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RIO DE JANEIRO
2022
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
ASSESSORIA TÉCNICA
LUIZ FILIPE BARREIROS NUNES – 2022
FÁBIO ROBERTO DIAS – 2021 / 2020 / 2019
O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO 11
Os Principais Segmentos do Agronegócio 13
Oportunidades do Agronegócio Brasileiro 13
Pontos Fortes e Fracos do Agronegócio Brasileiro 14
FIXANDO CONCEITOS 1 15
2. POLÍTICA AGRÍCOLA 16
O QUE É POLÍTICA AGRÍCOLA? 17
PROAGRO 19
CRÉDITO RURAL 21
FIXANDO CONCEITOS 2 30
FIXANDO CONCEITOS 3 62
GABARITO 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64
Este manual visa tornar o corretor apto a trabalhar com seguros rurais.
Bons estudos!
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a importância do
agronegócio brasileiro, reconhecendo ⊲ INTRODUÇÃO
suas características mercadológicas e seus
pontos fracos e fortes, bem como delinear ⊲ O POTENCIAL DO
os principais segmentos do setor. AGRONEGÓCIO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
INTRODUÇÃO
O produtor rural que não possui nenhum tipo de seguro não tem garan-
tias de reparação de danos. Nesse caso, o produtor diminui os investi-
mentos para não ficar tão vulnerável financeiramente.
O Brasil possui cerca de 66% de seu território coberto por vegetação nati-
va, incluindo a Amazônia, maior floresta tropical do Planeta. Segundo pes-
quisa do Rabobank (DALL’AGNOL, 2020), em 1960 havia no mundo, em
média, 15 hectares de terras agriculturáveis por pessoa. Atualmente, esse
número não passa de 0,5 hectares por pessoa, o que enfatiza a necessi-
dade de abertura de terras para a agricultura e uma maior produtividade
por hectare para a garantia da segurança alimentar mundial. Em ambas as
características, o Brasil tem totais condições de desenvolvimento.
— Segurança Alimentar
De acordo com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutri-
cional (CFN), a segurança alimentar diz respeito ao “direito de todos ao
acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade
suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais,
tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respei-
tem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis”.
É por meio das políticas públicas que um país define a estratégia para
garantir esse direito.
O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO
Todavia, esse ciclo vicioso de usar lucros para quitar déficit tende a dimi-
nuir nos próximos anos. Isso porque, com o advindo da internet e sua
expansão para o campo, nasce a agricultura 4.0. Na prática, esse marco é
caracterizado pelo processo de automação, conectividade e geração de
dados sobre a atividade agrícola, permitindo maior precisão, acuracidade
e assertividade nas decisões tomadas no dia a dia do campo.
■ Softwares;
■ Inovações para alternativas energéticas;
■ Aproveitamento de resíduos;
■ Controle ambiental;
■ Monitoramento;
■ Biotecnologias e sementes.
ALCANCE DO AGRONEGÓCIO
DISTRIBUIÇÃO/
PESQUISA INSUMOS PRODUÇÃO COMERCIALIZAÇÃO
Peças
Maquinário
— Os Principais Segmentos
do Agronegócio
O quadro a seguir indica os principais segmentos do agronegócio.
AGROINDÚSTRIA
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DISTRIBUIÇÃO
(PROCESSAMENTO
CONSUMIDORES
Combustíveis Extração vegetal Álcool carburante Mercearias
Máquinas Exportação
Motores
Inseminação Artificial
Ordenha mecânica
Equipamentos de frio
SERVIÇOS DE APOIO
— Oportunidades do
Agronegócio Brasileiro
O Agronegócio é um dos setores mais dinâmicos da economia:
FIXANDO CONCEITOS 1
(a) Bioenergia.
(b) Crédito rural.
(c) Pesquisa e desenvolvimento.
(d) Logística.
(e) Tecnologia.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a Política Agrícola,
considerando seus principais instrumentos ⊲ O QUE É POLÍTICA AGRÍCOLA?
e mecanismos.
⊲ PLANO AGRÍCOLA
E PECUÁRIO – PAP
⊲ PROAGRO
⊲ ZARC – ZONEAMENTO
AGRÍCOLA DE RISCO
CLIMÁTICO
⊲ CRÉDITO RURAL
⊲ PROGRAMA DE SUBVENÇÃO
AO PRÊMIO DO SEGURO
RURAL- PSR
⊲ FUNDO DE ESTABILIDADE
DO SEGURO RURAL (FESR)
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
PROAGRO
Proagro Mais
O Proagro Mais é um desmembramento do programa principal volta-
do para a agricultura familiar. Ele atende os participantes do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que são
agricultores, pescadores, aquicultores e silvicultores.
Atenção
Qual é a relação do Proagro
com o zoneamento agrícola?
Para ter acesso à cobertura do Proagro, todas as propriedades
Dica rurais devem estar em dia com o Zoneamento Agrícola de Ris-
co Climático (ZARC). Na hora de efetuar o plantio, o agricultor
Aplicativo precisa confirmar se o município está liberado para aquela cul-
“ZARC – Plantio Certo” tura, assim como o solo e as sementes.
O MAPA possui um aplicativo No caso do Proagro, esses estudos são importantes pelo risco
disponibilizado ao segmento, que as condições climáticas podem representar no resultado
disponível para download das safras. Apesar de não se tratar de um seguro, o Proagro
nas lojas de aplicativo de é um instrumento de governo voltado para proteção contra
celular, com informações por ocorrências que possam causar danos à lavoura e, por conta
tipo de cultura e os períodos disso, ao estar nas regras do ZARC, o produtor demonstra que
de plantio do zoneamento não foi negligente e seguiu os passos corretos, o que o habi-
agrícola, a depender da lita para receber a indenização devida nos casos de prejuízos
variedade e tipo de solo. previstos no programa.
No Proagro Mais, que é voltado para os produtores enquadra-
dos no PRONAF, também há a proibição de plantar as culturas
fora do período de recomendação, o que ocasiona a perda do
direito à indenização.
IMPORTANTE: Apesar de não ser obrigatório, as instituições fi-
nanceiras também solicitam o cumprimento às recomendações
do ZARC para conceder o crédito rural.
CRÉDITO RURAL
Cada uma dessas modalidades visa financiar uma etapa diferente dos
processos produtivos, sendo assim, a primeira é direcionada à compra de
insumos e à fase da colheita, a segunda à aquisição de bens e serviços
duráveis, e a última é relacionada aos mecanismos que garantem o arma-
zenamento da colheita em tempos de queda de preço.
Crédito de Custeio
Representa a maioria das operações do Sistema Nacional de Cré-
dito Rural (SNCR). Nessa linha de crédito, o valor financiado não
se refere ao custo total de produção, pois garante apenas os gas-
tos efetivos do produtor para o ciclo daquela atividade financiada.
A liberação dessa verba só é realizada quando são apresentados
documentos que evidenciem a viabilidade de execução do pro-
jeto, tais como: orçamentos, planos ou projetos com as devidas
orientações técnicas para o empreendimento financiado.
Crédito de Investimento
O crédito para investimento engloba os recursos utilizados para
a aquisição de bens relacionados com a atividade agropecuária.
Nessa linha, podem ser financiados investimentos fixos (aquisi-
ção de máquinas, construção/reforma de benfeitorias, obras de
irrigação, formação de lavoura permanente, recuperação de pas-
tagem, correção/recuperação de solo, entre outros); investimento
semifixos (aquisição de animais, tratores, colheitadeiras, imple-
mentos etc.); veículos (caminhões, motocicletas rurais, camione-
tes de carga) e cana-de-açúcar (fundação, ampliação e renova-
ção de lavouras).
Crédito de Comercialização
Viabiliza ao produtor rural acessar recursos necessários à comer-
cialização de seus produtos no mercado. A linha busca apoiar os
agricultores para evitar que sejam obrigados a vender sua produ-
ção a preços baixos para poder cumprir com seus compromissos.
Crédito de Industrialização
Esta linha é destinada à industrialização que pode atender tanto
a cooperativas como também ao produtor em sua propriedade.
PROGRAMA DE
SUBVENÇÃO AO PRÊMIO
DO SEGURO RURAL – PSR
Fiscalização do PSR
O MAPA realiza regularmente fiscalizações nas lavouras objeto
do PSR, para verificar se as condições do Programa foram aten-
didas corretamente. Portanto, o produtor deve permitir ao fiscal
acesso à área da lavoura segurada, possibilitando sua inspeção,
caso contrário, o benefício é cancelado.
ÁREA IMPORTÂNCIA
ANO PRODUTORES APÓLICES SEGURADA SEGURADA SUBVENÇÃO
2006 16.460 21.783 1.761.653 2.870.174.189 31.161.633
2007 23.350 31.740 2.271.536 2.715.475.197 60.946.215
2008 43.431 59.705 4.697.796 7.117.398.081 156.272.540
2009 49.785 72.644 6.583.345 9.528.240.687 258.880.017
2010 38.047 52.543 4.760.528 6.526.976.056 197.170.559
2011 39.945 57.038 4.469.851 7.220.707.440 249.195.322
2012 43.453 63.063 5.195.160 8.724.747.252 317.952.271
2013 65.491 101.678 9.823.541 16.808.681.932 556.418.202
PERCENTUAL
GRUPO DE ATIVIDADES DE SUBVENÇÃO LIMITE ANUAL
Soja 20%
Grãos
Demais
Frutas, Olerícolas, Café e Cana-de-açúcar R$ 60.000,00
Florestas 40% (POR GRUPO)
Pecuária
Agricultura
Dica
ATLAS DO SEGURO RURAL
Elaborado e disponibilizado pelo MAPA, possui um amplo histórico do PSR, informando
diversos itens importantes como área segurada, número de apólices, sinistros e taxas.
Encontra-se disponível em: https://indicadores.agricultura.gov.br/atlasdoseguro/index.htm.
FUNDO DE ESTABILIDADE
DO SEGURO RURAL (FESR)
Até pouco tempo atrás, apenas o seguro Penhor Rural tinha a participa-
ção compulsória no FESR. Porém, em abril de 2021, essa compulsorieda-
de foi retirada pela SUSEP, tornando sua adesão facultativa assim como
os demais produtos de seguros rurais.
SEGURO AGRÍCOLA SEM FESR 1101 | SEGURO AGRÍCOLA COM FESR 1102
5.000,00
4.500,00
4.000,00
3.500,00
3.000,00
2.500,00
2.000,00
1.500,00
1.000,00
500,00
0
2017 2018 2019 2020 2021
SEGURO PECUÁRIO SEM FESR 1103 | SEGURO PECUÁRIO COM FESR 1104
50,00
45,00
40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0
2017 2018 2019 2020 2021
SEGURO FLORESTAS SEM FESR 1107 | SEGURO FLORESTAS COM FESR 1108
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0
(5,00)
2017 2018 2019 2020 2021
2.500,00
2.000,00
1.500,00
1.000,00
500,00
0
2017 2018 2019 2020 2021
FIXANDO CONCEITOS 2
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Reconhecer ■ Compreender as
cronologicamente toda a características das ⊲ INTRODUÇÃO
história do seguro rural no modalidades dos Seguros
Brasil, considerando os Rurais, considerando ⊲ HISTÓRICO DO
principais marcos históricos. suas coberturas, forma de SEGURO RURAL
contratação, vigência e ⊲ IMPORTÂNCIA DO
■ Compreender as
taxa de risco. SEGURO RURAL
características e os
conceitos inerentes ⊲ O QUE É O SEGURO RURAL?
aos Seguros Rurais,
considerando sua ⊲ DIFERENÇA ENTRE
importância, estrutura e SEGUROS RURAIS E
SEGUROS AGRÍCOLAS
funcionamento.
⊲ DIFERENÇA ENTRE SEGUROS
RURAIS PRIVADOS E
PROGRAMA DE GARANTIA DA
ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
(PROAGRO)
⊲ ESTRUTURA DO
SEGURO RURAL
⊲ SEGURO RURAL
SEGUNDO A SUSEP
⊲ MODALIDADES DO
SEGURO RURAL
⊲ FIXANDO CONCEITOS 3
INTRODUÇÃO
■ Coberturas oferecidas;
■ Critérios de averiguação dos prejuízos e da indenização, em caso
de eventos climáticos adversos;
■ Riscos excluídos e procedimentos, que devem ser adotados no
momento da ocorrência de um sinistro.
DIFERENÇA ENTRE
SEGUROS RURAIS E
SEGUROS AGRÍCOLAS
Rural Agrícola
Conjunto amplo de Subdivisão do ramo de
seguros dirigidos Seguro Rural, direcionado
à agricultura e à a culturas permanentes
pecuária. e temporárias.
DIFERENÇA ENTRE
SEGUROS RURAIS PRIVADOS E
PROGRAMA DE GARANTIA DA
ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
(PROAGRO)
O conceito de Seguro Rural Privado, tal qual é utilizado hoje em dia, diz
respeito ao seguro operacionalizado por seguradoras (empresas privadas),
nas áreas de Seguro Agrícola, Seguro de Penhor Rural, Seguro Pecuário,
Seguro de Florestas e outras modalidades previstas, mas pouco exploradas.
Seguradoras
Firmam contratos de seguros com os produtores rurais, assu-
mindo uma parte do risco e repassando a outra parte para os
resseguradores, seja por contrato ou negociações facultativas.
Dada a existência do componente “catastrófico” no seguro agrí-
cola, pela natureza da atividade agropecuária, as seguradoras
sempre repassaram boa parte dos riscos assumidos às empre-
sas resseguradoras.
Resseguradoras
Assumem parte do risco das seguradoras, atuando como o
“seguro do seguro”. Têm papel fundamental no desenvolvimento
do seguro agrícola no Brasil, pois garantem a capacidade finan-
ceira para atuação no país, além de transferirem know-how de
suas operações para o mercado interno.
Governo Federal
Oferece o Programa de Subvenção do Prêmio do Seguro Rural
(PSR), que paga parte do preço do seguro contratado pelos pro-
dutores nas seguradoras. A subvenção oficial, também conheci-
da como subsídio, varia entre 20% e 40% do prêmio, conforme a
modalidade do seguro e a cultura agrícola. É importante ressaltar
que não se tem verificado no mundo qualquer ação de sucesso
nos seguros rurais sem a participação dos governos federais em
seus países de origem.
SEGURO RURAL
SEGUNDO A SUSEP
— Seguros Agrícolas
Seguros Agrícolas têm como objetivo garantir indenização aos prejuízos
causados por eventos climáticos, perdas de receita e incêndios ocorri-
dos na lavoura, decorrentes dos riscos cobertos pela apólice. O valor da
cobertura depende do objeto do seguro, que definirá o Limite Máximo de
Indenização (LMI) das coberturas contratadas.
Produtividade Esperada
Trata-se da referência de potencial produtivo da lavoura segurada.
Deverá corresponder tanto quanto possível à média histórica
de produtividade da área a ser segurada. O mercado segurador
geralmente define esse parâmetro com base em série histórica do
IBGE, banco de dados de cooperativas e instituições financeiras e
até do próprio produtor rural.
Nível de Cobertura
Refere-se a um percentual de proteção garantido pela apólice
aplicável à produtividade esperada ou faturamento esperado.
Varia entre 65% e 80% conforme a seguradora e o produto
agrícola. Quanto maior o nível de cobertura, maior a proteção
oferecida pela apólice.
Riscos Excluídos
Variam de um seguro para outro, mas normalmente são excluídas,
por exemplo, as perdas causadas por pragas e doenças, plantio
fora do período indicado pelo Zoneamento Agrícola de Risco
Climático (ZARC) para uma determinada cultura, falhas de manejo.
Coberturas Adicionais
Alguns seguros oferecem a possibilidade de contratação de cober-
turas adicionais à cobertura básica, tais como cobertura de replan-
tio. Alguns produtos oferecem também coberturas adicionais como
qualidade para uva de mesa ou replantio para a cultura da soja.
Safra
É o período em que as condições climáticas (clima, temperatura e
umidade) estão mais propícias para uma determinada cultura. Vem
daí o nome safra, nome que atribui ao período de colheita e ao
ciclo de desenvolvimento da cultura. Em função das características
das culturas, pode variar ocorrendo mais de uma safra por ano
como as hortaliças, ou duas safras por ano como a uva de mesa
ou ainda uma safra a cada dois anos como para a cultura do café.
Safrinha
É o plantio realizado fora da época ideal para determinada cultu-
ra. É realizada essa prática por diversos motivos como: rotação
de culturas, cobertura de palhada para o plantio da próxima safra
e o motivo mais claro é não deixar o solo ocioso. Nesse contex-
to, é sabido que a produtividade é menor, logo, normalmente, a
quantidade de aplicação de adubos é menor ou, por vezes, nem
se aplica, dependendo da disponibilidade de nutrientes no solo.
Culturas perenes
por exemplo, o café, uva e a laranja são culturas que duram vários
anos após implantadas e que não morrem após a colheita.
Culturas anuais
por exemplo, o milho, a soja e o algodão são culturas também
conhecidas de ciclo curto, ou seja, são aquelas que finalizam seu
ciclo produtivo em menos de um ano e, após a colheita, há a
necessidade de se realizar todas as etapas novamente (preparo
do solo, adubação, semeadura, manejo etc.) para ter início a um
novo ciclo produtivo.
Zoneamento Agrícola
A lavoura deve ser plantada dentro do período especificado
pelo zoneamento agrícola mais recente, elaborado pelo MAPA a
depender do tipo de cultura, município, tipo de solo e variedade.
Estudamos anteriormente sobre o zoneamento agrícola.
Área Plantada
A depender da seguradora pode-se, ou não, segurar parte da
lavoura. Esse movimento de segurar parte da lavoura é mais
recente visto que o cálculo da produtividade obtida é a média
ponderada da lavoura, ou seja, áreas que produzem menos
podem não receber indenizações se as outras áreas da lavoura
compensarem tal perda.
Vistoria Prévia
A depender do critério de subscrição das seguradoras, torna-
-se necessário que um engenheiro agrônomo vá à lavoura para
constatar seu estado atual.
Croqui
Trata-se de um desenho com indicação das principais estradas e
rodovias de acesso a área segurada. Pode-se informar também
objetos que facilitem a localização como igrejas, bambuzais, pon-
tes etc.
Coordenadas Georreferenciadas
Para ter acesso à subvenção federal, são solicitados, ao menos,
quatro pontos que delimitem a área segurada, geralmente no
vértice da lavoura.
Seguro Multirriscos
Cobre diversos riscos climáticos em uma única cobertura. Na
cobertura básica, normalmente, estão inclusos os riscos para
causas não evitáveis de perda de produção, em especial os
casos de clima adverso (seca, chuvas excessivas, geadas, incên-
dio, raio, tromba-d’água, ventos fortes e ventos frios e variação
de temperatura). Nos seguros de faturamento/receita, a variação
de preço da safra se agrega aos outros já citados, e passa a
ser também um dos riscos cobertos. Em uma analogia com os
seguros patrimoniais, podemos afirmar que se assemelha à apó-
lice do tipo all risks (todos os riscos).
■ Granizo;
■ Geada.
Frutas/Hortaliças
EXEMPLO
CÁLCULO
0,4286 x R$ 300.000,00
Indenização: R$ 128.571,43
Dessa forma, podemos dizer que o LMI é calculado com base no valor de
desembolso para o custeio da lavoura segurada. Normalmente, os pro-
dutores rurais contratam engenheiros agrônomos por meio de empresas
chamadas de Assistências Técnicas Rurais. Essas empresas elaboram o
orçamento de custeio que os produtores rurais apresentam ao banco
para buscar o financiamento das safras. Nele, estão discriminados todos
os gastos com a plantação, desde o preparo de solo, horas-máquinas,
combustível, mão de obra, aquisição de sementes e insumos, até o gas-
to com a colheita.
Cultura: Soja
Área: 100 ha
Orçamento: R$ 3.500,00 / ha
Franquia: 0%
Área: 5 ha
Variedade: Cabernet
Indenização = R$ 30.000,00
EXEMPLO
CÁLCULO
Perda: 15 sc/ha
Indenização: R$ 150.000,00
Importante ressaltar que o preço não é o fator que dispara o sinistro, por
exemplo: se a produtividade obtida for superior à produtividade garan-
tida, não haverá indenização mesmo se o preço de venda da saca no
momento da colheita for de R$ 1,00/sc.
O ressarcimento tem base no valor das perdas que podem decorrer tan-
to do risco físico da produção quanto do risco de mercado. Esse tipo de
cobertura visa proteger o produtor dos preços baixos no momento da
venda. Trata-se de um produto de cobertura bastante abrangente.
EXEMPLO
CÁLCULO
Indenização: R$ 180.000,00
EXEMPLO
Cultura: Soja
Área: 100 ha
Orçamento: R$ 3.500,00 / ha
sc = saca de 60kg
produtividade garantida
35sc/ha
R$120,00 preço
produtividade garantida
65sc/ha
35sc/ha
produtividade garantida
37sc/ha
35sc/ha
— Seguro Pecuário
Esse seguro garante indenização por morte de animais (bovinos, equi-
nos, ovinos, caprinos, suínos) em consequência de acidentes e doen-
ças. Objetiva garantir o pagamento de indenização em caso de morte
de animal destinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria,
engorda ou trabalho por tração.
— Seguro de Benfeitorias e
Produtos Agropecuários
Esse seguro garante todo o patrimônio nos limites da propriedade. Ele
cobre construções, instalações ou equipamentos fixos, produtos agrope-
cuários depois de removidos do campo de colheita ou estocados, produ-
tos pecuários, veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e
— Seguro de Florestas
Esse seguro cobre os custos de reposição de florestas em formação
ou de seu valor comercial, quando se tratar de florestas já formadas ou
naturais, contra as perdas decorrentes de incêndio, eventos biológicos e
meteorológicos. A finalidade da floresta também impacta a contratação
do seguro. Atividades de reflorestamento, indústria de papel e celulose,
serraria ou produção de carvão são seguráveis desde que tenham fina-
lidade comercial, e, nesse caso, o seguro avalia cada plantio de acordo
com as especificidades da espécie e o tempo que a cultura ocupará na
área de cultivo.
Importa salientar que o Seguro Florestal se justifica, uma vez que, além
do investimento financeiro que o produtor faz na propriedade, são inves-
tidos anos de cultivo até que a floresta esteja maturada e pronta para
cumprir seu papel comercial.
■ Florestas em formação.
■ Florestas já formadas.
— Seguro Aquícola
Esse seguro garante indenização por morte de animais aquáticos (pei-
Carnicultura xes, crustáceos) em consequência de acidentes e doenças. O termo
é um ramo específico da aquicultura
aquicultura pode ser definido como a produção de organismos aquá-
voltado para a criação de camarão
em cativeiro, tanto na forma de ticos vivos em cativeiro. A aquicultura comercial é uma das classes de
cultivo marinhoou de água doce. negócio agrícola mais recentes e se divide em três grandes atividades:
Maricultura a carcinicultura, a maricultura e a piscicultura.
é um ramo específico da aquicultura
e engloba a produção de uma Novas técnicas e tecnologias estão permitindo que esse setor se desen-
ampla variedade de organismos volva por todo o mundo, desde em mar aberto até em lagos ou fazendas
aquáticos marinhos e estuarinos,
desde vegetais como as algas, agrícolas distantes de rios, cuja produção fica altamente exposta.
invertebrados como crustáceos e
moluscos, até vertebrados como Os riscos cobertos, normalmente, incluem tempestades, mares, avalan-
peixes e répteis (FAO, 2010).
ches, deslizamentos, inundação, danos por excesso de chuva, algas,
Piscicultura poluição, pestes, roubo, colisão, doenças e outros riscos naturais, varian-
é a produção de peixes em do conforme o sistema de cultivo utilizado: offshore e onshore.
ambientes controlados, é uma
atividade aquícola que vem O sistema offshore garante sinistros relacionados a mudanças físicas e
crescendo rapidamente no Brasil.
químicas da água, como poluição, floração de plâncton, mudança brus-
ca de temperatura e oxigenação da água. Já o sistema onshore prevê
cobertura obrigatória apenas para poluição.
Vistoria preliminar
Trata-se de uma vistoria realizada logo após a comunicação do sinistro à
seguradora. Seu objetivo é constatar a ocorrência do evento reclamado,
sua consequência, bem como a intensidade dos danos causados à cul-
tura. Ela é realizada quando a lavoura ainda não possui condição de ter
sua produtividade mensurada, ou seja, quando sua capacidade produtiva
ainda não está totalmente definida ou a maturação fisiológica da cultura
ainda está distante. O intuito de sua realização é abastecer a segura-
dora demandante com informações e estimativa de prejuízos que serão
Vistoria final
Cabe ao segurado ou seu corretor informar à seguradora a previsão do
início da colheita de sua lavoura sinistrada para que possa ser realizada
a Vistoria Final.
Saiba Mais
Atualmente, está em vigor a Resolução nº 73 (22/06/2020) do Comitê Gestor Interministerial do
Seguro Rural, que dispõe sobre os prazos de aviso de sinistro para as apólices beneficiadas pelo
Programa de Subvenção Rural (PSR).
A referida resolução especifica:
Art. 5º Nas apólices beneficiadas pelo PSR, deverão ser adotados os seguintes prazos no tocante
à ocorrência de sinistros:
I - Pelos produtores rurais: na ocorrência de eventos cobertos, o segurado por si, ou por seu re-
presentante legal ou preposto, sob a pena de perder o direito à indenização, deverá comunicar
o fato à Seguradora, através do canal de comunicação da respectiva empresa, tão logo saiba do
evento ocorrido, respeitando o prazo em dias, conforme especificado:
a) Prazo máximo de 8 (oito) dias corridos, a contar da data da ocorrência do evento, para as
coberturas de: chuva excessiva na colheita, geada, granizo, incêndio/raio, inundação, variação
excessiva de temperatura, ventos frios e ventos fortes/vendaval.
b) Para as coberturas de seca e chuva excessiva (antes da colheita), prazo máximo de 5 (cinco)
dias corridos do término do período de estiagem ou chuva, limitado ainda a 30 (trinta) dias corri-
dos do início da colheita.
FIXANDO CONCEITOS 3
GABARITO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sites:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br