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15ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2020

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
ELIZABETH VIEIRA VALENTE BARTOLO – 2020/2019/2017
BRUNO KELLY – 2018

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros

E73s Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Seguros de pessoas / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino
Técnico; assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo.
– 15. ed. – Rio de Janeiro: ENS, 2020.
96 p. ; 28 cm

1. Seguros de pessoas. I. Bartolo, Elizabeth Vieira Valente. II. Título.

0020-2455 CDU 368.91(072)

SEGUROS DE PESSOAS
A
Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diversas
iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um
mercado de seguros, previdência complementar, capitaliza-
ção e resseguro cada vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.

SEGUROS DE PESSOAS
SUMÁRIO
INTERATIVO

1. CONCEITOS BÁSICOS 8
UM POUCO DE HISTÓRIA 9
O Seguro de Pessoas no Tempo 9
SEGURO DE PESSOAS NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
(LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002) 10
NOÇÕES GERAIS 12

SUJEITOS DA OPERAÇÃO 13

FORMAS DE CONTRATAÇÃO 15

CUSTEIO DO PLANO 16

MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS 16


Benefício Definido 16
Contribuição Variável 17
VALORES GARANTIDOS 18

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA 19

CARREGAMENTO 19

MIGRAÇÃO DE APÓLICES 20

FIXANDO CONCEITOS 1 21

SEGUROS DE PESSOAS
2. COBERTURAS DE RISCO 24
INTRODUÇÃO 25

CONTRATAÇÃO 25
Proposta de Contratação 26
Proposta de Adesão 27
Apólice 28
Bilhete de Seguro 28
Certificado Individual 28
PERÍODO DE COBERTURA 29

CÁLCULO DO PRÊMIO 29

COBERTURAS 30
Morte (Natural ou Acidental) 31
Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença (ILPD) 31
Invalidez Funcional Permanente Total por Doença (IFPD) 32
Doenças Graves 33
Acidentes Pessoais 33
Diárias por Incapacidade (DI) 38
Diárias por Internação Hospitalar (DIH) 38
Perda de Renda 39
Auxílio-Funeral 39
Cobertura para Segurados Dependentes 40
SEGURO EDUCACIONAL 42

SEGURO PRESTAMISTA 43

CAPITAL SEGURADO 43

VIGÊNCIA 45

CARÊNCIA 46

CESSAÇÃO DE COBERTURA 47

CARREGAMENTO 47

PERDA DE DIREITOS 48

SEGUROS DE PESSOAS
CANCELAMENTO E REABILITAÇÃO DA APÓLICE 49

RENOVAÇÃO DA APÓLICE 50

RISCOS EXCLUÍDOS 51

DISTRIBUIÇÃO DE
EXCEDENTE TÉCNICO 53

FORMA DE PAGAMENTO
DA INDENIZAÇÃO 54

FIXANDO CONCEITOS 2 56

3. COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA 63


CONSIDERAÇÕES INICIAIS 64

CARACTERÍSTICAS DA COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA 65

MODALIDADES DE RENDA 70

PARÂMETROS TÉCNICOS 71

CARREGAMENTO 72

RESGATE 72

PORTABILIDADE 74

FIXANDO CONCEITOS 3 76

4. NOÇÕES DE REGULAÇÃO DE SINISTROS 80


CONSIDERAÇÕES INICIAIS 81

REGULAÇÃO DO
PROCESSO DE SINISTRO 81

FIXANDO CONCEITOS 4 83

SEGUROS DE PESSOAS
5. ATUALIZAÇÃO DE VALORES 84
UMA NOÇÃO HISTÓRICA 85

AS REGRAS ATUAIS 85

FIXANDO CONCEITOS 5 87

ESTUDOS DE CASO 88

ANEXOS 90

GABARITO 94

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 96

SEGUROS DE PESSOAS
CONCEITOS
BÁSICOS
01 UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Diferenciar as coberturas de um estruturado
oferecidas nos planos de na modalidade de UM POUCO DE HISTÓRIA
Seguros de Pessoas. contribuição variável.
NOÇÕES GERAIS
■■ Identificar os sujeitos ■■ Listar os quatro valores
envolvidos na garantidos que podem/ SUJEITOS DA
contratação de um devem existir em um OPERAÇÃO
plano de Seguro de plano de Seguro de
Pessoas e descrever Pessoas. FORMAS DE
o papel exercido pelo CONTRATAÇÃO
■■ Identificar o que é
Estipulante.
Assistência Financeira. CUSTEIO
■■ Distinguir as formas de DO PLANO
■■ Determinar o percentual
contratação de um plano
de carregamento que MODALIDADES DE
de Seguro de Pessoas
pode ser cobrado em ESTRUTURAÇÃO
e as modalidades pelas
um plano de Seguro de DAS COBERTURAS
quais tal Plano pode ser
Pessoas.
custeado. VALORES
■■ Entender o conceito de GARANTIDOS
■■ Diferenciar um
Migração de Apólice.
Plano estruturado ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
na modalidade de
benefício definido CARREGAMENTO

MIGRAÇÃO DE APÓLICES

FIXANDO CONCEITOS 1

SEGUROS DE PESSOAS 8
UNIDADE 1

UM POUCO DE HISTÓRIA
A necessidade de segurança é inerente ao ser humano. Desde sua origem,
sofrendo as consequências das situações climáticas e dos ataques de
animais e de outros homens, de doenças, invalidez e morte, o homem
sentiu a necessidade de buscar formas de proteção, desde a integração
em tribos ou grupos, até a criação de moradias que minimizassem certos
perigos. O ser humano necessita se proteger.

Posteriormente, o homem comprovou haver situações que podiam


determinar a perda de seus bens e observou que, para desenvolver suas
atividades com segurança, teria que descobrir alguma maneira de estar
protegido. Surgiu, então, a “ideia” do seguro.

—— O Seguro de Pessoas no Tempo


O Código Comercial Brasileiro, publicado em 1850 e ainda hoje em vigor –

Importante apenas nos itens referentes ao Direito Comercial Marítimo –, determinava


a proibição da contratação de Seguros de Vida de pessoas livres. Era
Com a publicação do Código permitida somente a contratação de seguros para as vidas dos escravos,
Civil Brasileiro, em 2002, foi não considerados pessoas. Assim, no Brasil, o Seguro de Vida teve sua
necessário que a SUSEP e prática retardada por ter sido considerado, durante longo tempo, uma
o CNSP revisassem todos especulação imoral.
os normativos, inclusive
Em 1905, surgiu um “plano” que cobria as vidas dos empregados de
aqueles relacionados
uma cadeia de armazéns varejistas, contratado por meio de diversas
aos Seguros de Pessoas.
apólices individuais que exigiam a realização prévia de exames médicos.
Naquela oportunidade, foram
O “plano” utilizado foi o denominado seguro temporário renovável
consolidadas disposições
automaticamente e os prêmios das apólices eram recolhidos e pagos à
dispersas em inúmeros
Seguradora pelo empregador.
normativos, com o objetivo
de propiciar aos segurados Em 1910, foi emitida, nos EUA, a primeira apólice de Seguro de Vida em
mais informações e Grupo, que apresentava como condições: não realização dos exames
transparência quanto às suas médicos individuais prévios, prêmios quitados pelos segurados e o
obrigações e direitos. benefício por morte do funcionário pago ao beneficiário por ele indicado.

SEGUROS DE PESSOAS 9
UNIDADE 1

O Código Civil Brasileiro, publicado em 1916 e já inteiramente revogado,


passou a considerar a vida e as faculdades humanas objetos seguráveis, o
que foi mantido pelo Código Civil publicado em 2002 (Lei 10.406/02).

Em 1929, o Seguro de Vida em Grupo surgiu no Brasil, época na qual o referido


ramo já estava consolidado e modernizado nos EUA. Foi introduzido em nosso
mercado, seguindo o modelo americano no que se referia a taxas e a condições.

Em 1954, no Brasil, foi publicada uma Portaria que definiu padrões para
o Ramo de Acidentes Pessoais, sendo aquele ano considerado o marco
inicial para o desenvolvimento da carteira.

SEGURO DE PESSOAS NO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
(LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002)

O Código Civil Brasileiro apresenta uma série de artigos aplicáveis a segu-


ros, sendo alguns voltados, exclusivamente, para os contratos de Seguros
de Pessoas.

Os principais são:

[...]

Art. 789 – Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipula-


do pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre
o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.

Art. 790 – No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a


declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela preserva-
ção da vida do segurado.
Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interes-
se, quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente
do proponente.

Art. 791 – Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não


tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação, é
lícita a substituição do beneficiário, por ato entre vivos ou de
última vontade.
Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado opor-
tunamente da substituição, desobrigar-se-á pagando o capital
segurado ao antigo beneficiário.

SEGUROS DE PESSOAS 10
UNIDADE 1

Art. 792 – Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qual-


quer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado
será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente,
e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da
vocação hereditária.
Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo,
serão beneficiários os que provarem que a morte do segurado
os privou dos meios necessários à subsistência.

Art. 793 – É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao


tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já
se encontrava separado de fato.

Art. 794 – No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de mor-


te, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado,
nem se considera herança para todos os efeitos de direito.

Art. 795 – É nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para pagamen-


to reduzido do capital segurado.

Art. 796 – O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado,
ou por toda a vida do segurado.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o
segurador não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja falta
de pagamento, nos prazos previstos, acarretará, conforme se
estipular, a resolução do contrato, com a restituição da reserva já
formada, ou a redução do capital garantido proporcionalmente
ao prêmio pago.

Art. 797 – No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um


prazo de carência, durante o qual o segurador não responde
pela ocorrência do sinistro.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o segurador é obrigado
a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já
formada.

Art. 798 – O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o


segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial
do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, obser-
vado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é
nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por
suicídio do segurado.

Art. 799 – O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda


que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade
do segurado provier da utilização de meio de transporte mais
arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte,

SEGUROS DE PESSOAS 11
UNIDADE 1

ou de atos de humanidade em auxílio de outrem.

Art. 800 – Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se


nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o
causador do sinistro.

Art. 801 – O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou
jurídica em proveito do grupo que a ela, de qualquer modo, se
vincule.
§ 1º O estipulante não representa o segurador perante o grupo
segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo
cumprimento de todas as obrigações contratuais.
§ 2º A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência
expressa de segurados que representam 3/4 do grupo.

Art. 802 – Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia do


reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico,
nem o custeio das despesas de luto e de funeral do segurado.”

NOÇÕES GERAIS
Os planos de Seguros de Pessoas são aqueles destinados a oferecer
coberturas de risco (por exemplo, morte, invalidez, doenças graves) e/ou
coberturas por sobrevivência.

Atenção
A cobertura por sobrevivência é aquela que garante o pagamento do capital segurado
pela sobrevivência do segurado ao período de diferimento contratado ou a compra,
mediante pagamento único, de renda imediata.
As coberturas de risco são aquelas coberturas dos Seguros de Pessoas cujo evento
gerador não é a sobrevivência do segurado a uma data predeterminada.
Em resumo, todas aquelas situações que não se enquadrarem no conceito de cober-
tura de sobrevivência apresentado acima, automaticamente, são entendidas como
cobertura de risco.

SEGUROS DE PESSOAS 12
UNIDADE 1

SUJEITOS DA
OPERAÇÃO
Na contratação de um plano de Seguros de Pessoas estão envolvidas as
seguintes partes:

Segurado
Pessoa física que contrata o plano ou, no caso de contratação sob
a forma coletiva, que adere ao plano;
Seguradora
Pessoa jurídica obrigatoriamente constituída sob a forma de socie-
dade anônima – S/A, que assume a responsabilidade pela cober-
tura dos riscos especificados na apólice, mediante o recebimento
do prêmio correspondente;

Corretor
Pessoa física ou jurídica que faz a intermediação da contratação
do plano;

Beneficiário
Desde que respeitadas as determinações legais e regulamentares,
Atenção beneficiário é a pessoa física ou jurídica livremente indicada pelo
segurado para receber os valores dos capitais segurados – indeni-
zações –, na hipótese de ocorrência do sinistro; e
A figura do Estipulante existe
somente nos planos de Estipulante
seguros coletivos. Pessoa física ou jurídica que propõe a contratação de plano cole-
tivo, ficando investido de poderes de representação do segurado,
nos termos da legislação e regulamentação em vigor.

Sobre o Estipulante
O Estipulante só pode ser beneficiário em um plano de Seguros de Pessoas
se comprovado o legítimo interesse para que ele figure nessa condição.

Esse é o caso, por exemplo, do Seguro Prestamista, que veremos mais adiante.

O estipulante será identificado como:

■■ estipulante-instituidor: aquele que participa, total ou parcial-


mente do custeio do plano; e
■■ estipulante-averbador: aquele que não participa do custeio
do plano.
Não podem ser estipulantes, salvo quando estiverem estipulando apólices
para seus próprios funcionários:

SEGUROS DE PESSOAS 13
UNIDADE 1

■■ corretoras de seguros, seus sócios, dirigentes, administradores,


empregados, prepostos ou representantes;
■■ corretores; e
■■ sociedades seguradoras, seus dirigentes, administradores, empre-
gados, prepostos ou representantes.
O estipulante tem várias obrigações a cumprir, como:

■■ fornecer à seguradora todas as informações necessárias para a


análise e a aceitação do risco;
■■ manter a seguradora informada a respeito dos dados cadastrais
dos segurados, alterações na natureza do risco coberto, bem como
quaisquer eventos que possam, no futuro, resultar em sinistro;
■■ fornecer ao segurado, sempre que solicitado, quaisquer informa-
ções relativas ao contrato de seguro;
■■ comunicar, de imediato, à seguradora, a ocorrência de qualquer
sinistro, ou expectativa de sinistro, referente ao grupo que repre-
senta, assim que delas tiver conhecimento, quando tal comunica-
ção estiver sob sua responsabilidade;
■■ dar ciência aos segurados dos procedimentos e prazos estipula-
dos para a liquidação dos sinistros; e
■■ comunicar, de imediato, à SUSEP, quaisquer procedimentos que
considerar irregulares quanto ao seguro contratado, bem como
fornecer àquela autarquia quaisquer informações solicitadas, den-
tro do prazo por ela estabelecido.
Sempre que houver qualquer alteração nas condições contratuais que
implique modificação nas escolhas dos segurados, ônus ou dever para eles,
a referida alteração somente será válida com a anuência prévia e expressa
de segurados que representem, no mínimo, 3/4 do grupo segurado.

Não é considerada estipulante a pessoa jurídica que, sem ter subscrito


proposta de contratação, tem sua participação restrita à condição de con-
signante, responsável, exclusivamente, pela efetivação dos descontos cor-
respondentes aos prêmios na folha de pagamento do respectivo segurado
e o consequente repasse em favor da sociedade seguradora.

Quando o plano for contratado com previsão de consignação em folha, as


condições gerais deverão conter dispositivo determinando que a ausência
do repasse dos valores dos prêmios recolhidos dos segurados pelo consig-
nante à seguradora não poderá causar qualquer prejuízo aos segurados ou
respectivos beneficiários, no que se refere à cobertura e demais direitos.

Nos seguros contributários, ou seja, quando os segurados são respon-


sáveis pelo pagamento, total ou parcial, dos valores dos prêmios, o não

SEGUROS DE PESSOAS 14
UNIDADE 1

repasse dos valores dos prêmios recolhidos dos segurados pelo estipulan-
te à seguradora, nos prazos contratualmente estabelecidos, poderá acar-
retar a suspensão ou o cancelamento da cobertura, a critério da segurado-
ra, além de sujeitar o estipulante às cominações legais.

Nas apólices coletivas, em que o estipulante possui com o grupo segurado


exclusivamente o vínculo de natureza securitária referente à contratação
do seguro, deverá haver tratamento de apólice individual, no que concerne
ao relacionamento dos segurados com a seguradora.

Os sujeitos vinculados ao estipulante são caracterizados da seguinte forma:

■■ componente segurado: pessoa que já aderiu ao seguro, tendo sido


aceita pela sociedade seguradora, ou seja, que já participa do pla-
no coletivo de Seguros de Pessoas contratado pelo estipulante; e
■■ componente segurável: pessoa que pode vir a ser incluída no pla-
no, ou seja, pessoa passível de se tornar um componente segurado.

FORMAS DE
CONTRATAÇÃO
Os planos de seguros de pessoas podem ser contratados de duas formas:
individual ou coletiva.

■■ individual: aquelas nas quais a relação entre os segurados e a


seguradora é direta; e
■■ coletiva: aquelas nas quais a relação entre os segurados e a segu-
radora é indireta, por meio do estipulante.

Atenção
A contratação coletiva se destina a garantir coberturas para grupos de pessoas que, de
uma forma lícita, vinculem-se ao estipulante, devendo o vínculo entre essas pessoas e o
estipulante estar definido no contrato de forma clara e objetiva.

SEGUROS DE PESSOAS 15
UNIDADE 1

CUSTEIO
DO PLANO
O custeio do plano pode ser:

■■ não contributário: quando os segurados não pagam os valores dos


prêmios, sendo o plano inteiramente custeado pelo estipulante; ou
■■ contributário: quando os segurados são responsáveis pelo paga-
mento, total ou parcial, dos valores dos prêmios.

MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO
DAS COBERTURAS
As coberturas podem ser estruturadas na forma de benefício definido ou
de contribuição variável.

—— Benefício Definido
A cobertura estruturada na forma de benefício definido é aquela na qual
o valor do capital segurado, pagável de uma única vez ou sob a forma de
renda, e o valor do prêmio são estabelecidos previamente na proposta.

Importante
Todas as coberturas de risco são estruturadas na modalidade de benefício definido.
Exemplos:
1) Quando o segurado contrata um plano com cobertura de morte (cobertura de risco),
ele está contratando uma cobertura que é estruturada na modalidade de benefício de-
finido, pois os valores do capital segurado e do prêmio já estão definidos previamente
na proposta.
2) Quando o segurado contrata um plano e define, no momento da contratação, o capi-
tal segurado que irá receber à vista ao final do período de diferimento caso sobreviva,
ele está contratando uma cobertura estruturada na modalidade de benefício definido.

SEGUROS DE PESSOAS 16
UNIDADE 1

—— Contribuição Variável
Na cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável, o segurado
tem a opção de poder efetuar contribuições ao plano a qualquer tempo e de
valor definido por ele, independentemente dos valores e prazos de paga-
mento de prêmios estarem definidos na proposta de contratação; ou seja,
nas coberturas estruturadas na modalidade de contribuição variável, não é
obrigatório que o valor da contribuição e do prazo de pagamento dos prê-
mios estejam previamente definidos na proposta.

Destaca-se que o valor do capital segurado, pagável de uma única vez ou


sob a forma de renda, será calculado ao final do período de diferimento, com
base no saldo acumulado na Provisão Matemática de Benefícios a Conce-
der (PMBaC) e no fator de cálculo.

A Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBaC) corresponde aos


compro­missos da Seguradora para com os seus segurados dos respectivos planos,
relativamente aos benefícios a conceder sob o regime financeiro de capitalização.
Parágrafo Único. A provisão deve ser constituída para a cobertura de benefícios
decor­rentes de planos ou produtos estruturados no regime financeiro de capitalização.

Fator de cálculo
Resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros e tábua de mortali-
dade, quando for o caso, utilizado para obtenção do capital segurado a ser pago sob a
forma de renda.

Atenção
Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de
contribuição variável.
Exemplo: o VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre – é um plano em que o segu-
rado paga prêmios que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente.
Ao final do período de diferimento, a seguradora calcula o valor do capital segurado,
pago sob a forma de renda, com base no valor acumulado na PMBaC e no fator de
­cálculo. É fácil imaginar que quanto mais o segurado tiver acumulado, maior será o
valor de renda que ele irá receber.

Período de diferimento
Período compreendido entre a data de início de vigência da cobertura por sobrevivên-
cia e a data contratualmente prevista para início do pagamento do capital segurado.

SEGUROS DE PESSOAS 17
UNIDADE 1

VALORES
GARANTIDOS
Representam direitos dos segurados e/ou dos beneficiários previstos nos
planos com cobertura de morte estruturada no regime financeiro de capi-
talização e nos planos com cobertura por sobrevivência.

Nos planos com cobertura por sobrevivência, é obrigatória a previsão de


dois valores garantidos: resgate e portabilidade.

Resgate
Corresponde ao direito que os segurados e, quando tecnicamen-
te possível, os beneficiários têm de retirar os recursos da PMBaC
durante o período de diferimento, desde que observadas determi-
nadas regras; e

Portabilidade
É o direito garantido aos segurados de movimentar os recursos da
PMBaC durante o período de diferimento, desde que observadas
determinadas regras.

Em contrapartida, nos planos com cobertura de risco, e desde que tal


Atenção cobertura seja estruturada no regime financeiro de capitalização, é possível
a previsão dos seguintes valores garantidos: resgate, portabilidade,
No caso de portabilidade, os saldamento e seguro prolongado.
recursos financeiros deverão
ser movimentados diretamente Resgate
entre as sociedades Permite ao segurado, antes da ocorrência do sinistro, retirar os
seguradoras, ficando vedado recursos da PMBaC;
que transitem, de qualquer
forma, pelo segurado ou pelo Portabilidade
estipulante. Permite ao segurado, antes da ocorrência do sinistro, movimentar
os recursos da PMBaC para outro plano, seja com cobertura de
O saldamento e o seguro risco ou com cobertura por sobrevivência;
prolongado deverão manter
as principais características Saldamento
da cobertura originalmente Consiste na manutenção da cobertura originalmente contratada,
contratada, sendo facultada com redução proporcional do capital segurado contratado, na
a utilização de tábua de eventualidade da paralisação do pagamento dos prêmios.
mortalidade distinta para
cálculo do seguro prolongado,
desde que prevista na nota
técnica atuarial.

SEGUROS DE PESSOAS 18
UNIDADE 1

Quando previsto nas condições gerais, o saldamento pode ser efetuado


automaticamente pela sociedade seguradora, quando o segurado deixa de
pagar o plano e não solicita o resgate dos recursos acumulados na PMBaC.
Nesses casos, a sociedade seguradora deve comunicar ao segurado o
fato, de forma a ficar claro que o segurado tem direito a uma cobertura
com capital segurado menor do que aquele inicialmente contratado sem a
necessidade de continuar a pagar prêmios; e

Seguro prolongado
Consiste na manutenção temporária da cobertura contratada,
mantendo o capital segurado originalmente contratado, na even-
tualidade de ocorrer a paralisação do pagamento dos prêmios.

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
A assistência financeira é o empréstimo financeiro oferecido ao titular do
plano, sendo vedada a concessão ao segurado que possua, exclusivamente,
plano estruturado no regime financeiro de repartição.

Para tal, é firmado contrato entre o segurado e a seguradora, e a assistência


financeira somente poderá ser concedida durante o período anterior ao
pagamento da indenização do seguro.

CARREGAMENTO
O carregamento é uma parcela inserida no cálculo do prêmio líquido, com
objetivo de custear as despesas administrativas e despesas comerciais
da seguradora.

O valor ou o percentual de carregamento, o critério e a forma de cobrança


deverão constar da proposta (ou propostas), da nota técnica atuarial e do
regulamento, devendo ser observados os seguintes limites, conforme o
tipo de estruturação:

Nota Técnica Atuarial


Documento técnico elaborado por atuário contendo a formulação utilizada nos cálcu-
los do prêmio, formas de custeio e obrigações, considerando os regimes financeiros
adotados no plano.

SEGUROS DE PESSOAS 19
UNIDADE 1

■■ Coberturas de Sobrevivência:
– 10%, para as coberturas estruturadas na modalidade de contri-
buição variável; e

– 30%, para as coberturas estruturadas na modalidade de benefí-


cio definido.

■■ Coberturas de Risco:
– Não há limite de carregamento.

Importante
Existem planos que admitem a cobrança de carregamento em percentual superior aos
30%, aplicados, exclusivamente, sobre os prêmios pagos durante os primeiros 120 dias
de vigência do plano, desde que o valor do carregamento nivelado durante a vigência
do plano não seja superior a 30% do prêmio efetuado para a cobertura de sobrevivên-
cia, e a periodicidade de pagamento do prêmio seja, no máximo, anual.
As sociedades seguradoras ficam obrigadas, caso estruturem planos na forma prevista
acima, a devolverem 100% dos prêmios pagos referentes à cobertura por sobrevivên-
cia, bem como a parcela do prêmio da cobertura de risco referente ao risco a decorrer,
no caso de solicitação de cancelamento do plano, por qualquer motivo, dentro dos
primeiros 120 dias de vigência do plano.

MIGRAÇÃO DE APÓLICES
A migração de apólices consiste na transferência de apólice coletiva, em
período não coincidente com o término da respectiva vigência.

No caso de recepção de grupo de segurados e assistidos, originado


em processo de migração de apólices, deverão ser admitidos todos os
componentes do grupo cuja cobertura esteja em vigor, inclusive aqueles
afastados do serviço ativo por acidente ou doença, podendo ser estendidas
à nova seguradora as condições gerais, as condições especiais, o contrato
e a nota técnica atuarial, mediante autorização da SUSEP, na forma da
regulação específica.

Nos casos de migração de apólices, não será iniciada a contagem de novo


prazo de carência para segurados já incluídos no seguro pela apólice
anterior, em relação às coberturas e aos respectivos valores já contratados.

SEGUROS DE PESSOAS 20
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1
1. Analise as alternativas abaixo e marque a correta:

(a) Os Seguros de Pessoas podem ser contratados de forma individual


ou coletiva.
(b) Os Seguros de Pessoas somente podem ser contributários.
(c) Nos Seguros de Pessoas não contributários, os segurados são res-
ponsáveis pelo pagamento total dos prêmios.
(d) O estipulante somente pode ser uma pessoa jurídica.
(e) A pessoa jurídica que, sem ter subscrito proposta de contratação,
tenha sua participação restrita à condição de consignante, também
é considerada estipulante.
2. Sobre o estipulante, podemos afirmar que:

(a) Será identificado como estipulante-instituidor quando não participar


do custeio do plano.
(b) Uma corretora de seguros nunca pode ser estipulante.
(c) Somente seguradoras podem ser estipulantes.
(d) O estipulante deve fornecer à SUSEP quaisquer informações solicitadas,
dentro do prazo por ela estabelecido.
(e) O estipulante representa a seguradora perante o grupo segurado.

3. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) Nos seguros contributários, sempre que houver alteração nas con-
dições contratuais que implique em modificação nas escolhas dos
segurados, em ônus ou em dever para eles, referida alteração
somente será válida com a anuência prévia e expressa de segura-
dos que representem, no máximo, 3/4 do grupo segurado.
(b) Nos seguros contributários, o não repasse dos prêmios à segurado-
ra, nos prazos contratualmente estabelecidos, não poderá acarretar
a suspensão ou o cancelamento da cobertura.
(c) Componente segurado é a pessoa que pode vir a ser incluída no
plano.
(d) Migração de apólice consiste na transferência de apólice coletiva,
em período não coincidente com o término da respectiva vigência.
(e) Quando o estipulante paga parte dos prêmios, fica facultado a ele
rescindir o contrato, sem necessidade de anuência dos segurados.

SEGUROS DE PESSOAS 21
FIXANDO CONCEITOS

4. Sobre as modalidades de estruturação de uma cobertura de Seguros de


Pessoas, podemos afirmar que a(s):

(a) Coberturas dos Seguros de Pessoas somente podem ser estrutura-


das na modalidade de benefício definido.
(b) Cobertura estruturada na modalidade de benefício definido é aquela
na qual os valores do capital segurado e do prêmio podem ser esta-
belecidos previamente, na proposta.
(c) Cobertura por sobrevivência é sempre estruturada na modalidade
de benefício definido.
(d) Cobertura de morte natural não pode ser estruturada na modalidade
de benefício definido.
(e) Cobertura de invalidez é sempre estruturada na modalidade de
benefício definido.
5. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na


modalidade de benefício definido.
(b) O VGBL é um exemplo de um plano com cobertura por sobrevivên-
cia, estruturado na modalidade de benefício definido.
(c) A cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável é
aquela na qual o valor e o prazo de pagamento dos prêmios podem
ser definidos previamente, na proposta.
(d) O valor do capital segurado de uma cobertura de risco, pagável de
uma única vez ou sob a forma de renda, somente é conhecido no
momento do sinistro.
(e) A cobertura por sobrevivência estruturada na modalidade de con-
tribuição variável implica, necessariamente, na definição do valor
do capital segurado, pagável de uma única vez ou sob a forma de
renda, na proposta.

6. Sobre os valores garantidos, podemos afirmar que:

(a) Nos planos com cobertura por sobrevivência, é obrigatória a previ-


são de dois valores garantidos: resgate e saldamento.
(b) Nos planos com cobertura por sobrevivência, é possível que os
beneficiários retirem os recursos da PMBaC.
(c) Nos planos com cobertura por sobrevivência, a portabilidade dos
recursos é um direito garantido ao segurado e seus beneficiários.
(d) Nos planos com coberturas de risco, estruturadas no regime finan-
ceiro de repartição, é possível a previsão de saldamento.
(e) O saldamento somente é possível nos planos com cobertura por
sobrevivência.

SEGUROS DE PESSOAS 22
FIXANDO CONCEITOS

7. Sobre os valores garantidos, podemos afirmar que:

(a) O seguro prolongado consiste na manutenção da cobertura original-


mente contratada, com redução proporcional do capital segurado
contratado, na eventualidade de paralisação do pagamento dos prê-
mios.
(b) Quando previsto nas condições gerais, o saldamento pode ser efetuado
automaticamente pela seguradora, quando o segurado deixa de pagar
o plano e não solicita o resgate dos recursos acumulados na PMBaC.
(c) A portabilidade não é um valor garantido para as coberturas de risco.
(d) O resgate é um direito garantido que os planos com cobertura de ris-
co têm, desde que essas coberturas sejam estruturadas no regime
financeiro de repartição de capitais de cobertura.
(e) É obrigatória a previsão do resgate sempre que as coberturas de
risco forem estruturadas no regime financeiro de capitalização.

SEGUROS DE PESSOAS 23
COBERTURAS
de RISCO
02 UNIDADE 2

TÓPICOS
DESTA UNIDADE

INTRODUÇÃO

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: CONTRATAÇÃO

PERÍODO DE
COBERTURA
■■ Distinguir os instrumentos ■■ Determinar como ocorre
CÁLCULO
utilizados na contratação a cessação da cobertura DO PRÊMIO
de um plano. do segurado, e as formas
como os prêmios são COBERTURAS
■■ Entender os fatores que
pagos. SEGURO
influenciam no cálculo do
prêmio da cobertura de ■■ Identificar as situações EDUCACIONAL
morte. de perda de direito à SEGURO PRESTAMISTA
indenização.
■■ Enumerar as diversas CAPITAL SEGURADO
coberturas de risco que ■■ Descrever como ocorre a
VIGÊNCIA
podem ser oferecidas em renovação e a reabilitação
um plano. da apólice, bem como o CARÊNCIA
cancelamento do seguro.
■■ Diferenciar a Invalidez CESSAÇÃO
Laborativa da Invalidez ■■ Conhecer os riscos DE COBERTURA
Funcional. comumente excluídos do CARREGAMENTO
contrato de Seguros de
■■ Distinguir Seguro Auxílio- PERDA DE DIREITOS
Pessoas.
Funeral de Assistência
Funeral. ■■ Entender o que é o CANCELAMENTO E
REABILITAÇÃO DA APÓLICE
excedente técnico e como
■■ Conhecer o que é o
é feita sua apuração. RENOVAÇÃO
Seguro Educacional. DA APÓLICE
■■ Diferenciar as formas
■■ Explicar o que é capital RISCOS EXCLUÍDOS
de pagamento da
segurado e como ele é
indenização. DISTRIBUIÇÃO DE
definido.
EXCEDENTE TÉCNICO
■■ Descrever o significado de
FORMA DE PAGAMENTO
vigência e carência. DA INDENIZAÇÃO

FIXANDO CONCEITOS 2

SEGUROS DE PESSOAS 24
UNIDADE 2

INTRODUÇÃO
Os planos com coberturas de risco (morte, invalidez, doenças graves)
têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segurado
e aos seus beneficiários, observadas as condições contratuais e as
garantias contratadas.

Como exemplo desses planos, temos o Seguro de Vida, o Seguro Fune-


Observação ral, o Seguro de Acidentes Pessoais, o Seguro Educacional, o Seguro Via-
gem, o Seguro Prestamista, o Seguro de Diária por Internação Hospitalar, o
A denominação de qualquer Seguro Desemprego (perda de renda), o Seguro de Diária por Incapacida-
plano de seguro como de de e o Seguro de Perda de Certificado de Habilitação de Voo.
Vida, exceto quando prevista
a cobertura por sobrevivência, As coberturas de risco são aquelas coberturas dos Seguros de Pessoas
está condicionada ao cujo evento gerador não é a sobrevivência do segurado a uma data pre-
oferecimento da cobertura de determinada.
morte por causas naturais e Capital Contratado é o valor a ser pago pela seguradora na ocorrência
acidentais. do sinistro, limitado ao valor do capital segurado da respectiva cobertura
contratada.

CONTRATAÇÃO
Na formalização da contratação de um plano de Seguros de Pessoas
com cobertura de risco são utilizados os seguintes instrumentos contra-
tuais: proposta de contratação, proposta de adesão, apólice, bilhete e
certificado individual.

Quando da assinatura da proposta ou da solicitação de aumento do valor


do capital segurado, para efeito de subscrição, é facultado à seguradora

SEGUROS DE PESSOAS 25
UNIDADE 2

solicitar informação ao proponente ou ao segurado quanto a contratação


de outros Seguros de Pessoas com coberturas concomitantes. Por outro
lado, é vedado o estabelecimento de cláusula que obrigue o segurado a
comunicar à seguradora sobre a contratação posterior de outros Seguros
de Pessoas com coberturas concomitantes.

A rejeição de proponente pela razão única de ser portador de deficiência


configurará discriminação e será passível de punição, nos termos da legis-
lação específica.

Nas condições contratuais, é vedada a inclusão de cláusula de concorrên-


cia de apólices, exceto no caso de coberturas que garantam o reembolso
de despesas.

Atenção
A contratação de um plano de Seguros de Pessoas deverá ser efetivada por meio de
preenchimento de proposta de contratação.
Nos planos coletivos, a adesão à apólice pelos proponentes deverá ser precedida do
preenchimento de proposta de adesão.
A seguradora somente poderá aceitar o protocolo de proposta preenchida, datada e
assinada pelo proponente, por seu representante legal (pai, mãe, Procurador ou tutor)
ou pelo corretor de seguros, exceto quando a contratação se der por meio de bilhete.
Nos planos coletivos, a seguradora deverá ter a comprovação da data de protocolo da
proposta de cada proponente.
O preenchimento de proposta de adesão é obrigatório, exceto no caso de Seguros de
Pessoas com capital global e contratação sob a forma de bilhete.
Seguros de Pessoas com capital global é a modalidade de contratação coletiva de
coberturas de risco em que o valor do capital segurado referente a cada componente
sofre variações decorrentes de mudanças na composição do grupo segurado.

—— Proposta de Contratação
A proposta de contratação é o documento que contém a declaração do
risco e dos elementos essenciais do interesse a ser garantido.

Na proposta de contratação, o proponente, pessoa física ou jurídica,


expressa a intenção de contratar uma cobertura (ou coberturas), manifes-
tando pleno conhecimento das condições contratuais.

SEGUROS DE PESSOAS 26
UNIDADE 2

Atenção
Proponente é o interessado em contratar a cobertura (ou coberturas), no caso de con-
tratação individual, ou aderir ao contrato, no caso de contratação coletiva.
Na contratação de um plano Coletivo, quem assina a proposta de contratação é o
estipulante. Já na contratação de um plano Individual, quem assina a proposta de
contratação é o segurado.

—— Proposta de Adesão
A proposta de adesão é o documento que contém a declaração do risco e
dos elementos essenciais do interesse a ser garantido.

Na proposta de adesão, o proponente, pessoa física, expressa a intenção


de aderir à contratação coletiva, manifestando pleno conhecimento das
condições contratuais.

Com o objetivo de dar transparência aos segurados quanto aos seus direi-
tos e suas obrigações, a regulamentação das coberturas de risco prevê
que as propostas de contratação e as de adesão deverão:

■■ informar o percentual (ou percentuais) de reversão de excedente


técnico, bem como o prazo de carência, quando previsto pelo plano;
■■ fazer constar: a) os valores, em moeda corrente nacional, do prê-
mio à vista, e, quando for o caso, do prêmio total fracionado de
cada uma das parcelas; b) a taxa de juros remuneratórios pactua-
da; c) o número e a periodicidade das parcelas; d) os juros de mora
e/ou outros acréscimos legalmente previstos;
■■ discriminar a forma e o critério de custeio de cada cobertura con-
Importante tratada;
■■ estabelecer os valores dos prêmios e dos capitais segurados, dis-
A informação do registro do criminados por cobertura. Os valores deverão ser estabelecidos
plano na SUSEP não implica, na proposta de contratação, nos casos de planos individuais, e na
por parte daquela Autarquia, proposta de adesão, nos casos de planos coletivos; e
incentivo ou recomendação
■■ conter a informação de que:
à sua comercialização.
Essa informação deverá ser – se o segurado, seu representante legal, ou seu corretor de segu-
inserida, necessariamente, em ros fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam
todo e qualquer material de influir na aceitação da proposta ou no valor do prêmio, ficará preju-
comercialização e propaganda dicado o direito à indenização, além de estar o segurado obrigado
utilizado pela seguradora. ao pagamento do prêmio vencido;

SEGUROS DE PESSOAS 27
UNIDADE 2

– a aceitação do seguro estará sujeita à análise do risco;

– o registro do plano na SUSEP não implica, por parte da SUSEP,


incentivo ou recomendação à sua comercialização.

—— Apólice
Após receber a proposta de contratação, a seguradora emite a apólice,
assinada por um representante legal da seguradora, que é o documento
que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo proponente, nos
planos individuais, ou pelo estipulante, nos planos coletivos.

—— Bilhete de Seguro
Documento jurídico emitido pela seguradora que dispensa a obrigato­
riedade da proposta e substitui a apólice. É utilizado para agilizar a contra-
tação de determinada modalidade de seguro.

—— Certificado Individual
O certificado individual é o documento destinado ao segurado, emitido pela
seguradora no caso de contratação coletiva, quando da aceitação do pro-
ponente, das renovações do seguro e nas alterações de valores do capital
segurado ou do prêmio. Seu envio aos segurados é obrigatório, não se apli-
cando apenas nos casos de Seguros de Pessoas com capital global.

A mesma regulamentação estabelece, ainda, que:

■■ deverão constar da proposta de contratação (no caso de planos


individuais) ou da proposta de adesão (no caso de planos coleti-
vos) e da respectiva apólice os valores do prêmio à vista e, quando
for o caso, do prêmio total fracionado de cada uma das parcelas,
ambos expressos em moeda nacional, além da taxa de juros remu-
neratórios pactuada, do número de parcelas, sua periodicidade e
os juros de mora e/ou outros acréscimos legalmente previstos;
■■ o início e o final da vigência das coberturas contratadas deverão
ser especificados na apólice, no certificado individual e nas pro-
postas de contratação e de adesão; e
■■ para os seguros que não tenham cobertura vitalícia, deverá constar em
destaque na proposta de contratação, na proposta de adesão, na apóli-
ce e do certificado individual, a seguinte informação: “Este seguro é por
prazo determinado, tendo a seguradora a faculdade de não renovar
a apólice na data de vencimento, sem devolução dos prêmios pagos
nos termos da apólice”.

SEGUROS DE PESSOAS 28
UNIDADE 2

PERÍODO DE
COBERTURA
O período de cobertura é aquele durante o qual o segurado ou os benefi-
Exemplo ciários, quando for o caso, farão jus aos capitais segurados contratados. O
período de cobertura pode ser temporário ou vitalício.
Um plano de Seguros de
Pessoas com cobertura de Período de cobertura temporário é aquele em que o pagamento do capi-
morte por qualquer causa tal segurado somente será feito se o evento ocorrer dentro de período
pode ter um período de perfeitamente determinado no contrato.
cobertura temporário ou Período de cobertura vitalício é aquele em que o pagamento do capital
vitalício. No primeiro caso, segurado será feito quando ocorrer o evento, a qualquer tempo.
os beneficiários somente
receberão o capital segurado
se a morte do segurado
ocorrer dentro de período
perfeitamente determinado CÁLCULO
no contrato, enquanto no
segundo caso, o capital DO PRÊMIO
segurado será pago quando
ocorrer a morte do segurado, a
qualquer tempo. O valor do prêmio é fundamental para a manutenção dos níveis de equilí-
brio das Apólices.

Seu cálculo leva em consideração o perfil do proponente ou do segurado,


bem como da cobertura contratada.

É da junção desses dois fatores que os subscritores, após analisar a massa


segurada nos casos de contratação coletiva, precificam o valor do prêmio.

Nesse sentido, é importantíssimo que sejam analisadas a idade do propo-


nente/segurado, em paralelo com seu perfil médico, componentes heredi-
tários, esportes praticados, estilo de vida (profissão, sedentarismo, tabagis-
mo, obesidade) e doenças preexistentes.

Tal análise deve ser acrescida pela das coberturas contratadas, já que o
subscritor terá que levar em consideração a junção das características pes-
soais do proponente/segurado com as coberturas pretendidas, para poder
fixar o valor do prêmio. Exemplo: se o proponente pretende a ­contratação
de uma cobertura de acidentes pessoais e de seu perfil consta que ele
pratica salto de paraquedas, a fixação do valor do prêmio levará em consi-
deração essa junção do perfil com a cobertura contratada gerando, possi-
velmente, um prêmio agravado.

SEGUROS DE PESSOAS 29
UNIDADE 2

Assim, podemos dizer que a fixação do valor do prêmio influencia, sobre-


modo, nos custos da apólice e, consequentemente, na comissão de
­corretagem da renovação, na distribuição do Excedente Técnico e na
manutenção do relacionamento das partes envolvidas na contratação.

Nas contratações de planos coletivos, o primeiro passo para o cálculo do


prêmio é calcular a taxa pura. Essa taxa pode ser única para todo o grupo
segurado ou diferenciada por idade ou faixa etária. Ela é chamada de
“pura” porque não considera os carregamentos para custeios comerciais
e administrativos, mas apenas o risco.

Atenção
É importante que fique claro para o segurado que, além da atualização monetária, o
valor dos prêmios sofrerá acréscimo anualmente, em decorrência da mudança de idade
do segurado. Sofrerá acréscimo, também em consequência do aumento do risco, com
a finalidade de manter o equilíbrio atuarial, financeiro e econômico do plano.
Para os seguros que prevejam alteração de taxa por faixa etária, deverá ser estabeleci-
do, nas condições gerais, que os prêmios serão alterados de acordo com a faixa etária
do segurado.
Nos planos contratados da forma coletiva, a forma como os prêmios serão alterados de
acordo com a faixa etária do segurado, incluindo os valores ou percentuais, deverão
constar das condições contratuais e ser disponibilizados aos proponentes quando da
adesão ao seguro. No caso dos planos contratados de forma individual, deverá constar
das condições gerais, um item estabelecendo a forma como os prêmios serão altera-
dos de acordo com a faixa etária do segurado, incluindo os valores ou percentuais.
A nova regulamentação, diferentemente da anterior, não estabelece mais as taxas para
as coberturas, devendo a nota técnica atuarial especificá-las.

COBERTURAS
Os planos podem oferecer, juntos ou separadamente, os seguintes tipos
de coberturas:

■■ Morte (Natural ou Acidental);


■■ Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença (ILPD);
■■ Invalidez Funcional Permanente Total por Doença (IFPD);
■■ Doenças Graves; e
■■ Acidentes Pessoais.

SEGUROS DE PESSOAS 30
UNIDADE 2

—— Morte (Natural ou Acidental)


O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento do capital segurado ao
beneficiário em caso de morte do segurado principal, tanto por causas
naturais como acidentais.

Importante
A denominação de qualquer plano de seguro como de Vida, exceto quando prevista a
cobertura por sobrevivência, está condicionada ao oferecimento da cobertura de morte
por causas naturais e acidentais.
A garantia de morte para os segurados menores de 14 anos destina-se ao reembolso
das despesas com funeral, devidamente comprovadas.

—— Invalidez Laborativa Permanente


Total por Doença (ILPD)
O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento de indenização em
caso de invalidez laborativa permanente total, consequente de doença.

A invalidez laborativa permanente total por doença é aquela para a qual


não se pode esperar recuperação ou reabilitação, com os recursos tera-
pêuticos disponíveis no momento de sua constatação, para a atividade
laborativa principal do segurado, ou seja, para aquela pela qual o segurado
obteve maior renda dentro de determinado exercício anual, definido nas
condições contratuais.

Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para efeitos


dessa cobertura, os segurados portadores de doença em fase terminal
atestada por profissional legalmente habilitado.

Não podem figurar como segurados dessa cobertura as pessoas que


não exerçam qualquer atividade laborativa, sendo vedado o oferecimento
e a cobrança de prêmio para o seu custeio, por parte da seguradora.

Reconhecida a invalidez laborativa pela seguradora, a indenização deve ser


paga de uma só vez ou sob a forma de renda certa, temporária ou vitalícia, em
prestações mensais, iguais e sucessivas, conforme acordado entre as partes.

SEGUROS DE PESSOAS 31
UNIDADE 2

Após o pagamento da indenização ou da primeira parcela, quando paga


sob a forma de renda, o segurado poderá ser, automaticamente excluído
da apólice, conforme a estruturação técnica do plano, com a consequente
devolução de valores eventualmente pagos após a constatação da invali-
dez, devidamente atualizados nos termos da regulamentação específica.

No caso de o segurado não ser excluído da apólice, se o estado de inva-


lidez laborativa cessar antes do término do pagamento da renda contra-
tada, o valor do capital segurado da cobertura de ILPD será reintegrado.

Após o pagamento da indenização ou da primeira parcela, quando paga


sob a forma de renda, caso o segurado permaneça na apólice, o valor do
prêmio deverá ser ajustado, de acordo com as coberturas remanescentes,
a partir da respectiva data de pagamento da indenização.

—— Invalidez Funcional Permanente


Total por Doença (IFPD)
O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento de indenização em
Atenção caso de invalidez funcional permanente total, consequente de doença que
cause a perda da existência independente do segurado.
É vedado o oferecimento
de cobertura em que o É considerada perda da existência independente do segurado a ocorrên-
pagamento da indenização cia de quadro clínico incapacitante que inviabilize de forma irreversível o
esteja condicionado à pleno exercício das relações autonômicas do segurado, comprovado na
impossibilidade do exercício, forma definida nas condições gerais e/ou especiais do seguro.
pelo segurado, de toda e
Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos para os efei-
qualquer atividade laborativa.
tos dessa cobertura, os segurados portadores de doença em fase terminal,
atestada por profissional legalmente habilitado.

A forma e a periodicidade de pagamento da indenização seguem os


mesmos critérios da garantia de invalidez laborativa permanente total
por doença.

Importante
Os casos de invalidez permanente por doença, previstos nas coberturas apresentadas
anteriormente, devem ser comprovados pela apresentação de declaração médica.
A aposentadoria por invalidez concedida por instituições oficiais de Previdência ou
assemelhadas, não caracteriza por si só o estado de invalidez permanente.

SEGUROS DE PESSOAS 32
UNIDADE 2

—— Doenças Graves
Esta cobertura tem por objetivo garantir o pagamento de indenização em
decorrência de diagnóstico de doenças devidamente especificadas e
caracterizadas nas condições gerais e/ou especiais do plano de seguro
como “graves”, sendo vedada a estipulação de critérios de cálculo do capi-
tal segurado com base nas despesas médicas e/ou hospitalares incorridas
pelo segurado para o tratamento da doença.

—— Acidentes Pessoais
As coberturas relacionadas a acidentes pessoais, normalmente incluídas
Observação nos planos de Seguro de Acidentes Pessoais, têm por objetivo garantir aos
beneficiários do segurado ou a ele próprio o pagamento de uma indeniza-
Acidente pessoal é o evento ção, caso venha a falecer ou se tornar inválido em decorrência de acidente
com data caracterizada, pessoal ou, ainda, tenha a necessidade de se submeter a tratamento médi-
exclusivo e diretamente co em função de acidente.
externo, súbito, involuntário,
violento e causador de Incluem-se no conceito de acidente pessoal, os danos físicos decorrentes de:
lesão física que, por si só ■■ Ação da temperatura do ambiente ou influência atmosférica, quan-
e independentemente de do a elas o segurado ficar sujeito, em decorrência de acidente
toda e qualquer outra causa, coberto;
tenha como consequência
■■ escapamento acidental de gases e vapores;
direta a morte ou a invalidez
permanente, total ou parcial, ■■ sequestros e tentativas de sequestros; e
do segurado ou que torne
■■ alterações anatômicas ou funcionais da coluna vertebral, de ori-
necessário tratamento médico.
gem traumática, causadas, exclusivamente, por fraturas ou luxa-
ções, radiologicamente comprovadas.
Nas situações onde está prevista a indenização por suicídio, esta deverá
ocorrer como acidente pessoal e não como morte natural.

Estão excluídos do conceito de acidentes pessoais:

■■ doenças, incluídas as profissionais, quaisquer que sejam suas cau-


sas, ainda que provocadas, desencadeadas ou agravadas, direta
ou indiretamente por acidente, ressalvadas as infecções, estados
septicêmicos e embolias, resultantes de ferimento visível causado
em decorrência de acidente coberto;
■■ intercorrências ou complicações consequentes da realização de
exames, tratamentos clínicos ou cirúrgicos, quando não decorren-
tes de acidente coberto;
■■ lesões decorrentes, dependentes, predispostas ou facilitadas por
esforços repetitivos ou microtraumas cumulativos, ou que tenham
relação de causa e efeito com eles, assim como as lesões ­classificadas

SEGUROS DE PESSOAS 33
UNIDADE 2

como: Lesão por Esforços Repetitivos – LER, Doenças Osteomuscula-


res Relacionadas ao Trabalho – DORT, Lesão por Trauma Continuado
ou Contínuo – LTC ou similares, que venham a ser aceitas pela classe
médico-científica, bem como as suas consequências pós-tratamen-
tos, inclusive cirúrgicos, em qualquer tempo; e
■■ situações reconhecidas por instituições oficiais de Previdência ou
assemelhadas, como “invalidez acidentária”, nas quais o evento
causador da lesão não se enquadre integralmente na caracteriza-
ção de invalidez por acidente pessoal.

Exemplo
As situações descritas a seguir evidenciam riscos cobertos, ou seja, apresentam casos
que dão direito à cobertura de Acidentes Pessoais:
1) um segurado sofre um grave acidente que o impossibilita de se locomover em busca
de socorro. Se as condições meteorológicas forem adversas, como chuva e frio, fi
cando o segurado por muito tempo exposto até ser socorrido e, em decorrência disso,
contrair pneumonia que lhe venha a ser fatal, este evento terá cobertura, visto ter sido
motivado por traumatismos que impediram a sua mobilidade;
2) um segurado sofre um atropelamento e, em consequência desse acidente, tem um
braço amputado; e
3) um segurado é vítima de assalto, ocasião em que é ferido. O ferimento gera séria infecção.

Morte Acidental
Esta cobertura tem por objetivo garantir aos beneficiários designados pelo
segurado o pagamento de indenização específica, caso o falecimento do
segurado tenha sido ocasionado por acidente pessoal coberto.

Invalidez Permanente Total ou


Parcial por Acidente (IPA)
Esta cobertura tem por objetivo garantir ao próprio segurado o paga-
mento de uma indenização referente à perda, redução ou impotência
funcional definitiva, total ou parcial, de membros ou órgãos, ocasionada
por acidente coberto.

SEGUROS DE PESSOAS 34
UNIDADE 2

Observação
As indenizações por morte ou invalidez permanente total ou parcial por acidente geral-
mente são pagas de uma só vez, podendo haver a opção expressa, do segurado, pela
transformação da indenização em renda.
Na hipótese de indenização sob a forma de renda, a taxa de juros deve observar o
limite máximo de 6% a.a. ou sua equivalente efetiva mensal.
As indenizações pagáveis por morte e por invalidez permanente total ou parcial por
acidente não são cumulativas. Assim, se o segurado receber indenização por invalidez
decorrente de acidente e, mais tarde, vier a falecer em função do mesmo acidente, a
indenização recebida pela invalidez será deduzida daquela que lhe é devida por morte.
A indenização paga por invalidez permanente total ou parcial por acidente é devida ao
próprio segurado, quando caracterizada sua invalidez. Após a conclusão do tratamento,
ou esgotados os recursos terapêuticos disponíveis para sua recuperação, e constatada
e avaliada a invalidez permanente quando da alta médica definitiva, a seguradora deve
pagar a respectiva indenização, de acordo com os percentuais estabelecidos nas con-
dições gerais e/ou especiais do seguro.

Não ficando abolidas por completo as funções do membro ou órgão lesa-


do, a indenização por perda parcial é calculada pela aplicação, à porcenta-
gem prevista no plano para sua perda total, do grau de redução funcional
apresentado.

A tabela para o cálculo da indenização da cobertura de IPA usualmente


utilizada pelo mercado consta do Anexo deste manual.

SEGUROS DE PESSOAS 35
UNIDADE 2

Atenção
Quando a indicação médica sobre a extensão das lesões for estabelecida em termos de grau
máximo, médio ou mínimo, sem a indicação exata do grau de redução funcional apresentado,
a indenização será calculada, respectivamente, com base nas seguintes percentagens:
■■ Grau máximo: 75% dos percentuais constantes da tabela;
■■ Grau médio: 50% dos percentuais constantes da tabela; e
■■ Grau mínimo: 25% dos percentuais constantes da tabela.

Exemplo:
Um segurado contratou uma cobertura de Acidentes Pessoais com capital de R$
100.000,00 na garantia de IPA (Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente) e
sofre um acidente que lhe atinge um dos pés. Segundo a indicação médica, trata-se de
uma lesão de grau mínimo.
Supondo-se que a tabela constante do Anexo tenha sido utilizada, verifica-se que a por-
centagem para a perda total do uso de um dos pés é de 50% da importância segurada.
Todavia, como o médico indicou que o grau da lesão foi mínimo, ele só terá direito a
25% desse R$ 50.000,00. Assim, sua indenização será de R$ 12.500,00.

Exemplo São ainda procedimentos relativos à invalidez permanente total ou parcial


por acidente:
Em um mesmo acidente pessoal, ■■ nos casos cuja especificação não consta da tabela, a indenização
um segurado sofreu perda total
deve ser estabelecida, levando em consideração a diminuição per-
do uso de uma das mãos e
manente da capacidade física do segurado, sem que a sua profis-
perda total da visão de ambos os
são tenha qualquer peso nesta aferição; e
olhos. Considerando-se que ele
contratou um seguro com garantia ■■ se mais de um órgão ou membro for lesionado no mesmo aci-
básica (IPA) de R$ 100.000,00, dente, a indenização será determinada pela soma dos percen-
contendo a Tabela de Indenização tuais respectivos constantes da tabela. A indenização resultan-
apresentada no Anexo, verificamos te não poderá, em qualquer hipótese, ser superior a 100% do
que ele teria direito à seguinte capital segurado para a garantia.
indenização: 60% do capital
■■ quando membros ou órgãos não forem íntegros ou inteiramen-
segurado pela perda da mão
te funcionais antes do acidente, a indenização será estabelecida
(R$ 60.000,00) e 100% do capital
segurado pela perda da visão de deduzindo-se, da porcentagem indicada na tabela, a porcentagem
ambos os olhos (R$ 100.000,00). correspondente à invalidez preexistente;
■■ os danos de natureza estética, ou seja, aqueles que apenas afetam
Logo, a indenização total seria de
R$ 160.000,00. a aparência do segurado, sem implicarem perda ou redução da
funcionalidade das partes afetadas, estão excluídos da cobertu-
Todavia, como o máximo a ser
ra de invalidez permanente, assim como a perda de dentes;
pago num mesmo acidente é 100%
do capital da garantia contratada, o
segurado receberá R$ 100.000,00.

SEGUROS DE PESSOAS 36
UNIDADE 2

■■ a invalidez permanente indenizável deve sempre ser compro-


vada mediante a apresentação de laudo médico detalhado à
seguradora; e

Importante
No caso de divergências sobre a causa, natureza ou extensão de lesões, bem como
sobre a avaliação da incapacidade relacionada ao segurado, a seguradora deverá
propor ao segurado, por meio de correspondência escrita, dentro do prazo de 15
dias, a contar da data da contestação, a constituição de junta médica. Essa junta será
formada por três membros, sendo um nomeado pela seguradora, outro pelo segurado
e um terceiro, desempatador, escolhido pelos dois nomeados. Cada uma das partes
pagará os honorários do médico que tiver designado; os do terceiro serão pagos, em
partes iguais, pelo segurado e pela seguradora. O prazo para a constituição da junta
médica será de, no máximo, 15 dias a contar da data da indicação do membro
nomeado pelo segurado.

Despesas Médicas, Hospitalares


e Odontológicas (DMHO)
Esta cobertura tem por objetivo garantir o reembolso, limitado ao capital
segurado, das despesas efetuadas pelo segurado para o tratamento das
consequências de acidente coberto, iniciado sob orientação médica, nos
30 primeiros dias contados da data do acidente. Ela cobre as despesas
médicas e dentárias, assim como os custos de diárias hospitalares que, a
critério médico, sejam necessárias à recuperação do segurado.

Cabe ao segurado a livre escolha dos prestadores dos serviços


Importante ­médico-hospitalares e odontológicos, desde que legalmente habilitados.

Não estão abrangidas as As seguradoras estão autorizadas a estabelecer acordos ou convênios


despesas decorrentes de: com prestadores de serviços médico-hospitalares e odontológicos, a fim
de facilitara prestação da assistência ao segurado, mas preservando sem-
- acompanhantes;
pre a livre escolha que esse segurado venha a fazer fora daquela rede.
- estados de convalescença
É possível a contratação da cláusula prevendo franquia dedutível do total a
(após o recebimento da alta
reembolsar, com redução da taxa.
médica); e
■■ Franquia – valor previsto na apólice com o qual o segurado parti-
- aparelhos referentes a
órteses de qualquer natureza cipará em caso de sinistro.
e a próteses de caráter ■■ Franquia dedutível – tipo de franquia mais utilizado, cujo valor é
permanente, excetuadas deduzido de todos os prejuízos.
as próteses pela perda de
Para fins de ressarcimento, parcial ou total, das despesas médico-hospita-
dentes naturais.
lares efetuadas, são exigidos comprovantes originais e relatórios do médi-
co assistente ou do dentista.

SEGUROS DE PESSOAS 37
UNIDADE 2

São ressarcidas, também, as despesas cobertas efetuadas no exterior.


Nesse caso, o ressarcimento toma como base o câmbio oficial de venda
da moeda estrangeira na data do efetivo pagamento realizado pelo segu-
rado. A conversão à moeda nacional é atualizada monetariamente, pela
seguradora, quando da liquidação do sinistro.

Importante
As coberturas relacionadas a acidentes pessoais podem ser oferecidas em um plano
de Seguro de Acidentes Pessoais, ou em qualquer outro plano de Seguros de Pessoas,
como, por exemplo, o Seguro de Vida em Grupo.
Um plano de Seguros de Pessoas bastante comum no mercado é o Seguro Viagem,
que tem por objetivo garantir aos segurados, durante período de viagem previamente
determinado, o pagamento de indenização quando da ocorrência de riscos previstos e
cobertos nos termos das condições gerais e especiais contratadas.
Entretanto, deve-se observar que este tipo de seguro deve oferecer, no mínimo, as cober-
turas básicas de morte acidental e/ou invalidez permanente total ou parcial por acidente.
Além disso, outras coberturas poderão ser oferecidas no Seguro Viagem, desde que estejam
relacionadas a viagem. Um exemplo seria a indenização referente à perda de bagagem.

—— Diárias por Incapacidade (DI)


Esta cobertura consiste no pagamento de diárias, a partir da caracterização
da impossibilidade contínua e ininterrupta de o segurado exercer a sua
profissão ou ocupação.

O pagamento das diárias se dá durante o período em que o segurado se


encontrar sob tratamento, sendo efetuado a partir do 1º dia após o período
de franquia de, no máximo, 15 dias.

Geralmente, é oferecido o limite máximo de 360 diárias por período con-


tratual. Esse limite também é o máximo pagável por um mesmo evento.

—— Diárias por Internação


Hospitalar (DIH)
Esta cobertura tem por objetivo garantir o pagamento de indenização pro-
porcional ao período de internação do segurado, observados o período
de franquia e o limite contratual máximo por evento, fixado nas condições
gerais e/ou especiais.

SEGUROS DE PESSOAS 38
UNIDADE 2

O período de franquia deve ser de, no máximo, 15 dias, a contar da data do


evento, e o valor do capital segurado deve ser estabelecido sob a forma de
diária, independentemente das despesas efetuadas pelo segurado.

Importante
As coberturas de Diárias por Incapacidade (DI) e Diárias por Internação Hospitalar (DIH)
podem ser decorrentes de acidente pessoal ou não. A abrangência dessas cobertu-
ras é determinada pela seguradora nas condições gerais do plano.

—— Perda de Renda
Esta cobertura garante o pagamento de indenização em caso de perda de
emprego.

Deverão ser observados os critérios estabelecidos no plano, tais como:


tempo mínimo de carteira profissional assinada, tempo mínimo no último
emprego, motivos de demissão, entre outros.

—— Auxílio-Funeral
Esta cobertura garante o reembolso das despesas com o funeral até o
limite do capital segurado.

É importante destacar que, ainda que a seguradora ofereça a alternativa


de prestação de serviços, é garantida a livre escolha dos prestadores de
serviço pelos beneficiários, com o respectivo reembolso das despesas
efetuadas.

SEGUROS DE PESSOAS 39
UNIDADE 2

Atenção
Você sabe qual é a diferença entre o Seguro Auxílio-Funeral e a Assistência Funeral?
O Seguro Auxílio-Funeral é uma modalidade do Seguros de Pessoas. Portanto, todas as
seguradoras autorizadas a operar no Ramo Vida podem comercializar esta cobertura,
desde que incluída em algum plano devidamente protocolado na SUSEP.
A cobertura de Auxílio-Funeral, geralmente com capital segurado de baixo valor, tem
por objetivo reembolsar os gastos referentes ao funeral no caso de morte do segurado.
A sua caracterização como seguro está condicionada à livre escolha dos prestado-
res de serviços, com cobrança de prêmio e constituição de provisão.
De forma distinta, a Assistência Funeral é tratada como um serviço complementar ao
contrato de seguro, não havendo direito à livre escolha, ou seja, o segurado fica limita-
do aos prestadores de serviço indicados pela seguradora.
Neste caso, deve ser observado que:
1) os serviços não podem ser prestados diretamente pela seguradora;
2) os serviços terão seus regulamentos previstos em documento próprio apartado das
condições contratuais do seguro;
3) quando cobrado do segurado, o pagamento dos serviços deverá estar discriminado
em apartado ao prêmio de seguro; e
4) o regulamento não poderá prever o pagamento em espécie ou reembolso ao segurado.

—— Cobertura para Segurados


Dependentes
Trata-se da possibilidade de se contratar um seguro onde existe mais de
um segurado. Nos seguros coletivos, o segurado titular é aquele que man-
tém vínculo com o estipulante (por exemplo, o funcionário da empresa que
contratou a apólice), e os segurados dependentes poderiam ser o cônjuge
e filhos.

Podem ser admitidos como segurados, desde que previsto no plano e


contratados pelo estipulante: o cônjuge, o(a) companheiro(a), os filhos, os
enteados e os menores, considerados dependentes econômicos do com-
ponente principal do grupo, bem como outros membros da família.

As duas cláusulas que permitem a inclusão de coberturas para os compo-


nentes dependentes são: cláusula suplementar de inclusão de cônjuge
e cláusula suplementar de inclusão de filhos.

SEGUROS DE PESSOAS 40
UNIDADE 2

A cláusula suplementar de inclusão de cônjuge define a inclusão no pla-


Importante no dos cônjuges dos segurados principais, que pode ser feita das seguin-
tes formas:
Equiparam-se aos cônjuges os
■■ automática – quando abranger os cônjuges de todos os segura-
companheiros dos segurados
principais, se ao tempo do dos principais; e
contrato o segurado era ■■ facultativa – quando abranger os cônjuges dos segurados princi-
separado judicialmente ou já se pais que assim o autorizarem.
encontrava separado de fato.
A cláusula suplementar de inclusão de filhos define a inclusão no plano dos
O capital segurado do cônjuge filhos do segurado principal e/ou do cônjuge segurado pela cláusula suple-
e dos filhos não pode ser mentar de inclusão de cônjuge, que pode ser feita das seguintes formas:
superior a 100% do capital
■■ automática – quando abranger os filhos de todos os segurados
segurado do respectivo
segurado principal. principais e/ou dos cônjuges segurados; e
■■ facultativa – quando abranger os filhos dos segurados prin-
cipais e/ou dos cônjuges segurados que assim o autorizarem.

Importante
Para os menores de 14 anos é permitido, exclusivamente, o oferecimento e a contra-
tação de coberturas relacionadas ao reembolso de despesas, seja na condição de
segurado principal ou de dependente.
Equiparam-se aos filhos, os enteados e os menores considerados dependentes econô-
micos do segurado principal.
Nos planos coletivos, quando ambos os cônjuges forem segurados principais do mes-
mo grupo segurado, os filhos podem ser incluídos uma única vez, como dependentes
daquele de maior capital segurado, sendo este denominado como “segurado principal”
para efeito da cláusula.
O capital segurado dos filhos não pode ser superior a 100% do capital segurado do
respectivo segurado principal.
Na hipótese de morte simultânea (comoriência) do segurado principal e do(s) segura-
do(s) dependente(s), os capitais segurados referentes às coberturas dos segurados,
principal e dependente(s), deverão ser pagos aos respectivos beneficiários indicados
ou, na ausência destes, aos herdeiros legais dos segurados.

Atenção
O critério para fixação do capital segurado da cláusula suplementar de inclusão de côn-
juge e da cláusula suplementar de inclusão de filhos deve ser estabelecido na respecti-
va cláusula ou nas condições especiais do plano de Seguros de Pessoas.

SEGUROS DE PESSOAS 41
UNIDADE 2

SEGURO
EDUCACIONAL
O Seguro Educacional visa auxiliar o custeio das despesas com educação
do beneficiário, em razão da ocorrência dos eventos cobertos.

O Seguro Educacional deverá conter condições gerais especialmente ela-


boradas para o produto. O beneficiário dessa modalidade de seguro será
sempre o educando, ainda que representado ou assistido, na forma da lei.

O plano de Seguro Educacional poderá ser estruturado com quaisquer


coberturas de risco, sendo que, quando o educando for responsável pelo
pagamento das mensalidades escolares, não poderão ser oferecidas
coberturas para risco que impeçam o educando de estudar.

O pagamento da indenização relativo às coberturas de perda de renda e


por invalidez temporária fica limitado ao período estabelecido nas condi-
ções contratuais, havendo reintegração do capital segurado após o retor-
no às atividades laborativas, no caso de perda de renda; ou após alta médi-
ca definitiva, no caso de invalidez temporária.

O capital segurado deve ser estabelecido para auxiliar o pagamento das


mensalidades e, opcional ou adicionalmente, de outras despesas escola-
res, facultando-se, ainda, o estabelecimento de um valor a ser pago ao final
do 2º ou 3º graus como apoio e incentivo à iniciação profissional.

O pagamento da indenização poderá ser contratado de forma mensal,


Atenção bimestral, trimestral, quadrimestral, semestral ou anual.

O pagamento de indenização de forma única só pode ocorrer nos seguin-


O pagamento periódico
tes casos:
da indenização referente,
exclusivamente, às 1) quando o capital segurado se restringir ao último ano letivo do período
mensalidades escolares pode contratado;
ser realizado diretamente ao
estabelecimento de ensino, 2) quando o pagamento da indenização se referir:
desde que haja prévia
a. à Invalidez do educando;
anuência do responsável pelo
educando, ou deste último b. à concessão de um dote ao final do período de formação; e
quando maior, a ser fi rmada
c. às despesas escolares do ano de referência.
periodicamente.
A periodicidade do pagamento É facultada a previsão contratual de suspensão do pagamento da indeni-
da indenização e da anuência zação decorrente de descontinuidade dos estudos, sem perda de direito
a que se refere o caput deve dos valores indenizáveis e de sua respectiva atualização monetária, uma
ser, no máximo, semestral. vez caracterizado o evento coberto.

SEGUROS DE PESSOAS 42
UNIDADE 2

Importante
Considerando que existe a possibilidade de diferenciação nos critérios de atualização
das mensalidades escolares e do capital segurado, deverá ser observado que o capital
segurado pode não ser suficiente para quitar integralmente as mensalidades. Por esse
motivo, é vedada a utilização da terminologia “garantia de custeio educacional” na
designação do Seguro Educacional.
Além disso, deve ficar claro que não se incluem, na modalidade educacional, os segu-
ros de Acidentes Pessoais que visem, exclusivamente, à cobertura de acidentes dos
educandos durante a permanência no estabelecimento de ensino ou em seu trajeto.

SEGURO PRESTAMISTA
O Seguro Prestamista objetiva o pagamento de prestações ou a quitação
do saldo devedor da compra de bens adquiridos pelo segurado ou da
tomada de empréstimos por ele realizada. Esse seguro se configura como
uma proteção financeira para empresas que vendem a crédito, bem como
ao segurado que fica livre da responsabilidade em caso de sinistro.

Nos Seguros Prestamistas, o primeiro beneficiário será sempre o Esti-


pulante, pelo valor do saldo da dívida ou do compromisso, devendo a
diferença que ultrapassá-lo, quando for o caso, ser paga ao beneficiário
indicado pelo segurado, aos herdeiros legais ou ao próprio segurado no
caso de invalidez.

É comum a contratação dos seguros prestamistas, contendo as coberturas


de Morte, Invalidez por Acidente e/ou Doença. Eventualmente, a cobertura
de Perda de Renda também pode ser contratada. Essa última cobertura
eleva significativamente os prêmios do seguro.

CAPITAL SEGURADO
Entende-se como capital segurado o valor máximo, vigente na data do
evento para a cobertura contratada, a ser pago ou reembolsado pela segu-
radora, no caso de ocorrência de sinistro coberto pela apólice.

SEGUROS DE PESSOAS 43
UNIDADE 2

Nos planos coletivos, para cada grupo pode haver uma ou mais classes de
capitais segurados, devendo a respectiva escala ser fixada em função de
fatores objetivos, como:

■■ uniforme – os capitais segurados são iguais para todos os compo-


nentes do grupo segurado;
■■ múltiplo salarial – os capitais segurados são múltiplos do salário
do componente principal;
■■ escalonado – os capitais segurados acompanham um determi-
nado critério preestabelecido em função da idade e salário, por
exemplo; e
■■ global – os capitais segurados referentes a cada componente
sofrem variações decorrentes de mudanças na composição do
grupo segurado.
O capital segurado para a cobertura de despesas médicas, hospita-
lares e odontológicas representa o limite máximo de reembolso pelo
mesmo evento.

No caso de invalidez parcial por acidente, a reintegração do capital segu-


rado é automática após cada sinistro, geralmente sem cobrança de prê-
mio adicional.

Se, depois de paga a indenização por invalidez permanente por acidente,


verificar-se a morte do segurado em consequência do mesmo acidente, a
importância já paga por invalidez permanente deve ser deduzida do valor
do capital segurado por morte, se contratada esta cobertura.

Nos seguros em que o segurado seja responsável pelo custeio do plano,


total ou parcialmente, é vedada a redução, por parte da seguradora, do
valor do capital segurado contratado sem a devida solicitação expressa
do segurado.

Exemplo
Um segurado tem um capital segurado de R$ 100.000,00 e sofre um acidente, no qual
perde totalmente o uso de uma das mãos, recebendo 60% de indenização. Seu capital
segurado, no entanto, é reintegrado, ou seja, volta a ser de R$ 100.000,00. Se tiver
novo acidente, terá direito à nova indenização.
A reintegração se dá porque cada acidente é um evento aleatório, independente do
anterior. Todavia, se for comprovada a Invalidez Permanente Total, não há reinte-
gração. A indenização é paga e o segurado é excluído do grupo.

SEGUROS DE PESSOAS 44
UNIDADE 2

Importante
Considera-se como data do evento, para efeito de determinação do capital segurado,
quando da liquidação dos sinistros:
1) para as coberturas de acidentes pessoais: a data do acidente;
2) para a cobertura de risco por invalidez, não consequente de acidente: a data indica-
da na declaração médica; e
3) para as demais coberturas de risco: a data da ocorrência do evento coberto, conforme
definido nas condições gerais e/ou especiais, ressalvado o disposto nos itens 1 e 2 acima.

VIGÊNCIA
O início de vigência é a data a partir da qual as coberturas de risco propos-
Importante tas serão garantidas pela seguradora. A vigência de um plano com cober-
tura de risco é normalmente de um ano, sendo facultada a contratação por
Respeitado o período período diferente (dias, meses, anos, vitalício).
correspondente ao prêmio
pago, a cobertura de Deverão ser especificados nas apólices, nos certificados individuais e nas
cada segurado cessa, propostas o início e o final de vigência das coberturas contratadas, sendo
automaticamente, no final do que o início e o término de vigência ocorrerão sempre às 24 horas das
prazo de vigência da apólice, datas neles indicadas.
se esta não for renovada.
Para as propostas que tenham sido recepcionadas sem pagamento de
No caso de não renovação da prêmio, o início de vigência da cobertura deverá coincidir com a data de
apólice coletiva, as condições aceitação da proposta ou com data distinta, desde que expressamente
contratuais deverão ter sua acordada entre as partes.
vigência estendida, pelo
estipulante e pela seguradora, Em contrapartida, para as propostas que tenham sido recepcionadas com
até a extinção de todos os adiantamento de valor para futuro pagamento parcial ou total do prêmio,
riscos cobertos relativos aos o início de vigência da cobertura será a partir da data de recepção da pro-
prêmios já pagos. posta pela seguradora.

SEGUROS DE PESSOAS 45
UNIDADE 2

CARÊNCIA
Entende-se como prazo de carência o período, contado a partir da data
de início de vigência do seguro ou do aumento do capital segurado ou
da recondução, no caso de suspensão, durante o qual, na ocorrência do
sinistro, o segurado ou os beneficiários não terão direito à percepção dos
capitais segurados contratados.

Os planos com cobertura de risco poderão estabelecer prazo de carência,


devendo ser respeitado o limite máximo de 2 anos.

O prazo de carência, exceto no caso de suicídio ou de sua tentativa, não


poderá exceder metade do prazo de vigência previsto pela apólice, no caso
de contratação individual, ou pelo certificado, no caso de contratação coletiva.

A carência poderá, a critério da seguradora, ser reduzida ou substituída por


declaração pessoal de saúde ou de atividade e/ou exame médico.

O prazo de carência, quando previsto pelo plano de seguro, deverá:

1) no caso de planos individuais: ser fixado na proposta de contratação,


condições gerais e nota técnica atuarial; e

2) no caso de planos coletivos: ser fixado no contrato, na proposta de con-


tratação e na proposta de adesão, com expressa menção de sua existên-
cia nas condições gerais e na nota técnica atuarial.

O prazo de carência poderá ser aplicado aos aumentos de capital segu-


rado solicitados após o início de vigência, desde que assim conste das
condições gerais.

Importante
Em caso de renovação de apólice não será iniciado novo prazo de carência.
Para sinistros decorrentes de Acidentes Pessoais, não poderá ser estabelecido pra-
zo de carência, exceto no caso de suicídio ou de sua tentativa, quando o referido
período corresponderá a 2 anos ininterruptos, contados da data de contratação ou de
adesão ao seguro, ou de sua recondução depois de suspenso.
No caso de migração de apólices, não será reiniciada a contagem de novo prazo de
carência para segurados já incluídos no seguro pela apólice anterior, em relação às
coberturas e aos respectivos valores já contratados.

SEGUROS DE PESSOAS 46
UNIDADE 2

CESSAÇÃO
DE COBERTURA
Respeitado o período correspondente ao prêmio pago, a cobertura de
cada segurado cessa, automaticamente, no final do prazo de vigência da
apólice, se esta não for renovada.

Na hipótese de o segurado, seus prepostos ou seus beneficiários agirem


com dolo, fraude ou simulação na contratação do seguro ou durante sua
vigência, ou ainda para obter ou para majorar a indenização, dá-se, auto-
maticamente, a caducidade do seguro, sem restituição dos prêmios, fican-
do a seguradora isenta de qualquer responsabilidade.

Respeitado o período correspondente ao prêmio pago, a cobertura do


segurado principal cessa, ainda:

■■ com o desaparecimento do vínculo entre o segurado principal e o


estipulante, nos planos coletivos; e
■■ quando o segurado solicitar sua exclusão da apólice ou quando
deixar de contribuir com sua parte no prêmio.
Além das situações mencionadas acima e de outras previstas nas con-
dições gerais e/ou especiais dos planos, a cobertura de cada segurado
dependente cessa:

■■ se for cancelada a respectiva cláusula suplementar;


■■ com o cancelamento do seguro do segurado principal;
■■ com a morte do segurado principal;
■■ no caso de cessação da condição de dependente; e
■■ a pedido do segurado principal, na hipótese de inclusão facultativa
do segurado dependente.

CARREGAMENTO
Para fazer face às despesas administrativas e de comercialização, pode-
-se estabelecer a cobrança de carregamento sobre os prêmios comerciais,
sendo vedada a cobrança de inscrição ou quaisquer outros encargos ou
comissões adicionais incidentes sobre os valores dos prêmios.

SEGUROS DE PESSOAS 47
UNIDADE 2

Para as coberturas de risco, o critério e a forma de cobrança do


carregamento deverão constar da nota técnica atuarial, não havendo
limite percentual.

PERDA DE DIREITOS
Das condições gerais dos planos, deverá constar que o segurado perderá
o direito à indenização se agravar intencionalmente o risco.

Nas condições gerais e na proposta, deverá constar informação de que


se o segurado, seu representante legal ou seu corretor de seguros fize-
rem declarações inexatas ou omitirem circunstâncias que possam influir na
aceitação da proposta ou no valor do prêmio, ficará prejudicado o direito à
indenização, além de estar o segurado obrigado ao pagamento do prêmio
vencido.

Entretanto, deve ficar claro que se a inexatidão ou a omissão nas declara-


ções não resultar de má-fé do segurado, a seguradora poderá:

1) na hipótese de não ocorrência do sinistro:

■■ cancelar o plano, retendo a parcela proporcional ao tempo decor-


rido do prêmio originalmente pactuado; ou
■■ mediante acordo entre as partes, permitir a continuidade do plano,
cobrando a diferença de prêmio cabível ou restringindo a cober-
tura contratada.
2) na hipótese de ocorrência de sinistro com pagamento parcial do
capital segurado:

■■ cancelar o seguro, após o pagamento da indenização, retendo a


parcela calculada proporcionalmente ao tempo decorrido do prê-
mio originalmente pactuado, acrescido da diferença cabível; ou
■■ mediante acordo entre as partes, permitir a continuidade do segu-
ro, cobrando a diferença de prêmio cabível ou deduzindo-a do
valor a ser pago ao segurado ou ao beneficiário, ou restringindo a
cobertura contratada para riscos futuros.
3) na hipótese de ocorrência de sinistro com pagamento integral do
capital segurado:

■■ cancelar o seguro após o pagamento da indenização, deduzindo a


diferença de prêmio cabível do valor a ser indenizado.

SEGUROS DE PESSOAS 48
UNIDADE 2

Deverá, também, constar das condições gerais do plano de seguro que o


segurado é obrigado a comunicar à seguradora, logo que saiba, qualquer
fato suscetível de agravar o risco coberto, sob pena de perder o direito à
cobertura, se ficar comprovado que silenciou de má-fé.

Nesses casos, a seguradora, desde que o faça nos 15 dias seguintes ao


recebimento do aviso de agravação do risco, poderá dar ciência ao segu-
rado, por escrito, de sua decisão de cancelar o seguro ou, mediante acor-
do entre as partes, restringir a cobertura contratada ou cobrar a diferença
de prêmio cabível, sendo que o cancelamento do plano só será eficaz 30
dias após a notificação, devendo ser restituída a diferença do prêmio, cal-
culada proporcionalmente ao período a decorrer.

CANCELAMENTO E
REABILITAÇÃO DA APÓLICE
O contrato de seguro pode ser rescindido a qualquer tempo mediante
acordo entre as partes contratantes, devendo ser observada, no caso dos
planos coletivos, a anuência prévia e expressa de segurados que repre-
sentem, no mínimo, 3/4 do grupo segurado.

As apólices não poderão ser canceladas durante a vigência, pela segura-


dora, sob a alegação de alteração da natureza dos riscos.

O não pagamento do prêmio por parte do segurado ou estipulante nos


prazos estipulados nas condições contratuais, poderá acarretar o cance-
lamento da apólice ou do certificado individual, a partir do primeiro dia de
vigência do período de cobertura a que se referir a cobrança.

No caso de não ocorrer o cancelamento imediato da apólice ou do certifi-


cado individual, por inadimplência do segurado ou do estipulante, deverá
ser adotada uma das seguintes hipóteses pela seguradora:

■■ prazo de tolerância – cobertura dos sinistros ocorridos durante


o período de inadimplência, com a consequente cobrança do prê-
mio devido ou, quando for o caso, seu abatimento da indenização
paga ao(s) beneficiário(s); ou
■■ prazo de suspensão – não cobertura dos sinistros ocorridos
durante o período de inadimplência, sendo vedada cobrança dos
prêmios referentes a esse período.
Os prazos de tolerância e/ou suspensão tratados acima deverão estar
especificados nas condições gerais do plano.

SEGUROS DE PESSOAS 49
UNIDADE 2

As condições gerais poderão prever a reabilitação da apólice ou do certifi-


cado individual a partir das 24 horas da data em que o segurado ou o esti-
pulante retomarem o pagamento do prêmio. Nesta hipótese, a seguradora
responde por todos os sinistros ocorridos a partir de então.

No caso de seguros com cobrança de prêmio postecipada, a reabilitação


se dá com o pagamento dos valores referentes ao período em que houve
cobertura, na forma estabelecida nas condições gerais.

As regras de inadimplência e de reabilitação dispostas acima não se apli-


cam aos casos de prêmio fracionado, pois, se configurada a falta de paga-
mento de qualquer uma das parcelas subsequentes à primeira, o prazo de
vigência da cobertura será ajustado em função do prêmio efetivamente
pago, observada, no mínimo, a fração prevista na tabela de prazo curto
existente no plano.

A seguradora deverá informar ao segurado ou ao seu representante, por


meio de comunicação escrita, o novo prazo de vigência, ajustado nos ter-
mos da tabela de prazo curto.

Restabelecido o pagamento do prêmio das parcelas ajustadas, acrescidas


dos encargos contratualmente previstos, dentro do novo prazo de vigên-
cia da cobertura, ficará, automaticamente, restaurado o prazo de vigência
original da apólice.

Findo o novo prazo de vigência da cobertura, sem que tenha sido retomado
o pagamento do prêmio, dar-se-á, de pleno direito, o cancelamento do con-
trato de seguro, desde que haja expressa previsão contratual nesse sentido.

No caso de fracionamento em que a aplicação da tabela de prazo curto


Importante não resultar em alteração do prazo de vigência da cobertura, a seguradora
poderá cancelar o contrato ou suspender sua vigência, sendo vedada a
O custeio do prêmio sob cobrança de prêmio pelo período de sua suspensão, em caso de restabe-
a forma mensal não é lecimento do contrato.
considerado fracionamento
de prêmio.

RENOVAÇÃO
DA APÓLICE
A renovação automática do plano, desde que haja previsão expressa em
suas condições gerais, só poderá ocorrer uma única vez, e por igual perío-
do, devendo as renovações posteriores serem feitas, obrigatoriamente, de
forma expressa.

SEGUROS DE PESSOAS 50
UNIDADE 2

A renovação automática não se aplica aos segurados, nos planos indivi-


duais, e estipulantes, nos planos coletivos, ou à seguradora que comunica-
rem o desinteresse na continuidade do plano, mediante aviso prévio de, no
mínimo, 60 dias que antecedam o final da vigência da apólice.

A renovação expressa poderá ser efetivada quantas vezes se fizer neces-


sária, se realizada pelo estipulante nos seguros coletivos, e desde que não
implique ônus, ou dever para os segurados ou redução de seus direitos,
bem como pelo próprio segurado, em se tratando de seguros individuais.

Caso haja, na renovação, alteração da apólice que implique ônus ou dever


aos segurados, ou a redução de seus direitos, deverá haver anuência pré-
via e expressa de, pelo menos, 3/4 do grupo segurado.

Nas renovações expressas, caso a seguradora não tenha interesse em


renovar a apólice, deverá comunicar aos segurados e ao estipulante,
mediante aviso prévio de, no mínimo, 60 dias que antecedam o final de
vigência da apólice.

RISCOS EXCLUÍDOS
Os planos possuem níveis distintos de exclusão. Por esse motivo, é impres-
cindível a leitura atenta das condições gerais do plano a ser contratado.

Na relação dos riscos excluídos, deverão constar os danos causados por


atos ilícitos dolosos praticados pelo segurado, pelo beneficiário ou pelo
representante, de um ou de outro.

Nos seguros contratados por pessoas jurídicas, deverão ser excluídos,


além dos citados acima, os danos causados por atos ilícitos dolosos prati-
cados por seus sócios controladores, dirigentes e administradores, pelos
beneficiários e pelos respectivos representantes.

Não pode ser estipulada, entre as partes, cláusula que exclua o suicídio ou
a sua tentativa, após os primeiros 2 anos de vigência inicial do contrato ou
da sua recondução depois de suspenso.

Caso as condições gerais e/ou especiais excluam doença preexistente das


coberturas do seguro, esta deverá ser definida como doença de conheci-
mento do segurado e não declarada na proposta de contratação ou, no
caso de contratação coletiva, na proposta de adesão.

SEGUROS DE PESSOAS 51
UNIDADE 2

Atenção
De acordo com o art. 799 do Código Civil, é vedada a exclusão de morte ou de incapa-
cidade do segurado quando provier da utilização de meio de transporte mais arriscado,
da prestação de serviço militar, da prática de esporte ou de atos de humanidade em
auxílio de outrem.
É permitida a ampliação ou a extensão de cobertura a riscos de acidentes pessoais
excluídos e/ou não previstos nas disposições normativas, mediante a elaboração de
planos específicos e a cobrança adicional de prêmio, ficando esta emissão condiciona-
da à aceitação prévia de resseguro, sempre que houver excedente a ressegurar.

Usualmente, não estão cobertos pelo Seguro de Acidentes Pessoais os


riscos decorrentes de:

■■ atos ou operações de guerra, com ou sem declaração formal,


guerra química ou bacteriológica, guerra civil, guerrilha, revolução,
agitação, motim, revolta ou outras perturbações da ordem pública
e delas decorrentes, exceto a prestação de serviço militar ou atos
de humanidade em auxílio de outrem;
■■ uso de material nuclear para quaisquer fins, incluindo a explosão
nuclear provocada ou não, bem como a contaminação radioativa
ou a exposição a radiações nucleares ou ionizantes;
■■ furacões, ciclones, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas e
outras convulsões da natureza;
■■ ato reconhecidamente perigoso que não seja motivado por neces-
sidade justificada, exceto prática de esporte e utilização de meio
de transporte mais arriscado;
■■ prática, por parte do segurado, do beneficiário ou do representan-
te legal de um ou de outro, de atos ilícitos ou contrários à lei;
■■ perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espécie,
bem como intoxicações decorrentes da ação de produtos quími-
cos, drogas ou medicamentos, salvo quando prescritos por médi-
co, em decorrência de acidente coberto; e
■■ suicídio ou tentativa de suicídio, ocorrida nos primeiros 2 anos con-
tados a partir do início de vigência do seguro, ou de sua recondu-
ção depois de suspenso.

SEGUROS DE PESSOAS 52
UNIDADE 2

DISTRIBUIÇÃO DE
EXCEDENTE TÉCNICO
Exclusivamente nos planos coletivos, poderá ser adotada cláusula de exce-
dente técnico estabelecendo as condições de distribuição, ao estipulante
e/ou aos segurados do grupo, dos resultados técnicos da apólice.

Consideram-se como receitas, para fins de apuração dos resultados técni-


cos, no mínimo:

■■ prêmios de competência correspondentes ao período de vigência


da apólice efetivamente pagos; e
■■ estorno de sinistros computados em períodos anteriores e, defini-
tivamente, não devidos.
São despesas mínimas para os fins de apuração dos resultados técnicos:

■■ comissões de corretagem pagas durante o período;


■■ comissões de administração pagas durante o período;
■■ valor total dos sinistros ocorridos em qualquer época e ainda não
considerados até o fim do período de apuração, computando-se
de uma só vez os sinistros com pagamento parcelado;
■■ saldos negativos dos períodos anteriores, ainda não compensa-
dos; e
■■ despesas efetivas de administração, acordadas com o estipulante.
As receitas e as despesas devem ser atualizadas monetariamente desde:

■■ o respectivo pagamento, para prêmios e comissões;


■■ o aviso à seguradora, para os sinistros;
■■ a respectiva apuração, para os saldos negativos anteriores;
■■ as datas em que incorreram, para as despesas de administração; e
■■ outras datas estabelecidas na cláusula de excedente técnico, para
receitas ou despesas não previstas no rol mínimo descrito acima.
A apuração do resultado técnico deve ser atualizada, monetariamente, des-
de o término do período de apuração determinado no contrato até a data
da distribuição do excedente técnico, destinando-se aos segurados e/ou
estipulante um percentual do resultado apurado, estabelecido no contrato.

A distribuição de excedentes técnicos deve ser realizada após o término


do prazo previsto no contrato, depois de pagas todas as faturas do período
e no prazo máximo de 60 dias a contar da última quitação, vedado qual-
quer adiantamento a título de resultados técnicos.

SEGUROS DE PESSOAS 53
UNIDADE 2

Nos seguros, parcial ou totalmente contributários, o excedente técnico a


ser distribuído deve ser, respectivamente, proporcional ou integralmente
destinado ao segurado, podendo ainda ser revertido em benefícios ao
grupo segurado, na forma estabelecida na cláusula de excedente técnico.
Nesses casos, deverá ser incluída, no certificado individual, a informação
de que o segurado tem direito ao excedente técnico.

FORMA DE PAGAMENTO
DA INDENIZAÇÃO
A indenização pode ser paga de uma única vez (capital) ou sob a forma de
Atenção renda. De modo geral, o critério é estabelecido pelo segurado, na contra-
tação do plano pelo segurado. Entretanto, existe a possibilidade de que
O plano de seguro poderá seja dada a opção, ao beneficiário, da escolha do critério, no que diz res-
admitir a hipótese de peito ao recebimento do capital segurado.
substituição do pagamento
da indenização em dinheiro No que se refere às rendas, elas podem ser pagas nas formas mensal,
por pagamento em bens trimestral, quadrimestral, semestral ou anual, sendo a forma mensal a mais
ou serviços, desde que comum.
expressamente solicitada pelo
As rendas, também chamadas de anuidades, designam uma sucessão de
segurado ou beneficiários.
pagamentos feitos em intervalos regulares, e podem ser classificadas em:

■■ vitalícias – caracterizadas pelo pagamento enquanto o segurado


ou beneficiário sobreviver; e
■■ temporárias – caracterizadas pelo pagamento durante um perío-
do de tempo predeterminado em contrato.
Além dessa classificação, essas rendas ainda podem ser:

■■ renda certa – trata-se de uma renda, exclusivamente, financeira,


independentemente da sobrevivência ou não do beneficiário. É
considerada certa porque é paga durante um prazo previamente
acordado e determinado.

SEGUROS DE PESSOAS 54
UNIDADE 2

Exemplo
Suponha um plano com cobertura de morte por qualquer causa, sendo a indenização
paga ao beneficiário indicado pelo segurado por 60 meses (prazo certo).
Dessa forma, o compromisso da seguradora é pagar ao beneficiário indicado pelo se-
gurado a indenização a que este tem direito pelo período de 60 meses. Caso o bene-
ficiário venha a falecer antes de completado o prazo de 60 meses, seus beneficiários
terão direito a continuar a receber a indenização pelo prazo que estiver faltando para
completar o prazo certo. Inexistindo beneficiários remanescentes, a indenização será
paga aos sucessores legítimos, observada a legislação vigente, até o término do prazo
certo contratado. Nesse caso, findos os 60 meses, extingue-se a indenização.

■■ renda aleatória – trata-se de uma renda atuarial, pois considera a


probabilidade de morte do beneficiário.

Exemplo
Suponha agora um plano com cobertura de morte natural, sendo a indenização paga
ao beneficiário indicado pelo segurado enquanto estiver vivo.
Dessa forma, o compromisso da seguradora é pagar ao beneficiário indicado pelo se-
gurado a indenização a que este tem direito enquanto ele sobreviver. Quando ocorrer a
morte do beneficiário, o compromisso da seguradora termina.

É importante destacar que esses contratos têm sua estrutura técnica dife-
renciada. Assim, não caberá ao consumidor que contrata um seguro estru-
turado sob a forma de renda aleatória pleitear cobertura similar à daqueles
que contrataram uma renda certa. Os direitos serão distintos.

Outro aspecto a ser observado é o de que as rendas vitalícias são aleató-


rias (pois não se sabe quando o beneficiário falecerá), enquanto as rendas
temporárias podem ser tanto aleatórias quanto certas.

SEGUROS DE PESSOAS 55
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

Marque a alternativa correta


1. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) As coberturas de risco são aquelas coberturas dos Seguros de Pes-


soas cujo evento gerador não seja a sobrevivência do segurado a
uma data predeterminada.
(b) A denominação de qualquer plano de Seguro de Vida está condi-
cionada, sempre, ao oferecimento da cobertura por sobrevivência.
(c) Na formalização da contratação de um plano de Seguros de Pessoas
com cobertura de risco, são utilizados os seguintes instrumentos
contratuais: apólice e certificado individual.
(d) A seguradora pode rejeitar um proponente, de acordo com o Código
Civil, pela única razão de ser portador de deficiência, sem configu-
rar discriminação.
(e) É facultada a inclusão, nas condições contratuais, de cláusula de
concorrência de apólices.

2. Sobre a contratação das coberturas de risco, podemos afirmar que:

(a) O preenchimento de proposta de adesão não é obrigatório.


(b) O preenchimento de proposta de adesão não é obrigatório no caso
de Seguros de Pessoas com capital global e contratação sob a for-
ma de bilhete.
(c) Na contratação de um plano coletivo, quem assina a proposta de
contratação é o segurado.
(d) O certificado individual é o documento destinado ao segurado, emi-
tido pela seguradora no caso de contratação individual.
(e) É obrigatória a emissão e o envio ao segurado do certificado indivi-
dual, pela seguradora, somente no início do seguro.

SEGUROS DE PESSOAS 56
FIXANDO CONCEITOS

3. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) O período de cobertura das coberturas de risco somente pode ser


temporário.
(b) A taxa pura das coberturas de risco tem de ser diferenciada por ida-
de ou faixa etária, não havendo a possibilidade de ser única para
todo o grupo.
(c) O cálculo do valor do prêmio, realizado pelos subscritores, não leva
em consideração o perfil do proponente ou do segurado, bem como
da cobertura contratada.
(d) O período de cobertura pode ser vitalício ou indeterminado.
(e) Para os seguros que prevejam alteração de taxa por faixa etária,
deverá ser estabelecido, nas Condições Gerais, que os prêmios
serão alterados de acordo com a faixa etária do segurado.

4. Sobre as coberturas dos Seguros de Pessoas, podemos afirmar que:

(a) As coberturas não podem ser divididas em básicas e adicionais.


(b) Os planos não podem oferecer, juntas, as coberturas de morte natu-
ral e diárias de incapacidade temporária.
(c) A invalidez funcional permanente total por doença é aquela para
a qual não se pode esperar recuperação ou reabilitação, com os
recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação,
para a atividade laborativa principal do segurado.
(d) Não podem figurar como segurados da cobertura de invalidez
laborativa permanente por doença as pessoas que não exerçam
qualquer atividade laborativa, sendo vedados o oferecimento e a
cobrança de prêmio para o seu custeio, por parte da seguradora.
(e) Reconhecida a invalidez laborativa pela seguradora, a indenização
deve ser paga, sempre, sob a forma de renda certa, temporária ou
vitalícia, em prestações mensais, iguais e sucessivas.

SEGUROS DE PESSOAS 57
FIXANDO CONCEITOS

5. Sobre a cobertura de invalidez e suas características, podemos afirmar que:

(a) O objetivo da cobertura de invalidez laborativa permanente total por


doença é garantir o pagamento de indenização em caso de invali-
dez consequente de doença que cause a perda da existência inde-
pendente do segurado.
(b) É possível o oferecimento de cobertura em que o pagamento da
indenização esteja condicionado à impossibilidade do exercício,
pelo segurado, de toda e qualquer atividade laborativa.
(c) Os casos de invalidez permanente por doença devem ser comprova-
dos através de declaração médica.
(d) A aposentadoria por invalidez concedida por instituições oficiais de
Previdência caracteriza, por si só, o estado de invalidez permanente.
(e) O prazo para a constituição de eventual Junta Médica será de, no
máximo, 30 dias a contar da data da indicação do membro nomea-
do pelo segurado.

6. Sobre as coberturas relacionadas a acidentes pessoais, podemos afir-


mar que:

(a) As coberturas de acidentes pessoais são somente: morte aciden-


tal, invalidez permanente total ou parcial por acidentes, e despesas
médicas, hospitalares e odontológicas.
(b) Não cabe ao segurado a livre escolha dos prestadores dos serviços
médico-hospitalares e odontológicos.
(c) A cobertura de despesas médicas, hospitalares e odontológicas tem
por objetivo garantir o reembolso, limitado ao capital segurado, das
despesas efetuadas pelo segurado para o tratamento das conse-
quências de acidente coberto, iniciado, sob orientação médica, nos
30 primeiros dias contados da data do acidente.
(d) As indenizações pagáveis por morte e por invalidez permanente
total ou parcial por acidente são cumulativas.
(e) Quando a indicação médica sobre a extensão das lesões for estabe-
lecida em termos de grau máximo, médio ou mínimo, sem a indica-
ção exata do grau de redução funcional apresentado, a indenização
será calculada, respectivamente, com base nas seguintes percenta-
gens: 75%, 50% e 30%.

SEGUROS DE PESSOAS 58
FIXANDO CONCEITOS

7. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) As coberturas de Diárias por Incapacidade (DI) e Diárias por Internação


Hospitalar (DIH) podem ser decorrentes de acidente pessoal ou não.
(b) Não é garantida a livre escolha dos prestadores de serviço pelos
beneficiários, com o respectivo reembolso das despesas efetuadas
na cobertura de auxílio-funeral, quando a seguradora oferecer a
alternativa de prestação de serviços.
(c) Não existe diferença entre assistência funeral e o Seguro Auxílio- Funeral.
(d) Na assistência funeral, existe sempre a opção de livre escolha.
(e) Na assistência funeral, os serviços de funeral são prestados direta-
mente pela seguradora.

8. Sobre a possibilidade de inclusão dos filhos e cônjuge, podemos afirmar que:

(a) Nos planos contratados sob a forma coletiva, podem ser admitidos
somente o cônjuge e os filhos como segurados dependentes.
(b) A inclusão do cônjuge e dos filhos pode ser feita da forma automá-
tica ou facultativa.
(c) O capital segurado do cônjuge pode ser superior a 100% do capital
segurado do respectivo segurado principal.
(d) Na hipótese de comoriência, somente os capitais segurados referen-
tes às coberturas do segurado principal devem ser pagos.
(e) Nos planos coletivos, quando ambos os cônjuges forem segurados prin-
cipais do mesmo grupo segurado, os filhos podem ser incluídos uma
única vez como dependentes daquele de menor capital segurado.

9. Sobre o Seguro Educacional, podemos afirmar que:

(a) O Seguro Educacional tem por objetivo quitar as despesas com edu-
cação do beneficiário, em razão da ocorrência dos eventos cober-
tos.
(b) Os Seguros de Acidentes Pessoais que visem, exclusivamente, à
cobertura de acidentes dos educandos, durante a permanência no
estabelecimento de ensino ou no seu trajeto, incluem-se na moda-
lidade educacional.
(c) Quando o educando for responsável pelo pagamento das mensali-
dades escolares, pode ser oferecida a cobertura de morte natural.
(d) O pagamento periódico da indenização referente, exclusivamente, às
mensalidades escolares pode ser realizado diretamente ao estabele-
cimento de ensino, desde que haja prévia anuência do responsável
pelo educando, ou deste último quando maior, a ser firmada periodi-
camente.

SEGUROS DE PESSOAS 59
FIXANDO CONCEITOS

(e) O Seguro Educacional não pode prever o pagamento da indeniza-


ção de forma única.
10. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) O Seguro Prestamista somente pode prever a cobertura de morte.


(b) Os capitais segurados dos componentes dependentes podem ser
superiores aos do respectivo componente principal.
(c) Se, depois de paga a indenização por invalidez permanente por acidente,
verificar-se a morte do segurado em consequência do mesmo acidente,
a importância já paga por invalidez permanente não deve ser deduzida
do valor do capital segurado por morte, se contratada esta cobertura.
(d) No capital uniforme, os capitais segurados referentes a cada compo-
nente sofrem variações decorrentes de mudanças na composição
do grupo segurado.
(e) O primeiro beneficiário do Seguro Prestamista é o próprio estipulan-
te, e a indenização é o valor do saldo da dívida ou do compromisso.

11. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) Respeitado o período correspondente ao prêmio pago, a cobertura


de cada segurado cessa, automaticamente, no final do prazo de
vigência da apólice, se esta não for renovada.
(b) O plano com cobertura de risco poderá estabelecer prazo de carên-
cia, devendo ser respeitado o limite de 3 anos.
(c) O prazo de carência não poderá ser aplicado aos aumentos de capi-
tal segurado solicitados após o início de vigência.
(d) A carência não poderá ser reduzida ou substituída por declaração
pessoal de saúde ou de atividade e/ou exame médico.
(e) Em caso de renovação de apólice, será iniciado novo prazo de carência.

12. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) O segurado é obrigado a comunicar à seguradora, logo que saiba,


qualquer fato suscetível de agravar o risco coberto, sob pena de
perder o direito à cobertura, se ficar comprovado que silenciou de
má-fé.
(b) O contrato de seguro pode ser rescindido a qualquer tempo median-
te acordo entre as partes contratantes, devendo ser observado, no
caso dos seguros coletivos, a anuência prévia e expressa de segu-
rados que representem, no máximo, 3/4 do grupo segurado.
(c) As apólices poderão ser canceladas pela seguradora, durante a
vigência, caso haja alteração da natureza dos riscos.

SEGUROS DE PESSOAS 60
FIXANDO CONCEITOS

(d) O não pagamento do prêmio, por parte do segurado ou estipulante,


nos prazos estipulados nas condições contratuais não poderá acar-
retar o cancelamento da apólice ou do certificado individual.
(e) O custeio do plano sob a forma mensal é considerado fracionamento
do prêmio.
13. Sobre a renovação, podemos afirmar que:

(a) A renovação automática não se aplica aos segurados, nos planos indi-
viduais, e estipulantes, nos planos coletivos, ou à seguradora que
comunicarem o desinteresse na continuidade do plano, mediante avi-
so prévio de, no mínimo, 30 dias que antecedam o final da vigência da
apólice.
(b) Na renovação não há necessidade de haver anuência prévia e expressa
de, pelo menos, 3/4 do grupo segurado, mesmo que a alteração da
apólice implique ônus ou dever aos segurados, ou a redução de seus
direitos.
(c) A renovação expressa poderá ser efetivada quantas vezes se fizer
necessária, desde que realizada, pelo estipulante, nos seguros coleti-
vos, independentemente de haver ônus ou dever para os segurados,
ou redução de seus direitos, visto que o estipulante representa os
segurados nesses casos.
(d) A renovação automática do plano, desde que haja previsão expressa
nas condições gerais do plano, só poderá ocorrer uma única vez, e
por igual período, devendo as renovações posteriores serem feitas,
obrigatoriamente, de forma expressa.
(e) Nas renovações expressas, caso a seguradora não tenha interesse
em renovar a apólice, deverá comunicar aos segurados e ao estipu-
lante, mediante aviso prévio de, no mínimo, 30 dias que antecedam o
final de vigência da apólice.

14. Sobre os riscos excluídos, podemos afirmar que:

(a) Os planos com coberturas de risco não possuem níveis distintos


de exclusão.
(b) Pode ser estipulada entre as partes cláusula que exclua o suicídio ou
sua tentativa, após os 2 primeiros anos de vigência inicial do contrato.
(c) É permitida a exclusão de morte ou de incapacidade do segurado
quando provier da utilização de meio de transporte mais arriscado.
(d) Não é permitida a ampliação ou a extensão de cobertura a riscos de
acidentes pessoais excluídos.
(e) Os riscos decorrentes de furacões e de ciclones, usualmente, não estão
cobertos pelo Seguro de Acidentes Pessoais.

SEGUROS DE PESSOAS 61
FIXANDO CONCEITOS

15. Sobre a distribuição de excedente técnico, podemos afirmar que:

(a) A apuração do resultado técnico não está sujeita à atualização monetária.


(b) Nos seguros contributários, o excedente técnico a ser distribuído deve
ser, respectivamente, proporcional ou integralmente destinado ao
segurado, podendo ainda ser revertido em benefícios ao grupo segura-
do na forma estabelecida na cláusula de excedente técnico.
(c) Uma das receitas que devem ser consideradas na apuração dos
resultados técnicos é a comissão de corretagem paga no período.
(d) A distribuição de excedentes técnicos deve ser realizada após o
término do prazo previsto no contrato, depois de pagas todas as
faturas do período e no prazo máximo de 30 dias a contar da últi-
ma quitação, vedado qualquer adiantamento a título de resultados
técnicos.
(e) A cláusula de excedente técnico poderá existir somente nos planos
contratados na forma individual.

16. Sobre as formas de pagamento da indenização, podemos afirmar que:

(a) As indenizações referentes às coberturas de risco somente podem


ser pagas sob a forma de renda.
(b) Os planos não poderão admitir a hipótese de substituição do pagamen-
to da indenização em dinheiro por pagamento em bens ou serviços.
(c) As rendas podem ser pagas sob a forma vitalícia.
(d) A renda certa é uma renda atuarial.
(e) A renda certa considera a probabilidade de morte do beneficiário.

SEGUROS DE PESSOAS 62
COBERTURA
por SOBREVIVÊNCIA
03 UNIDADE 3

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Identificar os tipos de ■■ Entender como a tábua
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
planos de seguros de biométrica e a taxa de
pessoas com cláusula por juros impactam no valor CARACTERÍSTICAS DA
sobrevivência. da renda a ser recebida COBERTURA
pelo segurado. POR SOBREVIVÊNCIA
■■ Descrever como funciona
o VGBL durante a fase de ■■ Conhecer os percentuais MODALIDADES DE RENDA
acumulação de recursos. máximos de carregamento
e sua forma de cobrança. PARÂMETROS TÉCNICOS
■■ Reconhecer as
modalidades de renda ■■ Discutir as situações
CARREGAMENTO
que podem ser oferecidas em que o segurado
nos planos de seguros de poderá pedir resgate e RESGATE
pessoas com cobertura portabilidade.
por sobrevivência. PORTABILIDADE

FIXANDO CONCEITOS 3

SEGUROS DE PESSOAS 63
UNIDADE 3

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Esta unidade trata da cobertura por sobrevivência, bastante difundida
nos dias atuais pelo produto Vida Gerador de Benefício Livre – VGBL.
Entretanto, até o início do ano de 2002, poucos eram os planos com
cobertura por sobrevivência comercializados pelas seguradoras.

A explicação para isso decorre dos seguintes fatores: do processo inflacio-


nário vivenciado pelo Brasil ao longo da década de 1980 e primeira metade
da década de 1990; da ausência de regras claras; e da falta de incentivos
fiscais adequados que pudessem atrair os consumidores.

Uma das principais premissas apontadas para o desenvolvimento dos


produtos de acumulação (o VGBL é um exemplo desses produtos) refere-
-se ao desenvolvimento de políticas macroeconômicas que estimulam a
poupança de longo prazo, contribuindo para a estabilidade da oferta de
produtos e, consequentemente, para o crescimento do mercado.

A estabilidade trazida pelo Plano Real gerou a demanda por novos produ-
tos e serviços, o que abriu uma janela de oportunidades para as segurado-
ras no que se refere à captação de poupanças privadas.

Com a regulamentação do Plano Gerador de Benefício Livre – PGBL, do Pla-


no com Atualização Garantida e Performance – PAGP, do Plano com Remu-
neração Garantida e Performance – PRGP, e dos critérios de apuração e de
reversão de resultados financeiros (excedentes), viu-se que uma parte da
população – aquela que usufruía do benefício fiscal concedido pelo Gover-
no – estava satisfatoriamente atendida. Entretanto, restava ainda desenvol-
ver produtos de acumulação destinados a atender um público-alvo amplo,
abrangendo assalariados e autônomos de todas as classes de renda.

Vendo a existência de potenciais consumidores de produtos de acumu-


lação, a SUSEP regulamentou o Vida Gerador de Benefício Livre – VGBL,

SEGUROS DE PESSOAS 64
UNIDADE 3

o Vida com Atualização Garantida e Performance – VAGP e o Vida com


Observação Remuneração Garantida e Performance – VRGP no Ramo de Seguros de
Pessoas com cobertura por sobrevivência. Esses produtos funcionam
O VGBL funciona exatamente exatamente como um plano de Previdência Complementar, havendo
da mesma forma que o PGBL. diferenciação apenas no tratamento tributário e, consequentemente, no
O VAGP funciona exatamente público-alvo.
da mesma forma que o PAGP.
O VRGP funciona exatamente
da mesma forma que o PRGP.
CARACTERÍSTICAS DA COBERTURA
POR SOBREVIVÊNCIA
A cobertura por sobrevivência dos Seguros de Pessoas pode ser oferecida
isoladamente ou em conjunto com a cobertura (ou coberturas) de risco. É
sempre estruturada sob o regime financeiro de capitalização e tem por
finalidade o pagamento do capital segurado, de uma única vez ou sob for-
ma de renda, a pessoas físicas vinculadas, ou não, a um estipulante.

Ressalvado o caso de concessão de renda imediata, adquirida mediante


pagamento único, o evento gerador do pagamento do capital segurado
nos planos com cobertura por sobrevivência é sempre a sobrevivência do
segurado ao período de diferimento contratualmente previsto.

A cobertura por sobrevivência poderá ser estruturada nas seguintes


modalidades:

Modalidade de contribuição variável


Neste tipo de modalidade, o valor dos prêmios, o seu prazo de
pagamento, bem como o valor do capital segurado, podem estar
previamente definidos na proposta. O Capital segurado, quando
devido, é pago de uma única vez ou sob a forma de renda, por
ocasião da sobrevivência do segurado ao período de diferimen-
to, sendo calculado com base no saldo acumulado da respectiva
PMBaC e no fator de cálculo; e

Modalidade de benefício definido


Neste tipo de modalidade, o valor dos prêmios, o seu prazo de
pagamento, bem como o valor do capital segurado, devem estar
previamente definidos na proposta. O Capital segurado, quando
devido, é pago de uma única vez ou sob a forma de renda.

A cobertura por sobrevivência poderá ser contratada de forma individual ou


coletiva. A contratação deverá ser efetivada por meio de proposta de con-
tratação e, no caso de plano coletivo, a adesão à apólice pelos proponentes
será precedida do preenchimento da respectiva proposta de adesão.

SEGUROS DE PESSOAS 65
UNIDADE 3

A contratação sob a forma coletiva, por pessoa física ou jurídica denominada


estipulante, destina-se a grupos de pessoas que a ela estejam vinculadas de
qualquer forma lícita, devendo o vínculo ser estabelecido em contrato.

No caso de contratação coletiva, o plano deverá estar disponível a todos


os componentes do grupo que mantenham vínculo com o estipulante. A
adesão é facultativa e podem ser admitidos como segurados do plano: o
cônjuge, o(a) companheiro(a), os filhos, os enteados e os menores conside-
rados dependentes econômicos do componente do grupo.

O regulamento e a nota técnica atuarial deverão prever a forma e o critério


de custeio (pagamento de prêmios pelos segurados e/ou pelo estipulan-
te-instituidor). O valor e a periodicidade do pagamento dos prêmios pode-
rão ser previamente fixados, ficando facultado às seguradoras estabelecer
critérios objetivos no regulamento do plano, limitando o valor máximo de
aportes extraordinários, vedando cláusulas que prevejam qualquer tipo de
discricionariedade por parte da seguradora e cujos efeitos não sejam cla-
ros e transparentes para os segurados.

Ressalvado o disposto anteriormente, na modalidade de contribuição variá-


vel fica facultado ao segurado pagar prêmios adicionais de qualquer valor.

Os planos, em função da cobertura por sobrevivência, podem ser:

Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)


Garante aos segurados, durante o período de diferimento, a remu-
neração da PMBaC baseada na rentabilidade da(s) carteira(s)
de investimentos dos FIE’s, no(s) qual(is) esteja(m) aplicado(s) os
respectivos recursos, sem garantia de remuneração mínima e de
atualização de valores e sempre estruturado na modalidade de
contribuição variável sem reversão.

O VGBL é um produto do tipo unit link (ou unidade de conta),


vinculando a acumulação de recursos de uma conta individua-
lizada à performance de um fundo de investimento financeiro
especialmente constituído, sem qualquer tipo de garantia de
rentabilidade durante a fase de acumulação, ou seja, não há
qualquer risco biométrico e/ou financeiro para a seguradora
durante o período de diferimento.

Tendo em vista que o VGBL é um plano de contribuição variá-


vel, o segurado pode fazer aportes variáveis de acordo com sua
conveniência, desde que as seguradoras não estabeleçam, nos
seus regulamentos, critérios objetivos limitando o valor máximo
de aportes extraordinários.

SEGUROS DE PESSOAS 66
UNIDADE 3

Atenção
O VRGP e o VAGP podem ser estruturados na modalidade de contribuição variável ou
na modalidade de benefício definido.
Em todos os tipos de plano poderá ser prevista, contratualmente, a reversão de
resultados financeiros durante o período de pagamento do capital segurado sob a
forma de renda.
Os planos dotais poderão conter previsão de cláusula de atualização de valores,
segundo a qual os prêmios serão anualmente reajustados de forma a garantir a varia-
ção anual integral do índice de preços para os correspondentes capitais segurados.
Nesses casos, a cláusula de atualização de valores deverá ser redigida de modo a
tornar claro para os segurados que o reajuste anual aplicado aos prêmios superará a
variação anual aplicada aos capitais segurados, de forma a proteger os valores des-
ses capitais segurados.
FIE é o fundo de investimento especialmente constituído, ou o fundo de inves-
timento em quotas de fundos de investimento especialmente constituídos, FAC,
cujos únicos quotistas sejam seguradoras e entidades abertas de Previdência
Complementar ou, no caso de fundo com patrimônio segregado, segurados e
participantes de planos VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre ou PGBL – Plano
Gerador de Benefício Livre.

Com a regulamentação do VGBL, uniformizou-se e propiciou-se


a transparência ao cálculo e à divulgação da rentabilidade de
cada plano, idêntica à do respectivo FIE em que foi aplicado o
montante das contribuições, permitindo o acompanhamento
diário da rentabilidade dos diversos fundos e viabilizando a
comparação entre a rentabilidade dos diversos planos, confor-
me disposto a seguir:

■■ VGBL Soberano – neste tipo de plano, a carteira de investi-


mentos do FIE é composta unicamente por títulos de emissão
do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do Brasil e créditos
securitizados do Tesouro Nacional;
■■ VGBL Renda Fixa – neste tipo de plano, a carteira de investi-
mentos do FIE é composta por títulos de emissão do Tesouro
Nacional e/ou do Banco Central do Brasil, por créditos securi-
tizados do Tesouro Nacional e por investimentos de renda fixa,
nas modalidades e dentro dos critérios de diversificação e de
diversidade admitidos pela regulamentação vigente; e
■■ VGBL Composto – neste tipo de plano, a carteira de inves-
timentos do FIE admite investimentos em renda variável de

SEGUROS DE PESSOAS 67
UNIDADE 3

até 100% do seu patrimônio líquido para fundos destinados a


O conceito de investidores
investidores qualificados, sendo admissível o estabelecimen-
qualificados é definido pela
Comissão de Valores Mobiliários to de percentual mínimo para aplicação em renda variável.
(CVM). De acordo com as
Vida Gerador de Benefício Livre Programado (VGBL
normas vigentes, (Instrução CVM
554/2019) são considerados Programado)
investidores qualificados: (I) A exemplo do que acontece com o VGBL, garante aos segu-
investidores profissionais; (II) rados, durante o período de diferimento, a remuneração da
pessoas naturais ou jurídicas Provisão Matemática de Benefícios a Conceder, baseada na
que possuam investimentos rentabilidade da(s) carteira(s) de investimentos de FIE(s), no(s)
financeiros em valor superior
qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos respectivos recur-
a R$ 1.000.000,00 e que,
adicionalmente, atestem por sos, sem garantia de remuneração mínima e de atualização de
escrito sua condição de investidor valores e sempre estruturado na modalidade de contribuição
qualificado mediante termo variável. No entanto, o VGBL Programado oferece, adicional-
próprio; (III) pessoas naturais mente, a possibilidade de contratação, durante o período de
que tenham sido aprovadas em diferimento, de pagamentos financeiros programados na for-
exames de qualificação técnica ou
ma definida no Regulamento e na Nota Técnica Atuarial;
possuam certificações aprovadas
pela CVM como requisitos para
Vida com Remuneração Garantida e Performance
o registro de agentes autônomos
de investimento, e (IV) clubes de (VRGP)
investimento cuja carteira seja Garante aos segurados, durante o período de diferimento, remu-
gerida por um ou mais cotistas que neração por meio da contratação de índice de atualização de valo-
sejam investidores qualificados. res e de taxa de juros, bem como a reversão, parcial ou total, de
resultados financeiros;

Vida com Remuneração Garantida e Performance


sem Atualização (VRSA)
Garante aos segurados, durante o período de diferimento, remu-
neração por meio da contratação de taxa de juros e a reversão,
parcial ou total, de resultados financeiros. É sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável;

Vida com Atualização Garantida e Performance


(VAGP)
Garante aos segurados, durante o período de diferimento, por
meio da contratação de índice de preços, apenas a atualização
de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros;

Dotal Puro
Garante ao segurado, durante o período de diferimento, remunera-
ção por meio da contratação de índice de atualização de valores,
taxa de juros e, opcionalmente, tábua de mortalidade, sem rever-
são de resultados financeiros, sendo o capital segurado pago ao
segurado sobrevivente ao término do período de diferimento. É
sempre estruturado na modalidade de benefício definido;

SEGUROS DE PESSOAS 68
UNIDADE 3

Dotal Misto
Garante o pagamento do capital segurado que será pago em fun-
ção da sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em
função da sua morte ocorrida durante aquele período, sem rever-
são de resultados financeiros. É sempre estruturado na modalidade
de benefício definido e no regime financeiro de capitalização;

Plano Dotal Misto com Performance


Garante um capital segurado que será pago em função da sobre-
vivência do segurado ao período de diferimento ou em função da
sua morte ocorrida durante aquele período, com reversão, parcial
ou total, de resultados financeiros durante o período de diferimen-
to. É sempre estruturado na modalidade de benefício definido e no
regime financeiro de capitalização;

Vida com Renda Imediata (VRI)


Garante, mediante prêmio único, o pagamento do capital segura-
do sob a forma de renda imediata; e

Vida com Desempenho Referenciado (VDR)


Apresenta, durante o período de diferimento, garantia mínima de
desempenho, segundo critérios definidos no plano, e a reversão,
parcial ou total, de resultados financeiros e sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável.

TIPOS DE PLANOS DE COBERTURA POR


SOBREVIVÊNCIA DURANTE A FASE DE ACUMULAÇÃO

PERÍODO DE ACUMULAÇÃO DOS RECURSOS – PERÍODO DE DIFERIMENTO

PLANO MODALIDADE
ATUALIZAÇÃO REVERSÃO DE
REMUNERAÇÃO (ÍNDICE DE RESULTADOS
(TAXA DE JUROS) PREÇOS) FINANCEIROS

Baseada na rentabilidade da Não há, pois a totalidade


VGBL CV carteira do FIE em que estão Não há da rentabilidade é repas-
aplicados os recursos sada ao participante

Pode ser Com base em índice É obrigatória, com base


VRGP CV ou BD
contratada até 6% a.a. de preços contratado em percentual contratado

Com base em índice É obrigatória, com base


VAGP CV ou BD Não há
de preços contratado em percentual contratado

Pode ser É obrigatória, com base


VRSA e VDR CV Não há
contratada até 6% a.a. em percentual contratado

SEGUROS DE PESSOAS 69
UNIDADE 3

Pode ser contratada até 6% Com base em índice


Dotal Misto BD Não há
a.a. de preços contratado

Dotal
Pode ser contratada até 6% Com base em índice É obrigatória, com base
Misto com BD
a.a. de preços contratado em percentual contratado
­performance

Pode ser contratada até 6% Com base em índice


Dotal Puro BD Não há
a.a. de preços contratado

CV – Contribuição Variável
BD – Benefício Definido.

MODALIDADES DE RENDA
Finda a fase de acumulação de recursos, o segurado pode optar por rece-
ber, à vista, o saldo acumulado em sua PMBaC ou transformá-la em um tipo
de renda, cujo valor é calculado em função da sua idade, da modalidade
de renda escolhida e dos parâmetros técnicos do plano contratado (taxa
de juros e tábua de mortalidade). As principais modalidades de renda são:

Renda Mensal Vitalícia


Atenção Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao segurado a partir
da data escolhida para concessão da indenização. O pagamento
A regulamentação vigente da renda cessa com a morte do segurado;
delega à SUSEP a faculdade
de, verificada a má Renda Mensal Temporária
administração dos recursos, Consiste em uma renda paga temporária e exclusivamente ao
determinar à seguradora, segurado, cessando com o seu falecimento ou o fim da tempora-
cotista única do FIE, a riedade contratada, o que ocorrer primeiro;
substituição da instituição
Renda Mensal Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido
financeira administradora.
Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao segurado a partir
da data escolhida para a concessão da indenização. No entanto,
se durante o período de auferimento da renda ocorrer o falecimen-
to do segurado, antes de ter completado o prazo mínimo de garan-
tia escolhido, a renda será paga aos beneficiários, pelo período
restante do prazo mínimo de garantia;

Renda Mensal Vitalícia


Reversível ao Beneficiário Indicado
Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao segurado a partir
da data escolhida para concessão da indenização. Ocorrendo o

SEGUROS DE PESSOAS 70
UNIDADE 3

falecimento do segurado, durante a percepção dessa renda, um


percentual do seu valor estabelecido na proposta será revertido
vitaliciamente ao beneficiário indicado. Na hipótese de falecimen-
to do beneficiário antes do segurado, e durante o período de rece-
bimento da renda, a reversibilidade estará extinta sem direito a
compensações ou devoluções dos valores pagos; e

Renda Mensal Vitalícia Reversível ao


Observação Cônjuge com Continuidade aos Menores
Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao segurado a partir
Os planos VRGP, VRSA, VAGP, da data escolhida para concessão da indenização. Ocorrendo o
Dotal Puro, Dotal Misto, Dotal falecimento do segurado durante a percepção dessa renda, um
Misto com Performance e VRI percentual do seu valor estabelecido na proposta será revertido
também podem oferecer essas vitaliciamente ao cônjuge e, na falta deste, reversível temporaria-
modalidades de renda. mente aos menores até que o mais novo complete uma idade con-
siderada como maioridade, conforme estabelecido no regulamen-
to do plano (a denominada “maioridade contratual”).

PARÂMETROS TÉCNICOS
Acabamos de ver que, com o fim da fase de acumulação de recursos,
o segurado pode optar por receber, à vista, o saldo acumulado em sua
PMBaC ou transformá-la em um tipo de renda, cujo valor é calculado em
função da sua idade, da modalidade de renda escolhida e dos parâmetros
técnicos do plano contratado (taxa de juros e tábua de mortalidade).

Com relação à taxa de juros, a regulamentação estabelece que no período


(ou períodos) em que houver garantia mínima de remuneração, a taxa de
juros contratualmente prevista deverá respeitar o limite fixado pela SUSEP,
observado o máximo de 6% ao ano ou seu equivalente efetivo mensal.

Já para as tábuas de mortalidade, a regulamentação estabelece que a


tábua de mortalidade que será utilizada para cálculo do fator de renda
será aquela definida no plano submetido à aprovação da SUSEP, devendo
ser observado o limite máximo da taxa de mortalidade constante da tábua
AT-2000 Male.

Ainda com relação às tábuas biométricas, as seguradoras podem adotar,


na estruturação dos planos com cobertura por sobrevivência, uma tábua
biométrica elaborada por instituição independente, com reconhecida
capacidade técnica, cujo critério de elaboração e atualização tenham sido
previamente aprovados pela SUSEP.

SEGUROS DE PESSOAS 71
UNIDADE 3

CARREGAMENTO
É a denominação da remuneração que as Seguradoras recebem para fazer
face à manutenção de sua operação.

O critério e a forma de cobrança do carregamento deverão constar da pro-


posta de contratação e da de adesão, do regulamento, da nota técnica
atuarial e, no caso de planos coletivos, do contrato, devendo ser observa-
do o limite de:

■■ 10%, para as coberturas estruturadas na modalidade de contribui-


ção variável; e
■■ 30%, para as coberturas estruturadas na modalidade de benefício
definido.
Os percentuais de carregamento deverão constar da proposta de contrata-
ção e da de adesão, bem como, do contrato e, para os planos individuais,
também do regulamento e da nota técnica atuarial.

Os percentuais de carregamento incidirão, exclusivamente, sobre o valor


dos prêmios efetivamente pagos à seguradora, ficando vedada a cobrança
de quaisquer outros valores.

O carregamento poderá ser cobrado:

■■ no pagamento dos prêmios; e/ou


■■ no resgate ou na portabilidade de recursos, calculado, proporcio-
nalmente, ao saldo do valor nominal dos prêmios pagos, contido
no montante resgatado ou portado.

RESGATE
O segurado poderá solicitar, independentemente do número de prêmios
pagos, resgate parcial ou total dos recursos do saldo da PMBaC, após o
cumprimento de período de carência, que deverá estar compreendido
entre 60 (sessenta) dias e 60 ( sessenta) meses, a contar da data de proto-
colo da proposta de contratação ou de adesão na seguradora.

Uma vez solicitado o primeiro resgate, outro pedido somente pode ser
feito após o cumprimento do intervalo estabelecido no plano, que deverá
estar compreendido entre 60 dias e 6 meses.

SEGUROS DE PESSOAS 72
UNIDADE 3

Ressalte-se, no entanto, que os resgates ficarão suspensos enquanto não


quitadas todas as contraprestações relativas a eventual assistência finan-
ceira contratada pelo segurado, na proporção correspondente ao saldo
devedor da assistência financeira, acrescidos dos impostos e carrega­
mentos devidos.

O pagamento do resgate será efetivado da seguinte forma:

Resgate total
Considera-se o valor dos saldos da PMBaC e da provisão de exce-
dentes financeiros, calculados, na forma da regulamentação em
vigor, no 3º (terceiro) dia útil anterior à data do pagamento; e

Resgate parcial
Considera-se o valor ou percentual estipulado pelo segurado e
com base, exclusivamente, no saldo da PMBaC, calculado, na for-
ma da regulamentação em vigor, no 3º (terceiro) dia útil anterior à
data de pagamento.

Atenção
Nos planos estruturados na modalidade de benefício definido, é vedado o resgate parcial.
Nos planos com estrutura puramente financeira, na ocorrência de invalidez ou morte
do segurado, mediante solicitação devidamente instruída e registrada na seguradora,
os saldos da provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão técnica de
excedentes financeiros serão postos à disposição do segurado ou beneficiário(s) sem
qualquer prazo de carência. O pagamento somente será efetuado após o pleno reco-
nhecimento do evento gerador pela seguradora.
A provisão técnica de excedentes financeiros somente existe nos períodos (acumula-
ção e/ou de pagamento do capital segurado sob a forma de renda) em que seja garan-
tida a reversão de resultados financeiros.

Ressalvados os encargos de saída e o carregamento postecipado, não


será permitida a cobrança de quaisquer despesas por ocasião do resgate.

SEGUROS DE PESSOAS 73
UNIDADE 3

PORTABILIDADE
Independentemente do número de prêmios pagos, o segurado poderá
solicitar a portabilidade, total ou parcial, de recursos do saldo da PMBaC
para outro plano com cobertura por sobrevivência, após o cumprimento
do período de carência, contado da data de protocolo da proposta de con-
tratação ou de adesão na seguradora.

Para o VGBL ou VGBL Programado, o período de carência será de 60


Atenção dias. Para os planos do tipo VRGP, VAGP, VRSA, VDR, Dotal Puro, Dotal
Misto e Dotal Misto com Performance, o período de carência de que
Não poderão ser solicitadas trata o caput deverá estar compreendido entre 60 dias e 60 meses.
portabilidades com intervalo
inferior a 60 dias. Quando se tratar de portabilidades entre planos com cobertura por
sobrevivência da mesma seguradora, podem ser estabelecidos
períodos inferiores aos mencionados anteriormente.

Atenção
Da mesma forma que no resgate, as portabilidades também ficarão suspensas enquanto
não quitadas todas as contraprestações relativas a eventual assistência financeira contrata-
da pelo segurado, também fica vedada a portabilidade parcial nos planos estruturados na
modalidade de benefício definido.
Com vistas a limitar o seu risco, é facultado às seguradoras que estabeleçam critérios objeti-
vos no regulamento do planos para aceitação de valores oriundos de portabilidades, sendo
vedadas cláusulas que prevejam qualquer tipo de discricionariedade e cujos efeitos não
sejam claros e transparentes para os segurados.

A portabilidade será efetivada da seguinte forma:

Portabilidade Total
Com base no valor dos saldos da PMBaC e da provisão técnica de
excedentes financeiros, calculados na forma da regulamentação
em vigor; e

Portabilidade Parcial
Considera-se o valor ou o percentual solicitado pelo segurado e
com base no saldo da PMBaC, calculado, na forma da regulamenta-
ção em vigor.

A portabilidade efetivar-se-á mediante solicitação do segurado, devida-


mente registrada na seguradora, informando:

■■ o plano (ou planos) de Seguros de Pessoas com cobertura por


sobrevivência, quando da mesma seguradora; ou

SEGUROS DE PESSOAS 74
UNIDADE 3

■■ o plano (ou planos) com cobertura por sobrevivência e respectiva


seguradora, quando para outra sociedade;
■■ o respectivo valor ou percentual do saldo da PMBaC; e
■■ as respectivas datas.
Os recursos financeiros serão portados diretamente entre as segurado-
ras, ficando vedado seu trânsito, sob qualquer forma, pelo segurado. Tais
recursos deverão ser recepcionados e contabilizados na PMBaC.

Atenção
São vedadas:
■■ a cobrança de carregamento sobre o valor dos recursos portados pela seguradora receptora;
■■ a portabilidade de recursos entre segurados; e
■■ a cobrança de quaisquer importâncias pela seguradora cedente dos recursos, exceto
as relativas às tarifas bancárias necessárias à portabilidade, ao encargo de saída e ao
carregamento postecipado.

SEGUROS DE PESSOAS 75
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3

Marque a alternativa correta


1. Sobre a cobertura por sobrevivência, podemos afirmar que:

(a) Para o início de comercialização dos Planos com cobertura por


sobrevivência, as seguradoras não precisam de prévia autorização
da SUSEP.
(b) Os prêmios pagos para cobertura por sobrevivência dos planos de
Seguros de Pessoas não são dedutíveis para fins de tributação.
(c) O IOF incidente sobre os prêmios pagos para a cobertura por sobre-
vivência dos planos de Seguros de Pessoas é de 7%.
(d) O VGBL funciona exatamente da mesma forma que o PRGP.
(e) O público-alvo do VGBL e dos planos de Previdência Complementar
é o mesmo.

2. Sobre a cobertura por sobrevivência e suas características, podemos


afirmar que:

(a) Não pode ser oferecida em conjunto com outras coberturas de risco.

(b) Pode ser estruturada no regime financeiro de capitalização ou no regi-


me financeiro de repartição de capitais de cobertura.

(c) Somente podem ser comercializadas de forma individual.

(d) O evento gerador do pagamento do capital segurado será sempre a


sobrevivência do segurado ao período de diferimento contratualmente
previsto.

(e) Somente pode ser estruturada na modalidade de contribuição variável.

SEGUROS DE PESSOAS 76
FIXANDO CONCEITOS

3. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) Quando a cobertura por sobrevivência for estruturada na modalida-


de de benefício definido, o capital segurado, pagável de uma única
vez ou sob a forma de renda, será calculado somente ao final do
período de diferimento.
(b) No caso de contratação coletiva, a adesão à apólice, pelos propo-
nentes, será precedida do preenchimento da respectiva proposta
de contratação.
(c) No caso de contratação sob a forma coletiva, o vínculo entre o gru-
po e o estipulante deve ser estabelecido nas condições gerais do
plano.
(d) Em função da cobertura por sobrevivência, os planos deverão ser
apenas dos seguintes tipos: VGBL, VAGP e VRGP.
(e) É facultado às seguradoras estabelecerem critérios objetivos no
regulamento do plano, limitando o valor máximo de aportes extraor-
dinários.

4. Sobre os planos dotais, podemos afirmar que:

(a) O Dotal Puro é um plano sem reversão de resultados financeiros e


sempre estruturado na modalidade de benefício definido.
(b) O Dotal Misto é um plano com reversão de resultados financeiros e
sempre estruturado na modalidade de benefício definido.
(c) O Dotal Misto com Performance é um plano sem reversão de resul-
tados financeiros e sempre estruturado na modalidade de benefício
definido.
(d) O Dotal Misto e o Dotal Puro garantem duas coberturas: sobrevivên-
cia e morte.
(e) Dos planos dotais, o único que oferece reversão de resultados finan-
ceiros durante o período de diferimento é o Dotal Misto.

5. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) Para uma determinada taxa de juros, quanto menor a expectativa


de vida, maior o montante necessário que se deve acumular para
pagar o mesmo valor de benefício.
(b) Para uma determinada tábua de mortalidade, quanto maior a taxa
de juros, menor o montante necessário que se deve acumular para
pagar o mesmo valor de benefício.
(c) O percentual máximo de carregamento do VGBL é de 30%.
(d) O percentual máximo de carregamento do VAGP é de 10%.
(e) O percentual máximo de carregamento do VRSA é de 30%.

SEGUROS DE PESSOAS 77
FIXANDO CONCEITOS

6. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) O plano Dotal Puro e o plano Dotal Misto admitem carregamento


superior a 30%.
(b) O período de carência para o primeiro pedido de resgate deve estar
compreendido entre 60 dias e 6 meses.
(c) Uma vez solicitado o primeiro resgate, outro resgate somente pode
ser solicitado após o cumprimento de intervalo não superior a 30
dias.
(d) O carregamento pode ser cobrado no pagamento dos prêmios e/ou
no resgate e na portabilidade de recursos.
(e) Nos planos estruturados na modalidade de contribuição variável, é
vedado o resgate parcial.

7. Sobre as características da portabilidade, podemos afirmar que:

(a) Não é permitida a portabilidade parcial de planos do tipo VGBL.


(b) Na portabilidade parcial, os recursos passam pela conta corrente
bancária do segurado.
(c) Para o VGBL, o período de carência para pedido da primeira portabi-
lidade é igual a 60 dias.
(d) A seguradora receptora dos recursos portados pode cobrar carrega-
mento sobre os recursos portados.
(e) É permitida a portabilidade entre segurados, desde que sejam da
mesma família.

8. Sobre as características dos planos com cobertura por sobrevivência,


podemos afirmar que:

(a) O VGBL é um plano cujo carregamento máximo admitido é de 30%.


(b) O VRSA é um plano sempre estruturado na modalidade de benefício
definido.
(c) O VRGP não pode ser estruturado na modalidade de benefício defi-
nido.
(d) O VAGP somente pode ser estruturado na modalidade de contribui-
ção variável.
(e) O VGBL somente pode ser estruturado na modalidade de contribui-
ção variável e no regime financeiro de capitalização.

SEGUROS DE PESSOAS 78
FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa correta


9. Uma característica do VGBL durante a fase de acumulação dos recursos é:

(a) Ter percentual de carregamento igual a 30%.


(b) Garantir juros de 6% ao ano.
(c) Ter a provisão matemática de benefícios a conceder atualizada pelo
IGPM.
(d) Não permitir portabilidade dos recursos acumulados.
(e) Ser estruturado na modalidade de contribuição variável.

10. O dotal misto é um produto que é sempre estruturado no(a):

(a) Modalidade de contribuição variável.


(b) Modalidade de benefício definido.
(c) Regime financeiro de repartição simples.
(d) Regime financeiro de repartição de capitais de cobertura.
(e) Modalidade de benefício definido com reversão de resultados finan-
ceiros.

11. O dotal puro é um produto que é sempre estruturado no(a):


(a) Modalidade de contribuição variável.
(b) Modalidade de benefício definido.
(c) Regime financeiro de repartição simples.
(d) Regime financeiro de repartição de capitais de cobertura.
(e) Modalidade de benefício definido com reversão de resultados
financeiros.

12. O percentual máximo de carregamento a ser cobrado de um segurado


que tenha contratado um VRGP estruturado na modalidade de contribuição
variável é de:

(a) 3%
(b) 5%
(c) 10%
(d) 30%
(e) 49%

SEGUROS DE PESSOAS 79
NOÇÕES de
REGULAÇÃO de SINISTROS
04 UNIDADE 4

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Explicar o que é ■■ Conhecer os documentos
regulação de sinistro e que devem ser CONSIDERAÇÕES INICIAIS
sua importância para a apresentados para a
seguradora. regulação das principais REGULAÇÃO DO
coberturas. PROCESSO DE SINISTRO
■■ Listar os procedimentos
para a liquidação dos FIXANDO CONCEITOS 4
sinistros.

SEGUROS DE PESSOAS 80
UNIDADE 4

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Esta unidade abordará um pouco a regulação dos sinistros das cobertu-
ras de risco. Os conceitos aqui discutidos são importantes, pois o corretor
será sempre o intermediário, não só no momento da contratação mas,
também, na hora do sinistro, auxiliando em um momento bastante difícil.

Assim, a regulação, ou liquidação, de sinistros deve merecer, por parte


das seguradoras, um cuidado muito especial, tão grande ou maior do que
o dedicado às demais operações.

O pagamento de indenizações é, certamente, a melhor propaganda do


negócio e, para que essa propaganda obtenha melhor efeito, é necessá-
rio que as indenizações sejam justas.

Indenizações pagas sem critério, maiores ou menores do que são real-


mente devidas, abalam o crédito, o conceito das seguradoras e da pró-
pria instituição do seguro.

A regulação de sinistro, ou liquidação de sinistro, é o processo de apura-


ção dos prejuízos sofridos pelo segurado e por todos os demais elemen-
tos que influenciam no cálculo da indenização e no direito a ela.

REGULAÇÃO DO
PROCESSO DE SINISTRO
Os segurados deverão ser informados sobre os procedimentos para liquida-
ção de sinistros, com especificação dos documentos básicos previstos a serem

SEGUROS DE PESSOAS 81
UNIDADE 4

apresentados para cada tipo de cobertura, facultando-se às seguradoras, no


caso de dúvida fundada e justificável, a solicitação de outros documentos.

Importante
A tramitação de inquérito policial não é causa de indeferimento para o pagamento da inde-
nização. Portanto, é vedado o condicionamento do pagamento da indenização à apresenta-
ção de documentos relacionados à tramitação e/ou conclusão de inquérito policial.
É considerada abusiva a inclusão nas condições contratuais de cláusulas que
­
disponham sobre exigência de:
■■ alvará judicial, como pressuposto para o cumprimento de obrigação pactuada, cabendo
à seguradora verificar somente a regularidade da representação quando o pagamento
da indenização devido não for efetuado diretamente ao beneficiário; e
■■ certidão de nascimento atualizada.

O prazo para pagamento das indenizações deverá ser estabelecido pela


seguradora, não podendo ser superior a 30 dias, contados a partir da
entrega de todos os documentos básicos, ressalvado os casos de solicita-
ção de documentação e/ou informação complementar, nos quais o prazo
para pagamento da indenização é suspenso, voltando a correr a partir do
primeiro dia útil subsequente àquele em que forem completamente aten-
didas as exigências.

Observe-se que somente é possível à Seguradora solicitar documentos


complementares uma única vez, oportunidade na qual deverão ser reque-
ridos todos os documentos necessários, na medida em que não haverá
nova oportunidade de solicitação de tais documentos.

O não pagamento da indenização no prazo previsto implicará a aplicação


de juros de mora a partir da data do atraso, sem prejuízo de sua atualiza-
ção, nos termos da legislação específica.

O pagamento da indenização poderá ser realizado sob a forma de parce-


la única ou de renda, sendo admissível que o plano com cobertura de ris-
co preveja a hipótese de substituição do pagamento da indenização em
dinheiro por pagamento em bens ou serviços, desde que expressamente
solicitada pelo segurado ou beneficiários.

O pagamento da indenização não deve estar condicionado a nenhuma


restrição temporal, sendo vedada a inclusão de cláusula que disponha
sobre a fixação de prazo máximo para a comunicação de sinistro.

SEGUROS DE PESSOAS 82
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Marque a alternativa correta


1. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) A regulação de sinistro é o processo de apuração dos prejuízos sofri-


dos pelo segurador e por todos os demais elementos que influem
no cálculo da indenização e no seu direito a ela.
(b) A Seguradora poderá solicitar documentos complementares quan-
tas vezes forem necessárias.
(c) Os segurados deverão ser informados sobre os procedimentos para
liquidação de sinistros, com especificação dos documentos básicos
previstos a serem apresentados para cada tipo de cobertura, não
sendo facultado às seguradoras, mesmo no caso de dúvida funda-
da e justificável, a solicitação de outros documentos.
(d) O prazo para pagamento das indenizações deverá ser estabelecido
pela seguradora, não podendo ser superior a 60 dias, contados a
partir da entrega de todos os documentos básicos.
(e) O não pagamento da indenização no prazo previsto implicará a apli-
cação de juros de mora a partir da data do atraso, sem prejuízo de
sua atualização, nos termos da legislação específica.

2. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) É admissível que o plano de Seguros de Pessoas com cobertura de


risco preveja a hipótese de substituição do pagamento da indeni-
zação em dinheiro por pagamento em bens ou serviços, desde que
expressamente solicitada pelo segurado ou pelos beneficiários.
(b) O pagamento da indenização pode estar condicionado à restrição
temporal.
(c) Pode ser incluída cláusula nas condições contratuais que disponha
sobre a fixação de prazo máximo para a comunicação de sinistro.
(d) A tramitação do inquérito policial é causa de indeferimento para o
pagamento da indenização.
(e) Não é considerada abusiva a inclusão nas condições contratuais de cláu-
sula que disponha sobre exigência de certidão de nascimento atualiza-
da.

SEGUROS DE PESSOAS 83
ATUALIZAÇÃO
de VALORES
05 UNIDADE 5

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■■ Diferenciar as formas de ■■ Conhecer os índices que
atualização dos valores podem ser utilizados para UMA NOÇÃO HISTÓRICA
dos contratos de seguros atualização dos valores
de pessoas. dos planos. AS REGRAS ATUAIS

FIXANDO CONCEITOS 5

SEGUROS DE PESSOAS 84
UNIDADE 5

UMA NOÇÃO HISTÓRICA


Embora no Decreto-Lei 73/66 já houvesse a previsão da possibilidade de
atualização monetária de valores nos contratos de seguros, a correção
monetária só se tornou obrigatória no final de 1968, quando foi publicada
a Lei 5.488, cujo foco eram as indenizações. Ao longo das décadas e dos
diversos planos visando a estabilização da moeda no Brasil, foram ado-
tados inúmeros atos normativos que tratavam das atualizações mone-
tárias e da periodicidade de suas aplicações. A título de exemplo, os
atos normativos que tratam da atualização de valores – Resolução CNSP
103/2004 e Circular SUSEP 255/2004 – revogaram quase 47 normas.

AS REGRAS ATUAIS
Os planos com coberturas estruturadas na modalidade de benefício defi-
nido deverão conter cláusula de atualização anual de valores com base em
índice pactuado. Exceção à regra são as contratações com vigência igual ou
inferior a 1 ano, que não poderão conter cláusula de atualização de valores.

Dessa forma, os capitais segurados e os prêmios serão atualizados na


data de aniversário da contratação, com base no índice pactuado, fican-
do facultado o estabelecimento de outra data-base, desde que os valo-
res, contratualmente previsto sejam atualizados até essa outra data-base
e, a partir de então, seja respeitada a periodicidade anual.

Entretanto, quando as coberturas de risco forem custeadas mediante o


pagamento de prêmio único, os capitais segurados deverão ser atuali-
zados pelo índice pactuado até a data de ocorrência do evento gerador.

SEGUROS DE PESSOAS 85
UNIDADE 5

Alternativamente à atualização de valores, existe a possibilidade de adoção


de cláusula de recálculo do capital segurado durante o período que antece-
de o pagamento da indenização, segundo fatores objetivos (variação salarial,
mensalidade escolar) expressos nas condições gerais, na apólice, no certifica-
do, nas propostas e no contrato, devendo ser observado que essa possibilida-
de está restrita às coberturas estruturadas no regime financeiro de repartição
e que tenham sido contratadas sob a forma coletiva.

Já os planos com coberturas estruturadas na modalidade de contribui-


ção variável poderão conter cláusula de atualização anual dos prêmios
com base no índice pactuado.

Atenção
O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão constar das condições gerais,
da apólice, das propostas e, quando for o caso de plano coletivo, do respectivo contrato.
No caso de extinção do índice pactuado em contrato, deverá ser utilizado o IPCA/IBGE.

SEGUROS DE PESSOAS 86
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 5

Marque a alternativa correta


1. Podemos afirmar que a alternativa correta é:

(a) O plano VGBL deverá conter, obrigatoriamente, cláusula de atualiza-


ção anual dos prêmios.
(b) O plano VRSA sempre deverá conter cláusula de atualização anual
dos prêmios.
(c) As contratações com vigência igual ou inferior a 1 ano poderão con-
ter cláusula de atualização de valores.
(d) Alternativamente à atualização de valores, existe, para as coberturas
estruturadas no regime financeiro de capitalização, a possibilidade
de adoção de cláusula de recálculo do capital segurado durante o
período que antecede a concessão da indenização.
(e) O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão cons-
tar das condições gerais, da apólice, das propostas e, quando for o
caso de plano coletivo, do respectivo contrato.

SEGUROS DE PESSOAS 87
ESTUDOS DE CASO

ESTUDOS DE CASO

Caso 1
Uma apólice foi contratada pela empresa “Petróleo ABC S/A”, objeti­
vando contemplar todos os seus funcionários. Os colaboradores parti-
cipam com R$ 50 reais fixos no custeio do seguro. Existem 15.000 cola-
boradores com carteira assinada, mas apenas 7.000 aderiram à apólice.

Com base nas informações apresentadas, identifique:

1. Quem é o estipulante da apólice?

2. Quem são os segurados na apólice?

3. Qual é o tipo de estipulante desse seguro?

4. Qual é o tipo de apólice contratada nesse caso?

5. Qual é o tipo de seguro contratado nesse caso?

6. Qual é o grupo segurável?

7. Qual é o grupo segurado?

Caso 2
Um segurado, com cobertura para Morte Qualquer Causa com capital
de R$ 100 mil e Indenização Especial por Acidente no valor de R$ 100
mil, cometeu suicídio, passados 26 meses da contratação da apólice.
Durante esse tempo, sua apólice esteve suspensa por 90 dias, por falta
de pagamento. Qual é o valor de indenização a ser paga pela segura-
dora? Justifique sua decisão.

Caso 3
A empresa ABC contratou para seus colaboradores um seguro de Vida em
Grupo, 100% pago pela empresa, com capital uniforme de R$ 200 mil para
cobertura de Morte Qualquer Causa (cobertura básica), 100% da cobertura
básica para Morte Acidental e 100% da cobertura básica para IPA .

Um dos seus colaboradores sofreu um acidente pessoal e teve a perda


total do uso de um dos membros superiores. Alguns meses após o recebi-
mento da indenização pela perda do uso de um dos membros superiores,
o colaborador veio a falecer em decorrência de complicações do acidente.

SEGUROS DE PESSOAS 88
ESTUDOS DE CASO

Com base nas informações apresentadas, responda:

1. O seguro é contributário ou não-contributário?

2. Qual a cobertura que dá o direito ao colaborador de receber a pri-


meira parte da indenização?

3. Qual o valor da indenização recebida pelo colaborador que sofreu o


acidente pessoal?

4. Qual o valor da indenização recebida pelos beneficiários após o seu


falecimento?

SEGUROS DE PESSOAS 89
ANEXOS

ANEXOS

EXEMPLO DE TABELA PARA CÁLCULO DA


INDENIZAÇÃO EM CASO DE INVALIDEZ PERMANENTE

% SOBRE A
DISCRIMINAÇÃO IMPORTÂNCIA
SEGURADA

Perda total da visão de ambos os olhos 100

Perda total do uso de ambos os membros superiores 100

Perda total do uso de ambos os membros inferiores 100

Invalidez Perda total do uso de ambas as mãos 100


Permanente Perda total do uso de um
Total 100
membro superior e de um membro inferior

Perda total do uso de uma das mãos e de um dos pés 100

Perda total do uso de ambos os pés 100

Alienação mental total e incurável 100

% SOBRE A
DISCRIMINAÇÃO IMPORTÂNCIA
SEGURADA

Perda total da visão de um olho 30

Perda total da visão de um olho,


70
quando o segurado já não tiver a outra vista

Surdez total incurável de ambos os ouvidos 40


Invalidez
Permanente Surdez total incurável de um dos ouvidos 20
Parcial e Mudez incurável 50
Diversos
Fratura não consolidada do maxilar inferior 20

Imobilidade do segmento cervical da coluna vertebral 20

Imobilidade do segmento
25
toracolombossacral da coluna vertebral

SEGUROS DE PESSOAS 90
ANEXOS

% SOBRE A
DISCRIMINAÇÃO IMPORTÂNCIA
SEGURADA

Perda total do uso de um dos membros superiores 70

Perda total do uso de uma das mãos 60

Fratura não consolidada de um dos úmeros 50

Fratura não consolidada


30
de um dos segmentos radioulnares

Anquilose total de um dos ombros 25

Anquilose total de um dos cotovelos 25

Anquilose total de um dos punhos 20


Invalidez
Permanente Perda total do uso de um dos
25
Parcial e polegares, inclusive o metacarpiano
Membros Perda total do uso de um dos
Superiores 18
polegares, exclusive o metacarpiano

Perda total do uso da falange distal do polegar 9

Perda total do uso de um dos dedos indicadores 15

Perda total do uso de um dos


12
dedos mínimos ou um dos dedos médios

Perda total do uso de um dos dedos anulares 9

Perda total do uso de qualquer falange, excluídas


as do polegar: indenização equivalente a 1/3 do
valor do respectivo dedo

SEGUROS DE PESSOAS 91
ANEXOS

% SOBRE A
DISCRIMINAÇÃO IMPORTÂNCIA
SEGURADA

Perda total do uso de um dos membros inferiores 70

Perda total do uso de um dos pés 50

Fratura não consolidada de um fêmur 50

Fratura não consolidada


25
de um dos segmentos tíbioperoneiros

Fratura não consolidada da rótula 20

Fratura não consolidada de um pé 20

Anquilose total de um dos joelhos 20

Anquilose total de um dos tornozelos 20

Invalidez Anquilose total de um quadril 20


Permanente Perda parcial de um dos pés, isto é, perda de
Parcial e 25
todos os dedos e de uma parte do mesmo pé
Membros
inferiores Amputação do 1º dedo 10

Amputação de qualquer outro dedo 3

Perda total do uso de uma falange do 1º dedo: in-


denização equivalente a 1/2; e, dos demais dedos,
equivalente a 1/3 do respectivo dedo

Encurtamento de um dos membros inferiores:

– de cinco centímetros ou mais 15

– de quatro centímetros 10

– de três centímetros 6

sem
– menos de três centímetros
indenização

SEGUROS DE PESSOAS 92
ANEXOS

TABELA DE INDENIZAÇÃO PARA INVALIDEZ PERMANENTE TOTAL OU PARCIAL


POR ACIDENTE (EXEMPLOS)

• Perda total da visão


de um olho – 30%
• Surdez total incurável
• Perda total da visão de um ouvido – 20%
de um olho quando
não tiver a outra vista – 70% • Surdez total de
ambos os ouvidos – 40%

• Mudez incurável – 50%

• Anquilose total de um
• Fratura não consolidada
dos ombros – 25%
do maxilar inferior – 20%

• Anquilose total de • Fratura não consolidada


um dos cotovelos – 25% de um dos braços – 30%
• Perda total do uso
de um dos braços – 70%
• Anquilose total de
um dos punhos – 20%

• Anquilose total de
um quadril – 20%
• Fratura não consolidada
do fêmur – 50%
• Fratura não consolidada • Perda total do uso
de uma perna – 25% de uma das mãos – 60%
• Perda total do uso
de uma perna – 70%

• Fratura não consolidada


da rótula – 20%
• Encurtamento • Anquilose total de
de uma das pernas de um joelho – 20%
» 5 centímetros ou mais – 15%
» 4 centímetros – 10%
» 3 centímetros – 6%
• Anquilose total de um
» menos de 3 centímetros
dos tornozelos – 20%
(sem indenização)

• Fratura não consolidada


• Amputação do de um pé – 20%
primeiro dedo – 10%
• Amputação de • Perda total de um dos pés – 50%
qualquer outro dedo – 3% • Perda parcial de um dos pés
(Perda de todos os dedos do pé e de
uma parte do mesmo pé) – 25%

• Médio – 12%
• Indicador – 15%
• Anular – 9%
• Falange distal PERDA TOTAL - 100%

• Mínimo – 12% • Falange média • Perda total da visão de ambos os olhos


• Perda total do uso de ambos os braços
• Perda total do uso de ambas as pernas
• Falange próxima
• Perda total do uso de ambas as mãos
• Perda total do uso de um braço e de
• Polegar – 18% uma perna
• Perda total do uso de uma das mãos e
de um dos pés
• Metacarpiano • Perda total do uso de ambos os pés
• Alienação mental total incurável
• Metacarpiano
Polegar – 25%

SEGUROS DE PESSOAS 93
GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2

1–A 6–B 1–A 6–C 11 – A 16 – C

2–D 7–B 2–B 7–A 12 – A

3–D 3–E 8–B 13 – D

4–E 4–D 9–D 14 – E

5–C 5–C 10 – E 15 – B

UNIDADE 3

1–B 6–D 11 – B

2–D 7–C 12 – C

3–E 8–E

4–A 9–E

5–B 10 – B

UNIDADE 4 UNIDADE 5

1–E 1–E

2–A

Estudos de Caso
Caso 1
1. Petróleo ABC S/A.

2. Funcionários da empresa petróleo Abc S/A.

3. Estipulante-instituidor.

4. Coletiva.

5. Contributário.

6. 15.000 colaboradores.

7. 7.000 colaboradores.

SEGUROS DE PESSOAS 94
GABARITO

Caso 2
Não há indenização a ser paga, pois, apesar de passados dois anos da
contratação da apólice, houve suspensão da cobertura durante a vigência,
que deveria ser compensada ao final do período. Como o sinistro ocorreu
passados 26 meses e não 28, não há indenização a ser paga, conforme
previsto no artigo 798 do Código Civil, transcrito a seguir:

Art. 798 – O beneficiário não tem direito ao capital estipulado


quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigên-
cia inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso,
observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.

Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é


nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por
suicídio do segurado.

Caso 3
1. O seguro é não contributário porque o prêmio é 100% pago pela empresa

2. A cobertura que dá o direito ao colaborador de receber a primeira parte


da indenização é a cobertura de IPA.

3. De acordo com a tabela para cálculo da indenização em caso de inva-


lidez permanente, a perda total do uso de um dos membros superiores é
uma invalidez parcial e a indenização é de 70% do valor contratado para
a garantia, ou seja 0,7 x R$ 200 mil = R$ 140 mil. O colaborador recebeu
R$ 140 mil pela invalidez parcial.

4. As indenizações pagáveis por morte e por invalidez permanente total ou


parcial por acidente não são cumulativas. Assim, se o colaborador receber
indenização por invalidez decorrente de acidente e, mais tarde, vier a falecer
em função do mesmo acidente, a indenização recebida pela invalidez será
deduzida daquela que lhe é devida por morte. Como o colaborador veio a
falecer após alguns meses em consequência do acidente, os beneficiários
receberão a diferença entre o valor do Capital da cobertura de morte e o
valor indenizado pela cobertura de IPA, ou seja: R$ 200 mil – R$ 140 mil =
R$ 60 mil.

SEGUROS DE PESSOAS 95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino e Produtos.
­Certificação em vida e previdência: seguro de pessoas: venda direta e
regulação e liquidação de sinistros. Assessoria técnica de Christine de
Faria Zettel. 4. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2009. 42 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu-


ros de pessoas. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 9. ed. 1a reimpressão.
Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 138 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu-


ros de pessoas. Assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo. 10.
ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 138 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu-


ros de pessoas. Assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo. 11.
ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2017. 136 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS, Dicionário de Seguros – vocabu-


lário conceituado de seguros. 2.ed. ver. ampl. Rio de Janeiro: Funenseg,
2000. 160p.

SOUZA, Antonio Lober Ferreira de et.al. Dicionário de seguros: vocabu­


lário conceituado de seguros. Técnico de Documentação Teresinha
­Castello Ribeiro. 3.ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: IRB Brasil Re/Funenseg,
2011. 256 p.

Sites
www.susep.gov.br

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