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13ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2022

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
CLÁUDIO BIZERRA DE OLIVEIRA – 2022/2021
FREDERICO MARTINS PERES – 2022/2021/2020
JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA ARIAS – 2022/2021/2020

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros

E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Seguros compreensivos / Supervisão e coordenação metodológica da
Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de José Eduardo Teixeira
Arias, Frederico Martins Peres e Claudio Bizerra de Oliveira. -- 13.ed. -- Rio de
Janeiro : ENS, 2022.
2,10 Mb. ; PDF

1. Seguros compreensivos. I. Arias, José Eduardo Teixeira. II. Peres,


Frederico Martins. III. Silva Júnior, Claudio Bizerra de Oliveira. IV. Título.

0021-2599 CDU 368(072)

SEGUROS COMPREENSIVOS
A
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito
­educacional, que contribuem para um mercado de seguros,
previdência complementar, capitalização e resseguro cada
vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.

SEGUROS COMPREENSIVOS
SUMÁRIO
INTERATIVO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS 7

1. ASPECTOS GERAIS DOS


SEGUROS COMPREENSIVOS 9
O SURGIMENTO DOS SEGUROS COMPREENSIVOS 10

CARACTERÍSTICAS DOS SEGUROS COMPREENSIVOS OU MULTIRRISCOS 14

COMPOSIÇÃO DOS SEGUROS COMPREENSIVO OU MULTIRRISCOS 15

OBJETIVO DOS SEGUROS COMPREENSIVOS OU MULTIRRISCOS 15

FIXANDO CONCEITOS 1 17

2. SEGUROS COMPREENSIVOS 18
PRODUTOS E COBERTURAS 19
Seguro Compreensivo Residencial 20
Seguro Compreensivo Condomínio 21
Seguro Compreensivo Empresarial 23
CONDIÇÕES CONTRATUAIS 24

LIMITES SEGURÁVEIS 26
Limite Máximo de Garantia (LMG) 26
Limite Máximo de Indenização (LMI) por Cobertura 26
INSPEÇÃO 26

FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO 27

SEGUROS COMPREENSIVOS
CRITÉRIOS TARIFÁRIOS 27

POLÍTICA DE ACEITAÇÃO 28

ESTUDOS DE PERDAS 30

SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA DOS SEGUROS COMPREENSIVOS OU MULTIRRISCOS 31

FIXANDO CONCEITOS 2 34

3. COBERTURAS DOS SEGUROS COMPREENSIVOS 36


COBERTURAS DE MERCADO 38
Cobertura Básica 38
Cobertura Danos Elétricos 41
Cobertura Vendaval, Furacão, Ciclone, Tornado e Granizo 41
Cobertura Tumulto, Greve e Lockout 42
Cobertura Roubo ou Furto Qualificado de Bens 43
Cobertura Roubo de Valores no Interior do Estabelecimento Segurado 44
Cobertura Roubo de Valores em Trânsito em Mãos de Portadores 45
Cobertura Quebra de Vidros 46
Cobertura Anúncio Luminoso 46
Cobertura Desmoronamento 47
Cobertura Equipamentos Móveis 47
Cobertura Equipamentos Estacionários 47
Cobertura Alagamento e Inundação 48
Cobertura Vazamento de Tubulações e Tanques 48
Cobertura Derrame ou Vazamento de Chuveiros Automáticos (Sprinklers) 49
Cobertura Responsabilidade Civil Familiar 49
Cobertura Responsabilidade Civil Condomínios 50
Cobertura Responsabilidade Civil Estabelecimentos Comerciais ou Industriais 52
Cobertura Responsabilidade Civil Guarda de Veículos de Terceiros - Compreensiva 53
Cobertura Despesas Fixas 55
Cobertura Lucros Cessantes 55
Cobertura Perda / Pagamento de Aluguel 56
Cobertura Queda de Aeronaves 56
Cobertura Impacto de Veículos Terrestres 57
FIXANDO CONCEITOS 3 59

SEGUROS COMPREENSIVOS
4. SEGUROS DE RISCOS
NOMEADOS E OPERACIONAIS 60
ASPECTOS GERAIS 61
Elementos mínimos das condições contratuais 62
SEGUROS DE RISCOS NOMEADOS 63
Riscos Seguráveis 63
Coberturas 63
Informações Básicas 64
Inspeção de Risco 64
Avaliação do Potencial de Perdas 65
SEGUROS DE RISCOS OPERACIONAIS 65
Características Principais 66
FIXANDO CONCEITOS 4 67

GABARITO 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69

SEGUROS COMPREENSIVOS
INTRODUÇÃO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nesta apostila, estudaremos os seguros compreensivos e você poderá
observar diversas referências às Circulares Susep nº 620 de 29/12/2020
e nº 621, de 12/02/2021, que dispõem sobre as regras e os critérios para
operação dos seguros do grupo patrimonial (Grupo I Patrimônio – definição
Circular Susep nº 395/ 2009), e sobre as regras gerais dos Seguros de
Danos respectivamente.

Qual o objetivo dessas circulares?

A partir de um conceito que privilegia a criação, inovação e simplicidade


dos textos das cláusulas – práticas perfeitamente alinhadas com aquelas
já utilizadas por outros mercados ao redor do mundo – a norma apresenta
regras mais flexíveis para estruturação das condições contratuais de todos
os seguros patrimoniais, as quais passam a ser redigidas com maior clare-
za e objetividade em comparação às rígidas condições que conhecemos
hoje na estrutura de seguros do mercado brasileiro.

Como identificar essas mudanças?

Para melhor compreensão desse conceito, serão apresentados os mode-


los de cláusulas, coberturas e outras práticas usualmente utilizados pelo
mercado para comercialização dos seguros compreensivos, indicando,
porém, para cada tema, as mudanças de regras promovidas pela circular
Susep nº 620/2020.

Como consequência desse processo, não há dúvidas de que surgirão no


mercado novos modelos e formas de contratação de apólices. No entan-
to, é certo também que a consolidação dessa transformação demandará
um certo tempo de adaptação, durante o qual os modelos atuais que
conhecemos permanecerão a ser utilizados pelo mercado para venda
dos seus produtos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 7
INTRODUÇÃO

A apostila de Introdução aos Seguros de Danos concentra as principais


mudanças e orientações da Susep ao mercado.

Em 2021, a Susep também divulgou ao mercado a Circular nº 642, que


dispõe, basicamente, sobre a aceitação, a vigência do seguro, a emissão
e os elementos mínimos dos documentos contratuais envolvendo todos
os ramos. Inicialmente, as regras da referida Circular entrariam em vigor
em 01/01/2022, mas seu efeito foi prorrogado para 01/05/2022. A referida
Circular foi alvo de estudo da cadeira de Introdução ao Seguro de Danos,
e sugerimos que o aluno consulte a apostila dessa matéria para relembrar
os conceitos introduzidos pela Susep.

SEGUROS COMPREENSIVOS 8
ASPECTOS GERAIS
01
dos SEGUROS COMPREENSIVOS
UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:


TÓPICOS
■ Entender os objetivos dos ■ Identificar os diferentes
DESTA UNIDADE
Seguros Compreensivos. ramos de Seguros
Patrimoniais a partir da ⊲ O SURGIMENTO DOS SEGUROS
■ Diferenciar Seguros COMPREENSIVOS
Susep de 2005.
Compreensivos e Seguro
de Incêndio Tradicional. ■ Conhecer as ⊲ CARACTERÍSTICAS DOS
características dos SEGUROS COMPREENSIVOS OU
Seguros Compreensivos. MULTIRRISCOS

⊲ COMPOSIÇÃO DOS SEGUROS


COMPREENSIVO OU
MULTIRRISCOS

⊲ OBJETIVO DOS SEGUROS


COMPREENSIVOS OU
MULTIRRISCOS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 1

SEGUROS COMPREENSIVOS 9
UNIDADE 1

O SURGIMENTO DOS
SEGUROS COMPREENSIVOS
A forma de contratação dos seguros patrimoniais, especificamente do
seguro incêndio, sofreu alterações significativas. Evoluiu de uma situação
de padronização e tarifação com absoluta rigidez para uma outra, flexível
e dinâmica.

As apólices de danos materiais, com algumas exceções, operavam suas


garantias com contratos que incluíam cláusula de rateio rígida demais,
obrigando, portanto, a sua formalização, tendo como base que os capi-
tais segurados deveriam representar 100% do valor em risco. Tal condição
sempre foi motivo de discussão pelo segurado, que se via prejudicado,
uma vez que:

■ A probabilidade de perda total dos bens era reduzida.


■ Os custos finais elevados, por conta de taxas reconhecidamente
altas, inviabilizavam a contratação de seguros eficientes.
■ O processo inflacionário do país tornava extremamente difícil a
manutenção dos valores inicialmente contratados.
Para compensar as perdas sofridas pelo seu patrimônio, em face da diver-
sidade de riscos existentes, o segurado era obrigado a contratar diversos
seguros separadamente, como incêndio, alagamento, roubo, desmorona-
mento, entre outros.

Na ocorrência de sinistro, devido à variedade de apólices com suas res-


pectivas condições, tornava difícil saber se o evento (risco previsto) estava
coberto e qual das apólices garantia esse evento.

SEGUROS COMPREENSIVOS 10
UNIDADE 1

Exemplo
Veja um exemplo de como era feito antes dos seguros compreensivos.
Um condomínio que desejasse contratar seguros para garantir as coberturas relaciona-
das a seguir, precisaria contratar sete apólices de seguro distintas, cada qual com seu
custo de apólice e respectivo IOF, o que onerava bastante a cota condominial:
■ riscos de incêndio (Ramo Incêndio);
■ alagamento e desmoronamento (Ramo Riscos Diversos);
■ acidentes pessoais dos empregados (Ramo Acidentes Pessoais);
■ responsabilidade civil do condomínio (Ramo Responsabilidade Civil);
■ roubo de bens (Ramo Roubo), tumultos e atos de vandalismo (Ramo Tumultos);
■ quebra de vidros (Ramo Vidros).

Além disso, era necessário um controle rígido para não perder a data de renovação de
cada uma das apólices contratadas.

O mercado não tinha como oferecer ao segurado produtos que realmente


amparassem seu patrimônio e em condições de fácil compreensão. Isso
gerava insegurança para o segurado e desconfiança em relação ao merca-
do segurador.

Tendo em vista a necessidade de atender ao mercado consumidor de


seguros, buscava-se um modelo de seguro capaz de oferecer uma cober-
tura na medida exata das perdas efetivamente passíveis de ocorrerem em
certos riscos.

Diante deste cenário, objetivando a modernização do seguro no Brasil,


no início da década de 90 o Governo Federal lançou o Plano Diretor do
Sistema de Seguros, visando à desregulamentação e ao desenvolvimento
do mercado segurador. Novas operações foram desenvolvidas e consoli-
dadas formando um novo quadro dos Seguros Patrimoniais, englobando,
além do Seguro Incêndio Tradicional, os seguintes Seguros:

■ Multirriscos (Compreensivos Residenciais, Condominiais e Empresa);


■ Riscos Nomeados;
■ Riscos Operacionais;

SEGUROS COMPREENSIVOS 11
UNIDADE 1

O Plano teve como uma das suas diretrizes básicas:

■ A abordagem do seguro sob o enfoque do consumidor (segura-


do), visando tornar o seguro mais acessível, de melhor qualidade e
com possível redução dos custos finais.
■ As antigas tarifas passam a ser apenas um referencial para o mer-
cado segurador, e as seguradoras desenvolveram suas próprias
tarifas após prévia aprovação junto à Susep.
■ A possibilidade de se criar os planos de seguros compreensivos ou
multirriscos, que não constituíam um ramo ou modalidade de seguro.
Foram, na verdade e em essência, uma forma de contratação onde
se conjugam vários ramos ou modalidades numa mesma apólice.
Embora o seguro multirriscos ou compreensivos seja, fundamentalmente,
uma forma de contratação, ele não se restringe a uma mera aglomera-
ção de diferentes seguros em um só contrato. Muito mais do que isso, ele
proporcionou a revisão e o desenvolvimento de parâmetros técnicos que,
embora mantendo as bases e características fundamentais de suas cartei-
ras de origem, ganharam novos perfis e estrutura.

Em 2005, a Susep ratificou essas novas formas de contratação dos Segu-


ros Patrimoniais e transformou esses seguros em ramos independentes,
criando, para efeitos contábeis, a seguinte codificação:

CÓDIGO DO RAMO DENOMINAÇÃO DOS RAMOS

11 Incêndio Tradicional

Compreensivo
14
Residencial

Compreensivo
16 Multirriscos
Condomínio

Compreensivo
18
Empresarial

Riscos Nomeados
96
e Operacionais

Com a abertura do mercado de resseguros, cada seguradora criou e


desenvolveu seus critérios próprios, a serem utilizados nos Seguros Com-
preensivos, Riscos Nomeados e Riscos Operacionais. Contudo, esses cri-
térios (tarifas) inicialmente são baseados nas tarifas tradicionais, principal-
mente na Tarifa de Seguro Incêndio.

A Circular Susep nº 395/2009, suspendeu a contratação do Seguro Incêndio


Tradicional e estabeleceu nova codificação dos ramos de seguros e também
sobre as coberturas contidas nos planos de seguro para fim de contabilização.

SEGUROS COMPREENSIVOS 12
UNIDADE 1

Dessa forma, os seguros a serem considerados no Grupo de Seguros


­Patrimoniais, ficou definida a seguinte codificação:

NOME DO IDENTIFICADOR NOME DO


GRUPO OBSERVAÇÃO
GRUPO DO RAMO RAMO

11 Incêndio Run Off


tradicional

14 Compreensivo
Residencial

16 Compreensivo
01 Patrimonial Condomínio

18 Compreensivo
Empresarial

96 Riscos
Nomeados
e Operacional

Observação
Os Seguros de Riscos Nomeados e de Riscos Operacionais (cobertura All Risks), assim
como o Seguro Compreensivo, são todos seguros com a estruturação semelhante, quan-
to a escolha de coberturas (nomeação das coberturas necessárias). A classificação se dá
apenas em função da variação do volume de importância segurada para cada uma delas.

O Seguro de Incêndio Tradicional com sua suspensão, foi substituído pelo


Seguro Multirriscos.

Todos esses Seguros incluem o Seguro de Incêndio Tradicional, pois esse


não é mais comercializado individualmente, de acordo com a Circular
395/2009 da Susep.

Portanto, Seguro de Incêndio Tradicional não terá mais código para fins de
contabilização, devendo as seguradoras se adequar às novas regras.

As características importantes do Seguro Incêndio Tradicional serviram de


base para o entendimento e para formatação de taxas e conceitos dos
Seguros Compreensivos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 13
UNIDADE 1

CARACTERÍSTICAS DOS SEGUROS


COMPREENSIVOS OU
MULTIRRISCOS
Caracterizados como seguros destinados a operações em massa e de
comercialização ampla, a maioria das seguradoras que operam em ramos
elementares, hoje, têm um ou mais “produtos multirriscos”, elaborados a
partir de suas próprias avaliações e experiências, e desenhados da manei-
ra considerada como a mais apropriada para o atendimento da demanda
do mercado.

Os Seguros Compreensivos, também chamados de Multirriscos, integram


os Seguros Patrimoniais. É a modalidade de seguro que reúne diferentes
coberturas numa mesma apólice.

Antes dos Seguros Compreensivos a contratação de seguros era feita atra-


vés de diversas apólices, dependendo das coberturas desejadas e dos
ramos aos quais estavam vinculadas.

A palavra “incêndio” tem Com o advento dos Seguros Compreensivos, é possível proteger o patrimô-
sua origem na palavra latina nio contra os mais variados riscos com apenas uma apólice, sem a necessi-
incendiu, que significa o ato ou dade de contratar diversas apólices. Os Seguros Compreensivos oferecem
efeito da propagação de fogo. cobertura para incêndio, queda de raio e explosão (cobertura básica), além
Para fins desse seguro, podemos,
de diversas coberturas adicionais, tais como: vendaval, danos elétricos, res-
portanto, definir incêndio como
sendo o fogo que se propaga ou ponsabilidade civil, perda de aluguel, entre outras.
se desenvolve com intensidade,
Os Seguros Compreensivos apresentam como características principais:
destruindo e causando prejuízos
(danos), e, para que fique ■ Cobertura básica envolvendo os riscos de incêndio, raio e explosão;
caracterizada a sua ocorrência, é
preciso que: ■ Contratação do seguro a Primeiro Risco Absoluto, ou seja, sem a
■ o fogo se alastre, se aplicação da cláusula de rateio, para praticamente todas as cober-
desenvolva e se propague; turas denominadas pelas seguradoras de coberturas adicionais
■ a capacidade de se alastrar não contratadas, excetuando-se a cobertura de Lucros Cessantes dos
esteja limitada a um recipiente Seguros Compreensivos Empresariais, que pode ser oferecida,
ou a qualquer outro local onde
conforme a seguradora, a Risco Absoluto e/ou a Risco Relativo;
habitualmente haja fogo, ou
seja, é necessário que o incêndio ■ Segmentação pela ocupação e pelos valores dos riscos, visando
ocorra em local indesejado ou homogeneizar as carteiras, o que permite a contratação de produ-
não habitual;
tos simples e ajustados às necessidades de cada cliente;
■ o fogo cause dano ou prejuízo.
■ Redução das taxas em relação aos chamados seguros convencio-
nais, em especial quanto à cobertura de Incêndio, com construção
de critérios tarifários contemplando novos elementos na taxação;

SEGUROS COMPREENSIVOS 14
UNIDADE 1

■ Fácil compreensão pelos segurados;


■ Estruturação modular com uma ampla gama de coberturas e
garantias acessórias, permitindo ao segurado a escolha das mais
adequadas às suas necessidades, o que resulta namontagem de
um seguro “personalizado”.

COMPOSIÇÃO DOS SEGUROS


COMPREENSIVO OU
MULTIRRISCOS
Os Seguros Compreensivos ou Multirriscos são compostos por:

■ Compreensivos residenciais;
■ Compreensivos condominiais;
■ Compreensivos Empresariais.

OBJETIVO DOS SEGUROS


COMPREENSIVOS OU
MULTIRRISCOS
O objetivo dos Seguros Compreensivos ou Multirriscos é garantir ao segu-
rado, até o valor do LMI – Limite Máximo de Indenização – em cada uma
das garantias contratadas, o pagamento de indenização por prejuízos
decorrentes de perdas e danos aos bens segurados, ocorridos no local
segurado, em consequência de risco coberto.

Para que se concretize uma indenização pelos Seguros Compreensivos,


devem ser atendidos os seguintes requisitos:

■ os prejuízos devem ser devidamente comprovados;


■ as perdas e danos devem ter ocorrido no endereço segurado, já
que nos Seguros Compreensivos a unidade de risco é o local ou
endereço segurado;
■ os riscos devem estar previstos no contrato de seguro para
serem cobertos;

SEGUROS COMPREENSIVOS 15
UNIDADE 1

■ todas as condições contratuais, inclusive as relativas a prazos,


devem ter sido respeitadas;
■ para o pagamento das indenizações, será respeitado o Limite
Máximo de Indenização (LMI) contratado para cada cobertura, e a
indenização total não poderá exceder o Limite Máximo de Garantia
(LMG) da apólice.
Nos Seguros Compreensivos, a unidade de risco é o endereço segurado,
não havendo necessidade de individualizar riscos isolados, e estarão cober-
tos os riscos previstos e descritos nas coberturas contratadas na apólice.

As condições de coberturas e exclusões descritas nas condições contratuais


apresentam as informações dos riscos cobertos, excluídos e os bens não
compreendidos no seguro. Essas condições são aplicadas a todas as garan-
tias constantes da apólice, salvo expressa disposição em contrário.

SEGUROS COMPREENSIVOS 16
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1
1. O objetivo dos Seguros Compreensivos ou Multirriscos é garantir ao
segurado, até o valor do LMI – Limite Máximo de Indenização – em cada
uma das garantias contratadas, o pagamento de indenização por prejuí-
zos decorrentes de perdas e danos aos bens segurados, ocorridos no
local segurado, em consequência de risco coberto. Com relação ao local
­segurado, nos Seguros Compreensivos, a unidade de risco é:

(a) O endereço segurado.


(b) Cada risco isolado dentro de cada planta segurada.
(c) Cada equipamento segurado em cada endereço segurado.
(d) A totalidade dos bens segurados em todos os locais segurados em
todo o Brasil.
(e) O prédio de maior área construída em cada local segurado.

2. Os Seguros de Riscos Nomeados e de Riscos Operacionais (cobertura


All Risks), assim como os Seguros Compreensivos, são todos seguros com
a estruturação semelhante quanto à escolha de coberturas (nomeação das
coberturas necessárias). A classificação se dá apenas em função da variação
do volume de importância segurada para cada uma delas. Especificamente
em relação aos Seguros Compreensivos ou Multirriscos, podemos afirmar
que são compostos por:

(a) Compreensivo Industrial, Operadores Portuários e Responsabilidade


Civil Geral.
(b) Seguros de Transportes, Riscos Diversos e de Engenharia.
(c) Compreensivos de Armazéns Gerais, Cascos e Aeronáuticos.
(d) Compreensivos Residenciais, Compreensivos Condominiais e Com-
preensivos Empresariais.
(e) Compreensivos Comerciais, Compreensivos Industriais e Com-
preensivos Portuários.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGUROS COMPREENSIVOS 17
SEGUROS
COMPREENSIVOS
02 UNIDADE 2

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os tipos de ■ Compreender a relação
seguro Compreensivo entre os principais ⊲ PRODUTOS E COBERTURAS
existente no mercado, sua componentes técnicos
aplicação, abrangência dos produtos de seguros ⊲ CONDIÇÕES CONTRATUAIS
e seus aspectos/ Compreensivos e suas
procedimentos técnicos. implicações na relação ⊲ LIMITES SEGURÁVEIS
entre o corretor de seguros ⊲ INSPEÇÃO
e seu cliente.
⊲ FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO
OBRIGATÓRIA DO SEGURADO

⊲ SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA DOS


SEGUROS COMPREENSIVOS
OU MULTIRRISCOS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 2

SEGUROS COMPREENSIVOS 18
UNIDADE 2

PRODUTOS E COBERTURAS
Os Seguros Compreensivos, também denominados Seguros Multirriscos,
Dicas juntamente com os Seguros de Riscos Nomeados e Riscos Operacionais,
são considerados formas mais modernas de contratação de Seguros Patri-
Os Seguros Compreensivos moniais uma vez que permitem, por meio de uma única apólice dar cober-
oferecem muitas tura para diversos tipos de riscos.
oportunidades de negócio
ao corretor, face ao elevado Atualmente, os Seguros Compreensivos dominam nosso mercado. Cada
potencial do mercado seguradora possui seu próprio Seguro Compreensivo, comercializa- do por
existente de residências, meio de corretores, que devem se inteirar sobre esses produtos, conhecer
condomínios e empresas. seus critérios operacionais e, acima de tudo, ter a prática de sua oferta e
O corretor especializado confecção de propostas.
no segmento pode agregar Os Seguros Compreensivos possuem diferentes características de segura-
demasiado valor ao seu papel dora para seguradora de forma que, dependendo da necessidade do segu-
de consultor de risco no rado, nem sempre o custo mais econômico é o que melhor irá atendê-lo.
momento da comercialização
dos produtos compreensivos, O corretor deve conhecer essas diferenças, conhecer seus clientes e,
que pode resultar, inclusive, então, apresentar o melhor produto e a maior abrangência securitária, de
na fidelidade por parte de modo a cumprir sua real função: a de prestar à sociedade um serviço que
seu cliente. oriente quanto aos riscos a que está submetida e às alternativas de seguro
ideais diante deste quadro.

Os Seguros Compreensivos se dividem em:

■ residencial (casas e apartamentos, habituais e de veraneio);


Saiba mais ■ condominial (residencial, escritórios e consultórios, comercial,
misto, flats e apart-hotéis);
Acesse os sites das diversas
seguradoras que operam no
■ empresarial, englobando os setores de serviços, comércio e indústria.
segmento dos compreensivos Esses seguros dispõem de uma grande gama de coberturas, e o mercado
e conheça seus produtos. segurador pratica normalmente a contratação obrigatória da cobertura
básica e, pelo menos, uma cobertura adicional.

SEGUROS COMPREENSIVOS 19
UNIDADE 2

A partir de agora, estudaremos as três modalidades dos Seguros Com-


preensivos, considerando que o conteúdo apresentado aqui representa
as condições básicas desses seguros, uma vez que, comercializados pela
maioria das seguradoras, podem apresentar características distintas de
coberturas oferecidas, franquias, tarifas e assistências 24 horas, entre outras.

— Seguro Compreensivo Residencial


Este seguro é destinado a residências individuais, casas e apartamentos,
Dicas habituais ou de veraneio, amparando prédios e conteúdos existentes no
local indicado na apólice. É comum não serem abrangidos os imóveis deso-
cupados. Os imóveis em construção, reconstrução ou reforma são riscos
1. O Compreensivo Residencial
excluídos pelos Seguros Compreensivos Residenciais, devendo ser ampa-
evidencia a finalidade social do
rados por coberturas específicas do Seguro de Riscos de Engenharia.
seguro, por oferecer proteção
ao lar do indivíduo e sua família. No Seguro Residencial, todas as coberturas são concedidas a 1º
2. Possui baixa penetração no mer- Risco Absoluto.
cado de residências brasileiras,
Entre as coberturas oferecidas, destacamos as relacionadas abaixo:
portanto, trata-se de um seguro
com ótima perspectiva de cres- Cobertura básica
cimento. A maioria das seguradoras oferece os eventos de incêndio, queda
3. Cabe ao corretor que possui de raio e explosão de qualquer natureza.
carteira voltada a pessoas físicas
cumprir seu papel de consultor Coberturas adicionais
de risco e trabalhar melhor este São várias e dizem respeito às necessidades do segurado. As prin-
seguro, de modo a não perder cipais e contidas em quase todos os produtos são:
oportunidades. ■ alagamento e inundação;
4. Trata-se de um seguro cuja ex-
■ danos elétricos;
celente relação custo-benefício
é desconhecida pelo consumi- ■ desmoronamento;
dor potencial e que apresenta ■ impacto de veículos;
bons patamares de comissiona-
mento ao corretor. ■ perda/pagamento de aluguel;
5. É uma modalidade de seguro ■ quebra de vidros;
que começou a ser oferecida pe- ■ queda de aeronaves;
las seguradoras de forma direta
ao consumidor, por meio de fer- ■ responsabilidade civil familiar;
ramentas tecnológicas diversas, ■ roubo e furto qualificado de bens;
mas não substitui totalmente o
■ tumultos/greve/lockout;
trabalho capacitado de um cor-
retor de seguros diante de tama- ■ vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo ou vento forte.
nha oportunidade de negócio.
Além das coberturas básicas e adicionais, os seguros residenciais ofere-
cem ainda serviços de assistência domiciliar – também chamados de assis-
tência 24h –, que amparam o segurado em demandas de seu dia a dia ou
em situações emergenciais. Estudaremos, mais à frente, o funcionamento
dos serviços de assistência.

SEGUROS COMPREENSIVOS 20
UNIDADE 2

— Seguro Compreensivo Condomínio


Este seguro é destinado a condomínios verticais e horizontais. A sua
contratação é obrigatória por lei (Lei 73/66, art. 20º, regulamentada pelo
Decreto 61.867/67), devendo amparar todos os danos materiais e tendo
como bens seguráveis a estrutura do edifício, partes, instalações elétricas
e hidráulicas, e partes comuns, bem como as áreas privativas (exceto fun-
dações, alicerces e o terreno).

Por definição, condomínio é uma edificação destinada a fins residenciais


ou não residenciais, onde existe um domínio de mais de uma pessoa
simultaneamente, cabendo a cada uma delas igual direito sobre partes
comuns ou privativas.

É representado por edificação de um ou mais pavimentos construídos sob


a forma de unidades autônomas, proprietárias de uma fração do terreno
e coisas comuns, em que cada uma delas, para efeitos de identificação, é
assinalada por designação especial numérica ou alfabética.

Os mutuários do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), apesar de já


suportarem, de acordo com a sua fração ideal, um seguro obrigatório que
cobre as partes comuns e a parte privativa, não estarão desobrigados de
participar no seguro coletivo (Seguro Condomínio) da edificação.

Importante
Para quem possui o Seguro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a Circular Susep
nº 620 de 2020, estabeleceu, no artigo 7º, que o Seguro Condomínio será considera-
do a 2º Risco Absoluto, enquanto perdurar o contrato de financiamento concedido, e
desde que o referido contrato esteja amparado por seguro compulsório, dando cober-
tura contra incêndio e outros riscos que possam causar a destruição total ou parcial do
imóvel, garantindo a sua reposição integral.
A cobertura a 2º Risco Absoluto refere-se apenas ao imóvel do mutuário, não se apli-
cando às partes comuns do condomínio.

SEGUROS COMPREENSIVOS 21
UNIDADE 2

Em função da sua ocupação, os condomínios se classificam em:


Atenção
Condomínios residenciais
Os conteúdos de propriedade Aqueles compostos exclusivamente por residências;
dos respectivos condôminos
ou moradores das unidades Condomínios de escritórios e consultórios
autônomas não são Aqueles ocupados exclusivamente por escritórios ou consultórios;
amparados neste seguro.
Condomínios mistos
Algumas seguradoras Aqueles ocupados por estabelecimentos comerciais e residenciais;
oferecem a garantia para os
conteúdos das unidades Condomínios comerciais
autônomas sob forma de Aqueles nos quais prevalecem os estabelecimentos comerciais;
cobertura adicional.
Flats e apart-hotéis
Aqueles cujas unidades autônomas se encontram em regime de
locação temporária sob administração de empresa constituída
para tal atividade, como atividades de bares, restaurantes, áreas
de lazer e garagens;

Existem algumas exclusões para o enquadramento do edifício no Seguro


Condomínio, para as quais o seguro mais indicado seria o Empresarial.

São considerados riscos excluídos:

■ edifícios que não se caracterizam como condomínios por perten-


cerem a um único proprietário, ou seja, aqueles cuja propriedade
não seja conjuntamente exercida com outros;
■ edifícios-garagem;
■ edifícios que possuem as atividades comerciais com periculosida-
de do risco incêndio elevada.
No Seguro Condominial, a contratação praticada pelo mercado é a 1º Risco
Absoluto e a Cobertura Básica é dividida em duas modalidades:

Cobertura Básica Simples


Com as coberturas de incêndio, queda de raio dentro do terreno
segurado e explosão de qualquer natureza.

Cobertura Básica Ampla


Com coberturas para quaisquer eventos que possam causar danos
materiais ao imóvel segurado, exceto os expressamente excluídos.

Se o condomínio contratar a Cobertura Básica Simples, deverá estabe-


lecer uma Importância Segurada única para os riscos de incêndio, raio e
explosão, e poderá incluir outras coberturas como adicionais com os limi-
tes que considerar adequados.

SEGUROS COMPREENSIVOS 22
UNIDADE 2

Entretanto, se o condomínio optar pela contratação da Cobertura Básica


Ampla, a Importância Segurada escolhida será única para todos os riscos
que compuserem a citada Cobertura Básica, além dos riscos de incêndio,
raio e explosão. Esses riscos serão definidos pelas respectivas segurado-
ras ao submeterem seus Planos de Seguro à Susep para a aprovação.

Poderão ser oferecidas, entre outras, as seguintes coberturas adicionais a


1º risco absoluto como prática de mercado:

■ alagamento e inundação;
■ anúncios luminosos;
■ danos elétricos;
■ derrame d’água/vazamento de sprinkler;
■ desmoronamento;
■ impacto de veículos;
■ quebra de vidros;
■ queda de aeronaves;
■ responsabilidade civil condomínio;
■ responsabilidade civil guarda de veículos;
■ responsabilidade civil síndico;
■ roubo e furto qualificado de bens;
■ tumultos/greve/lockout;
■ vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo ou vento forte.
No Seguro Condominial, o segurado também poderá contar com serviços
de assistência. Mais adiante, estudaremos o funcionamento de tais serviços.

— Seguro Compreensivo Empresarial


Obrigatório por lei (Lei 73/66, art. 20º, regulamentada pelo Decreto
61.867/67), este seguro é destinado a pessoas jurídicas ou pessoas físicas
que tenham suas atividades nas áreas de prestação de serviços, comér-
cio varejista ou atacado, oficina, depósito e indústria.

No Seguro Empresarial, praticamente todas as coberturas adicionais


são concedidas a 1º Risco Absoluto, excetuando-se a cobertura de Lucros
Cessantes, que pode ser oferecida a Risco Absoluto e/ou Risco Relativo
pelas seguradoras.

Já a cobertura básica poderá ser concedida de acordo com os seguin-


tes critérios:

■ valor em risco igual ou inferior a determinado valor (que pode


variar, por exemplo, de R$ 2.000.000,00 a R$ 5.000.000,00, con-
forme prática da maioria do mercado segurador) – a cobertura e
concedida a 1º Risco Absoluto;

SEGUROS COMPREENSIVOS 23
UNIDADE 2

■ valor em risco superior a determinado valor (que pode variar, por


exemplo, de R$ 2.000.000,00 a R$ 5.000.000,00, conforme prá-
tica da maioria do mercado segurador) – a cobertura e conce-
dida a 1º Risco Relativo.
Entre as coberturas, apresentamos aquelas que podem ser consideradas
como possíveis para contratação:

Cobertura básica
Dicas Na maioria das seguradoras oferece os eventos: incêndio, queda
de raio e explosão de qualquer natureza.
As seguradoras
costumam lançar produtos Coberturas adicionais
compreensivos empresariais ■ anúncios luminosos;
voltados para segmentos ■ danos elétricos;
específicos de atividade. São, ■ derrame d’água/vazamento de sprinkler;
nada menos, que produtos
■ desmoronamento;
compreensivos empresariais,
com as mesmas regras que
■ impacto de veículos;
estudamos aqui, que possuem ■ lucros cessantes ou despesas fixas;
coberturas e serviços de ■ perda/pagamento de aluguel;
assistência específicos para ■ quebra de vidros;
atender a esses segmentos.
■ queda de aeronaves;
São exemplos de tipos de
empresa atendidos por
■ responsabilidade civil;
produtos compreensivos ■ roubo e furto qualificado de bens;
empresariais específicos: bares ■ tumultos/greve/lockout;
e restaurantes, academias de ■ valores no interior do estabelecimento e em mãos de portadores;
ginástica, hotéis e pousadas,
■ vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo ou vento forte.
concessionárias de veículos,
escolas, pet shop e clínicas No Seguro Empresarial, o segurado também poderá contar com serviços
veterinárias, consultórios, etc. de assistência. Mais adiante, estudaremos o funcionamento de tais serviços.

CONDIÇÕES CONTRATUAIS
As Condições Contratuais dos Seguros Compreensivos podem, agora,
seguir regras mais flexíveis de formatação estabelecidas pela Circular
Susep nº 621/2021, de 12/02/2021, respeitados, é claro, todos os deve-
res e as obrigações contratuais estabelecidos pelo Código Civil Brasileiro,
conforme já abordado na apostila de Introdução ao Seguro de Danos, inte-
grante deste curso de formação de corretores.

SEGUROS COMPREENSIVOS 24
UNIDADE 2

Todavia, pela necessidade de acomodação e interpretação das novas


regras, é provável que a maioria das seguradoras ainda continue a praticar
a segmentação de seus clausulados na formatação antiga, apresentando
Condições Gerais, como as cláusulas comuns a toda e qualquer apólice
de seguro daquele tipo de produto compreensivo; Condições Especiais,
sendo as cláusulas específicas das coberturas contratadas e Condições
Particulares, nas quais eventualmente se particulariza alguma condição
para apólice específica.

É importante registrar que a referida Circular Susep nº 621/2021 represen-


tou um avanço na obrigatoriedade de uniformização das condições con-
tratuais dos produtos de danos, na medida em que transfere ao mercado
uma maior responsabilidade em razão da liberdade para criação de seus
contratos. Contudo, não eliminou a manutenção de algumas cláusulas
obrigatórias que devem constar dos contratos de seguros de danos e que
estão presentes nos produtos compreensivos. Tais cláusulas foram alvo da
cadeira de Introdução a Seguro de Danos deste curso. São elas:

■ Objetivo do Seguro;
■ Definições;
■ Forma de contratação;
■ Âmbito Geográfico;
■ Coberturas;
■ Riscos Excluídos;
■ Aceitação;
■ Vigência e Renovação;
■ Concorrência de apólices e bilhetes;
■ Franquias e participações obrigatórias do segurado;
■ Atualização a alteração de valores;
■ Pagamento de prêmios;
■ Indenização;
■ Comunicação, regulação e liquidação de sinistros;
■ Reintegração;
■ Perda de Direitos;
■ Cancelamento e rescisão contratual;
■ Beneficiário;
■ Sub-rogação.

SEGUROS COMPREENSIVOS 25
UNIDADE 2

LIMITES SEGURÁVEIS
O seguro garante o pagamento dos sinistros cobertos, observados o Limi-
te Máximo de Garantia (LMG) da apólice e o Limite Máximo de Indenização
(LMI) fixados para cada cobertura contratada.

Significado dos termos Limite Máximo de Garantia (LMG) e Limite Máximo-


de Indenização (LMI) adotados nos Seguros Compreensivos:

— Limite Máximo de Garantia (LMG)


Representa o limite máximo de responsabilidade da sociedade seguradora,
de indicação opcional pela seguradora, aplicado quando uma reclamação, ou
série de reclamações decorrentes do mesmo fato gerador, é garantida por mais
de uma das coberturas contratadas. Na hipótese de a soma das indenizações,
decorrentes do mesmo fato gerador, atingir o LMG, a apólice será cancelada.

— Limite Máximo de Indenização


(LMI) por Cobertura
Segundo esta cláusula, entende-se por Limite Máximo de Indenização o
valor fixado para cada uma das coberturas contratadas pelo segurado,
que representa o valor máximo a ser pago pela seguradora, em decorrência
de um sinistro ou série de sinistros garantidos por aquela cobertura, respei-
tado o limite máximo de garantia da apólice.

Os limites máximos de indenização fixados são específicos de cada cober-


tura, não sendo admissível a transferência de valores de uma cober-
tura para outra.

INSPEÇÃO
Os seguros compreensivos podem prever a inspeção de seus riscos con-
forme o tipo de produto e sua política de aceitação e subscrição. Tal proce-
dimento é mais comum de ser realizado em compreensivos empresariais e
condominiais, conforme as regras de cada seguradora.

Para os compreensivos residenciais, normalmente, apenas em casos mais


extremos em termos da conjugação coberturas contratadas, LMIs e outras
características estão sujeitos a inspeções. O ticket médio baixo do seguro
residencial geralmente não compensa o custo de uma inspeção – razão
pela qual a maioria dos seguros não é inspecionada pelo mercado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 26
UNIDADE 2

A inspeção pode ser realizada pelo corpo técnico da seguradora, apesar


de que, na maioria dos casos, é procedida por empresas terceirizadas con-
tratadas pelas seguradoras para este fim.

Os custos dos procedimentos de inspeção são de responsabilidade das


seguradoras e compõem suas despesas administrativas.

Importante
A inspeção de riscos é um documento interno da seguradora e não tem por finalidade de-
terminar os valores a serem segurados para os bens a serem cobertos - responsabilidade
esta do segurado. O objetivo deste procedimento é avaliar as informações prestadas pelo
proponente do seguro no momento da contratação, além de verificar se o risco inspecio-
nado possui boas condições de conservação e segurança, bem como se está do que é
esperado pela política de aceitação e subscrição da seguradora.

FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO
OBRIGATÓRIA DO SEGURADO
Como aqui apresentado, os produtos compreensivos preveem inúmeras
Saiba mais coberturas possíveis, e a adoção de franquias/POS é uma prática comum
em diversas dessas coberturas.
As regras que regem franquias
e POS´s estão expressas na Independentemente do tipo de produto compreensivo, é comum a ado-
apostila de Introdução de ção de franquias e POS’s em coberturas como: Danos Elétricos, Vendaval,
Seguros de Danos - disciplina Vidros, Queda de Raio (que gere dano elétrico), Impacto de Veículos, Per-
integrante deste curso de da de Aluguel, Despesas Fixas (empresariais), Lucros Cessantes (empresa-
formação de corretores. riais), RC Garagista (empresariais e condominiais), entre outras.

CRITÉRIOS TARIFÁRIOS
O mercado de seguros é livre para adotar suas próprias tarifas técnicas no
que diz respeito a critérios tarifários, desde que respaldados pelas respec-
tivas Notas Técnicas de produto, que devem estar à disposição da Susep
pelas seguradoras para qualquer consulta (Circular Susep nº 621/2021).

SEGUROS COMPREENSIVOS 27
UNIDADE 2

Em produtos compreensivos, suas tarifas traduzem os objetivos da segu-


radora e as políticas de aceitação e subscrição adotadas. Todo este arca-
bouço técnico, normalmente, encontra-se à mão do corretor por meio das
ferramentas de cotação e contratação disponibilizadas pelas seguradoras
a que eles estejam cadastrados.

É de fundamental importância o profundo conhecimento, por parte do cor-


retor, sobre as características de seu cliente no momento da cotação e
contratação desses seguros.

A correta e ampla informação quanto ao risco que será alimentada nas fer-
ramentas de cotação/contratação é de fundamental importância não ape-
nas na busca por cotações adequadas e competitivas, como também para
fins de uma contratação em bases seguras, evitando problemas futuros em
momentos de eventuais sinistros.

É muito comum que os produtos adotem diferentes tipos de segmentação


tarifária, conforme o tipo de seguro compreensivo, por exemplo:

Seguro Seguro Seguro de


Residencial Empresarial Condomínio

■ Região de localização (CEP) ■ Porte da empresa ■ Tipo de condomínio (residencial,


■ Tipo de imóvel (casa ou ■ Região de localização (CEP) comercial, misto, etc.)
apartamento ■ Natureza da atividade ■ Região de localização (CEP)
■ Tipo de utilização (habitual ou (industrial, comercial ou serviços) ■ Número de pavimentos
veraneio) ■ Atividade (Ex: metalúrgica, ind. ■ Tipo de construção (superior,
■ Se o condomínio é fechado plásticos, química etc.) sólida, mista ou inferior)
■ Tipo de construção (Se alvenaria ■ Tipo de construção (superior, ■ Tipo de proteção contra
ou não alvenaria) sólida, mista ou inferior) incêndio (extintores, hidrantes etc.)
■ Outras ■ Tipo de proteção contra ■ Tipo de proteção contra roubo
incêncio (extintores, hidrantes etc.) (alarme, vigilância etc.)
■ Tipo de proteção contra roubo ■ Números de vagas de garagem
(alarme, vigilância etc.) ■ Outras
■ Outras

Informações como equipamentos de proteção ao risco, por exemplo,


podem não apenas ser decisivas em termos de competitividade da cota-
ção do seguro, pois na maioria das vezes resultam em descontos, como
determinantes para sua aceitação.

POLÍTICA DE ACEITAÇÃO
Assim como os critérios tarifários são diferentes entre as seguradoras que
atuam no mercado, também são suas políticas de aceitação. Conforme
apontado na apostila de Introdução de Seguros de Danos - disciplina inte-
grante deste curso - toda a seguradora possui sua política de aceitação
para seus produtos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 28
UNIDADE 2

Geralmente, para os compreensivos, a política de aceitação é c­ olocada em


prática pelas seguradoras já nas próprias ferramentas de cotação/contratação
em seus parâmetros de subscrição. Tais ferramentas acatam ­exatamente o
que está nos objetivos da política de aceitação vigente da seguradora. São
critérios que visam focar o produto em seus objetivos de resultado.

Riscos mais restritos ou de valores mais elevados, normalmente, no seg-


mento empresarial, são demandados e tratados direto junto às equipes
comercial e técnica das seguradoras (alçadas superiores) e não estão dis-
poníveis nas ferramentas de cotação do mercado.

São apenas exemplos de critérios de política de aceitação do mercado,


que sempre podem variar de seguradora para seguradora:

■ Restrição de aceite da cobertura de roubo e furto qualificado de


bens em determinadas regiões e/ou atividade/ tipos de riscos e/ou
que não possuam determinado tipo de proteção ao risco.
■ Adoção como riscos declináveis (sem aceitação) em seguros
empresariais conforme determinadas atividades específicas –
exemplo: supermercados, armazéns de mercadorias indiscrimina-
das, fábricas e depósitos de colchões, móveis, inflamáveis, entre
outras.
■ Exigência de protecional específico contra incêndio (hidrantes, bri-
gada etc.) em riscos empresariais relacionados a plantas químicas
que lidam com inflamáveis etc.
■ Adoção obrigatória de inspeção para a cobertura de desmorona-
mento em condomínios.
■ Adoção de franquias/ POSs diferenciadas conforme a característi-
ca do risco/cobertura.
■ Não aceitação da cobertura de roubo e furto qualificado de bens
para residências de veraneio.
■ Não aceitação de seguros residenciais construídos em madeira
A adoção de critérios de alçada para aceitação de riscos também é prática
do mercado - quanto mais restritivo for o risco, maior será o nível hierárqui-
co da autorização para cotar ou fechar seguros.

As regras de inspeção também fazem parte da política de aceitação do


mercado. Enfim, as seguradoras adotam suas políticas de aceitação con-
forme seus objetivos de resultado.

É importante que o corretor conheça bem as políticas de cada seguradora


com que ele opera para direcionar seu cliente para aquela que melhor
acolherá seu risco.

SEGUROS COMPREENSIVOS 29
UNIDADE 2

ESTUDOS DE PERDAS
Com o advento dos seguros compreensivos, novos critérios técnicos de
avaliação de risco surgiram.

O mercado passa a adotar variáveis de estudos de perdas, que não ape-


nas dão suporte à aceitação de riscos por parte da seguradora como orien-
tam o segurado e seu corretor quanto ao dimensionamento do seguro a
ser contratado.

Os inspetores de risco passaram a dedicar especial atenção ao estudo


potencial de perdas, visando indicar às seguradoras fatores que visam não
apenas à análise da aceitação de um risco proposto como também orientar
na melhor precificação do mesmo.

Variáveis de perdas:

Perdas Normais Esperadas (PNE)


Entendidas como as perdas corriqueiras reparadas pela equipe de
manutenção e que, na maior parte das vezes, não interrompem
a produção. Geralmente, esses valores norteiam a fixação pelas
seguradoras das franquias e das POS (participações obrigatórias
dos segurados), por terem, quase sempre, grande frequência e
baixo custo de reparo.

Dano Máximo Provável (DMP)


Representa a extensão que o evento pode atingir em condições nor-
mais de atividade, considerando, além das características intrínsecas
do risco, a tempestividade e a efetividade dos meios de proteção
disponíveis (circunstâncias normais de funcionamento, operação e
segurança). Em geral, esse valor auxilia o segurado na fixação da
importância segurada mínima para que não sofra perdas. Por exem-
plo, se houver um princípio de incêndio e a empresa dispuser de
sistemas de hidrantes, extintores e todos funcionarem, qual seria o
dano máximo que, provavelmente, sobreviria aos bens segurados?

Perda Máxima Possível (PMP)


Representa o que pode ocorrer quando as condições desfavorá-
veis se combinarem excepcionalmente e os meios de combate
não operarem. Esse valor, normalmente, auxilia o segurado na
fixação da importância segurada máxima, necessária à proteção
dos bens segurados. Se no exemplo anterior, todos os meca-
nismos falhassem, qual seria o valor da perda imposta aos bens
segurados pelo incêndio antes que ele fosse debelado?

SEGUROS COMPREENSIVOS 30
UNIDADE 2

SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA DOS


SEGUROS COMPREENSIVOS
OU MULTIRRISCOS
Os serviços de assistência foram normatizados pela Circular Susep
Nº 310/2005, que visa regulamentar a oferta, pelas seguradoras, de servi-
ços de assistência, caracterizados como atividades complementares aos
contratos de seguros, e estabelecer a diferenciação entre a oferta pelas
­seguradoras da assistências meramente como serviços ou como garantias
similares oferecidas em contratos de seguro.

A oferta das assistências meramente como serviços é a forma largamente


adotada pelo mercado segurador e prevê as seguintes regras:

■ As sociedades seguradoras deverão assumir responsabilidade subsi-


diária perante o segurado, pela prestação dos serviços de assistência.
■ Os serviços de assistência não poderão ser prestados diretamente
pelas seguradoras e deverão ter seus regulamentos previstos em
documento próprio, apartado das condições contratuais do s­ eguro,
não sendo necessário submetê-los à Susep.
■ Os pacotes de serviços de assistência podem ser cobrados do
segurado ou oferecidos de forma automática, tendo seus custos
suportados pela seguradora sem cobrança ao segurado.
■ Na hipótese de tais serviços serem cobrados do segurado, seu
pagamento poderá ser realizado no mesmo documento de cobran-
ça do prêmio comercial ou prêmio líquido, desde que esteja devi-
damente discriminado.
■ O regulamento da prestação de tais serviços, que será anexado às
apólices, não poderá prever pagamento em espécie ou reembolso
ao segurado.
Alternativamente, a Susep estabelece, ainda, que as seguradoras podem
comercializar tais serviços em forma de coberturas (garantias) de seguro
e devem atender, obrigatoriamente, às seguintes disposições:

■ As coberturas devem ter caráter prioritariamente indenitário,


baseadas no pagamento de indenização ou no reembolso ao
segurado ou beneficiário de despesas incorridas, conforme os
valores e os limites máximos de indenização discriminados por
cobertura e fixados na apólice ou certificado individual;
■ Deverá ser prevista a possibilidade de substituição da indenização
ou reembolso pela prestação de serviços, mediante acordo entre
as partes;

SEGUROS COMPREENSIVOS 31
UNIDADE 2

■ O valor do reembolso ou da indenização deverá ser compatível


com aqueles praticados pelo mercado de prestação de serviços;
■ Deverá ser prevista a livre escolha do prestador de serviço, na
hipótese do segurado ou beneficiário optar pela prestação do ser-
viço;
■ As coberturas devem estar diretamente relacionadas ao objeto
segurado.
São inúmeros os tipos de assistência oferecidos pelo mercado segurador,
que variam conforme o tipo de produto compreensivo. Exemplos de serviços:

■ assistência pet (específico para residencial);


■ acompanhante em caso de hospitalização;
■ encanador ou bombeiro hidráulico;
■ chaveiro;
■ cobertura provisória de telhado;
■ conserto de ar condicionado;
■ consultoria orçamentária;
■ despachante;
■ eletricista;
■ escritório virtual (específico para empresarial);
■ guarda de animais domésticos (específico para residencial);
■ guarda de crianças (específico para residencial);
■ hospedagem (específico para residencial);
■ indicação de assessoramento jurídico emergencial;
■ limpeza;
■ locação de microcomputadores e impressoras (específico para
empresarial);
■ remoção em caso de falecimento;
■ remoção médica;
■ reparo e fixação de antenas;
■ retorno antecipado em caso de falecimento de parente próximo;
■ segurança e vigilância;
■ transmissão de mensagens urgentes;
■ transporte e guarda de móveis;
■ transporte escolar (específico para residencial);

SEGUROS COMPREENSIVOS 32
UNIDADE 2

■ vidraceiro;
■ conserto de linha branca (específico para residencial);
■ conserto de linha marrom (específico para residencial);
■ zelador substituto (específico para condomínio).

SEGUROS COMPREENSIVOS 33
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

Assinale a afirmativa correta


1. Os Seguros Patrimoniais apresentam formas modernas de contratação
que permitem, por meio de uma única apólice, dar cobertura para diver-
sos tipos de riscos. As formas mais modernas de contratação de Seguros
Patrimoniais são:

(a) Seguros Compreensivos e Seguro Incêndio Tradicional.


(b) Seguro Incêndio Tradicional e Seguros de Riscos Nomeados.
(c) Seguros de Riscos Nomeados, Seguro Incêndio Tradicional e Riscos
Operacionais.
(d) Seguros Compreensivos, Riscos Nomeados e Riscos Operacionais.
(e) Riscos Operacionais, Riscos Nomeados e Seguro Incêndio Tradicional.

2. Com o advento dos Seguros Compreensivos, novos critérios técnicos


de avaliação de risco surgiram. Um dos fatores analisados pelo inspetor de
riscos e que, geralmente, norteia a fixação das franquias e das POS (parti-
cipações obrigatórias dos segurados) pelas seguradoras, por terem quase
sempre grande frequência e baixo custo de reparo, é conhecido como:

(a) VRA – Valor em Risco Apurado.


(b) PNE – Perdas Normais Esperadas.
(c) DMP – Dano Máximo Provável.
(d) PI – Período Indenitário.
(e) PMP – Perda Máxima Possível.

3. A cobertura que pode ser contratada no Seguro Compreensivo Condo-


mínio, que inclui as coberturas para quaisquer eventos que possam causar
danos materiais ao imóvel segurado, exceto os expressamente excluídos,
é chamada de:

(a) Básica Simples.


(b) Básica Condomínio Total.
(c) Básica Ampla.
(d) Compreensiva Total.
(e) Compreensiva Simples.

SEGUROS COMPREENSIVOS 34
FIXANDO CONCEITOS

4. Em relação às avaliações de perdas feitas pelos inspetores para o Segu-


ro Compreensivo, aquelas que representam o que pode ocorrer quando as
condições desfavoráveis se combinarem excepcionalmente e os meios de
combate não operarem são chamadas de:

(a) PNE – Perda Normal Esperada.


(b) DMP – Dano Máximo Provável.
(c) PMP – Perda Máxima Possível.
(d) LMI – Limite Máximo de Indenização.
(e) LMG – Limite Máximo de Garantia.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGUROS COMPREENSIVOS 35
03
UNIDADE 3

COBERTURAS
dos SEGUROS
COMPREENSIVOS

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Identificar as coberturas ■ Conhecer as
previstas pelos Seguros características das ⊲ COBERTURAS DE MERCADO
Compreensivos coberturas previstas pelos
Padronizados. Seguros Compreensivos. ⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

SEGUROS COMPREENSIVOS 36
UNIDADE 3

Nesta unidade, serão apresentadas as mais representativas coberturas de


seguro oferecidas pelo mercado segurador em seguros compreensivos.

O objetivo é demonstrar as coberturas praticadas e aquelas características


e definições comuns a praticamente todas as seguradoras, comentando
também as variações mais comuns de mercado.

Com a Circular Nº 621/2021, a Susep inseriu mais flexibilidade no mercado


quando, em seu artigo 19, permite a conjunção de coberturas relativas a
Dicas diferentes ramos de seguros em um mesmo produto e apólice, observadas
as regulamentações específicas de cada ramo e a regulamentação contábil
Os produtos de seguros vigente.
compreensivos são diferentes
entre as seguradoras em Cabe ao mercado assimilar estas novas normas instituídas pela Susep e
diversos aspectos, inclusive acompanharmos sua evolução futura.
na abrangência de suas
Nosso estudo abordará as práticas de mercado atuais para seguros com-
coberturas oferecidas.
preensivos.
Por esta razão, é importante
O mercado de seguros compreensivos atua oferecendo produtos, modula-
que o corretor de seguros
res que combinam um leque de coberturas, sendo normalmente obrigató-
conheça bem aquilo que
ria a contratação de uma cobertura denominada básica e, pelo menos,
é oferecido pelo mercado
uma cobertura denominada adicional. A exceção a esta regra de mer-
e as diferenças entre as
cado reside no seguro compreensivo condominial, onde a contratação da
seguradoras com que ele atua,
cobertura básica ampla é oferecida como alternativa sem a obrigatorieda-
objetivando oferecer o que for
de de uma cobertura adicional.
mais adequado à necessidade
de proteção de seu cliente. Em determinadas ações de comercialização de produtos, o mercado pode
oferecer também “combos” de coberturas nos quais sempre prevalecerá
uma cobertura básica e um conjunto de adicionais relacionadas à básica
por percentuais de LMI predeterminados.

SEGUROS COMPREENSIVOS 37
UNIDADE 3

Importante
Quanto aos riscos cobertos pelos seguros compreensivos, cabem os seguintes
esclarecimentos:
■ Será considerada uma única ocorrência os danos múltiplos ou sucessivos associados
a diversos fatos geradores, sem que haja possibilidade de individualizá-los, ou seja,
estabelecer perfeitamente a relação de causa e efeito entre eles.
Exemplo: se houver um incêndio e uma explosão (causas) e, em consequência de tais
eventos, ocorrerem a quebra, o desmoronamento e a deterioração de mercadorias
(efeitos) sem que se consiga estabelecer a perfeita relação entre cada causa e cada
efeito, a ocorrência será caracterizada como uma única.
■ Se o risco causador do sinistro estiver, simultaneamente, amparado por varias cobertu-
ras, prevalecerá aquela que for mais favorável ao segurado, a seu critério, não sendo
admitidos a acumulação de coberturas e seus respectivos limites máximos de indeniza-
ção contratados.
■ As despesas de socorro e salvamento estarão amparados pela respectiva cobertura
de seguro.

COBERTURAS DE MERCADO

— Cobertura Básica
Os seguros compreensivos do mercado (residenciais, empresariais e con-
dominiais) costumam oferecer cobertura básica de seguros combinando
os seguintes eventos:

■ Incêndio;
■ queda de raio ocorrido dentro da área do terreno ou edifício onde
estiverem localizados os bens segurados;
■ explosão
■ implosão;
■ fumaça;
■ incêndio decorrente de tumultos, greves e lockout;
■ queda de aeronave;
■ queimada em zona rural.

SEGUROS COMPREENSIVOS 38
UNIDADE 3

Agora, vejamos algumas observações sobre estes eventos:

Importante Incêndio
O evento Incêndio está sempre presente em todas as coberturas básicas
Também estão amparados pelas do mercado.
coberturas básicas oferecidas
pelo mercado segurador: Queda de Raio
■ desmoronamento diretamente A queda de raio abrange a queda de raio ocorrida sempre dentro do terreno
resultante de riscos cobertos; ou edifício onde estiverem localizados os bens segurados, excluindo a mes-
■ impossibilidade de remoção ma quando fora desses locais.
ou proteção dos salvados por
motivos de força maior; Explosão
■ providências tomadas para o As coberturas básicas de todo o mercado de compreensivos também
combate à propagação dos abrangem o evento explosão. Mas é preciso atentar para as diferentes
riscos cobertos; situações de explosão oferecidas como cobertura pelo mercado. As mais
■ desentulho do local sinistrado. frequentes são:

■ Explosão de qualquer natureza e onde quer que tenha sido origi-


nada (a mais abrangente).
■ Explosão de quaisquer natureza e desde que ocorrida no prédio
onde se situe o bem segurado.

Implosão
O evento implosão vem sendo cada vez mais oferecido pelo mercado, mas
é preciso entender exatamente a definição de implosão para fins de seguro.

Implosão para fins de seguro: fenômeno físico, violento, que ocorre


quando, em um recipiente fechado a pressão interna é menor do que a
existente do lado externo, de forma a que provoque sua destruição.

Esta cobertura é mais aplicável a seguros empresariais e para caldeiras,


silos, tanques e outros equipamentos similares.

Fumaça
Danos causados aos bens segurados pela fumaça proveniente de incên-
dio já encontra-se amparado pela cobertura de Incêndio.

O termo fumaça a que o mercado se refere possui a seguinte definição:


■ Fumaça que provenha de desarranjo imprevisível, repentino e
extraordinário no funcionamento de qualquer aparelho que seja
parte integrante da instalação de calefação, aquecimento ou da
cozinha do imóvel segurado, e somente quando tal aparelho se
encontre conectado a uma chaminé por um cano condutor de fumo.
OBS.: Muitas vezes, a cobertura para o evento fumaça é cobertura de vendaval,
a qual será abordada adiante nesta apostila.

SEGUROS COMPREENSIVOS 39
UNIDADE 3

Incêndio decorrente de tumultos,


greves e lockout
No mercado, há seguradoras que amparam o evento de incêndio decor-
rente de tumultos, greves e lockout na cobertura básica, e outras que
excluem o mesmo.

Há seguradoras também que oferecem este evento como uma extensão


da cobertura básica, ou como uma cobertura básica alternativa, adequan-
do o prêmio de seguro à inclusão de tal evento.

Queda de aeronave
A inclusão do evento queda de aeronave na cobertura básica dos segu-
ros compreensivos é um fenômeno mais recente no mercado segurador.

Este evento pode ser oferecido também no mercado como cobertura ape-
nas para queda de aeronave ou incluído na cobertura de vendaval.

Entende-se por aeronave qualquer engenho aéreo ou espacial, bem


como qualquer objeto integrante dela ou por ela transportado.

Queimada em zona rural


Este é um evento mais incomum de ser oferecido pelo mercado segurador
em seus compreensivos.

É comum a exclusão do evento de incêndio decorrente de queimada em


zona rural nos produtos compreensivos do mercado.

Algumas seguradoras podem oferecer a extensão da cobertura básica


para este evento.

Importante
Os riscos excluídos para a cobertura básica pelo mercado e pelas coberturas do
Seguro Compreensivo Padronizado vão depender da abrangência dos riscos cober-
tos. No entanto, em geral, essas são exclusões comuns a qualquer tipo de cobertura
básica:
■ Extravio, roubo ou furto, ainda que, direta ou indiretamente, tenham concorrido para
tais perdas quaisquer dos riscos cobertos por essa cobertura;
■ Fermentação ou combustão espontânea;
■ Dano elétrico isolado, ou seja, não decorrente de incêndio, explosão/ implosão ou
queda de raio.

SEGUROS COMPREENSIVOS 40
UNIDADE 3

— Cobertura Danos Elétricos


Esta é uma das coberturas adicionais mais demandadas em qualquer pro-
Dicas duto compreensivo, seja ele residencial, condominial ou empresarial.

Algumas seguradoras limitam Garante as perdas ou danos físicos diretamente causados a quaisquer
o dano elétrico decorrente máquinas, equipamentos ou instalações eletrônicas ou elétricas devido a
de queda de raio ao evento variações anormais de tensão, curto-circuito, arco voltaico, calor gerado aci-
ter ocorrido fora do local dentalmente por eletricidade, descargas elétricas, eletricidade estática ou
segurado. qualquer efeito ou fenômeno de natureza elétrica, inclusive a queda de raio.

Os principais riscos excluídos comuns às seguradoras do mercado são:

■ Danos elétricos decorrentes de causa mecânica;


■ Perda de dados, instruções eletrônicas ou software de sistemas
computacionais;
■ Danos em consequência de curtos-circuitos causados por água de
chuva ou de vazamento da rede hidráulica ou de esgoto origina-
dos no local do risco;
■ Alagamento, inundação, ressaca ou maremoto;
■ Sobrecarga, isto é, por carga ou operação que exceda a capacida-
de normal de operação dos bens segurados, exceto por variação
anormal de tensão;
■ Inadequação ou insuficiência de demanda de energia elétrica ins-
talada no local do risco; e
■ Desligamento intencional de dispositivo de segurança ou de con-
troles automáticos.

— Cobertura Vendaval, Furacão,


Ciclone, Tornado e Granizo
Esta é uma das coberturas adicionais bastante demandadas também em
Observação todos os produtos compreensivos e, dependendo da região onde esteja
localizado o risco segurado, de fundamental contratação. A região Sul bra-
Para fins da cobertura sileira é a maior contratante de vendaval.
de Vendaval/ Fumaça,
compreende-se, num mesmo Visa garantir as perdas e os danos causados aos bens segurados direta-
evento, a manifestação de mente por vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo.
fenômenos cobertos, ainda que
Conforme a seguradora envolvida, a cobertura de vendaval pode ainda
de forma não contínua, durante
ser oferecida incluindo os eventos de queda de aeronave e/ou impacto de
um período de 72 horas.
veículos terrestres e/ou fumaça.

SEGUROS COMPREENSIVOS 41
UNIDADE 3

Exemplo de cobertura de mercado:

■ Vendaval, Furacão, Ciclone,Tornado, Granizo, Queda de Aeronave,


Impacto de Veículos Terrestres, e Fumaça.
Entende-se por:

■ Aeronave - qualquer engenho aéreo ou espacial, bem como qual-


quer objeto integrante dela ou por ela transportado.
■ Veículo terrestre - aquele que possa ou não dispor de tração pró-
pria.
■ Fumaça – aquela que provenha de desarranjo imprevisível, repen-
tino e extraordinário no funcionamento de qualquer aparelho que
seja parte integrante da instalação de calefação, aquecimento ou
da cozinha do imóvel segurado e somente quando tal aparelho se
encontre conectado a uma chaminé por um cano condutor de fumo.
Para efeito dessa cobertura, entende-se por “vendaval” os ventos de velo-
cidade igual ou superior a 15 metros por segundo ou 54 km/h (quilômetros
por hora).

— Cobertura Tumulto, Greve e Lockout


Cobertura que ampara as perdas e danos causados aos bens cobertos por
Saiba mais atos predatórios, ocorridos durante tumulto, greve ou lockout, cujas defini-
ções apresentamos a seguir:
As coberturas de tumulto
do mercado podem incluir Tumulto
também danos causados Ação de pessoas, com características de aglomeração, que perturbe
por Incêndio e Atos Dolosos, a ordem pública por meio da prática de atos predatórios, para cuja
desde que decorrentes dos repressão não haja necessidade de intervenção das Forças Armadas.
eventos cobertos e conforme a
seguradora. Greve
Ajuntamento de mais de três pessoas da mesma categoria ocupacional
que se recusam a trabalhar ou a comparecer onde as chama o dever.
A maioria das seguradoras exclui
o Saque da cobertura de Tumulto/ Lockout
Greve/Lockout, entendido como Cessação da atividade por ato ou fato do empregador.
a subtração violenta dos bens
pertences ao segurado, por uma
ou mais pessoas.

SEGUROS COMPREENSIVOS 42
UNIDADE 3

— Cobertura Roubo ou Furto


Qualificado de Bens
Cobertura comum a todos os compreensivos e que ampara as perdas e/ou
Observação danos materiais causados aos bens de propriedade do segurado por:

Entende-se por: ■ roubo ou furto qualificado, caracterizado com destruição ou rompi-


mento de obstáculo;
Roubo: ato de subtração de
bens segurados cometido ■ extorsão, de acordo com a definição do artigo 158 do Código Penal;
mediante grave ameaça ou ■ danos causados a portas e janelas, bem como danos às fechaduras
emprego de violência contra a e outras partes do imóvel, onde os bens cobertos encontram-se
pessoa, ou depois de havê-la, localizados, quer o furto qualificado tenha se consumado ou não,
por qualquer meio, reduzido à ou tenha se caracterizado como simples tentativa.
impossibilidade de resistência,
quer pela ação física, quer pela Riscos Excluídos / Prejuízos Não Indenizáveis
aplicação de narcóticos ou
assalto à mão armada.
/ Bens Não Compreendidos no Seguro
Normalmente, o mercado de seguros não ampara quaisquer prejuízos,
Furto qualificado: furto
ônus, perdas ou danos, direta ou indiretamente causados por, resultantes
cometido, exclusivamente, com
de, ou para os quais tenham contribuído:
destruição ou rompimento
de obstáculos, ou mediante a) apropriação indébita, nos termos do artigo 168 do Código Penal:
emprego de chave falsa, gazua “Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
ou instrumentos semelhantes, detenção”;
desde que a utilização de
b) furto simples (sem qualquer vestígio de sua ocorrência);
qualquer desses meios tenha
deixado vestígios materiais c) estelionato, na forma definida pelo artigo 171 do Código Penal:
inequívocos ou sido constatada “Obter para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
por laudo pericial policial. induzindo alguém em erro mediante artifício, ardil ou qualquer
outro meio fraudulento”;
Extorsão: constranger
alguém, mediante violência ou d) extorsão mediante sequestro, nos termos do artigo 159 do Códi-
grave ameaça, com o intuito de go Penal: “Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
obter, para si ou para outrem, outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate”;
indevida vantagem econômica,
e) infidelidade, cumplicidade, dolo ou culpa grave equiparável ao
a fazer, tolerar que se faça, ou
dolo de diretores, sócios, empregados ou prepostos do segurado;
deixar de fazer alguma coisa
(artigo 158 do Código Penal). f) roubo ou furto praticado com cumplicidade, dolo ou culpa grave
equiparável ao dolo de diretores, sócios, empregados ou prepos-
tos do segurado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 43
UNIDADE 3

— Cobertura Roubo de Valores no


Interior do Estabelecimento Segurado
Cobertura voltada para contratações de seguros compreensivos empresa-
Saiba mais riais e que ampara os prejuízos decorrentes de:

As seguradoras costumam exigir a) roubo ou furto qualificado caracterizado, com destruição ou rom-
determinados critérios para o pimento de obstáculo, de valores de propriedade do segurado,
acondicionamento de valores quando ocorridos no interior do estabelecimento segurado;
e limites de valores cobertos b) destruição ou perecimento dos valores em consequência ou
dentro e fora de cofres, conforme decorrente da simples tentativa de roubo ou furto qualificado;
o tipo de atividade empresarial
c) extorsão de acordo com a definição do artigo 158 do Código Penal.
envolvida.
As definições para roubo, furto qualificado e extorsão encontram-se na
página anterior.

Entende-se por valores: dinheiro em espécie, cheques em moeda corren-


te, vale-refeição, vale alimentação, vale-transporte, vale-combustível e outras
formas de títulos ou certificados que representem dinheiro, desde que não
sejam mercadorias inerentes ao ramo de negócio do segurado.

Riscos Excluídos/Prejuízos Não Indenizáveis/


Bens Não Compreendidos no Seguro
Normalmente, o mercado de seguros não ampara quaisquer prejuízos,
ônus, perdas ou danos, direta ou indiretamente causados por, resultantes
de, ou para os quais tenham contribuído:

a) apropriação indébita, nos termos do artigo 168 do Código Penal:


“Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
detenção”;
b) furto simples (sem qualquer vestígio de sua ocorrência);
c) estelionato, na forma definida pelo artigo 171 do Código Penal:
“Obter para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo alguém em erro mediante artifício, ardil ou qualquer
outro meio fraudulento”;
d) extorsão mediante sequestro, nos termos do artigo 159 do Códi-
go Penal: “Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate”;
e) infidelidade, cumplicidade, dolo ou culpa grave equiparável ao
dolo de diretores, sócios, empregados ou prepostos do segurado;
f) roubo ou furto praticado com cumplicidade, dolo ou culpa grave
equiparável ao dolo de diretores, sócios, empregados ou prepos-
tos do segurado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 44
UNIDADE 3

— Cobertura Roubo de Valores em


Trânsito em Mãos de Portadores
Cobertura também voltada para contratações de seguros compreensivos
Saiba mais empresariais e que ampara os prejuízos decorrentes de roubo ou furto de
valores ocorridos em trânsito em mãos de portadores.
As seguradoras costumam exigir
determinados critérios para o Entende-se por portadores: pessoas às quais são confiados os valores
transporte de valores conforme o para missões externas de remessas, retiradas ou pagamentos, entenden-
limite dos valores transportados. do-se como tais empregados do Segurado, com o respectivo registro em
carteira, bem como os sócios e diretores que façam parte do estatuto ou
contrato social da empresa.

Entende-se por valores: dinheiro em espécie, cheques em moeda cor-


rente, vale-refeição, vale alimentação, vale-transporte, vale-combustível e
outras formas de títulos ou certificados que representem dinheiro, desde
que não sejam mercadorias inerentes ao ramo de negócio do segurado.

Riscos Excluídos/Prejuízos Não Indenizáveis/


Bens Não Compreendidos no Seguro
Normalmente, o mercado de seguros não ampara quaisquer prejuízos,
ônus, perdas ou danos, direta ou indiretamente causados por, resultantes
de, ou para os quais tenham contribuído:

a) apropriação indébita, nos termos do artigo 168 do Código Penal:


“Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
detenção”;
b) furto simples (sem qualquer vestígio de sua ocorrência);
c) estelionato, na forma definida pelo artigo 171 do Código Penal:
“Obter para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo alguém em erro mediante artifício, ardil ou qualquer
outro meio fraudulento”;
d) extorsão mediante sequestro, nos termos do artigo 159 do Código
Penal: “Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate”;
e) infidelidade, cumplicidade, dolo ou culpa grave equiparável ao
dolo de diretores, sócios, empregados ou prepostos do segurado;
f) roubo ou furto praticado com cumplicidade, dolo ou culpa grave equipará-
vel ao dolo de diretores, sócios, empregados ou prepostos do segurado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 45
UNIDADE 3

— Cobertura Quebra de Vidros


Cobertura demandada por todos os seguros compreensivos e que, nor-
malmente, garante as perdas ou pelos danos materiais sofridos por vidros,
regularmente existentes e instalados no(s) local(is) segurado(s) descrito(s)
na apólice, em consequência de:

■ quebra de vidros, causada por imprudência ou culpa de terceiros,


ou por ato involuntário do segurado, de membros de sua família ou
de seus empregados e prepostos;
■ quebra de vidros resultante da ação de calor artificial e granizo.
E mais as despesas decorrentes das seguintes medidas:

■ reparo ou reposição dos encaixes dos vidros, quando atingidos


pelo sinistro, ou remoção, reposição ou substituição de obstru-
ções, exceto janelas, paredes e aparelhos quando necessário ao
serviço de reparo ou substituição dos vidros danificados;
■ instalação provisória de vidros ou vedação nas aberturas que con-
tenham os vidros danificados durante o tempo necessário ao seu
reparo ou à substituição.
Esta cobertura pode variar pelo mercado tanto pelos tipos de vidros cober-
tos, como pelas exclusões de cada seguradora. De uma forma geral, ampa-
ra os vidros regularmente existentes e instalados em portas, janelas, clara-
boias, paredes divisórias vitrinas, balcões e mesas de escritório.

O mercado oferece ainda variantes desta cobertura, incluindo mais bens


cobertos, como:

■ Cobertura de Quebra de Vidros, Espelhos, Mármores e Azulejos.

— Cobertura Anúncio Luminoso


Cobertura demandada por compreensivos condominiais e empresariais,
garante perdas ou danos materiais causados aos letreiros, anúncios lumi-
nosos e painéis, inclusive às respectivas estruturas e bases, decorrentes de
quaisquer acidentes de causa externa, salvo os expressamente excluídos.

Os principais riscos excluídos são:

■ sobrecarga, isto é, por carga cujo peso exceda a capacidade nor-


mal da estrutura do suporte;
■ danos elétricos;
■ queda, quebra, amassamento ou arranhadura, salvo se decorren-
tes de acidente coberto por esta apólice;
■ operações de reparos, ajustamentos, serviços de manutenção em
geral.

SEGUROS COMPREENSIVOS 46
UNIDADE 3

— Cobertura Desmoronamento
Cobertura mais restrita no mercado, comum a todos os compreensivos, que
abrange as perdas e os danos materiais decorrentes de desmoronamen-
to parcial ou total de edifícios/prédios existentes no local segurado,
decorrente de qualquer causa, inclusive por convulsões da natureza, tais
como tufão, furacão, erupção vulcânica, inundação e terremoto ou qualquer
outra convulsão da natureza.

Para efeito dessa cobertura, entende-se por “desmoronamento parcial”:


o desmoronamento de paredes ou de qualquer elemento estrutural (colu-
na, viga, laje de piso ou de teto), excetuando-se o simples desabamento de
revestimentos, marquises, beirais, acabamentos, efeitos arqui- tetônicos,
telhas e similares, os quais somente estarão cobertos se os danos sofridos
por tais elementos forem consequentes de desmoronamento de parede
ou de qualquer elemento estrutural citado.

— Cobertura Equipamentos Móveis


Cobertura oferecida normalmente em compreensivos empresariais, garan-
te as perdas ou os danos materiais causados aos equipamentos móveis
descritos na apólice, por acidentes decorrentes de causa externa, enquan-
to estiverem nos canteiros de obras ou locais de trabalho, considerando-
-se, também, como tais, locais de guarda, assim como sua transladação
fora desses lugares, por autopropulsão ou qualquer meio de transporte
adequado.

São exemplos de equipamentos móveis: equipamentos de nivelamento,


escavação, compactação de terra, concretagem e asfaltamento, estaquea-
mento, britagem, solda, sucção e recalque, compressores, geradores, guin-
chos, guindastes, empilhadeiras e outros de características semelhantes.

— Cobertura Equipamentos
Estacionários
Cobertura oferecida normalmente em compreensivos empresariais, garan-
te as perdas ou os danos materiais causados aos equipamentos estacio-
nários descritos na apólice, por acidentes decorrentes de causa externa.

Para efeito dessa cobertura, consideram-se equipamentos estacionários:


máquinas ou equipamentos industriais e comerciais de “tipo fixo”, quando
instalados para operação permanente em local determinado, de proprie-
dade do segurado ou sob seu controle.

SEGUROS COMPREENSIVOS 47
UNIDADE 3

São exemplos de equipamentos estacionários:

■ de contabilidade, processamento de dados, trabalhos normais de


escritório, xerografia, fotocópia, transmissão e recepção de radio-
frequência e telefonia (excluídos postes, mastros, linhas de trans-
missão e antenas ao ar livre), raio X de uso médico e odontológico;
■ máquinas e equipamentos industriais, comerciais e agrícolas para
uso em ferramentaria, serralheria, carpintaria ou marcenaria, fia-
ção, tecelagem, tipografia, clicheria, motores, compressores,
geradores, alternadores, transformadores, misturadores, debulha-
deiras, enfardadeiras, ensacadeiras, picadeiras e outros equipa-
mentos para preparo e embalagem de rações, cereais, conservas
e bebidas.

— Cobertura Alagamento e Inundação


Trata-se de uma cobertura extremamente restrita e dificilmente disponibili-
zada ao corretor por meio das ferramentas de cálculos existentes no merca-
do. Aplica-se a qualquer seguro compreensivo e, normalmente, garante as
perdas ou os danos materiais causados aos bens descritos na apólice por:

■ entrada de água no local segurado proveniente de aguaceiro,


tromba-d’água ou chuva, seja ou não consequente da obstrução
ou insuficiência de esgotos, galerias pluviais, desaguadouros e
similares;
■ enchentes;
■ inundação resultante, exclusivamente, do aumento do volume de
água de rios e de canais alimentados naturalmente por esses rios,
lagos, lagoas e represas;
■ água proveniente da ruptura ou transbordamento de reservató-
rios, adutoras, encanamentos e canalizações, desde que não per-
tencentes ou localizados no prédio objeto da cobertura da apólice.

— Cobertura Vazamento de
Tubulações e Tanques
Esta é uma cobertura recentemente adotada pelo mercado e que se aplica
a qualquer tipo de seguro compreensivo. A mesma garante as perdas ou
pelos danos materiais de origem súbita e imprevista, sofridos por tanques
fixos de depósitos ou por seus respectivos conteúdos, ou tubulações exis-
tentes no local segurado, diretamente causados por acidentes de causa
externa, exceto por impacto de veículos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 48
UNIDADE 3

O mercado apresenta suas exclusões conforme cada seguradora, mas são


riscos excluídos comuns:

■ perdas para as quais tenha contribuído a má conservação das


tubulações ou tanques;
■ desmoronamento, recalque ou movimentação.

— Cobertura Derrame ou
Vazamento de Chuveiros
Automáticos (Sprinklers)
Garante as perdas ou danos materiais causados, direta e exclusivamen-
te, aos bens segurados, decorrentes de infiltração, derrame de água ou
outra substância líquida contida em instalações de chuveiros automáticos
(sprinklers) em consequência de acidente de causa externa.

Para efeito desse seguro, a expressão “instalação de chuveiros automáticos


(sprinklers)” abrange, exclusivamente, cabeças de chuveiros automáticos,
encanamentos, válvulas, acessórios, tanques, bombas dos chuveiros automá-
ticos e toda a canalização da instalação particular de proteção contra incên-
dio, inerente e formando parte das instalações de chuveiros automáticos
(sprinklers), ficando excluídos de tais instalações os hidrantes, as bocas de
incêndio e qualquer outra instalação de saída de água conectada ao sistema.

— Cobertura Responsabilidade
Civil Familiar
Esta é uma cobertura específica do seguro compreensivo residencial, bas-
tante demandada e muito interessante em função de sua abrangência e
aplicabilidade.

Estabelece, normalmente, que a seguradora responderá pelo reembolso


ao segurado das quantias pelas quais vier a ser responsável civilmente, em
sentença judicial transitada em julgado ou em acordo autorizado de modo
expresso pela seguradora, pelos danos corporais ou materiais causados a
terceiros, desde que tenham ocorrido durante a vigência da apólice, e que
decorram exclusivamente dos seguintes riscos:

■ queda de objetos ou seu lançamento em local indevido;


■ ações ou omissões do próprio segurado, de seu cônjuge, de seus
filhos menores que estiverem sob a sua autoridade e em sua com-
panhia ou de empregados domésticos no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão deles, ainda que ocorridas no exte-
rior do imóvel residencial do segurado;

SEGUROS COMPREENSIVOS 49
UNIDADE 3

■ danos causados por animais domésticos pelos quais é o segurado


responsável, ainda que ocorridos no exterior do imóvel residencial
do segurado; e
■ existência, uso e conservação do imóvel ocupado pelo segurado.
Essa cobertura, normalmente, garante também as despesas emergenciais
realizadas pelo segurado para evitar ou minorar os danos cobertos, as
custas judiciais do foro civil e os honorários de advogados nomeados de
acordo com a seguradora.

Os principais riscos normalmente excluídos e bens normalmente não com-


preendidos são:

■ causados por quaisquer veículos terrestres motorizados, bem


como aeronaves de qualquer tipo/modelo;
■ causados por qualquer tipo de embarcação, exceto barcos e
canoas a remo, e veleiros de até sete metros de comprimento;
■ causados pelo exercício ou pela prática dos seguintes esportes,
salvo estipulação, em contrário, expressa na apólice:
» caça (inclusive submarina); tiro ao alvo; equitação; esqui aquá-
tico; surf; voo livre em todas as suas modalidades; pesca; wind-
surf; canoagem; esgrima em suas várias modalidades e estilos;
boxe e artes marciais; e outros esportes assemelhados;
■ danos causados por construção, demolição, reconstrução ou alte-
ração estrutural do imóvel, bem como qualquer tipo de obra, inclu-
sive instalações e montagens, exceto os danos decorrentes de aci-
dentes relacionados a pequenos trabalhos de reparos destinados
à manutenção do imóvel, que estarão cobertos;
■ danos no exercício de qualquer atividade profissional;
■ acidentes sofridos pelos empregados domésticos.

— Cobertura Responsabilidade
Civil Condomínios
Esta é uma cobertura específica do seguro compreensivo condominial.

Estabelece, normalmente, que a seguradora responderá pelo reembolso


ao segurado das quantias pelas quais vier a ser responsável civilmente,
em sentença judicial transitada em julgado ou em acordo autorizado de
modo expresso pela seguradora, pelos danos materiais ou corporais cau-
sados involuntariamente a terceiros, ocorridos na vigência deste contrato e
decorrentes de acidentes relacionados à existência, conservação e ao uso
do condomínio especificado na apólice.

SEGUROS COMPREENSIVOS 50
UNIDADE 3

Essa cobertura, normalmente, abrange também:

■ despesas emergenciais realizadas pelo segurado para evitar ou


minorar os danos descritos no parágrafo anterior;
■ quando contratada, dentro do limite máximo previsto no contrato
de seguro, a seguradora responderá, também, pelas custas judi-
ciais do foro civil e pelos honorários de advogados nomeados de
acordo com ela.
É importante esclarecer que, atendidas as disposições das cláusulas do
contrato de seguro, o segurado terá direito à garantia, ainda que os danos
decorram de:

a) atos ilícitos, culposos ou dolosos, praticados por empregados do


segurado ou ainda por pessoas a eles assemelhadas;
b) atos ilícitos culposos, praticados pelos sócios controladores, diri-
gentes, administradores, beneficiários e respectivos represen-
tantes, exceto no caso de culpa grave equiparável a atos ilícitos
dolosos.
Alguns esclarecimentos se fazem necessários em relação aos termos utili-
zados nessa cobertura, a saber:

Segurado
Pessoa jurídica constituída, por força de lei, para administrar o con-
domínio e representada por síndico legalmente eleito.

Condomínio
A expressão “condomínio especificado na apólice” abrange as par-
tes comuns do imóvel que abriga o condomínio, máquinas, apare-
lhos, equipamentos e instalações localizadas nas partes comuns,
os locais reservados à administração do condomínio, as vias de
circulação de veículos e de pedestres, inclusive aquelas exteriores
ao imóvel, mas localizadas no perímetro interior da propriedade
em que se situa o condomínio, as habitações dos empregados,
quando cedidas em comodato.

Terceiros
Trata-se do prejudicado por ato ou fato cuja responsabilidade é atri-
buída ao segurado. Nessa cobertura, os condôminos são equipara-
dos a terceiros.

Os principais riscos excluídos e bens não compreendidos são:

■ danos a bens de terceiros em poder do segurado;


■ responsabilidades assumidas pelo segurado por contratos ou con-
venções, que não sejam decorrentes de obrigações civis legais;

SEGUROS COMPREENSIVOS 51
UNIDADE 3

■ danos causados pela ação paulatina de temperatura, umidade, infil-


tração e vibração, bem como por poluição, contaminação e vaza-
mento ou despejo de produtos; vazamentos e infiltrações, decorren-
tes de má conservação das instalações de água e esgoto, sistema de
refrigeração, transbordo ou extravasamento dos siste- mas de cap-
tação de águas pluviais (calhas) e demais sistemas de escoamento;
■ danos materiais ou corporais sofridos pelos empregados ou pre-
postos do segurado quando comprovadamente a seu serviço;
■ danos causados a veículos ou acessórios, quando em locais de
propriedade, alugados ou controlados pelo segurado, inclusive
pelos portões automáticos ou não, existentes no imóvel segurado;
bem como danos relacionados à existência, ao uso e à conserva-
ção de aeronaves e embarcações; e
■ reclamações por descumprimento das obrigações trabalhistas,
sejam contratuais ou legais, referentes à seguridade social, segu-
ro obrigatório de acidentes do trabalho, pagamento de salários
e similares, bem como em relação a qualquer tipo de ação de
regresso contra o segurado, promovida pelo Instituto Nacional de
Seguro Social e outros.

— Cobertura Responsabilidade
Civil Estabelecimentos
Comerciais ou Industriais
Trata-se de uma cobertura específica dos seguros compreensivos empre-
sariais e muito demandada.

Estabelece, normalmente, que a seguradora responderá pelo reembolso


ao segurado das quantias pelas quais vier a ser responsável civilmente,
em sentença judicial transitada em julgado ou em acordo autorizado de
modo expresso pela seguradora, pelos danos materiais e corporais causa-
dos involuntariamente a terceiros durante a vigência deste contrato e que
decorram dos seguintes riscos:

■ existência, uso e conservação do estabelecimento do segurado;


■ operações comerciais e industriais do segurado;
■ existência e conservação de painéis de propaganda, letreiros e
anúncios pertencentes ao segurado e instalados em seu estabe-
lecimento;
■ eventos programados pelo Segurado sem cobrança de ingressos,
limitados aos seus empregados, familiares e pessoas comprovada-
mente convidadas.

SEGUROS COMPREENSIVOS 52
UNIDADE 3

Os principais riscos excluídos são:

■ danos causados por construção, demolição, reconstrução ou alte-


ração da estrutura do imóvel, bem como qualquer tipo de obra,
inclusive instalações e montagens, admitidos, porém, pequenos
trabalhos de reparos destinados à manutenção;
■ danos causados por embarcações de qualquer espécie;
■ competições e jogos de qualquer natureza, salvo convenção em
contrário;
■ instalações e montagens bem como qualquer prestação de servi-
ço em locais ou recinto de propriedade de terceiros ou por estes
controlados ou utilizados.

— Cobertura Responsabilidade
Civil Guarda de Veículos de
Terceiros - Compreensiva
Trata-se de uma cobertura dos seguros compreensivos empresariais e
Observação condominiais.

É comum encontrar no Estabelece, normalmente, e que a seguradora responderá pelo reembolso


mercado outras opções de ao segurado das quantias pelas quais vier a ser responsável civilmente,
cobertura, sendo as mais em sentença judicial transitada em julgado ou em acordo autorizado de
comuns: modo expresso pela seguradora, relativas a reparações por danos mate-
riais ocorridos no interior dos estabelecimentos especificados na apólice
■ Responsabilidade Civil Guarda
e durante a vigência do contrato, causados exclusivamente a veículos de
de Veículos de Terceiros
terceiros sob a guarda ou custódia do segurado, decorrentes de:
Restrita “A” –Incêndio, Roubo
e Furto Qualificado; ■ incêndio ou explosão;
■ Responsabilidade Civil Guarda ■ roubo ou furto qualificado total;
de Veículos de Terceiros Res-
trita “B” –Colisão. ■ colisão de veículos contra obstáculos;
■ colisão entre veículos;
■ acidentes relacionados à existência, conservação e ao uso do
local do risco indicado na apólice.
Estarão cobertas, normalmente, as despesas emergenciais realizadas pelo
segurado para evitar ou minorar os danos descritos nas alíneas anteriores,
e as custas judiciais do foro civil e pelos honorários de advogados nomea-
dos de acordo com a seguradora.

Nas garantias dessa cobertura prevalecerão, ainda que os danos decorram de:

■ atos ilícitos, culposos ou dolosos, praticados por empregados do


segurado ou ainda por pessoas a eles assemelhadas;

SEGUROS COMPREENSIVOS 53
UNIDADE 3

■ atos ilícitos culposos, praticados pelos sócios controladores, dirigen-


tes, administradores, beneficiários e respectivos representantes,
exceto no caso de culpa grave equiparável a atos ilícitos dolosos.
São disposições específicas desta cobertura:

■ A expressão “interior dos estabelecimentos especificados na apó-


lice” abrange, também, o perímetro interno da propriedade em que
se localizam os estabelecimentos, se esta pertencer ao segurado
ou for por ele administrada, alugada ou arrendada.
■ No caso de guarda de veículos em condomínios residenciais, os
condôminos se equiparam a terceiros.
■ Para o risco de colisão, será obrigatório que os veículos sejam
manobrados por empregado, quando couber, com o necessário
vínculo junto ao segurado e devidamente habilitado.
■ Em relação ao risco de “colisão de veículos contra obstáculos”, a
garantia não prevalecerá se o motorista, por ocasião da colisão, for
o próprio usuário do veículo ou não estiver legalmente habilitado.
■ Em relação ao risco de “colisão entre veículos”, a garantia não pre-
valecerá se os motoristas, por ocasião da colisão, forem os pró-
prios usuários dos veículos.
■ Terceiros – trata-se do prejudicado por ato ou fato cuja responsa-
bilidade é atribuída ao segurado.
Os principais riscos excluídos e bens não compreendidos são:

a) danos a bens de terceiros não classificáveis como veículos terres-


tres;
b) roubo, furto, perda ou extravio de quaisquer peças, ferramentas,
acessórios ou sobressalentes do veículo sob a guarda ou custódia
do segurado;
c) danos materiais ou corporais sofridos pelos empregados ou pre-
postos do segurado quando comprovadamente a seu serviço;
d) danos causados aos segurados, seus ascendentes, descendentes
e cônjuge, bem como a quaisquer parentes que com ele residam
ou dele dependam economicamente, e ainda causados a sócios,
diretores e administradores;
e) danos a veículos sob guarda do segurado, decorrentes de inunda-
ção ou alagamento e qualquer convulsão da natureza;
f) estouros, cortes e outros danos causados a pneumáticos ou câma-
ras de ar, bem como arranhões em superfícies polidas ou pintadas.

SEGUROS COMPREENSIVOS 54
UNIDADE 3

— Cobertura Despesas Fixas


Trata-se de cobertura extremamente demandada no mercado segurador e
relativa aos seguros compreensivos empresariais.

Observação Esta cobertura garante o pagamento, por período indenizatório especifica-


do na apólice de seguros, de despesas fixas se o estabelecimento segu-
rado ficar total ou parcialmente paralisado em consequência de sinistro de
As coberturas Despesas
danos materiais garantido por cobertura contratada no seguro, geralmente
fixas e Lucros Cessantes
pela cobertura incêndio, queda de raio e explosão (Cobertura Básica).
serão alvo de disciplina
específica do presente curso Entende-se como “despesas fixas”: gastos gerais do estabelecimento
de formação de corretores – segurado que tenham caráter fixo e que perdurem mesmo após uma para-
Lucros Cessantes lisação decorrente de risco coberto.

Exemplos de despesas fixas: honorários da diretoria, salários, encargos


sociais e trabalhistas, aluguéis, imposto predial e territorial, contas de água,
energia elétrica, telefone, gás e condomínio, prêmios de seguro e assina-
turas de jornais e revistas.

As despesas fixas cobertas (despesas fixas especificadas) podem variar


entre as seguradoras do mercado.

— Cobertura Lucros Cessantes


Trata-se de cobertura não oferecida em larga escala pelo mercado segura-
dor nas ferramentas de cotação/contratação disponíveis aos corretores e
relativa aos seguros compreensivos empresariais.

Esta cobertura garante o pagamento, por período indenizatório especifica-


do na apólice de seguros, referente às perdas de Lucro Bruto (constituído
pela soma do Lucro Líquido e Despesas Fixas) do estabelecimento segu-
rado resultante da interrupção ou queda no movimento de negócios da
empresa segurada em decorrência de sinistro de danos materiais coberto
pelas coberturas contratadas no seguro.

É mais comum o oferecimento da cobertura Lucros Cessantes decorrente


de eventos de sinistro relacionados a cobertura incêndio, queda de raio e
explosão (Cobertura Básica), mas nada impede que as seguradoras inte-
grantes do mercado ofereçam para eventos de sinistro relacionados a
outras garantias, como Danos Elétricos e Vendaval.

SEGUROS COMPREENSIVOS 55
UNIDADE 3

— Cobertura Perda /
Pagamento de Aluguel
Trata-se de cobertura disponível pelo mercado segurador nos produtos de
seguros compreensivos residenciais e empresariais.

Esta cobertura garante o pagamento, por período indenizatório especifi-


cado na apólice de seguros (normalmente 6 ou 12 meses), de despesas
de aluguel e demais despesas contratuais, caso o imóvel não possa ser
ocupado, em decorrência dos eventos de danos materiais cobertos e con-
tratados na apólice de seguros, observando-se:

■ Caso o Segurado seja o proprietário do imóvel:


■ Cobre a perda de aluguel, se o imóvel estiver alugado, e o contrato
de locação não obrigar a continuidade do pagamento do locatário
após a ocorrência do sinistro.
■ Cobre a despesa com aluguel e demais despesas contratuais que
o segurado tiver de pagar a terceiro(s), se for compelido a alugar
outro prédio para nele se instalar.
a) Caso o Segurado seja o locatário do imóvel:
■ Cobre o pagamento do aluguel e demais despesas contratuais ao
proprietário do imóvel, se o contrato de locação obrigar a continui-
dade do seu pagamento após a ocorrência do sinistro.
É mais comum o oferecimento da cobertura Perda / Pagamento de Alu-
guel decorrente de eventos de sinistro relacionados a cobertura incêndio,
queda de raio e explosão (Cobertura Básica), mas nada impede que as
seguradoras integrantes do mercado ofereçam para eventos de sinistro
relacionados a outras garantias, como Danos Elétricos e Vendaval.

— Cobertura Queda de Aeronaves


Conforme estudamos, esta cobertura pode estar incluída na cobertura Básica
ou na cobertura Vendaval. Entretanto, diversas seguradoras optam por ofe-
recer a cobertura Queda de Aeronaves em garantia específica, uma vez que
ela é passível de ser disponibilizada em todos os produtos compreensivos.

A seguradora indenizará, por esta cobertura, os danos materiais direta-


mente causados aos bens segurados em consequência da queda de aero-
naves. Entende-se por “aeronave” qualquer engenho aéreo ou espacial,
bem como qualquer objeto integrante dela ou por ela transportado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 56
UNIDADE 3

— Cobertura Impacto de
Veículos Terrestres
Conforme estudamos, esta cobertura pode estar incluída na cobertura
Dicas Vendaval. Entretanto, diversas seguradoras optam por oferecer a cobertu-
ra Impacto de Veículos Terrestres em garantia específica, uma vez que ela
Algumas seguradoras optam é passível de ser disponibilizada em todos os produtos compreensivos.
por oferecer apenas uma
cobertura que contemple A seguradora indenizará por esta cobertura os danos materiais diretamen-
Queda de Aeronaves te causados aos bens segurados em consequência do impacto de veícu-
de Impacto de Veículos los terrestres. Entende-se por “veículo terrestre” aquele que possa ou não
Terrestres. dispor de tração própria.

Outras Coberturas
As coberturas abordadas nesta unidade são aquelas mais difundidas no
mercado, mas existem mais opções conforme cada produto oferecido
pelas seguradoras que operam no mercado de seguros compreensivos.

Exemplos de outras coberturas:

■ Compreensivo Residencial:
» Danos ao jardim;
» Joias e relógios;
» Obras de arte;
» Tacos de golfe;
» Hole in one;
» Negócios em casa;
» Instalações e pequenas reformas;
» Placa solar;
» Roubo/furto de bicicletas.
■ Compreensivo Condomínio
» Danos ao jardim;
» RC portões automáticos;
» RC síndico;
» RC empregador;
» Rubo/furto qualificado de bens de moradores;
» Incêndio de conteúdo de unidades autônomas;
» Vida e acidentes pessoais de funcionários.

SEGUROS COMPREENSIVOS 57
UNIDADE 3

■ Compreensivo Empresarial
Saiba mais » Equipamentos eletrônicos;
Verifique, nos sites das » Recomposição de registros e documentos;
seguradoras, as Condições » Equipamentos arrendados ou cedidos a terceiros;
Contratuais de seus produtos
com suas diversas coberturas » Equipamentos portáteis;
e conceitos. » Deterioração de mercadorias em ambientes frigorificados;
» Extravasamento de materiais em estado de fusão;
» Pequenas obras de engenharia;
» RC empregador.

SEGUROS COMPREENSIVOS 58
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3

Marque a alternativa correta:


1. Uma ocorrência de sinistro pode estar amparada por mais de uma cober-
tura contratada pelo segurado e há uma regra para situações como esta. Se
o risco causador do sinistro estiver, simultaneamente, amparado por varias
coberturas, pode-se afirmar que:

(a) Prevalecerá aquela que for mais favorável à seguradora, a seu critério.
(b) Será admitida a acumulação das coberturas envolvidas e seus res-
pectivos limites máximos de indenização contratados.
(c) Será indenizada a média dos limites máximos de indenização das
coberturas envolvidas.
(d) A indenização será paga com base na cobertura de menor LMI contratado.
(e) Prevalecerá aquela que for mais favorável ao segurado, a seu critério.

2. Tumulto, Greve e Lockout faz parte do leque de coberturas oferecidas pelo


mercado de seguros compreensivos. Entende-se pela definição de Lockout:

(a) Ajuntamento de mais de três pessoas da mesma categoria ocupa-


cional que se recusam a trabalhar ou a comparecer onde as chama
o dever.
(b) Ação de pessoas, com características de aglomeração, que perturbe
a ordem pública por meio da prática de atos predatórios, para cuja
repressão não haja necessidade de intervenção das Forças Armadas.
(c) Ajuntamento de pelo menos 100 pessoas da mesma categoria ocu-
pacional que se recusam a trabalhar ou a comparecer onde as cha-
ma o dever.
(d) Cessação da atividade por ato ou fato do empregador.
(e) Cessação da atividade por ato ou fato dos empregado.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGUROS COMPREENSIVOS 59
SEGUROS
de RISCOS
04
NOMEADOS e OPERACIONAIS
UNIDADE 4

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer as informações ■ Conhecer as informações
básicas e as principais básicas e características ⊲ ASPECTOS GERAIS
características do Seguros do Seguro de Riscos
de Riscos Nomeados. Operacionais. ⊲ SEGUROS DE RISCOS NOMEADOS

⊲ SEGUROS DE RISCOS
OPERACIONAIS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 4

SEGUROS COMPREENSIVOS 60
UNIDADE 4

ASPECTOS GERAIS
O enquadramento e a comercialização dos Riscos Nomeados e Operacio-
nais tem suas regras e seus critérios normatizados pela Resolução CNSP
nº 407/2021, que, entre outros pontos, rege o seguinte:

1. Somente poderão ser enquadrados no ramo de Riscos Nomeados


e Operacionais os seguros cujo Limite Máximo de Garantia (LMG)
seja superior a R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais).
2. Os contratos de seguro serão regidos por condições contratuais
livremente pactuadas entre segurado ou seus representantes
legais e a sociedade seguradora, conforme estudamos na apostila
de Introdução ao Seguro de Danos (unidade 4).
3. As condições contratuais poderão prever coberturas relativas a
diferentes ramos de seguros de danos, observada a regulamenta-
Importante ção contábil vigente.
4. As condições contratuais e as notas técnicas atuariais relativas aos
Apesar da norma adotar um
contratos de seguros não estão sujeitas ao registro eletrônico de
limite mínimo de R$ 15 milhões
produtos junto à Susep previamente à sua comercialização, deven-
para enquadramento de RN
do, nos termos da regulamentação específica, serem mantidas sob
e RO, tal limite não restringe
guarda da sociedade seguradora.
a contratação de seguros
compreensivos. Os seguros de Riscos Nomeados, assim como os de Riscos Operacionais
admitem e o mercado pratica a possibilidade de contratação de Limite
Isto significa dizer que, por
Máximo de Garantia (LMG) único para grupos de coberturas e/ou para gru-
exemplo, para um seguro de
pos de locais segurados.
uma empresa de R$ 80 Milhões
de LMG, haverá as seguintes
alternativas de contratação:
seguro Compreensivo
Empresarial ou RN ou RO.

SEGUROS COMPREENSIVOS 61
UNIDADE 4

Ambos os tipos de seguro exigem a avaliação de cada negócio individual-


mente. São formatados com base nas necessidades de cada segurado em
particular, ou seja, prevalece a composição “sob medida” do seguro ofe-
recido. Usualmente, apesar do limite de R$ 15.000.000.00 estipulado pelo
CNSP em 2021, são seguros praticados em coberturas de grandes riscos.

Com a abertura do mercado de resseguros, cada seguradora criou e


desenvolveu seus critérios próprios, a serem utilizados nos Seguros Com-
preensivos, Riscos Nomeados e Riscos Operacionais.

— Elementos mínimos das


condições contratuais
Apesar da flexibilidade introduzida ao mercado de seguros de Riscos
Nomeados e Riscos Operacionais em termos de condições contratuais a
serem pactuadas entre as partes contratantes, a Resolução CNSP 407/2021
determina que as condições contratuais deverão ter ordenamento lógico e
ser expressas de forma clara e objetiva, bem como apresentar, com desta-
que, as obrigações e as restrições de direito do segurado.

A norma determina ainda que deverão constar expressamente nas condi-


ções contratuais cláusulas dispondo, no mínimo, sobre:

I. o âmbito geográfico das coberturas;


II. o pagamento de prêmio;
III. os riscos cobertos e excluídos;
IV. a exata definição do início e do término das obrigações;
V. o procedimento para renovação do seguro, quando for o caso;
VI. o critério de alteração e atualização de valores;
VII. a comunicação, a regulação e a liquidação de sinistros, incluindo
a documentação mínima e o fluxo geral para regulação de sinistro;
VIII. as hipóteses de extinção contratual;
IX. as franquias, as participações obrigatórias do segurado, as carên-
cias e a reintegração, quando houver;
X. o limite máximo de indenização (LMI) e/ou limite máximo de garan-
tia (LMG), conforme o caso;
XI. a cláusula de concorrência de apólice, quando aplicável; e
XII. a perda de direitos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 62
UNIDADE 4

Além dos itens acima, as condições contratuais deverão apresentar as dis-


Observação posições de todas as coberturas incluídas no plano de seguro, com a espe-
cificação dos riscos cobertos, dos riscos excluídos e, quando for o caso,
A norma exige também que dos bens e interesses não compreendidos no seguro.
as condições contratuais
contenham um glossário
de termos técnicos e
estrangeirismos utilizados.
SEGUROS DE RISCOS NOMEADOS
O Seguro de Riscos Nomeados surgiu, decorrente, sobretudo, da necessi-
dade de adaptar a contratação de apólices de seguros às evoluções cons-
tantes das indústrias, tanto as de grande como as de médio porte.

— Riscos Seguráveis
No Seguro de RN, o segurado escolhe (nomeia) as coberturas que deseja
segurar, com ampla liberdade, tendo em vista que há clara identificação
dos riscos seguráveis.

A seguradora analisa caso a caso e submete à apreciação do ressegu­


rador. Se o LMG da apólice ultrapassar a automaticidade de seu contrato
de resseguro, é comum que o ressegurador estabeleça as taxas, franquias
e demais condições para aceitação do risco.

A cobertura principal (básica) praticada pelo mercado abrange:

■ incêndio;
■ queda de raio dentro da área ou no edifício onde estiverem os
bens segurados;
■ explosão de qualquer natureza.

— Coberturas
O Seguro de Riscos Nomeados (RN) oferece, ainda, coberturas concedidas
pelos diversos ramos de seguro:

Seguro de Riscos Diversos


Desmoronamento, alagamento e inundação, valores, equipamen-
tos móveis, estacionários, arrendados ou cedidos a terceiros, der-
rame de água, deterioração de mercadorias em ambientes frigo-
rificados, anúncios luminosos, registros e documentos, tremor de
terra, terremoto e maremoto e fermentação própria ou combustão
espontânea.

SEGUROS COMPREENSIVOS 63
UNIDADE 4

Seguro Diversos
Vidros, roubo, fidelidade e tumultos.

Seguro de Transportes
Transporte de pequenas cargas (eventuais) em movimentação
interna e bagagens.

Seguro de Riscos de Engenharia


Pequenas obras de engenharia (obras civis e, instalação e monta-
gem), desde que não sejam o objetivo principal do seguro.

Seguro de Responsabilidade Civil – RC


Guarda de veículos, RC – uso e conservação, RC – condomínio,
RC – familiar e RC – síndico.

Seguro de Lucros Cessantes


Lucros cessantes, honorários de peritos, despesa com instala-
ção em novo local e extensão de cobertura a fornecedores ou
­compradores.

— Informações Básicas
O conjunto de dados abaixo deve ser apurado para deliberação das condi-
ções e taxas a serem praticadas:

■ Qualificação do risco, no que se refere às características ocupa-


cionais, construtivas e de proteção, bem como quanto à política
prevencionista do parque industrial, relativamente à conservação
de seu patrimônio.
■ Identificação e informação do Valor em Risco dos bens a serem
segurados.
■ Indicação das coberturas a seus concedidas e seus respectivos LMIs.

— Inspeção de Risco
Riscos Nomeados é um seguro feito sob medida (Tailor Made) com base na
análise dos riscos, logo a inspeção de risco é de fundamental importância.

SEGUROS COMPREENSIVOS 64
UNIDADE 4

O inspetor de riscos deve:

■ Ser familiarizado com o processo industrial alvo de análise.


■ Ter formação acadêmica.
■ Ser capaz de manipular informações de praticamente todas as
áreas de operação da indústria.

— Avaliação do Potencial de Perdas


Para fins da contratação do Seguro de RN, o inspetor de riscos deverá
estimar as proporções em que cada um dos eventos poderá atingir nas
diversas áreas do local a ser segurado.

Tais estimativas ou melhor, as avaliações do potencial de perdas fornecem


os seguintes elementos:

■ Fixação dos valores a serem segurados.


■ Estabelecimento de franquias.
■ Fixação do prêmio.
■ Retenção da seguradora.

Assim como nos Seguros Compreensivos, nas avaliações do potencial de


perdas, para cada tipo de risco são identificados:

■ Perda Normal Esperada (PNE);


■ Dano Máximo Provável (DMP);
■ Perda Máxima Possível (PMP).

SEGUROS DE
RISCOS OPERACIONAIS
O Seguro de Riscos Operacionais foi introduzido no Brasil na segunda meta-
de da década de 1980, com base em condições praticadas pelos mercados
europeu e norte-americano. Destina-se, essencialmente, a complexos indus-
triais de grande porte.

SEGUROS COMPREENSIVOS 65
UNIDADE 4

— Características Principais
Por serem riscos de alta complexidade, o que inviabiliza a identificação,
individual dos mesmos, o Seguro de Riscos Operacionais se caracteriza por
sua cobertura do tipo all risks, isto é, por uma cobertura que abrange todas
as perdas ou danos materiais causados aos bens segurados – exceto os
formalmente considerados excluídos em suas condições.

Nesse seguro, também pode ser concedida, de forma opcional, uma das
seguintes coberturas:
■ Interrupção de Negócios Consequente de Danos Materiais –
Perda de Receita Bruta, ou
■ Lucros Cessantes decorrentes dos danos materiais.
A contratação do Seguro de Riscos Operacionais para indústrias com perfil
de risco bem definido e limitado não é recomendável, uma vez que, em
alguns casos, o custo torna-se elevado. Nesses casos, é mais aconselhável
a contratação do Seguro do tipo Riscos Nomeados.

SEGUROS COMPREENSIVOS 66
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Marque a alternativa correta


1. A Resolução CNSP n. 407/2021 instituiu regras para o enquadramento
de grandes riscos. São enquadrados como Riscos Nomeados ou Opera-
cionais aqueles cujo Limite Máximo de Garantia seja superior a:

(a) R$ 50.000.000,00.
(b) R$ 100.000.000,00.
(c) R$ 200.000.000,00.
(d) R$ 150.000.000,00.
(e) R$ 15.000.000,00.

Marque a alternativa correta:


2. No Seguro de Riscos Nomeados, o segurado escolhe (nomeia) as cober-
turas que deseja segurar, com ampla liberdade, tendo em vista que há cla-
ra identificação dos riscos seguráveis. A cobertura básica do Seguro de
Riscos Nomeados abrange:

(a) Incêndio e roubo.


(b) Alagamento e danos elétricos.
(c) Incêndio e lucros cessantes.
(d) Incêndio, queda de raio dentro da área ou edifício onde estiverem
os bens segurados e explosão de qualquer natureza.
(e) Queda de raio, explosão e roubo.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGUROS COMPREENSIVOS 67
GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4

1–A 1–D 1–E 1–E

2–D 2–B 2–D 2–D

3–C

4–C

SEGUROS COMPREENSIVOS 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino e Produtos. Riscos
nomeados e operacionais. Assessoria técnica de Luiz Carlos Paladino. 5ª
ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2009, p. 240.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino e Produtos. Segu-


ro incêndio tradicional e seguros compreensivos. Assessoria técnica
de José Antonio Menezes Varanda e Nelson Flores Duarte. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Funenseg, 2009, p. 112.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Eduardo de Almeida Gama. 8ª ed.
Rio de Janeiro: Funenseg, 2017, p. 106.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Humberto de Mattos Carrilho. 7ª
ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2016, p. 126.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Nelson Flores Duarte. 5ª ed. Rio de
Janeiro: Funenseg, 2014, p. 126.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Nelson Flores Duarte. 9ª ed. Rio de
Janeiro: Funenseg, 2018, p. 184.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Geraldo José Ferreira da Silva Junior.
10ª ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2019, p. 81.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Frederico Martins Peres. 11ª ed. Rio
de Janeiro: Funenseg, 2020, p. 80.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. S ­ eguros


Compreensivos. Assessoria técnica de Claudio Bizerra de Oliveira,
­Frederico Martins Peres e José Eduardo Arias. 12. ed. Rio de Janeiro:
Funenseg, 2021, p. 73.

PERES, Frederico Martins. Gestão de seguros e automóvel e de outros


massificados RE. Rio de Janeiro: ENS, 2019.

Sites
www.susep.gov.br

www.tudosobreseguros.org.br

SEGUROS COMPREENSIVOS 69

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