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18ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2020

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
MAURÍCIO VIOT – 2020/2019/2018
MARCOS ANTONIO SIMÕES PERES - 2019

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros

E73p Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Previdência complementar / Supervisão e coordenação metodológica
da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Mauricio Viot.
-- 18ed.-- Rio de Janeiro : ENS, 2020.
107 p. ; 28 cm

PDF: ISBN 978-85-7052-768-4

1. Previdência complementar. I. Viot, Mauricio II. Título.

0019-2394 CDU 368.025.55(072)


A
Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diver-
sas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem
para um mercado de seguros, previdência complementar,
capitalização e resseguro cada vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e expe-
riências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida
trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho


para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes
e a competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.


SUMÁRIO
INTERATIVO

1. PREVIDÊNCIA SOCIAL 8
A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE SEGURIDADE SOCIAL 9

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURIDADE SOCIAL 11

FONTES DE CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL 12


Receitas que Compõem o Orçamento 12
O DIREITO À PREVIDÊNCIA 13
Organização da Previdência 14
Benefícios 14
FORMAS DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS 15
Para os Segurados 15
Para os Dependentes do Segurado 17
A NOVA PREVIDÊNCIA 20
Benefícios Pré-Reforma 20
Benefícios das Regras de Transição 20
Benefícios Pós-reforma 23
Aposentadoria por Tempo de contribuição e idade mínima 23
Cálculo das aposentadorias 23
Alíquotas de Contribuição 24
Outros benefícios alterados pela Reforma da Previdência 25
FIXANDO CONCEITOS 1 28

2. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 31
UM POUCO DE HISTÓRIA 32

UMA ALTERNATIVA DE POUPANÇA 33

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ESTRUTURA DO SISTEMA 34
Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC 35
Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC 35
FIXANDO CONCEITOS 2 37

3. PLANOS DE ENTIDADES ABERTAS


DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 41
ESTRUTURA BÁSICA 42

MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS 44


Benefício Definido 44
Contribuição Variável 45
PERÍODOS DE DIFERIMENTO E COBERTURA 46

ADMISSÃO 47
Proposta de Inscrição 47
Certificado 48
CONTRIBUIÇÕES 48

CARREGAMENTO 49

VALORES GARANTIDOS 50

GARANTIAS TÉCNICAS 51

APURAÇÃO DE RESULTADOS 52

FIXANDO CONCEITOS 3 53

4. PLANOS COM COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA 56


COMERCIALIZAÇÃO 57
Tipos de Planos de Cobertura por Sobrevivência 57
MODALIDADES DE RENDA 62

FATORES QUE INFLUENCIAM O VALOR DA RENDA


A SER RECEBIDA EM FUNÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA 63
Parâmetros Técnicos 63
Taxas de Administração 65

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
Modalidade de Renda e Idade de Aposentadoria 65
Montante Acumulado 66
VALORES GARANTIDOS NO PERÍODO DE DIFERIMENTO 67
Resgate 67
Portabilidade 68
FIXANDO CONCEITOS 4 71

5. PLANOS COM COBERTURA DE RISCO 76


PLANOS COM COBERTURA DE RISCO –
MORTE E INVALIDEZ TOTAL E PERMANENTE 77

PLANOS QUE PAGAM BENEFÍCIO POR INVALIDEZ 78


Plano de Renda por Invalidez 78
Plano de Renda por Invalidez com Prazo Mínimo Garantido 78
Plano de Pecúlio por Invalidez 79
PLANOS QUE PAGAM BENEFÍCIO POR MORTE 80
Plano de Pensão ao Cônjuge ou Companheiro(a) 80
Plano de Pensão aos Menores 81
Plano de Pensão por Prazo Certo 81
Plano de Pecúlio 82
FIXANDO CONCEITOS 5 83

6. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 85
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS 86
Legislação 86
Formas de Pagamento 88
ASSISTÊNCIA FINANCEIRA 92

ATUALIZAÇÃO DE VALORES 95

FIXANDO CONCEITOS 6 98

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ESTUDOS DE CASO 103

GABARITO 104

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 107

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
PREVIDÊNCIA
SOCIAL
01 UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender os limites ■ Identificar a evolução da
e funções do Estado, Previdência Social no ⊲ A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA
administrador único do Brasil: legislação. DE SEGURIDADE SOCIAL
sistema, quanto à Saúde, ■ Analisar a concessão de ⊲ PRINCÍPIOS BÁSICOS
Previdência e Assistência
benefícios de acordo DA SEGURIDADE SOCIAL
Social.
com os princípios
■ Analisar os princípios constitucionais. ⊲ FONTES DE CUSTEIO
constitucionais relativos à DA SEGURIDADE SOCIAL
■ Analisar as implicações
Seguridade Social.
nos benefícios com as ⊲ O DIREITO À PREVIDÊNCIA
■ Entender a forma alterações da Reforma da
de financiamento da Previdência. ⊲ FORMAS DE CONCESSÃO
Seguridade Social, as DE BENEFÍCIOS
contribuições, sua natureza
⊲ A NOVA PREVIDÊNCIA
e seu regime jurídico e as
atuais teorias. ⊲ FIXANDO CONCEITOS 1

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 8
UNIDADE 1

A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA
DE SEGURIDADE SOCIAL
A ideia de proteção está intimamente associada ao instinto de sobrevi-
vência, ao sentimento de insegurança e à incerteza. No entanto, durante
séculos, os indivíduos se viram desprovidos de qualquer ação por parte
dos governos que viesse a protegê-los na velhice ou em caso de doença e
incapacidade física. A previdência estava, diretamente, ligada à livre inicia-
tiva de caráter assistencial e não, propriamente, previdencial.

Nesse dualismo – assistência ou previdência –, cresceu a Previdência Social


Brasileira, que passou, nos últimos anos, por várias mudanças conceituais
e estruturais, compreendendo, entre outros aspectos, o grau de cobertura,
o elenco de benefícios oferecidos e a forma de financiamento do sistema.

Com essa evolução, a Previdência Social Brasileira adquiriu personalidade


própria, expandindo consideravelmente sua área de atuação e constituin-
do-se, efetivamente, em um sistema de seguridade social.

Entende-se por seguridade social “um conjunto integrado de ações de


iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”, como
disposto no artigo 194 da Constituição Brasileira.

Previdência é um sistema que, mediante contribuições, tem por finalida-


de assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção,
decorrentes de incapacidade física, desemprego involuntário, idade avan-
çada, tempo de contribuição ou morte.

A história da Previdência, no Brasil, foi marcada por fatos relevantes, con-


forme se observa no quadro a seguir.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 9
UNIDADE 1

■ Regulamentação do direito à aposentadoria dos empregados dos


Correios, por meio do Decreto 9.912-A, de 26 de março de 1888.
■ Criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empre-
gados de cada empresa ferroviária, em 24 de janeiro de 1923, por
meio do Decreto 4.682, conhecido como Lei Elói Chaves e consi-
derado um marco inicial na história previdenciária.
■ Criação de uma Caixa Única de Aposentadoria e Pensões dos Fer-
roviários e Empregados em Serviços Públicos, por meio do Decre-
to 34.586, de 12 de novembro de 1953.
■ Em 26 de agosto de 1960, a Lei 3.807 criou a Lei Orgânica de Pre-
vidência Social – LOPS –, unificando a legislação referente aos Ins-
titutos de Aposentadorias e Pensões.
■ Criação do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS –, por
meio do Decreto-Lei 72, de 21 de novembro de 1966, que reuniu seis
dos sete Institutos de Aposentadoria e Pensões até então existentes.
■ Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social, des-
membrado do Ministério do Trabalho e Previdência Social por
meio da Lei 6.036, de 1o de maio de 1974.
■ A Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organiza-
ção da seguridade social e institui o novo Plano de Custeio, sendo
regulamentada pelo Decreto 2.173, de 5 de março de 1997.
■ Em 24 de julho de 1991, a Lei 8.213 institui o Plano de Benefícios da
Previdência Social, sendo regulamentada pelo Decreto 2.172, de 5
de março de 1997.
■ A Emenda Constitucional 20, de 15 de dezembro de 1998, modifica
o Sistema de Previdência Social e estabelece normas de transição.
■ A Lei 9.876, de 26 de novembro de 1999, dispõe sobre a contribui-
ção previdenciária do contribuinte individual e o cálculo do bene-
fício, e altera dispositivos das Leis 8.212 e 8.213, de julho de 1991.
■ A Lei 10.887, de 21 de junho de 2004, dispõe sobre as contribuições
ao FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual – e à Pre-
vidência Complementar para efeito de dedução no Imposto de Ren-
da, que ficam condicionadas aos recolhimentos do Regime Geral de
Previdência Social.
■ A Lei Complementar 142, de 8 de maio de 2013, regulamenta o
§ 1o do art. 201 da Constituição Federal, no tocante à aposenta-
doria da pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de
Previdência Social – RGPS.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 10
UNIDADE 1

■ A Lei 13.135, de 17 de junho de 2015, altera as Leis 8.213, de 24


de julho de 1991, 10.876, de 2 de junho de 2004, 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, e 10.666, de 8 de maio de 2003, e dá outras
providências. Altera a forma de concessão da pensão por morte.
■ Emenda Constitucional Nº 103 - de 12 de novembro de 2019 –
­Altera o sistema de previdência social e estabelece regras de tran-
sição e disposições transitórias.

PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social brasileira foi organizada, observando-se os princípios
básicos definidos no texto constitucional. São eles:

Universalidade da cobertura e do atendimento


Todos, sem distinção, têm direito à seguridade social.

Seletividade e distributividade na prestação de


benefícios e serviços
O legislador deve “selecionar” as contingências sociais mais
importantes e “distribuí-las” a um maior número possível de pes-
soas acometidas de necessidades.

Uniformidade e equivalência dos benefícios e servi-


ços às populações urbanas e rurais
Trabalhadores urbanos e rurais passam a ter os mesmos direitos.

Diversidade da base de financiamento


Ampliando
Visa garantir maior estabilidade da Seguridade Social, na medida
conhecimentos em que impede que se atribua o ônus do custeio a segmentos
específicos da sociedade. Desse modo, quanto maior for a base
Além de contribuir para o
de financiamento (ou seja, sendo a obrigação do custeio imposta
custeio da seguridade social,
a um maior número possível de segmentos da sociedade), maior
a União é uma espécie de
será a capacidade da seguridade social fazer frente aos seus obje-
fiadora da Previdência Social,
tivos, constitucionalmente, traçados.
ou seja, por lei, quando os
recursos da Previdência Social Irredutibilidade do valor dos benefícios
não forem suficientes para o Tem por objetivo impedir a redução nominal das prestações da
pagamento dos benefícios, seguridade social.
cabe à União complementá-los.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 11
UNIDADE 1

Equidade na forma de participação do custeio


O custeio da seguridade social deve ser feito de forma proporcional à
capacidade contributiva de todos que a ele estão obrigados.

Preexistência do custeio em relação aos benefícios


ou serviços

Tem por objetivo impedir que benefícios ou serviços da segurida-


de social sejam criados ou majorados sem que antes sejam esta-
belecidas as correspondentes fontes de custeio/financiamento
dessas prestações.

Caráter democrático e descentralizado da gestão


administrativa
Visa à aproximação dos cidadãos às organizações e aos proces-
sos de decisão dos quais dependem seus direitos.

FONTES DE CUSTEIO
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social é financiada por toda a sociedade, de forma direta ou
indireta, mediante recursos provenientes da União, dos estados, do Distri-
to Federal, dos municípios e de contribuições sociais.

— Receitas que Compõem


o Orçamento
O orçamento da seguridade social, no âmbito federal, é composto das
seguintes receitas:

Recursos da União
Recursos adicionais do orçamento fiscal, fixados obrigatoriamente
na Lei Orçamentária Anual.

Contribuições sociais
a) das empresas, que incidem sobre a folha de salários dos segu-
rados empregados e demais pessoas físicas a seu serviço, e sobre
o faturamento e o lucro;

b) das empresas exclusivamente rurais, incidentes sobre o valor da


venda da produção;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 12
UNIDADE 1

c) das empresas agroindustriais, que incidem sobre a folha de salá-


rio dos segurados empregados e demais pessoas físicas a seu ser-
viço, e sobre o faturamento e o lucro;

d) dos empresários e empregadores domésticos;

e) dos trabalhadores em geral (empregados, empregados domés-


ticos, autônomos, equiparados a autônomos, avulsos, facultativos),
incidentes sobre a remuneração;

f) dos produtores rurais, pessoas físicas e dos segurados especiais;

g) incidentes sobre os chamados concursos prognósticos (loterias


em geral, corridas de cavalo);

h) dos clubes de futebol profissional, que incidem sobre a renda


dos espetáculos desportivos de que participam no território nacio-
nal e de contratos de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
símbolos, de publicidade ou propaganda e transmissão dos espe-
táculos desportivos.

Outras fontes
Constituem outras receitas da seguridade social:

a) multas, atualização monetária e juros moratórios, como as multas


pelo atraso no recolhimento das contribuições, que variam de acor-
do com cada caso, aplicadas às empresas e contribuintes individuais;

b) remuneração recebida pela prestação de serviços de arreca-


dação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros. Essa fonte
de receita vem do serviço prestado pelo INSS e de arrecadação e
fiscalização das contribuições devidas pelas empresas urbanas e
rurais, para o salário educação e para outros fundos e entidades
(SESI, SESC, SEST, SENAC, SENAR, SENAI, INCRA, entre outros);

c) demais receitas patrimoniais, industriais, financeiras e outras


receitas.

O DIREITO À
PREVIDÊNCIA
O direito à Previdência é garantido pela Constituição como parte integran-
te do conjunto de ações que compõem a seguridade social.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 13
UNIDADE 1

— Organização da Previdência
A Previdência Social é organizada sob a forma de dois regimes:

Regime Geral de Previdência Social – RGPS


Esse regime, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
garante um conjunto de benefícios tanto ao segurado quanto a seus
dependentes. Todo cidadão tem o direito de vinculação ao Regime
Geral de Previdência Social – RGPS –, mediante contribuição.

É exclusivo aos funcionários da iniciativa privada. Entre os contri-


buintes, encontram-se os empregadores, os empregados assala-
riados, os domésticos, os autônomos, os contribuintes individuais e
os trabalhadores rurais.

Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS


Esses regimes, voltados para os funcionários públicos e militares,
garantem um conjunto de benefícios tanto ao segurado quanto a
seus dependentes.

É exclusivo aos servidores públicos titulares de cargo efetivo, man-


tido pelos entes públicos da Federação (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios).

A previdência social pode ser vista como um pacto de gerações, onde os par-
ticipantes ativos financiam, com as suas contribuições, os benefícios pagos
para os inativos. Logo, não há reservas individualizadas na previdência social.

Por esse motivo, não há possibilidade do segurado da previdência social trans-


ferir os recursos que ele pagou para um plano de previdência complementar.

— Benefícios
Alguns dos principais benefícios do Regime Geral da Previdência Social:

PARA OS SEGURADOS PARA OS DEPENDENTES

aposentadoria – por tempo de contribuição, pensão por morte do segurado, homem ou mu-
especial, por idade ou por invalidez, aposenta- lher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
doria especial a pessoas com deficiência.

auxílio-doença auxílio-reclusão

Quanto ao valor dos benefícios, o texto constitucional estabelece que:

■ nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o


rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao
salário mínimo;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 14
UNIDADE 1

■ todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de


benefício serão devidamente atualizados na forma da lei;
■ é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em
caráter permanente, o valor real conforme critérios definidos em lei.

FORMAS DE CONCESSÃO
DE BENEFÍCIOS
Serão apresentados, neste tópico, os conceitos básicos dos benefícios
oferecidos pela Previdência Social que permanecem garantidos após a
promulgação da Emenda Constitucional nº 103, de novembro de 2019.
Essa emenda altera o sistema de previdência social e estabelece regras
de transição e disposições transitórias.

Esse assunto também será abordado no próximo tópico.

— Para os Segurados
Aposentadoria por Tempo de Contribuição
Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve compro-
var pelo menos 35 anos de contribuição, e a trabalhadora mulher, 30 anos.

Atenção
Para ter direito à aposentadoria, é necessário também o cumprimento do período de
carência, que corresponde ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis
para que o segurado faça jus ao benefício. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991
devem ter, pelo menos, 180 contribuições mensais.
A aposentadoria por tempo de contribuição é irreversível e irrenunciável: depois que
receber o primeiro pagamento, sacar o PIS ou o Fundo de Garantia (o que ocorrer pri-
meiro), o segurado não poderá desistir do benefício.
O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria.
O aposentado que voltar ao trabalho terá de contribuir para a Previdência Social, de
acordo com sua categoria de segurado e faixa salarial, porém sua contribuição não
acarretará a concessão de novo benefício ou recálculo do benefício já adquirido.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 15
UNIDADE 1

A Regra 85/95 Progressiva para a


Aposentadoria por Tempo de Contribuição
O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de
contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no
cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua
idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de
requerimento da aposentadoria, for:

■ igual ou superior a noventa e cinco (95) pontos, se homem,


observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos;
■ igual ou superior a oitenta e cinco pontos (85), se mulher,
observando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos.

MULHER HOMEM

Até 30 de dezembro de 2018 85 95

De 31 de dez/18 a 30 de dez/20 86 96

De 31 de dez/20 a 30 de dez/22 87 97

De 31 de dez/22 a 30 de dez/24 88 98

De 31 de dez/24 a 30 de dez/26 89 99

De 31 de dez/26 em diante 90 100

Aposentadoria Especial
Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições pre-
judiciais à saúde ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria
especial, o trabalhador deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efe-
tiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou asso-
ciação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a concessão do
benefício (15, 20 ou 25 anos).

Aposentadoria por Idade


Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino a par-
tir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade. Os tra-
balhadores rurais podem pedir aposentadoria por idade com cinco anos a
menos: a partir dos 60 anos, homens e a partir dos 55 anos, mulheres. Tanto
para os trabalhadores urbanos quanto para os rurais há a necessidade de se
cumprir a carência mínima de 180 meses de contribuição (15 anos).

Aposentadoria por Invalidez


Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem
considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para
exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 16
UNIDADE 1

Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previ-


dência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser
quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.

Quem recebe aposentadoria por invalidez tem de passar por perícia


médica de dois em dois anos, senão o benefício é suspenso. A aposen-
tadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e
volta ao trabalho.

Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a Previ-
dência Social por, no mínimo, 12 meses, no caso de doença. Se for aciden-
te, esse prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na
Previdência Social.

Aposentadoria Especial a Pessoas com


Deficiência (Idade ou Tempo de Contribuição)
Garante ao segurado do INSS com deficiência o direito à aposentadoria
por idade, aos 60 anos se homem e 55 anos se mulher, e à aposentadoria
por tempo de contribuição com tempo variável, de acordo com o grau de
deficiência (leve, moderada ou grave). Poderá se beneficiar da lei o segura-
do da Previdência Social com deficiência intelectual, mental, física, auditiva
ou visual, avaliada pelo INSS.

A aposentadoria especial a pessoas com deficiência só se aplica aos bene-


fícios requeridos e com direito a partir do dia 4 de dezembro de 2013.
Benefícios com datas anteriores à vigência da lei não se enquadram nesse
direito e nem podem pleitear revisão.

— Para os Dependentes do Segurado


Pensão por Morte
Benefício pago à família do trabalhador quando ele morre. Para concessão de
pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que
o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado.

A duração do benefício pode variar conforme a quantidade de contribui-


ções do falecido, além de outros fatores.

Para o cônjuge, o(a) companheiro(a), o cônjuge divorciado ou separado


judicialmente ou de fato que recebia pensão alimentícia:

■ Duração de 4 (quatro) meses a contar da data do óbito:


» se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha realizado 18 con-
tribuições mensais à Previdência;
» se o casamento ou união estável se iniciou em menos de 2
(dois) anos antes do falecimento do segurado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 17
UNIDADE 1

■ Duração variável conforme a tabela abaixo:


» se o óbito ocorrer depois que o segurado tenha realizado 18
contribuições mensais pelo segurado e pelo menos 2 (dois)
anos após o início do casamento ou da união estável;
» se o óbito decorrer de acidente de qualquer natureza, inde-
pendentemente da quantidade de contribuições e tempo de
casamento/união estável.

IDADE DO DEPENDENTE DURAÇÃO MÁXIMA


NA DATA DO ÓBITO DO BENEFÍCIO OU COTA

Menos de 21 (vinte e um) anos 3 (três) anos

Entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos 6 (seis) anos

Entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos 10 (dez) anos

Entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos 15 (quinze) anos

Entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos 20 (vinte) anos

A partir de 44 (quarenta e quatro) anos Vitalício

Para o cônjuge inválido ou com deficiência, o benefício será devido


enquanto durar a deficiência ou invalidez, respeitando-se os prazos míni-
mos descritos na tabela anterior.

Para os filhos, equiparados ou irmãos do falecido (desde que comprovem


o direito), o benefício é devido até os 21 (vinte e um) anos de idade, salvo
em caso de invalidez ou deficiência.

O valor mensal da pensão por morte corresponde a cem por cento (100%)
do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria
direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

Auxílio-reclusão
O auxílio-reclusão é um benefício devido aos dependentes do segurado
recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso sob regime
fechado ou semiaberto. Não cabe concessão de auxílio-reclusão aos
dependentes do segurado que estiver em livramento condicional ou cum-
prindo pena em regime aberto.

Para que os dependentes tenham direito, é necessário que o último salá-


rio recebido pelo cidadão esteja dentro do limite previsto pela legislação
vigente. Caso não esteja, não há direito ao benefício.

Para a concessão do benefício, é necessário o cumprimento dos seguintes


requisitos:

■ o segurado que tiver sido preso não poderá estar recebendo salá-
rio da empresa na qual trabalhava, nem estar em gozo de auxí-
lio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 18
UNIDADE 1

■ a reclusão deverá ter ocorrido no prazo de manutenção da quali-


dade de segurado.
Requisitos para o recebimento do auxílio-reclusão

Em relação aos dependentes:

■ para cônjuge ou companheira – comprovar casamento ou união


estável na data em que o segurado foi preso;
■ para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão (desde que com-
prove a dependência), de ambos os sexos – possuir menos de
21 anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência.

Fator Previdenciário
É aplicado para o cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição
e por idade, sendo opcional no segundo caso. Criado com o objetivo de
equiparar a contribuição do segurado ao valor do benefício, baseia-se em
quatro elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo
de contribuição à Previdência Social e expectativa de sobrevida do segu-
rado (conforme tabela do IBGE).

A fórmula do fator previdenciário é:

Tc × a (Id + Tc × a)
f = × 1+
Es 100

f = fator previdenciário
Tc = tempo de contribuição do trabalhador
a = alíquota de contribuição (0,31)
Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposen-
tadoria
Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria

O Fator Previdenciário é utilizado somente no cálculo do valor da aposen-


tadoria por tempo de contribuição. Na aposentadoria por invalidez e na
aposentadoria especial, não há utilização do fator. Na aposentadoria por
idade, a fórmula é utilizada opcionalmente, apenas quando aumentar o
valor do benefício.

Pelas regras da aposentadoria por tempo de contribuição, se o fator for menor


do que 1, haverá redução do valor do benefício. Se o fator for maior que 1,
haverá acréscimo no valor e se o fator for igual a 1, não haverá alteração.

Compete ao IBGE publicar, anualmente, até o dia 1º de dezembro, no Diário


Oficial da União, a tábua completa de mortalidade para o total da popula-
ção brasileira referente ao ano pesquisado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 19
UNIDADE 1

A NOVA PREVIDÊNCIA
Com a edição da REFORMA DA PREVIDÊNCIA, através da publicação da
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103 - de 12 de novembro de 2019 - Altera
o sistema de previdência social e estabelece regras de transição e disposi­
ções transitórias, passamos agora a ter 3 (três) tipos de benefícios no
Regime Geral de Previdência Social:

1. Benefícios Pré-Reforma.
2. Benefícios das Regras de Transição.
3. Benefícios Pós-reforma.

— Benefícios Pré-Reforma
Basicamente são os benefícios vigentes até a data da EC 103/2019, possí-
Atenção vel de deferimento para segurados que já haviam implementado todos os
requisitos antes da EC 103 (direito adquirido), bem como benefícios com
Para ter direito à aposentadoria data do fato gerador antes da reforma.
integral ou proporcional, é necessário
também o cumprimento do período Para os segurados:
de carência, que corresponde ao
■ Aposentadoria por tempo de contribuição (com Fator Previdenciário)
número mínimo de contribuições
mensais indispensáveis para que ■ Aposentadoria por tempo de contribuição Regra85/95 (sem Fator)
o segurado faça jus ao benefício. ■ Aposentadoria especial a pessoas com deficiência
Os inscritos a partir de 25 de julho
■ Aposentadoria especial;
de 1991 devem ter, pelo menos, 180
contribuições mensais. ■ Aposentadoria por idade;
A aposentadoria por tempo de ■ Aposentadoria por invalidez;
contribuição é irreversível e
■ e o Auxílio doença.
irrenunciável: depois que receber o
primeiro pagamento, sacar o PIS ou Para os dependentes do segurado:
o Fundo de Garantia (o que ocorrer
■ Pensão por morte do segurado,
primeiro), o segurado não poderá
desistir do benefício. ■ Auxílio-reclusão

— Benefícios das Regras


O trabalhador não precisa sair
do emprego para requerer a
aposentadoria.
de Transição
O aposentado que voltar ao trabalho
terá de contribuir para a Previdência Benefícios trazidos pela EC 103/2019 para segurados já filiados ao RGPS
Social, de acordo com sua categoria na entrada em vigor da EC e que ainda não haviam preenchido requisitos
de segurado e faixa salarial, porém pelas regras anteriores até a reforma. Nas regras de transição estão as apo-
sua contribuição não acarretará a sentadorias programáveis, que são por tempo de contribuição, por idade e
concessão de novo benefício ou aposentadoria especial.
recálculo do benefício já adquirido.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 20
UNIDADE 1

Para quem já está no Mercado de Trabalho foram criadas 5 Regras de Transição.

As 5 regras de transição
Quem já trabalha e contribui para o INSS ou é funcionário público terá regras
de transição. Outras categorias especiais, como a dos professores, também
passarão por mudanças. Na transição, a idade mínima de aposenta­doria
por idade, pelo INSS, para quem já trabalha subirá aos poucos. Começa
em 61 (homens) e 56 (mulheres) e terá acréscimo de 6 meses por ano. Em
2022, por exemplo, será de 62 (homens) e 57 (mulheres).

A proposta prevê 5 regras de transição para os trabalhadores da iniciativa


privada que já estão no mercado.

Todas as modalidades vão vigorar por até 14 anos depois de aprovada a


reforma. O segurado poderá sempre optar pela forma mais vantajosa

Regra de Transição 1 – Sistema de pontos Fórmula 86/96.


A regra é semelhante à fórmula atual para pedir a aposentadoria integral,
a fórmula 86/96.

O trabalhador deverá alcançar uma pontuação que resulta da soma de sua


idade mais o tempo de contribuição, que hoje é 86 para as mulheres e 96
para os homens, respeitando um mínimo de 35 anos de contribuição para
eles, e 30 anos para elas.

A transição prevê um aumento de 1 ponto a cada ano, chegando a 100 para


mulheres e 105 para os homens.

Regra Geral de 60% da média de todos salários de contribuição a partir de


julho de 1994 + 2% a cada ano que exceder 20 anos de Tempo de Contri-
buição para homens e 15 anos para mulher.

Regra de Transição 2 – Tempo de contribuição + Idade


Nessa regra, a idade mínima começa em 56 anos para mulheres e 61 para
os homens, subindo meio ponto a cada ano.

Em 12 anos acaba a transição para as mulheres e em 8 anos para os homens.

Nesse modelo, é exigido um tempo mínimo de contribuição: 30 anos para


mulheres e 35 para homens

Regra de Transição 3 – Pedágio de 50%


Para ter direito a esta regra, até a promulgação da EC 103/2019 o segurado
precisa ter 28 anos de contribuição se mulher e 33 anos de contribuição
se homem, ou seja, precisaria estar a pelo menos 2 anos da aposentadoria
por tempo de contribuição anterior a promulgação da PEC.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 21
UNIDADE 1

50% – Tempo de contribuição para quem está próximo de se aposentar (para


INSS). O pedágio vale para quem vai se aposentar em breve com o tempo
mínimo de contribuição de 30 anos para mulher e 35 anos para homens.

Forma de cálculo: 100% da média de todos salários de contribuição a partir


de julho de 1994 multiplicada pelo Fator Previdenciário (100% média x FP).

Quem estiver a um ano da aposentadoria deverá trabalhar mais seis meses,


totalizando um ano e meio. O fator previdenciário ainda estará valendo.

Regra de Transição 4 – Pedágio de 100%


100% – Tempo de contribuição para Trabalhadores do INSS – haverá a
opção para quem quiser se aposentar por idade, tanto no setor privado
quanto no setor público.

Todos terão que se enquadrar na seguinte regra: idade mínima de 57 anos


(mulheres) e de 60 anos (homens), além de pagar um pedágio de 100%,
ou seja, igual ao número de anos que faltará para cumprir o tempo mínimo
de contribuição.

Forma de cálculo: 100% da média de todos salários de contribuição a


partir de julho de 1994 (100% média). Exemplo: a mulher que estiver com
27 anos de contribuição, a partir da data em que a PEC entrar em vigor,
precisará trabalhar mais três anos para completar os 30 anos obrigatórios
e mais três anos do pedágio.

Regra de Transição 5 – Por idade


A idade mínima partirá de 56 anos para mulheres e 61 anos para homens.

A cada ano, a partir de 2020, esses valores subirão 0,5 ponto ao ano, che-
gando até os limites estabelecidos de 65 anos para homens e 62 para
mulheres. Com isso, a transição durará 12 anos no caso das mulheres e
dez para os homens.

Requisitos cumulativos:

15 anos de contribuição para ambos os sexos;

Idade Mínima de 60 anos para Mulheres e 65 anos para homens, sendo a


idade mínima para mulheres sofrerá aumento progressivamente de 6 meses
por ano a partir de 2020, chegando a 62 anos em 2023;

Vale ressaltar que essa terceira regra só valerá para quem tiver o tempo
mínimo de contribuição estabelecido, que será de 35 anos para homens e
de 30 para mulheres.

Forma de cálculo: Regra Geral de 60% da média de todos salários de con-


tribuição a partir de julho de 1994 + 2% a cada ano que exceder 20 anos de
Tempo de Contribuição para homens e 15 anos para mulher.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 22
UNIDADE 1

— Benefícios Pós-reforma
São todos os demais benefícios a partir de agora, exceto os previstos nas
regras de transição e os que tiverem data do fato gerador anterior a EC
103. Importante ressaltar que as Aposentadorias programáveis previstas
como “regras permanentes” somente serão destinadas aos segurados que
ingressarem no sistema previdenciário após a EC 103/2019.

Se ainda não trabalha ou se ainda não entrou no Mercado de Trabalho.

— Aposentadoria por Tempo de


contribuição e idade mínima
Trabalhadores privados (urbanos)

■ Idade mínima: Os trabalhadores que ainda não começaram a


traba­lhar vão se aposentar aos 62 (mulheres) e 65 anos (homens).
■ Tempo de contribuição: Poderá se aposentar quem atingir
essas idades e tiver contribuído por 15 anos (mulheres) e 20 anos
(homens).
Trabalhadores rurais

■ Idade mínima: 55 anos (mulheres) e 60 anos (homens)


■ Tempo de contribuição: 15 anos (ambos os sexos)
Professores

■ Idade mínima: 57 anos (mulheres) e 60 anos (homens)


■ Tempo de contribuição: 25 anos (ambos os sexos)
Policiais federais, rodoviários federais e legislativos

■ Idade mínima: 55 anos (ambos os sexos)


■ Tempo de contribuição: 30 anos (para ambos os sexos, além de
25 anos no exercício da carreira)

— Cálculo das aposentadorias


Antes da Reforma da Previdência: Média dos 80% maiores salários desde
julho 1994.

Após a Reforma da Previdência: 60% da média de todos os salários (100%


dos salários de Contribuição), desde julho 1994, mais 2% por ano de contri-
buição que exceder 15 anos mulher / 20 anos homem.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 23
UNIDADE 1

Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios como base
para contribuições decorrentes das atividades militares de que tra-
tam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados mone-
tariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período
contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início
da contribuição, se posterior àquela competência.

(…)

Art. 26.

§ 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60%


(sessenta por cento) da média aritmética definida na forma prevista
no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais
para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte)
anos de contribuição (…);

Mulheres terão direito a 100% do benefício quando somarem 35 anos de


contribuição.

Homens terão direito a 100% do benefício quando tiverem 40 anos de con-


tribuição.

Reajustes – o valor da aposentadoria nunca será superior ao teto do INSS,


nem inferior ao salário mínimo

Garantia – o reajuste dos benefícios sempre será calculado pela inflação.

— Alíquotas de Contribuição
Novas alíquotas de contribuição à Previdência valem a partir de março de
2020.

CONTRIBUIÇÃO DE TRABALHADORES
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA

Até um salário mínimo (R$ 1.039) 7,5%

De R$ 1.039 até R$ 2.089,60 9%

De R$ 2.089,61 até R$ 3.134,40 12%

De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 14%


Fonte: Agência Senado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 24
UNIDADE 1

— Outros benefícios alterados


pela Reforma da Previdência
Pensão por morte
Pensão à viúva ou ao viúvo. Um percentual, no valor de 50% do valor da
aposentadoria, vai determinar quanto passará a receber o dependente do
segurado falecido. Assim, o viúvo ou a viúva receberá 50% mais 10%, como
dependente, além de 10% por filho, se houver, até atingir a maioridade.

Se o benefício for a única fonte de renda daquele dependente, o valor não


poderá ser menor do que o salário-mínimo em vigor.

Aposentadoria Especial
A reforma da Previdência aprovada no Congresso prevê que essa conver-
são só será permitida para trabalhos que forem exercidos até a publicação
das novas regras. Isso afeta, por exemplo, metalúrgicos, profissionais da
saúde, soldadores e eletricitários.

A inovação é no sentido de proibir tal caracterização por enquadramen-


to por periculosidade. Assim, apenas a insalubridade está prevista para
enquadramento neste benefício após a EC 103, cabendo ainda a discussão
se o tempo trabalhado com periculosidade antes da reforma poderá ser
somado com atividade insalubre depois da emenda constitucional.

Nota
A PEC Paralela, ainda em votação ( jan/2020), propõe que os trabalhadores de áreas
insalubres e de risco, muito afetados pela reforma, podem reconquistar um direito que
atualmente lhes garante antecipar a aposentadoria. Uma emenda quer derrubar o tre-
cho da reforma que proíbe a conversão de tempo especial em comum.

Requisitos cumulativos
Tempo de Contribuição: 15, 20 ou 25 anos de contribuição em atividades
insalubres (ambos os sexos);

Tempo de Contribuição + Idade


Pontuação:

■ 66 pontos para a atividade especial de 15 anos;


■ 76 pontos para a atividade especial de 20 anos;
■ 86 pontos para a atividade especial de 25 anos;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 25
UNIDADE 1

Aposentadoria por Incapacidade


Permanente (Nova nomenclatura da
Aposentadoria por Invalidez)
A aposentadoria por invalidez, que hoje é de 100% da média salarial do
segurado, terá novo cálculo. A partir da reforma da Previdência o benefício
será de 60% mais 2% a cada ano de contribuição que ultrapassar 20 anos.

Ela só será integral (100% da média) nos casos de acidente de trabalho,


doenças profissionais e doenças do trabalho.

Nota
A PEC Paralela propõe que, em caso de acidente, a aposentadoria será de 70% da
média salarial mais 2% a cada ano que ultrapassar 20 anos.

Auxílio-doença
A Nova Previdência praticamente não altera as regras do auxílio-doença.
Com a nova lei, a média de contribuições para calcular o auxílio-doença
será de 100%, e não de 80%, como é hoje. Para obter o benefício estão
mantidos os procedimentos atuais: agendar perícia médica e esperar o
resultado a que o segurado tem direito.

Pessoa com deficiência e idoso


em situação de pobreza
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) não mudará.

Pessoas com deficiência e idosos de 65 anos ou mais que vivem em situa-


ção de pobreza.

Um salário mínimo mensal será pago aos que comprovarem não possuir
meios para se manter nem de ser mantidos por suas famílias.

Para ter direito é necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja
inferior a 1/4 do salário mínimo vigente.

Não é necessário que o deficiente ou o idoso tenha contribuído ao INSS


para ter direito. No entanto, da mesma forma que é hoje, esse benefício
não paga 13º salário e não deixa pensão por morte.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 26
UNIDADE 1

Mais mudanças vêm aí

Para agilizar a tramitação da reforma da Previdência no Congresso, foi feito


um acordo político para que o Senado aprovasse o texto que chegou da
Câmara sem mudanças. As alterações foram reunidas na PEC nº 133 de
2019, que vem sendo chamada de PEC paralela.

Ela contém a inclusão de servidores de estados e municípios na reforma


e a previsão de novas fontes de receita para a Previdência, entre outras
medidas que poderão ser acrescentadas.

A PEC paralela está em tramitação.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 27
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


1. Um segurado que contribui para a Previdência Social deseja transferir
sua contribuição para um plano de Previdência Complementar. Sobre esta
afirmação, é correto declarar que:

I) Ele pode fazer a transferência, porque a legislação garante a ele


esse direito.
II) Caso transfira sua contribuição, o segurado terá mais vantagens
financeiras.
III) Ele pode transferir sua contribuição, porque a Previdência Social é
de caráter contributivo e de filiação obrigatória.
IV) A transferência não é possível, porque a Previdência Social não
possibilita a constituição de reserva individualizada.

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente IV é proposição verdadeira.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente III e IV são proposições verdadeiras.

2. As receitas que compõem, no âmbito federal, o orçamento da segurida-


de social são:

(a) Da União, das contribuições sociais e de outras fontes.


(b) Das empresas e dos empregados.
(c) Dos empregados, da União e dos trabalhadores.
(d) Da Previdência Complementar, dos trabalhadores e dos empregados.
(e) Das receitas de jogos prognósticos, da União e dos trabalhadores.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 28
FIXANDO CONCEITOS

3. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a


alternativa correta:

( ) Existem dois regimes na Previdência Social.


( ) Os dependentes têm direito à pensão e auxílio-doença.
( ) Os benefícios pagos pela Previdência Social podem ser inferiores a
um salário mínimo.
( ) Os dependentes têm direito a pensão e auxílio-reclusão.
( ) Os segurados têm direito aos benefícios de aposentadoria e
auxílio-doença.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, V, V.
(b) F, V, F, F, V.
(c) V, F, V, V, V.
(d) V, V, F, F, V.
(e) V, V, F, V, F.

4. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a


alternativa correta:

( ) Todo cidadão tem direito de vinculação ao Regime Geral de Previ-


dência Social mediante contribuição.
( ) O Regime Geral de Previdência Social tem caráter contributivo e
filiação obrigatória.
( ) Universalidade da cobertura e do atendimento é um dos princípios
básicos definidos no texto constitucional.
( ) A União funciona como uma espécie de fiadora da Previdência
Social a cada três exercícios.
( ) As contribuições sociais não integram as fontes de custeio da Pre-
vidência Social.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) F, V, V, V, F.
(b) V, F, V, F, F.
(c) V, V, F, V, V.
(d) F, F, V, V, V.
(e) V, V, V, F, F.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 29
FIXANDO CONCEITOS

Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque


a alternativa correta:
5. No que se refere à Seguridade Social, é correto afirmar que:

( ) A Seguridade Social é financiada somente por recursos provenien-


tes da União.
( ) Um dos princípios básicos da Seguridade Social, que prevê que
todos, sem distinção, têm direito à seguridade social, é a universali-
dade da cobertura e do atendimento.
( ) As contribuições sociais das empresas, que incidem sobre a folha
de salários dos segurados empregados e demais pessoas físicas a
seu serviço e sobre o faturamento e o lucro dessas empresas, são
exemplos de uma das receitas que compõem o orçamento da Segu-
ridade Social no âmbito federal.
( ) As contribuições incidentes sobre os chamados concursos prognós-
ticos (loterias em geral, corridas de cavalo, entre outros) são exem-
plos de uma das receitas que compõem o orçamento da Segurida-
de Social no âmbito federal.
(a) V, F, V, F.
(b) V, F, F, F.
(c) F, V, F, F.
(d) V, V, F, F.
(e) F, V, V, V.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 30
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
02 UNIDADE 2

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a evolução ■ Classificar as entidades
histórica da Previdência abertas e fechadas de ⊲ UM POUCO DE HISTÓRIA
Privada no Brasil. Previdência Complementar.
⊲ UMA ALTERNATIVA
■ Identificar a estrutura do DE POUPANÇA
Sistema de Previdência
Privada. ⊲ ESTRUTURA DO SISTEMA

⊲ FIXANDO CONCEITOS 2

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 31
UNIDADE 2

UM POUCO
DE HISTÓRIA
Algumas iniciativas no sentido de instituir planos de Previdência no Brasil ocor-
reram no final do século XVIII e início do XIX. Entre elas, destaca-se a criação
do Montepio Geral de Economia dos Servidores – MONGERAL – em 1835.

Até o início da década de 1980, os planos de Previdência disponíveis ao


público eram administrados em sua maior parte, por entidades sem fins
lucrativos e ligados a setores de atividades relativos ao funcionalismo
público ou outras atividades relacionadas às profissões chamadas liberais.

A falta de regulamentação específica bem como de fiscalização adequada,


aliada ao desconhecimento e ao embasamento técnico-atuarial insuficiente,
criou nos participantes um conjunto de frustrações em relação aos produtos
adquiridos e, consequentemente, um descrédito em relação a esses produtos.

No decorrer da década de 1980, com a criação de regulamentação especí-


fica, verificou-se a introdução de novos planos previdenciários no mercado
e o aparecimento de administradores especializados, além de segurado-
ras que se estruturaram para operar esses produtos no mercado.

No que se refere aos fundos de pensão, verifica-se que seu marco ini-
cial ocorreu em 16 de abril de 1904, quando foi fundada a Caixa de
Montepio dos Funcionários do Banco do Brasil, antecessora da Previ,
criada por poucos funcionários do Banco com o objetivo de proporcio-
nar aos seus dependentes o pagamento de uma pensão a partir de seu
falecimento. Outras iniciativas de criação de fundos de pensão ocor-
reram durante a década de 1970, em face do crescimento econômico
vivenciado pelo país.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 32
UNIDADE 2

A regulamentação da Previdência Complementar teve seu início com a


promulgação da Lei 6.435, de 15 de julho de 1977, que passou a dispor
sobre as entidades de Previdência Privada. Essa lei foi regulamentada, no
que concerne às entidades abertas, pelo Decreto-Lei 81.402/78, por reso-
luções do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP – e por circu-
lares da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Em 2001, a Lei
6.435/77 teve seu contexto legal reformulado pela Lei Complementar 109,
de 29 de maio de 2001.

UMA ALTERNATIVA
DE POUPANÇA
A previdência complementar, também conhecida como previdência priva-
da, é um sistema que permite ao cidadão guardar uma parcela de recursos
ao longo do tempo, para garantir uma renda futura melhor para si mesmo
e sua família, ou seja, representa uma alternativa de poupança, de caráter
exclusivamente privado, destinada à manutenção do poder aquisitivo, caso
haja perda da capacidade laborativa ou, simplesmente, uma forma alterna-
tiva de investimento.

Em linhas gerais, aquele que contrata um plano de Previdência Comple-


mentar deseja garantir, principalmente na aposentadoria, uma renda próxi-
ma àquela que recebia quando ativo, ou seja, quando inserido no mercado
de trabalho.

É importante ter em mente que para qualquer país, a poupança é fundamen-


tal, pois é a origem do investimento. Para se fazer qualquer investimento,
a condição indispensável é que se tenha prévia ou simultaneamente uma
poupança. É nesse contexto de formadora e mantenedora de poupança
de médio e longo prazos que se insere a Previdência Complementar.
Benefício A pessoa física que contrata um plano de Previdência Complementar é
Pagamento efetuado pela
denominada participante, enquanto a pessoa física em gozo do recebi-
entidade ao participante ou
mento do benefício é denominada assistido.
beneficiário, em contrapartida
às contribuições feitas para
Uma maneira de se precaver contra o risco de não haver recursos na apo-
custeio do plano.
sentadoria é economizar parte do salário, acumulando esses recursos em
fundos individuais, para usufruir dos recursos acumulados na aposentado-
ria. Este é o princípio de funcionamento dos planos de complementação
de aposentadoria. Por isso, a existência da previdência complementar se
justifica, também, pelo fato de ser uma alternativa para a complementação
dos benefícios pagos pela Previdência Social.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 33
UNIDADE 2

Quando financiada pelas empresas, a Previdência Complementar se justifica


pela necessidade cada vez mais evidente que as companhias têm de atrair,
reter e desenvolver talentos, capazes de trabalhar em equipe e com com-
prometimento, descentralizando decisões para gestores e colaboradores.

Contratar e reter bons funcionários passa a ser uma tarefa primordial


para qualquer companhia, visando, sobretudo, evitar uma grande rota-
tividade, que pode abalar o seu sucesso, especialmente se a perda de
qualquer de seus colaboradores ocorrer para uma empresa concor-
rente. Nesse caso, além da perda de um funcionário que custou tem-
po e dinheiro para ser treinado, a companhia fornece à concorrência
­informações e talentos importantes.

Um outro fator que merece destaque refere-se à oxigenação dos colabo-


radores e é um dos motivos mais fortes que levam as empresas a criar pla-
nos de Previdência Complementar, tornando possível manter ou mesmo
aumentar a competitividade delas no mercado, por intermédio da subs-
tituição dos funcionários mais velhos e com maior dificuldade em acom-
panhar padrões de produtividade e criatividade. Com a complementação
da aposentadoria, esses funcionários mais antigos acabam aceitando com
tranquilidade a decisão de se aposentar, uma vez que seu padrão de renda
não declinará, mantendo-se próximo do atual.

É certo também que a política de remuneração da empresa exerce papel


fundamental na atração, retenção e motivação de talentos. Entretanto,
apesar dos diversos componentes da remuneração total que um indiví-
duo pode ter (salário-base e adicionais, remuneração variável de curto
prazo, benefícios e incentivos de longo prazo), o plano de Previdência
Complementar é um dos benefícios mais significativos em termos de
custo e de valor, em face das vantagens fiscais sobre outras alternativas
de remuneração.

Entretanto, é importante esclarecer que há limites para a dedução do que


as empresas e as pessoas físicas pagam para planos de previdência com-
plementar, ou seja, o que é pago não é 100% abatido no imposto de renda.

ESTRUTURA
DO SISTEMA
A Previdência Complementar no Brasil é operada por entidades de Previ-
dência Complementar, que têm por objetivo principal instituir e executar
planos de benefícios de caráter previdenciário.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 34
UNIDADE 2

Essas entidades são classificadas em Entidades Abertas de Previ-


dência Complementar (EAPC) e Entidades Fechadas de Previ-
dência Comple- mentar (EFPC). As entidades fechadas de previdên-
cia complementar são também conhecidas por Fundos de Pensão.

— Entidades Abertas de Previdência


Complementar – EAPC
São aquelas constituídas unicamente sob a forma de sociedades
1. Inicialmente, a Lei 6.435/77 anônimas¹, que têm por objetivo principal instituir planos que podem
permitiu que as entidades ter coberturas de morte, invalidez ou sobrevivência.
abertas fossem organizadas
sob a forma de sociedades A Lei Complementar 109/2001 permitiu que as sociedades segu-
anônimas, quando tivessem fins radoras que operem exclusivamente no Ramo de Seguro de Pes-
lucrativos, ou sociedades civis ou soas sejam autorizadas a comercializar planos de Previdência
fundações, sem fins lucrativos. Complementar.
Entretanto, com o propósito
de conferir maior segurança As EAPCs encontram-se subordinadas ao Ministério da Economia e
e credibilidade ao Sistema de têm como órgãos normativo e fiscalizador, respectivamente, o Con-
Previdência Complementar, a Lei
selho Nacional de Seguros Privados – CNSP – e a Superintendência
Complementar 109/01 restringiu
de Seguros Privados – SUSEP.
a constituição das entidades
abertas unicamente à forma
Os planos das entidades abertas podem ser contratados sob a forma
de sociedades anônimas, o
que representou um avanço no
individual ou coletiva. Os planos individuais são aqueles acessí-
controle e na transparência. veis a quaisquer pessoas físicas, enquanto os planos coletivos são
aqueles destinados a pessoas físicas vinculadas, direta ou indireta-
2. A Lei Complementar 109/01 mente, a uma pessoa jurídica contratante, que pode participar do
ampliou a figura do patrocinador, custeio do plano, conforme disposições constantes no contrato cele-
ao incluir nessa categoria a
brado entre a pessoa jurídica contratante e a entidade aberta.
União, os Estados, o Distrito

— Entidades Fechadas
Federal e os Municípios, quando
estes instituírem suas entidades

de Previdência
de Previdência Complementar.

3. A Lei Complementar 109/01


passou a permitir que pessoas
jurídicas de caráter profissional,
Complementar – EFPC
classista ou setorial – os
São aquelas organizadas sob a forma de fundações de direito priva-
instituidores – optem por criar
uma entidade fechada de do ou de sociedade civil, conhecidas também como fundo de pen-
Previdência Complementar para são, sem fins lucrativos, acessíveis exclusivamente:
seus associados ou membros.
■ aos empregados de uma empresa, ou grupo de empresas,
e aos servidores da União, dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios, entes denominados patrocinadores²;
■ aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter
profissional, classista ou setorial, denominados instituidores³.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 35
UNIDADE 2

As EFPCs têm a finalidade de administrar e operar planos de


4. Em 2016, o Ministério da
benefícios previdenciários criados por empresas (patrocinado-
Previdência Social foi incorporado
ao Ministério da Fazenda, de res) para seus empregados (participantes) ou por pessoas jurí-
acordo com a Lei 13.341, de 29 dicas de caráter profissional, classista ou setorial (instituidores)
de setembro de 2016. A partir de para seus associados (participantes).
2019, o Ministério da Fazenda
passou a ser chamado de As entidades fechadas encontram-se subordinadas ao Ministério da
Ministério da Economia. Economia4 e têm como órgão normativo o Conselho Nacional de
Previdência Complementar – CNPC – e órgão fiscalizador a Supe-
5. Criada pela Lei 12.154, de
rintendência Nacionalde Previdência Complementar – PREVIC5.
23 de dezembro de 2009, a
Superintendência Nacional Observe como está organizada a Previdência Complementar no
de Previdência Complementar –
Brasil pelo organograma que segue:
PREVIC –, autarquia de natureza
especial, dotada de autonomia
administrativa e financeira, e Previdência Complementar
patrimônio próprio, vinculada
ao Ministério da Previdência
Social, com sede e foro no Fechada Aberta
Distrito Federal, e atuação em
todo o território nacional, atua
como entidade de fiscalização Ministério da Economia Ministério da Economia
e de supervisão das atividades
das entidades fechadas de
Previdência Complementar
e de execução das políticas Conselho Nacional de Conselho Nacional de
para o regime de Previdência Previdência Complementar Seguros Privados
Complementar operado (CNPC) (CNSP)
pelas entidades fechadas de
Previdência Complementar,
observadas as disposições Superintendência Nacional de SUSEP
constitucionais e legais aplicáveis. Previdência Complementar –
PREVIC
Sem Fins Com Fins
Lucrativos* Lucrativos*

Sem Fins Lucrativos


EAPC e
Montepios Sociedades
Fundações – Sociedades Civis Seguradoras

*A Lei Complementar 109/2001 vetou a constituição de entidades abertas de Previdência


Complementar sem fins lucrativos. Dessa forma, somente aquelas que existiam antes da
promulgação da lei é que continuam operando planos de benefícios.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 36
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2
1. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a
alternativa correta:

( ) As entidades fechadas são organizadas sob a forma de sociedades


anônimas.
( ) A regulamentação da Previdência Complementar teve seu início
com a promulgação da Lei 6.435, de 15 de julho de 1977, que passou
a dispor sobre as entidades de Previdência Privada.
( ) Em 2001, a Lei 6.435/77 teve seu contexto legal reformulado pela Lei
Complementar 109, de 29 de maio de 2001.
( ) A Previdência Complementar no Brasil é operada por entidades de
Previdência Complementar, que têm por objetivo principal instituir e
executar planos de benefícios de caráter previdenciário.
( ) Os planos das entidades abertas podem ser contratados sob a forma
individual ou coletiva.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, V, V. (c) F, V, V, V, V. (e) V, V, V, F, F.
(b) F, F, V, V, V. (d) F, V, F, V, F.

Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque


a alternativa correta:
2. A Previdência Complementar se constitui em uma grande ferramenta de
recursos humanos para a empresa.

( ) O plano de Previdência Complementar é um dos benefícios mais sig-


nificativos, em termos de custo e valor, em face das vantagens fiscais.
( ) A Previdência Complementar propicia uma política de renovação de
quadros na organização que implanta um programa de aposentadoria.
( ) A Previdência Complementar serve para promover a retenção de
pessoal qualificado na empresa.
( ) A Previdência Complementar melhora a relação entre empregado
e empregador.
( ) As despesas do empregado e da empresa são totalmente abatidas
no imposto de renda.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, V, V. (c) F, V, F, V, F. (e) V, V, V, V, F.
(b) F, F, V, V, V. (d) V, V, V, F, F.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 37
FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa correta:


3. Os órgãos governamentais normative e fiscalizador, respectivamente,
das entidades fechadas de previdência complementar são:

(a) CNPC e PREVIC.

(b) CNSP e PREVIC.

(c) CNSP e Banco Central.

(d) CVM e Banco Central.

(e) SUSEP e PREVIC.

4. Os órgãos governamentais normativo e fiscalizador, respectivamente,


das entidades abertas de previdência complementar são:

(a) Banco Central e SUSEP.


(b) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central.
(c) CVM e Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).
(d) CNSP e SUSEP.
(e) Banco Central e CNSP.

5. A partir da publicação da Lei Complementar 109/2001, as entidades


abertas de Previdência Complementar estão organizadas sob a forma de:

(a) Fundos de pensão.


(b) Fundação sem fins lucrativos.
(c) Sociedade civil sem fins lucrativos.
(d) Sociedades anônimas.
(e) Fundação ou sociedade civil com fins lucrativos.

6. As entidades fechadas de Previdência Complementar são acessíveis:

(a) A toda e qualquer pessoa física.


(b) A toda e qualquer pessoa física vinculada ou não a uma pessoa jurídica.
(c) Somente aos diretores de uma empresa.
(d) Somente aos servidores da União.
(e) Aos associados ou membros de pessoas jurídicas, de caráter profis-
sional, classista ou setorial.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 38
FIXANDO CONCEITOS

7. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a


alternativa correta:

( ) As EAPC são fiscalizadas pela SUSEP.


( ) As EAPC são fiscalizadas pela Superintendência Nacional de Previ-
dência Complementar – PREVIC.
( ) As entidades são classificadas em abertas e fechadas.
( ) As EFPC são também conhecidas como fundos de pensão.
( ) As EFPC são acessíveis aos associados ou membros de pessoas
jurídicas de caráter professional.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, F, F, V, V. (d) F, V, F, V, F.
(b) V, F, V, V, V. (e) V, V, V, V, V.
(c) V, V, V, V, F.

8. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta

Quando nos referimos à estrutura do sistema de Previdência Complemen-


tar, é correto afirmar que:

(a) As entidades abertas de Previdência Complementar – EAPC – são


fiscalizadas pela Secretaria de Previdência Complementar – SPC.
(b) As entidades são classificadas como abertas, fechadas e mistas.
(c) A Lei 6.435/77 restringiu a constituição das entidades abertas unica-
mente à forma de sociedades anônimas.
(d) As entidades fechadas de Previdência Complementar – EFPC – são
aquelas organizadas sob a forma de fundação ou sociedade civil
sem fins lucrativos.
(e) As entidades fechadas têm como órgão normativo o Ministério da
Previdência e Assistência Social – MPAS.

Marque a alternativa correta


9. O órgão fiscalizador das entidades fechadas de Previdência Comple-
mentar – EFPC – é o(a):

(a) Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP.


(b) Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC.
(c) Conselho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC.
(d) Banco Central – BACEN.
(e) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 39
FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):


10. A pessoa física que contrata um plano de Previdência Complementar
é denominada _____________. Por outro lado, a pessoa física em gozo
de recebimento do benefício é denominada ____________ , sendo que
benefício é o pagamento em dinheiro, efetuado pela entidade ao partici-
pante ou beneficiário, em contraposição ______________ para custeio
do plano.

(a) cliente / participante / ao saldamento efetuado.


(b) participante / assistido / às contribuições feitas.
(c) assistido / participante / ao resgate efetuado.
(d) assistido / beneficiário / às contribuições feitas.
(e) assistido / participante / ao carregamento cobrado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 40
PLANOS de
ENTIDADES
ABERTAS de
03
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
UNIDADE 3

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a estrutura ■ Distinguir os valores
básica dos planos das garantidos por modalidade ⊲ ESTRUTURA BÁSICA
entidades abertas de de cobertura.
Previdência Complementar. ⊲ MODALIDADES DE
■ Entender as garantias ESTRUTURAÇÃO DAS
■ Reconhecer as técnicas. COBERTURAS
modalidades de
estruturação das ⊲ PERÍODOS DE
coberturas. DIFERIMENTO E COBERTURA

■ Identificar as condições ⊲ ADMISSÃO


de admissão, períodos
de diferimento e ⊲ CONTRIBUIÇÕES
cobertura, contribuições e
carregamentos. ⊲ CARREGAMENTO

⊲ VALORES GARANTIDOS

⊲ GARANTIAS TÉCNICAS

⊲ APURAÇÃO DE RESULTADOS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 41
UNIDADE 3

ESTRUTURA BÁSICA
Os planos de Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC –
são estruturados com a finalidade de conceder benefícios a pessoas físi-
cas, vinculadas ou não a uma pessoa jurídica, que preencham as condi-
ções estabelecidas para participação no plano.

Os planos comercializados pelas entidades abertas de Previdência Com-


plementar podem oferecer, isoladamente ou em conjunto, coberturas de
morte ou invalidez total e permanente ou cobertura por sobrevivência.

Os planos com cobertura por sobrevivência têm por objetivo conceder ao


próprio participante que sobreviver ao prazo de diferimento contratado o
recebimento de um benefício à vista ou sob a forma de renda.

Em contrapartida, os planos com cobertura de morte têm por objetivo con-


ceder um benefício, à vista ou sob a forma de renda, aos beneficiários
indicados, em decorrência da morte do participante ocorrida durante o
período de cobertura, desde que tenha sido cumprido o período de carên-
cia estabelecido pelo plano, se houver.

Já os planos com cobertura de invalidez total e permanente têm por objeti-


vo conceder um benefício, à vista ou sob a forma de renda, ao próprio par-
ticipante, em decorrência de sua invalidez total e permanente, ocorrida
durante o período de cobertura, desde que tenha sido cumprido o período
de carência estabelecido pelo plano, se houver.

Independentemente do tipo de cobertura oferecida, os planos podem ser


contratados de forma individual ou coletiva:

Individual
Quando acessível a quaisquer pessoas físicas.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 42
UNIDADE 3

Coletiva
Quando acessível a pessoas físicas vinculadas, direta ou indire-
tamente, a uma pessoa jurídica contratante. A vinculação indireta
refere-se exclusivamente ao caso de contratação por uma asso-
ciação representativa de pessoas jurídicas, envolvendo pessoas
físicas vinculadas a suas filiadas.

O plano coletivo deverá ser disponibilizado, obrigatoriamente, a todos


os componentes do grupo que mantenham vínculo jurídico de mesma
­natureza com a instituidora/averbadora. No entanto, a adesão é facultativa,
podendo ser admitidos como participantes: o cônjuge, o(a) companheiro(a)
e os filhos e os enteados menores considerados dependentes ­econômicos
do componente do grupo.

No caso de contratação coletiva, temos dois tipos de planos:

Plano coletivo averbado


Plano em que a pessoa jurídica propõe a contratação, ficando
investida de poderes de representação exclusivamente para con-
tratá-lo, sem participar do custeio do plano. Neste caso, a pes-
soa jurídica é denominada averbadora.

Plano coletivo instituído


Plano em que a pessoa jurídica propõe a contratação, ficando inves-
tida de poderes de representação exclusivamente para contratá-lo,
participando, total ou parcialmente, do custeio do plano. Nes-
se caso, a pessoa jurídica é denominada instituidora.

Vesting Atenção
É o conjunto de cláusulas
que o participante é obriga-
Além das características e dos benefícios, dos planos de
do a cumprir para ter acesso
entidades abertas de Previdência Complementar que vere-
aos recursos das provisões
decorrentes das contribui- mos a seguir, um plano coletivo instituído pode prever ainda,
ções pagas pela instituidora, entre suas cláusulas, a possibilidade de vesting.
líquidos de carregamento,
quando for o caso.
Tais cláusulas constam, obrigatoriamente, do contrato entre a EAPC e a
instituidora e são, portanto, de expresso e prévio conhecimento do partici-
pante. Envolvem condições como mínimos de idade, anos de serviço ou de
vinculação ao plano e podem não dar direito à totalidade das contribuições
da instituidora. As cláusulas variam de plano para plano.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 43
UNIDADE 3

EXEMPLO DE CLÁUSULAS DE VESTING:

% RESGATÁVEL DA
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PAGA
CONTRIBUIÇÃO (t) PELA EMPRESA

t < 3 anos 10%

3 anos ≤ t < 5 anos 30%

5 anos ≤ t < 8 anos 50%

8 anos ≤ t < 10 anos 80%

t ≥ 10 anos 100%

MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO
DAS COBERTURAS
As coberturas dos planos de Previdência Complementar Aberta podem ser
estruturadas na forma de benefício definido ou de contribuição variável.

— Benefício Definido
A cobertura estruturada na forma de benefício definido é aquela em
que o valor do benefício – pagável de uma única vez ou sob a forma
de renda – e o valor da contribuição são estabelecidos previamente na
proposta de inscrição.

Importante
As coberturas de morte e de invalidez total e permanente são sempre estruturadas
na modalidade de benefício definido. A cobertura por sobrevivência também pode
ser estruturada nessa modalidade.
Exemplos:
1. Quando o participante contrata um plano de pecúlio por morte, ele está contratando
uma cobertura (morte) que é estruturada na modalidade de benefício definido, pois
os valores do benefício e da contribuição já estão definidos previamente na proposta
de inscrição.
2. Quando o participante contrata um plano, definindo no momento da contratação o
valor do benefício que ele receberá à vista, ao final do período de diferimento, se e
somente se ele estiver vivo, ele estará contratando uma cobertura (sobrevivência)
estruturada na modalidade de benefício definido.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 44
UNIDADE 3

— Contribuição Variável
A cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável é aquela em
que o valor e o prazo de pagamentos das contribuições podem ser definidos
previamente na proposta de inscrição, sendo que o valor do benefício, pagá-
vel de uma única vez ou sob a forma de renda, será calculado ao final do perío-
do de diferimento, com base no saldo acumulado na provisão matemática de
benefícios a conceder e no fator de cálculo.

Importante
Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de con-
tribuição variável.
Exemplo:
O PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre – é um plano em que o participante paga
contribuições que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente. Ao
final do período de diferimento, a EAPC calcula o valor do seu benefício, pago sob a
forma de renda, com base no valor acumulado na provisão matemática de benefícios a
conceder e no fator de cálculo. É fácil imaginar que quanto mais o participante tiver acu-
mulado, maior será o valor de renda que ele receberá.
Fator de cálculo – resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros
e tábua biométrica, quando for o caso, utilizado para a obtenção do benefício a ser
pago sob a forma de renda.

Resumindo:

MODALIDADES DE
ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS
TIPO DE
COBERTURAS
BENEFÍCIO CONTRIBUIÇÃO
DEFINIDO VARIÁVEL

Por Sobrevivência Pode ser estruturada Pode ser estruturada


nessa modalidade. nessa modalidade.

Por Morte São sempre estrutura- Não pode ser estrutura-


das nessa modalidade. da nessa modalidade.

Invalidez total São sempre estrutura- Não pode ser estrutura-


e permanente das nessa modalidade. da nessa modalidade.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 45
UNIDADE 3

PERÍODOS DE
DIFERIMENTO E COBERTURA
Para a cobertura por sobrevivência, consideram-se:

Período de diferimento
Aquele compreendido entre a data de início de vigência da cober-
tura por sobrevivência e a data contratualmente prevista para iní-
cio do pagamento do benefício.

Período de pagamento do benefício


Aquele em que o assistido fará jus ao recebimento do benefício
sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou temporário.

Período de cobertura
Prazo correspondente aos períodos de diferimento ou de paga-
mento de benefício, sob a forma de renda.

Para as coberturas de morte e invalidez, consideram-se:

Período de cobertura
Aquele durante o qual o participante, no caso de invalidez, ou os
beneficiários, por morte do participante, farão jus aos benefícios
contratados.

Período de pagamento do benefício


Aquele em que o assistido fará jus ao recebimento do benefício
sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou temporário.

Exemplo
Suponha a contratação de um plano de previdência com o objetivo de receber uma
renda mensal temporária por dez anos, a partir dos 60 anos de idade:

Contribuição pura Fundo

Período contributivo Período de recebimento da renda

Período Período de pagamento


25 de diferimento 60 do benefício 70

25 Período de Cobertura 70

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 46
UNIDADE 3

ADMISSÃO
A contratação de qualquer plano de Previdência Complementar Aberta se
dará mediante assinatura da proposta de inscrição, sua protocolização e
aceitação pela EAPC, e consequente remessa do certificado de participante.

A EAPC pode determinar limites de idade, mínimos e máximos, para


ingresso em seus planos. Se o proponente for menor, eles terão de ser
­representados ou assistidos pelos pais, tutores ou curadores, devendo ser
observado o que dispuser a legislação vigente.

Para sua aceitação como participante, a pessoa física deve assinar a propos-
ta de inscrição e protocolá-la junto à EAPC. Para aceitação da proposta de
inscrição, a EAPC poderá exigir comprovação de renda ou provas de saúde,
como declaração complementar de saúde ou de atividade ­laborativa, relató-
rio médico, exames específicos e perícia médica.

A partir da data do protocolo da proposta de inscrição, a aceitação se dará


automaticamente, caso não haja manifestação em contrário da EAPC, no
prazo máximo de 15 dias. Contudo, esse prazo pode ser suspenso nos
casos em que seja necessária, comprovadamente, a requisição de outros
documentos ou dados para análise do risco, devendo ficar claro que a
suspensão cessará com a protocolização dos documentos ou dos dados
solicitados para análise do risco.

Importante
Se o participante, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta de inscrição ou na mensura-
ção da contribuição, perderá o direito ao benefício contratado, além de ficar obrigado à
contribuição vencida.
Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do participante, a
EAPC terá direito a resolver o contrato ou a cobrar, mesmo após a ocorrência do evento
gerador, a diferença da contribuição.

— Proposta de Inscrição
Da proposta de inscrição devem constar várias informações, tais como:

■ denominação e CNPJ da EAPC;


■ número do processo SUSEP;
■ índice e critério a serem utilizados na atualização de valores;
■ percentual de carregamento;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 47
UNIDADE 3

■ valores de benefício e contribuição discriminados por cobertura


contratada;
■ data prevista para a concessão do benefício.
Aceita a proposta de inscrição pela EAPC, o participante receberá um cer-
tificado. O prazo máximo para entrega desse certificado é de 30 dias, a
contar da data de protocolo da proposta de inscrição.

— Certificado
Do certificado do participante devem constar várias informações tais como:

■ denominação e CNPJ da EAPC;


■ número do processo SUSEP;
■ identificação do participante;
■ data do início de vigência do plano.
O Regulamento atualizado do plano será colocado à disposição do propo-
nente, previamente à contratação, sendo obrigatoriamente remetido ao par-
ticipante no ato da inscrição, como parte integrante da proposta de inscrição.

CONTRIBUIÇÕES
Contribuição é o valor correspondente aos aportes efetuados para custeio
do plano.

Nos planos em que sejam oferecidas diversas coberturas, deverão ser


discriminados, na proposta de inscrição, no certificado de participante, no
extrato e nos documentos de cobrança, os valores destinados ao custeio
de cada uma das coberturas contratadas.

O valor e a periodicidade de pagamento das contribuições poderão ser


definidos na proposta de inscrição, sendo facultado ao participante, no
caso de cobertura por sobrevivência estruturada na modalidade de con-
tribuição variável, efetuar pagamentos adicionais a qualquer tempo. Entre-
tanto, fica facultado à EAPC estabelecer critérios objetivos no regulamento
do plano, limitando o valor máximo de aportes extraordinários. Também
ficam vedadas cláusulas que prevejam qualquer tipo de discricionariedade
e cujos efeitos não sejam claros e transparentes para os participantes.

O pagamento das contribuições poderá ser efetuado em dinheiro, cheque,


ordem de pagamento, documento de ordem de crédito, débito em con-

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 48
UNIDADE 3

ta-corrente, desconto em folha de pagamento ou por meio de cartão de


crédito, devendo ser facultado ao participante o pagamento por mais de
uma das formas previstas.

Nos planos coletivos instituídos, o documento de cobrança deverá dis-


criminar os valores a serem pagos pela instituidora e pelos participantes,
quando for o caso.

Sob sua exclusiva responsabilidade perante os participantes, a EAPC


poderá delegar à instituidora/averbadora o recolhimento das contribui-
ções, ficando esta responsável pelo repasse das contribuições, nos prazos
contratualmente estabelecidos.

A ausência de repasse à EAPC de contribuições de responsabilidade de


participantes, recolhidas pela instituidora/averbadora, não poderá prejudi-
cá-los em relação a seus direitos.

Quando a cobertura contratada for estruturada na modalidade de benefí-


cio definido e custeada integralmente pela instituidora, o não pagamento
de contribuição ensejará o cancelamento da cobertura, respondendo a
EAPC pelo pagamento dos benefícios cujo evento gerador venha a ocorrer
até a data da formalização do cancelamento.

CARREGAMENTO
Poderá ser cobrado carregamento para fazer face às despesas adminis-
trativas e de comercialização, ficando vedada a cobrança de inscrição e
quaisquer outros encargos ou comissões incidentes sobre o valor das con-
tribuições, inclusive a título de intermediação.

O valor ou percentual de carregamento, o critério e a forma de cobran-


ça deverão constar da proposta de inscrição, da nota técnica atuarial, do
regulamento e, no caso de plano coletivo, também do respectivo contrato.
O valor, ou percentual estabelecido, não poderá sofrer aumento, ficando
sua redução a critério da EAPC. Entretanto, a redução do percentual de
carregamento deve ser feita para todos os participantes.

Parte do carregamento poderá ser destinada à remuneração dos trabalhos


realizados pela instituidora/averbadora, relacionados à divulgação, propa-
ganda, serviços de adesão, cobrança, repasse e prestação de informações.

O carregamento poderá ser cobrado na data de pagamento da respectiva


contribuição, exclusivamente sobre o valor pago, ou no momento do res-
gate ou da portabilidade. Neste último caso, o carregamento incidirá sobre
a parcela do valor do resgate ou sobre a parcela dos recursos portados,
correspondente ao valor nominal das contribuições pagas.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 49
UNIDADE 3

VALORES
GARANTIDOS
Representam direitos dos participantes ou dos beneficiários, previstos em
determinadas modalidades de planos de Previdência Complementar Aberta.

Nos planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura por


sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores garantidos: resgate
e portabilidade.

O resgate corresponde ao direito que os participantes e quando tecnicamen-


te possível, os beneficiários têm, durante o período de diferimento e observa-
das determinadas regras, de retirar os recursos da provisão m ­ atemática de
benefícios a conceder.

Já a portabilidade é o direito garantido aos participantes, durante o período


Atenção de diferimento e observadas determinadas regras, de m ­ ovimentar os recur-
sos da provisão matemática de benefícios a conceder para outros planos.
Nos planos de Previdência
Complementar Aberta com Em contrapartida, nos planos de Previdência Complementar Aberta com
cobertura por sobrevivência cobertura de morte ou invalidez total e permanente, e desde que
estruturada na modalidade essas coberturas sejam estruturadas no regime financeiro de capita-
de benefício definido, são lização, é possível a previsão dos seguintes valores garantidos: resgate,
vedados o resgate parcial e ­saldamento, benefício prolongado e portabilidade.
a portabilidade parcial.
O resgate permite ao participante, antes da ocorrência da morte ou da
invalidez total e permanente, retirar os recursos da provisão matemática
de benefícios a conceder.

A portabilidade permite ao participante, antes da ocorrência da morte ou


da invalidez total e permanente, movimentar os recursos da provisão mate-
mática de benefícios a conceder para outro plano de Previdência Comple-
mentar Aberta.

Como as coberturas de morte e invalidez total e permanente são sem-


pre coberturas estruturadas na modalidade de benefício definido, deve
Atenção ficar claro que só são permitidos resgates ou portabilidades totais.

O saldamento consiste na manutenção da cobertura originalmente con-


No caso de portabilidades, os
tratada, com redução proporcional do valor do benefício contratado, na
recursos financeiros deverão
eventualidade da interrupção definitiva do pagamento das contribuições.
ser movimentados diretamente
entre as entidades de Já o benefício prolongado consiste na redução do período de cobertura
Previdência, ficando vedado contratado, com a manutenção do mesmo valor de benefício contrata-
que transitem, de qualquer do, na eventualidade de ocorrer a interrupção definitiva do pagamento
forma, pelo participante. das contribuições.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 50
UNIDADE 3

Exemplo
Exemplo de Saldamento e Benefício Prolongado:
Suponha que uma pessoa com 20 anos de idade decida contratar um plano de Previ-
dência com cobertura de morte estruturada no regime financeiro de capitalização. Uma
característica desse plano é que a cobertura será garantida pela entidade de Previdên-
cia de forma vitalícia. O valor do benefício contratado é de R$ 100.000,00 e as con-
tribuições serão pagas anualmente, com valor igual a R$ 453,23. Transcorridos cinco
anos de vigência desse contrato, o participante comunica à entidade de Previdência
que não tem mais condições de continuar pagando a contribuição do plano, mas que
gostaria de continuar a ter algum tipo de cobertura do plano de Previdência. Dessa
forma, a entidade de Previdência faz duas propostas ao seu participante.
A primeira delas refere-se ao saldamento, que consistirá em não cobrar mais contribui-
ções desse participante e continuar a dar cobertura contra o risco de morte vitalicia-
mente. Entretanto, em face do valor de reserva apurado pela entidade de Previdência, o
valor do benefício será reduzido de R$ 100.000,00 para aproximadamente R$ 18.540,00.
Note que, apesar de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de P ­ revidência,
o valor do seu benefício será reduzido, pois a cobertura continuará sendo vitalícia.
A segunda proposta refere-se ao benefício prolongado, que consistirá em não cobrar
mais contribuições desse segurado e continuar a garantir R$ 100.000,00 de benefício
em caso de morte. Todavia, em face do valor da reserva apurado pela entidade de Pre-
vidência, para continuar a garantir o mesmo valor de benefício, o período de c­ obertura
do plano de Previdência deverá ser alterado. Como antes a cobertura era vitalícia, ago-
ra ela passará a ser temporária por, aproximadamente, mais 15 anos. Note que, apesar
de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de Previdência e do valor do
benefício continuar a ser o mesmo, o plano deixará de dar cobertura vitalícia, passando
a ser uma cobertura temporária por mais 15 anos aproximadamente.
Observação: os cálculos acima foram feitos com base na tábua biométrica CSO-80 e
na taxa de juros de 6% a.a. Deixamos de apresentar mais detalhes sobre os cálculos,
pois eles envolvem aspectos atuariais de maior complexidade.

GARANTIAS TÉCNICAS
Para garantia de suas operações, as entidades abertas de Previdência
Complementar constituirão, mensalmente, provisões matemáticas quando
tecnicamente necessárias e de acordo com o regime financeiro adotado.
Apresentaremos, abaixo, alguns exemplos:

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 51
UNIDADE 3

I – Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG);

II – Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL);

III – Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR);

IV – Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBAC);

V – Provisão Matemática de Benefícios Concedidos (PMBC);

VI – Provisão Complementar de Cobertura (PCC);

VII – Provisão de Despesas Relacionadas (PDR);

VIII – Provisão de Excedentes Técnicos (PET);

IX – Provisão de Excedentes Financeiros (PEF);


1. Considera-se FIE o fundo de
investimento especialmente X – Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (PVR).
constituído ou o fundo de
investimento em quotas de fundos
de investimento especialmente
constituídos cujas únicas quotistas
sejam, direta ou indiretamente,
sociedades seguradoras e APURAÇÃO
entidades abertas de Previdência
Complementar ou no caso de DE RESULTADOS
fundo com patrimônio segregado,
segurados e participantes de
planos VGBL – Vida Gerador de Alguns planos de Previdência Complementar podem prever a reversão de
Benefício Livre – ou PGBL – Plano
resultados financeiros – excedentes ou déficits. Alguns exemplos desses
Gerador de Benefício Livre.
planos são: PRGP e PAGP.
2. Refere-se à Provisão
Considera-se resultado financeiro o valor correspondente, ao final do últi-
Matemática de Benefícios
a Conceder ou à Provisão mo dia útil do mês, à diferença entre o valor da parcela do patrimônio
Matemática de Benefícios líquido do FIE1, correspondente à PMB2, em que estejam aplicados direta-
Concedidos, dependendo se o mente os respectivos recursos e o saldo da PMB.
resultado financeiro é calculado
na fase de acumulação de Se o valor do resultado financeiro for positivo, há excedente. ­
Neste
recursos ou na fase de pagamento caso, o valor correspondente ao percentual de reversão deverá
do benefício sob a forma de renda. ser incorporado à provisão técnica de excedentes financeiros per-
tinente, deduzindo-se eventuais déficits cobertos pela entidade
de Previdência.

Se o valor do resultado financeiro for negativo, há déficit. Nesse caso, a


entidade de Previdência deverá cobri-lo totalmente, mediante aporte de
recursos à parcela do patrimônio líquido do FIE em que estejam aplicados
diretamente os respectivos recursos correspondentes à PMB.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 52
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3

Marque a alternativa correta:


1. A pessoa jurídica contratante que não participa do custeio de um plano
de previdência complementar aberta é chamada de:

(a) Averbadora. (b) Estipulante. (c) Fundo de pensão.


(d) Patrocinadora. (e) Instituidora.

2. A pessoa jurídica contratante que participa, integral ou parcialmente, do


custeio de um plano de Previdência Complementar Aberta é chamada de:

(a) Estipulante. (b) Averbadora. (c) Instituidora.


(d) Patrocinadora. (e) Fundo de pensão.

3. Sobre os valores garantidos, podemos afirmar que:

(a) Nos planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura


por sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores garanti-
dos: resgate e saldamento.
(b) Nos planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura
por sobrevivência, é possível que os beneficiários retirem os recur-
sos da provisão matemática de benefícios a conceder.
(c) Nos planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura
por sobrevivência, a portabilidade dos recursos é um direito garan-
tido ao segurado e seus beneficiários.
(d) Nos planos de Previdência Complementar Aberta com coberturas de
risco (morte ou invalidez total e permanente) estruturadas no regime
financeiro de repartição, é possível a previsão de saldamento.
(e) O saldamento somente é possível nos planos com cobertura por
sobrevivência.

4. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

I) A cobertura de morte é sempre estruturada na modalidade de


benefício definido.
II) A cobertura por sobrevivência somente pode ser estruturada na
modalidade de contribuição variável.
III) Na modalidade de contribuição variável, o valor do benefício é cal-
culado ao final do período de diferimento.
IV) O valor do benefício de invalidez é definido previamente na propos-
ta de inscrição.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 53
FIXANDO CONCEITOS

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta


5. Quando nos referimos à estrutura básica dos planos de entidades aber-
tas de Previdência Complementar, é correto afirmar que:

I) Os planos são estruturados com a finalidade de conceder benefícios


a pessoas físicas, vinculadas ou não a uma pessoa jurídica, que
preencham as condições estabelecidas para participação no plano.
II) O plano que é contratado de forma coletiva caracteriza-se por ser
acessível a qualquer pessoa física.
III) A pessoa jurídica é denominada instituidora quando não participa do
custeio do plano.
IV) No caso de contratação coletiva, a adesão é obrigatória.
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente IV é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.

Marque a alternativa correta:


6. No que se refere aos planos de entidades abertas de Previdência Com-
plementar, podemos afirmar que:

(a) As coberturas de morte e invalidez total e permanente são sempre


estruturadas na modalidade de contribuição variável.
(b) Período de diferimento é o resultado numérico calculado mediante a
utilização de taxa de juros e tábua biométrica.
(c) Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na
modalidade de contribuição variável.
(d) O período de cobertura é aquele em que o assistido fará jus ao paga-
mento do benefício sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou
temporário.
(e) A cobertura de sobrevivência nunca pode ser estruturada na moda-
lidade de benefício definido.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 54
FIXANDO CONCEITOS

7. Sobre as contribuições e carregamento, é correto afirmar que:

(a) O pagamento das contribuições somente pode ser efetuado em


dinheiro, cheque e cartão de crédito.
(b) O valor ou percentual de carregamento não poderá sofrer aumento,
ficando sua redução a critério da EAPC.
(c) O carregamento poderá ser cobrado para fazer face às despesas
administrativas e de comercialização, cobrança de inscrição e
outros encargos ou comissões incidentes sobre o valor das contri-
buições.
(d) Parte do carregamento não poderá ser destinada à remuneração
dos trabalhos realizados pela instituidora relacionados à divulgação
do plano.
(e) O carregamento será cobrado, exclusivamente, na data de p
­ agamento
da respectiva contribuição.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 55
PLANOS com
04
COBERTURA por SOBREVIVÊNCIA
UNIDADE 4

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os aspectos ■ Analisar os fatores que
da comercialização influenciam o valor da ⊲ COMERCIALIZAÇÃO
dos planos. renda a ser recebida em
função da sobrevivência. ⊲ MODALIDADES DE RENDA
■ Distinguir os tipos de
planos por Sobrevivência ■ Identificar os valores ⊲ FATORES QUE INFLUENCIAM
comercializados no garantidos no período O VALOR DA RENDA A SER
mercado. de diferimento. RECEBIDA EM FUNÇÃO DA
SOBREVIVÊNCIA
■ Conhecer as características
dos planos com Cobertura ⊲ VALORES GARANTIDOS NO
por Sobrevivência PERÍODO DE DIFERIMENTO
com e sem garantia de
rentabilidade. ⊲ FIXANDO CONCEITOS 4

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 56
UNIDADE 4

Os Planos com Cobertura por Sobrevivência garantem o pagamento do


capital segurado, pela sobrevivência do segurado ao período de diferimento
contratado ou pela compra, mediante pagamento único, de renda imediata.

COMERCIALIZAÇÃO
Quanto à comercialização do plano, poderão ser divulgadas tabelas com
valores de contribuições e benefícios, vedada, porém, a utilização de valo-
res de inflação projetada para datas futuras.

A propaganda e a promoção do plano por parte da averbadora (pessoa


jurídica contratante de um plano de previdência que não participa do cus-
teio do plano), instituidora ou corretora somente podem ser feitas com
autorização expressa da entidade aberta de Previdência Complemen-
tar, respeitadas as condições do regulamento, do contrato e das normas
vigentes, ficando a EAPC responsável pela fidedignidade das informações
contidas nas divulgações realizadas.

As cláusulas relativas às obrigações e aos direitos dos participantes devem


ser redigidas em destaque e em linguagem de fácil compreensão, permi-
tindo seu imediato e amplo entendimento.

— Tipos de Planos de Cobertura


por Sobrevivência
A seguir serão apresentados os tipos de planos com cobertura por sobre-
vivência, que podem ser comercializados pelas empresas de previdência
complementar aberta.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 57
UNIDADE 4

Entretanto, apesar de existirem vários planos que podem ser oferecidos


aos clientes, atualmente, a comercialização restringe-se basicamente ao
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL).

Como veremos mais à frente, o PGBL é um plano que não oferece qual-
quer garantia durante a fase de acumulação de recuros (também chamada
de período de diferimento). Por esse motivo, as empresas preferem comer-
cializar esses produtos ao invés de produtos que tenham algum tipo de
garantia, evitando ficar expostas aos riscos inerentes à promessa de taxa
de juros ou de índice de atualização de valores.

Desse modo, focaremos nossa atenção no PGBL, descrevendo um pouco mais


sobre esse produto. Os demais produtos serão apresentados de forma resumida.

Consultando aquela tabela, o aluno identificará, por exemplo, que o


PRGP – Plano com Remuneração Garantida e Performance é um plano,
o qual durante o período de diferimento tem as seguintes características:

■ Pode ser estruturado em benefício definido ou em contribuição variável.


■ Garante taxa de juros de até 6% a.a.
■ Garante índice de preços.
■ Oferece reversão de resultados financeiros.
Incentivamos aos alunos que façam exercício similar para os demais planos.

Outro ponto que merece destaque é o fato desses produtos serem idênti-
cos à grande maioria dos produtos de seguros de pessoas com cobertura
por sobrevivência, conforme o aluno poderá comprovar ao ler a apostila de
seguros de pessoas.

Desse modo, um produto do tipo PGBL (plano de previdência) funciona da


mesma forma que um produto do tipo VGBL (plano de seguro de pessoas).

O que diferencia os produtos de previdência com cobertura por sobrevi-


vência de seus “irmãos gêmeos” no segmento de seguros de pessoas é o
tratamento tributário dado aos valores pagos pelo cliente.

Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)


Durante o período de diferimento, quando a remuneração da
­provisão matemática de benefícios a conceder for baseada na
rentabilidade da(s) carteira(s) de investimentos de FIE(s), no(s)
­
qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos respectivos recursos,
sem garantia de remuneração mínima e de atualização de valores,
e sempre estruturados na modalidade de contribuição variável.

O PGBL é um produto do tipo unit link (ou unidade de conta), vin-


culando a acumulação de recursos de uma conta individualizada à
performance de um fundo de investimento financeiro especialmen-

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 58
UNIDADE 4

te constituído sem qualquer tipo de garantia de rentabilidade duran-


te a fase de acumulação, ou seja, não há qualquer risco biométrico
ou financeiro para a EAPC durante o período de diferimento.

Tendo em vista que o PGBL é um plano de contribuição variável,


o participante pode fazer aportes variáveis de acordo com sua
conveniência, desde que a EAPC não tenha estabelecido em
seu regulamento, critérios objetivos limitando o valor máximo de
­aportes extraordinários.

Com a regulamentação do PGBL, uniformizou-se e propiciou-se a


Atenção transparência ao cálculo e à divulgação da rentabilidade de cada
plano, idêntica à do respectivo FIE em que foi aplicado o montante
FIE é o fundo de investimento
das contribuições, permitindo o acompanhamento diário da rentabi­
especialmente constituído ou o fundo
lidade dos diversos fundos e viabilizando a comparação entre a
de investimento em quotas de fundos
rentabilidade dos diversos planos, conforme disposto a seguir:
de investimento especialmente
constituídos, cujos únicos quotistas » PGBL soberano: nesse tipo de plano, a carteira de investi-
sejam, direta ou indiretamente, mentos do FIE é composta unicamente por títulos de emissão
sociedades seguradoras e entidades do Tesouro Nacional ou do Banco Central do Brasil e créditos
abertas de Previdência Complementar securitizados do Tesouro Nacional.
ou no caso de fundo com patrimônio
» PGBL renda fixa: nesse tipo de plano, a carteira de investi-
segregado, segurados e participantes
mentos do FIE é composta por títulos de emissão do Tesouro
de planos VGBL – Vida Gerador de
Nacional ou do Banco Central do Brasil, por créditos securiti-
Benefício Livre – ou PGBL – Plano
zados do Tesouro Nacional e por investimentos de renda fixa,
Gerador de Benefício Livre.
nas modalidades e dentro dos critérios, diversificação e diver-
sidade admitidos pela regulamentação vigente.
O conceito de investidores qualificados
é definido pela Comissão de Valores » PGBL composto: neste tipo de plano, a carteira de investi-
Mobiliários (CVM). De acordo com mentos do FIE admite investimentos em renda variável de
as normas vigentes, (Instrução
até 100% do seu patrimônio líquido para fundos destinados a
CVM 554/2019) são considerados
investidores qualificados, sendo admissível o estabelecimento
investidores qualificados: (I)
investidores profissionais; (II) pessoas de percentual mínimo de aplicação em renda variável.
naturais ou jurídicas que possuam
Plano Gerador de Benefício Livre Programado
investimentos financeiros em valor
superior a R$ 1.000.000,00 e que, (PGBL Programado)
adicionalmente, atestem por escrito A exemplo do que acontece com o PGBL, este tipo de plano, ­garante
sua condição de investidor qualificado aos segurados, durante o período de diferimento, a remuneração
mediante termo próprio; (III) pessoas da Provisão Matemática de Benefícios a Conceder for baseada
naturais que tenham sido aprovadas
na rentabilidade da(s) carteira(s) de investimentos de FIE(s), no(s)
em exames de qualificação técnica
qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos respectivos recursos,
ou possuam certificações aprovadas
pela CVM como requisitos para sem garantia de remuneração mínima e de atualização de valores
o registro de agentes autônomos e sempre estruturado na modalidade de contribuição variável, e
de investimento, e (IV) clubes de que ofereça a possibilidade de contratação, durante o período de
investimento cuja carteira seja gerida diferimento, de pagamentos financeiros programados, na forma
por um ou mais cotistas que sejam
definida no Regulamento e na Nota Técnica Atuarial.
investidores qualificados.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 59
UNIDADE 4

Plano com Desempenho Referenciado (PDR)


Quando apresentar, durante o período de diferimento, garantia
mínima de desempenho, segundo critérios definidos no plano, e
a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, e sempre
estruturado na modalidade de contribuição variável.

Plano com Remuneração Garantida e Performance


sem Atualização (PRSA)
Quando garantir aos participantes, durante o período de diferi-
mento, remuneração por meio da contratação de taxa de juros
e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros e sempre
estruturados na modalidade de contribuição variável.

Plano com Remuneração Garantida e Performance


(PRGP)
Quando garantir aos participantes, durante o período de diferi-
mento, remuneração por meio da contratação de índice de atuali-
zação de valores e de taxa de juros, e a reversão, parcial ou total,
de resultados financeiros;

Plano com Atualização Garantida e Performance


(PAGP)
Quando garantir aos participantes, durante o período de diferimento,
por meio da contratação de índice de preços, apenas a atualização
de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros.

Planos Tradicionais
Nada mais são do que planos com cobertura por sobrevivência,
estruturados na forma de benefício definido ou de contribuição
variável, com a característica de garantirem, durante a fase de
acumulação dos recursos (período de diferimento), algum tipo
de remuneração mínima garantida (normalmente IGPM + 6% a.a.).
Além disso, era comum nesses planos a possibilidade de reversão
de resultados financeiros (excedentes) durante a fase de acumula-
ção e/ou de pagamento do benefício sob a forma de renda.

Há também o PRI:

Plano de Renda Imediata (PRI)


Quando, mediante contribuição única, garantir o pagamento do
benefício por sobrevivência, sob a forma de renda imediata.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 60
UNIDADE 4

PLANOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA DURANTE A FASE DE ACUMULAÇÃO

PERÍODO DE ACUMULAÇÃO DOS RECURSOS – PERÍODO DE DIFERIMENTO

PLANO MODALIDADE REMUNERAÇÃO ATUALIZAÇÃO REVERSÃO DE RESULTADOS


(TAXA DE JUROS) (ÍNDICE DE FINANCEIROS
PREÇOS)

PGBL Não há, pois a totalidade da rentabilida-


de é repassada ao participante.
Não há garantia
PGBL de taxa de juros. Não há, mas pode oferecer a possibili-
Programado A remuneração é dade de contratação, durante o período
baseada na renta- de diferimento, de pagamentos finan-
bilidade da cartei- ceiros programados.
ra do FIE em que
PDR CV estão aplicados os Não há Com garantia mínima de desempenho,
recursos. segundo critérios definidos no plano, e
a reversão, parcial ou total, de resulta-
dos financeiros.

PRSA

Contratada até 6%
a.a.
É obrigatória, com base em percentual
PRGP ­contratado.

Com base em
PAGP
CV ou BD Não há. índice de preços
contratado
Planos Pode ser contrata-
Pode ser prevista.
Tradicionais da até 6% a.a.
CV – Contribuição Variável
BD – Benefício Definido.

Atenção
O PRGP e o PAGP podem ser estruturados na modalidade de contribuição variável
ou na modalidade de benefício definido.
Em todos os tipos de plano, poderão ser previstos, contratualmente, a reversão de resul-
tados financeiros durante o período de pagamento do benefício sob a forma de renda.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 61
UNIDADE 4

MODALIDADES DE RENDA
Finda a fase de acumulação de recursos, o participante pode optar por
receber, à vista, o saldo acumulado em sua provisão matemática de bene-
fícios a conceder ou transformá-la em um tipo de renda, cujo valor é calcu-
lado em função da idade, da modalidade de renda escolhida e dos parâ-
metros técnicos do plano contratado (taxa de juros e tábua biométrica). As
principais modalidades de renda são:

Renda Mensal Vitalícia


Consiste em uma renda mensal a ser paga vitalícia e exclu-
sivamente ao participante a partir da data escolhida para con-
cessão do benefício. O pagamento da renda cessa com a morte
do participante.

Renda Mensal Temporária


Consiste em uma renda mensal a ser paga temporária e exclu-
sivamente ao participante, cessando com o seu falecimento ou
com o fim da temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro.

Renda Mensal Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido


Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao participante a ­partir
da data escolhida para concessão do benefício. No entanto, se
durante o período de percepção da renda ocorrer o falecimento do
participante, antes de ter completado o prazo mínimo de g­ arantia
escolhido, a renda será paga aos beneficiários pelo período res-
tante do prazo mínimo de garantia.

Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Beneficiário


Indicado
Consiste em uma renda mensal paga vitaliciamente ao participante
a partir da data escolhida para concessão do benefício. Ocorrendo
o falecimento do participante, durante a percepção dessa renda,
um percentual do seu valor estabelecido na proposta será rever-
tido vitaliciamente ao beneficiário indicado. Na hipótese de faleci-
mento do beneficiário, antes do participante e durante o período
de percepção da renda, a reversibilidade da renda estará extinta,
sem direito a compensações ou devoluções dos valores pagos.

Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Cônjuge com


Observação Continuidade aos Menores
Consiste em uma renda mensal paga vitaliciamente ao participan-
Todos os planos te a partir da data escolhida para concessão do benefício. Ocor-
podem oferecer essas rendo o falecimento do participante durante a percepção dessa
modalidades de renda. renda, um percentual do seu valor estabelecido na proposta será
revertido vitaliciamente ao cônjuge e na falta deste, será reversível

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 62
UNIDADE 4

temporariamente aos menores até que o mais novo complete uma


idade para maioridade estabelecida no regulamento do plano.

Renda Mensal por Prazo Certo


Consiste em uma renda mensal a ser paga por um prazo preestabe-
lecido ao participante/assistido. O participante indicará na proposta
de inscrição, o prazo máximo contado a partir da data de conces-
são do benefício, em que será efetuado o pagamento da renda. Se
durante o período de pagamento do benefício, ocorrer o falecimen-
to do participante/assistido antes da conclusão do prazo indicado, o
benefício será pago ao beneficiário (ou beneficiários), na proporção
de rateio estabelecida, pelo período restante do prazo determinado.

O pagamento da renda cessará com o término do prazo


estabelecido.

FATORES QUE INFLUENCIAM


O VALOR DA RENDA A SER
RECEBIDA EM FUNÇÃO DA
SOBREVIVÊNCIA

— Parâmetros Técnicos
Estudamos, com o fim da fase de acumulação de recursos, que o partici-
Observação pante pode optar por receber, à vista, o saldo acumulado em sua provisão
matemática de benefícios a conceder ou transformá-la em um tipo de ren-
Em 2010, a SUSEP adotou da, cujo valor é calculado em função da idade, da modalidade de renda
as tábuas BR-EMS como escolhida e dos parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de juros e
tábuas padrão (standard) tábua de mortalidade).
para o mercado segurador
brasileiro (Circular SUSEP no Com relação à taxa de juros, a regulamentação estabelece que no período
402, de 18/03/2010). A tábua, (ou períodos) em que houver garantia mínima de remuneração, a taxa de
denominada Experiência do juros contratualmente prevista deverá respeitar o limite fixado pela SUSEP,
Mercado Segurador Brasileiro, observado o máximo de 6% a.a. ou seu equivalente efetivo mensal.
BR-EMS, consiste em quatro
Já para as tábuas de mortalidade, a regulamentação estabelece que a
variantes abrangendo as
tábua de mortalidade utilizada para cálculo do fator de renda será aque-
coberturas de sobrevivência e
la definida no plano submetido à aprovação da SUSEP, devendo ser
mortalidade, masculina
observado o limite máximo da taxa de mortalidade constante da tábua
e feminina.
AT-2000 Male.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 63
UNIDADE 4

Observe que a regulamentação impõe limites, tanto para a taxa de juros


quanto para a tábua biométrica, que podem ser utilizados na estrutura-
ção de um plano de Previdência Complementar Aberta com cobertura por
sobrevivência. Esse cuidado decorre do risco que a EAPC tem no caso de
uma melhora na expectativa de vida ou de uma redução dos juros reais.

Consideremos que fosse contratado hoje, um plano de Previdência


­Complementar Aberta com cobertura por sobrevivência, adotando como
premissas a tábua biométrica AT-49 Male e a taxa de juros de 4% a.a. Con-
forme pode ser visto na tabela a seguir, o valor necessário de provisão
matemática de benefícios, a conceder para pagar R$ 1.000,00 de ren-
da mensal vitalícia a uma pessoa de 60 anos, é de R$ 147.366,02. Se no
momento de concessão da renda, a taxa de juros reais da economia bra-
sileira for, por exemplo, 2% a.a. e a expectativa de vida de uma pessoa de
60 anos de idade tiver como parâmetro, por exemplo, a tábua biométrica
AT-83 Male, haverá um descasamento da ordem de R$ 63.000,00.

PROVISÃO EM FUNÇÃO DA TÁBUA BIOMÉTRICA E DA TAXA DE JUROS

PROVISÃO MATEMÁTICA DE BENEFÍCIOS A CONCEDER NECESSÁRIA


PARA PAGAR R$ 1.000,00 DE RENDA MENSAL VITALÍCIA A UMA
PESSOA DE 60 ANOS DE IDADE.

AT-49 AT-83 AT-2000 BR-EMSSB-


MALE MALE MALE V.2010-M

0% a.a. 221.106,41 270.785,15 294.501,79 305.212,50

1% a.a. 197.774,71 237.759,15 256.268,96 264.333,54

2% a.a. 178.158,84 210.663,01 225.266,37 231.376,78

3% a.a. 161.542,31 188.222,50 199.866,59 204.524,53

4% a.a. 147.366,02 169.470,62 178.851,57 182.423,09

5% a.a. 135.188,36 153.666,98 161.300,96 164.054,81

6% a.a. 124.659,13 140.239,90 146.512,99 148.647,70

A tabela anterior nos permite concluir que:

1. para uma determinada tábua biométrica, quanto maior a taxa de juros,


menor o montante necessário que se deve acumular para pagar o mes-
mo valor de benefício;

2. para uma determinada taxa de juros, quanto maior a expectativa de vida,


maior o montante necessário que se deve acumular para pagar o mes-
mo valor de benefício.

Exemplo: a tábua biométrica AT-49 Male tem uma expectativa de vida, aos
60 anos, igual a 18,48 anos, enquanto a AT-83 Male tem uma expectativa
de vida igual a 22,62 anos, e a AT-2000 Male tem uma expectativa de vida

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 64
UNIDADE 4

igual a 24,59 anos; na BR-EMSsb-v.2010-m, essa expectativa de vida sobe


para 25,48 anos.

É importante esclarecer ao aluno que os valores apresentados anterior-


mente envolvem cálculos atuariais complexos. Dessa forma, não é objetivo
deste material ensinar como aqueles valores foram calculados, mas tão
somente utilizar os resultados para mostrar aos alunos como a taxa de
juros e a tábua biométrica influenciam os valores a serem recebidos em
um plano de previdência.

— Taxas de Administração
As taxas que podem incidir nos planos de Previdência Privada são:

Taxa de carregamento
Incide sobre as contribuições pagas pelo participante, para fazer
face às despesas administrativas, às de corretagem e às de colo-
cação do Plano.

O carregamento poderá ser cobrado:

I – no pagamento das contribuições;

II – no resgate ou na portabilidade de recursos, calculado propor-


cionalmente ao saldo do valor nominal das contribuições pagas,
contido no montante resgatado ou portado.

Taxa de administração
Incide sobre o patrimônio do fundo e cobre despesas com a admi-
nistração dos recursos.

— Modalidade de Renda e
Idade de Aposentadoria
A tábua biométrica e a taxa de juros contribuem de forma significativa no
cálculo do valor de renda. Entretanto, se agora fixarmos a tábua biométrica
e a taxa de juros, veremos que a modalidade de renda escolhida afetará
também o valor a ser recebido.

Suponha, por exemplo, uma família constituída da seguinte forma: homem


com 60 anos, mulher com 58 anos, com um filho de 10 anos. Suponha que
esse homem tenha um plano de Previdência (as bases técnicas do plano
são AT-2000 e 3% a.a.), com saldo acumulado de R$ 1.000.000,00, que
será transformado em renda. A seguir, apresentaremos os valores de ren-
da, calculados com essas informações:

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 65
UNIDADE 4

■ renda mensal vitalícia: R$ 5.141,30;


■ renda mensal vitalícia reversível 100% ao cônjuge: R$ 4.255,38;
■ renda mensal vitalícia reversível 100% ao cônjuge com continuida-
de de 100% aos menores: R$ 4.240,64;
■ renda mensal vitalícia com prazo mínimo garantido de 15 anos: R$
4.871,03;
■ renda mensal temporária de 15 anos: R$ 7.439,24.
Essas diferenças são explicadas em função das diferenças ­ existentes
entre os compromissos assumidos pelas entidades de Previdência.
Exemplo: Observe que o valor da renda mensal vitalícia é maior do que o
valor da renda mensal vitalícia reversível ao cônjuge. Isso porque enquanto
no primeiro caso, a obrigação da EAPC termina com a morte do participante,
no segundo caso, essa obrigação pode continuar a existir, bastando para
isso, que no momento da morte do participante, o seu cônjuge esteja vivo.
Raciocínio análogo pode ser feito para as outras modalidades de renda.

Caso as idades no nosso exemplo fossem diferentes (suponha que o


homem não tenha 60 anos, mas sim 58 anos), todos os valores seriam
alterados. O valor, por exemplo, da renda mensal vitalícia seria menor do
que os R$ 5.141,30 calculados anteriormente, pois agora, a EAPC espera
ter um compromisso maior (a chance de se pagarem rendas vitalícias para
uma pessoa de 58 anos é maior do que para uma pessoa de 60 anos).

Novamente, chamamos a atenção dos alunos que os valores anterior-


mente apresentados são decorrentes de cálculos atuariais complexos,
que fogem ao objetivo do curso.

— Montante Acumulado
Quanto maior o montante acumulado no momento da aposentadoria,
maior será o valor do benefício. Portanto, é fundamental que os participan-
tes fiquem atentos aos custos envolvidos na contratação do plano, bem
como na rentabilidade auferida pelo plano durante a fase de acumulação
dos recursos – período de diferimento.

No caso do carregamento, é evidente que quanto menor for esse custo,


maior será a parcela da contribuição destinada à formação da provisão
matemática de benefícios a conceder (reserva que financiará a renda).

Similar ao carregamento, a rentabilidade auferida ao longo dos anos


terá forte influência sobre o montante acumulado. Um aporte único de
R$ 1.000,00 transforma-se, ao final de 20 anos, em R$ 10.892,55 ou em
R$ 13.812,66, dependendo se a rentabilidade do plano será igual a 1%
ou a 1,1% ao mês, respectivamente.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 66
UNIDADE 4

VALORES GARANTIDOS NO
PERÍODO DE DIFERIMENTO
Nos Planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura por
sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores garantidos: resgate
e portabilidade.

— Resgate
O participante poderá solicitar, independentemente do número de contri-
buições pagas, resgate parcial ou total de recursos do saldo da provisão
matemática de benefícios a conceder, após o cumprimento de período de
carência, que deverá estar compreendido entre 60 dias e 60 meses, a
contar da data de protocolo da proposta de inscrição na EAPC.

Uma vez solicitado o primeiro resgate, outro pedido somente pode ser
feito após o cumprimento de intervalo estabelecido no plano, que deverá
estar compreendido entre 60 dias e 6 meses.

Entretanto, devemos ficar atentos ao fato de que os resgates ficarão sus-


pensos enquanto não quitadas todas as contraprestações relativas à assis-
tência financeira contratada pelo participante, na proporção correspon-
dente ao saldo devedor da assistência financeira, acrescidos dos impostos
e carregamentos devidos.

Atenção
Nos planos estruturados na modalidade de benefício definido é vedado o resgate parcial.
Nos planos com estrutura puramente financeira, na ocorrência de invalidez ou morte do
participante, os saldos da provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão
técnica de excedentes financeiros, mediante solicitação devidamente instruída e regis-
trada na EAPC, serão postos à disposição do participante ou beneficiário (ou beneficiá-
rios), sem qualquer prazo de carência, sendo o pagamento efetuado somente após o
pleno reconhecimento do evento gerador pela EAPC.
A provisão técnica de excedentes financeiros somente existe nos períodos (acumu-
lação ou de pagamento do benefício sob a forma de renda) em que seja garantida a
reversão de resultados financeiros.

O pagamento do resgate será efetivado da seguinte forma:

■ o resgate total será efetivado considerando o valor dos saldos da


provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão técni-
ca de excedentes financeiros, calculados, na forma da regulamenta-
ção em vigor, até o 3º (terceiro) dia útil anterior à data de pagamento.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 67
UNIDADE 4

■ o resgate parcial será efetivado considerando o valor ou percen-


tual estipulado pelo participante e com base, exclusivamente, no
saldo da provisão matemática de benefícios a conceder, calculado,
na forma da regulamentação em vigor, até o 3º (terceiro) dia útil
anterior à data de pagamento.
O pagamento deve ser efetuado em cheque cruzado, intransferível, crédito
em conta-corrente, documento de ordem de crédito – DOC – ou transfe-
rência eletrônica disponível – TED –, até o quinto dia útil subsequente às
respectivas datas determinadas pelo participante.

Ressalvado o carregamento postecipado, não será permitida a cobrança


de quaisquer despesas por ocasião do resgate.

— Portabilidade
Independentemente do número de contribuições pagas, o participante
Observação poderá solicitar a portabilidade, total ou parcial, para outro plano de Previ-
dência Complementar, de recursos do saldo da provisão matemática de
Para o PGBL ou PGBL benefícios a conceder, após o cumprimento do período de carência a con-
Programado, o período de tar da data de protocolo da proposta de inscrição na EAPC.
carência será de 60 dias. Para
os planos do tipo PRGP, PAGP, Não poderão ser solicitadas portabilidades com intervalo inferior a 60 dias.
PRSA e PDR, o período de Quando se tratar de portabilidades entre planos de Previdência com
carência de que trata o caput cobertura por sobrevivência da mesma EAPC, podem ser estabelecidos
deverá estar compreendido períodos inferiores aos mencionados anteriormente.
entre 60 dias e 24 meses.

Atenção
Da mesma forma que no resgate, as portabilidades também ficarão suspensas enquan-
to não quitadas todas as contraprestações relativas à assistência financeira contratada
pelo participante, bem como fica vedada a portabilidade parcial nos planos estrutura-
dos na modalidade de benefício definido.
Com vistas a limitar o seu risco, é facultado à EAPC estabelecer critérios objetivos no
regulamento do plano para aceitação de valores oriundos de portabilidades, sendo ve-
dadas cláusulas que prevejam qualquer tipo de discricionariedade e cujos efeitos não
sejam claros e transparentes para os participantes.

A portabilidade será efetivada da seguinte forma:

■ a portabilidade total será efetivada com base no valor dos saldos


da provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão
técnica de excedentes financeiros, calculados, na forma da regu-
lamentação em vigor, até o 3º (terceiro) dia útil anterior à data de
transferência dos recursos.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 68
UNIDADE 4

■ a portabilidade parcial será efetivada considerando o valor ou


percentual estipulado pelo participante e com base no saldo da
provisão matemática de benefícios a conceder, calculado, na for-
ma da regulamentação em vigor, até o 3º (terceiro) dia útil anterior
à data de transferência dos recursos, devendo ser adicionado o
valor da parcela proporcional do saldo da provisão de excedentes
financeiros, apurado, também, até o 3º (terceiro) dia útil anterior à
data de transferência dos recursos.
A portabilidade se dará mediante solicitação do participante, devidamente
registrada na EAPC, informando:

■ plano de Previdência Complementar, quando da mesma EAPC;


■ plano de Previdência Complementar e respectiva EAPC, quando
para outra entidade;
■ respectivo valor ou percentual do saldo da provisão matemática
de benefícios a conceder;
■ respectivas datas.

Observação
Deverá ser anexado pelo participante, à solicitação de portabilidade, documento expe-
dido pela EAPC cessionária, contendo a data em que foi contratado o plano receptor
e declaração de que não se opõe à portabilidade, especialmente no que se refere ao
valor a ser portado.
Nos casos de portabilidade para plano de Previdência no qual o participante não esteja
inscrito, deverá ser previamente formalizado o preenchimento de proposta de inscrição
e adotadas todas as demais providências necessárias.
No caso de portabilidade de recursos para plano de benefício definido, a EAPC re-
ceptora deverá providenciar que o participante seja previamente informado do critério
técnico de aproveitamento do valor portado.

A EAPC cedente dos recursos deverá efetivar a portabilidade até o 10°


(décimo) dia útil subsequente ao protocolo da solicitação efetuada pelo
participante na EAPC ou a data por ele programada para a efetivação da
portabilidade.

Os recursos financeiros serão portados diretamente entre as entidades de


Previdência, ficando vedado seu trânsito, sob qualquer forma, pelo parti-
cipante, e deverão ser recepcionados e contabilizados na provisão mate-
mática de benefícios a conceder até o segundo dia útil subsequente à sua
efetiva disponibilidade.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 69
UNIDADE 4

Importante
Caberá ao diretor responsável pelos controles internos, ou a outro diretor designado
pela EAPC cedente, a responsabilidade pelo cumprimento do prazo para efetivação da
portabilidade, prestando, dentro desse prazo, à EAPC cessionária dos recursos por-
tados, no mínimo, as seguintes informações, entre outras consideradas necessárias à
plena identificação da operação de portabilidade:
1) valor correspondente ao montante de recursos portados de planos de benefícios
de entidades fechadas de Previdência Complementar, discriminando as parcelas
constituídas por contribuições do patrocinador e do participante;
2) dados relativos ao participante, número do processo SUSEP do plano receptor e
identificação do documento de depósito feito em favor da EAPC cessionária.

O participante deverá receber documento fornecido pela EAPC:

■ cedente dos recursos, no prazo máximo de sete dias úteis, a con-


tar da data de sua portabilidade, atestando a data da efetivação, o
valor e a EAPC cessionária;
■ cessionária dos recursos, no prazo máximo de sete dias úteis, a
contar da data de sua recepção, atestando a data de recebimento,
o valor e o plano.

Atenção
É vedada:

1) à EAPC receptora, a cobrança de carregamento sobre o valor dos recursos portados;


2) a portabilidade de recursos entre participantes;
3) à EAPC cedente dos recursos, a cobrança de quaisquer importâncias, exceto as rela-
tivas às tarifas bancárias necessárias à portabilidade e ao carregamento postecipado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 70
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Marque a alternativa correta:


1. Sobre o PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre –, pode-se afirmar que:

(a) Somente pode ser contratado de forma individual.


(b) Durante a fase de acumulação dos recursos, oferece reversão de
resultados financeiros.
(c) O fundo atrelado ao plano não permite aplicação dos recursos em
renda variável.
(d) Sua característica fundamental é a ausência de rentabilidade mínima
durante a fase de acumulação dos recursos.
(e) É um plano estruturado na modalidade de benefício definido.

2. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


I) O PGBL é um plano estruturado na forma de benefício definido.
II) O PGBL não garante índice de preços durante o período de diferi-
mento.
III) Não existem planos que prevejam reversão de resultados financei-
ros durante o período de diferimento.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente II e III são proposições verdadeiras.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 71
FIXANDO CONCEITOS

3. Com o auxílio da tabela “planos de previdência complementar


aberta durante a fase acumulação”, marque a alternativa correta:
(a) O PRGP deve garantir, durante o período de diferimento, remunera-
ção somente por meio da contratação de taxa de juros e a reversão
de resultados financeiros.
(b) O PAGP deve garantir, durante o período de diferimento, atualização
de valores, taxa de juros e a reversão de resultados financeiros.
(c) O PAGP e o PRGP podem ser estruturados na modalidade de contri-
buição variável ou na modalidade de benefício definido.
(d) O PRSA somente pode ser estruturado na modalidade de benefício
definido.
(e) O PRSA não garante, durante o período de diferimento, a reversão
de resultados financeiros.

4. Com o auxílio da tabela “planos de previdência complementar aberta


durante a fase acumulação”, pode-se afirmar que os planos que devem ofere-
cer reversão de resultados financeiros durante o período de diferimento são:

(a) PGBL e PRSA.


(b) PRGP, PRSA e PRI.
(c) PRGP, PAGP e PRSA.
(d) PGBL, PAGP e PRGP.
(e) PAGP, PRGP e PRI.

5. Marque a alternativa correta:


(a) Somente o PGBL pode oferecer reversão de resultados financeiros
durante o período de pagamento do benefício sob a forma de renda.
(b) O PGBL Soberano é um tipo de plano em que a carteira de investi-
mentos do FIE é composta por títulos de emissão do Tesouro Nacio-
nal ou do Banco Central do Brasil, por créditos securitizados do
Tesouro Nacional e por investimentos de renda fixa.
(c) No PGBL Composto, os investimentos em renda variável são limita-
dos a 50%.
(d) No PGBL Renda Fixa, pode haver investimentos em renda variável,
desde que o percentual não exceda a 20%.
(e) O PGBL não oferece qualquer risco biométrico ou financeiro durante
o período de diferimento.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 72
FIXANDO CONCEITOS

6. Marque a alternativa correta:


(a) Para uma determinada taxa de juros, quanto menor a expectativa
de vida, maior o montante necessário que se deve acumular para
pagar o mesmo valor de benefício.
(b) Para uma determinada tábua biométrica, quanto maior a taxa de
juros, menor o montante necessário que se deve acumular para
pagar o mesmo valor de benefício.
(c) O PGBL é um plano estruturado na modalidade de benefício definido.
(d) O PGBl garante resultados financeiros durante o período de acumu-
lação dos recursos.
(e) No PGBL Renda Fixa, pode haver investimentos em renda variável,
desde que o percentual não exceda a 49%.

7. Marque a alternativa correta:


(a) O PGBL não permite a portabilidade parcial dos recursos acumulados.
(b) Na portabilidade parcial, os recursos passam pela conta-corrente do
participante.
(c) No PGBL, o período de carência para pedido da primeira portabilida-
de é igual a 60 dias.
(d) A EAPC receptora dos recursos portados pode cobrar carregamento
sobre os recursos portados.
(e) É permitida a portabilidade entre participantes, desde que sejam da
mesma família.

Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):


8. Com o auxílio da tabela “planos de previdência complementar aber-
ta durante a fase acumulação”, pode-se afirmar que o Plano com Remu-
neração Garantida e Performance sem Atualização (PRSA) é um plano
estruturado na modalidade de _____________ e tem como característica
_____________ reversão de resultados financeiros durante o período de
diferimento.

(a) contribuição variável ou benefício definido / garantir.


(b) benefício definido / garantir.
(c) contribuição variável / garantir.
(d) benefício definido / não garantir.
(e) contribuição variável / não garantir.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 73
FIXANDO CONCEITOS

9. No caso de _____________, os recursos financeiros deverão ser


movimentados diretamente entre as entidades de Previdência, ficando
_____________ que transitem, de qualquer forma, pelo participante.

(a) portabilidade / vedado.


(b) resgate parcial / vedado.
(c) resgate total / vedado.
(d) portabilidade / permitido.
(e) resgate total / permitido.

10. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


Quanto aos planos de sobrevivência, é correto afirmar que:

I) Quanto à propaganda e à promoção do plano feitas por parte da averba-


dora, da instituidora ou da corretora, é a EAPC que fica responsável pela
fidedignidade das informações contidas nas divulgações realizadas.
II) Os planos tradicionais com cobertura por sobrevivência garantiam
ao participante, durante o período de diferimento, algum tipo de
remuneração mínima (normalmente IGP-M + 6% a.a.).
III) O PGBL somente pode ser estruturado na modalidade de contribui-
ção variável.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente II é proposição verdadeira.
(b) Somente III é proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, e III são proposições verdadeiras.

11. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois


marque a alternativa correta:
Quando nos referimos aos fatores que influenciam o valor da renda a ser
recebida em função da sobrevivência, é correto afirmar que:

( ) A regulamentação estabelece que, no período em que houver


garantia mínima de remuneração, a taxa de juros contratualmente
prevista deverá respeitar o limite fixado pela SUSEP, observado o
limite máximo de 12% a.a. ou seu equivalente efetivo mensal.
( ) A regulamentação estabelece que a tábua biométrica a ser utiliza-
da para cálculo do fator de renda será aquela definida no plano
submetido à aprovação da SUSEP, devendo ser observado o limite
máximo da taxa de mortalidade da tábua AT-2000 Male.
( ) Para uma determinada tabua biométrica, quanto maior a taxa de

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 74
FIXANDO CONCEITOS

juros, menor o montante necessário que se deve acumular para


pagar o mesmo valor de benefício.
( ) Quanto menor for o carregamento, maior será a parcela da contri-
buição destinada à formação da provisão matemática de benefícios
a conceder.

(a) V, F, V, F.
(b) V, F, V, V.
(c) F, V, F, V.
(d) V, V, V, V.
(e) F, V, V, V.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 75
PLANOS com
COBERTURA de RISCO
05 UNIDADE 5

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Identificar os Planos com Cobertura de Risco – Morte e
Invalidez Total e Permanente. ⊲ PLANOS COM COBERTURA
DE RISCO – MORTE E
INVALIDEZ TOTAL E
PERMANENTE

⊲ PLANOS QUE PAGAM


BENEFÍCIO POR INVALIDEZ

⊲ PLANOS QUE PAGAM


BENEFÍCIO POR MORTE

⊲ FIXANDO CONCEITOS 5

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 76
UNIDADE 5

PLANOS COM COBERTURA


DE RISCO – MORTE E
INVALIDEZ TOTAL E
PERMANENTE
Os planos com cobertura de morte têm por objetivo conceder um bene-
fício, à vista ou sob a forma de renda, aos beneficiários indicados, em
decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de
cobertura, desde que tenha sido cumprido o período de carência estabe-
lecido pelo plano, se houver.

Já os planos com cobertura de invalidez total e permanente têm por


objetivo conceder um benefício, à vista ou sob a forma de renda, ao pró-
prio participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente
ocorrida durante o período de cobertura, desde que tenha sido cumprido o
período de carência estabelecido pelo plano, se houver.

A invalidez total e permanente é aquela para a qual não se pode esperar a recuperação ou
reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação.

É comum, nos planos com cobertura de morte ou de invalidez total e per-


manente, o estabelecimento de período de carência, que nada mais é do
que o período contado a partir da data de início de vigência, durante o qual,
na ocorrência do evento gerador (morte ou invalidez total e permanente),
o participante ou os beneficiários não terão direito à percepção dos bene-
fícios contratados.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 77
UNIDADE 5

O período de carência, quando existir, será fixado na nota técnica atua-


rial e no regulamento, não podendo exceder dois anos. O período de
carência pode, contudo, ser substituído por declaração pessoal de saú-
de ou exame médico.

Quando a morte ou invalidez total e permanente for causada por aci-


dente, não será considerado período de carência.

O período de cobertura, deduzido o período de carência, seja ele total ou


parcial, não poderá ser inferior a cinco anos.

A seguir, apresentaremos os principais planos existentes no mercado e


suas principais características.

PLANOS QUE PAGAM


BENEFÍCIO POR INVALIDEZ

— Plano de Renda por Invalidez


Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal vitalícia ao pró-
prio participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente ocor-
rida durante o período de cobertura e após cumprido o período de carên-
cia estabelecido em cada plano.

Ocorrendo o falecimento do participante, antes ou após a concessão da


renda por invalidez, o benefício ficará automaticamente cancelado, sem
que seja devida qualquer devolução ou indenização de qualquer natureza.

— Plano de Renda por Invalidez


com Prazo Mínimo Garantido
Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal vitalícia, com
prazo mínimo garantido, ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente, ocorrida durante o período de cobertura e
após cumprido o período de carência estabelecido em cada plano.

Ocorrendo falecimento do participante após o início do recebimento do


benefício e antes do término do prazo mínimo garantido, a renda será
revertida ao(s) beneficiário(s) indicado(s), na proporção estabelecida pelo
participante, até que se esgote o referido prazo.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 78
UNIDADE 5

Havendo mais de um beneficiário e ocorrendo o falecimento de qualquer um,


a renda será rateada proporcionalmente à participação dos remanescentes
pelo número de meses faltantes para completar o prazo mínimo garantido.

Se não houver beneficiários remanescentes, a renda será paga aos suces-


sores legítimos, na forma da lei, até o término do prazo mínimo garantido,
podendo a EAPC quitar os benefícios futuros em uma única parcela.

Ocorrendo falecimento do participante antes da concessão da renda por


invalidez com prazo mínimo garantido ou após o término do prazo míni-
mo garantido, o benefício será automaticamente cancelado, sem que seja
devida qualquer devolução ou indenização de qualquer natureza.

— Plano de Pecúlio por Invalidez


O objetivo deste plano é a concessão de um pecúlio ao próprio p
­ articipante, em
decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de
cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido em cada plano.

Em todos esses planos, para habilitar-se ao recebimento do benefício, o


participante deverá apresentar a seguinte documentação:

■ documento de identidade e CPF;


■ boletim de ocorrência policial e laudo de exame de corpo de deli-
to, em caso de acidente;
■ declaração médica comprovando a invalidez.
Entretanto, deve ficar claro que o regulamento do plano pode prever situa-
ções em que o benefício por invalidez total e permanente não será devido.
A seguir, apresentaremos algumas situações comumente estabelecidas
nos regulamentos.

Não é devido o benefício de invalidez total e permanente quando:

■ a invalidez total e permanente do participante decorrer de doen-


ça, lesão ou sequelas preexistentes à contratação do plano, não
declaradas na proposta de inscrição e comprovadamente de
conhecimento do participante ou decorrente de evento gerador
ocorrido durante o período de suspensão da cobertura por inadim-
plência, quando for o caso;
■ a invalidez total e permanente do participante for em consequência:
» do uso de material nuclear para quaisquer fins, incluindo a
explosão nuclear provocada ou não, bem como a contaminação
radioativa ou exposição a radiações nucleares ou ionizantes;
» de atos ou operações de guerra, declarada ou não, de guer-
ra química ou bacteriológica, de guerra civil, de guerrilha, de

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 79
UNIDADE 5

revolução, agitação, motim, revolta, sedição, sublevação ou


outras perturbações de ordem pública e delas decorrentes;
» direta ou indireta de quaisquer alterações mentais consequen-
tes do uso do álcool, de drogas, de entorpecentes ou de subs-
tâncias tóxicas;
» de furacões, ciclones, terremotos, maremotos, erupções vulcâ-
nicas e outras convulsões da natureza;
» de ato reconhecidamente perigoso, que não seja motivado
por necessidade justificada e da prática, por parte do partici-
pante, de atos ilícitos ou contrários à lei;
» de qualquer tipo de hérnia e suas consequências;
» de perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espé-
cie, bem como de intoxicações decorrentes da ação de produ-
tos químicos, drogas ou medicamentos, salvo quando prescri-
tos por médico, em decorrência de acidente coberto;
» de tentativa de suicídio nos primeiros 24 meses de vigência
do contrato;
» choque anafilático e suas consequências.
Apesar das situações acima serem comuns nos planos de invalidez total e
permanente, deve-se observar que não se considera como risco excluído
a invalidez do participante proveniente da utilização de meio de transporte
mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte ou de
atos de humanidade em auxílio de outrem.

PLANOS QUE PAGAM


BENEFÍCIO POR MORTE

— Plano de Pensão ao Cônjuge


ou Companheiro(a)
Esse plano tem por objetivo a concessão de uma renda mensal vitalícia
ao cônjuge ou companheiro(a), em decorrência da morte do participante,
ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período de
carência estabelecido em cada plano.

O participante indicará, nominalmente, na proposta de inscrição, somente


um beneficiário para esse benefício, que deverá ser o cônjuge ou compa-
nheiro(a) legalmente reconhecido(a).

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 80
UNIDADE 5

Caso o beneficiário venha a falecer antes do participante ou perca a condição


de cônjuge ou companheiro(a), o benefício será automaticamente cancelado.

Caso o beneficiário venha a falecer após o início da percepção do benefí-


cio, este será extinto.

O participante poderá alterar, por escrito, o beneficiário anteriormente indi-


cado, mediante recálculo, se for o caso, das respectivas contribuições.

No caso de o participante indicar outra pessoa que não seja o cônjuge ou


companheiro(a), não reconhecida legalmente, tal pessoa não terá direito
ao benefício contratado.

— Plano de Pensão aos Menores


O objetivo desse plano é a concessão de uma renda mensal temporária
aos beneficiários indicados, menores de 21 anos, na condição de filhos
ou dependentes econômicos, em decorrência de morte do participante
ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período de
carência estabelecido em cada plano.

O participante indicará, nominalmente, na proposta de inscrição, um ou


mais menores de 21 anos, na condição de filho ou dependente econômico
para fins de imposto de renda.

O participante poderá alterar, por escrito, os beneficiários anteriormente


indicados, mediante recálculo, se for o caso, das respectivas contribuições.

Caso todos os beneficiários venham a falecer antes do participante ou


tenham atingido a idade de 21 anos antes da ocorrência do evento gera-
dor, o benefício estará automaticamente cancelado sem que seja devida
qualquer devolução ou indenização de qualquer natureza.

Caso o participante, no momento da contratação do benefício ou da pro-


posta de inscrição, venha a indicar como beneficiário outra pessoa menor
de 21 anos, que não seja filho ou dependente econômico para fins de
imposto de renda, tal pessoa não terá direito ao benefício contratado.

— Plano de Pensão por Prazo Certo


O objetivo desse plano é a concessão de uma renda mensal por prazo
certo ao(s) beneficiário(s) indicado(s), em decorrência da morte do partici-
pante ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período
de carência estabelecido em cada plano.

Estando os beneficiários em fase de recebimento do benefício, quando


um deles falecer, será realizado um novo rateio de benefício, proporcional-
mente à participação dos beneficiários remanescentes.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 81
UNIDADE 5

Não havendo beneficiários remanescentes, a renda será paga aos suces-


sores legítimos na forma da lei.

Com o término do prazo certo, extingue-se o benefício, desobrigando-se a


EAPC do pagamento de quaisquer valores.

— Plano de Pecúlio
O objetivo desse plano é a concessão de um pecúlio ao(s) beneficiário(s)
indicado(s), em decorrência da morte do participante ocorrida durante o
período de cobertura, após cumprido o período de carência estabelecido
em cada plano.

Em todos esses planos, para se habilitar ao recebimento do benefício, o


beneficiário deverá apresentar a seguinte documentação:

■ documento de identidade do participante;


■ certidão de óbito do participante;
■ documento de identidade, certidão de casamento ou certidão de
nascimento, CPF dos beneficiários e dos representantes legais, se
for o caso, e respectiva comprovação de união;
■ boletim de ocorrência policial e laudo de necropsia do Instituto
Médico-Legal, se for o caso; e
■ laudo do médico assistente do participante.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 82
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 5

Correlacione as colunas abaixo e depois marque a alternativa correta


1. Relacione o nome à descrição de alguns planos com cobertura de risco
– invalidez e morte – comercializados no mercado:

1) Plano de Pecúlio.
2) Plano de Renda por Invalidez.
3) Plano de Renda por Invalidez com Prazo Mínimo Garantido.
4) Plano de Pecúlio por Invalidez.
( ) O objetivo deste plano é a concessão de um pecúlio ao(s) beneficiá-
rio(s) indicado(s), em decorrência da morte do participante.
( ) O objetivo deste plano é a concessão de um pecúlio ao próprio
participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente.
( ) Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal vitalí-
cia ao próprio participante, em decorrência de sua invalidez total
e permanente.
( ) Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal vitalícia,
com prazo mínimo garantido, ao próprio participante, em decorrên-
cia de sua invalidez total e permanente.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) 1, 2, 3, 4. (c) 1, 4, 2, 3. (e) 1, 4, 3, 2.
(b) 1, 2, 4, 3. (d) 2, 1, 3, 4.

Marque a alternativa correta


2. Ainda em relação aos planos de risco – invalidez e morte –, quando a
morte ou invalidez for causada por acidente, é correto afirmar que:

(a) Haverá carência gradual.


(b) Não haverá período de carência.
(c) Não haverá carência para invalidez.
(d) Não haverá carência para morte natural.
(e) Haverá carência para morte e para invalidez.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 83
FIXANDO CONCEITOS

3. A principal característica de um produto de Previdência Complementar


elaborado na modalidade de benefício definido é:

(a) Ser exclusivo a pessoas jurídicas.


(b) O valor do benefício não ser previamente definido.
(c) O prazo ser somente conhecido previamente.
(d) O valor ser somente conhecido previamente.
(e) Serem estabelecidos previamente na proposta de inscrição: o valor
do benefício e o valor da contribuição.

4. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois


marque a alternativa correta
Trata-se de planos que apresentam coberturas de risco:

( ) Plano de Renda por Invalidez.


( ) Plano de Renda por Invalidez com Prazo Mínimo Garantido.
( ) Plano de Pensão ao Cônjuge ou Companheiro(a).
( ) Plano de Pensão aos Menores.
( ) Plano de Pecúlio.

(a) V, V, F, V, F.
(b) V, V, F, V, V.
(c) V, V ,V, V, F.
(d) F, F, F, V, V.
(e) V, V, V, V, V.

5. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):


Quando a morte ou a invalidez total e permanente for causada por
______________, ______________ para a liquidação do benefício.

(a) acidente / não será considerado período de carência.


(b) doença / será considerado período de carência de cinco anos.
(c) acidente / será considerado período de carência de até dois anos.
(d) doença / será considerado período de carência de até cinco anos.
(e) acidente / será considerado período de carência de dois anos.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 84
INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES
06 UNIDADE 6

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender os aspectos ■ Identificar as condições
tributários que permeiam necessárias para a ⊲ ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
os planos de Previdência concessão de assistência
Complementar. financeira a participantes ⊲ ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
de planos da Previdência
■ Analisar e calcular a ⊲ ATUALIZAÇÃO DE VALORES
Complementar.
legislação tributária
pertinente aos resgates de ■ Conhecer a ⊲ FIXANDO CONCEITOS 6
pagamentos de benefícios. obrigatoriedade de
atualização de valores e
seus índices de correção.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 85
UNIDADE 6

ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
A política tributária é um elemento chave para o estabelecimento de um
sistema de Previdência Privada. A dedutibilidade na base de cálculo do
imposto de renda devido, na formação do fundo previdenciário, é justifi-
cável economicamente em função dos efeitos positivos na alocação da
poupança financeira.

Mencionamos no capítulo 4 que a diferença entre os produtos de previ-


dência com cobertura por sobrevivência dos seus “irmãos gêmeos” no
segmento de seguros de pessoas é o tratamento tributário dado aos valo-
res pagos pelo cliente.

Assim, como veremos a seguir, as contribuições pagas para os planos de


previdência (por exemplo, PGBL) podem ser deduzidas da base de cálculo
do imposto de renda, enquanto que os valores pagos para os planos de
seguros de pessoas (por exemplo, VGBL) não são dedutíveis da base de
cálculo do imposto de renda.

— Legislação
Em 1995, através da edição das Leis 9.249 e 9.250, o Governo Federal deu
os primeiros passos no sentido de incentivar a Previdência Complementar,
com vistas a estimular a formação de poupança de longo prazo. Essas leis
previam que:

■ as contribuições para as entidades de Previdência Privada domici-


liadas no país, cujo ônus fosse do contribuinte – pessoa física –,
destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos
da Previdência Social, poderiam ser deduzidas na determinação da
base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 86
UNIDADE 6

■ foi estabelecido que essas contribuições poderiam ser deduzi-


das, para a apuração da base de cálculo do imposto devido no
ano-calendário, desde que houvesse, também, o recolhimento de
contribuições para o Regime Geral de Previdência Social, ou para
regimes próprios, devendo ser observado o limite de 12% do total
dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo
do imposto devido na declaração de rendimentos; e
■ o valor das despesas com contribuições para a Previdência Priva-
da, cujo ônus fosse da pessoa jurídica, poderia ser deduzido no
momento da determinação do lucro real e da base de cálculo da
contribuição social sobre o lucro líquido, não podendo exceder, em
cada período de apuração, 20% do total dos salários dos empre-
gados e da remuneração dos dirigentes da empresa vinculados ao
plano de Previdência.
Entretanto, é preciso ficar claro que esse benefício fiscal deve ser visto
como um diferimento do imposto, visto que a renúncia fiscal do presente
será paga no futuro, no momento do resgate. Além disso, somente as pes-
soas que utilizam o modelo completo de declaração anual do imposto de
renda é que fazem jus ao diferimento fiscal.

Esse regime tributação é conhecido como regime de tributação sujeito à


tabela progressiva do imposto de renda, ou simplesmente regime de tribu-
tação por alíquotas progressivas.

IMPOSTO DE RENDA COM IMPOSTO DE RENDA SEM


PREVIDÊNCIA PRIVADA PREVIDÊNCIA PRIVADA

Rendimento Bruto Anual: R$ 100.000,00 Rendimento Bruto Anual: R$ 100.000,00

Depósito em Previdência: R$ 12.000,00 Depósito em Previdência: R$ 0,00

Base de Cálculo: R$ 88.000,00 Base de Cálculo: R$ 100.000,00

Alíquota do Imposto de Renda: 27,5% Alíquota do Imposto de Renda: 27,5%

Imposto de Renda: R$ 24.200,00 Imposto de Renda: R$ 27.500,00

Imposto devido: R$ 19.186,65

DIFERENÇA DE IMPOSTO: R$ 3.300,00

Na tabela anterior podemos verificar a diferença em se contribuir para um


plano. Como as contribuições são dedutíveis da base de cálculo do impos-
to de renda, a base de incidência da alíquota do imposto de renda será
menor, o que representará um valor de imposto de renda menor.

Entretanto, essa dedução somente será possível se a pessoa que contri-


buiu para o plano de previdência utilizar o modelo complete de declaração
anual de imposto de renda.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 87
UNIDADE 6

Importante também registrar que a dedução é limita a 12% da renda anual


do contribuinte. Assim, se tabela anterior a pessoa tivesse depositado R$
20.000,00 em um plano de previdência, a base de cálculo continuaria a
ser R$ 88.000,00, pois o máximo que pode ser deduzido é 12% de R$
100.000,00, ou seja, R$ 12.000,00.

Em 2004, a Lei 11.053, que teve por objetivo disciplinar a tributação do


imposto de renda em aplicações financeiras e Previdência Complementar,
definiu novo critério de tributação para os planos previdenciários e para
Seguros de Vida com cobertura por sobrevivência, estruturados na moda-
lidade de contribuição variável. Esse novo critério é denominado Regime
de Tributação por Alíquotas Decrescentes.
1. A tributação definitiva implica
que o valor pago a título de Até então, não existia um incentivo fiscal, mas simplesmente um diferimento
imposto de renda na fonte não fiscal. Esse novo critério tributário prevê que o resgate de recursos ou o
poderá ser compensado ou recebimento do benefício estarão sujeitos à incidência, na fonte, e de forma
ajustado na declaração de ajuste
definitiva1, de imposto de renda calculado com base em alíquotas decres-
anual de imposto de renda.
centes, de acordo com o prazo de acumulação, conforme tabela a seguir.

ALÍQUOTAS DECRESCENTES PREVISTAS NA LEI 11.053/2004

PRAZO DE ACIMA
ATÉ 2 DE 2 A DE 4 A DE 6 A DE 8 A
ACUMULAÇÃO DE 10
ANOS 4 ANOS 6 ANOS 8 ANOS 10 ANOS
DOS RECURSOS* ANOS

Alíquota do imposto 35% 30% 25% 20% 15% 10%


de renda na fonte

* O intervalo da faixa é sempre fechado à direita. Por exemplo: a alíquota


para 4 anos é de 30%.

Em março de 2005, a Instrução Normativa Conjunta 524/05 foi elabo-


rada pelas Secretarias da Receita Federal, de Previdência Complemen-
tar e pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Essa norma
regulamentou a contagem do prazo de acumulação utilizado no novo
regime tributário.

— Formas de Pagamento
Para Resgate
Foi estabelecido o sistema PEPS (Primeiro a Entrar Primeiro a Sair) para os
resgates ocorridos antes da concessão do benefício, significando que os
valores serão resgatados a partir das contribuições mais antigas, sempre
levando em consideração os rendimentos. Dessa forma, o prazo de acu-
mulação será contado a partir da data do aporte de cada contribuição.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 88
UNIDADE 6

Para Pagamento de Benefício


Estabeleceram-se critérios distintos para benefícios estruturados ou não
em regime atuarial. Entende-se por regime atuarial aquele cuja manuten-
ção dos benefícios concedidos tenha por premissa o mutualismo dos res-
pectivos recursos garantidores.

Para o pagamento de benefício que não esteja estruturado em regi-


me atuarial estabeleceu-se critério idêntico ao utilizado para os resgates,
ou seja, o sistema PEPS, enquanto que para o pagamento de benefício
estruturado em regime atuarial estabeleceu-se como referência inicial
de prazo de acumulação um Prazo Médio Ponderado (PMP), relativo aos
recursos e ao tempo de investimento de cada participante.

Assim, no caso de pagamento de benefício estruturado em regime


atuarial teremos as seguintes características:

■ será calculado com base no Prazo Médio Ponderado (PMP);


■ o PMP será a referência para aplicação das alíquotas de IR e, após
o pagamento da primeira prestação do benefício, o prazo de acu-
mulação continuará sendo contado;
■ em relação aos benefícios não programados decorrentes da rever-
são em pecúlio ou pensão por morte do participante, a tributação
será determinada considerando o prazo de acumulação apurado
para o benefício que vinha sendo pago ao participante falecido,
com a redução progressiva da alíquota, em razão do decurso do
prazo de pagamento do benefício;
■ e calculado com base na média dos prazos de permanência dos
recursos, ponderada pelo valor aportado em cada data;
■ o cálculo abrange o período compreendido desde o dia 1º até a
data de entrada em gozo de benefício, estando previsto que os
valores estejam expressos ou sejam convertidos em cotas ou fra-
ções ideais atribuíveis ao participante;
■ os resgates não modificam os valores do prazo de acumulação;
■ o prazo de acumulação é expresso em fração de ano.
■ O prazo médio ponderado é obtido por meio da soma das Contribui-
ções Atualizadas (CA) remanescentes (não resgatadas) multiplicadas
pelo respectivo Prazo Decorrido (PD) da data do aporte até a data
de conversão em benefício, dividido pelo total do saldo atualizado.

(CA1 × PD1) + (CA 2 × PD2) + (CA3 × PD3) + ..... + (Cau × Pdu)


PMP =
Saldo Atualizado

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 89
UNIDADE 6

EXEMPLO DE RESGATE (MÉTODO PEPS)

QUANTIDADE
CONTRIBUIÇÃO DATA DE COTAS

01 30/12/2005 100

02 30/12/2006 200

03 30/12/2007 200

04 30/12/2008 100

05 30/12/2009 200

06 30/12/2010 300

07 30/12/2011 300

08 30/12/2012 350

09 30/12/2013 400

10 30/12/2014 400

11 30/12/2015 400

RESGATE 30/06/2016 700

TABELA REGRESSIVA

PRAZO DE ACUMULAÇÃO ALÍQUOTA NA FONTE

até 2 anos 35%

acima de 2 anos até 4 anos 30%

acima de 4 anos até 6 anos 25%

acima de 6 anos até 8 anos 20%

acima de 8 anos até 10 anos 15%

acima de 10 anos 10%

CÁLCULO DE RESGATE

RESGATE
DATA DO RESGATE PRAZO ATÉ IRF
ALÍQUOTA LÍQUIDO
APORTE (COTAS) 30/06/2016 (COTAS) (COTAS)

30/12/05 100 10,5 anos 10% 10 90

30/12/06 200 9,5 anos 15% 30 170

30/12/07 200 8,5 anos 15% 30 170

30/12/08 100 7,5 anos 20% 20 80

30/12/09 100 6,5 anos 20% 20 80

TOTAL 700 15,7% 110 590

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 90
UNIDADE 6

EXEMPLO DE CÁLCULO DO PMP

DATA DAS PD ATÉ


CA (COTAS)
CONTRIBUIÇÕES 30/12/2015

01 30/12/05 200 10 anos

02 30/12/07 200 8 anos

03 30/12/09 350 6 anos

04 30/12/11 150 4 anos

05 30/12/13 100 2 anos

TOTAL 1.000

(200 × 10) + (200 × 8) + (350 × 6) + (150 × 4) + (100 × 2)


PMP =
1.000

6.500
PMP =
1.000

PMP = 6,5 anos

CÁLCULO SIMPLIFICADO DO PMP

PRAZO
VALOR DO
DATA DAS DECORRIDO
APORTE CA × PD
CONTRIBUIÇÕES (PD) ATÉ
CA – COTAS 30/12/2015

01 30/12/05 200 × 10 anos 2.000

02 30/12/07 200 x 8 anos 1.600

03 30/12/09 350 x 6 anos 2.100

04 30/12/11 150 x 4 anos 600

05 30/12/13 100 x 2 anos 200

TOTAL 1.000 6.500

6.500
PMP =
1.000

PMP = 6,5 anos

PMP em 31/12/2015 = 6,5 anos – Alíquota de IR = 20%

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 91
UNIDADE 6

ALÍQUOTA IR
PD (ANOS) PERÍODO
DEFINITIVO

6,5 a 8 20% 31/12/15 a 30/06/17

8 a 10 15% 01/07/17 a 30/06/19

Mais de 10 10% 01/07/19 em diante

Comentário
A nova legislação (Lei 11.053/2004) alterou a forma de tributação dos saques antecipa-
dos dos planos enquadrados no regime de tributação antigo, sujeitos à tabela progres-
siva do IR. Nesse regime, ao sacar os recursos do plano, independentemente do valor,
a pessoa física terá uma tributação, na fonte, de imposto de renda calculado na base de
15%, como antecipação do imposto devido na declaração de ajuste anual, sendo que as
diferenças, a maior ou a menor, serão acertadas por ocasião da declaração anual, com
base na tabela progressiva.
A possibilidade de escolha entre dois regimes tributários fez com que as entidades de
Previdência alterassem suas propostas de inscrição, com o objetivo de permitir que
seus clientes fizessem a opção pelo regime tributário que melhor lhes conviesse no
momento da contratação do plano.

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
A assistência financeira é o empréstimo concedido a titular de plano de
benefícios de Previdência Complementar Aberta ou de Seguros de Pessoas.

A assistência financeira será concedida mediante contrato formalizado


com o titular e somente poderá ser concedida durante o período anterior à
concessão do benefício. A regulamentação em vigor estabelece algumas
vedações, entre as quais se destacam:

■ conceder assistência financeira com recursos de provisões, reser-


vas técnicas e fundos;
■ contratar com o mesmo titular mais de uma assistência financeira,
simultaneamente, exceto nos casos de planos que tenham forma-
ção de provisão matemática de benefícios a conceder ou quando
as contraprestações periódicas da assistência financeira forem
quitadas por meio de consignação em folha de pagamento;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 92
UNIDADE 6

■ cobrar quaisquer despesas, a qualquer título, exceto as referentes


aos encargos de juros, multa e atualização monetária, eventuais
impostos ou despesas de cobrança relacionadas à operação da
assistência financeira.
A assistência financeira concedida a titular de plano de Previdência com
cobertura por sobrevivência deverá observar as seguintes disposições:

■ resgate automático, pela entidade aberta de Previdência Com-


plementar, do valor da contraprestação, na respectiva data de ven-
cimento, do saldo da provisão matemática de benefícios a conce-
der, relativa à cobertura por sobrevivência a que faz jus o titular;
■ quitação, pela entidade aberta de Previdência Complementar,
do(s) saldo(s) devedor(es), mediante resgate automático do res-
pectivo valor do saldo da provisão matemática de benefícios a
conceder, relativa à cobertura por sobrevivência a que faz jus o
titular, nas seguintes hipóteses:
» quando o saldo devedor atingir percentual, fixado no contrato
de assistência financeira, do saldo daquela provisão matemá-
tica de benefícios a conceder, não podendo esse percentual
ultrapassar 70%;
» no dia útil imediatamente anterior à data de término do perío-
do de diferimento;

Atenção » no caso de morte ou de invalidez total e permanente do titular.


■ as contraprestações periódicas da assistência financeira pode-
O resgate automático rão ser quitadas pelo titular por meio de carnê, débito em conta-
é devido exclusivamente -corrente, consignação em folha de pagamento ou outra forma de
quando do não pagamento da cobrança legalmente permitida, desde que claramente estabeleci-
contraprestação. da no contrato de assistência financeira.
As contraprestações, quando consignadas, deverão ser efetuadas por
meio de código específico na folha de pagamento, de modo que fiquem
segregados os débitos correspondentes ao pagamento das contribuições.

Para os planos de Previdência Complementar, estruturados no regime


financeiro de repartição, a assistência financeira deverá observar as
seguintes disposições:

■ o prazo fixado contratualmente para amortização não poderá


ultrapassar 36 meses contados da data da contratação, vedada
a repactuação, salvo quando ocorrer redução da capacidade de
pagamento do titular, devidamente comprovada perante a EAPC,
ou nos casos em que houver a contratação de seguro de crédito
interno para garantia das assistências financeiras concedidas ou
quando as contraprestações periódicas da assistência financeira
forem quitadas por meio de consignação em folha de pagamento;

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 93
UNIDADE 6

■ as contraprestações periódicas da assistência financeira


poderão ser quitadas pelo titular por meio de carnê, débito em
conta-corrente, consignação em folha de pagamento ou outra for-
ma de cobrança legalmente permitida, desde que estabelecida no
contrato de assistência financeira.
As contraprestações, quando consignadas, deverão ser por meio de códi-
go específico na folha de pagamento, de modo que fiquem segregados os
débitos correspondentes ao pagamento das contribuições.

No caso de morte do titular, o valor do benefício a ser pago deverá ser


compensado do valor do saldo devedor existente à época da ocorrência
do evento gerador.

Para os planos estruturados no regime financeiro de capitalização, a


assistência financeira deverá observar as seguintes disposições:

■ o prazo para amortização deverá estar fixado no contrato de assis-


tência financeira;
■ a qualquer momento, o somatório do valor do(s) saldo(s) deve-
dor(es) da(s) assistência(s) financeira(s) concedida(s) a um mesmo
titular não poderá ser superior a 80% do saldo da provisão mate-
mática de benefícios a conceder, conforme estabelecido no con-
trato de assistência financeira;
■ ocorrerá a quitação do somatório do valor do(s) saldo(s) deve-
dor(es) da(s) assistência(s) financeira(s) concedida(s) de cada titular,
com o devido cancelamento do plano de Previdência, nas seguin-
tes hipóteses:
» quando o saldo devedor atingir o percentual de 80% do saldo
da provisão matemática de benefícios a conceder;
» no caso de ocorrência da morte ou da invalidez total e perma-
nente do titular.
As contraprestações periódicas da assistência financeira poderão ser qui-
tadas pelo titular por meio de carnê, débito em conta-corrente, consigna-
ção em folha de pagamento ou outra forma de cobrança legalmente permi-
tida, desde que estabelecida no contrato de assistência financeira.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 94
UNIDADE 6

ATUALIZAÇÃO DE VALORES
Os planos de Previdência Complementar Aberta, com coberturas estru-
turadas na modalidade de benefício definido, deverão conter cláusula de
atualização anual de valores com base em índice pactuado.

Dessa forma, os benefícios e as contribuições serão atualizados na data


de aniversário da contratação, com base no índice pactuado, ficando facul-
tado o estabelecimento de outra data-base, desde que os valores contra-
tualmente previstos sejam atualizados até essa outra data-base e a partir
de então, seja respeitada a periodicidade anual.

Entretanto, quando as coberturas de risco forem custeadas mediante o paga-


mento de contribuição única, os valores dos benefícios deverão ser atualiza-
dos pelo índice pactuado até a data de ocorrência do evento gerador.

Alternativamente à atualização de valores, existe a possibilidade de adoção


de cláusula de recálculo do valor do benefício durante o período que ante-
cede a ocorrência do evento gerador, segundo fatores objetivos (variação
salarial, mensalidade escolar) expressos no regulamento, no certificado,
na proposta e no contrato, devendo ser observado que essa possibilidade
está restrita às coberturas estruturadas no regime financeiro de repartição
e que tenham sido contratadas sob a forma coletiva.

Já os planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura estru-


turada na modalidade de contribuição variável poderão conter cláusu-
la de atualização anual dos prêmios com base em índice pactuado.

Em resumo:

PLANOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA

Com coberturas DEVERÃO conter cláusula Obrigatório


estruturadas na modalidade de atualização anual de
de benefício definido. valores com base em índice
pactuado.

Com cobertura estruturada PODERÃO conter cláusula Tem que estar previsto no
na modalidade de de atualização anual dos regulamento
contribuição variável. prêmios com base em
índice pactuado.

Entretanto, quando as coberturas de risco forem custeadas Obrigatório


mediante o pagamento de contribuição única, os valores
dos benefícios DEVERÃO ser atualizados pelo índice
pactuado até a data de ocorrência do evento gerador.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 95
UNIDADE 6

Obs.: Nos planos de previdência aberta complementar é prevista cláusula


de atualização monetária, sendo o indexador e a periodicidade previstos
no regulamento. Além da atualização, no regulamento dos planos contra-
tados está previsto o r­ eajuste por idade ou faixa etária atingida (planos de
pecúlio, pensão e invalidez estruturados no regime financeiro de reparti-
ção). Para os planos de renda por sobrevivência estruturados na Modalida-
de de Benefício Definido, o aumento da contribuição acima do indexador
previsto no plano será em decorrência da repactuação (consultar a defini-
ção de extratos para fins de repactuação).

Ocorrido o evento gerador de pagamento do benefício, os valores das ren-


das serão, a partir da data de sua concessão, atualizados anualmente, com
base no índice pactuado, e acrescidos do valor resultante da diferença
gerada entre a atualização mensal da provisão matemática de benefícios
concedidos e a atualização anual aplicada à renda.

Exemplo
Suponha que determinado participante, com 60 anos de idade, comece a receber uma
renda mensal vitalícia de valor igual a R$ 1.000,00. Suponha que a inflação mensal seja
igual a 1%, o que equivale a 12,68% de inflação anual.
Nesse caso, seria razoável imaginar que, ao final de 1 ano, o valor da renda desse assis-
tido passaria para R$ 1.126.83 (R$ 1.000,00 × 1,1268).
Entretanto, como a provisão matemática de benefícios concedidos deve ser atualiza-
da mensalmente, existe uma “sobra” nessa provisão, que deve ser repassada para o
­assistido que está recebendo renda. Essa sobra, sendo assim, equivale a R$ 2,96 (cál-
culo ­atuarial) e deve ser incorporada ao valor da renda ou ser paga à vista ao assistido.
Dessa forma, caso a EAPC opte por incorporar o valor de R$ 2,96 à renda, o assistido
passará a receber R$ 1.129,78.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 96
UNIDADE 6

Atenção
O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão constar do regulamento,
da proposta e, quando for o caso de plano coletivo, do respectivo contrato.
O índice pactuado para a atualização de valores relativos às operações de Previdência
Complementar Aberta deverá ser estabelecido em consonância com as seguintes opções:
■ Índice Nacional de Preços ao Consumidor/Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – INPC/IBGE;
■ Índice de Preços ao Consumidor Amplo/Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – IPCA/IBGE;
■ Índice Geral de Preços para o Mercado/Fundação Getúlio Vargas – IGPM/FGV;
■ Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna/Fundação Getúlio Vargas –
IGP-DI/FGV;
■ Índice Geral de Preços ao Consumidor/Fundação Getúlio Vargas – IPC/FGV;
■ Índice de Preços ao Consumidor/Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
da Universidade de São Paulo – IPC/FIPE.
No caso de extinção do índice pactuado, deverá ser utilizado o IPCA/IBGE, caso
não tenha sido convencionado, no ato da contratação, índice substituto entre os
previstos acima.
Exceção à regra de atualização de valores é o plano de Previdência Complementar
Aberta, destinado, exclusivamente, à recepção de grupos de participantes e respecti-
vas provisões, transferidos de outros planos de benefícios. Nesses casos, a legislação
admite a manutenção do critério de atualização de valores originalmente contratado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 97
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 6
1. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

I) A política tributária não é um elemento chave para o estabelecimento


de um sistema de Previdência Privada.
II) Existem incentivos fiscais às empresas que pagam contribuições para
planos de Previdência de seus funcionários.
III) O diferimento fiscal significa que o imposto de renda que deixa de
ser pago no presente não será cobrado no futuro.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(e) Somente II e III são proposições verdadeiras.

2. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

I) A assistência financeira pode ser concedida durante o período de


recebimento do benefício sob a forma de renda.
II) O resgate automático do valor da assistência financeira concedida a
titular de plano de Previdência com cobertura por sobrevivência será
feito somente quando não houver o pagamento da contraprestação.
III) Não pode ser concedida assistência financeira a titular de plano de
pecúlio.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(e) Somente I e III são proposições verdadeiras.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 98
FIXANDO CONCEITOS

3. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

I) O plano PGBL deverá conter, obrigatoriamente, cláusula de atuali-


zação anual das contribuições.
II) O plano PRGP poderá conter cláusula de atualização anual das con-
tribuições.
III) Alternativamente à atualização de valores, existe, para as cober-
turas estruturadas no regime financeiro de capitalização, a possi-
bilidade de adoção de cláusula de recálculo do valor do benefício
durante o período que antecede a ocorrência do evento gerador.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(e) Somente I e III são proposições verdadeiras.

4. Marque a alternativa correta:


(a) O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão cons-
tar somente do regulamento.
(b) O Índice Nacional de Custo da Construção/Fundação Getúlio Var-
gas – INCC/FGV – é um dos índices que podem ser utilizados para
atualização dos planos de Previdência Complementar Aberta.
(c) No caso de extinção do índice pactuado, deverá ser utilizado o IPC/
FGV, caso não tenha sido convencionado no ato da contratação.
(d) Quando as coberturas de risco forem custeadas mediante o paga-
mento de contribuição única, os valores dos benefícios deverão ser
atualizados pelo índice pactuado até a data de ocorrência do even-
to gerador.
(e) Os valores dos benefícios pagos sob forma de renda serão, a partir
da data de sua concessão, atualizados mensalmente.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 99
FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa correta:


5. Um participante que, há cinco anos, aderiu a um Plano de Previdên-
cia Complementar com o objetivo de obter uma renda futura tem agora a
necessidade de resgatar R$ 5.000,00.

Caso nosso participante tivesse optado pelo regime tributário sujeito à tabe-
la progressiva do Imposto de Renda, a alíquota para cálculo do IR seria de:

(a) 10%.
(b) 15%.
(c) 25%.
(d) 35%.
(e) Não há imposto de renda sobre o resgate.

6. Um participante que, há cinco anos, aderiu a um Plano de Previdên-


cia Complementar com o objetivo de obter uma renda futura tem agora a
necessidade de resgatar R$ 5.000,00.

Caso nosso participante tivesse optado pelo Regime Tributário sujeito à tabe-
la regressiva do Imposto de Renda, a alíquota para cálculo do IR seria de:

(a) 10%.
(b) 15%.
(c) 25%.
(d) 35%.
(e) Não há imposto de renda sobre o resgate.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


7. A assistência financeira concedida a titular de plano de benefícios de
Previdência Complementar Aberta ou de Seguros de Pessoas poderá ser
concedida:

I) Mediante contrato formalizado com o titular.


II) Somente durante o período anterior à concessão do benefício.
III) Com recursos de provisões, reservas técnicas e fundos.
IV) Na contratação com o mesmo titular de mais de uma assistên-
cia financeira, simultaneamente, exceto nos casos de planos que
tenham formação de provisão matemática de benefícios a conceder
ou quando as contraprestações periódicas da assistência financeira
forem quitadas por meio de consignação em folha de pagamento.
V) Sem a cobrança de quaisquer despesas, a qualquer título, exceto
as referentes aos encargos de juros, multa e atualização monetária,
eventuais impostos ou despesas de cobrança relacionadas à ope-
ração da assistência financeira.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 100


FIXANDO CONCEITOS

Agora assinale a alternativa correta:


(a) V, V, F, V, F.
(b) V, V, F, V, V.
(c) F, V, V, F, F.
(d) F, F, F, V, V.
(e) F, V, V, V, F.

Marque a alternativa correta:


8. Na assistência financeira concedida a titular de plano de Previdência
com cobertura por sobrevivência, o resgate automático se dará quando:

(a) O saldo devedor atingir percentual, fixado no contrato de assistência


financeira, do saldo daquela provisão matemática de benefícios a
conceder, não podendo esse percentual ultrapassar 70%.
(b) Da morte ou de invalidez total e permanente do titular.
(c) Do não pagamento da contraprestação.
(d) Ocorrer no dia anterior à data de término do período de diferimento.
(e) Do não resgate parcial em planos de cobertura por sobrevivência.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:


9. Em relação à assistência financeira, é correto afirmar que:

I) A regulamentação em vigor estabelece que é vedado conceder assis-


tência financeira com recursos de provisões, reservas técnicas e
fundos.
II) O resgate automático é devido, exclusivamente, quando do não
pagamento da contraprestação.
III) As contraprestações periódicas da assistência financeira poderão
ser quitadas pelo titular, exclusivamente, por meio de carnê e débito
em conta-corrente.
IV) No caso de morte do titular, o valor do benefício a ser pago deverá
ser compensado do valor do saldo devedor existente à época da
ocorrência do evento gerador.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente II é proposição verdadeira.
(b) Somente IV é proposição verdadeira.
(c) Somente I e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 101


FIXANDO CONCEITOS

10. Marque a alternativa correta:

(a) O benefício fiscal deve ser visto como um diferimento do i­mposto,


visto que a renúncia fiscal do presente será paga no futuro, no
momento do resgate.
(b) Somente as pessoas que utilizam o modelo simplificado de declara-
ção anual de imposto de renda fazem jus ao diferimento fiscal.
(c) As alíquotas decrescentes de IR foram previstas na Lei 9.249/2004.
(d) Para pagamento de resgate, ficou estabelecido o sistema PMP – Pra-
zo Médio Ponderado –para a tributação.
(e) Para um prazo de acumulação de até dois anos, a alíquota do impos-
to de renda na fonte será de 20% no caso de tabela decrescente.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 102


ESTUDOS DE CASO

ESTUDOS DE CASO
Caso 1
Qual o valor de um benefício de uma aposentadoria por tempo de contri-
buição, de um segurado nas seguintes condições:

■ 35 anos de contribuição;
■ 55 anos de idade;
■ Es. (Expectativa de vida): 25 anos;
■ média dos 80% maiores salários de contribuição desde julho de
1994 – R$ 1.800,00.

Caso 2
Marcos tem 30 anos e deseja contratar um plano de previdência do tipo
PGBL com o objetivo de receber uma renda mensal vitalícia aos 60 anos
de idade. Seu objetivo é depositar, ao longo dos próximos 30 anos, R$
500,00 por mês, o que implica fazer 360 depósitos sempre ao final do
mês. As seguradoras que Marcos procurou dispõem de planos de previ-
dência com as seguintes características:

1) Seguradora A:
a) Carregamento: 10% para planos de contribuição variável e 25% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente cons-
tituído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,72% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-49 Male + 6% a.a.
2) Seguradora B:
a) Carregamento: 0% para planos de contribuição variável e 10% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente consti-
tuído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,7% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-83 Male + 5% a.a.
3) Seguradora C:
a) Carregamento: 8% para planos de contribuição variável e 15% para
planos de benefício definido.
b) Rentabilidade líquida do fundo de investimento especialmente cons-
tituído onde serão aplicados os recursos do PGBL: 0,94% ao mês.
c) Renda mensal vitalícia calculada com base na tábua biométrica
AT-2000 Male + 2% a.a.
Qual Seguradora oferecerá a Marcos um valor de renda mensal vitalícia maior?

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 103


GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3

1–C 1–C 1–A

2–A 2–E 2–C

3–A 3–A 3–B

4–E 4–D 4–D

5–E 5–D 5–A

6–E 6–C

7–B 7–B

8–D

9–B

10 – B

UNIDADE 4 UNIDADE 5 UNIDADE 6

1–D 1–C 1–B

2–B 2–B 2–B

3–C 3–E 3–B

4–C 4–E 4–D

5–E 5–A 5–B

6–B 6–C

7–C 7–B

8–C 8–C

9–A 9–E

10 – E 10 – A

11 – E

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 104


GABARITO

Estudos de Caso
Caso 1
Aplicando a fórmula do Fator Previdenciário, temos:

‘F’ = {[(Tc × a) / Es] × [1 + (Id + Tc × a) / 100 ] }


‘F’ = {[( 35 × 0,31) / 25] × [1 + (55 + 35 × 0,31) / 100]}
‘F’ = {[10,85 / 25] × [1 + (55 + 10,85) / 100]}
‘F’ = 0,434 × 1 + (65, 85 / 100),
‘F’ = 0,434 × 1 + 0, 6585
‘F’ = 0,434 × 1, 6585
‘F’ = 0,7198
Sempre que o fator for menor do que 1,00, haverá uma perda em relação
à média dos salários. Igual a 1,00, o valor será igual à média. Maior do que
1,00, o valor do salário de benefício será maior do que a média, porém
sempre limitado ao teto do INSS.

Para nossos estudos, não precisaremos aplicar todas as vezes essa imen-
sa fórmula. Basta procurarmos na tabela do fator previdenciário o fator “f”
correspondente à idade e ao tempo de contribuição do contribuinte.

Para tanto, aplicaremos a fórmula a seguir para calcularmos os benefícios


do INSS:

SB = M × f

Onde:

SB = salário de benefício;
M = média de 80% dos maiores salários de contribuição ao INSS
desde julho de 1994, corrigidos monetariamente;
f = fator previdenciário.
Aplicado à fórmula para o cálculo de benefício, teremos:

SB = R$ 1.800,00 × 0,7198

SB = R$ 1.296,64

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 105


GABARITO

Caso 2
Com base nas informações contidas na Unidade 4 “Fatores que Influenciam
o Valor da Renda a Ser Recebida em Função da Sobrevivência”, em seu
tópico “Parâmetros Técnicos”, e considerando que Marcos é um investidor
racional, preferindo sempre a opção em que sua riqueza é m ­ aximizada, e
também que não há diferença do ponto de vista de ­segurança econômico-
-financeira entre as seguradoras, qual deve ser a opção de Marcos?

Solução: Primeiro, deve-se encontrar o montante acumulado em cada uma


das seguradoras ao longo dos próximos 30 anos (360 depósitos de R$
500,00). Como o PGBL é um plano puramente financeiro durante o perío-
do de acumulação dos recursos (período de diferimento), a conta que se
deve fazer é uma conta puramente financeira, na qual se deseja calcular o
valor futuro de uma série uniforme de pagamentos mensais. Dessa forma,
para a seguradora A teremos:

Valor Futuro = Prestação × [(1+i)n – 1]/i

Onde: i = 0,72% - rentabilidade líquida do fundo; prestação = R$ 500,00


× (1 – 0,10), pois o carregamento é 10%, em face de o PGBL ser um plano
estruturado na modalidade de contribuição variável.

Logo:

Valor Futuro = 450 × [(1,0072)360 – 1]/0,0072 = R$ 764.562,20

Fazendo-se procedimento análogo para as seguradoras B e C,


­encontram-se, respectivamente, R$ 808.568,78 e R$ 1.371.488,22.

Depois disso, deve-se encontrar o valor da renda mensal vitalícia com


base nas informações contidas na Unidade 4 – “Fatores que Influenciam
o Valor da Renda a Ser Recebida em Função da Sobrevivência”, em seu
tópico “Parâmetros Técnicos”, onde ficamos sabendo que uma pessoa de
60 anos de idade precisa acumular, com base na tábua biométrica AT-49
Male + 6% a.a. (Seguradora A), R$ 124.659,13 para receber R$ 1.000,00 de
renda mensal vitalícia. Desse modo, utilizando uma regra de três, teremos:

R$ 124.659,13 para receber R$ 1.000,00

R$ 764.562,20 para receber X

Resolvendo a equação (multiplicação em cruz), encontramos R$ 6.133,22.

Fazendo-se procedimento análogo para as seguradoras B e C,


­encontram-se, respectivamente, R$ 5.261,83 e R$ 6.088,30.

Dessa forma, apesar de na seguradora A, o cliente ter o menor saldo acu-


mulado, as bases técnicas contratadas são favoráveis a ele, conduzindo a
um valor de renda mensal vitalícia maior.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 106


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARR, Nicholas. The truth about pension reform. Finance and ­Development,
v. 38, n. 3, set. 2001.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Previdên-


cia complementar. Assessoria técnica de Marcos Antônio Simões Peres. 12
ed. 1ª reimpressão. Rio de Janeiro: Funenseg, 2015, p. 102.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Previdên-


cia complementar. Assessoria técnica de Maurício Viot. 13 ed. Rio de Janeiro:
Funenseg, 2016, p. 102.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Previdên-


cia complementar. Assessoria técnica de Daniel Medeiros Schaefer. 14 ed.
Rio de Janeiro: ENS, 2017, p. 106.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Previdên-


cia complementar. Assessoria técnica de Maurício Viot. 15 ed. Rio de Janeiro:
ENS, 2018, p. 111.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino e Produtos. Segu-


ros de pessoas. Assessoria técnica de Marcos Antonio Simões Peres. 4 ed.
Rio de Janeiro: Funenseg, 2009, p. 118.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu-


ros de pessoas. Assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo. 11
ed. Rio de Janeiro: ENS, 2017, p. 136.

Sites
https://www.inss.gov.br/

http://fenaprevi.org.br/

https://meu.inss.gov.br/

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 107

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