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Elementos Morfossintaticos do Texto

ASPECTOS MORFOSSINTÁTICOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Subespeficação de Traços-f e Movimento-A em Português Brasileiro

Jairo Nunes, Universidade de São Paulo

O português brasileiro tem sido analisado como uma língua bastante interessante para o debate sobre
como analisar a Teoria de Controle dentro do Programa Minimalista na medida em que apresenta controle
obrigatório em orações finitas (e.g. Ferreira 2000, 2009, Rodrigues 2002, 2004, Nunes 2008, 2009, 2010),
favorecendo uma abordagem em termos de movimento para posições temáticas (e.g. Hornstein 1999,
2001, Boeckx, Hornstein e Nunes 2010). Parte da evidência para essa análise envolve construções com
hiperalçamento a partir de orações finitas e infinitivos flexionados (e.g. Ferreira 2000, Nunes 2010). Neste
trabalho discuto a interação entre a especificação de traços-f de Infl e dos pronomes nominativos em
português brasileiro, argumentando que hiperalçamento produz ou não resultados gramaticais (com
variação dialetal) a depender de o conjunto de traços-f associado aos elementos em concordância ser ou
não subespecificado.

Mais especificamente, argumento que o enfraquecimento geral da concordância verbal e nominal no


português brasileiro e a expansão dos contextos de singulares nus no sistema fizeram com que os
pronomes passassem a ser maciçamente subespecificados em relação aos seus traços-f: (i) em relação ao
traço de número, sua valoração como singular só é requerida para um dos pronomes (eu); e (ii) em relação
ao traço de pessoa, seu único valor possível é o de primeira pessoa e essa especificação só é
necessariamente requerida (em alguns dialetos) por um pronome (nós), já que o valor de pessoa
para eu pode ser determinado por uma regra de redundância lexical. Assumindo que Infl em português
brasileiro pode estar associado a um conjunto completo ou incompleto de traços-f (Ferreira 2000, Nunes
2008, Petersen 2011), hiperalçamento somente será possível quando o sujeito movido puder entrar numa
relação de concordância com um Infl com um conjunto incompleto de traços-f. O trabalho também mostrará
que as restrições encontradas em hiperalçamento de sujeito não se aplicam a hiperalçamento de tópico
(Martins e Nunes 2005, 2010), por que DP movido não entra numa relação de concordância com o Infl
encaixado.

Relativas cortadoras: mudança ou variação?

Nesta comunicação, ocupar-me-ei das relativas cortadoras, discutindo se elas são um produto de mudança
– uma inovação do português brasileiro da segunda metade do século XIX, como defendeu Tarallo (1985:
362) – ou, pelo contrário, um caso de variação, indexada à língua oral.

Com base em textos do português antigo e do português clássico, em dados do Português Fundamental e
em dados mais recentes, do estudo de Arim et al (2005), defenderei que as relativas cortadoras são
persistentes ao longo da história da língua portuguesa e são tipicamente uma estratégia do modo oral para
evitar o pied piping. Dados de outras línguas românicas corroboram esta perspectiva.

Os dados históricos e interlinguísticos acima mencionados, bem como a “especialização” da estratégia


cortadora na língua oral, serão tentativamente captados no quadro da Teoria da Gramática esboçada pelo
Programa Minimalista.

Microvariação sintática: relevância para os estudos de aquisição

A comparação entre as propriedades sintáticas e morfológicas do português europeu e do português


brasileiro tem permitido descobrir alguns fatores de microvariação e identificar os átomos de variação
paramétrica que diferenciam estas duas variedades do português. O estudo sistemático das propriedades
da flexão e do sistema pronominal têm permitido mostrar que as propriedades interpretativas e
morfológicas dos pronomes nulos e lexicais são distintas nas duas línguas, ainda que por vezes sejam
superficialmente idênticos (ver, por exemplo, Modesto 2008, Rodrigues 2004, entre outros).

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A literatura em aquisição da linguagem mostra que o valor dos parâmetros é fixado muito cedo (Wexler
1998). Ainda assim, há aspetos do desenvolvimento sintático que são adquiridos mais tardiamente, em
particular os que dependem de uma estabilização das interfaces da componente sintática com outras
componentes sempre que escolhas entre outputs convergentes estão envolvidas (cf. Reinhart 1999, Grolla
2006, Costa e Szendroi 2006, Costa 2010).

Nesta comunicação, apresento alguns resultados da investigação sobre a aquisição de dependências


referenciais em português europeu, mostrando como as condições sobre interfaces e a fixação precoce de
valores paramétricos predizem os comportamentos das crianças testadas e discuto caminhos para um
estudo comparado entre a aquisição do português europeu e do português brasileiro, explicitando
predições para a microvariação na aquisição e, se possível, apresentando alguns resultado de testes piloto
de investigação comparada.

Sobre construções com “se” e posição de sujeito no português brasileiro do século XIX

No português brasileiro, alguns verbos transitivos admitem que argumentos externos com interpretação
locativa sejam introduzidos por uma preposição de valor igualmente locativo, que pode ou não ser
antecedida de um advérbio pronominal: Aquela loja vende todos os tipos de livro / (Lá) naquela loja vende
todos os tipos de livro.

Para Avelar & Cyrino (2009), pelo menos dois fatores devem ter atuado para determinar a emergência
dessa variação: (a) a supressão do pronome indeterminador/apassivador “se” e (b) o surgimento do que se
convencionou chamar na literatura gerativista de “concordância defectiva”, em que o verbo pode concordar
com uma categoria cujos traços de número e/ou pessoa não estão disponíveis.

Seguindo a vertente diacrônica da Teoria de Princípios e Parâmetros (Roberts 2007), à luz de pressupostos
do Programa Minimalista (Chomsky 1995), este trabalho analisa dados extraídos de jornais paulistas no
século XIX, com o objetivo de verificar se a entrada de constituintes locativos preposicionados em posição
argumental pode ser associada à queda do se e à emergência de concordância defectiva, tal como previsto
pela hipótese de Avelar & Cyrino.

O estudo analisou construções com se em que o argumento do verbo apresenta marcas de plural, obtendo
os seguintes resultados: (a) no decorrer do século XIX, há uma diminuição progressiva na concordância de
VERBO+SE com seu argumento; (b) na primeira metade do século, não há uma posição fixa para a
ocorrência de constituintes preposicionados no interior de sentenças com VERBO+SE, enquanto na
segunda metade os constituintes preposicionados locativos tendem a ocorrer adjacentes (em anteposição
ou posposição) ao verbo; (c) da primeira para a segunda metade do século, diminui a frequência de
constituintes locativos dentro de construções com VERBO+SE, o que nos sugere que, assim como os
argumentos externos (pro)nominais de terceira pessoa, os constituintes locativos preposicionados
passaram a migrar para a posição de tópico, onde ficam sujeitos a sofrer apagamento se, no contexto de
sua realização, tiver proeminência discursiva; (d) a partir da segunda metade do século XIX, o constituinte
locativo tende a ser anteposto ao verbo nos casos em que o argumento de VERBO+SE não se encontra
nessa posição. Esses fatos indiciam que é possível associar propriedades das construções com
VERBO+SE tanto à emergência de concordância defectiva quanto a alterações significativas na sintaxe de
locativos preposicionados.

Compreensão, interpretação de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas e


discursivas

A palavra texto vem do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Essa origem aponta a
ideia de que texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter
um todo inter-relacionado, um todo coeso e coerente. Os concursos, de uma forma geral, apresentam
questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato
deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico
internalizado.

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se,
assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.

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Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que
ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do
autor diante de uma temática qualquer.

Denotação e Conotação

Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por
esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante +
significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.

O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro,
real.

Já a conotação é um sentido que só advém à palavra numa dada situação figurada, fantasiosa e que, para
sua compreensão, depende do contexto.

Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e
significado
.
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o
espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo lingüístico,
encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de
vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra
ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.

Como Ler e Entender Bem um Texto

O homem usa a língua porque vive em comunidades, nas quais tem necessidade de se comunicar, de
estabelecer relações dos mais variados tipos, de obter deles reações ou comportamentos, interagindo
socialmente por meio do seu discurso. Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa
e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro
contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se
o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave,
passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este
tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. Não se pode desconsiderar
que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do
texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura,
outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos
momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem
dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais
marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha
adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar
certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver
uma outra alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base
de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A
descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida
no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta
maneira a resposta será mais consciente e segura.

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Recursos morfossintáticos, lexicais, semânticos

1. 1. RECURSOS MORFOSSINTÁTICOS, LEXICAIS,SEMÂNTICOS E FONOLÓGICOS NA PRODUÇÃO


E COMPREENSÃO TEXTUAL Professora: Márcia Oliveira

2. 2. Na Língua Portuguesa, as palavras podem ser analisadas isoladamente ou dentro da oração. A


análise que considera somente a palavra é chamada de análise morfológica, e a que analisa a palavra
relacionada a outras dentro da oração é a análise sintática. Na análise morfológica, as classes gramaticais
(substantivo, verbo, advérbio, pronome, numeral, preposição, conjunção, interjeição, artigo e adjetivo) são
colocadas em evidência. Portanto, cada palavra será analisada como se fosse única. Nesse momento, não
há interesse na função que a palavra exerce dentro da oração.

3. 3. Vejam o exemplo: Júlia quebrou a carteira. Júlia: substantivo Quebrou: verbo A: artigo Carteira:
substantivo

4. 4. Na análise sintática, a palavra não é estudada de forma isolada, pois ela mantém relação com outras
palavras. Por isso, sintaticamente, as palavras passam a exercer uma função na oração. Vamos analisar as
mesmas palavras do exemplo, só que agora buscaremos a função, ou seja, o papel desempenhado por
cada uma dentro da oração.

5. 5. Vejam o exemplo: Júlia quebrou a carteira. Júlia: sujeito simples quebrou a cadeira: predicado verbal
A Carteira: objeto direto A: adjunto adnominal Cadeira: núcleo do objeto

6. 6. OUTROS EXEMPLOS: As flores são um belo presente. (SUJEITO SIMPLES) Toda mulher aprecia
ganhar flores. (OBJETO DIRETO) Gostamos muito do perfume das flores.(COMPL. NOMINAL) Patrícia
gosta muito de flores. (OBJETO INDIRETO) Nem tudo são flores. (PREDICATIVO DO SUJEITO) Flores,
por que sois tão belas? (VOCATIVO)

7. 7. COMPREENDENDO A MORFOSSINTAXE Ao nos depararmos com a nomenclaturas (Morfologia e


Sintaxe), sabemos que se relacionam às subdivisões conferidas pela gramática, e mais: que uma
corresponde às classes gramaticais e a outra se refere às distintas posições ocupadas por uma mesma
palavra em se tratando de um dado contexto linguístico. A morfossintaxe é responsável pela coesão
relacionada à gramática e à ordem gramatica escolhida pelo autor, isto é, pela lógica do texto. A estrutura
gramatical escolhida facilitará o entendimento do leitor.

8. 8. Na prática Exemplo 1: Namorei José até 2014. (Pretérito Perfeito = ação acabada) Namorava José
até 2014. (Pretérito Imperfeito = dá um certo ar de saudosismo) É aí que percebemos a diferença de
sentido, a intenção do autor diante do leitor. Exemplo 2: Eu nasci em Recife. (enfatiza o sujeito: EU) Em
Recife, eu nasci. (enfatiza o lugar = RECIFE) A escolha da ordem das palavras faz a diferença para a
estrutura e coerência do texto.

9. 9. AS FIGURAS DE SINTAXE OU CONSTRUÇÃO caracterizam-se por apresentar determinadas


mudanças na estrutura comum das orações. 1. HIPÉRBATO ou INVERSÃO: é a inversão da ordem direta
dos termos em uma oração. exs: Das minhas coisas cuido eu. Professor já não sou. 2. ASSÍNDETO:
ausência de conectivos, coordenação de termos. ex: Foi apanhar gravetos, arrancou as touceiras, arrumou
tudo para a fogueira. 3. ZEUGMA: é a supressão de palavras expressas anteriormente e que se encontram
subentendidas. ex: As minhocas arejam a terra; os poetas, a linguagem. (houve a supressão do verbo)

10.10. 4. ANÁFORA: repetição enfática de uma ou mais palavras. ex: Nem um minuto se passa, Nem um
inseto esvoaça, Nem uma brisa perpassa Sem uma lembrança aqui; (...) 5. ANACOLUTO: reprodução
escrita da língua falada, caracterização de estados de confusão mental. ex: Deixe-me ver... É necessário
começar por... Não, não... 6. SILEPSE: concordância feita com a ideia ou sentido que se quer transmitir, e
não com os termos presentes na oração. ex: São Paulo é violento. Os brasileiros gostamos de futebol. 7.
PLEONASMO: é a redundância de termos diferentes, porém com o mesmo sentido, para realçar uma ideia
ou deixá-la mais clara. ex: A mim este Sol, estes prados, estas flores contenta-me.

11.11. 8. POLISSÍNDETO: repetição de conectivos. ex: O amor que a exalta e a pede e a chama e a
implora. (Machado de Assis). PLEONASMO VICIOSO OU TAUTOLOGIA: é um vício de linguagem que

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deve ser evitado. Exs: O elevador subiu para cima com excesso de pessoas. Os alunos entraram para
dentro da sala. A vítima sofreu uma hemorragia de sangue. 9. ELIPSE: consiste na omissão de uma ou
mais palavras, sem prejudicar o sentido da frase. ex: Via o futuro em mágicos espelhos (...) Sonhava
adormecer nos teus joelhos. (...) quem via? ELE quem sonhava? ELE

12.12. COMPREENDENDO O LÉXICO COMO MECANISMO DE COESÃO TEXTUAL Léxico é o conjunto


de palavras pertencentes a determinada língua. Por exemplo, temos um léxico da língua portuguesa que é
o conjunto de todas as palavras que são compreensíveis em nossa língua. Quando essas palavras são
materializadas em um texto, oral ou escrito, são chamadas de vocabulário. O conjunto de palavras
utilizadas por um indivíduo, portanto, constituem o seu vocabulário. Nenhum falante consegue dominar o
léxico da língua que fala, já que o mesmo é modificado constantemente através de palavras novas e
palavras que não são mais utilizadas. Além de possuir uma quantidade muito grande de palavras, o que
impossibilita alguém de arquivar todas em sua memória.

13.13. São exemplos de campos lexicais: - o da medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação,
etc. - o da escola: livros, disciplinas, biblioteca, material escolar, etc. - o da informática: software, hardware,
programas, sites, internet, etc. - o do teatro: expressão, palco, figurino, maquiagem, atuação, etc. - campo
lexical dos sentimentos: amor, tristeza, ódio, carinho, saudade, etc. - campo lexical das relações
interpessoais: amigos, parentes, família, colegas de trabalho, etc.

14.14. COMPREENDENDO A SEMÂNTICA COMO MECANISMO DE COESÃO TEXTUAL Semântica é o


estudo do significado, no caso das palavras, a semântica estuda a significação das mesmas
individualmente, aplicadas a um contexto e com influência de outras palavras. O campo semântico, por sua
vez, é o conjunto de possibilidades que uma mesma palavra ou conceito tem de ser empregada(o) em
diversos contextos. O conceito de campo semântico está ligado ao conceito de polissemia. Uma mesma
palavra pode tomar vários significados diferentes em um mesmo texto, dependendo de como ela for
empregada e de que palavras a acompanham para tornar claro o significado que ela assume naquela
situação.

15.15. Por exemplo: - conhecer: ver, aprofundar-se, saber que existe, etc. - bacia: utensílio de cozinha,
parte do esqueleto humano. - brincadeira: divertimento, distração, passatempo, gozação, piada, etc. -
estado: situação, particípio de estar, divisão de um país, etc.

16.16. RECURSOS SEMÂNTICOS NAS FIGURAS DE LINGUAGEM 1. METÁFORA: é uma comparação


implícita. ex: Senti a seda do seu rosto em meus dedos. 2. METONÍMIA ou PERÍFRASE: ocorre quando
usamos uma palavra para designar alguma coisa com a qual mantém uma relação de proximidade ou
posse. ex: Meus olhos estão tristes porque você partiu. Adoro ouvir Djavan. 3. ANTÍTESE: enfatiza a
diferença/oposição entre palavras ou ideias. ex: Não existiria som senão houvesse o silêncio Não haveria
luz senão fosse a escuridão.

17.17. 4. PROSOPOPEIA: atribuir características humanas a seres inanimados. ex: Voar agora nas asas
do vento. As ondas lambem minhas pernas. 5. ANTONOMÁSIA: é a substituição de um nome por uma
expressão que identifica a coisa ou a pessoa, salientando suas qualidades ou um fato notável pelo qual ela
é conhecida. ex: A rainha dos baixinhos assinou contrato com a Record. (Xuxa) 6. EUFEMISMO: suavizar,
atenuar intencionalmente uma expressão em certas situações. ex: Ela dormiu no Senhor.

18.18. 7. HIPÉRBOLE: exagero intencional. ex: Faria isso mil vezes se fosse preciso. 8. IRONIA: uso da
palavra para ser compreendida em sentido oposto do que se quer transmitir. É um poderoso instrumento de
sarcasmo. ex: Muito competente aquele candidato! Construiu viadutos que ligam nenhum lugar a lugar
nenhum. 9. GRADAÇÃO: encadeamento de palavras cujos significados têm efeito cumulativo. ex: [...]
Herdeiro já era muito; mas universal... [...] Herdeiro de tudo [...] E quanto seria tudo? Ia ele pensando.
Casas, apólices, ações, escravos, roupa, louça, alguns quadros [...]

19.19. 10.CATACRESE: espécie de metáfora em que se usa uma palavra no sentido figurado por habito ou
esquecimento ex: As pernas da cadeira. Os dentes de alho. 11. SINESTESIA: é a transmissão de misturas
de sensações que produzem fortes sugestões. ex: Um doce abraço indicava que o pai o perdoara. 12.
APÓSTROFE: invocação ou chamamento de alguém. Corresponde estilisticamente ao VOCATIVO. ex:
Deus! O Deus! Onde estás? 13. PARADOXO: a aproximação de termos ou ideias contraditórias associados

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a uma só ideia. ex: O amor é fogo que arde sem se ver é ferida que dói e não se sente é um contentamento
descontente.

20.20. COMPREENDENDO OS RECURSOS FONOLÓGICOS 1. ALITERAÇÃO: repetição de uma mesma


consoante numa sequência linguística. ex: Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes
veladas (Cruz e Sousa) 2. ASSONÂNCIA: repetição de uma mesma vogal. ex: É bamboleando em ronda
dançam bandos tontos e bambos de pirilampos (Guilherme de Almeida) 3. ONOMATOPEIA: reprodução de
sons e ruídos do mundo natural através da escrita. ex: Blem... blem.. dlin... dlin... plaft urgh miau au au. 4.
PARONOMÁSIA: aproximação de palavras de sons parecidos, porém com significados diferentes. ex:
Quem vê o fruto Não vê o furto. (Mario Quintana)

O estudo morfossintático das palavras

Durante toda nossa trajetória enquanto seres aprendizes, passamos por determinadas etapas que norteiam
a prática da educação formal.

No que se restringe às disciplinas da grade curricular, mais especificamente à Língua Portuguesa,


apreendemos os conteúdos direcionados a cada série de uma forma específica. Como por exemplo, no 6º
ano estudamos todas as classes gramaticais, e nos anos seguintes, a ênfase é para a sintaxe e toda a sua
complexidade de temas.

Quando adentramos no ensino médio, começa uma fase revisional de tudo aquilo que já travamos contato
durante as séries anteriores.

E é justamente nesse período que nos deparamos com a chamada Morfossintaxe.Ela nada mais é, que a
junção da Morfologia, a qual estuda as palavras de acordo com sua classe gramatical, e a Sintaxe, onde o
estudo centra-se na posição desempenhada pelas palavras em meio ao contexto linguístico.

Diante disso, torna-se essencial nos inteirarmos completamente sobre o assunto, pois o mesmo é muito
requisitado em provas de vestibulares e concursos de uma forma geral.

Ao falarmos sobre morfossintaxe, devemos levar em consideração que uma mesma palavra analisada sob
a ótica morfológica pode assumir diversificadas funções quando analisada de acordo com a sintaxe.

Com o objetivo de assimilarmos nossos conhecimentos de uma forma mais contundente, analisaremos as
seguintes orações:

O conhecimento é essencial a todos.

Logo, analisando o vocábulo “conhecimento” de acordo com a classe morfológica, estamos diante de um
substantivo abstrato.

Sintaticamente, o mesmo poderá exercer papéis divergentes. Observe:

Nessa oração ele é sujeito simples, por tratar-se de apenas um núcleo.

Já em:

Devemos priorizar o conhecimento, a palavra “conhecimento” funciona como objeto direto, pois o verbo
priorizar é transitivo, e, consequentemente, requer um complemento.

Os alunos necessitam de conhecimento para obter bons resultados. Nesse exemplo, o vocábulo
exerce a função de objeto direto como sendo um complemento do verbo necessitar, que, via de regra,
exige a presença de uma preposição.

Gostaria que você saciasse a minha ânsia por conhecimentos. A palavra ”conhecimento” completa o
sentido de um nome - o substantivo “ânsia”, portanto, trata-se de um complemento nominal.

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Morfossintaxe é a apreciação conjunta da classificação morfológica e da função


sintática das palavras nas orações. Trata de classe das palavras, emprego de pronomes, relação entre as
palavras, concordância verbal e nominal, oração e período, termos da oração, classificação de orações,
vozes do verbo e colocação de pronome.

A morfologia refere-se à classe gramatical de uma palavra (nome, adjetivo, artigo, pronome,
quantificador, advérbio, preposição, conjunção, interjeição). A sintaxe refere-se à função sintática dessas
palavras, isto é, a função que exercem na oração. Morfossintaxe é o estudo da relação entre a classe
gramatical de uma palavra e sua função sintáticana oração.

Quando analisamos uma oração, considerando a relação entre a classe gramatical de uma palavra e sua
função sintática, estamos fazendo uma análise morfossintática. A MORFOSSINTAXE, portanto, nada mais
é do que a junção de uma análise morfológica com uma análise sintática.

Como fazer análise morfossintática

1. 1. Como fazer análise morfossintática?

2. 2. Dica: Seguindo 5 passos...

Antes de tudo:

A primeira coisa a saber sobre a análise morfossintática é que temos o que chamamos de termos
essenciais e termos acessórios da oração;  Os termos essenciais são dois: sujeito e predicado. Você os
identifica facilmente a partir do verbo, já que é ele quem separa os dois grandes pedaços da oração; 
Normalmente, o sujeito vem antes e o verbo depois, ou seja, vem primeiro o sujeito e depois o predicado.
Dizemos que essas frases (orações) estão em sentido direto. Mas pode acontecer de esses termos
estarem invertidos, logo, essas frases estarão em sentido inverso;  Tudo/todas as outras partes da frase
que forem analisadas com mais detalhes são chamados de termos acessórios, e pode acontecer de mais
de uma palavra formar toda uma parte. Nesse caso, sempre haverá um núcleo. Entre o que chamamos de
termos acessórios, podemos citar: adjunto adnominal, predicativo do sujeito, adjunto adverbial, objeto direto
entre outros.

Agora vamos aos cinco passos para se fazer análise morfossintática:

Primeiro passo: Faça a classificação das classes de palavras existentes na frase (oração): Os jovens
estão mais conectados à internet hoje.

Peraê!

Antes você precisa relembrar algumas coisas...

Primeiro:

Temos as seguintes classes de palavras: substantivo adjetivo numeral pronome verbo artigo advérbio
conjunção preposição interjeição nomes conectivos variáveis Invariá- veis

Segundo:

Algumas classes de palavras (como as preposições e os artigos) podem se contrair ou se combinar. Veja
alguns exemplos abaixo:  Contração: por + a = pelas de + a = da de + o = do de + um = dum de + ele =
dele de + esta = desta de + isso = disso de + aqui = daqui de + aí = daí de + outro = doutro de + um = dum
com + vós = convosco de + aquele = daquele etc.  Combinação: a + o = ao a + a = à a + aquele = àquele

Agora sim, vamos voltar à frase exemplo:

Primeiro passo: Faça a classificação das classes de palavras existentes na frase (oração): Os jovens
estão mais conectados à internet hoje.

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Segundo passo:  Identifique o verbo da oração, a ação (ou estado, ou fenômeno) que ele expressa pode
remeter a um agente, isto é, ao sujeito (nem sempre sujeito será o mesmo que pessoa) da oração: Os
jovens estão mais conectados à internet hoje.

Se você voltar ao primeiro passo, vai perceber algumas regularidades (coisas que se repetem) importantes.
Por exemplo: a) Geralmente os substantivos são antecedidos (isto é, vêm depois) de um artigo, não
importa em como esteja sua flexão (em gênero ou número). Por esse motivo, os artigos são conhecidos
como adjuntos adnominais, isto é, estão juntos ao nome; b) Após os substantivos geralmente aparecem os
adjetivos. Em outros casos, entre eles haverá apenas um verbo ligando-os, expressando estado ou
qualidade (verbos como ser, estar, parecer, permanecer, andar, ficar podem ser alguns desses verbos
ligando o substantivo ao adjetivo). Quando isso acontecer, esses verbos serão chamados verbos de
ligação, e os adjetivos serão chamados de predicativo do sujeito, o que significa, em outras palavras,
qualidade ou estado do sujeito da frase. c) Algumas expressões podem aparecer após o verbo para dar
ênfase a algo na frase, como de intensidade/quantidade (mais, menos, muito, pouco), modo (calmamente,
furiosamente) lugar (aqui, lá) ou tempo (hoje, ontem, agora, amanhã). Se você QUISER colocar essas
palavras em qualquer outra parte da frase, perceberá que elas não alteram seu sentido, mas estão
intimamente ligadas ao verbo. Chamamos essas palavras, por esse motivo, de advérbios.

Terceiro passo:  Após identificar algumas funções de cada parte da frase, passemos às demais (que
estão destacas em vermelho): Os jovens estão mais conectados à internet hoje. Obs.: você deve ter notado
que o “à” antes de internet na frase é, na verdade, uma contração entre duas palavras: o artigo a e a
preposição a.

Outra dica:

Você vai notar em muitas frases que, imediatamente após o verbo, podem aparecer as seguintes palavras:
a, para, de, com, em, sobre, sob, até. Sobre elas, você deve considerar o seguinte: a) Elas são chamadas
de preposições, isto significa que elas reservam ou marcam, antecipadamente, o lugar de uma outra
palavra que virá após o verbo. Se você voltar ao slide 7, vai notar que elas recebem também o nome de
conectivos. Isso explica tudo! b) Por causa da presença ou não dessas palavras após ele, o verbo pode ser
chamado de transitivo direto (quando se liga à palavra seguinte sem precisar delas), ou indireto (quando se
liga à palavra seguinte precisando do auxílio de uma delas). c) Há casos em que o verbo pode precisar e
não precisar ao mesmo tempo delas! Por isso, são chamados de transitivos diretos e indiretos. Para
exemplificar, forme uma frase com o verbo dar e veja como as coisas ficam! d) Em outros casos, diz-se que
o verbo sozinho já tem sentido e, portanto, não precisa ser completado com qualquer outra palavra. Nesses
casos, ele dispensa as preposições e, se aparecer alguma palavra após ele, com certeza se trata de um
advérbio. Esse tipo de verbo é, por esse motivo, chamado de intransitivo. Exemplos deles são os verbos
chegar, ir, morar, viver, deitar-se, levantar-se. Lembre de frases formadas por esses verbos e confira
mesmo se o que aparece após eles são advérbios.

Quarto passo:  Agora que você já pode identificar o tipo de verbo que é o verbo conectar, falta dar nome
ao seu complemento, isto é, à palavra que vem logo após ele. O complemento do verbo será sempre
chamado de objeto, e ele será direto ou indireto dependendo também se o verbo for uma coisa ou outra:
Os jovens estão mais conectados à internet hoje.

Quinto passo:  Às vezes pode acontecer de a frase ser muito longa e, depois de você fazer a análise e
identificar todos os elementos possíveis (sujeito, verbo, conectivos, objeto, adjunto adnominal, adjunto
adverbial, predicativo do objeto), simplesmente “sobrarem” palavras que ficam sem uma das classificações
acima. Elas podem na verdade estar exercendo outras funções sintáticas, como a de vocativo, aposto,
complemento nominal, predicativo do objeto ou agente da passiva;  Veremos mais sobre essas outras
funções sintáticas nas próximas aulas, mas, para aquecer tudo, vamos fazer a análise morfossintática dos
dois primeiros versos do Hino Nacional.

Recapitulando os passos: Primeiro passo: faça a classificação das classes de palavras, identificando as
contrações e combinações que houverem na frase (oração); Segundo passo: a partir do verbo, identifique
quem é o sujeito da oração. Por meio dele, você já poderá ir para o terceiro passo; Terceiro passo:
identificados o sujeito e o predicado, você agora identifica as funções sintáticas das palavras que estão

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junto deles: adjunto adnominal, adjunto adverbial. Lembrando que o verbo e o sujeito também podem ser
classificados; Quarto passo: agora vamos nos concentrar especificamente nas palavras que vêm logo após
o verbo. Se o verbo não for intransitivo, elas são chamadas de complementos verbais. Dependendo da
transitividade do verbo (determinada pela presença ou ausência de preposições), podem ser: predicativo
do sujeito, objeto direto, objeto indireto, objeto direto e indireto. Quinto passo: se “sobrarem” palavras, elas
poderão ter as seguintes funções: predicativo do objeto, agente da passiva, complemento nominal, vocativo
ou aposto. (sobre eles aprenderemos nas próximas aulas). DICA: lembre-se de que toda função sintática
tem um núcleo, mesmo que seja apenas uma palavra. Também a frases que podem não ter sujeito, mas
isso veremos também mais à frente. Quando analisamos o que a conjunção “faz” em toda oração, estamos
em outra etapa de análise, que, igualmente, veremos mais à frente, mas, por ora, podemos analisar o
sentido que elas criam entre as partes da oração.

Anexos

Palavras que podem confundir tudo...! É apenas uma questão de saber com quem elas estão andando! a)
Os adjuntos adnominais, como já vimos no slide anterior, são palavras que estão junto ao nome, mais
especificamente, ao sujeito núcleo da oração, que é sempre um substantivo. Quem também pode ser
adjunto adnominal por estar ligado ao substantivo, se vier antes dele, são os adjetivos, artigos (como já
vimos no slide anterior), numerais e pronomes. As locuções adjetivas também podem ser adjuntos
adnominais, mas se estiverem após o substantivo; b) Os complementos nominais podem ser confundidos
com o adjunto adnominal, porque podem ocupar posições parecidas na oração, mas diferente dos adjuntos
adnominais, que estão sempre ligados somente ao substantivo, os complementos nominais são sempre
palavras ligadas ou a substantivos abstratos, adjetivos ou advérbios. Nesse caso, os complementos
nominais expressam, para diferenciá- los dos adjuntos adnominais quando estiverem ligados ao
substantivo, o alvo da ação que o substantivo expressa.

Conjunção: em geral são consideradas palavras vazias de significado, definidas apenas a partir de sua
função na palavra. o As conjunções não desempenham função sintática numa oração, apenas ligam termos
de mesma função ou orações de período composto. Por isso, são chamados de conectivos; o Nos períodos
compostos, as conjunções marcam as relações de coordenação ou subordinação entre as orações de um
período. Para compreender como elas marcam essas relações, veremos mais adiante como elas
“conectam” as orações coordenadas sindéticas – e expressam relações de adição, adversidade,
alternância, explicação e conclusão - e as orações subordinadas – que podem integrar orações, especificar
partes de orações (as adjetivas) ou exercer as mesmas funções dos advérbios (adverbiais). ( (VEREMOS
MAIS DETALHES SOBRE ELAS NO ESTUDO SOBRE PERÍODO COMPOSTO)

26.  Preposição: Assim como a conjunção, a preposição não desempenha função sintática, ela apenas
une os termos. Por isso também é um conectivo, sendo, assim como a conjunção, responsável pela coesão
textual. Nesse caso, ela estabelece algumas relações quando classes gramaticais que não podem se
flexionar precisam “receber” uma solução para se combinarem: Ex.: João Carroça subst. subst. masc. fem.
 No exemplo acima, João e carroça não podem se “combinar” para estabelecerem uma relação de posse
porque seus gêneros são diferentes (a flexão não poderia mudar os gêneros, não poderíamos transformar
carroça em carroço* para combinar com o substantivo masculino João). Assim, a preposição de entra em
ação para resolver esse problema, pois não precisa se flexionar (lembre-se, é uma palavra invariável). A
oração fica assim: Carroça de João.

Para compreender As preposições, pelo exemplo anterior, podem assumir inúmeros valores semânticos: o
lugar – Ver de perto. o origem – Ele vem de Brasília. o causa – Morreu de fome. o assunto – Falava de
futebol / Discutiam sobre futebol. o meio – Veio de trem. o posse – A casa de Paulo está sendo reformada.
o matéria – Usava um chapéu de palha. o companhia – Saiu com os amigos. o falta ou ausência – vivia
sem dinheiro. o finalidade – Discursava para convencer.

A preposição também exerce papéis específicos na regência verbal e nominal. Ex.: Custou ao aluno aceitar
o fato. Na oração acima, o verbo custar tem o sentido de “ser difícil” e precisa da preposição a para reger o
termo seguinte (custa a alguém). Essa regência considera, na língua coloquial, errada a oração: “O aluno
custou para aceitar o fato.” Mas sobre regência, veremos esse assunto no terceirão!

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Para compreender (cf. Ernani Terra, 2002, p. 207) Certas palavras que se assemelham aos advérbios não
possuem, segundo a Nomeclatura Gramatical Brasileira (NGB), classificação especial. São simplesmente
chamadas palavras denotativas e podem indicar, entre outras coisas: o inclusão – até, inclusive, também,
etc.: Ele também foi. o exclusão – apenas, salvo, menos, exceto, etc.: Todos, exceto eu, foram à festa. o
explicação – isto é, por exemplo, a saber, ou seja, etc.: Ele, por exemplo, não pôde comparecer. o
retificação – aliás, ou melhor, ou seja, etc.: Amanhã, aliás, depois de amanhã, iremos à festa. o realce – cá,
lá, é que, etc.: Sei lá o que ele está fazendo agora! o situação – afinal, agora, então, etc.: Afinal, quem está
falando? o designação – eis: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

Como fazer análise morfossintática?

Funções morfossintáticas... Porventura, tal assunto o (a) remete a algum assunto antes visto? Simples,
não? Sim, pois o próprio nome já nos retrata pistas evidentes de que o aspecto que prepondera nessa
questão diz respeito à análise sintática e à análise morfológica, simultaneamente. Mas, você pode não se
recordar... não se preocupe, acesse o texto “Análise sintática e análise morfológica”

Conceitos relembrados, não é preciso ir muito além para constatarmos que o adjetivo, em se tratando
desse caso, além de se posicionar enquanto classe gramatical, ainda desempenha funções sintáticas
distintas – as quais serão constatadas a partir de agora.

# Adjunto adnominal– Desempenhando tal função, o adjetivo acompanha diretamente o substantivo de uma
forma direta, sem haver intermediação do verbo. Vejamos, pois alguns exemplos:

- As garotas simpáticas foram recepcionar os convidados.

- As águas da chuva causaram danos irreparáveis.

Constatamos que os termos em destaque, uma vez representados por um adjetivo e por uma locução
adjetiva, assumem a posição de adjunto adnominal.

# Predicativo do sujeito –Tal posicionamento se dá pelo fato de fazer referência ao sujeito da oração, por
intermédio ou não de um verbo de ligação. Observe os exemplos abaixo:

A paz é necessária.

Ficamos insatisfeitos.

Inferimos que os adjetivos “necessária” e “insatisfeitos” conferem uma qualificação ao sujeito, atuando,
portanto, como predicativo.

# Predicativo do objeto –A função em evidência se manifesta pelo fato de fazer referência ao objeto,
mediante um verbo transitivo, ou seja, aquele que requer um complemento. Assim, vamos aos exemplos:

Conhecemos lugares fascinantes.

Recebemos os alunos novatos

“Fascinantes” e “novatos”atribuem, pois, uma qualificação aos complementos verbais – fato que os fazem
se caracterizar como predicativo do objeto.

O que são elementos morfossintáticos?

Melhor resposta: São elementos que arrumam e exprime a noção da forma, das coisas - é o período cujo
papel é transmitir idéias formadas a respeito de determinado aspecto , de um objeto, de circustâncias ,de
fases de um assunto - exemplos :

"É necessário que a escola receba apoio oficial, no sentido de promover não só aulas regulares, como
também executar estudos e pesquisas, para que produza conhecimentos e cumpra seus fins"

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"Coloquem avisos ou etiquetas de maneira que os compradores possam entender como funciona este
equipamento em baixa temperatura" ou " Equipamento em manutenção e perigoso , cuidado, não
manusear, risco de morte"

Classes de Palavras

A primeira gramática do ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do
discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, pronome, advérbio e conjunção. Atualmente, são
reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo,
conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome.

Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso
acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo todo, ou
seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão ocorrer.
Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa estão incluídas
dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A parte da gramática que
estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da
forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que são
empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra.

Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes


gramaticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras:

SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como também
sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.

Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.

ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos,
antecedendo-os.

Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.

ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos
substantivos.

Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.

PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a
pessoa do discurso.

Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.

VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.

Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.

ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.

Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.

NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.

Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.

PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.

Exemplo: em, de, para, por, etc.

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CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação ou
subordinação.

Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.

INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de suas
palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como palavras ou
expressões que evocam emoções, estados de espírito.

Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!

Sujeito e Predicado

GRAMÁTICA

Sujeito e predicado compõem a estrutura dos enunciados. Saber identificar esses termos essenciais da
oração pode ajudar na compreensão de seu funcionamento.

Sujeito: é o termo da oração que funciona como suporte de uma afirmação feita pelo predicado.

Predicado: é o termo da oração que, a partir de um verbo, projeta alguma afirmação sobre o sujeito.

Exemplo:

A pequena me contou a novidade com alegria


criança no olhar.

Predicado
Sujeito

Para ajudar a localizar o sujeito, há três critérios:

• Concordância: o verbo está sempre na mesma pessoa e número que o seu sujeito;
• Posição: normalmente, o sujeito precede o verbo e, mesmo que venha depois, pode ser transposto
naturalmente para antes;
• Permutação: quando o núcleo do sujeito é um substantivo, pode ser permutado pelos pronomes ele, ela,
eles, elas.

Tipos de sujeito

• Sujeito determinado: ocorre quando a terminação do verbo e o contexto permitem:

- reconhecer que existe um elemento ao qual o predicado se refere;

- indicar quem é esse elemento.

Exemplo: A carrocinha levou meu cachorro.

O sujeito determinado pode ainda ser subclassificado como:

Sujeito determinado simples: aquele que tem apenas um núcleo.

Exemplo: A mãe levantou-se aborrecida.

Sujeito determinado composto: aquele que tem mais de um núcleo.

Exemplo: Arroz e feijão não saíam de nossos pratos.

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O sujeito determinado pode não ocorrer explícito na oração. Há quem costume classificá-lo como:

- sujeito determinado implícito na desinência verbal;

- sujeito elíptico;

- sujeito oculto;

Exemplo: Vou ao cinema na sessão das dez.


(sujeito = eu – implícito na desinência verbal)

• Sujeito indeterminado: ocorre quando a terminação do verbo e o contexto permitem reconhecer que:

- existe um elemento ao qual o predicado se refere, mas

- não é possível identificar quem é, nem quantos são esses elementos.

Exemplo: Chegaram da festa tarde demais.

Há duas maneiras de se indeterminar o sujeito:

- pode-se colocar o verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a nenhum antecedente;

Exemplo: Dizem péssimas coisas sobre você.

- justapondo-se o pronome se – índice de indeterminação do sujeito – ao verbo na terceira pessoa do


singular.

Exemplo: Precisa-se de balconista.

* Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, fazendo referência a elementos antecedentes, o sujeito
classifica-se como determinado.

Exemplo: A sua família não te respeita. Dizem péssimas coisas sobre você.

* É preciso não confundir a classificação do sujeito em frases aparentemente equivalentes como as que
seguem:

Exemplos: Discutiu-se o fato.

Discordou-se do fato.

Na primeira, o sujeito é determinado; na segunda é indeterminado.

Para compreender a diferença entre um caso e outro, é preciso levar em conta que o pronome se pode
funcionar como:

• Partícula apassivadora: nesse caso, sempre há na frase um sujeito determinado;

• Índice de indeterminação do sujeito: nesse caso, o sujeito é indeterminado.

Se – Partícula apassivadora

Quando o pronome se funciona como partícula apassivadora, ocorre a seguinte estrutura:

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• Verbo na terceira pessoa (singular e plural)

• Pronome se;

• Um substantivo (ou palavra equivalente) não precedido de preposição;

• É possível a transformação na voz passiva com o verbo ser (voz passiva analítica).

Exemplo:

Contou se a história.

verbo na 3ª substantivo sem


pronome
pessoa preposição.

Transformação:

Foi contada a história.

voz passiva analítica (com o verbo ser)

A análise da frase anterior será então a seguinte:

Contou se a história.

Voz passiva sujeito


partícula
sintética ou determinado
apassivadora
pronominal simples

Se – Índice de indeterminação do sujeito

Quando o pronome se funciona como índice de indeterminação do sujeito, ocorre esta estrutura:

• Verbo na terceira pessoa do singular;

• Pronome se;

• Não ocorre um substantivo sem preposição que possa ser colocado como sujeito do verbo na voz passiva
analítica.

Exemplo:

Falou se da história.

verbo na 3ª
substantivo com
pessoa do pronome
preposição
singular

Transformação na voz passiva analítica – não é possível. A frase terá então a seguinte análise:

da
? falou se
história

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verbo índice de
sujeito
na voz indeterminação do objeto
indeterminado
ativa sujeito

Sujeito inexistente: ocorre quando simplesmente não existe elemento ao qual o predicado se refere.

Exemplo: Choveu durante o dia.

O verbo que não tem sujeito chama-se impessoal e os verbos impessoais mais comuns são os seguintes:

- haver: no sentido de existir, acontecer e na indicação de tempo passado.

Exemplo: Houve poucas reclamações.

- fazer: na indicação de tempo passado e de fenômenos da natureza.

Exemplo: Faz dois anos que te perdi.

- ser: na indicação de tempo e distância.

Exemplo: É dia.

- todos os verbos que indicam fenômenos da natureza;

Exemplo: Nevou durante a madrugada.


Choveu muito durante o dia.

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