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Autor:
Carlos Roberto, Rafaela Freitas,
Equipe Rafaela Freitas
17 de Março de 2022
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SEAD-GO - Passo Estratégico de Português - 2022 (Pós-Edital) 51
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1 - APRESENTAÇÃO
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Semântica. 3,83%
Pontuação. 3,51%
Coerência e coesão 3,04%
Concordância verbal, nominal e vozes verbais. 2,24%
Linguagem. 2,08%
Tipologia Textual. 1,76%
Colocação pronominal. 1,76%
Regência nominal e verbal. 0,96%
Clareza e Correção 0,32%
Tipos de discursos 0,00%
3 – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
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4 - REESCRITA DE FRASES
.)
.).
Ana tinha escolhido o concurso que queria prestar quando conheceu José.
Ana escolhera o concurso que queria prestar quando conheceu José.
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4.2.1 SINÔNIMOS
4.2.2 ANTÔNIMOS
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4.2.4 POLISSEMIA
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4.2.5 HOMÔNIMOS
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Tenho algumas habilidades domésticas: sei cozer, mas na hora de coser peço
ajuda à minha mãe.
Decidi ser candidato quando trabalhei pela primeira vez em uma seção
eleitoral.
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4.2.6 PARÔNIMOS
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Vou estudar bem o conteúdo desta Ele disse que vai estudar bem o conteúdo
aula. desta aula.
Não estudei o suficiente na aula Ele disse que não tinha estudado o suficiente
passada na aula passada.
Sou o candidato mais bem Ele disse que era o candidato mais bem
preparado para o concurso. preparado para o concurso.
Prepare uma festa para comemorar! Pediu que preparassem uma festa para
comemorar.
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5 - COERÊNCIA
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6 - COESÃO
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7 – APOSTA ESTRATÉGICA
No que diz respeito ao assunto interpretação de textos, não temos como definir qual tipo de questão será
cobrada porque isso dependerá dos textos que serão colocados na prova. Isso quer dizer que um sem-número
de questões de interpretação pode surgir a partir de determinado texto.
Mas podemos treinar focando em analisar as informações explícitas e as inferências, conforme vemos na
página 3.
Os tipos de texto que geram mais questões objetivas são a narração, levando em consideração também o tipo
de discurso, e a descrição. Então fiquem atentos aqui.
Costumam ocorrer também algumas questões voltadas para a reescrita, ou seja, questões em que se pede para
comparar um determinado trecho retirado do texto com outros dispostos nas alternativas. Então, lembre-se dos
aspectos que devem ser avaliados na reescrita.
O assunto coesão e coerência pode aparecer através da cobrança da associação entre um determinado pronome
ao termo ao qual faz referência no texto.
8 – QUESTÕES DE REVISÃO
Interpretação textual
Questão 01
Instituto AOCP - Administrador de Edifícios (UFPB)/2019
TEXTO
Água virtual e consumo consciente
Qualquer processo produtivo utiliza água, mesmo que ela não faça parte do produto final. O total do líquido
empregado, desde o início da produção até o artigo chegar ao ponto de venda, é o que chamamos de água
virtual. Esse conceito ainda não é muito difundido entre a maior parte das pessoas e seu cálculo não faz parte
do dia a dia. Quando falamos em economia de água, nós a relacionamos a banhos mais curtos ou a escovar os
dentes com a torneira fechada. São atitudes que têm importância, mas também é imprescindível pensar nos
nossos hábitos gerais de consumo e como eles podem afetar a disponibilidade de recursos hídricos.
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Peças empregadas na montagem de um computador, por exemplo, utilizam aproximadamente 31,5 mil litros
de água. Os números envolvidos na produção de carne bovina também são altos: 15,5 mil litros de água podem
ser usados na obtenção de um quilo do alimento. Para um quilo de carne de frango são consumidos 4,3 mil
litros. Uma refeição simples, como uma xícara de café, um pão francês e uma fatia de queijo, exige quase 200
litros de água. Evitar o desperdício de alimentos e outros bens de consumo é uma das medidas para reduzir o
gasto de água virtual.
Adaptado de: <https://www.revistaplaneta.com.br/agua-virtual-e-consumo-consciente/>. Acesso em: 19 jan.
2019.
Interpretação textual
Questão 02
Instituto AOCP - Farmacêutico Bioquímico (UFRB)/2019
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Pouco mais de três anos depois do desastre de Mariana, do qual Minas Gerais ainda luta para se recuperar,
mais um rompimento de barragem da mineradora Vale assombra o país. Desta vez, como afirmou o presidente
da empresa, Fabio Schvartsman, o custo ambiental pode até ter sido menor que o de Mariana, mas o custo
humano foi muito maior. (...) Como é possível que dois desastres dessas dimensões tenham ocorrido em um
espaço que, para este tipo de situação, pode ser considerado curto?
Mariana – cuja barragem pertencia à Samarco, joint-venture entre a Vale e a britânica BHP Billiton – deveria
ter servido de aprendizado, mas todas as informações que surgiram após o desastre de Brumadinho mostram
que os esforços nem das empresas responsáveis, nem do Estado brasileiro foram suficientes para evitar que
outro episódio catastrófico ocorresse. A empresa certamente sabe que a preservação e a prevenção
compensam; os danos de imagem podem ser diferentes daqueles que atingem outros tipos de negócios – o
público não pode simplesmente “boicotar” uma mineradora, por exemplo –, mas também existem, e a Vale
sentiu, nesta segunda-feira, a perda de seu valor de mercado. Schvartsman chegou a dizer que a empresa fez
todo o possível para garantir a segurança de suas barragens depois de Mariana, mas agora se sabe que “todo o
possível” não bastou.
A palavra ausente neste período entre Mariana e Brumadinho é “responsabilização”. O Ministério Público
Federal denunciou 21 pessoas e as três empresas (Samarco, Vale e BHP Billiton) pelo desastre de Mariana,
mas ainda não houve julgamento. A Gazeta do Povo apurou que, das 68 multas aplicadas após a tragédia de
2015, apenas uma está sendo paga, em 59 parcelas. A demora para que os responsáveis paguem pela sucessão
de irresponsabilidades que levou ao desastre certamente não incentiva as mineradoras a manter boas práticas
de prevenção de desastres que possam ir além do estritamente necessário.
Os dados mais estarrecedores, no entanto, vieram dos relatórios governamentais que mostram uma inação
quase completa do poder público na fiscalização do estado das barragens no país. O Relatório de Segurança
de Barragens de 2017, da Agência Nacional de Águas, mostra que apenas 27% das barragens de rejeitos(A)
(caso tanto de Mariana quanto de Brumadinho) foram vistoriadas em 2017 pela Agência Nacional de
Mineração. Há 45 barragens com “algum comprometimento importante que impacte a sua segurança”. A
informalidade é a regra: 42% das barragens cadastradas nos órgãos de fiscalização não têm nenhum tipo de
documento como outorga, autorização ou licença. E, nos poucos casos em que há vistoria, ela é feita por
amostragem de algumas áreas da barragem, o que pode ignorar pontos críticos. É assim que tanto a barragem
de Fundão, em Mariana, como a da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, foram consideradas seguras.
Ainda mais revoltante é a informação de que a Câmara de Atividades Minerárias da Secretaria de Meio
Ambiente de Minas Gerais aprovou uma ampliação de 70% no complexo Paraopeba (onde se encontrava a
barragem que estourou em Brumadinho) de forma apressada, rebaixando o potencial poluidor da operação
para que o licenciamento ambiental pudesse pular fases.
A atividade mineradora é atribuição da iniciativa privada, mas a fiscalização é uma obrigação do Estado. E
os relatórios demonstram que o governo não deu importância a esse trabalho nem mesmo depois de Mariana.
Como resultado desta omissão coletiva, dezenas, possivelmente centenas, de vidas perderam-se em
Brumadinho. Mortes que poderiam ter sido evitadas se o caso de 2015 tivesse levado a uma responsabilização
rápida por parte da Justiça, um trabalho mais cuidadoso por parte das empresas de mineração e uma
fiscalização abrangente feita pelo governo.
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Para fundamentar a tese defendida no texto, qual recurso argumentativo, em especial, foi usado?
a) O uso de dados estatísticos, tais como: “(...) apenas 27% das barragens de rejeitos (...) foram vistoriadas em
2017 (...)”, que confere maior efeito de verdade ao texto.
b) A citação de uma voz de autoridade, como a do presidente da empresa de mineração, Fabio Schvartsman,
para garantir maior credibilidade ao texto.
c) O emprego de palavras que expressam comoção, tais como “catastrófico” e “estarrecedores”, a fim de
intimidar o leitor.
d) A estratégia da provocação, convidando o leitor a se revoltar, diante da situação apresentada.
Comentário:
A- O uso de dados estatísticos, tais como: “(...) apenas 27% das barragens de rejeitos (...) foram vistoriadas
em 2017 (...), que confere maior efeito de verdade ao texto.”
Correta- Usar dados estatísticos é uma estratégia argumentativa que confere mais credibilidade ao texto. As
fontes são confiáveis e dão uma informação mais precisa ao texto.
B – A citação de uma voz de autoridade, como a do presidente da empresa de mineração, Fabio Schvartsman,
para garantir maior credibilidade ao texto.
Incorreta- No texto, aparece a fala do presidente, mas não é principal estratégia argumentativa para defender
a tese, uma vez que é apenas uma contatação.
C – O emprego de palavras que expressam comoção, tais como “catastrófico” e “estarrecedores”, a fim de
intimidar o leitor.
Incorreta- O uso desses modalizadores não tem como objetivo intimidar o leitor, mas, sim, apresentar a opinião
do autor do texto. Isso não é considerado estratégia argumentativa.
D-A estratégia da provocação, convidando o leitor a se revoltar, diante da situação apresentada.
Incorreta- Provocar revolta no leitor não é uma estratégia argumentativa.
Gabarito: A
Interpretação textual
Questão 03
Instituto AOCP - Técnico (UFRB)/Laboratório/Microscopia/2019
Então você que é o Henrique? Ah, mas é uma criança ainda. Meu filho fala muito de você, ele lê o que você
escreve. Mas sente-se! Você gosta de ouvir sobre essas coisas de antigamente, não é? Caso raro, menino. A
gente já não tem mais com quem falar, a não ser com os outros velhos. Só que os velhos vão morrendo, e com
eles vão morrendo as histórias que eles tinham para contar. Olha, do meu tempo já são poucos por aqui. Da
minha família mesmo, eu sou o último, não tenho mais irmão, cunhado, nada. Só na semana passada eu fui a
dois enterros. Um foi o do velho Bubi. Esse você não deve ter conhecido. Era alfaiate, foi casado com uma
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prima minha. E a gente vai a esses enterros e fica pensando que dali a pouco pode ser a nossa vez. Mas faz
parte, não é? É assim que a vida funciona e a gente só pode aceitar.
Agora, muita coisa mudou também. A cidade já é outra, nem se compara com a da minha época. As coisas
caminhavam mais devagar naquele tempo. Hoje é essa correria toda, ninguém mais consegue sossegar. Mudou
muita coisa, muitos costumes que a gente tinha foram ficando para trás. Olha, é preciso que se diga também
que havia mais respeito. Eu vejo pelos meus próprios netos, quanta diferença no jeito que eles tratam os pais
deles! Se deixar, são eles que governam a casa. Consegue ver aquele quadro ali na parede? Papai e mamãe…
Eu ainda tinha que pedir bênção a eles. A gente fazia as refeições juntos todos os dias, e sempre no mesmo
horário. Hoje é cada um para um lado, uma coisa estranha, sabe? Parece que as coisas mudam e a gente não
se adapta. E vai a gente tentar falar algo… Ninguém ouve, olham para você como se tivessem muita pena da
sua velhice.
Aqui para cima tem um colégio. Cinco horas da tarde, eles saem em bando. A gente até evita estar na rua nesse
horário. Por que você pensa que eles se preocupam com a gente? Só falta eles nos derrubarem, de tão rápido
que eles andam. As calçadas são estreitas e, se a gente encontrar uma turma caminhando na nossa direção,
quem você acha que precisa descer, eles ou nós, os velhos? É a gente… Nem parece que um dia eles também
vão ficar velhos como a gente.
A verdade é que as pessoas estão se afastando, não estão se importando mais umas com as outras. Nem os
vizinhos a gente conhece mais. Faz mais de um mês que chegou vizinho novo na casa que era do Seu Erico e
até agora a gente não sabe quem é que foi morar lá. A Isolda veio com umas histórias de a gente ir lá fazer
amizade, mas eu falei para ela que essa gente vive em outro mundo, outros valores, e é capaz até de pensarem
mal da gente se a gente for lá.
Mas você deve achar que eu só sei reclamar, não é? Hoje as pessoas já não sofrem como na nossa época. Ali
faltava tudo, a gente não tinha nem igreja para ir no domingo, imagine só. O padre aparecia uma vez a cada
dois meses e olhe lá. E viajar para o centro? Só de carroça, e não tinha asfalto, não tinha nada. Se chovia, a
estrada virava um lamaçal e a gente tinha que voltar. Isso mudou, hoje está melhor. Hoje tem todas essas
tecnologias aí, é mais fácil tratar doença também. Olha, se eu vivesse no tempo do meu pai, acho que não teria
chegado tão longe assim, porque ali não tinha os remédios que eles precisavam, né? Só que também tem essa
questão da segurança, que hoje a gente não tem quase nenhuma. A gente tem até medo que alguém entre aqui
em casa. São dois velhos, o que a gente vai poder fazer contra o ladrão?
Mas vamos sentar e tomar um café, a Isolda já preparou. Tem cuque, lá da festa da igreja. Se você viesse
ontem, teria encontrado meu filho, ele quem trouxe. Depois quero te mostrar o álbum de fotos do papai. Está
meio gasto, as fotos estão amarelas… Mas é normal, né? São coisas de outro tempo. Do tempo em que a cidade
caminhava mais devagar.
Adaptado de: <http://www.aescotilha.com.br/cronicas/henrique-fendrich/ a-cidade-caminhava-devagar>.
Acesso em: 28 jun. 2019.
De acordo com o texto lido, assinale a alternativa que melhor condiz com o que a personagem principal pensa
acerca da época atual.
a) Ela apenas se queixa, pois tudo mudou muito desde que era jovem.
b) Ela se queixa, principalmente, das crianças e dos jovens de hoje, que não têm educação e respeito e só se
importam com aparelhos e jogos eletrônicos.
c) Ela acha que o pai não teria vivido tanto na época atual, pois o cotidiano é muito estressante e faz mal à
saúde.
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d) Embora reclame da atualidade, em que as pessoas vivem sem tempo e não se importam umas com as outras,
afirma que também há coisas boas, como os tratamentos médicos mais eficientes e uma infraestrutura urbana
melhor.
Comentário:
A - Ela apenas se queixa, pois tudo mudou muito desde que era jovem.
Incorreta- A personagem não faz “apenas” queixas “Mas você deve achar que eu só sei reclamar, não é? Tem
coisa boa também, claro que tem” ela também apresenta os pontos positivos da vida moderna.
B - Ela se queixa, principalmente, das crianças e dos jovens de hoje, que não têm educação e respeito e só se
importam com aparelhos e jogos eletrônicos.
Incorreta- O ponto principal do texto á vida corrida das pessoas de hoje em dia e não dos jovens em especial.
C - Ela acha que o pai não teria vivido tanto na época atual, pois o cotidiano é muito estressante e faz mal à
saúde.
Incorreta- A personagem diz que as pessoas conseguem viver mais tempo graças aos remédios de hoje em dia.
D - Embora reclame da atualidade, em que as pessoas vivem sem tempo e não se importam umas com as
outras, afirma que também há coisas boas, como os tratamentos médicos mais eficientes e uma infraestrutura
urbana melhor.
Correta- A personagem apresenta os pontos positivos e negativos da vida moderna ao longo do texto.
Gabarito: D
Interpretação textual
Questão 04
Instituto AOCP - Perito (ITEP RN)/Criminal/Ciências Biólogicas/2018
No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte
A crítica e o contraditório são fundamentais. Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências
nasceu do questionamento de paradigmas. Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas. A
base da democracia é a liberdade de expressão. Sem oposição, não existe liberdade.
Uma crítica bem fundamentada destaca dados que um autor não percebeu. Um juízo ponderado é excelente.
Mais de uma vez percebi que um olhar externo via melhor do que eu. Inexiste ser humano que não possa ser
alvo de questionamento. Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar
(QuandoquebonusdormitatHomerus - ArsPoetica, 359). A crítica pode nos despertar.
Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um
ataque pessoal. A boa crítica indica aperfeiçoamento. Notamos, no arguidor sincero, uma diminuição da
passionalidade. Refulgem argumentos e dados. Mínguam questões subjetivas. Há mais substantivos e menos
adjetivos. Não digo o que eu faria ou o que eu sou. Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de
quais critérios. Que argumentos estão bem fundamentados e quais poderiam ser revistos. Objetividade é um
campo complexo em filosofia, mas, certamente, alguém babando e adjetivando foge um pouco do perfil
objetivo.
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Duas coisas ajudam na empreitada. A primeira é conhecimento. Há um mínimo de formação. Não me refiro
a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos. Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei.
Pouco posso dizer sobre o que escassamente domino. A segunda é a busca da impessoalidade. Critico não por
causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho. Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter
feito ou a que me incomoda pelo simples sucesso da sua existência. Critico o defeito e não a luz. [...]
Disponível em: <https://jornalggn.com.br/noticia/insulto-logo-existo-por-leandro-karnal>. Acesso em: 11
dez. 2017.
Interpretação textual
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Questão 05
AOCP - Agente Prisional (SUSIPE)/2018
TEXTO II
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua.) 2016 divulgada hoje (21)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE.) estima que 24,8 milhões das pessoas de
14 a 29 anos de idade não frequentavam escola, cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou
de qualificação profissional no ano passado.
As razões mais frequentes para não estarem estudando foram por motivo de trabalho, seja porque
trabalhava, estava procurando trabalho ou conseguiu trabalho que iria começar em breve (41%);
não tinha interesse em continuar os estudos (19,7%); e por ter que cuidar dos afazeres domésticos
ou de criança, adolescente, idosos ou pessoa com necessidades especiais (12,8%).
Os motivos relacionados ao mercado de trabalho para não ir à escola foram mais frequentes entre
os homens (50,5%). Além disso, entre eles, 24,1% disseram não ter interesse, e 8,2% já tinham
concluído o nível de estudo que desejavam.
Para as mulheres, o motivo relacionado a trabalho para não estudar também foi o mais frequente
(30,5%); 26,1% delas alegaram ter que cuidar dos afazeres domésticos ou de criança, adolescente,
idosos ou pessoa com necessidades especiais, proporção 30 vezes superior à observada entre os
homens; e 14,9% não tinham interesse.
No Brasil, em 2016, havia 51,6 milhões de pessoas de 14 a 29 anos de idade. Desse total, 13,3%
estavam ocupadas e estudavam; 20,5% não trabalhavam e não estudavam; 32,7% não trabalhavam,
mas estudavam e 33,4% estavam ocupadas e não estudavam. [...]
CAMPOS, Ana Cristina. IBGE: 24,8 milhões das pessoas de 14 a 29 anos não frequentam escolas no
país. Disponível em: < http:// agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2017-12/ibge-248-
milhoesdas- pessoas-de-14-29-anos-nao-frequentam-escolas-no-pais>. Acesso em: 10 jan. 2018.
De acordo com o texto, entre as mulheres, qual é a razão mais frequente para não frequentar a
escola?
a) Trabalho.
b) Cuidar de afazeres domésticos.
c) Interesse.
d) Problema familiares.
e) Idade.
Comentário:
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A- Trabalho.
Correta- No início do segundo parágrafo do texto, fica claro que o principal motivo que leva as
mulheres a pararem de frequentar a escola é o trabalho (30,5%.
B- Cuidar de afazeres domésticos.
Incorreta- Cuidar de afazeres domésticos é o fator que aparece em segundo lugar (26,1% das
mulheres).
C- Interesse.
Incorreta -Esse foi o motivo apresentado que menos afasta as mulheres da escola.14,9% das
mulheres).
D- Problema familiares.
Incorreta- No texto apresentado, não há o fator “problemas familiares” como um dos motivos para
as mulheres deixarem a escola.
E- Idade.
Incorreta- No texto apresentado, não há o fator “idade” como um dos motivos para as mulheres
deixarem a escola.
Gabarito: A
Reescrita de frase
Questão 06
Instituto AOCP - Agente (Angra)/Administrativo/2015
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é muito barato. A ideia não é fazer uma grande arrecadação, mas expor o esporte paralímpico ao maior número
de pessoas possível”, afirmou.
Fonte: http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias/espectadores-temchance- de-degustacao-das-
paralimpiadas-no-rio-ingressos-estao-avenda
“Quero dizer que neste um ano para os Jogos, os esforços são para que a gente tenha não apenas um grande
evento, mas que possamos despertar a cultura desportiva em todo o território nacional.”
Para efeitos de organização textual, o trecho ou parte dele poderia ser reescrito. Assinale a alternativa em que
a alteração em destaque ocasionaria prejuízo ao sentido inicial pretendido pelo autor do texto.
a) “Quero dizer que neste um ano que falta para os Jogos...”.
b) “Quero dizer que neste um ano propício para os Jogos...”.
c) “...os esforços são para que a gente tenha não apenas um grande evento, mas também para que possamos
despertar...”.
d) “...os esforços são para que nós tenhamos não apenas um grande evento, mas...”.
e) “...os esforços serão para que a gente tenha não somente um grande evento, mas também para...”.
Comentário:
a) “Quero dizer que neste um ano que falta para os Jogos...”.
Incorreta- As duas versões indicam que “falta um ano para os jogos”.
b) “Quero dizer que neste um ano propício para os Jogos...”.
Correta. A alteração prejudica o sentido original, uma que no texto não há essa ideia de propício (favorável).
c) “...os esforços são para que a gente tenha não apenas um grande evento, mas também para que possamos
despertar...”.
Incorreta- A nova versão não prejudica o sentido da frase original. Ela até respeita o paralelismo sintático.
d) “...os esforços são para que nós tenhamos não apenas um grande evento, mas...”.
Incorreta- Não há mudança de sentido com a reescritura da frase, apenas o verbo que passou para primeira
pessoa do plural.
e) “...os esforços serão para que a gente tenha não somente um grande evento, mas também para...”.
Incorreta - Ambas locuções indicam ideia de adição. Logo, não há alteração de sentido.
Gabarito: B
Reescrita de frase.
Questão 07
AOCP - Assistente Administrativo (BRDE)/2012
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Observo um fato cada vez mais frequente: o desprezo dos jovens por certas obras literárias, sobretudo as
adotadas nas escolas e exigidas no vestibular. Os estudantes já não têm paciência para lidar com Iracema, de
José de Alencar, Dom Casmurro, de Machado de Assis, O Ateneu, de Raul Pompeia, e nem mesmo conseguem
tirar proveito das humorísticas Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Eles
tratam os títulos que acabei de citar com uma falta absoluta de respeito – pior, uma falta de noção de respeito.
Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do passado. Os professores, por seu turno, não
parecem fazer questão de transmitir um entusiasmo literário que eles próprios não possuem. Os professores
jogaram a toalha. Aí tudo se torna rotineiro e entediante como uma lição de casa que não pode ser executada.
Quanto mais são obrigados a ler, mais os jovens repudiam os livros. Eles já não veem sentido no ato da leitura,
até porque são encorajados pelos mais velhos a se valer da internet, dos videogames e da televisão, em
detrimento dos meios tradicionais.
Muitos pensam que ser moderno significa não precisar mais ler. Daí o apelo dos tablets: essas tabuletas
altamente tecnológicas são os novos aparelhos de televisão, receptores ideais para analfabetos ou cidadãos
pós-alfabetizados. Gente que não precisa mais enfrentar um texto com começo, desenvolvimento e conclusão,
que adora a fragmentação. Os mesmos que exaltam os tablets acham que o ensino tradicional não consegue
mais acompanhar a evolução tecnológica. Então, o que pôr no lugar da tradição? Claro, como não pensamos
nisto antes? Se os estudantes querem diversão, vamos dar-lhes histórias em quadrinhos – de preferência, em
monitores de LED, via tablets.
Mas a transposição pura e simples não é o problema. As formas e conteúdos podem migrar à vontade,
eternamente. A questão é outra: os quadrinhos andam tão salientes que avançam pelo campo literário com
avidez dos bárbaros e autoconfiança dos consagrados. As adaptações em HQ de obras literárias e teatrais têm
surgido a cada minuto, para supostamente acrescentar algo aos textos originais. Elas vêm abençoadas pela
crítica e aprovadas pelo olhar indulgente dos adultos que desacreditam de tudo, notadamente da capacidade
de ler das novas gerações. E os jovens correspondem à expectativa, consumindo quadrinhos literários para
evitar dar conta de livros que não têm paciência para ler. Como resultado, essas adaptações têm feito um
desserviço à literatura – e à cultura como um todo. São, em geral, transposições de má qualidade, criadas por
editores oportunistas, sequiosos de aproveitar a falta de vontade de ler da mocidade. Sob o pretexto de facilitar
a leitura, esse tipo de adaptação destrói a vontade de ler. Traz um atalho enganoso. Isso porque, em vez de
encurtar o caminho, o atalho elimina uma etapa importante da formação do jovem: a da compreensão, análise
e, por consequência, do domínio de textos complexos. Ora, para mim isso configura um crime.
Não vou me deter em exemplos de adaptações infelizes, que são inúmeros. Já me deparei com muitas
adaptações, em quadrinhos ou não, porque minhas duas filhas estão se preparando para o vestibular e precisam
ler o maior número de obras consagradas no menor tempo possível. Percebi que, nas provas do ensino médio,
elas recorriam aos famigerados resumos de obras na internet, copiando nomes e ações sem sentido e sem
contextualização. Para obter alguma interpretação das obras, elas recorriam às histórias em quadrinhos, aliás
recomendadas pelo colégio. Elas leram assim Os Lusíadas, de Camões, Auto da Barca do Inferno, de Gil
Vicente, e até Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Não preciso dizer que se tratava de
transposições forçadas, mal realizadas e desprezíveis – cheias de erros de português e, pior, erros de
interpretação das obras originais. Uma versão de Memórias de um sargento de milícias, por exemplo, traz um
vocabulário pobre no final das páginas, sem nenhuma explicação sobre o emprego de determinados termos.
As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos balões e descrições extraídas diretamente do livro.
Bom, diante de tanta bandalheira, decidi banir de casa essas HQs. Até entendo algumas adaptações
facilitadoras de livros universais, como a que Clarice Lispector fez de Dom Quixote, ou Fernando Sabino de
Silvia, de Gerard de Nerval. Esses livrinhos servem como rito de passagem para dificuldades maiores a serem
vencidas num estágio posterior. Adaptações literárias em geral geram uma perda de informação. Obviamente,
a melhor lei não é a do menor esforço, e esses livros servem como incentivo a futuras viagens de leitura. O
que não perdoo são adaptações ruins e quadrinhos malfeitos, que só envergonham o gênero.
Convém não confundir certos quadrinhos oportunistas com a grande arte estabelecida por Will Eisner, Crumb,
Frank Miller, Alan Moore e Joe Sacco, entre outros. As HQs nasceram na imprensa e jamais negaram sua
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vocação popular. Aos poucos, foram experimentando uma ascensão intelectual e artística, graças aos artistas
que fizeram delas o seu meio de expressão. Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a
adaptações feitas diretamente de uma obra.
Sou um admirador dos quadrinistas. Os gibis e romances gráficos estimulam minha imaginação, algo que
nenhum livro seria capaz de proporcionar. Algumas das melhores ideias do cinema vêm hoje dos quadrinhos.
O Brasil experimenta uma fase de produção de alto valor nessa área. Não há como negar a influência dos
quadrinhos na cultura atual. O problema é o uso que se faz deles. A culpa não é da HQ, mas da qualidade das
adaptações. É de quem aceita o recurso fácil de ler tudo depressa. Infelizmente, os quadrinhos são inocentes
úteis, pois viraram instrumentos eficientes para a desmoralização da literatura.
Disponível em <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI244437-15230,00.html>. Acesso em 09
nov 2011.
As alternativas abaixo apresentam propostas de reescrita de fragmentos do texto, que se encontram entre aspas.
Assinale a alternativa em que a reescrita NÃO preserva a correção gramatical e o sentido original do texto.
a) “Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do passado.”: Não entendem a grandeza desses
e de outros grandes romances do passado. (1.º parágrafo)
b) “uma etapa importante da formação do jovem: a da compreensão, análise e, por consequência, do domínio
de textos complexos.”: uma etapa importante da formação do jovem: a da compreensão, da análise e, por
consequência, do domínio de textos complexos. (3.º parágrafo)
c) “As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos balões e descrições extraídas diretamente do
livro.”: As ilustrações são feias, caricatas, limitando-se a servir aos balões e às descrições extraídas diretamente
do livro. (4.º parágrafo)
d) “Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações feitas diretamente de uma obra.”:
Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem às adaptações feitas diretamente de uma obra. (5.º
parágrafo)
e) “Infelizmente, os quadrinhos são inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes para a desmoralização
da literatura.”: Infelizmente, os quadrinhos são inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes à
desmoralização da literatura. (6.º parágrafo)
Comentário:
a) “Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do passado.”: Não entendem a grandeza desses
e de outros grandes romances do passado. (1.º parágrafo)
Incorreta – A reescrita não altera o sentido da frase, pelo contrário, ela até respeita o paralelismo sintático.
b) “uma etapa importante da formação do jovem: a da compreensão, análise e, por consequência, do domínio
de textos complexos.”: uma etapa importante da formação do jovem: a da compreensão, da análise e, por
consequência, do domínio de textos complexos. (3.º parágrafo)
Incorreta – A reescrita não prejudica o sentido da frase. É mais um caso de paralelismo sintático.
c) “As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos balões e descrições extraídas diretamente do
livro.”: As ilustrações são feias, caricatas, limitando-se a servir aos balões e às descrições extraídas diretamente
do livro. (4.º parágrafo)
Incorreta- As duas versões são possíveis, pois tanto o “e” quanto a virgula podem separar elementos de mesma
função sintática.
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d) “Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações feitas diretamente de uma obra.”:
Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem às adaptações feitas diretamente de uma obra. (5.º
parágrafo)
Correta – O texto original está com sentido geral, já ao colocar a crase, o sentido fica mais restrito, havendo
alteração de sentido.
e) “Infelizmente, os quadrinhos são inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes para a desmoralização
da literatura.”: Infelizmente, os quadrinhos são inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes à
desmoralização da literatura. (6.º parágrafo)
Incorreta- A mudança da preposição não altera o sentido.
Gabarito: D
Coesão textual
Questão 08
AOCP - Analista Legislativo Municipal (CM Salvador)/Comissões/Assessoria Técnica a Comissão de
Planejamento Urbano e Meio Ambiente/2011
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
O Colapso do Enem
Se restava alguma dúvida quanto à credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema
de Seleção Unificada (Sisu), ela foi desfeita depois que a Justiça Federal concedeu liminar prorrogando por
seis dias o prazo de inscrições somente nas universidades federais situadas no Estado do Rio de Janeiro. Com
isso, a confusão aumentou ainda mais, pois o sistema de informática do Ministério da Educação (MEC) não
está preparado para "isolar" os estudantes fluminenses. O término das inscrições estava previsto para as 23h59
da última terça-feira e já havia sido prorrogado até o último minuto de quinta-feira pelo Ministério da
Educação.
Além das trapalhadas administrativas e eletrônicas, as inscrições agora estão marcadas por indefinições e
incertezas na área jurídica. Como a disputa pelas 83.125 vagas oferecidas pelo Sisu envolve um concurso de
amplitude nacional, o adiamento das inscrições somente no Estado do Rio de Janeiro fere o princípio da
isonomia - e isso poderá levar para o âmbito da Justiça o processo seletivo das 83 universidades públicas que
aceitaram a proposta do MEC de substituir o vestibular tradicional pelas notas do Enem.
Depois de todas as trapalhadas ocorridas em 2009, esperava-se que o MEC tivesse tomado as medidas
necessárias para evitar que elas se repetissem. Infelizmente, isso não aconteceu. Entre outros tropeços, o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) - o órgão encarregado do Enem e do Sisu - não
conseguiu explicar por que vestibulandos que se inscreveram para determinados cursos de determinadas
instituições tiveram seus nomes registrados em cursos diferentes oferecidos por outras universidades - com
uma distância superior a mil quilômetros entre elas.
O Inep chegou a reconhecer que o sistema de informática não foi planejado para atender à demanda, mas
afirmou que ele estava imune a erros e riscos de manipulação. Com cópias de imagens extraídas do site do
MEC, os estudantes desmoralizaram o órgão, mostrando que as opções de curso realizadas entre a manhã de
domingo e a tarde de segunda-feira foram alteradas entre a terça e a quarta-feira. Além disso, mais uma vez o
Inep não conseguiu evitar o vazamento de informações sigilosas dos vestibulandos e houve até casos de dados
que foram modificados com nítida má-fé por concorrentes.
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O novo fracasso do MEC pode comprometer o início do ano letivo das instituições que fazem parte do Sisu
e pôr em risco o planejamento do ensino superior público para 2011. Os prazos de inscrição no Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior e no ProUni, por exemplo, já tiveram de ser prorrogados.
Como ocorreu em 2009, para aplacar críticas, a cúpula do MEC substituiu o presidente do Inep. Em pouco
mais de um ano, o órgão - que também é responsável pelo Ideb, pelos censos da educação e pelo Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes - teve três presidentes.
Os dois primeiros assumiram o cargo prometendo resolver as trapalhadas administrativas na condução do
Enem. E a terceira - a pedagoga Malvina Tuttman -, assim que foi nomeada, esta semana, propôs a criação de
uma Concursobrás - uma estatal para gerir o Enem e fazer avaliações. A ideia já havia sido discutida pelo
MEC com o Ministério do Planejamento, em 2009, mas não prosperou.
Em vez de cobrar eficiência e corrigir os problemas de gestão da máquina do MEC, uma das maiores da
administração pública federal, a presidente do Inep - seguindo uma triste tradição do serviço público brasileiro
- quer ampliar ainda mais a burocracia. E isso pode resultar em mais contratações e gastos, sem qualquer
garantia de que sejam sanadas as deficiências que levaram à desmoralização do Enem.
Na realidade, o desafio não é criar órgãos novos, mas requalificar a burocracia do MEC, reestruturar o
sistema de avaliação desfigurado pelo último governo e rever o Sisu - esse gigantesco vestibular das
universidades federais que a União não consegue gerir.
É o caso de discutir a possibilidade de voltar ao esquema em que cada universidade federal tinha autonomia
para definir seu vestibular, sem qualquer interferência dos ineptos burocratas de Brasília.
O Estado de S.Paulo, 22 de janeiro de 2011. A3
Diante de cada fragmento entre aspas abaixo, encontra-se, destacado, um fragmento reescrito correspondente.
Assinale a alternativa que apresenta uma reescrita que não compromete a correção gramatical do texto.
a) “Se restava alguma dúvida quanto à credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema
de Seleção Unificada (Sisu), ela foi desfeita depois que a Justiça Federal concedeu liminar prorrogando por
seis dias o prazo de inscrições somente nas universidades federais situadas no Estado do Rio de Janeiro.”: A
Justiça Federal concedeu liminar prorrogando por seis dias o prazo de inscrições somente nas universidades
federais situadas no Estado do Rio de Janeiro porque a credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e do Sistema de Seleção foi desfeita.
b) “O Inep chegou a reconhecer que o sistema de informática não foi planejado para atender à demanda, mas
afirmou que ele estava imune a erros e riscos de manipulação.”: Embora o Inep tenha chegado a reconhecer
que o sistema de informática não foi planejado para atender à demanda, afirmou que ele estava imune a erros
e a riscos de manipulação.
c) “Com isso, a confusão aumentou ainda mais, pois o sistema de informática do Ministério da Educação
(MEC) não está preparado para ‘isolar’ os estudantes fluminenses.”: Como os estudantes fluminenses foram
isolados no sistema de informática do Ministério da Educação (MEC), a confusão aumentou ainda mais.
d) “Em vez de cobrar eficiência e corrigir os problemas de gestão da máquina do MEC [...], a presidente do
Inep [...] quer ampliar ainda mais a burocracia.”: A presidente do Inep quer cobrar eficiência e corrigir os
problemas de gestão da máquina do MEC [...], que pretende ampliar ainda mais a burocracia.
e) “Como ocorreu em 2009, para aplacar críticas, a cúpula do MEC substituiu o presidente do Inep.”:
O presidente do Inep foi substituído em 2009 para aplacar as críticas da cúpula do MEC.
Comentário:
Cuidado com esse tipo de questão, pois no enunciado fala sobre comprometer a correção gramatical, mas, ao
analisar as alternativas, percebemos que a mudança é de sentido.
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“Se restava alguma dúvida quanto à credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema
de Seleção Unificada (Sisu), ela foi desfeita depois que a Justiça Federal concedeu liminar prorrogando por
seis dias o prazo de inscrições somente nas universidades federais situadas no Estado do Rio de Janeiro.”: A
Justiça Federal concedeu liminar prorrogando por seis dias o prazo de inscrições somente nas universidades
federais situadas no Estado do Rio de Janeiro porque a credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e do Sistema de Seleção foi desfeita.
Incorreta- O sentido do texto fica alterado, pois a mudança do sujeito da locução verbal “foi desfeita” “de
dúvida para credibilidade” muda o sentido da frase.
“O Inep chegou a reconhecer que o sistema de informática não foi planejado para atender à demanda, mas
afirmou que ele estava imune a erros e riscos de manipulação.”: Embora o Inep tenha chegado a reconhecer
que o sistema de informática não foi planejado para atender à demanda, afirmou que ele estava imune a erros
e a riscos de manipulação.
Correta- A substituição de “mas” por “embora” não altera o sentido, uma vez que ambas conjunções dão ideia
de oposição.
“Com isso, a confusão aumentou ainda mais, pois o sistema de informática do Ministério da Educação (MEC)
não está preparado para ‘isolar’ os estudantes fluminenses.”: Como os estudantes fluminenses foram isolados
no sistema de informática do Ministério da Educação (MEC), a confusão aumentou ainda mais.
Incorreta- A alteração trouxe mudança de sentido, pois os estudantes não foram isolados, por isso a confusão.
“Em vez de cobrar eficiência e corrigir os problemas de gestão da máquina do MEC [...], a presidente do Inep
[...] quer ampliar ainda mais a burocracia.”: A presidente do Inep quer cobrar eficiência e corrigir os problemas
de gestão da máquina do MEC [...], que pretende ampliar ainda mais a burocracia.
Incorreta- O texto original afirma que o presidente não quer cobrar eficiência e nem corrigir os problemas.
e) “Como ocorreu em 2009, para aplacar críticas, a cúpula do MEC substituiu o presidente do Inep.”: O
presidente do Inep foi substituído em 2009 para aplacar as críticas da cúpula do MEC.
Incorreta- A nova versão diz que as criticas eram da cúpula do MEC, o que não está de acordo com o texto
original.
Gabarito: B
Reescrita de frase
Questão 09
AOCP - Auditor (TCE-PA)/2012
Eduardo Escorel
Usar o prelúdio da abertura de Tristão e Isolda, de Wagner, como trilha musical é prova da audácia de Lars
von Trier, roteirista e diretor de Melancolia. Recorrendo a tamanho lugar-comum para dar tom solene e
impressão de grandiosidade ao filme, Trier corre o alto risco de ultrapassar o limite que separa ambição
legítima de artifício pretensioso.
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Trier consegue, porém, escapar pela tangente dessa armadilha que preparou para si mesmo, e evita a
gratuidade formal, apesar de, além de recorrer a Wagner, dedicar os dez minutos iniciais de Melancolia a
imagens alegóricas de instantes descontextualizados, reproduzidas em câmera lentíssima. Em retrospecto, o
sentido dos planos da abertura fica claro, constituindo figura de linguagem conhecida – antecipação estilizada
do desfecho da narrativa para criar expectativa pelo que virá.
Depois de dois anos de trabalho, horrorizado com o resultado, Trier declarou estar pronto para rejeitar
Melancolia “como um órgão mal transplantado” por ter “chantili em cima de chantili” e ser “um filme de
mulher!”. Ele quisera “mergulhar de cabeça no abismo do romantismo alemão. Wagner ao quadrado”. Isso
estava claro para ele, mas ainda assim se perguntava: “Essa não será apenas outra maneira de expressar
derrota? Derrota para um dos denominadores comuns mais baixos do cinema? O romantismo é maltratado de
tudo quanto é forma no insuportavelmente entediante cinema industrial.” Tinha esperança, contudo, que “em
meio a todo o creme houvesse uma lasca de osso que pudesse afinal quebrar um dente frágil”.
A primeira reação de Trier a Melancolia denota senso crítico incomum e pode tê-lo ajudado a fazer um filme
mais a seu gosto – ácido, pessimista e opressor –, evitando um estilo meloso e ornamental. Mesmo frustrado,
por não ter sido capaz de incluir um pouco da feiura que tanto aprecia em meio às belíssimas imagens, Trier
não deixa de provocar inquietação no espectador. Nem o uso de câmera instável, estilo já banalizado pela
linguagem corrente, nem o elenco de estrelas internacionais apagam sua marca autoral, fácil de reconhecer
desde O Elemento do Crime, seu primeiro filme, realizado em 1984 – qualquer que seja o enredo, os
personagens devem percorrer sua via dolorosa.
Inconformado com a própria maturidade, há algo de patético na resistência de Trier em deixar de ser, aos 55
anos, um bad boy. Nostálgico das transgressões da juventude, parece ter orgulho da coleção de notas zero em
comportamento recebidas ao longo da sua premiada carreira. Propenso a ser sempre do contra e a causar
sofrimento, foi irresponsável na entrevista coletiva do último Festival de Cannes. Sem medir as palavras,
declarou em tom irônico entender e simpatizar com Hitler, que “fez algumas coisas erradas, sim, com certeza.
[…] Eu sou, é claro, muito a favor dos judeus, não, não muito porque Israel não presta”. Arrematou dizendo,
depois de um suspiro: “O.k., eu sou um nazista.”
Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na mostra oficial, é
possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua leviandade. O paradoxo é que seu
compromisso de afrontar conveniências, traço que imprime a seus personagens, parece condição necessária
para que consiga se expressar.
Revista Piauí, Edição 59, 2011.
“Recorrendo a tamanho lugar-comum para dar tom solene e impressão de grandiosidade ao filme, Trier corre
o alto risco de ultrapassar o limite que separa ambição legítima de artifício pretensioso.”
Sem alterar o sentido original do texto, o fragmento em destaque pode ser reescrito da seguinte forma:
a) Como recorreu a tamanho lugar-comum.
b) Apesar de ter recorrido a tamanho lugar-comum.
c) Porquanto recorreu a tamanho lugar-comum.
d) Ao recorrer a tamanho lugar-comum.
e) Conquanto tenha recorrido a tamanho lugar-comum.
Comentário:
A ideia transmitida pela oração destacada é de proporcionalidade, portanto temos que encontrar uma
alternativa que mantém essa mesma ideia.
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Reescrita de frase
Questão 10
AOCP - Analista Legislativo Municipal (CM Salvador)/Comissões/Assessoria Técnica a Comissão de
Finanças, Orçamento e Gestão/2011
Torcidas organizadas agora recebem o rótulo de "facções". É uma clara tentativa de relacioná-las ao mundo
do crime, como se todas as suas atitudes fossem ilícitas. Mas a realidade é diferente. O torcedor organizado
não é bandido. Ele trabalha (a média de desemprego nas torcidas é de 2,8%, em comparação com os 8,1% da
média brasileira), mora com os pais (86,8%) e tem um significativo grau de instrução (80,8% possui de 10 a
12 anos de escolaridade).
Esses números fazem parte do resultado de uma pesquisa que realizei com 813 integrantes das três maiores
organizadas de São Paulo. São dados que desmentem a visão de que seus filiados são vagabundos que se
associam para o crime. Costuma-se generalizar, mostrando que as mortes que ocorrem no futebol têm a ver
apenas com as torcidas. Não é verdade. Por isso, pregar a extinção das organizadas para estancar a violência
é a mesma coisa que defender o fim do Senado para acabar com a corrupção.
Enquanto alguns culpam apenas as torcidas organizadas, outros responsáveis pelo problema são poupados.
Há o Estado, que muitas vezes não oferece um policiamento de qualidade, preparado para atuar em jogos de
futebol. Jogadores e dirigentes incitam a violência com declarações impensadas. E grande parte da imprensa,
na ânsia de encontrar respostas imediatas a um problema histórico, comete equívocos básicos, como não ouvir
todas as partes envolvidas. O resultado é uma visão deturpada e preconceituosa, que não contribui para a
superação do problema.
Outros números da pesquisa apontam que é um erro subestimar a capacidade de discernimento dos
torcedores organizados. A maioria tem compreensão dos fatores que causam a violência e apontam a imprensa
(78,1%) e a polícia (19,5%) como co-responsáveis. Engana-se também quem pensa que estão pretendendo
transferir a responsabilidade, pois 61,8% remete o problema a situações em que os próprios torcedores são os
protagonistas, como rivalidade, provocação dos rivais, falta de educação e ignorância.
Além disso, os torcedores organizados, especialmente os jovens, se reúnem não apenas para torcer por suas
cores. Eles discutem a política do clube, o esporte, entre outros assuntos. São questões que atualmente não são
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abordadas em outro espaço da sociedade. Mesmo que possuam uma parcela da responsabilidade pelo clima
bélico nos estádios, as torcidas organizadas apresentam características positivas. Essas agremiações têm
grande importância para os clubes, apresentando um alto grau de fidelidade (85% dos entrevistados vão ao
estádio de uma a duas vezes por semana, independentemente da situação do seu time e de onde o jogo será
realizado).
E não apenas nas arquibancadas as agremiações demonstram aspectos construtivos. Geralmente, são
compostas por representantes de diversas origens e classes sociais, que promovem ações de assistência social
voltadas para a comunidade. Há, portanto, uma inegável importância de cunho social. Mais do que isso, trata-
se de um ambiente de aprendizado político, derivado da convivência entre os integrantes. Assim, alguns
membros se destacam, pleiteiam cargos e acabam tornando-se dirigentes, enquanto os demais exercem alguns
dos seus direitos de cidadania. É um espaço de discussão política, que preenche uma lacuna.
Obviamente, os crimes e delitos praticados por membros de torcidas devem ser punidos, como deveria
acontecer com todos. Mas a falta de leis específicas e a cultura da impunidade no Brasil jogam contra a paz
no futebol. No Senado, tramita um projeto de lei que talvez mude esse panorama, modificando e ampliando
os direitos e deveres dos torcedores e dos organizadores das partidas de futebol. Mas, até que essa lei surta
efeito, poderíamos ao menos abandonar o preconceito com que tratamos as torcidas organizadas. E deixar de
apontá-las como as únicas vilãs de uma história que não tem mocinhos.
Revista Galileu, n.18, de setembro de 2009. p.96-97
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9 - REVISÃO ESTRATÉGICA
9.1 PERGUNTAS
1. Sabe-se que um texto é formado por informações implícitas e explícitas. Diante disso, explique as
expressões "ler nas entrelinhas" e "fazer inferências".
2. O que são as condições de textualidade? E como isso ocorre?
3. Conceitue coerência e especifique suas propriedades fundamentais.
4. Conceitue coesão e cite alguns elementos de coesão.
5. Diferencie tipo textual e gênero textual.
6. Quais os tipos textuais mais cobrados em provas na atualidade?
7. Muitas vezes o texto narrativo é montado com conversas entre os personagens. Essas conversas, a
depender da forma como são estruturadas no texto, são chamadas de discursos. Quais tipos de discurso
podemos encontrar em textos?
8. O que é parafrasear?
9. Defina coesão e coerência.
10. Como se dá a aplicação da coesão no texto?
1. Sabe-se que um texto é formado por informações implícitas e explícitas. Diante disso, explique as
expressões "ler nas entrelinhas" e "fazer inferências".
Saber ler nas entrelinhas e fazer inferências, ambas as expressões têm o mesmo significado, é a mesma coisa
que saber identificar as informações implícitas em um texto. Para que isso seja possível, o leitor precisa
estabelecer relações dos mais diversos tipos no texto e entender o contexto.
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7. Muitas vezes o texto narrativo é montado com conversas entre os personagens. Essas conversas, a
depender da forma como são estruturadas no texto, são chamadas de discursos. Quais tipos de discurso
podemos encontrar em textos? Discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre.
8. O que é parafrasear?
Parafrasear é reescrever um texto com outras palavras preservando seu conteúdo.
Pessoal, chegamos ao final desta aula. Façam uma boa revisão dos conceitos vistos hoje para
gabaritarem as provas de Língua Portuguesa.
Na próxima aula, continuaremos avançando gradativamente, de modo a visitar cada tópico cobrado
pela banca examinadora. Estejam atentos aos percentuais estatísticos de cobrança para direcionarem
seus estudos, ok?
Forte abraço!
Prof. Carlos Roberto
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