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1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autores
Carlos Alberto dos Santos Corrêa
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução.............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
Mercado de Seguros..................................................................................................................................................... 9
Capítulo 2
Seguradoras e suas Operações............................................................................................................................... 18
Capítulo 3
Contabilidade de Seguros.........................................................................................................................................25
Capítulo 4
Lançamentos e Demonstrações Contábeis.........................................................................................................35
Capítulo 5
Análise Econômico-Financeira................................................................................................................................45
Capítulo 6
Provisões Técnicas de Seguros................................................................................................................................50
Referências Bibliográficas..............................................................................................................................................59
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também,
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
4
Organização do Livro Didático
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
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Introdução
Olá, pessoal! É com enorme satisfação que iniciaremos o semestre juntos. Sou Carlos Alberto
dos Santos Corrêa, Professor do Curso de Ciências Contábeis da Unyleya. Sejam bem-vindos à
disciplina de Contabilidade de Seguros e Atuarial.
Além da função de Professor na Faculdade Unyleya, atuo como Diretor Executivo na Federação
Nacional de Capitalização (FenaCap) e integro o corpo docente da Escola Nacional de Seguros
(ENS). Possuo Mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape Business School, Pós-Graduação
em Contabilidade para Gestão de Negócios pela UFRJ, Pós-Graduação em Auditoria pela UFRJ,
MBA em Processos para a Qualidade pela FGV, Bacharel em Ciências Contábeis pela Unisuam
e Técnico em Contabilidade pelo Instituto Cylleno.
Além disso, também conheceremos os riscos atuariais e cálculos, passando pelas probabilidades
de sobrevivência e demais eventos. Por fim, apresentaremos as reservas técnicas e formas de
cálculo, pilar importante e garantidor do mercado segurador.
Resumindo: este Livro Didático foi escrito para fornecer conceitos e explicar a importância da
Contabilidade de Seguros e Atuarial, numa organização. Bons Estudos!
6
Introdução
Objetivos
7
MERCADO DE SEGUROS
CAPÍTULO
1
Introdução ao capítulo
Objetivos do capítulo
9
CAPÍTULO 1 • Mercado de Seguros
Contextualização
Podemos definir seguro como um contrato mediante o qual uma pessoa denominada segurador,
se obriga, mediante o recebimento de um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada
segurado, do prejuízo resultante de riscos futuros e incertos, previstos no contrato.
Vários séculos após e centenas de mecanismos ou modelos pitorescos adiante, hoje temos
a atividade securitária como uma das mais complexas e necessárias atividades econômicas,
presentes no Brasil e no mundo.
Numa visão histórica, partindo-se da era industrial, que trouxe o desenvolvimento de outras
modalidades de seguros a partir do século XIX, temos algumas datas marcantes para o seguro
no Brasil:
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Mercado de Seguros • CAPÍTULO 1
Figura 1.
• Abertura dos Portos (D. João VI), 1a Seguradora: "Seguros Boa-Fé" (BA).
1808
Observe a lei
Compete ao Governo Federal formular a política de seguros privados, estabelecer suas normas e fiscalizar as operações
no mercado nacional. O Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966 e respectivas e subsequentes modificações, que
rege as operações de seguro, instituiu o Sistema Nacional, integrado por Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP),
Superintendência de Seguros Privados (Susep) e sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização,
entidades abertas de previdência complementar e corretores de seguros habilitados.
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CAPÍTULO 1 • Mercado de Seguros
12
Mercado de Seguros • CAPÍTULO 1
Seguro Privado – operado por sociedades seguradoras, constituídas sob a forma de sociedades
anônimas, especializadas em pactuar contrato, por meio do qual assumem a obrigação de pagar
ao contratante (segurado), ou a quem este designar, uma indenização, no caso em que advenha
o risco indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio estabelecido.
Previdência Complementar Aberta– operada por sociedades seguradoras que têm autorização
para atuar no ramo Vida e por entidades abertas de previdência complementar, conforme dispõe
a Lei Complementar no 109/2001. As entidades abertas de previdência complementar constituídas
como sociedade civil sem fins lucrativos, em conformidade com a Lei no 6.435/1977, poderão
manter sua organização jurídica. A autorização para funcionamento é concedida pelo ministro de
Estado da Fazenda, após análise pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A autorização
para funcionamento abrange as operações com planos de benefícios e previdência complementar.
Capitalização – entidades constituídas sob a forma de sociedades anônimas que negociam contratos
(títulos de capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de prestações pecuniárias pelo
contratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos
valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente; conferindo,
ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro.
Resseguro – operação pela qual o segurador transfere a outro, total ou parcialmente, um risco
assumido através da emissão de uma apólice ou um conjunto delas. Dessa forma, reduz-se a
responsabilidade na aceitação de um risco considerado excessivo, cedendo a outro uma parte
da responsabilidade e do prêmio recebido.
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CAPÍTULO 1 • Mercado de Seguros
Tecnicamente, o resseguro é um contrato que visa manter a solvência dos seguradores, através
da diluição dos riscos, quando há a possibilidade de sinistralidade muito grande, como na
ocorrência de grandes tragédias, por exemplo. Em alguns casos, por força de contrato ou regulação,
o resseguro passa a ser obrigatório.
Tabela 1
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Mercado de Seguros • CAPÍTULO 1
Fonte: Susep/Coget – 6o Relatório de Análise e Acompanhamento dos Mercados Supervisionados. Rio de Janeiro, 31 de
julho de 2018.
SEGUROS DE DANOS
As apólices (contratos de seguro) contêm um conjunto de cláusulas contratuais, chamadas,
em conjunto, Condições Contratuais, que estabelecem as obrigações e direitos do Segurado e
do Segurador.
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CAPÍTULO 1 • Mercado de Seguros
» Condições Gerais: nome dado, nos contratos de seguro, às condições comuns a todas as
modalidades e/ou coberturas de um plano de seguro, que estabelecem as obrigações e os
direitos das partes contratantes. Por exemplo, estão entre as cláusulas obrigatoriamente
presentes, nas condições gerais, aquelas que estabelecem o objeto do seguro, o foro, as
obrigações do segurado, etc.;
Como exemplos de seguros de danos, temos: seguro de automóveis, seguro incêndio, seguro de
transportes, seguro habitacional, seguro de crédito, seguro de garantia estendida, seguro rural,
entre outros.
SEGUROS DE PESSOAS
Estes seguros têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segurado e aos seus
beneficiários, observadas as condições contratuais e as garantias contratadas. Como exemplos de
seguros de pessoas, temos: seguro de vida, seguro-funeral, seguro de acidentes pessoais, seguro
educacional, seguro-viagem, seguro prestamista, seguro de diária por internação hospitalar,
seguro-desemprego (perda de renda), seguro de diária de incapacidade temporária, seguro de
perda de certificado de habilitação de voo.
Os seguros de pessoas podem ser contratados de forma individual ou coletiva. Nos seguros
coletivos, os segurados aderem a uma apólice contratada por um estipulante, que tem poderes
de representação dos segurados perante a seguradora, nos termos da regulamentação vigente.
DPVAT
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Mercado de Seguros • CAPÍTULO 1
SEGURO-SAÚDE
Em 1998, foi editada a Lei no 9.656/1998, que regulamentou o setor de planos e seguro-saúde,
obrigando as seguradoras a alterar sua forma societária, para que pudessem operar exclusivamente
com o Ramo Saúde. Posteriormente, foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
pela Lei no 9.961/2000, que assumiu a fiscalização desse setor.
Sintetizando
» As normas constitucionais.
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SEGURADORAS E SUAS OPERAÇÕES
CAPÍTULO
2
Introdução ao capítulo
Este capítulo tem o objetivo de apresentar os principais requisitos legais para uma seguradora
operar e os principais ciclos utilizados por estas empresas. Além da legislação e definições,
teremos oportunidade de conhecer os ciclos de aceitação e contratação de seguros, bem como
o ciclo de aviso e pagamento de sinistros.
Objetivos do capítulo
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Seguradoras e suas Operações • CAPÍTULO 2
Contextualização
As normas que abordaremos controlam a capacidade econômica das sociedades com o objetivo
de minimizar os riscos de insolvência dessas sociedades.
Na constituição da sociedade deve ser observada a norma de Capital Mínimo Requerido, que é
o valor mínimo exigido para que a sociedade obtenha autorização para operar.
» Capital mínimo requerido: capital total que a supervisionada deverá manter para operar,
sendo equivalente ao maior valor entre o capital-base e o capital de risco.
» Ativos líquidos: são todos os ativos aceitos pelo Conselho Monetário Nacional em 100%
(cem por cento) na cobertura das provisões técnicas.
» Plano de regularização de solvência: plano que deverá ser enviado à Susep pela
supervisionada, na forma estabelecida pela Susep, visando à recomposição da situação de
solvência, quando a insuficiência do PLA em relação ao CMR for de até 50% (cinquenta
por cento) ou quando a supervisionada apresentar insuficiência de liquidez em relação
ao CR.
Valores em Reais
Seguros ou Previdência Privada Capitalização
1.200.000,00 1.800.000,00
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CAPÍTULO 2 • Seguradoras e suas Operações
Valores em Reais
Região Unidades da Federação Seguros ou
Capitalização
Previdência Privada
1ª AM, PA, AC, RR, AP, RO 120.000,00 120.000,00
7ª SP 8.800.000,00 3.600.000,00
Uma vez calculado o capital mínimo requerido, se ocorrer insuficiência de patrimônio líquido
ajustado em relação ao CMR de até 50% (cinquenta por cento) ou de insuficiência de liquidez em
relação ao CR, a supervisionada deverá apresentar PRS, na forma definida pela Susep, propondo
plano de ação que vise à recomposição da situação de solvência.
Isso, caso a apuração de insuficiência se repita por 3 (três) meses consecutivos ou, especificamente,
nos meses de junho e dezembro. Além disso, no caso de agravamento da insuficiência de PLA,
previsto em normas, deixará as supervisionadas sujeitas a regime especial, nos termos da
legislação vigente.
É o valor do Patrimônio Líquido, considerando alguns ajustes, necessário para cobrir a exigência
de capital, estabelecido pelos critérios de cálculo do Capital Mínimo ou de Margem de Solvência,
dos dois o maior.
O Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) será calculado com base no Patrimônio Líquido Contábil,
processadas as seguintes deduções:
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Seguradoras e suas Operações • CAPÍTULO 2
III. créditos tributários decorrentes de prejuízos fiscais de imposto de renda e bases negativas
de contribuição social;
VI. imóveis rurais e fundos de investimentos imobiliários com lastro em imóveis rurais,
considerando reavaliações, redução ao valor recuperável e depreciação;
X. pedras preciosas;
XI. créditos oriundos da alienação de ativos elencados nos itens anteriores, respeitada a
regra de dedução do item V, em caso de alienação de imóveis urbanos.
Esses mecanismos permitem que a sociedade comercialize o risco, dividindo-o, retendo somente
a parcela que seja adequada à sua capacidade econômica e que satisfaça a política de aceitação
de risco adotada pela sociedade.
Figura 3.
Seguradora
Cosseguradora Resseguradora
21
CAPÍTULO 2 • Seguradoras e suas Operações
Cosseguro
É uma das técnicas usadas para pulverizar as responsabilidades, é o seguro relativo ao mesmo
bem ou a riscos relacionados ao mesmo bem, realizado por dois ou mais seguradores cotizantes,
denominados cosseguradores. É, também, a distribuição de um seguro entre duas ou mais
seguradoras, ficando cada uma delas responsável diretamente por uma quota-parte determinada
do valor total do seguro.
Limite de Retenção
São os valores máximos de responsabilidade que as sociedades seguradoras poderão reter, em
cada risco isolado, sendo calculado com base no valor do Patrimônio Líquido Ajustado.
As sociedades seguradoras deverão efetuar os cálculos dos Limites de Retenção, para cada
ramo de seguro, por meio de método cientificamente comprovado que possa gerar resultados
consistentes e deverão manter nota técnica atuarial, elaborada pelo atuário responsável técnico,
à disposição da Susep.
Os valores dos limites de retenção deverão ser encaminhados à Susep, conforme regulamentação
específica e vigerão a partir do primeiro dia do mês subsequente ao mês de cálculo.
Os valores dos limites de retenção calculados pelas seguradoras ou EAPC que forem inferiores
ou iguais a 5% do PLA não necessitam de prévia autorização da Susep.
Ciclos Operacionais
Dessa forma, podemos considerar o quão complexo é o ramo de atividade da seguradora, e a
gestão de seus resultados implica a visualização da empresa como um todo.
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Seguradoras e suas Operações • CAPÍTULO 2
EXTERNO INTERNO
SEGURADORA
CONTÁBIL
CORRETOR OPERACIONAL FINANCEIRO
ATUARIAL
Constituição das
Clientes Recepção Proposta Cobrança Prêmio
Reservas Técnicas
Relatórios
Assinatura Aceitação Aplicação Financeira
Gerenciais
Protocolo na Demonstrações
Seguradora Emissão Apólice Emissão Apólice
Financeiras
A seguir, daremos zoom no ciclo econômico do aviso e pagamento de sinistro, numa seguradora.
SINISTROS
SEGURADORA
CANAIS CONTÁBIL
OPERACIONAL FINANCEIRO
ATUARIAL
Recebimento
Corretor Inspeção de Sinistro Registros Oficiais
pelos Salvados
23
CAPÍTULO 2 • Seguradoras e suas Operações
Sintetizando
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CONTABILIDADE DE SEGUROS
CAPÍTULO
3
Introdução ao capítulo
Este capítulo tem como objetivo apresentar os mecanismos utilizados pelas empresas
seguradoras para a padronização dos registros contábeis, bem como a utilização das contas e
seus funcionamentos, permitindo que sejam extraídos relatórios e demonstrativos contábeis
que expressem a situação econômico-financeira delas.
Objetivos do capítulo
25
CAPÍTULO 3 • Contabilidade de Seguros
Contextualização
As contas contábeis são as designações dadas aos elementos patrimoniais (bens, direitos,
obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos do resultado (receitas e despesas), de acordo
com sua natureza e especificidade.
As contas são importantes para que a Contabilidade possa registrar e controlaras movimentações
do patrimônio. Essas movimentações ocasionam aumentos e diminuições nos elementos do Ativo
e Passivo e no Patrimônio Líquido. Esses aumentos e diminuições são registrados em contas. A
prática aconselha a numeração ou codificação das contas, de forma racional e bem planificada,
o que permite a escrituração por sistemas computadorizados.
Plano de Contas
Plano de contas é o agrupamento ordenado de todos os títulos e contas que são utilizados na
Contabilidade de uma entidade. É uma forma padronizada de sistematizar os fatos que ocorrem
nas empresas, expressando-os de modo contínuo e consistente.
O plano de contas abrange contas de Ativo, Passivo e resultado (receitas e despesas), estruturadas
de maneira a expressar melhor as transações praticadas pelas empresas.
Escrituração
A escrituração das operações deve obedecer às normas estabelecidas pelo Conselho Federal
de Contabilidade (CFC). Registram-se as receitas e despesas no período em que elas ocorrem,
observado o regime de competência. Para o mercado de seguros, o fato gerador da receita é a
vigência do risco.
Estrutura Patrimonial
Importante
Ao passo que as contas patrimoniais são consideradas permanentes, pois enquanto houver saldo elas existirão, as contas de
resultado são consideradas transitórias, visto que, ao fim de cada exercício social, essas contas serão encerradas, isto é, terão
os seus saldos zerados, coma finalidade de apurar o resultado do exercício (lucro ou prejuízo).
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Contabilidade de Seguros • CAPÍTULO 3
No circulante, são classificados valores disponíveis ou realizáveis até o final do exercício seguinte.
Grupo 11 – CIRCULANTE:
No ativo não circulante, figuram os direitos realizáveis após o final do exercício seguinte.
São classificados os componentes patrimoniais que, presume-se, irão compor o patrimônio por
muito tempo.
27
CAPÍTULO 3 • Contabilidade de Seguros
O grupo compensação abriga contas utilizadas para o registro e controle dos bens pertencentes
à seguradora e valores segurados, faturas emitidas antecipadamente, IOF do exercício e Provisão
para Riscos Vigentes mas Não Emitidos.
Grupo 19 – COMPENSAÇÃO:
Grupo 21 – CIRCULANTE:
28
Contabilidade de Seguros • CAPÍTULO 3
Grupo 29 – COMPENSAÇÃO:
29
CAPÍTULO 3 • Contabilidade de Seguros
30
Contabilidade de Seguros • CAPÍTULO 3
Prêmios Ganhos – são parcelas de prêmios relativos ao período de risco decorrido, ou seja, é a
receita realizada da operação de seguros.
Prêmio ganho = prêmio retido – variação da Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG).
Prêmios Retidos – são parcelas dos prêmios que representam a responsabilidade assumida pela
seguradora.
Prêmios Diretos – são valores registrados pela sociedade referentes a apólices de sua própria
emissão.
Prêmio Riscos Vigentes não Emitidos – é o valor estimado dos prêmios referente aos riscos em
curso, mas que, por alguma razão, ainda não foi emitida a apólice. O fato gerador da receita é o
31
CAPÍTULO 3 • Contabilidade de Seguros
início de vigência. Normalmente, a sociedade aceita o risco após analisar a proposta e, no ato
da emissão da apólice, o início de vigência é anterior à data de sua emissão.
Sinistros – são ocorrências que resultam em perdas de bens ou de direitos, que deverão ser
informados pelo segurado à seguradora para efeito de indenização dos prejuízos ocorridos.
Sinistros retidos–são as responsabilidades das seguradoras nos sinistros. O valor dos sinistros
retidos é obtido subtraindo-se do total das indenizações pagas, relativas a sinistros a elas
comunicados, os valores recebidos referentes a recuperações de sinistros, de cosseguros e de
resseguros anteriormente cedidos e, ainda, de recuperações de salvados ou de ressarcimentos
obtidos, acrescidos das suas participações em salvados e em ressarcimentos. Assim, temos:
Salvados – são os bens sinistrados que foram objeto de indenização e passam a pertencer à
seguradora.
Comissões sobre prêmios retidos referem-se aos valores das comissões calculadas sobre os
prêmios retidos.
32
Contabilidade de Seguros • CAPÍTULO 3
As seguradoras, além dos livros utilizados pelas demais sociedades anônimas, como o Livro-
Diário, o Livro-Razão, o Livro de Registro de Atas de Reuniões da Diretoria, o Livro de Atas das
Assembleias Gerais, o Livro de Atas de Reuniões do Conselho Fiscal e outros exigidos pela Lei
no 6.404/1976 e pela legislação fiscal, usam os seguintes livros auxiliares, também sujeitos à
fiscalização e de uso normatizado pela Susep:
Também devem fazer parte deste sistema de registro os seguintes relatórios gerenciais:
» Provisões Matemáticas.
Foi introduzido um novo padrão de relacionamento com o mercado segurador, no que tange
ao sistema de informações de natureza econômico-financeira, periodicamente enviadas pelas
sociedades seguradoras à Superintendência de Seguros Privados.
Desde então, ocorreram diversas alterações de versões do FIP, no que se refere à periodicidade
de algumas informações e inclusões de várias outras. A última versão que temos no mercado foi
instituída pela Circular no 517, de 30/7/2015.
33
CAPÍTULO 3 • Contabilidade de Seguros
emanadas. As atualizações ou alterações do sistema podem ser baixadas pela internet, como
também o envio dos dados.
Para se ter uma ideia do nível de abertura, abaixo, um índice resumido do que é solicitado no
sistema FIP Susep:
» Bens vinculados – Títulos Públicos, Ações, Imóveis, Outras Aplicações (Fundos), etc.;
Questionário Trimestral
Essas informações, assim como o FIP, têm sua base na Contabilidade e são feitos questionamentos
relativos à movimentação, com um nível de abertura bem maior do que a apresentada no FIP.
Também são feitas diversas perguntas que estão ligadas ao cumprimento das determinações
das Resoluções do CNSP e Circulares da Susep, como, por exemplo:
Sintetizando
34
CAPÍTULO
LANÇAMENTOS E DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS 4
Introdução ao capítulo
Este capítulo tem como objetivo exemplificar os lançamentos dos registros contábeis e principais
mecanismos contábeis, finalizando com a produção das demonstrações contábeis exigidas para
as sociedades seguradoras.
Objetivos do capítulo
35
CAPÍTULO 4 • Lançamentos e Demonstrações Contábeis
Contextualização
A Contabilidade faz registros de todas as ocorrências patrimoniais utilizando uma técnica que
lhe é própria, chamada escrituração. Esses registros são feitos sem ordem cronológica, o que
dá à Contabilidade características da verdadeira história do patrimônio.
Os registros evidenciam a expressão monetária dos fatos que a empresa realizou, de acordo com
a natureza de cada um deles, permitindo que sejam reunidos em grupos de mesma natureza, os
quais distinguem os diversos componentes do patrimônio e suas variações.
Esses registros vão muito além de um mecanismo burocrático, pois visam, principalmente, a:
Para que esses objetivos sejam alcançados, a escrituração é feita através dos livros contábeis.
Diário
O livro-diário é obrigatório por lei, sendo, portanto, o mais importante do ponto de vista legal
e fiscal. É utilizado para o registro de todas as operações contábeis, obedecendo a certas regras.
Os lançamentos devem ser feitos em ordem cronológica e sem rasuras ou emendas.
Razão
O livro oficial de registro das transações de uma empresa é o diário. Entretanto, todas as empresas
utilizam o livro-razão para registro de suas operações.
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Lançamentos e Demonstrações Contábeis • CAPÍTULO 4
Cada página ou ficha do razão representa uma conta e indica as transações ocorridas no exercício
financeiro de acordo com o livro-diário. Assim, cada lançamento do livro-diário deve ser transposto
para o livro-razão, nas contas próprias.
A escrituração pode ser feita em livro ou em fichas. No primeiro caso, cada página do livro-razão
representa uma conta; no segundo caso, cada ficha, individualmente, assume o mesmo papel.
Por lei, deve-se autenticar, na Junta Comercial ou no Cartório de Registro de Títulos e Documentos,
o livro-diário. O livro-razão é de autenticação facultativa.
Outros Livros
Outros livros são utilizados pelas sociedades anônimas como livros auxiliares, por exemplo:
» Livro-caixa – nele são registrados todos os fatos administrativos que envolvam entrada
e saída de dinheiro.
É importante saber que, para as micro e pequenas empresas optantes pelo Simples e também
para as empresas optantes pela tributação do Imposto de Renda com base no lucro presumido,
o livro-caixa é obrigatório.
As seguradoras, além dos livros utilizados pelas demais sociedades anônimas, como o livro-
diário, o livro-razão, o livro de registro de atas de reuniões da diretoria, o livro de registro de atas
das assembleias gerais, o livro de atas de reuniões do conselho fiscal e outros exigidos pela Lei
no 6.404/1976 e pela legislação fiscal utilizam livros auxiliares, também sujeitos à fiscalização e
de uso normatizado pela Circular Susep no 360, de 15 de fevereiro de 2008.
Lançamento
O Método das Partidas Dobradas foi elaborado pela primeira vez em Veneza, na Itália, em 1494,
pelo frade franciscano Luca Paccioli. Hoje, é adotado universalmente.
37
CAPÍTULO 4 • Lançamentos e Demonstrações Contábeis
O registro das operações realizadas pela empresa nas diversas contas do plano contábil é feito com
base no Método das Partidas Dobradas. Não há débito sem crédito correspondente e vice-versa.
Lançamentos:
Neste caso, houve um aumento na conta “Veículos” devido à entrada de bens. Sendo “Veículos”
uma conta de Ativo, a quantia de R$ 10.000,00 foi lançada a débito. Consequentemente, pela
saída do dinheiro para pagamento, o caixa foi diminuído, sendo creditado.
No lançamento contábil, o débito vem sempre em primeiro lugar. O crédito vem em seguida,
sempre antecedido da preposição a. As partidas dobradas podem ser registradas em partidas
simples, compostas e complexas. Compreendem quatro formas diferentes e alternativas de
efetuar os lançamentos.
a Capital 100.000,00
» Composta – envolve três contas que podem apresentar duas formas diferentes:
110.000,00
› em que há mais de um débito para um crédito.
110.000,00
a Caixa 110.000,00
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Lançamentos e Demonstrações Contábeis • CAPÍTULO 4
Banco 50.000,00
150.000,00
150.000,00
Razonetes (Contas T)
Para simplificar os lançamentos em cada conta usa-se a representação gráfica em forma de “T”,
também conhecida como razonete.
Figura 6.
Título da Conta
Lado do Débito Lado do Crédito
» O lado esquerdo da conta é o lado do débito. Se a conta utilizada for uma conta de Ativo,
então os lançamentos registrados a débito, no lado esquerdo, representarão entradas
de recursos ou valores. Se a conta utilizada for de Passivo, os lançamentos registrados
a débito representarão uma redução de exigibilidades.
» O lado direito é o lado do crédito. Se a conta utilizada for uma conta de Ativo, então
os lançamentos registrados a crédito, no lado direito, representarão saídas de recursos
ou valores. Se a conta utilizada for de Passivo, os lançamentos registrados a crédito
representarão contratações de obrigações com terceiros.
Para melhor entendimento do que foi visto, vamos realizar, passo a passo, um lançamento contábil.
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CAPÍTULO 4 • Lançamentos e Demonstrações Contábeis
» Passo 2 – identificar a natureza das contas, ou seja, se é uma conta de Ativo, Passivo,
Patrimônio Líquido, receita ou despesa.
› Caixa (Ativo – devedora): o saldo diminui: saída de dinheiro (–), lançamento a crédito.
› Banco (Ativo – devedora): o saldo aumenta: recebe o depósito (+), lançamento a débito.
› Banco R$ 500,00.
› a Caixa R$ 500,00.
Figura 7.
Caixa
500,00
Banco
500,00
Balancete de Verificação
Preparar um balancete consiste em relacionar todas as contas que tenham saldo diferente de
zero, colocando em colunas apropriadas os valores dos saldos das contas. Esses saldos, devedores
40
Lançamentos e Demonstrações Contábeis • CAPÍTULO 4
ou credores, foram transferidos dos razonetes, ou conta “T”. O balancete de verificação pode
ser levantado, a qualquer momento, pela empresa. Pode ser simplificado, contendo apenas os
saldos das contas, ou completo, contendo os saldos anteriores, o movimento do período e os
saldos atuais das contas.
Figura 8.
Caixa
400.000,00
Capital Social
1.500.000,00
Edificações
200.000,00
Veículos
100.000,00
Mercadorias
208.000,00
Fornecedores
100.000,00
Contas a Pagar
10.000,00
Duplicatas a Pagar
8.000,00
41
CAPÍTULO 4 • Lançamentos e Demonstrações Contábeis
Balancete de Verificação.
Saldos
Contas
Devedores Credores
Caixa 400.000,00
Capital social 1.500.000,00
Edificações 200.000,00
Veículos 100.000,00
Móveis, Máq. e Utensílios 210.000,00
Bancos Conta Movimento 500.000,00
Mercadorias (Estoque) 208.000,00
Fornecedores 100.000,00
Contas a pagar 10.000,00
Duplicatas a pagar 8.000,00
TOTAL 1.618.000,00 1.618.000,00
Balanço Patrimonial
Figura 9.
Balanço Patrimonial
42
Lançamentos e Demonstrações Contábeis • CAPÍTULO 4
1o procedimento
Balancete de verificação do razão do último mês: nesta etapa, são levantados os saldos de todas
as contas e verificada sua exatidão.
2o procedimento
Ajuste das contas: esta é a etapa em que são feitos os lançamentos especiais de ajuste e/ou
compensação nas contas, a fim de que todas espelhem os valores justos e corretos (provisões,
conciliações e outras).
3o procedimento
Encerramento das contas de despesas e receitas: as contas de despesas e receitas são encerradas
com a transferência de seus saldos para a conta de apuração do resultado do exercício.
4o procedimento
5o procedimento
Figura 10.
ATIVO PASSIVO + PL
Circulante Circulante
Caixa 400.000,00 Fornecedores 100.000,00
Banco Conta Mov. 500.000,00 Contas a pagar 10.000,00
Mercadorias 208.000,00 110.000,00
1.108.000,00
Não Circulante
Não Circulante Duplicatas apagar 8.000,00
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CAPÍTULO 4 • Lançamentos e Demonstrações Contábeis
Composição
Ele demonstra de forma sintética e ordenada os valores dos bens, dos direitos e das obrigações
que constituem o patrimônio da empresa. As contas que integram o balanço patrimonial são
classificadas de acordo com o plano de contas estabelecido pela Susep e em conformidade com
os dispositivos da Lei no 6.404/1976, alterados pela Lei no 11.638/2007.
Sintetizando
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ANÁLISE ECONÔMICO - FINANCEIRA
CAPÍTULO
5
Introdução ao capítulo
Este capítulo tem o objetivo de apresentar os principais indicadores financeiros, que têm como
finalidade a demonstração por meio de índices numéricos a situação econômico-financeira das
sociedades seguradoras.
Objetivos do capítulo
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CAPÍTULO 5 • Análise Econômico-Financeira
Contextualização
A análise econômico-financeira efetuada por meio das demonstrações financeiras serve, entre
outras finalidades, como parâmetro para detectar tendências e avaliar desempenhos. Do ponto
de vista contábil, em face do conjunto patrimonial, interessa principalmente conhecer dois
aspectos do patrimônio: o econômico e o financeiro.
» Situação financeira – diz respeito à liquidez da empresa, ou seja, ao seu grau de solvência.
A origem e a aplicação do capital, bem como a liquidez da empresa, são verificadas por meio da
situação estática do patrimônio, ao passo que o rendimento do capital, ou seja, o resultado da
atividade econômica é verificado pela sua situação econômica.
INDICADORES FINANCEIROS
Existem vários índices que podem ser utilizados para esse grupo. Devemos levar em conta os
períodos que estão sendo comparados, o mercado de atuação, etc.
Índices de Liquidez
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Mede a capacidade de a seguradora saldar seus compromissos a curto prazo. Quanto maior essa
capacidade, melhor.
Ativo Circulante
Passivo Circulante
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Análise Econômico-Financeira • CAPÍTULO 5
Índices de Rentabilidade
Os índices de rentabilidade procuram evidenciar qual foi a rentabilidade dos capitais investidos,
ou seja, o resultado das operações realizadas por uma organização.
Margem Líquida
Relação entre o lucro líquido e a receita operacional. Quanto maior, melhor.
Índices de Endividamento
Esses índices revelam o grau de endividamento da empresa. A análise desse indicador pode
identificar se a empresa vem financiando o seu Ativo com recursos próprios (Patrimônio Líquido)
ou de terceiros (Passivo).
Endividamento Geral
Representa o quanto de capital de terceiros existe para cada real aplicado no Ativo. Quanto
menor, melhor.
Demonstra a proporção dos capitais próprios em relação aos capitais de terceiros. Quanto menor
o total de capital de terceiros, melhor será o índice alcançado.
Patrimônio Líquido
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
A análise por quocientes, ou indicadores, pode ser aplicada às empresas seguradoras, fazendo-se as
devidas adaptações, tendo em vista que a contabilidade de seguradoras tem certas especificidades.
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CAPÍTULO 5 • Análise Econômico-Financeira
Índice de Retenção
Quanto mais próximo de 1 esse índice se encontra, menos cosseguro e resseguro a seguradora
está cedendo; consequentemente, mais riscos a companhia está assumindo. Em contrapartida,
quanto mais distante da unidade esse indicador se encontra, mais cosseguro e resseguro a
companhia está cedendo. Sendo assim, menos riscos a seguradora assume.
Esses índices apresentam a proporção gasta com cada custo da seguradora, como, por exemplo,
comissões, sinistros e até despesas de administração, em relação ao seu prêmio ganho.
Despesa de Comercialização
Prêmio Ganho
Despesa de Administração
Prêmio Ganho
Sinistro Retido
Prêmio Ganho
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Análise Econômico-Financeira • CAPÍTULO 5
No caso de o índice assumir valor inferior à unidade, pode-se alegar que a empresa não possui
ativos suficientes para cobrir o total das provisões declaradas.
Prêmio Retido
Patrimônio Líquido
O índice de prêmio margem também pode ser visto como “margem de solvência”.
Importante para identificar qual a eficiência no recebimento das principais receitas das operações
de seguro.
Recebimentos no período
Saldo total a receber no período
Índice Combinado
Índice combinado (combined ratio) é o indicador que reflete o resultado das operações básicas de
seguro, estabelecendo a relação entre receitas e despesas da seguradora de natureza exclusivamente
operacional.
Sintetizando
» Os principais indicadores.
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PROVISÕES TÉCNICAS DE SEGUROS
CAPÍTULO
6
Introdução ao capítulo
O capítulo tem como objetivo apresentar as principais provisões técnicas instituídas pela Susep,
que visam garantir a solidez do mercado segurador, pelo compromisso de honrar o contrato
firmado entre os segurados e seguradoras nas indenizações dos riscos assumidos por elas.
Objetivos do capítulo
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Provisões Técnicas de Seguros • CAPÍTULO 6
Contextualização
As provisões técnicas atualmente em vigor para a operação de seguros no Brasil estão normatizadas
por meio da Resolução do CNSP no 321, de 15/7/2015 (Capítulo I) e Circular da Susep no 517, de
30/7/2015).
XI. Outras Provisões Técnicas – OPT (S / EAPC) – Sob autorização prévia da Susep.
De acordo com a Diretiva Solvência II, o valor das provisões técnicas deve corresponder ao montante
que uma empresa de seguros ou de resseguros teria de pagar se transferisse imediatamente os seus
direitos e obrigações contratuais para outra empresa. Consequentemente, o valor das provisões
técnicas deverá corresponder ao montante que se esperaria que outra empresa de seguros ou
de resseguros (empresa de referência) exigisse para assumir e cumprir as obrigações de seguro
e de resseguro subjacentes.
É necessário que o valor atual esperado das responsabilidades de seguro seja calculado com
base em informações atuais e credíveis e em pressupostos realistas, tendo em conta as garantias
financeiras e as opções previstas nos contratos de seguro ou de resseguro, de forma a produzir
uma avaliação econômica das obrigações de seguro ou de resseguro.
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CAPÍTULO 6 • Provisões Técnicas de Seguros
Saiba mais
Triângulo de Run-Off – Montante de Sinistros Pagos é o regime votado pelo Parlamento Europeu para todas as seguradoras e
resseguradoras da União Europeia, cobrindo também as operações de seguros das bancassurers, instituições bancárias que
também oferecem serviços de seguros. O Brasil é um dos países que está acompanhando estas tendências para aprimorar as
práticas de controle e gestão de riscos das seguradoras que atuam no País.
As provisões técnicas são passivos constituídos pelas seguradoras para garantir ao segurado o
pagamento de sinistros ocorridos ou a ocorrer em função dos riscos assumidos.
Tabela 4.
Sinistros Ocorridos Mas Não Avisados Sinistros Ocorridos Mas Não Avisados – IBNR
A “Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG)” podem ser registradas no Passivo Circulante e
Exigível a Longo Prazo e refletem os diferimentos dos prêmios retidos (Prêmio emitido – Cessões
em cosseguro) e no caso haver cessão em resseguro é feito o cálculo especificamente sobre essa
parcela que é contabilizada à parte no Ativo).
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Provisões Técnicas de Seguros • CAPÍTULO 6
RUBRICAS VALORES
Prêmio Emitido 15.000,00
Sinistro Retido
Despesas de Comercialização
Funções da PPNG
Como Provisão Técnica, a PPNG cobre os Sinistros Não Ocorridos ou que poderão ocorrer no
curso da vigência. Esse é o papel primordial da PPNG.
A PPNG representa a proporção do valor diferido do prêmio comercial retido relativo a vigência
futura do risco, ou seja, o valor diário do prêmio retido multiplicado pela quantidade de dias em
que a apólice estará vigente, após a data-base do cálculo. Para cada uma das apólices, o cálculo
é efetuado até o final de suas vigências, sempre no último dia do mês.
Quando uma seguradora emite uma apólice, todo o prêmio é registrado em uma conta de receita
de prêmios de seguros, porém, somente uma parte do prêmio é efetivamente reconhecida
como receita, de acordo com o princípio da competência. Assim, registra-se o prêmio emitido
da vigência total como receita e deduz-se o valor das cessões e da PPNG, resultando o prêmio
efetivamente ganho pela seguradora.
A PPNG pode ser entendida ainda como uma obrigação teórica que pode ser exigida pelo segurado,
caso fosse cancelado o seu seguro, unilateralmente pela seguradora, em plena vigência da apólice.
No caso de cancelamento apedido, o valor a ser devolvido para segurado não é exatamente o
valor da PPNG, pois a Susep estabeleceu critério de cálculo, baseado na tabela de curto prazo,
que resulta em um valor menor.
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CAPÍTULO 6 • Provisões Técnicas de Seguros
Fórmula da PPNG
Período de Vigência a Decorrer
PPNG = Base de Cálculo x
Prazo de Vigência do Risco
» O cálculo da provisão deverá contemplar estimativa para os riscos vigentes e não emitidos
(PPNG-RVNE).
Tabela 7.
Cálculo:
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Provisões Técnicas de Seguros • CAPÍTULO 6
Contabilização da PPNG
PPNG Inicial
PPNG em 31/3
PPNG em 31/5
PPNG em 31/8
» A PSL deve incluir os ajustes por atualização monetária, juros, variações cambiais e
multas relativas aos sinistros avisados.
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CAPÍTULO 6 • Provisões Técnicas de Seguros
As Provisões de Sinistros a Liquidar, enquanto não liquidadas, podem ser reestimadas para mais
ou para menos, durante o período da regulação do sinistro, enquanto não pagas.
O plano de contas da Susep (Circular Susep no 517/2015 – Capítulo II) determina que as provisões
de sinistros a liquidar sejam classificadas em PSL Administrativa para os avisos de sinistros regulares
e PSL Judicial para os sinistros reclamados em juízo, devendo a PSL Judicial ser estimada como
base em critérios que levem em conta a efetiva expectativa de desembolsos e as probabilidades
de perda dos feitos judiciais (Provável, Possível e Remota).
A provisão de IBNR, sigla proveniente da língua inglesa (Incurred But Not Reported) é constituída
para a cobertura dos valores esperados a liquidar relativos a sinistros ocorridos e não avisados até
a data-base de cálculo, incluindo cosseguro aceito, brutos de resseguro e líquidos de cosseguro
cedido e deduzidos dos salvados e os ressarcimentos.
A Provisão do IBNR deve ser calculada por meio de NTA devidamente aprovada pela Susep,
devendo a estimativa ser baseada na informação sobre a sinistralidade de períodos anteriores
completos de, no mínimo, um ano.
Considera-se mais adequada a metodologia que se utiliza de horizonte temporal mais longo
(36, 60 ou mais meses).
Trimestre
Trimestre de Desenvolvimento
de
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Ocorrência
2017 I 5.400 5.300 900 240 140 150 20 20 40 30 10 10
2017 II 5.500 5.400 560 200 150 120 10 40 60 20 40
2017 III 5.800 5.600 820 130 60 110 80 160 20 20
2017 IV 5.700 5.600 660 260 110 80 50 110 30
2018 I 5.400 5.600 660 220 120 90 40 20
2018 II 5.500 5.700 680 200 180 50 10
2018 III 5.900 5.200 780 270 70 40
2018 IV 5.000 5.300 930 290 50
2019 I 5.600 5.800 620 190
2019 II 6.200 6.500 440
2019 III 6.600 6.800
2019 IV 6.700
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Provisões Técnicas de Seguros • CAPÍTULO 6
Trimestre
Trimestre de Desenvolvimento
de
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Ocorrência
2007 I 4.301 3.274 310 70 26 13 9 6 6 7 4 1
A Provisão de Despesas Relacionadas (PDR) – para a cobertura dos valores esperados relativos
a despesas relacionadas a sinistros.
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CAPÍTULO 6 • Provisões Técnicas de Seguros
Sintetizando
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Referências Bibliográficas
AZEVEDO, Gustavo Henrique W. de. Seguros, matemática atuarial e financeira. Nova Edição. São Paulo: Saraiva, 2014.
CHAN, Betty Lilian; MARTINS, Gilberto de Andrade; SILVA, Fabiana Lopes da. Fundamentos da previdência
complementar – da atuária à contabilidade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2014.
CORDEIRO FILHO, Antônio. Cálculo atuarial aplicado. 2ª ed. Rio de Janeiro, Atlas, 2014.
FUNENSEG. Diretoria de Ensino Técnico. Contabilidade. Assessoria técnica de Emilene Faria Mesquita – 2013 e
Werner da Silva Frank– 2012. 15ª ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2013.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PACHECO, Ricardo. Matemática atuarial de seguros de danos. Rio de Janeiro: Atlas, 2014.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
RODRIGUES, José Angelo. Gestão de risco atuarial. São Paulo: Saraiva, 2013.
SOUZA, Silney de. Seguros – contabilidade, atuária e auditoria. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Sites
BRASIL. Planalto. Leis nºs 6.404/1976 e 11.638/2007. Disponível em: <http://www2.planalto.gov.br/conheca-a-
presidencia/acervo/legislacao>.
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