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AULA 04
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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 04
AULA 04
SUMÁRIO PÁGINA
1. Pronomes 03
1.1 Conceito e Classificações 03
1.2 Pronomes Pessoais 04
1.3 Pronomes Demonstrativos 17
1.4 Pronomes Indefinidos 22
1.5 Pronomes Possessivos 29
1.6 Pronomes Relativos 31
1.7 Pronomes Interrogativos 40
2. Colocação Pronominal 41
2.1 Conceitos e Aspectos Gerais 41
2.2 Regras 43
Questões Propostas 57
Gabarito 69
Questões Comentadas 69
Pronomes
Já tivemos, na aula anterior, uma noção geral sobre cada uma dessas
classes de pronomes. Na aula de hoje, iremos aprofundar o assunto e
trazer exemplos e questões que ajudarão você a se preparar para a
cobrança nos certames.
PRONOMES PESSOAIS
OBLÍQUOS
RETOS
Átonos Tônicos
EU ME MIM, COMIGO
TU TE TI, CONTIGO
ELE O, A, LHE, SE SI, CONSIGO, ELE, ELA
NÓS NOS CONOSCO, NÓS
VÓS VOS CONVOSCO, VÓS
ELES OS, AS, LHES, SE SI, CONSIGO, ELES, ELAS
Para que você não se confunda, mais uma vez, digo: pronomes
retos funcionam como sujeito (ou predicativo) e NÃO são
regidos por preposição. Algumas vezes, a preposição é
colocada antes do pronome reto para iniciar orações
subordinadas, e não em função de sua regência.
Exemplos:
Disseram a eles que não haverá festa. (“eles” é pronome oblíquo)
João deu muita força para nós. (“nós” é pronome oblíquo)
Exemplos:
Ofereceram um presente para João. / Ofereceram um presente para
ele.
Pedro não nos fez favores.
Espero que todos estejam satisfeitos conosco.
Maria perguntou-me sobre você.
1
O objeto direto completa o verbo sem o uso de preposição, enquanto o objeto
indireto completa o verbo com o uso de preposição.
Comentários
Esta questão testa seus conhecimentos acerca da função
sintática dos pronomes oblíquos átonos. Vimos, acima, que os
pronomes “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam apenas como
objeto direto; que os pronomes “LHE” e “LHES” funcionam
apenas como objeto indireto; e que os pronomes “ME”,
“TE”, “SE”, “NOS” e “VOS” funcionam tanto como objeto
direto quanto como objeto indireto.
Assim, vamos analisar cada alternativa acima, a fim de
encontrar aquela em que o pronome oblíquo átono foi
empregado de forma INCORRETA.
Alternativa A – No trecho, vemos que o termo “seu ser”
completa o verbo “mantém” sem o uso da preposição (quem
mantém, mantém algo). Assim, “seu ser” funciona como
objeto direto, e o pronome que o substitui também deve sê-
lo. Sabemos que o pronome oblíquo átono “LHE” só
funciona como objeto indireto, razão pela qual esta é a
alternativa incorreta.
Alternativa B – Nesta alternativa, ao contrário da anterior, o
pronome “LHE” foi empregado corretamente, pois
substitui o termo preposicionado “a uma mulher”, objeto
indireto.
Alternativa C – O pronome oblíquo átono “OS” está
empregado adequadamente, com função de objeto direto,
uma vez que o termo substituído (“acontecimentos passados”)
Exemplos:
O café manchou-me a camisa. (O café manchou a minha camisa)
Roubaram-lhe a joia. (Roubaram a sua joia)
OBSERVAÇÃO 2:
Os pronomes oblíquos átonos “O”, “A”, “OS”, “AS”, se ligados por
hífen a verbos terminados em “R”, “S” e “Z”, assumem as formas
“LO”, “LA”, “LOS”, “LAS”.
Exemplos:
É preciso estudar o assunto. / É preciso estudá-lo.
Fazer o dever será difícil. / Fazê-lo será difícil.
Fiz os aperitivos rapidamente. / Fi-los rapidamente.
Queremos as nossas roupas. / Queremo-las.
Comentários
Esta questão testa seus conhecimentos acerca da função
sintática dos pronomes oblíquos átonos, bem como acerca do
emprego das formas pronominais variadas “LO(s)”, “LA(s)”,
“NO(s)”, “NA(s)”.
Os pronomes oblíquos átonos “O”, “A”, “OS”, “AS”, se
ligados por hífen a verbos terminados em “R”, “S” e “Z”,
assumem as formas “LO”, “LA”, “LOS”, “LAS”; se ligados
por hífen a verbos terminados em “AM”, “EM”, “ÃO”,
“ÕE”, esses mesmos oblíquos assumem as formas “NO”,
“NA”, “NOS”, “NAS”.
Exemplos:
Eles trouxeram presentes para ti.
Eu pedi que não fossem sem mim.
Ela quer falar conosco amanhã. (preposição “com” embutida)
Exemplos:
João encontrou-os na festa.
João encontrou todos eles na festa.
João encontrou apenas eles na festa.
João encontrou só eles na festa.
João encontrou eles dois na festa.
Assim, note que é incorreto dizer “eu vi ele ontem”, uma vez que o
pronome “ELE” não exerce função de objeto direto sem o auxílio das
palavras acima. Nesses casos, usaremos um pronome oblíquo que não
exija o emprego da preposição (um pronome oblíquo átono). O
correto é dizer, portanto, “eu o vi ontem”.
Exemplos:
Necessitamos deles. (pronome oblíquo)
Acreditamos nelas. (pronome oblíquo)
Outros casos:
Antes de encerrarmos o assunto sobre pronomes pessoais, vale trazer
uma classificação adotada por certos gramáticos que pode ser
cobrada por algumas bancas de concursos.
Os pronomes oblíquos podem ter um caráter reflexivo. Nesse
caso, o pronome indicará que o sujeito será agente e também
paciente da ação praticada por ele próprio. Essa voz reflexiva será
melhor explorada na Aula 05, ao tratarmos de vozes verbais, contudo
é importante fazermos uma breve introdução ao tema. O pronome
oblíquo reflexivo concorda com a pessoa que ele acompanha, para
conferir uma ideia de a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a
nós mesmos, a vós mesmos, a si mesmos.
Observação: a construção reflexiva do pronome “se” será estudada de
modo aprofundado na Aula 09, ao tratarmos de particularidades
léxicas e gramaticais.
Exemplos:
Eu me machuquei. (Eu machuquei a mim mesmo.)
O rapaz atirou-se do prédio. (O rapaz atirou a si mesmo.)
Exemplos:
Eles se beijaram.
Ambos enganaram-se.
RESUMO
PRONOMES DE TRATAMENTO:
Exemplos:
Vossa Excelência poderia, por obséquio, apreciar o recurso?
Vossas Majestades fizeram excelentes discursos, parabéns!
Comentários
A questão está ERRADA, pois, como aprendemos agora, o
pronome de tratamento em referência a reitores de
universidade é Vossa Magnificência.
GABARITO: ERRADO
Pronomes demonstrativos
Variáveis
Invariáveis
Masculinos Femininos
1ª pessoa este, estes esta, estas isto
2ª pessoa esse, esses essa, essas isso
3ª pessoa aquele, aqueles aquela, aquelas aquilo
GABARITO: ERRADO
Exemplos:
Todos ficaram indignados com o que ele disse. (“aquilo que ele disse”)
Os candidatos que estudam português são os que obtêm boas notas.
(“aqueles que obtêm boas notas”)
Se ele sair cedo, eu também o farei. (“eu também farei aquilo”)
Exemplos:
A minha voz é mais suave que a sua. (“A minha voz é mais suave que
a sua voz.”)
Exemplos:
Eles não aprovam tal comportamento.
Eles não aprovam semelhante comportamento.
Tal foi a música à qual me referi ontem.
Exemplos:
Foram eles mesmos que fizeram a reforma. (“eles em pessoa”)
Faça a mesma atividade muitas vezes. (“a idêntica atividade”)
Temos que seguir nossos próprios objetivos. (“nossos exatos
objetivos”)
Elas próprias compareceram ao encontro. (“elas em pessoa”)
Exemplos:
Mesmo ela, especialista no assunto, errou a questão. (“até ela”)
Eles não estão errados mesmo. (“Eles não estão errados realmente.”)
Exemplos:
Os pronomes demonstrativos são, em geral, variáveis, isto é,
flexionam-se para concordar com o termo ao qual se referem.
Os pronomes demonstrativos são, em geral, variáveis, por isso,
devemos estar atentos à correta concordância.
O Brasil empatou no último jogo da Copa. Dessa maneira, poderá
não se classificar para a próxima fase.
O Brasil empatou no último jogo da Copa. Dessa forma, poderá não
se classificar para a próxima fase.
O Brasil empatou no último jogo da Copa. Desse modo, poderá não
se classificar para a próxima fase.
“QUALQUER”
Exemplos:
Qualquer candidato acertaria essa questão. (“todo candidato”)
Eu prefiro você a quaisquer outros amigos. (“a todos os outros”)
Pegue qualquer caneta e escreva o recado. (“alguma caneta”)
“MAIS” E “MENOS”
Exemplos:
Mais brasileiros estão engajados nas questões sociais.
Ele comeu menos lasanha que você.
Tenho poucos sapatos; quero mais.
Exemplos:
Eles ficaram mais aflitos após a notícia. (advérbio de intensidade)
Maria não mora mais aqui. (advérbio de tempo)
Eu como menos quando estou tranquilo. (advérbio de intensidade)
Exemplos:
Eu prefiro você a muitos amigos.
Pouca gente acertaria essa questão.
Fiz bastantes questões de ortografia.
Exemplos:
A polícia chegou muito rapidamente.
Aquelas coxinhas são pouco salgadas.
Os atletas suaram bastante.
Exemplos:
Não me aborreço com coisa pouca. (“pequena”)
Aquilo foi bastante para me convencer. (“suficiente”)
CERTO
Exemplos:
“Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim.”
Ele tem certa afinidade com pessoas generosas.
Exemplos:
Essas cartas não possuem destinatários certos. (“exatos”)
Marque as alternativas certas. (“corretas”)
OUTRO
Exemplos:
Uma ou outra pessoa atravessava a ponte.
Uns acordam cedo, enquanto outros dormem até tarde.
Exemplos:
Outros casos de emprego dos pronomes serão estudados. (“novos”)
Ela voltou outra das férias. (“diferente”)
Depois disso, todos possuem outra opinião sobre João. (“diferente”)
TODO
Exemplos:
Toda cidade tem suas características. (todas as cidades)
Toda a cidade necessita de melhorias. (a cidade inteira)
Meu corpo todo está doendo.
Brigou com os amigos todos.
Exemplos:
Ela está toda bonita.
Fiquei todo assustado.
TUDO
Exemplos:
Eu faria tudo por você. (pronome indefinido substantivo)
Tudo o que fiz foi por você. (pronome indefinido adjetivo)
Ele via novela; tudo o mais o chateava. (pronome indefinido adjetivo)
Tudo isso pode ser resolvido. (pronome indefinido adjetivo)
ALGUM
Exemplos:
Algumas vezes, ele sentia saudades da mãe. (“umas vezes”)
Melhor comermos alguma coisa antes. (“qualquer coisa”)
Demorei algum tempo para perdoar Maria. (“certo tempo”)
Aquela criança não dava trabalho algum. (“nenhum”)
Ficamos sem dinheiro algum. (“nenhum”)
Exemplos:
Cada um dos alunos presentes aprendeu o assunto ensinado.
Algum de nós terá que trabalhar no feriado.
PRONOMES POSSESSIVOS
1ª pessoa meu, minha, meus, minhas
Singular 2ª pessoa teu, tua, teus, tuas
3ª pessoa seu, sua, seus, suas
1ª pessoa nosso, nossa, nossos, nossas
Plural 2ª pessoa vosso, vossa, vossos, vossas
3ª pessoa seu, sua, seus, suas
Exemplos:
As irmãs e sua mãe saíram cedo para a missa. (sua mãe = a mãe das
meninas)
Ela penteou seus cabelos e saiu. (seus cabelos = os cabelos dela)
OBSERVAÇÃO 1:
Se o pronome possessivo acompanhar um substantivo
(pronome possessivo adjetivo) é facultado que se use ou não o
artigo antes.
Ex: Não vi seu irmão na festa. / Não vi o seu irmão na festa.
Se, por outro lado, o pronome possessivo substituir um
substantivo (pronome possessivo substantivo), deve-se
obrigatoriamente usar o artigo antes.
Ex: Peguei (a) minha camisa, mas não encontrei a sua.
OBSERVAÇÃO 2:
Conforme vimos, na parte da aula atinente aos pronomes pessoais
oblíquos, os pronomes “ME”, “TE”, “LHE(s)”, “NOS”, “VOS”
podem funcionar também como pronomes possessivos. Note que,
nesses casos, os pronomes podem ser substituídos pelos possessivos
típicos, conforme mostrado nos exemplos a seguir.
Exemplos:
O café manchou-me a camisa. (“manchou a minha camisa”)
O gato viu Maria e agarrou-lhe a perna. (“agarrou a perna dela”,
“agarrou sua perna”)
Comer salada não nos prejudica a saúde. (“não prejudica a nossa
saúde”)
OBSERVAÇÃO 3:
Há casos em que a posição do pronome possessivo (se antes
ou se depois do substantivo) altera o sentido da frase. Observe:
Exemplos:
O meu livro. (possuo o livro)
O livro meu. (possuo a autoria do livro)
Suas notícias. (notícias dadas por você)
Notícias suas. (notícias sobre você)
PRONOMES RELATIVOS
INVARIÁVEIS VARIÁVEIS
que o qual, a qual, os quais, as quais
quem cujo, cuja, cujos, cujas
onde quanto, quanta, quantos, quantas
O concurso sobre o qual lhe falei foi adiado. (e não “sobre o que”)
Essa é a mesquita perante a qual me ajoelhei. (e não “perante que”)
As intempéries, contra as quais lutou bravamente, derrotaram-no. (e
não “contra que”)
Por fim, vale dizer, os pronomes relativos aqui analisados (“o qual”,
“a qual”, “os quais” e “as quais”) são ótimos parâmetros para
avaliarmos se outros termos estão exercendo função de pronome
relativo. Assim, caso você consiga substituir esses termos por uma
das formas variáveis acima, você estará diante de um pronome
relativo.
Dito isso, passemos à análise do pronome “QUE”, um dos
“queridinhos” das provas de concurso.
Apesar do cansaço, optou por caminhar pelas ruas da cidade, que era
seu grande hábito.
Ele fez tudo quanto pôde para agradá-la e não obteve sucesso.
Me dediquei bastante à resolução de questões. Fiz tantas quantas
foram necessárias.
Mais exemplos:
A cliente cujo pagamento foi recusado retornou. (cujo pagamento = o
pagamento da cliente)
A porta cujo parafuso está enferrujado emperrou. (cujo parafuso = o
parafuso da porta)
Jamais diga:
A cliente cujo o pagamento foi recusado retornou. ERRADO
Mais exemplos:
Você é a pessoa de cuja sensatez eu dependo.
Você é a pessoa / eu dependo da sensatez da pessoa.
A casa, para cujo endereço enviei a encomenda, foi demolida.
A casa foi demolida / enviei a encomenda para o endereço da casa.
COMO
O vocábulo “COMO” terá função de pronome relativo se retomar um
termo que indique “modo, maneira, jeito, forma”. Nesse caso,
poderá ser substituído por “segundo o qual” ou “pelo qual”.
QUANDO
O vocábulo “QUANDO” terá função de pronome relativo se retomar
um termo que indique, sintática e semanticamente, a ideia de tempo.
Nesse caso, poderá ser substituído por “em que”.
Colocação Pronominal
Fica claro, nos períodos acima, que os pronomes oblíquos átonos não
seguem uma regra única, como os pronomes oblíquos tônicos. A
posição dos pronomes oblíquos átonos na frase, com relação ao
verbo, poderá variar de três maneiras.
2. Regras
- Pronomes interrogativos
- Numeral “AMBOS”
OBSERVAÇÃO:
Se houver uma expressão intercalada, por meio de vírgulas,
entre o termo atrativo e o verbo, será facultado ocorrer
próclise ou ênclise. Isso vale para todas as partículas atrativas
mencionadas acima. Observe:
Deus o abençoe.
Que besteira você lhe disse!
Vou me vingar!
Nós o aclamávamos.
REGRAS PROIBITIVAS:
USO DA MESÓCLISE:
Comprarei o livro.
Comprá-lo-ei.
Observação: o uso, aqui, da próclise é proibido, uma vez que não se pode iniciar
período com pronome oblíquo átono.
Compraria o livro.
Comprá-lo-ia.
Observação: o uso, aqui, da próclise é proibido, uma vez que não se pode iniciar
período com pronome oblíquo átono.
OBSERVAÇÃO:
Sem palavra atrativa que force a próclise, será facultativo o
uso da próclise ou da mesóclise (nunca da ênclise).
ATENÇÃO!
Se, apesar de o verbo estar em um dos tempos acima (futuro do
presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo), houver a
presença de um dos casos obrigatórios de próclise (partícula
atrativa), usaremos a PRÓCLISE.
Comentários
A questão pede que você julgue (como certa ou errada, do
ponto de vista gramatical) o deslocamento do pronome oblíquo
átono “LHES” para antes da forma verbal “ATEOU”.
Aprendemos, agora, que a regra geral de Colocação
Pronominal é a ênclise (o pronome posicionado após o
verbo). Há, no entanto, casos em que haverá a
obrigatoriedade da próclise (o pronome posicionado
antes do verbo).
Um desses casos (de próclise obrigatória) é a presença de
pronome demonstrativo, que funciona como partícula
atrativa, puxando o pronome para antes do verbo.
Observe que, no trecho retirado do texto de Rachel de Queiroz
e Heloísa Buarque de Hollanda, há a presença da partícula
atrativa, pois a palavra “PRÓPRIA” está funcionando como
pronome demonstrativo na oração (veja que o termo
“PRÓPRIA” pode ser substituído por “em pessoa”, o que garante
que se trata de pronome demonstrativo).
No entanto, apesar da obrigatoriedade da próclise, as autoras
optaram por usar a ênclise:
(...) ela própria ateou-lhes fogo (...).
Por via das dúvidas, aconselho a você que evite essa colocação, se
estiver redigindo um texto formal.
NO INFINITIVO
VERBO AUXILIAR + VERBO PRINCIPAL NO GERÚNDIO
NO PARTICÍPIO
OBSERVAÇÃO:
Para finalizar nossa aula de hoje, vamos analisar a seguinte situação:
locução formada por VERBO AUXILIAR + PREPOSIÇÃO + VERBO
PRINCIPAL. Nesses casos, o pronome será posicionado conforme as
mesmas regras acima. Veja:
Comentários
A questão pede que você julgue (como certo ou errado, do
ponto de vista gramatical) o deslocamento do pronome “se”
para depois do verbo “parecer”, na locução verbal “começam
a parecer-se”.
Acabamos de aprender como posicionar corretamente o
pronome oblíquo átono na locução verbal em que há, entre os
verbos, a presença de uma preposição.
Nesse tipo de locução (em que existe a preposição entre
os verbos) haverá uma proibição adicional: não se usará
a ênclise ao verbo auxiliar. Portanto, seria errado dizer
“começam-se a parecer”. No mais, seguiremos as mesmas
regras indicadas para quaisquer locuções verbais.
Trata-se de locução formada por VERBO AUXILIAR +
INFINITIVO, caso em que são permitidas todas as quatro
posições do pronome. EXCETO: se o pronome iniciar o
período (caso em que a próclise ao verbo auxiliar será
vedada) e se houver partícula atrativa antes do verbo
auxiliar (caso em que a ênclise ao verbo auxiliar será
vedada).
Assim, nada impede a ênclise ao verbo principal, que será
possível na frase “começam a parecer-se”, de modo que a
afirmativa está CORRETA.
GABARITO: CERTO
QUESTÕES PROPOSTAS
A GRATIDÃO
Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo tempo que possa ser
dispensado à sua leitura. Falam-nos de gratidão e poderão fazer-nos pensar no
quanto a gratidão fará, ou não, parte das nossas vidas. Estou certo de que sabereis
extrair a moral da história. Uma brasileira, sobrevivente de um campo de extermínio
nazista, contou que, por duas vezes, esteve numa fila que a encaminhava para a
câmara de gás. E que, nas duas vezes, o mesmo soldado alemão a retirou da fila.
Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal na França. Quando as tropas de
Hitler invadiram o país, Salazar ordenou que não se concedesse visto para quem
tentasse fugir do nazismo. Contrariando o ditador, Aristides salvou dez mil judeus
de uma morte certa. Pagou bem caro pela sua atitude humanitária. Salazar
destituiu-o do cargo e o fez viver na miséria até o fim da vida. Diz um provérbio
judeu que “quem salva uma vida salva a humanidade”. Em sinal de gratidão, há
vinte árvores plantadas em sua memória no Memorial do Holocausto, em Jerusalém.
E Aristides recebeu dos israelenses o título de “Justo entre as Nações”, o que
equivale a uma canonização católica. Quando um empregado de um frigorífico foi
inspecionar a câmara frigorífica, a porta se fechou e ele ficou preso dentro dela.
Bateu na porta, gritou por socorro, mas todos haviam ido para suas casas. Já
estava muito debilitado pela baixa temperatura, quando a porta se abriu e o vigia o
resgatou com vida. Perguntaram ao vigia-salvador: Por que foi abrir a porta da
câmara, se isso não fazia parte de sua rotina de trabalho? Ele explicou: Trabalho
nesta empresa há 35 anos, vejo centenas de empregados que entram e saem, todos
os dias, e esse é o único funcionário que me cumprimenta ao chegar e se despede
ao sair. Hoje ele me disse “bom dia” ao chegar. E não percebi que se despedisse de
mim. Imaginei que poderia lhe ter acontecido algo. Por isso o procurei e o encontrei.
Talvez a gratidão devesse ser uma rotina nas nossas vidas, algo indissociável da
relação humana, mas talvez ande arredada dos nossos cotidianos, dos nossos
gestos. E se começássemos cada dia dando gracias a la vida, como faria a Violeta?
(José Pacheco, Dicionário de valores.)
Apesar de os afilhados saberem que o padrinho não iria enfrentar nenhum litígio,
principalmente depois de viver a intensa experiência do coma, retiveram os
documentos que entregara a eles por ocasião da venda da mansão, e o fizeram a
fim de reivindicar um valor mais alto para a negociação. Eram tantos os prós da
venda, neles inclusos a vultosa soma que receberiam, que todos os parentes
endossaram a iniciativa do velho senhor, mas, ao mesmo tempo, quiseram reforçar
sua dúvida quanto ao destino da quantia apurada, não tanto por verem que as
possibilidades eram muitas, mas principalmente por reconhecerem sua incapacidade
de lidar com aplicações financeiras.
Blogs e Colunistas
Sérgio Rodrigues
Sobre palavras
Nossa língua escrita e falada numa abordagem irreverente
02/02/2012
Consultório
‘No aguardo’, isso está certo?
“Parece que virou praga: de dez e-mails de trabalho que me chegam, sete ou oito
terminam dizendo ‘no aguardo de um retorno’! Ou outra frase parecida com esta,
mas sempre incluindo a palavra ‘aguardo’. Isso está certo? Que diabo de palavra é
esse ‘aguardo’ que não é verbo? Gostaria de conhecer suas considerações a
respeito.”
(Virgílio Mendes Neto)
Virgílio tem razão: uma praga de “no aguardo” anda infestando nossa língua.
Convém tomar cuidado, nem que seja por educação: antes de entrarmos nos
aspectos propriamente linguísticos da questão, vale refletir por um minuto sobre o
que há de rude numa fórmula de comunicação que poderia ser traduzida mais ou
menos assim: “Estou aqui esperando, vê se responde logo!”.
(Onde terá ido parar um clichê consagrado da polidez como “Agradeço
antecipadamente sua resposta”? Resposta possível: foi aposentado
compulsoriamente ao lado de outros bordados verbais do tempo das cartas
manuscritas, porque o meio digital privilegia as mensagens diretas e não tem
A maturidade do internetês
O internetês, a grafia popularizada pela Internet, vai além das abreviações e
consolida estilo informal e afetivo da comunicação escrita.
Desde a popularização da Internet, em meados da década passada, muita coisa
mudou nos hábitos de escrita e comunicação. Os e-mails, as salas de bate-papo, os
comunicadores instantâneos (MSN), os blogs e as redes sociais (Orkut, Facebook)
são populares entre os adolescentes. Estima-se em 40 milhões o número de
internautas no Brasil.
Muitas pessoas veem no internetês um mal, acreditam no comprometimento da
forma padrão da língua. Outras pessoas, entretanto, dizem que a Internet não tem
culpa, pois haverá sempre a separação entre a língua coloquial e a formal.
Já que o avanço tecnológico é um processo irreversível e deixa marcas na
linguagem, cabe aos pais, aos professores e aos educadores orientar os alunos para
que o interesse virtual reverta-se em produção escrita, não importando se os textos
produzidos forem a tinta ou digitados no computador.
(Edgard Murano. A maturidade do internetês. In: Revista Língua Portuguesa. Osasco –
SP, ano 3, n.º 40. fev. 2009, p. 25-7.) (com adaptações)
Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-nos a vila de São Paulo como
centro de amplo sistema de estradas expandindo-se rumo ao sertão e à costa. Os
toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não raro, quem pretenda
servir-se desses documentos para a elucidação de algum ponto obscuro de nossa
geografia histórica. Recordam-nos, entretanto, a singular importância dessas
estradas para a região de Piratininga, cujos destinos aparecem assim representados
em um panorama simbólico. Neste caso, como em quase tudo, os adventícios
deveram habituar-se às soluções e muitas vezes aos recursos materiais dos
primitivos moradores da terra. Às estreitas veredas e atalhos que estes tinham
aberto para uso próprio, nada acrescentariam aqueles de considerável, ao menos
durante os primeiros tempos. Para o sertanista branco ou mamaluco, o incipiente
sistema de viação que aqui encontrou foi um auxiliar tão prestimoso e necessário
quanto o fora para o indígena. Donos de uma capacidade de orientação nas brenhas
selvagens, em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mestre e
colaborador inigualável nas entradas, sabiam os paulistas como transpor pelas
passagens mais convenientes as matas espessas ou as montanhas aprumadas, e
como escolher sítio para fazer pouso e plantar mantimentos. Eram de vária espécie
esses tênues e rudimentares caminhos de índios. Quando em terreno fragoso e bem
vestido, distinguiam- se graças aos galhos cortados a mão de espaço a espaço. Uma
sequência de tais galhos, em qualquer floresta, podia significar uma pista. Nas
expedições breves serviam de balizas ou mostradores para a volta. Era o processo
chamado ibapaá, segundo Montoya, caapeno, segundo o padre João Daniel,
cuapaba, segundo Martius, ou ainda caapepena, segundo Stradelli: talvez o mais
generalizado, não só no Brasil como em quase todo o continente americano. Onde
houvesse arvoredo grosso, os caminhos eram comumente assinalados a golpes de
machado nos troncos mais robustos. Em campos extensos, chegavam em alguns
casos a extremos de sutileza. Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na
serra de Tunuí: constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes
desiguais, a maior metida na terra, e a outra, em ângulo reto com a primeira,
mostrando o rio. Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o sinal.
(Sérgio Buarque de Holanda. Caminhos e fronteiras. 3.ed. S. Paulo: Cia. das Letras, 1994.
p.19-20.)
Último Desejo
Nosso amor que eu não esqueço
E que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete
Sem luar, sem violão
Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir
Que você lhe diga
Se você me quer ou não
Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim
Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim
(Noel Rosa)
a) Sete
b) Seis
c) Oito
d) Cinco
A lacuna na frase “Um prefácio para o qual nossa inteira atenção esteja
voltada certamente conterá qualidades ______ força é impossível resistir.”
preenche-se adequadamente pelo seguinte elemento:
a) a cuja
b) de cuja a
c) por cuja
d) de que a
e) das quais a
Perigosa Intolerância
Recentemente, em "Avenida Brasil" - brilhante novela de João Emanuel Carneiro -
era possível acompanhar uma trama que unia dois homens e uma mulher, e outra
que abordava o casamento entre um homem e três mulheres. Neste segundo
caso, com direito a vestidos nas noivas e beijos enfileirados lado a lado.
Esse fato não provocou o menor alvoroço na sociedade como causa a
manifestação de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo. Paradoxalmente,
por algum critério de moralismo seletivo, o tal "beijo gay" ainda continua sendo um
tabu.
Sou casado há 17 anos. Uma relação pública abençoada por toda nossa família. É
importante ressaltar que casamento civil nada tem a ver com nenhuma cerimônia
religiosa. A definição de casamento, segundo o Código Civil, art. 1511: "O
casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e
deveres dos cônjuges".
Por que, afinal, as pessoas querem se casar? Porque em nosso país cidadãos que se
unem para dividir uma vida em comum só têm a ampla proteção, em direitos e
deveres, se realizado o casamento civil, estabelecido no Código Civil. 0 ministro Luiz
Felipe Salomão, do STJ, em decisão sobre casamento civil, declarou em seu voto:
"Com efeito, se é verdade que o casamento civil é a forma pela qual o Estado
melhor protege a família, e sendo múltiplos os 'arranjos' familiares reconhecidos
pela Carta Magna, não há de ser negada essa via a nenhuma família que por ela
optar, independentemente da orientação sexual dos partícipes, uma vez que as
famílias constituídas por pares homoafetivos possuem os mesmos núcleos, a
dignidade das pessoas de seus membros e o afeto".
"Neste segundo caso, com direito a vestidos nas noivas e beijos enfileirados lado a
lado. Esse fato não provocou o menor alvoroço na sociedade como causa a
manifestação de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo". (trecho em negrito no
texto).
Com o advento do Estado Social e Democrático de Direito, ganhou força a tese que
defende a necessidade de interpretar a relação jurídica tributária de forma
contextualizada com o valor constitucional da solidariedade social. Isso não
significa, porém, que a busca da solidariedade social prevalecerá sempre sobre
todas as demais normas constitucionais, pois sempre existirão situações em que
restará configurada a supremacia de outros valores, também positivados no texto
constitucional.
A solidariedade de que trata a Constituição, no entanto, é a solidariedade genérica,
referente à sociedade como um todo, em oposição à solidariedade de grupos sociais
homogêneos, a qual se refere a direitos e deveres de um grupo social específico. Por
força da solidariedade genérica, é lógico concluir que cabe a cada cidadão brasileiro
dar a sua contribuição para o financiamento do “Estado Social e Tributário de
Direito”.
Nossa espécie passou os últimos 150 mil anos melhorando o cérebro. Mas uma
pesquisa recém-publicada por uma equipe da Universidade de Cambridge reforçou
uma tese recorrente na neurociência: a de que nossa inteligência chegou a seu
limite. Os estudos ainda devem prosseguir para confirmá-la, mas esse trabalho,
somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos, não deixa margem para
muitas dúvidas.
Se evoluísse ainda mais, nosso sistema nervoso passaria a consumir energia e
oxigênio a tal ponto que atrapalharia o funcionamento do resto do organismo — e
isso nunca vai acontecer porque nos inviabilizaria como espécie. Depois de uma
longa evolução, nos últimos duzentos anos chegamos ao limite da inteligência.
Existe no nosso corpo uma espécie de balança comercial de energia. O custo
mínimo não nos deixa muito inteligentes, enquanto o investimento máximo custa
caro demais para o organismo. Em nossa história evolutiva, caminhamos para
melhorar nossas conexões cerebrais, mas há um momento em que o custo para
manter o sistema nervoso causaria uma pane nos outros órgãos, ou seja: chegamos
a um ponto em que ser ainda mais esperto significa ter um organismo que vai
funcionar mal.
Ed Bullmore. Nosso cérebro chegou ao limite. In: Galileu. Internet:
<http://revistagalileu.globo.com> (com adaptações)
No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos”
(sublinhado no texto), o elemento “aos” poderia ser corretamente substituído
por àqueles.
A relação do baiano Dorival Caymmi com a música teve início quando, ainda
menino, cantava no coro da igreja com voz de baixo-cantante. Esse pontapé inicial
foi o estímulo necessário para a construção, já em terras cariocas, entre reis e
rainhas do rádio, de um estilo inconfundível quase sem seguidores na música
popular brasileira.
No Rio, em 1938, depois de pegar um lia (navios que faziam transporte de
passageiros do norte do país em direção ao sul) em busca de melhores
oportunidades de emprego, Dorival Caymmi chegou a pensar em ser jornalista e
ilustrador. No entanto, para felicidade de seu amigo Jorge Amado, acabou sendo
cooptado pelo mar de melodias e poesias que circulava em seu rico processo de
criação.
A obra de Caymmi é equilibrada peta qualidade: melodia e letra apresentam um
grande poder de sintetizar o simples, eternizar o regional, declarar em música as
tradições de sua amada Bahia. O mar, Itapoã, as festas do Bonfim e da Conceição
da Praia, os fortes em ruínas, tudo sobrevive em Caymmi, que cresceu ouvindo
histórias nas praias da Bahia, junto aos pescadores, convivendo com o drama das
mulheres que esperam seus maridos voltarem (ou não) em saveiros e jangadas.
(André Diniz. Almanaque do samba. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed., 2006, p. 78)
...embutir ao longo dos oito lados da cúpula nove anéis circulares horizontais –
referência aos círculos que compõem o Paraíso na Divina Comédia de Dante
Alighieri. Os anéis neutralizam as forças de tensão... (trecho em negrito no texto)
GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D C C C C D E C A A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C D A C E E B E A C
QUESTÕES COMENTADAS
Comentários
Na parte teórica da aula, aprendemos que os pronomes
demonstrativos são os responsáveis por indicar a posição dos
seres em relação às pessoas do discurso, ou seja, situam as
pessoas ou coisas no tempo ou no espaço.
O pronome a ser analisado na questão é o demonstrativo “esta”.
Vamos, então, relembrar algumas particularidades sobre o seu uso:
- Com relação à localização espacial do referente, é empregado se
o referente encontra-se próximo à pessoa que fala;
- Com relação à localização temporal do referente, é empregado
para fazer referência a um tempo presente;
- Com relação à localização textual do referente, é empregado para
anunciar uma informação que ainda será mencionada.
Comentários
Temos, aqui, uma questão de Pronome de Tratamento: pronomes
pessoais usados em reverência a autoridades ou em contextos
comunicativos cuja formalidade os exige.
Você pode ter a impressão de se tratar de uma questão difícil, mas,
ao analisá-la com calma, veremos que não há nenhum “bicho de sete
cabeças”. Vamos analisar a primeira parte da afirmativa:
“Formas de tratamento como Vossa Excelência e Vossa Senhoria,
ainda que sejam empregadas sempre na segunda pessoa do plural e
no feminino, exigem flexão verbal de terceira pessoa (...)”.
Com relação à afirmação acima, vimos, na aula de hoje, que os
Comentários
A questão pede que você analise o uso do pronome “SUA” no texto.
Trata-se de pronome possessivo, tipo pronominal que confere
ideia de posse em relação às pessoas do discurso.
O pronome possessivo sempre irá concordar – em gênero (masculino
ou feminino) e número (plural e singular) – com a coisa possuída, e
não com o possuidor.
Vimos, na parte teórica da aula, que os possessivos “seu, sua,
seus, suas” podem gerar ambiguidade quanto ao possuidor,
se usados em períodos em que há mais de uma terceira
pessoa, justamente por concordarem com a coisa possuída (e
não com o possuidor).
De fato, no texto apresentado, fica difícil distinguir se a dúvida
(com a qual concorda o pronome “sua”) pertence ao “velho
senhor” ou a “todos os parentes”.
Nesses casos, o correto seria substituir o pronome possessivo em
comento pelas formas “dele” (caso a dúvida seja do “velho senhor”)
ou “dela” (caso a dúvida seja de “todos os parentes”).
GABARITO: CERTO
Comentários
Esta questão exige de você conhecimentos ligados a Coesão Textual,
Interpretação de Texto e Pronome. Já aprendemos tudo isso até o
momento, de modo que não haverá dificuldade para você resolvê-la.
A questão pede a análise do seguinte período:
“A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a
partir de alguns conceitos fundamentais.”
Como vimos na aula de Coesão Textual (Aula 01), os pronomes são
mecanismos de coesão por excelência, porque são amplamente
usados para retomar ou projetar termos em um texto.
No trecho em comento, os pronomes “algo” e “que” funcionam,
ambos, como elementos coesivos anafóricos, pois retomam
termos já expressos no texto.
Note que, embora a ideia retomada pelos dois operadores (“algo” e
“que”) seja a mesma, os termos retomados não o são.
O pronome indefinido “algo” resume a expressão anterior
“experiência da modernidade”. O pronome relativo “que”, por sua
vez, retoma o termo “algo” para ligá-lo ao restante da oração.
Observe, portanto, que a expressão “experiência da modernidade”
foi resumida no pronome indefinido “algo”, e este foi retomado pelo
Comentários
Temos, aqui, uma questão típica de Colocação Pronominal. Para a
resolução do exercício, vamos relembrar alguns conceitos da aula
teórica.
Aprendemos, ao longo desta aula, que a regra geral de Colocação
Pronominal é a ênclise (o pronome posicionado após o verbo).
Assim, se não estivermos diante de uma das exceções vistas, o mais
indicado é que se utilize a ênclise.
A questão pede que analisemos a colocação dos pronomes nas
seguintes orações: “O processo civilizatório se constitui (...)” e “Tal
processo se dá (...)”.
Em ambas as orações, não se observa a ocorrência de nenhum dos
casos determinantes de próclise ou mesóclise, motivo pelo qual seria
(até mesmo) mais sensato utilizar a ênclise: “O processo civilizatório
constitui-se (...)” e “Tal processo dá-se (...)”.
A afirmativa está, portanto, correta.
GABARITO: CERTO
Blogs e Colunistas
Sérgio Rodrigues
Sobre palavras
Nossa língua escrita e falada numa abordagem irreverente
02/02/2012
Consultório
‘No aguardo’, isso está certo?
“Parece que virou praga: de dez e-mails de trabalho que me chegam,
sete ou oito terminam dizendo ‘no aguardo de um retorno’! Ou outra
frase parecida com esta, mas sempre incluindo a palavra ‘aguardo’.
Isso está certo? Que diabo de palavra é esse ‘aguardo’ que não é
verbo? Gostaria de conhecer suas considerações a respeito.”
(Virgílio Mendes Neto)
Comentários
Esta questão testa seus conhecimentos de pronome. A intenção é
verificar se os termos da oração foram substituídos pelos pronomes
oblíquos adequados, bem como se esses pronomes foram colocados
na posição correta.
Uma vez que não tivemos, ainda, a aula sobre sintaxe, vou
relembrar algo que já informei em alguns momentos da aula: o
objeto direto completa o verbo sem o uso de preposição,
enquanto o objeto indireto completa o verbo com o uso de
preposição.
Vimos, acima, que os pronomes “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam
apenas como objeto direto; que os pronomes “LHE” e “LHES”
funcionam apenas como objeto indireto; e que os pronomes “ME”,
“TE”, “SE”, “NOS” e “VOS” funcionam tanto como objeto direto
quanto como objeto indireto.
Assim, vamos analisar cada alternativa acima, a fim de encontrar
aquela em que o pronome oblíquo átono foi empregado de forma
CORRETA.
A maturidade do internetês
O internetês, a grafia popularizada pela Internet, vai além das
abreviações e consolida estilo informal e afetivo da comunicação
escrita.
Desde a popularização da Internet, em meados da década passada,
muita coisa mudou nos hábitos de escrita e comunicação. Os e-mails,
as salas de bate-papo, os comunicadores instantâneos (MSN), os
blogs e as redes sociais (Orkut, Facebook) são populares entre os
Comentários
Foi observado, na parte teórica da aula, que o pronome “muito” pode
exercer função de pronome indefinido, função de advérbio e função de
adjetivo. Essa múltipla funcionalidade costuma causar confusões e ser
objeto de muitas questões como esta.
Para evitar essas confusões, eu dei algumas dicas, na parte teórica da
aula, que ajudam a identificar a correta função do termo “muito”.
Observe:
Será pronome indefinido se anteceder substantivo para lhe
atribuir indeterminação ou vagueza. O “muito”, nesses casos,
será variável e concordará com o substantivo.
Para ter certeza de que se trata de pronome indefinido,
aconselho que você substitua o termo por “algum” ou que
tente colocar o pronome e o substantivo no plural.
É justamente isso o que ocorre no texto, observe:
Muitas pessoas veem no internetês... (Algumas pessoas veem no
internetês...)
Nessa oração, portanto, o termo “muitas” está funcionando como
pronome indefinido. Seu objetivo é acompanhar o substantivo para
conferir-lhe vagueza e indeterminação, e não intensidade.
Comentários
Eis aqui mais uma questão cuja cobrança recai sobre a função
sintática dos pronomes oblíquos. Vou relembrar, portanto, as
duas informações mais importantes para responder este tipo de
questão:
1) o objeto direto completa o verbo sem o uso de preposição,
enquanto o objeto indireto completa o verbo com o uso de
preposição.
2) os pronomes “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam apenas como
objeto direto; os pronomes “LHE” e “LHES” funcionam apenas
como objeto indireto; e os pronomes “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e
“VOS” funcionam tanto como objeto direto quanto como objeto
indireto.
Assim, vamos analisar cada alternativa para encontrar aquela em que
o pronome oblíquo átono foi empregado de forma INCORRETA.
Último Desejo
Nosso amor que eu não esqueço
E que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete
Sem luar, sem violão
Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir
Que você lhe diga
Se você me quer ou não
Diga que você me adora
(Noel Rosa)
Comentários
A questão pede que identifiquemos todos os pronomes do trecho
grifado. Vamos fazer isso por partes.
A nossa separação
a) a cuja
b) de cuja a
c) por cuja
d) de que a
e) das quais a
Comentários
O conselho que eu dou, para responder questões deste tipo, é que
leia atentamente a frase em que se encontra a lacuna, a fim de
compreender o sentido dela. Após isso, teste as alternativas para
escolher o termo que melhor preencha a lacuna.
Para melhor examinar a frase, proponho dividi-la em duas. Assim,
será possível antecipar a ideia contida na lacuna:
Comentários
Para responder a esta questão, é preciso relembrar que pronome
relativo é aquele pronome que retoma um termo expresso
anteriormente, a fim de estabelecer uma relação de
Perigosa Intolerância
Recentemente, em "Avenida Brasil" - brilhante novela de João
Emanuel Carneiro - era possível acompanhar uma trama que unia dois
homens e uma mulher, e outra que abordava o casamento entre um
homem e três mulheres. Neste segundo caso, com direito a
vestidos nas noivas e beijos enfileirados lado a lado. Esse fato
não provocou o menor alvoroço na sociedade como causa a
manifestação de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo.
Paradoxalmente, por algum critério de moralismo seletivo, o tal "beijo
gay" ainda continua sendo um tabu.
Sou casado há 17 anos. Uma relação pública abençoada por toda
nossa família. É importante ressaltar que casamento civil nada tem a
ver com nenhuma cerimônia religiosa. A definição de casamento,
segundo o Código Civil, art. 1511: "O casamento estabelece
Comentários
Como já visto, os pronomes demonstrativos são aqueles que
indicam a posição dos seres em relação às pessoas do
discurso, ou seja, situam as pessoas ou coisas no tempo ou no
espaço.
Os pronomes apresentados nesta questão são os demonstrativos
“este” e “esse” (a forma “neste” consiste na contração da preposição
“em” com o pronome demonstrativo “este”). Vamos, então, relembrar
algumas particularidades sobre o uso de ambos:
PRONOME “ESTE”
- Com relação à localização espacial do referente, é empregado
quando o referente encontra-se próximo à pessoa que fala;
- Com relação à localização temporal do referente, é empregado
quando se faz referência a um tempo presente;
- Com relação à localização textual do referente, é empregado para
anunciar uma informação que ainda será mencionada, e também para
retomar o termo mais próximo dentre dois termos já citados.
PRONOME “ESSE”
- Com relação à localização espacial do referente, é empregado
quando o referente encontra-se próximo à pessoa com quem fala;
- Com relação à localização temporal do referente, é empregado
quando se faz referência a um tempo passado ou futuro;
- Com relação à localização textual do referente, é empregado para
retomar uma informação já mencionada.
Comentários
Esta questão testa seus conhecimentos acerca dos pronomes
relativos, os quais, como vimos, retomam termo expresso
anteriormente, a fim de estabelecer relação de subordinação
entre duas orações.
Para respondê-la, é importante relembrar que o pronome relativo
“que” é invariável, ou seja, pode ser utilizado para retomar termos
de qualquer gênero e número. As formas variáveis “o qual”, “a
qual”, “os quais”, “as quais” serão empregadas em concordância
com o gênero e o número do termo retomado.
Dito isso, vamos analisar cada uma das alternativas acima.
Alternativa A – Na frase “as razões pelas quais se pagam tributos”,
é perfeitamente possível substituir-se o pronome relativo “as
quais” pela forma invariável “que”. É importante, nesse caso,
manter a preposição “POR”, que estava contraída com “AS QUAIS”,
na forma “PELAS QUAIS”. Assim, pode-se dizer “as razões POR QUE
se pagam tributos”. Alternativa correta.
Alternativa B – Na frase “situações em que restará configurada a
supremacia”, para substituir o relativo “que”, devemos utilizar a
forma variável que concorde com o termo retomado. O termo
retomado (“situações”) encontra-se no feminino e no plural.
Assim, correto seria substituir o “em que” por “nas quais”
(contração da preposição “EM” com o pronome relativo feminino e
plural “AS QUAIS”), e não por “na qual”, no singular. Alternativa
incorreta.
Alternativa C – Não está correta a supressão do pronome “DE” na
frase “A solidariedade de que trata a Constituição”. A regência do
verbo “tratar” exige o uso da referida preposição (quem trata,
Comentários
Esta questão cobra conhecimentos acerca dos pronomes
demonstrativos. Para respondê-la, teremos, antes de mais nada, que
analisar o seguinte período:
“Os estudos ainda devem prosseguir para confirmá-la, mas esse trabalho,
somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos, não deixa
margem para muitas dúvidas.”
Agora que analisamos o período em comento, observe a seguinte
informação aprendida na aula de hoje:
Todas as vezes em que, ao se retirar o substantivo,
mantiverem-se os artigos “O”, “A”, “OS” e “AS”, essas formas
deixarão de ser artigos e passarão a ser pronomes
demonstrativos.
Observe que foi exatamente o que ocorreu na situação aqui analisada.
Na mencionada frase, foi retirado o termo “TRABALHOS” e
mantido o artigo “OS” (na contração com a preposição “AOS”).
Assim, ele deixa de ser artigo e passa a ser pronome
demonstrativo. Observe:
“(...) mas esse trabalho, somado aos trabalhos que vinham sendo realizados
nos últimos anos”.
... embutir ao longo dos oito lados da cúpula nove anéis circulares
horizontais - referência aos círculos que compõem o Paraíso na Divina
Comédia de Dante Alighieri. Os anéis neutralizam as forças de
tensão... (trecho em negrito no texto)
Comentários
Eis, aqui, mais uma questão cuja cobrança recai sobre a função
sintática dos pronomes oblíquos, bem como sobre sua colocação.
Vamos relembrar as duas informações mais importantes para
responder este tipo de questão:
1) o objeto direto completa o verbo sem o uso de preposição,
enquanto o objeto indireto completa o verbo com o uso de
preposição.
2) os pronomes “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam apenas como
objeto direto; os pronomes “LHE” e “LHES” funcionam apenas
como objeto indireto; e os pronomes “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e
Comentários
O pronome relativo “ONDE” é invariável e retoma termos que
indicam noção de lugar. Aprendemos que, para verificar se está
empregado corretamente, você deve substituir o “onde” por “em
que” ou pelas formas variáveis “na qual”, “no qual”, “nas quais”
e “nos quais”.
Observe que, entre os casos acima, somente a alternativa E utiliza
o pronome “ONDE” com ideia de lugar (“região”). É, portanto, a
única alternativa correta.
As demais alternativas incorrem em erro bastante comum na
linguagem informal, ao utilizar o pronome “onde” para retomar
termos que não indicam noção de lugar.
GABARITO: E
Comentários
Já aprendemos que os pronomes relativos são aqueles que
retomam um termo expresso anteriormente, a fim de
estabelecer uma relação de subordinação entre duas orações.
Também vimos que os pronomes relativos podem ou não ser
precedidos por preposição, a depender do que a regência verbal
exigir.
Dito isso, vamos analisar cada alternativa da questão acima:
Alternativa A – No trecho, foi correto o emprego do pronome
relativo “QUE” para retomar o termo “julgamentos”. Também, o
uso da preposição “A” está correto, pois a regência do verbo
“assistir” (quando significar “ver”) exige a presença da preposição.
Alternativa B – Na aula de hoje, aprendemos que NUNCA se
deve usar artigo após o pronome relativo “CUJO”. Assim, está
errado o emprego de “cujo o”.
Alternativa C – Neste caso, correto seria dizer “o escritor a que
me refiro”, pois o verbo “referir” exige o complemento por meio de
preposição (referir-se a algo).
Alternativa D – Também, aqui, o verbo exige complemento
preposicionado (“dar destaque a algo”). Assim, correto seria dizer “foi
preso o procurado ao qual a imprensa deu destaque”.
Alternativa E – Aqui, o vocábulo “ONDE” foi utilizado
equivocadamente na função de pronome relativo, pois o termo por
ele retomado não indica noção de lugar. Correto seria dizer:
“esse é um medicamento sem o qual o paciente não sobrevive”.
GABARITO: A
Comentários
Esta é uma questão típica de Colocação Pronominal. Para a
resolução do exercício, vamos relembrar alguns conceitos da aula
teórica.
Aprendemos, ao longo desta aula, que a regra geral de Colocação
Pronominal é a ênclise (o pronome posicionado após o verbo).
Assim, se não estivermos diante de uma das exceções vistas, o mais
indicado é que se utilize a ênclise.
Dito isso, vamos à análise de cada alternativa.
Abraços, Ludimila.