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TEORIA GERAL

DO SEGURO II

13a edição

Rio de Janeiro
2014
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FUNENSEG

E73t Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Teoria geral do seguro 2/Supervisão e Coordenação metodológica da Diretoria de Ensino
Técnico; assessoria técnica de Bruno Kelly. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Funenseg, 2014.
154 p.; 28 cm

1. Seguro – Teoria. I. Kelly, Bruno. II. Título.

0013-1312 CDU 368:658.11(072)

REALIZAÇÃO

Escola Nacional de Seguros


SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA

Diretoria de Ensino Técnico


ASSESSORIA TÉCNICA

Bruno Kelly – 2014


Marco Aurelio de Paiva Fonseca – 2013
CAPA

Coordenadoria de Comunicação Social


DIAGRAMAÇÃO

Info Action Editoração Eletrônica


A
Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diversas
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4 TEORIA GERAL DO SEGURO II
Sumário

1 INSTRUMENTOS DOS CONTRATOS DE SEGUROS DE


RAMOS ELEMENTARES E SUAS CARACTERÍSTICAS
Proposta
7
11
Apólice 12
Tipos de Apólices 13
Endosso 14
Outros Instrumentos Contratuais 14
Fixando Conceitos 1 17

2 CÁLCULO DO PRÊMIO
Prêmio Estatístico
23
25
Taxa Estatística 27
Prêmio Comercial 30
Taxa Comercial 30
Prêmio Bruto 31
Prazo de Vigência do Seguro 37
Seguro a Prazo Curto 37
Prêmio de Seguro Pro Rata Temporis (em Proporção ao Tempo) 39
Prêmio de Seguro a Prazo Longo (Plurianual) 41
Fixando Conceitos 2 43

3 PROCESSO DE SINISTRO
Etapas do Processo de Sinistro
49
51
Apuração de Danos 51
Regulação 51
Liquidação 53
Prejuízos Indenizáveis 53
Salvados 53
Indenização 53
Franquia 54
Participação Obrigatória do Segurado (POS) 56
Valor de Novo e Valor Atual 57
Depreciação 57
Fixando Conceitos 3 59

4 SEGUROS PROPORCIONAIS E SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS


Seguros Proporcionais
63
65
Seguro a Risco Total 65
Seguro a Primeiro Risco Relativo 69
Seguros com Cláusula de Rateio Parcial 71
Seguro pelo Valor de Novo (VN) 73

SUMÁRIO 5
Seguros Não Proporcionais 78
Seguros a Segundo, Terceiro ... Enésimo Risco Absoluto 79
Reintegração da Importância Segurada ou Limite Máximo de Garantia 80
Concorrência de Apólices 81
Fixando Conceitos 4 83

5 MECANISMOS DE PULVERIZAÇÃO DO RISCO


Cosseguro
93
95
Cosseguro Facultativo 96
Cosseguro Obrigatório 97
Resseguro 99
Funções do Resseguro 99
Planos de Resseguro 100
Retrocessão 104
Fixando Conceitos 5 105

GLOSSÁRIO 109

ANEXOS 113
Anexo 1 – Codificação dos Ramos de Seguros 115
Anexo 2 – Modelo de Apólice de Seguro de Automóvel 137
Anexo 3 – Modelo de Endosso sem Movimento 139
Modelo de Endosso de Substituição de Veículo
Anexo 4 – Circular SUSEP 394, de 30 de outubro de 2009 141

GABARITO 143

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 153

6 TEORIA GERAL DO SEGURO II


1
INSTRUMENTOS DOS
CONTRATOS DE SEGUROS
DE RAMOS ELEMENTARES
E SUAS CARACTERÍSTICAS

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Identificar os elementos básicos e essenciais do seguro.
• Conceituar cada elemento básico e essencial do seguro.

UNIDADE 1 7
8 TEORIA GERAL DO SEGURO II
N o Brasil, os seguros são divididos em ramos de seguro e, em alguns
casos, esses ramos são divididos em modalidades.

Através da Circular SUSEP 455, de 6 de dezembro de 2012, foram estabelecidas


novas normas, disciplinando a contabilização dos Ramos de Seguro, o registro
na SUSEP e a elaboração de Planos de Seguro de Danos ou de Pessoas, bem
como introduzidos novos termos, conceitos e respectivas definições.

Relembrando os conceitos já apresentados em TGS I, os diversos segmentos


em que se divide o seguro, denominados ramos, serão agrupados, para efeito
contábil, em grupos.

Entende-se por grupo o conjunto de ramos que possuem alguma


característica comum. Por exemplo, o Seguro de Roubo, o Seguro contra
Tumultos, o Seguro Global de Bancos visam proteger o patrimônio,
sendo, assim, dessa forma classificados pela SUSEP no grupo de Seguros
Patrimoniais.

O termo ramo engloba o conjunto de coberturas diretamente relacionadas


ao objeto ou objetivo do plano de seguro. Por exemplo, se uma seguradora
oferecer um plano de seguro, cujo objetivo seja conceder cobertura para
cargas transportadas em caminhões, no território nacional, contra os riscos de
acidentes do veículo transportador, que causem dano à carga (tombamento,
capotagem), deverá adotar as coberturas do ramo Transporte Nacional, que
possui, em seu conjunto de coberturas, os riscos de acidentes rodoviários.

A expressão ramo principal se refere ao ramo, dentre todos os incluídos


em um determinado plano de seguro, que melhor vier a caracterizar o
referido plano de seguro, considerando-se as coberturas abrangidas por ele.
Por exemplo, se uma seguradora vier a comercializar um “plano de Seguro
para Academias”, onde esteja definida, como cobertura básica, a indenização
relativa a perdas e danos decorrentes dos riscos de incêndio, raio e explosão,
previstos no ramo de Seguro Compreensivo Empresarial, e mais, sob a forma
de contratação agregada ou facultativa, as coberturas contra os riscos de
alagamento, desmoronamento, roubo e equipamentos estacionários (previstas
no ramo Riscos Diversos) e responsabilidade civil por guarda de veículos de
terceiros (prevista no ramo Responsabilidade Civil Geral), teríamos como ramo
principal o de Seguro Compreensivo Empresarial, já que as coberturas que
melhor caracterizam o objetivo do plano de seguro criado pela seguradora
para as academias estão alocadas neste ramo.

Assim, a nomenclatura plano de seguro é utilizada para definir cada produto


ou cada tipo de seguro que é ou vier a ser comercializado pelo mercado
segurador, podendo um plano de seguro abranger um único ou vários ramos
de seguro.

UNIDADE 1 9
Por exemplo, as seguradoras costumam comercializar o plano de Seguro
de Automóvel (ou de forma simplificada: Seguro de Automóvel), incluindo
o ramo Automóvel – Casco (que é um ramo de seguro), acoplando a ele
coberturas do ramo APP – Acidentes Pessoais de Passageiros (que é outro
ramo de seguro), de RCFV – Responsabilidade Civil Facultativo de Veículos
(que também é outro ramo de seguro) e de Assistência e Outras Coberturas
(que agora passou a ser um novo ramo de seguro), estando, neste caso,
envolvidos quatro Ramos de Seguro independentes, em um mesmo plano
de seguro. Também é comum as seguradoras comercializarem planos de
seguro que envolvam somente um ramo de seguro, como, por exemplo: Plano
de seguro de Lucros Cessantes ou simplesmente Seguro de Lucros Cessantes,
que envolve somente o Ramo Lucros Cessantes.

Além das definições citadas, a SUSEP, através da Circular 395, de 3 de dezembro


de 2009, estabeleceu várias outras definições e normatizações, aplicáveis aos
Seguros de Danos, dentre as quais destacamos as seguintes:

• Plano de Seguro Simples – é o plano de seguro que contempla


exclusivamente coberturas de um único Ramo.
Exemplo: Plano de Seguro de Riscos de Engenharia ou, simplesmente,
Seguro de Riscos de Engenharia.

• Plano de Seguro Composto – é o plano de seguro que, além das


coberturas do ramo principal, contém coberturas agregadas (ou
facultativas) submetidas em conjunto (estas coberturas podem ser
pertencentes ou não ao mesmo grupo). Por exemplo: um Plano de Seguro
de Vida com Acidentes Pessoais e Perda de Renda ou Desemprego (neste
Plano de Seguro estão incluídos três Ramos de seguro do mesmo grupo
– Pessoas Coletivo –, conforme tabela constante do Anexo 1 deste
manual).

• Cobertura Agregada – é a cobertura de contratação facultativa em um


plano de seguro composto, pertencente a ramo de seguro distinto
do ramo principal. No exemplo que citamos anteriormente, onde uma
seguradora decidiu comercializar um Plano de Seguro para Academias,
citamos, como cobertura básica, os riscos de incêndio, raio e explosão
e, como coberturas agregadas ou facultativas, todas as demais opções
de cobertura (alagamento, desmoronamento, roubo, equipamentos
estacionários e responsabilidade civil pela guarda de veículos de terceiros).

• Plano de Seguro Principal – plano de seguro, simples ou composto, ao


qual o plano secundário poderá estar vinculado. Ainda utilizando o
exemplo do Plano de Seguro das Academias citado no item precedente,
teremos como ramo de Seguro Principal o Seguro Compreensivo
Empresarial.

• Plano de Seguro Secundário – plano de seguro que apresenta


coberturas típicas de um único ramo, que somente poderão ser
comercializadas em conjunto com um ou mais planos de seguro
principal, e que possui registro próprio na SUSEP. Por exemplo, uma
seguradora poderá definir que somente contratará Seguro de Roubo
como plano de seguro secundário, em complemento aos seus planos de
Seguros Compreensivos Residenciais ou Condominiais ou Empresariais,
os quais serão definidos como ramo principal.

10 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Com a extinção do ramo de Seguro Incêndio Tradicional, a SUSEP determinou
que, se houver a contratação da cobertura de incêndio através de um dos
planos de seguro pertencentes ao grupo patrimonial, a contabilização de
todas as coberturas comercializadas (inclusive dos riscos de incêndio, raio e
explosão) deverá, de acordo com as respectivas características, ser alocada
em um dos seguintes ramos de seguro:

• se o Plano de Seguro se destinar a residências – enquadrar no Ramo de


Seguro Compreensivo Residencial;

• se o Plano de Seguro se destinar a condomínios – enquadrar no Ramo de


Seguro Compreensivo Condomínio;

• se o Plano de Seguro se destinar a empresas – enquadrar no Ramo de Seguro


Compreensivo Empresarial;

• Riscos Nomeados e Operacionais, se o plano de seguro se enquadrar neste


ramo; e

• Riscos de Engenharia se o plano de seguro contiver coberturas típicas


deste ramo.

Devido à peculiaridade dos diversos ramos elementares, muitas vezes se torna


necessária a utilização de instrumentos contratuais diferenciados. Relembrando
• Ramo de seguro – cada uma das
partes em que se divide o segmento
Como o contrato de seguro é formal, a legislação vigente estabelece a
seguro, sendo, portanto, o conjunto de
necessidade de adoção de instrumentos contratuais específicos, os quais coberturas diretamente relacionadas
veremos a seguir. ao objeto ou objetivo do plano de
seguro (vide relação dos ramos de
seguro no Anexo 1 deste manual);
Os instrumentos básicos, para a formulação do contrato de seguro, são a
proposta e a apólice. • Modalidade de seguro – cada uma
das partes em que se subdividem
alguns ramos de seguro (por exemplo:
nos Seguros do Ramo Riscos Diversos,
PROPOSTA temos, dentre outras, as modalidades
“Alagamento”, “Desmoronamento”
e “Tumultos”, enquanto que, no
Instrumento destinado à declaração pelo proponente dos elementos essenciais Ramo Responsabilidade Civil Geral,
do interesse e do risco a ser segurado. encontramos, dentre outras, as
modalidades “Guarda de Veículos
de Terceiros”, “RC-Condomínio” e
A proposta de seguro é um formulário impresso, em que, geralmente, consta “RC-Familiar”; e
um questionário detalhado a ser preenchido pelo proponente, que se candidata
à contratação de um seguro. Este documento servirá de base para a emissão da • Plano de seguro – cada produto
comercializado pelas seguradoras,
apólice de seguro, caso o risco seja aceito pela seguradora, e é dispensado podendo abranger um ou mais ramos
em caso de seguro contratado através de bilhete. de seguro.

O art. 759 do Código Civil Brasileiro cita a proposta, como segue:

“A emissão da apólice deverá ser precedida da proposta escrita com


a declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e
do risco.”

UNIDADE 1 11
APÓLICE
Documento emitido pela seguradora, e que se traduz no contrato de seguro
propriamente dito.

O art. 758 do Código Civil Brasileiro cita a apólice como segue:

“O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do


Atenção bilhete de seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório
Vale a pena ler os artigos 757 a 777 do do pagamento do respectivo prêmio.” (Anexo 2)
código civil.
A Circular SUSEP 251, de 15 de abril de 2004 , alterada pela Circular SUSEP
394, de 30 de outubro de 2009, estabelece regras para a aceitação da
proposta de seguro e emissão de apólice pela seguradora:

• a celebração de um contrato de seguro ou sua alteração, exceto bilhete,


somente poderá ser feita mediante proposta assinada pelo proponente,
por seu representante legal ou corretor de seguros;

• a seguradora deverá fornecer protocolo que identifique a proposta


recebida, com indicação de data e hora de seu recebimento;

• a seguradora terá 7 (sete) dias nos Seguros do Ramo Transportes,


cobrindo uma única viagem (apólice avulsa); 45 (quarenta e cinco)
dias nos seguros rurais com subvenção econômica aos prêmios; e 15
(quinze) dias nos demais seguros para manifestar-se sobre a proposta,
sendo tais prazos contados a partir da data de seu recebimento, conforme
protocolo citado anteriormente. Caso haja ausência de manifestação da
seguradora, por escrito, nos prazos citados, estará caracterizada a tácita
aceitação da proposta de seguro;

• caso a seguradora necessite de documentos complementares para a


análise da aceitação do risco ou de alteração de seguro vigente, poderá
solicitá-los apenas uma vez e dentro do prazo citado acima, no caso
de segurado pessoa física, e mais de uma vez, para pessoa jurídica,
desde que o pedido seja fundamentado pela seguradora. O prazo
ficará suspenso até a apresentação dos documentos solicitados, passando
novamente a correr a partir da data em que se der a entrega da referida
documentação;

• a aceitação da proposta poderá ou não ser comunicada pela seguradora


ao segurado, a seu critério.
Todavia, a sua recusa deve ser feita pela seguradora, obrigatoriamente
e por escrito, ao proponente, ao seu representante legal ou ao corretor
de seguros, especificando os motivos;

• não havendo manifestação, por escrito, da seguradora, nos prazos acima


Atenção mencionados, caracterizar-se-á a aceitação tácita da proposta;
Caso a aceitação da proposta dependa
de contratação ou alteração da cobertura
de resseguro facultativo, os prazos • no Seguro de Danos, em caso de recusa de proposta dentro dos prazos
mencionados serão suspensos até que o citados, a cobertura de seguro prevalecerá por mais dois dias úteis,
ressegurador se manifeste formalmente. contados a partir da data em que o proponente, o seu representante legal
ou o corretor de seguros tiver conhecimento formal da recusa; e

• caso tenha havido adiantamento de prêmio, a seguradora reterá a parte


do prêmio relativo ao período de cobertura, na base pro rata temporis,
devolvendo a diferença ao segurado em até dez dias corridos.

12 TEORIA GERAL DO SEGURO II


As apólices, os certificados de seguro e os endossos terão seu início e término
de vigência às 24 horas das datas indicadas nos citados documentos,
ressalvadas as apólices coletivas de averbação.

A emissão da apólice, do certificado ou do endosso será feita em até 15


dias, contados a partir da data da aceitação da proposta.

TIPOS DE APÓLICES
No que se refere às apólices, além das tradicionais utilizadas pelos diversos ramos
de seguro, existem outros tipos que servem para atender a situações específicas.
Entre esses tipos específicos de apólice, destacamos as seguintes:

• apólice de averbação ou aberta – adotada, principalmente, nos Ramos


de Seguros de Transportes, sendo também denominada apólice de
averbações. Destina-se à inclusão por averbações de verbas e bens a
segurar. É recomendada para segurados que efetuam embarques com
frequência;

• apólice ajustável – apólice típica de seguro de armazéns ou depósitos,


em que o valor em risco é variável no decorrer da vigência do seguro.
Nesse tipo de apólice, geralmente, o segurado paga um prêmio de
depósito que é ajustado periodicamente em função do valor real do
estoque segurado;

• apólice avulsa – apólice destinada a cobrir riscos eventuais e transitórios.


É muito comum no Ramo Transportes, a qual visa à cobertura de um único
embarque. A contratação dessa apólice é recomendada para empresas
que não efetuam embarques com frequência;

• apólice de multirriscos – adotada nos Seguros Compreensivos, que


cobrem vários riscos em uma só apólice. É muito utilizada nos seguros
residenciais, empresariais, comerciais e em algumas modalidades de Seguro
do Ramo Riscos Diversos como o Seguro Multirriscos de Obras de Arte;

• apólice de riscos nomeados – pode ser definida como uma apólice na


qual os riscos cobertos são enumerados, excluindo-se da cobertura tudo
aquilo que não tenha sido especificamente nomeado.
Diferencia-se da cobertura Multirrisco pelo tipo de resseguro e pelos
valores de LMI e VR. A apólice de riscos nomeados é também chamada
de riscos nominados; e

• apólice de riscos operacionais – se caracteriza por sua cobertura tipo


All Risks, isto é, por uma cobertura que abrange todas as perdas ou
danos materiais causados aos bens segurados, exceto os formalmente
considerados excluídos em suas condições.

A contratação do seguro de riscos operacionais para indústrias com perfil


de risco bem definido e limitado não é recomendável, uma vez que, em
alguns casos, o custo torna-se elevado. Nesses casos, é mais aconselhável a
contratação do seguro tipo riscos nomeados.

Durante a vigência de um contrato de seguro, é comum a necessidade


da emissão de um documento denominado endosso ou aditivo para
o processamento de alterações, complementações e até mesmo do
cancelamento do contrato.

UNIDADE 1 13
Endosso
Durante a vigência de um contrato de seguro, é comum a necessidade da
emissão de um documento denominado endosso ou aditivo (Anexo 2)
para o processamento de alterações, complementações e até mesmo do
cancelamento do contrato.

Tipos de Endossos
Os endossos podem ser de três tipos diferentes, em função da movimentação
ou não de prêmio, a saber:

• endosso de cobrança – usado para cobrar eventuais diferenças de


prêmio, em função dos riscos que resultem no agravamento de taxa, ou
quando o segurado desejar aumentar a importância segurada ou ampliar
as coberturas anteriormente contratadas ou substituir por outro bem cujo
custo do seguro é mais elevado.
Exemplo: um segurado substitui seu veículo por um modelo idêntico, porém
um ano mais novo do que o anterior. Nesse caso, o valor da respectiva
importância segurada será aumentado e, provavelmente, também, o prêmio
do seguro, gerando a cobrança de prêmio adicional.

• endosso de restituição – usado para proceder a eventuais devoluções


de prêmio resultantes de alterações de taxas, por modificações nos riscos do
contrato ou extinção de garantias.
Exemplo: um segurado que deseja cancelar seu seguro anual, após terem
decorridos dois meses do início do contrato.

• endosso sem movimento – utilizado quando a modificação efetuada


não resulta em qualquer alteração de prêmio ou taxa.
Exemplo: endosso de alteração ou retificação do nome do segurado.

OUTROS INSTRUMENTOS
CONTRATUAIS
Para complementar o contrato de seguro podem, ainda, ser adotados outros
instrumentos contratuais, como a averbação, o bilhete de seguro, o endosso
ou aditivo e o certificado de seguro.

• averbação – documento emitido pelo segurado, para informar à


seguradora sobre bens e verbas a garantir, genericamente previstos nas
apólices abertas. É utilizada apenas em determinados tipos de seguros.
Exemplo: em Seguros de Transportes, através de apólice de averbação ou
aberta, na qual o segurado comunica à seguradora a realização dos seus
embarques.

• bilhete de seguro – documento jurídico emitido pela seguradora,


que dispensa a obrigatoriedade da proposta e substitui a apólice.
É utilizado para agilizar a contratação de determinada modalidade
de seguro.
Exemplos: DPEM – Bilhete de Seguro de Danos Pessoais Causados por
Embarcações ou por suas Cargas – e DPVAT – Bilhete de Seguro para Danos
Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres.

14 TEORIA GERAL DO SEGURO II


• endosso ou aditivo – documento emitido pela seguradora, com a
concordância expressa e escrita do segurado ou de seu representante
legal pelo qual se altera um contrato de seguro.
Exemplos: aumento de uma importância segurada, alteração de um dado
pessoal do segurado, alteração de beneficiário).

• certificado de seguro – documento emitido pela seguradora e enviado


aos segurados, contendo a certificação da contratação do seguro.
Exemplo: nos Seguros de Vida são emitidos certificados individuais.

UNIDADE 1 15
16 TEORIA GERAL DO SEGURO II
Fixando Conceitos 1

[1] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:


Anotações:
O documento emitido pela seguradora para proceder à substituição do veículo
segurado no Ramo Automóvel é o (a):

(a) Endosso de cobrança se houver algum tipo de alteração no prêmio


do seguro (para mais ou para menos).
(b) Averbação simplificada se gerar cobrança de prêmio de seguro.
(c) Endosso de restituição se houver devolução de prêmio ao segurado.
(d) Averbação sem movimento.
(e) Endosso sem movimento se houver cobrança de prêmio do
segurado.

[2] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA:

Com relação aos instrumentos do contrato de seguro, podemos afirmar que:

I) As alterações nas apólices em vigor devem ser feitas por endossos


emitidos pelos segurados.
II) O custo de emissão de endosso poderá ser de até R$ 50,00.
III) Os endossos sem movimento de prêmio não geram cobrança de custo
de emissão.
IV) Os instrumentos contratuais básicos são a proposta e a apólice.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 1 17
Fixando Conceitos 1

[3] Considere os tipos de apólices existentes e correlacione a coluna da direita


Anotações: com a da esquerda:

Tipo de Apólice Característica

1) Aberta ( ) Destina-se a cobrir riscos eventuais e transitórios.


2) Multirrisco ( ) Adotada nos Seguros Compreensivos e em algumas
modalidades do Ramo Riscos Diversos.
3) Risco Nomeado ( ) Em Seguros de Transportes, é também chamada
de averbação.
4) Avulsa ( ) Garante os riscos nomeados na apólice e é também
chamada de apólice de riscos nominados.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) 1–2–3–4
(b) 2–3–1–4
(c) 4–2–1–3
(d) 3–4–1–2
(e) 4–1–2–3

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[4] A apólice de seguro que se caracteriza por possuir uma cobertura tipo
All Risks, isto é, por uma cobertura que abrange todas as perdas ou danos
materiais causados aos bens segurados, exceto os formalmente considerados
excluídos em suas condições, é denominada de:

(a) Ajustável.
(b) Multirrisco.
(c) Riscos Operacionais.
(d) Riscos Nomeados.
(e) Aberta.

[5] O tipo de apólice de seguro adotada principalmente no Ramo de


Seguro Incêndio para depósitos e armazéns onde há grande variação
de estoque é (de):

(a) Ajustável.
(b) Multirrisco.
(c) Riscos operacionais.
(d) Riscos nomeados.
(e) Aberta.

18 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 1

[6] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:


Anotações:
Os prazos estabelecidos pela SUSEP, através da Circular 251/2004, para que
a seguradora se manifeste sobre a aceitação ou recusa de uma proposta de
seguro, são:

(a) 7 dias nos seguros do Ramo Transportes cobrindo uma única viagem
(apólice avulsa) e 15 dias nos demais seguros.
(b) 7 dias em todos os seguros do Ramo Transportes e 15 dias nos demais
seguros.
(c) 15 dias nos seguros do Ramo Transportes cobrindo uma única viagem
(apólice avulsa) e 7 dias nos demais seguros.
(d) 15 dias em todos os Ramos de Seguro.
(e) 7 dias nos seguros do Ramo Transportes (apólice de averbação) e 15
dias nos demais seguros.

[7] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA:

I) As alterações nas apólices em vigor devem ser feitas através de endossos.


II) O artigo 758 do Código Civil Brasileiro estabelece que se prova a existência
do contrato de seguro com a exibição da apólice ou do bilhete de seguro.
Na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo
prêmio.
III) A cobrança do custo de apólice para endossos, que não impliquem cobrança
de prêmio adicional ou que gerem restituição de prêmio ao segurado,
deve ser de R$ 60,00.
IV) A aceitação da proposta poderá ou não ser comunicada pela seguradora
ao segurado, a seu critério. Todavia, a sua recusa deve ser feita pela
seguradora, obrigatoriamente e por escrito, ao proponente, ao seu
representante legal ou ao corretor de seguros, especificando os motivos
da recusa, conforme determinação da SUSEP.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente a afirmativa II é proposição verdadeira.


(b) Somente as afirmativas I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente as afirmativas II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente as afirmativas III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente as afirmativas I, II e IV são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 1 19
Fixando Conceitos 1

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[8] De acordo com a Circular SUSEP 395, de 3 de dezembro de 2009, o
conjunto de ramos que possui alguma característica comum, como, por
exemplo, o Seguro de Roubo, o Seguro contra Tumultos, o Seguro Global
de Bancos, que visam proteger o patrimônio, são denominados, para efeito
contábil:

(a) Grupo.
(b) Modalidade.
(c) Plano de seguro.
(d) Cobertura agregada.
(e) Plano principal.

[9] De acordo com a Circular SUSEP 395, de 3 de dezembro de 2009, o termo


que engloba o conjunto de coberturas diretamente relacionadas ao objeto
ou objetivo do plano de seguro é:

(a) Grupo.
(b) Ramo.
(c) Modalidade de seguro.
(d) Cobertura agregada.
(e) Plano principal.

[10] A nomenclatura utilizada para definir cada produto ou cada tipo de


seguro que é ou vier a ser comercializado pelo mercado segurador,
podendo abranger um único ou vários ramos de seguro, é:

(a) Grupo.
(b) Apólice de seguro.
(c) Modalidade de seguro.
(d) Cobertura agregada.
(e) Plano de seguro.

20 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 1

[11] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA: Anotações:

I) Se uma seguradora vier a comercializar um seguro com as coberturas


exclusivas do Ramo de Seguro Padronizado de Lucros Cessantes, podemos
dizer que se trata de um plano de seguro simples, porque contempla
exclusivamente coberturas de um único ramo.
II) Plano de seguro composto pode ser entendido como o plano de seguro
que, além das coberturas do ramo principal, contém coberturas agregadas
(ou facultativas) submetidas, em conjunto, à SUSEP para aprovação.
III) Cobertura agregada é entendida como sendo a cobertura de contratação
facultativa em um plano de seguro composto, pertencente a ramo de
seguro distinto do ramo principal.
IV) Plano de seguro é a denominação de cada produto comercializado pelas
seguradoras, podendo abranger um ou mais ramos de seguro.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I e III são proposições verdadeiras.


(b) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

[12] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:

Com exceção do bilhete de seguro, o contrato do seguro necessita de um


instrumento básico para sua celebração. Este instrumento é:

(a) A inspeção do risco.


(b) A apólice de seguro.
(c) A proposta de seguro.
(d) O proponente do seguro.
(e) O segurado.

FIXANDO CONCEITOS 1 21
Fixando Conceitos 1

[13] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA:

Com relação aos instrumentos do contrato de seguro podemos afirmar que:

I) A apólice é o documento emitido pelo segurador que formaliza o contrato


de seguro.
II) O endosso é o documento para processar alterações e o cancelamento
das apólices.
III) A proposta é o documento no qual o proponente declara os elementos
essenciais do interesse e do risco a ser segurado.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.

22 TEORIA GERAL DO SEGURO II


2
CÁLCULO
DO PRÊMIO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Identificar os tipos de prêmio de seguro e entender a sua composição matemática.

UNIDADE 2 23
24 TEORIA GERAL DO SEGURO II
P rêmio é o pagamento efetuado pelo segurado ao segurador, ou seja, é
o custo do seguro.

Para se obter o valor do prêmio do seguro que efetivamente será pago


pelo segurado, parte-se geralmente de dados estatísticos, acrescentam-se as
despesas e o lucro da seguradora, os impostos e os encargos, e obtém-se o
prêmio final, denominado prêmio bruto.

O prêmio do seguro é estabelecido, a partir da incorporação de elementos


distintos, até seu cálculo final, gerando a cada fase um tipo de prêmio,
denominado prêmio estatístico; prêmio puro (que reflete o prêmio
estatístico com um carregamento de segurança); prêmio comercial ou
prêmio tarifário ou prêmio líquido; e prêmio bruto.

Os elementos que compõem o prêmio bruto são: valor matemático do risco,


Atenção
custo médio do sinistro, carregamento comercial, encargos e impostos.
Como foi explicitado no manual de TGS I,
a expressão “prêmio puro” refere-se ao
A primeira etapa do cálculo do prêmio é denominada mensuração do “prêmio estatístico”, acrescido de um
carregamento de segurança, resultante
risco e parte do valor matemático do risco e do custo médio do sinistro
da possível oscilação do VM e/ou do CM,
para se calcular o prêmio estatístico ou prêmio puro. e ambos somente serão numericamente
iguais (PE = PP) quando o carregamento
de segurança for zero, ou seja, quando
Na segunda etapa, acrescenta-se ao prêmio estatístico (ou ao prêmio puro, se
não houver previsão de variação no VM
este já estiver com o carregamento de segurança), o carregamento comercial, e no CM.
e, na terceira etapa, acrescentam-se os encargos e impostos, se existirem.

PRÊMIO ESTATÍSTICO
O prêmio estatístico (PE) é aquele destinado a cobrir o custo estimado dos
prejuízos, sendo determinado pelos seguintes fatores: valor matemático
do risco e custo médio dos sinistros.

O prêmio estatístico (PE) passa a ser denominado de prêmio puro quando a


ele se incorpora um carregamento de segurança, em função de uma previsão
de oscilação no valor matemático do risco ou no custo médio do sinistro, e
reflete a mensuração do risco.

O prêmio estatístico é obtido através do produto do valor matemático do


risco (VM) pelo custo médio do sinistro (CM).

PE = VM × CM

Se houver oscilação no valor matemático do risco e/ou no custo médio do


sinistro, calcula-se o prêmio puro multiplicando-se o novo valor matemático
e/ou custo médio do sinistro, ou seja, já com o carregamento de segurança
adotado pela seguradora.

UNIDADE 2 25
O objetivo do cálculo do prêmio estatístico é se chegar ao valor suficiente
para o pagamento dos eventuais sinistros que vierem a ocorrer, durante a
vigência do seguro.

Demonstração das fórmulas de cálculo

Valor Matemático do Risco (VM)

O valor matemático do risco é uma medida de frequência relativa


de sinistros, obtida pela relação entre o número de sinistros ou eventos
ocorridos e o número de seguros ou riscos pesquisados da amostra de
objetos expostos ao risco, sendo assim representado:
No de Sinistros ou Eventos Ocorridos (NS)
VM =
No de Seguros ou Riscos Pesquisados (NR)

O resultado dessa fórmula poderá ser expresso em percentagem,


bastando multiplicar o resultado por 100.
No de Sinistros ou Eventos Ocorridos (NS)
VM = ( × 100)%
No de Seguros ou Riscos Pesquisados (NR)

Custo Médio do Sinistro

O custo médio do sinistro representa a severidade da totalidade


dos sinistros ocorridos em relação ao número de sinistros ocorridos,
ou seja, é a relação entre o prejuízo total indenizado e o respectivo
número de sinistros:
Prejuízo Total (PT)
CM =
N de Sinistros ou Eventos Ocorridos (NS)
o

Assim, o prêmio estatístico será calculado pela aplicação da seguinte


fórmula:

PE = VM × CM

Se não for informado o número de sinistros da amostra, calcula-se o


prêmio estatístico dividindo-se o prejuízo total pelo número de riscos,
porque:
Prejuízo Total (PT)
PE =
N de Seguros ou Riscos Pesquisados (NR)
o

26 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Aplicação prática

A corretora de seguros Imaginária solicitou a uma seguradora cotação


para a contratação de uma modalidade de seguro e forneceu os
seguintes dados:

• No de Itens da Amostra (Riscos Pesquisados): 3.150

• No de Eventos Ocorridos: 123

• Valor Total dos Prejuízos: R$ 425.250,00

Com base nestes dados, poderemos calcular o valor matemático do


risco, o custo médio do sinistro e o prêmio estatístico.

O primeiro passo é calcular o valor matemático do risco, como


segue:
No de Sinistros ou Eventos Ocorridos (NS)
VM =
No de Seguros ou Riscos Pesquisados (NR)

123
VM = = 0,039047 ou 3,9047% (valor aproximado)
3.150

O segundo passo é calcular o custo médio do sinistro, como segue:


Prejuízo Total (PT)
CM =
N de Sinistros ou Eventos Ocorridos (NS)
o

R$ 425.250,00
CM = = R$ 3.457,34 (valor aproximado)
123

Calculados o valor matemático do risco e o custo médio do sinistro,


calcula-se o prêmio estatístico a partir do produto de ambos, conforme
abaixo:

PE = VM × CM

PE = 3,9047% × R$ 3.457,34 = R$ 135,00 (valor aproximado)

Taxa Estatística
A partir do prêmio estatístico, calculado para uma amostra, é possível calcular
a taxa estatística.

A taxa estatística é a relação percentual entre o prêmio estatístico individual


e a importância segurada individual de cada amostra.

UNIDADE 2 27
Para se calcular a taxa estatística a partir do prêmio estatístico individual,
divide-se o citado prêmio estatístico (PE) pela importância segurada
individual (IS) e multiplica-se o resultado por 100 para representá-lo em
percentagem, como expresso na fórmula:

TE = ( PEIS × 100)%
Exemplo

Uma seguradora decidiu divulgar para suas sucursais a taxa estatística


obtida para seguros de TV de plasma com importância segurada
individual de R$ 6.000,00, com cobertura compreensiva, tomando por
base sua carteira de seguros, composta de 4.680 televisores e prêmio
estatístico individual de R$ 63,60.

Com base nesses dados, a taxa estatística para essa amostra deverá
ser calculada como segue:

TE = ( PEIS × 100) %
TE = ( × 100) % = 1,06%
R$ 63,60
R$ 6.000,00

Quando não se tem o prêmio estatístico individual, mas se conhece o prêmio


estatístico total ou o prejuízo total, calcula-se a taxa estatística, através do
quociente entre o prejuízo total (PT) ou prêmio estatístico total (PET) e o
total das importâncias seguradas (IST), e multiplica-se o resultado por 100
para representá-lo em percentagem, como expresso a seguir:

TE = ( PT (ouISTPET) × 100) %
Essa segunda forma de apuração da taxa estatística é utilizada nos casos
de avaliação da experiência de um conjunto de Seguros de Bens semelhantes
com importâncias seguradas individuais diferentes.

Nesses casos, para se calcular o prêmio estatístico individual, calcula-se


primeiro a taxa estatística (TE) da amostra avaliada e, em seguida, aplica-se a
taxa à importância segurada (IS), como expresso na fórmula:

PE = TE × IS

28 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Exemplo

A partir da amostra de uma carteira de seguros residenciais de um


condomínio fechado com imóveis e coberturas idênticos, porém com
importâncias seguradas diferentes, composta de 60 imóveis do tipo “A”
(IS individual de R$ 50.000,00), 30 imóveis do tipo “B” (IS individual de
R$ 80.000,00) e 20 imóveis do tipo “C” (IS individual de R$ 120.000,00),
que apresentaram um prejuízo total de R$ 46.800,00 no último ano,
a taxa estatística da amostra e o prêmio estatístico para cada tipo de
imóvel, mantendo-se a frequência (VM) e o custo dos sinistros (CM)
sem alteração, serão de:

1. Cálculo da Taxa Estatística

Importância Importância
Tipo de Imóvel Quantidade Segurada Segurada Total
Individual (R$) (R$)
A 60 50.000,00 3.000.000,00
B 30 80.000,00 2.400.000,00
C 20 120.000,00 2.400.000,00
TOTAL 7.800.000,00

TE = ( PT IST× 100)% = ( R$R$46.800,00 × 100


7.800.000,00
)% = 0,6%
A taxa estatística da amostra será de 0,6%.

2. Cálculo dos Prêmios

Prêmio
Prêmio
IS Estatístico
Tipo de Taxa Estatístico Quantidade
Individual Total (R$)
Imóvel (TE) Individual de Imóveis
(R$) (PE × Quant.
(TE × IS)
Imóveis)
A 50.000,00 0,6% 300,00 60 18.000,00
B 80.000,00 0,6% 480,00 30 14.400,00
C 120.000,00 0,6% 720,00 20 14.400,00
TOTAL 46.800,00

Os prêmios estatísticos individuais serão, respectivamente, R$ 300,00


para os imóveis do tipo “A”, R$ 480,00 para os imóveis do tipo “B” e
R$ 720,00 para os imóveis do tipo “C”.

UNIDADE 2 29
PRÊMIO COMERCIAL
O prêmio comercial (PC), prêmio tarifário (PT) ou prêmio líquido (PL) é
aquele que se obtém acrescentando-se ao prêmio estatístico o carregamento
comercial (c), composto dos seguintes elementos:

• despesas administrativas ou gastos de gestão interna (DA);


• despesas de aquisição e produção ou gastos de gestão externa (DP); e
• remuneração do capital empregado ou lucro (R. Cap.).

Calcula-se o prêmio comercial, a partir do prêmio estatístico, com a


fórmula que se segue:
PE
PC = (ou PP, se acrescentado o carregamento de segurança)
1–c

Sendo:

PC = Prêmio Comercial;
PE = Prêmio Estatístico; e
PP = Prêmio Puro (já com o carregamento de segurança).

Nessa fórmula, a letra “c” é o total da soma dos três parâmetros que compõem
o carregamento comercial da seguradora (DA + DP + R. Cap.).

Taxa Comercial
A partir do prêmio comercial calculado para a amostra, é possível calcular a
taxa comercial a ser utilizada em todos os negócios que se enquadrem nas
características da amostra.

A taxa comercial é o percentual correspondente à relação (ou o quociente)


entre o prêmio comercial e a importância segurada.

Para se obter a taxa comercial, divide-se o prêmio comercial (PC) pela


importância segurada individual (IS) e multiplica-se o resultado por 100, para
representá-la em percentagem, como expresso na fórmula:

Taxa Comercial (TC) = ( Importância


Prêmio Comercial (PC)
Segurada (IS)
× 100)%

30 TEORIA GERAL DO SEGURO II


PRÊMIO BRUTO
É o resultado do somatório do prêmio comercial com os encargos e impostos.
É o prêmio que o segurado efetivamente pagará.

Calcula-se o prêmio bruto (PB) acrescentando-se ao prêmio comercial (PC)


os encargos e impostos (quando houver):

• encargos – valores cobrados do segurado, independentemente do prêmio


comercial, prêmio líquido ou prêmio tarifário.

• imposto – o cobrado nas operações do seguro é o Imposto sobre


Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou operações relativas a Títulos
e Valores Mobiliários – IOF.

A fórmula do cálculo do prêmio bruto é:

PB = (PC + encargos) × (1 + IOF), em que a alíquota do IOF, que é


representada em percentagem, é transformada em número decimal.

Os principais encargos cobrados são:

• Custo de emissão (CE) – é o custo cobrado pela seguradora pela emissão


do documento. (Extinto pela Resolução SUSEP 264/12, de 08/10/2012, Observação
ad referendum do CNSP, para seguros emitidos a partir de 01/01/2013, Há vários encargos que poderão ser
com exceção apenas do seguro DPVAT, de que será cobrado o valor de cobrados pelas seguradoras, como os
juros de parcelamento, o custo de
R$ 4,15 a título de custo da emissão da cobrança da apólice ou bilhete.) cadastro e o acompanhamento
de crédito (características dos Seguros de
• Custo de cadastro – valor cobrado pelas seguradoras, relativo a custos Crédito, Garantia e outros).
de análise ou manutenção de cadastro do segurado.
Exemplo: nos Seguros de Fiança Locatícia, as seguradoras cobram uma
taxa para consultar a situação creditícia do segurado, a fim de se decidir
sobre a aceitação ou não do risco.

• Adicional de Fracionamento – AF (utilizado somente quando o seguro


é pago parcelado) – o fracionamento do prêmio é usualmente admitido
mediante cobrança de um adicional de fracionamento, que são os juros
cobrados, quando o seguro é pago parceladamente, aplicado sobre o
prêmio líquido.
No pagamento parcelado do seguro, a cobrança do adicional de
fracionamento deve observar as seguintes condições básicas:

– o vencimento da última prestação não pode ultrapassar o 30o dia que


anteceder a data de vencimento da apólice; e
– o IOF incide sobre o valor de cada parcela e sobre o adicional de
fracionamento e outros encargos, se houver.

O cálculo de cada parcela do prêmio fracionado se faz aplicando ao prêmio


líquido (ou prêmio comercial ou prêmio tarifário) o coeficiente indicado
pelas seguradoras, acrescentando-se o respectivo IOF a todas as parcelas.

• Imposto sobre Operações Financeiras – IOF


De acordo com o Título IV, do Decreto 6.306, de 14/12/2007, com os
respectivos ajustes feitos por outros documentos legais, tratando da forma
de aplicação e alíquotas do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio
e Seguro ou Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF), o
IOF incide sobre as operações de seguro.

UNIDADE 2 31
A expressão “operações de seguro”, segundo o citado decreto, compreende
Seguros de Vida e congêneres, Seguro de Acidentes Pessoais e do Trabalho,
Seguros de Bens, Valores, Coisas e outros não especificados (Decreto-Lei 1.783,
de 1980, art. 1o, incisos II e III).

De acordo com o citado decreto, a alíquota do IOF é de 25% (Lei 9.718, de


27 de novembro de 1998, art. 15), estando, entretanto, reduzida atualmente
para as seguintes alíquotas:

Alíquota Operações
I. de resseguro;
II. obrigatório, vinculado a financiamento de imóvel habitacional,
realizado por agente do Sistema Financeiro da Habitação;
III. de crédito à exportação e de transporte internacional de mercadorias;
IV. contratado no Brasil, referente à cobertura de riscos relativos ao
0 (Zero) lançamento e à operação dos satélites Brasilsat I e II;
V. em que o valor dos prêmios seja destinado ao custeio dos planos de
seguro de vida com cobertura por sobrevivência;
VI. Seguro Aeronáutico e Seguro de Responsabilidade Civil pago por
transportador aéreo; e
VII. Seguro de Garantia.
Medida importante para Nas operações de seguro de vida e congêneres, de acidentes pessoais e do
o mercado de seguro trabalho, incluídos os seguros obrigatórios de danos pessoais causados
0,38%
O Decreto 7.787, de 15 de agosto de 2012, por veículos automotores de vias terrestres (DPVAT) e por embarcações,
determinou que os seguros de garantia ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não (DPEM);
com apólices emitidas a partir de 16 de
novembro de 2012 também terão zeradas 2,38% Nas operações de seguros privados de assistência à saúde.
suas alíquotas de IOF.
7,38% Nas demais operações de seguro.
I. em que o segurado seja a entidade binacional Itaipu (art. XII do
Tratado promulgado pelo Decreto 72.707, de 1973);
II. contratada pelos executores do Gasoduto Brasil-Bolívia, diretamente
ou por intermédio de empresas especialmente por eles selecionadas
para esse fim, obedecidas as condições previstas no Acordo entre os
Governos da República Federativa do Brasil e da República da Bolívia
(Acordo promulgado pelo Decreto 2.142, de 1997, art. 1o);
III. rural (Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, art. 19);
IV. em que os segurados sejam missões diplomáticas e repartições
consulares de carreira (Convenção de Viena sobre Relações Consulares
promulgada pelo Decreto 61.078, de 1967, art. 32, e Decreto 95.711,
de 1988, art. 1o);
V. contratada por funcionário estrangeiro de missão diplomática ou
representação consular (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
promulgada pelo Decreto 56.435, de 8 de junho de 1965, art. 34).
§ 1o O disposto nos incisos IV e V não se aplica aos consulados e
Importante Isentos
cônsules honorários (Convenção de Viena sobre Relações Consulares
Por ser um custo adicional, outro encargo
promulgada pelo Decreto 61.078, de 1967, art. 58).
que é utilizado no Mercado de Seguros, § 2o O disposto no inciso V não se aplica aos funcionários estrangeiros
mas que não compõe o prêmio bruto, é que tenham residência permanente no Brasil (Convenção de Viena
o custo de cadastro, por ser cobrado à sobre Relações Diplomáticas promulgada pelo Decreto 56.435, de
parte pelas seguradoras em situações de 1965, art. 37, e Convenção de Viena sobre Relações Consulares
seguros específicos. promulgada pelo Decreto 61.078, de 1967, art. 71).
§ 3o Os membros das famílias dos funcionários mencionados no inciso
• custo de cadastro – valor cobrado V, desde que com eles mantenham relação de dependência econômica
pelas seguradoras, relativo a custos e não tenham residência permanente no Brasil, gozarão do tratamento
de análise ou manutenção de cadastro estabelecido neste artigo (Convenção de Viena sobre Relações
do segurado. Diplomáticas promulgada pelo Decreto 56.435, de 1965,
Exemplo: nos Seguros de Fiança art. 37, e Convenção de Viena sobre Relações Consulares promulgada
Locatícia, as seguradoras cobram uma pelo Decreto 61.078, de 1967, art. 71).
taxa para consultar a situação creditícia § 4o O tratamento estabelecido neste artigo aplica-se, ainda, aos
do segurado para se decidirem sobre a organismos internacionais e regionais de caráter permanente de que o
aceitação ou não do risco. Brasil seja membro e aos funcionários estrangeiros de tais organismos,
nos termos dos acordos firmados (Lei 5.172, de 1966, art. 98).
Nestes seguros, o custo total do seguro
para o segurado é o somatório do custo de
cadastro com o prêmio bruto do seguro. Esse imposto (IOF) incide sobre todas as parcelas que compõem o prêmio
bruto; logo, suas alíquotas incidem sobre o prêmio comercial e encargos.

32 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Aplicação prática

Um Seguro de Responsabilidade Civil Geral em que o prêmio líquido


à vista foi de R$ 120.000,00, e a alíquota de IOF igual a 7,38% foi
parcelado em sete vezes, tendo a seguradora adotado os seguintes
coeficientes de fracionamento do prêmio:

• 2 parcelas 0,5024
• 3 parcelas 0,3365
• 4 parcelas 0,2536
• 5 parcelas 0,2038
• 6 parcelas 0,1706
• 7 parcelas 0,1469

Como o segurado optou pelo fracionamento em sete vezes, cujo


coeficiente é de 0,1469, os passos para o cálculo das parcelas
do prêmio bruto a serem adotados pela seguradora serão os
seguintes:

a) o valor de cada parcela, com o adicional de fracionamento, será obtido


pelo produto do coeficiente, previsto anteriormente, pelo prêmio
líquido (ou comercial ou tarifário):

0,1469 × R$ 120.000,00 = R$ 17.628,00

b) logo, em relação ao prêmio líquido (ou comercial ou tarifário), com


o respectivo adicional de fracionamento ou juros, teremos sete
parcelas de R$ 17.628,00:

7 × R$ 17.628,00 = R$ 123.396,00

c) o adicional de fracionamento ou juro total incorporado ao prêmio


líquido (ou comercial ou tarifário) para chegar ao prêmio bruto
será de:

R$ 123.396,00 – R$ 120.000,00 = R$ 3.396,00

d) as parcelas do prêmio bruto ficarão assim definidas:

Sete parcelas de:


R$ 17.628,00 (parcela do prêmio líquido com o respectivo adicional
de fracionamento) + R$ 1.300,95 (IOF correspondente a 7,38%
da parcela do prêmio líquido com o respectivo adicional de
fracionamento) = R$ 18.928,95.

UNIDADE 2 33
e) O prêmio bruto será de R$ 132,502,65 calculado pelo número
de parcelas multiplicado pelo valor de cada parcela (acrescida do
adicional de fracionamento e IOF), como segue:

PB = número de parcelas × [(valor da parcela com adicional) ×


(1 + IOF)]
PB = 7 × [17.628,00 x 1,0738]
PB = 7 × 18.928,95
PB = 132.502,65

Aplicação prática

Cálculo do Prêmio Bruto

Uma companhia de seguros decidiu incrementar sua produção,


lançando um produto inédito no mercado, classificado como uma
modalidade do Ramo Riscos Diversos.

Para estabelecer o prêmio estatístico, a seguradora analisou uma


amostra de objetos idênticos e obteve os seguintes dados:

• no de objetos da amostra 2.000


• no de eventos ocorridos 1.300
• valor total indenizado R$ 500.000,00

Para comercializar esse novo produto, a seguradora terá que incluir o


seguinte carregamento comercial:

• despesas administrativas 18% ou 0,18


• despesas de produção 28% ou 0,28
• lucro 4% ou 0,04

Qual será o valor do prêmio bruto dessa amostra, parcelado em três


vezes, sabendo-se que o adicional de fracionamento é de R$ 4,75?

1o Passo: Cálculo do Prêmio Estatístico a partir dos dados da


amostra

PE = VM × CM
1.300 500.000,00
Logo: PE = × = 250,00
2.000 1.300

2o Passo: Cálculo do Carregamento Comercial (“c”)

c = DA + DP + RC (ou lucro)

c = 0,18 + 0,28 + 0,04 = 0,50

34 TEORIA GERAL DO SEGURO II


3o Passo: Cálculo do Prêmio Comercial (PC)
PE 250,00
PC = = = 500,00
1 – 0,50 0,50

4o Passo: Cálculo do Prêmio Bruto

PB = (PC + encargos) × (1 + IOF)

O IOF é de 7,38% ou 0,0738, por tratar-se de Seguro de Ramos


Elementares (Riscos Diversos).

Logo:
PB = (500,00 + 4,75) × (1 + 0,0738)
PB = 504,75 × 1,0738 =
PB = R$ 542,00

Na prática, as seguradoras, a partir dos prêmios comerciais, tarifários ou


líquidos, elaboram tabelas de taxas, denominadas tarifas, para facilitar a
comercialização dos seguros pelos corretores. Neste caso, basta aplicar a taxa
indicada pela seguradora ao valor da importância segurada, estabelecida pelo
segurado, para se chegar, inicialmente, ao prêmio líquido e, posteriormente,
ao prêmio bruto, como veremos no exemplo a seguir.

Exemplo

1. Se a taxa para o seguro de serras elétricas fixas e outros equipamentos


similares no Ramo Riscos Diversos – Modalidade Equipamentos
Estacionários da Seguradora Imaginária é de 0,45% ao ano, e uma
marcenaria possui duas serras, uma com a importância segurada
de R$ 138.000,00 e a outra com a importância segurada de
R$ 260.000,00, os respectivos prêmios líquidos anuais serão de:

• 1a serra elétrica:
Prêmio Líquido = IS × taxa
PL = R$ 138.000,00 × 0,45% = R$ 621,00

• 2a serra elétrica:
Prêmio Líquido = IS × taxa
PL = R$ 260.000,00 × 0,45% = R$ 1.170,00

Para o cálculo do prêmio bruto desse seguro, somam-se os dois prêmios


líquidos, acrescentam-se os encargos (adicional de fracionamento),
se houver, e, finalmente, os impostos (atualmente, aplica-se o IOF,
cuja alíquota para esse ramo de seguro é de 7,38%).

UNIDADE 2 35
Prêmio Bruto = (PC + encargos) × (1 + IOF), ou seja:
PB = (621,00 + 1.170,00) × (1 + 0,0738)
PB = 1.791,00 × 1,0738
PB = 1.923,18

O prêmio bruto a ser pago à vista pelo segurado será de


R$ 1.923,18.

2. Se a taxa para um seguro de empilhadeiras no Ramo Riscos


Diversos – Modalidade Equipamentos Móveis é de 1,76% ao ano,
e uma empresa possui duas empilhadeiras, uma com a importância
segurada de R$ 62.000,00 e a outra com a importância segurada
de R$ 37.000,00, os respectivos prêmios líquidos anuais serão de:

• 1a empilhadeira:
Prêmio Líquido = IS × taxa
PL = R$ 62.000,00 × 1,76% = R$ 1.091,20

• 2a empilhadeira:
Prêmio Líquido = IS × taxa
PL = R$ 37.000,00 × 1,76% = R$ 651,20

Para o cálculo do prêmio bruto desse seguro, somam-se os


dois prêmios líquidos, acrescentam-se os encargos (adicional de
fracionamento), se houver, e, finalmente, os impostos (atualmente,
aplica-se o IOF, cuja alíquota para esse ramo de seguro é de
7,38%).

Prêmio Bruto = (PC + encargos) × (1 + IOF), ou seja:


PB = (1.091,20 + 651,20) × (1 + 0,0738)
PB = 1.742,40 × 1,0738
PB = 1.870,99

O prêmio bruto a ser pago à vista pelo segurado será de


R$ 1.870,99.

Assim, como há situações em que a alíquota do IOF é zero, também há situações


sem encargos a cobrar.

36 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Vejamos, a seguir, um cálculo sem encargos e com IOF zero:

Exemplo

Para um Seguro Multirrisco contratado sem encargos, a seguradora


estabeleceu um prêmio líquido anual de R$ 260,00. Sendo a alíquota
do IOF zero, o prêmio bruto para tal seguro será de:

PB = (PC + encargos) × (1 + IOF); logo, como os encargos e o IOF


são nulos, temos que:

PB = PC × (1 + IOF), ou seja:

PB = R$ 260,00 × 1
PB = R$ 260,00

PRAZO DE VIGÊNCIA DO SEGURO


De um modo geral, o prazo de vigência de um contrato de seguro é de 1
ano. Entretanto, nada impede que sejam contratados seguros com prazos Comentário
inferiores ou superiores a 1 ano, dependendo das normas específicas de A Circular SUSEP 251, de 15/04/2004,
estabelece que as apólices, os
cada ramo. certificados de seguro e os endossos
terão seu início e término de vigência
O custo do seguro é calculado em função desse prazo. às 24 horas das datas para tal fim neles
indicadas, ressalvados os Seguros de
Danos garantidos por apólices coletivas

Seguro a Prazo Curto e aqueles sujeitos à averbação, os quais


possuem condições específicas.

É o seguro contratado por prazo inferior a 1 ano, desde que não haja
restrição técnica específica. O prêmio é calculado em função de uma tabela
de prazo curto que majora, em termos relativos, o valor dos prêmios em
relação ao prêmio anual.

A Tabela de Prazo Curto é utilizada quando não existe justificativa plausível


para a redução de prazo normalmente utilizado nos seguros. Com isso, as
seguradoras procuram inibir a tentativa de contratação de seguros somente
para períodos em que o proponente acredita existir maior possibilidade
de ocorrência de sinistros.
Exemplo: colheitadeira segurada apenas na época da safra.

UNIDADE 2 37
Para se calcular o prêmio do seguro a prazo curto, utiliza-se uma tabela
como a seguinte, divulgada pela Circular SUSEP 256, de 16/06/2004:

% do Prêmio
Prazo (até)
Líquido Anual

15 dias 13

30 dias 20

45 dias 27

60 dias 30

75 dias 37

90 dias 40

105 dias 46

120 dias 50

135 dias 56

150 dias 60

165 dias 66

180 dias 70

195 dias 73

210 dias 75

225 dias 78

240 dias 80

255 dias 83

270 dias 85

285 dias 88

300 dias 90

315 dias 93

330 dias 95

345 dias 98

365 dias 100

Os percentuais correspondentes aos prazos registrados na tabela devem ser


aplicados ao valor do prêmio anual do seguro.

Para percentuais diferentes da tabela, adotam-se os percentuais imediatamente


inferiores.

38 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Exemplo

Assim, se o prêmio anual é de R$ 36.000,00, num seguro a prazo


curto de 90 dias, o prêmio a ser cobrado será:

90 dias 40% de R$ 36.000,00 = R$ 14.400,00

Note-se que o prêmio de seguro a prazo curto não é proporcional


à sua vigência. Se fosse, deveria ser cobrado:

R$ 36.000,00
90 × = R$ 8.876,00
365

Logo, o prêmio a prazo curto majora de forma relativa o prêmio


anual nos casos em que a vigência for inferior a 1 ano.

Taxa de Seguro a Prazo Curto


Para calcular a taxa de um seguro a prazo curto de 150 dias, cuja taxa anual
é de 6%, adota-se o seguinte procedimento: Comentário
A majoração, consequente da aplicação da
Tabela de Prazo Curto, justifica-se pela
150 dias 60% de 6% = 3,6% maior despesa administrativa, própria
a esse tipo de seguro, e pela sua maior
exposição ao risco.
Prêmio de Seguro Pro Rata Temporis
(em Proporção ao Tempo)
Em alguns casos, para atender a condições justificadas tecnicamente, o cálculo
do prêmio de um seguro, com prazo inferior a 1 ano, pode ser efetuado sem
a aplicação da Tabela de Prazo Curto. Neste caso, diz-se que o prêmio foi
calculado na base pro rata temporis.

Entende-se por prêmio pro rata temporis o prêmio cobrado por um


determinado prazo de seguro, calculado proporcionalmente ao custo anual
desse seguro.

Algumas vezes, durante a vigência de um contrato de seguro, ocorrem


alterações que modificam o valor do prêmio devido pelo segurado.
Nestes casos, ou em outros previstos em normas, o cálculo do prêmio a devolver
ou a cobrar é feito na base pro rata temporis, isto é, proporcionalmente aos
365 dias do ano, não havendo majoração da taxa. Exemplo
Dados da apólice:
Geralmente, o prêmio na base pro rata temporis é assim calculado:
• Importância Segurada: R$ 300.000,00
• Taxa Anual: 1%
• Prazo: 120 dias

IS × t × N Cálculo do prêmio pro rata temporis


Prêmio do Seguro =
365 para 120 dias:

IS = Importância Segurada; Prêmio = R$ 300.000 × 1% × 120


t = taxa anual do seguro; e pro rata
365
N = número de dias de vigência do seguro. = R$ 986,30

UNIDADE 2 39
Relembramos que, para facilitar a contagem de dias para o cálculo do prêmio
pro rata temporis, pode ser utilizada a tabela que segue, composta de dois
quadros de dupla entrada:

NÚMEROS INDICATIVOS DOS MESES NÚMEROS INDICATIVOS DOS MESES

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 1 32 60 91 121 152 182 213 244 274 305 335 366 397 425 456 486 517 547 578 609 639 670 700
2 2 33 61 92 122 153 183 214 245 275 306 336 367 398 426 457 487 518 548 579 610 640 671 701
3 3 34 62 93 123 154 184 215 246 276 307 337 368 399 427 458 488 519 549 580 611 641 672 702
4 4 35 63 94 124 155 185 216 247 277 308 338 369 400 428 459 489 520 550 581 612 642 673 703
5 5 36 64 95 125 156 186 217 248 278 309 339 370 401 429 460 490 521 551 582 613 643 674 704
6 6 37 65 96 126 157 187 218 249 279 310 340 371 402 430 461 491 522 552 583 614 644 675 705
7 7 38 66 97 127 158 188 219 250 280 311 341 372 403 431 462 492 523 553 584 615 645 676 706
8 8 39 67 98 128 159 189 220 251 281 312 342 373 404 432 463 493 524 554 585 616 646 677 707
9 9 40 68 99 129 160 190 221 252 282 313 343 374 405 433 464 494 525 555 586 617 647 678 708
NÚMEROS REPRESENTATIVOS DOS DIAS DO MÊS

10 10 41 69 100 130 161 191 222 253 283 314 344 375 406 434 465 495 526 556 587 618 648 679 709
11 11 42 70 101 131 162 192 223 254 284 315 345 376 407 435 466 496 527 557 588 619 649 680 710
12 12 43 71 102 132 163 193 224 255 285 316 346 377 408 436 467 497 528 558 589 620 650 681 711
13 13 44 72 103 133 164 194 225 256 286 317 347 378 409 437 468 498 529 559 590 621 651 682 712
14 14 45 73 104 134 165 195 226 257 287 318 348 379 410 438 469 499 530 560 591 622 652 683 713
15 15 46 74 105 135 166 196 227 258 288 319 349 380 411 439 470 500 531 561 592 623 653 684 714
16 16 47 75 106 136 167 197 228 259 289 320 350 381 412 440 471 501 532 562 593 624 654 685 715
17 17 48 76 107 137 168 198 229 260 290 321 351 382 413 441 472 502 533 563 594 625 655 686 716
18 18 49 77 108 138 169 199 230 261 291 322 352 383 414 442 473 503 534 564 595 626 656 687 717
19 19 50 78 109 139 170 200 231 262 292 323 353 384 415 443 474 504 535 565 596 627 657 688 718
20 20 51 79 110 140 171 201 232 263 293 324 354 385 416 444 475 505 536 566 597 628 658 689 719
21 21 52 80 111 141 172 202 233 264 294 325 355 386 417 445 476 506 537 567 598 629 659 690 720
22 22 53 81 112 142 173 203 234 265 295 326 356 387 418 446 477 507 538 568 599 630 660 691 721
23 23 54 82 113 143 174 204 235 266 296 327 357 388 419 447 478 508 539 569 600 631 661 692 722
24 24 55 83 114 144 175 205 236 267 297 328 358 389 420 448 479 509 540 570 601 632 662 693 723
25 25 56 84 115 145 176 206 237 268 298 329 359 390 421 449 480 510 541 571 602 633 663 694 724
26 26 57 85 116 146 177 207 238 269 299 330 360 391 422 450 481 511 542 572 603 634 664 695 725
27 27 58 86 117 147 178 208 239 270 300 331 361 392 423 451 482 512 543 573 604 635 665 696 726
28 28 59 87 118 148 179 209 240 271 301 332 362 393 424 452 483 513 544 574 605 636 666 697 727
29 29 88 119 149 180 210 241 272 302 333 363 394 453 484 514 545 575 606 637 667 698 728
30 30 89 120 150 181 211 242 273 303 334 364 395 454 485 515 546 576 607 638 668 699 729
31 31 90 151 212 243 304 365 396 455 516 577 608 669 730

Obs.: As setas ajudam no acompanhamento das hipóteses apresentadas a seguir.

Para a utilização da tabela, são consideradas duas hipóteses:

1a hipótese – o início e o término de vigência do seguro estão contidos num


mesmo ano.
Exemplo: de 10/03/2011 a 20/09/2011.

Nesse caso, utiliza-se somente o primeiro quadro e procede-se da seguinte


forma:

1. sendo a data do término da vigência 20/09/2011, busca-se na coluna


vertical da tabela o dia 20 e, na horizontal, o mês 9, obtendo-se, no primeiro
quadro, o número 263 (acompanhe na tabela a seta ); e

2. sendo a data do início da vigência, obtém-se, no mesmo quadro, de forma


análoga, o número 69.

40 TEORIA GERAL DO SEGURO II


A diferença entre os números encontrados é o número exato de
dias contidos no prazo do seguro:

263 – 69 = 194 dias

2a hipótese – o início e o término de vigência estão em anos consecutivos.


Exemplo: de 30/07/2011 a 23/02/2012.

Nesse caso, utiliza-se o segundo quadro para término, obtendo-se o número


419, e o primeiro quadro para o início, obtendo-se o número 211 (acompanhe
na tabela a seta ).

A diferença entre os números encontrados é o número exato de Lembrete


dias contidos no prazo do seguro: Deve-se adicionar 1 ao resultado do cálculo
do número de dias quando o período de
vigência compreender o dia 29/02, como
419 – 211 = 208 dias em todos os anos bissextos.

Prêmio de Seguro a Prazo Longo (Plurianual)


No seguro contratado por prazo superior a 1 ano, utiliza-se uma Tabela de
Prazo Longo que diminui, em termos relativos, o valor do prêmio em relação
ao prêmio anual.

O Seguro a Prazo Longo só pode ser contratado pelo prazo máximo de


cinco anos.

UNIDADE 2 41
Para calcular o prêmio do seguro a prazo longo, utiliza-se também uma tabela,
como, por exemplo, a que segue:

Tabela de Prazo Longo


Prazo em meses % Prazo em meses %

13 108 37 278

14 116 38 284

15 124 39 291

16 132 40 297

17 140 41 303

18 147 42 309

19 155 43 315

20 162 44 321

21 169 45 327

22 176 46 333

23 183 47 338

24 (2 anos) 190 48 (4 anos) 344

25 197 49 350

26 205 50 356

27 212 51 362

28 219 52 367

29 226 53 373

30 233 54 379

31 239 55 384

32 246 56 389

33 252 57 394

34 259 58 400

35 265 59 405

36 (3 anos) 271 60 (5 anos) 410

A Tabela de Prazo Longo é utilizada de forma análoga à de Prazo Curto.

Taxa de Seguro de Prazo Longo


Para calcular a taxa de um seguro a prazo longo de 24 meses, com taxa anual
de 6%, adota-se o seguinte procedimento:

24 meses 190% de 6% = 11,4%

Se a taxa cobrada para 24 meses é de 11,4%, a taxa anual equivalente seria


Comentário de 11,4% ÷ 2 = 5,7%, registrando-se a diminuição da taxa anual de 6%
A Tabela de Prazo Longo determina a
redução das despesas administrativas e
para 5,7%.
pulveriza o risco de forma mais eficaz.

42 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 2

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] O prêmio tarifário, com um carregamento comercial de 20%, para uma
amostra de 2.532 Seguros Aeronáuticos, que geraram um total de indenização
de R$ 63.933.000,00, em 31 sinistros liquidados, será de:

(a) R$ 5.050,00
(b) R$ 20.200,00
(c) R$ 25.250,00
(d) R$ 30.300,00
(e) R$ 31.562,50

[2] A taxa estatística de uma amostra de 500 seguros de objetos idênticos,


considerando-se que o valor de cada objeto é de R$ 25.000,00 e que o prêmio
estatístico é de R$ 100,00, é:

(a) 0,04%
(b) 0,40%
(c) 0,45%
(d) 0,48%
(e) 4,00%

[3] Durante o prazo de vigência de um Seguro de Incêndio ocorreram 425


sinistros, resultando em prejuízo individual de R$ 200,00, numa amostra de
1.000 riscos idênticos. O seguro, pago à vista, foi contratado sem encargos, e o
carregamento comercial foi de 25%, sendo 6% para despesas administrativas,
10% para despesas de produção e 9% para remuneração de capital.
Considerando-se um IOF de 7,38%, o prêmio bruto desse seguro é de:

(a) R$ 85,00
(b) R$ 106,25
(c) R$ 113,69
(d) R$ 121,69
(e) R$ 234,00

FIXANDO CONCEITOS 2 43
Fixando Conceitos 2

[4] Em uma cidade com 10.000 residências, registraram-se, ao longo de 1


Anotações: ano, 10 incêndios, sendo que cinco desses incêndios geraram prejuízos de
R$ 50.000,00 cada um, e os outros cinco, prejuízos de R$ 200.000,00 cada.
Com base nessas informações, o prêmio estatístico será de:

(a) R$ 25,00
(b) R$ 110,00
(c) R$ 125,00
(d) R$ 250,00
(e) R$ 625,00

[5] O prêmio comercial é obtido acrescentando-se:

(a) Ao prêmio estatístico, despesas administrativas, despesas com regulação


de sinistros e remuneração de capital.
(b) Ao prêmio estatístico, despesas administrativas, despesas de produção
e remuneração do capital empregado.
(c) Ao prêmio líquido, remuneração do capital empregado, percentual
de sinistro esperado e despesas administrativas.
(d) Ao prêmio líquido, despesas com produção, despesas com pessoal,
cessão de resseguro e sinistros pagos.
(e) Ao prêmio puro, despesas com regulação de sinistros, remuneração
de capital, despesas de aquisição e gastos de gestão externa.

[6] A razão entre o prejuízo total e o número de riscos segurados representa


a (o):

(a) Taxa estatística.


(b) Valor matemático do risco.
(c) Custo médio por sinistro.
(d) Probabilidade de ocorrência do sinistro.
(e) Prêmio estatístico.

[7] Utilizando a tabela pro rata, calcule o prêmio líquido considerando os


dados abaixo:

Importância Segurada: R$ 5.000.000,00


Taxa: 0,12%
Vigência do Seguro: de 01/12/2008 a 24/05/2009 (174 dias)

(a) R$ 944,00
(b) R$ 2.380,20
(c) R$ 2.860,27
(d) R$ 3.280,50
(e) R$ 6.000,00

44 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 2

[8] Uma seguradora procedeu a um estudo para o lançamento de um seguro


no Ramo Riscos Diversos para cobrir as franquias de uma frota de 100.000 Anotações:
automóveis, dentre os quais 2.800 veículos sofreram colisão e/ou abalroamento
com prejuízo acima da franquia, que era de R$ 600,00 para cada veículo.

A seguradora, após a análise dos dados acima, acrescentou um carregamento


comercial de 60% e aplicou o IOF de 7,38%, chegando ao prêmio bruto de:

(a) R$ 42,14
(b) R$ 43,33
(c) R$ 45,10
(d) R$ 71,50
(e) R$ 82,92

[9] Ao proceder à análise do resultado anual de sua carteira de Seguros


de Automóveis, composta de uma frota de 12.100 veículos idênticos, uma
seguradora encontrou os seguintes resultados:

• 250 sinistros de roubo com prejuízo total indenizado de R$ 3.250.000,00;


• 26 sinistros de incêndio com prejuízo total indenizado de R$ 389.000,00; e
• 450 sinistros de colisão e outros danos com prejuízo total indenizado de
R$ 718.936,00.

Presumindo que todos os seguros venham a ser renovados nessa seguradora,


o prêmio bruto a ser cobrado por ela, que tem suas despesas administrativas
em torno de 19%, gastos com a produção de 28%, lucro da ordem de 5% e
IOF de 7,38%, será de:

(a) R$ 616,88
(b) R$ 649,96
(c) R$ 805,29
(d) R$ 805,70
(e) R$ 870,12

FIXANDO CONCEITOS 2 45
Fixando Conceitos 2

MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S)


Anotações:
[10] O Valor Matemático do Risco é uma medida de ______________________
e é encontrado através do quociente do ________________ pela(o)
________________________.

(a) frequência relativa / prêmio / importância segurada


(b) severidade dos sinistros / prêmio / importância segurada
(c) severidade dos sinistros / prejuízo total / número de sinistros ocorridos
(d) frequência relativa / número de riscos pesquisados / número de sinistros
ocorridos
(e) frequência relativa / número de sinistros ocorridos / número de riscos
pesquisados

[11] O prêmio comercial, também denominado, ___________________ é aquele


que é obtido acrescentando-se ao prêmio estatístico três parâmetros: gastos
de gestão interna, gastos de gestão externa e ____________________.

(a) prêmio líquido / risco


(b) prêmio estatístico / custo médio
(c) prêmio total / custo de apólice
(d) prêmio puro / valor matemático
(e) prêmio tarifário / remuneração de capital

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[12] Em uma amostra de 10.000 objetos idênticos, foi encontrado o prêmio


estatístico de R$ 800,00. Sendo a importância segurada de R$ 50.000,00
para cada seguro dos objetos constantes da amostra, a taxa estatística desses
seguros corresponde a:

(a) 0,8%
(b) 1,6%
(c) 1,62%
(d) 1,8%
(e) 2,0%

[13] Sabendo que, em um seguro do Ramo Incêndio, a taxa anual é de 0,12%,


a importância segurada é de R$ 2.200.000,00, o IOF é de 7,38%, devendo o
prêmio ser pago à vista, o prêmio bruto será de:

(a) R$ 2.640,00
(b) R$ 2.700,00
(c) R$ 2.754,00
(d) R$ 2.824,80
(e) R$ 2.834,83

46 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 2

[14] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA: Anotações:

Com relação aos prazos do seguro, podemos afirmar que:

I) A Circular SUSEP 251, de 14/04/2004, estabelece que as apólices, os


certificados de seguro e os endossos terão seu início e término de vigência
às 24 horas das datas para tal fim neles indicadas, ressalvados os Seguros
de Danos garantidos por apólices coletivas e aqueles sujeitos à averbação,
os quais possuem condições específicas.
II) O Seguro a Prazo Longo pode ser contratado pelo prazo máximo de
cinco anos.
III) A tabela de cálculo do prêmio para Seguro a Prazo Curto majora, em
termos relativos, o valor dos prêmios em relação ao prêmio anual.
IV) Para percentuais diferentes da Tabela de Prazo Curto, recomenda-se que
se adotem os percentuais imediatamente superiores.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.

[15] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:

A taxa pura de uma amostra de 500 seguros de objetos idênticos, considerando-se


que o valor de cada objeto é de R$ 25.000,00 e que o Prêmio Estatístico, que
inicialmente foi composto de um VM de 0,025 e um CM de R$ 12.000,00, foi
ajustado com um carregamento de segurança correspondente a 110% do VM
inicial e com uma redução correspondente a 85% do CM inicial, é de:

(a) 1,12%
(b) 1,20%
(c) 1,38%
(d) 1,42%
(e) 1,43%

FIXANDO CONCEITOS 2 47
48 TEORIA GERAL DO SEGURO II
3
PROCESSO
DE SINISTRO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Distinguir as etapas do processo de sinistro.
• Reconhecer cada fator que integra as variáveis na formação do prêmio de seguro.
• Compreender o que é franquia e distinguir as modalidades de franquia.

UNIDADE 3 49
50 TEORIA GERAL DO SEGURO II
O
processo de sinistro baseia-se no levantamento e na coleta de um
conjunto de documentos necessários para que se possa regular e
liquidar o respectivo sinistro.

É o meio pelo qual se examinam a cobertura, os procedimentos, o cálculo


da indenização e a documentação.

O sinistro é a manifestação concreta do risco que é previsto no contrato


de seguro e ocasiona prejuízo ou responsabilidade. O sinistro somente terá
amparo técnico, se previsto no contrato do seguro.

ETAPAS DO PROCESSO DE SINISTRO


Nos sinistros de bens, geralmente o processo de sinistro abrange três
etapas de operações interdependentes: a apuração de danos; a regulação;
e a liquidação.

Apuração de Danos
Consiste basicamente no levantamento da causa, natureza e extensão do
sinistro.
Exemplo: um acidente rodoviário ou de navegação, incêndio em um imóvel,
arrombamento seguido de furto e a colisão de um veículo. Comentário
Em casos de perda total, pode ou não ser
cabível a vistoria.
Dependendo da natureza da ocorrência, a apuração dos danos pode ser feita
através de vistorias, registros policiais ou outras formas. No caso de ser causada por extravio de
volumes inteiros e furto ou roubo total,
por exemplo, a vistoria do objeto perdido
Uma das formas mais utilizadas é a vistoria, definida como o ato de ver, é impossível, pois não é possível vistoriar
constatando-se os prejuízos por meio de exame do objeto sinistrado. algo que desapareceu.

Regulação
A etapa da regulação destina-se a permitir à seguradora analisar o relatório
ou certificado de vistoria, solicitando informações e/ou documentos
complementares ao segurado ou ao vistoriador, se for o caso, visando à
decisão quanto à liquidação do sinistro.

Na regulação, é feita a análise dos documentos relativos ao risco, ao seguro


e ao sinistro para fins de levantamento dos prejuízos indenizáveis.

A regulação tem por objetivo verificar se o sinistro está ou não coberto e


definir, em caso de indenização, quem será o beneficiário e qual o valor da
indenização.

Nessa etapa, a seguradora faz as seguintes verificações, conforme o caso:

• se há coerência entre as informações contidas nos documentos do seguro,


nota fiscal, conhecimentos de embarque, laudos periciais;

• se foram cumpridos ou não os prazos para entrega das averbações,


pagamento do prêmio e protesto contra o causador do sinistro;

UNIDADE 3 51
• se a natureza do sinistro tem cobertura do seguro, observadas as
condições/garantias da apólice; e

• se há viabilidade de ressarcimento contra os terceiros responsáveis pelo


sinistro.

O ressarcimento é a busca do reembolso feita pela seguradora, no caso de


uma indenização paga ao segurado, em consequência de um evento danoso
provocado por terceiros.

É o exercício de direitos nos quais a seguradora se sub-roga, quando paga


uma indenização ao seu segurado, por sinistro causado por terceiros.

A sub-rogação de direitos está prevista no Código Civil Brasileiro, com a


seguinte redação:

“Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se nos limites


do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado
contra o autor do dano.

§ 1o Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado


pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes,
consanguíneos ou afins.

§ 2o É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em


prejuízo do segurador, os direitos a que se refere este artigo.”

Nos Seguros de Pessoas, a sub-rogação de direitos é vedada pelo art.


800 do Código Civil Brasileiro.

Após ser calculada a indenização devida, é elaborado o relatório da regulação,


que deverá definir quanto deve ser pago e quem deve receber.

O art. 779 do Código Civil estabelece que:

“o risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultantes ou


consequentes, como os estragos ocasionados para evitar o sinistro,
minorar o dano, ou salvar a coisa”.

Assim, caso o sinistro esteja coberto, é necessário calcular a indenização, que


Importante abrange:
Um sinistro só pode ser encerrado sem
indenização se ficar demonstrado que
não há cobertura ou que os prejuízos • os prejuízos sofridos pelo objeto; e
encontram-se abaixo da franquia. Compete • as despesas oriundas dos estragos, ocasionados para evitar o sinistro,
à seguradora provar essa circunstância. minorar o dano ou salvar todo ou parte do bem sinistrado.

52 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Liquidação
A exemplo do que ocorre com a regulação, a liquidação de sinistros é encarada
sob dois aspectos:

• restritamente, é o ato de pagar a indenização (valor devido em


consequência de um sinistro coberto) ou encerrar um sinistro sem
indenização; e

• genericamente, é a execução das conclusões da regulação em seu sentido


mais amplo.

Considera-se a liquidação de sinistro como a etapa final do processo de


sinistro. Apurados os danos e concluído o processo de regulação, cabe,
então:

• efetuar o pagamento da indenização ou encerrar o processo sem


indenização;
• negociar eventuais salvados; e
• tentar o ressarcimento contra os causadores do sinistro.

PREJUÍZOS INDENIZÁVEIS
São os prejuízos passíveis de indenização que devem estar previstos nos
contratos dos seguros. Geralmente, dependendo da modalidade de seguro
contratada, são indenizáveis, também, além dos danos materiais, as despesas
decorrentes de providências tomadas para o combate à propagação dos riscos
cobertos, para o salvamento e proteção dos bens descritos na apólice e para
o desentulho do local. Essas despesas poderão ser indenizadas, desde que
obedecido o bom-senso no ato do desembolso.

SALVADOS
Dá-se o nome de salvados a tudo que restar dos bens sinistrados e que tenha
valor econômico para qualquer das partes contratantes. Consideram-se salvados
tanto os bens que tenham ficado em perfeito estado quanto os parcialmente
destruídos ou danificados, quando ocorre sinistro.

INDENIZAÇÃO
É o pagamento decorrente de um sinistro, que a seguradora faz ao segurado
ou aos seus beneficiários, observando as condições estabelecidas no contrato Comentário
de seguro. O art. 776 do Código Civil Brasileiro
diz: “O segurador é obrigado a pagar em
dinheiro o prejuízo resultante do risco
A indenização é a contraprestação da seguradora, em face do pagamento do assumido, salvo se convencionada a
prêmio pelo segurado. reposição da coisa”.

Assim, geralmente, o pagamento da


indenização dos sinistros é efetuado em
dinheiro (ou cheque). Pode-se, todavia,
se convencionado na apólice, optar
pela restauração ou reposição do bem
sinistrado.

UNIDADE 3 53
A Circular SUSEP 256/04 estabelece que o não pagamento da indenização,
após 30 dias da entrega de toda a documentação à seguradora, acarretará
o pagamento de juros de mora, independentemente de eventual atualização
prevista.
Atenção
A indenização não pode ser superior à Caso não seja o segurado o legítimo proprietário do bem sinistrado, a
importância segurada e nem ao valor real
dos prejuízos, ou seja, é vedado por lei que
indenização será liberada ao proprietário, independentemente de quem tenha
o segurado tenha lucro com o seguro. pago o prêmio do seguro. Isso acontece, com mais frequência, em caso de
perda total.

FRANQUIA
É o valor, previsto na apólice, com o qual o segurado participará em caso de
sinistro.

Normalmente, a franquia serve para eliminar os pequenos sinistros, geradores


de custos administrativos para a seguradora e que elevam os resultados
estatísticos envolvidos nos cálculos dos prêmios. Em algumas modalidades,
é prevista, através de cláusula específica, uma redução de prêmio do seguro
em caso de aplicação de franquias diferenciadas.
Lembre-se
Franquia e prêmio de seguro são valores As franquias são fixadas a partir das perdas normais esperadas, geralmente
que variam inversamente: aumentando-se de valor reduzido e que podem ser suportadas pelo segurado.
a franquia, o prêmio do seguro pode
diminuir e vice-versa, embora nem sempre
em bases proporcionais. Na prática, quando não se especifica o tipo de franquia, trata-se da
franquia dedutível.

Exemplo
Em um Seguro de Automóvel, a seguradora poderá fornecer duas
opções para a contratação do seguro, como por exemplo:

• 1a opção: Prêmio de R$ 1.320,00 e franquia dedutível de


R$ 1.200,00; ou

• 2 a opção: Prêmio de R$ 1.998,00 e franquia dedutível de


R$ 600,00.

Note-se que os prêmios e as franquias são inversamente proporcionais,


ou seja, se aumentamos a franquia, o prêmio diminui e, se diminuímos a
franquia, o prêmio aumenta.

A franquia é usualmente expressa num percentual da importância segurada


ou do valor dos prejuízos.

54 TEORIA GERAL DO SEGURO II


A franquia pode ser dedutível ou simples:

• franquia dedutível – forma mais conhecida de franquia. É adotada


nos ramos Incêndio, Automóveis, Transportes). É aquela cujo valor é
deduzido de todos os prejuízos; e Atenção
É importante considerar para avaliar na
contratação do seguro:
• franquia simples – forma rara de franquia e pouco utilizada pelas
seguradoras. É aquela que deixa de ser considerada quando o prejuízo O prêmio e a franquia são custos para o
ultrapassa o seu valor. É pouco utilizada e, tecnicamente, tem aplicação segurado.

adequada nas modalidades de seguro em que haja grande incidência de O prêmio é custo no momento da
prejuízos inexpressivos em relação aos valores segurados. contratação. A franquia é custo eventual,
mas será paga no momento do sinistro.

Exemplo

Considere um seguro cuja importância segurada seja R$ 6.000.000,00


e a franquia 10% dessa importância. Se ocorrer um prejuízo de
R$ 800.000,00, adotam-se os seguintes procedimentos:

a) No caso de franquia dedutível

Franquia = 10% de R$ 6.000.000,00 = R$ 600.000,00

Como o prejuízo (R$ 800.000,00) é maior do que a franquia, a


indenização será:

R$ 800.000,00 – R$ 600.000,00 = R$ 200.000,00

b) No caso de franquia simples

Franquia = 10% de R$ 6.000.000,00 = R$ 600.000,00

Como o prejuízo é maior do que a franquia, esta deixa de


ser considerada. Logo, a indenização será igual ao prejuízo:
R$ 800.000,00.

UNIDADE 3 55
PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO
SEGURADO (POS)
Instrumento semelhante à franquia dedutível, a participação obrigatória
do segurado é aplicável a toda e qualquer indenização por sinistro, inclusive
na eventual perda total do bem segurado, o que nem sempre acontece
com a franquia, que se destina a fazer com que o segurado assuma os
pequenos prejuízos.

A POS é muito utilizada na subscrição de riscos e, na prática, torna o segurado


uma espécie de “cossegurador” das responsabilidades aceitas, indicando o
percentual de sua participação numa eventual ocorrência.

A aplicação de POS deverá estar consignada na apólice de seguro, sendo,


normalmente, expressa em percentagem e com limites mínimo e máximo.

Exemplo

Simulando as seguintes situações de sinistro, considerando que a POS seja


de 10% dos prejuízos, com um mínimo de R$ 500,00, teremos:

a) Se o prejuízo for de R$ 80.000,00

POS = 10% de R$ 80.000,00 = R$ 8.000,00

Indenização = R$ 80.000,00 – R$ 8.000,00 = R$ 72.000,00

b) Se o prejuízo for de R$ 4.000,00

POS = 10% de R$ 4.000,00 = R$ 400,00.

Como R$ 400,00 é inferior a R$ 500,00 (valor mínimo


da POS), este será o valor adotado como POS no cálculo da
indenização.

Indenização = R$ 4.000,00 – R$ 500,00 = R$ 3.500,00

c) Se o prejuízo for de R$ 400,00

Não haverá indenização, pois o valor dos prejuízos é inferior ao


valor mínimo da POS, que é de R$ 500,00.

56 TEORIA GERAL DO SEGURO II


VALOR DE NOVO E VALOR ATUAL
A indenização do sinistro pode ser feita pelo Valor de Novo ou pelo Valor
Atual do bem sinistrado.

• Valor de Novo (VN) – valor do bem em estado de novo. Corresponde,


portanto, ao custo de reposição dos bens em uso, a preços correntes, no
dia e local do sinistro, sem dedução de depreciação.

• Valor Atual (VA) – valor do bem, no estado em que se encontra, no dia


e local do sinistro, levando-se em conta uma depreciação relativa ao uso,
idade e estado de conservação.

VA = Valor de Novo – Depreciação

DEPRECIAÇÃO
A depreciação é a desvalorização sofrida pelo bem segurado em decorrência
do uso, idade e estado de conservação, e corresponderá à diferença entre o
Valor de Novo e o Valor Atual.

D = VN – VA

Na prática, geralmente, o vistoriador apura o Valor de Novo do bem sinistrado


e o deprecia para atingir o Valor Atual.

A depreciação tanto pode ser expressa em valor quanto em um percentual


do Valor de Novo.

A depreciação expressa em percentual será calculada dividindo-se o resultado


da subtração do Valor de Novo menos o Valor Atual pelo Valor de Novo e
multiplicando-se por 100, como segue:

D = {[(VN – VA) / VN] × 100} %

Exemplo
VA = R$ 100.000,00
VN = R$ 200.000,00

D = {[(VN – VA) / VN] × 100} %

D = {[(R$ 200.000,00 – R$ 100.000,00) / R$ 200.000,00] × 100} %


= 50%

Também é comum representar-se a depreciação por um percentual, obtido


a partir da vida útil do bem segurado. Nesse caso, a depreciação será o
resultado do quociente do Valor de Novo pelo Valor Atual, multiplicando-se
por 100, como segue:

D = [(Idade do bem / Vida útil do bem) × 100]%

UNIDADE 3 57
Exemplo

• Valor de Novo – R$ 100.000,00


• Vida útil do bem – 10 anos
• Idade do bem segurado – 2 anos

Cálculo da depreciação:

D = [(Idade do bem / Vida útil do bem) × 100]%


D = [(2 / 10) × 100]% = 20%

Cálculo do Valor Atual:

VA = Valor de Novo – Depreciação


VA = [VN – (D × VN)]
VA = [R$ 100.000,00 – (20% × R$ 100.000,00)]
VA = R$ 100.000,00 – R$ 20.000,00 = R$ 80.000,00

De posse da informação do Valor Atual e do Valor de Novo, pode-se calcular


a depreciação sofrida pelo bem segurado e vice-versa.

Exemplo

Cálculo de depreciação:

1. Calcule a depreciação sofrida por uma máquina sinistrada cujo Valor


de Novo é de R$ 100.000,00 e o Valor Atual é de R$ 60.000,00.

Depreciação = Valor de Novo – Valor Atual

Depreciação = R$ 100.000,00 – R$ 60.000,00 = R$ 40.000,00


R$ 40.000,00
Depreciação = = 40%
R$ 100.000,00

2. Calcule o Valor Atual de uma máquina que sofreu 25% de depreciação,


sabendo-se que seu Valor de Novo é de R$ 68.000,00.

Valor Atual = Valor de Novo – Depreciação

Valor Atual = R$ 68.000,00 – (25% de R$ 68.000,00) = R$ 51.000,00

58 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 3

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] Nos processos de sinistros de bens, geralmente, a seguradora segue as
seguintes etapas:

(a) Vistoria e liquidação.


(b) Apuração de danos e vistoria.
(c) Apuração de danos, regulação e pagamento.
(d) Regulação e liquidação.
(e) Apuração dos danos, regulação e liquidação.

[2] Nos processos de sinistros de bens, a etapa destinada ao levantamento da


causa do sinistro, natureza e extensão das avarias é denominada:

(a) Apuração de danos.


(b) Regulação.
(c) Liquidação.
(d) Ressarcimento.
(e) Sub-rogação.

[3] A vistoria é uma das formas de apuração de danos nos sinistros de bens,
não sendo, todavia, possível em sinistros de:

(a) Perda total.


(b) Naufrágio.
(c) Incêndio em armazém.
(d) Roubo total da carga e do veículo simultaneamente.
(e) Explosão.

FIXANDO CONCEITOS 3 59
Fixando Conceitos 3

[4] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA:

Em relação à etapa da regulação do processo de sinistro, podemos afirmar que:

I) A análise da coerência entre as informações prestadas e os documentos


do sinistro e do seguro, visando à existência ou não de cobertura técnica
do seguro, ocorre na etapa da regulação.
II) Pode-se dizer que na regulação é feita a análise dos documentos relativos
ao risco, ao seguro e ao sinistro, para fins de levantamento dos prejuízos
indenizáveis.
III) O objetivo da regulação é analisar se o sinistro está ou não coberto.
IV) O ressarcimento e a venda de salvados são processados na etapa da
regulação.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.

[5] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:

Em Seguros de Bens, geralmente, são considerados prejuízos indenizáveis e,


portanto, passíveis de indenização:

(a) Despesas de desentulho do local sinistrado.


(b) Perda de ponto.
(c) Vício próprio.
(d) Lucros cessantes.
(e) Multas contratuais.

60 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 3

[6] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA: Anotações:

Em um sinistro de incêndio de um guindaste, a seguradora indenizará:

I) Em espécie ou pela substituição do bem ou pela restauração do


guindaste.
II) O valor real dos prejuízos, independentemente do valor segurado.
III) O legítimo proprietário do bem sinistrado, independentemente de quem
tenha pago o prêmio do seguro.
IV) Mesmo que não tenha havido o pagamento de uma parcela, em seguros
com o prêmio fracionado, caso o sinistro tenha ocorrido no período
proporcional de cobertura, conforme Tabela de Prazo Curto.

Agora assinale a proposição correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[7] O Valor Atual de um bem pode ser definido como:

(a) Valor determinado.


(b) Valor de mercado.
(c) Valor de reembolso.
(d) Valor de reposição mais atualização.
(e) Valor de novo menos depreciação.

[8] Após o sinistro, consideram-se como salvados somente:

(a) Os bens de interesse do segurado.


(b) Os bens segurados que não foram danificados.
(c) Tudo o que restar e tiver valor econômico para o segurado.
(d) Os bens segurados que estiverem em perfeito estado e tenham valor
econômico para a seguradora.
(e) O que restar dos bens segurados e que tenha valor econômico para
qualquer das partes contratantes.

[9] Sabendo que a regulação de sinistro tem como objetivo verificar se o sinistro
está ou não coberto, um sinistro pode ser encerrado sem indenização se:

(a) Os prejuízos ultrapassarem a importância segurada.


(b) O vistoriador constatar ato ilícito de terceiros.
(c) Não houver possibilidade de a seguradora se ressarcir dos prejuízos
contra o terceiro causador do dano.
(d) O segurado se recusar a participar dos prejuízos.
(e) Os prejuízos estiverem abaixo da franquia.

FIXANDO CONCEITOS 3 61
Fixando Conceitos 3

MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S)


Anotações:
[10] O reembolso a que a seguradora tem direito quando a indenização paga
ao _________________ é decorrente de prejuízo causado culposamente por
um ___________________ é denominado _________________.

(a) terceiro / segurado / prêmio


(b) segurado / terceiro / ressarcimento
(c) beneficiário / segurado / reintegração
(d) segurado / terceiro / valor determinado
(e) terceiro / segurado / resgate

[11] Franquia dedutível é aquela cujo valor é deduzido __________________,


enquanto a franquia simples é deduzida ______________________. A mais
utilizada é a franquia _________________.

(a) em todos os prejuízos / apenas dos prejuízos que a superam / simples


(b) apenas dos prejuízos inferiores a ela / em todos os prejuízos / dedutível
(c) apenas dos prejuízos que a superem / apenas dos prejuízos inferiores
a ela / simples
(d) em todos os prejuízos / somente dos prejuízos iguais ou inferiores a
ela / dedutível
(e) apenas no caso de danos materiais / somente dos prejuízos que não
a superem / dedutível

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[12] A taxa de depreciação para um bem que tem Valor de Novo equivalente
a R$ 2.000.000,00 e Valor Atual equivalente a R$ 1.260.000,00 será de:

(a) 0,37%
(b) 0,63%
(c) 3,70%
(d) 37%
(e) 63%

[13] O Valor Atual de uma máquina cujo Valor de Novo é de R$ 460.000,00,


que sofreu 15% de depreciação, é de:

(a) R$ 39.600,00
(b) R$ 69.000,00
(c) R$ 160.000,00
(d) R$ 369.000,00
(e) R$ 391.000,00

62 TEORIA GERAL DO SEGURO II


4
SEGUROS PROPORCIONAIS
E SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Entender a diferença entre seguros proporcionais e seguros não proporcionais.

UNIDADE 4 63
64 TEORIA GERAL DO SEGURO II
Preliminarmente, é importante relembrarmos os seguintes conceitos:

• importância segurada – valor atribuído pelo segurado ao bem ou conjunto


de bens segurados, representando o Limite Máximo de Garantia para a
cobertura contratada.

• valor em risco – valor do bem ou conjunto de bens expostos ao risco.


Assim, quando o segurado contrata um seguro proporcional, ele declara
o valor em risco do bem (denominado Valor em Risco Declarado – VRD)
e, em caso de ocorrência de sinistro, a seguradora apura o Valor em Risco
(denominado Valor em Risco Apurado – VRA).

A Circular SUSEP 256, de 16/06/2004, define para os Seguradores que os


Planos de Seguros devem caracterizar a sua Forma de Contratação, podendo
ser a Risco Total, Risco Relativo e Risco Absoluto. Os dois primeiros são também
denominados Proporcionais, e o último Não Proporcional.

A seguir, veremos mais detalhadamente os conceitos e as formas de contratação


dos Seguros Proporcionais e Seguros Não Proporcionais.

SEGUROS PROPORCIONAIS
Os Seguros Proporcionais recebem esta denominação porque estabelecem
que em determinados casos de sinistros, em que haja a insuficiência de
importância segurada, segurado e segurador participam, proporcionalmente,
dos prejuízos.

São também chamados a Risco Total. Existe, porém, uma forma muito
especial de Seguros Proporcionais, denominada Seguros a Primeiro Risco
Relativo.

O art. 783 do Código Civil Brasileiro estabelece que:

“Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por menos


do que valha acarreta a redução proporcional da indenização, no caso
de sinistro parcial.”

Assim, o que caracteriza um seguro proporcional é a existência da cláusula


de rateio dos prejuízos entre o segurador e o segurado, quando o seguro
é contratado de forma insuficiente, conforme estabelece o art. 783.

Seguro a Risco Total


É a forma mais comum de Seguro Proporcional. É aquele em que, ao ser
constatada insuficiência do seguro, ou seja, quando a importância segurada
é menor do que o valor do bem no dia do sinistro Valor em Risco Apurado),
o segurado participa dos prejuízos, na mesma proporção dessa insuficiência,
conforme estabelecido em dispositivo contratual denominado cláusula
de rateio.

UNIDADE 4 65
A razão de ser da aplicação da cláusula de rateio pode ser entendida através
do exemplo prático apresentado a seguir:

Exemplo

Suponhamos que um segurado tenha efetuado um seguro contra


incêndio para cobrir seu estoque de feijão, depositado em um
armazém, com a importância segurada de R$ 30.000,00, e que tal
depósito tenha sido parcialmente incendiado.

O vistoriador da seguradora esteve no local e verificou que:

• havia 100 sacas de feijão no depósito sinistrado;


• o valor total das 100 sacas de feijão era R$ 60.000,00; e
• foram salvas do incêndio 50 sacas de feijão no valor de
R$ 30.000,00.

Se o segurado efetuou um seguro de R$ 30.000,00, logicamente que


seu seguro só abrangia 50 sacas.

Pergunta-se: das 100 sacas de feijão expostas ao risco incêndio, quais


as 50 sacas que estavam seguradas? As que foram salvas ou as que
foram perdidas pelo incêndio?

Nos Seguros Proporcionais a Risco Total, as duas partes envolvidas no


seguro (segurado e seguradora) participam proporcionalmente dos
prejuízos. Ou seja, no caso das sacas de feijão, há um rateio ou divisão
proporcional do prejuízo, ficando metade ou 50% para cada um.

O segurado receberá R$ 15.000,00, que corresponde a 50% dos


prejuízos, já que ele só segurou 50% do total estocado que era de
R$ 60.000,00.

O seguro é considerado insuficiente quando a importância segurada é menor


do que o Valor em Risco Apurado (IS < VRA) e, portanto, haverá a aplicação
do rateio.

Por outro lado, se a IS VRA, não haverá a aplicação do rateio.

No momento da contratação do Seguro de Danos ou Coisas, é possível


conhecer o valor do bem exposto ao risco, estabelecendo-se esse valor como
importância segurada. Essa importância é fixada pelo segurado e será
verificada pela seguradora, em caso de sinistro, na data de sua ocorrência.

Para a seguradora, serve como base de cálculo do limite máximo da


indenização exigível.

A seguradora não reconhece a fixação da importância segurada pelo segurado


como previamente determinando o valor do bem. Como dissemos, esse
valor será apurado na data de ocorrência do sinistro pela seguradora e
confrontado com o Valor em Risco Declarado pelo segurado na apólice.

66 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Quando a importância segurada é compatível com o valor apurado na
ocorrência do sinistro, a seguradora arca sozinha com o prejuízo. Mas se,
na data do sinistro, for constatado que o valor do objeto é superior ao
valor segurado, a seguradora não é juridicamente responsável por essa
insuficiência. O ônus recai sobre o segurado, que participa do prejuízo, por
meio de rateio.

Suponhamos, por exemplo, que um segurado realize o seu seguro cobrindo


apenas 50% do seu bem.

Em caso de sinistro parcial, sua indenização será equivalente a 50% dos seus
prejuízos.

Para o cálculo da indenização, nos Seguros Proporcionais a Risco Total,


utiliza-se, portanto, a cláusula de rateio, procedendo-se da seguinte forma:
em primeiro lugar, verifica-se se há rateio, comparando-se a importância
segurada com o Valor em Risco apurado na data do sinistro (VR ou VRA).

Demonstração de cálculo

• Se a relação entre IS e VRA for maior ou igual a 1, não há


rateio.
IS
1 ou IS VRA não há rateio. A indenização é o
VRA valor do prejuízo.

• Se a relação entre IS e VR for menor que 1, há rateio.


IS
< 1 ou IS < VRA há rateio
VRA

Nesse caso, obtém-se o valor da indenização aplicando-se a fórmula


de rateio:
IS
I= ×P
VRA
Onde:
I = Indenização;
P = Prejuízo;
IS = Importância Segurada; e
VRA = Valor em Risco Apurado na data do sinistro.

Exemplo

Considerando-se um prejuízo de R$ 500.000,00, importância segurada de


R$ 3.200.000,00 e Valor em Risco Apurado de R$ 6.400.000,00, o
valor da indenização do seguro, sendo ele proporcional, será:
R$ 3.200.000,00
I= × R$ 500.000,00 I = R$ 250.000,00
R$ 6.400.000,00

UNIDADE 4 67
Nesse caso, o segurado arcará com 50% dos prejuízos, e a seguradora com
o restante. Verifica-se que o seguro foi realizado para garantir apenas 50%
do valor do bem.

Havendo perda total, a indenização será igual à importância segurada.


Importante Nesse caso, portanto, o segurado também arca com parte do prejuízo,
Nos sinistros em que haja franquia e/ou correspondente à parte não segurada do bem sinistrado.
POS e rateio, simultaneamente, calculam-se
os prejuízos indenizáveis aplicando-se as
regras da franquia e da POS, e depois
as regras de rateio.
Aplicação prática

Considere um Seguro Proporcional contratado a Risco Total, com as


seguintes condições:

• Valor em Risco Declarado (VRD): R$ 6.200.000,00


• Importância Segurada (IS): R$ 6.200.000,00
• Franquia Dedutível: R$ 6.200,00

A seguradora foi comunicada da ocorrência de um sinistro, coberto


pela apólice, e apurou que os prejuízos totalizaram R$ 382.560,00
e que o Valor em Risco Apurado, na data do sinistro, era de
R$ 6.960.000,00 (VRA).

A indenização cabível ao segurado será de:

1o passo: fixação dos prejuízos líquidos indenizáveis, mediante a


dedução da franquia:

Prejuízos Líquidos Indenizáveis = Prejuízos Apurados – Franquia

Prejuízos Líquidos Indenizáveis = R$ 382.560,00 – R$ 6.200,00 =


R$ 376.360,00

2o passo: como se trata de um Seguro Proporcional contratado a Risco


Total, significa que, para evitar o rateio, o segurado deveria ter a IS
igual ou maior que o VRA na data do sinistro. Nesse exemplo, como
IS < VRA (R$ 6.200.000,00 < R$ 6.969.000,00), haverá rateio. Assim,
o segundo passo é calcular o valor da indenização:
IS
I= × Prejuízos
VRA

R$ 6.200.000,00
I= × R$ 376.360,00
R$ 6.960.000,00

I = R$ 335.263,22

A indenização ao segurado será de R$ 335.263,22.

68 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Seguro a Primeiro Risco Relativo
É um tipo muito especial de Seguro Proporcional.

Sempre que houver a probabilidade de qualquer bem do segurado, num


determinado local, ser atingido por um mesmo evento sem que o dano seja Comentário
total, é possível a cobertura do Seguro a Primeiro Risco Relativo, desde que O Seguro a 1o Risco Relativo tem se
tornado comum na área dos Seguros
respeitadas certas premissas. de Bens, em especial nos chamados
S e g u r o s C o mp r e e n si vo s , R i s c o s
No Seguro a Primeiro Risco Relativo, o segurado declara o Valor em Risco Nomeados e Riscos Operacionais.
(VRD) e estima um Dano Máximo Provável (DMP), que orientará a fixação
da importância segurada, que, normalmente, é estabelecida por valor
não inferior ao DMP.

A estrutura do Seguro a Primeiro Risco Relativo baseia-se, portanto, nas


seguintes premissas:

• cada bem segurado é passível de ser atingido pelo mesmo evento;

• o evento não deverá atingir a totalidade dos bens;

• a importância segurada corresponde, no mínimo, ao dano máximo


provável, estabelecido pelo segurado no momento da contratação;

• o segurado deve declarar, no momento do contrato, o valor em risco dos


bens segurados (Valor em Risco Declarado – VRD);

• o rateio decorre do confronto entre o Valor em Risco Declarado (VRD) e


o Valor em Risco Apurado (VRA) na data do sinistro. Sempre que VRD
< VRA, aplica-se a fórmula específica de rateio, apresentada no quadro
abaixo:

VRD
I= ×P
VRA

Onde: I = Indenização;
VRD = Valor em Risco Declarado pelo segurado;
VRA = Valor em Risco Apurado pela seguradora; e
P = Prejuízo.

• o prêmio pago é resultante de uma taxa básica, multiplicada por um


coeficiente de agravação, determinado em função da razão (ou quociente)
entre a importância segurada e o Valor em Risco Declarado (IS/VRD).
Essa agravação é necessária para compensar a insuficiência de cobertura
e possibilitar a aplicação do tipo específico de rateio. O coeficiente de
agravação aumenta sempre que a relação IS/VR diminui, mas não em
bases proporcionais, como ilustram os índices que estão apresentados na
tabela, a seguir.

UNIDADE 4 69
Relação IS/VRD/Coeficiente de Agravação

IS/VRD Coeficiente de
% Agravação

100 1,00

90 1,08

80 1,16

70 1,26

60 1,37

50 1,50

40 1,68

Exemplo

Cálculo do prêmio tarifário e de indenização a Primeiro Risco


Relativo:

1. Supondo-se que, numa apólice, constem:


– Valor em Risco Declarado (VRD) = R$ 40.000.000,00
– Importância Segurada (IS) = R$ 20.000.000,00
– Taxa = 1% a.a.
– IS/VRD = 50%
– Coeficiente para cálculo do prêmio a Primeiro Risco Relativo = 1,50

Procedimento para cálculo do prêmio:

Prêmio = IS × Tx. × Coeficiente


Prêmio = R$ 20.000.000,00 × 1% × 1,50
Prêmio = R$ 300.000,00

2. Suponha agora que, durante a vigência dessa apólice, ocorra um


sinistro e que são apurados:
– Prejuízo (P): R$ 2.000.000,00
– Valor em Risco Apurado (VRA): R$ 50.000.000,00

Procedimento para cálculo da indenização:

Observa-se que o VRD < VRA. Logo, aplica-se o rateio:


VRD
I= ×P
VRA

R$ 40.000.000,00
I= × R$ 2.000.000,00
R$ 50.000.000,00

I = R$ 1.600.000,00

Logo, do prejuízo de R$ 2.000.000,00, a seguradora indenizará


ao segurado R$ 1.600.000,00, cabendo a este a responsabilidade
pelos R$ 400.000,00 restantes.

70 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Importante

O Seguro Proporcional – a Risco Total – é indicado para garantir


riscos que poderão ocasionar a perda total do bem a ser segurado
(Exemplo: perda total de um edifício de três andares em decorrência
de um incêndio).

Já o Seguro Proporcional – a Primeiro Risco Relativo – é indicado para


garantir riscos cuja perda máxima possível seja inferior à perda
total (Exemplo: alagamento de um edifício de 12 pavimentos em
decorrência de chuva).

Seguros com Cláusula de Rateio Parcial


Em algumas situações acordadas entre o segurado e a seguradora, o rateio nos
Seguros Proporcionais pode ser parcial, sendo, nesses casos, aplicada uma
cláusula específica, denominada de cláusula de Rateio Parcial.

A aplicação da cláusula de Rateio Parcial é característica dos Seguros


Proporcionais. Pode, portanto, ser adotada tanto para os Seguros a Risco
Total, quanto para os Seguros a Primeiro Risco Relativo.

Rateio Parcial é a cláusula constante das condições da apólice, que objetiva


diminuir a participação do segurado nos prejuízos parciais, quando ocorre
rateio por insuficiência de seguro.

Para que isso seja possível, a seguradora disponibiliza ao segurado, no ato da


contratação do seguro, três opções de percentuais, denominados “K”, que
são utilizados, na fórmula de cálculo de indenização com rateio, como
redutores do cálculo do Valor em Risco Apurado. Ou seja, tais percentuais
servirão para diminuir o valor do denominador da fração (IS/VRA), com
intuito de aproximar o resultado para 1. Logo, devido a essa aproximação, a
indenização tenderá a ter um valor maior.

Para a concessão dessa cláusula, a seguradora cobra um prêmio adicional


e estabelece a taxa a ser aplicada sobre o prêmio da cobertura básica,
em função do “K” (percentual de redução) escolhido pelo segurado.
Tal concessão só é admitida em alguns ramos de seguro.

UNIDADE 4 71
Exemplo

Cálculo de indenização sem e com cláusula do Rateio Parcial:

Considere um seguro proporcional em que houve um sinistro e


foram apurados:

IS = R$ 100.000,00
VRA = R$ 200.000,00
P = R$ 50.000,00

1a hipótese: sem a contratação da cláusula de Rateio Parcial, a


indenização seria de:
IS
I= × Prejuízos
VRA

R$ 100.000,00
I= × R$ 50.000,00 = R$ 25.000,00
R$ 200.000,00

2 a hipótese: com a contratação da cláusula de Rateio Parcial e


percentual “K”, por exemplo, de 70%, a indenização seria de:
IS
I= × Prejuízos
VRA × K

R$ 100.000,00
I= × R$ 50.000,00
R$ 200.000,00 × 70%

R$ 100.000,00
I= × R$ 50.000,00 = R$ 35.714,28
R$ 140.000,00

A diferença entre as indenizações mostrará o benefício auferido, pelo


segurado, pela inserção da cláusula de Rateio Parcial na apólice:

R$ 35.714,28 – R$ 25.000,00 = R$ 10.714,28

Na prática, a cobertura de Rateio Parcial funciona do seguinte modo: o


Lembre-se segurado escolhe um percentual “K”, dentre as três opções oferecidas
Não haverá rateio quando a relação entre pela seguradora, que podem ser de 70%, 80% ou 90%.
IS e VRA for maior ou igual a 1 (IS 1).

Esse percentual, em caso de sinistro, diminui as discrepâncias existentes


entre importância segurada e Valor em Risco Apurado. Para conceder essa
cobertura, a seguradora cobra um prêmio adicional, conforme tabela a
seguir:

Tabela de Redutores IS / VRA (K)

Taxa de Prêmio
IS/VRA (K)
Adicional

90% 5%

80% 10%

70% 15%

72 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Veja, no exemplo abaixo, como se calcula esse prêmio adicional relativo à
cobertura de Rateio Parcial:

Exemplo

Dados:
Importância Segurada: R$ 20.000.000,00
K = 80%
Taxa do seguro = 0,2% ao ano

• Prêmio da cobertura básica do seguro:

0,2% de R$ 20.000.000,00 = R$ 40.000,00

• Prêmio adicional da cobertura de Rateio Parcial:

K = 80% prêmio adicional de 10% do prêmio da cobertura


básica

10% de R$ 40.000,00 = 4.000,00

• Prêmio líquido total = prêmio da cobertura básica do seguro +


prêmio adicional da cobertura de Rateio Parcial:

R$ 40.000,00 + R$ 4.000,00 = R$ 44.000,00

Seguro pelo Valor de Novo (VN)


O Seguro pelo Valor de Novo, muito usado para prédios e conteúdos, é o
tipo de Seguro Proporcional no qual é permitido estabelecer uma importância
segurada superior ao Valor Atual do Bem, no estado em que se encontra.

Esse seguro objetiva a possibilidade de reposição do mesmo bem em estado de


novo. As seguradoras estabelecem que a indenização no seguro contratado
pelo Valor de Novo (VN) fique limitada a duas vezes o Valor Atual (VA).

Se, por exemplo, um bem cujo Valor Atual é de R$ 100.000,00 sofrer uma
perda total e estiver segurado por R$ 210.000,00, a indenização máxima
admitida será de R$ 200.000,00 (limitada a duas vezes o Valor Atual).

Para que se processe a verificação da parcela de indenização cabível a título


de Valor Atual e Valor de Novo, o vistoriador deverá apurar os valores em
Risco Atual e de Novo (VRA e VRN), bem como os prejuízos relativos ao Valor
Atual e de Novo (PA e PN).

Considera-se Prejuízo de Novo (PN) o valor necessário à reposição do bem


sinistrado em estado de novo, sem qualquer depreciação.

Entende-se por Prejuízo Atual (PA) o valor do Prejuízo de Novo (PN) depreciado
pelo uso, idade e estado de conservação.

UNIDADE 4 73
Nos seguros pelo Valor de Novo (VN), o rateio é aplicado da seguinte
Lembre-se forma:
Para que haja indenização pelo Valor de
Novo (VN), é necessário que a IS seja maior
que o Valor em Risco Atual (VRA). • se a IS for superior ao Valor Atual (VA) e inferior ao Valor de Novo
(VN), o Seguro de Valor Atual é considerado suficiente, e o rateio é
aplicado sobre a diferença entre o VN e o VA.

Aplicação prática

Em um seguro com cláusula de Valor de Novo em que a IS é de


R$ 5.000.000,00, ocorreu um sinistro, e, por ocasião da vistoria, a
seguradora apurou o seguinte:

Valor em Risco Apurado:


Valor de Novo ...................... R$ 6.000.000,00
Valor Atual ........................... R$ 4.200.000,00

Prejuízos:
Valor de Novo ...................... R$ 1.000.000,00
Valor Atual ........................... R$ 700.000,00

Indenização pelo Valor Atual: será igual ao prejuízo de VA, ou


seja, R$ 700.000,00, pois não cabe a aplicação de rateio, já que IS
> Valor em Risco (VA).

Indenização pelo Valor de Novo: como a IS é superior ao Valor em


Risco (VA), a parcela de indenização correspondente ao VN será assim
calculada:
IS
Indenização Total = × Prejuízos (VN):
VR (VN)

R$ 5.000.000,00
Indenização Total = × R$ 1.000.000,00. Logo:
R$ 6.000.000,00

Indenização Total = R$ 833.333,33

Assim, temos:

Parcela da indenização pelo VA = R$ 700.000,00


Parcela da indenização pelo VN = indenização total – parcela da
indenização pelo VA. Logo:

Parcela da indenização pelo VN = R$ 833.333,33 – R$ 700.000,00 =


R$ 133.333,33

74 TEORIA GERAL DO SEGURO II


• se a IS for inferior ao Valor Atual (VA) e inferior ao Valor de Novo
(VN), o Seguro de Valor Atual é considerado insuficiente, e o rateio é
aplicado normalmente.

Aplicação prática

Em um seguro com cláusula de Valor de Novo em que a IS é de


R$ 5.000.000,00, ocorreu um sinistro, e, por ocasião da vistoria, a
seguradora apurou o seguinte:

Valor em Risco:
Valor de Novo ...................... R$ 8.000.000,00
Valor Atual ........................... R$ 5.600.000,00

Prejuízos:
Valor de Novo ...................... R$ 1.000.000,00
Valor Atual ........................... R$ 700.000,00

Indenização pelo Valor Atual: como a IS é inferior ao Valor em Risco


(VA), a parcela de indenização correspondente ao VA será assim
calculada:
IS
Indenização pelo VA = × Prejuízos (VA):
VR (VA)
R$ 5.000.000,00
Indenização pelo VA = × R$ 700.000,00. Logo:
R$ 5.600.000,00

Indenização = R$ 625.000,00

Não haverá indenização pelo Valor de Novo, porque IS < VR (VA).

UNIDADE 4 75
A seguir, alguns exemplos, para fixação dos procedimentos para o cálculo
de indenização em seguros proporcionais:

Exemplos

a) Seguro Proporcional com Rateio Parcial

Dados:
IS = R$ 750.000,00
VRA = R$ 1.000.000,00
P = R$ 100.000,00
K = 80% do VR

Calculando:
IS
I= × Prejuízos
VRA × K

R$ 750.000,00
I= × R$ 100.000,00
R$ 1.000.000,00 × 80%

R$ 750.000,00
I= × R$ 100.000,00 = R$ 93.750,00
R$ 800.000,00

b) Seguro Proporcional com Rateio Parcial e com Cláusula de Valor


de Novo:

Dados:
IS = R$ 5.000.000,00
VRA de Novo = R$ 6.000.000,00
VRA Atual = R$ 4.200.000,00
Prejuízo VA = R$ 700.000,00
Prejuízo VN = R$ 1.000.000,00
K = 80% do VRA

Como a IS (R$ 5.000.000,00) é maior que 80% do VRN (80%


de R$ 6.000.000,00 = R$ 4.800.000,00), não haverá rateio, e,
portanto, o valor da indenização será igual ao prejuízo de novo
(R$ 1.000.000,00), assim distribuído:

Indenização:
Valor Atual .......... R$ 700.000,00
Valor de Novo...... R$ 300.000,00

c) Seguro Proporcional com Rateio Parcial e com Cláusula de Valor


de Novo:

Dados:
IS = R$ 5.000.000,00
VRA de Novo = R$ 8.000.000,00
VRA Atual = R$ 5.600.000,00
Prejuízo VA = R$ 700.000,00
Prejuízo VN = R$ 1.000.000,00
K = 80% do VRA

76 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Como a IS (R$ 5.000.000,00) é maior que 80% do VRA Atual
(80% de R$ 5.600.000,00 = R$ 4.480.000,00), não haverá rateio
sobre o prejuízo VA.

Porém, como a IS (R$ 5.000.000,00) é menor que o VRA Atual


(R$ 5.600.000,00), não haverá indenização pelo Valor de Novo,
ficando a indenização assim distribuída:

Indenização:
Valor Atual .......... R$ 700.000,00
Valor de Novo...... zero

d) Seguro Proporcional a Primeiro Risco Relativo, com Rateio


Parcial:

Dados:
IS = R$ 6.000.000,00
VRD = R$ 10.000.000,00
VRA = R$ 12.000.000,00
Prejuízo = R$ 400.000,00
K = 80% do VRA

Como o VRD (R$ 10.000.000,00) é maior que 80% do VRA (80% de


R$ 12.000.000,00 = R$ 9.600.000,00), não haverá rateio sobre o
prejuízo; logo, a indenização será igual ao prejuízo: R$ 400.000,00.

e) Seguro Proporcional a Primeiro Risco Relativo e com Rateio


Parcial:

Dados:
IS = R$ 6.000.000,00
VRD = R$ 10.000.000,00
VRA = R$ 15.000.000,00
Prejuízo = R$ 400.000,00
K = 80% do VRA
VRD
I= × Prejuízo
VRA × K

R$ 10.000.000,00
I= × R$ 400.000,00
R$ 15.000.000,00 × 80%

R$ 10.000.000,00
I= × R$ 400.000,00 = R$ 333.333,33
R$ 12.000.000,00

UNIDADE 4 77
Resumo

Nos seguros contratados com cláusula de Valor de Novo (VN):

• quando a IS for menor que o VA, a indenização sofrerá rateio e a


indenização será menor que o Prejuízo Atual (PA), não havendo
indenização a título de Valor de Novo (VN).

• quando a IS estiver entre o VA e o VN, o segurado receberá uma


parcela relativa ao Prejuízo Atual (PA) e mais uma parcela referente
ao Prejuízo de Novo (PN).

• quando a IS for igual ao VN, o segurado receberá uma indenização


igual ao Prejuízo de Novo (PN), respeitando-se o limite de duas
vezes o Valor Atual.

SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS


Os Seguros Não Proporcionais, também denominados Seguros a Risco
Absoluto são aqueles em que o segurador responde pelos prejuízos,
integralmente, até o montante da importância segurada ou do limite de
indenização fixado na apólice, conforme o caso. Aí não se aplica o rateio
dos prejuízos indenizáveis entre segurado e seguradora.

Os Seguros Não Proporcionais podem ser contratados tanto a Primeiro Risco


Absoluto, quanto a Segundo, Terceiro ... enésimo Risco Absoluto.

Exemplo

Cálculo de sinistro em Seguro Não Proporcional – Seguro a Primeiro


Risco Absoluto – com franquia dedutível:

Considere um Seguro Não Proporcional contratado a Primeiro Risco


Absoluto, com as seguintes condições:

• Importância Segurada (IS): R$ 6.200.000,00


• Franquia Dedutível: R$ 6.200,00

A seguradora foi comunicada da ocorrência de um sinistro coberto pela


apólice e apurou que os prejuízos totalizaram R$ 382.560,00, além de
o Valor em Risco na data do sinistro ser deR$ 6.960.000,00.

Como se trata de Seguro Não Proporcional, a indenização cabível ao


segurado não sofrerá rateio e será de R$ 376.360,00, ou seja:

I = Prejuízos – Franquia

I = R$ 382.560,00 – R$ 6.200,00 = R$ 376.360,00

78 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Seguro a Segundo, Terceiro ... Enésimo
Risco Absoluto
Os Seguros a Segundo, Terceiro Risco Absoluto são seguros complementares
ao Seguro a Primeiro Risco Absoluto. Importante
Nos Seguros de Responsabilidades, a
Por exemplo, supondo-se uma apólice de Seguro de Responsabilidade Civil exposição do risco de um seguro, a
Segundo Risco, é menor do que aquela a
Geral – Produtos com as seguintes especificações: Primeiro Risco Absoluto. Portanto, a taxa
no caso de Seguro a Segundo Risco deve ser
menor do que a do Seguro a Primeiro Risco,
Localização dos
Importância Segurada Forma de Contratação o que não ocorre no Seguro de Pessoas, em
Bens Segurados
que o risco permanece inalterado.
Território nacional R$ 10.000.000,00 a Primeiro Risco Absoluto

em excesso aos 10 milhões


Âmbito das três Américas R$ 70.000.000,00 anteriores, a Segundo Risco
Absoluto

em excesso às IS anteriores, a
Âmbito universal R$ 100.000.000,00
Terceiro Risco Absoluto

Total R$ 180.000.000,00

Na hipótese de ocorrência de um sinistro no território nacional, a verba


correspondente ao Seguro a Segundo Risco só será acionada no caso
de indenizações superiores a 10 milhões. O Seguro a Terceiro Risco só
será acionado para indenizações superiores a 80 milhões (10 milhões +
70 milhões).

Conclusão

Assim, o Seguro a Primeiro Risco Absoluto funciona como franquia


para o Seguro a Segundo Risco e assim sucessivamente. Daí, justifica-se a
taxa de o Terceiro risco ser menor que a do Segundo risco, e esta ser
menor que a do Primeiro Risco Absoluto.

UNIDADE 4 79
REINTEGRAÇÃO DA IMPORTÂNCIA
SEGURADA OU LIMITE MÁXIMO
DE GARANTIA
Reintegrar o limite máximo de garantia de um seguro é fazer com que seu
valor, após a liquidação de um sinistro parcial, volte ao valor original.

Para que o seguro não se torne insuficiente, é necessário que o limite máximo
de garantia seja reintegrado. A falta de reintegração apresenta aspectos mais
graves nos Seguros Proporcionais. Neles, a insuficiência do valor segurado fará
com que o beneficiário participe, proporcionalmente, nos prejuízos decorrentes
do sinistro, por força da aplicação da cláusula de rateio.

A reintegração da importância segurada, ou limite máximo de garantia, é


Lembre-se justificada somente nos Seguros de Bens, considerando-se que esses seguros
A reintegração pode ser facultativa, possibilitam a determinação do valor em risco do bem garantido na época
automática ou obrigatória.
da contratação do seguro.

A reintegração facultativa depende, em princípio, da vontade do segurado e


implica pagamento de um acréscimo de prêmio que corresponde à aplicação
da taxa sobre o valor reintegrado, proporcionalmente, ao tempo a decorrer.
Fica a critério do segurado pagar tal prêmio para que a importância segurada,
ou limite máximo de garantia, seja reintegrada. Em geral, o segurado tem 72
horas da data do sinistro para exercer seu direito à reintegração. Após este
prazo, dependerá da anuência expressa da seguradora.
Exemplo: algumas modalidades de Riscos Diversos.

Na reintegração automática, a manutenção do valor da importância segurada


é garantida, antecipadamente, pelo contrato. Caso o segurado se pronuncie,
negativamente, logo após ocorrido o sinistro (Ramo Automóvel), não haverá
reintegração da importância segurada ou limite máximo de garantia.

Em alguns planos de resseguro, notadamente nos resseguradores estrangeiros,


há casos em que se exige que a reintegração seja obrigatória.

Para o cálculo do prêmio de reintegração, consideram-se:

• a aplicação da taxa do seguro ao valor indenizado;


• o prazo, a partir da data do sinistro, até o vencimento do contrato; e
• a base pro rata temporis.

80 TEORIA GERAL DO SEGURO II


CONCORRÊNCIA DE APÓLICES
A cláusula de concorrência de apólices tem por objetivo, na ocorrência de
sinistro em que os bens segurados estiverem garantidos, simultaneamente,
por mais de uma apólice cobrindo o mesmo risco, resolver como cada apólice
contribuirá para a indenização dos prejuízos. Ressalta-se que a concorrência
de apólices não é aplicada aos seguros de pessoas.

É importante lembrar que o segurado que quiser fazer um novo contrato sobre os
bens garantidos por outra apólice deverá comunicar sua intenção, previamente,
a todas as seguradoras envolvidas, sob pena de perda de direito.

Os artigos 782, 778 e 766 do Código Civil Brasileiro estabelecem a adoção


da contribuição proporcional para a concorrência de apólices ou duplo
seguro, a qual não se aplica aos seguros com as coberturas de morte
e/ou invalidez.

Art. 782.
“O segurado que, na vigência do contrato, pretende obter novo
seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco com outro
segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito
ao primeiro, indicando a soma por que pretende segurar-se, a fim
de se comprovar a obediência ao disposto no Artigo 778.”

Art. 778.
“Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o
valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato,
sob pena do disposto no Artigo 766, e sem prejuízo de ação penal que
no caso couber.”

Art. 766.
“Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações
inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação
da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia,
além de ficar obrigado ao prêmio vencido.

Parágrafo único – Se a inexatidão ou omissão nas declarações não


resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver
o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do
prêmio.”

UNIDADE 4 81
A Circular SUSEP 270, de 13/10/2004, unificou a Cláusula de
Concorrência de Apólices, excluindo-se obviamente as coberturas
que garantem morte e/ou invalidez. Essa circular estabeleceu que o
segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo seguro
sobre os mesmos bens e contra os mesmos riscos deverá comunicar
sua intenção, previamente, por escrito, a todas as seguradoras
envolvidas, sob pena de perda de direito.

Na ocorrência de sinistro, a distribuição das responsabilidades entre as


apólices existentes obedecerá aos seguintes critérios:

Primeiramente, deve-se determinar o valor do prejuízo total a


indenizar, calculado como segue:

• se a cobertura do seguro for de Responsabilidade Civil – o


prejuízo total a indenizar será constituído pela soma:

– das despesas comprovadas, efetuadas pelo segurado com o


objetivo de reduzir sua responsabilidade; e
– com os valores das reparações estabelecidas em sentença
transitada em julgado ou resultante de acordo aprovado pelas
seguradoras envolvidas.

• se a cobertura for de outro tipo de seguro – o prejuízo total a


indenizar será constituído pela soma:

– das despesas comprovadas de salvamento;


– com o valor dos danos materiais causados pelo segurado ou por
terceiros para minorar o dano ou salvar a coisa, devidamente
comprovados; e
– com os danos sofridos pelos bens segurados.

Em seguida, deve-se determinar o valor da indenização cabível a


cada seguradora, distribuindo-se o valor total a indenizar, conforme
estabelecido pela SUSEP.

82 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] Considere um Seguro a Primeiro Risco Relativo, com a importância segurada
de R$ 600.000,00 e Valor em Risco Declarado de R$ 1.800.000,00. Ocorrendo
um sinistro com prejuízos de R$ 400.000,00 e sendo apurado o Valor em Risco,
na data do sinistro, de R$ 2.000.000,00, a indenização cabível será de:

(a) R$ 150.000,00
(b) R$ 240.000,00
(c) R$ 250.000,00
(d) R$ 360.000,00
(e) R$ 400.000,00

[2] O Seguro a Primeiro Risco Relativo permite a contratação de apólice com


importância segurada menor, porém deve-se respeitar a seguinte premissa:

(a) Aplica-se rateio sempre que VRD < VRA.


(b) O prêmio será tão menor quanto menor for a relação IS/VRA.
(c) A importância segurada deverá corresponder ao Valor em Risco
Declarado (IS = VRD).
(d) O evento garantido deverá atingir sempre a totalidade dos bens
(Prejuízos = PT).
(e) Somente no momento do sinistro, o Valor em Risco dos bens segurados
deve ser declarado pelo segurado.

[3] O objetivo da cláusula de Rateio Parcial, constante das apólices de Seguros


Proporcionais, é:

(a) Restaurar a importância segurada ao seu valor no momento anterior


ao sinistro.
(b) Adicionar um percentual (K) ao prêmio do seguro.
(c) Reduzir a franquia da apólice.
(d) Diminuir a participação do segurado nos prejuízos parciais.
(e) Proporcionar o rateio por insuficiência do seguro.

[4] Considere um seguro contratado com a cláusula de Rateio Parcial, com


percentual “K” de 80%, importância segurada de R$ 400.000,00, prêmio
líquido de R$ 1.800,00 e franquia simples de R$ 1.000,00. Ocorrendo um
sinistro com prejuízos de R$ 3.250,00 e sendo apurado, na data do sinistro,
Valor em Risco de R$ 520.000,00, a indenização devida será de:

(a) R$ 2.125,00
(b) R$ 2.250,00
(c) R$ 2.600,00
(d) R$ 3.125,00
(e) R$ 4.281,25

FIXANDO CONCEITOS 4 83
Fixando Conceitos 4

[5] Considere um seguro com cláusula de Rateio Parcial, com percentual “K”
Anotações: de 80% e importância segurada de R$ 8.000,00. Ocorrendo sinistro com
prejuízos de R$ 500,00 e sendo apurado, na data do sinistro, Valor em Risco
de R$ 10.000,00, a indenização devida será de:

(a) R$ 300,00
(b) R$ 320,00
(c) R$ 360,00
(d) R$ 400,00
(e) R$ 500,00

[6] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S)


LACUNA(S):

Em um seguro contratado com cláusula de Rateio Parcial, se o(a)


___________________ for ______________________ ao resultado da aplicação
do percentual de rateio parcial (K) à(ao) _______________________, o rateio
será aplicado.

(a) valor em risco apurado / superior / importância segurada


(b) importância segurada / inferior / valor em risco apurado
(c ) valor em risco apurado / inferior / importância segurada
(d) importância segurada / superior / valor dos prejuízos
(e) valor dos prejuízos / superior / valor em risco apurado

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[7] Em um Se guro Proporcional com impor tância se gurada de


R$ 100.000,00, com cláusula de Rateio Parcial de 80%, ocorrendo um sinistro
com prejuízos na ordem de R$ 50.000,00 e sendo apurado Valor em Risco de
R$ 200.000,00 na data do sinistro, a indenização devida será de:

(a) R$ 25.150,00
(b) R$ 30.000,00
(c) R$ 31.250,00
(d) R$ 50.000,00
(e) R$ 51.350,00

[8] Calcule a indenização de um sinistro ocorrido com Seguro de Incêndio, cujos


dados estão abaixo relacionados, sabendo-se que esse seguro foi contratado
a Primeiro Risco Relativo:

Valor em Risco Apurado = R$ 20.000.000,00


Valor em Risco Declarado = R$ 16.000.000,00
Prejuízo = R$ 10.000.000,00
IS = R$ 12.000.000,00

Agora assinale a alternativa correta:

(a) R$ 8.000.000,00
(b) R$ 8.400.000,00
(c) R$ 10.000.000,00
(d) R$ 16.000.000,00
(e) R$ 20.000.000,00

84 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[9] Nos Seguros Proporcionais a Risco Total, o rateio é aplicável sempre que
a (o):

(a) Importância segurada for superior ao valor em risco.


(b) Valor em risco for superior ao valor dos prejuízos.
(c) Valor dos prejuízos for igual ao valor em risco.
(d) Valor em risco for superior à importância segurada.
(e) Importância segurada for igual ao valor dos prejuízos.

[10] Em um seguro com cláusula de rateio, com importância segurada de


R$ 300.000,00, ocorrendo sinistro com prejuízos de R$ 200.000,00 e apurado
o Valor em Risco, na data do sinistro, de R$ 600.000,00, a indenização devida
será de:

(a) R$ 100.000,00
(b) R$ 150.000,00
(c) R$ 200.000,00
(d) R$ 300.000,00
(e) R$ 600.000,00

[11] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S)


LACUNA(S):

Nos Seguros a Primeiro Risco Relativo, o segurado declara o ________________ e


fixa a importância segurada, tomando por referência o _______________, sendo
a importância segurada normalmente ________________________.

(a) valor em risco / dano máximo provável / não inferior ao dano máximo
provável
(b) dano máximo provável / valor em risco / igual ao valor em risco
(c) valor em risco / dano máximo provável / inferior ao dano máximo
provável
(d) valor de reposição / valor em risco / igual ao valor em risco
(e) dano máximo provável / valor em risco / superior ao dano máximo
provável

FIXANDO CONCEITOS 4 85
Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[12] Em um seguro contratado com cláusula de Rateio Parcial, com coeficiente
IS/VRA de 80%, importância segurada de R$ 600.000,00, prêmio líquido de
R$ 2.620,00 e franquia simples de R$ 5.000,00, foi verificada a ocorrência
de um sinistro com prejuízos de R$ 94.680,00.

Ao ser avisada da ocorrência do sinistro, a seguradora apurou, na data do


sinistro, um Valor em Risco de R$ 730.000,00.

A indenização devida pelo sinistro será de:

(a) R$ 87.155,19
(b) R$ 89.680,00
(c) R$ 92.273,00
(d) R$ 94.680,00
(e) R$ 97.273,00

[13] Em um seguro com importância segurada de R$ 300.000,00 e franquia


dedutível de 1% da IS, foi registrada a ocorrência de um sinistro com
R$12.600,00 de prejuízos e R$ 480.000,00 de Valor em Risco Apurado.
Consta da apólice uma cláusula de Rateio Parcial, com um “K” de 70%. Logo,
a indenização devida é de:

(a) R$ 4.875,00
(b) R$ 5.512,50
(c) R$ 6.450,00
(d) R$ 8.571,42
(e) R$ 9.250,00

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

[14] Nos seguros com cláusula de Rateio Parcial, pode-se afirmar que:

I) Haverá rateio sempre que a IS/VR K, escolhido pelo segurado.


II) A participação do segurado nos prejuízos parciais, decorrente de
rateio por insuficiência da importância segurada, é menor que a citada
participação caso o seguro não possuísse essa cláusula.
III) O percentual de K pode ser 70%, 80% ou 90%.
IV) Cobra-se prêmio adicional relativo à cobertura de rateio parcial.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II e III são proposições verdadeiras.


(b) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

86 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 4

[15] Em determinados casos, é possível contratar a cobertura do Seguro a


Primeiro Risco Relativo, desde que respeitadas certas premissas, as quais Anotações:
podemos destacar:

I) O evento deve atingir a totalidade dos bens.


II) Não deve haver relação de equivalência entre a importância segurada e
o possível valor dos prejuízos.
III) Cada bem segurado deve ser passível de ser atingido pelo mesmo
evento.
IV) O segurado deve declarar, no momento do contrato, o Valor em Risco
dos bens.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I e II são proposições verdadeiras.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.

[16] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:

Considerando os valores abaixo, contratados em um Seguro Proporcional,


o valor da indenização seria de:

Importância Segurada contratada R$ 66.000,00


Prejuízo R$ 10.000,00
Valor em Risco Apurado na data do sinistro R$ 120.000,00

(a) R$ 5.385,15
(b) R$ 5.500,00
(c) R$ 10.000,00
(d) R$ 80.000,00
(e) Não haveria indenização

FIXANDO CONCEITOS 4 87
Fixando Conceitos 4

[17] ANALISE SE AS PROPOSIÇÕES SÃO VERDADEIRAS OU FALSAS E DEPOIS


Anotações: MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:

Quanto aos Seguros Proporcionais ou Não Proporcionais, podemos afirmar que:

( ) Nos Seguros Proporcionais, se a relação entre IS e VR for maior que 1


haverá rateio.
( ) No Seguro a Risco Relativo, a importância segurada normalmente é
estabelecida por valor não inferior ao Dano Máximo Provável (DMP).
( ) Nos Seguros Proporcionais, a importância segurada é fixada de forma
arbitrária.
( ) Nos Seguros a Primeiro Risco Absoluto, não há, necessariamente, relação
de equivalência entre a importância segurada e o possível valor dos
prejuízos.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) F,V,F,F
(b) V,F,V,V
(c) V,V,F,F
(d) F,V,F,V
(e) V,F,F,V

MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S)

[18] Nos Seguros a Primeiro Risco Relativo, à medida que a relação percentual
entre a(o) ________________ e o(a) ________________ diminui, o coeficiente
adotado para o cálculo do prêmio _________________ e não haverá rateio
quando _______________.

(a) IS / VRA / aumenta / VRD < VRA


(b) VRD / IS / diminui / VRD = VRA
(c) VRA / IS / aumenta / VRA > VRD
(d) IS / VRD / aumenta / VRD VRA
(e) IS / VRD / diminui / VRD VRA

[19] Considere um Seguro Multirrisco Empresarial, contratado com a


cobertura básica de Incêndio, Raio e Explosão, a Primeiro Risco Absoluto, com
importância segurada de R$ 320.000,00 e uma franquia de R$ 2.000,00.

Se houver a ocorrência de um incêndio parcial, ocasionando ao segurado


um prejuízo de R$ 42.385,20, a indenização será de __________, caso a
franquia seja ____________, para um Valor em Risco na data do sinistro de
R$ 360.000,00.

(a) R$ 40.385,20 / dedutível


(b) R$ 35.675,73 / simples
(c) R$ 37.675,73 / dedutível
(d) R$ 40.385,20 / simples
(e) R$ 37.675,73 / simples

88 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[20] Considere um seguro com importância segurada de R$ 10.000,00, a
Primeiro Risco Absoluto, e um outro seguro com importância segurada de
R$ 20.000,00, a Segundo Risco Absoluto. Ocorrendo um sinistro com prejuízo
de R$ 15.000,00, em que o Valor em Risco apurado pela seguradora foi de
R$ 60.000,00, a indenização devida pelo Seguro a Segundo Risco será de:

(a) R$ 5.000,00
(b) R$ 7.500,00
(c) R$ 15.000,00
(d) R$ 20.000,00
(e) zero

[21] Uma indústria de alimentos contratou quatro seguros distintos, cobrindo


seus edifícios localizados no mesmo parque industrial contra os danos causados
por incêndio, queda de raio e explosão, distribuídos entre as seguradoras
“A”, “B”, “C” e “D”, com as importâncias seguradas de R$ 2.600.000,00,
R$ 6.000.000,00, R$ 2.400.000,00 e R$ 5.000.000,00, respectivamente.
Ocorrendo um sinistro de Incêndio, coberto pelas apólices citadas, com
prejuízo total de R$ 3.800.000,00, a indenização devida pela seguradora
“C” será de:

(a) R$ 570.000,00
(b) R$ 617.500,00
(c) R$ 1.181.500,00
(d) R$ 1.425.000,00
(e) R$ 3.800.000,00

[22] Considere um Seguro Proporcional contratado com cláusula de Rateio


Parcial e com cláusula de Valor de Novo, como segue:

IS = R$ 6.000.000,00
VRA de Novo = R$ 10.000.000,00
VRA Atual = R$ 6.500.000,00
Prejuízo VA = R$ 800.000,00
Prejuízo VN = R$ 900.000,00
K = 80% do VRA

A parcela da indenização cabível pelo Valor Atual e pelo Valor de Novo


será, respectivamente, de:

(a) zero / zero


(b) R$ 640.000,00 / R$ 75.000,00
(c) R$ 800.000,00 / zero
(d) R$ 800.000,00 / R$ 75.000,00
(e) R$ 800.000,00 / R$ 900.000,00

FIXANDO CONCEITOS 4 89
Fixando Conceitos 4

[23] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S)


Anotações: LACUNA(S):

Considere um Seguro a Primeiro Risco Absoluto com importância segurada


de R$ 350,00, Valor em Risco apurado de R$ 500,00 e franquia de R$ 100,00.
Ocorrendo sinistro com prejuízos de R$ 200,00, a indenização será (de)
______________________, caso a franquia seja _______________.

(a) zero / dedutível


(b) R$ 40,00 / simples
(c) R$ 100,00 / dedutível
(d) R$ 120,00 / dedutível
(e) R$ 150,00 / simples

[24] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA:

I) Entende-se por Valor Atual o valor do bem no estado em que se encontra


no dia e local do sinistro, levando-se em conta uma depreciação pelo
uso, idade e estado de conservação.
II) A indenização a título de Valor de Novo corresponde a, no máximo, duas
vezes o Valor Atual.
III) Valor de Novo corresponde ao custo de reposição dos bens de uso, em
estado de novo, a preços correntes.
IV) A depreciação de um bem é obtida pela expressão: “Depreciação = Valor
Atual / Valor de Novo”.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.

90 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[25] Uma seguradora foi informada da ocorrência de um sinistro com um
de seus segurados e apurou no dia e local do evento um Valor em Risco de
R$ 1.800.000,00 e um Prejuízo Total de R$ 22.680,00. Ao verificar a apólice
emitida, a seguradora verificou que a IS era de R$ 160.000,00, indicados como
representando 10% do VRD, que a franquia era dedutível de R$ 1.500,00 e que
o seguro fora contratado a Primeiro Risco Relativo. A indenização devida ao
segurado por este sinistro será de:

(a) R$ 18.660,00
(b) R$ 18.826,67
(c) R$ 21.180,00
(d) R$ 22.680,00
(e) R$ 23.827,50

[26] Calcule a indenização devida ao segurado considerando-se um seguro


proporcional contratado a Risco Total com as informações a seguir:

• Valor em Risco Declarado (VRD) – R$ 5.000.000,00


• Importância Segurada (IS) – R$ 5.000.000,00
• Franquia dedutível – R$ 5.500,00
• Valor em risco apurado na data do sinistro (VRA) – R$ 6.000.000,00
• Prejuízos apurados – R$ 300.000,00

(a) R$ 196.333,33
(b) R$ 199.994,50
(c) R$ 245.416,67
(d) R$ 300.000,00
(e) R$ 444.500,00

FIXANDO CONCEITOS 4 91
92 TEORIA GERAL DO SEGURO II
5
MECANISMOS DE
PULVERIZAÇÃO DO RISCO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Identificar os mecanismos de pulverização de risco: cosseguro, resseguro e retrocessão.
• Compreender cada mecanismo de pulverização de risco.

UNIDADE 5 93
94 TEORIA GERAL DO SEGURO II
A
técnica das operações de seguros baseia-se em vários princípios,
entre os quais se destaca o princípio da distribuição das
responsabilidades decorrentes dos negócios segurados, chamado
princípio da pulverização das responsabilidades. Nesse princípio, são
adotados três instrumentos, denominados cosseguro, resseguro e
retrocessão.

A Lei Complementar 126, de 15/01/2007 – que dispõe sobre a política de


resseguro, retrocessão e sua intermediação, as operações de cosseguro, as
contratações de seguro no exterior e as operações em moeda estrangeira do
setor securitário – estabeleceu as seguintes definições:

• cedente – a sociedade seguradora que contrata operação de resseguro


ou o ressegurador que contrata operação de retrocessão;

• cosseguro – operação de seguro em que duas ou mais sociedades seguradoras,


com anuência do segurado, distribuem, entre si, percentualmente, os riscos
de determinada apólice, sem solidariedade entre elas;

• resseguro – operação de transferência de riscos de uma cedente para um


ressegurador, ressalvado o trecho sobre retrocessão; e

• retrocessão – operação de transferência de riscos de resseguro de


resseguradores para resseguradores ou de resseguradores para sociedades
seguradoras locais.

COSSEGURO
Como vimos, cosseguro é a participação direta de duas ou mais seguradoras
em um mesmo risco, conforme definido pela Lei Complementar 126.

Exemplo

Em cosseguro, três seguradores assumiram uma responsabilidade de R$ 10.000.000,00, da seguinte


forma:

• segurador 1 – 20% (líder)


• segurador 2 – 30%
• segurador 3 – 50%

Supondo-se que a taxa do seguro é de 1%, o cálculo da responsabilidade assumida, do prêmio recebido
e da indenização a ser paga, para o prejuízo de R$ 1.500.000,00, para cada cossegurador será de:

Responsabilidade Prêmio
(1% de R$ 10.000.000,00 = Indenização
Segurador % Valor (R$) R$ 100.000,00)

1 20 2.000.000,00 20.000,00 300.000,00

2 30 3.000.000,00 30.000,00 450.000,00

3 50 5.000.000,00 50.000,00 750.000,00

UNIDADE 5 95
As resoluções do CNSP instituíram no nosso mercado segurador dois tipos
Importante de cosseguro: um facultativo e o outro obrigatório.
A operação de cosseguro no Brasil foi
instituída pelo inciso VIII do art. 32
do Decreto-Lei 73, de 21/11/66, e
regulamentada pelas Resoluções CNSP Cosseguro Facultativo
68 e 71, ambas de 03/12/2001, e consta
do art. 761 do Código Civil Brasileiro, É a operação de seguro em que duas ou mais seguradoras não vinculadas,
com o seguinte texto:
com anuência do segurado, distribuem, percentualmente, os riscos de
Art. 761. determinada apólice, ficando cada seguradora responsável por seu percentual
“Quando o risco for assumido em
de participação no seguro.
cosseguro, a apólice indicará o segurador
que administrará o contrato e representará
os demais, para todos os seus efeitos.” No cosseguro, o segurador é responsável pela cota ou percentagem declarada e
aceita, conforme estabelece o Decreto-Lei 73/66, o respectivo Regulamento
e a Resolução CNSP 68/2001.

Saiba mais As premissas básicas das operações de cosseguro, são:


O art. 761 do Código Civil Brasileiro,
ao citar o cosseguro, consagra a prática • inclusão de cláusula indicando a seguradora que administrará o contrato
adotada pelo mercado ao prescrever que a
seguradora líder administrará o contrato e e representará as demais, para todos os seus efeitos, denominada
representará as demais seguradoras para seguradora líder;
todos os seus efeitos.

Tratando-se de uma representação de • indicação de que a seguradora líder é a empresa que compartilha o mesmo
natureza administrativa, o cosseguro risco com uma ou mais congêneres, ficando incumbida da administração
facultativo não envolve a solidariedade e da operação da apólice;
da líder, que não se presume, visto que
esta resulta da lei ou da vontade das
partes, conforme prescreve o art. 265 do • existência de comissão de cosseguro, que é a comissão que pode ser
Código Civil Brasileiro.
paga à seguradora líder, pelas demais cosseguradoras, pela administração
Assim, no cosseguro facultativo, cada e operação da apólice;
seguradora pagará a parcela de sua
responsabilidade prevista no contrato.
• inexistência da responsabilidade solidária entre as seguradoras nas
Por isso, em caso de eventual ação
proposta, todos deverão ser citados pelo operações de cosseguro, devendo constar da apólice cláusula específica
proponente da ação. nesse sentido;

• não é permitida a operação de cosseguro para os seguros do Sistema


Financeiro da Habitação e de DPVAT; e

• em todos os documentos do seguro (proposta, apólice, certificado


Atenção de seguro), devem constar o nome das cosseguradoras e os limites de
A dis tr ibuiç ão dos prêmios e dos responsabilidade de cada uma.
sinistros em cosseguro é proporcional às
responsabilidades assumidas por cada
cosseguradora.

96 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Cosseguro Obrigatório
O cosseguro obrigatório foi instituído para obrigar as seguradoras que
constituem grupo a adotar, nos resseguros, retenção de responsabilidade
que corresponda à soma das retenções de todas as seguradoras participantes
do grupo que operem em determinado ramo. No atual mercado de seguros,
existem muitas seguradoras vinculadas sob a forma de grupo.

As premissas do cosseguro obrigatório são:

• cosseguro obrigatório é uma operação realizada entre seguradoras


vinculadas;

• risco isolado é o objeto, ou conjunto de objetos segurados, que possam


ser atingidos por um mesmo evento em caso de eventual sinistro; e

• seguradora vinculada é a seguradora que controla ou é controlada


direta ou indiretamente por outra. A seguradora vinculada faz parte de
um mesmo grupo econômico, constituído por duas ou mais empresas
seguradoras.

Embora a Resolução CNSP 71, de 2001, tenha instituído a obrigatoriedade


desse tipo de cosseguro, também facultou às seguradoras vinculadas operar
em cada ramo ou modalidade de seguro, por intermédio de uma ou mais
seguradoras do grupo, desde que obedecidos os seguintes critérios:

• a retenção do grupo, para cada ramo ou modalidade de seguro,


corresponderá ao somatório das retenções de todas as seguradoras
componentes do grupo e vigorará pelo mesmo período estabelecido pela
SUSEP para os Limites de Retenção correspondentes; e

• a opção pela adoção do Limite Técnico – LT – ou Limite de Retenção –


LR – de grupo deverá constar da apólice.

UNIDADE 5 97
Estudo de caso

As seguradoras abaixo constituem um grupo de seguradoras vinculadas


e possuem, no Ramo Incêndio, os limites de retenção ou limites técnicos
citados:

Seguradora Limite de Retenção (R$)


Alfa Gama 600.000,00
Delta Sigma 300.000,00
Ômega 150.000,00
Beta 80.000,00
Limite de Retenção do Grupo 1.130.000,00

De acordo com a Resolução CNSP 71/2001, a seguradora terá duas


opções, a saber:

1a – distribuição da importância segurada entre as diversas seguradoras


do grupo, cabendo a cada uma, pelo menos, o valor de seu limite de
retenção:

Supondo que a Seguradora “Delta Sigma” tenha aceito um risco no Ramo


Incêndio, cuja importância segurada seja de R$ 2.500.000,00:

– a primeira opção seria a distribuição da importância segurada


em cosseguro obrigatório para as demais companhias do grupo,
cada uma tendo a responsabilidade igual a, no mínimo, o seu limite
de retenção, passando o seguro a ter a seguinte distribuição de
cosseguro na apólice:

Seguradora % de Participação Responsabilidade


(R$)
Alfa Gama 24,00 600.000,00
Delta Sigma 66,80 1.670.000,00
Ômega 6,00 150.000,00
Beta 3,20 80.000,00

– nesse caso, as cosseguradoras vinculadas não cederão resseguro,


já que as responsabilidades assumidas correspondem ao valor de
seus limites de retenção, exceto a Delta Sigma, que ressegurará
o excedente de sua responsabilidade, ou seja, R$ 1.670.000,00 –
R$ 300.000,00 (IS – LR).

2a – a líder assume toda a importância segurada, e, ao ceder, o


resseguro assume a soma dos limites de retenção das seguradoras
do grupo (retenção de grupo).

98 TEORIA GERAL DO SEGURO II


RESSEGURO Aceitação
Responsabilidade a ser
É a operação pela qual o segurador, denominado cedente, com o fim de dividida entre segurador e
diminuir sua responsabilidade na aceitação de um risco considerado excessivo ressegurador. Normalmente,
ou perigoso, cede a um ressegurador uma parte da responsabilidade e do é a importância segurada da
prêmio recebido. O resseguro é um tipo de pulverização em que o segurador operação de seguro (aceitação
transfere para um ressegurador parte do risco assumido, sendo, em resumo, = retenção + cessão).
um seguro do seguro.
Retenção
Parte da responsabilidade que
As principais funções do resseguro são: ampliar a capacidade de aceitação
fica com o segurador.
da seguradora, estabilizar os resultados e proteger a seguradora contra
catástrofes e prejuízos financeiros elevados. Cessão
Parte da responsabilidade que
A diferença básica do resseguro para o cosseguro é que as partes fica com o ressegurador.
contratantes do resseguro são o segurador e o ressegurador, sem
conhecimento ou qualquer interferência do segurado. O ressegurador pode Prêmio Retido
efetuar um repasse de parte das responsabilidades recebidas, procedendo, Parte do prêmio do seguro
assim, a uma cessão que recebe o nome de retrocessão. que fica com o segurador.
Para calculá-lo, aplica-se a taxa
do seguro sobre a retenção.

Exemplo Prêmio do Resseguro


Parte do prêmio do seguro
Uma importância segurada (responsabilidade) de R$ 5.000.000,00 foi cedido ao ressegurador. Para
calculá-lo, aplica-se a taxa do
dividida da seguinte forma em resseguro:
seguro sobre a cessão.
• Segurador = R$ 1.000.000,00 20% Comissão de Resseguro
• Ressegurador = R$ 4.000.000,00 80%
Pagamento que o ressegurador
faz ao segurador como
Se houver pagamento de uma indenização de R$ 500.000,00, será remuneração pela operação
dividida assim: de resseguro. A comissão de
resseguro é um percentual do
• Segurador = R$ 100.000,00 prêmio de resseguro.
• Ressegurador = R$ 400.000,00
Recuperação
Se o prêmio do seguro foi de R$ 50.000,00, teremos que: Parte da indenização que fica a
cargo do ressegurador, isto é, a
• Segurador = R$ 10.000,00 que o segurador “recupera” do
• Ressegurador = R$ 40.000,00 ressegurador.

Perda Líquida
Parte da indenização que
Funções do Resseguro efetivamente será paga pelo
segurador.
O resseguro é a ferramenta mais importante, para a proteção às seguradoras,
de sua carteira de riscos aceitos.

O resseguro assume várias funções, entre as quais destacamos:

• aumentar a capacidade da seguradora de aceitação de riscos, já que o


que ultrapassar a sua capacidade econômica de indenizar é transferido
ao ressegurador (função mercadológica);

• possibilitar a especialização da seguradora em um segmento de mercado,


ficando a cargo do ressegurador atuar diversificadamente;

UNIDADE 5 99
• fornecer uma proteção de resultados, em função da oscilação entre
períodos bons e ruins (função gerencial);

• permitir à seguradora a concentração geográfica de seus esforços de


negócios; e

• melhorar a compreensão de novos mercados, já que o ressegurador, que


tem uma visão ampla de mercado, troca experiências com os seguradores
e auxilia na criação de inovações técnicas, a partir de banco de dados e
experiências do ressegurador (função educacional).

Planos de Resseguro
Uma operação de resseguro pode ser contratada de várias maneiras.
Os principais planos utilizados pelas seguradoras brasileiras são os planos
proporcionais e não proporcionais.

Planos Proporcionais

• Quota-parte; e
• Excedente de Responsabilidade.

Planos Não Proporcionais

• Excesso de Danos

Para facilitar o estudo dos planos de resseguro, é fundamental que sejam


identificados alguns termos como: aceitação, retenção, cessão, prêmio retido,
prêmio de resseguro, comissão de resseguro, recuperação e perda líquida.

Planos Proporcionais
Nos planos proporcionais, há uma divisão de responsabilidade proporcional
entre segurador e ressegurador. Na ocorrência de sinistro ou na divisão de
prêmio, é mantida a proporção em que foi dividida a responsabilidade.

100 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Estudo de caso

Supondo-se que a taxa de um seguro é 5% e a importância segurada


é R$ 20.000.000,00 e, considerando-se que foi realizado resseguro
proporcional, com a retenção de 30% e comissão de resseguro de 15%,
para fazer a distribuição do resseguro e calcular prêmio retido, prêmio
de resseguro, comissão de resseguro e recuperação do segurador para
indenização de R$ 4.000.000,00, procede-se da seguinte forma:

Distribuição do resseguro

Aceitação: R$ 20.000.000,00
Retenção: 30% de R$ 20.000.000,00 = R$ 6.000.000,00
Cessão: R$ 20.000.000,00 – R$ 6.000.000,00 = R$ 14.000.000,00

Prêmio retido

Taxa do seguro sobre retenção


5% de R$ 6.000.000,00 = R$ 300.000,00

Prêmio de resseguro

Taxa de seguro sobre cessão


5% de R$ 14.000.000,00 = R$ 700.000,00

Comissão de resseguro (15%)

Percentual do prêmio de resseguro


15% de R$ 700.000,00 = R$ 105.000,00

Recuperação
Cessão
Recuperação = × Indenização
IS
14.000.000,00
Recuperação = × 4.000.000,00 = 2.800.000,00
20.000.000,00

UNIDADE 5 101
Resseguro de Excedente de Responsabilidade (ER)
Comentário
Esta retenção fixa é o Limite Técnico
É aquele resseguro proporcional, por meio do qual o segurador direto
(LT) ou Limite de Retenção (LR) da
seguradora em cada ramo de seguro. repassa ao ressegurador o excesso de responsabilidade aceita (importância
segurada), que ultrapassa o seu limite de retenção ou limite técnico, em
O valor máximo do Limite Técnico ou
Limite de Retenção, que poderá ser
cada risco isolado.
adotado pela seguradora, corresponde a
3% do seu Ativo Líquido, equivalendo Nele é estabelecida uma retenção fixa para a carteira do segurador.
tal Ativo Líquido ao seu Patrimônio
Líquido após ajustamentos previstos na
Os excessos dessa retenção são cedidos ao ressegurador.
Resolução CNSP 40, de 8/12/2000.
Resseguro de Quota-parte (Q)

No Plano Proporcional de Resseguro de Quota-parte é estabelecido um


Conceitos percentual de cessão (Q), que incide sobre cada uma das responsabilidades
Para melhor entender a operação deste assumidas pelo segurador.
tipo de resseguro, vale destacar que:

• segurador direto – é aquele que aceita O Plano Quota-parte deve ser utilizado em modalidades novas de seguro
o risco diretamente do proponente, para seguradores de pequeno porte e para os ramos que já possuem
perante o qual é responsável pela
responsabilidade assumida; e homogeneização quantitativa.

• Limite Técnico (LT) ou Limite de Homogeneização quantitativa da carteira – manutenção dos riscos retidos
Retenção (LR) – é a importância fixada
pela seguradora como o máximo que pelas seguradoras, dentro de um limite de retenção, em geral, chamado de
desejará reter num risco isolado, por ramo Limite Técnico (LT).
de seguro, variando entre 0,3% e 3% do
seu Ativo Líquido ajustado. O limite de
0,3% pode ser reduzido a 0,075% em Exemplo: se a retenção de uma seguradora no Ramo Incêndio for de
casos especiais, como quando se está R$ 1.000.000,00, isso significa que todos os riscos por ela aceitos, cuja
iniciando uma seguradora ou um novo
ramo de seguro.
importância segurada seja superior a tal LT, serão ressegurados, ficando a
retenção da seguradora homogeneizada em até R$ 1.000.000,00.

• Considera-se que o percentual de cessão, independentemente do seu


valor, incide sobre toda a responsabilidade. Logo, a homogeneização
quantitativa da carteira fica prejudicada nesse plano.

• Além de ampliar a capacidade de aceitação do segurador, como permite


qualquer plano de resseguro, o Resseguro Quota-parte tem como
função básica a proteção do segurador contra flutuações na frequência
de sinistros. É comum sua utilização combinada com outros tipos de
planos de resseguro, que possibilitem a homogeneização quantitativa
não atendida pelo Quota-parte.

Ao contrário do que ocorre no Plano de Resseguro de Quota-parte,


no Resseguro Excedente de Responsabilidade observa-se a perfeita
homogeneização quantitativa da carteira, além das retenções integrais, quando
a responsabilidade assumida é inferior ao plano do segurado.

102 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Exemplo

Resseguro de Quota-parte

Suponha que tenha sido lançada uma modalidade nova de seguro


para o mercado e que o ressegurador tenha fixado um Resseguro
de Quota-parte (Q) de 20% para que ele possa acompanhar o resultado
e adequar o seguro às necessidades do mercado.

Nesse caso, qualquer que seja a IS, as seguradoras deverão ceder ao


ressegurador 20% da responsabilidade assumida (20% da IS), do prêmio
e dos valores indenizados em caso de sinistro.

Em um seguro com IS igual a R$ 100.000,00 e prêmio de R$ 1.000,00, a


seguradora deverá ceder a Quota-parte estabelecida pelo ressegurador
(por exemplo, cessão: 20% × R$ 100.000,00 = R$ 20.000,00 e prêmio
de resseguro: 20% de R$ 1.000,00 = R$ 200,00) e recuperar, em caso
de sinistro, a proporção que cedeu (por exemplo, em um sinistro de
R$ 50.000,00, recuperará 20%, ou seja, R$ 10.000,00).

Plano Não Proporcional de Resseguro


Resseguro de Excesso de Danos (ED)

No Plano de Resseguro de Excesso de Danos ou Catástrofe – não proporcional


– não há divisão da responsabilidade entre segurador e ressegurador.

O segurador paga ao ressegurador determinada percentagem do total de sua


produção aceita e, em cada sinistro, recupera dele a parte do prejuízo que
ultrapassar o seu limite de perda, limite esse previamente definido, por ocasião
da assinatura do contrato, e denominado Limite de Sinistro (LS).

O Plano de Excesso de Danos atua diretamente sobre cada prejuízo ocorrido,


ficando o segurador responsável pelos prejuízos iguais ou inferiores ao
Limite do Sinistro.

UNIDADE 5 103
Exemplos

Resseguro Excesso de Danos (ED)

1. Suponha que uma seguradora tenha contratado um Resseguro de


Excesso de Danos para garantir que, em caso de sinistro catastrófico
num determinado ramo, não perca mais do que um limite por ela
solicitado, denominado “Limite de Sinistro”. Vamos supor que esse
ramo seja “Automóvel” e que houve uma inundação causando a perda
total, para a seguradora, de 80 veículos cujas indenizações totalizaram
R$ 1.600.000,00 e que não tenha havido resseguro de ER
nem de Quota-parte. Se essa seguradora tiver fixado o LS em
R$ 300.000,00, haverá uma recuperação de resseguro de ED de
R$ 1.300.000,00 (R$ 1.600.000,00 – R$ 300.000,00).

2. Para um Limite de Sinistro (LS) de R$ 3.000.000,00, teremos que:

• Se o prejuízo total for de R$ 2.000.000,00


P < LS; logo, não há recuperação e a responsabilidade é do
segurador.

• Se o prejuízo total for de R$ 3.000.000,00


P = LS; logo, não há recuperação.

• Se o prejuízo total for de R$ 5.000.000,00


P > LS; logo, há recuperação.

A recuperação será = Prejuízo – LS


Recuperação = R$ 5.000.000,00 – R$ 3.000.000,00 =
R$ 2.000.000,00

RETROCESSÃO
É o resseguro do resseguro. Operação feita pelo ressegurador, que consiste
na cessão de parte das responsabilidades por ele aceitas a outro ou outros
resseguradores ou seguradores. Em suma, é um resseguro de segundo grau,
que absorve apenas riscos determinados, que, após saturar a capacidade do
ressegurador, vão para a retrocessão.

Os contratos de retrocessão podem utilizar todas as formas de resseguro


existentes.

Para limitar e equilibrar o seu risco, o ressegurador cede parte da cobertura


de resseguro por ele assumida a um retrocessionário, que poderá ser um
segurador ou um ressegurador.

A retrocessão funciona de forma semelhante aos resseguros, em que as


retrocessionárias assumem riscos excedentes dos retrocedentes e pagam uma
comissão de retrocessão sobre o prêmio recebido.

104 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 5

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] Os mecanismos de pulverização dos riscos utilizados pelo mercado
segurador brasileiro para sua autoproteção, quando assumem riscos de
terceiros, são conhecidos como:

(a) Cosseguro e retrocessão.


(b) Retrocessão e resseguro.
(c) Cosseguro e resseguro.
(d) Excesso de danos e retrocessão.
(e) Cosseguro, resseguro e retrocessão.

[2] A operação de seguro em que duas ou mais seguradoras não vinculadas


distribuem percentualmente os riscos, com anuência do segurado e sem
solidariedade entre elas, é denominada:

(a) Cosseguro facultativo.


(b) Resseguro obrigatório.
(c) Cosseguro obrigatório.
(d) Risco comum.
(e) Risco vultoso.

[3] CORRELACIONE AS COLUNAS ABAIXO E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA:

Quanto aos cosseguros facultativos, podemos afirmar que:

( ) A seguradora líder fica incumbida da administração da apólice.


( ) É possível a sua contratação em qualquer ramo de seguro.
( ) Existe a responsabilidade solidária entre as cosseguradoras.
( ) É permitido o pagamento de uma comissão de cosseguro à líder pela
administração da apólice.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) F,V,F,F
(b) V,F,V,V
(c) V,V,F,F
(d) F,V,F,V
(e) V,F,F,V

FIXANDO CONCEITOS 5 105


Fixando Conceitos 5

[4] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA:

São premissas do cosseguro obrigatório:

I) É uma operação realizada entre seguradoras vinculadas.


II) Risco isolado é o objeto ou conjunto de objetos que podem ser atingidos
por um mesmo evento em caso de eventual sinistro.
III) A opção pela adoção do Limite Técnico – LT – ou Limite de Retenção –
LR – de grupo deverá constar da apólice.
IV) Para efeito de resseguro, será adotado somente o Limite de Retenção
(LR) da líder.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I e II são proposições verdadeiras.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente I e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.

[5] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:

Um Seguro Proporcional a Risco Total foi contratado com cláusula de


cosseguro, constando da apólice as seguintes informações:

Importância Segurada: R$ 6.500.000,00


Taxa Anual de 0,32%
Franquia Dedutível de 5% da Importância Segurada
Distribuição das Responsabilidades entre as cosseguradoras

Seguradora Responsabilidade (%)

“A” (Líder) 45

“B” 32

“C” 23

Tendo ocorrido um sinistro com prejuízos totais de R$ 2.320.000,00 e


sendo apurado o Valor em Risco na data do sinistro de R$ 8.000.000,00, a
indenização cabível à cosseguradora “C” será de:

(a) R$ 372.815,82
(b) R$ 433.350,00
(c) R$ 499.200,00
(d) R$ 533.600,00
(e) R$ 702.000,00

106 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Fixando Conceitos 5

[6] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:


Anotações:
Foi contratado um Seguro a Risco Total, com a cláusula de cosseguro facultativo,
constando da apólice o seguinte quadro de responsabilidades:

Importância
Seguradora % de Participação Prêmio (R$)
Segurada (R$)

“A” (Líder) 32 4.000.000,00 8.000,00

“B” 30 3.750.000,00 7.500,00

“C” 28 3.500.000,00 7.000,00

“D” 10 1.250.000,00 2.500,00

Total 100 12.500.000,00 25.000,00

Houve um sinistro durante a vigência da apólice com as seguintes características:

• Valor em Risco Apurado pela líder na data do sinistro: R$ 15.000.000,00


• Cláusula de Rateio Parcial com “K” de 90%
• Prejuízos totais levantados: R$ 4.750.000,00
• Franquia dedutível de R$ 125.000,00

A indenização cabível à cosseguradora “B” será de:

(a) R$ 427.314,81
(b) R$ 1.196.481,48
(c) R$ 1.284.722,23
(d) R$ 1.367.407,40
(e) R$ 4.273.148,14

[7] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S)


LACUNA(S):

Podemos afirmar que os planos de Resseguro ______________ e de


_________________são proporcionais, enquanto o de _____________ é um
Plano de Resseguro Não Proporcional.

(a) Catástrofe / Excesso de Danos / Excedente de Responsabilidade


(b) Stop Loss / Excedente de Responsabilidade / Excesso de Danos
(c) Excedente de Responsabilidade / Stop Loss / Quota-parte
(d) Excedente de Responsabilidade / Quota-parte / Excesso de Danos
(e) Quota-parte / Stop Loss / Excesso de Danos

FIXANDO CONCEITOS 5 107


Fixando Conceitos 5

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[8] Considere um seguro contratado com cosseguro obrigatório, entre
seguradoras vinculadas, com a importância segurada total de R$ 8.000.000,00,
totalmente assumida pela líder, sendo os Limites de Retenção de cada uma
os seguintes:

Seguradora ”A” – R$ 120.000,00


Seguradora ”B” – R$ 360.000,00
Seguradora ”C” – R$ 420.000,00
Seguradora ”D” (Líder) – R$ 660.000,00

Através do Plano de Resseguro de Excedente de Responsabilidade, a líder


fará uma cessão ao ressegurador de:

(a) R$ 1.560.000,00
(b) R$ 6.440.000,00
(c) R$ 7.340.000,00
(d) R$ 7.580.000,00
(e) R$ 7.640.000,00

[9] O Limite de Retenção de uma seguradora, nos planos de Resseguro de


Excedente de Responsabilidade, é também chamado de:

(a) Limite Técnico.


(b) Limite Agregado.
(c) Stop Loss.
(d) Limite de Sinistro.
(e) Limite de Catástrofe.

108 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Glossário
ADESÃO: termo utilizado para definir características do contrato de seguro;
contrato de adesão; ato ou efeito de aderir.

ADITIVO: termo utilizado para definir instrumento do contrato de seguro,


utilizado para alterar a apólice, sem contudo alterar a cobertura básica contida
nela; o mesmo que endosso.

ACEITAÇÃO: ato pelo qual o segurador aceita o seguro que lhe foi
proposto.

ACIDENTE: todo caso fortuito, especialmente aquele do qual deriva um


dano.

AGRAVAÇÃO: termo utilizado para definir ato do segurado em tornar o risco


mais grave do que originalmente se apresenta no momento de contratação
do seguro, podendo, por isso, perder o direito a este.

BILATERAL: assim também chamado o contrato de seguro em que duas partes


tomam, sobre si, obrigações recíprocas.

BÔNUS: termo que define o desconto a ser concedido ao segurado, na


renovação de certos e determinados seguros, por não ter reclamado
indenização ao segurador, durante o período de vigência do seguro; direito
intransferível; desconto progressivo; redução no prêmio.

BOA-FÉ: convicção ou persuasão de ter agido dentro da lei ou de estar por


ela amparado. O contrato de seguro é de estrita boa-fé.

CADUCIDADE: perecimento de um direito pelo seu não exercício, em um certo


intervalo de tempo, marcado pela lei ou pela vontade das partes.

CANCELAMENTO: baixa do seguro, no registro geral de apólice por falta


de pagamento do prêmio, anulação do contrato ou pelo pagamento de
indenização pela perda total do bem segurado.

CERTIFICADO DE SEGURO: nos seguros em grupo, é o documento expedido


pela sociedade seguradora. Ele prova a existência do seguro para cada
indivíduo componente do grupo segurado.

CLASSE DO RISCO: expressão empregada para designar a situação do risco,


quando encarada sob determinado aspecto.

CLÁUSULA: disposição particular. Parte de um todo que é o contrato.

CLÁUSULA ADICIONAL: cláusula suplementar, adicionada ao contrato,


estabelecendo condições suplementares.

GLOSSÁRIO 109
COMISSÃO: modo de pagamento empregado pelas sociedades seguradoras
para remunerar o trabalho dos corretores de seguros.

COMISSÃO DE RESSEGURO: percentagem que o ressegurador paga ao


segurador pela cessão, total ou parcial, do seguro.

COSSEGURO: operação que consiste na repartição de um mesmo risco, de


um mesmo segurado, entre duas ou mais seguradoras.

DENÚNCIA: base de processo administrativo para verificação de infrações


cometidas pelas sociedades de seguros.

DEPRECIAÇÃO: diz-se que há depreciação quando um bem, móvel ou imóvel,


sofre redução em seu valor.

DOLO: falta intencional para ilidir uma obrigação.

DURAÇÃO DO SEGURO: expressão usada para indicar o prazo de vigência


do seguro.

EVENTO: acontecimento futuro, possível, incerto, desvinculado de ilícito das


partes, que causa prejuízos econômicos para o segurado e que acontece
independentemente de sua vontade.

EXTINÇÃO DO CONTRATO: o contrato de seguro extingue-se, normalmente,


na data do vencimento, fixada na apólice ou quando é paga indenização pelo
seu todo pelo segurador.

INTERESSE SEGURÁVEL: legítimo interesse econômico ou pecuniário que


as pessoas físicas ou jurídicas podem ter com relação a si próprias, outras
pessoas ou bens seguráveis.

JURISPRUDÊNCIA: modo uniforme pelo qual os tribunais interpretam e aplicam


determinadas leis.

LEI DOS GRANDES NÚMEROS: princípio geral das ciências de observação,


segundo o qual a frequência de determinados acontecimentos, verificada em
um grande número de casos análogos, tende a se estabilizar cada vez mais,
à medida que aumenta o número de casos observados, aproximando-se dos
valores previstos pela Teoria das Probabilidades.

LIMITE TÉCNICO: valor básico da retenção, que a companhia de seguros


deve adotar em cada ramo ou modalidade que operar, fixado pela ciência
atuarial.
LLOYD’S DE LONDRES: célebre instituição inglesa; hoje, no mundo, centro
principal do comércio do seguro.

MÁ-FÉ: agir de modo contrário à lei ou ao direito, propositadamente de


má-fé, considerada e consubstanciada na legislação de quase todos os países.
Assume, nos contratos de seguros, excepcional relevância.

110 TEORIA GERAL DO SEGURO II


NOTA DE SEGURO: documento de cobrança que acompanha as apólices e
endossos remetidos ao banco cobrador.

PERDA TOTAL: dá-se a perda total do objeto segurado, quando este perece
completamente ou quando se torna, de forma definitiva, impróprio ao fim a
que era destinado.

PRÊMIO ADICIONAL: prêmio suplementar cobrado em certos e determinados


casos.

PRÊMIO FRACIONADO: prêmio anual, dividido em parcelas para efeito de


pagamento.

PRESCRIÇÃO: meio pelo qual, de acordo com o transcurso do tempo,


adquirem-se direitos e se extinguem obrigações.

PROBABILIDADE: diz-se da possibilidade de realização de um determinado


evento. A probabilidade pode ser matemática ou estatística.

PULVERIZAÇÃO DO RISCO: distribuição do seguro, por um grande número


de seguradores, de modo a que o risco, assim disseminado, não venha a
constituir, por maior que seja a sua importância, perigo iminente para a
estabilidade da carteira.

RESERVA TÉCNICA: termo utilizado para definir valores matematicamente


calculados pelo segurador, com base nos prêmios recebidos dos segurados,
para garantia dos pagamentos eventuais dos riscos assumidos e não expirados.
Ex.: Reserva de Sinistros a Liquidar.

SUB-ROGAÇÃO: ocorre no seguro quando, após o sinistro e paga a indenização


pelo segurador, este substitui o segurado nos direitos e ações que tem de
demandar o terceiro responsável pelo sinistro.

TARIFA: relação das taxas correspondentes a cada classe de risco. É de acordo


com a taxa constante da tarifa que o segurador calcula o prêmio relativo ao
seguro que lhe é proposto.

VÍCIO PRÓPRIO: diz-se de todo germe de destruição, inerente à própria


qualidade do objeto segurado, que pode, espontaneamente, produzir sua
deterioração.

GLOSSÁRIO 111
112 TEORIA GERAL DO SEGURO II
Anexos

1 Codificação dos Ramos de Seguros

2 Modelo de Apólice de Seguro de Automóvel

3 Modelo de Endosso sem Movimento


Modelo de Endosso de Substituição de Veículo

4 Circular SUSEP 394, de 30 de outubro de 2009

ANEXOS 113
114 TEORIA GERAL DO SEGURO II
Anexo 1
CODIFICAÇÃO DOS
RAMOS DE SEGUROS

Circular SUSEP 455, de 6 de dezembro de 2012.

Altera a Circular Susep 395, de 3 de dezembro de 2009, e


dispõe sobre a classificação de coberturas contidas em planos
de microsseguro para fins de contabilização.

Tabela de Ramos e Grupos


Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
01 Patrimonial 12 Assistência – Ramo novo. Operações anteriormente
Bens em Geral informadas no Ramo Riscos Diversos
(0171). Engloba as operações de
seguro de garantia estendida/
complementação de garantia e de
seguros similares aos Serviços de
Assistência.
01 Patrimonial 14 Compreensivo Inalterado.
Residencial
01 Patrimonial 15 Roubo Inalterado.
01 Patrimonial 16 Compreensivo Inalterado.
Condomínio
01 Patrimonial 18 Compreensivo Inalterado.
Empresarial
01 Patrimonial 41 Lucros Cessantes Inalterado.
01 Patrimonial 67 Riscos de Engenharia Inalterado.
01 Patrimonial 71 Riscos Diversos Inclui os antigos Ramos Tumultos,
Fidelidade e Vidros.
01 Patrimonial 73 Global de Bancos Inalterado.
01 Patrimonial 95 Garantia Estendida/ Inalterado.
Extensão de Garantia –
Bens em Geral
01 Patrimonial 96 Riscos Nomeados Inalterado.
e Operacionais

02 Riscos Especiais 34 Riscos de Petróleo Inalterado.


02 Riscos Especiais 72 Riscos Nucleares Inalterado.
02 Riscos Especiais 74 Satélites Inalterado.

ANEXO 1 115
Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
03 Responsabilidades 10 R.C. de Administradores Inalterado.
e Diretores – D&O
03 Responsabilidades 13 R.C. Riscos Ambientais Ramo Novo. Operações
anteriormente informadas no Ramo
R.C. Geral (0351).
03 Responsabilidades 51 R.C. Geral Inalterado.
03 Responsabilidades 78 R.C. Profissional Inalterado.

05 Automóvel 20 Acidentes Pessoais Inalterado.


de Passageiros – APP
05 Automóvel 24 Garantia Estendida/ Inalterado.
Extensão de Garantia –
Auto
05 Automóvel 25 Carta Verde Inalterado.
05 Automóvel 26 Seguro Popular de Inalterado.
Automóvel Usado
05 Automóvel 31 Automóvel – Casco Inalterado.
05 Automóvel 42 Assistência e Outras Ramo novo. Operações anteriormente
Coberturas – Auto informadas no Ramo Riscos Diversos
(0171). Engloba as operações de
seguro de garantia estendida/
complementação de garantia, os
seguros similares aos Serviços de
Assistência e outras coberturas que
estejam diretamente relacionadas ao
veículo segurado.
05 Automóvel 53 Responsabilidade Civil Não deve ser incluído neste Ramo o
Facultativa Veículos – RCF – ônibus (0628), embarcações
RCFV (1428) e aeronaves (1528).
05 Automóvel 88 DPVAT Inalterado. Inclui todas as categorias
– Cats. 3 e 4, incluídas somente a
partir de janeiro de 2005.

06 Transportes 21 Transporte Nacional Inalterado.


06 Transportes 22 Transporte Internacional Inalterado.
06 Transportes 23 Resp. C.T. Rodoviário Ramo novo. Operações anteriormente
Interestadual e informadas no Ramo Resp. C.
Internacional – T. Rodoviário Interestadual e
RC Ônibus Internacional – RC ônibus, do
Grupo Automóvel (0523).
06 Transportes 28 Responsabilidade Civil Ramo Novo. Anteriormente era
Facultativa Veículos – informada no Ramo Responsabilidade
RCFV Ônibus Civil Facultativa Veículos – RCFV
(0553).
06 Transportes 32 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador de Carga
em Viagem Internacional –
RCTR-VI-C
06 Transportes 38 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador Ferroviário
Carga – RCTF-C
06 Transportes 44 R.C.Transp. em Viagem Ramo novo. Operações anteriormente
Internacional pessoas informadas no respectivo ramo do
transportadas ou não – Grupo Auto (0544).
Carta Azul

116 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
06 Transportes 52 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador Aéreo Carga
– RCTA-C
06 Transportes 54 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador Rodoviário
Carga – RCTR-C
06 Transportes 55 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador Desvio de
Carga – RCF-DC
06 Transportes 56 Resp. Civil do Nova nomenclatura. Operações
Transportador Aquaviário anteriormente informadas no Ramo
Carga – RCA-C Resp. Civil Armador.
06 Transportes 58 Resp. Civil do Operador do Passou a englobar as operações
Transporte Multimodal – informadas no Ramo Resp. Civil do
RCOTM-C Transportador Intermodal (0627).

07 Riscos Financeiros 43 Stop Loss Ramo novo. Operações anteriormente


informadas no Ramo Riscos Diversos
(0171).
07 Riscos Financeiros 46 Fiança Locatícia Inalterado.
07 Riscos Financeiros 48 Crédito Interno Ramo novo. Operações anteriormente
informadas nos Ramos Crédito
Doméstico Risco Comercial (0860) e
Crédito Doméstico Risco Pessoa
Física (0870).
07 Riscos Financeiros 49 Crédito à Exportação Ramo novo. Operações anteriormente
informadas nos Ramos Crédito à
Exportação Risco Comercial (0819) e
Crédito à Exportação Risco
Político (0859).
07 Riscos Financeiros 75 Garantia Segurado – Ramo novo. Operações anteriormente
Setor Público informadas nos Ramos Garantia
Financeira (0739), Garantia de
Obrigações Públicas (0745), Garantia
de Concessões Públicas (0747) e
Garantia Judicial (0750).
07 Riscos Financeiros 76 Garantia Segurado – Ramo novo. Operações
Setor Privado anteriormente informadas nos Ramos
Garantia Financeira (0739), Garantia
de Obrigações Privadas (0740) e
Garantia Judicial (0750).

09 Pessoas Coletivo 29 Auxílio Funeral Ramo novo.


09 Pessoas Coletivo 36 Perda do Certificado de Inalterado.
Habilitação de Voo – PCHV
09 Pessoas Coletivo 69 Viagem Alteração de nomenclatura –
anteriormente era Turístico.
09 Pessoas Coletivo 77 Prestamista Não deverá conter informações
(exceto Habitacional e referentes aos Ramos Seguro
Rural) Habitacional em Apólice de Mercado
– Prestamista (1061) e Seguro de Vida
do Produtor Rural (1198).
09 Pessoas Coletivo 80 Educacional Inalterado.
09 Pessoas Coletivo 82 Acidentes Pessoais Incluir a cobertura de APP quando
não for comercializada como
cobertura agregada de outro Grupo.

ANEXO 1 117
Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
09 Pessoas Coletivo 83 Dotal Misto Ramo novo.
09 Pessoas Coletivo 84 Doenças Graves ou Ramo novo.
Doença Terminal
09 Pessoas Coletivo 86 Dotal Puro Ramo novo.
09 Pessoas Coletivo 87 Desemprego/Perda Ramo novo.
de Renda
09 Pessoas Coletivo 90 Eventos Aleatórios Inalterado.
09 Pessoas Coletivo 93 Vida Alteração de nomenclatura –
anteriormente, era Vida em Grupo.
09 Pessoas Coletivo 94 VGBL/VAGP/VRGP/ Inclui informações VRSA e VRI.
VRSA/VRI

10 Habitacional 61 Seguro Habitacional em Ramo novo. Operações anteriormente


Apólices de Mercado – informadas nos Ramos Seguro
Prestamista Habitacional Fora do S.F.H. (1068) e
Prestamista (0977).
10 Habitacional 65 Seguro Habitacional em Ramo novo. Operações anteriormente
Apólices de Mercado – informadas no Ramo Seguro
Demais Coberturas Habitacional Fora do S.F.H. (1068).
10 Habitacional 66 Seguro Habitacional do Inalterado.
Sistema Financeiro
da Habitação

11 Rural 01 Seguro Agrícola sem Inalterado.


cobertura do FESR
11 Rural 02 Seguro Agrícola com Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 03 Seguro Pecuário sem Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 04 Seguro Pecuário com Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 05 Seguro Aquícola sem Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 06 Seguro Aquícola com Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 07 Seguro Florestas sem Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 08 Seguro Florestas com Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 09 Seguro da Cédula Inalterado.
do Produto Rural
11 Rural 30 Seguro Benfeitorias e Inalterado.
Produtos Agropecuários
11 Rural 62 Penhor Rural Alteração de nomenclatura – excluída
a expressão “Instituições Financeiras
Privadas”. Passou a englobar as
operações do Ramo Penhor Rural
Instituições Financeiras Públicas
(1163).
11 Rural 64 Seguros Animais Inalterado.
11 Rural 98 Seguro de Vida do Engloba as operações anteriormente
Produtor Rural informadas no Ramo Prestamista
(0977).

118 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
12 Outros 79 Seguros no Exterior Inalterado.
12 Outros 85 Saúde – Ressegurador Local Ramo novo.
12 Outros 99 Sucursais no Exterior Inalterado.

13 Pessoas Individual 29 Auxílio Funeral Ramo novo.


13 Pessoas Individual 36 Perda do Certificado de Novo Grupo.
Habilitação de Voo – PCHV
13 Pessoas Individual 69 Viagem Alteração Novo Grupo.
de nomenclatura –
anteriormente, era
Turístico.
13 Pessoas Individual 77 Prestamista (exceto Novo Grupo. Não deverá conter
Habitacional e Rural) informações referentes aos Ramos
Seguro Habitacional em Apólice
de Mercado – Prestamista (1061)
e Seguro de Vida do Produtor Rural
(1198).
13 Pessoas Individual 80 Educacional Novo Grupo.
13 Pessoas Individual 81 Acidentes Pessoais Novo Grupo. Incluir cobertura de APP
quando não for comercializada como
cobertura agregada de outro Grupo.
13 Pessoas Individual 83 Dotal Misto Ramo novo.
13 Pessoas Individual 84 Doenças Graves ou Novo Ramo e novo Grupo.
Doença Terminal
13 Pessoas Individual 86 Dotal Puro Ramo novo.
13 Pessoas Individual 87 Desemprego/Perda de Ramo novo.
Renda
13 Pessoas Individual 90 Eventos Aleatórios Novo Grupo.
13 Pessoas Individual 91 Vida Alteração de Nomenclatura –
anteriormente era Vida Individual.
13 Pessoas Individual 92 VGBL/VAGP/VRGP/ VRSA/ Inclui VRSA e VRI.
VRI

14 Marítimos 17 Seguro Compreensivo para Ramo novo. Operações anteriormente


Operadores Portuários informadas no Ramo Marítimos
(0433).
14 Marítimos 28 Responsabilidade Civil Ramo novo.
Facultativa para
Embarcações – RCF
14 Marítimos 33 Marítimos (Casco) Ramo novo. Grupo alterado de
cascos para embarcações.
14 Marítimos 57 DPEM Grupo alterado de cascos para
embarcações.

15 Aeronáuticos 28 Responsabilidade Civil Ramo novo.


Facultativa para
Aeronaves – RCF
15 Aeronáuticos 35 Aeronáuticos (Casco) Ramo novo. Grupo alterado de
cascos para embarcações.
15 Aeronáuticos 37 Responsabilidade Civil Grupo alterado de cascos para
Hangar embarcações.

ANEXO 1 119
Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
15 Aeronáuticos 97 Responsabilidade Ramo novo. Operação anteriormente
do Explorador ou informadas no Ramo.
Transportador Aéreo – RETA
16 Microsseguros 01 Pessoas Grupo/Ramo novo. Inclui as
coberturas de pessoas relativas
aos planos de microsseguro.
16 Microsseguros 02 Danos Grupo/Ramo novo. Inclui as
coberturas de danos relativas aos
planos de microsseguro.
16 Microsseguros 03 Previdência Grupo/Ramo novo. Inclui as
coberturas de Morte e Invalidez
Permanente e Total relativas aos
planos de previdência equiparados
a planos de microsseguro.

120 TEORIA GERAL DO SEGURO II


A seguir, apresentaremos noções básicas de alguns dos ramos de seguro mais utilizados no mercado
e codificados pela SUSEP (Circular SUSEP 455, de 6 de dezembro de 2012), conforme consta da tabela
anterior.

GRUPO 01 – SEGUROS PATRIMONIAIS


Ramo 15 – Roubo
O objetivo do Seguro de Roubo é indenizar o segurado de prejuízos que venha a sofrer em consequência
de roubos de bens discriminados na apólice.

Esse seguro possui tarifação própria, sendo considerados o local e o tipo de atividade do
segurado.

A indenização paga ao segurado, para os prejuízos causados por roubo, deverá ser sempre precedida
de queixa às autoridades policiais.

Importante

O Seguro de Roubo cobre:

• roubo
– cometido mediante uso ou ameaça de uso de violência contra a pessoa;
– cometido depois de haver reduzido a pessoa à impossibilidade de resistência, seja pela
ação física ou pela aplicação de narcóticos;

• furto qualificado
– quando praticado mediante destruição ou rompimento do obstáculo;
– quando cometido pela utilização de outras vias, diferentes das destinadas a servir de
entrada ao local onde estão os bens cobertos;
– quando praticado com emprego de chave falsa, gazua ou instrumentos semelhantes,
desde que a utilização desses meios deixe vestígios materiais inequívocos;

• danos materiais, diretamente, causados aos bens segurados pelo autor dos atos; e

• em alguns casos, o furto simples (Riscos Residenciais e All Risks).

Comentário

O Seguro de Roubo apresenta, ainda, a Cobertura All Risks, que garante a indenização por
simples desaparecimento e/ou perda de alguns dos bens segurados de uso exclusivamente pessoal.
Observa-se que sua concessão é restrita, no caso, somente a segurados – pessoas físicas – de
ilibada idoneidade moral.

ANEXO 1 121
Ramo 41 – Lucros Cessantes
O Seguro de Lucros Cessantes é aquele que tem por finalidade garantir a situação financeira da empresa
segurada após um sinistro de Danos Materiais que tenha perturbado, ou paralisado, o movimento normal
de seus negócios. Esse seguro tem por objeto a manutenção da operacionalidade e lucratividade da
empresa, sendo as perdas ocorridas identificadas através da análise dos relatórios financeiros elaborados
pela contabilidade. Logo, é fundamental e obrigatório que a contabilidade esteja perfeitamente
organizada para comprovar as perdas oriundas do sinistro.

As perdas cobertas por esse seguro decorrem da não efetivação do lucro líquido operacional que o
segurado não obteve em virtude da paralisação causada pelo sinistro, bem como as despesas fixas
(aquelas que ele terá que realizar mesmo sem ter receita para financiá-las).

Portanto, o risco coberto pelo Seguro de Lucros Cessantes é a perda de lucro bruto (lucro líquido
operacional + despesas fixas) gerada pela paralisação total ou parcial nos negócios do segurado, em
virtude de danos materiais causados por eventos cobertos, e qualquer dos bens móveis ou imóveis
existentes no local que venham a ser danificados ou destruídos em consequência desses eventos.

Danos Materiais é o que chamamos de fato gerador do risco no Seguro de Lucros Cessantes.

Os eventos cobertos pelo Seguro de Lucros Cessantes são os acidentes a que estão sujeitos os bens da
empresa segurada (podem sofrer danos materiais), devidamente especificados na apólice, que podem
causar paralisações ou perturbações no seu movimento de negócios, como, por exemplo: incêndio,
explosão, vendaval.

É exigida do segurado a contratação do Seguro de Danos Materiais que garanta a indenização de perdas
em caso de ocorrência dos eventos que esse segurado deseja garantir em lucros cessantes.

O Seguro de Lucros Cessantes cobre, também, os gastos adicionais que o segurado realizar para evitar
ou reduzir a perda de lucro bruto que ocorreria em face do sinistro, ou seja, as despesas extraordinárias,
provenientes de medidas tomadas pelo segurado para apressar a retomada dos seus negócios ao ritmo
normal. Essa cobertura será indenizada até o limite da perda evitada; portanto, somente se houver
resultado útil e até o valor da redução da perda coberta proporcionada pela medida adotada.

O segurado deverá escolher o número de meses que deseja garantir em lucros cessantes, chamado
de período indenitário contratado, que deverá ser fixado na apólice. Período indenitário, então, é
o tempo necessário para a empresa recuperar o ritmo normal de suas atividades após a ocorrência
de um sinistro de Danos Materiais que provoque a paralisação ou redução de seu movimento de
negócios.

O início do período indenitário coincide com a data da ocorrência do sinistro de Danos Materiais, e seu
término ocorre ou com a normalização das atividades da empresa ou quando se esgota o número de
meses estabelecido na apólice para o evento ocorrido, prevalecendo o fato que ocorrer primeiro.

Ramo 67 – Riscos de Engenharia


No ramo de Seguros Riscos de Engenharia são, também, agrupadas diversas modalidades de seguros,
apresentando, cada uma delas, seus riscos cobertos, suas condições especiais e seus critérios de
taxação.

A concessão de um seguro pertencente a esse ramo está sujeita à aplicação de taxas e franquias
diferenciadas, que têm por base critérios técnicos.

122 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Nas modalidades de seguros agregados ao Ramo de Riscos de Engenharia, são estipuladas medidas
especiais para a contratação do seguro: inspeção de riscos realizada por engenheiros habilitados, análise
dos cronogramas das construções, montagens.

Destacam-se as seguintes modalidades, regulamentadas no Ramo Riscos de Engenharia:

• Obras Civis em Construção;


• Instalação e Montagem;
• Obras Civis em Construção/Instalação e Montagem;
• Quebra de Máquinas; e
• Equipamentos Eletrônicos.

Ramo 71 – Riscos Diversos


Existem várias modalidades de seguros agrupadas no Ramo de Riscos Diversos.

Cada uma delas possui condições especiais, critérios específicos de taxação e determinado número
de riscos cobertos.

A indenização, por parte da seguradora, é garantida em função da ocorrência de um dos riscos previstos
nas respectivas apólices.

Atualmente, estão regulamentadas as seguintes modalidades do ramo Riscos Diversos:

• terremoto ou tremores de terra e maremotos;


• derrame de água ou outra substância líquida de instalações de chuveiros automáticos
(sprinklers);
• valores em trânsito em mãos de portador ou dentro de estabelecimentos ou transportados em
carros-fortes;
• equipamentos: móveis (incluído o risco de translado e viagens de entrega); cinematográficos;
fotográficos e de televisão (exclusivamente em estúdio e laboratórios ou em reportagens externas);
anúncios luminosos; em exposição (podendo incluir ou excluir o risco de transporte); estacionários
(cobertura limitada no local indicado na apólice); em operações sobre água; instrumentos musicais
e equipamentos de som; arrendados ou cedidos a terceiros;
• inundação;
• alagamento;
• desmoronamento;
• deterioração de mercadorias em ambientes frigorificados;
• registros e documentos (despesas de recomposição);
• material rodante (locomotivas, vagões, gôndolas);
• responsabilidades por leis trabalhistas;
• seguro de joalheria; e
• cobertura compreensiva para objetos de arte.

Além das modalidades acima, são atualmente considerados como Riscos Diversos:

Seguro de Vidros
A finalidade do Seguro de Vidros é indenizar o segurado dos prejuízos sofridos em decorrência da
quebra de vidros de sua propriedade de forma acidental por ato involuntário do segurado, membros
de sua família, empregados e prepostos, por imprudência ou culpa de terceiros, pela ação de calor
artificial e pela queda de granizo.

ANEXO 1 123
Atenção

O calor artificial não inclui incêndio, raio ou explosão, que são riscos excluídos. Arranhaduras
ou lascas não são riscos cobertos.

As coberturas adicionais são para reparos e instalação provisória de vidros e quebra espontânea.

As taxas para esse tipo de seguro estão registradas em tarifa própria.

Seguros de Tumultos, Motins e Riscos Congêneres


A finalidade do Seguro de Greves, Tumultos, Motins e Riscos Congêneres é indenizar o segurado de
prejuízos sofridos, em decorrência de riscos derivados de distúrbios de ordem pública.

As Condições Gerais desse seguro apresentam discriminados os distúrbios de ordem pública, que
podem ser cobertos, e os excluídos da cobertura.

Riscos Cobertos pela Cobertura Básica:

• tumultos – ação de pessoas, com características de aglomeração, que perturbe a ordem


pública através da prática de atos predatórios, para cuja repressão não haja necessidade de
intervenção das Forças Armadas;

• greve – ajuntamento de mais de três pessoas, da mesma categoria ocupacional, que se


recusam a trabalhar ou a comparecer onde os chama o dever; e

• lockout – cessação da atividade por ato ou fato do empregador.

São também indenizáveis os seguintes prejuízos:

• danos materiais sofridos pelo segurado em consequência de riscos cobertos;


• danos materiais e despesas decorrentes de medidas tomadas para reprimir, ou tentar reprimir,
qualquer perturbação de ordem pública ou para reduzir-lhe as consequências, quando resultarem
dos riscos acima definidos.
• perdas e danos materiais causados pelas seguintes consequências, dos riscos cobertos por esta
apólice:
– desmoronamento;
– impossibilidade de remoção ou proteção dos salvados por motivo de força maior; e
– desentulho do local.

No Ramo Tumultos, podem ser contratadas as seguintes coberturas adicionais, mediante pagamento
de prêmio adicional:

• atos dolosos;
• quebra de vidros;
• veículos fora do recinto do estabelecimento segurado;
• deterioração de mercadorias;
• perda ou pagamento de aluguel;
• perda de prêmio; e
• rateio parcial.

Essas coberturas não estão previstas na cobertura básica.

124 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Ramo 73 – Global de Bancos
O Seguro Global de Bancos tem por objetivo garantir prejuízos materiais que o segurado venha a
sofrer em seus valores e bens, decorrentes dos riscos previstos, observando-se, porém, os limites da
importância segurada.

Importante

No Ramo de Seguro Global de Bancos, destacam-se os seguintes riscos:

• roubo;
• furto qualificado; e
• destruição ou perecimento de valores e bens por qualquer causa.

Só poderão contratar esse seguro os bancos e as instituições financeiras.

Ramo 14 – Compreensivo Residencial


Ramo 16 – Compreensivo de Condomínio
Ramo 18 – Compreensivo Empresarial
O objetivo principal dos Ramos de Seguros Compreensivos é simplificar todas as etapas da contratação,
procurando atender – de forma ágil – à realidade do segurado que, orientado por seu corretor, escolhe
as coberturas convenientes e necessárias à proteção de seu patrimônio.

Como exemplo significativo de agilização, podemos citar a eliminação da vistoria na maior parte dos
seguros. Para contratar, por exemplo, uma apólice de incêndio, era preciso que a seguradora fizesse
uma vistoria no local, analisasse o tipo e o material da construção, o sistema de proteção, a área exata
da empresa, enfim, fizesse uma avaliação detalhada do risco.

Hoje, através dos Ramos Compreensivos, também denominados de Planos Conjugados ou Planos
Multirriscos, algumas seguradoras aceitam riscos com isenção da vistoria prévia.

Os Seguros Compreensivos podem ser contratados sob a forma padronizada prevista na Circular
SUSEP 321/2006 ou por produtos desenvolvidos pelas seguradoras a partir dos textos das cláusulas de
cobertura elaboradas pela SUSEP.

Através da Resolução do CNSP 218, de 06/12/2010, foram tornadas obrigatórias, exclusivamente para
os Seguros Compreensivos de Condomínio, duas coberturas básicas, denominadas Cobertura Básica
Ampla e Cobertura Básica Simples.

No que se refere aos produtos não padronizados, ou seja, os produtos desenvolvidos pelas seguradoras,
observamos as seguintes características importantes na maioria dos Planos de Seguros Compreensivos
disponíveis no mercado:

• cobertura a Primeiro Risco Absoluto (sem Cláusula de Rateio) para todas as Coberturas (Básicas ou
Adicionais) nos Seguros Compreensivos Condominiais e Residenciais, e a Primeiro Risco Absoluto
até um determinado limite para os Seguros Compreensivos Empresariais;
• simplificação operacional desde a contratação até a emissão da apólice;
• isenção de vistoria prévia para a maioria das coberturas, excetuando-se os casos de alagamento,
inundação e desmoronamento; e
• verba única para prédio e conteúdo.

ANEXO 1 125
Os Seguros Compreensivos Residenciais e Empresariais garantem, em geral, na sua Cobertura Básica,
três riscos. São eles:

• incêndio decorrente de caso fortuito, imprevisível ou inevitável e independente da vontade


do segurado;
• queda de raio ocorrida dentro da área do terreno ou edifício onde se localizam os bens segurados; e
• explosão de gás normalmente empregado em aparelhos de uso doméstico, ocorrida dentro da área
do terreno ou edifício onde se encontram os bens segurados.

Nos Seguros Compreensivos Condominiais, as Coberturas Básicas são:

a) Cobertura Básica Simples – cobre os riscos de incêndio, queda de raio dentro do terreno onde
esteja localizado o imóvel segurado e explosão de qualquer natureza.
Permite a contratação de coberturas adicionais, de acordo com os riscos a que estiver sujeito o
condomínio segurado.

b) Cobertura Básica Ampla – cobre os prejuízos causados por quaisquer eventos que possam causar
danos materiais ao imóvel segurado, exceto os expressamente excluídos.

Além disso, ambas as Coberturas Básicas cobrem as despesas com: providências tomadas para o combate
ao fogo, o salvamento, a proteção dos bens segurados e o desentulho do local.

Garantias

Como Coberturas Acessórias mais comumente contratadas, mediante o pagamento do prêmio


a dicional respectivo, o segurado pode, a critério da seguradora escolhida, contratar as seguintes
garantias que devem vir especificadas na apólice:

• vendaval, furacão, ciclone, tornado, granizo e fumaça;


• queda de aeronave ou quaisquer outros engenhos aéreos ou espaciais, impacto de veículo
terrestre;
• perda ou pagamento de aluguel, em virtude de danos causados por qualquer evento
coberto;
• quebra de vidros causada por imprudência ou culpa de terceiros ou por ato involuntário
do segurado, de membros de sua família ou de seus empregados e prepostos, bem como
resultantes da ação de calor artificial ou chuva de granizo;
• tumultos, greves e lockout quando caracterizados de acordo com as definições do ramo;
• danos elétricos, que cobrem as perdas e danos ocorridos em fios, lâmpadas, válvulas,
chaves, circuitos e aparelhos elétricos, causados, acidentalmente, pelo calor gerado por
eletricidade;
• alagamento causado por água proveniente de chuva torrencial ou tromba-d’água, consequente
ou não da obstrução ou insuficiência de esgotos, galerias pluviais, desaguadouros e similares;
enchente; ruptura de encanamentos, canalizações, adutoras e reservatórios, desde que não
pertençam ao imóvel segurado, nem ao edifício do qual façam parte integrante;
• desmoronamento total ou parcial do imóvel;
• inundação resultante, exclusivamente, do aumento de volume de água de rios navegáveis
(conforme definido pela Divisão de Águas do Ministério da Agricultura) e de canais alimentados
naturalmente por esses rios;
• derrame de água ou outra substância líquida de instalação de chuveiros automáticos sprinklers,
cobrindo, inclusive, os danos que venham a sofrer as instalações de chuveiros automáticos
em consequência dos riscos cobertos;

126 TEORIA GERAL DO SEGURO II


• roubo, desde que praticado no recinto do imóvel indicado na apólice, compreendendo os
riscos de:
– roubo cometido mediante ameaça ou emprego de violência contra a pessoa;
– furto qualificado, exclusivamente aquele cometido com destruição ou rompimento de
obstáculo ou mediante escalada ou utilização de entrada ao local onde estão os bens
cobertos, conforme demais especificações da apólice; e
– danos materiais diretamente causados aos bens cobertos durante a prática do roubo ou
furto qualificado.
• valores no interior do estabelecimento, dentro e/ou fora de cofres-fortes ou caixas-fortes, que
garantam as perdas e danos causados por roubo, furto qualificado e destruição, perecimento
dos valores decorrentes dos riscos mencionados ou de quaisquer outros eventos provenientes
de causa externa;
• explosão de aparelhos e substâncias ou produtos inerentes ou não à indústria ou ao negócio
do segurado, onde quer que a explosão tenha se originado;
• infidelidade de empregados, que garante indenização dos prejuízos ocorridos em consequência
de quaisquer crimes contra o patrimônio do segurado, conforme definidos no Código Penal
Brasileiro, praticados pelos empregados, relacionados nominalmente na apólice, e que estejam
em pleno exercício de suas funções;
• despesas fixas, que garantam indenização dos prejuízos decorrentes de interrupção ou
perturbação do giro de negócios do segurado, causada por incêndio, queda de raio e explosão
de gás, ocorridos nos locais mencionados na apólice, com danificação ou destruição dos
bens móveis ou imóveis neles localizados;
• despesas com instalação em novo local, diferente do sinistrado, a fim de que as atividades
do segurado voltem, o mais depressa possível, ao seu ritmo normal após a ocorrência de
evento coberto que impossibilite sua continuidade no local primitivo;
• responsabilidade civil, cobertura que se define, de conformidade com as Condições Gerais e
Especiais estabelecidas para cada modalidade de seguro nele incluída;
• equipamentos, garantia que segue as Condições Gerais e Especiais de Ramos Diversos da
modalidade determinada.

Ramo 96 – Riscos Nomeados e Operacionais


São seguros feitos sob medida. São semelhantes aos Ramos Compreensivos, tendo, inclusive, a mesma
cobertura básica e podendo ter as mesmas coberturas acessórias.

Importante

Há algumas diferenças entre eles. As mais significativas são os valores envolvidos e a forma de
contratação das coberturas acessórias; nos Seguros de Riscos Nomeados, os riscos cobertos por
coberturas acessórias são relacionados e, nos Seguros de Riscos Operacionais, os riscos cobertos
por coberturas acessórias são todos aqueles que não estiverem expressamente excluídos, ou
seja, é uma apólice do tipo “All Risks”.

ANEXO 1 127
GRUPO 03 – SEGUROS DE RESPONSABILIDADES
Ramo 51 – Responsabilidade Civil Geral
É aquele que garante ao segurado o reembolso das quantias pelas quais vier a ser responsável civilmente,
relativas à reparação por danos involuntários, corporais e/ou materiais causados a terceiros, e que
decorram de riscos cobertos pela apólice.

O Seguro de Responsabilidade Civil apresenta várias modalidades. As principais são: Guarda de Veículos
de Terceiros; Condomínios, Proprietários e/ou Locatários de Imóveis; Obras Civis e/ou Serviços de
Montagem e Instalação de Máquinas e/ou Equipamentos; Estabelecimentos Comerciais e/ou Industriais;
Produtos (no Território Nacional e/ou no Exterior); Empregador; Familiar.

O Seguro de Responsabilidade Civil apresenta taxação diferenciada em função das várias modalidades
existentes, cada qual com suas condições próprias.

GRUPO 05 – SEGUROS DE AUTOMÓVEL


Ramo 31 – Automóvel – Casco
O Seguro de Automóvel – Casco tem, como objeto, os veículos terrestres de propulsão a motor e seus
reboques, destinados a transporte de pessoas, animais ou coisas, dentro do território brasileiro.

No Seguro de Automóvel – Casco, são passíveis de cobertura os riscos de colisão, incêndio, roubo ou
furto (total ou parcial) e convulsões da natureza.

As coberturas em Automóveis estão assim classificadas:

• básicas – relacionadas diretamente ao veículo; e


• adicionais – utilizadas como complemento de qualquer uma das coberturas básicas, mediante
citação expressa na apólice.

A franquia é o valor definido no contrato de Seguro de Automóveis, que representa o limite de


participação do segurado nos prejuízos consequentes de cada sinistro. Pode ser básica (ou obrigatória)
e facultativa; e ambas são do tipo dedutível.

No Ramo de Seguro Automóvel – Casco, existe uma taxa para cada marca, tipo e nacionalidade de veículo,
além de descontos ou agravações em função do perfil do segurado e/ou condutor do veículo.

Ramo 53 – Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos


– RCFV
É comum no mercado acoplar-se às apólices de Seguro de Automóveis esse ramo de seguro, cuja
finalidade é reembolsar ao segurado a indenização paga, consequente de acidentes causados pelo
veículo discriminado na apólice ou pela carga transportada do veículo e referente a danos materiais
ou danos corporais.

Nas apólices de Seguro de Automóveis – Casco, contratadas com esta cobertura, devem-se discriminar
uma verba para a Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – Danos Materiais – e outra verba
para a Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – Danos Corporais.

128 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Ramo 20 – Acidentes Pessoais de Passageiros
O Ramo de Acidentes Pessoais de Passageiros, também, é comumente comercializado junto com o
Seguro de Automóvel; sua contratação destina-se a garantir isoladamente, ou em conjunto, a cobertura
de Invalidez Permanente, Morte e Despesas Médico-Hospitalares para os passageiros no interior do
veículo segurado, em caso de acidente no trânsito.

GRUPO 06 – SEGUROS DE TRANSPORTES


Ramo 21 – Transporte Nacional e Ramo 22 – Transporte
Internacional
A carteira de transportes abrange o conjunto de seguros relativos a bens e mercadorias transportadas.
Compreende, assim, todos os seguros que visam cobrir os riscos relacionados às viagens nacionais,
internacionais, realizadas por quaisquer meios de transporte regular, e, também, os Seguros de
Responsabilidade Civil dos Transportadores de Carga.

Nesses ramos de seguro, existem diversas coberturas básicas, adicionais e cláusulas específicas, entre
as quais destacamos:

Exemplos de Coberturas Básicas dos Seguros de Transportes:

• Coberturas Básicas A/B/C;


• Cobertura para Seguro de Animais Vivos;
• Cobertura para Seguros de Operações Isoladas;
• Coberturas para Seguros de Bagagem;
• Cobertura para Seguros de Mercadorias Conduzidas por Portadores;
• Cobertura para Seguros de Mostruários sob a Responsabilidade de Viajantes Comerciais; e
• Cobertura para Seguros de Transportes de Títulos em Malotes.

Exemplos de Coberturas Adicionais dos Seguros de Transportes:

• Cobertura Adicional de Despesas;


• Coberturas Adicionais de Tributos;
• Cobertura Adicional de Lucros Esperados;
• Cobertura Adicional para Embarques Aéreos sem Valor Declarado;
• Cobertura Adicional para Classificação de Navios;
• Coberturas Adicionais de Riscos de Greves;
• Coberturas Adicionais de Riscos de Guerra; e
• Cobertura Adicional de Benefícios Internos.

Exemplos de Cláusulas Específicas ou Especiais dos Seguros de Transportes:

• Cláusula Específica para Bens Usados;


• Cláusula Específica para Embarques Aéreos sem Valor Declarado;
• Cláusula Específica para Embarques Efetuados no Convés dos Navios;
• Cláusulas Específicas de Averbações;
• Cláusula Específica para Faltas em Mercadorias a Granel; e
• Cláusulas Específicas para Mercadorias Transportadas em Contêineres.

Para que haja cobertura, os riscos adicionais e especiais estão sujeitos a taxas adicionais, excetuando-se
aqueles ocorridos em consequência de acidentes marítimos, fluviais, lacustres, rodoviários, ferroviários
ou aéreos.

ANEXO 1 129
Os tipos de apólices utilizadas no Seguro de Transportes são:

• avulsas;
• de averbações ou aberta; e
• apólice com prêmio ajustável.

• apólices avulsas – visam à cobertura de um único embarque, contemplando toda a especificação


da mercadoria segurada (marca, número de série, espécie, quantidade, embalagem, valor, meio
de transporte, locais de início e destino, cobertura, taxas, prêmio e importância segurada).
A contratação dessa apólice é recomendada a empresas que não efetuam embarques com frequência.
Constam, dessa apólice, as condições gerais, especiais e particulares aplicáveis ao embarque efetuado
pelo segurado;

• apólices de averbações ou aberta – recomendadas para segurados que efetuem embarques com
frequência. Também constam, dessa apólice, as condições gerais, especiais e particulares que regem
todos os embarques efetuados pelo segurado.
A especificação das mercadorias seguradas constará das averbações, que poderão ser emitidas,
pelo segurado, em formulário impresso ou por meio eletrônico, mediante acordo prévio com a
seguradora.

• apólice com prêmio ajustável – é concedida a segurados com grande movimento de embarques.
A importância segurada e o prêmio inicial serão calculados com base em estimativa anual de embarques,
fornecida pelo segurado. O prêmio, normalmente, é cobrado em até 11 parcelas, a critério do segurador.
O reajuste das parcelas, em geral, é efetuado trimestralmente. É baseado nos embarques efetivamente
realizados pelo segurado, que se compromete a informá-los mensalmente.

A taxação no Seguro de Transportes está condicionada, entre outros, aos seguintes critérios:

• características do veículo transportador;


• características próprias dos bens ou mercadorias transportadas;
• características de embalagem dos bens ou mercadorias;
• locais de origem e destino do transporte; e
• meio de transporte a ser utilizado.

Ramo 54 – Responsabilidade Civil do Transportador


Rodoviário – Carga (RCTR-C)
O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário-Carga (RCTR-C) é obrigatório e tem
por finalidade cobrir a responsabilidade do transportador rodoviário, por eventuais perdas ou danos
sofridos pelos bens ou mercadorias de propriedade de terceiros, que lhe tenham sido entregues para
transportar.

Tais perdas ou danos estarão cobertos, desde que ocorram durante o transporte e sejam causados
diretamente por:

• acidentes – colisão e/ou capotagem e/ou abalroamento e/ou tombamento do veículo transportador; e

• explosão ou incêndio – nos armazéns, depósitos ou pátios usados pelo transportador, durante a
viagem, mesmo que os bens segurados encontrem-se fora dos veículos transportadores.

130 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Atenção

Em ambas as situações, não caberá indenização, quando verificado ato doloso do


transportador/segurado.

• Em relação ao prêmio – geralmente, com base numa relação mensal, em que os embarques
realizados são informados pelo segurado/transportador, a seguradora procede ao cálculo da
fatura ou conta mensal, cobrando o prêmio devido. Também são utilizados meios eletrônicos
para informação dos embarques, antes do início dos riscos.

• Em relação às taxas – as taxas variam em função do percurso da viagem, sendo aplicadas


sobre o valor da mercadoria.

Ramo 55 – Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo


do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de
Carga (RCF-DC)
O Seguro de RCF-DC garante ao segurado, até o valor declarado na averbação e respeitado o limite de
responsabilidade previsto na apólice, o reembolso das reparações pecuniárias pelas quais, por disposições
legais, for ele responsável pelas perdas ou danos causados a bens de terceiros que lhe tenham sido
entregues para transporte, decorrente dos riscos cobertos previstos nas condições gerais.

Esse seguro é facultativo, porém só poderá ser contratado em conjunto com o RCTR-C.

Desde que devidamente averbados no Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário –


Carga (RCTR-C), o Seguro de RCF-DC cobre o desaparecimento da carga em consequência de:

• apropriação indébita e estelionato, furto simples ou qualificado, extorsão simples ou mediante


sequestro quando o desaparecimento da carga for concomitante ao do veículo transportador;

• roubo durante o trânsito, entendendo-se como tal o desaparecimento total ou parcial da carga,
desde que o autor do delito tenha assumido o controle do veículo transportador, mediante grave
ameaça ou emprego de violência;

• roubos praticados durante viagem fluvial na Região Amazônica, complementar à viagem rodoviária,
desde que haja inquérito conclusivo e que ocorra o desaparecimento total ou parcial de carga,
concomitantemente ou não ao do veículo embarcado; e

• roubo de mercadorias no depósito do transportador, nos pátios e no interior de edifícios, estando


o veículo transportador carregado ou não com carga ainda não entregue ao destinatário e que não
tenha permanecido no depósito por mais de 15 dias corridos.

ANEXO 1 131
GRUPO 09 – SEGUROS DE PESSOAS COLETIVO
Ramo 97 – Seguro de Vida
O Seguro de Vida tem por objetivo garantir o pagamento de uma indenização aos beneficiários por
morte do segurado, além de prover outros tipos de indenizações, através de outras garantias previstas
na apólice.

Na contratação do Seguro de Vida, estão envolvidas várias partes:

• segurado – a pessoa física que adere ao seguro;


• seguradora – a pessoa jurídica que assume a responsabilidade de cobertura dos riscos especificados
na apólice, mediante o recebimento do prêmio correspondente;
• estipulante – a pessoa física ou jurídica que propõe a contratação de plano coletivo de Seguros de
Pessoas, ficando investido de poderes de representação dos segurados, nos termos da legislação e
regulação em vigor;
• corretor – a pessoa física ou jurídica que faz a intermediação da contratação do plano do Seguros
de Pessoas; e
• beneficiário – a pessoa física ou jurídica designada, pelo segurado, para receber os valores dos
capitais segurados, na hipótese da ocorrência do sinistro.

Principais Coberturas
Morte
Garantia de pagamento do capital segurado ao beneficiário em caso de morte do segurado principal,
tanto por causas naturais quanto acidentais.

A morte por suicídio está excluída da indenização, podendo somente ser admitida sua cobertura quando
o segurado já participa do grupo há mais de dois anos. Pressupõe-se, neste caso, que o segurado não
ingressou no seguro com o intuito de se suicidar.

O seguro deve abranger pelo menos uma das coberturas básicas quando adotada a estruturação de
coberturas básicas e adicionais, sendo que a cobertura de morte deve ser obrigatoriamente oferecida.

Morte Acidental
Garantia do pagamento, em caso de morte por acidente, de uma indenização especial, paga
adicionalmente à indenização relativa à cobertura de morte.

Quando a garantia de morte acidental é estabelecida em valor igual ao da garantia de morte,


tem-se, em caso de morte acidental do segurado, a situação conhecida como dupla indenização.

132 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente
Garantia do pagamento de uma indenização relativa à perda, redução ou impotência funcional
definitiva, total ou parcial, de membros ou órgãos, em virtude de lesão física causada por acidente
pessoal coberto.

Após a conclusão do tratamento, ou esgotados os recursos terapêuticos disponíveis para a recuperação


do segurado, além de constatada e avaliada sua invalidez permanente quando da alta médica definitiva,
a sociedade seguradora deve pagar uma indenização, de acordo com os percentuais estabelecidos nas
condições gerais e/ou especiais do seguro. Se, depois de paga a indenização por invalidez permanente
por acidente, verificar-se a morte do segurado em consequência do mesmo acidente, a importância já
paga pela invalidez permanente deve ser deduzida do valor do capital segurado por morte.

Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença


Garantia de pagamento de indenização em caso de invalidez laborativa permanente total, consequente
de doença.

É considerada invalidez laborativa permanente total por doença aquela da qual não se pode esperar
recuperação ou reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação,
para a atividade laborativa principal do segurado.

Atividade laborativa principal é aquela pela qual o segurado obteve maior renda dentro de determinado
exercício anual definido nas condições contratuais.

Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para efeitos dessa cobertura, os segurados
portadores de doença em fase terminal atestada por profissional legalmente habilitado.

Não podem figurar como segurados sob essa cobertura pessoas que não exerçam qualquer atividade
laborativa, sendo vedados o oferecimento e a cobrança de prêmio, para o seu custeio, por parte da
sociedade seguradora.

Reconhecida a invalidez laborativa pela sociedade seguradora, a indenização deve ser paga de uma só
vez ou sob a forma de renda certa, temporária ou vitalícia, em prestações mensais, iguais e sucessivas,
conforme acordado entre as partes.

Invalidez Funcional Permanente Total por Doença


Garantia de pagamento de indenização em caso de invalidez funcional permanente total, consequente
de doença que cause a perda da existência independente do segurado.

É considerada perda da existência independente do segurado a ocorrência de quadro clínico incapacitante


que inviabilize, de forma irreversível, o pleno exercício das relações autonômicas do segurado, comprovado
na forma definida nas condições gerais e/ou especiais do seguro.

Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para os efeitos desta cobertura, os


segurados portadores de doença em fase terminal por profissional legalmente habilitado.

Doenças Graves
A cobertura de doenças graves garante o pagamento de indenização em decorrência de diagnóstico
de doenças devidamente especificadas e caracterizadas nas condições gerais e/ou especiais do seguro,
sendo vedada a estipulação de critérios de cálculo do capital segurado com base nas despesas médicas
e/ou hospitalares incorridas pelo segurado para o tratamento da doença.

ANEXO 1 133
Diárias por Incapacidade (DI)
Consistem no pagamento de diárias, a partir da caracterização da impossibilidade contínua e ininterrupta
do segurado de exercer a sua profissão ou ocupação.

O pagamento das diárias se dá durante o período em que o segurado se encontrar sob tratamento
médico em consequência de acidente coberto, sendo devido a partir do primeiro dia após o período
de franquia de, no máximo, 15 dias.

Geralmente, é oferecido o limite máximo de 360 diárias por período contratual. Esse limite também é
o máximo pagável por um mesmo acidente.

GRUPO 14 – SEGUROS MARÍTIMOS


Ramo 33 – Marítimos (Cascos)
A finalidade dos Seguros Marítimos (Cascos) é indenizar perdas e/ou danos materiais, sofridos pela
embarcação segurada, incluindo-se maquinaria e instalações necessárias à sua navegação.

Para o Seguro Marítimo (Cascos), apresentam-se três tipos de coberturas:

• coberturas básicas (há três opções de Cobertura Básica, à escolha do segurado), que garantem perdas
e/ou danos consequentes de acidentes aquaviários como: naufrágio, abalroação, encalhe, incêndio,
colisão, explosão, tempestades, alijamento, além de Avaria Grossa e Assistência e Salvamento,
podendo incluir a Responsabilidade Civil por Abalroação.

• coberturas complementares de Desembolsos (para as despesas de armação, manutenção,


conservação e correlatas, decorrentes de perda total) e Responsabilidades Excedentes (que visa
diminuir o rateio em caso de assistência e salvamento, Avaria Grossa e RC por Abalroação) e Valor
Aumentado (indenização complementar para os casos previstos nas duas coberturas complementares
anteriores).

• coberturas especiais que garantem os riscos de guerra, greves, motins e comoções civis, seguros
de Construtores Navais e Responsabilidade Civil Complementar (P&I), dentre outros.

134 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Importante

em relação à cobertura:

• o Seguro de Cascos cobre acidentes fortuitos ocorridos em portos, ancoradouros, diques,


canais, estaleiros.
• na cobertura de Responsabilidade Civil por Abalroação são indenizadas, exclusivamente,
perdas ou danos causados por abalroamento à outra embarcação ou aos seus bens existentes
a bordo, e, na cobertura de RC Complementar, “proteção e indenização” (P&I), garantem-se
as perdas de vida e danos pessoais, danos a objetos fixos e flutuantes e poluição. Pode, ainda,
ser incluída uma cobertura para reembolso de despesas com remoção de destroços.

em relação às taxas:

• são aplicadas para cada embarcação, individualmente, ou para a frota de embarcações a ser
segurada.
• são com base em vistoria prévia, tanto nos cascos de seguros novos como nas renovações.

GRUPO 15 – SEGUROS AERONÁUTICOS


Ramo 35 – Aeronáuticos (Casco)
O Seguro Aeronáutico (Casco) compreende a cobertura para os danos que a aeronave venha a
sofrer em consequência de acidentes aeronáuticos (também denominado “Aditivo A – Garantia
Cascos”).

Ramo 37 – Responsabilidade Civil de Hangar


Compreende a cobertura para danos pessoais e/ou materiais, involuntariamente causados a terceiros,
que decorram da existência, da manutenção, do uso e/ou das operações relativas às atividades do(s)
hangar(es) de propriedade do segurado.

Ramo 97 – Responsabilidade do Explorador e Transportador


Aéreo – RETA
O Seguro de Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo – RETA – tem por objetivo dar
cobertura para o segurado, relativa à sua responsabilidade para com terceiros (passageiros, tripulantes,
pessoas e bens no solo), no caso de acidentes aeronáuticos (também denominado “Aditivo B – Garantia
RETA”).

Além destes ramos, podem ser contratadas, no âmbito do Seguro Aeronáutico, as seguintes
coberturas:

• Responsabilidade Civil a Segundo Risco do Seguro RETA;


• Seguro de Guerra; e
• Seguro de Peças, Motores e Acessórios Sobressalentes.

ANEXO 1 135
136 TEORIA GERAL DO SEGURO II
Anexo 2
APÓLICE DE
SEGURO DE AUTOMÓVEL

maginária
Seguradora
CNPJ 99.999.999/0001-99

CNPJ 99.999.999/0001-99

_______________________, daqui em diante designada Seguradora, baseando-se nas informações constantes da proposta que lhe foi apresentada pelo
proponente, daqui em diante designado Segurado, proposta essa que, serviu de base para emissão da presente apólice, obriga-se a indenizar, nos termos e
sob as Condições Gerais, Coberturas Básicas, Coberturas Especiais, Coberturas Adicionais, Cláusulas Especiais e/ou Particulares ratificadas nesta apólice.

DADOS DO SEGURO
Sucursal: Ramo: Vigência:

Apólice/Endosso: Código de Identificação: Proposta N :


o
Renovação Apólice No: Contrato No:

DADOS DO SEGURADO
Nome: CNPJ/CPF: Código do Segurado Telefone: Fax:
No:

Endereço: Bairro: Cidade: CEP:

ENDEREÇO DE COBRANÇA
Endereço: Bairro: Cidade: CEP:

CORRETOR
Código: Nome: Telefone: Fax:

DADOS DO VEÍCULO
Marca/Tipo: Ano/Modelo: Placa: Chassi: Categoria Tarifária:

Lotação: Cobertura Básica: Região Habitual de Tráfego: Bônus Auto (Classe): Bônus RCF (Classe):

FRANQUIA Limite Máximo de Indenização em Reais


Auto – Tipo: Auto – Valor R$: RCF – R$: Cód. Veíc. Tabela Casco V.M. Referenciado
Auto

Equipamentos – R$: Blindagem – R$: Tabela Fator de Ajuste Divulgação

Carroceria – R$: Vidros – R$: Danos Materiais R$


RCF Danos Pessoais R$
Uso do Veículo Danos Morais R$

Acessórios Rádio/Toca-fita/Demais R$
Demais Acessórios R$

Equipamentos Carroceria de Caminhão R$


Demais Equipamentos R$
Blindagem R$

Morte R$
OPCIONAIS PRINCIPAIS APP – Limite por Número de
Passageiro Passageiros
Invalidez R$
Dias Parados Dias Diária R$ R$

CLÁUSULAS Adicional de Despesas


DMH do Segurado
Pós-vida

ANEXO 2 137
DADOS COMPLEMENTARES
“Declara-se para os devidos fins e efeitos que os dados abaixo, referentes ao motorista principal, informados pela proponente quando da contratação do seguro, fazem parte
integrante da presente apólice.”

Motorista principal: Reside com pessoa entre 18 e 25 anos que dirija o veículo?
Data de nascimento do motorista principal: Mantém o veículo guardado em garagem fechada quando não em trânsito durante o dia?
CPF: Telefone: Mantém o veículo guardando em garagem fechada quando não em trânsito durante a noite?
Sexo: Qual a quantidade de veículos existentes na residência do segurado?
Data de habilitação do motorista principal?
CEP da residência do motorista principal?

“A Seguradora reserva-se o direito de verificar os dados referentes ao motorista principal, que serviram de base para a determinação do prêmio tarifário, a qualquer tempo.
Caso o Segurado se recuse a confirmar as informações ou sejam encontradas irregularidades, a Seguradora excluirá, através de endosso, o desconto concedido, cobrando o
prêmio correspondente, ficando sem cobertura do seguro qualquer sinistro ocorrido antes do pagamento do referido endosso.

CUSTO DO SEGURO – Expresso em Reais


Auto Subtotal Vidros IOF
RCF Emergência 24 h Valor Líquido Adicional Fracionamento
APP Carro Reserva Custo de Apólice Valor Total

Forma de Pagamento:

Para validade do presente contrato, o representante da Seguradora assina esta apólice.


Seguradora

138 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Anexo 3
ENDOSSO SEM MOVIMENTO

maginária
Seguradora
CNPJ 99.999.999/0001-99

CNPJ 99.999.999/0001-99

Apólice no: Endosso: Proposta:

Nome: __________________________________________________________________________________________

CPF/CNPJ: _______________________ RG: __________________ Org. Emissor: _______ Emissão RG: __________

Endereço: _________________________________________________________________________________________

CEP: ____________________________ Cidade: ___________________________________ UF: __________________

Corretor: _____________________________________________ Inspetor: _________________________________

Tendo em vista a solicitação do segurado através do seu corretor, declara-se para os devidos fins e efeitos que
procede-se na apólice supra às alterações descritas.

Moeda da Apólice: R$ Cotação Base: Juros: ____% a.m. Vigência:

Limite Máximo de Indenização – (LMI) (conforme especificação do seguro anexa):

Conta Prêmio: R$

Prêmio Líquido ..........:

Adicional/Juros ..........:

Custo Apólice ..........:

I.O.F. ..........:

Prêmio Total ..........:

Fracionamento do prêmio

Parcela Vencimento Valor Moeda

Para a validade do presente contrato, a “Seguradora”, representada por seu bastante procurador, assina esta Apólice,
na cidade de ___________________, estado ______________ em _____ de ______________ de _______ .

ANEXO 3 139
MODELO DE ENDOSSO
DE SUBSTITUIÇÃO DE VEÍCULO

maginária
Seguradora

No Apólice Atual: CI:

DADOS DO SEGURADO

Nome: __________________________________________________________ Vigência:


Endereço: _______________________________________________________ CPF/CNPJ:
Cliente desde:

DADOS DE VEÍCULO Ano de Fabricação/Modelo: ______________


Chassi: _______________________________
Identificação: ____________________________________________ Local de Risco: _________________________
CEP:__________________________________
Placa: ___________________________ Combustível: __________ Classificação: __________________________
Procedência:___________________ Zero Km: Sim Não Classe de Bônus: _______________________

GARANTIAS CONTRATADAS

Garantias Limite Máximo de Indenização Franquia Preços

OUTRAS INFORMAÇÕES

Serviços:

Cláusula do Seguro:
Condições Particulares:
Na inexistência da tabela de referência FIPE (www.fipe.com.br), será utilizada como substituta a tabela.

DADOS DE PAGAMENTO Extrato das Parcelas da Apólice

Forma de Pagamento Vencimento: Valor:

Preço:
Custo da Apólice:
Adicional de Fracionamento:
Imposto:
Preço Total do Seguro:

O seguro será pago por:


Banco Cobrador:

DADOS DO CORRETOR

Nome Principal: Código Seguradora: Unidade: Telefone:

Código SUSEP:

Local Data Seguradora

140 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Anexo 4
CIRCULAR SUSEP 394,
DE 30 DE OUTUBRO DE 2009

Inclui parágrafo 7o ao artigo 2o da Circular SUSEP


251, de 15 de abril de 2004, que dispõe sobre a
aceitação da proposta e sobre o início de vigência
da cobertura, nos contratos de seguros.

O SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, na forma do disposto


no art. 36, alíneas “b” e “c”, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, e considerando o
disposto na Circular SUSEP 251, de 15 de abril de 2004, bem como o que consta do Processo SUSEP
15414.001560/2003-48,

RESOLVE:

Art. 1o Incluir o parágrafo 7o ao artigo 2o da Circular SUSEP 251, de 15 de abril de 2004, com a seguinte
redação:

“Art. 2o
..............................................
.............................................................

§ 7o
Para os seguros rurais com subvenção econômica dos prêmios nos termos da Lei 10.823, de
19 de dezembro de 2003, o prazo de que trata o caput deste artigo será de 45 (quarenta e
cinco) dias.”

Art. 2o Esta Circular entra em vigor na data da sua publicação.

ARMANDO VERGILIO DOS SANTOS JÚNIOR


Superintendente

ANEXO 4 141
142 TEORIA GERAL DO SEGURO II
Gabarito
Fixando Conceitos

Unidade 1 Unidade 2
1–C 8–A 1 – E* 9– D*
2–D 9–B 2 – B* 10 – E
3–C 10 – E 3 – D* 11 – E
4–C 11 – E 4 – C* 12 – B*
5–A 12 – C 5– B 13 – E*
6–A 13 – E 6– E 14 – D
7–E 7 – C* 15 – A*
8 – C*

Memória de Cálculo
Unidade 2
PE PT
1) PT = PC = e PE = ,
1–c Amostra

63.933.000,00
logo: PE = = 25.250,00
2.532

25.250,00
PT = PC = , logo: PT = 31.562,50
1 – 0,2

PE 100,00
2) TE = ( × 100) % , logo: TE = = 0,4%
IS 25.000,00

3) PB = (PC + encargos) × (1 + IOF). Como não se tem o PC e o PE, deve-se


calculá-los primeiramente para depois chegar-se ao PB.

PT 425 × 200,00
PE = , ou seja: PE = , logo: PE = 85,00.
NR 1.000

PE 85,00 85,00
PC = e PC = , logo: PC = = 113,33
1–c 1 – 0,25 0,75

PB = 113,33 × 1,0738 = 121,69

* Questões com Comentários e Memória de Cálculo.

GABARITO 143
PT (5 × 50.000) + ( 5 × 200.000)
4) PE = , ou seja: PE = ,
NR 10.000

logo: PE = 125,00

R$ 5.000.000,00 × 0,12% × 174 dias


7) P = = R$ 2.860,27
365

8) PB = (PC + encargos) × (1 + IOF). Como não se tem o PC e o PE, deve-se


calculá-los primeiramente para depois chegar-se ao PB.

PT 600,00 × 2.800
PE = , ou seja: PE = , logo: PE = 16,80
NR 100.000

PE 16,80 16,80
PC = e PC = , logo: PC = = 42,00
1–c 1 – 0,60 0,40

PB = 42,00 × 1,0738 = 45,10

9) PB = (PC + encargos) × (1 + IOF). Como não se tem o PC e o PE, deve-se


calculá-los primeiramente para depois chegar-se ao PB.

PT 4.357.936,00
PE = , ou seja: PE = , logo: PE = 360,16.
NR 12.100

PE 360,16 360,16
PC = e PC = , logo: PC = = 750,33
1–c 1 – 0,52 0,48

PB = 750,33 × 1,0738 = 805,70

PE 800,00
12) TE = ( × 100) % , logo: TE = = 1,6%
IS 50.000,00

13) Prêmio Bruto = (PC + encargos) × (1 + IOF)

PC (ou Prêmio Líquido ou Tarifário) = IS × Taxa

PC = R$ 2.200.000,00 × 0,12% = R$ 2.640,00

Prêmio Bruto = R$ 2.640,00) × (1 + 0,0738)

Prêmio Bruto = R$ 2.640,00 × 1,0738

Prêmio Bruto = R$ 2.834,83

144 TEORIA GERAL DO SEGURO II


15) a) Primeiro calcula-se o Prêmio Puro, acrescentando-se os carregamentos
do VM e do CM:

PP = (VM inicial × 110%) × (CM inicial × 85%) (0,025 × 110%)


× (12.000,00 × 85%)
PP = 0,0275 × 10.200,00 280,50.

b) Em seguida calcula-se a Taxa Pura:

PP 280,50 × 100
TP = ( × 100)% = ( ) % = 1,12%
IS 25.000,00

GABARITO 145
Unidade 3
1–E 8–E
2–A 9–E
3–D 10 – B
4–D 11 – D
5–A 12 – D*
6–E 13 – E*
7–E

Memória de Cálculo
Unidade 3
(VN – VA)
12) D = [ × 100]%
VN

(2.000.000,00 – 1.260.000,00)
[ × 100 ]% 37%
2.000.000,00

13) VA = VN – D VA = VN – (15% VN) VA = 460.000,00 – (15%


460.000,00) VA = 460.000,00 – 69.000,00 = 391.000,00.

Unidade 4
1 – D* 8 – A* 15 – D 22 – C*
2–A 9–D 16 – B* 23 – C
3–D 10 – A* 17 – D 24 – C
4 – D* 11 – A 18 – D 25 – B*
5 – E* 12 – D* 19 – A* 26 – C*
6–B 13 – D* 20 – A*
7 – C* 14 – D 21 – A*

Memória de Cálculo
Unidade 4
1) IS = R$ 600.000,00
VRD = R$ 1.800.000,00
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízos = R$ 400.000,00

VRD
I= × prejuízos
VRA

R$ 1.800.000,00
I= × R$ 400.000,00 = R$ 360.000,00
R$ 2.000.000,00

146 TEORIA GERAL DO SEGURO II


4) K = 80%
IS = R$ 400.000,00
Franquia Simples = R$ 1.000,00
Prejuízos = R$ 3.250,00
VRA = R$ 520.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 400.000,00
I= × R$ 3.250,00 = R$ 3.125,00
R$ 520.000,00 × 80%

Obs.: como se trata de franquia simples, ela não é aplicada, pois os


prejuízos indenizáveis a superam.

5) K = 80%
IS = R$ 8.000,00
Prejuízos = R$ 500,00
VRA = R$ 10.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 8.000,00
I= × R$ 500,00 = R$ 500,00
R$ 10.000,00 × 80%

7) K = 80%
IS = R$ 100.000,00
Prejuízos = R$ 50.000,00
VRA = R$ 200.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 100.000,00
I= × R$ 50.000,00 = R$ 31.250,00
R$ 200.000,00 × 80%

8) Primeiro Risco Relativo


IS = R$ 12.000.000,00
Prejuízos = R$ 10.000.000,00
VRD = R$ 16.000.000,00
VRA = R$ 20.000.000,00

VRD
I= × prejuízos
VRA

R$ 16.000.000,00
I= × R$ 10.000.000,00 = R$ 8.000.000,00
R$ 20.000.000,00

GABARITO 147
10) IS = R$ 300.000,00
Prejuízos = R$ 200.000,00
VRA = R$ 600.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA

R$ 300.000,00
I= × R$ 200.000,00 = R$ 100.000,00
R$ 600.000,00

12) K (IS/VR) = 80%


IS = R$ 600.000,00
Franquia Simples = R$ 5.000,00
Prejuízos = R$ 94.680,00
VRA = R$ 730.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 600.000,00
I= × prejuízos
R$ 730.000,00 × 80%

R$ 600.000,00
I=
R$ 584.000,00

Obs.: não haverá rateio, porque IS > VRA × K e não será utilizada a
franquia por ser do tipo simples e menor que o valor dos prejuízos
indenizáveis; logo, I = R$ 94.680,00.

13) K = 70%
IS = R$ 300.000,00
Prejuízos = R$ 12.600,00
VRA = R$ 480.000,00
Franquia Dedutível de 1% da IS = 1% de R$ 300.000,00 = R$ 3.000,00
Prejuízos Líquidos Indenizáveis: R$ 12.600,00 – R$ 3.000,00 = R$ 9.600,00

IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 300.000,00
I= × R$ 9.600,00 = R$ 8.571,42
R$ 480.000,00 × 70%

16) IS = R$ 66.000,00
Prejuízos = R$ 10.000,00
VRA = R$ 120.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA

R$ 66.000,00
I= × R$ 10.000,00 = R$ 5.500,00.
R$ 120.000,00

148 TEORIA GERAL DO SEGURO II


19) I = Prejuízos – Franquia
I = R$ 42.385,20 – R$ 2.000,00 = R$ 40.385,20

Obs.: não se aplica rateio por se tratar de Seguro a Risco Absoluto.

20) Ind. Primeiro Risco = R$ 10.000,00


Ind. Segundo Risco = R$ 15.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 5.000,00

21) 1o passo
Calcula-se a responsabilidade de cada seguradora dividindo-se a IS
de cada seguradora pela IS total e multiplicando-se por 100 para
representação em percentagem:
IS Seguradora
Responsabilidade = × 100
IS Total
Seguradora IS (em R$) Responsabilidade

“A” 2.600.000,00 16,25%

“B” 6.000.000,00 37,50%

“C” 2.400.000,00 15,00%

“D” 5.000.000,00 31,25%

Total 16.000.000,00 100,00%

2o passo
Calcula-se a parcela da indenização cabível a cada seguradora
multiplicando-se o percentual de responsabilidade de cada seguradora
pelo prejuízo total a ser indenizado:

Seguradora Responsabilidade Indenização (em R$)

“A” 16,25% 617.500,00

“B” 37,50% 1.425.000,00

“C” 15,00% 570.000,00

“D” 31,25% 1.187.500,00

Total 100,00% 3.800.000,00

22) Como a IS (R$ 6.000.000,00) é maior que 80% do VRA Atual (80% de
R$ 6.500.000,00 = R$ 5.200.000,00), não haverá rateio sobre o prejuízo VA.

Porém, como a IS (R$ 6.000.000,00) é menor que o VRA Atual


(R$ 6.500.000,00), não haverá indenização pelo Valor de Novo, ficando
a indenização assim distribuída:

Indenização:

Valor Atual .......... R$ 800.000,00


Valor de Novo...... zero

GABARITO 149
25) Como existe franquia, primeiro se calcula o valor dos Prejuízos Indenizáveis
aplicando-se a franquia e, depois, aplica-se o RATEIO, se houver. Lembre-se de
que, quando não for especificado o tipo de franquia, adota-se a franquia
dedutível, que é a tradicional.

PI = Prejuízo Apurado – Franquia (dedutível) = 22.680,00 – 1.500,00 =


21.180,00.

Como consta da apólice que a IS corresponde a 10% do VRD, o VRD é


de R$ 1.600.000,00, assim calculado:

10% VRD = 160.000,00;

logo, VRD = 160.000,00 / 10% = 1.600.000,00.


VRD
I= × Prej. Inden.
VRA
1.600.000,00
I= × 21.180,00 = 18.826,67.
1.800.000,00

26) Como há uma franquia, temos que primeiro encontrar o prejuízo líquido
indenizável.

1o) Prejuízo líquido indenizável = Prejuízo Apurado – Franquia.


R$ 300.000,00 – R$ 5.500,00 = R$ 294.500,00.

2o) Cálculo da Indenização:


IS R$ 5.000.000,00
I= ×P= × R$ 294.500,00 = R$ 245.416,67
VRA R$ 6.000.000,00

Indenização = R$ 245.416,67

150 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Unidade 5
1–E 6 – C*
2–A 7–D
3–E 8 – B*
4–E 9–A
5 – A*

Memória de Cálculo
Unidade 5
5) IS = R$ 6.500.000,00
VRA = R$ 8.000.000,00
Franquia Dedutível = 5 % da IS, ou seja, 5% de R$ 6.500.000,00 =
R$ 325.000,00
Prejuízos = R$ 2.320.000,00
Prejuízos Líquidos Indenizáveis = R$ 2.320.000,00 – R$ 325.000,00 =
R$ 1.995.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA

R$ 6.500.000,00
I= × R$ 1.995.000,00 = R$ 1.620.937,50
R$ 8.000.000,00

Seguradora Responsabilidade (%) Indenização (R$)

“A” (Líder) 45 729.421,88

“B” 32 518.700,00

“C” 23 372.815,62

6) IS = R$ 12.500.000,00
VRA = R$ 15.000.000,00
K = 90%
Franquia Dedutível = R$ 125.000,00
Prejuízos Apurados = R$ 4.750.000,00
Prejuízos Líquidos Indenizáveis = R$ 4.750.000,00 – R$ 125.000,00 =
R$ 4.625.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 12.500.000,00
I= × R$ 4.625.000,00 = R$ 4.282.407,41
R$ 15.000.000,00 × 90%

GABARITO 151
A indenização será de R$ 4.282.407,41, assim distribuída entre as
cosseguradoras:

Importância
Seguradora % de Participação Indenização (R$)
Segurada (R$)

“A” (líder) 32 4.000.000,00 1.370.370,37

“B” 30 3.750.000,00 1.284.722,23

”C” 28 3.500.000,00 1.199.074,07

”D” 10 1.250.000,00 428.240,74

Total 100 12.500.000,00 4.282.407,41

8) Cálculo do Limite de Retenção de Grupo = R$ 120.000,00 + R$ 360.000,00


+ R$ 420.000,00 + R$ 660.000,00 = R$ 1.560.000,00
Cessão = IS – Retenção
Cessão = R$ 8.000.000,00 – R$ 1.560.000,00 = R$ 6.440.000,00

152 TEORIA GERAL DO SEGURO II


Referência Bibliográfica
BARROS, Hamilcar S. C. de. Teoria geral do seguro. Rio de Janeiro: MIC/IRB, [19—].

FUNENSEG. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral do seguro II. Assessoria técnica de Marco Aurelio
de Paiva Fonseca. 12. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2013. 150 p.

RIBEIRO, Paulo Gomes. História do seguro: um resumo. Rio de Janeiro: Funenseg, 1994.

SOUZA, Antonio Lober Ferreira et al. Dicionário de seguros: vocabulário conceituado de seguros. Rio
de Janeiro: IRB-Brasil Re/Funenseg, 2000.

TEIXEIRA, Antonio Carlos. Contrato de seguro, danos, risco e meio ambiente. Rio de Janeiro: Funenseg,
2004 (T264 C).

Sites

www.fazenda.gov.br
www.susep.gov.br
www.irb-brasilre.com.br

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 153

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