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AULA 12
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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 12
AULA 12
SUMÁRIO PÁGINA
Particularidades léxicas 03
1. Uso da palavra “que” 03
2. Uso da palavra “se” 10
3. Uso da palavra “como” 14
4. Uso do pronome “lhe” 16
5. Uso do “porquê” 16
5.1 “Por que” separado 16
5.2 “Porque” junto 17
5.3 Uso do acento circunflexo 17
6. Uso de “onde” e “aonde” 20
7. Uso do “gerúndio” 22
Dicas Gramaticais 23
Simulado 48
Gabarito 59
Simulado Comentado 60
Particularidades léxicas
Substantivo
O substantivo “quê” tem o valor de “qualquer coisa” ou “alguma
coisa”. Grafa-se sempre com acento circunflexo na letra “e”.
Exemplo:
Maria Rosa tem um encantador quê de mistério.
Advérbio de intensidade
O advérbio “que” intensifica adjetivos e advérbios; perceba que ele
funciona sintaticamente como adjunto adverbial de intensidade.
Possui valor semelhante ao das palavras “quão” e “quanto”.
Exemplo:
Que longe está minha viagem de férias!
Interjeição
A interjeição “quê” indica um sentimento, um estado interior, uma
emoção. Observe que tem valor equivalente a uma frase e não possui
função sintática. Grafa-se sempre com acento circunflexo na letra “e”.
Note que também usamos sempre o ponto de exclamação.
Exemplo:
Quê! Você já chegou?
Preposição
A preposição “que” tem valor equivalente às preposições “de” ou
“para”. Muito usada para ligar uma locução verbal com os verbos “ter”
e “haver”.
Pronome relativo
O pronome relativo “que” pode ser substituído por “qual” e variações.
Possui várias funções sintáticas e é sempre elemento coesivo
anafórico. Já vimos tudo isso com detalhes em outras aulas, sugiro
que você faça uma revisão caso tenha dúvidas.
Exemplo:
O homem que comprou a casa é italiano. (“que” = “o qual” – função
sintática = sujeito – o pronome “que” se refere anaforicamente ao
substantivo “homem”)
Pronome interrogativo
O pronome interrogativo “que” equivale a “que coisa”. Ocorre em
orações interrogativas.
Exemplos:
Que você fez naquele dia triste?
Pronome indefinido
O pronome indefinido adjetivo “que” acompanha um substantivo e
tem função de adjunto adnominal. Observe que ele equivale a
“quanto, quanta, quantos, quantas”.
Exemplo:
Que alegria imensa poder viajar!
Conjunção subordinativa
A conjunção subordinativa “que” faz a conexão entre uma oração
principal e uma oração subordinada.
Comentários
Esta questão trata dos diversos usos que a palavra “que”
pode assumir. Este tipo de questão ocorre com certa
frequência nas provas da banca FGV. O comando solicita que o
aluno analise um fragmento de texto e classifique corretamente
as ocorrências do vocábulo “que”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar, com bastante
cuidado, as ocorrências.
Vamos ver o trecho do texto?
É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no
que diz respeito ao direito de maior importância em uma
democracia, que é o direito de defesa, inexistente nos Estados
totalitários.
Primeira ocorrência
É exatamente isso o que tem ocorrido
Aqui, temos um pronome relativo. Observe que ele se refere ao
pronome demonstrativo “o” e exerce a função sintática de
sujeito da forma verbal “tem ocorrido”.
Segunda ocorrência
nos últimos tempos, no que diz respeito ao direito de maior
importância em uma democracia
Aqui, temos um pronome relativo. Observe que ele se refere ao
pronome demonstrativo “o” (constante da contração de
preposição “em” + “o”) e exerce a função sintática de sujeito da
forma verbal “diz respeito”.
Comentários
Esta questão trata dos diversos usos que a palavra “que”
pode assumir. Este tipo de questão ocorre com certa
frequência nas provas da banca FGV. O comando solicita que o
aluno analise um fragmento de texto e classifique corretamente
as ocorrências do vocábulo “que”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar, com bastante
cuidado, as ocorrências.
Vamos ver o trecho do texto?
Outro aspecto que configura alguns desafios ainda não
resolvidos na atual Constituição é a existência de muitos
dispositivos a reclamar leis que lhes deem eficácia plena. A
propósito, convém recordar que, promulgado o diploma
constitucional, o Ministério da Justiça realizou levantamento de
que resultou a publicação do livro ‘Leis a Elaborar’.
Comentários
Esta questão trata dos usos que a palavra “que” possui.
Este tipo de questão ocorre com certa frequência nas provas da
banca FGV. O comando solicita que o aluno analise um
fragmento de texto e classifique corretamente as ocorrências do
vocábulo “que”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar as duas
ocorrências.
Vamos ver o fragmento do texto?
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das
empresas – principalmente, as transnacionais –, decorrerá
também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes
da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa
jurídica em seus países de origem. Tais mudanças,
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas
de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar
respingos de responsabilização em sua matriz.
Primeira ocorrência
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das
empresas – principalmente, as transnacionais –, decorrerá
também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes
da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa
jurídica em seus países de origem.
Aqui, temos uma conjunção subordinativa integrante.
Observe que ela introduz a oração subordinada substantiva
subjetiva “que a mudança do enfoque sobre o tema (...)“.
Segunda ocorrência
Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger as práticas
administrativas
Aqui, temos uma preposição. Note que ela faz a conexão entre
os verbos (“ter” e “abranger”) que compõem a locução verbal.
Gabarito: B
Pronome reflexivo
O pronome reflexivo “se” é empregado para expressar que a ação
praticada pelo sujeito recai sobre ele próprio (voz reflexiva).
Exemplo:
Marisa machucou-se com a tesoura nova.
Verbo “tratar-se”
O verbo “tratar-se” possui algumas particularidades, pois apresenta
três valores semânticos diferentes. Vamos ver?
O verbo “tratar-se” pode indicar “referência”. Quando é usado
assim, o verbo é impessoal, possui o “se” como parte integrante do
verbo (verbo transitivo indireto pronominal – sempre estará
acompanhado pelo “se”) e fica sempre no singular.
Exemplo:
Observe que se trata de irregularidades.
a) pronome reflexivo.
b) partícula apassivadora.
c) parte integrante do verbo.
d) pronome oblíquo.
e) indeterminador do sujeito.
Comentários
Esta questão trata dos diversos usos que a palavra “se”
pode assumir. Este tipo de questão ocorre com frequência nas
provas da banca FGV. O comando solicita que o aluno analise
um fragmento de texto e classifique corretamente a ocorrência
do vocábulo “se”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar, com bastante
cuidado, a ocorrência.
Interjeição
Exemplo:
Como! Já acabou o chocolate?
Preposição
A preposição “como” introduz apostos e predicativos e possui valor
equivalente ao dos termos “por”, “para”, “de”, “na qualidade de”.
Exemplo:
Marisa sempre teve Ana como filha predileta.
Pronome relativo
O pronome relativo “como” possui valor equivalente ao das
expressões “pelo qual”, “segundo o qual”. Normalmente, seu
antecedente é um destes substantivos: “modo”, “forma”, “maneira”.
Exemplo:
A maneira como Ana chorava deixou sua mãe preocupada.
Objeto indireto
Exemplo:
Esse é um dever que lhe compete.
Complemento nominal
Exemplo:
Isto lhe parece gostoso. (complementa o adjetivo “gostoso”)
Adjunto adnominal
Exemplo:
Admiro-lhe a beleza. (indica noção de “posse”)
5. Uso do “porquê”
Comentários
Esta questão trata das diferentes formas que a palavra
“porquê” pode apresentar. Este tipo de questão ocorre com
frequência nas provas da banca FGV. O comando solicita que o
aluno analise cinco alternativas e marque aquela que contenha
uma forma do “porquê” utilizada incorretamente.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
É necessário avaliar por quê, ontem, fomos derrotados.
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome
interrogativo “quê”. Mas deveria ter sido usado o “que” sem
acento circunflexo, tal como vimos na parte teórica acima.
Dessa maneira, a sentença correta é: É necessário avaliar por
que, ontem, fomos derrotados.
Esta é a resposta da questão.
Alternativa B
Depois de entender por quê, prosseguiu.
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome
interrogativo “quê” corretamente acentuado, por estar no final
de uma frase.
Alternativa C
Não sei por quê nem como.
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome
interrogativo “quê” corretamente acentuado, por estar no final
de uma oração.
Comentários
Esta questão trata das diferentes formas que a palavra
“porquê” pode apresentar. Este tipo de questão ocorre com
frequência nas provas da banca FGV. O comando solicita que o
aluno analise cinco alternativas e marque aquela que contenha
uma forma do “porquê” utilizada incorretamente.
Note que, no enunciado, temos a utilização da conjunção
subordinativa adverbial causal.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
Por que os desmatamentos são comuns vamos aceitá-los?
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome “que”.
Mas deveria ter sido empregada a conjunção subordinada
adverbial causal “porque”. Dessa maneira, a sentença correta
é: Porque os desmatamentos são comuns vamos aceitá-los?
Esta é a alternativa com grafia incorreta.
Comentários
Esta questão aborda o uso de “onde” e “aonde”. Este tipo de
questionamento ocorre com frequência nas provas da banca
FGV. O comando solicita que o aluno analise cinco alternativas
e marque aquela que esteja correta gramaticalmente e seja
equivalente semanticamente à estrutura constante do
enunciado.
Note que, no enunciado, temos a utilização incorreta do
pronome “onde”. Como vimos, seria necessário termos o termo
“aonde”, pois o verbo “chegar” exige a preposição “a”.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
Já observou o leitor onde quero chegar.
Observe que foi utilizado o pronome “onde”, mas deveria ter
sido utilizado, em seu lugar, “aonde”. Note que o verbo
“chegar” exige a preposição “a”. Dessa forma, correta estaria a
sentença: Já observou o leitor aonde quero chegar.
Alternativa B
O leitor já viu aonde quero chegar.
Observe que, nesta alternativa, foi usado corretamente o termo
“aonde”, conforme já explicado anteriormente.
Esta alternativa está correta.
Alternativa C
Quero chegar onde o leitor já viu.
Mesmo erro da alternativa A. Correta estaria a sentença
seguinte: Quero chegar aonde o leitor já viu.
Alternativa D
Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
7. Uso do “gerúndio”
Dicas Gramaticais
Tão pouco/tampouco
Observe que “tão pouco” possui valor equivalente a “muito pouco”.
Assim, temos “advérbio” de intensidade mais “pronome indefinido” ou
“advérbio”.
Por sua vez, “tampouco” é um advérbio que expressa a mesma ideia
de “também não”.
Exemplos:
O senhor falou tão pouco durante a viagem que eu nem percebi sua
presença.
Ana não passou no concurso, tampouco conseguiu o emprego.
Se não/senão
A expressão “se não” é composta por “conjunção condicional” e
“advérbio de negação”, dessa forma expressa hipótese, condição,
probabilidade. Veja que ela se equivale a “caso não” ou “quando não”.
Exemplos:
Se não fizer o trabalho, não poderá sair. (= “caso não faça”)
O problema era de complexa resolução, se não impossível. (= “quando
não”)
Nome de cor
Nome de cor, se indicado por substantivo, não varia.
Exemplo:
Tons pastel, blusas rosa, saias creme, casacos cinza.
Desapercebido/despercebido
“Desapercebido” significa “desprevenido”. Cuidado para não usar o
termo de forma equivocada.
Exemplo:
O acontecimento passou desapercebido. (errado)
O acontecimento passou despercebido.
Consigo
“Consigo” só possui valor reflexivo. Cuidado para não usá-lo no lugar
de “com você”, “com o senhor”, etc.
Exemplo:
Irei consigo. (errado)
Irei com você.
Conquanto/porquanto/contanto que
“Conquanto” equivale a “embora” (concessão).
“Porquanto” equivale a “porque” (causa ou explicação).
“Contanto que” possui valor de caso, condição.
Já que/posto que
“Já que” equivale a “porque”, “visto que” (causa).
“Posto que” equivale a “embora” (concessão).
Exemplos:
Aninha deve ser trazida de volta, já que se arrependeu de suas atitudes.
Posto que fosse muito pobre, comprava sempre roupas caras.
Sendo assim
Evite o uso da expressão “sendo assim” ou “assim sendo”, use “dessa
forma”, “desse modo”, “dessarte”.
Exemplo:
Marisa fará uma festa de aniversário amanhã. Sendo assim, comprarei um
presente para ela. (errado)
Marisa fará uma festa de aniversário amanhã. Dessa forma, comprarei um
presente para ela.
Devido a
Evite o uso da expressão “devido a”, pois é uma estrutura nova na
língua e muitas bancas consideram errado o seu emprego. Use “em
razão de”, “em virtude de”, “por causa de”. Cuidado também com a
expressão “em função de”, porque ela não existe.
Exemplo:
Devido a uma gripe, Ana está de repouso.
Em função de uma gripe, Ana está de repouso. (errado)
Por causa de uma gripe, Ana está de repouso.
Nenhum/nem um
A palavra “nenhum” é um pronome indefinido e tem sentido oposto a
“algum”. Por sua vez, a expressão “nem um” possui o numeral “um”,
assim suas expressões semelhantes são “nem dois”, “nem três”, etc.
Exemplos:
Não havia nenhum documento na pasta.
Não lhe deram nem um pão a mais.
Está/estar
A palavra “está” é o verbo “estar” conjugado na 3ª pessoa do singular
(presente do indicativo). Por sua vez, “estar” é o infinitivo do mesmo
verbo.
Exemplos:
Jonas não sabe se Maria está em casa.
Marina ainda deve estar em casa. (locução verbal)
Joana fará o possível para estar em casa hoje à noite. (oração reduzida de
infinitivo)
Enquanto
Cuidado com a conjunção “enquanto”, pois ela não pode ser usada
para indicar “na qualidade de”.
Exemplo:
O diretor, enquanto chefe, deve respeitar seus subordinados. (errado)
O diretor, como chefe, deve respeitar seus subordinados.
O diretor, na qualidade de chefe, deve respeitar seus subordinados.
A olhos vistos
Cuidado com a expressão “a olhos vistos”, pois ela é invariável.
Observe que se trata de uma locução adverbial.
Exemplo:
Marina emagrecia a olhos vistos.
Via de regra
Cuidado com a expressão “via de regra”, pois ela não existe. Use “em
regra”.
Exemplo:
As coisas funcionam, via de regra, assim. (errado)
As coisas funcionam, em regra, assim.
Ter que/ter de
Ambas as expressões “ter que” e “ter de” estão corretas. Entretanto,
prefira o uso de “ter de” quando quiser evitar o uso excessivo da
palavra “que”.
Exemplo:
Eu tenho que preparar o almoço.
Eu tenho de preparar o almoço.
Tem-se
Cuidado com a expressão “tem-se”, pois ela não existe. Use o verbo
“haver”.
Exemplo:
Finalmente, tem-se a conclusão dos fatos. (errado)
Finalmente, há a conclusão dos fatos.
Já
Cuidado com o advérbio de tempo “já”, pois seu emprego para indicar
inclusão não é culto. Use a expressão “por sua vez”.
Exemplo:
Marina é simpática, já a irmã dela é insuportável. (errado)
Marina é simpática, por sua vez a irmã dela é insuportável.
No sentido de
Evite o uso da expressão “no sentido de”, pois é uma estrutura nova
na língua, ainda sem legitimidade, e muitas bancas consideram errado
o seu emprego. Use “para”, “a fim de”, “com o intuito de”.
Vez que
A expressão “vez que” não existe. Use “uma vez que”. Também não
existe “de vez que”. Cuidado com a expressão “eis que”, pois ela
indica sentido de tempo e nunca de causa.
Exemplo:
Vez que Maria ainda não chegou, não sabemos o que fazer. (errado)
Eis que Maria ainda não chegou, não sabemos o que fazer. (errado)
Uma vez que Maria ainda não chegou, não sabemos o que fazer.
Inobstante
Cuidado com a palavra “inobstante”, pois ela não existe, apesar de
ser bastante usada, principalmente no meio jurídico. Use “não
obstante”, “nada obstante”.
Exemplo:
Inobstante Joana ter cobrado as prestações, recebeu apenas parte do
dinheiro. (errado)
Não obstante Joana ter cobrado as prestações, recebeu apenas parte do
dinheiro. (errado)
Entre/Dentre
A palavra “entre” significa “no meio de” e a palavra “dentre” significa
“do meio de”. Assim, o uso da palavra “dentre” é mais raro poucos
são os verbos que a admitem, como “emergir”, “surgir”, “sair”,
“retirar”. Você deve ter bastante cuidado, porque as pessoas
costumam empregar, de forma incorreta, “dentre” em vez de “entre”.
Exemplos:
Dentre os princípios, está o da impessoalidade. (errado)
Entre os princípios, está o da impessoalidade.
Em Brasília, há pontos turísticos: Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada,
Congresso Nacional, dentre outros. (errado)
Em Brasília, há pontos turísticos: Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada,
Congresso Nacional, entre outros.
Dentre as provas, emergiram as que são mais importantes.
Protocolizar/protocolar
Ambas as formas “protocolizar” e “protocolar” estão corretas.
Exemplos:
Marisa protocolou o processo no STF.
Marisa protocolizou o processo no STF.
Às custas de
Não existe a expressão “às custas de”. Use “à custa de” e “a expensas
de”. Cuidado para não fazer confusão com o termo correto “as
custas”.
Exemplos:
A servidora somente conseguiu a função às custas de muito
esforço. (errado)
A servidora somente conseguiu a função à custa de muito esforço.
A servidora somente conseguiu a função a expensas de muito esforço.
Márcio pagou as custas processuais da ação.
Através de
“Através de” indica ideia de “atravessar”, “passar”. Cuidado com isso!
Exemplos:
Através da lei, definiu-se as normas de acesso ao teatro. (errado)
Por meio da lei, definiu-se as normas de acesso ao teatro.
Por intermédio da lei, definiu-se as normas de acesso ao teatro.
Através dos séculos, o mundo progrediu bastante. (noção de “passar”)
Através da lente, foi possível ler aquela minúscula informação. (noção de
atravessar”)
Verbo “intermediar”
Os verbos “intermediar”, “mediar”, “ansiar”, “remediar”, “incendiar”
conjugam-se como “odiar”.
Exemplo:
Geraldo intermedia a negociação. (errado)
Geraldo intermedeia a negociação.
Verbo “possuir”
Cuidado com os verbos “possuir”, “atribuir”, “contribuir”, etc.
Exemplos:
Geraldo possui muitas empresas.
Geraldo a Ana possuem muitas empresas.
Verbo “implicar”
O verbo “implicar” é transitivo direto no sentido de “acarretar”.
Exemplo:
O novo cargo implica responsabilidade.
Acento diferencial
Os vocábulos “pera”, “para”, “polo” e “pelo”, após o novo acordo
ortográfico, não recebem mais o acento diferencial. Entretanto,
“pode” e “por” continuam recebendo.
Tem/têm
A forma verbal “tem” recebe acento se estiver no plural. A mesma
coisa acontece com a forma verbal “vem”. Também tenha cuidado
com a forma verbal “põe”.
Exemplo:
Ele tem uma bonita casa.
Eles têm casas bonitas.
Ela põe muito açúcar no café.
Elas põem muito açúcar no café.
A partir de
Tenha bastante cuidado com a expressão “a partir de”, pois ela
expressa uma ideia temporal apenas.
Exemplo:
A partir do ano de 2015, será necessário cumprir as regras estabelecidas
pela empresa.
Dessa forma, está errado usar a referida expressão quando queremos
expressar ideias diferentes da temporal. Observe:
Exemplo:
A partir de exame realizado, observou-se deficiência em algumas vitaminas.
(errado)
Para corrigir, use expressões como “com base em”, “com fundamento
em”, etc.
Exemplo:
Com base em exame realizado, observou-se deficiência em algumas
vitaminas.
Perante o/perante ao
Tenha bastante cuidado com as expressões “perante o” e “perante
ao”, pois não existe a última.
Exemplo:
Ana falou perante o juiz.
Ana falou perante ao juiz. (errado)
Partícula apassivadora
Cuidado: na voz passiva sintética, o verbo concorda com o sujeito.
Exemplos:
Alugam-se lojas.
Fazem-se consertos.
Cidadão
O plural de “cidadão” é “cidadãos”. Cuidado para não fazer confusão.
Gratuito
Pronunciamos e grafamos corretamente assim: “gratuito”. “Gratuíto”
está errado. Cuidado para não fazer confusão.
Meio ambiente
“Meio ambiente” não se escreve com hífen. Cuidado para não fazer
confusão. Por sua vez, temos: “má-fé”, “boa-fé”, “maus-tratos”,
“bem-estar”.
No/na
Se o verbo termina em “m”, “ão” ou “õe”, os pronomes “o, a, os, as”
assumem as formas “no, na, nos, nas”.
Exemplo:
Ana e Márcia esperavam-no.
Entre mim
Usamos o pronome “mim” e não “eu”, etc. Veja:
Exemplos:
Entre mim e você.
Entre eles e ti.
Verbo “intervir”
Conjugamos o verbo “intervir” como o verbo “vir”.
Exemplo:
Carlos interveio na negociação.
Carlos interviu na negociação. (errado)
Meio
“Meio”, quando funciona como advérbio, é invariável.
Exemplo:
Ana é meio agitada.
Ana é meia agitada. (errado)
A ver/haver
Observe, a seguir, quando usamos “a ver”. “Haver” é verbo.
Exemplos:
O documento não tem nada a ver comigo.
O documento não tem nada haver comigo. (errado)
O documento tem tudo a ver comigo.
O documento tem tudo a ver comigo. (errado)
A/Há
O verbo “haver” é usado para indicar “tempo decorrido” (tal como o
verbo “fazer”) ou para expressar o mesmo valor de “existir”. Ele é
impessoal (invariável) em ambos os casos. Usamos a preposição “a”
para geralmente indicar “tempo futuro” ou “distância”.
Exemplos:
Havia muitos documentos na sala. (= “existir”)
Existiam muitos documentos na sala.
Faz trinta dias que Carlos viajou. (= “tempo decorrido”)
Carlos viajou há trinta dias. (= “tempo decorrido”)
Carlos viajará daqui a poucos dias.
Carlos está a cem metros de onde Maria trabalha.
Atenção: não usamos “Há muitos anos atrás”, pois é uma expressão
tautológica ou pleonástica. “Há” e “atrás” demonstram a mesma coisa,
ou seja, tempo decorrido.
Exemplos:
Maria se formou há dez anos.
Maria se formou dez anos atrás.
Algarismos romanos
Caso o algarismo romano venha antes do substantivo, ele será
sempre ordinal.
Pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento são usados como referência à 2ª pessoa
(pessoa com quem se fala), mas fazemos a concordância sempre na
3ª pessoa.
Exemplo:
Vossa excelência poderá ter o auxílio de seus subordinados.
Muito/bastante/pouco/menos/mais
As palavras “muito”, “bastante”, “pouco”, “menos” e “mais”, se
antecederem o substantivo, serão pronomes indefinidos adjetivos.
Exemplos:
Márcia tem muitos problemas.
Márcia tem bastantes dúvidas.
Grafias corretas
Algumas palavras provocam dúvidas quanto à sua grafia. A seguir,
coloco uma lista, na qual consta a grafia errada entre parênteses.
Exceção (excessão)
Paralisar (paralizar)
Frustrado (frustado)
Empecilho (impecilho)
Invólucro (envólucro)
Calcário (calcáreo)
Adivinhar (advinhar)
Cinquenta (cincoenta)
Beneficente (beneficiente)
Chuchu (xuxu)
Zoar (zuar)
Pichar (pixar)
Ascensão (ascenção)
Sessão/seção/cessão
A palavra “sessão” significa um intervalo de tempo em que alguma
atividade acontece. Pode ser uma reunião, um espetáculo, uma
consulta ou qualquer outra atividade.
Por sua vez, a palavra “seção” ou “secção” expressa sentido de
divisão, departamento, parte de um todo, subdivisão.
Por fim, a palavra “cessão” origina-se do verbo “ceder” e expressa
“doação”, “transferência de posse ou de direito”.
Exemplos:
Hoje teremos sessão noturna na Câmara dos Deputados.
Marisa trabalha na seção de arquitetura do Departamento de Obras.
Ana fará a cessão de seus bens para os seus filhos.
A princípio/em princípio
A expressão “a princípio” significa primeiramente, no início. Por sua
vez, a expressão “em princípio” significa “em tese”, “de forma geral”.
Exemplos:
A princípio, Ana explicou os termos gerais de sua palestra.
Em princípio, Marta concordou com o esquema que sua professora
apresentou.
Por sua vez, “mal” pode ser substantivo abstrato (“a maldade”),
conjunção temporal ou advérbio. Neste último caso, possui valor
oposto de “bem”. Como conjunção temporal possui valor semelhante
a “logo que”, “assim que”.
Exemplos:
O jogador do meu time jogou mal. (advérbio)
Mal ela chegou ao teatro, a peça começou. (conjunção temporal)
O mal é um dos piores problemas da humanidade. (substantivo)
Mais/mas
“Mais” pode ser advérbio de intensidade ou pronome indefinido. Não
se esqueça de que advérbios modificam verbos, adjetivos ou outros
advérbios e que pronomes se conectam a substantivos.
Exemplos:
O time do bairro vizinho possui mais equipamentos. (pronome indefinido)
Ela precisa estudar mais para conseguir fazer uma boa prova. (advérbio de
intensidade)
Atenção!
Observe que algumas vezes o “mas” aparece como palavra denotativa
de ênfase ou de situação.
Exemplos:
Mas quem virá à reunião?
A fim/afim
“A fim” é utilizado em locuções prepositivas (“a fim de”) ou
conjuntivas (“a fim de que”). Ambas as locuções indicam sentido de
finalidade, objetivo. Observe que “a fim de” possui valor semelhante a
“para”.
Exemplos:
A fim de fazer uma boa prova, Bruna estudou bastante.
A fim de que ela ficasse bonita, comprei-lhe uma roupa nova.
Se quer/sequer
A expressão “se quer” é a união da conjunção condicional “se” e do
verbo “querer” conjugado na 3ª pessoa do singular do futuro do
subjuntivo. Note que essa expressão se equivale a “se desejar” e
indica valor hipotético, condicional.
Por sua vez, a palavra “sequer” é um advérbio e expressa “ao
menos”. Ela é muito usada em frases negativas.
Exemplos:
Se quer fazer uma boa prova, estude bastante.
Marisa não fez a prova e nem sequer preocupou-se em contar isso aos pais.
Comentários
Esta questão aborda o uso de “há” e “a”. O comando solicita
que o aluno analise um trecho de texto e verifique se podemos
substituir “a” por “há” e, ainda assim, a sentença terá sua
correção gramatical mantida.
Note que em "há mais de cem anos" o verbo haver é impessoal
(invariável) e indica tempo decorrido, portanto é utilizado na 3ª
pessoa do singular. Por sua vez, na sentença "a mais de cem
anos", há um sujeito (Luiz Alberto Mendes Júnior) e “a” é uma
preposição.
Gabarito: ERRADA
Comentários
Esta questão trata do uso de “tampouco” e “aliás”. O
comando solicita que o aluno analise um trecho de texto e
verifique o sentido desses dois termos.
Vimos que “tampouco” é um advérbio que expressa a mesma
ideia de “também não”. Por sua vez, “aliás” é um advérbio e
introduz ideia de “retificação” ou “por falar nisso”, “a
propósito”.
Gabarito: A
Comentários
Esta questão aborda o uso de algumas palavras que sempre
geram dúvidas. O comando solicita que o aluno analise um
trecho e verifique quais os termos que podem ser encaixados aí
de forma correta.
Temos, assim, quatro termos para examinar. Vamos ver?
Na primeira lacuna, devemos colocar a palavra “assessoria”,
pois as palavras “acessoria” e “acessora” não existem. Observe
que existe a palavra “acessória”, adjetivo que significa “que
segue ou acompanha o principal”.
Na segunda lacuna, deverá ser encaixada a palavra “cessão”,
pois ela significa “ato de ceder”.
Na terceira lacuna, devemos usar “acerca”, pois queremos um
termo que signifique “a respeito de”. Lembre-se de não fazer
confusão entre “acerca” (“a respeito de”), “há cerca de” (faz
aproximadamente”) e “a cerca de” (“a aproximadamente”).
Por último, na quarta lacuna, encaixa-se a palavra “incipiente”
(inicial), e não “insipiente” (ignorante).
Gabarito: A
Comentários
Esta questão aborda o uso de “afim de” e “a fim de”. O
comando solicita que o aluno analise um trecho de texto e
verifique se o emprego da expressão “afim de” está correto.
Aprendemos que “a fim” é utilizado em locuções prepositivas
(“a fim de”) ou conjuntivas (“a fim de que”). Ambas as locuções
indicam sentido de finalidade, objetivo. Observe que “a fim de”
possui valor semelhante a “para”. Por sua vez, “afim” é um
adjetivo e possui valor semelhante a “que é próximo”, “que
possui afinidade”.
Dessa forma, vemos que deveria ter sido usado “a fim de” em
vez de “afim de”, o que torna a questão errada.
Gabarito: ERRADA
Comentários
Esta questão aborda o uso de algumas palavras que sempre
geram dúvidas. O comando solicita que o aluno analise um
trecho e verifique quais os termos que podem ser encaixados aí
de forma correta.
Temos, assim, dez termos para examinar. Vamos ver?
Na primeira lacuna, devemos colocar a palavra “sessão”, pois
ela significa “espaço de tempo destinado à execução de alguma
atividade, como uma reunião”.
Na segunda lacuna, deverá ser encaixado “a”, pois aí
precisamos de um artigo definido.
Na terceira lacuna, devemos usar “cessão”, pois queremos
um termo que signifique “ato de ceder”.
Na quarta lacuna, encaixa-se a palavra “seção”, pois
precisamos de um termo que indique “divisão”, “parte de um
todo”.
Na quinta lacuna, encaixa-se a palavra “porquê”. Note que
deve aí ser colocado um substantivo, determinado pelo artigo
“o”.
Na sexta lacuna, deverá ser encaixada a expressão “a fim de”.
Observe que deve aí ser colocado algum termo que indique
“finalidade”.
Na sétima lacuna, encaixa-se a palavra “há”. Perceba que
deve aí ser escrito algum termo que indique “tempo decorrido”.
Na oitava lacuna, encaixa-se a preposição “a”, que vai indicar
“futuro”.
Na nona lacuna, encaixamos o advérbio “mal” (sentido oposto
de “bem”).
Na décima lacuna, devemos colocar o termo “à”, por causa da
regência do verbo “assistir”.
Gabarito: B
Simulado
QUESTÕES PROPOSTAS
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o
item subsequente.
a “Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas
tantas vezes se desemparelham”;
b) “Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista
nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma
agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o conserto do
automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a festa de aniversário da
criança, as relações com a China, tudo”;
c) “Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós”;
d) “Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da
reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil”;
e) “Entre endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações culinárias,
o autor intercalou o seguinte tópico...”.
Tecnologia
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a
gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele
nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre
o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo
que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou
precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você.
Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige.
Uma tela vazia, muda, nenhuma reação aos nossos comandos digitais, tudo bem.
Quer dizer, você se sente como aquele cara que cantou a secretária eletrônica. É
um vexame privado. Mas quando você o manda fazer alguma coisa, mas manda
errado, ele diz "Errado". Não diz "Burro", mas está implícito. É pior, muito pior. Às
vezes, quando a gente erra, ele faz "bip". Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a
usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele: "Bip!"
"Olha aqui, pessoal: ele errou." "O burro errou!"
Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Sabe muito mais coisa e não tem
nenhum pudor em dizer que sabe. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão
inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas
relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele
tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro igual
a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que você
nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguentava
os humanos por falta de coisa melhor, no momento. E a máquina, mesmo nos seus
instantes de maior impaciência conosco, jamais faria "bip" em público.
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas
dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está
desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos
com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É
outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante. Agora
compreendo o entusiasmo de gente como Millôr Fernandes e Fernando Sabino, que
dividem a sua vida profissional em antes dele e depois dele. Sinto falta do papel e
da fiel Bic, sempre pronta a inserir entre uma linha e outra a palavra que faltou na
hora, e que nele foi substituída por um botão, que, além de mais rápido, jamais nos
sujará os dedos, mas acho que estou sucumbindo. Sei que nunca seremos íntimos,
mesmo porque ele não ia querer se rebaixar a ser meu amigo, mas retiro tudo o
que pensei sobre ele. Claro que você pode concluir que eu só estou querendo
agradá-lo, precavidamente, mas juro que é sincero.
Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador pela primeira vez,
cheguei em casa e bati na minha máquina. Sabendo que ela aguentaria sem
reclamar, como sempre, a pobrezinha.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. O Globo)
Érico Veríssimo nasceu no Rio Grande do Sul (Cruz Alta) em 1905, de família de
tradição e fortuna que repentinamente perdeu o poderio econômico.
a) Ao falar sobre viagens de metrô e avião, lhes notou o autor certa semelhança, o
que o permitiu estabelecer algumas analogias entre as mesmas.
O conceito de brasileiro cordial cai por terra ante a violência que se alastra de norte
a sul do país. Não se fala aqui apenas de atos imoderados como os praticados pelos
black blocs; ou de ação de justiceiros que algemam pessoas a poste; ou de
bandidos que ateiam fogo a ônibus e a seres humanos; ou de sequestros
relâmpagos que assustam cidadãos e lhes limitam o direito de ir e vir; ou de
homicídios que ultrapassam cifras registradas em países em guerra. Fala-se do
crime de racismo. Discriminar adultos e crianças com base na cor da pele é, além de
caduco, inaceitável. Baseia-se no prejulgamento de que há seres superiores e
inferiores não em decorrência de obras por eles realizadas, mas de característica
física biologicamente herdada. Além da punição prevista em lei, impõem-se ações
aptas a evitar que cenas de preconceito se repitam. Entre elas, campanhas
governamentais destinadas à mudança de mentalidade da população. O brasileiro
pode tornar-se cordial de fato. Ser movido pelo coração pressupõe valores
humanistas e democráticos. Conviver com as diferenças é fruto da civilização.
(Adaptado do Correio Braziliense, 18/02/2014.)
III. A beleza mais profunda das coisas naturais nunca o abandonou = Nunca o terá
abandonado a beleza mais profunda das coisas naturais.
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
Não é ruim ter um carro. Não sou inimigo do carro. Eles são maravilhosos para
viajar, sair ____ noite. Mas ____ um confl ito terrível pelo espaço da cidade que
causa um dano ____ qualidade de vida. Se querem ter um carro, tudo bem, mas
para tê-lo deveriam pagar muitos impostos pelo uso, não pela sua posse. Como
cobrar pelo uso? Com pedágios, impostos sobre a gasolina, estacionamentos. ____
mobilidade e os engarrafamentos são dois problemas distintos que se resolvem de
maneiras distintas.
(Adaptado da entrevista de Enrique Peñalosa, urbanista e ex-prefeito de Bogotá, a Ricardo
Ampudia. Vida Simples, setembro 2012, edição 122)
a) a - a - à – A
b) à - há - à - A
c) à - a - à – Há
d) à - há - a - Há
e) a - há - a - À
a)
b)
c)
e)
Ao vender Sochi como sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, o presidente
russo Vladimir Putin prometeu uma experiência única: turistas e atletas poderiam
esquiar nas montanhas, onde é muito frio, e mergulhar em piscinas abertas de
hotéis, onde o clima é mais ameno, no mesmo dia. Sochi é famosa como estância
de veraneio de milionários russos. Pelo fato de o clima na região ser subtropical, a
temperatura prevista para a Olimpíada já estava no limite do aceitável para a
prática de esportes na neve: no inverno, é esperada a média de 6 ºC na altura do
mar Negro, que banha o litoral. O que atletas e turistas encontraram ao chegar a
Sochi, porém, foi um cenário muito mais inusitado. O calor na altura do mar atinge
20 ºC e, nas montanhas, 15 ºC. O calor intenso derreteu a neve nas pistas, forçou o
cancelamento de treinos e prejudicou competições. Por trás dessa surpresa, um
velho conhecido: o aquecimento global, fenômeno responsável por mudanças
climáticas intensas que têm afetado o planeta no último século e que pôde ser
notado em anomalias frequentes nessa última temporada de inverno no Hemisfério
Norte e de verão, no Sul.
Alexandre Salvador e Raquel Beer. Cadê o frio? In: Veja, fev./2014 (com adaptações)
A guerra dos dez anos começou quando um fazendeiro cubano, Carlos Manuel de
Céspedes, e duzentos homens mal armados tomaram a cidade de Santiago e
proclamaram a independência do país em relação à metrópole espanhola. Mas a
Espanha reagiu. Quatro anos depois, Céspedes foi deposto por um tribunal cubano
e, em março de 1874, foi capturado e fuzilado por soldados espanhóis.
Entrementes, ansioso por derrubar medidas espanholas de restrição ao comércio, o
governo americano apoiara abertamente os revolucionários e Nova York, Nova
Orleans e Key West tinham aberto seus portos a milhares de cubanos em fuga. Em
poucos anos Key West transformou-se de uma pequena vila de pescadores numa
importante comunidade produtora de charutos. Despontava a nova capital mundial
do Havana.
Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos levaram com eles a
instituição do “lector”. Uma ilustração da revista Practical Magazine mostra um
desses leitores sentado de pernas cruzadas, óculos e chapéu de abas largas, um
livro nas mãos, enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam charutos com o que
parece ser uma atenção enlevada.
O material dessas leituras em voz alta, decidido de antemão pelos operários (que
pagavam o “lector” do próprio salário), ia de histórias e tratados políticos a
romances e coleções de poesia. Tinham seus prediletos: O conde de Monte Cristo,
de Alexandre Dumas, por exemplo, tornou-se uma escolha tão popular que um
grupo de trabalhadores escreveu ao autor pouco antes da morte dele, em 1870,
pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói para um charuto; Dumas consentiu.
Segundo Mário Sanchez, um pintor de Key West, as leituras decorriam em silêncio
concentrado e não eram permitidos comentários ou questões antes do final da
sessão.
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura.
Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 134-136)
GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E B A A B A C E B B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B A D C C E A B E B
QUESTÕES COMENTADAS
Comentários
Esta questão trata do assunto “derivação imprópria”; vamos
relembrar o que isso significa?
A derivação imprópria ou conversão consiste na mudança da
classe gramatical de uma palavra sem haver alteração na sua
forma. Como exemplo, cito o fenômeno de se antepor um artigo a
qualquer palavra e ela se tornar um substantivo.
Dessa forma, temos, como exemplos, as seguintes passagens:
de substantivos próprios a comuns: damasco;
de substantivos comuns a próprios: Coelho;
de adjetivos a substantivos: capital;
de substantivos a adjetivos: burro;
de substantivos, adjetivos e verbos a interjeições: viva!;
Tecnologia
Comentários
Os certames têm cobrado com frequência questões como esta, de
Coesão Textual.
A coesão é a responsável pela conexão e ligação entre as
partes do texto. Ela efetiva-se por meio dos chamados
mecanismos de coesão textual.
No trecho citado no enunciado, podemos destacar alguns elementos
coesivos bastante utilizados na nossa língua. Antes de analisá-los,
importa tecer alguns comentários sobre coesão.
Comentários
Esta questão aborda o emprego de “advérbios”.
Advérbio é a palavra invariável que modifica o sentido dos
adjetivos, dos verbos e de outros advérbios.
O advérbio indica uma circunstância, veja exemplos:
de afirmação: sim, certamente, realmente, etc.;
Sim, eu já cheguei.
Comentários
Esta questão trata de flexão e concordância verbal. Observe que
o enunciado apresenta cinco alternativas e pede que o candidato
marque aquela que contenha a correta relação entre o verbo em
parênteses e sua concordância em número com o respectivo elemento
sublinhado. Sabemos que a regra geral de concordância verbal é a
seguinte: o verbo se flexiona para concordar em número e em pessoa
com seu sujeito.
Comentários
Esta é uma questão típica de emprego e colocação de pronomes. Na
verdade, o que ela deseja testar é o seu conhecimento sobre o uso
dos pronomes pessoais oblíquos e sua correta colocação.
Os pronomes oblíquos são aqueles que atuam em substituição ao
substantivo, com função sintática de complemento verbal
(objeto direto ou indireto) ou de complemento nominal. Os
oblíquos átonos substituem o substantivo sem o auxílio de
preposição, o que, em tese, dificultaria identificar se atuam como
objeto direto ou objeto indireto.
No entanto, veremos que, para cada pronome oblíquo átono, é
atribuída a função específica ou de objeto direto, ou de objeto
indireto. Observe, a seguir, quais pronomes oblíquos átonos
funcionam como objeto direto1 e quais funcionam como objeto
indireto:
- “O”, “A”, “OS” e “AS”: funcionam apenas como objeto direto.
- “LHE” e “LHES”: funcionam apenas como objeto indireto.
- “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e “VOS”: funcionam tanto como
objeto direto quanto como objeto indireto.
1
O objeto direto completa o verbo sem o uso de preposição, enquanto o objeto
indireto completa o verbo com o uso de preposição.
Comentários
Temos, aqui, uma questão em que são cobrados, ao mesmo tempo,
diversos assuntos de Língua Portuguesa. Para respondê-la, é
necessário ler o texto e localizar, nele, os termos citados em cada
alternativa.
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
Comentários
Esta questão aborda o assunto conversão de vozes verbais. O
enunciado apresenta três sentenças e solicita que o aluno identifique
qual delas foi corretamente reescrita em outra voz verbal.
Vamos ver as sentenças?
Sentença I
Sentença II
O violão sublinha e potencia a voz de Caymmi = A voz de Caymmi é
sublinhada e potenciada pelo violão.
Observe que a primeira oração está na voz ativa. Veja que a segunda
oração está na voz passiva analítica. A transposição foi feita de modo
correto, observe: o tempo verbal (presente do indicativo) foi mantido;
a concordância verbal foi feita do devido modo (3ª pessoa do singular
para concordar com o sujeito “A voz de Caymmi”); o objeto direto “a
voz de Caymmi” foi transformado em sujeito passivo e o sujeito “o
violão” foi transformado em agente da passiva.
Sentença III
A beleza mais profunda das coisas naturais nunca o abandonou =
Nunca o terá abandonado a beleza mais profunda das coisas
naturais.
Observe que a primeira oração está na voz ativa. Veja que a segunda
oração também está na voz ativa. Não houve transposição de voz
nesta opção.
GABARITO: B
Não é ruim ter um carro. Não sou inimigo do carro. Eles são
maravilhosos para viajar, sair ____ noite. Mas ____ um conflito
terrível pelo espaço da cidade que causa um dano ____ qualidade de
vida. Se querem ter um carro, tudo bem, mas para tê-lo deveriam
pagar muitos impostos pelo uso, não pela sua posse. Como cobrar
pelo uso? Com pedágios, impostos sobre a gasolina,
estacionamentos. ____ mobilidade e os engarrafamentos são dois
problemas distintos que se resolvem de maneiras distintas.
a) a - a - à – A
b) à - há - à - A
c) à - a - à – Há
d) à - há - a - Há
e) a - há - a – À
Comentários
Este tipo de questão é muito comum nas provas da ESAF. Aqui, o
examinador exige que o candidato complete as lacunas com a melhor
opção entre as apresentadas: “à”, “a” ou “há”.
Vamos analisar cada lacuna separadamente?
LACUNA 1 – o correto é “sair à noite”. Observa que “à noite” é uma
locução adverbial feminina, nesse caso o uso do acento grave é
obrigatório.
LACUNA 2 – o certo é dizer “mas há um conflito”. Note que o verbo
“haver” é empregado para expressar o mesmo valor de “existir”.
LACUNA 3 – nesta situação é correto preencher a lacuna com “à”:
“que causa um dano à qualidade de vida”. Vamos revisar alguns
conceitos sobre o emprego do acento grave?
Já sabemos que só há crase na junção de duas vogais “A” (as
demais vogais, por sua vez, não formam crase). No caso em questão,
é fácil notar que houve a união de uma vogal “A” (preposição) com
outra vogal “A” (artigo feminino). Isso ocorreu porque a regência do
verbo “CAUSAR” exige complemento preposicionado (“quem causa,
causa algo A alguém”) e porque o complemento “A QUALIDADE” é
formado por artigo feminino “A”.
LACUNA 4 – aqui, estamos diante de um começo de frase em que o
substantivo “mobilidade” exige o emprego anterior do artigo feminino
definido “A”. O emprego da letra maiúscula é obrigatório por tratar-se
de início de frase. Vale observar que o contexto trazido pela frase
afasta o uso do verbo “haver” no sentido de “existir”.
GABARITO: B
Comentários
Para responder questões deste tipo com segurança, é necessário que
você domine a conjugação de verbos irregulares, sobretudo no
tempo futuro do subjuntivo, que costuma causar muitas dúvidas
nos candidatos.
Os verbos “VER” e “VIR” são bastante cobrados em provas, em
razão da frequente confusão realizada entre ambos. Observe o quadro
abaixo, em que eles estão conjugados no futuro do subjuntivo:
ver vir
quando/se eu vir vier
quando/se tu vires vieres
quando/se ele vir vier
quando/se nós virmos viermos
quando/se vós virdes vierdes
quando/se eles virem vierem
requerer
quando/se eu requerer
quando/se tu requereres
quando/se ele requerer
quando/se nós requerermos
quando/se vós requererdes
quando/se eles requererem
Comentários
As orações subordinadas caracterizam-se pela dependência
sintática que possuem em relação a outra oração do mesmo período.
De acordo com a função exercida perante a oração principal, as
orações subordinadas serão nomeadas e classificadas em:
- orações subordinadas substantivas: orações que exercem
alguma função sintática típica de substantivo, quais sejam: sujeito,
objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto,
predicativo e agente da passiva.
- orações subordinadas adjetivas: orações que exercem função
sintática típica de adjetivo, qual seja: adjunto adnominal.
- orações subordinadas adverbiais: orações que exercem função
sintática típica de advérbio, qual seja: adjunto adverbial.
a)
b)
c)
d)
e)
Comentários
A questão pede que o candidato avalie os preenchimentos propostos
em cada alternativa, para assinalar aquelas substituições que sejam
corretas gramaticalmente e que confiram coesão e coerência ao
texto.
Assim, com base no que foi explicado sobre cada caso, temos que a
alternativa D possui as melhores opções para o preenchimento das
lacunas.
GABARITO: D
Comentários
Esta questão trata de pontuação e de orações subordinadas
adjetivas.
Aprendemos que as orações subordinadas adjetivas podem ser
explicativas ou restritivas. Vamos revisar?
Comentários
Nesta questão, vemos que o sujeito de “tem” e de “incide” é o termo
“redução massiva” (terceira pessoa do singular). Portanto, o item
está correto.
Gabarito: CERTO
Comentários
Temos que analisar as palavras apresentadas e verificar se
elas pertencem à mesma classe gramatical.
Veja que “oficialmente” modifica o sentido do verbo “justificar”,
portanto é um advérbio.
Como aprendemos, advérbio é a palavra invariável que modifica o
sentido dos adjetivos, dos verbos e de outros advérbios.
Por sua vez, “permanente” está ligada ao substantivo “risco”, assim é
um adjetivo.
Adjetivo é a palavra variável que acompanha o substantivo para
precisar-lhe e modificar-lhe o significado. Assim, o adjetivo expressa
as qualidades, defeitos ou características de um substantivo.
Gabarito: ERRADO
Afirma-se corretamente:
Comentários
Esta questão pede que o candidato analise as diferentes funções do
vocábulo “QUE” na nossa língua. Vamos examinar cada alternativa
separadamente.
Comentários
Um grande abraço,
Professora Ludimila