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RIO DE JANEIRO

2ª EDIÇÃO
2022

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
CLAUDIO BIZERRA DE OLIVEIRA – 2022/2021
FREDERICO MARTINS PERES – 2022/2021
JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA ARIAS – 2022/2021

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros – ENS

E73i Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Introdução aos seguros de danos / Supervisão e Coordenação
metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Jose
Eduardo Teixeira Arias, Frederico Martins Peres e Claudio Bizerra de Oliveira.
-- 2.ed. -- Rio de Janeiro : ENS, 2022.
3,21 Mb ; PDF

1. Seguros de danos. 2. Ramos elementares. I. Arias, Eduardo Teixeira.


II. Peres, Frederico Martins. III. Oliveira, Claudio Bizerra de. IV. Título.

0021-2598 CDU 368(072)

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS


A
Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diversas
iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um
mercado de seguros, previdência complementar, capitalização
e resseguro cada vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS


SUMÁRIO
INTERATIVO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS 8

1. CONDIÇÕES CONTRATUAIS –
SEGUROS GRUPO PATRIMONIAL 12
ELEMENTOS MÍNIMOS E OBRIGATÓRIOS
NAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS DO SEGURO 14
Cláusula de Objetivo do Seguro 14
Glossário de Definições 14
Cláusula de Formas de Contratação 14
Cláusula de Âmbito Geográfico 15
Cláusulas de Coberturas 15
Cláusula de Riscos Excluídos 16
Cláusula de Aceitação 17
Cláusula de Vigência e Renovação 19
Cláusula de Concorrência de Apólices e Bilhetes 20
Cláusula de Franquia e Participação Obrigatória do Segurado (POS) 22
Cláusula de Atualização e Alteração de Valores 22
Cláusula de Pagamento do Prêmio 22
Cláusula de Indenização 24
Cláusula de Comunicação, Regulação e Liquidação de Sinistros 25
Cláusula de Reintegração 26
Cláusula de Perda de Direitos 26
Cláusula de Rescisão e Cancelamento do Contrato de Seguro 27
Outras Disposições Contratuais 28
FIXANDO CONCEITOS 1 29

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS


2. O PRODUTO DE SEGURO DE DANOS
E SEUS ELEMENTOS 31
ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO 32
Concepção 32
Processos (Operação) 33
Avaliação, Revisão e Manutenção do Produto 33
ELEMENTOS DE UM PRODUTO DE SEGUROS 34
Política de Aceitação de Riscos 34
Segmentação 35
Atividades e Riscos Excluídos 37
Precificação 38
FIXANDO CONCEITOS 2 45

3. FORMAS DE CONTRATAÇÃO DE
SEGUROS DE DANOS – SEGUROS
PROPORCIONAIS E NÃO PROPORCIONAIS 46
SEGUROS PROPORCIONAIS 48
Seguro a Risco Total 48
Seguro a Risco Relativo 52
Rateio Parcial 55
Prêmios nos Seguros a Risco Relativo: 56
SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS 57
Seguro a Risco Absoluto 57
FIXANDO CONCEITOS 3 59

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS


4. SEGUROS DE GRANDES RISCOS –
GRUPO PATRIMONIAL 60
PRINCÍPIOS GERAIS 61

ENQUADRAMENTO 62

REGRAS PARA DESENVOLVIMENTO DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS 63

ELEMENTOS MÍNIMOS DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS 65


Elementos de Livre Negociação 66
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA OS
SEGUROS DO GRUPO PATRIMONIAL 01 DA SUSEP (ALVO DE NOSSOS ESTUDOS) 67
Riscos Nomeados e Operacionais (RNO) 67
Global de Bancos 67
Outros Ramos 68
FIXANDO CONCEITOS 4 69

5. O SINISTRO E SEUS PROCESSOS 70


ETAPAS DO PROCESSO DE SINISTRO DE BENS 71
Apuração de Danos 71
Regulação 72
Liquidação 73
VARIÁVEIS TÉCNICAS DE SINISTRO 73
Prejuízos Indenizáveis 73
Salvados 74
Ressarcimento 74
Sub-rogação 74
Indenização 75
Franquia 75
Participação Obrigatória do Segurado (Pos) 76
Valor de Novo e Valor Atual 78
Depreciação 79
FIXANDO CONCEITOS 5 82

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS


GABARITO 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Como abordado no material de Teoria Geral do Seguro (TGS), os seguros
são fruto da evolução dos riscos e da necessidade de protegê-los. Os
Seguros de Danos, que por sua natureza também são classificados como
Ramos Elementares, se definem como aqueles que visam garantir per-
das por danos ou responsabilidades provenientes de riscos de incêndio,
transporte, acidentes, roubos/furtos e outros eventos que possam ocor-
rer e afetar pessoas, coisas ou bens.

Como sabemos, “seguro” é um mecanismo de transferência de riscos, que


visa restabelecer o equilíbrio econômico perturbado pela ocorrência de
um evento coberto. Nesse contexto, os seguros contra danos são impor-
tantes, pois, por meio deles, pessoas e empresas conseguem transferir às
seguradoras os riscos aos quais seu patrimônio está exposto, minimizan-
do assim os impactos financeiros ocasionados na hipótese de ocorrência
desses riscos.

Quando falamos de seguros de danos, podemos citar dentre outros: resi-


dências, empresas equipamentos, cargas, veículos automotores, indústrias,
obras, valores, bens diversos, além das responsabilidades envolvidas.

Nos seguros de danos, temos um grupo específico denominado Grupo


­Patrimonial (Circular SUSEP nº 535/2016 – Grupo 01), o qual é composto
pelos ramos relacionados abaixo, cujas regras e cujos critérios de operação
foram alterados pelas Circulares SUSEP nº 620/2020 e 621/2021 e R ­ esolução
CNSP nº 407/2021 e que serão alvo de nossos estudos neste manual:

■ Ramo 14 – Compreensivo Residencial


■ Ramo 16 – Compreensivo Condomínio
■ Ramo 18 – Compreensivo Empresarial

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 8


■ Ramo 41 – Lucros Cessantes
■ Ramo 67 – Riscos de Engenharia
■ Ramo 71 – Riscos Diversos
■ Ramo 73 – Global de Bancos
■ Ramo 96 – Riscos Nomeados e Operacionais
Observação: Enquadram-se também no segmento patrimonial os serviços
e as coberturas de assistência (todos os bens) bem como as coberturas de
garantia estendida.

— O Mercado
Você sabe apontar o porquê de a comercialização dos seguros de danos, no
mercado brasileiro, ainda ser muito tímida, diferentemente de outros países?

O cenário econômico, a baixa divulgação de seus benefícios e a falta de


conscientização da população sobre a relevância desse segmento no
contexto de proteção do patrimônio podem, em parte, explicar as razões
para que esses seguros ainda não tenham atingido o seu ápice.

Vejamos um exemplo sobre a importância da proteção patrimonial e seu


impacto no aspecto social:

Exemplo
A direção de uma pequena indústria com 100 funcionários resolveu segurar seu
patrimônio contra o risco de incêndio e garantir a recomposição de lucros cessantes
(despesas fixas e lucro líquido) no caso da ocorrência de um eventual sinistro.
Supondo a ocorrência de um sinistro de incêndio que tenha dentre as consequências a
paralisação das atividades da empresa, por seis meses, estariam garantidos, além dos
danos contra o patrimônio, a perda do lucro líquido desse período e as despesas fixas,
tais como: salário, FGTS, INSS, impostos, entre outras.

— Relevância
Ainda com base no exemplo anterior, o que podemos destacar como rele-
vante com relação à contratação desse seguro e à hipótese da ocorrência
do sinistro?

Podemos relacionar aspectos relevantes para a empresa e para os funcio-


nários. Veja:

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 9


Para empresa
(aspectos da proteção patrimonial)
1. Recuperação do patrimônio, garantindo a continuidade da atividade.
2. Garantia da lucratividade e despesas.
3. Retenção de seus talentos (pela não necessidade de demissões).
4. Recuperação de mercado.

Para os funcionários (aspectos sociais)


1. Garantia de emprego.
2. Manutenção dos proventos.
3. Manutenção do padrão de vida e consumo (alimentação, vestuário,
moradia, escola de filhos etc.).
4. Giro econômico (consumo).

— Conceito Histórico
Como vimos anteriormente no estudo de TGS, a atividade seguradora no
Brasil teve início com a abertura dos portos ao comércio internacional, em
1808, e ganhou força com a publicação do Código Comercial Brasileiro, em
1850, que foi também de fundamental importância para o desenvolvimento
dos seguros terrestres, termo que definia o que conhecemos hoje como
seguros patrimoniais.

Mais especificamente sobre a evolução histórica da área de seguros de


danos, podemos citar os seguintes eventos:

1964
A Lei Nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, também conhecida
como “lei dos condomínios”, estabeleceu, dentre outros aspec-
tos, a obrigatoriedade da contratação do seguro contra incên-
dio, abrangendo todas as unidades autônomas e partes comuns
dos edifícios em condomínio. A referida lei continua em vigor
com modificações introduzidas por diversos outros instrumentos
legais, sendo importante destacar, para o nosso estudo, o arti-
go 1346 do Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002), que diz:
“É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de
incêndio ou destruição, total ou parcial”.

1967
O Decreto-Lei 61.867, de 11 de dezembro de 1967, estabeleceu a
obrigatoriedade da contratação de seguro para garantia contra ris-
cos de incêndio de bens pertencentes a pessoas jurídicas.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 10


1975
A Circular Susep 58, de 29 de dezembro de 1975, aprovou as pri-
meiras disposições tarifárias para a modalidade de seguros de edifí-
cios em condomínio, ainda comercializados no ramo de Riscos.

1978
A Circular Susep 23, de 06 de abril de 1978, precursora do que
conhecemos hoje como seguros multirriscos, estabeleceu no mer-
cado a criação da modalidade Compreensivos de Imóveis Diver-
sos (Empresa e Residência).

1985 a 1988
Surgiram os Multirriscos – coberturas de vários ramos em uma
apólice.

2002
A Resolução CNSP 86, de 19 de agosto de 2002, transformou “Pla-
nos de Seguros” (Compreensivos) em “Ramos”:

» Compreensivo Residencial – Ramo 14


» Compreensivo Condominial – Ramo 16
» Compreensivo Empresarial – Ramo 18

2004
As Circulares Susep 256 e 265, respectivamente, de 16 de junho de
2004 a 16 de agosto de 2004, deram início à fase de maior padro-
nização das condições contratuais – condições gerais, especiais e
particulares, das notas técnicas atuariais dos contratos de seguros
de danos e definição sobre os planos de seguros padronizados e
não padronizados.

2006
Dando seguimento ao processo de padronização, a Circular
Susep 321, de 21 de março de 2006, apresentou o texto das con-
dições padronizadas de diversos ramos que compõem os segu-
ros compreensivos.

2020/2021
A partir de um amplo processo de consultas ao mercado segura-
dor, iniciado em meados de 2020, a Susep deu início a um novo
marco regulatório, privilegiando a livre iniciativa das seguradoras
para a criação dos termos e das condições de seus produtos.
Nesse sentido, foram emitidas as circulares 620, 621 e a resolução
CNSP 407, datadas respectivamente de 29/12/2020, 12/02/2021
e 29/03/2021, que revogam todas as normas que tratavam da
padronização das condições contratuais dos seguros patrimoniais.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 11


CONDIÇÕES
CONTRATUAIS –
01
SEGUROS GRUPO PATRIMONIAL
UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os elementos ■ Entender as regras
mínimos e obrigatórios contidas em cada cláusula ⊲ ELEMENTOS MÍNIMOS DAS
relativos às condições obrigatória das condições CONDIÇÕES CONTRATUAIS
contratuais utilizadas contratuais de um seguro
nos seguros de danos de danos. ⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
considerando a literatura
especializada.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 12


UNIDADE 1

As Circulares SUSEP nº 620/2020 e 621/2021, citadas anteriormente


no tópico Conceito Histórico, estabelecem a flexibilização das regras
contratuais para o mercado de seguros de danos, antes fortemente
regulamentado por diversas outras circulares normativas. Essa iniciativa
representou um importante avanço no propósito de simplificar o desen-
volvimento, a operação e a aquisição de novos produtos massificados e,
consequentemente, de modernizar o segmento e ampliar seu mercado
consumidor.

Estudando um pouco mais a fundo esse novo marco regulatório, podemos


concluir que, mesmo com a maior liberdade para a criação de condições
contratuais dos seguros de danos, o mercado precisa passar por uma fase
de acomodação, necessária à interpretação, aos estudos e à aplicação
dessas novas regras. No entanto, não se pode esquecer de que, apesar
de regras mais flexíveis de formatação para os novos produtos, ainda é
necessário respeitar todos os deveres e as obrigações contratuais estabe-
lecidos pelo Código Civil Brasileiro, assim como as regras específicas de
cada ramo de seguro.

É esperado que, pelo menos por agora, as seguradoras ainda continuem a


praticar a segmentação de seus clausulados na formatação antiga exigida
pela Susep, apresentando as Condições Gerais como sendo as cláusulas
comuns a toda e qualquer apólice de seguro daquele tipo de produto; as
Condições Especiais para definir as cláusulas específicas das coberturas
contratadas e as Condições Particulares em que, eventualmente, se parti-
culariza alguma condição para uma apólice específica.

Importante
Definição de Condições Contratuais, segundo a Circular SUSEP 621/2021
“Conjunto de disposições que regem a contratação de um mesmo plano de seguro”.
Em outros termos, as condições contratuais passam a ser entendidas como o conjunto
de textos do contrato de seguro, nos quais as seguradoras devem apresentar todos os
termos e as condições de seus produtos. Os deveres, as obrigações, os riscos cober-
tos e excluídos também devem figurar aqui, sendo redigidos de forma clara e objetiva,
não dando margem a possíveis dúvidas ou mesmo dupla interpretação.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 13


UNIDADE 1

ELEMENTOS MÍNIMOS E
OBRIGATÓRIOS NAS CONDIÇÕES
CONTRATUAIS DO SEGURO

— Cláusula de Objetivo do Seguro


Como em qualquer outro contrato de prestação de serviços, a cláusula de
objetivo ou objeto apresenta a finalidade específica do compromisso que
está sendo firmado. Ao definir a Cláusula de Objetivo de Seguro, a segura-
dora esclarece o compromisso que será assumido perante o segurado, as
coberturas oferecidas e os prejuízos indenizáveis.

Exemplo de texto:

O objetivo deste seguro é garantir ao segurado, até o valor do Limite


Máximo de Indenização – LMI, em cada uma das garantias contratadas,
o pagamento de indenização por eventos ocorridos no local segurado,
decorrentes de perdas e danos causados aos bens segurados , em con-
sequência de risco coberto especificado no texto da apólice.

— Glossário de Definições
Como já ocorre em todos os ramos de seguros, as seguradoras apresen-
tam obrigatoriamente um glossário com a definição dos termos técnicos
usados nas condições contratuais, utilizando linguagem clara e de fácil
entendimento, incluindo traduções e definições de eventuais termos em
língua estrangeira.

— Cláusula de Formas de Contratação


Esta cláusula define e explica como se dará a forma de cálculo das inde-
nizações devidas em caso de sinistros. Os termos usados para definir as
formas de contratação de cada cobertura oferecida são:

■ Seguro a risco total.


■ Seguro a risco absoluto.
■ Seguro a risco relativo.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 14


UNIDADE 1

Importante
Sobre as formas de contratação a SUSEP determina o seguinte:
Nos seguros contratados a risco total, deve ser estabelecido que o seguro de um inte-
resse por menos do que valha acarreta a redução proporcional da indenização.
Nos seguros contratados a risco relativo, o critério de rateio dos prejuízos indenizáveis
em caso de sinistro, tem de ser informado devendo ser especificado se o valor em risco
apurado (VRA) será calculado com base no valor de novo ou no valor atual do bem.

Os textos das cláusulas de formas de contratação dos seguros de danos,


os exemplos e outras definições serão estudados detalhadamente na Uni-
dade 3 deste manual.

— Cláusula de Âmbito Geográfico


Trata-se da cláusula que define a abrangência territorial de atuação da
cobertura de seguro contratada.

Exemplo de Texto:

Considera-se âmbito geográfico das coberturas todo o território nacio-


nal, salvo disposição em contrário, que deverá constar das condições
contratuais.

— Cláusulas de Coberturas
As cláusulas de cobertura definem de forma clara e objetiva os termos e
as condições das coberturas referentes ao tipo de seguro contratado, não
podendo deixar de mencionar as seguintes condições:

■ Tipos de bens segurados.


■ Bens excluídos ou não compreendidos no seguro.
■ Riscos cobertos.
■ Riscos excluídos.
Vejamos algumas regras obrigatoriamente seguidas pelas seguradoras:

■ Os riscos excluídos são inseridos imediatamente após a descrição


dos riscos cobertos.
■ A seguradora deve possuir autorização para operar em todos os
ramos relativos às coberturas previstas nas condições contratuais.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 15


UNIDADE 1

■ Nos planos de seguro que conjuguem mais de uma cobertura, a


seguradora deverá informar, em destaque, se as coberturas pode-
rão ser contratadas isoladamente.
Existem ainda algumas recomendações para as seguradoras:

■ É possível a estruturação de plano de seguro com cobertura para


Saiba mais quaisquer eventos, na forma all risks (todos os riscos), com exce-
ção dos riscos expressamente excluídos.
All Risks é um tipo de cobertura
■ As condições contratuais poderão prever coberturas relativas a
de seguro de danos materiais
diferentes ramos de seguros, observadas as regulamentações
que inclui garantia para todos e
específicas de cada ramo e a regulamentação contábil vigente.
quaisquer prejuízos que possam
atingir os bens segurados, ■ Para as coberturas em que a indenização se dê por meio de pres-
decorrentes de qualquer tação de serviços, poderá ser prevista a livre escolha dos presta-
evento, com exceção dos riscos dores de serviços pelo segurado e/ou a indicação de rede referen-
que tenham sido excluídos da ciada pela sociedade seguradora.
cobertura da apólice. São exemplos de coberturas:

Cobertura Básica, Cobertura de Roubo/Furto Qualificado de Bens, Cobertura


de Danos Elétricos, Vendaval, Desmoronamento, Alagamento e outras que se
apliquem às características dos bens que são objeto do seguro e às atividades
exercidas no local segurado.

Veja um exemplo de texto para Cobertura Básica:

Para fins deste seguro consideram-se Riscos Cobertos, até o Limite Máxi-
mo de Indenização estabelecido no texto da apólice, para indenização por
perdas e danos materiais diretamente causados aos bens segurados por:

a) incêndio de qualquer de qualquer natureza;


b) queda de raio, desde que atinja diretamente a área do terreno ou
o edifício onde os bens segurados estiverem localizados;
c) explosão de qualquer natureza, onde quer que tenha ocorrido.

— Cláusula de Riscos Excluídos


A seguradora define e apresenta de forma inequívoca cada risco,
evento ou condição que pretende excluir da cobertura do seguro,
evitando textos ambíguos que não permitam identificar situações
concretas de exclusão de cobertura.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 16


UNIDADE 1

Importante
É vedado constar no rol de riscos excluídos do seguro eventos decorrentes de atos
praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de embriaguez ou sob
efeito de substâncias tóxicas.
O estado de insanidade mental, a embriaguez e o uso de substâncias tóxicas pelo
segurado podem ser considerados como causas de agravamento de risco suscetível
de levar à perda da cobertura, desde que a sociedade seguradora demonstre no caso
concreto que tais situações tenham sido determinantes para a ocorrência do sinistro.

— Cláusula de Aceitação
A seguradora especifica nesta cláusula as condições para aceitação ou recusa
do risco assim como o prazo que dispõe para se manifestar sobre sua decisão.

A Circular SUSEP nº 642/2021, aditada pelas Circulares 651/2021 e


654/2022, alterou algumas regras de aceitação de seguros, com prazo de
01/05/2022 para a implementação por parte das Seguradoras.

A proposta de seguros e suas condições contratuais deverão prever um


prazo máximo para aceitação ou recusa, a partir da recepção pela Segura-
dora do seguro proposto.

Normalmente, as seguradoras se utilizam do prazo de 15 dias a partir


da recepção da proposta de seguros. Entretanto, a partir da Circular nº
642/2021, as seguradoras podem adotar prazos diferentes, inclusive supe-
riores a 15 dias para aceitação. Independentemente do prazo de aceitação
adotado, se ultrapassados 15 dias, as seguradoras não poderão efetivar
cobrança de qualquer valor a título de prêmio antes da confirmação de
manutenção de interesse e autorização expressa pelo proponente.

A data da aceitação da proposta será aquela que ocorrer primeiro entre:

I - a data da manifestação expressa de aceitação da proposta pela segura-


dora (menos usual).

II - a data de emissão da apólice ou certificado individual com consequente


envio e/ou disponibilização do documento contratual; ou

III – o fim do prazo determinado de aceite da proposta de seguros sem


qualquer manifestação por parte da seguradora, o que caracterizará a
aceitação tácita do seguro proposto.

Normalmente, as seguradoras optam por, em caso de aceite do seguro


proposto, simplesmente deixar o prazo de aceitação expirar e/ou partirem
para a emissão do seguro, se pronunciando apenas no caso de negativa
do seguro proposto, neste caso obrigatoriamente dentro dos prazos de
aceite definidos por elas.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 17


UNIDADE 1

Durante o prazo de aceitação, podem ser solicitados documentos ou infor-


mações complementares para análise e aceitação do risco, desde que a
seguradora fundamente o pedido. Nesses casos, o prazo de aceite ficará
suspenso, voltando a correr a partir da data de recebimento das informa-
ções ou dos documentos solicitados pela seguradora.

O prazo de aceite também é suspenso nos casos em que a aceitação da


proposta de seguro depende de contratação ou alteração da cobertura
de resseguro facultativo, até que o ressegurador se manifeste formalmen-
te, devendo a seguradora comunicar tal fato, por escrito, ao proponente,
ressaltando a consequente inexistência de cobertura, enquanto perdurar
a suspensão.

Na hipótese de não aceitação da proposta de seguro, a seguradora deve


providenciar comunicação formal ao proponente, seu representante ou
corretor, apresentando a justificativa da recusa.

A recepção de propostas pela seguradora com antecipação de pagamento


parcial ou total de prêmio é admitida em caso de oferecimento de cober-
tura provisória de seguros para sinistros ocorridos durante o período de
análise da proposta e desde que tal cobertura seja solicitada pelo propo-
nente no documento proposta.

No caso de aceitação da proposta com antecipação de prêmio, a segura-


dora poderá considerar o período de cobertura provisória como de efetiva
vigência, desde que haja tal previsão nos documentos contratuais.

No caso de recusa de seguros com antecipação de prêmio e vigência


­inferior a 12 meses, encerra-se a cobertura provisória a partir da comunica-
ção formal ao proponente, seu representante legal ou corretor de seguros.
Para os seguros com vigência igual ou superior a 12 meses, o encerramento

Importante da cobertura provisória em decorrência da recusa do risco, somente poderá


ocorrer após, no mínimo, 2 dias úteis contados da comunicação formal.
Definição de Período
Intermitente de Devem ser restituídos pela seguradora, em até 10 dias corridos a contar da
Cobertura, conforme data de formalização da recusa da proposta pela seguradora, pelo menos, a
Circular SUSEP diferença entre o valor pago pelo proponente e o valor correspondente ao
nº 642/2021 período em que tiver prevalecido a cobertura.
Período de cobertura fixado de Para a recepção de proposta sem antecipação de prêmio, a seguradora indicará
forma descontinuada, a partir neste documento a data de início de vigência ou o critério para sua indicação
de critérios determinados nas conforme lhe convier, podendo coincidir com a data de aceitação da proposta.
condições contratuais, que
estabelecem sua interrupção e A emissão e o envio e/ou disponibilização ao segurado, por meio físico
reinício, bem como inclusão ou ou remoto, da apólice, do endosso e do certificado individual deverão ser
exclusão de cobertura dos riscos. feitos em até 15 (quinze) dias a partir da data de aceitação da proposta.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 18


UNIDADE 1

— Cláusula de Vigência e Renovação


É a cláusula que indica o critério de fixação do início e término de vigência
das coberturas.

Os seguros poderão ser estruturados com qualquer período de vigência e/


ou com período intermitente de cobertura dentro de seu período de vigência.

Na falta de indicação expressa de horário nos documentos do seguro, o


início e término de vigência do seguro será às 24 (vinte e quatro horas) das
datas para tal fim neles indicadas.

Nos casos de seguros intermitentes, os parâmetros de vigência deverão


estar expressos nos documentos contratuais do seguro

Também deverão constar dessa cláusula dois importantes procedimentos:

Renovação do Seguro
A seguradora deve informar se aceita que a primeira renovação do
seguro ocorra de forma automática e, nesse caso, deve deixar cla-
ro que esse procedimento somente poderá ocorrer uma única vez
e pelo mesmo prazo, devendo as renovações posteriores serem
solicitadas, obrigatoriamente, de forma expressa pelo segurado.

Na hipótese de não haver interesse da seguradora em renovar a


apólice, tal fato deverá ser comunicado ao segurado e, no caso
de apólice coletiva, ao estipulante, mediante aviso prévio de, no
mínimo, 30 dias de antecedência ao final de vigência da apólice.

Pagamento antecipado do prêmio


Nos contratos cujas propostas de seguro forem recepcionadas
com antecipação do pagamento parcial ou total de prêmio, a segu-
radora poderá considerar o período de cobertura provisória con-
cedido como de efetiva vigência, desde que haja tal previsão nos
documentos contratuais.

Não havendo qualquer pagamento antecipado do prêmio de segu-


ro, a seguradora adotará a data de início de vigência ou o critério
para sua indicação conforme lhe convier, podendo coincidir com a
data de aceitação da proposta. A respectiva vigência ou critério de
vigência devem estar previstos na proposta de seguros.

Os prêmios para os seguros emitidos com vigência reduzida ou


com período intermitente são calculados de acordo com os cri-
térios da seguradora para o tempo de cobertura contratado. Na
hipótese de cancelamento, os prêmios a devolver são calculados
proporcionalmente ao tempo de cobertura decorrido em compara-
ção ao tempo de cobertura contratado.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 19


UNIDADE 1

— Cláusula de Concorrência
de Apólices e Bilhetes
Nesta cláusula, são especificados todos os critérios a serem adotados em
caso de sinistro coberto por mais de uma seguradora, para os mesmos
bens e contra os mesmos riscos, determinando a responsabilidade propor-
cional de cada seguro existente.

Normalmente, as seguradoras utilizam os seguintes critérios:

Primeiramente, cada seguradora apura o prejuízo individual da cobertura


sinistrada, como se o respectivo seguro fosse o único vigente. Em seguida,
ajusta esse valor, considerando, quando for o caso, franquias, participações
obrigatórias do segurado, limite máximo de indenização da cobertura e cláu-
sulas de rateio, se houver.

A partir desse cálculo realizado por cada seguradora, obtém-se o somató-


rio de todas as indenizações individuais ajustadas, para então se adotar os
seguintes procedimentos:

I. se esse somatório for igual ou inferior ao prejuízo total apurado, cada


sociedade seguradora envolvida participará com a respectiva inde-
nização individual, assumindo o segurado a responsabilidade pela
diferença, se houver;
II. no entanto, se esse mesmo somatório for maior que o prejuízo
total apurado, cada sociedade seguradora envolvida participará da
indenização com percentual do prejuízo correspondente à razão
entre a respectiva indenização individual e o somatório dessas
indenizações individuais.
Para melhor compreensão, analisaremos o seguinte exemplo:

I. Dados das Apólices:


» Apólice “A”
LMI = R$ 200.000,00

Franquia = R$ 10.000,00

» Apólice “B”
LMI = R$ 100.000,00

Franquia = R$ 6.000,00

II. Sinistro:
Prejuízo apurado = R$ 35.000,00

III. Cálculo das Indenizações Ajustadas (cada apólice envolvida):

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 20


UNIDADE 1

» Apólice “A”
Indenização Ajustada = (P - F)
= R$ 35.000,00 - R$ 10.000,00 = R$ 25.000,00

» Apólice “B”
Indenização Ajustada = (P - F)
= R$ 35.000,00 - R$ 6.000,00 = R$ 29.000,00

Onde:

P = Prejuízo Apurado

F = Franquia

IV. Cálculo da Indenização Total (Apólice “A” + Apólice “B”):


R$ 25.000,00 + R$ 29.000,00 = R$ 54.000,00

Como a soma das indenizações individuais ajustadas, das apólices concor-


rentes, é superior ao prejuízo apurado (R$ 54.000,00 > R$ 35.000,00), a
responsabilidade de cada apólice deve então ser recalculada com base na
seguinte fórmula:

INDENIZAÇÃO INDIVIDUAL AJUSTADA × PREJUÍZO APURADO


SOMATÓRIO DAS INDENIZAÇÕES INDIVIDUAIS AJUSTADAS

» Apólice “A”
Indenização = R$ 25.000,00 × R$ 35.000,00 = R$ 16.203,70
R$ 54.000,00

» Apólice “B”
Indenização = R$ 29.000,00 × R$ 35.000,00 = R$ 18.796,30
R$ 54.000,00

Indenização Total: R$ 16.203,70 + R$ 17.796,30 = R$ 35.000,00

Saiba mais
Código Civil Brasileiro
Art. 778. Nos seguros de danos, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do
interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no
art. 766 e sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
Art. 782. O segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo seguro sobre
o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro segurador, deve previamente
comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende
segurar-se, a fim de se comprovar a obediência ao disposto no art. 778.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 21


UNIDADE 1

— Cláusula de Franquia e Participação


Obrigatória do Segurado (POS)
Conforme estudamos anteriormente, as franquias e as participações obri-
gatórias são valores estabelecidos na apólice de seguros, que represen-
tam a participação do segurado nos prejuízos em casos de sinistros.

A Susep determina que, quando forem utilizadas essas condições, os critérios de


aplicação, valores e demais termos deverão constar em destaque nas condições
contratuais, na proposta, na apólice, no bilhete ou certificado individual de seguro.

Pode ser prevista a aplicação de mais de um tipo de franquia em um


mesmo sinistro, desde que sua ordem de aplicação seja especificada nas
condições contratuais.

Contudo, não é permitida a aplicação de mais de uma franquia do mesmo


tipo para a mesma cobertura e na mesma seguradora.

A diferença prática entre a aplicação de Franquia e Participação Obrigatória do


Segurado será objeto de estudo mais detalhado na Unidade 5 deste manual.


Importante Cláusula de Atualização e
Definições, segundo a Alteração de Valores
Circular SUSEP 621/2021
Prêmio periódico: valor Em todas as condições contratuais, as seguradoras devem estabelecer quais
a ser pago para a garantia são os critérios para a realização de mudanças dos valores segurados, seja
do risco, com qualquer pela simples necessidade de inclusão, na apólice, de novos bens segurados,
periodicidade compatível seja pelo estabelecimento de critérios mais específicos para atualização dos
com as suas características e valores já segurados.
com a vigência da cobertura,
Em qualquer caso, além da clara menção desses critérios, deverão ain-
conforme opção especificada
da constar a periodicidade dessas correções e as respectivas formas de
na proposta ou no bilhete.
pagamento do prêmio.
Prêmio Único: valor a ser
pago para a garantia do risco,
calculado para a vigência
— Cláusula de Pagamento do Prêmio
integral da apólice, podendo Esta cláusula prevê as formas disponibilizadas ao segurado para pagamento
ser pago à vista ou parcelado. do prêmio de seguro especificado na apólice, indicando as possibilidades
O prêmio único poderá ser de pagamento à vista ou de forma fracionada conforme acordado quando
fracionado e, nesse caso, não da negociação do seguro.
será permitida a cobrança de
O prêmio de seguro poderá ser único, periódico ou possuir outra estrutu-
quaisquer valores adicionais a
ração prevista nas condições contratuais.
título de custo administrativo
de fracionamento. Exemplo: No caso dos seguros que possuírem coberturas intermitentes, os prêmios pode-
custo de cobrança – boletos. rão ser calculados e pagos em função do período de utilização da cobertura.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 22


UNIDADE 1

Falta de Pagamento de Prêmios


O texto da cláusula de pagamentos também prevê as providências a serem
adotadas no caso de falta de pagamento.

Acarreta o cancelamento da apólice:

Nos seguros com parcela única – o não pagamento do prêmio na respec-


tiva data limite.

Nos seguros com prêmio fracionado – o não pagamento da primeira par-


cela na respectiva data limite.

E o não pagamento de parcela subsequente à primeira nos seguros com


prêmio fracionado?

Segundo a Circular SUSEP 621/2021, tal fato implicará no ajuste do prazo


de vigência da respectiva cobertura em função da relação proporcional
entre o prêmio efetivamente pago e a totalidade do prêmio de seguros.

Exemplo: Tendo pago 50% do prêmio devido, o segurado teria direito a


50% da vigência do seguro (critério pro rata temporis).

Entretanto, pode ser definido outro critério para essa mesma situação, des-
de que leve em consideração a relação entre o prêmio já pago e a totalida-
de do prêmio do seguro.

Exemplo: Critério do Prazo Curto (prática atual do mercado).

O que ocorre com o não pagamento se o prazo de vigência não houver expirado?

Se o novo prazo de vigência não houver expirado, o segurado poderá res-


tabelecer o pagamento do prêmio da parcela vencida, dentro desse novo
prazo, acrescido dos juros moratórios.

E quando o novo prazo expirar sem que o pagamento tenha sido feito?

Findo o novo prazo de vigência ajustado, sem que tenha sido efetuado o
pagamento do prêmio, a cobertura será automaticamente suspensa e a
seguradora cancelará a apólice, tão somente comunicando esse fato por
escrito ao segurado.

E em relação ao prêmio periódico?

Quando o prêmio for periódico, caso o pagamento não seja efetuado no pra-
zo estipulado, a sociedade seguradora poderá cancelar o seguro ou, alter-
nativamente, de forma isolada ou combinada, adotar as seguintes regras:

I. Garantir a cobertura dos sinistros ocorridos durante o período de ina-


dimplência, podendo haver a cobrança do prêmio devido ou, quan-
do for o caso, seu abatimento do valor da indenização.
II. Suspender a cobertura durante o período de inadimplência, não sen-
do permitida a cobrança dos prêmios referentes a este período.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 23


UNIDADE 1

Importante
1. Obrigatoriamente deve ser previamente comunicado ao segurado ou ao seu represen-
tante legal, por escrito ou por qualquer meio que se possa comprovar nas formas pre-
vistas em lei, sobre qualquer providência que venha a ser adotada pela seguradora nos
casos de atraso ou falta de pagamento do prêmio do seguro.
2. O cancelamento do seguro não pode ser realizado caso o prêmio tenha sido pago à
vista, mediante financiamento obtido junto a instituições financeiras, nos casos em que o
segurado deixar de pagar o financiamento.

— Cláusula de Indenização
A presente cláusula estabelece que haverá obrigatoriamente, por conta da
sociedade seguradora, até os limites máximos de indenização estabeleci-
dos, dos seguintes custos:

■ as despesas de salvamento comprovadamente efetuadas pelo


segurado durante e/ou após a ocorrência de um sinistro;
■ os valores referentes aos danos patrimoniais comprovadamente cau-
sados pelo segurado e/ou por terceiros na tentativa de evitar o sinistro,
minorar o dano ou salvar a coisa.

Observação
Pode ser oferecida cobertura específica exclusivamente para cobrir as despesas de sal-
vamento e os valores referentes aos danos patrimoniais previstos nesta condição.

Apuração de Prejuízos
O texto da cláusula de indenização esclarece também se a apuração dos
prejuízos, em caso de sinistros, será realizada com base no valor de novo
ou no valor atual do bem sinistrado, sem prejuízo de combinação de cri-
térios em diferentes períodos, devendo ainda ser observado o seguinte:

■ Para apuração dos prejuízos com base no valor atual do bem, os crité-
rios de depreciação devem ser especificados quando da contratação
do seguro ou de sua renovação.
■ Quando forem utilizados valores de referência para a quantificação da
indenização, deverão ser informadas a fonte e a data para sua apuração.
Estudaremos em mais detalhes, na unidade 5, exemplos sobre valor atual,
valor de novo e depreciação.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 24


UNIDADE 1

— Cláusula de Comunicação,
Regulação e Liquidação de Sinistros
Esta cláusula informa quanto aos procedimentos para comunicação, regu-
lação e liquidação de sinistros, incluindo a listagem dos documentos bási-
cos previstos a serem apresentados para cada cobertura.

A comunicação do sinistro à seguradora deverá ser feita por escrito e ime-


diatamente após sua ocorrência, indicando:

■ data, hora, local, descrição detalhada da ocorrência e das causas


prováveis do sinistro, bens sinistrados e estimativa dos prejuízos;
■ relação dos bens sinistrados e comprovação da preexistência dos
mesmos (notas fiscais, demonstrativos contábeis);
■ relação de todos os seguros que existem sobre os mesmos bens
ou responsabilidades.
O segurado deverá estar ciente de que:

■ Não pode iniciar reparos dos danos sem prévia autorização da


seguradora, salvo para atender interesse público ou evitar agrava-
ção dos prejuízos.
■ Não há fixado prazo máximo para a comunicação de sinistros à
seguradora.
■ O prazo máximo para recebimento dos sinistros é de 30 dias,
contados a partir da entrega de todos os documentos básicos, e,
havendo solicitação de documentação complementar, esse prazo
será suspenso, voltando a correr a partir do dia útil subsequente
àquele em que forem atendidas as exigências
■ O não pagamento da indenização no prazo previsto implicará em
aplicação de juros de mora a partir daquela data, sem prejuízo de
sua atualização, nos termos da legislação específica.

Direitos do Segurado
Caso o processo de regulação de sinistros conclua que a indenização não
é devida, o segurado deverá ser comunicado formalmente, com a justifica-
va para o não pagamento, dentro do prazo previsto.

As condições contratuais poderão admitir, para fins de indenização, pre-


ferencialmente, as hipóteses de pagamento em dinheiro, reposição ou
reparo do bem ou prestação de serviços, sem prejuízo de outras formas
pactuadas mediante acordo entre as partes.

Na impossibilidade de reposição ou reparo do bem segurado à época da


liquidação, dentro do prazo previsto, a indenização deverá ser paga obri-
gatoriamente em dinheiro.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 25


UNIDADE 1

Na hipótese de reparo do bem, o prazo para liquidação do sinistro poderá


ser estendido, de acordo com o previsto nas condições contratuais, pelo
tempo necessário à conclusão desse reparo.

— Cláusula de Reintegração
É cláusula que especifica se o limite máximo de garantia poderá ser reinte-
grado quando da ocorrência do sinistro.

Reintegrar o limite máximo de indenização de um seguro é fazer com que


seu valor, após a liquidação de um sinistro parcial, volte ao valor original.
Para que o seguro não se torne insuficiente, é necessário que o limite máxi-
mo de indenização seja reintegrado.

Segundo a Circular nº 621/2021, a reintegração poderá ser facultativa,


mediante eventual cobrança de prêmio adicional, calculado a partir da data
da ocorrência do sinistro até o término de vigência do contrato, ou auto-
mática, observada a regulamentação específica de cada ramo de seguro.

— Cláusula de Perda de Direitos


Trata-se de cláusula específica que prevê em quais situações o segurado
perderá o direito à indenização tais como:

■ Agravação intencional do risco.


■ Apresentação de declarações inexatas ou omissão de circunstâncias
que possam influir na aceitação da proposta ou no valor do prêmio.
O segurado deverá estar ciente ainda de que tem a obrigação de comuni-
car à seguradora, logo que saiba, sobre qualquer fato que possa agravar
consideravelmente o risco coberto.

Quando a inexatidão ou a omissão nas declarações não resultar de má-fé


do segurado, a sociedade seguradora poderá tomar algumas medidas,
desde que seja no prazo de quinze dias após o recebimento do aviso. Veja
quais são essas medidas:

I. na hipótese de não ocorrência de sinistro:


a) cancelar o seguro, podendo reter do prêmio originalmente
pactuado a parcela proporcional ao tempo decorrido;
b) mediante acordo, permitir a continuidade do seguro, poden-
do cobrar a diferença de prêmio cabível ou restringir termos e
condições da cobertura contratada.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 26


UNIDADE 1

II. na hipótese de ocorrência de sinistro sem indenização integral:


a) após o pagamento da indenização, cancelar o seguro, poden-
do reter do prêmio originalmente pactuado a parcela calcu-
lada proporcionalmente ao tempo decorrido, acrescido da
diferença cabível;
b) permitir a continuidade do seguro, podendo cobrar a diferença
de prêmio cabível ou deduzi-la do valor a ser indenizado, ou
restringir termos e condições da cobertura contratada.
III. na hipótese de ocorrência de sinistro com indenização integral:
a) após o pagamento da indenização, cancelar o seguro, podendo
deduzir do valor a ser indenizado a diferença de prêmio cabível.

— Cláusula de Rescisão e
Cancelamento do Contrato de Seguro
A presente cláusula adotada pelo mercado visa fixar as regras de rescisão
e cancelamento do contrato de seguro, no todo ou em parte, consistindo,
basicamente, nas seguintes situações:

■ por inadimplemento do segurado;


■ por perda de direito do segurado;
■ por esgotamento do limite máximo de garantia da apólice;
■ quando a indenização ou série de indenizações pagas atingirem
o limite máximo de indenização de uma determinada cobertura,
situação em que o cancelamento afetará apenas essa cobertura;
■ pela concordância recíproca entre segurado e seguradora, por
escrito, caso em que o cancelamento será denominado rescisão. Na
hipótese de rescisão a pedido da seguradora, esta retém do prêmio
recebido, além dos emolumentos, a parte proporcional ao tempo
decorrido (critério pro rata). Na hipótese de rescisão a pedido do
segurado, além dos emolumentos, o mercado pratica a retenção do
prêmio calculado de acordo com a seguinte Tabela de Prazo Curto:

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 27


UNIDADE 1

% DO PRÊMIO % DO PRÊMIO
PRAZO (ATÉ) PRAZO (ATÉ)
RETIDO RETIDO

15 dias 13 195 dias 73

30 dias 20 210 dias 75

45 dias 27 225 dias 78

60 dias 30 240 dias 80

75 dias 37 255 dias 83

90 dias 40 270 dias 85

105 dias 46 285 dias 88

120 dias 50 300 dias 90

135 dias 56 315 dias 93

150 dias 60 330 dias 95

165 dias 66 345 dias 98

180 dias 70 365 dias 100

Os percentuais correspondentes aos prazos registrados na tabela são apli-


cados ao valor do prêmio anual do seguro. Para percentuais diferentes da
tabela, adotam-se os percentuais imediatamente inferiores.

Entretanto, a Circular SUSEP 621/2020 passou a desobrigar o uso da tabe-


la de prazo curto e permite que o mercado passe a adotar o critério pro-
porcional ao tempo decorrido (pro rata) mesmo para a rescisão solicitada
pelo segurado.

Nos casos de rescisão que gerar restituição, os valores devidos a título de


devolução de prêmios, no caso de cancelamento do contrato, serão pagos
no prazo máximo de 10 dias e estarão sujeitos à atualização monetária,
caso o respectivo prazo não seja respeitado.

— Outras Disposições Contratuais


As condições contratuais abordam ainda os seguintes temas:

■ As questões judiciais entre o segurado e a sociedade seguradora


serão processadas no foro do domicílio do segurado ou beneficiá-
rio, conforme o caso.
■ A definição do beneficiário do seguro, quando couber, se dará por
cláusula específica.
■ A sub-rogação de direitos, quando couber, se dará por cláusula
específica.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 28


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1
Analise as proposições e marque a alternativa correta

1. Todos os produtos necessitam de um conjunto de textos que compõem


o contrato de seguro, os quais apresentam todos os termos e as condi-
ções daquele determinado produto, tais como: deveres, obrigações, riscos
cobertos e excluídos, e que devem estar redigidos de forma clara e objeti-
va, não dando margem a possíveis dúvidas ou mesmo dupla interpretação.
Esse conjunto de textos é chamado de:

(a) Condições Especiais.


(b) Condições Internas.
(c) Condições Contratuais.
(d) Condições Particulares.
(e) Cláusulas Acessórias.

2. Por meio da Cláusula de Formas de Contratação, deve ser estabelecido


o modo como se dará a fórmula do cálculo da indenização das coberturas
em caso de eventual sinistro. Essas formas podem variar entre os produ-
tos existentes no mercado. Os contratos de danos podem apresentar as
seguintes formas de contratação:

(a) Risco Absoluto, Risco Relativo e Risco Total.


(b) Condições Gerais, Especiais e Particulares.
(c) Prêmio de Risco, Prêmio Estatístico e Prêmio Comercial.
(d) Apólice, Bilhete e Averbação.
(e) Condições Contratuais e Condições Gerais.

3. Nesta cláusula, são especificados todos os critérios a serem adotados


em caso de sinistro coberto por mais de uma seguradora, para os mesmos
bens e contra os mesmos riscos, determinando a responsabilidade propor-
cional de cada seguro existente. Estamos falando da Cláusula de:

(a) Renovação.
(b) Formas de Contratação.
(c) Bens Excluídos.
(d) Concorrência de Apólices.
(e) Sub-rogação de Direitos.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 29


FIXANDO CONCEITOS

4. Ela poderá ser facultativa, mediante eventual cobrança de prêmio adi-


cional, calculado a partir da data da ocorrência do sinistro até o término de
vigência do contrato, ou automática, observada a regulamentação especí-
fica de cada ramo de seguro. Estamos falando da:

(a) Cláusula de Indenização.


(b) Cláusula de Reintegração.
(c) Cláusula de Sub-rogação.
(d) Cláusula de Concorrência de Apólices.
(e) Cláusula de Renovação.

Consulte o gabarito clicando aqui.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 30


O PRODUTO de
02
SEGURO DE DANOS
UNIDADE 2

e seus ELEMENTOS

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os elementos que fazem parte
da concepção de um produto de seguro ⊲ ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO
de danos, compreendendo as etapas
do desenvolvimento de um produto de ⊲ ELEMENTOS DE UM
PRODUTO DE SEGUROS
seguros.
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 31


UNIDADE 2

Esta unidade visa demonstrar os elementos que compõem um produto de


seguros de danos, ou seja, que fazem parte de sua concepção.

É de muita importância que o corretor adquira conhecimento acerca do


que está contido em um produto de seguro disponível no mercado, pois tal
conhecimento explicará muito de seu dia a dia em relação à contratação
de seguros e à sua relação com a seguradora que representa.

ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO

— Concepção
Os produtos de seguro do mercado são concebidos com base em demanda
de mercado percebida e para um público-alvo definido (clientes potenciais).

Este é o momento em que são definidos pontos fundamentais, como: bens


a garantir, riscos cobertos e excluídos; coberturas a oferecer para o seg-
mento focado; políticas de aceitação, segmentação e precificação.

É importante que o corretor tome conhecimento de como se dá uma con-


cepção dessa natureza e seus pontos-chaves, pois explica muito o cotidia-
no da operação de cotação e aceitação do produto a ele disponibilizado
pelas seguradoras. O correto entendimento desse processo acrescenta
muito, tendo em vista que o corretor é o principal distribuidor dos seguros
de danos e o foco das seguradoras no momento da concepção dos produ-
tos, em função do importante canal que representa.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 32


UNIDADE 2

As políticas de aceitação, segmentação e precificação integram as regras


de subscrição do produto desenvolvido.

Pode-se dizer que as regras de subscrição de um produto são a tradução


de sua estratégia de atuação, pois devem conter os elementos técnicos
que possibilitam a atuação do produto no mercado, tal como planejado, e
o atingimento dos resultados almejados.

— Processos (Operação)
De extrema importância, a definição de processos e sistemas oferece sus-
tentação a toda a operação do produto.

São ferramentas e rotinas que otimizam a operação do produto em todos


seus processos, o que inclui: cotação, emissão, inspeção, aceitação, remu-
neração, sinistros, entre outros.

As seguradoras planejam, executam e testam tais processos e sistemas


para se certificarem de que tudo está fluindo da forma mais eficiente.

Para seguros massificados, o fator custo de operação é muito importante e


passa necessariamente por processos e sistemas otimizados.

— Avaliação, Revisão e
Manutenção do Produto
Administrar produtos massificados requer necessariamente avaliar cons-
tantemente se o produto continua atendendo aos seus objetivos, o que
inclui verificar se os processos estão fluindo de forma satisfatória e se os
resultados atingidos estão dentro do planejado.

As seguradoras estão atentas a esses pontos e podem promover ajustes


se algo fugir do planejado, o que definimos como manutenção constante.

São manutenções que podem atingir todos os pontos da concepção dos


produtos, abrangendo ajustes de precificação, segmentação, aceitação,
processos ou sistemas, entre outros, dependendo da necessidade de cor-
reção para manter os objetivos.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 33


UNIDADE 2

ELEMENTOS DE UM
PRODUTO DE SEGUROS

— Política de Aceitação de Riscos


Todo produto de seguro dos ramos elementares possui algum tipo de
política de aceitação, normalmente, relacionada ao chamado “apetite para
assumir riscos”, que se resume na capacidade que cada seguradora apre-
senta para administrar um determinado ramo de seguro ou, simplesmente,
determinados riscos.

Na política de aceitação estão definidos os segmentos em que se preten-


de atuar, evitar ou excluir durante a operação do produto (será abordado
adiante no tópico Atividade e Riscos Excluídos).

Conheça os instrumentos ou meios de aplicação de uma política de acei-


tação, a seguir.

Sistema de cálculo
Permite a obtenção, na “ponta de vendas”, de cotações perfeita-
mente ajustadas à política do produto.

Guidelines
São os manuais de aceitação (documentos internos da segurado-
ra) que traduzem todas as regras de aceitação do produto para
seus mais variados segmentos de atuação. Orientam as equipes
de subscrição da seguradora em sua atuação cotidiana e podem
nortear a atuação da área comercial na busca pelos riscos ajusta-
dos à estratégia de atuação dos produtos.

Regimento de alçada
Constante do guideline do produto, especifica quais alçadas
devem ser consultadas formalmente para fins de aceitação dos
riscos, levando em conta as características do objeto segurado.

A utilização desse instrumento agrega maior segurança ao gerencia-


mento da operação, principalmente, na análise de riscos mais gravosos.

Regras de inspeção
Indicam aqueles casos que necessitam da visita de técnicos quali-
ficados ao local do risco, com o objetivo de analisar as condições
físicas e protetivas das instalações e a adequação dos riscos frente
às coberturas que se pretende segurar.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 34


UNIDADE 2

Outros meios
Uma política de aceitação pode também expressar-se na aplica-
ção de regras de franquias, preços ou comissionamento diferen-
ciados, conforme o segmento do risco envolvido.

A política de aceitação pode contemplar condicionantes para


determinados tipos de risco, ou seja, pré-requisitos obrigatórios
que permitam o aceite de determinados segmentos como siste-
mas de proteção, renovação sem sinistro, região de localização,
características construtivas, idade do risco etc.

— Segmentação
Todo produto de ramos elementares prevê algum tipo de segmentação
em sua tarifa (critérios tarifários) que diferenciará a taxa a ser aplicada em
função das características do bem segurado e da cobertura oferecida.

A segmentação faz parte da colocação em prática da estratégia de atua-


ção do produto conforme o foco de atuação pretendido.

A liberdade tarifária existente hoje no mercado faz com que cada segura-
dora possua seus próprios critérios, ou seja, precifique seus riscos segun-
do regras próprias, o que explica a existência de tarifas diferentes, entre as
seguradoras, para uma mesma modalidade de seguro.

Com o advento das ferramentas sistêmicas de cálculo, contratação e emis-


são de seguros, hoje é possível conceber tarifas mais segmentadas e com-
plexas, de acordo com a especificidade de cada produto.

Uma correta segmentação evita o uso de taxas médias para riscos de


características diferentes, pois identificar exatamente cada atividade segu-
rada permite ajustar o preço da forma mais personalizada possível, tra-
zendo maior competitividade para a tarifa nos segmentos mais atrativos e
atribuindo maior peso ao preço de riscos mais gravosos.

Alguns exemplos de segmentação praticada pelo mercado em função do


tipo de produto podem ser vistos no quadro a seguir:

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 35


UNIDADE 2

EXEMPLOS DE SEGMENTAÇÃO EM FUNÇÃO DO TIPO DE PRODUTO

Seguro de Seguro Seguro


Automóvel Residencial Empresarial

■ Região de circulação ■ Região de localização (CEP) ■ Porte da empresa

■ CEP de domicílio ■ Tipo de imóvel (casa ou


apartamento ■ Região de localização (CEP)
■ Marca/Modelo/Ano-modelo
■ Tipo de utilização (habitual ou ■ Natureza da atividade
■ Classe de bônus veraneio)
(industrial, comercial ou serviços)
■ Características dos usuários ■ Se o condomínio é fechado
(Perfil) ■ Atividade (Ex.: metalúrgica, ind.
■ Tipo de construção (Se alvenaria plásticos, química etc.)
■ Outras ou não alvenaria)

■ Outras ■ Tipo de construção (superior,


sólida, mista ou inferior)

■ Tipo de proteção contra


incêncio (extintores, hidrantes etc.)

■ Tipo de proteção contra roubo


(alarme, vigilância etc.)

■ Outras

Seguro de Seguro de Seguro de


Condomínio Equipamento Embarcações de recreio

■ Tipo de condomínio (residencial, ■ Natureza do equipamento ■ Porte da embarcação


comercial, misto, etc.) (móvel, estacionário)
■ Tipo de embarcação (motor, vela etc.)
■ Região de localização (CEP) ■ Tipo do equipamento (trator,
guindaste, empilhadeira, torno, tear etc.) ■ Tipo de construção (fibra,
■ Número de pavimentos madeira, mista, borracha etc.)
■ Aplicação (comércio, indústria
■ Tipo de construção (superior, metalúrgica, obras, minas, atividade ■ Idade da embarcação
sólida, mista ou inferior) sobre ou próxima à água etc.)
■ Região de localização
■ Tipo de proteção contra ■ Idade do equipamento
incêndio (extintores, hidrantes etc.) ■ Perfil de quem comanda (tempo
■ Uso próprio ou locação e tipo de habilitação)
■ Tipo de proteção contra roubo
(alarme, vigilância etc.) ■ Região de atuação ■ Acondicionamento em
marina/iate clube ou não
■ Números de vagas de garagem ■ Outras acondicionada

■ Outras ■ Se participa de competição


(Vela, velocidade, pesca etc.)

■ Âmbito de navegação (rios,


lagos, baía, mares internos etc.)

■ Outras

Cabe ao corretor conhecer bem o produto que tem ao seu dispor, para
poder obter a cotação de seguro que melhor se adapte às necessidades
de seu cliente.

Quanto mais informações ele obtiver de seu cliente, mais adequado e até
mais competitivo será o seguro oferecido. A informação completa é deter-
minante não apenas para obter um seguro adequado, mas também para
evitar problemas futuros no momento de um eventual sinistro.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 36


UNIDADE 2

— Atividades e Riscos Excluídos


A capacidade de lidar com os riscos excluídos, na maioria das vezes, está
relacionada aos prejuízos experimentados em algum momento pela segu-
radora. Outra razão pode ser atribuída à periculosidade intrínseca que uma
determinada atividade apresente como, por exemplo, uma fábrica de arti-
gos de madeira que, sem sistemas protecionais de combate a incêndio,
certamente será um risco recusável em qualquer seguradora.

Outra hipótese que pode levar uma seguradora a incluir um determinado


risco ou uma atividade no rol de riscos excluídos pode estar relacionada a
uma condição do contrato de resseguro, pois os mesmos critérios que pos-
sam afetar os resultados de uma operação de seguros também afetarão os
resultados da resseguradora.

As seguradoras normalmente dividem sua política de aceitação de riscos em:

■ riscos recusáveis: conhecidos como aqueles que não serão


garantidos em hipótese alguma;
■ riscos de aceitação restrita ou sob análise: aqueles que pode-
rão ser aceitos, dependendo da excelência dos sistemas de prote-
ção, combinada com a adoção de condições mais restritivas (fran-
quias elevadas, por exemplo).
Conheça a seguir alguns tipos de edificação, bens, riscos ou atividades
que podem não ser aceitos.

Tipos de Edificações
» Construções abertas, entendidas como toda edificação consti-
tuída de cobertura de telhado e desguarnecida de parede em
todos os seus lados.
» Construções semiabertas, sendo aquelas edificações consti-
tuídas de cobertura de telhado e desguarnecida de paredes
ou portas em um dos lados.
» Construção Mista/Inferior, definida como o imóvel que apresen-
ta estrutura, paredes ou cobertura com mais de 25% (vinte e cin-
co por cento) de material combustível (madeira, por exemplo).

Bens
» Dinheiro em espécie.
» Obras de arte ou de valor estimativo de difícil avaliação.
» Equipamentos, móveis ou utensílios instalados ao ar livre.
» Determinados tipos de máquinas da indústria pesada (cami-
nhões, tratores, gruas, guindastes etc.).

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 37


UNIDADE 2

» Equipamentos que operam sobre a água.


» Equipamentos importados sem similar nacional.

Riscos
» Riscos nucleares.
» Cobertura de roubo para casa de veraneio.
» Cobertura de valores em determinadas atividades.
» Cobertura de vendaval, alagamento e outros eventos da natu-
reza em determinadas regiões do país.

Atividades
» Armazéns que recebem mercadorias indiscriminadamente.
» Fábricas de artigos de madeira.
» Fábricas de colchões.
» Fábricas de produtos químicos.
» Boates.
» Mineradoras.
» Fábricas, depósito ou lojas de armas e munições.
» Fábricas e depósitos de gás.
» Lojas e depósitos de venda de peças de veículos usados.
» Indústrias de produtos siderúrgicos.

— Precificação
O objetivo básico da precificação de um produto é desenvolver taxas de
seguro que cubram os sinistros e suas despesas, as despesas administra-
tivas e as despesas de angariação, resultando em lucro.

Saiba mais
O ato de precificar um produto de seguro é um processo prospectivo em que, ava-
liando resultados do passado, projeta-se um preço a ser praticado a partir de técnicas
atuariais e estatísticas, tudo associado a um certo grau de incerteza. O desafio é, ao
utilizar essas técnicas, prospectar de forma mais assertiva com base nos dados estatísti-
cos disponíveis que permitam atingir os resultados desejados.

Esse é um dos pontos mais sensíveis de um produto de seguros: a fixação


de preços que integrarão sua tarifa de seguros.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 38


UNIDADE 2

É importante que o corretor de seguros possua um mínimo de conhe-


cimento sobre a dinâmica da formação do preço final de um seguro e
seus componentes.

O objetivo aqui é abordar o assunto precificação de forma simples para o


perfeito entendimento de seus princípios gerais.

O prêmio de seguro deve ser calibrado de forma a abranger os seguintes


componentes que incidem sobre a operação dos seguros de danos:

■ Sinistros e despesas de sinistro.


■ Despesas administrativas das seguradoras.
■ Despesas de angariação.
■ Lucro.

Sinistros e despesas de sinistro


Sinistros: na composição do prêmio de seguro deve-se contemplar
sinistros pagos aqueles que se encontram pendentes de pagamen-
to e aqueles que já ocorreram, mas ainda não foram avisados à
seguradora. É a reserva IBNR, do inglês incurred but not reported,
que significa Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados.

Despesas: incluem-se ainda no prêmio de seguro as despesas


associadas ao processo de regulação e liquidação de sinistros
(pagamentos de serviços de regulação terceirizados, por exemplo).

Despesas administrativas das seguradoras


São as despesas que envolvem a operação do produto – por
exemplo, custos de processamento, instalações da empresa, equi-
pamentos, estrutura, pessoal etc. – e que devem ser consideradas.

Despesas de Angariação
Comissionamentos ou pró-labores pagos pela comercialização do
produto que também deve estar previsto.

Também estão incluídas neste componente as campanhas comer-


ciais de remuneração a corretores.

Lucro
É a remuneração, esperada pela seguradora para seus acionistas,
oriunda diretamente do produto e que deve estar incluída na pre-
cificação do seguro.

Existem diferentes etapas do prêmio de seguros até alcançar seu


patamar de colocação no mercado.

Com base nos componentes do prêmio de seguro que estudamos


até aqui, ou seja, aquilo que deve estar abrangido pela tarifa de um
seguro, tal prêmio assume as seguintes denominações:

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 39


UNIDADE 2

» Prêmio de Risco ou Estatístico.


» Prêmio Puro.
» Prêmio Comercial.
» Prêmio Bruto ou Total.

Prêmio de Risco ou Estatístico


A precificação de um seguro de danos é um procedimento esta-
tístico, pelo qual se avalia o comportamento de uma carteira de
seguros real ou projetada para a montagem de uma tarifa.

Desse conceito inicial advém o Prêmio de Risco ou Estatístico.

Prêmio de Risco é a parcela de prêmio angariado que é respon-


sável por arcar com o pagamento dos sinistros e suas despesas.

Essa variável é calculada por meio da multiplicação da frequência


de sinistros pela indenização média ou pela divisão do total de
indenizações pagas pela exposição de riscos segurados.

Pode também ser definido como o valor que deveria ser cobrado
de cada item segurado para suportar o pagamento total de sinis-
tros da carteira (conceito do mutualismo).

Alguns autores também denominam o prêmio de risco como


“prêmio estatístico”.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 40


UNIDADE 2

Exemplo
Para avaliar o Prêmio de Risco em uma carteira de clientes analisada no período de um
ano, foram apurados os seguintes números:

Total de Clientes segurados = 3.250

Total de Sinistros pagos = R$ 720.000,00

Entende-se que:

PR é o Prêmio de Risco
PT é o Prejuízo Total
NR é o Número de Registros

Temos que: PR = PT Logo: PR = 720.000,00 = R$ 221,54


NR 3.250
Conclusão: O prêmio de risco, que deve ser cobrado de cada item segurado da carteira
analisada, necessário para arcar com o prejuízo total apurado é de R$ 221,54. Na hipóte-
se de a seguradora identificar que está praticando um prêmio menor que esse valor, uma
das possibilidades de correção será providenciar a imediata revisão da composição do
prêmio de seguro daquela carteira.

Prêmio Puro
O cálculo do Prêmio Puro se dá pela inserção de um coeficiente de
segurança sobre o Prêmio de Risco.

Esse coeficiente de segurança é calculado pelo Departamento


Atuarial e Estatístico da seguradora e objetiva proporcionar maior
segurança nas análises contra flutuações indesejáveis de riscos
futuros, evitando com que o componente sinistro e suas despesas
possam variar.

Sua aplicação também se justifica em função do tamanho da amos-


tra estatística estudada e sua confiabilidade.

Em outras palavras, tal coeficiente amplia a margem de segurança


contra variações inesperadas nos índices de sinistralidade previstos.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 41


UNIDADE 2

Exemplo
Tomando ainda por base os dados do exemplo anterior, a seguradora sabe que para
o período seguinte ao analisado, há uma expectativa de aumento da sinistralidade em
função de análises prévias do produto. Para tanto, ela resolveu incluir uma margem de
segurança de 20%.

Assim, temos que: PP = PR × (1 + MS) Logo: PP = R$ 221,54 × 1,2 = R$ 265,85

Entende-se que:

PP é o Prêmio Puro
PR é o Prêmio de Risco
MS é a Margem de Segurança

Prêmio Comercial
O Prêmio Puro por si só não é suficiente para cobrir a operação
de comercialização do seguro em sua integralidade. Lembre-se de
que ele é suficiente apenas para arcar com o componente sinistro
e suas despesas.

Sabemos que a operação de comercialização de um seguro


prevê a necessidade de que o prêmio de seguro seja capaz
também de arcar, em sua totalidade, com os componentes Des-
pesas Administrativas (DA), Despesas de Angariação (Despesas
Comerciais) e Lucro.

Sendo assim, chegou o momento de agravar ou, como se diz no


mercado, carregar o Prêmio Puro com as parcelas que cubram tais
componentes.

Em outras palavras, o Prêmio Comercial corresponde ao Prêmio


Puro acrescido dos carregamentos referentes à Despesa Adminis-
trativa + Despesas Comerciais + Lucro.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 42


UNIDADE 2

Exemplo
Continuando com os dados do exemplo anterior, consideremos agora a aplicação de um
carregamento de 40%, assim composto:

Despesas Administrativas = 15%


Despesas Comerciais = 15%
Lucro = 10%

Entende-se que:

DA = Despesas Administrativas
DC = Despesas Comerciais
L = Lucro

PC = PP
1 - (DA + DC + L)

Logo PC = 265,85 ou 265,85 = R$ 443,08


(1-0,4) 0,60

O Prêmio de R$ 443,08 é suficiente para arcar com os componentes de sinistro e suas


despesas (com margem de segurança), despesas administrativas, despesas de angaria-
ção e lucro desejado.

Prêmio Bruto ou Prêmio Total


Este componente do prêmio configura-se como a última etapa do
cálculo do prêmio de seguro, em que deverão ser acrescentados
ao Prêmio Comercial os encargos correspondentes aos juros de
parcelamento (adicional de fracionamento) e aos impostos (IOF).

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 43


UNIDADE 2

Exemplo
Ainda com base nos dados anteriores, temos:

PB = (PC + AF) × (1 + IOF)

Onde:
PB = Prêmio Bruto
PC = Prêmio Comercial
AF = Adicional de Fracionamento

Obs.:
1. Admita que o adicional de fracionamento seja um valor fixo de R$ 35,00.
2. O percentual do IOF para os seguros patrimoniais é de 7,38%.
Assim temos:

PB = (443,08 + 35,00) × (1 + 0,738)

PB = 478,08 × 1,0738

PB = R$ 513,36

PRÊMIO COMPOSIÇÃO FINALIDADE

Prêmio de Risco ou Calculado pela r­ elação, veri- Arcar com o pagamento dos sinis-
Prêmio Estatístico fica entre o total de clientes tros e suas despesas, sem consi-
segurados de um ramo de derar as despesas administrativas,
seguros e o total de sinistros despesas de angariação e lucro.
pagos nessa mesma carteira.

Prêmio Puro Calculado pela inserção de Ampliar a margem de segurança


um coeficiente de segurança contra variações inesperadas nos
aplicado sobre o prêmio de índices de sinistralidade previstos.
risco.

Prêmio Comercial Corresponde ao prêmio puro Arcar com o pagamento dos sinis-
carregado dos custos refe- tros e com as despesas de uma
rentes às despesas adminis- carteira, considerando as despe-
trativas, despesas comerciais sas administrativas, despesas de
e lucro. angariação e lucro.

Prêmio Bruto Corresponde ao prêmio Definir prêmio final cobrado do


comercial acrescido dos segurado.
encargos correspondentes
ao adicional de fracionamen-
to e IOF.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 44


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

Marque a alternativa correta


1. As seguradoras têm autonomia para aceitar ou não determinados riscos,
estabelecer limites, segmentar produtos, tudo em função da sua estratégia
mercadológica. Para isso, elas desenvolvem materiais internos que defi-
nem claramente essas regras (políticas). Estamos falando da Política de:

(a) Aceitação.
(b) Preço.
(c) Cálculo.
(d) Mercado.
(e) Manutenção.

2. A precificação de um seguro de danos é um procedimento estatístico,


em que se avalia o comportamento de uma carteira de seguros real ou
projetada para a montagem de uma tarifa. O prêmio a ser cobrado pela
contratação do seguro é tipificado de acordo com o estágio da precifica-
ção. O tipo de prêmio que visa garantir à seguradora o mínimo para que
ela possa arcar com os prejuízos de sinistros de uma determinada carteira
é denominado:

(a) Prêmio Comercial.


(b) Prêmio Bruto.
(c) Prêmio Total.
(d) Prêmio de Risco.
(e) Prêmio Líquido.

Consulte o gabarito clicando aqui.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 45


FORMAS de
CONTRATAÇÃO de
SEGUROS de DANOS
03 UNIDADE 3

SEGUROS PROPORCIONAIS e
NÃO PROPORCIONAIS

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as formas de contratação dos
⊲ SEGUROS PROPORCIONAIS
seguros de danos – proporcionais e
não proporcionais, percebendo assim a ⊲ SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS
influência de cada modalidade no cálculo
das indenizações de sinistros. ⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 46


UNIDADE 3

Nota O objetivo da presente unidade é adquirir conhecimento sobre as formas


de contratação dos seguros de danos:
Definições
■ Seguros Proporcionais
Limite Máximo de
Garantia (LMG) » Risco Total

É o valor fixado pela » Risco Relativo


seguradora, com base nos ■ Seguros Não Proporcionais
critérios constantes na apólice.
» Risco Absoluto
Ele representa a importância
máxima a ser indenizada, A Circular SUSEP 621, de 2021, exige que os Planos de Seguros caracterizem
resultante da ocorrência de sua forma de contratação, devendo ser a Risco Total, Risco Relativo ou Risco
um determinado evento, ou Absoluto. As duas primeiras formas pertencem à classificação de Seguros
série de eventos, ocorridos Proporcionais e a última é classificada como Seguro Não Proporcional
durante a vigência da apólice,
abrangendo uma ou mais Conhecer esses conceitos é de suma importância para o corretor de segu-
coberturas contratadas. ro, para que ele compreenda as diferenças e assim possa identificar a
melhor forma de contratação ou o produto que mais se adapta à necessi-
Limite Máximo de
dade do seu cliente, visto que cada seguradora desenvolve seu produto
Indenização (LMI)
com suas próprias regras.
É o valor fixado
especificamente para a A correta orientação sobre as formas de contratação dos seguros de danos
cobertura contratada pelo também previne quanto a problemas no momento de cálculo da indenização
segurado. Ele representa o de um sinistro futuro.
valor máximo a ser pago pela Dependendo da forma de contratação, um seguro mal dimensionado pode
seguradora em decorrência resultar na aplicação de rateio, penalizando o segurado no momento do
de um sinistro ou série de cálculo da indenização final de um sinistro.
sinistros garantidos por
aquela cobertura específica,
respeitado o Limite Máximo de
Garantia (LMG) da apólice.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 47


UNIDADE 3

Importante
O rateio pode ser aplicado na forma de contratação proporcional e resulta na participa-
ção proporcional do segurado na indenização final, conforme o dimensionamento do
seguro contratado, no que diz respeito aos valores em risco dos bens segurados.

A seguir, veremos mais detalhadamente os conceitos e as formas de con-


tratação dos Seguros Proporcionais e Seguros Não Proporcionais.

SEGUROS PROPORCIONAIS
Os Seguros Proporcionais recebem essa denominação porque estabele-
cem que em determinados casos de sinistros, em que haja a insuficiên-
cia de importância segurada ou o mal dimensionamento de valor em risco
informado (conforme o tipo de seguro contratado), segurado e segurador
participam, proporcionalmente, dos prejuízos.

O art. 783 do Código Civil Brasileiro estabelece que: “Salvo disposição em


contrário, o seguro de um interesse por menos do que valha acarreta a
redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.”

Desse modo, o que caracteriza um seguro proporcional é a existência da cláu-


sula de rateio dos prejuízos entre o segurador e o segurado, quando o seguro
é contratado de forma insuficiente, conforme estabelece o referido artigo.

A modalidade de contratação dos seguros proporcionais se divide em


seguros a Risco Total e seguros a Risco Relativo, sendo este último mais
frequente em boa parte dos contratos patrimoniais.

Vamos conhecer cada um deles:

— Seguro a Risco Total


É aquele em que, ao ser constatada a insuficiência do seguro, ou seja,
quando o LMI é menor do que o valor do bem na data do sinistro (Valor em
Risco Apurado - VRA), o segurado participa dos prejuízos na mesma pro-
porção dessa insuficiência, por meio do dispositivo contratual denominado
cláusula de rateio.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 48


UNIDADE 3

Importante
Fórmula da Indenização - Risco Total:

I = LMI × P
VRA

Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurados no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado

Suponhamos, por exemplo, que um segurado realize o seu seguro cobrindo


apenas 50% do seu bem. Em caso de sinistro parcial, sua indenização será
equivalente a 50% dos seus prejuízos. Para o cálculo da indenização, nos
Seguros Proporcionais a Risco Total, utilizam-se, portanto, os princípios da
cláusula de rateio. Logo, o ônus recai sobre o segurado, que, em razão da insu-
ficiência de importância segurada, participa proporcionalmente dos prejuízos.

A razão de ser da aplicação da cláusula de rateio pode ser entendida nos


exemplos apresentados a seguir:

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 49


UNIDADE 3

Exemplo
Aplicação Prática 1:

LMI = R$ 2.000.000,00
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízo (P) = R$ 500.000,00

Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado

Assim temos:
I = LMI × P
VRA

I = 2.000.000,00 × 500.000,00 = 500.000,00


2.000.000,00

Indenização final = R$ 500.000,00 (sem rateio)

Na aplicação prática nº 1, o segurado contratou um LMI que, no momento da


apuração do valor em risco (VRA) pela seguradora na ocasião do sinistro, se
mostrou suficiente, portanto, não estará sujeito a rateio.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 50


UNIDADE 3

Exemplo
Aplicação Prática 2:

LMI = R$ 1.000.000,00
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízo (P) = R$ 500.000,00

Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado

Assim temos:
I = LMI × P
VRA

I = 1.000.000,00 x 500.000,00 = 250.000,00


2.000.000,00

Indenização final = R$ 250.000,00 (houve rateio)

Na aplicação prática nº 2, o segurado contratou um LMI que, se mostrou


insuficiente no momento da apuração do valor em risco (VRA) pela segu-
radora na ocasião do sinistro. Portanto, haverá rateio.

Determinação do LMI
Para a correta determinação do LMI, e assim não se preocupar com a apli-
cação da cláusula de rateio, o segurado deverá ser orientado a calcular,
no momento da contratação do seguro de danos, o real valor dos bens
expostos ao risco, ou seja, determinar qual seria o real valor de reposição
e indicá-lo como a importância segurada da apólice (LMI).

Nos seguros a Risco Total, o segurado não precisa declarar, no seguro, o


Valor em Risco de seus bens, e sim apenas indicar o respectivo LMI para
estes bens, calculado conforme definido anteriormente.

É importante destacar que a seguradora não assume qualquer respon-


sabilidade por reconhecer o LMI como suficiente ou não ao interesse do
seguro, uma vez que o segurado é sempre o responsável por todos os
valores declarados na apólice.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 51


UNIDADE 3

Determinação do VRA
Na hipótese de sinistro, a seguradora apurará na data de ocorrência o Valor
em Risco dos bens segurados, que receberá o nome de Valor em Risco
­Apurado (VRA). Esse valor será então confrontado com o valor do LMI cons-
tante da apólice, com o objetivo de apurar a compatibilidade entre eles.

Se ficar constatado que o valor em risco apurado (VRA - valor de reposição


dos bens no dia do sinistro) é superior ao valor segurado (LMI), o segurado
participará dos prejuízos. Já na situação inversa ou de igualdade, ou seja,
se o VRA for igual ou menor que o LMI, o segurado não participará dos
prejuízos e assim a cláusula de rateio não terá eficácia.

Concluindo:

No seguro a Risco Total, temos:

Se o LMI ≥ VRA = Não se Aplica Rateio.

Se o LMI < VRA = Aplica-se o Rateio.

— Seguro a Risco Relativo


Como vimos anteriormente, nos seguros a risco total o segurado deve ser
orientado a levantar o valor de reposição dos bens para nortear a fixação do
LMI. Já nos seguros a Primeiro Risco Relativo, esse mesmo valor de repo-
sição deverá, obrigatoriamente, fazer parte da apólice e será identificado
como Valor em Risco Declarado (VRD).

Tanto o LMI quanto o VRD são informações que obrigatoriamente fazem


parte da apólice de seguros a Risco Relativo.

Está estabelecida agora, para Riscos Relativos, uma relação entre LMI e
VRD, ambos declarados no momento da contratação e, apesar de o VRD ser
decisivo para a estipulação do LMI, eles não precisam necessariamente ser
equivalentes em 100%. Essa relação implica no cálculo do prêmio de seguro,
conforme veremos adiante.

Enquanto, nos seguros a Risco Total, o LMI deve corresponder ao VRA (valor
em risco apurado no momento do sinistro) para não haver rateio da indeniza-
ção, no Risco Relativo, o VRD (valor em risco declarado no momento da con-
tratação do seguro) é que deve corresponder ao VRA para não haver rateio.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 52


UNIDADE 3

Importante
Fórmula da Indenização – Risco Relativo:

I = VRD × P
VRA

Onde:
VRD = Valor em Risco Declarado (declarado na apólice)
VRA = Valor em Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado

Exemplo
Aplicação Prática 3:

LMI = R$ 1.600.000,00
VRD = R$ 2.000.000,00
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízo (P) = R$ 500.000,00

Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRD = Valor em Risco Declarado (declarado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado

Assim temos:
I = VRD × P
VRA

I = 2.000.000,00 × 500.000,00 = 500.000,00


2.000.000,00

Indenização final = R$ 500.000,00 (sem rateio)

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 53


UNIDADE 3

Na aplicação prática nº 3, independentemente do LMI contratado, o segu-


rado declarou corretamente o valor em risco de seus bens (VRD) pois, no
momento da apuração do valor em risco (VRA) pela seguradora na ocasião
do sinistro, este VRD se mostrou adequado, não estando sujeito a rateio.

Exemplo
Aplicação Prática 4:

LMI = R$ R$ 1.000.000,00
VRD = R$ 1.000.000,00
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízo (P) = R$ 500.000,00

Onde:
LMI = Limite Máximo de Indenização (contratado na apólice)
VRD = Valor em Risco Declarado (declarado na apólice)
VRA = Valor Risco Apurado (no momento do sinistro)
Prejuízo (P) = Valor dos danos apurado no momento do sinistro
Indenização (I) = Valor da indenização a ser paga ao segurado

Assim temos:
I = VRD × P
VRA

I = 1.000.000,00 × 500.000,00 = 250.000,00


2.000.000,00

Indenização final = R$ 250.000,00 (houve rateio)

Na aplicação prática nº 4, independentemente do LMI contratado, o segu-


rado declarou incorretamente o valor em risco de seus bens (VRD) pois, no
momento da apuração do valor em risco (VRA) pela seguradora na ocasião
do sinistro, este VRD se mostrou inadequado, acarretando a aplicação
de rateio.

Concluindo:

No seguro a Risco Relativo, temos:

Se o VRD > VRA = Não se Aplica Rateio

Se o VRD < VRA = Aplica-se o Rateio

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 54


UNIDADE 3

Diante desse quadro, em que o VRD deve corresponder a, pelo menos,


100% do VRA para que o segurado fique isento de rateio, resta o seguinte
questionamento:

O mercado pode oferecer ao segurado uma certa flexibilidade no momento


de estipular o VRD de seu seguro?

A resposta é sim e, para entender melhor esse ponto, temos de abordar o


critério de Rateio Parcial.

— Rateio Parcial
Quando utilizado, o critério de rateio parcial normalmente se manifesta de
forma automática quando da contratação de seguros (exemplo: Seguros
Empresariais no mercado).

O referido critério implica na redução da relação mínima prevista entre o


VRD e o VRA do seguro que isente o segurado de rateio no momento do
cálculo de sua indenização, reduzindo essa relação, por exemplo, de 100%
para 80%.

Na prática, essa variação serve para atenuar os efeitos da aplicação do


rateio tradicional bem como para compensar uma possível falha no cálculo
do valor de reposição dos bens efetuado pelo segurado.

Normalmente, os textos que estabelecem o seguro a risco relativo, apre-


sentam a seguinte redação básica de cláusula:

Fica entendido e acordado que se o valor em risco decla-


rado na apólice, para danos materiais, for inferior a 80%
do valor em risco apurado no local, dia e hora do sinistro, o
segurado participará da indenização em rateio.

O percentual de 80% indicado na cláusula é normalmente utilizado pelo


mercado. Contudo, cada seguradora pode admitir valores diferentes.

A fórmula e a expressão para determinar a aplicação do rateio seriam:

1. Para a relação VRD > 80%, ou seja, VRD > 80% do VRA, então não
se aplica rateio. VRA

2. Para a relação VRD < 80%, ou seja VRD < 80% do VRA, então o rateio
será aplicado. VRA

Estudaremos os exemplos a seguir para fixar melhor esse conceito:

Um seguro é contratado a risco relativo com 80% de relação VRD/VRA.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 55


UNIDADE 3

Exemplo
Exemplo 1
Prej. = R$ 50.000,00
LMI = R$ 100.000,00
VRD = R$ 120.000,00
VRA = R$ 150.000,00

Primeiro Passo:

Calcular a relação VRD para determinar a aplicação ou não da cláusula de rateio.


VRA
Relação VRD = 120.000 = 0,8 ou 80%
VRA 150.000
Como o VRD não foi inferior a 80% do VRA, logo o rateio não será aplicado e a inde-
nização será então igual ao prejuízo (R$ 50.000,00).

Exemplo 2
Admita agora que o VRD constante da apólice seja igual a R$ 100.000,00

Relação VRD = 100.000 = 0,6666 ou 66,66%


VRA 150.000
Conclusão: Como o VRD se mostrou inferior a 80% do VRA, logo o rateio será aplicado
na seguinte proporção:

Ind = 100.000 × 50.000 = 0,6666 × 50.000 = R$ 33.330,00


150.000

— Prêmios nos Seguros a Risco Relativo:


Essa condição de contratação requer, normalmente, a aplicação de uma
agravação no prêmio de seguro.

De todo modo, e a título de informação, a tabela a seguir pode ser interpre-


tada como um exemplo de prática na cobrança dessa agravação, levando
em conta a relação entre o LMI e o VRD:

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 56


UNIDADE 3

RELAÇÃO LMI/VRD/COEFICIENTE DE AGRAVAÇÃO

LMI/VRD % COEFICIENTE DE AGRAVAÇÃO

100 1,00

90 1,08

80 1,16

70 1,26

60 1,37

50 1,50

40 1,68

Importante
Tanto em seguros a Risco Total como a Risco Relativo, nos sinistros em que houver fran-
quia e/ou Participação Obrigatória do Segurado (POS) e rateio, simultaneamente, serão
calculados os prejuízos indenizáveis, aplicando-se as regras da franquia e da POS e
depois as regras de rateio.

SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS

— Seguro a Risco Absoluto


Os Seguros Não Proporcionais, também denominados Seguros a Risco Abso-
luto, são aqueles em que o segurador responde integralmente pelos prejuí-
zos até o montante do LMI (limite máximo de indenização) fixado na apólice.

Essa condição de contratação significa não aplicar rateio sobre os


prejuízos apurados.

Nesse caso, durante o processo de regulação do sinistro, os prejuízos são


confrontados apenas com o LMI da cobertura e, havendo suficiência de
importância segurada, ou seja, Prejuízo < LMI da apólice, a indenização
será processada com base em 100% dos prejuízos apurados, descontan-
do-se apenas a franquia ou POS, se houver.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 57


UNIDADE 3

Essa forma de contratação objetiva simplificar o processo de regulação de


sinistros e normalmente é aplicada em seguros com limites determinados
de importância segurada como, por exemplo, em seguros empresariais.

Nos casos de seguros residenciais e condominiais, a prática de mercado é


a contratação a risco absoluto.

Por fim, veja no quadro a seguir o significado e a aplicação das siglas estu-
dadas nessa unidade:

SIGLA SIGNIFICADO APLICAÇÃO

Valor fixado para garantia de


uma cobertura específica.
LMI Limite Máximo de Indenização
Representa o valor máximo de
indenização.

Valor de reposição dos bens


segurados. Deve servir de
VR Valor em Risco orientação no momento da
contratação do seguro para a
determinação do LMI.

Valor de reposição dos bens


segurados, obrigatoriamente,
VRD Valor em Risco Declarado declarado na apólice, nas
contratações a Primeiro Risco
Relativo.

Valor de reposição dos bens


segurados, apurado pela
seguradora, que será confron-
tado, no momento do sinistro,
VRA Valor em Risco Apurado
com o LMI, nos seguros con-
tratados a Risco Total, ou com
o VRD, nos seguros a Risco
Relativo.

Valor dos danos sofridos aos


bens segurados, apurado pela
Prej. (P) Prejuízo seguradora no momento do
sinistro. Serve de base para o
cálculo da indenização.

Valor calculado pela segura-


dora para realizar o paga-
Ind. (I) Indenização
mento ao segurado pelos
prejuízos sofridos.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 58


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3
1. É a forma de contratação em que, ao ser constatada insuficiência do
seguro, ou seja, quando o LMI (limite máximo de indenização) for menor do
que o valor do bem na data do sinistro (Valor em Risco Apurado - VRA), o
segurado participará dos prejuízos na mesma proporção dessa insuficiên-
cia, por meio do dispositivo contratual denominado cláusula de rateio:

(a) Risco Absoluto.


(b) Risco Relativo.
(c) Risco Total.
(d) LMI.
(e) LMG.

2. Nesta forma de contratação, o segurado é responsável por declarar à


seguradora o quanto vale seu patrimônio (Valor em Risco Declarado) no
momento da contratação do seguro. Quando ocorre o sinistro, se a segura-
dora constatar que o Valor em Risco Declarado (informado na contratação)
não condiz com o Valor em Risco Apurado (valor do bem na data e hora do
sinistro), o segurado participará dos prejuízos na mesma proporção dessa
insuficiência, por meio do dispositivo contratual denominado cláusula de
rateio. Estamos falando do seguro contratado a:

(a) Risco Absoluto.


(b) Risco Total.
(c) Seguro não proporcional.
(d) LMG.
(e) Risco Relativo.

Consulte o gabarito clicando aqui.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 59


SEGUROS de
GRANDES RISCOS
04 UNIDADE 4

GRUPO PATRIMONIAL

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os critérios para classificação
dos seguros de grandes riscos, ⊲ PRINCÍPIOS GERAIS
compreendendo os limites e as regras
estabelecidos para o desenvolvimento das ⊲ ENQUADRAMENTO
condições contratuais.
⊲ REGRAS PARA
DESENVOLVIMENTO
DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS

⊲ ELEMENTOS MÍNIMOS DAS


CONDIÇÕES CONTRATUAIS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 4

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 60


UNIDADE 4

PRINCÍPIOS GERAIS
A partir das normas estabelecidas pela Resolução CNSP 407, de 29/03/2021,
as regras que regem os Seguros de Danos para cobertura de Grandes ­Riscos
passam a ser estabelecidas mediante acordo entre segurado e seguradora.
Estamos diante de um procedimento negocial extremamente flexível sob o
ponto de vista do estabelecimento de contratos de seguro entre segurado
e seguradora.

O conceito de maior liberdade negocial, introduzida pela resolução, se por


um lado facilita as negociações entre segurado e seguradora e incentiva o
conceito de inovação das coberturas de seguro, por outro, demanda dos
corretores de seguro maior especialização e conhecimento técnico, neces-
sários para uma eficiente identificação e o direcionamento das necessida-
des de proteção de seus clientes.

As mudanças introduzidas para o desenvolvimento das condições contra-


Saiba mais tuais dos seguros classificados como grandes riscos não se limitam a fixar
novas regras e limites de enquadramento. A partir de um conceito denomi-
O contrato de adesão se nado “liberdade negocial ampla”, é possível descaracterizar o contrato de
caracteriza pela obrigação de seguros de grandes riscos como um contrato de adesão, privilegiando
uma das partes (segurado) assim a livre iniciativa entre as partes contratantes e desvinculando cada
em aceitar, no todo e com vez mais a atuação do Estado como agente normativo e regulador.
pouquíssima possibilidade
de alteração, os termos, as
cláusulas e as condições
estabelecidas pela outra parte
(seguradora).

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 61


UNIDADE 4

ENQUADRAMENTO
Enquadram-se como Seguros de Danos para cobertura de Grandes Riscos,
Saiba mais os seguintes ramos:

1. Tomador: I. Riscos de petróleo.


As empresas ao assumirem II. Riscos nomeados e operacionais (RNO).
obrigações contratuais,
III. Global de bancos.
por vezes, são obrigadas
a apresentar algum tipo de IV. Aeronáuticos.
contrapartida para garantir a V. Marítimos.
execução do contrato.
VI. Riscos nucleares.
Portanto, tomador é toda
empresa que busca VII. Crédito Interno (Segurado Pessoa Jurídica).
uma seguradora para se VIII. Crédito à Exportação (Segurado Pessoa Jurídica).
responsabilizar perante a
Enquadram-se também como Grandes Riscos todos os Demais Ramos de
terceiros pelas obrigações por
Danos, desde que contratados por pessoas jurídicas (inclusive no caso
ela assumidas, enquanto esses
Tomador) e que apresentem, pelo menos, uma das seguintes características:
terceiros são entendidos como
o beneficiário do seguro, no a) limite máximo de garantia (LMG) superior a R$ 15.000000,00 (quinze
caso, segurado. milhões de reais);
Esse termo é utilizado nas b) ativo total superior a R$ 27.000.000,00 (vinte e sete milhões de
diversas modalidades do reais), no exercício imediatamente anterior;
Seguro Garantia.
c) faturamento bruto anual superior a R$ 57.000.000,00 (cinquenta e
sete milhões de reais), no exercício imediatamente anterior.

Importante
Para fins de enquadramento como Seguros de Riscos Nomeados e/ou Operacionais
(RNO), é obrigatório que o LMG da apólice seja superior R$ 15.000000,00 (quinze
milhões de reais). Anteriormente, a Circular Susep 565, de 24 de dezembro de 2017,
classificava como RNO aqueles seguros com LMG superior a R$ 100.000.000,00.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 62


UNIDADE 4

Ramos Específicos Condições a Serem


Atendidas

Riscos Nomeados e Operacionais LMG > R$ 15.000.000,00


(RNO)

Riscos de Petróleo

Global de Bancos

Aeronáuticos

Marítimos
Sem Limite Mínimo de LMG
Nucleares

Crédito Interno (Segurado Pessoa


Jurídica)

Crédito à Exportação (Segurado


Grandes Riscos Pessoa Jurídica)

1 - LMG > R$ 15.000.000,00


Demais Ramos ou
(Exceto para Segurados 2 - Ativo Total > R$ 27.000.000,00
Pessoa Física) ou
3 - Faturamento Bruto > R$
57.000.000,00

A - Segurado ou Tomador deverá


atender pelo menos uma entre as
condições 2 ou 3.

Seguro Garantia B - Para o Tomador ou Segurado,


poderá também ser considerado o
enquadramento do Grupo
Financeiro a que eles pertençam,
devendo ser atendidas, em
conjunto, as condições 2 e 3.

REGRAS PARA DESENVOLVIMENTO


DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS
A elaboração e a comercialização de contratos de seguros de danos para
a cobertura de grandes riscos devem respeitar as seguintes regras, defini-
das pela Resolução CNSP 407/2021:

■ Liberdade negocial ampla


Estimula a criatividade para a definição de termos e condições
mais modernos e facilita trazer para o nosso mercado coberturas
já consagradas e comercializadas no mercado externo.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 63


UNIDADE 4

■ Boa-Fé
Conceito de honestidade mundialmente consagrado no mercado
de seguros.

■ Transparência e objetividade nas informações


Os termos de difícil compreensão dão lugar a critérios mais objeti-
vos para definir e explicar as cláusulas dos contratos de seguros.

■ Tratamento paritário entre as partes contratantes


Também conhecido como princípio da igualdade, assegura aos con-
tratantes (Segurado e Seguradoras), em situações de litígio, a inexis-
tência de supremacia de uma parte sobre a outra, justamente pelo
fato das condições contratuais do seguro passarem a ser livremente
negociadas e acordadas de forma expressa entre todos, nenhuma
das partes pode alegar que se viu obrigada a aderir a uma determi-
nada condição a que agora se mostra desfavorável.

■ Estímulo às soluções alternativas de controvérsias


A ideia aqui é estimular as cláusulas de arbitragem, que preveem,
em casos de controvérsia sobre a aplicação das cláusulas do con-
trato, que duas ou mais pessoas de reconhecida experiência no
tema em discussão possam dirimir as dúvidas levantadas sem a
necessidade de judicialização do caso.

■ Intervenção estatal subsidiária e excepcional na formatação


dos produtos
Com o conceito de liberdade negocial, o Estado, como órgão regu-
lador, deixa cada vez mais de exercer a função de regular temas
simples como, por exemplo, os textos das condições do seguro.

As regras da resolução do CNSP estabelecem ainda que:

■ As condições contratuais devem ser negociadas e acordadas, de forma


que haja manifestação de vontade expressa dos segurados e tomado-
res, ou de seus representantes legais, e da sociedade seguradora.
■ Fica facultada às partes contratantes a adoção das regras constan-
tes de regulamentações específicas de outros ramos de seguros de
danos, inclusive em relação aos conceitos e às definições técnicas.
■ Qualquer alteração no contrato de seguro em vigor somente pode
ser realizada com a concordância expressa das partes contratantes.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 64


UNIDADE 4

ELEMENTOS MÍNIMOS DAS


CONDIÇÕES CONTRATUAIS
Não obstante os critérios mais liberais para se estabelecer as cláusulas dos
contratos de seguros, algumas regras devem ser obrigatoriamente respei-
tadas, tais como:

■ as condições contratuais devem ter ordenamento lógico e ser


expressas em linguagem clara e objetiva;
■ as obrigações ou restrições de direito do segurado têm de ser apre-
sentadas com destaque e clareza, principalmente os prejuízos inde-
nizáveis, não indenizáveis e bens não compreendidos no seguro;
■ as definições dos termos técnicos utilizados no seguro precisam
constar em Glossário;
■ as consequências pela inadimplência do pagamento do prêmio
também devem ser expressas em linguagem clara e objetiva.
Ainda em caráter obrigatório, devem constar expressamente nas condi-
ções contratuais cláusulas dispondo, no mínimo, sobre os seguintes temas:

■ âmbito geográfico das coberturas;


■ pagamento de prêmio;
■ riscos cobertos e excluídos;
■ exata definição do início e do término das obrigações;
■ procedimento para renovação do seguro, quando for o caso;
■ critério de alteração e atualização de valores;
■ comunicação, regulação e liquidação de sinistros, incluindo a docu-
mentação mínima e o fluxo geral para regulação de sinistro;
■ hipóteses de extinção contratual;
■ franquias, participações obrigatórias do segurado, carências e
reintegração, quando houver;
■ limite máximo de indenização (LMI) e/ou limite máximo de garantia
(LMG), conforme o caso;
■ aplicabilidade da cláusula de concorrência de apólice, quando
houver;
■ perda de direitos.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 65


UNIDADE 4

— Elementos de Livre Negociação


Os elementos de livre negociação a serem observados na elaboração das
condições contratuais são os seguintes:

■ Observada a regulamentação contábil vigente, os contratos de


seguros poderão prever coberturas relativas aos diferentes ramos
dos seguros de danos.
■ As condições contratuais poderão prever cobertura para quais-
quer eventos, na forma all risks, com exceção dos riscos expres-
samente excluídos.
■ Todas as anuências exigidas dos proponentes e segurados, ou
seus representantes legais, tais como assinaturas, envios de docu-
mentos e/ou comunicados entre as partes contratantes, podem se
dar com a utilização de meios remotos, nos termos da regulamen-
tação específica.
■ As condições contratuais, as notas técnicas atuariais e a política
de subscrição dos riscos não estão sujeitas à aprovação prévia por
parte da Susep, devendo, no entanto, ser mantidos sob guarda da
seguradora. Incluem-se nessa condição, os documentos compro-
batórios relativos à contratação do seguro.
■ Na hipótese de seguros com averbação, as consequências pelo
Saiba mais não pagamento de qualquer averbação deverão estar previstas
nas condições contratuais do seguro, devendo ser observado que
Averbação é um documento os bens ou interesses relativos aos prêmios já pagos continuarão
pelo qual o segurado informa com cobertura até o fim da vigência dos riscos averbados.
à seguradora os dados
referentes aos bens que
estão sendo periodicamente
incluídos na apólice, com o
objetivo de garantir a cobertura
em caso de sinistro e permitir a
devida cobrança do prêmio.
Nos seguros do ramo
transportes, a averbação é
o documento pelo qual o
segurado informa à seguradora
os dados referentes às notas
fiscais e as características
das mercadorias que foram
embarcadas para transporte.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 66


UNIDADE 4

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA


OS SEGUROS DO GRUPO
PATRIMONIAL 01 DA SUSEP
(ALVO DE NOSSOS ESTUDOS)
Para alguns ramos do Grupo Patrimonial, a resolução do CNSP estabeleceu
as condições específicas, a seguir.

— Riscos Nomeados e
Operacionais (RNO)
Os seguros enquadrados no ramo Riscos Nomeados e Operacionais (RNO)
visam garantir os riscos patrimoniais e são assim classificados:

■ riscos nomeados: aqueles nos quais há clara identificação dos ris-


cos, possibilitando a enumeração das garantias oferecidas;
■ riscos operacionais: aqueles nos quais a complexidade dos ris-
cos inviabiliza sua identificação. Portanto, ocorre a estipulação de
cobertura de danos patrimoniais, estruturada na forma all risks,
garantindo cobertura para quaisquer eventos, com exceção dos
riscos expressamente excluídos.
Como vimos anteriormente, os seguros de RN e RO deverão apresentar
LMG superior a R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais).

— Global de Bancos
O seguro global de bancos é destinado a bancos comerciais, bancos de
investimento e demais instituições financeiras e visa cobrir, nos termos
pactuados, os prejuízos sofridos pelo segurado em seus valores e bens
face aos riscos de roubo, furto qualificado, destruição ou perecimento de
valores e bens, dentre outros.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 67


UNIDADE 4

— Outros Ramos
Os ramos a seguir relacionados foram também objeto da resolução do
CNSP e assim podem ser enquadrados como Seguros de Grandes Riscos:

■ Riscos de Petróleo.
■ Aeronáuticos.
■ Marítimos.
■ Riscos Nucleares.
■ Crédito Interno (Segurado Pessoa Jurídica).
■ Crédito à Exportação (Segurado Pessoa Jurídica).
O objetivo deste manual abrange apenas os seguros do Grupo Patrimonial
(Grupo 01 SUSEP).

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 68


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Analise as proposições e marque a alternativa correta


1. Esses tipos de contratos de danos demandam uma maior especializa-
ção das seguradoras dadas as suas características e particularidades. Eles
podem ter suas condições contratuais negociadas entre segurado e segu-
radora, desde que sejam observados os critérios mínimos estabelecidos
pela resolução 407/2021 do CNSP. A atuação do corretor também é de
fundamental importância nas negociações dos contratos. Estamos falando
dos contratos de:

(a) Patrimoniais.
(b) Grandes Riscos.
(c) Multirriscos.
(d) Vida.
(e) Saúde.

2. A liberdade negocial ampla, um dos elementos a serem observados na


elaboração das condições contratuais, estimula a criatividade para a defi-
nição de termos e condições de seguros mais modernos. Podemos dizer
que uma das consequências diretas de elaborar condições contratuais
com ampla liberdade negocial é:

(a) Promover cada vez mais a participação do Estado na regulação do


mercado de seguros.
(b) Tornar a interpretação das condições contratuais cada vez mais complexas.
(c) Facilitar a vinda para o nosso mercado de coberturas já consagra-
das e comercializadas no mercado externo.
(d) Promover a igualdade dos termos e condições contratuais entre
todas as seguradoras do mercado.
(e) Facilitar a fiscalização por parte da SUSEP.

Consulte o gabarito clicando aqui.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 69


O SINISTRO
05 UNIDADE 5

e SEUS PROCESSOS

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender como se dá um processo de
sinistro em uma seguradora, desde a ⊲ ETAPAS DO PROCESSO DE
apuração dos danos até a liquidação da SINISTRO DE BENS
indenização, conhecendo as variáveis
técnicas envolvidas nos processos de ⊲ VARIÁVEIS TÉCNICAS DE SINISTRO
sinistro.
⊲ FIXANDO CONCEITOS 5

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 70


UNIDADE 5

O sinistro é a manifestação concreta do risco (ocorrência), que é pre-


visto no contrato de seguro e ocasiona prejuízo ou responsabilidade. A
cobertura de um sinistro somente tem amparo técnico quando prevista
no contrato do seguro.

O processo de sinistro se baseia no levantamento e na coleta de um conjun-


to de documentos necessários para que se possa regular e liquidar o sinistro.
É o processo pelo qual examinam-se a ocorrência, a cobertura, as cláusulas
do contrato, o pagamento do prêmio, assim como se calcula a indenização,
e se define a possibilidade de ressarcimento e venda de salvados.

É nesse momento que se percebe a importância do corretor de seguros,


uma vez que o segurado precisa lidar com uma situação adversa (roubo,
furto, colisão, incêndio, entre outros) e, em muitos casos, não tem ideia de
como proceder. O corretor, pela experiência e pelo conhecimento técnico
que possui, deve ser capaz de auxiliá-lo durante o processo de sinistro.

ETAPAS DO PROCESSO DE
SINISTRO DE BENS
Nos sinistros de bens, o processo geralmente abrange três etapas de ope-
ração interdependentes: a apuração de danos, a regulação e a liquidação.

— Apuração de Danos
A apuração de danos consiste basicamente no levantamento de causa,
natureza e extensão do sinistro.

Exemplo: Um incêndio em um imóvel, um roubo ou furto de uma residên-


cia, um dano a um equipamento, entre outros.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 71


UNIDADE 5

Dependendo da natureza da ocorrência, a apuração dos danos pode ser feita


por meio de vistorias, registros policiais, por meio remoto etc.

Uma das formas mais utilizadas para a apuração dos danos é a vistoria,
quando os prejuízos são constatados por intermédio de exame do objeto
sinistrado. Nesse momento, não se discute com segurado se o contrato
cobre ou não o evento, cabendo ao vistoriador apenas o levantamento da
ocorrência por meio da coleta de dados.

— Regulação
A regulação tem por objetivo verificar se o sinistro está ou não coberto;
constatar, em caso de indenização, quem será o beneficiário e qual o valor
a ser indenizado.

A etapa da regulação destina-se a permitir à seguradora analisar o relatório


ou certificado de vistoria. Nela, são solicitadas informações ou documen-
tos complementares ao segurado ou ao vistoriador, se for o caso, visando
à decisão quanto à liquidação do sinistro.

Nessa etapa, também é feita a análise dos documentos relativos ao risco, ao


seguro e ao sinistro para fins de levantamento dos prejuízos indenizáveis.

Cabe à seguradora verificar:

■ A coerência entre as informações contidas nos documentos do


seguro contratado e o apurado no laudo de vistoria. São analisa-
das, dentre outros documentos, notas fiscais e laudos periciais.
■ O cumprimento dos prazos previstos no contrato, o pagamento de
prêmio, se a ocorrência está dentro do período de vigência do segu-
ro e se as informações do questionário de avaliação estão condi-
zentes com os fatos apurados.
■ A previsão da cobertura da natureza do sinistro no seguro contra-
tado, observadas as condições/garantias da apólice.
■ A viabilidade de ressarcimento contra os terceiros responsáveis
pelo sinistro.
Após ser calculada a indenização devida, é elaborado o relatório da regu-
lação, que deverá definir o quanto deve ser pago e quem deve receber.

O art. 779 do Código Civil estabelece que “o risco do seguro com-


preenderá todos os prejuízos resultantes ou consequentes, como
sejam os estragos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o dano,
ou salvar a coisa”.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 72


UNIDADE 5

Dessa forma, caso o sinistro esteja coberto, é necessário calcular a indeni-


zação, que abrange:

■ Os prejuízos sofridos pelo objeto.


■ As despesas realizadas pelas providências adotadas para se evitar
o sinistro, minorar o dano ou salvar todo ou parte do bem sinistrado.
Exemplo: estragos causados durante o combate a um incêndio coberto.

Importante
Um sinistro pode ser encerrado sem indenização por diversos motivos como, por exem-
plo, se ficar demonstrado que não há cobertura expressa pelo contrato, que os prejuí-
zos estão abaixo da franquia ou POS estabelecida na apólice ou em caso de fraude do
segurado devidamente comprovada pela seguradora.

— Liquidação
Considera-se a liquidação como a etapa final de todo o processo que
envolve a ocorrência de um sinistro.

Cabe então à seguradora providenciar as seguintes atividades:

■ Efetuar o pagamento da indenização ou encerrar o processo sem


indenização.
■ Negociar eventuais salvados.
■ Tentar o ressarcimento contra os causadores do sinistro (por meio
da sub-rogação de direitos).

VARIÁVEIS TÉCNICAS DE SINISTRO


No processo de liquidação, são utilizadas variáveis técnicas, descritas a seguir.

— Prejuízos Indenizáveis
São os prejuízos passíveis de indenização relativos às coberturas que
devem estar previstas nos contratos de seguros.

Geralmente, dependendo da modalidade de seguro contratada, são inde-


nizáveis, além dos danos materiais, as despesas decorrentes de provi-
dências tomadas para o combate à propagação dos riscos cobertos, para

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 73


UNIDADE 5

salvamento e proteção dos bens descritos na apólice e para o desentulho


do local. Essas despesas podem ser indenizadas, desde que obedecido o
bom senso no ato do desembolso.

— Salvados
Dá-se o nome de salvados a tudo que restar dos bens sinistrados e
que tenha valor econômico para qualquer das partes contratantes.
­Consideram-se salvados tanto os bens que tenham ficado em perfeito
estado quanto os parcialmente destruídos ou danificados, quando ocorre
um sinistro.

— Ressarcimento
O ressarcimento é a busca do reembolso feita pela seguradora, no caso
de uma indenização paga ao segurado, em consequência de um evento
danoso provocado por terceiros.

É o exercício de direitos em que a seguradora se sub-roga quando paga


uma indenização ao seu segurado por sinistro causado por terceiros.

— Sub-rogação
A sub-rogação ocorre no seguro quando, após o sinistro causado por um
terceiro ao segurado, a seguradora paga a indenização ao segurado e
cobra judicialmente do terceiro.

Quando o prejuízo sofrido pelo segurado tiver sido decorrente de ato doloso
(intencional) ou culposo (involuntário, caracterizado pela negligência, impru-
dência ou imperícia) de um terceiro, a seguradora, após pagamento da inde-
nização, sub-roga-se (toma o lugar) no direito do segurado, podendo ingres-
sar na justiça com uma ação de regresso, ou seja, pleitear contra o causador
do prejuízo (terceiro) o ressarcimento da indenização paga ao segurado.

Importante
A sub-rogação está prevista no Código Civil Brasileiro, com a seguinte redação:
Art. 786 - Paga a indenização, o segurador sub-roga-se nos limites do valor
­respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano.
§ 1º Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pelo cônjuge do
segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos ou afins.
§ 2º É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do
segurador, os direitos a que se refere este artigo.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 74


UNIDADE 5

— Indenização
Indenização é a contraprestação da seguradora ao segurado ou aos seus
beneficiários, decorrente de um sinistro coberto, observando-se as condi-
ções estabelecidas no contrato de seguro.

Saiba mais
O art. 776 do Código Civil Brasileiro diz: “O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o
prejuízo resultante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa”.
Desse modo, geralmente, o pagamento da indenização dos sinistros é efetuado em
dinheiro.
Pode-se, todavia, se convencionado na apólice, optar pela restauração ou reposição do
bem sinistrado
Atenção:
A indenização não pode ser superior à importância segurada e nem ao valor real dos
prejuízos, ou seja, é vedado por lei que o segurado obtenha lucro com o seguro.

— Franquia
É o valor, previsto na apólice, com o qual o segurado participará em caso
de sinistro. Normalmente, a franquia serve para eliminar o pagamento de
sinistros de baixo valor (perdas normais esperadas), geradores de custos
administrativos para a seguradora e que elevam os resultados estatísticos
envolvidos nos cálculos dos prêmios.

Em alguns produtos, é prevista uma redução do prêmio de seguro pela


adoção de franquias diferenciadas. Ocorre quando o segurado é bene-
ficiado com desconto no prêmio da cobertura contratada caso opte pela
inclusão ou elevação de uma franquia, condição definida como “desconto
de franquia facultativa”.

Tipos de franquia:

■ Franquia dedutível: forma mais conhecida de franquia. É mais fre-


quentemente adotada nos Seguros de Danos. É aquela cujo valor
é deduzido de todos os prejuízos.
■ Franquia simples: forma rara de franquia e pouco utilizada pelas
seguradoras. É aquela que deixa de ser considerada quando o
prejuízo ultrapassa o seu valor. Tecnicamente, tem aplicação ade-
quada nas modalidades de seguro com grande incidência de pre-
juízos inexpressivos em relação aos valores segurados.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 75


UNIDADE 5

Exemplo
Considere um seguro cuja importância segurada seja R$ 6.000.000,00 e a franquia 10%
dessa importância. Se ocorrer um prejuízo de R$ 800.000,00, adotam-se os seguintes
procedimentos:
a) No caso de franquia dedutível
Franquia = 10% de R$ 6.000.000,00 = R$ 600.000,00. Como o prejuízo (R$ 800.000,00)
é maior do que a franquia, a indenização será: R$ 800.000,00 - R$ 600.000,00 = R$
200.000,00.
b) No caso de franquia simples
Franquia = 10% de R$ 6.000.000,00 = R$ 600.000,00 Como o prejuízo é maior do que
a franquia, esta deixa de ser considerada. Logo, a indenização será igual ao prejuízo: R$
800.000,00.

O mercado segurador adota o conceito de franquia em outros formatos


que não simplesmente um valor percentual, como no exemplo anterior.
É comum verificar no mercado formatos que combinam percentuais com
valores mínimos ou máximos, como nos exemplos a seguir:

■ Franquia de 5% do LMI.
■ Franquia de 10% dos prejuízos com mínimo de R$ 500,00.
■ Franquia de 10% dos prejuízos indenizáveis com mínimo de
R$ 500,00 e máximo de R$ 2.000,00.

Importante
Normalmente, as seguradoras adotam em seus produtos a não aplicação de franquia
em caso de perda total.

— Participação Obrigatória
do Segurado (POS)
Instrumento semelhante à franquia dedutível, a Participação Obrigatória do
Segurado (POS) é aplicável a toda e qualquer indenização por sinistro,
inclusive na eventual perda total do bem segurado.

A POS é muito utilizada na subscrição de riscos pois, ao fazer com que o


segurado participe de todos os prejuízos, obriga o segurado a privilegiar a
gestão de seus riscos.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 76


UNIDADE 5

A aplicação de POS deve estar consignada na apólice de seguro, sendo


normalmente expressa em porcentagem e com limite mínimo e/ou máximo.

Exemplo
Simulando as seguintes situações de sinistro, considerando que a POS seja de 10% da
indenização, com um mínimo de R$ 500,00, teremos:
a) Se a indenização for de R$ 80.000,00
Indenização sem POS = R$ 80.000,00
Aplicação do % da POS = 10% de R$ 80.000,00 = R$ 8.000,00
Como R$ 8.000,00 é superior a R$ 500,00 (valor mínimo da POS), este primeiro será o
valor adotado como POS no cálculo da indenização.
POS = R$ 8.000,00
Indenização final = R$ 80.000,00 - R$ 8.000,00 = R$ 72.000,00
b) Se a indenização for de R$ 4.000,00
Indenização sem POS = R$ 4.000,00
Aplicação do % da POS = 10% de R$ 4.000,00 = R$ 400,00
Como R$ 400,00 é inferior a R$ 500,00 (valor mínimo da POS), este último será o valor
adotado como POS no cálculo da indenização.
POS = R$ 500,00
Indenização final = R$ 4.000,00 - R$ 500,00 = R$ 3.500,00
c) Se a indenização for de R$ 400,00
Não haverá indenização, pois o valor dos prejuízos é inferior ao valor mínimo da POS, que
é de R$ 500,00.

Outros exemplos de POS no mercado:


Saiba mais
POS de 10% da indenização.
A franquia é aplicada sobre os
POS de 10% da indenização com mínimo de R$ 800,00.
prejuízos indenizáveis e a POS
sobre a indenização. POS de 10% da indenização com mínimo de R$ 400,00 e máximo de R$ 1.000,00.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 77


UNIDADE 5

— Valor de Novo e Valor Atual


A apuração dos prejuízos para o cálculo da indenização pode ser feita pelo
Valor de Novo ou pelo Valor Atual do bem sinistrado.

Valor de Novo (VN)


Esta modalidade de contratação de seguro permite a indenização
pelo valor de novo do bem, ou seja, sem aplicação de deprecia-
ção. O valor recebido será referente ao preço de mercado do bem,
desconsiderando seu desgaste e uso, limitado ao limite máximo
de indenização contratado para a garantia sinistrada.

Valor Atual (VA)


É a modalidade de contratação que prevê a indenização pelo valor
do bem, no estado em que se encontra, no dia e local do sinistro,
levando-se em conta uma depreciação relativa ao uso, à idade e
ao estado de conservação.

VALOR ATUAL (VA) = VALOR DE NOVO (VN) – DEPRECIAÇÃO (DP)

Importante
Geralmente, os seguros com indenização pelo Valor Atual praticados pelo mercado
preveem o reembolso do valor antes deduzido a título de depreciação, desde que o
segurado comprove o início dos reparos ou a reposição dos bens sinistrados dentro
de prazos indicados na apólice. Entretanto, a indenização final não pode ultrapassar o
limite de duas vezes o Valor Atual (VA).
Isso significa que, nesses casos, a indenização total final calculada pelo Valor Atual che-
ga ao Valor de Novo após reembolso dos valores depreciados em até 50%, desde que
a reposição dos bens seja comprovada.

Observação:

Algumas seguradoras oferecem o valor de novo de forma automática em


seus produtos. Outras oferecem como opção de contratação na forma
de cláusula específica de Valor de Novo, em que o segurado, mediante
pagamento de prêmio adicional, elimina o cálculo da depreciação, assim,
a indenização será feita pelo valor do bem no estado de novo ou similar.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 78


UNIDADE 5

— Depreciação
A depreciação é a desvalorização sofrida pelo bem segurado em decor-
rência do uso, da idade e do estado de conservação. Ela corresponde à
diferença entre o Valor de Novo e o Valor Atual.

Conforme o tipo do bem segurado, ele estará sujeito à depreciação ou não:

■ Bens de Uso: máquinas, veículos, móveis, imóveis ou instalações,


entre outros, estão sujeitos à depreciação.
■ Bens de Consumo: matérias-primas e mercadorias não estão sujei-
tas à depreciação.
Na prática, geralmente, o vistoriador apura o Valor de Novo do bem sinistrado
e o deprecia para atingir o Valor Atual, utilizando vários métodos de cálculo.

A depreciação pode ser expressa tanto em valor quanto em um percentual


do Valor de Novo.

Logo, a depreciação é o custo ou a despesa da obsolescência dos ativos


imobilizados como máquinas, veículos, móveis, imóveis ou instalações.

Importante
A Circular SUSEP nº 621, de 12 de fevereiro de 2021, em seu artigo 40, parágrafo 2º,
tornou obrigatória a prática das seguradoras fixarem em suas condições contratuais os
parâmetros de depreciação aplicados aos bens segurados.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 79


UNIDADE 5

Exemplo
Cálculo de indenização para seguro a Valor Atual (VA)
1) Para um sinistro de roubo de computador com tempo de uso de pouco mais de 2
(dois) anos, cujo valor de novo é de R$ 4.000,00 e admitindo que o LMI da cobertura
suporta o cálculo da indenização, o pagamento do sinistro seria assim calculado:
Valor Atual (VA) = Valor de Novo (VN) – Depreciação (DP)
VA = R$ 4.000 – R$ 1.200,00 (Depreciação estimada em 30%)
VA = R$ 2.800,00
Indenização = R$ 2.800,00.

Onde:
VA: Valor Atual
VN: Valor de Novo
DP: Depreciação
É previsto o reembolso da depreciação antes deduzida desde que o segurado comprove
a reposição do bem sinistrado. O valor da depreciação reembolsado estará sempre limita-
do ao Valor Atual do bem, ou seja, a indenização final será limitada sempre a duas vezes o
Valor Atual do Bem.
Como a Depreciação (DP) = R$ 1.200,00 e o Valor Atual (VA) = R$ 2.800,00, ou seja,
DP < VA, cabe nesse caso o reembolso total da depreciação deduzida, ou seja:
Indenização final = VA + DP limitada ao VA = R$ 2.800,00 + R$ 1.200,00
Indenização Final = R$ 4.000,00 (nesse exemplo foi pago o valor de novo).

2) Considerando os mesmos números do exemplo anterior, porém com tempo de uso do


computador em cerca de 5 (cinco) anos, a indenização seria assim calculada:
Valor Atual (VA) = Valor de Novo (VN) – Depreciação (DP)
VA = R$ 4.000,00 – R$ 3.000,00 (Depreciação estimada em 75%)
VA = R$ 1.000,00.
Indenização = R$ 1.000,00.
É previsto o reembolso da depreciação antes deduzida desde que o segurado comprove
a reposição do bem sinistrado. O valor da depreciação reembolsada estará sempre limita-
do ao Valor Atual do bem, ou seja, a indenização final será limitada sempre a duas vezes o
Valor Atual do bem.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 80


UNIDADE 5

Como a Depreciação (DP) = R$ 3.000,00 e o Valor Atual (VA) = R$ 1.000,00, ou


seja, DP > VA, cabe neste caso o reembolso de parte da depreciação deduzida, pois a
DP estará limitada ao VA, ou seja:
Como DP > VA, pois R$ 3.000,00 > R$ 1.000,00, o reembolso será de R$ 1.000,00
(limite do VA).
Indenização final = VA + DP Limitada ao VA = R$ 1.000,00 + R$ 1.000,00
Indenização Final = R$ 2.000,00 (neste exemplo não foi pago o valor de novo).

FIGURA: RESUMO DO PROCESSO DE SINISTRO

Seguradora recebe
Analisa eventos e
o registro inicial
perdas com base
das comunicações
no contrato
de sinistro

Liquida indenização Define valor


e recupera perdas da indenização

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 81


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 5

Marque a alternativa correta das questões abaixo


1. Nos processos de sinistros de bens, geralmente, a seguradora segue as
seguintes etapas:

(a) Subscrição e liquidação.


(b) Apuração de danos e subscrição.
(c) Apuração de danos, regulação e resseguro.
(d) Regulação, liquidação e subscrição.
(e) Apuração de danos, regulação e liquidação.

2. Sabendo que a regulação de sinistro tem como objetivo verificar se o


sinistro está ou não coberto, um sinistro pode ser encerrado sem indeni-
zação se:

(a) Os prejuízos ultrapassarem a importância segurada.


(b) O vistoriador constatar ato ilícito de terceiros.
(c) Não houver possibilidade de a seguradora se ressarcir dos prejuí-
zos contra o terceiro causador do dano.
(d) O segurado se recusar a participar dos prejuízos.
(e) Os prejuízos estiverem abaixo da franquia.

Consulte o gabarito clicando aqui.

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 82


GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2

1–C 1–A

2–A 2–D

3–D

4–B

UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5

1–C 1–B 1–E

2–E 2–C 2–E

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 83


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Hamilcar S. C. de. Teoria geral do seguro. Rio de Janeiro: MIC/IRB, [s.d.].

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ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria


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ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria


geral do seguro I. Assessoria técnica de Alessandra de Souza Teixeira. 14.
ed. 1ª reimpressão. Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 116 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria


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ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral


do seguro. Assessoria técnica de Manoela Louise Assayag de Magalhães
Souza. 2. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2017. 214 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral


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ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria


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Peres, Frederico Martins. Gestão de seguros e automóvel e de outros


massificados RE. Frederico Martins Peres; organização da Diretoria de
Ensino Superior; Projeto Gráfico e Diagramação da Gerência da Escola
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RIBEIRO, Paulo Gomes. História do seguro: um resumo. Rio de Janeiro:


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INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 84


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ambiente. Rio de Janeiro: Funenseg, 2004 (T264 C).

Sites
www.susep.gov.br

INTRODUÇÃO AOS SEGUROS DE DANOS 85

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