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25ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2023

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
FABIO CHEMELLO – 2023/2022
CHRISTINE DE FARIA ZETTEL – 2021/2020

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros - ENS.

E73c Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Capitalização / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de
Ensino Técnico; assessoria técnica de Fabio Chemello. – 25.ed. – Rio de
Janeiro: ENS, 2023.
2,68 Mb ; PDF

1. Capitalização. 2. Reservas matemáticas. I. Chemello, Fabio.


II. Título.

0022-2663 CDU 368.027.3(072)


A
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito
­educacional, que contribuem para um mercado de seguros,
previdência complementar, capitalização e resseguro cada
vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.


SUMÁRIO
INTERATIVO

1. CAPITALIZAÇÃO:
HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO 8
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 9

CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES 11

A CAPITALIZAÇÃO NO CONTEXTO ECONÔMICO DO PAÍS 12

PROCON, FISCALIZADORES, REGULADORES


E A TRANSPARÊNCIA NA RELAÇÃO DE CONSUMO 13

INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR 13

PROPAGANDA E MATERIAL DE COMERCIALIZAÇÃO 14

ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO 15

FIXANDO CONCEITOS 1 17

2. FUNDAMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS


E NORMAS DE CONTRATAÇÃO 18
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: VISÃO GERAL 19
Conceitos de Poupança Programada e Sorteios 19
Características do Título 22
Conteúdo do Título 22
Aprovação do Título 24
AS CONDIÇÕES GERAIS DO TÍTULO: O “CONTRATO” DE CAPITALIZAÇÃO 25

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ÀS CONDIÇÕES GERAIS 27

A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO
DE CAPITALIZAÇÃO: SUBSCRITOR E TITULAR 28

CAPITALIZAÇÃO
TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO:
CEDENTE E CESSIONÁRIO 29

VIGÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 32

PRAZO DE CARÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 33

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS: PU, PP E PM 34

A ESTRUTURAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO:


O TAMANHO DA SÉRIE 35

A COMPOSIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO:
AS QUOTAS DE CAPITALIZAÇÃO, DE SORTEIO E DE CARREGAMENTO 36
Quotas de Capitalização 36
Quotas de Sorteio 37
Quotas de Carregamento 38
SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 39

A REABILITAÇÃO DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 40


Reabilitação sem Prorrogação de Vigência 40
Reabilitação com Prorrogação de Vigência 41
FIXANDO CONCEITOS 2 42

3. CAPITAL, SORTEIO E RESGATE 47


VALOR DA CONTRIBUIÇÃO E SUA ATUALIZAÇÃO 48

A PROVISÃO MATEMÁTICA PARA CAPITALIZAÇÃO:


A CONSTITUIÇÃO DO CAPITAL PARA RESGATE 49
A Provisão Matemática para Capitalização no Título PU 50
A Provisão Matemática para Capitalização nos Títulos PM ou PP 50
A REMUNERAÇÃO DO CAPITAL: A TAXA DE JUROS 52

A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DA PROVISÃO MATEMÁTICA:


A RECUPERAÇÃO DO PODER DE COMPRA 53

SORTEIO: O GRANDE ATRATIVO DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 54


Considerações Iniciais 54
Efeitos sobre um Título Sorteado 55
Tipos de Sorteio 56

CAPITALIZAÇÃO
Valores dos Prêmios dos Sorteios 58
Limites aos Prêmios e às Quotas de Sorteio 59
Pagamento do Prêmio do Sorteio e Comunicação ao Titular Sorteado 62
O RESGATE DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 63
Resgate Parcial 64
Resgate Total 64
Penalidade 68
A TABELA DE RESGATE 69

FIXANDO CONCEITOS 3 72

4. AS MODALIDADES DE UM
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 77
MODALIDADES DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO 78
A Modalidade Tradicional 78
A Modalidade Instrumento de Garantia 80
A Modalidade Compra Programada 82
A Modalidade Popular 84
A Modalidade Incentivo 86
A Modalidade Filantropia Premiável 89
Títulos de Capitalização × Poupança 94
FICHA DE CADASTRO 95

FIXANDO CONCEITOS 4 99

5. TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
COMO GARANTIA DE ALUGUEL 101
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 102

GARANTIA NOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO 102


Fiador 103
Caução em Dinheiro 103
Seguro Fiança 103
Capitalização Como Garantia de Aluguel 103
Características e Benefícios 105

CAPITALIZAÇÃO
MEMBROS ENVOLVIDOS NA COMERCIALIZAÇÃO
DA GARANTIA COM A CAPITALIZAÇÃO 107

A CONTRATAÇÃO DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO


COMO GARANTIA DE ALUGUEL NA PRÁTICA 108

PERGUNTAS FREQUENTES 109

FIXANDO CONCEITOS 5 110

ESTUDOS DE CASO 111

ANEXOS 113
ANEXO 1 – EXEMPLO DE CONDIÇÕES GERAIS
DE UM TÍTULO DE PAGAMENTO MENSAL (PM) – MODALIDADE TRADICIONAL 113
ANEXO 2 – NORMAS FUNDAMENTAIS DE CAPITALIZAÇÃO 119
ANEXO 3 – ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO 122

GABARITO 124

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 120

CAPITALIZAÇÃO
CAPITALIZAÇÃO:
HISTÓRICO e
01
REGULAMENTAÇÃO
UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer a história ■ Reconhecer as obrigações
da capitalização e das sociedades de ⊲ EVOLUÇÃO HISTÓRICA
sua regulamentação, capitalização e sua
correlacionando aspectos forma de organização, ⊲ CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
inerentes à sua evolução considerando sua
até o mercado atual, evolução e analisando a ⊲ A CAPITALIZAÇÃO NO
CONTEXTO ECONÔMICO DO PAÍS
classificando empresas de legislação que normatiza o
capitalização existentes e mercado de capitalização. ⊲ PROCON, FISCALIZADORES,
suas obrigações. REGULADORES E A
TRANSPARÊNCIA NA RELAÇÃO
■ Analisar o material DE CONSUMO
de propaganda e
comercialização, ⊲ INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR
diferenciando suas
características. ⊲ PROPAGANDA E MATERIAL
DE COMERCIALIZAÇÃO

⊲ ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS


SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO

⊲ FIXANDO CONCEITOS 1

CAPITALIZAÇÃO 8
UNIDADE 1

EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Antes de qualquer coisa, é preciso que você esteja atento ao conceito de
Capitalização.

A Capitalização é uma combinação de economia progra­


mada com aplicação única ou mensal, ou periódica,
­vinculada à participação em sorteios.

A concepção inicial de Capitalização é atribuída a Paul Viget, diretor de


uma cooperativa de mineiros da França. Seu objetivo inicial foi montar um
­sistema que proporcionasse auxílio financeiro aos sócios por meio de suas
próprias poupanças. O sistema era baseado em contribuições mensais e
tinha como objetivo constituir um capital, previamente definido, a ser pago
no fim do período combinado ou por meio de sorteio, de forma antecipada.

Já no Brasil, a primeira Sociedade de Capitalização foi a Sulacap, fundada


em 1929, mas a oficialização da autorização de funcionamento das socie-
dades de Capitalização só se deu em 1932.

QUADRO EVOLUTIVO

França Brasil Surgimento de Inflação Quase eliminação Entrada de Surgimento


Paul Viget – concepção Sulacap. várias empresas pós-guerra, do negócio. conglomerados de produtos
inicial da capitalização. Inexistência no segmento. declínio do Durante este financeiros neste inovadores
de poupança Formação de produto no período, foi setor; o produto neste mercado.
interna. poupança e mercado. instituída a volta a se expandir.
investimento na correção
construção civil. monetária.

1850 1929 década década década década década


1930/40 1950 1960/70 1980 1990

CAPITALIZAÇÃO 9
UNIDADE 1

No Brasil, após a introdução do Plano Real, em 1994, o faturamento das


empresas de Capitalização no País aumentou. Esse crescimento decorreu
da estabilização econômica, da queda nas taxas de juros e do crescimento
da renda dos brasileiros.

O valor total de “prêmios” de Capitalização (valores pagos pelos clientes, o


Importante que, tecnicamente, na Capitalização, é denominado “contribuição”) tem
gerado valores na casa dos bilhões de reais anualmente.
O termo contribuição
­refere-se aos valores pagos As sociedades de Capitalização têm grandes desafios a enfrentar para
pelos clientes. manter sua expressividade apesar da expansão do mercado de
­Capitalização nos últimos anos.

Na relação de “prêmios” de Capitalização relativos a 2019, a Susep indi­


cava em sua listagem um total de 16 sociedades de Capitalização:

Importante APLICAP CAPITALIZAÇÃO S/A

APLUB CAPITALIZAÇÃO S/A


Como envolvem captação
BRADESCO CAPITALIZAÇÃO S/A
de poupança popular, as
sociedades de Capitalização, BRASILCAP CAPITALIZAÇÃO S/A
assim como as sociedades
CAIXA CAPITALIZAÇÃO S/A
seguradoras, devem obedecer
às regras estabelecidas CAPEMISA CAPITALIZAÇÃO S/A
pelo Conselho Monetário CIA ITAÚ DE CAPITALIZAÇÃO
Nacional, conforme previsto no
ICATU CAPITALIZAÇÃO S/A
Decreto-Lei 73/1966.
INVEST CAPITALIZAÇÃO S/A
Certamente, isso já demonstra
a relevância social dessas LIDERANÇA CAPITALIZAÇÃO S/A
empresas e a necessidade
MAPFRE CAPITALIZAÇÃO S/A
de controle e fiscalização por
parte do Estado. PORTO SEGURO CAPITALIZAÇÃO S/A

RIO GRANDE CAPITALIZAÇÃO S/A

SANTANDER CAPITALIZAÇÃO S/A

SULAMÉRICA CAPITALIZAÇÃO S/A – SULACAP

ZURICH BRASIL CAPITALIZAÇÃO S/A

CAPITALIZAÇÃO 10
UNIDADE 1

CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES


Atualmente, as sociedades podem ser classificadas em duas categorias
de acordo com o público-alvo de seus produtos: as sociedades ligadas a
conglomerados financeiros e as sociedades independentes:

■ Conglomerados financeiros – essas companhias estão ­concentradas


diretamente nos clientes do próprio conglomerado. Em geral, perten-
cem a uma holding que é liderada por um banco. Dessa forma, a
Sociedade de Capitalização é uma das empresas da holding.
■ Independentes – são aquelas que, por não disporem de balcão de
distribuição bancário próprio, utilizam como canal de distribuição
casas lotéricas, agências de correios, corretores de seguros, lojas
de departamentos e o balcão de instituições financeiras com que
firmam parcerias. Em geral, essas sociedades também pertencem
a uma holding, mas não de origem ligada a um banco.
Comercialmente, ao longo dos anos, os títulos de Capitalização acabaram
por se dividir em modalidades diversas, atendendo a focos diferentes de
mercado, cada qual com características próprias.

A Resolução 384, publicada em junho de 2020 pelo CNSP – que dispõe


sobre a operação de Capitalização, as modalidades, a elaboração, a operação
e a comercialização de títulos de Capitalização –, divide os planos de
Capitalização, para efeito de comercialização, em seis modalidades:

■ Modalidade I – Tradicional.
■ Modalidade II – Instrumento de Garantia.
■ Modalidade III – Compra-Programada.
■ Modalidade IV – Popular.
■ Modalidade V – Incentivo.
■ Modalidade VI – Filantropia Premiável.
Essa divisão é consequência da evolução mercadológica do título de
­Capitalização. Você saberia dizer o porquê disso?

A resposta é simples: ao longo dos anos, os títulos de Capitalização foram


se especializando em função do objetivo que o consumidor buscava.

Além disso, essa divisão permite um melhor controle do Estado, já que a


legislação em vigor estabelece regras específicas para cada uma delas.

CAPITALIZAÇÃO 11
UNIDADE 1

A CAPITALIZAÇÃO NO
CONTEXTO ECONÔMICO
DO PAÍS
A Capitalização não integra o Sistema Nacional de Seguros Privados
(SNSP), isto é, o título de Capitalização não é um plano de seguro a ser
comercializado por uma seguradora.

A Capitalização constitui um sistema próprio: o Sistema Nacional de


­Capitalização (SNC). Desse modo, os títulos somente podem ser comercia-
lizados por sociedades de Capitalização.

Diversos artigos do Decreto-Lei n° 73/1966, que criou o SNSP, são ­aplicáveis


à Capitalização. Por isso, é muito comum haver laços entre sociedades de
Capitalização e sociedades seguradoras, que são, muitas vezes, ligadas a
um mesmo grupo econômico.

No entanto, a fiscalização e a regulamentação da Capitalização, por


­força do Decreto-Lei 261, de 28/02/67, que criou o Sistema Nacional de
­Capitalização (SNC), também estão a cargo da Susep e do CNSP, respecti­
vamente, da mesma forma que ocorre com as sociedades seguradoras.

Além disso, da mesma forma que o SNSP, o SNC possui relevante papel
em termos de política econômica, já que desenvolve a captação de
Observação ­poupança, sendo fundamental como alternativa para o financiamento de
grandes projetos de longo prazo, tão importantes para o desenvolvimento
Quando um Título de ­autossustentável de um país.
Capitalização é vendido em
uma agência bancária do Como envolvem captação de poupança popular, as sociedades de
Banco XYZ (imaginário), o ­Capitalização, assim como as sociedades seguradoras, devem obedecer às
título não é um produto do regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, conforme previsto no
banco, mas, sim, de uma Decreto-Lei 73/66. Isso, certamente, já demonstraria a relevância social dessas
Sociedade de Capitalização empresas e a necessidade de controle e fiscalização por parte do Estado.
da mesma holding que o
Você pode estar se perguntando: as sociedades de Capitalização são
banco (provavelmente da
instituições financeiras?
empresa XYZ Capitalização
S/A) ou parceira deste A resposta é não. Apesar de, muitas vezes, o título de Capitalização
banco. Veja, na listagem de ser comercializado dentro de agências bancárias, as sociedades de
Sociedades de Capitalização, ­Capitalização não são consideradas instituições financeiras e, por isso,
que muitos nomes nos não sofrem fiscalização do Banco Central (Bacen). Entretanto, o Conselho
remetem aos bancos, mas Monetário Nacional (CMN), por meio de suas resoluções, publica normas
são empresas distintas. para aplicação das reservas técnicas das sociedades de Capitalização.

CAPITALIZAÇÃO 12
UNIDADE 1

O mercado de Capitalização no Brasil está submetido à fiscalização da


Superintendência de Seguros Privados (Susep), por força do Decreto-Lei
nº 261/1967. Essa autarquia está vinculada ao Ministério da Fazenda e se
encontra, também, submetida à política traçada pelo Conselho Nacional de
Seguros Privados (CNSP).

PROCON, FISCALIZADORES,
REGULADORES E A
TRANSPARÊNCIA NA
RELAÇÃO DE CONSUMO
O produto Capitalização tem mais de 80 anos e, à medida que os órgãos
fiscalizadores e de proteção aos consumidores criam novas legislações e
regulamentos, o modelo de Capitalização vai se adequando a essas novas

Importante realidades de mercado.

A atuação desses órgãos é de suma importância para garantir transpa-


Deve-se observar a rência e, consequentemente, credibilidade e continuidade do produto no
necessidade de autorização, mercado durante todos esses anos.
atualmente processada pela
Susep, para que uma empresa E como as empresas de Capitalização se adaptaram a esse novo mercado?
possa iniciar sua operação Investindo em iniciativas como criação de novas formas de publicidade, maior
no mercado de Títulos de transparência nos sorteios (com participação do público), notificação dos
Capitalização. ­contemplados e atendimento ao consumidor de Capitalização, entre outros.

INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR
A contratação de qualquer título de Capitalização estabelece a obrigato-
riedade de a Sociedade de Capitalização prestar informações relativas ao
título sempre que solicitadas pelo subscritor ou titular (Anexo 1, art. 17).

Importante Segundo legislação em vigor, toda e qualquer cláusula que implique


­limitação ou imponha ônus aos titulares deverá ser redigida em destaque,
permitindo imediata e fácil identificação e compreensão das regras.
As informações prestadas
ao consumidor devem Além disso, a Sociedade de Capitalização deve prestar ao titular as informa­
conter, no mínimo, o valor do ções necessárias ao acompanhamento dos valores inerentes ao título,
resgate atualizado. bem como emitir e remeter-lhe extratos individuais, no mínimo, uma vez a

CAPITALIZAÇÃO 13
UNIDADE 1

cada ano, durante a vigência do título. A Sociedade de Capitalização deve,


ainda, disponibilizar essas informações por meio de correspondência
impressa e/ou eletrônica ou mediante outro canal de comunicação que se
possa comprovar.

Existe, também, a obrigatoriedade de notificação, por escrito, mediante


correspondência expedida com aviso de recebimento (AR) ou por qual-
quer meio que se possa comprovar, ao titular do título contemplado em
sorteio, no prazo máximo de 40 dias, contados da data de sua realização.

PROPAGANDA E MATERIAL
DE COMERCIALIZAÇÃO
A Sociedade de Capitalização é responsável pela fidedignidade das informa-
ções prestadas por meio de propaganda ou no material de promoção e de
comercialização dos seus títulos.

A legislação determina que, embora não sejam passíveis de aprovação


pela Susep, a propaganda e o material de comercialização refe­rentes
aos títulos de Capitalização somente poderão ser elaborados com
autorização expressa e sob supervisão da Sociedade de Capitalização,
respeitadas as Condições Gerais dos títulos e a Nota Técnica aprovadas
pela Susep e as normas em vigor.

Evidentemente, busca-se alcançar a relação Sociedade de Capitalização/­


Importante corretores. Como consequência, a sociedade torna-se também responsável por
todo o conteúdo de informações prestadas a partir do material de divulgação.
É necessário extremo
cuidado com os materiais Há alguns requisitos específicos para esse tipo de material, como a inclusão
de propaganda e do número do processo Susep, razão social da Sociedade de Capitalização,
comercialização, que, canal de ouvidoria para reclamações, além de algumas frases obrigatórias
segundo o Código de Defesa exigidas pela legislação (exemplo de frase obrigatória: “Antes de contratar,
do Consumidor, ­tornam-se partes consulte previamente as condições gerais” – Circular Susep 576/2018).
integrantes do contrato.
As empresas de Capitalização devem zelar para que, entre as informações
prestadas por meio de promoção e de comercialização de seus títulos, sejam
claramente identificados a respectiva modalidade, as suas características
essenciais – como as regras de carência e o resgate antecipado –, além de
informações sobre cessão de direitos, periodicidade dos sorteios e percen-
tuais destinados à Capitalização e ao sorteio, periodicidade de pagamento,
bem como sua aprovação no âmbito da Susep.

CAPITALIZAÇÃO 14
UNIDADE 1

Toda e qualquer publicidade deverá apresentar em destaque o nome da


Sociedade de Capitalização.

Para os títulos de Capitalização de pagamentos periódicos ou mensais,


deverão ser destacadas as informações das contribuições que devem ser
­realizadas pelo subscritor para manutenção do título.

É vedado em qualquer propaganda, seja institucional ou não institu­cional,


utilizar:

I. Nome ou imagem da Susep, salvo quando expressamente


­previsto em normativo.

II. Menção a outra empresa que não a Sociedade de Capitalização,


exceto a instituição que conste previamente indicada do docu-
mento específico que trata de cessão de resgate, as empresas
que representem os locais de comercialização dos títulos ou
os locais de realização dos sorteios, e as empresas do mesmo
­grupo econômico, ou no caso de títulos da modalidade Incentivo,
a empresa promotora de evento.

III. Nome-fantasia ou qualquer outra informação que induza a erro


quanto a direitos e/ou obrigações relacionadas ao título.

IV. Informações que contrariem o previsto nas condições gerais do


título de Capitalização ou na legislação vigente.

ALGUNS ASPECTOS SOBRE AS


SOCIEDADES DE
CAPITALIZAÇÃO
Sociedades de Capitalização são entidades organizadas sob a forma de
sociedade anônima, com a finalidade de constituir capitais perfeitamente
determinados em cada plano, pagáveis, em moeda corrente nacional, aos
titulares do direito de resgate e do direito aos prêmios de sorteio de seus
títulos, segundo cláusulas e regras aprovadas pelo Governo Federal, mais
especificamente pela Susep.

Como vimos, embora o sistema de Capitalização não integre o Sistema


Nacional de Seguros Privados, evolui paralelamente a ele.

As Sociedades de Capitalização desempenham funções análogas às


­entidades representativas do setor de seguros (sociedades seguradoras).

CAPITALIZAÇÃO 15
UNIDADE 1

É vedada a constituição de sociedades de Capitalização que sejam contro­


ladas, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica de direito público,
empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída
pelo poder público, conforme o art. 13 da Resolução CNSP n° 15/1991.

Essas sociedades estão sujeitas a diversas disposições idênticas às


­estabelecidas para as sociedades seguradoras no Decreto-Lei nº 73/1966,
de acordo com o previsto no art. 4º do Decreto-Lei nº 261/1967.

A Sociedade de Capitalização deve constituir, obrigatoriamente, provisões


matemáticas para a garantia dos títulos em vigor (Provisão Matemática
para Capitalização) e a Provisão para Sorteios a Realizar, específica para
essa finalidade.

A Sociedade de Capitalização deve constituir, ainda, provisões técnicas


para obrigações a liquidar como:

■ Provisão para Sorteios a Pagar;


■ Provisão para Resgate;
■ Outras Provisões Técnicas.
Há algumas provisões que somente serão constituídas caso sejam neces-
sárias, como a Provisão para Despesas Administrativas, constituída para
cobrir os valores esperados para despesas administrativas dos planos, e
Provisões para Distribuição de Bônus a serem constituídas para abranger
os valores definidos para pagamentos de bônus.

CAPITALIZAÇÃO 16
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1

Marque a alternativa correta


1. Atualmente, há uma divisão no mercado de Capitalização entre socie-
dades ligadas a conglomerados financeiros e sociedades independentes.
Assinale a opção que apresenta uma característica típica das sociedades
ligadas a conglomerados financeiros:

(a) Não dispõem de público-alvo para seus títulos.


(b) Utilizam como canal principal de distribuição as casas lotéricas.
(c) Utilizam como canal principal de distribuição as lojas de departamen-
tos e/ou balcão de instituições financeiras com que firmam parcerias.
(d) O público-alvo é formado diretamente pelos clientes do próprio
conglomerado.
(e) Emitem títulos em que somente existe o direito de sorteio.

2. Pode-se afirmar que a Capitalização, no Brasil, possui relevante papel


em termos de política econômica, uma vez que ela:

(a) Estimula a formação de poupança interna.


(b) Estabiliza a taxa de inflação.
(c) Permite que uma pessoa ganhe prêmios elevados em dinheiro.
(d) Aumenta significativamente o fluxo de investimentos estrangeiros.
(e) Não colabora para o desenvolvimento autossustentável de nosso país.

3. No Brasil, o faturamento das empresas de Capitalização aumentou em


determinada época. Esse aumento decorreu da formação de um cenário
em que havia estabilização econômica, queda nas taxas de juros e cresci­
mento da renda dos brasileiros. Podemos afirmar que a formação desse
cenário se deu em função do(a):

(a) Surgimento de várias empresas no mercado.


(b) Inflação pós-guerra, declínio do produto no mercado.
(c) Introdução do Plano Real em 1994.
(d) Entrada de conglomerados financeiros no setor da capitalização.
(e) Chegada da Sulacap no Brasil.

Consulte o gabarito clicando aqui.

CAPITALIZAÇÃO 17
FUNDAMENTOS
TÉCNICOS BÁSICOS
02 UNIDADE 2

e NORMAS DE CONTRATAÇÃO

Após ler esta unidade, TÓPICOS


você deverá ser capaz de: DESTA UNIDADE
■ Examinar as condições ⊲ TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: ⊲ PRAZO DE CARÊNCIA DE UM
gerais do título, sua VISÃO GERAL TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
contratação, e provisões
matemáticas. ⊲ AS CONDIÇÕES GERAIS ⊲ CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS:
DO TÍTULO: O “CONTRATO” PU, PP E PM
■ Aprender o significado de DE CAPITALIZAÇÃO
subscritor, titular, cedente ⊲ A ESTRUTURAÇÃO DE UM
e cessionário, entendendo ⊲ INFORMAÇÕES TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO:
como funcionam os prazos COMPLEMENTARES O TAMANHO DA SÉRIE
ÀS CONDIÇÕES GERAIS.
de vigência e carência.
⊲ A COMPOSIÇÃO DA
■ Identificar as formas ⊲ A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO CONTRIBUIÇÃO: AS QUOTAS DE
de pagamento das DE CAPITALIZAÇÃO: CAPITALIZAÇÃO, DE SORTEIO E
contribuições (PU, SUBSCRITOR E TITULAR DE CARREGAMENTO
PP e PM); conhecer
⊲ TRANSFERÊNCIA DO ⊲ SUSPENSÃO E CANCELAMENTO
como o valor pago é TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
dividido em quotas de CEDENTE E CESSIONÁRIO
capitalização, sorteio e ⊲ A REABILITAÇÃO DE UM
carregamento, sabendo ⊲ VIGÊNCIA DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
ainda em que situações TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
ocorrem a suspensão, ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
o cancelamento e a
reabilitação de um título de
capitalização.
■ Conhecer a estruturação
de um título de
capitalização, entendendo
seu conceito e tamanho da
série.

CAPITALIZAÇÃO 18
UNIDADE 2

TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO:
VISÃO GERAL

— Conceitos de Poupança
Programada e Sorteios
Como vimos, o título de Capitalização busca aliar um mecanismo de pou-
pança programada (a Capitalização em si) com a participação em sorteios.

Os títulos que apresentam maior receptividade no mercado brasileiro são


aqueles de baixo valor unitário, cujo principal objetivo é justamente o sorteio,
componente lúdico bastante apreciado pelo consumidor.

É importante que você perceba que o termo “título de Capitalização” possui


duplo significado:

■ Capitalização como objeto do processo administrativo aberto pela


sociedade, que aparece na frase “A Susep aprovou o título ‘Cem
Milhões’ da sociedade de Capitalização XYZ”. Significa que as
condições gerais e a nota técnica foram aprovadas pela Susep, e,
assim, a sociedade de Capitalização poderá comercializar diversos
contratos com aquelas mesmas condições gerais aprovadas.
■ título de Capitalização como individualização do contrato firmado
entre consumidor e sociedade de Capitalização. Por exemplo, na
frase “Eu comprei um título da sociedade de Capitalização XYZ”.
Dessa forma, a aprovação dada pela Susep em um processo administra-
tivo (aprovação do “título”, do plano, do produto) autoriza a sociedade
a comercializar diversos contratos (“títulos”) de ­Capitalização, ­sendo
que estes deverão reproduzir as condições gerais aprovadas no
­processo administrativo.

Há quem denomine o objeto do processo administrativo de “plano de


Capitalização” para diferenciá-lo dos títulos (contratos efetivamente
­
comercializados).

CAPITALIZAÇÃO 19
UNIDADE 2

A Susep prefere a nomenclatura “título de Capitalização” para acentuar


a sua diferença em relação ao “plano de seguro”. Porém, no parágrafo
único do art. 1º do Decreto-Lei nº 261/1967, já há menção tanto ao termo
“título” (o que a sociedade vende ao público) quanto a “plano” (o que a
sociedade aprova por intermédio da Susep). Desse modo, utilizaremos o
termo “plano de Capitalização” para significar o produto que foi aprovado
pela Susep em determinado processo.

Em regra, o título de Capitalização entendido como um contrato existe


fisicamente, é impresso e possui um número (“número do título”) que o
identifica. Deve trazer também as condições gerais que foram aprovadas
pela Susep.

Atualmente, em função da parte que é mais valorizada do título (se resga-


te ou sorteio) e de sua finalidade, os títulos serão enquadrados em uma
das seis modalidades existentes, sendo voltados assim para nichos de
mercados diferentes e, evidentemente, com características bem distintas.

No mercado atual, os títulos em comercialização, i­ ndependentemente da


modalidade, apresentam dois componentes: “poupança p ­ rogramada”
e “sorteios”.

Siga em frente e conheça as características de cada um desses componentes.

Poupança Programada
A poupança programada faz-se por meio da aplicação de parte das con-
tribuições realizadas pelo consumidor, por um período estipulado, a uma
determinada taxa de juros.

Ao montante presente nessa “poupança programada” dá-se o nome


de capital ou reserva de Capitalização, ou, ainda mais tecnicamente, de
­Provisão Matemática para Capitalização (PMC).

Ao final de cada mês, os juros decorrentes da remuneração do capital


são adicionados ao próprio capital, passando a fazer parte dessa provisão
matemática para efeito de cálculo dos juros do próximo período.

Além disso, na poupança programada, o capital vai sendo mensalmente


Importante atualizado por um índice predefinido, geralmente, a Taxa Referencial (TR).
A atualização monetária tem como objetivo a manutenção do poder de
Capital, Reserva de compra do capital, evitando que ele se deteriore pelos efeitos danosos
Capitalização ou Provisão da inflação.
Matemática para Capitalização
– todos esses termos são
utilizados para se referir
ao montante presente na
poupança programada.

CAPITALIZAÇÃO 20
UNIDADE 2

Art. 1º do Decreto-Lei 261/1967:


“Art. 1º. Todas as operações das sociedades de Capitalização ficam subordinadas às
­disposições do presente Decreto-Lei.
Parágrafo único. Consideram-se sociedades de Capitalização as que tiverem por
­objetivo fornecer ao público, de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal, a
constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano, e pago em
moeda corrente em um prazo máximo indicado no mesmo plano, à pessoa que possuir
um título segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no próprio título.”

As Condições Gerais deverão, nos casos em que a TR for utilizada como


índice de atualização da provisão matemática para Capitalização, conter
a seguinte mensagem em destaque: “O capital formado neste título será
atualizado pela Taxa Referencial (TR), conforme definido na Lei n 8.177, de
1 de março de 1991”.

O saldo dessa espécie de conta programada do consumidor (Provisão


Matemática para Capitalização – PMC) será utilizado como base para
o valor a que o consumidor terá direito no momento do resgate (valor
de resgate).

Mas atenção! Não se deve confundir título de Capitalização com caderneta


de poupança. Mesmo quando utilizamos o termo “poupança” relacionado à
Capitalização, fazemos isso apenas para ilustrar que a evolução do capital
presente na Provisão Matemática para Capitalização é muito semelhante
à de uma caderneta de poupança. Na Capitalização, o acompanhamento
desse capital é feito, porém, por uma Sociedade de Capitalização.

É interessante observar que a formação de capital sempre esteve


­presente na concepção de um título de Capitalização: as sociedades de
­Capitalização emitiam certificados em favor dos respectivos compra­dores,
que nada mais eram do que os próprios títulos de Capitalização. Os subs-
critores dos títulos efetuavam pagamentos à sociedade, durante um certo
tempo, correspondentes ao valor dos títulos, e formavam assim um c­ apital
que, acrescido dos juros acumulados, era resgatado pelos titulares em pra-
zo previamente fixado no título.

Sorteios
Originalmente, os sorteios eram um componente secundário, uma espécie
de atrativo adicional e acessório, uma mera antecipação do recebimento
do valor que seria formado ao final do prazo estipulado no plano, muito
similar a um consórcio.

CAPITALIZAÇÃO 21
UNIDADE 2

Atualmente, o valor do sorteio é caracterizado por um múltiplo do paga-


mento único, mensal ou periódico do título, não mais se vinculando
ao valor de resgate final do título, podendo, inclusive, alcançar somas
­bastante expressivas, enquanto a PMC pode originar um valor de resgate
bem menos atraente.

Tais sorteios contemplam apenas alguns dos consumidores com v­ alores de


prêmios que devem ser previamente definidos nos títulos, sendo, ­portanto,
do conhecimento de todos os participantes.

É vedada a vinculação do pagamento de sorteio à aquisição de qualquer


bem e/ou serviço.

— Características do Título
A definição formal diz que “título de Capitalização é um título financeiro do
tipo mobiliário e nominativo, adquirido pelo comprador diretamente de uma
sociedade de Capitalização ou por meio de um corretor”. Seu objetivo é a
formação de capital por meio de uma aplicação prefixada por um período
determinado e a uma taxa de juros previamente conhecida.

Mais adiante você estudará, no tópico referente à remuneração do capital,


Saiba mais que é possível que as sociedades de Capitalização estruturem seus títulos
com taxas de juros diferenciadas ao longo de sua vigência, desde que
Confira o conteúdo da respeitados os limites mínimos fixados pela Circular Susep nº 576/2018.
Circular Susep nº 576/2018 no
Anexo 5. Além de um papel do mercado mobiliário, o título de Capitalização é
também um papel nominativo, porque possui um proprietário identificado
que poderá transferir seu direito de propriedade a outra pessoa.

Os títulos de Capitalização resultam de uma associação de dois


componentes distintos e complementares, que são:

■ Poupança programada, constituída pela Capitalização (juros com-


postos) de uma parte do que foi pago pelo título.
■ Sorteios, cabendo a este aspecto lúdico antecipar ou ultrapassar
os valores desejados com uma poupança programada.

— Conteúdo do Título
O título de Capitalização também pode ser entendido como um ­contrato
entre a Sociedade de Capitalização e o adquirente, sendo composto por
um conjunto de cláusulas que dão uma forma própria ao título. Essas cláu-
sulas são denominadas condições gerais do título e estabelecem as regras
relativas à formação do capital (reserva matemática), como também as
regras para os sorteios.

CAPITALIZAÇÃO 22
UNIDADE 2

As condições gerais, por possuírem uma natureza contratual, devem


Importante ­observar o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), sendo que
essas condições, por disposição legal, deverão ser disponibilizadas ao subs-
São as condições gerais que critor, assim como todas as demais informações acessórias ao produto,
individualizam uma série de previamente à aquisição do título ou ao preenchimento da ficha de cadastro,
títulos, havendo diversos quando existente. Excepcionalmente, para a modalidade popular custeada
produtos em razão de por ­ pagamento único, as Condições Gerais do título de ­ Capitalização
existirem condições gerais ­deverão estar à disposição do subscritor na aquisição do título.
diferentes.
Buscando-se uma analogia com o seguro, as condições gerais do t­ítulo
corresponderiam às condições contratuais do primeiro, e o título de
­Capitalização corresponderia à própria apólice de seguros.

De qualquer forma, o título de Capitalização, juntamente com suas condi-


Subscritor
ções gerais, deverá ser entregue ao(s) titular(es) ou ao subscritor em, no
É a pessoa que adquire o título
de Capitalização, assumindo máximo, 15 (quinze) dias após a respectiva data de aquisição.
o compromisso de efetuar o
A entrega do título de Capitalização deve compreender a
pagamento de suas contribuições
na forma convencionada nas possibilidade de obtenção de sua versão impressa na cidade de
­
condições gerais. domicílio do subscritor e do(s) titular(es), sendo vedada a ­cobrança
de quaisquer valores do subscritor e do(s) titular(es). Essa
Titular
entrega pode ser feita fisicamente ou por meio eletrônico, ou,
É o próprio subscritor, ou
outra pessoa expressamente ainda, a Sociedade de Capitalização poderá informar o sítio na
indicada por ele, que detém os internet por meio do qual se tenha acesso às Condições Gerais.
direitos decorrentes do título
de Capitalização. É obrigação do subscritor e do(s) titular(es) comunicar à Sociedade de
Capitalização:

I – Seus dados cadastrais atualizados, para efeito de registro e


controle.

II – A realização de cessão, informando os dados cadastrais do


novo subscritor ou do(s) novo(s) titular(es), respectivamente.

A Sociedade de Capitalização deverá manter registro atualizado contendo


as informações sobre o título e os dados cadastrais do subscritor e do(s)
titular(es), de modo a garantir perfeita vinculação do título de ­Capitalização
entre estes e a Sociedade de Capitalização, observados também os
­requisitos da legislação específica.

A Nota Técnica Atuarial consiste na descrição do título por meio de


bases técnicas, hipóteses e formulações atuariais. Nela, encontram-se
as demonstrações dos cálculos dos parâmetros técnicos de um título de
­Capitalização, traduzidos em enunciados e fórmulas matemáticas que o
plano tem que satisfazer.

CAPITALIZAÇÃO 23
UNIDADE 2

Além disso, a nota técnica traz também a formulação matemática das


Importante provisões que serão constituídas no plano de Capitalização. Ela deve ser
assinada por um atuário com seu número de identificação profissional
É possível afirmar que um Título perante o órgão competente.
de Capitalização é formado
tecnicamente pela união das Por não possuir natureza contratual e por não acrescentar novos elementos
Condições Gerais do título e da sobre os direitos ou as obrigações do consumidor, a nota técnica do plano
Nota Técnica Atuarial. não necessita ser de conhecimento do adquirente do título de Capitalização.

— Aprovação do Título
Como já falamos, para que uma Sociedade de Capitalização possa
comercia­lizar um título, é necessário que ela obtenha, previamente, uma
aprovação específica, fornecida pela Susep.

O processo ocorre da seguinte maneira: a sociedade de Capitalização deve


Saiba mais encaminhar à Susep, para análise, as condições gerais e a Nota T ­ écnica
Atuarial dos títulos de Capitalização a serem por ela ­comercializados e,
Após a aprovação pela caso estejam em conformidade com os normativos em vigor, deve ocorrer
Susep, as Condições Gerais a aprovação.
são disponibilizadas para
consulta, no site da Susep, As condições gerais e a Nota Técnica Atuarial devem ser encaminhadas
por meio do número do por meio do Registro Eletrônico de Produtos, contemplando, no mínimo:
processo administrativo.
■ A razão social da sociedade;
■ CNPJ;
■ A respectiva modalidade à qual pertence o título;
■ A assinatura de dois diretores da sociedade;
■ A assinatura do atuário responsável pela elaboração da Nota
Técnica Atuarial, com número de identificação profissional perante
o órgão competente.

Observação
A nota técnica e as Condições Gerais não precisam ser estáticas. Podem sofrer ajustes ou
alterações, desde que as mudanças em seus dispositivos sejam aprovadas pela Susep
previa­mente à sua implementação. Porém, após a comercialização do título, qualquer
alteração implementada nas condições gerais ou na Nota Técnica Atuarial deverá ser
previamente encaminhada à Susep mediante abertura de novo processo administra-
tivo e, consequentemente, geração de um novo número. A critério da Sociedade de
­Capitalização, pode-se solicitar o arquivamento do processo original.
Excepcionalmente, a Susep não exige a abertura de um novo processo administrativo
se as alterações forem decorrentes de mudanças nas normas determinadas pela própria
­Susep ou pelo CNSP, isto é, se forem mudanças apenas para se adaptar a normativos
novos que expressamente autorizem a manutenção do número de processo já existente.

CAPITALIZAÇÃO 24
UNIDADE 2

A aprovação ocorre por meio do processo para aprovação de ­título


de Capitalização. Para cada plano, existe um número de processo
­administrativo, fornecido pela Susep, quando do recebimento do pedido
de aprovação. É obrigatória a inclusão do número do processo Susep nas
condições gerais, no título de Capitalização, na ficha de cadastro ou em
qualquer veiculação de caráter publicitário, de forma a permitir a imediata
identificação do produto pelo destinatário.

A única exceção é quando se tratar de propaganda institucional. Nesse


caso, não será necessário mencionar os números dos processos cadas-
trados na Susep.

Tanto as Condições Gerais quanto a nota técnica precisam ser previa­mente


aprovadas pela Susep para que os títulos referentes àquele processo
administrativo possam ser comercializados.

AS CONDIÇÕES GERAIS DO TÍTULO:


O “CONTRATO” DE
CAPITALIZAÇÃO
Chamamos de condições gerais as normas que regem o contrato entre a
sociedade e os adquirentes de títulos de Capitalização.

As cláusulas definem os deveres e os direitos dos contratantes nas


Importante transações de compra e venda de títulos de Capitalização. O título é o docu-
mento em que estão previstos todos os direitos e deveres da ­Sociedade
É indispensável conhecer de C
­ apitalização e do consumidor.
o conteúdo das condições
gerais de um título, seja para Nas condições gerais dos títulos (modelo no Anexo 1), são apresentados
vendê-lo, comprá-lo ou, ainda, todos os diferenciais que a sociedade quer imprimir ao seu produto. As
para prestar informações aos sociedades de Capitalização podem prever, por exemplo, a participação
consumidores. dos titulares nos lucros da empresa.

Os direitos conferidos pela aquisição de um título de Capitalização variam


Saiba mais de empresa para empresa e até de título para título (aqui ­entendidos
como “­planos” distintos) de uma mesma empresa. No e ­ ntanto, é preciso
Os planos podem ser admitir que, atualmente, há uma crescente tendência de uniformi­zação
acessados em http:// das ­Condições Gerais, em função da existência do plano padrão de Capi-
www.susep.gov.br/menu/ talização elaborado pela comissão técnica da Federação N ­ acional de
informacoes-ao-mercado/ Capitalização (Fenacap).
informacoes-tecnicas-
e-planos-padroes/
capitalizacao

CAPITALIZAÇÃO 25
UNIDADE 2

De acordo com a legislação em vigor, as Condições Gerais do título devem


conter, no mínimo e sempre em destaque, os seguintes elementos:

■ Glossário com as definições de subscritor, titular, capital, provisão


matemática para Capitalização e bônus, quando previsto.
■ Percentuais relativos às quotas de Capitalização, de sorteio e de
carregamento.
■ Tabela que discrimine o percentual de resgate em relação ao
montante de contribuições pagas para cada mês de vigência do
título, destacando todos os parâmetros envolvidos no cálculo,
devendo ser especificados eventuais fatores de redução para
resgates antecipados.
■ Se o valor do prêmio de sorteio é líquido ou bruto e, nesse caso,
dando ênfase ao fato de que o desconto de imposto de renda
será na forma da legislação em vigor, explicitando o percentual
vigente aplicável.
■ Razão social e CNPJ da Sociedade de Capitalização.
■ Modalidade.
■ Critério de atualização de valores, com a indicação do índice utili­
zado e do índice substituto, utilizado na impossibilidade do primeiro.
■ Tamanho da série e probabilidade de contemplação do subscritor
em cada sorteio.
■ Informação expressa sobre a realização de sorteios por pro-
cessos próprios, quando aplicável, bem como informações, em
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, sobre a
possibilidade de o titular do título presenciar sua apuração.
■ Prazo de vigência e prazo de carência para resgate.
■ Meio de comunicação do sorteio e dos sorteados.
■ Índice de reajuste das contribuições e capital para vigências acima de
12 meses e índice substituto, utilizado na impossibilidade do primeiro.
■ Informação sobre o fato de as sociedades concorrerem aos prê-
mios mediante os títulos não comercializados, suspensos ou
cancelados, quando aplicável.
■ Informação sobre a incidência de juros moratórios, quando o
­sorteio e/ou resgate não forem pagos nos prazos estabelecidos
pela legislação em vigor.
■ Informações relativas às condições para obtenção de bônus,
­quando previsto.
■ Informação de que se aplicará, quando do pagamento do resgate,
tratamento tributário, na forma da legislação fiscal em vigor.

CAPITALIZAÇÃO 26
UNIDADE 2

■ Informação de que as questões judiciais entre o subscritor e/ou


titular e a Sociedade de Capitalização serão processadas no foro
de domicílio do titular.
■ Informação da documentação completa necessária para paga-
mento da premiação e/ou resgate.
■ Informação de que os prazos prescricionais são aqueles determi-
nados em lei.
Todas as cláusulas que implicar em limitações ou impuserem ônus aos titu-
lares deverão ser redigidas em destaque nas condições gerais, permitindo
sua imediata e fácil identificação e compreensão.

Além disso, elas deverão apresentar, obrigatoriamente, a seguinte redação


Importante (Anexo 1, art. 1o, §1o):

Lembramos que as
condições gerais devem A aprovação deste plano pela Susep não implica, por parte
estar disponíveis ao da Autarquia, em incentivo ou recomendação à sua aqui­
consumidor no momento da sição, representando, exclusivamente, sua ­adequação às
contratação do título. normas em vigor.

A redação transcrita também é aplicável à ficha de cadastro, caso ela


seja necessária.

Quando a venda for intermediada por corretor de Capitalização, também


deverá haver a redação a seguir (Anexo 1, art. 1º, §2º):

O consumidor poderá consultar a situação cadastral de seu


corretor de capitalização, no sítio www.susep.gov.br, por
meio do número de seu registro na Susep, nome completo,
CNPJ ou CPF, quando a venda tiver sido intermediada por
corretor de Capitalização.

As duas redações transcritas também são aplicáveis à ficha de cadastro,


caso ela seja necessária.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
ÀS CONDIÇÕES GERAIS
Além de todas as informações que devem estar presentes nas condições
gerais e na ficha de cadastro, a legislação prevê, ainda, a ­obrigatoriedade
de a sociedade prestar outras informações ao subscritor, podendo tais
informações estarem apartadas das condições gerais do título. São elas:

CAPITALIZAÇÃO 27
UNIDADE 2

Identificação dos titulares, quando diferentes do ­subscritor


e decorrentes de sua indicação no momento da ­aquisição
do título, com menção ao(s) respectivo(s) direito(s) e
­respectivos percentuais.

Número do título e Número do processo


números ou códigos administrativo sob
001
que o título utilizará o qual o plano foi
na participação dos aprovado pela Susep.
sorteios.

A CONTRATAÇÃO DE UM TÍTULO
DE CAPITALIZAÇÃO:
SUBSCRITOR E TITULAR
As pessoas envolvidas na aquisição de um título de Capitalização passam a
possuir uma denominação especial: subscritor e titular.

Esses são dois termos bastante utilizados, portanto fique atento às definições:

■ Subscritor é a pessoa física ou jurídica que adquire o títu-


lo de C­ apitalização, assumindo o compromisso de efetuar
os ­pagamentos de suas contribuições na forma prevista nas
Importante ­Condições Gerais do título.
■ Já titular é a pessoa, física ou jurídica, proprietária do título. Ao
É possível escolher mais
titular cabem os direitos originados pelo título de Capitalização.
de um titular. Assim, os
Esses direitos são, basicamente, o de recebimento do resgate,
pagamentos de resgate
de participação nos sorteios, incluindo também o recebimento
e de sorteios deverão
dos prêmios, caso seja contemplado.
ser efetuados a cada um
dos titulares indicados na O titular poderá ser o próprio subscritor ou uma outra pessoa, física ou
proporção estabelecida jurídica, indicada por ele. Assim, o subscritor, ao adquirir o título de
pelo subscritor por ocasião ­Capitalização (ou mesmo posteriormente, se não o fez em momento ante-
da contratação. rior), pode indicar a quem pertencem os direitos: ao próprio subscritor ou a
alguém por ele indicado.

Ainda em dúvida? Observe o exemplo a seguir:

Uma pessoa pode comprar um título para si mesma ou pode comprá-lo e indi-
car seu filho como titular. Nesse caso, ela é responsável pelo pagamento e
o filho será o titular do direito de resgate. Caso o título seja sorteado, o filho
possui o direito de receber o prêmio do sorteio.

CAPITALIZAÇÃO 28
UNIDADE 2

A partir deste momento, seguiremos nosso estudo com foco nos elemen-
tos e requisitos que as condições gerais do título devem apresentar, uma
vez que tais condições é que são levadas ao conhecimento do ­consumidor,
definindo direitos e obrigações tanto para o consumidor quanto para a
Sociedade de Capitalização. Abordaremos a nota técnica atuarial apenas
quando for necessário esclarecer um tópico das condições gerais.

Observações
1. É proibida a venda de Título de Capitalização a menores de 16 anos.
2. A Circular Susep nº 460/ 2012 criou também a figura do “Distribuidor de títulos de
Capitalização”, que é a pessoa jurídica que realiza a intermediação entre a Sociedade
de Capitalização e o canal de venda dos títulos. A circular estabelece ainda uma série
de obrigações e regras para esse distribuidor.

TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO
DE CAPITALIZAÇÃO:
CEDENTE E CESSIONÁRIO
Conforme a legislação em vigor, o título de Capitalização é indivisível em
relação à sociedade (Anexo 1, art. 2º). Isso significa que duas sociedades de
Capitalização não podem se unir para lançar um título, sendo uma respon-
sável pelo pagamento dos resgates e a outra responsável pelo pagamento
referente aos sorteios. Também não é possível, mesmo depois que o título
é comercializado, que uma sociedade transfira para outra a obrigação dos
pagamentos referentes aos sorteios.

Além disso, uma Sociedade de Capitalização não poderá comercializar


os direitos relativos ao título separadamente, ou seja, ela não pode, por
decisão sua, vender o direito de resgate de um título para uma pessoa
e o direito de sorteio do mesmo título para outra. Assim, a Sociedade de
Capitalização não pode, sozinha, decidir por dividir os direitos de um título
de Capitalização.

No entanto, para o subscritor e para o titular, é facultada a transferência


(cessão) de seus papéis no título a qualquer momento, mediante comuni-
cação escrita à sociedade, não podendo ser cobrada qualquer taxa para a
realização dessa transferência.

CAPITALIZAÇÃO 29
UNIDADE 2

Atenção
Em caso de falecimento do titular, o título integrará o seu espólio. Assim, em
regra, após a conclusão do processo de inventário, serão distribuídos os direitos
­decorrentes do título aos herdeiros do titular.

Em caso de falecimento do subscritor, a transferência se dá de acordo com duas situações:


■ Subscritor e titular eram a mesma pessoa – neste caso, os direitos oriundos do
­título integrarão o espólio do falecido. Quanto à obrigação de realização dos paga-
mentos restantes (caso existam), que cabiam ao subscritor falecido, tal obrigação
poderá ser assumida por qualquer pessoa legalmente interessada, porém, isso não
lhe garantirá os direitos do título.
■ ubscritor e titular eram pessoas diferentes – neste caso, qualquer pessoa legal-
S
mente interessada poderá assumir o lugar do subscritor. O titular continuará a deter
os direitos originados do título (resgate da provisão matemática e recebimento dos
prêmios de sorteios).

Em qualquer das duas hipóteses, não se efetuando os pagamentos, o título será


­cancelado conforme as regras previstas nas condições gerais, persistindo, no
­entanto, o direito de resgate.

A pessoa, física ou jurídica, que cede o seu papel no título de ­Capitalização


Importante é chamada de cedente, enquanto a pessoa a quem esse papel está sendo
cedido é chamada de cessionário.
Cedente é quem cede seu
papel no título de Capitalização. A transferência de titular é mais frequente do que a transferência entre
subscritores.
Cessionário é a pessoa para
quem o papel foi cedido. Na transferência do titular, o cessionário (novo titular) o substitui (antigo titu-
lar) em todos os seus direitos e obrigações. Assim, o novo titular ­passará a
possuir o direito ao resgate e à participação nos sorteios.

O subscritor pode transferir para outra pessoa a obrigação de efetuar os


pagamentos. Para tal, deverá ter a concordância desta outra pessoa, que
passará a assumir a obrigação dos pagamentos.

CAPITALIZAÇÃO 30
UNIDADE 2

Importante
1. Cabe ao subscritor e ao titular comunicar à Sociedade de Capitalização sobre:

■ Seus dados cadastrais atualizados para efeito de registro e controle.


■ A realização de transferência (cessão), informando os dados cadastrais do novo
subscritor ou do novo titular (cessionários), respectivamente.
■ A Sociedade de Capitalização deverá manter registro atualizado contendo as
informações sobre o título e os dados cadastrais do subscritor e do titular, de
modo a identificar a perfeita vinculação do título de capitalização entre essas
pessoas e a Sociedade de Capitalização, observados também outros requisitos
de legislação mais específica.

2. É vedado à Sociedade de Capitalização estabelecer a cessão automática de


qualquer direito relativo ao título de capitalização. Para os títulos em que foi cedi-
do apenas o direito de resgate, este somente poderá ser solicitado após a realiza-
ção de todos os sorteios previstos no título, salvo quando a provisão matemática
for utilizada como garantia.

Exemplo
Exemplos de Subscritor e Titular – Cedente e Cessionário
Observe através dos exemplos a seguir como são aplicados na prática os conceitos de
Subscritor, Titular, Cedente e Cessionário.

Exemplo 1 – Sr. João adquiriu um Título de Capitalização com o objetivo de constituir


uma reserva financeira e ainda concorrer a sorteios. Neste caso, a configuração de seu
título ficaria assim:
O Subscritor (adquirente) é o
João – 100% responsável pelo pagamento
SUBSCRITOR
Pagamento das contribuições.

João – 100% O Titular do direito de r­ esgatar


TITULAR a reserva acumulada (PMC).
Resgate

O Titular do direito de partici-


João – 100% par dos sorteios e receber a
TITULAR
Sorteio premiação, se contemplado.

CAPITALIZAÇÃO 31
UNIDADE 2

Exemplo 2 – Com o passar do tempo, o Sr. João (Cedente), decide ceder 50% do seu
direito de resgate para a sua esposa Maria (Cessionária), permanecendo com os 50%
restantes. Quanto ao direito de sorteio, ele também cede 50% para sua esposa, mas
divide os 50% restantes entre seus dois filhos Pedro e Carlos, em partes iguais. Uma
vez efetuadas as alterações, a configuração de seu título passaria a ser:

O Subscritor (adquirente) é o
João – 100% responsável pelo pagamento
SUBSCRITOR
Pagamento das contribuições.

João – 50% O(s) Titular(es) do direito de


TITULAR(ES) Maria – 50% resgatar a reserva acumulada
(PMC).
Resgate

Maria – 50% O(s) Titular(es) do direito de


TITULAR(ES) Pedro – 25% participar dos sorteios e rece-
Carlos – 25% ber a premiação, se for o caso.
Sorteio

Observação: Por se tratar de um direito (resgate e/ou sorteio), caberá ao titular ceder
esse(s) direito(s) a terceiros, se for do seu interesse, em número e na proporção que
bem lhe entender.

VIGÊNCIA DE UM TÍTULO
DE CAPITALIZAÇÃO
A data de início de vigência do título de Capitalização é a data de sua aqui-
sição. É considerada data de aquisição do título de Capitalização a data da
primeira contribuição ou da contribuição única.

Quando a data de aquisição não é conhecida, será utilizada a data de início


de comercialização da série, desde que o prazo de comercialização da
série não ultrapasse 60 (sessenta) dias.

CAPITALIZAÇÃO 32
UNIDADE 2

O prazo de vigência é o período durante o qual o título de Capitalização está


sujeito às regras descritas nas condições gerais do título, sendo administrado
pela Sociedade de Capitalização. É compreendido entre a data de início e a data
final para constituição do capital a ser pago ao(s) titular(es) do direito de resgate.

Importante O prazo mínimo de vigência para um título de Capitalização depende de


sua modalidade.
O prazo de vigência não se O título permanecerá plenamente ativo enquanto não houver atraso nos
confunde com o prazo de pagamentos. A partir da data de início, e durante o prazo de vigência, o titu-
pagamento, que é o período lar passa a ter direito a todos os benefícios proporcionados pelo ­produto:
durante o qual o subscritor juros e atualização da Provisão Matemática para Capitalização, além de
se compromete a efetuar os poder participar dos sorteios.
pagamentos. Porém, o prazo
de pagamento só poderá, O art. 1º do Decreto-Lei nº 261/1967 menciona que o título objetiva “a cons-
no máximo, ser igual ao tituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano, e
prazo de vigência. pago em moeda corrente em um prazo máximo indicado no mesmo plano”.

Dessa forma, o prazo de vigência é exatamente o prazo estabelecido


no título para a formação do capital que este objetiva atingir. Pode-se
dizer que o prazo de vigência é aquele em que esse capital está sujeito
à remuneração (Capitalização), pela incidência da taxa de juros prevista
nas Condições Gerais, e à atualização monetária por meio da aplicação do
índice informado também nas Condições Gerais.

PRAZO DE CARÊNCIA
DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
O prazo de carência é o período de tempo, contado a partir do início de
Importante vigência do título, que o titular terá que aguardar para poder receber o
valor de resgate.
Para qualquer tipo de título,
é proibida a cobrança de Na Capitalização, alguns títulos admitem que o titular possa reali-
valores do subscritor ou zar resgates mesmo antes de encerrada a vigência do título, o que
do titular com finalidade de se denomina resgate antecipado (antecipado em relação ao fim da
inscrição, cadastro ou cessão ­vigência). No entanto, o título também pode estabelecer que o valor
do título, independentemente a ser recebido, em função do resgate antecipado, só poderá ocorrer
de sua denominação. depois de cumprida uma parte da vigência, denominada prazo de
Assim, nada, além de carência (Anexo 1, art. 11).
valores correspondentes
às contribuições, pode ser O prazo de carência do título de Capitalização não afeta o direito de partici-
cobrado do subscritor de um pação nos sorteios. Isso significa dizer que, nesse prazo, o título concorrerá
título de Capitalização. normalmente aos sorteios, havendo apenas a limitação ao recebimento do
valor oriundo de resgate antecipado.

CAPITALIZAÇÃO 33
UNIDADE 2

E nos casos de cancelamento por inadimplência?

Quando houver esse cancelamento, os recursos presentes na provisão


matemática para Capitalização sempre poderão ser levantados pelo titular
(não obrigatoriamente de forma integral), devendo, no entanto, aguardar o
cumprimento do prazo de carência do título de Capitalização, se existente.
Desse modo, se o cancelamento ocorrer durante o prazo de carência esta-
Exemplo belecido no título, o titular deverá aguardar o seu término para, só então,
obter o valor de resgate.
Um título de 12 meses de
vigência pode prever, no A legislação permite que a sociedade fixe um prazo de carência para a
máximo, um prazo de carência efetivação de resgates de, no máximo, 24 meses (contados sempre a partir
de 12 meses. Já um título com da data de início da vigência), mas nunca superior ao próprio prazo de
72 meses de vigência poderia vigência do título. Assim, se o título tiver um prazo de vigência igual ou
apresentar um prazo máximo inferior a 24 meses, o prazo máximo de carência admitido pela legislação
de carência de 24 meses. para a efetivação do resgate será igual ao período de vigência do título.

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS:


PU, PP E PM
Em relação aos tipos de títulos, eles são classificados com base no número
de pagamentos que serão efetuados pelo subscritor. Dividem-se em paga-
mento único (PU), pagamentos periódicos (PP) e pagamentos mensais (PM)
(Anexo 1, art. 4º).

Como o próprio nome diz, os títulos do tipo PU se caracterizam por um


pagamento único.

Os títulos do tipo PM preveem a realização de um pagamento para cada


Saiba mais mês de sua vigência. Assim, exemplificando, se o título PM possuir uma
vigência de 60 meses, ele exigirá que o subscritor realize 60 pagamentos
Os títulos PP e PM são os mensais e consecutivos.
que mais se aproximam da
Já os títulos do tipo PP preveem pagamentos periódicos. Não há correspon-
ideia de uma “poupança
dência entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência,
programada”, ou “forçada”,
sendo prevista a realização de mais de um pagamento (se fosse apenas um
como alguns preferem,
pagamento, seria PU).
em razão de o subscritor
ser obrigado a efetuar os Em geral, esses pagamentos são consecutivos, mas não há correspondên-
pagamentos mensalmente, cia entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência. Por
sendo o valor de resgate exemplo, é possível a existência de um título PP com 12 meses de vigência
gradativamente construído. em que haja somente seis pagamentos (do 1o ao 6º mês, por exemplo).

CAPITALIZAÇÃO 34
UNIDADE 2

Há diversas aplicações práticas para os títulos PP e PM. Em geral, eles prio-


rizam não só os sorteios, mas também o valor de resgate.

A ESTRUTURAÇÃO DE UM TÍTULO
DE CAPITALIZAÇÃO:
O TAMANHO DA SÉRIE
De acordo com a legislação em vigor, os títulos de Capitalização devem ser
estruturados em séries.

O que isso significa?

Simples: significa que eles devem ser numerados em sequência limitada de


Importante títulos submetidos às mesmas condições gerais e especificações técnicas, à
exceção do valor da contribuição, e que possuem a mesma probabilidade de
Títulos com valores de serem contemplados em sorteios de participação comum (Anexo 1, art. 8º).
contribuição diferenciados
podem ser comercializados O número de títulos (tamanho da série) que será emitido em uma mesma
em uma mesma série, desde série deverá ser informado no próprio título de Capitalização, bem como
que tal hipótese esteja no material de comercialização, nas condições gerais, em destaque, e na
prevista na nota técnica nota técnica atuarial do título. Dessa forma, o tamanho da série represen-
atuarial do plano. ta a quantidade máxima de títulos que poderá ser emitida nessa mesma
série. Somente os títulos relativos a uma mesma série podem concorrer
aos sorteios previstos para aquela série.

Porém, é possível que uma Sociedade de Capitalização comercialize


várias séries distintas, observada, no entanto, em cada série, a quanti­
dade máxima de títulos.

A importância do tamanho da série está relacionada aos sorteios.

Em primeiro lugar, os sorteios são custeados pelos próprios títulos, por


Saiba mais meio da quota de sorteio. Assim, para se determinar quanto compete a
cada título, ou seja, para se fazer a divisão do custo dos sorteios pelos
É certo que os sorteios relativos títulos, é necessário definir quantos títulos serão colocados à venda, ou
a uma série não se comunicam seja, é necessário definir o tamanho da série.
com uma outra, isto é, os
sorteios e, consequentemente, O segundo aspecto relevante é referente à probabilidade de ser sorteado.
os títulos ganhadores são Evidentemente, quanto maior o tamanho da série, mais difícil será, em tese,
independentes entre as séries. um título ser sorteado.

CAPITALIZAÇÃO 35
UNIDADE 2

Uma série é, portanto, um conjunto limitado de títulos, numerados sequen-


cialmente, que possuem a mesma probabilidade de serem sorteados (o
que, tecnicamente, denomina-se equiprobabilidade de contemplação no
sorteio), que concorrem aos mesmos sorteios e que buscam garantir o
equilíbrio entre receitas e despesas relativamente aos sorteios.

A COMPOSIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO:
AS QUOTAS DE CAPITALIZAÇÃO,
DE SORTEIO E DE CARREGAMENTO
Cada contribuição a ser realizada pelo subscritor é formada por três compo-
nentes: quota de Capitalização, quota de sorteio e quota de carregamento
(Anexo 1, Glossário).

É comum se apresentarem as quotas como sendo percentuais incidentes


sobre a contribuição. Assim, em cada contribuição, a soma dos percentuais
referentes à quota de Capitalização, ao sorteio e ao carregamento deve resul-
tar em 100%, isto é, a soma equivale a 100% do valor da contribuição.

A seguir, você pode conferir as características de cada uma das quotas.

Siga em frente!

— Quotas de Capitalização
Representam o percentual (a parte) de cada contribuição que será destinado à
constituição do capital a ser resgatado.

Os percentuais relativos às contribuições a serem utilizados para ­constituição


da Provisão Matemática para Capitalização – quotas de Capitalização – ­deverão
obedecer aos seguintes critérios, observados, ainda, os demais requisitos de
cada modalidade:

■ A quota de Capitalização deve ser superior às demais quotas


individual­mente consideradas.
■ Nos títulos com pagamento único (PU), a quota de Capitalização
mínima é de 50% do valor da contribuição na modalidade popu-
lar e 70% nas modalidades Tradicional e Instrumento de Garantia,
qualquer que seja o prazo de vigência.

CAPITALIZAÇÃO 36
UNIDADE 2

■ Nos títulos com pagamentos mensais (PM) ou com pagamentos


periódicos (PP), os percentuais destinados à formação da P ­ rovisão
Matemática para Capitalização deverão ser, no mínimo, 10% do valor
de cada contribuição nos primeiros três meses de vigência e 70%
a partir do quarto mês de vigência. Além disso, a média ­aritmética
do percentual de Capitalização de todos as ­contribuições, até o
final da vigência do título, deverá corresponder a, no mínimo, 70%,
qualquer que seja o prazo de vigência do título.
Ainda em dúvida?

Então observe os quadros a seguir e veja, resumidamente, as diferenças


de percentual para cada modalidade de título.

QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA – TÍTULOS PU

PERCENTUAL MÍNIMO DESTINADO À CAPITALIZAÇÃO


TÍTULOS PU (QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA)

Títulos da modalidade Popular 50%

Títulos das modalidades 70%


Tradicional e Instrumento
de Garantia

Títulos da modalidade incentivo A quota de Capitalização deve ser superior às demais quotas
e filantropia premiável individualmente consideradas. Para apuração deste critério,
os eventuais valores de sorteio custeados pela quota de
carregamento deverão ser somados à quota de sorteio.

QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA – TÍTULOS PM OU PP

PERCENTUAL MÍNIMO DESTINADO À CAPITALIZAÇÃO


PM OU PP COM SORTEIOS (QUOTA DE CAPITALIZAÇÃO MÍNIMA)

1ª 2ª e 3ª contribuições 10%
a
4 contribuição em diante 70%

Média de todas as contribuições 70%

— Quotas de Sorteio
Exemplo As quotas de sorteio têm como finalidade custear os prêmios dos sorteios
que são distribuídos em cada série. Representam a parte lotérica do título,
Se, em uma série com 100.000 títulos ou seja, aquilo que o consumidor está “jogando”. O “bolo” formado por
com pagamento único de valor “a”, essas parcelas se destina, exclusivamente, a bancar os prêmios pagos aos
os prêmios de sorteios totalizarem clientes sorteados.
10.000 vezes o valor da contribuição Os prêmios de sorteio devem ser custeados pela quota de sorteio dos
(10.000 * a), a quota de sorteio será títulos da mesma série.
de 10% (10.000 * a/100.000 * a), isto é,
cada título colabora com 10% de sua Apenas a modalidade popular possui limite para quota de sorteio, que
contribuição para custear os sorteios. deverá corresponder a, no mínimo, 5% (cinco por cento) da contribuição.

CAPITALIZAÇÃO 37
UNIDADE 2

— Quotas de Carregamento
Os percentuais de carregamento deverão cobrir os custos de despesas com
corretagem, colocação e administração do título de Capitalização, ­emissão,
divulgação, eventuais despesas relativas ao custeio da contemplação
obrigatória e da distribuição de bônus e, é claro, o lucro da Sociedade de
Capitalização.

Assim, as quotas de carregamento representam a parcela de cada contri-


buição que é cobrada pela sociedade para administrar o título.

Para que você não tenha dúvidas, observe o exemplo a seguir e acom-
panhe o raciocínio.

Exemplo: em um título com pagamentos mensais no valor de R$ 200,00


(cada um), a quarta contribuição apresenta as seguintes quotas:

■ Quota de Capitalização: 75%.


■ Quota de sorteio: 15%.
■ Quota de carregamento: 10%.
Então, R$ 150,00 (75%) serão destinados para compor o capital, R$ 30,00
(15%) serão destinados para o custeio dos sorteios, e R$ 20,00 (10%) serão
destinados ao carregamento da Sociedade de Capitalização.

Desse modo, apenas uma parte da contribuição (oriunda da quota de


­Capitalização) é efetivamente utilizada na formação do capital, isto é, da
provisão matemática para Capitalização (PMC).

Ficou mais claro, certo?

Notas
■ As quotas de capitalização, de sorteio e de carregamento deverão ser apresen­
tadas sempre em destaque nas condições gerais do título de capitalização e ser de
­conhecimento do subscritor no ato da subscrição.
■ Dentro dos limites estabelecidos pela legislação, cada sociedade pode fixar suas
próprias quotas, de acordo com o objetivo comercial a ser atingido para cada produto
que lançar.

CAPITALIZAÇÃO 38
UNIDADE 2

SUSPENSÃO E CANCELAMENTO
DE UM TÍTULO DE
CAPITALIZAÇÃO
A suspensão do título de Capitalização é uma decorrência da falta de
pagamento, sendo uma característica dos títulos pagamento mensal (PM)
– ou dos títulos pagamento periódico (PP).

Não tendo havido o pagamento na data prevista, o título é considerado


suspenso a partir daquela data (Anexo 1, art. 6º). Com isso, há também a
suspensão automática do direito do titular de participar dos sorteios.

Saiba Mais
Caso o número do título suspenso seja sorteado, a Sociedade de Capitalização é a
­detentora do prêmio de sorteio por ter sido ela que arcou com o custeio daquele prêmio
de ­sorteio relativamente ao título suspenso, ou seja, “pagou” a quota de sorteio do título
suspenso durante o prazo de suspensão.

Um segundo efeito da suspensão é iniciar a contagem de prazo para a res-

Atenção cisão (cancelamento) do título. Todo título tem um prazo máximo durante
o qual poderá permanecer suspenso. Encerrado tal prazo, sem que tenha
havido pagamento, o título será cancelado (Anexo 1, art. 7º).
Quanto à provisão
matemática para No entanto, de acordo com a legislação, a Sociedade de Capitalização
capitalização do título, não poderá se apropriar da provisão matemática dos títulos suspensos ou
há uma diferença entre ­cancelados (caducos) em razão de inadimplência.
suspensão e cancelamento.
Se houver o cancelamento, a sociedade deverá colocar o valor do resgate
A suspensão não gera efeitos, à disposição do titular, tão logo o período de carência termine (se ­existente),
isto é, ainda que suspenso, a independentemente do número de pagamentos efetuados. Esse direito
sua provisão continua a ser permanece válido mesmo nos casos em que a inadimplência tenha
atualizada monetariamente ­ocorrido em data anterior ao término do prazo de carência fixado nas
pelo índice adotado e ­condições gerais do título.
capitalizada pela taxa de juros
prevista no título. Para entender melhor, confira os parágrafos do art. 24 da Resolução CNSP
384/20, que tratam da suspensão, do cancelamento e da reabilitação dos
Já para um título cancelado,
títulos de Capitalização:
somente existirá incidência
de atualização monetária até
que o resgate seja pago ao Art. 24. (...)
titular, não havendo mais,
§1º. As condições gerais do título, para o caso de atraso no paga­
portanto, a incidência de
mento da contribuição, deverão prever um prazo de suspensão,
juros após o cancelamento
durante o qual o título poderá ser reabilitado com prorrogação,
(Anexo 1, art. 11, §7º).
ou não, dos prazos de contribuição e de capitalização.

CAPITALIZAÇÃO 39
UNIDADE 2

§2º. A reabilitação sem prorrogação implica o ­pagamento


das contribuições vencidas, podendo ser acrescida dos
juros do plano e da atualização monetária.
§3º. Vencido o prazo de suspensão, o título ficará rescin­
dido, permanecendo à disposição do titular o respectivo
valor de resgate, para recebimento do mesmo após o
­prazo de carência, quando previsto.
§4º. Ao titular do título reabilitado não assistirá qualquer ­direito
aos sorteios realizados durante o período de suspensão.

A REABILITAÇÃO DE UM
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
Saiba mais A reabilitação é o encerramento da suspensão de um título de ­Capitalização
em razão de ter o subscritor efetuado um ou todos os pagamentos em
Apesar de o texto da Resolução
atraso, dependendo do caso. Com a reabilitação, o título volta a ­participar
CNSP nº 384/2020 falar em
dos sorteios. Porém, só poderá haver a reabilitação enquanto durar a
“prorrogação do prazo de
­suspensão, isto é, uma vez cancelado o título, este não poderá mais ser
contribuição e de Capitalização”,
reabilitado (Anexo 1, art. 6º, parágrafo único).
pensamos ser mais abrangente o
termo “prorrogação de vigência”, Conforme exposto no art. 24, §1º, duas são as formas possíveis de reabili-
conforme os motivos que serão tação: sem prorrogação do prazo de vigência ou com a sua prorrogação.
apresentados no próximo tópico.
Falaremos delas, detalhadamente, a seguir.
Confira o conteúdo completo da

— Reabilitação sem
Resolução no Anexo 4.

Prorrogação de Vigência
Para que você entenda como funciona essa forma de reabilitação, imagine a
seguinte situação: um título PM que preveja 12 pagamentos e, consequentemen-
te, 12 meses de vigência, adquirido e tendo sido efetuado o primeiro pagamento
em 1º de janeiro, e que admita, ainda, um período máximo de suspensão de qua-
tro meses, sendo possível a reabilitação sem prorrogação de vigência.

Dessa forma, vamos supor que o subscritor tenha deixado de efetuar o segun-
Exemplo do e o terceiro pagamentos, referentes aos meses de fevereiro e março. O
título, então, foi suspenso em 1º de fevereiro, data em que deveria ter aconteci-
Se um título prevê um sorteio do o segundo pagamento.
mensal, sempre no dia 5,
então o título suspenso não No dia 15 de março, desejando reabilitar seu título, o subscritor deverá
participou dos sorteios de 5 de efetuar os pagamentos relativos aos dois meses em atraso, devidamente
fevereiro e de 5 de março, não atualizados e, ainda, acrescidos de juros. Por força do §2o, já transcrito, não
tendo como “recuperá-los”.

CAPITALIZAÇÃO 40
UNIDADE 2

havendo prorrogação de vigência, só ocorrerá a reabilitação se todos os


pagamentos em atraso forem devidamente quitados, acrescidos de juros e
atualização monetária.

A obrigatoriedade de atualização monetária e de juros busca salvaguardar o


valor final de resgate, já que, se os pagamentos tivessem ocorrido na data cor-
reta, a parte destinada ao capital estaria sujeita à atualização e aos juros na
Provisão Matemática para Capitalização.

Como vimos, reabilitação sem prorrogação de vigência significa que o ­título


não terá a sua vigência inicial alterada, ainda que tenha permanecido suspenso
durante um período. Assim, no exemplo anterior, com vigência de 12 meses, em
1o de janeiro do ano seguinte, o título completaria sua vigência, encerrando-se.

Outro efeito da não prorrogação da vigência é a perda definitiva dos ­sorteios


que ocorreram durante o prazo de suspensão.

— Reabilitação com
Prorrogação de Vigência
A reabilitação com prorrogação de vigência difere da anterior por não e ­ xigir
o pagamento de todos os meses que eventualmente estejam em atraso,
­bastando, apenas, a efetivação de um pagamento para reabilitar o título.

No exemplo anterior, se o subscritor, que atrasou em fevereiro e março,


efetuasse o pagamento de abril no vencimento correto (1º de abril), o título
estaria reabilitado. Obviamente, para que isso aconteça, a reabilitação com
prorrogação de vigência deve estar prevista nas Condições Gerais.

Dessa forma, a reabilitação com prorrogação consiste em estender o ­prazo


normal de vigência em função do número de parcelas em atraso. Assim, a
­ inda
no mesmo exemplo, o título teria a sua vigência prorrogada por mais dois
meses (período que corresponde ao número de paga­mentos não realizados).

Além de facilitar a reabilitação, já que basta apenas um pagamento para afas-


tar a suspensão e que não há cobrança de juros e atualização, a r­ eabilitação
com prorrogação de vigência repercute favoravelmente também nos sorteios,
já que, prorrogada a vigência, deve também ser prorrogada a participação
nos sorteios periódicos.

Voltando ao exemplo, o titular participaria de sorteios nos dois meses de


­prorrogação de sua vigência (janeiro e fevereiro do ano seguinte). P ­ ortanto
não há a perda definitiva dos sorteios periódicos quando prevista a r­ eabilitação
com prorrogação de vigência.

Este é o motivo de optarmos por utilizar a expressão “prorrogação de


­vigência” – e não “prorrogação do prazo de pagamento e de Capitalização”
–, já que não são apenas os prazos de pagamento e Capitalização que são
dilatados, mas também a participação em sorteios periódicos.

CAPITALIZAÇÃO 41
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

Marque a alternativa correta


1. Arthur foi incentivado por um amigo a fazer uma economia mensal,
­guardando algum valor do seu salário. Ele gostou da ideia e teve como
sugestão o título de Capitalização. Para ajudá-lo na decisão, seu corretor
deverá lhe informar que a economia (ou poupança) programada no título
de Capitalização e realizada por meio da aplicação de:

(a) Parte dos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período


de tempo não previamente definido no título, sem haver a obrigato-
riedade de incidência de juros.
(b) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo
consumidor, por um período estipulado no título, a uma determinada
taxa de juros.
(c) Parte dos pagamentos realizados pelo consumidor, por um período
estipulado no título, a uma determinada taxa de juros.
(d) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo
consumidor, por um período não previamente definido no título, a
uma determinada taxa de juros.
(e) Todo o montante correspondente aos pagamentos realizados pelo
consumidor, por um período não previamente definido no título,
mas sem aplicação de taxa de juros.

2. Sobre a figura do subscritor em um título de Capitalização, podemos


afirmar que:

(a) É obrigatoriamente uma pessoa física.


(b) Poderá ser o próprio titular ou uma outra pessoa, física ou jurídica,
indicada pelo titular.
(c) Possui sempre o direito de resgate do título.
(d) Ele se compromete a efetuar os pagamentos na forma prevista nas
condições gerais do título.
(e) É obrigatoriamente uma pessoa jurídica.

CAPITALIZAÇÃO 42
FIXANDO CONCEITOS

3. Em um título de Capitalização, a nota técnica pode ser definida como a(o):

(a) Descrição do título por meio de bases técnicas, hipóteses e formula-


ções atuariais.
(b) Documento assinado pelo subscritor.
(c) Documento que obrigatoriamente precisa ser entregue ao titular.
(d) Documento que contém os números com os quais o titular concorrerá
aos sorteios.
(e) Descrição do título no qual estão contidos os direitos e deveres da
Sociedade de capitalização e do titular.

4. Na aquisição de um título de Capitalização, o cliente passa a possuir


uma denominação que indicará se ele será Titular e/ou Subscritor do Título.
Entre as alternativas a seguir, aquela que indica a definição para Titular é:

(a) A pessoa física, proprietária do título de Capitalização, a quem


devem ser pagos os direitos originados pelo título.
(b) A pessoa jurídica, proprietária do título de Capitalização, a quem devem
ser pagos os direitos originados pelo título.
(c) A pessoa jurídica, proprietária do título de Capitalização, que deve
indicar a pessoa a qual serão pagos os direitos originados pelo título.
(d) A pessoa física, subscritora do título de Capitalização, a quem não
devem ser pagos os direitos originados pelo título.
(e) A pessoa, física ou jurídica, a quem devem ser pagos os direitos
originados pelo título.

5. Dona Maria está contratando um título de Capitalização para presentear


sua neta. Para apresentar exatamente como funciona o título de Capitali-
zação, o corretor precisa deixar claro como funcionam as contribuições do
título. Sendo assim, o corretor informou a Dona Maria que as partes em que
se divide a contribuição de um título são:

(a) Parcela destinada ao sorteio, parcela destinada ao carregamento e


parcela a ser capitalizada.
(b) Parcela destinada ao sorteio e parcela a ser capitalizada.
(c) Parcela destinada ao sorteio e parcela destinada ao carregamento,
uma vez que a parcela capitalizada é opcional e constituída à parte.
(d) Parcela destinada ao carregamento, parcela a ser capitalizada e
valores destinados a cobrir os custos obrigatórios com produtos
aderentes aos títulos.
(e) Uma única parte, que é a parcela a ser capitalizada, da qual se
originam todas as demais parcelas.

CAPITALIZAÇÃO 43
FIXANDO CONCEITOS

6. Quanto às condições gerais de um título de Capitalização, podemos


afirmar que:
(a) São cláusulas que definem deveres e direitos somente do titular.
(b) Representam a descrição do título por meio de bases técnicas, h
­ ipóteses
e formulações atuariais.
(c) São normas que regem o contrato celebrado entre a sociedade e os
adquirentes de títulos de capitalização.
(d) Nelas, encontram-se as demonstrações dos cálculos dos parâmetros
técnicos de um título de Capitalização, traduzidos em enunciados e
fórmulas matemáticas que o plano tem que satisfazer.
(e) Por não possuírem natureza contratual e por não acrescentarem
novos elementos sobre os direitos ou as obrigações do consumidor,
elas não necessitam ser de conhecimento do adquirente do título
de capitalização.

7. Em Capitalização, no caso de falecimento do titular, os direitos do título:

(a) Passarão a pertencer ao subscritor.


(b) Não sofrem qualquer alteração em relação à titularidade.
(c) Passarão a pertencer à Sociedade de capitalização.
(d) Deverão integrar o espólio do falecido.
(e) Serão encerrados, doando-se sempre o valor para resgate.

8. Quanto à mudança do titular (transferência de propriedade) em um título


de capitalização, podemos afirmar que:

(a) Depende somente da solicitação de quem está recebendo o título,


chamado de cessionário.
(b) Consiste na alteração de quem será responsável pelo pagamento
do título.
(c) Depende somente da solicitação da pessoa para a qual o título está
sendo cedido, mas sempre com a concordância da Sociedade de
capitalização.
(d) Só pode ser realizada pelo corretor.
(e) Transfere os direitos de resgate e de participação nos sorteios para
o cessionário.

CAPITALIZAÇÃO 44
FIXANDO CONCEITOS

9. Maria Fernanda está comprando um título de Capitalização e soube


que o prazo de vigência desse título será de 36 meses. No entanto, Maria
­Fernanda não sabe o que é prazo de vigência. Nesse caso, podemos
­explicar a ela que o prazo de vigência é:

(a) O período em que o titular não pode solicitar o resgate.


(b) O período durante o qual, ainda que o titular solicite o resgate, não
poderá receber o valor, recebendo-o apenas após o seu encerramento.
(c) O período durante o qual o título de Capitalização está sujeito às
condições descritas nas condições gerais, tendo direito a juros e
atualização da Provisão Matemática para capitalização, além de
poder participar dos sorteios.
(d) Um período que sempre se inicia na data do primeiro sorteio do título.
(e) O período que marca a validade do título, iniciando-se no momento
da solicitação do resgate.

10. Quando um cliente adquire um título de Capitalização, ele recebe


a informação de que precisara cumprir o prazo de carência. Não tendo
certeza de como funciona a carência, o cliente procura seu corretor para
esclarecer. Então, sobre o prazo de carência, o corretor pode afirmar que:

(a) É o período de tempo, contado a partir do início de vigência do


­título, que o titular terá que aguardar para poder resgatá-lo.
(b) Suspende o direito de participação nos sorteios.
(c) Acarreta a perda do direito ao resgate em caso de inadimplência
durante esse prazo.
(d) É o prazo durante o qual não incidem juros na Provisão Matemática
para Capitalização.
(e) É o prazo durante o qual não há atualização monetária na Provisão
Matemática para Capitalização.

11. Luiz Felipe comprou um título de Capitalização para fazer uma poupança
programada e concorrer aos sorteios. Esse título tem contribuição mensal.
Em determinado mês, Luiz Felipe se esqueceu de pagar a mensalidade do
seu título, ficando inadimplente. Nesse caso, podemos afirmar que:

(a) O titular continua com direito aos sorteios, mas cessam a incidência
de juros e a atualização monetária sobre sua provisão matemática.
(b) Cessa o direito do titular ao sorteio e ao resgate da provisão matemática.
(c) Continua o direito do titular ao sorteio e ao resgate da provisão matemá-
tica constituída, mas só até o momento em que ocorreu a inadimplência.
(d) Fica suspenso o direito de o titular participar dos sorteios, mas con-
tinua a haver a incidência de juros e a atualização monetária sobre
sua provisão matemática.
(e) O título é automaticamente cancelado.

CAPITALIZAÇÃO 45
FIXANDO CONCEITOS

12. Sobre as quotas de capitalização, é correto afirmar que:

(a) Representam a parcela de cada contribuição que será destinada à


constituição do capital.
(b) Podem ser livremente fixadas pela Sociedade de capitalização, uma
vez que a legislação não estabelece valores mínimos.
(c) Correspondem sempre a 100% do valor da contribuição.
(d) Têm como finalidade custear os prêmios que são distribuídos em
cada série.
(e) Deverão cobrir as despesas operacionais, administrativas e comer-
ciais da sociedade.

13. No valor pago pelo título, a parte relativa ao carregamento pode ser
definida como:

(a) A parte que fica para a companhia custear somente as despesas


com corretagem.
(b) A parte que fica para a companhia custear parte dos valores sorteados.
(c) A parte que fica para a companhia custear despesas adminis­trativas,
operacionais e comerciais, bem como para obter seu lucro.
(d) A parte que fica para a companhia custear somente as despesas de
lançamento do produto.
(e) Correspondente, exatamente, ao lucro da companhia.

14. Izabella estava contribuindo mensalmente a um título de ­Capitalização.


Sem perceber, ficou um mês sem contribuir, porém, logo que identificou
sua inadimplência, resolveu regularizar a situação. Nesse caso, I­zabella
fez a reabilitação do seu título. Sobre a reabilitação de um título de
­Capitalização, é correto afirmar que:

(a) Tem como principais efeitos o retorno à participação nos sorteios e


o afastamento da possibilidade de cancelamento.
(b) Sempre será feita sem o pagamento dos meses em atraso.
(c) Uma vez realizada a reabilitação, permite a participação nos s­ orteios
ocorridos no período de suspensão.
(d) Pode ocorrer com ou sem a realização de pagamentos.
(e) Somente pode ocorrer após o cancelamento do título.

Consulte o gabarito clicando aqui.

CAPITALIZAÇÃO 46
APITAL,
C
03 UNIDADE 3

SORTEIO e RESGATE

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer o destino ■ Examinar os conceitos de
dado ao valor da resgate e sorteio; suas ⊲ VALOR DA CONTRIBUIÇÃO
contribuição, a formação regras, características E SUA ATUALIZAÇÃO
da provisão matemática e consequências,
de capitalização (capital identificando a sua ⊲ A PROVISÃO MATEMÁTICA
PARA CAPITALIZAÇÃO:
para resgate) e as aplicabilidade em A CONSTITUIÇÃO
regras e formas de situações práticas de DO CAPITAL PARA RESGATE
remuneração do capital, comercialização.
identificando as situações ⊲ A REMUNERAÇÃO DO CAPITAL:
A TAXA DE JUROS
de atualização monetária
das contribuições e da ⊲ A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
provisão matemática de DA PROVISÃO MATEMÁTICA:
capitalização. A RECUPERAÇÃO DO
PODER DE COMPRA

⊲ SORTEIO: O GRANDE ATRATIVO


DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO

⊲ O RESGATE DE UM TÍTULO
DE CAPITALIZAÇÃO

⊲ A TABELA DE RESGATE

⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

CAPITALIZAÇÃO 47
UNIDADE 3

VALOR DA CONTRIBUIÇÃO
E SUA ATUALIZAÇÃO
As sociedades de Capitalização podem comercializar títulos com valo-
res de contribuição diferenciados dentro da mesma série. Isso significa
dizer que é possível que títulos dentro da mesma série possuam valores
­diferentes de contribuição.

Em relação às possibilidades de mudança do valor pago pelo subscritor


durante a vigência, observe quais são as regras:

■ Nos planos PU – o pagamento é único, não sendo possível,


­evidentemente, a hipótese de atualização do valor a ser pago pelo
Saiba mais subscritor.
■ Nos planos PM e PP – os pagamentos são mensais e sucessivos.
É vedada a inclusão de Assim, pode ser interessante prever a sua atualização monetária,
cláusula de atualização de principalmente se o “plano” tiver um prazo de vigência longo para
contribuição para títulos que esses pagamentos não sejam corroídos pelos efeitos inflacio-
com prazo de pagamento nários, já que, como o valor de resgate é originado a partir de uma
igual ou inferior a 12 meses, parte dos pagamentos (oriunda da quota de Capitalização), ele
uma vez que a atualização também sofreria os efeitos inflacionários.
deve ter, quando prevista,
Por isso, a norma faculta às sociedades de Capitalização a elaboração de
periodicidade anual e deverá
planos com a previsão de atualização da contribuição. Dessa maneira, o valor
utilizar um dos índices
da contribuição seria corrigido anualmente, ou melhor, atualizado monetaria-
autorizados pela legislação
mente na forma definida nas condições gerais do título (Anexo 1, art. 13).
em vigor.
A legislação permite a utilização de percentual inferior a 100% do índice
pactuado (exemplo: 60% da variação do IGP-M), sendo possível, também,
que as sociedades de Capitalização estabeleçam, nas condições gerais do
título, a livre pactuação entre as partes do percentual do índice de atuali­
zação a ser aplicado aos pagamentos periódicos (PP) ou pagamentos
mensais (PM), a cada período de 12 meses.

CAPITALIZAÇÃO 48
UNIDADE 3

O índice de atualização e a forma de sua apuração, se existentes, deverão


Nota constar das condições gerais do título.

No Anexo 3 – Índices Os títulos que se utilizam da atualização das contribuições normalmente


de atualização, há a adotam a correção anual pelo IGP-M, o que se tornou, praticamente, o
relação dos índices de padrão do mercado.
atualização passíveis
de serem utilizados
pelas sociedades de
Capitalização.
A PROVISÃO MATEMÁTICA
PARA CAPITALIZAÇÃO:
A CONSTITUIÇÃO
DO CAPITAL PARA RESGATE
A quota de Capitalização representa a parte de cada contribuição que será
destinada à formação do capital que servirá como base para o cálculo do
valor a ser resgatado pelo titular. Esse capital está presente em uma espécie
de conta do titular, chamada provisão matemática para Capitalização (PMC)
ou reserva de Capitalização, que é similar a uma caderneta de poupança,
como já vimos (Anexo 1, Glossário).

A PMC do título deverá sofrer a incidência de atualização monetária e de


juros a partir da data de início de vigência do título de Capitalização. Seu
saldo é sempre apresentado, considerando-se o fim do mês de vigência.

Inicialmente, deve-se compreender o conceito de “data de aniversário”


como sendo o dia de início de vigência do título, e que será ­considerado,
também, em todos os meses subsequentes enquanto o título não for
­resgatado (Anexo 1, Glossário).

Assim, se um título for adquirido no dia 17 de março, a sua data de aniver-


sário será o dia 17.

Você deve estar se perguntando: como isso funciona em cada tipo de título?

A resposta está a seguir, vá adiante!

CAPITALIZAÇÃO 49
UNIDADE 3

— A Provisão Matemática para


Capitalização no Título PU
No caso do título PU, como só há um pagamento, a evolução da provisão
é bastante simples:

■ Separa-se, desse pagamento único, o valor destinado à


­Capitalização por meio da utilização da quota de Capitalização.
■ Esse valor é o “depósito inicial” da PMC (“conta”), que sofrerá,
mensalmente, a remuneração dos juros e a atualização monetária.
■ Ao final do primeiro mês de vigência, na data de aniversário (final
do mês de vigência), o saldo da provisão será a soma do “­depósito
inicial” com a parcela de remuneração (juros) e com a parcela da
atuali­zação oriundas desse primeiro mês de vigência. Assim, as par-
Nota celas oriundas dos juros e da atualização monetária passam também
a integrar a provisão para efeito do próximo período de vigência.
Juros Compostos ■ Para os meses seguintes, repete-se a operação anterior, isto é, na
Juros compostos são os data de aniversário devem ser adicionados ao saldo da provisão
juros de determinado matemática os juros e a atualização monetária oriundos do mês de
período somados ao vigência que se encerra.
capital para o cálculo de Assim, no final de cada período de Capitalização (de cada mês de ­vigência),
novos juros nos períodos os juros produzidos são adicionados ao capital, passando a fazer parte da
seguintes. provisão para efeito de cálculo dos próximos juros. Logo, estamos diante
da aplicação de juros compostos.

— A Provisão Matemática para


Capitalização nos Títulos PM ou PP
Em relação aos títulos PM e PP, a única diferença é que, a cada início de
período de Capitalização, deve ser acrescida ao saldo existente na provi-
são a parcela do novo pagamento destinada à Capitalização.

Ao final do primeiro mês de vigência, o saldo da provisão é a soma do


“depósito inicial” com a parcela de remuneração (juros) e com a parcela
proveniente da atualização monetária.

Em seguida, deve-se adicionar ao saldo da PMC do final do primeiro mês a


parcela originada pela quota de Capitalização do segundo mês. Assim, ao
final do segundo mês, o cálculo de juros e da atualização monetária inci-
dirá sobre a soma do saldo da PMC do primeiro mês, com a parcela a ser
­capitalizada decorrente do pagamento realizado no início do segundo mês.

CAPITALIZAÇÃO 50
UNIDADE 3

Justamente pelo fato de o segundo pagamento ocorrer no início do


Saiba mais ­segundo mês de vigência é que ele também sofrerá a incidência de juros e
atualização monetária, uma vez que a atualização monetária e os juros na
No regime financeiro que PMC somente são calculados no fim do mês de vigência.
estrutura os títulos de
Capitalização PM e PP, a Nos meses seguintes, para o cálculo das parcelas provenientes da
provisão matemática é inci­dência de juros e da atualização monetária no fim do mês de
formada por acumulação. ­vigência, deve-se também considerar a parcela originada pela quota de
Assim, os títulos têm a sua ­Capitalização realizada no início do respectivo mês.
Provisão Matemática para
A diferença existente entre os títulos PM e PP é apenas em relação aos
Capitalização constituída
novos pagamentos.
gradativamente ao longo
de sua vigência, havendo, Como no título PM é previsto um pagamento para cada mês de vigência, sempre
a cada início de mês de haverá a “entrada” de uma nova parcela oriunda do pagamento daquele mês.
vigência, um reforço ao
capital a ser formado. Já nos títulos PP, por preverem menos pagamentos do que meses de
vigência, a partir de determinado mês cessarão as novas “entradas” (os
pagamentos). Nesse momento, então, a PMC será calculada da mesma
forma que no título PU, isto é, o cálculo de juros e atualização monetária é
feito se considerando apenas o saldo do mês anterior existente na PMC.

Notas
■ É possível que as sociedades definam, na nota técnica atuarial do título, que a provisão
matemática para capitalização não será atualizada na data de aniversário do título, mas
em um dia preestabelecido (por exemplo, sempre no dia 1º de cada mês). A vantagem
é que todos os seus títulos, independentemente da data de aquisição, são atualizados
em uma única data.
■ Ao término do prazo de vigência, o titular tem direito ao resgate integral do saldo exis-
tente na provisão matemática para capitalização.
■ A provisão para sorteio a realizar possui uma estruturação semelhante à provisão
matemática para capitalização.
■ Nas modalidades Tradicional, Instrumento de Garantia e Compra Programada, é per-
mitido que a sociedade ofereça aos titulares, além da PMC, um resgate extra de um
bônus, desde que cumpridas as regras por ela estabelecidas (por exemplo, desde que
todos os pagamentos sejam efetuados sem atraso). Este bônus é constituído de forma
independente da PMC.

CAPITALIZAÇÃO 51
UNIDADE 3

A REMUNERAÇÃO DO CAPITAL:
A TAXA DE JUROS
Como já vimos, na Capitalização, o capital aplicado é remunerado
Exemplo (­capitalizado) mensalmente a uma determinada taxa – a taxa de juros
(Anexo 1, “Provisão Matemática para Capitalização”, no Glossário, e art.
Um título da sociedade A 11). No fim de cada período de Capitalização, os juros produzidos são adi-
pode prever uma taxa de juros cionados ao capital, passando a fazer parte desse capital para efeito do
de 0,5% ao mês, enquanto cálculo dos próximos juros. Assim, os juros se destinam à remuneração
um título de outra sociedade do capital, ou seja, são a forma de se retribuir ao dono do capital o fato
B pode prever uma taxa de de ele tê-lo deixado com a Sociedade de Capitalização. Esta operação de
juros igual a 0,35% ao mês. remuneração ocorre na “conta” denominada Provisão Matemática para
Evidentemente, o primeiro irá Capitalização (PMC).
remunerar mais o capital do
que o segundo. De acordo com a legislação em vigor, a sociedade pode determinar o
percentual da taxa de juros que irá remunerar o Título de Capitalização,
devendo, no entanto, atender aos valores mínimos.
Saiba mais Com as mudanças nas taxas de juros aplicáveis à caderneta de ­poupança,
os Títulos de Capitalização também sofreram diversas alterações em suas
As sociedades de taxas, havendo, inclusive, regras de transição para os títulos que já haviam
Capitalização poderão sido comercializados (o que não será abordado aqui). Atualmente, não
estruturar títulos com taxas há mais um vínculo direto entre a taxa de juros aplicável aos Títulos de
diferenciadas de juros ao longo ­Capitalização e a taxa de juros aplicável à caderneta de poupança.
de sua vigência, obedecendo
aos limites mínimos já Quanto aos requisitos, a taxa de juros mínima que a sociedade deve adotar
mencionados. em seu título varia de acordo com a modalidade.

Isso poderia significar, por Para os novos títulos a serem comercializados das modalidades ­Tradicional,
exemplo, que a remuneração Compra Programada e Instrumento de Garantia, a taxa de juros efetiva real
do título poderá ser mensal utilizada para remuneração do título (e/ou sua equivalente anual)
decrescente ou crescente ao deverá corresponder a, no mínimo, 0,35%.
longo dos meses, dependendo
dos objetivos mercadológicos Já para as modalidades Popular, Incentivo e Filantropia Premiável, a taxa
propostos para o produto. de juros efetiva real mensal utilizada para remuneração do título (e/ou a
equivalente anual) deverá corresponder, no mínimo, a 0,16%.
Esta hipótese é praticamente
teórica, uma vez que tal prática A taxa de juros deve constar da nota técnica atuarial e das condições
não está difundida no mercado. gerais do título de Capitalização.

A aplicação da taxa de juros na provisão matemática para Capitalização se


inicia a partir do começo de vigência do título e cessa a partir da data do
seu cancelamento por falta de pagamento ou cessa em função de resgate
antecipado total do título (incluída, nesta hipótese, a liquidação antecipada
por sorteio), ou, ainda, cessa a partir da data do término de sua vigência
(Anexo 1, art. 11, §7º).

CAPITALIZAÇÃO 52
UNIDADE 3

A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
DA PROVISÃO MATEMÁTICA:
A RECUPERAÇÃO
DO PODER DE COMPRA
A legislação define a necessidade de atualização mensal da Provisão
Matemática para Capitalização. Essa atualização visa à manutenção do
poder de compra do capital, não se confundindo com a remuneração
gerada pela incidência de juros (Anexo 1, “Provisão matemática para
Capitalização”, no Glossário, e arts. 11 e 12).

A atualização monetária evita que o valor constituído na provisão mate­


mática sofra os efeitos causados pela desvalorização da moeda. Seu papel
é fundamen­tal em períodos inflacionários mais significativos. No entanto, nos
Saiba mais períodos de baixa inflação, a atualização também é necessária para que a
remuneração obtida pela taxa de juros não seja uma “falsa” remuneração, pois
Veja, no Anexo 3 – Índices seria corroída em parte pela inflação, caso não houvesse a atualização.
de Atualização, a relação dos
A legislação atual exige que, nas Condições Gerais, sejam inseridos
índices de atualização passíveis
o índice e o critério de atualização da provisão. A Resolução CNSP
de serem utilizados pelas
nº 103/2004 estabelece que a PMC deve ser atualizada mensalmente
sociedades de Capitalização,
pelo índice pactuado no plano.
sendo o mais utilizado deles a
Taxa Referencial (TR). O índice pode ser pactuado entre as partes, observadas as normas
estabele­cidas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela
Superintendência de Seguros Privados (Susep). No entanto, como os con-
tratos relativos aos Títulos de Capitalização são, normalmente, contratos
de adesão e devem ser previamente aprovados pela Susep, o índice de
atualização da PMC já está definido. Assim, não é facultada ao subscritor
a possibilidade de estabelecer o índice que atualizará o saldo da PMC. Ele
simplesmente adere ou rejeita (não compra) as condições propostas.

Para melhor esclarecimento do consumidor, quando se utiliza a TR como


índice de atualização da Provisão Matemática para Capitalização, a legisla-
ção obriga que as Condições Gerais e a ficha de cadastro, quando prevista,
apresentem a seguinte mensagem em destaque (Anexo 1, art. 11, “Obs.”):

“O capital formado neste título será atualizado pela Taxa Referencial (TR),
conforme definido na Lei nº 8177/1991.”

CAPITALIZAÇÃO 53
UNIDADE 3

SORTEIO: O GRANDE ATRATIVO


DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO

— Considerações Iniciais
O Título de Capitalização gera, para o titular, dois direitos distintos: o direito
ao resgate do valor da provisão, formado a partir da Capitalização de um
percentual incidente sobre cada valor pago pelo subscritor do título, e o
direito de participação nos sorteios, que, na prática, contemplará apenas
uma parte dos consumidores.

Já mencionamos que, muito do sucesso que os títulos de Capitalização


Saiba mais têm feito no Brasil é atribuído à existência do componente sorteio.

Argumenta-se que o O sorteio, que a princípio deveria exercer uma função apenas acessória
consumidor brasileiro é no processo, pode significar a antecipação do valor que seria recebido
culturalmente propenso a com o resgate final ou ultrapassar, e muito, o saldo que seria obtido com a
aderir ou a adquirir produtos poupança programada ou, ainda, ser inferior a este.
que possuam algum tipo de Assim, atualmente, não há qualquer vínculo entre o valor de prêmio do
componente lotérico. Desse sorteio e o valor do resgate final do título.
modo, podemos dizer que há
uma espécie de preferência As Condições Gerais do título deverão prever a forma de atribuição e apu-
do mercado brasileiro por esse ração dos números em razão dos sorteios (critérios para determinação dos
aspecto lúdico. títulos sorteados), além de definir os múltiplos dos prêmios dos sorteios e
a probabilidade de contemplação do subscritor em cada sorteio (Anexo 1,
art. 9º, §§1º e 3º).

Nos títulos de Capitalização, o sorteio tem que ser um evento aleatório –


que não dependa de prognósticos, de palpites do consumidor. Além disso,
o resultado do sorteio deve ser totalmente imprevisível. Deve-se apurar o
título contemplado seguindo o que determinam as Condições Gerais do
Título de Capitalização. O sorteio tem que garantir a cada título a mesma
chance de ser sorteado.

Importante
Os títulos não comercializados, suspensos ou cancelados, para efeito de sorteio, pertencem
à Sociedade de Capitalização, salvo estipulação em contrário nas condições gerais e desde
que devidamente aprovados pela Susep.
Nos títulos com previsão de contemplação obrigatória, o título sorteado é obrigatoriamente um
título comercializado, desde que atingidos os requisitos definidos nas Condições Gerais do plano.
Na hipótese de não se ter comercializado a quantidade mínima de títulos estabelecida
como critério para que haja contemplação obrigatória, a Sociedade de Capitalização deve-
rá comunicar tal fato ao titular, pelos meios definidos nas Condições Gerais do plano.

CAPITALIZAÇÃO 54
UNIDADE 3

— Efeitos sobre um Título Sorteado


Quando determinado título é contemplado em sorteio, dois efeitos
podem ocorrer:

■ Liquidação antecipada por sorteio.


■ Continuação normal do título (sem liquidação antecipada).
O efeito que efetivamente ocorrerá não depende da escolha do titular que
foi sorteado, pois as condições gerais já determinam o que irá ocorrer com
o título que for sorteado: se será liquidado ou se continuará normalmente
em vigor. A escolha cabe à sociedade ao elaborar o seu plano. Porém, uma
vez definido o critério e uma vez que ele foi aceito pela Susep por meio
da aprovação das condições gerais do título, ele deverá ser aplicado, inde-
pendentemente da vontade do titular e de haver carência.

Um sorteio que foi definido com o efeito da liquidação antecipada impli-


cará que aquele título contemplado nesse sorteio será automaticamente
cancelado, independentemente da vontade do consumidor sorteado e
mesmo que ainda esteja em curso o prazo de carência (lembre-se de que
prazo de carência é para resgate antecipado solicitado pelo titular).

Já o que foi definido com o efeito da continuidade normal de vigência não


pode ser cancelado por vontade da Sociedade de Capitalização, permane-
cendo normalmente em vigor (apenas o consumidor é que poderá resgatá-lo,
observados os prazos de carência) (Anexo 1, art. 10).

Sobre o prêmio de sorteio sempre incidirá imposto de renda. Em termos


fiscais, o sorteio com liquidação antecipada representa um benefício fiscal
em relação ao sorteio sem liquidação antecipada. Isso porque a alíquota
de imposto de renda que incide sobre o prêmio de sorteio com liquidação
antecipada é de 25%, enquanto, no sorteio sem liquidação antecipada, a
alíquota de IR é de 30% (Anexo 1, art. 9º, §8º).

O efeito da liquidação antecipada em sorteio acarretará, para o titular, o


recebimento de três parcelas:

■ Prêmio de sorteio.
■ Saldo integral (100%) da Provisão Matemática para Capitalização.
■ Valor referente ao custeio dos sorteios já pagos pelo subscritor,
cuja realização se der após a liquidação antecipada do título.
Todas as parcelas devem ser atualizadas monetariamente até a data do
efetivo pagamento ao titular.

A última parcela determina que, se, no momento em que o título for con-
templado (e consequentemente cancelado), o subscritor já tiver custeado

CAPITALIZAÇÃO 55
UNIDADE 3

a quota de sorteio relativa a algum sorteio futuro, esse valor tem que ser
Saiba mais restituído ao titular, uma vez que ele não participará mais dos sorteios em
razão da liquidação antecipada.
A sociedade poderá definir
alguns sorteios com liquidação Para facilitar seu entendimento, veja esse exemplo: imaginemos um título
antecipada e outros sem PU, de 12 meses de vigência, que apresenta um sorteio por mês, com liqui-
liquidação antecipada para um dação antecipada. Como o título prevê um único pagamento, é evidente
mesmo título. que o custeio de todos os sorteios ocorre logo no início da vigência. Se um
título for contemplado no oitavo mês de vigência, ele deverá receber o
Porém, a legislação determina
valor das quotas de sorteio relativas aos nono a décimo segundo meses
que os chamados sorteios do
(além do prêmio de sorteio e do saldo integral de sua Provisão Matemática
tipo Premiação Instantânea
para Capitalização), pois não participará desses sorteios, apesar de já
não podem ter liquidação
tê-los custeado.
antecipada por sorteio, devendo

— Tipos de Sorteio
permanecer em vigor o título
sorteado nessa premiação.

Existem dois tipos de sorteios que podem ser previstos no título: o sorteio
comum, que deve ser realizado durante a vigência do título, e um tipo de
sorteio especial denominado premiação instantânea.

Ficou curioso?

Falaremos dos detalhes de cada tipo a seguir.

Sorteio do Tipo Premiação Instantânea


Essa forma de sorteio é realizada previamente ao início de comercialização
da série, sendo seu resultado sigiloso até a aquisição do título, quando,
então, poderá ser “desvendado” diretamente pelo consumidor. Por essa
Raspadinha razão, dizemos que esse sorteio se assemelha à chamada “raspadinha”.
É uma forma de sorteio em
que se raspa o revestimento O processo de comercialização e distribuição de títulos que apresentem sorteios
de determinada área da cartela realizados por meio de premiação instantânea deverá ser totalmente aleatório.
adquirida para descobrir, de forma
imediata, se o adquirente foi O sorteio realizado por meio de premiação instantânea deverá atender aos
contemplado com algum prêmio. seguintes requisitos:

■ O conhecimento relativo à contemplação na premiação instantânea


deverá estar disponível ao titular no momento imediatamente poste-
rior à aquisição do título, dependendo exclusivamente de sua atuação.
■ Os procedimentos que o titular deve utilizar para verificar a con-
templação na premiação instantânea deverão estar previstos nas
condições gerais do título.
■ Para cada série emitida, é necessária a realização de auditoria
independente.

CAPITALIZAÇÃO 56
UNIDADE 3

■ Não poderá ser considerado como uma forma de liquidação ante-


cipada do Título de Capitalização, isto é, um título sorteado na
premiação instantânea não pode ser automaticamente cancelado.
■ Nos sorteios por premiação instantânea, não há a possibilidade de
liquidação antecipada do título, sendo assim, o subscritor continua
obrigado a realizar todos os pagamentos que estejam previstos
nas condições gerais.
■ Limitação para premiação instantânea não superior a 30% (trinta
por cento) do percentual que for adotado pela Sociedade de Capi-
talização para o custeio de todos os sorteios do título.

Sorteios Comuns
São aqueles que ocorrem durante a vigência do título em datas estabeleci-
das pela Sociedade de Capitalização, ainda que de forma genérica, como
sorteios a serem realizados no último sábado de cada mês de vigência.

Nos sorteios comuns, é facultada à Sociedade de Capitalização a utilização


dos resultados de loterias oficiais para a apuração dos seus números sor-
teados ou a utilização de processos próprios para essa apuração, devendo
a escolha estar prevista nas condições gerais.

O mais comum é a utilização do resultado das extrações da Loteria Fede-


ral. Na hipótese de os órgãos oficiais não realizarem os sorteios nas datas
previstas, ou se forem definitivamente extintos, ou alterarem a sua forma
de realização de modo a torná-los incompatíveis às condições do título, a
Sociedade de Capitalização deve promover a realização de sorteios subs-
titutivos aos oficiais, em idênticas condições às previstas originariamente
no título, com prévia divulgação do fato aos subscritores e aos titulares de
títulos (Anexo 1, art. 9º, §§5º e 7º).

A Sociedade de Capitalização deverá especificar nas Condições Gerais


do título os procedimentos e os prazos para a realização de sorteios
substitutivos aos sorteios oficiais não realizados em conformidade com o
originalmente previsto, não podendo o prazo ser superior a 30 (trinta) dias
da data originalmente prevista para o sorteio.

Em casos de sorteios procedidos pela própria Sociedade de Capitalização,


incluindo os sorteios substitutivos, estes deverão ser realizados nas sedes,
sucursais ou quaisquer estabelecimentos de livre acesso aos subscritores
e aos titulares de títulos, precedida de ampla divulgação, com a presença
obrigatória de um representante de auditoria independente.

CAPITALIZAÇÃO 57
UNIDADE 3

Observações
■ Para cada sorteio próprio realizado e nos casos de premiação instantânea, as socie-
dades de capitalização manterão à disposição da Susep o relatório da auditoria
independente, do qual deverão constar, no mínimo:
» As regras estabelecidas pela Sociedade de Capitalização para determinação
dos resultados de sorteios a serem obtidos.
» Parecer atestando a aleatoriedade, a equiprobabilidade de ocorrência dos pos-
síveis resultados e a efetiva distribuição dos prêmios previstos nas condições
gerais.
» Parecer atestando a garantia de sigilo quanto ao conhecimento dos títulos con-
templados, no caso de premiação instantânea.
■ Verificar que, no Anexo 1, não há premiação instantânea e que, no sorteio comum,
utilizou-se o resultado da Loteria Federal (Anexo 1, art. 9º, caput e §§2o, 4º, e 6º).

— Valores dos Prêmios dos Sorteios


O valor de cada prêmio bruto individual de sorteio é definido como um

Exemplo múltiplo da contribuição, sendo este múltiplo não inferior a uma unidade,
garantido a cada título contemplado, independentemente de haver fracio-
namento do prêmio de sorteio entre mais de um ganhador. Esta informação
Imagine um sorteio em que
deve estar nas condições gerais (Anexo 1, art. 9º, §3º) e na nota técnica atua-
o prêmio seja 4.000 vezes o
rial do título.
valor da contribuição. Assim, se
a contribuição for de R$ 20,00, Nas condições gerais do título, os prêmios não são definidos diretamente
o prêmio de sorteio será de em reais, mas sim como um número (múltiplo) que deverá ser multiplicado
R$ 80.000,00 para o título pelo valor da contribuição para se encontrar o prêmio de sorteio em reais.
sorteado (4.000 × R$ 20,00).
Lembre-se de que uma mesma série de títulos pode ser comercializada com
valores diferentes de contribuição. Essa é a principal razão para que o prê-
mio seja um múltiplo da contribuição, pois o múltiplo é o mesmo para todos,
mas os prêmios em reais não. Dessa maneira, garante-se o chamado equi-
líbrio financeiro da série, isto é, títulos de valores de contribuição maiores
contribuem mais para o sorteio e, se sorteados, receberão um prêmio maior,
Atenção apesar de o múltiplo ser o mesmo para todos.

Atualmente, os sorteios que preveem a liquidação antecipada do título con-


Sobre o valor sorteado, sempre templado apresentam uma alíquota de 25% de imposto de renda sobre o
incide Imposto de Renda Reti- prêmio de sorteio, enquanto os sorteios que possibilitam a continuidade do
do na Fonte (IRRF), conforme título contemplado após o sorteio sofrem a incidência de 30% de Imposto de
legislação tributária em vigor. Renda (Anexo 1, art. 9º, §8º, e art. 10º).

CAPITALIZAÇÃO 58
UNIDADE 3

Nas condições gerais do título, deverá também ser informado se o valor do


prêmio de sorteio é bruto (sobre o qual ainda incidirá imposto de renda) ou
se já é livre de imposto (Anexo 1, art. 9º, §3º). Sendo informado o valor bruto,
as condições gerais deverão informar, também, a alíquota vigente de IR que
incidirá sobre o prêmio.

Observação
Como nos títulos PU o pagamento é realizado logo no início de sua vigência e o prêmio
de sorteio é definido como um múltiplo do valor do pagamento, poderia ocorrer que, em
títulos PU de prazo de vigência muito longos, o prêmio de sorteio fosse gradativamente
sendo corroído pela inflação.
Assim, a legislação obriga que os prêmios de sorteios, nos casos de título de pagamento
único (PU) com sorteios após o 12o mês de vigência, sejam atualizados monetariamente.

— Limites aos Prêmios


e às Quotas de Sorteio
O critério matemático utilizado para a determinação da quota de sorteio,
ou seja, o percentual das contribuições referente ao custeio dos sorteios
deve constar obrigatoriamente da Nota Técnica do Título de Capitalização
e é um dos fatores mais relevantes na análise feita pela Susep para a apro-
vação do título.

A legislação estabelece uma série de regras para a estipulação dos valores


dos prêmios de sorteios e também para os valores das quotas de sorteio
nos títulos de Capitalização que, evidentemente, limitam os prêmios a
serem distribuídos em um título. Algumas regras variam, inclusive, de acor-
do com a modalidade.

1a regra
O valor de cada prêmio bruto individual de sorteio deverá ser
fixado como um múltiplo do pagamento periódico (PP), pagamen-
to mensal (PM) ou pagamento único (PU) do título, sendo esse
múltiplo não inferior a uma unidade, observadas as disposições
específicas (Anexo 1, art. 9º, §3º).

2a regra
O percentual para os sorteios de premiação instantânea estará
limitado a 30% do percentual que for adotado pela Sociedade de
Capitalização para o custeio de todos os sorteios do título, ou seja, de
todos os prêmios de sorteio previstos para uma série, no máximo 30%
desse total poderão ser destinados para a premiação instantânea.

CAPITALIZAÇÃO 59
UNIDADE 3

Deve-se ter muito cuidado em observar o limite para a premiação instantâ-


Importante nea. Observe o exemplo a seguir para entender melhor:

Não é possível um título, em Se uma sociedade deseja distribuir um prêmio total de 20.000 vezes o
que o valor de contribuição valor da contribuição em determinada série, ela poderá, no máximo, desti-
é de R$ 100,00, distribuir nar para a premiação instantânea 30% desse valor, ou seja, 6.000 vezes o
um prêmio de sorteio de valor da contribuição. Se ela se utilizar do valor máximo de 6.000 vezes o
R$ 80,00, pois este valor valor da contribuição para a premiação instantânea, restarão 14.000 vezes
corresponderia a 0,80 do o valor da contribuição para serem distribuídos nos sorteios comuns.
valor da contribuição (menos
Lembre-se: o limite é de 30% sobre todos os prêmios de sorteio. Por isso,
do que uma vez o valor da
no nosso exemplo, 30% incide sobre 20.000 vezes o valor da contribuição,
contribuição).
e não 30% do valor que for destinado aos sorteios comuns.

3a regra
Na modalidade Popular, que apresenta no sorteio o grande atrativo
à sua aquisição, a legislação prevê que, no mínimo, 5% do valor total
dos pagamentos sejam destinados ao sorteio.

Caso ainda esteja em dúvida, acompanhe os três exemplos de cálculo a seguir.

Exemplo 1
Em uma série de um título PU composta por 100.000 títulos, são distribuídos os seguintes
prêmios de sorteio:
■ Três prêmios instantâneos de 1.000 vezes o valor da contribuição.

■ Quatro prêmios de 5.500 vezes o valor da contribuição, obtidos a partir do resultado da


Loteria Federal.
Desse modo, o prêmio total de sorteio a ser distribuído no título será de:
(3 × 1.000) + (4 × 5.500) = 3.000 + 22.000 = 25.000
Isto é: 25.000 vezes o valor da contribuição.
Como o custo dos sorteios é dividido pelos títulos, pode-se calcular a quota de sorteio (QS)
para os títulos PU a partir da expressão:
QS = custo dos sorteios/tamanho da série.
Onde:
QS = 25.000/100.000 = 25%.
Essa série obedece ao limite mínimo de sorteio para a modalidade Popular, que é o de
5% do total das contribuições.
Como nos títulos PU, o percentual da quota de Capitalização deverá ser, no mínimo, 50%
(cinquenta por cento) do valor da contribuição na modalidade popular, restaria 25% para a
quota de carregamento.
O percentual dos sorteios instantâneos, em relação ao total dos sorteios, é de
3.000/25.000 = 12%, o que é inferior ao limite máximo de 30% previsto na norma.
Esses resultados mostram que a quota total de sorteio e o percentual de sorteio instantâ-
neo estão em conformidade com a legislação.

CAPITALIZAÇÃO 60
UNIDADE 3

Exemplo 2
Uma sociedade pretende aprovar uma série de títulos PU da modalidade Tradicional,
com 200.000 títulos, em que sejam previstos três prêmios instantâneos de 4.000 vezes
o valor do título e cinco prêmios de 2.400 vezes o valor do título, sendo estes últimos
distribuídos por meio de sorteios que serão realizados pela Sociedade de Capitalização
durante a vigência do título (sorteios comuns próprios).
Desse modo, o prêmio total de sorteio a ser distribuído no título será de:
(3 × 4.000) + (5 × 2.400) = 12.000 + 12.000 = 24.000
Esse resultado leva a uma quota total de 12% (24.000/200.000).
Entretanto, o percentual dos sorteios instantâneos em relação aos sorteios totais será
de 12.000/24.000 = 50%, ultrapassando, portanto, o limite permitido na legislação, que
é de 30%. Assim, a aprovação não seria concedida.

Exemplo 3
Suponha uma série de títulos PU da modalidade Popular, com 100.000 títulos, em que
sejam previstos 40 prêmios de 100 vezes o valor do título, que serão distribuídos por
meio de sorteios realizados pela Sociedade de Capitalização durante a vigência do
título (sorteios comuns próprios), não havendo premiação instantânea.
A premiação total de sorteio será: (40 × 100) = 4.000
Esse resultado leva a uma quota total de 4% (4.000/100.000), não estando de acordo,
então, com a legislação em vigor, que estabelece ser de, no mínimo, 5% o custeio com
os sorteios na modalidade Popular.

Aqueles títulos em que o custeio dos sorteios não observa os limites


estabelecidos pela legislação não receberão aprovação da Susep, não
podendo, obviamente, ser comercializados.

4ª regra
As Sociedades de Capitalização somente poderão estruturar títu-
los em que o valor máximo do somatório de todos os sorteios
previstos, por série e em cada mês, seja igual ou inferior a 10% do
último patrimônio líquido auditado.

Observe o exemplo a seguir.

CAPITALIZAÇÃO 61
UNIDADE 3

Exemplo 4
Para uma série emitida por uma sociedade cujo valor do último PL auditado é de
R$ 4.000.000,00, o valor máximo mensal do prêmio distribuído por sorteios estará
limitado a:
10% × PL = 0,1 × R$ 4.000.000,00 = R$ 400.000,00.

— Pagamento do Prêmio do Sorteio


e Comunicação ao Titular Sorteado
O pagamento do prêmio de sorteio ao contemplado deverá ser disponi-
bilizado em até 15 (quinze) dias corridos contados a partir da entrega da
documentação completa necessária para pagamento da premiação, por
meio de rede bancária ou de outras formas admitidas em lei, observadas
as normas em vigor (Anexo 1, art. 9º, §10º).

O valor do prêmio de sorteio deverá ser acrescido de juros moratórios pre-


vistos nas condições gerais do título, não inferior à taxa que estiver em
vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacio-
nal, caso a Sociedade de Capitalização não cumpra o prazo especificado,
ressalvados os casos em que o titular não mantém seus dados cadastrais
atualizados ou não comunica à Sociedade de Capitalização a realização
de cessão, informando os dados cadastrais do novo subscritor ou do(s)
novo(s) titular(es), respectivamente (Anexo 1, art. 9º, §11o).

Em relação à comunicação ao titular no caso de ele ser sorteado, é impor-


Saiba mais tante observar o que diz a legislação em vigor:

É admitida a previsão, O titular do título contemplado em sorteio deverá ser


nas Condições Gerais, do notificado pela Sociedade de Capitalização, por escrito,
parcelamento do pagamento mediante correspondência expedida com Aviso de Recebi­
do prêmio de sorteio em, no mento (AR), ou por qualquer meio que se possa comprovar.
máximo, 12 meses consecutivos. A notificação deve ser realizada em até 40 (quarenta) dias
Nesse caso, o prêmio se após a data da realização do sorteio.
transforma em uma espécie
de renda mensal recebida Tal como o valor de resgate, a Sociedade de Capitalização deverá efetuar
pelo titular. Haverá atualização o pagamento do prêmio de sorteio por qualquer meio legalmente admitido
monetária e incidência de taxa e disponível na cidade de domicílio do titular, sendo vedada a reaplicação
de juros mensais sobre as do valor do prêmio de sorteio em outro título sem a prévia e expressa
parcelas a serem pagas. anuência do titular.

CAPITALIZAÇÃO 62
UNIDADE 3

O RESGATE
DE UM TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
O resgate de um título de Capitalização representa o pagamento, pela
Sociedade de Capitalização, de determinada quantia ao titular, extraída da
Provisão Matemática para Capitalização (Anexo 1, art. 11).

Importante
Os valores de resgate e de sorteio também devem ser atualizados monetaria-
mente, a partir das datas de solicitação ou de realização, respectivamente, até a
data do seu efetivo pagamento (Anexo 1, arts. 14 e 15).
Não se deve confundir a atualização anual do valor dos pagamentos, que nem
sempre se verifica nos títulos, com a atualização monetária mensal da Provisão
Matemática para Capitalização, que é obrigatória.

A Sociedade de Capitalização deverá efetuar o pagamento do resgate por


qualquer meio legalmente admitido e disponível na cidade de domicílio do
titular, sendo vedada a reaplicação do valor de resgate em outro título sem
a prévia e expressa anuência do titular.

Para os Títulos de Capitalização em que o pagamento da contribuição ocor-


ra por meio de débito automático em conta, a Sociedade de Capitalização
deve realizar, quando do fim da vigência do título, o depósito automático
do correspondente valor de resgate, salvo se verificada a impossibilidade
devidamente justificada de efetivação de crédito em conta.

Quando não houver o depósito automático, a Sociedade de C ­ apitalização


deverá possuir procedimentos operacionais que viabilizem, quando do
fim da vigência do título de Capitalização, no seu cancelamento ou no
momento do seu resgate antecipado, a ciência ao(s) titular(es) sobre a
disponibilidade do valor de resgate, mediante correspondência expedi-
da com aviso de recebimento (AR) ou por qualquer meio que se possa
comprovar. Esse procedimento deve ser executado caso o pagamento
do resgate não seja efetuado em até 40 (quarenta) dias a partir da data
em que se tornou exigível.

Para qualquer modalidade, as condições gerais do título devem assegurar


o direito do titular em optar por receber o valor do resgate em moeda cor-
rente, independentemente de qualquer vinculação estabelecida à época
da subscrição do título.

Deverá estar claro, na ficha de cadastro e em todos os documentos de publici-


dade do título de Capitalização, que se os valores não forem resgatados dentro
do prazo prescricional, o titular do direito de resgate perderá esse direito.

CAPITALIZAÇÃO 63
UNIDADE 3

Quanto ao momento do resgate, há três hipóteses possíveis: poderá ser


antecipado em relação ao fim da vigência (por solicitação do titular), ser
decorrente de contemplação em sorteio (liquidação antecipada por sor-
teio) ou, ainda, ocorrer após o encerramento da vigência do título.

Quanto ao montante, o resgate poderá ser parcial ou total, o que será visto
detalhadamente a seguir.

— Resgate Parcial
É aquele que não esgota a totalidade do montante presente na provisão
Saiba mais matemática para Capitalização, isto é, durante a vigência do título, o titular
solicita o levantamento (resgate) de parte do valor presente em sua Provisão
No modelo constante do Matemática sem esgotar o saldo dessa provisão.
Anexo 1, não foi prevista a
possibilidade de resgate parcial. Neste caso, haverá a continuidade normal do título, isto é, o resgate parcial
não acarreta nem a suspensão, nem o cancelamento do título, não afetando,
Importante também, o direito de participação nos sorteios.

O resgate parcial só poderá ser efetuado caso esteja previsto nas Condi-
O resgate parcial é uma forma ções Gerais do título. Se previsto, deverá seguir as regras impostas nas
de resgate antecipado, pois próprias condições gerais, como o valor mínimo a ser resgatado e o perío-
ocorre antes do fim de vigência do mínimo de intervalo entre os resgates.
do título.

— Resgate Total
O resgate total, por sua vez, esgota todo o valor constituído na Provisão
Matemática para Capitalização, podendo o titular, conforme o caso, ficar
com todo esse valor ou não. O resgate total sempre estará vinculado ao
encerramento/cancelamento do título.

Existem três formas de resgate total: por liquidação antecipada por sorteio
(obrigatória, quando assim definido), antecipado por solicitação do titular
(facultativo) e por encerramento da vigência do título (regular).

Que tal conhecer cada uma delas?

Siga adiante!

Resgate Total por Liquidação


Antecipada por Sorteio
Quando um título é sorteado, dois efeitos podem ocorrer:

1. Continuidade normal da vigência: O titular recebe o prêmio do


sorteio, mas o título tem a sua vigência mantida, podendo, inclu-
sive, o titular participar dos demais sorteios (e até ser premiado
novamente) (Anexo 1, art. 10º).

CAPITALIZAÇÃO 64
UNIDADE 3

O titular poderá continuar a realizar os pagamentos, mantendo seu título ativo


e fazendo jus ao recebimento da Provisão Matemática para Capitalização no
encerramento do prazo de vigência, da mesma forma que os demais títulos.

Você percebeu aqui como o Título de Capitalização é diferente do con-


sórcio? No consórcio, há um vínculo entre a contemplação e o valor a ser
recebido, isto é, ser contemplado significa receber antecipadamente o
valor, devendo o consorciado continuar a pagar as suas mensalidades. Já
no título, o prêmio por sorteio não apresenta qualquer vínculo com o valor
de resgate, ou seja, ser sorteado em nada altera o recebimento do valor de
resgate. Aliás, não havendo a previsão de liquidação por sorteio, o sortea-
do prosseguirá no título como se nada tivesse acontecido.

2. Obrigatoriedade de liquidação antecipada: Para que este


efeito ocorra, as condições gerais devem prever que, se o título
for sorteado, será automaticamente resgatado e encerrado. Nes-
se caso, o titular receberá o prêmio de sorteio e o valor presente
em sua provisão matemática para capitalização e na provisão
para distribuição de bônus, quando houver, em razão do encer-
ramento do título.

Não poderá haver penalidade para esse resgate provocado pela contem-
plação em sorteio, ou seja, o titular deverá receber integralmente (100%) o
valor presente na provisão. O valor a receber, proveniente da provisão mate-
mática, é independente do valor a receber em função do prêmio do sorteio.

Se as condições gerais determinam que certo sorteio apresenta liquidação


antecipada, o título contemplado naquele sorteio será obrigatoriamente
resgatado, independentemente da vontade de o titular desejar continuar
com seu título, devendo-lhe ser pago, entretanto, o saldo integral (sem
qualquer penalidade) da Provisão Matemática para Capitalização (ainda
que dentro do prazo de carência), além, é claro, do próprio prêmio de sor-
teio. Mais tarde, veremos que essa forma de liquidação representa, em
termos fiscais, um benefício para o consumidor.

Assim, o resgate total por liquidação antecipada por sorteio ocorre sempre
que um título é sorteado em um sorteio que, previamente, nas condições
gerais do título, estabelecia o seu encerramento em caso de contemplação
e o consequente recebimento do saldo integral da PMC.

Resgate Total Antecipado por Solicitação


do Titular (Anexo 1, art. 11)
O resgate total antecipado por solicitação do titular funciona de forma
semelhante ao resgate parcial, com a diferença de que, ao solicitar o res-
gate total antecipado, durante a vigência do título, ocorrerá a baixa integral
do valor constituído na provisão matemática e o cancelamento do título.
Assim, uma vez solicitado o resgate antecipado total durante a vigência,
o título não concorrerá mais aos sorteios em razão de seu cancelamento.

CAPITALIZAÇÃO 65
UNIDADE 3

No entanto, esse resgate, tal qual o parcial, somente será efetivado após o prazo
de carência estabelecido nas condições gerais do título. Assim, durante o prazo
de carência previsto, o titular não poderá exigir o recebimento, nem total nem
Importante parcial, do valor constante da Provisão Matemática para Capitalização.

O resgate antecipado, seja ele parcial ou total, pode sofrer a aplicação


O percentual de desconto
de uma penalidade em razão de frustrar a expectativa da Sociedade de
que pode incidir sobre o
Capitalização, já que a vigência do título não foi observada por vontade
valor em caso de resgate
exclusiva do titular. Esse percentual de desconto é conhecido como pena-
antecipado é chamado de
lidade, que abordaremos detalhadamente mais à frente.
penalidade.
Resgate Total por Encerramento da
Vigência do Título (Anexo 1, art. 11)
No resgate total por encerramento da vigência do título, encerrada a vigên-
cia, o valor constituído na Provisão Matemática para Capitalização e na
provisão para distribuição de bônus, quando houver, deve estar integral-
mente disponível para o titular.

Essa forma de resgate representa a situação mais natural do título, cum-


prindo com o seu objetivo inicial: formar um determinado capital a ser
resgatado ao final da vigência. O consumidor completa a vigência definida
para o título, fazendo jus ao resgate integral da PMC, isto é, sem que seja
possível haver qualquer penalidade.

Contudo, deve-se ter cuidado com o significado da afirmação anterior.


Dizer que, ao final da vigência, o titular receberá todo o capital presente
na Provisão Matemática para Capitalização (100% do saldo da PMC) não
significa concluir que ele irá resgatar valor igual à soma de todos os paga-
mentos efetuados pelo subscritor (100% dos valores pagos).

Por que não?

A explicação é simples: algumas modalidades, de fato, estabelecem que o


saldo final da provisão deverá corresponder, no mínimo, ao total do valor
pago (100% do saldo da provisão ≥ 100% dos valores pagos). Contudo, há
outras modalidades em que tal fato não ocorrerá. Assim, é possível haver
um Título de Capitalização que não restitui ao titular, ao final do prazo de
vigência, o valor total que foi pago pelo subscritor.

CAPITALIZAÇÃO 66
UNIDADE 3

Importante
■ Deverá constar das condições gerais, em destaque, que se aplicará, quando do
pagamento do resgate, tratamento tributário na forma da legislação fiscal vigente.
Há incidência de imposto de renda sobre o valor a ser resgatado se este superar o
montante dos valores pagos pelo subscritor ao longo da vigência do título (Anexo
1, art. 11, §6º).
■ A legislação em vigor estabelece que o pagamento do resgate deverá ser dispo-
nibilizado em até 15 dias corridos, contados a partir da entrega da documentação
completa, após o término da vigência ou após o cancelamento do título (seja por
liquidação antecipada por sorteio, seja por falta de pagamento) ou, ainda, após a
solicitação por parte do titular no caso de resgate antecipado (Anexo 1, art. 11, §3º).
■ Caso a Sociedade de Capitalização não cumpra o prazo especificado, o valor do
resgate deverá ser acrescido de juros moratórios previstos nas condições gerais
do título, não inferior à taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de
impostos devidos à Fazenda Nacional. A exceção é somente para os casos em que
o titular não mantém seus dados cadastrais atualizados ou não comunica à Socie-
dade de Capitalização a realização de cessão, informando os dados cadastrais do
novo subscritor ou do(s) novo(s) titular(es), respectivamente (Anexo 1, art. 11, §4º).
■ ambém haverá resgate quando o título for cancelado por inadimplência. As condi-
T
ções gerais devem definir o número máximo de meses que o título pode permanecer
suspenso em razão da falta de pagamento. Extrapolado esse prazo máximo, o título
estará rescindido (cancelado). No entanto, a legislação estabelece que as socieda-
des não podem se apropriar do valor que foi constituído na Provisão Matemática
para Capitalização, ainda que o cancelamento ocorra dentro do prazo de carência.
Nesse caso, a sociedade deverá colocar à disposição do titular o valor de resgate
quando se encerrar a carência (Anexo 1, art. 11).
■ s títulos que, ao final do prazo de vigência, estabelecem capital de resgate de 100%
O
ou mais em relação aos pagamentos efetuados, além de atualização monetária pela
TR, não formarão o mesmo capital comparado ao da caderneta de poupança, pois
o capital formado na caderneta de poupança é calculado sobre a totalidade dos
depósitos e incluem a variação da TR, além da taxa de juros vigente ao mês. No
caso dos títulos de Capitalização, há também juros mensais (mas a taxa não é obri-
gatoriamente a mesma da poupança) e, em geral, variação pela TR, mas estes não
incidem sobre a totalidade dos pagamentos. O título, ao prever um resgate de 100%
(ou mais) ao final da vigência, já incluiu a taxa de juros no cálculo, restando apenas a
atualização pela TR. Dizer que há atualização pela TR não significa dizer que o capital
formado será igual ao que seria constituído por meio da caderneta de poupança.

CAPITALIZAÇÃO 67
UNIDADE 3

— Penalidade
No caso de resgate antecipado por solicitação do titular, parcial ou total,
a Sociedade de Capitalização poderá fixar, desde que prevista nas condi-
ções gerais do título, uma penalidade em função de o titular não respeitar
o prazo de vigência do título de Capitalização (Anexo 1, art. 11, §2º).

Essa penalidade é definida como um percentual a ser aplicado sobre o


montante resgatado e será retida pela Sociedade de Capitalização como
uma espécie de multa.

No entanto, a legislação fixa percentuais mínimos que a Sociedade de


Capitalização deverá restituir, aplicados ao valor da provisão matemática
para Capitalização, que varia de acordo com a vigência do título.

PERCENTUAL MÍNIMO DE RESTITUIÇÃO EM CAPITALIZAÇÃO

PERCENTUAL MÍNIMO
RESGATE ANTECIPADO A RESTITUIR

Até ½ do prazo de vigência 90%

Importante A partir de ½ do prazo até ¾ do prazo de vigência 95%

A partir de ¾ do prazo de vigência 100%


O resgate originado na
Para efeito de aplicação do percentual disposto na tabela, deverá ser con-
liquidação antecipada do
siderada a data em que o pagamento será efetivamente disponibilizado ao
título por sorteio ou o resgate
titular, qualquer que tenha sido a data da solicitação do resgate antecipado.
total ao final do prazo de
vigência deverá corresponder Na hipótese de resgate antecipado ou cancelamento dos títulos de paga-
sempre a 100% da provisão mentos mensais (PM) ou de pagamentos periódicos (PP), a Sociedade de
matemática para Capitalização, Capitalização deverá restituir ao titular o maior valor entre a Provisão
isto é, jamais poderá haver Matemática para Capitalização e 50% (cinquenta por cento) do total das
penalidade em tais casos. contribuições efetuadas.

A exceção à aplicação da penalidade se dá na Modalidade Instrumento


de Garantia, que estudaremos a seguir. Nesse caso, se ocorrer a extinção
antecipada do contrato principal que dispõe sobre a obrigação garantida,
o titular poderá: utilizar o título para garantir outro contrato; solicitar o
resgate antecipado, sem aplicação de qualquer penalidade; ou aguar-
dar o término da vigência do título e realizar o resgate final. Convém
ressaltar que se o titular decidir aguardar o término da vigência do título
para efetuar o resgate, continuarão a ser aplicados os juros e a correção
monetária sobre a PMC (Provisão Matemática de Capitalização), confor-
me previsto nas condições contratuais, assim como o título manterá o
direito de participar dos sorteios.

CAPITALIZAÇÃO 68
UNIDADE 3

A TABELA DE RESGATE
Nas Condições Gerais dos Títulos, deverá ser incluída uma tabela informan-
do a evolução da PMC ao longo da vigência, denominada de tabela de
resgate (Anexo 1, art. 11, Tabela 1).

A tabela de resgate discrimina o percentual de resgate em função do pra-


zo de vigência do título, considerando que todos os pagamentos foram
devidamente efetuados, assim como os demais parâmetros relevantes
para o cálculo, como os eventuais fatores de redução (penalidades) para
resgates antecipados.

O percentual apresentado deve incidir sobre o montante dos pagamentos


já efetuados até aquele momento, gerando assim um cálculo aproximado
do valor a que o titular terá direito se solicitar no resgate.

Mas, você pode estar se perguntando: como é o cálculo desse percentual?


Nota
Bem, a elaboração dessa tabela leva em consideração as quotas de Capita-
lização, a taxa de juros, a existência de eventuais penalidades em caso de
Tabela de Resgate
resgate antecipado e a exigência de restituir no mínimo 50% do total das
O objetivo da tabela de contribuições efetuadas.
resgate é permitir ao titular
um cálculo aproximado, mas O cálculo é aproximado, uma vez que a tabela não considera a atualização
de fácil realização, do valor monetária (Anexo 1, art. 11, “Obs.”). Assim, a tabela indica, ao final de cada
que ele poderia resgatar mês de vigência, o montante aproximado que poderia ser resgatado pelo
em uma determinada época titular. Esta informação é apresentada a partir de um percentual que deverá
durante a vigência do título. ser aplicado sobre a soma dos valores pagos.

Os percentuais de resgate presentes na tabela são obtidos a partir dos mes-


mos dados que servem de auxílio para a formação da Provisão Matemática
para Capitalização (quota de Capitalização e taxa de juros). No entanto, nem
sempre o valor resgatado corresponderá ao saldo total dessa provisão, em
razão de a tabela também considerar a aplicação de penalidade.

Vamos usar um exemplo para que esses conceitos fiquem bem claros
para você: se em um determinado mês de vigência há uma penalidade
de 10% (o que significa dizer que, do saldo da provisão matemática, 10%
serão retidos pela sociedade em caso de resgate antecipado), a tabela, ao
apresentar o percentual de resgate, já levou em consideração a aplicação
dessa penalidade, isto é, o percentual assinalado na tabela já apresenta
o valor “líquido” a ser resgatado, tendo sido “descontada” a penalidade
existente, pois seu objetivo é informar ao titular que percentual dos paga-
mentos ele poderia resgatar naquele momento.

Assim, Provisão Matemática para Capitalização e tabela de resgate não


são sinônimos! Ficou claro? Veja outras diferenças.

CAPITALIZAÇÃO 69
UNIDADE 3

A Provisão Matemática para Capitalização é algo real que vai sendo cons-
truído ao longo da vigência do título, incorporando juros e atualização
monetária, levando-se em consideração, também, o fato de os pagamen-
tos terem sido ou não efetuados.

Já a tabela de resgate é algo teórico. Parte da premissa de que todos os


pagamentos serão realizados corretamente, aplica a penalidade prevista
nas condições gerais e considera, antecipadamente, a incidência de juros.
No entanto, não leva em conta a atualização monetária, o que seria tecni-
camente impossível, uma vez que os valores dos índices de atualização
somente são conhecidos posteriormente, ou seja, durante a vigência.

A seguir, você vai poder observar uma tabela para resgate de um título PP,
da modalidade Popular, com 12 meses de prazo de vigência, e que estabe-
lece a realização de nove pagamentos mensais e sucessivos, sendo cada
pagamento no valor de R$ 10,00.

Fique atento aos comentários indicados pelos asteriscos para entender


como ela foi elaborada.

RESGATE DE UM TÍTULO PP, MODALIDADE POPULAR

% DE RESGATE SOBRE A SOMA


MÊS DE VIGÊNCIA DOS PAGAMENTOS EFETUADOS*

1 50,00

2 50,00

3 56,00

4 61,43

5 64,77

6 67,06

7 72,57

8 73,96

9 79,04

10** 79,43

11** 79,83

12** 80,22

* Esta tabela foi elaborada considerando as seguintes quotas de Capitalização:


mês 1 e 2 = 50%, meses 3 a 9 = 85%. Observe que a média aritmética de todas
as quotas de Capitalização é de 77,223%, atendendo a todos os requisitos
existentes para as quotas de Capitalização. Além disso, foram levados em conta
a taxa de juros igual a 0,5% ao mês e um fator de redução (penalidade) igual a
10% até o sexto mês de vigência e de 5% nos sétimo e oitavo meses. Não há
penalidade a partir do nono mês. Ainda foi considerada a exigência legislativa
de que a Sociedade de Capitalização deverá restituir ao titular o maior valor
entre a Provisão Matemática para Capitalização e 50% (cinquenta por cento) do
total das contribuições efetuadas.

CAPITALIZAÇÃO 70
UNIDADE 3

** Observe-se também que, nos meses 10, 11 e 12, não há mais pagamentos, já
que o plano só prevê nove pagamentos.

Ainda em dúvida?
Então veja com atenção o exemplo a seguir.

Exemplo
Se o titular solicitar o resgate após ter efetuado dois pagamentos (2 × R$ 10,00 =
R$ 20,00), ele terá direito a 50% do valor que pagou, resultando, então, em R$ 10,00
(50% de R$ 20,00).
Já se o titular permanecer até o final do plano, tendo, portanto, realizado nove paga-
mentos (9 × R$ 10,00 = R$ 90,00), ele terá direito a 80,22% do que pagou, ou seja,
R$ 72,20 (80,22% de R$ 90,00).
Em ambos os casos, não se levou em consideração a atualização monetária, ou seja, os
valores encontrados ainda sofrerão a atualização pelo índice de atualização estabeleci-
do no plano (a TR é o mais comum) referente ao período de vigência.
Como não pode haver penalidade uma vez encerrada a vigência do título, a última linha
da tabela de resgate (mês final de vigência) deverá, obrigatoriamente, representar a in-
tegralidade (100%) do saldo da provisão matemática para capitalização sem considerar
a atualização monetária.

CAPITALIZAÇÃO 71
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3

Marque a alternativa correta

1. As Sociedades de Capitalização devem estar de acordo com a legisla-


ção em vigor e precisam estruturar os títulos de Capitalização em séries. A
alternativa que melhor define uma série de títulos é:

(a) Os números com os quais cada titular concorre aos sorteios.


(b) Uma sequência de títulos elaborados de acordo com as mesmas
características e pertencentes a um mesmo plano de Capitalização.
(c) Um conjunto de títulos sorteados.
(d) Uma sequência de diferentes títulos vendidos por um mesmo corretor.
(e) Uma quantidade qualquer de títulos tomada aleatoriamente com o
mesmo valor de contribuição.

2. A fim de que os valores das contribuições não sejam "corroídos" pelos


efeitos inflacionários, as condições gerais do título podem prever a atuali-
zação do valor da contribuição na seguinte situação:

(a) Pode ter periodicidade mensal.


(b) Pode ser prevista tanto para os títulos PU quanto para os PP e PM.
(c) É obrigatória se a vigência for superior a 24 meses.
(d) Poderá ser prevista apenas para os títulos com prazo de pagamento
superior a 12 meses.
(e) É obrigatória em todos os títulos.

CAPITALIZAÇÃO 72
FIXANDO CONCEITOS

3. A parte de cada contribuição que será destinada à formação do capital a ser


resgatado pelo titular ao final da vigência é chamada de Provisão Matemática
de Capitalização e pode ser definida como:

(a) Constitui a poupança programada do titular do Título de ­Capitalização,


correspondendo a um saldo sobre o qual incidem a atualização
monetária e os juros.
(b) Constitui a poupança programada do titular do Título de ­Capitalização,
correspondendo a um depósito, mas sobre o qual incide apenas a
correção monetária.
(c) Constitui a poupança programada do titular do Título de C
­ apitalização,
bem como aquela parte que financia os sorteios periódicos, mas
sobre a qual incidem apenas os juros, normalmente, de 6% a.a.
(d) Constitui a poupança programada do titular do Título de ­Capitalização,
correspondendo a um valor pago à parte e opcionalmente pelo
subscritor, na medida em que somente sobre essa parte incidem a
correção monetária e os juros, normalmente, de 6% a.a.
(e) É direcionada ao sorteio e, portanto, não existe sobre ela a i­ ncidência
de correção monetária e de juros.

4. O sorteio representa um elemento de grande apelo na comercialização


dos títulos de Capitalização. O sorteio realizado por meio de premiação
instantânea (raspadinha) é um tipo de sorteio que deve obedecer a alguns
requisitos, entre eles:

(a) O conhecimento relativo à contemplação na premiação instantânea


deverá estar disponível ao titular em até 15 dias úteis de sua aquisição.
(b) Os procedimentos que o titular deve utilizar para verificar a contem-
plação na premiação instantânea deverão estar previstos na Nota
Técnica Atuarial do título.
(c) Não é necessária a realização de auditoria independente.
(d) O título sorteado na premiação instantânea deverá ser automatica-
mente cancelado.
(e) A premiação instantânea nunca poderá ser considerada como uma
forma de liquidação antecipada do Título de Capitalização.

CAPITALIZAÇÃO 73
FIXANDO CONCEITOS

5. As Sociedades de Capitalização devem seguir uma série de procedi­


mentos e normativos em vigor no que se refere aos sorteios. Entre as
afirmativas abaixo, assinale a alternativa correta sobre estes procedimentos:

(a) Os sorteios, quando próprios, deverão ser realizados somente nas


sedes das empresas de Capitalização, mas garantido o livre acesso
aos titulares.
(b) Quando se tratar de sorteio substituto, a sociedade não necessita
proceder à sua divulgação, dado o seu caráter excepcional.
(c) Quando não realizar o sorteio por meios próprios, a companhia deve
­contratar os serviços da Loteria Federal, que realizará um sorteio de
acordo com os padrões dos títulos emitidos pela respectiva companhia.
(d) Os sorteios próprios precisam contar com a presença obrigatória de
um representante de auditoria independente.
(e) Não podem ser utilizados os resultados dos sistemas oficiais de
premiação, como as extrações da Loteria Federal.

6. Uma vez que um titular de um título de Capitalização seja contemplado


por sorteio, a Sociedade de Capitalização deverá notificá-lo:

(a) Pela imprensa escrita, e é por isso que os titulares devem ficar atentos aos
jornais nas datas indicadas, pois este é o único mecanismo disponível.
(b) Pela televisão, e é por isso que os titulares devem ficar atentos aos
sorteios realizados nos programas especializados, pois este é o único
mecanismo disponível.
(c) Por meio dos jornais e da televisão, ficando a escolha do veículo a
critério da companhia.
(d) Por escrito, mediante correspondência expedida com aviso de
recebimento (AR) ou por qualquer meio que se possa comprovar no
prazo máximo de 40 dias a partir da data de realização do sorteio.
(e) Por meio de uma comunicação direta ao titular e/ou subscritor feita
em até 180 dias, caso o titular não venha a reclamar o prêmio.

CAPITALIZAÇÃO 74
FIXANDO CONCEITOS

7. Caso a Sociedade de Capitalização não disponibilize o prêmio do sor-


teio ao titular contemplado, em até 15 dias corridos contados a partir da
entrega de toda a documentação necessária para o pagamento da premia-
ção, como a Sociedade deverá proceder em relação ao prêmio?

(a) Deverá sofrer apenas atualização monetária.


(b) Será reaplicado automaticamente em outro título.
(c) Deverá ser acrescido de juros moratórios, conforme previsto nas
condições gerais do título.
(d) Passará para um outro título.
(e) Ficará para a Sociedade de Capitalização.

8. Sobre os sorteios nos títulos da Capitalização, assinale a afirmativa correta:

(a) O sorteio pode ocorrer a partir de prognósticos (palpites) do titular.


(b) Os resultados dos sorteios são previsíveis, permitindo ao titular
adquirir títulos com mais chances de serem sorteados.
(c) O valor de prêmio do sorteio está limitado ao valor do resgate final
do título.
(d) O valor de prêmio do sorteio está limitado ao valor de pagamento
do título.
(e) O sorteio tem que ser elaborado a partir de um evento aleatório e
tem que ser também equiprovável, isto é, todos os títulos devem ter
a mesma chance de serem sorteados.

9. Sobre a tabela de resgate, é correto afirmar que:

(a) Sua elaboração leva em consideração as quotas de Capitalização, a


taxa de juros, a existência de eventual penalidade em caso de resga-
te antecipado e a atualização monetária da provisão para resgate.
(b) Objetiva fornecer um cálculo aproximado do valor que o titular tem
direito de resgatar.
(c) Indica, para cada início de mês de vigência, o valor do pagamento a
ser realizado pelo subscritor.
(d) Representa, a cada mês de vigência, o valor da quota de Capitalização.
(e) É exatamente igual à Provisão Matemática para Capitalização.

CAPITALIZAÇÃO 75
FIXANDO CONCEITOS

10. O resgate total esgota todo o valor constituído na Provisão Matemática


para Capitalização, podendo o titular, conforme o caso, ficar com todo esse
valor ou não. O resgate total sempre estará vinculado ao encerramento ou
cancelamento do título. As formas de resgate total são:

(a) Por solicitação do titular ou do subscritor.


(b) Por liquidação antecipada por sorteio e por encerramento da vigência.
(c) Por solicitação antecipada do subscritor, por liquidação antecipada
e por encerramento da vigência.
(d) Por liquidação antecipada por sorteio, por solicitação do titular e
por encerramento da vigência do título.
(e) Por liquidação especial por sorteio, por solicitação do subscritor e
por encerramento da vigência do título.

Consulte o gabarito clicando aqui.

CAPITALIZAÇÃO 76
AS MODALIDADES
de um TÍTULO
04 UNIDADE 4

de CAPITALIZAÇÃO

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Refletir sobre Capitalização ■ Conhecer as principais
e Poupança, diferenciando informações que devem ⊲ MODALIDADES DE UM
suas características. constar da ficha de TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO
cadastro, refletindo
■ Identificar as diversas ⊲ FICHA DE CADASTRO
sobre seus cuidados e
modalidades de
obrigações.
contratação dos títulos ⊲ FIXANDO CONCEITOS 4
de Capitalização, suas
principais características
e diferenças, bem como a
sua aplicabilidade prática
no mercado.

CAPITALIZAÇÃO 77
UNIDADE 4

MODALIDADES DE UM
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO

— A Modalidade Tradicional
A modalidade Tradicional nada mais é do que título de Capitalização que
tem por objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de vigência, no mínimo,
o valor total das contribuições efetuadas pelo subscritor, desde que todas
as contribuições previstas tenham sido realizadas nas datas programadas,
sendo vedada qualquer vinculação da Provisão Matemática para Capitali-
zação à aquisição de bem e/ou serviço (Anexo 1, art. 11, “Obs.” e Tabela 1).

A modalidade Tradicional valoriza o valor final a ser resgatado pelo titular,


uma vez que sua definição parte justamente de que esse valor, ao final da
vigência, seja, pelo menos, igual ao valor que foi pago pelo subscritor. Para
efeito dessa comparação, ao final da vigência, não devem ser computadas,
no valor, a atualização monetária da Provisão Matemática para Capitaliza-
ção tampouco eventual provisão para distribuição de bônus.

É importante que você observe que a Tabela de Resgate apresenta o valor


a ser resgatado, ao final de cada mês de vigência, como um percentual dos
valores já pagos pelo subscritor e justamente sem considerar a incidência de
atualização monetária.

Dessa forma, para os casos em que o título não prevê bônus, afirmar que
o título ao final da vigência irá restituir valor igual ou superior ao montante
pago pelo subscritor é o mesmo que afirmar que a última linha da tabela de
resgate (referente ao último mês de vigência) deve apresentar percentual
igual ou superior a 100% (Anexo 1, art. 11, Tabela 1).

É vedado aos títulos da modalidade Tradicional vincular a Provisão Mate-


mática para Capitalização à aquisição de bem ou serviço e indicação
previamente impressa do cessionário em eventual cessão de direitos.
­
Também é vedada à Sociedade de Capitalização comercializar uma série,
exclusivamente, para um mesmo subscritor.

Um ponto importante ao qual você deve estar atento é que a obrigação de


que os títulos da modalidade Tradicional restituam, no mínimo, o valor que
foi pago somente existe para o final da vigência. Desse modo, para resga-
tes antecipados (resgates que ocorrem antes do final da vigência), não é
obrigatório que o titular receba o valor que foi pago até aquele momento.

CAPITALIZAÇÃO 78
UNIDADE 4

O resgate antecipado do título somente poderá ser efetuado depois de


decorridos 30 (trinta) dias da data da sua aquisição. Por essa razão, a legis-
lação, para maior clareza ao consumidor, exige que a ficha de cadastro
contenha, em destaque, a mensagem abaixo:

Este título poderá restituir valor inferior ao total dos paga­


mentos efetuados, caso o resgate seja realizado antes do
término do prazo de vigência. A contratação desse título
é apropriada, principalmente, na hipótese de o subscritor
planejar realizar todos os pagamentos e permanecer até
o final da vigência.

A taxa de juros efetiva real mensal utilizada para remuneração do título


deverá corresponder a, no mínimo, 0,35% e deverá constar da Nota Técni-
ca Atuarial e das Condições Gerais do Título de Capitalização.

O título da modalidade Tradicional poderá ser estruturado na forma de


pagamento único (PU), pagamento periódico (PP) ou pagamento mensal
(PM) e deverá ter prazo de vigência igual ou superior a 12 (doze) meses.

RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA MODALIDADE TRADICIONAL

SALDO DA PMC AO No mínimo, 100% do valor pago pelo subscritor


FINAL DA VIGÊNCIA (sem considerar atualização monetária e bônus).

UTILIZAÇÃO DO Proibida qualquer vinculação à aquisição de bem


SALDO DA PMC ou serviço.

CESSÃO DE DIREITO Vedada indicação previamente impressa do


cessionário em eventual cessão de direitos.

PREVISÃO DE BÔNUS Permitida, devendo o bônus ser constituído de


forma independente da Provisão Matemática para
Capitalização.

FICHA DE CADASTRO Obrigatória, em momento anterior à aquisição


do título.

TIPOS DE TÍTULO PU, PP ou PM.

RESGATE Após 30 (trinta) dias da data da aquisição.


ANTECIPADO

TAXA DE JUROS No mínimo, igual a 0,35% a.m..


EFETIVA REAL
MENSAL

PRAZO DE VIGÊNCIA Igual ou superior a 12 (doze) meses.

CAPITALIZAÇÃO 79
UNIDADE 4

— A Modalidade Instrumento
de Garantia
O Título de Capitalização incluído na modalidade Instrumento de Garantia
tem por objetivo propiciar que a provisão matemática para Capitalização
do Título de Capitalização seja utilizada para assegurar o cumprimento de
obrigação assumida em contrato principal pelo titular perante terceiro.

A vinculação do Título de Capitalização à obrigação garantida somente se


caracteriza se o contrato principal dispuser expressamente da possibilidade de
utilização dessa modalidade de garantia ou outra enquadrada como caução.

A ficha de cadastro deverá conter, em destaque, a seguinte mensagem: “Este


título deverá ser utilizado exclusivamente para assegurar o cumprimento de
obrigação assumida em contrato principal pelo titular perante terceiro”.

Ao final do prazo de vigência, a provisão matemática para resgate deverá


corresponder, no mínimo, a 95% (noventa e cinco por cento) do valor total
dos pagamentos efetuados pelo subscritor, desde que todos os pagamen-
tos tenham sido realizados nas datas programadas.

Para efeito dessa comparação, no valor ao final da vigência, não devem ser
computadas a atualização monetária da provisão matemática para resgate
nem tampouco a provisão para distribuição de bônus.

Ainda sobre a provisão matemática para Capitalização, é importante lem-


brar que ela não pode estar vinculada à aquisição de bem e/ou serviço,
mas deverá ser utilizada como instrumento de garantia, isto é, a PMC pode
ser utilizada, por exemplo, como garantia do pagamento de aluguel.

É vedada a indicação previamente impressa do cessionário em eventual


cessão de direitos.

É facultada a previsão de bônus ao titular, devendo este ser constituído de


forma independente da provisão matemática para Capitalização.

A cessão realizada pelo titular só será aperfeiçoada quando ocorrer a que-


bra de contrato principal, momento em que o cessionário poderá resgatar
o título, respeitadas as condições gerais.

Se ocorrer a extinção antecipada do contrato principal que dispõe sobre a


obrigação garantida, o titular poderá:

I. Utilizar o título para garantir outro contrato.

II. Solicitar o resgate antecipado, sem aplicação de qualquer pena-


lidade.

III. Aguardar o término da vigência do título e realizar o resgate final.

CAPITALIZAÇÃO 80
UNIDADE 4

Os títulos de Capitalização da modalidade Instrumento de Garantia deverão


ser estruturados com prazo de vigência igual ou superior a 6 (seis) meses.

Durante a vigência do contrato principal que dispõe sobre a obrigação


garantida, o resgate pelo titular somente poderá ocorrer com a anuência
do terceiro garantido.

A ficha de cadastro deve conter nome, CPF ou CNPJ do terceiro, a que se


destina a garantia e a descrição da garantia assumida no contrato principal.

A taxa de juros efetiva real mensal utilizada para remuneração do título


deverá corresponder a, no mínimo, 0,35% e deverá constar da nota técnica
atuarial e das condições gerais do título de Capitalização.

O título da modalidade instrumento de garantia poderá ser estruturado na


forma de pagamentos periódicos (PP), pagamentos mensais (PM) ou de
pagamento único (PU).

RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA


MODALIDADE INSTRUMENTO DE GARANTIA

SALDO DA PMC AO No mínimo, a 95% (noventa e cinco por cento)


FINAL DA VIGÊNCIA do valor pago pelo subscritor (sem considerar
atualização monetária e bônus).

UTILIZAÇÃO DO Assegurar o cumprimento de obrigação assumida


SALDO DA PMC em contrato principal pelo titular perante terceiro.
Proibida qualquer vinculação à aquisição de bem
ou serviço. Deve ser instrumento de garantia,
podendo ser utilizada, por exemplo, como garantia
do pagamento de aluguel.

CESSÃO DE DIREITO Vedada indicação previamente impressa do


cessionário em eventual cessão de direitos.

PREVISÃO DE BÔNUS Permitida, devendo o bônus ser constituído de


forma independente da Provisão Matemática para
Capitalização.

FICHA DE CADASTRO Obrigatória, em momento anterior à aquisição do


título. Deve conter o nome, CPF ou CNPJ do ter-
ceiro, a que se destina a garantia e a descrição da
garantia assumida no contrato principal.

TIPOS DE TÍTULO PU, PP ou PM.

RESGATE Somente poderá ocorrer com a anuência do


ANTECIPADO terceiro garantido.

TAXA DE JUROS No mínimo, igual a 0,35% a.m.


EFETIVA REAL
MENSAL

PRAZO DE VIGÊNCIA Igual ou superior a 6 (seis) meses.

CAPITALIZAÇÃO 81
UNIDADE 4

— A Modalidade Compra Programada


É a modalidade em que a Sociedade de Capitalização garante ao titular, ao
final da vigência, o recebimento do valor de resgate em moeda corrente
nacional, sendo disponibilizada ao titular a faculdade de optar, sem qual-
quer outro custo, pelo recebimento do bem e/ou serviço referenciado no
título, subsidiado por acordos comerciais celebrados com indústrias, ataca-
distas, empresas comerciais ou prestadores de serviços.

Para efeito do cálculo do valor final que é garantido ao titular, como na


modalidade Tradicional, também não se devem considerar a atualização
monetária e a eventual parcela de provisão para distribuição de bônus.
O título, ao final da vigência, garante ao titular, no mínimo, o recebimento
integral do valor pago pelo subscritor, desde que todas as contribuições
tenham sido realizadas nas datas programadas, sem considerar, ainda, a
atualização monetária. Exige-se que a ficha de cadastro contenha, em des-
taque, a seguinte mensagem: “Este título de Capitalização poderá restituir
valor inferior ao total dos pagamentos efetuados, caso o resgate seja reali-
zado antes do término do prazo de vigência.”

Nesse caso, a diferença para a modalidade Tradicional é que, nela, é proi-


bida a vinculação do saldo da PMC a um bem ou serviço; já na modalidade
Compra Programada, há essa vinculação. Entretanto, o titular não é obri-
gado a escolher o bem ou serviço que foi inicialmente pactuado, podendo
optar pelo recebimento em dinheiro do valor de resgate ou, sem qualquer
custo adicional, pelo bem ou serviço acordado.

Outro fato a ser notado nessa modalidade é que, se pensarmos em um


título em que o prazo de vigência é muito amplo, é fundamental que a
atualização monetária da Provisão Matemática para Capitalização (PMC)
expresse os aumentos de preço que o bem ou serviço apresentarem ao
longo dos meses, evitando uma diferença expressiva entre o saldo da PMC
e o preço do bem. Esse fato poderia onerar muito a Sociedade de Capi-
talização, eventualmente comprometendo sua solvência, uma vez que ela
tem a obrigação de garantir a entrega do bem, caso seja esta a escolha
do titular.

A legislação determina que a atualização monetária da PMC seja feita, em


regra, por índice de preços e em conformidade com a legislação em vigor.
Excepcionalmente, a utilização de outro índice poderá ser previamente apro-
vada pela Susep, caso a Sociedade de Capitalização comprove a existência
de contrato firmado com fornecedores, garantindo que a atualização dos
preços dos bens ou serviços ocorrerá pelo índice a ser utilizado no plano.

As condições relativas de um bem ou serviço referenciado deverão ser


informadas ao subscritor em material apartado das condições gerais, não
sendo necessário o envio desse material para a Susep.

CAPITALIZAÇÃO 82
UNIDADE 4

Com a existência de um bem ou serviço, você pode estar se perguntando


se a modalidade Compra Programada se assemelha a um consórcio.

A resposta é não! Eles são muito diferentes!

Como exemplo, devemos lembrar que, na Capitalização, o prêmio de sor-


teio não precisa guardar qualquer relação com o valor de resgate, isto é,
o título poderá ser sorteado, continuar em vigor, sendo que o prêmio de
sorteio poderá representar ou não o bem que se pretende adquirir. Mesmo
que o prêmio represente o bem, caso continue em vigor, o título continuará
participando de sorteios e terá direito, ainda, ao saldo da PMC no momento
do resgate.

É possível, também, que o título, uma vez sorteado, seja cancelado (liquida-
ção antecipada por sorteio), não sendo devido mais qualquer pagamento
pelo subscritor. Isso não ocorre com um consumidor contemplado em um
sorteio de um consórcio que deve continuar normalmente a realizar os
pagamentos. Além disso, as sociedades de Capitalização são fiscalizadas
pela Susep, enquanto as de consórcio são fiscalizadas pelo Banco Central.

Exatamente por haver a obrigação de a sociedade permitir ao titular a facul-


dade de optar por um bem ou serviço, a legislação estabelece que somente
poderá haver liquidação antecipada por sorteio se este representar uma for-
ma de o titular adquirir o bem ou serviço referenciado no título, sendo que,
Atenção neste caso, o resgate deverá corresponder a 100% do saldo da PMC (não
pode haver penalidade). Não faria sentido cancelar o título sem que o titular
O título somente poderá conseguisse alcançar o objetivo fixado quando da sua aquisição.
ser estruturado na forma Os Títulos de Capitalização da modalidade Compra Programada deverão
de pagamento periódico ser estruturados com prazo de vigência igual ou superior a 6 (seis) meses.
(PP) ou pagamento mensal
(PM). Desse modo, não é O resgate do título somente poderá ser efetuado depois de decorridos 30
possível a estruturação na (trinta) dias da data de sua aquisição.
forma pagamento único (PU).
A taxa de juros efetiva real mensal utilizada para remuneração do título
Apenas essa modalidade
deverá corresponder a, no mínimo, 0,35% e deverá constar da nota técnica
possui essa limitação.
atuarial e das condições gerais do título de Capitalização.

CAPITALIZAÇÃO 83
UNIDADE 4

RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


DA MODALIDADE COMPRA PROGRAMADA

SALDO DA PMC AO FINAL No mínimo, 100% do valor pago pelo subscritor (sem
DA VIGÊNCIA considerar atualização monetária e bônus).

UTILIZAÇÃO DO Vinculada à aquisição de bem ou serviço, mas sendo dada


SALDO DA PMC ao titular a opção pelo recebimento em dinheiro do saldo
da PMC. Vedada a utilização como instrumento de garantia.

PREVISÃO DE BÔNUS Permitida, devendo o bônus ser constituído de forma


independente da provisão matemática para Capitalização.

FICHA DE CADASTRO Obrigatória, em momento anterior à compra do título.

TIPOS DE TÍTULO PP ou PM (não pode ser PU).

RESGATE ANTECIPADO Após 30 (trinta) dias da data da aquisição.

LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA Possível, desde que possibilite ao titular a aquisição de


POR SORTEIO bem ou serviço acordado.

TAXA DE JUROS EFETIVA No mínimo, igual a 0,35% a.m.


REAL MENSAL

PRAZO DE VIGÊNCIA Igual ou superior a 6 (seis) meses.

ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO Em regra, por índice de preço. Excepcionalmente, pode


DA PMC ser aprovado outro índice.

— A Modalidade Popular
A modalidade Popular é o título que propicia a Capitalização da contribui-
ção e a participação do titular em sorteios, sem que haja devolução integral
dos valores pagos.

É clara, nessa modalidade, a importância dos sorteios, permitindo-se, inclu-


sive, que o título, no final da vigência, não devolva ao titular tudo o que foi
pago pelo subscritor. As condições gerais deverão conter, em destaque, a
seguinte mensagem:

Este título restituirá, ao final de sua vigência, valor infe­


rior ao total dos pagamentos efetuados. A contratação
desse título é apropriada principalmente na hipótese de
o consumidor estar interessado em capitalizar parte da
contribuição e participar dos sorteios. Consulte a tabela
de resgate para observar a evolução do percentual de
resgate, de acordo com os meses de vigência do título.

CAPITALIZAÇÃO 84
UNIDADE 4

Excepcionalmente para a modalidade popular custeada por pagamento único,


o subscritor terá 15 (quinze) dias, após a aquisição, para preenchimento da
ficha de cadastro. Nesse caso, a Sociedade de Capitalização deve informar ao
subscritor a necessidade, a forma e o meio disponibilizado para preenchimen-
to da ficha de cadastro, no título de Capitalização e em seu sítio eletrônico.

A Sociedade de Capitalização deve envidar esforços para que todos os


cadastros sejam preenchidos e, quando solicitado, demonstrar à Susep
seus procedimentos para disponibilizar ao subscritor meios para preenchi-
mento da ficha de cadastro.

As condições gerais do título de Capitalização deverão estar à disposição


do subscritor previamente ao preenchimento da ficha de cadastro, exce-
to para a modalidade Popular custeada por pagamento único, na qual as
condições gerais do título de Capitalização deverão estar à disposição do
subscritor na aquisição do título.

A taxa de juros efetiva real mensal mínima nessa modalidade é inferior à


taxa mínima de juros aplicável às modalidades Tradicional, instrumento de
Garantia e Compra Programada. Nesse caso, a taxa de juros efetiva real
mensal (e/ou a sua equivalente anual) utilizada para remuneração do título
deverá corresponder a, no mínimo, 0,16 % a.m. e deverá constar da nota
técnica atuarial e das Condições Gerais do Título de Capitalização.

Independentemente de eventual penalidade, o resgate antecipado da pro-


visão matemática para Capitalização deverá corresponder a, no mínimo,
50% do valor do pagamento único. A legislação estabelece que o custo
com sorteios deverá corresponder a, no mínimo, 5% da contribuição.

A contratação na modalidade Popular não poderá prever a cessão do direi-


to de participação nos sorteios e a cessão do direito de resgate.

É vedada a utilização da provisão matemática para Capitalização como ins-


trumento de garantia ou sua vinculação à aquisição de bem e/ou serviço.

Os títulos de Capitalização da modalidade Popular deverão ser estrutura-


dos com prazo de vigência igual ou superior a 12 (doze) meses.

O resgate do título somente poderá ser efetuado depois de decorridos 60


(sessenta) dias da data de sua aquisição.

As Condições Gerais do Título de Capitalização da modalidade popular, a


serem submetidas à aprovação da Susep, não deverão trazer a denomina-
ção do produto. Deve constar no Título de Capitalização apenas uma única
denominação comercial do produto.

É vedada, em qualquer forma de divulgação, promoção e/ou publicidade


interna ou externa, inclusive material de comercialização, independente-
mente da mídia adotada na sua veiculação, a utilização de nomenclatura,
que de alguma forma se vincule ao título de Capitalização, diferente da
denominação do produto.

CAPITALIZAÇÃO 85
UNIDADE 4

É vedada a comercialização simultânea de planos distintos aprovados com


a mesma denominação comercial.

O título poderá ser estruturado na forma de pagamento periódico (PP),


pagamento mensal (PM) ou pagamento único (PU), sendo vedada a previ-
são de bônus.

RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA MODALIDADE POPULAR

SALDO DA PMC AO FINAL Inferior a 100% do valor pago pelo subscritor.


DA VIGÊNCIA

UTILIZAÇÃO DO Vedada a utilização como instrumento de garantia ou


SALDO DA PMC sua vinculação à aquisição de bem e/ou serviço.

CESSÃO DE DIREITO Vedada a cessão de direito de sorteio e de resgate.

PREVISÃO DE BÔNUS Vedada.

FICHA DE CADASTRO Obrigatória, em momento anterior à compra do título.


No caso de pagamento único, o subscritor terá 15
(quinze) dias, após a aquisição, para preenchimento da
ficha de cadastro.

TIPOS DE TÍTULO PU, PP ou PM.

CUSTO COM SORTEIO No mínimo, 5% da contribuição.

TAXA DE JUROS EFETIVA No mínimo, igual a 0,16% a.m.


REAL MENSAL

RESGATE ANTECIPADO Após 60 (sessenta) dias da data da aquisição e


deverá corresponder a, no mínimo, 50% do valor do
pagamento único.

PRAZO DE VIGÊNCIA Igual ou superior a 12 (doze) meses.

DENOMINAÇÃO Exclusiva e não poderá ser utilizada por outra


COMERCIAL DO Sociedade de Capitalização, sendo vedada a
PRODUTO
comercialização simultânea de planos distintos
aprovados com a mesma denominação comercial.

— A Modalidade Incentivo
É o título de Capitalização vinculado a um evento promocional de cará-
ter comercial instituído pelo subscritor. Assim, o subscritor, ou seja, uma
empresa interessada em alavancar a venda de seus produtos ou serviços
ou em fidelizar seus clientes (empresa promotora do evento) adquire títu-
los de Capitalização por meio de uma Sociedade de Capitalização para
permitir que seus consumidores, ao adquirirem seus produtos ou serviços,
participem de uma determinada promoção comercial a ser realizada por
meio dos sorteios constantes do título.

CAPITALIZAÇÃO 86
UNIDADE 4

Nessa modalidade, o subscritor deverá ser pessoa jurídica que exerça


atividade comercial, industrial ou de compra e venda de bens imóveis, ins-
tituições financeiras ou assemelhadas, comprovadamente quites com os
impostos federais, estaduais, municipais ou distritais, bem como com as
contribuições da Previdência Social. O subscritor não poderá ser entidade
beneficente de assistência social.

Ocorrerá uma cessão gratuita dos direitos do título de participação nos


sorteios. A empresa subscritora dos títulos e titular original deles cederá
os direitos dos títulos de participação nos sorteios a seus consumidores.

Lembramos que um título acarreta dois direitos: o de recebimento do res-


gate e o de participação nos sorteios. O título da modalidade Incentivo não
poderá prever a cessão do direito de resgate.

Segundo a legislação, é obrigatória a cessão gratuita do direito de parti-


cipação nos sorteios, e o título não poderá prever a cessão do direito de
resgate.

A ficha de cadastro fica substituída pelo contrato comercial.

Na modalidade Incentivo, as condições gerais deverão conter, em desta-


que, as seguintes mensagens:

Este título de Capitalização está vinculado a um evento


promocional de caráter comercial e o subscritor cederá
gratuitamente o direito de participar de sorteios.
Nota
A aprovação da Susep para a comercialização dos títulos
A Circular Susep 376/2008 de Capitalização desta modalidade não desobriga ao
estabelece diversos requisitos cumprimento de outras exigências legais para a realiza­
para a realização de promoções ção de promoções comerciais por empresas que não
comerciais envolvendo títulos sejam por ela fiscalizadas.
de Capitalização. Confira o
É vedada a atuação de sociedades de Capitalização na condição de pro-
conteúdo completo da Circular
motora da atividade incentivada.
no Anexo 6.
O regulamento referente ao evento promocional de caráter comercial
deve ser mencionado em material apartado das condições gerais do título,
não sendo necessário o seu envio à Susep. No entanto, a Sociedade de
Capitalização deverá manter à disposição da Susep, para fiscalização, todo
material publicitário envolvido na promoção, bem como diversos docu-
mentos relativos ao acordo firmado pelo prazo de cinco anos, a contar da
data do término de cada promoção.

Perante a Susep, a Sociedade de Capitalização é responsável por even-


tuais violações das normas em vigor ou, ainda, das condições gerais dos
títulos comercializados, violações verificadas nos acordos comerciais.
Além disso, a Sociedade de Capitalização é responsável pelas obrigações

CAPITALIZAÇÃO 87
UNIDADE 4

e infrações cometidas pelas empresas promotoras do evento, exclusiva-


Importante mente com relação à promoção comercial.

Em caso de irregularidade, É vedada a previsão de bônus ao titular e a utilização da provisão matemá-


a Susep poderá cassar ou tica para Capitalização como instrumento de garantia ou sua vinculação à
suspender, no todo ou em aquisição de bem e/ou serviço.
parte, a qualquer tempo, a
Os sorteios deverão ser realizados, exclusivamente, utilizando-se os resul-
autorização para utilização
tados de sistemas oficiais de premiação.
de títulos de Capitalização em
promoções comerciais. Os títulos de Capitalização da modalidade Incentivo deverão ser estrutura-
dos com prazo de vigência igual ou superior a 60 (sessenta) dias.

O resgate do título pela empresa promotora subscritora somente poderá ser


efetuado depois de decorridos 60 (sessenta) dias da data da sua aquisição.
Nota
A taxa de juros efetiva real mensal utilizada para remuneração do título
Séries deverá corresponder a, no mínimo, 0,16% e deverá constar da nota técnica
atuarial e das condições gerais do título de Capitalização.
Séries são conjuntos de
títulos que concorrem aos Somente poderão ser comercializadas séries exclusivas, sendo vedada a
mesmos sorteios. aquisição por mais de um subscritor.

Dessa forma, somente a empresa que fará a promoção é quem poderá


adquirir títulos daquela série em que será realizado o sorteio para premiar
os consumidores da empresa, evitando-se, assim, que um “estranho” à
promoção seja o ganhador do prêmio.

O título poderá ser estruturado na forma de pagamento periódico (PP),


pagamento mensal (PM) ou pagamento único (PU).

CAPITALIZAÇÃO 88
UNIDADE 4

RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA MODALIDADE INCENTIVO

SALDO DA PMC AO Não há limites expressos na legislação.


FINAL DA VIGÊNCIA

UTILIZAÇÃO DO Vedada a utilização como instrumento de garantia ou


SALDO DA PMC sua vinculação à aquisição de bem e/ou serviço.

CESSÃO DE DIREITO Obrigatória a cessão gratuita do direito de participação


dos sorteios aos consumidores da empresa. Vedada a
cessão do direito de resgate.

PREVISÃO DE BÔNUS Vedada.

FICHA DE CADASTRO Substituída pelo contrato comercial.

TIPOS DE TÍTULO PU, PP ou PM.

SORTEIO Deverão ser realizados, exclusivamente, utilizando-se


dos resultados de sistemas oficiais de premiação.

TAXA DE JUROS EFETIVA No mínimo, igual a 0,16% a.m.


REAL MENSAL

RESGATE ANTECIPADO Após 60 (sessenta) dias da data da aquisição.

PRAZO DE VIGÊNCIA Igual ou superior a 60 (sessenta) dias.

COMERCIALIZAÇÃO Por meio de séries exclusivas, sendo vedada a


DE TÍTULOS aquisição por mais de um subscritor.

— A Modalidade Filantropia Premiável


A modalidade Filantropia Premiável é destinada ao subscritor interessado
em contribuir com entidades beneficentes de assistência social, certifica-
das nos termos da legislação vigente, e em participar de sorteio(s).

Saiba mais No caso de cessão do direito de resgate para uma entidade beneficente de
assistência social, é mandatória a indicação previamente impressa do nome
É obrigação da Sociedade do cessionário em documento específico que trate da cessão desse direito.
de Capitalização verificar se No caso de cessão do direito do resgate à entidade beneficente de assistên-
a entidade beneficente de cia social, no momento de aquisição do título, o subscritor deverá concordar,
assistência social se encontra expressamente, com essa cessão que deverá ser exercida por meio de
devidamente certificada, na anuência expressa e inequívoca do subscritor em documento específico, que
data de emissão do título de contenha, no mínimo, as seguintes informações:
Capitalização e, no caso de
I. Identificação do subscritor, que deverá ser sempre o CPF
cessão do direito de resgate,
quando o pagamento único é realizado por meio de meios ele-
pagar os valores referentes
trônicos de pagamento.
ao direito de resgate
diretamente à entidade, sem II. Identificação da entidade beneficente de assistência social à qual
intermediários. será cedido o direito da provisão matemática de resgate do título.

CAPITALIZAÇÃO 89
UNIDADE 4

III. Número do processo Susep ao qual o plano se refere e número do título.

IV. Redação que disponha claramente sobre a cessão facultativa


e voluntária dos direitos do título, concretizando-se por meio da
anuência expressa e inequívoca do subscritor.

V. Percentual e valor monetário relativo à parcela da contribuição a que


se destina a cessão, com o mesmo destaque do valor pago pelo título.

VI. Assinatura do subscritor e/ou manifestação de concordância.

A ficha de cadastro deverá conter, em destaque, a seguinte mensagem:

O valor de resgate deste título poderá, caso haja expressa


solicitação do subscritor em documento específico que tra­
ta da cessão, ser revertido para a entidade beneficente de
assistência social indicada na ficha de cadastro.

Excepcionalmente, para a modalidade filantropia premiável, quando


o pagamento único é realizado por intermédio de meios eletrônicos de
pagamento e há cessão de direito de resgate, o subscritor tem 15 (quinze)
dias, após a aquisição, para preenchimento da ficha de cadastro.

A Sociedade de Capitalização é a única e exclusivamente responsável


pelo repasse dos valores referentes ao direito de resgate para a entidade
beneficente de assistência social especificada no título de Capitalização e
devidamente certificada nos termos da legislação em vigor.

Cada campanha filantrópica deve estar associada a uma entidade benefi-


cente que será favorecida com os recursos oriundos da cessão de resgate
dos títulos de Capitalização.

A entidade deve, obrigatoriamente, estar constituída há, pelo menos, 5


(cinco) anos, além de possuir a Certificação de Entidades Beneficentes de
Assistência Social (Cebas), concedida pelo Governo Federal.

As sociedades de Capitalização devem incluir, obrigatoriamente, em seus


contratos com as entidades filantrópicas, o compromisso de as entidades
utilizarem o valor arrecadado apenas em seus fins estatutários.

A Sociedade de Capitalização deverá informar, em seu site na internet, o


valor total repassado, mensalmente, para cada entidade beneficente de
assistência social, mantendo seu histórico por um prazo de 5 (cinco) anos.

A contratação na modalidade Filantropia Premiável não poderá prever a


cessão do direito de sorteio.

É vedada a previsão de bônus e a utilização da provisão matemática para


Capitalização como instrumento de garantia ou sua vinculação à aquisição
de bem e/ou serviço.

CAPITALIZAÇÃO 90
UNIDADE 4

A entidade beneficente poderá divulgar, à sua custa, caso conste em seu


estatuto, o título de Capitalização no qual haja cessão do direito do resgate
a seu favor, desde que as peças promocionais e de propaganda referen-
tes a esse título sejam divulgadas com autorização expressa e supervisão
da Sociedade de Capitalização, respeitadas rigorosamente as condições
gerais e a nota técnica atuarial aprovadas pela Susep.

O título somente poderá ser estruturado na forma de custeio de pagamen-


to único (PU).

A taxa de juros efetiva real mensal utilizada para remuneração do título


deverá corresponder a, no mínimo, 0,16%, e deverá constar da nota técnica
atuarial e das condições gerais do título de Capitalização.

A Susep poderá solicitar, a qualquer momento, a cópia do acordo firma-


do entre a Sociedade de Capitalização e a entidade beneficente. Perante
a Susep, a Sociedade de Capitalização é responsável por eventuais vio-
lações das normas em vigor ou ainda das condições gerais dos títulos
comercializados, verificadas nos acordos.

Os títulos de Capitalização da modalidade Filantropia Premiável deverão ser


estruturados com prazo de vigência igual ou superior a 60 (sessenta) dias.

Saiba mais O resgate do título somente poderá ser efetuado depois de decorridos 60
(sessenta) dias da data da sua aquisição.

Não é permitida nenhuma No título de Capitalização, deve constar uma única denominação comercial
penalidade nos resgates do produto, sendo vedada a comercialização simultânea de planos distin-
efetuados pela entidade tos aprovados com a mesma denominação comercial.
beneficente.
É vedada a utilização de nomenclatura que, de alguma forma, vincule-se
ao título de Capitalização, diferente da(s) denominação(ões) comercial(is).

A denominação comercial do produto é exclusiva e não poderá ser utiliza-


da por outra Sociedade de Capitalização.

CAPITALIZAÇÃO 91
UNIDADE 4

RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA


MODALIDADE FILANTROPIA PREMIÁVEL

SALDO DA PMC AO Não há limites expressos na legislação.


FINAL DA VIGÊNCIA

UTILIZAÇÃO DO Vedada a utilização como instrumento de garantia ou


SALDO DA PMC sua vinculação à aquisição de bem e/ou serviço.

CESSÃO DE DIREITO Prevê a cessão de direito de resgate com indicação


prévia do cessionário e anuência expressa do
subscritor. Não poderá prever a cessão do direito de
sorteio.

PREVISÃO DE BÔNUS Vedada.

FICHA DE CADASTRO Obrigatória, em momento anterior à compra do título.


Excepcionalmente, quando o pagamento é realizado
por intermédio de meios eletrônicos de pagamento e
há cessão de direito de resgate, o subscritor terá 15
(quinze) dias, após a aquisição, para preenchimento da
ficha de cadastro.

TIPOS DE TÍTULO PU.

RESGATE ANTECIPADO Após 60 (sessenta) dias da data da sua aquisição. Não


poderá ter penalidade nos resgates efetuados pela
entidade beneficente.

TAXA DE JUROS EFETIVA No mínimo, igual a 0,16% a.m.


REAL MENSAL

PRAZO DE VIGÊNCIA Igual ou superior a 60 (sessenta) dias.

DENOMINAÇÃO Exclusiva e não poderá ser utilizada por outra


COMERCIAL DO Sociedade de Capitalização.
PRODUTO

CAPITALIZAÇÃO 92
UNIDADE 4

QUADRO COMPARATIVO DE MODALIDADES

MODALIDADE I II III IV V VI

Instrumento de Compra Progra- Filantropia


NOME Tradicional Popular Incentivo
Garantia mada Premiável

Palavra Chave RESGATE FIANÇA PRODUTO SORTEIO BRINDE DOAÇÃO

No MÍNIMO No MÍNIMO MENOS de


No MÍNIMO 100%
Saldo PMC 100% do que 95% do que foi 100% do que Sem Limites Sem Limites
do que foi pago
foi pago pago foi pago

NÃO pode
NÃO pode ser NÃO pode ser
Uso da Provisão NÃO pode Utilizada p/ Ga- Utilizada p/ Pro- ser utilizada
utilizada p/ utilizada p/
Matemática de ser utilizada rantia, mas NÃO duto, mas NÃO p/ p/ Produto e
Produto e nem Produto e nem
Capitalização p/ Produto p/ Produto Garantia nem p/Ga-
p/ Garantia p/ Garantia
rantia

NÃO p/Res- SIM p/ Resgate,


Cessão de Direitos SIM SIM ----- NÃO gate, e SIM p/ e NÃO p/
Sorteio Sorteio

Previsão de Bônus SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO

SIM c/ os dados SIM, em até 15 É o próprio SIM, ou em


Ficha Cadastral
SIM de CPF e/ou SIM dias se o Título Contrato até 15 dias se
Preenchida
CNPJ for PU Comercial eletrônico

Tipo Título PU - PP - PM PU - PP - PM PP - PM PU - PP - PM PU - PP - PM PU

No MÍNIMO
Custo com Sorteio NÃO NÃO NÃO 5% da contri- NÃO NÃO
buição

MÍNIMO de MÍNIMO de MÍNIMO de MÍNIMO de MÍNIMO de


Taxa Juros a.m. MÍNIMO de 0,35%
0,35% 0,35% 0,16% 0,16% 0,16%

APÓS 60 dias
APÓS 30 dias Com ANUÊN- 30 dias APÓS 30 APÓS 60 dias APÓS 60 dias
Resgate da aquisição,
da data de CIA do Terceiro dias da data de da data de da data de
Antecipado c/ o MÍN. de
aquisição Garantido aquisição aquisição aquisição
50% do PU

Igual ou Igual ou Igual ou Igual ou Igual ou Igual ou


Vigência superior a 12 superior a 06 superior a 06 superior a 12 superior a 60 superior a 60
meses meses meses meses dias dias

Atualização ----- ----- Pelo IGPM ----- ----- -----

SIM, para Aquisi-


Liq. Antec.
----- ----- ção de Produto/ ----- ----- -----
por Sorteio
Serviço
Por Meios
Sorteios ----- ----- ----- ----- -----
Oficiais
Exclusiva
Séries Exclusi-
e apenas 1
Comercialização ----- ----- ----- ----- vas e Apenas
Sociedade de
1 Subscritor
Cap.

PMC = Provisão Matemática de Capitalização / PU = Pagamento Único/


PP = Pagamento Periódico / PM = Pagamento Mensal / a.m. = ao mês

CAPITALIZAÇÃO 93
UNIDADE 4

— Títulos de Capitalização × Poupança


Apesar de serem dois produtos bem distintos, existe uma confusão concei-
tual entre título de Capitalização e caderneta de poupança. A fim de sanar
essas dúvidas, observe a comparação entre os seguintes produtos:

Caderneta de Poupança
A Poupança, como é amplamente conhecida, é um investimento onde o
poupador deposita qualquer valor em uma conta específica para esse fim.
A movimentação é livre, podendo o titular efetuar saques e/ou depósitos
sempre que desejar, e a remuneração do capital depositado obedece à
legislação vigente.

Bilhete de Loteria
Ao contrário da “Poupança”, o bilhete de loteria é comprado por alguém
que, em “troca” do seu dinheiro, recebe um “bilhete” que lhe dá o direito de
participar de um sorteio. Se não for sorteado, a pessoa “perde” o dinheiro,
pois não se trata de um investimento, mas sim de uma aposta. Se for sor-
teado, a pessoa ganha o valor correspondente ao prêmio que lhe couber.

Título de Capitalização
Se observarmos o conceito de Título de Capitalização, ou seja, “A Capita-
lização é uma combinação de economia programada com aplicação única
ou mensal, ou periódica, vinculada à participação em sorteios”, podemos
notar claramente que há uma “união” entre a formação de uma reser-
va financeira (poupança programada), com a participação em sorteios
(bilhete de loteria).

Deste modo, embora sejam parecidos, a Caderneta de Poupança e os


Títulos de Capitalização são produtos diferentes, que obedecem a regras
próprias, que serão abordadas mais detalhadamente ao longo da apostila.

Agora que já estudamos mais a fundo a estrutura dos Títulos de Capitali-


zação, vamos observar o quadro comparativo abaixo entre os Títulos de
Capitalização X Poupança:

CAPITALIZAÇÃO 94
UNIDADE 4

CAPITALIZAÇÃO POUPANÇA
Aspecto Lúdico Há sorteio. Não há.

Prazo de Resgate Pode haver prazo mínimo, e há um prazo para a Não exige carência para o resgate e
“efetivação do investimento”. o prazo de investimento é indetermi-
nado.

Provisões técnicas Obrigado a constituir provisões técnicas por título Não há.
subscrito.

Quotas do Destinadas quotas para a formação do montante Todo valor depositado é revertido
valor pago capitalizado, quotas de sorteio e quotas de carre- integralmente para a conta do titular.
gamento para cobrir despesas administrativas.

Participação Podem distribuir parte de seus lucros aos subs- Não há.
nos lucros critores dos títulos.

Taxa de juros efe- Deverá corresponder a, no mínimo, 0,35%, para Corresponde a 0,5% do capital inves-
tiva real mensal as modalidades Tradicional, Instrumento de tido ao mês, enquanto a meta da taxa
para remuneração Garantia e Compra Programada; e a , no mínimo, Selic ao ano for superior a 8,5%; ou
0,16%, para as modalidades Popular, Incentivo e 70% da meta da taxa Selic, enquanto
Filantropia Premiável. Em ambos os casos, a taxa esta for igual ou inferior a 8,5%. Ou
deverá constar da Nota Técnica Atuarial e das seja, as taxas não necessariamente
Condições Gerais do título de Capitalização. serão iguais.

Garantia oficial Não contam com qualquer garantia oficial em Assegurados pelo Fundo Garantidor
caso de irregularidades na gestão financeira por de Créditos (FGC), com garantia de
parte da Sociedade de Capitalização. até R$ 250.000,00
(obtido em https://www.fgc.org.br/).

O Fundo Garantidor de Crédito é uma entidade sem fins lucrativos, destinada a administrar
mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras, autorizada
em 1995, com a Resolução 2.197 do Conselho Monetário Nacional – CMN.

FICHA DE CADASTRO
A ficha de cadastro, quando existente, deverá ser preenchida antes da
aquisição do título.

Ela deve conter, além de observadas as disposições de cada modalidade,


alguns requisitos mínimos previstos na legislação em vigor, que são:

CAPITALIZAÇÃO 95
UNIDADE 4

Dados do subscritor:

I. Nome ou Razão Social.

II. CPF ou CNPJ.

III. Endereço.

IV. Telefone.

Outros elementos mínimos:

I. Razão social e CNPJ da Sociedade de Capitalização.

II. Modalidade, número do processo administrativo sob o qual o


plano foi aprovado pela Susep e denominação comercial do pro-
duto, quando existente.

III. Capital mínimo, em percentual do total de contribuições, previs-


to para o final do prazo de vigência, considerando-se todas as
contribuições pagas em dia, independentemente da atualização
monetária devida.

IV. Nome e número de registro do corretor, quando couber.

V. A seguinte redação:

■ “A aprovação deste plano pela Susep não implica, por parte


da Autarquia, em incentivo ou recomendação a sua aquisição,
representando, exclusivamente, sua adequação às normas
em vigor.”;

■ “Quando a venda for intermediada por corretor de Capitali­


zação: “O consumidor poderá consultar a situação cadastral
de seu corretor de Capitalização, no sítio www.susep.gov.br,
por meio do número de seu registro na SUSEP, nome comple-
to, CNPJ ou CPF, quando a venda tiver sido intermediada por
corretor de Capitalização.”

VI. Informação de que a contratação implica automática adesão às


condições gerais do título de Capitalização.

VII. Tamanho da série e a probabilidade de contemplação do subscri-


tor em cada sorteio.

VIII. Informação de que o subscritor tomou ciência das condições


gerais do título de Capitalização.

Uma cópia da ficha de cadastro deverá ser entregue ao subscritor, median-


te contrarrecibo, caso as condições gerais do título de Capitalização não
sejam entregues fisicamente, no momento do preenchimento da referida
ficha de cadastro.

CAPITALIZAÇÃO 96
UNIDADE 4

Caso sejam entregues as condições gerais do título de Capitalização,


mediante contrarrecibo, no momento da assinatura da ficha de cadastro,
ficam dispensadas na ficha de cadastro as informações previstas nos inci-
sos I, V, VII e VIII dos elementos mínimos dispostos acima.

Caso as informações previstas nos incisos de I ao VIII constem do título


de Capitalização entregue ao subscritor no ato de sua aquisição, estarão
dispensadas de constar da ficha de cadastro, ficando, ainda, dispensada a
obrigatoriedade de entrega de cópia.

Na modalidade Incentivo, a ficha de cadastro fica substituída pelo contrato


comercial.

Excepcionalmente, para a modalidade popular, custeada por pagamento


único, e para a modalidade filantropia premiável, quando o pagamento úni-
co é realizado por meio de meios eletrônicos de pagamento e há cessão
de direito de resgate, o subscritor terá 15 (quinze) dias, após a aquisição,
para preenchimento da ficha de cadastro.

As condições gerais do título de Capitalização deverão estar à disposição


do subscritor previamente ao preenchimento da ficha de cadastro.

Deverá estar claro, na ficha de cadastro e em todos os documentos de


publicidade do título de Capitalização, que, se os valores não forem resga-
tados dentro do prazo prescricional, o titular do direito de resgate perderá
esse direito.

Uma vantagem da ficha de cadastro é a de o subscritor poder informar


quem são os titulares. Por exemplo: o pai que compra um título para seus
dois filhos. Ele é o subscritor (assumindo a obrigação de pagar), e os filhos
serão os titulares (possuem os direitos de resgate e de sorteio). A ficha
de cadastro poderá conter essa informação (com o nome dos filhos), defi-
nindo, também, qual será a parte de cada filho (50% para cada um, por
exemplo). No entanto, nada impede que essa declaração seja feita à socie-
dade em um documento apartado.

Assim, a ficha de cadastro pode conter os dados do subscritor e do titular,


bem como outras informações, como a autorização para débito em conta
corrente das contribuições do título, se for o caso.

CAPITALIZAÇÃO 97
UNIDADE 4

Nota
A ficha de cadastro na capitalização possui uma função semelhante à da proposta de
subscrição no mercado de seguros.
A proposta de subscrição é bastante utilizada no mercado de seguros, salvo no caso
de contratação de seguro via bilhete. É por meio dela que o segurado ou o seu repre-
sentante, ou ainda o corretor, informa as características do bem a ser segurado, permi-
tindo que a seguradora faça uma melhor avaliação dos riscos para os quais oferecerá a
cobertura do seguro, ajustando melhor o prêmio a ser cobrado do segurado, podendo
até mesmo recusar, desde que motivadamente, a aceitação do seguro.
Na Capitalização, a situação é um pouco diferente em relação ao mercado de seguros.
Não há risco a ser transferido para a sociedade de Capitalização, nem mesmo o de ina-
dimplência, já que o valor a ser resgatado pelo titular será constituído a partir de seus
próprios pagamentos.
Quanto aos sorteios, o inadimplemento acarreta a suspensão do título, isto é, afasta o
direito de participar dos sorteios; logo, também não acarreta, pelo menos diretamente,
prejuízo à sociedade.
Deve-se observar que, se aquele título suspenso viesse a ser sorteado, o prêmio, em re-
gra, pertenceria à própria sociedade, salvo estipulação em contrário nas Condições Gerais.

CAPITALIZAÇÃO 98
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Marque a alternativa correta


1. Paulo deseja adquirir um título de Capitalização que tenha como prioridade
o valor final a ser resgatado. O seu corretor lhe indicou a aquisição de um título
da Modalidade Tradicional. Assinale a melhor definição desta modalidade:

(a) Tem por objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de vigência,


no mínimo, o valor total dos pagamentos efetuados pelo subscritor,
sendo vedada qualquer vinculação à aquisição de bem ou serviço.
(b) É aquela em que se garante ao titular, ao final da vigência, o rece-
bimento do valor total dos pagamentos efetuados pelo subscritor,
sendo facultada a opção de recebimento de um bem ou serviço.
(c) É aquela em que é vedada a realização de sorteios.
(d) Tem por objetivo propiciar a participação do titular em sorteios, sem
que haja devolução integral dos valores pagos.
(e) É aquela que está vinculada a um evento promocional de caráter
comercial instituído pelo subscritor.

2. Renata adquiriu um título de Capitalização na modalidade Compra


­Programada, que permite ao titular, no final da vigência, a aquisição de um
bem ou serviço. Sobre esta modalidade, é correto afirmar que:

(a) Pode apresentar títulos PU, PP ou PM.


(b) Não garante ao titular, ao final da vigência, o recebimento do valor
total dos pagamentos efetuados pelo subscritor.
(c) Não é permitida a previsão de bônus.
(d) É obrigatório o preenchimento de ficha de cadastro.
(e) É possível a aplicação de penalidade de, no máximo, 5% para
­qualquer caso de resgate antecipado.

3. Fernando solicitou ao seu corretor um título de Capitalização que tivesse


como prioridade a participação em sorteios. A indicação foi pela aquisição
da Modalidade Popular, mas é papel do corretor alertar ­Fernando do que
esta modalidade:

(a) Pode apresentar somente títulos PU.


(b) Não restitui ao titular, ao final da vigência, o valor total dos paga-
mentos efetuados pelo subscritor.
(c) Somente há direito de participação em sorteios, uma vez que não
existe o direito ao resgate.
(d) Pode haver título em que não haja sorteios.
(e) A taxa de juros mensal que remunera a PMC deve ser, no mínimo,
0,08% a.m.
CAPITALIZAÇÃO 99
FIXANDO CONCEITOS

4. Entre as diferenças das modalidades de um título de Capitalização, está


a possibilidade de não restituição do total dos valores efetuados ao final da
vigência. Assinale as modalidades em que é exigido, na ficha de cadastro,
a seguinte frase:

"Este título poderá restituir valor inferior ao total dos pagamentos efetua-
dos, caso o resgate seja realizado antes do término do prazo de vigência."

(a) Tradicional ou Popular.


(b) Popular ou Incentivo.
(c) Compra Programada ou Tradicional.
(d) Incentivo ou Tradicional.
(e) Compra Programada ou Popular.

5. O corretor de seguros João comercializa títulos de Capitalização na


modalidade Instrumento de Garantia (Garantia de Aluguel) junto a uma
imobiliária especializada em locações e deseja elaborar um material de
divulgação desta modalidade. No entanto, este material só poderá ser con-
feccionado com autorização expressa do(a):

(a) Sociedade de Capitalização.


(b) Susep.
(c) Banco Central.
(d) CNSP.
(e) Conar.

6. Juliana decidiu contratar um título de Capitalização. Com isso, seu


­objetivo é formar uma poupança (reserva) para, quem sabe, fazer uma
­viagem futuramente. Sabendo que seu objetivo principal é formar reserva
e resgatar o valor no final, a modalidade mais indicada para Juliana é:

(a) Incentivo.
(b) Popular.
(c) Tradicional.
(d) Instrumento de Garantia.
(e) Filantropia Premiável.

Consulte o gabarito clicando aqui.

CAPITALIZAÇÃO 100
TÍTULO DE
CAPITALIZAÇÃO
05 UNIDADE 5

como GARANTIA de ALUGUEL

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender como ■ Reconhecer a legislação
funciona a garantia de que normatiza a garantia ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS
capitalização para locação de locação de um
de imóveis, reconhecendo imóvel a partir de um ⊲ GARANTIA NOS CONTRATOS
as características da título de capitalização, DE LOCAÇÃO
garantia nos contratos de considerando possíveis
⊲ MEMBROS ENVOLVIDOS NA
locação utilizados pelo situações práticas que COMERCIALIZAÇÃO DA GARANTIA
mercado. envolvem a aquisição COM A CAPITALIZAÇÃO
desses títulos.
■ Analisar como funciona a
⊲ A CONTRATAÇÃO DO TÍTULO
garantia da capitalização DE CAPITALIZAÇÃO COMO
para locação de imóveis, GARANTIA DE ALUGUEL
destacando a legislação NA PRÁTICA
que normatiza essa
garantia a partir de um ⊲ PERGUNTAS FREQUENTES
título de capitalização.
⊲ FIXANDO CONCEITOS 5

CAPITALIZAÇÃO 101
UNIDADE 5

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O título de Capitalização como garantia de aluguel surgiu como uma alter-
nativa para facilitar a locação de imóveis há mais de 15 anos. Atualmente,
ele se fortaleceu, e diversas empresas possuem esse produto em seu port-
fólio para comercialização.

Qualquer produto tem seu tempo para lançamento, maturação e declínio. A


garantia de locação com a Capitalização não poderia ser diferente. Por isso,
desde sua existência, ela já sofreu várias alterações para continuar trazendo
resultados e se diferenciando no mercado, como a criação da modalidade
Instrumento de Garantia. É claro que existem algumas especificidades por
parte das empresas que a comercializam e pequenas diferenças nos bene-
fícios apresentados, mas sem perder a sua formatação padrão.

GARANTIA NOS CONTRATOS


DE LOCAÇÃO
Sabemos que, para alugar um imóvel, o locatário precisa apresentar uma
garantia ao locador. Entre as várias modalidades que existem no mercado,
algumas utilizadas são: fiador, caução em dinheiro e seguro fiança.

A seguir, você encontrará uma breve descrição de cada uma dessas modalidades.

CAPITALIZAÇÃO 102
UNIDADE 5

— Fiador
É a pessoa que não está envolvida no processo de locação, mas fornece
garantias pessoais (propriedades) ao pagamento, sob a forma de fiança,
em caso de dívidas de um terceiro.

Nota
Fiador
Em caso de não pagamento por parte do devedor, o fiador
responderá pela dívida.

— Caução em Dinheiro
É o depósito realizado para o locador, pelo locatário, com a quantia
referente a três vezes o valor do aluguel (quantia limitada pela Lei do
Inquilinato).

Nota
Caução em Dinheiro
Com essa garantia, quando o locatário deseja sair do imóvel,
ele tem seu valor devolvido, ou, em caso de inadimplência, o
locador pode utilizá-lo.

— Seguro Fiança
Seguro que garante que o locatário pague determinado valor à seguradora
e que essa seguradora garanta o recebimento do aluguel ao locador.

— Capitalização Como
Garantia de Aluguel
Foi diante deste cenário de locação com garantias diferentes que sur-
giu a Capitalização com a proposta de permitir a locação com rapidez
e sem burocracia.

CAPITALIZAÇÃO 103
UNIDADE 5

Ela funciona como uma caução que reúne benefícios e facilidades sobre o
Saiba mais aluguel do imóvel tanto ao locador (dono do imóvel) quanto ao locatário
(quem aluga o imóvel).
Para a comercialização,
a garantia de locação de Essa garantia também tem por objetivo apresentar-se ao segmento imobi-
um imóvel por meio de um liário como mais uma alternativa para o sucesso dos negócios de locação
título de Capitalização tem nos termos da lei que rege o mercado de locação de imóveis. O grande
respaldo legal. De acordo diferencial dessa Capitalização é a possibilidade, respaldada na lei, de soli-
com a Lei do Inquilinato citar mais do que três vezes o valor do aluguel, além de ainda poder incluir
(Lei nº 8.245/1991, art. 38), IPTU, condomínio e outras taxas que o locador considerar importante.
o título de Capitalização é
A Capitalização para locação de um imóvel é elaborada de forma especial,
reconhecido como caução
organizada a partir de algumas particularidades destacadas a seguir:
em título (bens móveis).
a) É um título de Capitalização da modalidade instrumento de
garantia, de pagamento único.

Os títulos são estruturados com prazo de vigência igual ou supe-


rior a 6 (seis) meses, podendo acompanhar o contrato de locação
do imóvel, e, caso o cliente saia do imóvel, pode "descaucionar" o
título ao contrato de locação e utilizá-lo para garantir outro contra-
to, ou solicitar o resgate antecipado, sem aplicação de qualquer
penalidade, ou ainda, aguardar o término da vigência do título e
realizar o resgate final.

b) É uma garantia real.

O título de Capitalização é um produto que deixa o dinheiro guar-


dado como garantia para o contrato de locação. Isso porque, em
caso de inadimplência, ou seja, de não pagamento do aluguel, o
locador poderá retirar esse dinheiro. Por isso chamamos de garan-
tia real, porque se trata de dinheiro vivo, e não de bens (como no
caso do fiador).

c) Destina-se a pessoas físicas (PF) ou pessoas jurídicas (PJ).

Essa garantia pode ser oferecida tanto a pessoas físicas quanto


a empresas que desejam alugar imóveis para abrir uma loja ou
posto de serviço.

d) Prazo de Capitalização.

A contar da data de vigência (data de início), o título deve ter dura-


ção mínima de 6 meses, o que chamamos de período de vigência
do título. Ele pode ainda ser de 12, 15 ou 30 meses, dependendo
da sociedade de Capitalização.

CAPITALIZAÇÃO 104
UNIDADE 5

e) Valor do título.

O valor do título é negociável entre as partes. Sua negociação


é realizada por você, corretor, com o cliente, no momento de
comercialização do produto, e, normalmente, são considerados os
valores do aluguel, do condomínio e do IPTU para a definição da
quantia a ser fechada.

f) Não será realizada análise cadastral do cliente.

A garantia por meio da Capitalização não precisa de análise cadas-


tral, nem de muitas burocracias, pois o título é logo gerado a partir
do pagamento, do preenchimento do contrato e com a documenta-
ção necessária, permitindo o fechamento da locação rapidamente.

Entretanto, é importante lembrar que, mesmo não havendo neces-


sidade, o mercado imobiliário, muitas vezes, faz a avaliação até
mesmo para conhecer mais o locatário e saber o valor que pode
ser negociado.

A garantia em contratos de aluguel por meio da Capitalização tem, ain-


da, características e benefícios peculiares que a fazem se diferenciar das
demais garantias e ser reconhecida como uma solução inovadora para
locação. Então, vamos conhecê-las!

— Características e Benefícios
Antes de começarmos a conhecer, de forma mais específica, as caracte-
rísticas e benefícios da garantia por meio da Capitalização, precisamos
compreender a diferença entre esses conceitos.

CARACTERÍSTICAS E BENEFÍCIOS DA CAPITALIZAÇÃO


COMO GARANTIA DE DE ALUGUEL

CARACTERÍSTICA BENEFÍCIO
É a descrição do É o que o cliente “ganha”
produto. ao adquirir o produto; o
que suas características
trazem de bom para ele.

Você deve estar pensando em qual será a importância disso...

A resposta é simples: somente as características de um produto não des-


pertam o desejo do cliente.

Agora, pense nessa garantia de locação de imóveis com a Capitalização.


Qual das frases a seguir você considera que mais chama a atenção do
locador e do locatário para aderir à Capitalização?

CAPITALIZAÇÃO 105
UNIDADE 5

1. A garantia nos contratos de locação é um título de Capitalização


da modalidade Instrumento de Garantia, de pagamento único, que
tem por objetivo garantir a locação de um imóvel.
2. A garantia nos contratos de locação é a forma mais rápida e fácil
para se locar um imóvel com tranquilidade e sem burocracia!
Então, pensou na resposta?

A primeira frase apresenta apenas as características do produto, não sen-


do atraente.

Em contrapartida, a segunda tem o que a maior parte dos clientes quer:


rapidez, agilidade e tranquilidade. O locatário não deseja apenas alugar; ele
também quer conveniência, e isso só os benefícios podem trazer. Assim,
conhecer as características e os benefícios desse produto é muito importante.

Siga em frente e conheça cada uma delas detalhadamente.

Aporte/Depósito
Característica: depósito do valor negociado entre locatário e imobiliária
para o título.

Benefício: poder de negociação.

Assistência Residencial Gratuita


para Pessoa Física
Características: possibilidade de inclusão de acesso, em caso de emergên-
cia, a serviços diferenciados.

Benefício: além dos próprios descontos, dependendo do produto, o


proprietário do título pode ter direito a um conjunto de serviços com como-
didade e economia.

Essa vantagem é também aplicável ao locador. Afinal, é uma medida de


cuidado e preservação do seu imóvel, pois a tendência é que o locatário,
em casos emergenciais, utilize a assistência de bons profissionais.

Sorteios
Característica: durante a vigência do título, o locatário concorre mensalmen-
te a sorteios. O prêmio corresponde a um certo número de vezes o valor da
mensalidade, atualizado normalmente pela TR, menos o Imposto de Renda.

Benefício: possibilidade de ganhar um valor em dinheiro.

Porém, lembre-se de que o sorteio é mais um benefício. Afinal, mesmo não


sendo sorteado, o locatário teve grande sorte apenas por ter adquirido o
produto, que é uma excelente garantia para ele e o fez atingir o seu objeti-
vo principal: alugar um imóvel!

CAPITALIZAÇÃO 106
UNIDADE 5

Resgate Antecipado do Valor do Título


Característica: o valor fornecido pela adesão do título de Capitalização
poderá ser resgatado antes do término de vigência, com a anuência do
locador, de acordo com a variação da tabela de resgate, que varia confor-
me a sociedade de Capitalização.

Benefício: o locatário não perde seu dinheiro todo. Ele fecha o título, aluga
o seu imóvel e tem a possibilidade de ter acesso a parte de seu dinheiro
de volta se interromper o título antes do final do período de vigência, ou
seja, liquidez.

Resgate Final do Valor do Título


Característica: no fim do período de vigência do título, caso não haja débi-
tos com o locador, o locatário poderá resgatar no mínimo 95% do valor total
dos pagamentos efetuados.

Benefício: o cliente tem de volta grande parte, senão a totalidade do valor


dos pagamentos efetuados após ter conseguido alugar o imóvel desejado!
Dessa forma, seu cliente não perde dinheiro!

Assistência jurídica
Característica: possibilidade de inclusão de assistência jurídica – resolução
de problemas relacionados à inadimplência do aluguel com suporte técni-
co e especializado.

Benefício: segurança e garantia.

MEMBROS ENVOLVIDOS NA
COMERCIALIZAÇÃO DA
GARANTIA COM
A CAPITALIZAÇÃO
Diante da necessidade de locação de um imóvel, veja quem são os mem-
bros envolvidos no processo:

■ Locatário: pessoa física ou jurídica que tem interesse na locação


de um imóvel comercial ou residencial. É reconhecido como subs-
critor ao adquirir um título de Capitalização.
■ Locador: pessoa física ou jurídica que é proprietária do imóvel e o
disponibiliza para locação.

CAPITALIZAÇÃO 107
UNIDADE 5

■ Imobiliária: a imobiliária pode ser o próprio locador ou ser um


representante do proprietário do imóvel.
E não podia faltar você, é claro:

■ Corretor: responsável pelo fechamento do contrato. O corretor


é cadastrado na Superintendência de Seguros Privados (Susep);
dessa forma, consegue validar a efetivação do título.

A CONTRATAÇÃO DO TÍTULO
DE CAPITALIZAÇÃO COMO
GARANTIA DE ALUGUEL
NA PRÁTICA
Como vimos até aqui, para que a negociação de um título de Capitalização
como Garantia de Aluguel se concretize, é necessário que exista um con-
trato de aluguel. Isto é fundamental pois, como nesta modalidade não é
realizada a análise cadastral do cliente (locatário), é através do contrato de
locação que o corretor de seguros vai poder preencher todas as informa-
ções necessárias para a contratação do título. No contrato deverão constar
a qualificação do locador (proprietário), da imobiliária (intermediária), do
locatário (inquilino), do imóvel (endereço, CEP, tipo, estado de conservação
etc.), além das informações do contrato propriamente dito acertadas entre
as partes como: valor do aluguel e encargos (condomínio e/ou IPTU), prazo
da locação, e o valor do título exigido como garantia de aluguel, que nor-
malmente é equivalente a 6 meses de aluguel e encargos.

Uma vez de posse dessas informações, o corretor de seguros poderá


escolher a Seguradora/Sociedade de Capitalização de sua preferência, e
efetuar a contratação do título. Com a constante evolução dos sistemas de
cálculo, não são mais utilizados formulários em papel, e o corretor pode
efetuar a contratação “na ponta”. Uma vez conectado ao sistema de cál-
culo, basta que o corretor preencha os dados solicitados (proprietário,
imobiliária, locatário, e dados do contrato/título). Feito isso, basta transmitir
a proposta e gerar o boleto para pagamento (forma mais comum de paga-
mento). Uma vez que o locatário pague o boleto, o título é emitido e o
locatário pode pegar as chaves do imóvel.

CAPITALIZAÇÃO 108
UNIDADE 5

PERGUNTAS FREQUENTES
A seguir, você encontrará as perguntas mais frequentes relacionadas a
esse assunto que acabamos de estudar.

Fique atento às respostas porque elas trazem ótimas orientações para


esses casos.

1. Ao fazer o título de Capitalização, o cliente paga um certo número


de vezes o valor do aluguel. Isso significa que não é necessário
pagar o aluguel durante esse período?
Não! O valor fornecido ao adquirir o título é dado para constar
como garantia para fechar a locação e ser utilizado caso haja ina-
dimplência. O cliente não paga, porque ele terá de volta; ele faz
um depósito!

2. A imobiliária tem alguma comissão para a comercialização dessa


garantia a partir do título de Capitalização?
Não! Mais do que isso, para a imobiliária, a comercialização des-
sa garantia com a Capitalização significa ter mais alternativas para
oferecer ao cliente diante da locação, de modo a aumentar o
leque de opções para fechar o aluguel. A comissão é direcionada
a VOCÊ.

3. O inquilino pode fazer o resgate sem a anuência do locador?


Não! Por dois motivos: em primeiro lugar, porque o título está cau-
cionado no nome do locador como garantia para locação. Logo,
se não tiver mais essa garantia, o locador deve ter ciência disso.
Em segundo lugar, caso o locatário esteja em débito, a garantia do
título, ou seja, o valor do título, deverá cobrir as despesas.

CAPITALIZAÇÃO 109
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 5

Marque a alternativa correta.


1. A comercialização de um título de Capitalização na modalidade Instrumento
de Garantia, utilizado como garantia de aluguel, também concorre aos sor-
teios. Caso o título seja sorteado, o contemplado será o(a):

(a) Fiador. (d) Dono do imóvel.


(b) Locatário. (e) Empresa de capitalização.
(c) Locador.

2. Ao final do período de vigência de um título de Capitalização utilizado


como garantia de aluguel, e caso não haja débitos com o locador, poderá
haver o resgate de no mínimo 95% do valor total das contribuições, por
parte do(a):

(a) Empresa de capitalização.


(b) Dono do imóvel.
(c) Fiador.
(d) Locatário.
(e) Locador.

Consulte o gabarito clicando aqui.

CAPITALIZAÇÃO 110
ESTUDOS DE CASO

ESTUDOS DE CASO

Caso 1
Imagine um consumidor que, ao examinar as condições gerais de seu ­título
de Capitalização PM, depara-se com a seguinte tabela de resgate:

O título apresenta o valor de R$ 100,00 para cada contribuição e prazo de


carência de três meses.

RESGATE DE CAPITALIZAÇÃO – TÍTULO PM

PAGAMENTOS % DE RESGATE SOBRE A SOMA


EFETUADOS DOS PAGAMENTOS EFETUADOS

1 50,25

2 50,38

3 57,20

4 60,70

5 62,88

6 64,38

7 66,95

8 68,92

9 70,50

10 71,81

11 73,83

12 75,55

Com base nos dados fornecidos na tabela e, ainda, no conteúdo que


você acabou de estudar, avalie e responda aos seguintes questiona-
mentos feitos pelo consumidor:

a) Já tendo efetuado o pagamento de duas “mensalidades”, é possível


resgatar ao final do segundo mês de vigência?
b) O consumidor terá que efetuar mais algum pagamento se desejar
resgatar o título nesse período?
c) Quanto o consumidor deverá receber se permanecer até o fim da
vigência e efetuar todos os pagamentos na data correta? É possível
estabelecer tal valor com precisão?
d) A que modalidade pertence o título?

CAPITALIZAÇÃO 111
ESTUDOS DE CASO

Caso 2
Em um título de Capitalização PM, de carência igual a 10 meses e com
contribuições de R$ 20,00, o Sr. Sortudo foi contemplado, no sexto mês de
vigência, em um sorteio em que o prêmio bruto correspondia a um múltiplo
de 500 vezes.

O título previa a liquidação antecipada por sorteio em todas as modalida-


des de premiação.

No momento do sorteio, a Provisão Matemática para Capitalização do título


do Sr. Sortudo apresentava saldo de R$ 87,00.

O Sr. Sortudo deseja saber:


a) Se ele pode continuar, normalmente, com seu título, mesmo tendo
sido sorteado.
b) Quais valores irá receber.
c) Para receber o valor de resgate, se ele deverá aguardar o fim do
prazo de carência.

Caso 3
Uma Sociedade de Capitalização deseja distribuir um montante total de
R$ 1.200.000,00 em prêmios de sorteio de um plano de Capitalização PU
cujo tamanho da série deverá ser de 500.000 títulos. A quota de sorteio
foi fixada em 10%.

Deseja-se oferecer o maior valor possível de premiação instantânea e rea-


lizar um sorteio durante cada um dos 12 meses de vigência do título.

Determine:

a) O valor do pagamento único.


b) O valor de prêmio a ser distribuído na premiação instantânea.
c) O valor do múltiplo do pagamento referente a cada prêmio dos sor-
teios mensais.

CAPITALIZAÇÃO 112
ANEXOS

ANEXOS

— ANEXO 1 – EXEMPLO DE
CONDIÇÕES GERAIS DE UM
TÍTULO DE PAGAMENTO
MENSAL (PM) – MODALIDADE
TRADICIONAL
CONDIÇÕES GERAIS
TÍTULO CONSUMIDOR FELIZ – MODALIDADE TRADICIONAL

Glossário
■ Subscritor – é a pessoa que adquire o título, assumindo o com-
promisso de efetuar o pagamento de suas contribuições na forma
convencionada nas condições gerais do título.
■ Titular – é o próprio subscritor ou outra pessoa expressamente
indicada por ele. É o proprietário do título, que detém os direitos
decorrentes do título, a quem devem ser pagos todos os valores
originados por esse título.
■ Capital – é o valor constituído na Provisão Matemática para Capi-
talização.
■ Provisão Matemática para Capitalização (PMC) – será consti-
tuída durante o período de vigência do título, por um percentual
(quota de Capitalização) incidente sobre cada pagamento efetua-
do pelo subscritor, conforme tabela a seguir, sendo mensalmente
capitalizada pela taxa de juros de 0,5% a.m. e atualizada pela taxa
referencial (TR), gerando o valor de resgate do título.
■ Sorteios e carregamento – os custos de sorteio e de carrega-
mento serão constituídos pelas quotas percentuais aplicáveis aos
pagamentos efetuados e destinados, respectivamente, à realiza-
ção dos sorteios e às diversas despesas dos títulos (administração,
operação e comercialização), a seguir apresentados.

CAPITALIZAÇÃO 113
ANEXOS

QUOTAS DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO

QUOTA DE QUOTA DE QUOTA DE


PAGAMENTO SORTEIO % CARREGAMENTO % CAPITALIZAÇÃO %

1º 1,0 29,0 70

2º ao 24º 1,0 4,0 95

■ Data de aniversário – é o dia do início da vigência, válido, tam-


bém, para todos os meses subsequentes, enquanto o plano estiver
em vigor.

I – Objetivo
Art. 1º. A FUNENSEGCAP, CNPJ 99.999.000/0001-99, doravante deno-
minada Sociedade de Capitalização, institui o Título de Capitalização ora
descrito e devidamente aprovado pela Superintendência de Seguros Priva-
dos – Susep, através do processo Susep 15414.000000/2018-99, destinado
à constituição de um determinado capital, observado o prazo e as condi-
ções adiante estabelecidos, que será pago em moeda corrente ao Titular.

§1º. A aprovação deste plano pela Susep não implica, por parte da Autar-
quia, em incentivo ou recomendação à sua aquisição, representando,
exclusivamente, sua adequação às normas em vigor.

II – Natureza do Título
Art. 2º. O Título é indivisível em relação à Sociedade, não podendo seus
direitos serem comercializados separadamente. É facultada a cessão
parcial ou total dos direitos e obrigações do Título, a qualquer momento,
mediante comunicação por escrito à Sociedade de Capitalização.

§1º. Cumpre ao Subscritor e ao Titular comunicar à Sociedade de


Capitalização a realização da transferência, informando os dados
cadastrais do novo Subscritor ou Titular, respectivamente, ficando
vedada a cobrança de qualquer espécie.

§2º. O consumidor poderá consultar a situação cadastral de seu corre-


tor de Capitalização, no sítio www.susep.gov.br, por meio do número
de seu registro na Susep, nome completo, CNPJ ou CPF, quando a
venda tiver sido intermediada por corretor de Capitalização.

III – Início de Vigência


Art. 3º. O título entra em vigor na data do primeiro pagamento, sendo sua
vigência de 24 meses.

IV – Pagamentos
Art. 4º. Este título será pago pelo Subscritor em 24 meses, nas respectivas
datas de vencimento.

CAPITALIZAÇÃO 114
ANEXOS

Parágrafo único – Caso a data de vencimento coincida com um feriado


bancário, o pagamento deverá ser realizado no primeiro dia útil posterior.

Art. 5º. Os pagamentos efetuados após a data de vencimento serão acres-


cidos da atualização monetária na forma do art. 14, e de juros, na mesma
forma prevista para a atualização da provisão matemática para Capitaliza-
ção, conforme o art. 11, calculadas pro rata die, desde a data do vencimento
até o efetivo pagamento.

Art. 6º. A não realização do pagamento na respectiva data de venci-


mento determinará a suspensão do título.

Parágrafo único. O título com até 3 (três) pagamentos em atraso poderá ser
reabilitado, mediante a quitação dos pagamentos devidos, na forma
do art. 5º, não sendo devida qualquer importância decorrente dos sorteios
realizados durante o período de suspensão.

V – Cancelamento do Título
Art. 7º. O título será cancelado caso complete 4 (quatro) meses em
atraso, sendo devido o capital na forma estabelecida pelo art. 11 destas
Condições Gerais.

VI – Ordenação e Identificação de Títulos


Art. 8º. Os títulos serão ordenados em séries de 100.000 e numerados
sequencialmente de 00.001 a 100.000.

VII – Sorteios
Art. 9o. Durante o prazo de pagamento, o título em vigor concorrerá a quatro
sorteios mensais, com apurações baseadas nos resultados das extrações
realizadas nos quatro últimos sábados de cada mês, pela Loteria Federal,
participando, em cada extração, com uma possibilidade de sorteio com pro-
babilidade de contemplação de 0,001%. Tendo efetuado o pagamento de
todas as mensalidades em dia, o título concorrerá ao total de 96 sorteios.

§1o. A cada título será atribuído um número de cinco algarismos, com-


preendido de 00.001 a 100.000 e distinto dos demais, expresso no campo
“Combinação para Sorteio”.

§2o. Para efeito de apuração acerca do descrito no caput deste artigo, con-
siderar-se-ão os cinco primeiros prêmios da extração da Loteria Federal,
observada a ordem de premiação.

A combinação de cada sorteio será obtida a partir do número, composto


de cinco algarismos, extraído através da leitura, de cima para baixo, da
coluna formada pelo algarismo da unidade simples dos cinco primeiros
prêmios da Loteria Federal.

CAPITALIZAÇÃO 115
ANEXOS

§3o. O titular do título sorteado receberá um prêmio bruto equivalente a


250 (duzentos e cinquenta) vezes o valor do último pagamento correta-
mente efetuado.

§4o. Se, por qualquer motivo, a Loteria Federal não vier a realizar a extração
na data prevista, será considerada, para os fins do disposto neste artigo, a
primeira extração que vier a ser por ela realizada até o dia que anteceder
ao sábado seguinte.

§5o. Se também não vier, por qualquer razão, a ser realizada a extração a
que se refere o caput deste artigo ou se houver alterações nos referidos
sorteios de forma que não mais coincidam com as premissas fixadas neste
contrato, a FUNENSEGCAP obriga-se a promover por meios próprios, no
prazo de até 90 dias, para os fins do parágrafo segundo, com a presen-
ça de um representante de Auditoria Independente e o livre acesso dos
SUBSCRITORES/TITULARES, o sorteio do número a servir como resultado
da apuração, em sua SEDE, divulgando o resultado em jornal de grande
circulação. Somente concorrerão ao sorteio previsto neste parágrafo os
títulos em vigor e com os pagamentos em dia na data em que o sorteio
correspondente deveria ter sido realizado.

§6o. Normalizado, pela Loteria Federal, o processo de extração, será resta-


belecido o procedimento previsto no parágrafo segundo.

§7o. Não terão qualquer validade, para os fins do disposto neste Capítulo,
as extrações realizadas pela Loteria Federal que não se enquadrem nas
regras previstas nestas Condições Gerais.

§8o. O prêmio de sorteio, de acordo com a legislação em vigor, terá a inci-


dência de 30% de Imposto de Renda.

§9o. Documentação necessária para pagamento da premiação: documento


de identificação do titular e o título de Capitalização.

§10o. O valor do prêmio de sorteio será colocado à disposição do Titular em


até 15 dias corridos contados a partir da entrega da documentação com-
pleta necessária para pagamento da premiação e atualizado a partir da
data do sorteio até a data do efetivo pagamento pela Taxa Referencial (TR).

§11o. Serão devidos juros moratórios de 1% a.m., proporcionalmente ao


número de dias em atraso, caso a Sociedade de Capitalização não dispo-
nibilize o valor de sorteio no prazo de 15 dias corridos contados da entrega
da documentação completa necessária para pagamento da premiação e
desde que atendidas as obrigações previstas no art. 2º.

§12o. A Sociedade de Capitalização concorrerá aos prêmios mediante os


títulos não comercializados, suspensos ou cancelados.

Art. 10. O título sorteado continuará em vigor.

CAPITALIZAÇÃO 116
ANEXOS

VIII – Resgate
Art. 11. O capital é formado por parte do pagamento feito periodicamente
e será mensalmente atualizado e capitalizado, no dia de aniversário do
título, estando disponível ao titular somente após o prazo de carência
de 12 (doze) meses, contados do início da vigência. A tabela a seguir
apresenta o cálculo do valor mínimo de resgate.

Obs.: os percentuais apresentados na tabela representam o mínimo


que será resgatado, ao final de cada mês de vigência, considerando
todos os pagamentos efetuados em dia e apenas a Capitalização à taxa
de juros iguais a 0,5% a.m. O capital formado neste título será atua-
lizado pela Taxa Referencial (TR), conforme definido na Lei 8177/91.

TABELA 1

% DE RESGATE % DE RESGATE
SOBRE A MÊS DE
MÊS DE VIGÊNCIA SOBRE A SOMA
SOMA DOS VIGÊNCIA
(FINAL DO MÊS) DOS PAGAMENTOS
PAGAMENTOS (FINAL DO MÊS) EFETUADOS
EFETUADOS

1 63,32 13 96,34

2 74,78 14 96,73

3 78,74 15 97,09

4 80,84 16 97,45

5 82,18 17 97,79

6 83,14 18 98,12

7 88,56 19 98,45

8 89,21 20 98,77

9 89,78 21 99,08

10 90,27 22 99,39

11 90,72 23 99,70

12 91,14 24 100,00

§1º. O título será cancelado na data do pagamento do resgate, ces-


sando quaisquer direitos após essa data.

§2º. A tabela anterior considera:

a) um fator de redução no capital de 10%, quando o resgate


ocorrer antes do 7º mês de vigência;

b) um fator de redução no capital de 5% quando o resgate ocor-


rer entre o 7º e o 12º mês de vigência;

c) pagamentos efetuados sem atualização.

CAPITALIZAÇÃO 117
ANEXOS

§3º. Documentação necessária para pagamento do resgate: documento de


identificação do titular e o título de Capitalização.

§4º. O valor de resgate será colocado à disposição do titular em até 15 dias


corridos contados a partir da entrega da documentação completa após o
término de vigência ou após o cancelamento do título, ou, ainda, após a
solicitação de resgate antecipado, observado o prazo de carência.

§5º. Serão devidos juros moratórios de 1% a.m., proporcionalmente ao


número de dias em atraso, caso a Sociedade de Capitalização não dis-
ponibilize o valor de resgate no prazo de 15 dias corridos e desde que
atendidas as obrigações previstas no art. 2o.

§6º. Caso o valor de resgate seja superior à soma das parcelas pagas,
haverá incidência de imposto de renda sobre a diferença entre o valor
de resgate e a soma das parcelas pagas, conforme legislação tribu-
tária em vigor.

§7º. A aplicação da taxa de juros cessará a partir da data do cancelamento


do Título por falta de pagamento, ou por resgate antecipado total, ou, ain-
da, a partir da data do término da vigência.

IX– Atualização de Valores


Art. 12. O capital formado neste título será atualizado mensalmente pela
Taxa Referencial (TR), conforme definido na Lei nº 8.177/91, de 1 de março
de 1991.

Parágrafo único. No caso de extinção do índice de atualização, será uti-


lizado o índice que vier a ser considerado para atualização da caderneta
de poupança.

Art. 13. Os valores das contribuições serão atualizados, anualmente, com


base na variação do IGPM, referente ao período de 12 (doze) meses, apura-
da com defasagem de 2 (dois) meses em relação à data do reajuste.

Parágrafo único. No caso de extinção do índice de atualização, será utili-


zado o IPCA-IBGE.

Art. 14. Os valores de sorteio serão atualizados, a partir da data de sua rea-
lização, pela Taxa Referencial (TR), até a data do efetivo pagamento.

Art. 15. Os valores de resgate serão atualizados, a partir do primeiro dia


posterior à data da sua solicitação do resgate, até a data do efetivo paga-
mento, pela Taxa Referencial (TR).

Parágrafo único. No caso de solicitação de resgate posteriormente ao tér-


mino do prazo de vigência, a atualização dar-se-á desde o primeiro dia
posterior ao término desse prazo até o efetivo pagamento.

CAPITALIZAÇÃO 118
ANEXOS

X – Impostos e Taxas
Art. 16. Os impostos e taxas incidentes ou que venham a incidir sobre
o título estarão a cargo de quem a lei determinar.

XI – Informações
Art. 17. A cada 12 (doze) meses será enviado extrato ao titular com as infor-
mações atualizadas dos valores do título.

Parágrafo único. Independentemente da periodicidade estabelecida no


caput, a Sociedade de Capitalização prestará quaisquer informações ao
subscritor/titular sempre que solicitadas.

Art. 18. O titular contemplado em sorteio deverá ser notificado deste fato
pela Sociedade de Capitalização, por escrito, mediante correspondência
expedida com aviso de recebimento – AR, ou por qualquer meio que se
possa comprovar em até 40 (quarenta) dias de sua realização.

XII – Prescrição
Art. 19. O direito ao recebimento de qualquer importância devida, relativa
ao título, cessará, automaticamente e de pleno direito, no prazo estabele-
cido na legislação em vigor.

XIII – Foro
Art. 20. O foro competente para dirimir eventuais questões oriundas des-
tas Condições Gerais será, sempre, o do domicílio do titular.

— ANEXO 2 – NORMAS
FUNDAMENTAIS DE CAPITALIZAÇÃO
As normas fundamentais que estabelecem as regras do mercado de Capi-
talização estão relacionadas abaixo:

■ Decreto-Lei nº 73/1966: é a “lei” de seguros.

■ Decreto-Lei nº 261/1967: é a “lei” básica do sistema de Capitalização.

■ Resolução CNSP nº 384/2020: dispõe sobre a operação de


capitalização, as modalidades, elaboração, operação e comerciali-
zação de títulos de capitalização e dá outras providências.

■ Resolução CNSP nº 15/1991: trata das operações de Capitalização.

■ Resolução CNSP nº 23/2000: altera dispositivos da Resolução


CNSP nº 15/91.

CAPITALIZAÇÃO 119
ANEXOS

■ Resolução CNSP nº 321/2015: dispõe sobre provisões técnicas, ati-


vos redutores da necessidade de cobertura das provisões técnicas,
capital de risco baseado nos riscos de subscrição, de crédito, ope-
racional e de mercado, patrimônio líquido ajustado, capital mínimo
requerido, plano de regularização de solvência, limites de reten-
ção, critérios para a realização de investimentos, normas contábeis,
auditoria contábil e auditoria atuarial independentes e Comitê de
Auditoria referentes a seguradoras, entidades abertas de previdên-
cia complementar, Sociedades de Capitalização e resseguradores.

■ Resolução CNSP nº 101/2004: altera a Resolução CNSP 15, de


03 de dezembro de 1991.

■ Resolução CNSP nº 103/2004: altera e consolida as normas de


atualização e recálculo de valores relativos às operações de segu-
ro, Previdência Complementar Aberta e de Capitalização.

■ Resolução CMN nº 4.444/2015: dispõe sobre as normas que


disciplinam a aplicação dos recursos das reservas técnicas, das
provisões e dos fundos das sociedades seguradoras, das socie-
dades de Capitalização, das entidades abertas de previdência
complementar e dos resseguradores locais, sobre as aplicações
dos recursos exigidos no país para a garantia das obrigações de
ressegurador admitido e sobre a carteira dos Fundos de Aposen-
tadoria Programada Individual (Fapi).

■ Resolução CNSP nº 243/2011: dispõe sobre sanções administra-


tivas no âmbito das atividades de seguro, cosseguro, resseguro,
retrocessão, Capitalização, previdência complementar aberta, de
corretagem e auditoria independente; disciplina o inquérito e o
processo administrativo sancionador no âmbito da Susep e das
entidades autorreguladoras do mercado de corretagem e dá
outras providências.

■ Circular Susep nº 576/2018: estabelece regras para a elabora-


ção, a operação, a propaganda e o material de comercialização de
títulos de Capitalização, e dá outras providências.

■ Circular Susep nº 376/2008: regula a operacionalização, a emis-


são de autorizações e a fiscalização das operações de distribuição
gratuita de prêmios mediante sorteio, vinculadas à doação de
títulos de Capitalização ou à cessão de direitos sobre os sorteios
inerentes aos títulos de Capitalização e suas alterações.

■ Circular Susep nº 517/2015: dispõe sobre provisões técnicas;


teste de adequação de passivos; ativos redutores; capital de ris-
co de subscrição, crédito, operacional e mercado; constituição de

CAPITALIZAÇÃO 120
ANEXOS

banco de dados de perdas operacionais; plano de regularização


de solvência; registro, custódia e movimentação de ativos, títulos e
valores mobiliários garantidores das provisões técnicas; Formulário
de Informações Periódicas (FIP/Susep); normas contábeis e audito-
ria contábil independente das seguradoras, entidades abertas de
previdência complementar, sociedades de Capitalização e ressegu-
radores; exame de certificação e educação profissional continuada
do auditor contábil independente e sobre os pronunciamentos téc-
nicos elaborados pelo Instituto Brasileiro de Atuária (IBA).

■ Circular Susep nº 445/2012: dispõe sobre os controles internos


específicos para a prevenção e o combate dos crimes de “lava-
gem” ou ocultação de bens, direitos e valores, ou os crimes que
com eles possam relacionar-se, o acompanhamento das ope-
rações realizadas e as propostas de operações com pessoas
politicamente expostas, bem como a prevenção e coibição do
financiamento ao terrorismo.

■ Circular Susep nº 460/2012: estabelece normas sobre a distri-


buição, a cessão, a subscrição e a publicidade na comercialização
de títulos de Capitalização, e dá outras providências.

■ Resolução CMN nº 4.222/2013: altera e consolida as normas


que dispõem sobre o estatuto e o regulamento do Fundo Garanti-
dor de Créditos (FGC).

Outras normas de natureza mais operacional, como as Circulares da Susep


que tratam da divulgação dos planos de contas das sociedades, também
integram este conjunto. Existe, ainda, uma outra categoria de Circulares da
Susep, que tratam de normas comuns não só à capitalização, mas também
aos demais seguros e aos planos de Previdência Complementar.

CAPITALIZAÇÃO 121
ANEXOS

Importante
Entre as normas já listadas, destacam-se três:
■ Resolução CNSP nº 384/2020, que dispõe sobre a operação de capita-
lização, as modalidades, a elaboração, a operação e a comercialização
de títulos de capitalização e dá outras providências.
■ Circular Susep nº 576/2018, que estabelece regras para a elaboração,
a operação, a propaganda e o material de comercialização de títulos de
capitalização e dá outras providências.
■ Resolução CNSP nº 15/1991, que define paradigmas importantes para a
capitalização, como a impossibilidade de a Sociedade de Capitalização
se apossar da reserva matemática, ainda que o consumidor esteja em
atraso, além de disciplinar a estruturação e o funcionamento das socie-
dades de capitalização.

— ANEXO 3 – ÍNDICES
DE ATUALIZAÇÃO
A Circular Susep nº 255/2004, que veio complementar a Resolução
CNSP nº 103/2004, indica as opções de índices a serem utilizados pelas
sociedades de Capitalização para a atualização das provisões matemáticas
dos títulos de Capitalização e dos demais planos de seguro e Previdência
Complementar tratados por tais normas.

Os índices são os seguintes:

■ Índice Nacional de Preços ao Consumidor/ Fundação Instituto


­Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC/IBGE).
■ Índice de Preços ao Consumidor Amplo/ Fundação Instituto
­Brasileiro de Geografia e Estatística (IPCA/IBGE).
■ Índice Geral de Preços para o Mercado/ Fundação Getulio Vargas
(IGPM/FGV).
■ Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna/ Fundação ­Getulio
Vargas (IGP-DI/FGV).
■ Índice Geral de Preços ao Consumidor/ Fundação Getulio Vargas
(IPC/FGV).
■ Índice de Preços ao Consumidor/ Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas da Universidade de São Paulo (IPC/FIPE).

CAPITALIZAÇÃO 122
ANEXOS

Embora sejam essas as opções oficiais, a legislação permite, ainda, que sejam
utilizados outros índices, desde que previamente autorizados pela Susep.

Como você aprendeu aqui, exclusivamente para os títulos de Capitaliza-


ção, a atualização das provisões poderá ser efetuada adotando-se o índice
de atualização monetária da caderneta de poupança, hoje a TR, conforme
previsto na Circular Susep nº 255/2004.

A exceção autorizada por essa circular é, na verdade, a regra praticada pelo


mercado, isto é, quase 100% dos títulos estabelecem a atualização das pro-
visões pela TR (o que, anteriormente à Circular 255, era a única hipótese
possível). Essa prática acaba por provocar uma perda real (quando compa-
rada à inflação) dos valores de resgate dos títulos de Capitalização, pois
a TR não consegue refletir a inflação, estando, atualmente, quase sempre
abaixo dos índices inflacionários.

CAPITALIZAÇÃO 123
GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5

1–D 1–C 1–B 1–A 1–B

2–A 2–D 2–D 2–D 2–D

3–C 3–A 3–A 3–B

4–E 4–E 4–C

5–A 5–D 5–A

6–C 6–D 6–C

7–D 7–C

8–E 8–E

9–C 9–B

10 – A 10 – D

11 – D

12 – A

13 – C

14 – A

Estudos de Caso
Caso 1
a) Não é possível obter o valor de resgate no segundo mês de vigência,
uma vez que o título prevê três meses de carência.

b) Independentemente do número de pagamentos, o resgate somente


poderá ocorrer após completados os três meses de vigência. O consu-
midor não necessita efetuar o pagamento da terceira mensalidade para
resgatar o título, bastando apenas aguardar o encerramento da carên-
cia (ao final dos três meses) para resgatá-lo. Se o consumidor efetuar o
pagamento da terceira “mensalidade”, concorrerá aos sorteios durante o
terceiro mês de vigência e resgatará um valor próximo a 57,20% do que
pagou; se, ao contrário, não efetuar o pagamento no terceiro mês, o título
estará suspenso, não participando dos sorteios desse mês, mas o título
poderá ser resgatado normalmente no final desse período. No entanto, o
consumidor não receberá o percentual de 57,20%, uma vez que o terceiro

CAPITALIZAÇÃO 124
ANEXOS

pagamento não foi efetivado (nesse caso, o consumidor receberá um valor


bem próximo do percentual de resgate do segundo mês, já que só efetuou
dois pagamentos).

c) Receberá, no mínimo, 75,55% do valor total pago.

Total dos pagamentos efetuados = 12 * R$ 100,00 = R$ 1.200,00; assim, o


valor mínimo de resgate será de 76% de R$ 1.200,00, ou seja, 0,76555 *
R$ 1.200,00 = R$ 906,60.

O valor real de resgate ainda será um pouco maior do que o apresenta-


do (daí a expressão “mínimo”), uma vez que a provisão matemática para
Capitalização sofre ainda atualização monetária (geralmente TR, que atual-
mente oscila entre 0,1% e 0,45% ao mês). Essa atualização não pode ser
calculada antecipadamente, pois depende dos índices que são divulgados
no decorrer do período de Capitalização.

d) Certamente, pertence à modalidade Popular. Não pode ser Tradicional


ou Compra Programada, pois não restitui, no fim da vigência, 100% do valor
pago, nem pode ser instrumento de garantia, pois não restitui, no fim da
vigência, 95% do valor pago (vide tabela de resgate). Não pode ser Incen-
tivo, pois foi um consumidor – pessoa física (e não uma empresa) – quem
adquiriu o título. Não pode ser Filantropia Premiável, pois é um título de
pagamento mensal.

Estudo de Caso 2
a) Não. Uma vez que o sorteio previa liquidação antecipada, ainda que
o consumidor não desejasse, o título foi automaticamente cancelado em
função de ter sido sorteado.

b) O Sr. Sortudo irá receber tanto o prêmio de sorteio quanto o valor de


resgate, ou seja:

Prêmio de sorteio: 500 × R$ 20,00 = R$ 10.000,00

Imposto de Renda: 25% de R$ 10.000,00 = R$ 2.500,00

Valor líquido a receber de sorteio = R$ 7.500,00

Valor de resgate = R$ 87,00 (ainda que haja penalidade para resgate anteci-
pado, ela não incidirá neste caso, pois não foi o consumidor quem solicitou
o resgate. Esse resgate ocorre independentemente da vontade dele).

Aqui não há incidência de IR, pois o valor resgatado é inferior ao valor pago
(R$ 120,00).

Valor líquido total a receber = R$ 7.587,00

Os valores ainda deverão ser atualizados até a data do efetivo pagamento


ao titular.

CAPITALIZAÇÃO 125
GABARITO

c) Não. Para o recebimento do valor de resgate em função de liquidação


antecipada por sorteio, o prazo de carência não é observado, devendo o
consumidor receber o resgate, ainda que seja dentro do prazo de carência.

Estudo de Caso 3
a) Quota de sorteio = 10% ou 0,1

Valor da contribuição = x

Contribuição de cada título para o sorteio =


R$ 1.200.000,00 / R$ 500.000,00 = R$ 2,40

Logo: R$ 2,40 / x = 0,1

Assim, x = R$ 24,00.

b) O valor de prêmio máximo na premiação instantânea é de 30% do total


de prêmios.

Assim, será de: 30% * R$ 1200.000,00 = R$ 360.000,00.

c) Para os demais sorteios mensais, restará a diferença entre o total de


sorteios e o prêmio instantâneo, isto é:

R$ 1.200.000,00 – R$ 360.000,00 = R$ 840.000,00.

Como são 12 sorteios (um por mês), o valor de cada prêmio mensal de
sorteio será de:

R$ 840.000,00 / 12 = R$ 70.000,00.

Assim, o prêmio mensal, como um múltiplo do pagamento, será de:


R$ 70.000 / 24 = R$ 2.916,66.

CAPITALIZAÇÃO 119
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANGST, D.; ABREU, J. A. P. Título de Capitalização: efeitos dos resgates
antecipados na rentabilização e fidelização de clientes em um banco do
Paraná. Revista da RAE: revista do Centro Universitário Franciscano –
UNIFAE, Curitiba, v. 10, n. 2, p. 99-113, jul./dez. 2007.

CARVALHO, M. E.; SANTOS, R. M. P.; SILVA, E. G. Capitalização: histórico,


conceitos, perspectivas. Rio de Janeiro: Escola de Negócios e Seguros.
Funenseg/ Fenaseg, 2006. 200 p.

CONTADOR, R. C.; FERRAZ, C. B. Mercado de Capitalização: o resgate


da história e os cenários futuros. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 2000.

CONTADOR, R. C.; FERRAZ, C. B. Os mercados de seguro e de Capita-


lização no Brasil: o resgate da história. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD,
2003. (Estudos Funenseg).

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico.


­Capitalização. Assessoria Técnica de Julienne Corrêa Guerra e Rodrigo
Maia Jorge. 17. ed. Rio de Janeiro: ENS, 2017. 180 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico.


­Capitalização. Assessoria Técnica de Maurício Viot. 18. ed. Rio de Janeiro:
ENS, 2018. 150 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Capi-


talização. Assessoria Técnica de Christine de Faria Zettel 22. ed. Rio de
Janeiro: ENS, 2020. 169 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Livreto


de Capitalização como Garantia em Contratos de Aluguel. Assessoria
Técnica de Sandra Santos Rio de Janeiro: ENS, 2017. 10 p.

Sites
COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras
https://www.gov.br/coaf/pt-br

Susep – Superintendência de Seguros Privados


http://novosite.susep.gov.br/

Senado Federal
https://www12.senado.leg.br/hpsenado

CAPITALIZAÇÃO 120

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