimento de contribuições, por parte do participante, para o RGPS ou para
para a aposentadoria e que um RPPS.
perdeu espaço no mercado
com a chegada do PGBL e, “Art. 11. As deduções relativas às contribuições para entidades de previ-
posteriormente, do VGBL. dência privada, a que se refere a alínea e do inciso II do art. 8º da Lei
nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, e às contribuições para o Fundo
de Aposentadoria Programada Individual – Fapi, a que se refere a Lei nº
9.477, de 24 de julho de 1997, cujo ônus seja da própria pessoa física, ficam
condicionadas ao recolhimento, também, de contribuições para o regime
geral de previdência social ou, quando for o caso, para regime próprio de
previdência social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observada a contribuição
mínima, e limitadas a 12% (doze por cento) do total dos rendimentos com-
putados na determinação da base de cálculo do imposto devido na decla-
ração de rendimentos.”

— Dedução
De forma simplificada, podemos afirmar que o benefício da dedução nada
mais é do que o direito que o cliente possui de não sofrer tributação ime-
diata sobre a parte de sua renda que será destinada para o plano de previ-
dência. Esse valor, que no caso da não contratação deveria já ser pago em
forma de imposto de renda, será aplicado no FIE escolhido por ele e ren-
derá, a juros compostos, ao longo dos anos. A tributação ocorrerá apenas
quando o resgate for efetuado ou o cliente entrar em gozo de benefício.

Por meio da tabela abaixo, analisaremos o efeito da dedução no cálculo do


imposto a ser pago pelo participante:

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 77
UNIDADE 6

IMPOSTO DE RENDA COM IMPOSTO DE RENDA SEM


PREVIDÊNCIA PRIVADA PREVIDÊNCIA PRIVADA

Rendimento Bruto Anual: R$ 100.000,00 Rendimento Bruto Anual: R$ 100.000,00

Depósito em Previdência: R$ 12.000,00 Depósito em Previdência: R$ 0,00

Base de Cálculo: R$ 88.000,00 Base de Cálculo: R$ 100.000,00

Alíquota do Imposto de Renda: 27,5% Alíquota do Imposto de Renda: 27,5%

Imposto de Renda: R$ 24.200,00 Imposto de Renda: R$ 27.500,00

ECONOMIA DE IMPOSTO: R$ 3.300,00


Obs.: Para efeito de exemplificação, consideramos apenas a
dedução da previdência complementar, excluindo outras deduções
possíveis e também a utilização da parcela a deduzir, prevista na
tabela progressiva do imposto de renda.

Na tabela, podemos verificar o efeito positivo da contribuição para um pla-


no de previdência complementar. Como as contribuições são dedutíveis
da base de cálculo, a base de incidência da alíquota será menor, o que,
consequentemente, representará um valor de imposto de renda a ser pago
também menor – R$24.200,00 x R$27.500,00.

Nesse exemplo, portanto, a economia anual no imposto de renda foi de R$


3.300,00, um valor que deveria ser pago pelo cliente para a Receita Fede-
ral, mas que, por conta da previdência contratada, será devido apenas no
futuro. O ideal é que o cliente utilize esse valor economizado a seu favor,
reinvestindo-o em seu planejamento de aposentadoria. Nesse caso, como
ele já usufruiu do benefício fiscal total da previdência, o indicado é que
coloque a economia em um seguro de vida por sobrevivência, como um
VGBL, por exemplo.

Entretanto, nunca é demais lembrar que essa dedução somente será


possível se o cliente que contribuiu para o plano de previdência utilizar o
modelo completo de declaração anual de ajuste do imposto de renda e for
contribuinte do RGPS ou de um RPPS.

Importante registrar novamente a dedução limitada a 12% da renda bruta


anual do contribuinte. Assim, se na tabela anterior o participante contribuís-
se com R$ 20.000,00 para o seu plano de previdência, a base de cálculo
continuaria a ser R$ 88.000,00, pois o máximo que pode ser deduzido é
12% de R$ 100.000,00, ou seja, R$ 12.000,00.

— Tributação
Agora que você já entendeu melhor como funciona o incentivo fiscal, che-
gou a hora de falarmos da tributação de acordo com cada tipo de tabela

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 78
UNIDADE 6

existente. Nessa etapa vamos conhecer as tabelas e depois vamos ver


como são aplicadas em cada caso.

Tabela progressiva
Até 2004 o participante de planos de previdência não possuía
direito de escolha, uma vez que a única tabela existente era a
tabela progressiva. Nessa tabela o valor de imposto de renda a ser
cobrado é maior de acordo com o montante a ser tributado.

Esta é a tabela progressiva para cálculo anual que está em vigor:

PARCELA A
BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUZIR DO IRPF (R$)

Até R$ 22.847,76

De R$ 22.847,77 até R$ 33.919,80 7,5 R$ 1.713,58

De R$ 33.919,81 até R$ 45.012,60 15 R$ 4.257,57

De R$ 45.012,61 até R$55.976,16 22,5 R$ 7.633,51

Acima de R$ 55.976,16 27,5 R$ 10.432,32


https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/
orientacao-tributaria/tributos/irpf-imposto-de-ren-
da-pessoa-fisica#c-lculo-anual-do-irpf

Tabela regressiva
Em 2004, a Lei 11.053, que teve por objetivo disciplinar a tributa-
ção do imposto de renda em aplicações financeiras e Previdên-
cia Complementar, definiu um novo critério de tributação para os
planos previdenciários e para Seguros de Vida com cobertura por
sobrevivência, estruturados na modalidade de contribuição variá-
vel, contratados a partir de 1º de janeiro de 2005. Esse novo cri-
tério foi denominado Regime de Tributação por Alíquotas Decres-
1. A tributação definitiva implica centes ou simplesmente tabela regressiva.
que o valor pago a título de
imposto de renda na fonte não Esse novo critério tributário prevê que o resgate de recursos ou o recebi-
poderá ser compensado ou mento do benefício estarão sujeitos à incidência, na fonte, e de forma
ajustado na declaração de ajuste ­
definitiva1, de imposto de renda calculado com base em alíquotas decres-
anual de imposto de renda.
centes, de acordo com o prazo de acumulação do respectivo valor, confor-
me tabela a seguir.

ALÍQUOTAS DECRESCENTES PREVISTAS NA LEI 11.053/2004

PRAZO DE ACIMA
ATÉ 2 DE 2 A DE 4 A DE 6 A DE 8 A
ACUMULAÇÃO DE 10
ANOS 4 ANOS 6 ANOS 8 ANOS 10 ANOS
DOS RECURSOS* ANOS

Alíquota do imposto 35% 30% 25% 20% 15% 10%


de renda na fonte

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 79
UNIDADE 6

* O intervalo da faixa é sempre fechado à direita. Por exemplo: a alíquota


Importante para 4 anos é de 30%.

A opção pelo regime tributário Em março de 2005, a Instrução Normativa Conjunta 524/05 foi elabora-
deverá ser exercida até o último da pelas Secretarias da Receita Federal, de Previdência Complementar
dia útil do mês subsequente e pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Essa norma
ao do ingresso nos planos e regulamentou a contagem do prazo de acumulação utilizado no novo
serão irretratáveis, mesmo regime tributário.
nas hipóteses de portabilidade
de recursos e de transferência
— Formas de Pagamento
do Imposto
de participantes e respectivas
reservas.

Agora vamos entender como o imposto de renda será cobrado de acordo


com a tabela escolhida pelo participante e de acordo com o fato gerador,
o recebimento de resgate ou o recebimento de benefício. Nesta parte,
vamos considerar um plano de caráter previdenciário, lembrando que para
o VGBL a tributação irá ocorrer apenas sobre o ganho de capital.

Tabela Progressiva
Para Recebimento de Resgate
Até 2004, os resgates eram tributados na fonte de acordo com a
tabela e, posteriormente, o cliente deveria incluir os valores na sua
declaração de ajuste anual do imposto de renda para que fosse
calculado se ele teria direito a alguma restituição ou obrigação de
pagar um complemento do imposto.

A Lei 11.053/2004 alterou a forma de tributação dos saques ante-


cipados dos planos enquadrados no regime de tributação antigo,
sujeitos à tabela progressiva do IR. Nesse regime, ao sacar os recur-
sos do plano, independentemente do valor, a pessoa física passou
a ter uma tributação, na fonte, de imposto de renda calculado na
base de 15%, como antecipação do imposto devido na declaração
de ajuste anual, sendo que a diferença, a maior ou a menor, será
acertada na referida declaração, com base na tabela progressiva.

O cálculo por meio da declaração faz-se necessário, pois, todo e


qualquer valor recebido de um plano de previdência complemen-
tar deve ser somado às demais rendas do cliente para determina-
ção da alíquota correta e realização do cálculo final do imposto
devido. O valor resgatado, portanto, faz parte da renda bruta do
participante, impactando na base de cálculo do imposto.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 80
UNIDADE 6

Para Recebimento de Benefício


Ao iniciar o recebimento da sua renda de aposentadoria o valor do
benefício será tributado de acordo com a tabela progressiva men-
sal vigente. Nesta etapa o contribuinte também deverá incluir os
valores recebidos na sua declaração anual para efeito de ajuste.

PARCELA A
BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUZIR DO IRPF (R$)

Até R$ 1.903,98

De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 7,5 R$ 142,80

De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15 R$ 354,80

De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5 R$ 636,13

Acima de R$ 4.664,68 27,5 R$ 869,36

https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/
orientacao-tributaria/tributos/irpf-imposto-de-ren-
da-pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal

Tabela Regressiva
Para Recebimento de Resgate
Foi estabelecido o sistema PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que
Sai) para os resgates ocorridos antes da concessão do benefício,
significando que os valores serão resgatados a partir das contri-
buições mais antigas, sempre levando em consideração os rendi-
mentos. Dessa forma, o prazo de acumulação será contado a partir
da data do aporte de cada contribuição e, por esse motivo, o plano
do cliente poderá ter alíquotas diferentes de acordo com a data de
efetivação de cada pagamento.

Para Recebimento de Benefício


Estabeleceram-se critérios distintos para benefícios estruturados
ou não em regime atuarial. Entende-se por regime atuarial aquele
cuja manutenção dos benefícios concedidos tenha por premissa o
mutualismo dos respectivos recursos garantidores.

Para o pagamento de benefício que não esteja estruturado em


regime atuarial estabeleceu-se critério idêntico ao utilizado para
os resgates, ou seja, o sistema PEPS, enquanto que para o paga-
mento de benefício estruturado em regime atuarial estabele-
ceu-se como referência inicial de prazo de acumulação um Pra-
zo Médio Ponderado (PMP), relativo aos recursos e ao tempo de
investimento de cada participante.

Assim, no caso de pagamento de benefício estruturado em regi-


me atuarial teremos as seguintes características:

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 81
UNIDADE 6

■ será calculado com base no Prazo Médio Ponderado (PMP);


■ o PMP será a referência para aplicação das alíquotas de IR
e, após o pagamento da primeira prestação do benefício, o
prazo de acumulação continuará sendo contado;
■ em relação aos benefícios não programados decorrentes da
reversão em pecúlio ou pensão por morte do participante, a
tributação será determinada considerando o prazo de acu-
mulação apurado para o benefício que vinha sendo pago ao
participante falecido, com a redução progressiva da alíquota,
em razão do decurso do prazo de pagamento do benefício;
■ e calculado com base na média dos prazos de permanência
dos recursos, ponderada pelo valor aportado em cada data;
■ o cálculo abrange o período compreendido desde o dia 1º
até a data de entrada em gozo de benefício, estando previs-
to que os valores estejam expressos ou sejam convertidos
em cotas ou frações ideais atribuíveis ao participante;
■ o prazo de acumulação é expresso em fração de ano.
O prazo médio ponderado é obtido por meio da soma das Contribui-
ções Atualizadas (CA) remanescentes (não resgatadas) multiplicadas
pelo respectivo Prazo Decorrido (PD) da data do aporte até a data
de conversão em benefício, dividido pelo total do saldo atualizado.

(CA1 × PD1) + (CA 2 × PD2) + (CA3 × PD3) + ..... + (Cau × Pdu)


PMP =
Saldo Atualizado

EXEMPLO DE RESGATE (MÉTODO PEPS)

QUANTIDADE
CONTRIBUIÇÃO DATA DE COTAS

01 30/12/2005 100

02 30/12/2006 200

03 30/12/2007 200

04 30/12/2008 100

05 30/12/2009 200

06 30/12/2010 300

07 30/12/2011 300

08 30/12/2012 350

09 30/12/2013 400

10 30/12/2014 400

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 82
UNIDADE 6

11 30/12/2015 400

RESGATE 30/06/2016 700

TABELA REGRESSIVA

PRAZO DE ACUMULAÇÃO ALÍQUOTA NA FONTE

até 2 anos 35%

acima de 2 anos até 4 anos 30%

acima de 4 anos até 6 anos 25%

acima de 6 anos até 8 anos 20%

acima de 8 anos até 10 anos 15%

acima de 10 anos 10%

CÁLCULO DE RESGATE

RESGATE
DATA DO RESGATE PRAZO ATÉ IRF
ALÍQUOTA LÍQUIDO
APORTE (COTAS) 30/06/2016 (COTAS) (COTAS)

30/12/05 100 10,5 anos 10% 10 90

30/12/06 200 9,5 anos 15% 30 170

30/12/07 200 8,5 anos 15% 30 170

30/12/08 100 7,5 anos 20% 20 80

30/12/09 100 6,5 anos 20% 20 80

TOTAL 700 15,7% 110 590

EXEMPLO DE CÁLCULO DO PMP

DATA DAS PD ATÉ


CA (COTAS)
CONTRIBUIÇÕES 30/12/2015

01 30/12/05 200 10 anos

02 30/12/07 200 8 anos

03 30/12/09 350 6 anos

04 30/12/11 150 4 anos

05 30/12/13 100 2 anos

TOTAL 1.000

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 83
UNIDADE 6

(200 × 10) + (200 × 8) + (350 × 6) + (150 × 4) + (100 × 2)


PMP =
1.000

6.500
PMP =
1.000

PMP = 6,5 anos

CÁLCULO SIMPLIFICADO DO PMP

PRAZO
VALOR DO
DATA DAS DECORRIDO
APORTE CA × PD
CONTRIBUIÇÕES (PD) ATÉ
CA – COTAS 30/12/2015

01 30/12/05 200 × 10 anos 2.000

02 30/12/07 200 x 8 anos 1.600

03 30/12/09 350 x 6 anos 2.100

04 30/12/11 150 x 4 anos 600

05 30/12/13 100 x 2 anos 200

TOTAL 1.000 6.500

6.500
PMP =
1.000

PMP = 6,5 anos

PMP em 31/12/2015 = 6,5 anos – Alíquota de IR = 20%

ALÍQUOTA IR
PD (ANOS) PERÍODO
DEFINITIVO

6,5 a 8 20% 31/12/15 a 30/06/17

8 a 10 15% 01/07/17 a 30/06/19

Mais de 10 10% 01/07/19 em diante

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
A assistência financeira é o empréstimo concedido com recursos próprios
da EAPC ou da sociedade seguradora a titular ou assistido de plano de
previdência complementar aberta, estruturado em qualquer regime finan-
ceiro, ou a titular de plano de seguro de pessoas, estruturado no regime
financeiro de capitalização.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 84
UNIDADE 6

A assistência financeira será concedida mediante contrato formalizado


com o titular e somente poderá ser concedida durante o período anterior à
concessão do benefício. A regulamentação em vigor estabelece algumas
vedações, à EAPC entre as quais se destacam:

■ conceder assistência financeira com recursos de provisões, reser-


vas técnicas e fundos;
■ manter com o mesmo titular, simultaneamente, mais de um contra-
to de assistência financeira, exceto nos casos de contratos vincula-
dos a planos estruturados no regime financeiro de capitalização ou
quando as contraprestações periódicas da assistência financeira
forem pagas por meio de consignação em folha de pagamento;
■ cobrar quaisquer despesas, a qualquer título, exceto aquelas referen-
tes aos encargos de juros, multa e atualização monetária ou even-
tuais tributos relacionados à operação da assistência financeira.

Observação
O plano de previdência complementar ou de seguro de pessoas não poderá ser can-
celado enquanto não forem pagas todas as contraprestações relativas às assistências
financeiras a ele vinculadas.

Importante
A SUSEP, por meio da regulamentação específica para Assistência Financeira, considera
como ato nocivo condicionar a concessão de assistência financeira à contratação de outros
produtos ou serviços. Esteja atento a isso!

Atenção
Em planos de previdência complementar aberta com cobertura por sobrevivência, durante
o período de diferimento, o saldo devedor da assistência financeira não poderá ser superior
a 70% do saldo da provisão matemática de benefícios a conceder relativa à cobertura por
sobrevivência.
Para planos previdência complementar aberta com cobertura de risco, estruturados no regi-
me financeiro de capitalização, esse percentual passa a ser de 80% da provisão matemática
de benefícios a conceder relativa às coberturas de risco.

ATUALIZAÇÃO DE VALORES
Os planos de Previdência Complementar Aberta, com coberturas estru-
turadas na modalidade de benefício definido, deverão conter cláusula de
atualização anual de valores com base em índice pactuado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 85
UNIDADE 6

Dessa forma, os benefícios e as contribuições serão atualizados na data


de aniversário da contratação, com base no índice pactuado, ficando facul-
tado o estabelecimento de outra data-base, desde que os valores contra-
tualmente previstos sejam atualizados até essa outra data-base e a partir
de então, seja respeitada a periodicidade anual.

Entretanto, quando as coberturas de risco forem custeadas mediante o paga-


mento de contribuição única, os valores dos benefícios deverão ser atualiza-
dos pelo índice pactuado até a data de ocorrência do evento gerador.

Alternativamente à atualização de valores, existe a possibilidade de adoção


de cláusula de recálculo do valor do benefício durante o período que ante-
cede a ocorrência do evento gerador, segundo fatores objetivos (variação
salarial, mensalidade escolar) expressos no regulamento, no certificado,
na proposta e no contrato, devendo ser observado que essa possibilidade
está restrita às coberturas estruturadas no regime financeiro de repartição
e que tenham sido contratadas sob a forma coletiva.

Já os planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura estru-


turada na modalidade de contribuição variável poderão conter cláusu-
la de atualização anual dos prêmios com base em índice pactuado.

Em resumo:

PLANOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA

Com coberturas DEVERÃO conter cláusula Obrigatório


estruturadas na modalidade de atualização anual de
de benefício definido. valores com base em índice
pactuado.

Com cobertura estruturada PODERÃO conter cláusula Tem que estar previsto no
na modalidade de de atualização anual dos regulamento
contribuição variável. prêmios com base em
índice pactuado.

Entretanto, quando as coberturas de risco forem custeadas Obrigatório


mediante o pagamento de contribuição única, os valores
dos benefícios DEVERÃO ser atualizados pelo índice
pactuado até a data de ocorrência do evento gerador.

Obs.: Nos planos de previdência aberta complementar é prevista cláusula


de atualização monetária, sendo o indexador e a periodicidade previstos
no regulamento. Além da atualização, no regulamento dos planos contra-
tados está previsto o r­ eajuste por idade ou faixa etária atingida (planos de
pecúlio, pensão e invalidez estruturados no regime financeiro de reparti-
ção). Para os planos de renda por sobrevivência estruturados na Modalida-
de de Benefício Definido, o aumento da contribuição acima do indexador
previsto no plano será em decorrência da repactuação (consultar a defini-
ção de extratos para fins de repactuação).

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 86
UNIDADE 6

Ocorrido o evento gerador de pagamento do benefício, os valores das ren-


das serão, a partir da data de sua concessão, atualizados anualmente, com
base no índice pactuado, e acrescidos do valor resultante da diferença
gerada entre a atualização mensal da provisão matemática de benefícios
concedidos e a atualização anual aplicada à renda.

Exemplo
Suponha que determinado participante, com 60 anos de idade, comece a receber uma
renda mensal vitalícia de valor igual a R$ 1.000,00. Suponha que a inflação mensal seja
igual a 1%, o que equivale a 12,68% de inflação anual.
Nesse caso, seria razoável imaginar que, ao final de 1 ano, o valor da renda desse assis-
tido passaria para R$ 1.126.83 (R$ 1.000,00 × 1,1268).
Entretanto, como a provisão matemática de benefícios concedidos deve ser atualiza-
da mensalmente, existe uma “sobra” nessa provisão, que deve ser repassada para o
­assistido que está recebendo renda. Essa sobra, sendo assim, equivale a R$ 2,96 (cál-
culo ­atuarial) e deve ser incorporada ao valor da renda ou ser paga à vista ao assistido.
Dessa forma, caso a EAPC opte por incorporar o valor de R$ 2,96 à renda, o assistido
passará a receber R$ 1.129,78.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 87
UNIDADE 6

Atenção
O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão constar do regulamento,
da proposta e, quando for o caso de plano coletivo, do respectivo contrato.
O índice pactuado para a atualização de valores relativos às operações de Previdência
Complementar Aberta deverá ser estabelecido em consonância com as seguintes opções:
■ Índice Nacional de Preços ao Consumidor/Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – INPC/IBGE;
■ Índice de Preços ao Consumidor Amplo/Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – IPCA/IBGE;
■ Índice Geral de Preços para o Mercado/Fundação Getúlio Vargas – IGPM/FGV;
■ Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna/Fundação Getúlio Vargas –
IGP-DI/FGV;
■ Índice Geral de Preços ao Consumidor/Fundação Getúlio Vargas – IPC/FGV;
■ Índice de Preços ao Consumidor/Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
da Universidade de São Paulo – IPC/FIPE.
No caso de extinção do índice pactuado, deverá ser utilizado o IPCA/IBGE, caso
não tenha sido convencionado, no ato da contratação, índice substituto entre os
previstos acima.
Exceção à regra de atualização de valores é o plano de Previdência Complementar
Aberta, destinado, exclusivamente, à recepção de grupos de participantes e respecti-
vas provisões, transferidos de outros planos de benefícios. Nesses casos, a legislação
admite a manutenção do critério de atualização de valores originalmente contratado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 88
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 6
1. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

I) A política tributária não é um elemento chave para o estabelecimento


de um sistema de Previdência Privada.
II) Existem incentivos fiscais às empresas que pagam contribuições para
planos de Previdência de seus funcionários.
III) O benefício fiscal significa que o imposto de renda que deixa de ser
pago no presente não será cobrado no futuro.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(e) Somente II e III são proposições verdadeiras.

2. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

I) O valor da assistência financeira é sempre limitado a 50% do saldo


da previsão matemática de benefícios a conceder.
II) A assistência financeira deve ser concedida por meio de recursos
próprios da EAPC ou da Sociedade Seguradora.
III) Não pode ser concedida assistência financeira a titular de plano de
pecúlio.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(e) Somente I e III são proposições verdadeiras.

3. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

I) O plano PGBL deverá conter, obrigatoriamente, cláusula de atuali-


zação anual das contribuições.
II) O plano PRGP poderá conter cláusula de atualização anual das con-
tribuições.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 89
FIXANDO CONCEITOS

III) Alternativamente à atualização de valores, existe, para as cober-


turas estruturadas no regime financeiro de capitalização, a possi-
bilidade de adoção de cláusula de recálculo do valor do benefício
durante o período que antecede a ocorrência do evento gerador.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(e) Somente I e III são proposições verdadeiras.

4. Marque a alternativa correta:


(a) O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão cons-
tar somente do regulamento.
(b) O Índice Nacional de Custo da Construção/Fundação Getúlio Var-
gas – INCC/FGV – é um dos índices que podem ser utilizados para
atualização dos planos de Previdência Complementar Aberta.
(c) No caso de extinção do índice pactuado, deverá ser utilizado o IPC/
FGV, caso não tenha sido convencionado no ato da contratação.
(d) Quando as coberturas de risco forem custeadas mediante o paga-
mento de contribuição única, os valores dos benefícios deverão ser
atualizados pelo índice pactuado até a data de ocorrência do even-
to gerador.
(e) Os valores dos benefícios pagos sob forma de renda serão, a partir
da data de sua concessão, atualizados mensalmente.

Marque a alternativa correta:

5. Para definir o melhor produto para o cliente, entre PGBL e VGBL, o


corretor deverá analisar:

(a) Apenas o tipo de declaração de imposto de renda utilizada pelo cliente.


(b) O valor de sua contribuição, pois o PGBL é destinado apenas para
valores elevados.
(c) As taxas cobradas pelas EAPCs e sociedades seguradoras.
(d) O tipo de declaração de IR utilizado pelo cliente, se é contribuinte do
RGPS ou de um RPPS e o percentual da sua renda bruta anual que
deseja contribuir.
(e) A rentabilidade.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 90
FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa correta:


6. O cálculo do imposto de renda devido através do sistema PEPS é utili-
zado para:

(a) Resgates dos clientes que optaram pela tabela progressiva do


imposto de renda.
(b) Contribuições superiores ao limite de 12% anual.
(c) Resgates ou recebimento de benefício não atuarial para clientes
que optaram pela tabela regressiva do imposto de renda.
(d) Qualquer tipo de resgate e recebimento de renda de planos
previdenciários.
(e) Recebimento de rendas atuariais.

Marque a alternativa correta:

7. O limite de dedução das contribuições previdenciárias no imposto de


renda é:

(a) 12% para o VGBL e 15% para o PGBL.


(b) Variável de acordo com a tabela progressiva do imposto.
(c) Ilimitado desde que o cliente seja contribuinte do RGPS ou de um
RPPS.
(d) Determinado pelo tempo de permanência do cliente no plano.
(e) 12% da renda bruta anual da pessoa física.

8. Marque a alternativa correta:

(a) Reinvestir o valor economizado por conta do benefício fiscal é uma


excelente forma do cliente aumentar o valor futuro da sua renda de
aposentadoria.
(b) Somente as pessoas que utilizam o modelo simplificado de declara-
ção anual de imposto de renda fazem jus ao benefício fiscal.
(c) As alíquotas decrescentes de IR para a previdência tornaram-se pos-
síveis desde o lançamento do PGBL.
(d) Para pagamento de resgate, ficou estabelecido o sistema PMP – Pra-
zo Médio Ponderado – para a tributação.
(e) Para um prazo de acumulação de até dois anos, a alíquota do impos-
to de renda na fonte será de 20% no caso de tabela regressiva.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 91
ESTUDOS DE CASO

ESTUDOS DE CASO
Caso 1
Arthur tem interesse em contratar um plano visando uma renda futura
quando deixar de trabalhar, porém ainda não está certo de qual seria a
melhor opção e desenho de plano para ele. Liste todas as perguntas que
você deverá fazer para indicar a melhor solução para o Arthur tanto de
plano como de desenho do mesmo.

Caso 2
Marcos tem 30 anos e deseja contratar um plano de previdência do tipo
PGBL com o objetivo de receber uma renda mensal vitalícia aos 60 anos
de idade. Seu objetivo é depositar, ao longo dos próximos 30 anos, R$
500,00 por mês, o que implica fazer 360 depósitos sempre ao final do
mês. As seguradoras que Marcos procurou dispõem de planos de previ-
dência com as seguintes características:

1) Seguradora A:
a) Carregamento: 10% para planos de contribuição variável e 25% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente cons-
tituído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,72% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-49 Male + 6% a.a.
2) Seguradora B:
a) Carregamento: 0% para planos de contribuição variável e 10% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente consti-
tuído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,7% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-83 Male + 5% a.a.
3) Seguradora C:
a) Carregamento: 8% para planos de contribuição variável e 15% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente cons-
tituído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,94% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-2000 Male + 2% a.a.
Qual Seguradora oferecerá a Marcos um valor de renda mensal vitalícia maior?

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 92
GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3

1–C 1–C 1–A

2–A 2–E 2–C

3–A 3–A 3–B

4–E 4–D 4–D

5–E 5–D 5–A

6–E 6–C

7–B 7–B

8–D

9–B

10 – B

UNIDADE 4 UNIDADE 5 UNIDADE 6

1–D 1–C 1–B

2–B 2–B 2–B

3–C 3–E 3–B

4–C 4–E 4–D

5–B 5–A 5–D

6–C 6–C

7–C 7–E

8–A 8–A

9–E

10 – E

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 93
ESTUDOS DE CASO

Estudos de Caso
Caso 1
Vamos apresentar aqui alguns exemplos das principais perguntas que
podem ser utilizadas, contudo não temos a pretensão de esgotar as possi-
bilidades, uma vez que o universo previdenciário é bastante vasto.

Para determinar o tipo de plano você precisará fazer basicamente três per-
guntas:

1. Qual o tipo de declaração de IR você utiliza?

2. Você contribui para o RGPS ou para um RPPS?

3. Com qual percentual de sua renda bruta você deseja contribuir?

Já para o desenho do plano você precisará trabalhar com um rol maior de


perguntas. Vejamos algumas sugestões:

Necessidade de contratação de uma cobertura de risco

1. Possui alguém que dependa financeiramente de você?

2. Já possui algum tipo de seguro de vida ou cobertura de risco?

3. Caso algo aconteça e você venha a ficar inválido, será possível manter
o seu padrão de vida atual?

Orientação do tipo de fundo para aplicação

1. Em quanto tempo você deseja se aposentar?

2. Como investidor, você se considera com perfil conservador, moderado


ou agressivo?

3. Você possui algum capital reservado para emergências ou existe o risco


de ter que realizar resgates no plano antes da data prevista para sua apo-
sentadoria?

Definição do tipo de renda de aposentadoria para efeitos de simula-


ção de valores (de acordo com o simulador utilizado)

1. Ao se aposentar você deseja receber uma renda até que venha a falecer
ou apenas por um determinado período?

2. Sendo por um determinado período, qual seria esse tempo?

3. Caso você venha a falecer durante o recebimento da sua renda, é dese-


jável que ela seja revertida para alguém?

4. Devendo ser revertida, qual a idade do beneficiário e qual o percentual


você deseja reverter?

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 94
ESTUDOS DE CASO

Escolha do tipo de tabela para tributação

1. Ao se aposentar você terá algum outro tipo de renda ou apenas seus


benefícios previdenciários?

2. De quanto você estima que será o valor total recebido?

3. Por quanto tempo você acredita que deixará os valores aplicados?

Caso 2
Com base nas informações contidas na Unidade 4 “Fatores que Influenciam
o Valor da Renda a Ser Recebida em Função da Sobrevivência”, em seu
tópico “Parâmetros Técnicos”, e considerando que Marcos é um investidor
racional, preferindo sempre a opção em que sua riqueza é m ­ aximizada, e
também que não há diferença do ponto de vista de s­ egurança econômico-
-financeira entre as seguradoras, qual deve ser a opção de Marcos?

Solução: Primeiro, deve-se encontrar o montante acumulado em cada uma


das seguradoras ao longo dos próximos 30 anos (360 depósitos de R$
500,00). Como o PGBL é um plano puramente financeiro durante o período
de acumulação dos recursos (período de diferimento), a conta que se deve
fazer é uma conta puramente financeira, na qual se deseja calcular o valor
futuro de uma série uniforme de pagamentos mensais. Dessa forma, para
a seguradora A teremos:

Valor Futuro = Prestação × [(1+i)n – 1]/i

Onde: i = 0,72% - rentabilidade líquida do fundo; prestação = R$ 500,00


× (1 – 0,10), pois o carregamento é 10%, em face de o PGBL ser um plano
estruturado na modalidade de contribuição variável.

Logo:

Valor Futuro = 450 × [(1,0072)360 – 1]/0,0072 = R$ 764.562,20

Fazendo-se procedimento análogo para as seguradoras B e C,


­encontram-se, respectivamente, R$ 808.568,78 e R$ 1.371.488,22.

Depois disso, deve-se encontrar o valor da renda mensal vitalícia com


base nas informações contidas na Unidade 4 – “Fatores que Influenciam
o Valor da Renda a Ser Recebida em Função da Sobrevivência”, em seu
tópico “Parâmetros Técnicos”, onde ficamos sabendo que uma pessoa de
60 anos de idade precisa acumular, com base na tábua biométrica AT-49
Male + 6% a.a. (Seguradora A), R$ 124.659,13 para receber R$ 1.000,00 de
renda mensal vitalícia. Desse modo, utilizando uma regra de três, teremos:

R$ 124.659,13 para receber R$ 1.000,00

R$ 764.562,20 para receber X

Resolvendo a equação (multiplicação em cruz), encontramos R$ 6.133,22.

Fazendo-se procedimento análogo para as seguradoras B e C,


­encontram-se, respectivamente, R$ 5.261,83 e R$ 6.088,30.

Dessa forma, apesar de na seguradora A, o cliente ter o menor saldo acu-


mulado, as bases técnicas contratadas são favoráveis a ele, conduzindo a
um valor de renda mensal vitalícia maior.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 95
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARR, Nicholas. The truth about pension reform. Finance and ­Development,
v. 38, n. 3, set. 2001.

BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. 3 ed. São


Paulo: Lejus, 1998.

BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 10 ed. Rio de Janeiro:


Forense, 1983.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Previdên-


cia complementar. Assessoria técnica de Marcos Antônio Simões Peres. 12
ed. 1ª reimpressão. Rio de Janeiro: Funenseg, 2015, p. 102.

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 96

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