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6ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2022

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
LUIZ FILIPE BARREIROS NUNES – 2022
FÁBIO ROBERTO DIAS – 2021 / 2020 / 2019

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros - ENS

E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Seguros de riscos rurais e equipamentos rurais / Supervisão e coorde-nação metodológica
da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Luiz Felipe Barreiros Nunes. -- 6.ed. --
Rio de Janeiro: ENS, 2022.
61 p.; 28 cm

1. Seguro rural. 2. Equipamentos rurais. I. Nunes, Luiz Felipe Barreiros.


II. Título.

0022-2636 CDU 368.5(072)

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS


A
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito
­educacional, que contribuem para um mercado de seguros,
previdência complementar, capitalização e resseguro cada
vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e S­ eguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
­experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS


SUMÁRIO
INTERATIVO

1. UMA BREVE VISÃO DO AGRONEGÓCIO 7


INTRODUÇÃO 8
Segurança Alimentar 10

O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO 11
Os Principais Segmentos do Agronegócio 13
Oportunidades do Agronegócio Brasileiro 13
Pontos Fortes e Fracos do Agronegócio Brasileiro 14

FIXANDO CONCEITOS 1 15

2. POLÍTICA AGRÍCOLA 16
O QUE É POLÍTICA AGRÍCOLA? 17

PLANO AGRÍCOLA E PECUÁRIO – PAP 18

PROAGRO 19

ZARC – ZONEAMENTO AGRÍCOLA DE RISCO CLIMÁTICO 19

CRÉDITO RURAL 21

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL – PSR 24

FUNDO DE ESTABILIDADE DO SEGURO RURAL (FESR) 27

FIXANDO CONCEITOS 2 30

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 4


3. SEGURO RURAL:
HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS 31
INTRODUÇÃO 32

HISTÓRICO DO SEGURO RURAL 33

IMPORTÂNCIA DO SEGURO RURAL 37

O QUE É O SEGURO RURAL? 38

DIFERENÇA ENTRE SEGUROS RURAIS E SEGUROS AGRÍCOLAS 38

DIFERENÇA ENTRE SEGUROS RURAIS PRIVADOS E


PROGRAMA DE GARANTIA DA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA (PROAGRO) 39

ESTRUTURA DO SEGURO RURAL 40

SEGURO RURAL SEGUNDO A SUSEP 41

MODALIDADES DO SEGURO RURAL 42


Seguros Agrícolas 43
Seguro Pecuário 56
Seguro de Vida do Produtor Rural 56
Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários 56
Seguro de Penhor Rural 57
Seguro de Florestas 57
Seguro Aquícola 58
Seguro de Animais de Elite 59

SINISTRO SEGURO AGRÍCOLA – PROCEDIMENTOS SEGURADORA 59

FIXANDO CONCEITOS 3 62

GABARITO 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 5


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este manual visa tornar o corretor apto a trabalhar com seguros rurais.

Antes de abordarmos diretamente o seguro rural (unidade 03), suas


características e modalidades, é fundamental o entendimento acerca
do que representa o Agronegócio no Brasil (unidade 01) e das Políticas
Públicas brasileiras em prática no setor (unidade 02), as quais possuem
influência decisiva na evolução e desenvolvimento do segmento no Bra-
sil, sendo o seguro rural um instrumento importante dentro desse con-
texto socioeconômico brasileiro.

Após estudar todos esses pontos, o aluno poderá constatar o enorme


potencial de negócios e oportunidades que o seguro rural apresenta.

Bons estudos!

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 6


01
Uma BREVE VISÃO
do AGRONEGÓCIO
UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a importância do
agronegócio brasileiro, reconhecendo ⊲ INTRODUÇÃO
suas características mercadológicas e seus
pontos fracos e fortes, bem como delinear ⊲ O POTENCIAL DO
os principais segmentos do setor. AGRONEGÓCIO

⊲ FIXANDO CONCEITOS 1

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 7


UNIDADE 1

INTRODUÇÃO

O agronegócio é um dos principais setores da economia brasileira e vem


crescendo ao longo dos anos. Esse importante feito é consequência do
aumento na área plantada com as principais culturas e, principal mente,
dos investimentos em máquinas, equipamentos e tecnologias e, desse
modo, do aumento da produtividade no campo.

Mesmo com esse papel tão importante no cenário econômico nacional,


tem fator de risco alto comparado a outras atividades econômicas: o cará-
ter biológico da produção, a dependência das condições climáticas e a
alta variação dos preços são alguns desses fatores. Inclusive em anos de
safras recordes, eventos climáticos de abrangência regional afetam os
produtores, podendo causar expressivas perdas em suas plantações e
em seu lucro.

O produtor rural que não possui nenhum tipo de seguro não tem garan-
tias de reparação de danos. Nesse caso, o produtor diminui os investi-
mentos para não ficar tão vulnerável financeiramente.

Por isso, para a proteção apropriada dessas atividades, é fundamental


que os produtores rurais conheçam e avaliem os seguros disponíveis no
mercado, as coberturas oferecidas, os métodos de apuração dos prejuí-
zos e da indenização na eventualidade de prejudiciais episódios climá-
ticos, os riscos excluídos e os procedimentos que devem ser adotados
quando ocorrer um sinistro.

O Seguro Rural é uma das principais garantias para se manter o inves-


timento na produção e a competitividade no agronegócio, mesmo que
haja perda patrimonial ou que a safra não seja a esperada, promovendo,
assim, a administração racional de custos e recursos produtivos.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 8


UNIDADE 1

Antes de aprofundarmos esse assunto, torna-se indispensável apresen-


tarmos uma breve visão do agronegócio.

O Brasil tem uma inegável vocação agrícola em virtude da grande dispo-


nibilidade de terras, do clima favorável e da água abundante. Segundo
dados da Food and Agriculture Organization (FAO), a expectativa mun-
dial é a de que o Brasil contribuirá com 40% da demanda futura de ali-
mentos do Planeta.

O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, depois da


China e dos Estados Unidos, bem como o segundo maior exportador agrí-
cola, atrás apenas dos Estados Unidos. Ainda segundo dados da FAO, a
agricultura mundial terá de ampliar em 70% a produção de alimentos até
2050, para atender às necessidades de uma população estimada em 9,7
bilhões de pessoas. Atualmente, o Brasil ocupa o primeiro lugar no mun-
do em produção de café, cana-de-açúcar, laranja e bovinos, além de estar
em segundo lugar na produção de soja e terceiro lugar na produção de
milho, suínos e equnos (CNA; IBGE, 2021).

Com relação à produção de grãos, essa vantagem deve-se às condições


climáticas favoráveis do Brasil, que promovem mais de uma safra por ano,
enquanto outros países como Estados Unidos e China possuem apenas
uma. Ademais, o Brasil, hoje, é referência em desenvolvimento de tecno-
logias de produção, com a liderança da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), reconhecida internacionalmente.

O Brasil possui cerca de 66% de seu território coberto por vegetação nati-
va, incluindo a Amazônia, maior floresta tropical do Planeta. Segundo pes-
quisa do Rabobank (DALL’AGNOL, 2020), em 1960 havia no mundo, em
média, 15 hectares de terras agriculturáveis por pessoa. Atualmente, esse
número não passa de 0,5 hectares por pessoa, o que enfatiza a necessi-
dade de abertura de terras para a agricultura e uma maior produtividade
por hectare para a garantia da segurança alimentar mundial. Em ambas as
características, o Brasil tem totais condições de desenvolvimento.

Com o agravamento do cenário sanitário e econômico causado pela pan-


demia da Covid-19, o agro foi nosso fiel setor da balança no PIB. De forma
geral, em momentos de crise econômica, a agricultura costuma ser um
dos setores menos afetado, uma vez que o alimento continua fundamen-
tal, mesmo com o desemprego e a redução de renda. De acordo com
relatório da Price Water Housecooper Brasil (PWC, 2020), a pandemia
afetou intensamente os custos e as receitas do agronegócio, em razão
da quebra nas cadeias de suprimento, causada pela quarentena, assim
como provocou a dependência de insumos importados e a falta de peças
de reposição para maquinários e mão de obra. Por outro lado, no mesmo
período, a participação do agronegócio alcançou, em 2020, a participa-

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 9


UNIDADE 1

ção de 26% do PIB brasileiro, muito devido ao aumento das exportações,


provocado pela alta dos preços internacionais, pela alta demanda mun-
dial por alimentos, bem como pela desvalorização cambial do Real frente
ao Dólar.

Dessa forma, destacamos esse importante setor da economia por sua


representatividade e resiliência a condições adversas, além do potencial
futuro que o aguarda e aspecto social do direito ao acesso à comida des-
de o início da agricultura pelo ser humano.

— Segurança Alimentar
De acordo com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutri-
cional (CFN), a segurança alimentar diz respeito ao “direito de todos ao
acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade
suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais,
tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respei-
tem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis”.

É por meio das políticas públicas que um país define a estratégia para
garantir esse direito.

No Brasil, as políticas públicas voltadas para esse objetivo são estrutura-


das no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(SISAN). O SISAN foi criado em 2006, pela Lei 11.346, para disciplinar a
atuação do Poder Público com participação da sociedade organizada,
além de desenvolver e implementar planos, programas e ações, com o
intuito de assegurar o direito à alimentação.

No âmbito das políticas públicas, há as políticas agrícolas, administradas


pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O Seguro Agrícola é muito utilizado no mundo como uma ferramenta


de política pública para o contexto de segurança alimentar. Trataremos
mais adiante da importância dos subsídios ao prêmio do seguro como
peça-chave no desenvolvimento do seguro. Em alguns países o prêmio
do seguro é 100% subsidiado pelo governo, tamanha a importância des-
sa ferramenta. Com certeza é um seguro com viés social, uma vez que
protege os produtores de grandes perdas e os ajuda a manterem suas
atividades principais.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 10


UNIDADE 1

O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO

O agronegócio vem do termo em inglês agrobusiness, criado para delimi-


tar os sistemas integrados de produção de alimentos, fibras e bioenergia.
Esses sistemas contemplam a soma de todas as operações que aconte-
cem ANTES, DENTRO E DEPOIS das porteiras das fazendas. Começam
com a pesquisa científica, passam pela produção de insumos (máquinas,
implementos, adubos, defensivos etc.), depois, pela produção da agro-
pecuária dentro das propriedades rurais, e continuam com o transporte,
armazenamento, industrialização e comercialização dos produtos, até
que cheguem às mãos dos consumidores em supermercados, bares, res-
taurantes, loja, dentre outros.

O agronegócio contribuiu com 26,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do


país em 2020 de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Econo-
mia Aplicada (CEPEA). Em valores monetários, o PIB do País totalizou R$
7,45 trilhões, em 2020, enquanto o PIB do agronegócio chegou a quase
R$ 2 trilhões.

Nos últimos dez anos, o agronegócio gerou expressivos saldos da balan-


ça comercial, porém, mal-aproveitados para impulsionar o crescimento
econômico, uma vez que foram usados, em sua maior parte, para cobrir
déficits do balanço de pagamentos.

Todavia, esse ciclo vicioso de usar lucros para quitar déficit tende a dimi-
nuir nos próximos anos. Isso porque, com o advindo da internet e sua
expansão para o campo, nasce a agricultura 4.0. Na prática, esse marco é
caracterizado pelo processo de automação, conectividade e geração de
dados sobre a atividade agrícola, permitindo maior precisão, acuracidade
e assertividade nas decisões tomadas no dia a dia do campo.

Desse modo, o campo passa por um processo de digitalização, incor-


porando tecnologia como IoT (internet das coisas), inteligência artificial,
robótica, Big Data, dentre inúmeras ferramentas que surgem a cada dia
no setor, voltadas para promover maior eficiência, produtividade e redu-
ção de custos com a lavoura.

Além da maior produtividade, a digitalização da agricultura também pro-


move maior sustentabilidade nos processos. A cobrança por atividades
agropecuárias com baixo impacto ambiental e social tende a ser cada vez
mais forte, especialmente por parte do mercado internacional.

Nesse contexto, as agrotechs têm papel fundamental. As agrotechs são


empresas startups responsáveis por desenvolver tecnologia para facilitar
a vida no campo, promovendo inovações como:

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 11


UNIDADE 1

■ Softwares;
■ Inovações para alternativas energéticas;
■ Aproveitamento de resíduos;
■ Controle ambiental;
■ Monitoramento;
■ Biotecnologias e sementes.

Essas tecnologias integradas aos maquinários agrícolas, como tratores,


colheitadeiras, plantadeiras e outros implementos, ajudam e facilitam a
otimizar processos e recursos, tornando o trabalho mais ágil e lucrativo.
Além disso, o mundo pós-pandemia deverá exigir mecanismos que per-
mitam mais controle sanitário e tecnologias de rastreamento.

Dessa forma, notamos um campo vasto de possibilidades para que o Brasil


atinja uma representatividade ainda maior no setor para os próximos anos.

ALCANCE DO AGRONEGÓCIO

DISTRIBUIÇÃO/
PESQUISA INSUMOS PRODUÇÃO COMERCIALIZAÇÃO

Melhoramento genético Fertilizantes Agricultura Atacadistas

Cultivares Sementes Pecuária Cooperativas


CONSUMIDOR
FINAL
Manejos Herbicidas Energia Exportadores

Defensivos Agroindústria Varejistas

Peças

Maquinário

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 12


UNIDADE 1

— Os Principais Segmentos
do Agronegócio
O quadro a seguir indica os principais segmentos do agronegócio.

ANTES DENTRO DEPOIS


DA PORTEIRA DA PORTEIRA DA PORTEIRA

AGROINDÚSTRIA
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DISTRIBUIÇÃO
(PROCESSAMENTO

Sementes Produção animal Indústria alimentar Comércio atacadista

Calcário Lavouras Permanentes Indústria de bebidas Refeições industriais

Fertilizantes Lavouras temporárias Couro e calçados Fast-Food

Rações Horticultura Têxtil e confecções Lojas de conveniência

Defensivos Fruticultura Papel e celulose Restaurantes, hotéis

Fármacos Veterinários Silvicultura Madeira e móveis Super/ hipermercados

CONSUMIDORES
Combustíveis Extração vegetal Álcool carburante Mercearias

Tratores Borracha natural Bares

Colheitadeiras Fumo e cigarros Padarias

Implementos Óleos e essências Açougues

Equipamentos Feiras e sacolões

Máquinas Exportação

Motores

Inseminação Artificial

Ordenha mecânica

Equipamentos de frio
SERVIÇOS DE APOIO

— Oportunidades do
Agronegócio Brasileiro
O Agronegócio é um dos setores mais dinâmicos da economia:

■ Representou 26,6% do PIB brasileiro (2020).


■ Comporta 37% dos empregos.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 13


UNIDADE 1

É também o maior gerador de divisas do país:

■ Gerou saldo comercial de US$ 75,5 bilhões em 2019.


■ Correspondeu a 43,2% do total das exportações brasileiras no
mesmo ano.

— Pontos Fortes e Fracos


do Agronegócio Brasileiro
OS PONTOS FORTES SÃO:

■ Disponibilidade de terras e clima favorável;


■ Recursos humanos qualificados;
■ Capacidade de gestão;
■ Estrutura de comercialização;
■ Potencial para bioenergia;
■ Desenvolvimento tecnológico;
■ Crescimento no fornecimento de insumos e maquinário;
■ Disponibilidade de crédito rural;
■ Investimento em pesquisa e desenvolvimento.

OS PONTOS FRACOS SÃO:

■ Logística (transporte, armazenagem, portos);


■ Êxodo rural;
■ Envelhecimento da população de áreas rurais;
■ Alta carga tributária;
■ Pouca consistência/credibilidade das políticas públicas do setor.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 14


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1

1. O Agronegócio é reconhecido por sua dinamicidade na economia


­brasileira. Em 2020, representou 26,6% do PIB e, em 2019, 43,2% das
exportações. Dentre os fatores que atualmente favorecem o ­agronegócio
no Brasil, podemos indicar:

(a) Carga tributária.


(b) Êxodo rural.
(c) Políticas públicas.
(d) População rural.
(e) Condições climáticas.

2. Apesar de ser o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, o


Brasil enfrenta alguns desafios, que o deixam aquém de sua vocação e
de seu potencial para o agronegócio. Nesse contexto, uma das áreas que
impactam negativamente o setor é:

(a) Bioenergia.
(b) Crédito rural.
(c) Pesquisa e desenvolvimento.
(d) Logística.
(e) Tecnologia.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 15


02
POLÍTICA
AGRÍCOLA
UNIDADE 2

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a Política Agrícola,
considerando seus principais instrumentos ⊲ O QUE É POLÍTICA AGRÍCOLA?
e mecanismos.
⊲ PLANO AGRÍCOLA
E PECUÁRIO – PAP

⊲ PROAGRO

⊲ ZARC – ZONEAMENTO
AGRÍCOLA DE RISCO
CLIMÁTICO

⊲ CRÉDITO RURAL

⊲ PROGRAMA DE SUBVENÇÃO
AO PRÊMIO DO SEGURO
RURAL- PSR

⊲ FUNDO DE ESTABILIDADE
DO SEGURO RURAL (FESR)

⊲ FIXANDO CONCEITOS 2

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 16


UNIDADE 2

O QUE É POLÍTICA AGRÍCOLA ?

O termo “política agrícola” se refere a um conjunto de práticas que visam


amparar e direcionar o setor referente à economia rural e às ativida-
des agropecuárias. Mais especificamente, quando se fala em políticas
agrícolas, faz-se menção às políticas estatais que promovem pesquisas
no âmbito da agricultura e pecuária, facilidade no acesso a instrumen-
tos agrícolas, garantia de preços mínimos justos para os produtos des-
tinados a esse tipo de produção, assistência de crédito e implantação
de medidas que buscam harmonia entre o segmento agropecuário e o
setor da indústria nacional. De maneira geral, a política agrícola pode
ser entendida como ações governamentais que, por meio do estabele-
cimento, da modificação ou eliminação de leis, promovam o estímulo ou
desestímulo à produção rural.

A Política Agrícola é operacionalizada pelo Ministério da Agricultura,


Pecuária e Abastecimento, que tem como missão estimular o aumento
da produção agropecuária e o desenvolvimento do agronegócio, com o
objetivo de atender ao consumo interno e formar excedentes para expor-
tação. Isso tem como consequência a geração de emprego e renda, a
promoção da segurança alimentar, a inclusão social e a redução das desi-
gualdades sociais.

Para cumprir sua missão, o Mapa formula e executa políticas para o


desenvolvimento do agronegócio, integrando aspectos mercadológicos,
tecnológicos, científicos, organizacionais e ambientais para o atendimen-
to aos consumidores brasileiros e ao mercado internacional. A atuação
do ministério se baseia na busca de sanidade animal e vegetal, na organi-
zação da cadeia produtiva do agronegócio, na modernização da política
agrícola, no incentivo às exportações, no uso sustentável dos recursos
naturais e no bem-estar social.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 17


UNIDADE 2

A infraestrutura básica do Mapa é formada pelas áreas de política agríco-


la (produção, comercialização, abastecimento, armazenagem e indicado-
res de preços mínimos):

■ Produção e fomento agropecuário;


■ Mercado, comercialização e abastecimento agropecuário;
■ Informação agrícola, defesa sanitária (animal e vegetal);
■ Fiscalização dos insumos agropecuários;
■ Classificação e inspeção de produtos de origem animal e vegetal;
■ Eletrificação rural;
■ Assistência técnica e extensão rural;
■ Pesquisa tecnológica, agrometeorologia, cooperativismo e asso-
ciativismo rural.

PLANO AGRÍCOLA E PECUÁRIO


– PAP

O Plano Safra, ou Plano Agrícola e Pecuário (PAP) é o principal ins-


trumento de planejamento da política agrícola. Elaborado anualmente
pelo governo federal, estabelece as regras para concessão do crédito
e apresenta as estimativas dos montantes de financiamento disponíveis
para os doze meses seguintes, reduzindo parte da incerteza tão própria
a essa atividade.

O PAP se estrutura sobre três pilares: crédito rural, apoio à c­ omercialização


e gestão de risco rural. A respeito do crédito rural, a dependência do
setor é histórica e uma das principais condicionantes de produtividade e
desempenho dos agricultores. Os dois últimos tópicos (comercialização
e gestão de risco rural) envolvem mecanismos de garantia de preços
mínimos, zoneamento climático e seguro rural.

A Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) é uma importan-


te ferramenta para diminuir oscilações na renda dos produtores rurais e
assegurar uma remuneração mínima, atuando como balizadora da oferta
de alimentos, incentivando ou desestimulando a produção e garantin-
do a regularidade do abastecimento nacional. A Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab)efetiva a PGPM junto ao produtor rural, tendo sob
sua responsabilidade a execução dos instrumentos dessa Política.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 18


UNIDADE 2

PROAGRO

O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) é um meca-


nismo de política agrícola destinado aos pequenos e médios produtores.
Sua função é cobrir os prejuízos causados por fenômenos naturais, pra-
gas e doenças que atinjam rebanhos e plantações.

Apesar de suas características, o Proagro não é um seguro, e sim um


instrumento de política de governo utilizado para garantir que os agricul-
tores e os pecuaristas estejam protegidos contra problemas que possam
surgir durante o cultivo ou a criação dos animais. Em geral, esses produ-
tores não têm recursos para arcar com o investimento, o que dificulta sua
continuação na atividade.

O Proagro atua nas operações de crédito rural somente na modalidade


de custeio, com a garantia de que as obrigações financeiras sejam assu-
midas pelo programa na ocorrência dos prejuízos citados anteriormente.

Proagro Mais
O Proagro Mais é um desmembramento do programa principal volta-
do para a agricultura familiar. Ele atende os participantes do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que são
agricultores, pescadores, aquicultores e silvicultores.

Como a agricultura familiar e os pequenos e médios produtores têm


grande relevância nesse processo, o Proagro assegura os riscos ineren-
tes a essa atividade.

ZARC – ZONEAMENTO AGRÍCOLA


DE RISCO CLIMÁTICO

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) é um valioso instru-


mento de apoio à Política Agrícola do Governo Federal, sendo deman-
dado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e
realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Atualmente, sua finalidade é mais ampla e, com base em dados técnico-


-científicos, oferece orientações de períodos de plantio por município,
por cultura e tipos de solo, de modo a evitar adversidades climáticas res-

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 19


UNIDADE 2

ponsáveis por perdas na agricultura. Dessa forma, a minimização dessas


perdas, em razão da ocorrência de geadas, seca e outros eventos climá-
ticos adversos, elimina reflexos negativos no abastecimento e nos preços
dos produtos.

Essas informações são públicas, divulgadas e disponibilizadas para asso-


ciações de produtores, entidades de assistência técnica e extensão rural,
agentes financeiros, cooperativas, secretarias de agricultura e entidades
públicas/privadas ligadas ao setor, inclusive seguradoras. Com isso, as
seguradoras tornaram-se mais criteriosas no momento da subscrição e
precificação de seus produtos de seguro oferecidos ao mercado: quando
o produtor rural não segue as orientações do zoneamento, é possível, ou
até mesmo provável, que sua proposta de seguro não seja aceita.

Um dos maiores desafios do Seguro Agrícola no Brasil é reunir informa-


ção e tecnologia organizadas, passo a passo, em protótipos que facilitem
o entendimento dos sistemas de produção pelos agentes seguradores.

O Mapa, com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


(Embrapa) e de várias outras organizações, desenvolveu um modelo de
zoneamento agrícola que tem sido extremamente importante na redução
de riscos e perdas. Esse modelo define zonas homogêneas quanto à pre-
cipitação pluviométrica, à capacidade de retenção de umidade dos solos
e aos ciclos dos cultivares. Essas zonas podem ainda ser homogêneas se
subdivididas em função de outras características do solo.

Dentre as ferramentas necessárias à implementação de um programa de


seguro agrícola sustentável, o zoneamento agrícola é um dos pilares fun-
damentais, tanto no sentido de reduzir as perdas causadas por eventos
climáticos quanto no de melhorar o controle das operações e aumentar
a produtividade, direcionando as safras às regiões mais apropriadas para
cada cultivo. Para ter acesso aos benefícios do Proagro, Proagro Mais
e à subvenção federal ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), o produtor de
culturas temporárias é obrigado também a seguir as recomendações do
Zarc. Além disso, alguns agentes financeiros condicionam a concessão
do crédito rural à observância dos indicativos do Zarc.

As recomendações do Zarc incluem:

■ Janela de plantio das culturas por nível de risco, tipo de solo e


ciclo de cultivares, por município;
■ Relação das cultivares indicadas.

A indicação do período de plantio no ZARC está diretamente relacionada


ao nível de risco ao qual a lavoura foi historicamente exposta. São utiliza-
das bases de dados históricas de diversas estações climatológicas espa-

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 20


UNIDADE 2

lhadas pelo território nacional e feitas simulações que permitem iden-


tificar o nível de risco por meio da aplicação de modelagem específica
que avalia os seguintes eventos adversos (fatores de risco): deficiência
hídrica, excesso de chuva, temperaturas muito baixas (inclusive geada),
temperaturas muito elevadas.

Atenção
Qual é a relação do Proagro
com o zoneamento agrícola?
Para ter acesso à cobertura do Proagro, todas as propriedades
Dica rurais devem estar em dia com o Zoneamento Agrícola de Ris-
co Climático (ZARC). Na hora de efetuar o plantio, o agricultor
Aplicativo precisa confirmar se o município está liberado para aquela cul-
“ZARC – Plantio Certo” tura, assim como o solo e as sementes.

O MAPA possui um aplicativo No caso do Proagro, esses estudos são importantes pelo risco
disponibilizado ao segmento, que as condições climáticas podem representar no resultado
disponível para download das safras. Apesar de não se tratar de um seguro, o Proagro
nas lojas de aplicativo de é um instrumento de governo voltado para proteção contra
celular, com informações por ocorrências que possam causar danos à lavoura e, por conta
tipo de cultura e os períodos disso, ao estar nas regras do ZARC, o produtor demonstra que
de plantio do zoneamento não foi negligente e seguiu os passos corretos, o que o habi-
agrícola, a depender da lita para receber a indenização devida nos casos de prejuízos
variedade e tipo de solo. previstos no programa.
No Proagro Mais, que é voltado para os produtores enquadra-
dos no PRONAF, também há a proibição de plantar as culturas
fora do período de recomendação, o que ocasiona a perda do
direito à indenização.
IMPORTANTE: Apesar de não ser obrigatório, as instituições fi-
nanceiras também solicitam o cumprimento às recomendações
do ZARC para conceder o crédito rural.

CRÉDITO RURAL

O Crédito Rural é um dos instrumentos de política agrícola brasileira e


se divide em quatro modalidades: crédito de custeio, crédito de inves-
timento, crédito de comercialização e crédito de industrialização.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 21


UNIDADE 2

Cada uma dessas modalidades visa financiar uma etapa diferente dos
processos produtivos, sendo assim, a primeira é direcionada à compra de
insumos e à fase da colheita, a segunda à aquisição de bens e serviços
duráveis, e a última é relacionada aos mecanismos que garantem o arma-
zenamento da colheita em tempos de queda de preço.

O chamado Plano Safra nada mais é que uma medida de investimento


e crédito criada em 2003, pelo Governo Federal, visando suprir essa
demanda da atividade agrícola. Esse plano se renova anualmente e tem
vigência de junho a julho, período escolhido para ser simultâneo ao calen-
dário da safra brasileira. Seu escopo está para além de crédito, pois reúne
uma série de medidas públicas e serviços da política agrícola brasileira,
se apresentando como uma cartilha central para as atividades produtivas.

Historicamente, o crédito rural tem sido o instrumento central da política


agrícola para promover a produtividade e o aumento de renda agrope-
cuária no Brasil. O Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) foi estabele-
cido em 1965, com o propósito de fornecer crédito aos produtores rurais
a juros baixos, visando ajudá-los a financiar produção e maquinários
agrícolas, bem como custos de operação e comercialização de produtos
agropecuários. Os objetivos principais da política de crédito rural são:

■ Acesso ao crédito com taxas de juros abaixo das taxas de mercado;


■ Exigência legal de que os bancos dediquem uma parte de seus
depósitos à vista a linhas de crédito rural;
■ Incentivo a pequenos produtores e agricultores familiares por
meio de linhas de crédito direcionadas.

Essas medidas visam reduzir a resistência das instituições financeiras


em emprestar capital ao setor rural e criar incentivos para que pequenos
­produtores comecem a tomar crédito.

Também são objetivos do crédito rural:

■ Estimular os investimentos rurais para produção, extrativismo não


predatório, armazenamento, beneficiamento e industrialização
dos produtos agropecuários, quando efetuado pelo produtor em
sua propriedade rural, por suas cooperativas ou por pessoa física
ou jurídica equiparada aos produtores;
■ Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a
comercialização de produtos agropecuários;
■ Fortalecer o setor rural;
■ Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de
produção, visando ao aumento da produtividade, à melhoria do
padrão de vida das populações rurais e à adequada defesa do
solo e proteção do meio ambiente;

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 22


UNIDADE 2

■ Propiciar, por meio de crédito fundiário, aquisição e regularização


de terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários
e trabalhadores rurais;
■ Desenvolver atividades florestais e pesqueiras.

Nos termos da Lei nº 11.326, de 24/7/2006, quando destinado ao agricul-


tor familiar ou empreendedor familiar rural, o crédito estimula a geração
de renda e o melhor uso da mão de obra familiar, por meio do financia-
mento de atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuá-
rios. Isso desde que desenvolvidos em estabelecimento rural ou áreas
comunitárias próximas, inclusive o turismo rural, a produção de artesana-
to e assemelhados. Quando analisado o destino dos recursos das ope-
rações de crédito rural junto às instituições financeiras, podemos afirmar
que essas operações estão concentradas em quatro finalidades:

Crédito de Custeio
Representa a maioria das operações do Sistema Nacional de Cré-
dito Rural (SNCR). Nessa linha de crédito, o valor financiado não
se refere ao custo total de produção, pois garante apenas os gas-
tos efetivos do produtor para o ciclo daquela atividade financiada.
A liberação dessa verba só é realizada quando são apresentados
documentos que evidenciem a viabilidade de execução do pro-
jeto, tais como: orçamentos, planos ou projetos com as devidas
orientações técnicas para o empreendimento financiado.

Crédito de Investimento
O crédito para investimento engloba os recursos utilizados para
a aquisição de bens relacionados com a atividade agropecuária.
Nessa linha, podem ser financiados investimentos fixos (aquisi-
ção de máquinas, construção/reforma de benfeitorias, obras de
irrigação, formação de lavoura permanente, recuperação de pas-
tagem, correção/recuperação de solo, entre outros); investimento
semifixos (aquisição de animais, tratores, colheitadeiras, imple-
mentos etc.); veículos (caminhões, motocicletas rurais, camione-
tes de carga) e cana-de-açúcar (fundação, ampliação e renova-
ção de lavouras).

Crédito de Comercialização
Viabiliza ao produtor rural acessar recursos necessários à comer-
cialização de seus produtos no mercado. A linha busca apoiar os
agricultores para evitar que sejam obrigados a vender sua produ-
ção a preços baixos para poder cumprir com seus compromissos.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 23


UNIDADE 2

Crédito de Industrialização
Esta linha é destinada à industrialização que pode atender tanto
a cooperativas como também ao produtor em sua propriedade.

PROGRAMA DE
SUBVENÇÃO AO PRÊMIO
DO SEGURO RURAL – PSR

O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) oferece ao


agricultor a oportunidade de contratar um seguro para sua produção com
custo reduzido, por meio de auxílio financeiro do governo federal.

O programa é um importante instrumento de política agrícola, uma vez


que reduz o prêmio do seguro rural que seria devido pelo produtor por
transferir o risco à seguradora.

Subvenção A subvenção é destinada ao produtor rural, mas sua solicitação é feita


também denominada de subsídio, por meio da própria seguradora, que submete os seguros contratados
é o valor concedido pelo Governo
Federal para o produtor, por meio de pelos produtores à apreciação do Departamento de Gestão de Riscos do
uma seguradora, para a contratação Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (DEGER/Mapa), por
de uma apólice de seguro.
É calculada como um percentual
ordem de contratação dos seguros.
sobre o valor do prêmio.
O DEGER/Mapa avalia a situação cadastral do produtor e, não havendo
restrição e disponibilidade de recursos, concede o benefício, liquidando
parte do prêmio.

Também é fundamental que todas as informações da apólice sejam fiéis


à realidade da área segurada, inclusive quanto ao fornecimento dos pon-
tos georreferenciados da lavoura.

Havendo auditoria por parte do MAPA e constatada inexatidão das infor-


mações, poderá ser negado o subsídio e o produtor ficará impedido de
acessar o PSR nos próximos anos. A seguradora também poderá optar
pelo cancelamento da apólice.

Quem pode participar do PSR


Qualquer produtor rural, pessoa física ou jurídica, que cultive ou
produza espécies contempladas pelo programa, esteja adimplen-
te com a União, e não tenha contratado PROAGRO ou PROAGRO
MAIS para a mesma área/lavoura.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 24


UNIDADE 2

Como participar do PSR


1º) O produtor deve formalizar uma proposta de seguro em uma
das seguradoras habilitadas no programa (http://www.agricul-
tura.gov.br/assuntos/riscos-seguro/seguro-rural/seguro-rural).

2º) A seguradora enviará a proposta ao Ministério da Agricultura,


via sistema eletrônico, no momento autorizado, de modo a
solicitar a subvenção federal.

3º) A subvenção solicitada pode ser aprovada ou reprovada, a


depender de alguns critérios, como o limite financeiro dispo-
nível para o produtor, limite financeiro disponível para a cultu-
ra e regularidade do produtor no CADIN.

4º) Caso a subvenção solicitada seja aprovada, o valor corres-


pondente deve ser abatido do prêmio a ser pago pelo produ-
tor à seguradora, cabendo ao Ministério da Agricultura efetuar
o pagamento da subvenção diretamente à seguradora, obser-
vado o prazo estabelecido contratualmente entre as partes.

5º) No caso de aprovação ou reprovação da subvenção solicita-


da, a seguradora tem o dever de informar tempestivamente
ao produtor o resultado da solicitação.

Fiscalização do PSR
O MAPA realiza regularmente fiscalizações nas lavouras objeto
do PSR, para verificar se as condições do Programa foram aten-
didas corretamente. Portanto, o produtor deve permitir ao fiscal
acesso à área da lavoura segurada, possibilitando sua inspeção,
caso contrário, o benefício é cancelado.

As diretrizes e prioridades do Programa são definidas pelo Comitê Gestor


Interministerial do Seguro Rural (CGSR) e seus normativos são publicados
por meio de Resoluções no Diário Oficial da União. O CGSR é composto
pelo MAPA, responsável por sua coordenação, pelo Ministério da Econo-
mia (ME) e pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 25


UNIDADE 2

A importância do programa do PSR pode ser observada por meio da evo-


lução anual dos resultados conforme a seguinte tabela:

ÁREA IMPORTÂNCIA
ANO PRODUTORES APÓLICES SEGURADA SEGURADA SUBVENÇÃO
2006 16.460 21.783 1.761.653 2.870.174.189 31.161.633
2007 23.350 31.740 2.271.536 2.715.475.197 60.946.215
2008 43.431 59.705 4.697.796 7.117.398.081 156.272.540
2009 49.785 72.644 6.583.345 9.528.240.687 258.880.017
2010 38.047 52.543 4.760.528 6.526.976.056 197.170.559
2011 39.945 57.038 4.469.851 7.220.707.440 249.195.322
2012 43.453 63.063 5.195.160 8.724.747.252 317.952.271
2013 65.491 101.678 9.823.541 16.808.681.932 556.418.202

2014 73.514 117.597 9.883.546 18.502.249.751 689.109.350


2015 27.662 39.892 2.646.521 5.424.627.724 276.932.173
2016 47.477 74.334 5.446.527 12.839.004.426 385.857.960
2017 44.784 66.436 4.757.446 12.011.186.762 363.256.584
2018 42.272 63.085 4.627.251 12.478.674.302 366.622.439
2019 57.502 93.108 6.711.922 19.583.070.775 427.875.189
2020 105.730 193.470 13.673.292 45.792.100.154 880.998.687

A subvenção de 2021 e para o ano de 2022 apresenta os seguintes ­limites


e percentuais de subvenção:

APÓLICES ÁREA VALOR


ANO ORÇAMENTO CONTRATADAS SEGURADA (ha) SEGURADO

2021 R$ 948,1 milhões 150,2 mil 10,1 milhões R$ 52,5 bilhões

2022 R$ 1 bilhão 158,5 mil 10,7 milhões R$55,4 bilhões

PERCENTUAL
GRUPO DE ATIVIDADES DE SUBVENÇÃO LIMITE ANUAL
Soja 20%
Grãos
Demais
Frutas, Olerícolas, Café e Cana-de-açúcar R$ 60.000,00
Florestas 40% (POR GRUPO)

Pecuária

Agricultura

Seguro Paramétrico com 20% de subvenção Observar grupo de atividade

Limite anual R$ 120.000,00

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 26


UNIDADE 2

Dica
ATLAS DO SEGURO RURAL
Elaborado e disponibilizado pelo MAPA, possui um amplo histórico do PSR, informando
diversos itens importantes como área segurada, número de apólices, sinistros e taxas.
Encontra-se disponível em: https://indicadores.agricultura.gov.br/atlasdoseguro/index.htm.

Aplicativo “Programa de seguro rural”


Disponibilizado pelo MAPA para download nas lojas de aplicativo de celular, mantém
informadas as seguradoras que atuam em determinado município e cultura, além de si-
mular o valor pago da subvenção federal e o valor pago pelo produtor, considerando
apenas a subvenção federal do prêmio.

FUNDO DE ESTABILIDADE
DO SEGURO RURAL (FESR)

O Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR) foi criado pelo Decreto-lei


nº 73, de 21.11.66, tendo como atual gestor a Agência Brasileira Gestora
de Fundos Garantidores e Garantias S.A. (ABGF).

Sua finalidade é manter e garantir o equilíbrio das operações de seguro


rural no país, bem como atender à cobertura suplementar dos riscos de
catástrofe, inerentes à atividade rural. Em outras palavras, funciona como
uma espécie de resseguro para as Seguradoras e Resseguradoras que
desejarem sua atuação.

O exercício do FESR coincide com o ano civil (de 1° de janeiro a 31 de


dezembro do mesmo ano), apesar do ano-safra brasileiro ter início em
1º de julho a 30 de junho do ano subsequente.

As empresas recuperam (recebem dinheiro) do FESR quando o resultado


da carteira está compreendido entre 100% e 150% de sinistralidade e a
parcela de sinistro retido excedendo 250% de sinistralidade.

Atualmente, sua adesão é baixíssima em relação aos produtos rurais sem


adesão ao FESR, isso porque as seguradoras hoje em dia possuem:

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 27


UNIDADE 2

■ Diversos players do mercado nacional e internacional


de resseguros;
■ Oferta de capacidades de contratação de acordo com
sua necessidade;
■ Apuração do resultado conforme ano-safra;
■ Capacidade de negociação dos contratos de acordo com
seu apetite pelo risco.

Até pouco tempo atrás, apenas o seguro Penhor Rural tinha a participa-
ção compulsória no FESR. Porém, em abril de 2021, essa compulsorieda-
de foi retirada pela SUSEP, tornando sua adesão facultativa assim como
os demais produtos de seguros rurais.

EVOLUÇÃO EM PRÊMIO EMITIDO E PARTICIPAÇÃO DO FESR NOS DIFERENTES


RAMOS NOS ÚLTIMOS ANOS EM R$ MILHÕES (SES SUSEP, 2020)

SEGURO AGRÍCOLA SEM FESR 1101 | SEGURO AGRÍCOLA COM FESR 1102

5.000,00
4.500,00
4.000,00
3.500,00
3.000,00
2.500,00
2.000,00
1.500,00
1.000,00
500,00
0
2017 2018 2019 2020 2021

1101 1102 (em milhões)

SEGURO PECUÁRIO SEM FESR 1103 | SEGURO PECUÁRIO COM FESR 1104

50,00
45,00
40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0
2017 2018 2019 2020 2021

1103 1104 (em milhões)


SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 28
UNIDADE 2

SEGURO FLORESTAS SEM FESR 1107 | SEGURO FLORESTAS COM FESR 1108

35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0
(5,00)
2017 2018 2019 2020 2021

1107 1108 (em milhões)

SEGURO BENFEITORIAS (1130) | SENHOR PENHOR RURAL (1162) |


SEGURO PRESTAMISTA PRODUTOR RURAL (1198) | SEGURO ANIMAIS (1164)

2.500,00

2.000,00

1.500,00

1.000,00

500,00

0
2017 2018 2019 2020 2021

1130 1162 1198 1164 (em milhões)

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 29


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

1. É fundamental que o Governo incentive e ampare seus setores por


meio de medidas, instrumentos e práticas para estimular e solucionar
problemas que afetem o bem-estar da sociedade e o interesse público.
Desse modo, podemos afirmar que faz parte da missão da política agrí-
cola brasileira:

(a) Fiscalizar a produção agropecuária.


(b) Atender prioritariamente o consumo externo.
(c) Formar excedentes para o consumo interno.
(d) Estimular o aumento da produção agropecuária.
(e) Reduzir a carga tributária.

2. O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) reduz o


prêmio do seguro rural pago pelo produtor rural ao transferir o risco à
Seguradora. Um dos requisitos para participar do PSR é:

(a) Ser produtor rural pessoa física.


(b) Ser beneficiário do PROAGRO.
(c) Ser produtor rural pessoa jurídica.
(d) Ser beneficiário do PROAGRO MAIS.
(e) Ser adimplente com a União.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 30


SEGURO
RURAL:
03
HISTÓRICO e CONCEITOS BÁSICOS
UNIDADE 3

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Reconhecer ■ Compreender as
cronologicamente toda a características das ⊲ INTRODUÇÃO
história do seguro rural no modalidades dos Seguros
Brasil, considerando os Rurais, considerando ⊲ HISTÓRICO DO
principais marcos históricos. suas coberturas, forma de SEGURO RURAL
contratação, vigência e ⊲ IMPORTÂNCIA DO
■ Compreender as
taxa de risco. SEGURO RURAL
características e os
conceitos inerentes ⊲ O QUE É O SEGURO RURAL?
aos Seguros Rurais,
considerando sua ⊲ DIFERENÇA ENTRE
importância, estrutura e SEGUROS RURAIS E
SEGUROS AGRÍCOLAS
funcionamento.
⊲ DIFERENÇA ENTRE SEGUROS
RURAIS PRIVADOS E
PROGRAMA DE GARANTIA DA
ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
(PROAGRO)

⊲ ESTRUTURA DO
SEGURO RURAL

⊲ SEGURO RURAL
SEGUNDO A SUSEP

⊲ MODALIDADES DO
SEGURO RURAL

⊲ SINISTRO SEGURO AGRÍCOLA


– PROCEDIMENTOS
SEGURADORA

⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 31


UNIDADE 3

INTRODUÇÃO

O seguro é uma das mais antigas instituições idealizadas pelo ser


humano para lidar com eventos incontroláveis, de maneira a reduzir
a incerteza ou o risco presente no mundo real. A maioria dos riscos
apresenta consequências econômicas, são esses riscos e suas conse-
quências que ­interessam ao mercado segurador.

Diversos mecanismos no seguro surgiram com o objetivo de reduzir


o risco, por exemplo: diversificação, autosseguro, reserva de crédito,
investimentos em redução da perda ou mecanismos baseados na pulve-
rização do risco pelo mercado. Entretanto, restam ainda muitas formas
de perdas econômicas que não podem ser evitadas, como a maior parte
das questões climáticas.

Quando o assunto é clima, existem situações cuja probabilidade de perda


ou dano não pode ser reduzida. Tendo em vista esse problema, a transfe-
rência desse risco (ou parte dele) por meio da contratação de um seguro
é uma das formas mais eficientes de proteção. Atualmente, o seguro se
encontra difundido no mundo todo e em diversos setores da economia,
entre eles, o setor agropecuário.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 32


UNIDADE 3

HISTÓRICO DO SEGURO RURAL

A história do seguro rural no Brasil teve início em 1808, com a abertura


1808 dos portos ao comércio internacional e a criação da primeira sociedade de
seguros, a “Companhia de Seguros BOA-FÉ”, atuando no seguro marítimo.

No ano de 1878, durante o Primeiro Congresso Agrícola realizado em


1878 Recife-PE, reivindicou-se, por parte dos produtores rurais, o apoio em três
principais pilares, conhecidos hoje como Política Agrícola: Assistência
Técnica, Crédito Rural e Seguro Rural.

Com a reforma do “Estado Novo” e a Constituição de 1937, estabeleceu-se


1937 o “Princípio da Nacionalização do Seguro”, promulgando, em seguida, o
Decreto nº 5.901, de 20 de junho de 1940, que instituiu os seguros obriga-
tórios para comerciantes, industriais e concessionários de serviços públi-
cos, pessoas jurídicas e físicas, contra riscos de incêndios e transportes.

Em 1939, um grande marco do Governo Getúlio Vargas foi a edição do


1939 Decreto-Lei nº 1.186, que criou o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB),
obrigando todas as sociedades seguradoras a ressegurar suas responsa-
bilidades excedidas de retenção própria no IRB, compartilhando assim o
risco com todas as seguradoras do Brasil. Nesse mesmo ano, o Estado de
São Paulo, durante o governo de Adhemar Pereira de Barros, instituiu o
Decreto nº 10.554, de 04 de outubro de 1939, regulamentando o seguro
contra granizo para lavoura algodoeira, que gerou bons resultados.

Em 1954, acompanhando todos os trabalhos desenvolvidos pelo


1954 ­Governo de São Paulo, que, àquela altura, já ensaiava operações com
cana-de-açúcar e café, o Governo Federal elaborou instrumentos legais,
possibilitando a criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola
(CNSA), visando fomentar o desenvolvimento do Seguro Agrícola no país.
A CNSA era uma empresa de economia mista, cujas ações pertenciam ao
Banco do Brasil (sócio principal, com cerca de 45% de participação), às
seguradoras privadas (20%) e autarquias federais (35%). A CNSA nunca
chegou a executar projeto algum e foi fechada poucos anos depois (1966).

Com o fim da CNSA, o Decreto-Lei nº 73 daquele ano, que regulamentou


toda a operação de seguros o Brasil, instituiu o Fundo de Estabilidade do
Seguro Rural (FESR). O objetivo do FESR era dar suporte financeiro ao sis-
tema brasileiro de Seguro Agrícola sempre que houvesse perdas catas-
tróficas. Esse fundo seria custeado pelas próprias seguradoras com base
nos resultados superavitários nos Ramos Agrícola, Florestal e de Penhor

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 33


UNIDADE 3

Rural que essas companhias viessem a apresentar. A ­ dicionalmente, caso


fosse necessário, a legislação previa ainda o aporte de uma complemen-
tação com recursos da União.

De acordo com essa sistemática, as seguradoras que operam com ­Seguro


Rural devem, obrigatoriamente, contribuir para o Fundo de Estabilidade
do Seguro Rural (FESR), em função do resultado positivo em cada exer-
cício nas modalidades garantidas pelo Fundo, segundo os seguintes
­percentuais: I) Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola e de Florestas – 30%.
II) Seguro de Penhor Rural – 50%.

Em caso de catástrofe abrangente, o FESR cobre o prejuízo causado pelo


elevado número de indenizações concentradas que devem ser pagas.
No início das operações, o gestor do FESR era o IRB-Brasil Re. Por for-
ça de todas as mudanças que ocorreram no mercado de Resseguros, o
IRB deixou essa função a cargo da Agência Brasileira Gestora de Fundos
Garantidores e Garantias (desde novembro/2015).

Em 1969, foi criada a Companhia de Seguros do Estado de São P ­ aulo


1969
(Cosesp), uma seguradora do governo estadual que herdou toda a expe-
riência da Secretaria de Agricultura do estado e cuja formatação foi
incentivada por uma forte regulamentação do setor. É a seguradora com
a mais longa história de Seguro Agrícola no país, com uma experiência
única no ramo, e caracterizada como uma empresa de economia mista.

No início, as operações da Cosesp eram amparadas pelo governo


­paulista. Atualmente, tal respaldo é buscado com o FESR e o mercado
ressegurador. A longevidade dessa companhia deve-se, em grande par-
te, a fatores como a limitação geográfica de sua atuação e a inexistência
de coberturas amplas em regiões onde as lavouras apresentassem riscos
que a empresa não tivesse condições de avaliar com segurança.

Com base nessa política de atuação, que perdurou por 27 anos, a


­seguradora decidiu expandir-se, passando a abranger um maior número
de culturas, riscos e regiões. Em termos gerais, a experiência da Cosesp
apresenta como características principais: forte base agronômica, alto
custo operacional e alta sinistralidade.

A seguradora já não vinha operando de forma significativa desde 2004,


quando sofreu grandes prejuízos pela sinistralidade. Recentemente, o
governo do estado de São Paulo conseguiu autorização da Assembleia
Legislativa do Estado para a venda da seguradora.

No que se refere ao setor público, em 1973, foi criado o Programa de


1973 Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que tinha por objetivo exi-
mir o produtor das obrigações financeiras do crédito rural, caso houvesse
quebra de produção em decorrência de eventos naturais. Dessa forma, o

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 34


UNIDADE 3

Proagro não segurava toda a produção, apenas o valor correspondente


ao crédito de custeio contratado por intermédio do agente financeiro, o
que o tornava uma espécie de “Seguro de Crédito”, protegendo mais os
agentes financeiros do que os produtores, que por se tratar de um progra-
ma de Governo, não estavam sujeitos às demais regras do Seguro Rural.

Historicamente, o Proagro foi alvo de denúncias de fraude, além de ser


financeiramente inviável, uma vez que o volume total de prêmios arre-
cadado, na maioria dos anos, era insuficiente para cobrir os custos das
indenizações, havendo necessidade de aporte financeiro. Devido à difi-
culdade de fiscalização e aos constantes entraves burocráticos, muitas
indenizações não foram honradas, o que levou o programa ao descrédito.

Em 1991, o Proagro foi reformulado, entrando em uma nova fase. A partir


1991 de 1995, o zoneamento agrícola passa a ser critério de análise de risco,
e as propostas que aderissem a ele eram beneficiadas com redução no
valor do prêmio pago pelo produtor.. Isso permitiu a regionalização das
datas de plantio e a consequente redução e diferenciação, por c­ ultura,
do valor do prêmio. Adicionalmente, os sinistros causados pela seca
(apontada como principal risco da agricultura brasileira) foram retirados
dos eventos cobertos pelo Proagro. Isso, se por um lado, contribuiu para
a redução do preço da cobertura ao agricultor, por outro lado, levou à
diminuição do interesse pela adesão ao programa. Mais recentemen-
te, o Banco Central do Brasil, gestor do Proagro, publicou a Resolução
nº 3.234, criando o subprograma Proagro Mais. A intenção era respaldar
os produtores participantes do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf). Esse novo programa trouxe como principais
novidades a indenização de 100% do custeio da lavoura garantida, acres-
cida de uma reposição de parte da receita líquida esperada.

Mesmo com essas mudanças, não se deve cometer o erro de denominar


“segurados” os participantes do Proagro, tampouco considerar o pro-
grama uma iniciativa de seguros. Trata-se de programa do governo, sem
participação de qualquer seguradora em sua operação.

Em 2002, o Congresso Federal apresentou uma minuta de projeto, dis-


2002 pondo sobre a subvenção econômica ao Prêmio do Seguro Rural (PSR),
que, finalmente, foi convertido na Lei nº 10.823, de 19 de dezembro de
2003. O programa é um importante instrumento de política agrícola, uma
vez que reduz o prêmio do Seguro Rural que seria devido pelo produtor
por transferir o risco à seguradora. O Ministério da Agricultura, P
­ ecuária
e Abastecimento (Mapa) apresenta, anualmente, o orçamento para o
programa, de modo que as seguradoras habilitadas no PSR poderão
­oferecer seguros rurais com a subvenção que facilita a contratação pelo
segurado produtor rural, devido à redução do preço final do seguro. As
negociações anuais pelo montante a ser destinado no orçamento para

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 35


UNIDADE 3

o PSR envolvem não apenas o aumento da subvenção (defendido pelas


seguradoras), mas também pressões exercidas pelo governo e e
­ ntidades
representativas dos agricultores no sentido de que os produtos do
­Seguro Rural sejam constantemente aprimorados e mais bem adequados
às necessidades dos produtores rurais.

No final de 2010, o presidente da República aprovou e sancionou, o ­Fundo


2010 de Catástrofe, o qual substituirá o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural
(FESR) com benefícios para o mercado e os agricultores. Por meio des-
se novo fundo, a responsabilidade pela cobertura de riscos catastróficos
passa a ser, subsidiariamente, da União, sendo permitido ao novo fundo
contratar para si proteção no mercado internacional de resseguros.

Em 2012, o PSR atingiu sua maior participação no mercado segurador,


2012 subvencionando 97% do prêmio emitido pelo mercado.

Em 2015, foi realizado o projeto experimental de negociação coletiva no


2015 âmbito do PSR, com o intuito de reduzir o valor do prêmio aos produ-
tores que, representados por entidades, poderiam ter maior poder de
barganha perante as seguradoras. O projeto foi novamente executado
em 2016. A exigência de nível mínimo de cobertura era de 60% para que
a apólice fosse subvencionada.

Em 2016, o PSR passa a diferenciar o percentual de subvenção de acordo


2016 com o nível de cobertura da produtividade estimada indicada nas apó-
lices. No mesmo ano, é lançada a ferramenta on-line Atlas do Seguro
Rural, conferindo total transparência ao Programa (https://indicadores.
agricultura.gov.br/atlasdoseguro/index.htm).

Em 2017, foi criada a Comissão Consultiva de Agentes do PSR e a


2017 ­Comissão Consultiva de Entes Federativos. O MAPA passa a ­disponibilizar
em seu site informações detalhadas sobre os produtores contemplados
pelo PSR, dando ainda mais transparência ao Programa.

Em 2019, o nível de cobertura mínimo da produtividade esperada para


2019 acessar o PSR passou a ser de 65%, e os percentuais de subvenção ao
prêmio foram ajustados, variando de 30% a 40% do valor do prêmio. Foi
disponibilizado orçamento exclusivo de R$ 20 milhões para a contrata-
ção de seguro para grãos nas regiões Norte e Nordeste. O objetivo da
medida foi incentivar a oferta de produtos e impulsionar as contratações
nessas regiões. A partir de 2019 começou a vigorar um novo Plano ­Trienal
do Seguro Rural (PTSR), que estabeleceu as diretrizes gerais do PSR para
o período de 2019 a 2021. Além disso, foi lançado o aplicativo Plantio
Certo (disponível gratuitamente nas lojas virtuais por meio de aplicativo),

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 36


UNIDADE 3

que possibilitou a consulta aos dados de Zoneamento Agrícola de Risco


Climático (ZARC) por meio do dispositivo móvel.

Em 2020, foi lançado o projeto-piloto de subvenção ao prêmio do


2020 seguro rural para operações enquadradas no Programa Nacional de
­Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O intuito do projeto é
incentivar a inserção desse público, que normalmente adere ao Proagro,
no mercado de seguro rural. É uma forma de o Governo tentar d ­ esonerar
o custo público e privatizar a demanda. Novamente, foram d ­ estinados
recursos exclusivos às regiões Norte e Nordeste, disponibilizando
R$ 50 milhões nesse ano. Ainda em 2020, o PSR atingiu a marca de
1 milhão de apólices subvencionadas, e um aplicativo do Programa foi
lançado para ajudar o agricultor a conhecer o seguro rural.

IMPORTÂNCIA DO SEGURO RURAL

Em todo o mundo, o Seguro Rural é um dos mais importantes instrumen-


tos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra per-
das decorrentes, principalmente, de fenômenos climáticos adversos. É
indispensável para a estabilidade da renda dos produtores, a geração de
empregos no campo e o desenvolvimento tecnológico rural.

É uma atividade abrangente que cobre não só a agricultura, mas também


a atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o
crédito para comercialização desses produtos, além do seguro de vida
dos produtores.

É imprescindível que os produtores rurais tomem conhecimento sobre os


seguros disponíveis no mercado. E para que suas atividades funcionem
de forma correta e protegida, é preciso estar atento aos seguintes itens:

■ Coberturas oferecidas;
■ Critérios de averiguação dos prejuízos e da indenização, em caso
de eventos climáticos adversos;
■ Riscos excluídos e procedimentos, que devem ser adotados no
momento da ocorrência de um sinistro.

A função de qualquer seguro é transferir as consequências da ocorrência


de determinado risco do segurado para a seguradora. O principal bene-
fício de um Seguro Rural eficiente para o produtor é a garantia para con-
tinuar investindo na produção e se manter competitivo no agronegócio,
mesmo sob condições de perda patrimonial ou frustração de safra.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 37


UNIDADE 3

O Seguro Rural possui peculiaridades que o diferem dos demais ramos


de seguros. A principal delas é a ocorrência cíclica dos eventos meteoro-
lógicos, que variam no decorrer dos anos. Com isso, para a precificação
correta desse tipo de seguro e para a mensuração do risco, não bastam
conhecimentos estatísticos e atuariais, mas também, a necessidade de
utilização de pesquisas agronômicas.

O QUE É O SEGURO RURAL?

Um dos mais importantes instrumentos de política agrícola e fundamen-


tal para modernização tecnológica da agricultura – protege o produtor
contra perdas causadas por fenômenos adversos da natureza até o limite
máximo de indenização contratado.

Além da atividade agrícola, o Seguro Rural abrange também a atividade


pecuária, florestal, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o cré-
dito para comercializar a produção e o risco de morte dos produtores.

A ideia é que essa família de produtos atenda plenamente todas as


necessidades produtivas dos agricultores e produtores pecuários.

Ao contratá-lo, o produtor tem a possibilidade de recuperar o capital


investido em sua lavoura ou empreendimento caso haja a perda da pro-
dução por conta de uma chuva mais forte ou de uma seca mais prolonga-
da. O prejuízo pode ser evitado ou, no mínimo, reduzido.

DIFERENÇA ENTRE
SEGUROS RURAIS E
SEGUROS AGRÍCOLAS

Na atividade agropecuária, é comum o uso equivocado da terminologia


relacionada com o seguro. É muito comum que se confunda Seguro Rural
com o Seguro Agrícola, muitas vezes esses termos são utilizados como
se fossem sinônimos.

De acordo com a classificação da Superintendência de Seguros Privados


(Susep), a diferença básica entre Seguro Rural e Seguro Agrícola é a seguinte:

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 38


UNIDADE 3

Rural Agrícola
Conjunto amplo de Subdivisão do ramo de
seguros dirigidos Seguro Rural, direcionado
à agricultura e à a culturas permanentes
pecuária. e temporárias.

De fato, pode-se notar que o Seguro Agrícola é apenas um sub-ramo que


compõe a carteira mais abrangente dos Seguros Rurais. Para fazermos
uma comparação simples, é como o Seguro de Vida e os Seguros de
Pessoas. Os Seguros de Vida são apenas um tipo de seguro que compõe
a carteira, bem mais abrangente, dos Seguros de Pessoas.

O Seguro Agrícola é uma das modalidades de Seguro Rural.

DIFERENÇA ENTRE
SEGUROS RURAIS PRIVADOS E
PROGRAMA DE GARANTIA DA
ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
(PROAGRO)

Outra diferença que vale o esclarecimento é sobre Seguros Rurais pri-


vados com programas do Governo. Não raro, agricultores os confundem
com programas de governo, principalmente o Proagro.

O conceito de Seguro Rural Privado, tal qual é utilizado hoje em dia, diz
respeito ao seguro operacionalizado por seguradoras (empresas privadas),
nas áreas de Seguro Agrícola, Seguro de Penhor Rural, Seguro Pecuário,
­Seguro de Florestas e outras modalidades previstas, mas pouco exploradas.

O Proagro não é um seguro e sim um programa de governo que pro-


tege o produtor contra riscos climáticos, pragas e doenças que atinjam
sua produção. As operações do Proagro não passam por seguradoras,
não têm apólice e não estão sob a fiscalização e regulamentação da
­Superintendência de Seguros Privados (Susep).

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 39


UNIDADE 3

Na prática, o Proagro é destinado aos produtores que contratam finan-


ciamento do crédito agrícola para custeio e procuram se precaver de
eventual inadimplência, caso tenham perda de renda devido a prejuízos
causados por fenômenos climáticos, pragas e doenças em suas lavouras,
rebanhos e bens.

Os produtores rurais que contratam o Proagro pagam um valor, denomi-


nado adicional, para acessarem o programa, garantindo-lhes indenização
em casos de ocorrência de evento coberto. O Governo Federal é quem
arca com tais indenizações.

ESTRUTURA DO SEGURO RURAL

Fundamentalmente, o seguro rural funciona da seguinte forma:

Seguradoras
Firmam contratos de seguros com os produtores rurais, assu-
mindo uma parte do risco e repassando a outra parte para os
resseguradores, seja por contrato ou negociações facultativas.
Dada a existência do componente “catastrófico” no seguro agrí-
cola, pela natureza da atividade agropecuária, as seguradoras
sempre repassaram boa parte dos riscos assumidos às empre-
sas resseguradoras.

Resseguradoras
Assumem parte do risco das seguradoras, atuando como o
“seguro do seguro”. Têm papel fundamental no desenvolvimento
do seguro agrícola no Brasil, pois garantem a capacidade finan-
ceira para atuação no país, além de transferirem know-how de
suas operações para o mercado interno.

Com base em seu amplo conhecimento do negócio e em expe-


riências passadas, inclusive em outros países, as companhias res-
seguradoras têm um papel muito importante na gestão do risco
e no desenvolvimento de novos produtos e coberturas para o
setor, visando contribuir para que os seguros ofertados aos pro-
dutores rurais sejam cada vez mais aderentes às necessidades
do setor e sustentáveis ao longo do tempo.

Na prática, as resseguradoras acabam se tornando “sócias” das


seguradoras nos negócios.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 40


UNIDADE 3

Governo Federal
Oferece o Programa de Subvenção do Prêmio do Seguro Rural
(PSR), que paga parte do preço do seguro contratado pelos pro-
dutores nas seguradoras. A subvenção oficial, também conheci-
da como subsídio, varia entre 20% e 40% do prêmio, conforme a
modalidade do seguro e a cultura agrícola. É importante ressaltar
que não se tem verificado no mundo qualquer ação de sucesso
nos seguros rurais sem a participação dos governos federais em
seus países de origem.

SEGURO RURAL
SEGUNDO A SUSEP

A SUSEP estabeleceu que os ramos ligados aos riscos rurais estão


enquadrados dentro do Grupo 11 (Rural / Animais). Os riscos rurais estão
englobados nos seguintes Ramos de Seguro:

■ Agrícola com Cobertura do FESR (1102);


■ Agrícola sem Cobertura do FESR (1101);
■ Animais (1164);
■ Aquícola com Cobertura do FESR (1106);
■ Aquícola sem Cobertura do FESR. (1105);
■ Benfeitoria e Produtos Agropecuários (1130);
■ Florestas com Cobertura do FESR (1108);
■ Florestas sem Cobertura do FESR (1107);
■ Pecuário com Cobertura do FESR (1104);
■ Pecuário sem Cobertura do FESR (1103);
■ Penhor Rural (1162);
■ Vida do Produtor Rural (1198).

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 41


UNIDADE 3

MODALIDADES DO SEGURO RURAL

O seguro rural tem produtos específicos para todas as etapas do processo


produtivo, que vão desde o plantio, passando pelo armazenamento de insu-
mos e mercadorias até o beneficiamento e o processamento dos produtos.

É um dos mais importantes instrumentos de política agrícola e fundamen-


tal para modernização tecnológica da agricultura – protege o produtor
contra perdas causadas por fenômenos adversos da natureza até o limite
máximo de indenização contratado.

Além da atividade agrícola, o Seguro Rural abrange também a atividade


pecuária, florestal, aquícola, o patrimônio do produtor rural, seus produ-
tos e o risco de morte dos produtores.

A ideia é que essa família de produtos atenda, na plenitude, todas as


necessidades produtivas dos agricultores e produtores pecuários. Ao
contratá-lo, o produtor tem a possibilidade de recuperar o capital inves-
tido na sua lavoura ou empreendimento caso haja a perda da produção
por conta de uma chuva mais forte ou de uma seca mais prolongada. O
prejuízo pode ser evitado ou, no mínimo, reduzido.

A legislação prevê as seguintes modalidades de Seguros Rurais privados:

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 42


UNIDADE 3

— Seguros Agrícolas
Seguros Agrícolas têm como objetivo garantir indenização aos prejuízos
causados por eventos climáticos, perdas de receita e incêndios ocorri-
dos na lavoura, decorrentes dos riscos cobertos pela apólice. O valor da
cobertura depende do objeto do seguro, que definirá o Limite Máximo de
Indenização (LMI) das coberturas contratadas.

Esse seguro cobre as explorações agrícolas contra perdas decorrentes


de fenômenos meteorológicos. Ele cobre basicamente a vida da planta
desde a sua emergência ou floração, até a colheita, contra um ou vários
riscos de origem climática, como incêndio e raio, tromba-d’água, ventos
fortes, granizo, geada, chuvas excessivas, seca e variação excessiva de
temperatura, dependendo da forma de comercialização.

É importante destacar que tais coberturas excluem riscos decorrentes de


doenças e pragas. Em caráter excepcional, essas situações poderão ser
inseridas na cobertura, sempre mediante o pagamento de prêmio adi-
cional. Todavia, não é prática do mercado o oferecimento de coberturas
para pragas e doenças.

Nos seguros agrícolas é importante observar as seguintes variáveis:

Produtividade Esperada
Trata-se da referência de potencial produtivo da lavoura segurada.
Deverá corresponder tanto quanto possível à média histórica
de produtividade da área a ser segurada. O mercado segurador
geralmente define esse parâmetro com base em série histórica do
IBGE, banco de dados de cooperativas e instituições financeiras e
até do próprio produtor rural.

Nível de Cobertura
Refere-se a um percentual de proteção garantido pela apólice
aplicável à produtividade esperada ou faturamento esperado.
Varia entre 65% e 80% conforme a seguradora e o produto
agrícola. Quanto maior o nível de cobertura, maior a proteção
oferecida pela apólice.

Riscos Excluídos
Variam de um seguro para outro, mas normalmente são excluídas,
por exemplo, as perdas causadas por pragas e doenças, plantio
fora do período indicado pelo Zoneamento Agrícola de Risco
­Climático (ZARC) para uma determinada cultura, falhas de manejo.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 43


UNIDADE 3

Coberturas Adicionais
Alguns seguros oferecem a possibilidade de contratação de cober-
turas adicionais à cobertura básica, tais como cobertura de replan-
tio. Alguns produtos oferecem também coberturas adicionais como
qualidade para uva de mesa ou replantio para a cultura da soja.

Franquia e Participação Obrigatória do Segurado


É o percentual definido na apólice referente à responsabilidade
do segurado nos prejuízos indenizáveis. Varia de produto para
produto e pode ter relação com aspectos agronômicos como o
tipo de solo da propriedade.

Safra
É o período em que as condições climáticas (clima, temperatura e
umidade) estão mais propícias para uma determinada cultura. Vem
daí o nome safra, nome que atribui ao período de colheita e ao
ciclo de desenvolvimento da cultura. Em função das características
das culturas, pode variar ocorrendo mais de uma safra por ano
como as hortaliças, ou duas safras por ano como a uva de mesa
ou ainda uma safra a cada dois anos como para a cultura do café.

Safrinha
É o plantio realizado fora da época ideal para determinada cultu-
ra. É realizada essa prática por diversos motivos como: rotação
de culturas, cobertura de palhada para o plantio da próxima safra
e o motivo mais claro é não deixar o solo ocioso. Nesse contex-
to, é sabido que a produtividade é menor, logo, normalmente, a
quantidade de aplicação de adubos é menor ou, por vezes, nem
se aplica, dependendo da disponibilidade de nutrientes no solo.

Vale destacar também que as plantações são divididas em dois gran-


des grupos:

Culturas perenes
por exemplo, o café, uva e a laranja são culturas que duram vários
anos após implantadas e que não morrem após a colheita.

Culturas anuais
por exemplo, o milho, a soja e o algodão são culturas também
conhecidas de ciclo curto, ou seja, são aquelas que finalizam seu
ciclo produtivo em menos de um ano e, após a colheita, há a
necessidade de se realizar todas as etapas novamente (preparo
do solo, adubação, semeadura, manejo etc.) para ter início a um
novo ciclo produtivo.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 44


UNIDADE 3

Portanto, para cada tipo de plantação há uma necessidade diferente de


cobertura, sendo bastante comum que o mesmo tipo de plantação pos-
sua diversos tipos de coberturas. Para a cultura de ciclo anual, podemos
dizer, por exemplo, que a soja que hoje é o carro-chefe do seguro agríco-
la. Já para culturas perenes, por exemplo, o café, há cobertura para a vida
da planta bem como para a produtividade segurada.

Por fim, vale salientar que as seguradoras normalmente aceitam apenas


propostas que se enquadrem dentro de premissas especificadas, sendo:

Zoneamento Agrícola
A lavoura deve ser plantada dentro do período especificado
pelo zoneamento agrícola mais recente, elaborado pelo MAPA a
depender do tipo de cultura, município, tipo de solo e variedade.
Estudamos anteriormente sobre o zoneamento agrícola.

Área Plantada
A depender da seguradora pode-se, ou não, segurar parte da
lavoura. Esse movimento de segurar parte da lavoura é mais
recente visto que o cálculo da produtividade obtida é a média
ponderada da lavoura, ou seja, áreas que produzem menos
podem não receber indenizações se as outras áreas da lavoura
compensarem tal perda.

Vistoria Prévia
A depender do critério de subscrição das seguradoras, torna-
-se necessário que um engenheiro agrônomo vá à lavoura para
constatar seu estado atual.

Croqui
Trata-se de um desenho com indicação das principais estradas e
rodovias de acesso a área segurada. Pode-se informar também
objetos que facilitem a localização como igrejas, bambuzais, pon-
tes etc.

Coordenadas Georreferenciadas
Para ter acesso à subvenção federal, são solicitados, ao menos,
quatro pontos que delimitem a área segurada, geralmente no
vértice da lavoura.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 45


UNIDADE 3

Formas de contratação dos Seguros Agrícolas


Os Seguros Agrícolas podem ser contratados sob diferentes formas de
cobertura. São elas:

Seguro Riscos Nomeados


Uma das linhas de Seguro Agrícola mais antigas é o Seguro
de Riscos Nomeados, que pode cobrir diversos riscos desde
que sejam previamente nomeados pelo segurado no ato da
­contratação. Esse seguro permite ao produtor contratar apenas
as coberturas de seu interesse, e não um “pacote” fechado. Por
exemplo, em áreas de baixa temperatura, o produtor rural pode
optar por contratar apenas a cobertura de geada.

Em culturas de frutas e hortaliças, o principal objetivo é cobrir as


perdas qualitativas, além da produtividade. Em culturas de grãos
e cana-de-açúcar, a indenização costuma se basear na proporção
da área atingida em relação à área total segurada.

Os riscos cobertos mais comuns são granizo, geada ou incên-


dio. Nesse modelo, usualmente é possível a contratação de um
“adicional”, no qual o produtor define riscos adicionais a serem
acrescentados à sua apólice.

No Seguro de Riscos Nomeados, com cobertura única de ­granizo,


por exemplo, temos apenas um evento coberto.

Seguro Multirriscos
Cobre diversos riscos climáticos em uma única cobertura. Na
cobertura básica, normalmente, estão inclusos os riscos para
causas não evitáveis de perda de produção, em especial os
casos de clima adverso (seca, chuvas excessivas, geadas, incên-
dio, raio, tromba-d’água, ventos fortes e ventos frios e variação
de temperatura). Nos seguros de faturamento/receita, a variação
de preço da safra se agrega aos outros já citados, e passa a
ser também um dos riscos cobertos. Em uma analogia com os
­seguros patrimoniais, podemos afirmar que se assemelha à apó-
lice do tipo all risks (todos os riscos).

A cobertura abrangente do Seguro Multirrisco se reflete no


­preço, sendo superior ao dos seguros de riscos nomeados, em
razão do aumento do risco assumido pela seguradora. No Seguro
­Multirrisco, temos vários eventos cobertos, especialmente o risco
de clima adverso, o que pode garantir custeio e produtividade.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 46


UNIDADE 3

As principais aplicações de cada um dos tipos de seguro apresentados


estão listadas no quadro a seguir.

CULTURAS TIPO DE SEGURO

■ Multirrisco (seca, chuva excessiva, granizo, geada,


vendaval, variação brusca de temperatura);
■ Granizo;
Grãos ■ Geada.

■ Granizo;
■ Geada.
Frutas/Hortaliças

Tipos de Seguros Agrícolas


Existem alguns tipos básicos de seguros agrícolas com diferentes critérios
para a formação do limite máximo de indenização (LMI), coberturas, taxa de
riscos, entre outras especificidades. A seguir, apresentamos informações
sobre os principais tipos de seguros agrícolas oferecidos no mercado.

Seguros de Custos (ou de Custeio)


A base de indenização (LMI) nesse tipo são as despesas de custeio da
safra, desde o preparo do solo até a colheita. Esse seguro permite que,
sobrevindo o sinistro, o agricultor tenha recursos para o replantio ou, pelo
menos, possa manter-se na atividade nas futuras safras. A produtividade
segurada é definida pela multiplicação da produtividade esperada pelo
nível de cobertura contratado. É devida a indenização quando a produti-
vidade obtida com a cultura é inferior à produtividade garantida na apó-
lice, comprometendo a capacidade financeira de pagamento do crédito.

EXEMPLO

Área Segurada: 100 hectares

Produtividade Esperada: 50 sacas por hectare

Nível de Cobertura (NC) Contratado: 70%

Valor de Custeio: R$ 3.000,00 por hectare

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 47


UNIDADE 3

CÁLCULO

Produtividade Segurada (PS): 50 sc/ha x NC 70% = 35 sc/ha

Importância Segurada: R$ 3.000,00 x 100 ha = R$ 300.000,00

Produtividade Obtida (PO): 20 sc/há

35 sc/ha (PS) - 20 sc/ha (PO)

Perda: 15 sc/ha (42,86%)

0,4286 x R$ 300.000,00

Indenização: R$ 128.571,43

Dessa forma, podemos dizer que o LMI é calculado com base no valor de
desembolso para o custeio da lavoura segurada. Normalmente, os pro-
dutores rurais contratam engenheiros agrônomos por meio de empresas
chamadas de Assistências Técnicas Rurais. Essas empresas elaboram o
orçamento de custeio que os produtores rurais apresentam ao banco
para buscar o financiamento das safras. Nele, estão discriminados todos
os gastos com a plantação, desde o preparo de solo, horas-máquinas,
combustível, mão de obra, aquisição de sementes e insumos, até o gas-
to com a colheita.

Na composição da cotação/proposta de seguro, determina-se a produti-


Saiba Mais vidade esperada mediante informação da própria assistência técnica
pelo histórico do produtor ou outra ferramenta como, por exemplo,
No seguro de custeio, é dados do IBGE.
bastante comum que a
seguradora solicite O produto atende a várias culturas, cobrindo perda de quantidade ou
o envio das notas fiscais qualidade, por isso, visa às culturas de hortaliças, café e frutas, mas tam-
dos insumos utilizados bém pode ser aplicado a grãos em um determinado contexto como, por
na lavoura, a fim de que exemplo, o milho safrinha.
se comprovem os
Para as frutas, a cobertura de qualidade destina-se a cobrir a depreciação
gastos realizados.
ou desvalorização dos frutos, ou ainda a redução do valor comercial da
produção. Entretanto, não cobre danos provocados às árvores em geral.

O período de cobertura depende do tipo de cultura. Por exemplo, para


a uva, o início de cobertura terá início quando a quebra de dormência
atingir 70% das plantas na unidade segurada. A quebra de dormência
é considerada a fase inicial do processo de brotação, quando já está
desenvolvida toda a estrutura de frutificação da planta.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 48


UNIDADE 3

Para os grãos como a cultura do milho, o início de vigência se dá a partir


da semeadura. A indenização para grãos é devida quando a produtivi-
dade obtida da lavoura é inferior a produtividade garantida na apólice,
comprometendo a capacidade de pagamento do valor de custeio. Dessa
forma, o agricultor terá recurso suficiente para realizar um novo plantio
(caso haja condições agronômicas favoráveis) ou realizar a quitação do
financiamento ao agente financeiro e permanecer na atividade.

A taxa de risco se baseia em cinco pilares:

■ Tipo de cultura (uva, maça, soja, milho, algodão etc.);


■ Município ou região da propriedade;
■ Produtividade Esperada;
■ Nível de cobertura (para grãos);
■ Valor de produção (para hortaliças, café e frutas).

EXEMPLO DE CONTRATAÇÃO PARA GRÃOS

Cultura: Soja

Área: 100 ha

Orçamento: R$ 3.500,00 / ha

LMI cobertura básica: R$ 350.000,00 (100ha x R$ 3.500/ha)

Produtividade Esperada: 3.600,00 kg/ha

Nível de Cobertura: 70%

Produtividade Garantida (PG): 2.520,00 kg/ha (3.600 kg/ha x 70%)

Franquia: 0% 

EXEMPLO DE SINISTRO INDENIZÁVEL

Evento: Granizo próximo a colheita

Produtividade obtida (PO): 1.200,00 kg/ha

Prejuízo (PR): (PG-PO)/PG

Prejuízo: (2.520 - 1.200) / 2.520 = 52,38%

Indenização (PR – Franquia) x LMI : (52,38-0) * 350.000 = 183.333,33 

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 49


UNIDADE 3

EXEMPLO DE CONTRATAÇÃO PARA FRUTAS

Cultura: Uva de vinho

Área: 5 ha

Variedade: Cabernet

Sistema de condução: latada

Franquia escolhida: 15%

Idade do parreiral: 5 anos

Espaçamento: 2,60 m x 1,50 m

Produtividade Esperada (PE): 20.000,00 kg/ha

Valor da produção (VP): R$ 2,00/kg

LMI cobertura básica = área x PE x VP

LMI cobertura básica = R$ 200.000,00

EXEMPLO DE SINISTRO INDENIZÁVEL

Prejuízo = LMI x % dano

Percentual dano aferido (% dano): 30%

Prejuízo = R$ 200.000,00 x 30% = R$ 60.000,00

Franquia = LMI x 15%

Franquia = R$ 200.000,00 x 15% = R$ 30.000,00

Indenização = Prejuízo - franquia

Indenização = R$ 60.000,00 - R$ 30.000,00

Indenização = R$ 30.000,00

Seguros de Produção (Produtividade e Preço)


A base de indenização nos Seguros de Produção é a perda de produção
do agricultor, sob o aspecto quantitativo. A perda de produção é a dife-
rença entre a produtividade segurada (toneladas ou sacas por hectare),
na contratação da apólice, e a produtividade verificada por ocasião da
colheita. A produtividade segurada é definida pela multiplicação da pro-
dutividade esperada pelo nível de cobertura contratado.

O LMI é calculado com base na produtividade garantida da área segura-


da multiplicada por um valor definido no momento da contratação, e será
o mesmo valor utilizado em caso de indenização.

É um seguro bastante aderente às culturas de grãos, principalmente soja


e milho. Mas também, atualmente, há produtos para as culturas de café,
cana-de-açúcar, algodão e arroz.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 50


UNIDADE 3

EXEMPLO

Área Segurada: 100 hectares

Produtividade Esperada: 50 sacas por hectare

Nível de Cobertura (NC) Contratado: 70%

Preço da Saca: R$ 100,00

CÁLCULO

Produtividade Segurada (PS): 50 sc/ha x NC 70% = 35 sc/ha

Importância Segurada: 35 sc/ha x R$ 100,00 x 100 ha = R$ 350.000,00

Produtividade Obtida (PO): 20 sc/ha

35 sc/ha (PS) - 20 sc/ha (PO)

Perda: 15 sc/ha

15 sc/ha x 100 ha x R$ 100,00

Indenização: R$ 150.000,00

Importante ressaltar que o preço não é o fator que dispara o sinistro, por
exemplo: se a produtividade obtida for superior à produtividade garan-
tida, não haverá indenização mesmo se o preço de venda da saca no
momento da colheita for de R$ 1,00/sc.

O período de carência pode ser estabelecido (ou não), a critério da segu-


radora. Trata-se de um período em que a seguradora se isenta de res-
ponsabilidade de forma a evitar a ocorrência da antisseleção de risco.
Por exemplo, a previsão de granizo, em dois dias, em determinada região.

O período de cobertura compreende do plantio à colheita, desde que


contratada a cobertura integral (Replantio e Produção).

A cobertura adicional de replantio tem início a partir da semeadura e ter-


mina quando o stand das plantas atingirem 15 cm de altura. Os eventos
cobertos por essa cobertura são: granizo, tromba-d’água e chuva exces-
siva. Note que não há cobertura de seca, pois não é tecnicamente reco-
mendado que se faça o plantio sem a umidade adequada (chamado de
plantio no pó).

A cobertura básica tem início então a partir de 15 cm de altura e termina


na colheita ou em data anterior especificada na apólice. Isso ocorre, pois
tecnicamente as culturas não são aptas a permanecer para sempre no
campo, então a partir de uma data a Seguradora não tem mais respon-
sabilidade sobre a cultura. Por exemplo, para a soja é cobertura termina
com 180 dias após a data de plantio, pois é o período de maior tempo de
maturação de uma variedade de ciclo tardio.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 51


UNIDADE 3

A taxa de risco se baseia em três pilares:

■ Tipo de cultura (soja, milho, algodão etc.);


■ Município ou região da propriedade para se obter o histórico de
produtividade médio;
■ Nível de cobertura contratado.

Seguros de Faturamento ou Receita


O LMI é calculado com base no faturamento a ser obtido com a produ-
ção, considerando a produtividade esperada e o preço do produto no
mercado futuro. Sobre esse faturamento esperado é aplicado um nível de
cobertura definido na contratação do seguro, resultando no faturamento
garantido pela apólice, que é o LMI. É fácil perceber que a receita espe-
rada depende da produtividade física da lavoura (toneladas ou sacas por
hectare) e do preço do produto, ambos têm um forte componente aleató-
rio. A receita esperada é, portanto, o produto de um preço futuro do bem
que vier a ser colhido.

O ressarcimento tem base no valor das perdas que podem decorrer tan-
to do risco físico da produção quanto do risco de mercado. Esse tipo de
cobertura visa proteger o produtor dos preços baixos no momento da
venda. Trata-se de um produto de cobertura bastante abrangente.

A indenização a ser paga pela seguradora é a diferença entre o fatura-


mento garantido e o faturamento obtido.

EXEMPLO

Área Segurada: 100 hectares

Produtividade Esperada: 50 sacas por hectare

Nível de Cobertura (NC) Contratado: 70%

Preço da Saca no Mercado Futuro: R$ 100,00

CÁLCULO

Faturamento Esperado (FE): 50 sc/ha x R$ 100,00 x 100 ha = R$ 500.000,00

Faturamento Segurado (FS): R$ 500.000,00 x NC 70% = R$ 350.000,00

Produtividade Obtida (PO): 20 sc/ha

Preço na Colheita: R$ 85,00 saca

Faturamento Obtido (FO): 20 sc/ha x R$ 85,00 x 100 ha = R$ 170.000,00

R$ 350.000,00 (FS) - R$ 170.000,00 (FO)

Indenização: R$ 180.000,00

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 52


UNIDADE 3

Em termos práticos, o que difere esse seguro de faturamento do seguro


de produtividade é que o preço se torna uma variável para o gatilho do
sinistro. Vejamos outro exemplo:

EXEMPLO

Cultura: Soja

Área: 100 ha

Produtividade Esperada: 50 sc/ha

Orçamento: R$ 3.500,00 / ha

sc = saca de 60kg

Nível de Cobertura: 70%

Produtividade Garantida (PG): 35 sc/ha (50 sc/ha x 70%)

Preço da saca: R$ 120,00/sc

LMI receita garantida: 35 sc/ha x R$ 120,00/sc x 100 ha = R$ 420.000,00

OU LMI receita garantida R$ 4.200,00 / ha

Portanto, a receita segurada (garantida) é de R$ 420.000,00, tendo como


variáveis no gatilho da abertura do sinistro a multiplicação de PG x Preço.

produtividade garantida

35sc/ha

R$120,00 preço

No caso da queda do preço do produto, um perito é enviado à lavoura para


calcular a produtividade obtida. Supondo que no momento da colheita:

■ Preço praticado: R$ 80,00/sc


■ Produtividade obtida: 65 sc/ha

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 53


UNIDADE 3

produtividade garantida
65sc/ha

35sc/ha

R$80,00 R$120,00 preço

A receita obtida = R$ 80,00/sc x 65 sc/ha = R$ 5.200,00 / ha

Logo, nesse exemplo, nota-se que mesmo com a queda na produtivida-


de obtida, o preço praticado no mercado compensou à queda, gerando
uma receita obtida superior à receita garantida e, portanto, não havendo
indenização.

Agora, suponha que no momento da colheita:

■ Preço praticado R$ 100,00/sc


■ Produtividade obtida 37 sc/ha

produtividade garantida

37sc/ha
35sc/ha

R$100,00 R$120,00 preço

A receita obtida é = R$ 100,00/sc x 37 sc/ha = R$ 3.700,00

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 54


UNIDADE 3

Logo, note que mesmo com a produtividade obtida levemente superior à


produtividade garantida, não foi capaz de compensar a queda do preço,
gerando uma receita obtida inferior à garantida e, portanto, uma indeni-
zação de:

■ Indenização = receita garantida – receita obtida = 4.200 – 3.700 =


R$ 500,00 / ha
■ Multiplicado por 100 ha a indenização final é de R$ 50.000,00

Seguros de índices Climáticos (Paramétrico)


O seguro paramétrico é direcionado principalmente aos produtores que
procuram preços mais acessíveis de seguro por possuírem áreas muito
extensas ou muito pequenas. O produto, de forma geral, não possui vis-
torias in loco e o gatilho de indenização é o comportamento do índice
de um determinado evento climático como chuva, temperatura ou vento.
Esses fatores permitem que o pagamento da indenização na ocorrência
do sinistro seja mais rápido. Os dados utilizados como parâmetro são obti-
dos por meio de estações meteorológicas, satélites e demais fontes remo-
tas confiáveis e transparentes para avaliação. O resultado é comparado
com o valor preestabelecido na apólice, na qual, dependendo do gatilho,
variações positivas ou negativas podem ser passíveis de indenização.

O paramétrico visa principalmente cobrir as perdas por persistência de


índices em determinado nível. Por exemplo, para um produto contratado
para proteção contra a seca, o sinistro será o período em que o índice plu-
viométrico se mantiver abaixo do acordado. Quanto maior for o número
de dias consecutivos de seca, maior será a indenização a ser paga ao pro-
dutor, que é limitada pelo valor máximo indenizável contratado na apólice.

Início da indenização Limite Máximo Indenizável (LMI)


dia 20 dia 21 dia 22 dia 23 ... dia Limite
PERSI S TÊNCIA DO ÍNDICE

2sc/ha 6sc/ha 10sc/ha 15sc/ha Xsc/ha 22sc/ha

Os índices e prazos de cobertura são definidos em conjunto com o clien-


te, e os resultados apurados por meio de consulta em bases públicas
de coleta de informações meteorológicas. A indenização é calculada por
meio da verificação dos índices coletados e os índices segurados pelo
cliente. A indenização ocorre de forma simplificada, após a apuração dos
índices e sem a necessidade de deslocamento de um engenheiro agrô-
nomo ao campo.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 55


UNIDADE 3

— Seguro Pecuário
Esse seguro garante indenização por morte de animais (bovinos, equi-
nos, ovinos, caprinos, suínos) em consequência de acidentes e doen-
ças. Objetiva garantir o pagamento de indenização em caso de morte
de animal destinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria,
engorda ou trabalho por tração.

Os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de sêmen


ou transferência de embriões, exclusivamente, com a finalidade de incre-
mento ou melhoria de plantéis próprios de animais de produção, estão
igualmente enquadrados na modalidade de Seguro Pecuário.

Especificamente no caso dos bovinos, ainda podem ser contratadas


coberturas adicionais que garantem indenização para perdas de pasta-
gem quando a área é inviabilizada para a nutrição animal em decorrência
de seca ou incêndios.

O produto de faturamento também é ofertado para o seguro de gado e uti-


liza o mercado de referência definido no ato da apólice para sua contrata-
ção, protegendo o produtor de variações de preço no momento da venda.

Em que pese o mercado de bovinos ter maior destaque na comercializa-


ção de seguros, é importante ressaltar que podem ser segurados também
produtos de avicultura, suinocultura, caprinocultura e outras atividades.

— Seguro de Vida do Produtor Rural


Esse seguro é destinado ao produtor rural que seja devedor de crédito
rural com uma instituição financeira e terá sua vigência limitada ao perío-
do do financiamento, sendo que o beneficiário será o agente financia-
dor. Serve para amortizar ou liquidar as operações de crédito rural desse
produtor rural, contratadas por intermédio de um agente financiador, em
caso de morte do segurado.

— Seguro de Benfeitorias e
Produtos Agropecuários
Esse seguro garante todo o patrimônio nos limites da propriedade. Ele
cobre construções, instalações ou equipamentos fixos, produtos agrope-
cuários depois de removidos do campo de colheita ou estocados, produ-
tos pecuários, veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 56


UNIDADE 3

seus implementos contra os riscos de incêndio, raio ou explosão, ventos


fortes, impacto de veículo de qualquer espécie, desmoronamento, roubo
ou furto, que não tenham sido oferecidas em garantia de operações de
crédito rural. Via de regra, é obrigatória a contratação da cobertura bási-
ca de Danos Físicos ao Bem (DFB) e necessária a vistoria prévia para a
aceitação dos riscos, quando não forem novos ou zeros ou ainda a crité-
rio de cada seguradora.

A cobertura básica normalmente garante danos por incêndio, raio, explo-


são, ventos fortes, colisão, alagamento, impactos, desmoronamento, rou-
bo ou furto qualificado e despesas de salvamento. Além da cobertura
básica, as seguradoras oferecem coberturas adicionais de furto simples,
operação em proximidade à água, responsabilidade civil, perda ou paga-
mento de aluguel e quebra de vidros, entre outras.

— Seguro de Penhor Rural


Esse seguro destina-se aos bens dados em garantia nas operações de
crédito rural, estendendo sua proteção às benfeitorias, às máquinas,
aos veículos e aos implementos utilizados na atividade rural, bem como
aos produtos agropecuários já colhidos. O seguro torna-se obrigatório
quando os equipamentos são dados como garantia em algumas linhas
de financiamento de crédito rural. Nessa modalidade de seguro existe
também a possibilidade de se formalizarem apólices plurianuais.

— Seguro de Florestas
Esse seguro cobre os custos de reposição de florestas em formação
ou de seu valor comercial, quando se tratar de florestas já formadas ou
naturais, contra as perdas decorrentes de incêndio, eventos biológicos e
meteorológicos. A finalidade da floresta também impacta a contratação
do seguro. Atividades de reflorestamento, indústria de papel e celulose,
serraria ou produção de carvão são seguráveis desde que tenham fina-
lidade comercial, e, nesse caso, o seguro avalia cada plantio de acordo
com as especificidades da espécie e o tempo que a cultura ocupará na
área de cultivo.

O Seguro Florestal pode ser contratado por pessoa, física ou jurídica,


proprietário de terras de reflorestamento. Tem o objetivo de proteger
plantações de eucalipto, pinus, seringueira ou outras espécies com fina-
lidades comerciais.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 57


UNIDADE 3

Importa salientar que o Seguro Florestal se justifica, uma vez que, além
do investimento financeiro que o produtor faz na propriedade, são inves-
tidos anos de cultivo até que a floresta esteja maturada e pronta para
cumprir seu papel comercial.

■ Coberturas: Incêndio e raio, consideradas cobertura básica.


■ Coberturas adicionais: ventos fortes; geada; granizo; seca; entre
outras, a depender da seguradora.

Para a definição do valor de cobertura (LMI), existem duas metodologias


de cálculo:

■ Florestas em formação.
■ Florestas já formadas.

No primeiro caso, as coberturas podem se estender do custo de implan-


tação, acrescido de custeio anual para sua manutenção, visando a repo-
sição de florestas em formação. No caso de florestas já formadas (ou
naturais), o valor de cobertura deve ser determinado pelo próprio valor
comercial da floresta.

— Seguro Aquícola
Esse seguro garante indenização por morte de animais aquáticos (pei-
Carnicultura xes, crustáceos) em consequência de acidentes e doenças. O termo
é um ramo específico da aquicultura
aquicultura pode ser definido como a produção de organismos aquá-
voltado para a criação de camarão
em cativeiro, tanto na forma de ticos vivos em cativeiro. A aquicultura comercial é uma das classes de
cultivo marinhoou de água doce. negócio agrícola mais recentes e se divide em três grandes atividades:
Maricultura a carcinicultura, a maricultura e a piscicultura.
é um ramo específico da aquicultura
e engloba a produção de uma Novas técnicas e tecnologias estão permitindo que esse setor se desen-
ampla variedade de organismos volva por todo o mundo, desde em mar aberto até em lagos ou fazendas
aquáticos marinhos e estuarinos,
desde vegetais como as algas, agrícolas distantes de rios, cuja produção fica altamente exposta.
invertebrados como crustáceos e
moluscos, até vertebrados como Os riscos cobertos, normalmente, incluem tempestades, mares, avalan-
peixes e répteis (FAO, 2010).
ches, deslizamentos, inundação, danos por excesso de chuva, algas,
Piscicultura poluição, pestes, roubo, colisão, doenças e outros riscos naturais, varian-
é a produção de peixes em do conforme o sistema de cultivo utilizado: offshore e onshore.
ambientes controlados, é uma
atividade aquícola que vem O sistema offshore garante sinistros relacionados a mudanças físicas e
crescendo rapidamente no Brasil.
químicas da água, como poluição, floração de plâncton, mudança brus-
ca de temperatura e oxigenação da água. Já o sistema onshore prevê
cobertura obrigatória apenas para poluição.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 58


UNIDADE 3

Para os dois sistemas, vale ressaltar, o produtor ainda pode contratar


coberturas adicionais conforme os riscos existentes no segmento de sua
área de produção, como: raios, doenças, furtos, inundações, seca, geada
entre outros sinistros.

Existem coberturas all risks ou riscos nomeados, dependendo da situa-


ção e das exigências do ressegurador.

— Seguro de Animais de Elite


É aquele que tem por objetivo garantir o pagamento de indenização em
caso de morte de animais de elite – aqueles destinados à participação
em torneios, provas esportivas e exposições, bem como o animal des-
tinado exclusivamente à coleta de sêmen e transferência de embriões
para fins comerciais.

SINISTRO SEGURO AGRÍCOLA –


PROCEDIMENTOS SEGURADORA

Após a ocorrência de um evento climático danoso à lavoura segurada,


cabe ao segurado ou seu corretor entrar em contato o mais rápido com
a seguradora para informar o ocorrido, o que denominamos de Aviso de
Sinistro (Comunicação de Sinistro).

A seguradora, dentro dos prazos necessários, efetuará procedimentos


de vistoria na lavoura segurada para verificar os danos ocorridos.

Geralmente, a seguradora procede com duas vistorias básicas: Vistoria


Preliminar e Vistoria Final.

Vistoria preliminar
Trata-se de uma vistoria realizada logo após a comunicação do sinistro à
seguradora. Seu objetivo é constatar a ocorrência do evento reclamado,
sua consequência, bem como a intensidade dos danos causados à cul-
tura. Ela é realizada quando a lavoura ainda não possui condição de ter
sua produtividade mensurada, ou seja, quando sua capacidade produtiva
ainda não está totalmente definida ou a maturação fisiológica da cultura
ainda está distante. O intuito de sua realização é abastecer a segura-
dora demandante com informações e estimativa de prejuízos que serão

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 59


UNIDADE 3

utilizadas para a atualização de suas reservas técnicas e o subsídio da


vistoria final. Nas vistorias preliminares, temos a oportunidade de avaliar
bem as conformidades de manejo da lavoura, época de plantio e fase de
desenvolvimento em que a cultura foi afetada pelo sinistro, as quais, nor-
malmente, são mais difíceis de constatar no momento da colheita.

Vistoria final
Cabe ao segurado ou seu corretor informar à seguradora a previsão do
início da colheita de sua lavoura sinistrada para que possa ser realizada
a Vistoria Final.

Seu objetivo é determinar a produtividade final da lavoura e mensurar


de forma definitiva os danos causados pelo sinistro, portanto, a vistoria
final é realizada após a maturação fisiológica da cultura: geralmente, no
momento da colheita. Normalmente, ela ocorre após a realização da vis-
toria preliminar em condições ideais de amostragem.

A vistoria preliminar e final pode ser procedida ao mesmo tempo nos


casos, por exemplo, em que o sinistro ocorra e seja comunicado no
momento da colheita.

É fundamental que o produtor respeite os prazos de aviso de sinistro e


aviso de previsão de colheita, sob pena de perda de direito à indenização.

Saiba Mais
Atualmente, está em vigor a Resolução nº 73 (22/06/2020) do Comitê Gestor Interministerial do
Seguro Rural, que dispõe sobre os prazos de aviso de sinistro para as apólices beneficiadas pelo
Programa de Subvenção Rural (PSR).
A referida resolução especifica:
Art. 5º Nas apólices beneficiadas pelo PSR, deverão ser adotados os seguintes prazos no tocante
à ocorrência de sinistros:
I - Pelos produtores rurais: na ocorrência de eventos cobertos, o segurado por si, ou por seu re-
presentante legal ou preposto, sob a pena de perder o direito à indenização, deverá comunicar
o fato à Seguradora, através do canal de comunicação da respectiva empresa, tão logo saiba do
evento ocorrido, respeitando o prazo em dias, conforme especificado:
a) Prazo máximo de 8 (oito) dias corridos, a contar da data da ocorrência do evento, para as
coberturas de: chuva excessiva na colheita, geada, granizo, incêndio/raio, inundação, variação
excessiva de temperatura, ventos frios e ventos fortes/vendaval.
b) Para as coberturas de seca e chuva excessiva (antes da colheita), prazo máximo de 5 (cinco)
dias corridos do término do período de estiagem ou chuva, limitado ainda a 30 (trinta) dias corri-
dos do início da colheita.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 60


UNIDADE 3

II - Pelas Seguradoras: após o recebimento do aviso de sinistro, a seguradora enviará o perito no


prazo máximo de:
a) Vistoria Preliminar – 20 (vinte) dias corridos a contar do aviso de sinistro.
b) Vistoria Final – o agendamento da vistoria final será acordado entre o perito e o segura-
do. Esse agendamento seguirá a data constante no aviso de colheita, que deverá ser infor-
mada, pelo segurado, no prazo máximo de 15 (quinze) dias antes da realização da colheita.
Parágrafo único: Havendo ocorrência de eventos com características catastróficas, sejam climáti-
cas com alta severidade e frequência, ou qualquer outras que venham interferir nos prazos e con-
dições para realização das vistorias, o prazo de envio da vistoria preliminar poderá ser alterado.
O novo prazo deverá ser definido em comum acordo entre seguradora e segurado.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 61


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3

1. Seguro Rural permite que o produtor mantenha sua produção e a com-


petitividade no agronegócio. Podemos indicar a importância do seguro
rural na seguinte situação:

(a) O produtor pode recuperar o capital investido em sua lavoura dian-


te da perda de produção por conta de uma chuva mais forte.
(b) Um investidor pode obter capital para investir em uma determinada
lavoura em situação de desemprego ou de grave crise econômica.
(c) O Governo pode recuperar os déficits orçamentários do agronegó-
cio diante de uma catástrofe.
(d) O produtor pode obter o financiamento para aquisição de equipa-
mentos de tecnologia avançada.
(e) O produtor pode ampliar sua lucratividade em situações de crise
externa devido à natureza do seguro.

2. Um produtor deseja contratar um seguro com coberturas específicas,


pois, como sua cultura pertence à uma região seca, de alta temperatura,
ele quer contratar apenas a cobertura de incêndio. Para esse produtor
que quer definir os riscos de seu próprio interesse, em vez de adquirir um
pacote fechado, recomenda-se:

(a) Seguro Multirriscos.


(b) Seguro Riscos Nomeados.
(c) Seguro Pecuário.
(d) Seguro de Vida do Produtor Rural.
(e) Seguro de Benfeitorias.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 62


GABARITO

GABARITO

UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3

1–E 1–E 1–A

2–D 2–E 2–B

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 63


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Aércio S. Um seguro agrícola “eficiente”. Brasília: ­Universidade


de Brasília, 2002. Texto para Discussão nº 255.

DALL’AGNOL, Amélio. O mundo vai precisar muito do Brasil. Blog Canal


Rural. Rio de Janeiro, 3 ago. 2020. Disponível em: https://blogs.canalrural.
com.br/embrapasoja/2020/08/03/o-mundo-vai-precisar-muito-do-brasil/.
Acesso em: 06 mar. 2022.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico.


­Seguro rural. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 11. ed. 1. reimpressão.
Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 128 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico.


­Seguro rural. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 12. ed. Rio de Janeiro:
Funenseg, 2016. 128 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico.


­Seguro rural. Assessoria técnica de Afonso Lopes Teixeira Garcia Lamas.
13. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2017. 130 p.

FENASEG. Apostila de treinamento de seguro rural. Rio de Janeiro:


FENASEG, [20--].

LOURENÇO, Joaquim Carlos. A evolução do agronegócio brasileiro no


cenário atual. Disponível em: < https://administradores.com.br/artigos/a-
-evolucao-do-agronegocio-brasileiro-no-cenario-atual >. Acesso em: 12
fev. 2019.

PORTUGAL, Alberto Duque. A visão da pesquisa. Jornal O Globo, Rio de


Janeiro, 7 ago. 2002.

REVISTA FAE BUSINESS. n. 3, set. 2002.

SCOLARI, Dante. Os desafios do agronegócio. Disponível em: < https://


www.agrolink.com.br/colunistas/os-desafios-do-agronegocio_383627.html >.
Acesso em: 12 fev. 2019.

SUSEP. Sistema de Estatística da SUSEP. Jan. 2017 a dez. 2020.


­Extraído em 2020.

TÁVORA, Fernando Lagares. Seguro rural: nova lei, velhos problemas.


Disponível em: < https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/91>. Acesso
em: 12 fev. 2019.

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 64


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PWC. Impactos do Covid-19 no agronegócio brasileiro. Covid-19


­Navigator, abril 2020.

MAPA. Guia de seguros rurais, 2020.

MAPA. Requisitos básicos para capacitação de peritos rural, v. 1,


­Brasília 2020.

Sites:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br

SEGURO DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 65

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