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Aula 05

Curso: Português p/ INSS (todos os cargos)


Professor: Fabiano Sales
Curso Regular de Português - INSS
Teoria e questões comentadas
Prof. Fabiano Sales – Aula 05

AULA 05

Olá, meus amigos!

Na aula 05 de nosso curso, apresentarei um tema muito


recorrente nas principais provas de concursos públicos:
sintaxe da oração e do período.

Para refletir:

"Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é


alguém que acredite que ele possa ser realizado."

(Roberto Shinyashiki)

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Mãos à obra!

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SINTAXE DA ORAÇÃO

Antes de entrarmos no estudo das funções sintáticas propriamente ditas,


apresentarei alguns conceitos introdutórios e necessários ao nosso estudo:

Classificação Conceito Exemplos

Silêncio!
Frase Não apresenta verbo. Por essa razão, não serve
Que atitude bonita, meu
nominal para a análise sintática.
filho!

Apresenta verbo, podendo ter ou não sentido Desejo que você seja
completo. aprovado.
Chorou copiosamente.
A frase pode ser:

Declarativa: expressa um fato. Você será aprovado no


concurso.

Frase verbal Interrogativa: expressa pergunta ou dúvida. Que horas são?


(ou Oração)
Imperativa: expressa ordem, pedido. Estude!

Exclamativa: expressa admiração. Quão bonita é sua filha!

Optativa: expressa desejo. Passemos no concurso!

Imprecativa: expressa praga, maldição. Maldito seja o árbitro


daquela partida!

Expressão verbal de sentido completo, iniciado Desejo que você seja


Período
por letra maiúscula e encerrado por ponto final. aprovado.

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Feitas as considerações iniciais, veremos os termos essenciais, integrantes e


acessórios da oração.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Os termos essenciais da oração são sujeito e predicado.

O SUJEITO

A gramática tradicional define sujeito como “o termo sobre o qual se faz uma
declaração”.

Exemplo: O aluno estuda seis horas por dia.

Sujeito: O aluno.

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Aqui, apresento uma dica a vocês: para localizar o sujeito da oração, façam uma
pergunta ao verbo. Por exemplo, na frase “O aluno estuda seis horas por dia.”, devemos
perguntar “Quem é que estuda seis horas por dia ?”. A resposta obtida será o sujeito da
oração: “O aluno”. Para coisas, fazemos a pergunta “O quê ...?”.
Outro aspecto digno de consideração é o núcleo do sujeito. O núcleo será a
palavra mais importante, pois será com ela que o verbo, em regra, concordará:
“O aluno (= Ele) estuda seis horas por dia”.

O núcleo do sujeito pode ter natureza substantiva (substantivo, palavra


substantivada, numeral substantivo ou pronome substantivo) ou verbal (oração subordinada
substantiva subjetiva – que caracteriza o sujeito oracional).

Exemplos:
João conversa muito. (João = substantivo - núcleo do sujeito)
O amar dá cor à vida. (amar = palavra substantivada - núcleo do sujeito)
Três é demais. (Três = numeral substantivo - núcleo do sujeito)
Ele é bom demais. (Ele = pronome substantivo - núcleo do sujeito)
É importante que você estude muito. (estude = verbo - núcleo do sujeito oracional)

Já o predicado, outro termo essencial da oração, é definido como “tudo o que se


declara do sujeito”.

Exemplo: O aluno estuda seis horas por dia.

Predicado: estuda seis horas por dia.

Uma vez encontrado o sujeito (“O aluno”), tudo o que sobrar fará parte da estrutura
do predicado: “estuda seis horas por dia”.
Seguindo os demais exemplos apresentados acima, os respectivos predicados são:

João conversa muito. (conversa muito = predicado)


O amar dá cor à vida. (dá cor à vida = predicado)
Três é demais. (é demais = predicado)
Ele é bom demais. (é bom demais = predicado)
É importante que você estude muito. (É importante = predicado)
CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO

Quanto à classificação, o sujeito pode ser:


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 Simples – formado por apenas um núcleo.

Exemplo: João conversa muito.

Sujeito: João.
Núcleo do sujeito: João.

 Composto – formado por dois ou mais núcleos.

Exemplo: João e Maria conversam muito.

Sujeito: João e Maria.


Núcleos do sujeito: João; Maria.

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 Indeterminado – aquele que existe, mas que não é possível ser identificá-lo.

Exemplo: Falaram sobre os alunos.

O sujeito indeterminado ocorrerá com:

- verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja referência a sujeito expresso no
contexto.

Exemplo: Falaram sobre os alunos. (alguém praticou a ação de “falar”, mas, sem uma
referência expressa no contexto, não é possível identificá-lo)

Dicas estratégicas!

1ª) Quando houver referência expressa no contexto, ainda que o verbo esteja na
terceira pessoa do plural, o sujeito será determinado.

Exemplo: Os professores gostam desta turma. Falaram sobre os alunos. (o sujeito de


“falaram” é o termo “os professores”)

2ª) É importante observar que, quando a forma verbal estiver no imperativo, ainda
que não haja referência no contexto, o sujeito não será indeterminado, e sim desinencial.

Exemplos: Falem sobre os alunos. (através da desinência número-pessoal “-m”, é


possível identificar o sujeito: “vocês”)

3ª) Com outras pessoas do discurso, não haverá sujeito indeterminado, e sim sujeito
desinencial.

Exemplo: Passaremos no concurso.

No exemplo acima, a desinência número-pessoal “-mos” indica que o sujeito é a


forma pronominal “nós”.

- verbo que, em regra, não seja transitivo direto e que esteja na terceira pessoa do
singular, acompanhado da partícula SE (indeterminação do sujeito).

Exemplo: Precisa-se de empacotadores. (alguém precisa de empacotadores, mas não é


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possível fazer a identificação.)

Na frase acima, o verbo “precisar” é transitivo indireto, pois rege a preposição “de”
(alguém precisa DE algo). Sendo assim, ficará, obrigatoriamente, na terceira pessoa do
singular.

A partícula SE (índice de indeterminação do sujeito) aparecerá com verbos


transitivos indiretos, intransitivos, de ligação ou transitivos diretos cujos objetos diretos
sejam preposicionados. Nestes casos, os verbos permanecerão sempre na terceira pessoa
do singular.

a) verbo transitivo indireto (verbo que exige, obrigatoriamente, o emprego de preposição


antes de seu complemento, chamado objeto indireto):

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Precisa-se de empacotadores.
VTI I.I.S. OI

Os verbos transitivos indiretos mais recorrentes em provas são: precisar, necessitar,


obedecer, desobedecer, aludir, anuir, referir-se, tratar-se.

Trata-se de problemas particulares.


VTI I.I.S. OI

Aludiu-se a diversas questões.


VTI I.I.S. OI

b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo):

Vive-se bem no Rio de Janeiro.


VI I.I.S. adj. adv. adjunto adverbial

c) verbo de ligação:

É-se feliz no Rio de Janeiro.


VL I.I.S. pred. suj. adjunto adverbial

d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a
preposição não é regida pela forma verbal:

Comeu-se do bolo.
VTD I.I.S. ODP

Dica estratégica!

Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”,
sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível
identificar) comeu parte do bolo.
Conforme estudamos acima, não será admitida a transposição de voz verbal quando
houver objeto direto preposicionado. 96411120900

Notem, ainda, que a retirada da preposição “de” alteraria sintática e semanticamente


a estrutura da frase:

Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.)

índice de indeterminação do sujeito

Comeu-se o bolo. (sujeito: “o bolo” - voz passiva sintética – O bolo foi comido.)

pronome apassivador

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A partícula SE pode ser classificada, ainda, como parte integrante do verbo (PIV).

Exemplo: Queixou-se da prova.


VTI PIV OI

Parte integrante do verbo versus Índice de indeterminação do sujeito

Alguns alunos sempre me perguntam: “Professor, como saberei se a partícula SE é


parte integrante do verbo ou índice de indeterminação do sujeito?”.
Amigos e amigas, há um método prático: para diferençar as formas, tentem encaixar
o substantivo “João” antes do verbo. Se a frase não fizer sentido ou se este for alterado, a
partícula SE será índice de indeterminação do sujeito. Por outro lado, se a frase fizer
sentido, a partícula será parte integrante do verbo. Vamos visualizar na prática.

Exemplos:
Precisa-se de cozinheiro.

Queixou-se da prova.

Nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou seja, exigem
objeto indireto como complemento. Tendo essa noção, tentaremos encaixar o substantivo
“João” nas frases.

(João) Precisa-se de cozinheiro.

Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.

Precisa-se de cozinheiro.
VTI I.I.S. OI

(João) Queixou-se da prova.

No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase.


Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.

Queixou-se da prova.
VTI 96411120900

PIV OI

Outros exemplos:
Necessita-se de dinheiro.

Desculpou-se do ocorrido.

Novamente, nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou


seja, exigem objeto indireto como complemento. Assim, tentaremos encaixar o substantivo
“João” nas frases.

(João) Necessita-se de dinheiro.

Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.

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Necessita-se de dinheiro.
VTI I.I.S. OI

(João) Desculpou-se do ocorrido.

No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase.


Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.

Desculpou-se do ocorrido.
VTI PIV OI

Outros exemplos:
Vive-se bem aqui.

Sentou-se na cadeira rapidamente.

Nos exemplos acima, ambos os verbos são intransitivos. Tendo essa noção,
tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases.

(João) Vive-se bem aqui.

Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.

Vive-se bem aqui.


VI I.I.S. adjuntos adverbiais

(João) Sentou-se na cadeira rapidamente.

No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase.


Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.

Sentou-se na cadeira rapidamente.


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VI PIV adj. adv. adj. adv.

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1. (CESGRANRIO – 2005 – MPE/RO) O vocábulo "se" tem o mesmo valor


sintático da sua ocorrência em "... não se abre telhado com chuva." (l. 9-10)
no trecho:

a) "Se chovesse, nada feito,"


b) "Se fizesse sol, ele ia escalar..."
c) "... terá uma surpresa se a criatura vier -"
d) "... e mais ainda se chegar na hora marcada."
e) "Quanto mais tempo se perde por desorganização..."

Comentário: No trecho “... não se abre telhado com chuva.”, há uma estrutura de
voz passiva sintética (VTD + SE + sujeito), em que:

- o verbo “abrir” é transitivo direto;

- o vocábulo “se” tem valor de partícula (ou pronome) apassivadora; e

- a palavra “telhado” desempenha a função de sujeito (paciente).

O mesmo valor é encontrado na assertiva E. Para facilitar a análise, o trecho


“Quanto mais tempo se perde” pode ser reescrito como “Quanto mais tempo é
perdido”. Portanto, há uma ideia de passividade, e o vocábulo “se” tem valor de
partícula apassivadora.

Nas demais opções, o “se” é uma conjunção subordinativa condicional,


equivalente a “caso”.

Gabarito: E.

2. (FCC-2007/ISS-SP)

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O termo sublinhado constitui o sujeito na seguinte construção:

(A) Não se encontrou uma forma definitiva de organização social.


(B) É nessa condição que vivem os animais.
(C) Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das
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transgressões.
(D) Ocorre isso por conta das reiteradas situações de impunidade.
(E) Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica.

Comentário: Encontramos um termo que desempenha a função de sujeito na


assertiva D. Para facilitar a análise, vamos transcrever o período na ordem direta:

Isso ocorre por conta das reiteradas situações de impunidade.

Assim, percebemos que “Isso” é o sujeito da forma verbal “ocorre”, a qual, no


contexto em análise, é intransitiva. O trecho “por conta das reiteradas situações de
impunidade” é um adjunto adverbial de causa.

Vejamos as demais opções:

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A) A partícula SE é pronome apassivador, formando uma estrutura de voz passiva


sintética (VTD + SE). Na frase, porém, ocorreu a colocação proclítica (antes do
verbo) do pronome devido à presença do advérbio “não”. O trecho “uma forma
definitiva de organização social” desempenha a função de sujeito da voz passiva.
B) No excerto “É nessa condição que vivem os animais.”, o sujeito está posposto à
forma verbal “vivem”, que, no contexto, é intransitiva. Logo, “os animais (sujeito)
vivem nessa condição”.
C) Em “Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das
transgressões.”, o sujeito é “Tais delitos”, razão por que a forma verbal “acabam”
concorda com esse termo. “Estímulos” desempenha a função de objeto direto.
E) Em “Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica.”, temos uma
estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE), em que o sujeito paciente é “um
princípio da lei mosaica”.

Gabarito: D.

3. (FCC-2011/NOSSA CAIXA)

Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo,


significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de
setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio
antes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a
última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História – virou
preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano
de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos
descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas
prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns direitos de seus
cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados
por eles. Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como
irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”.
Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se
repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para
não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro
autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos
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com relação a Israel e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma
reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo menos por algum tempo. No
caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais
profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de sobrevivência
também é um caminho para a virtude. O horror de 11/9 teve o efeito
paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é:
o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será
diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser
chamado de “dez de setembro” na rua.

(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)

Na frase No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de


consciência mais profundos, é correto afirmar que:

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(A) a construção verbal é um exemplo de voz ativa.


(B) a partícula se tem a mesma função que em E se ela não vier?
(C) a forma plural “devem” concorda com exames.
(D) ocorre um exemplo de indeterminação do sujeito.
(E) a expressão donos do mundo leva o verbo para o plural.

Comentário: Vamos analisar as opções.


Letra A. Resposta incorreta. Em “(...) não se devem esperar exames de
consciência mais profundos”, temos uma construção de voz passiva (VTD+SE)

Não se devem esperar exames de consciência mais profundos.


pron. loc. verbal sujeito
apass. transitiva direta

É importante chamar a atenção para a colocação proclítica (antes do verbo)


do pronome SE, devido à presença do advérbio “não”.
Letra B. Resposta incorreta. Como vimos no comentário anterior, em “(...) não se
devem reconhecer (...)”, a partícula SE é denominada pronome apassivador. Porém,
no trecho “E se ela não vier?”, temos um conjunção subordinativa adverbial
condicional, equivalente a “caso”: “E caso ela não venha?”
Letra C. Resposta correta. A forma verbal “devem”, presente na locução verbal
“devem reconhecer”, concorda com o núcleo do sujeito “exames de consciência
mais profundos”. Este assunto será trabalhado na aula sobre concordância verbal.
Letra D. Resposta incorreta. A partícula SE será índice de indeterminação do
sujeito quando houver:

a) verbo transitivo indireto (verbo cujo sentido é complementado por um objeto indireto):

Precisa-se de empacotadores.

b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo):

Vive-se bem no Rio de Janeiro.

c) verbo de ligação:

É-se feliz no Rio de Janeiro.


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d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a
preposição não é regida pela forma verbal:

Comeu-se do bolo.

Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”,
sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível
identificar) comeu parte do bolo. Não será admitida a transposição de voz verbal quando
houver objeto direto preposicionado.

Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.)

índice de indeterminação do sujeito

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Não é o que ocorre em “(...) não se devem reconhecer exames de


consciência mais profundos”, pois a transitividade da locução verbal “devem
reconhecer” é transitiva direta (reconhecer o quê?). Logo, a partícula SE é pronome
apassivador.

Letra E. Resposta incorreta. A concordância verbal deve-se dar com o sujeito


“exames de consciência mais profundos”. Logo, a locução verbal concorda com o
citado termo.

Gabarito: C.

4. (FGV-2008/Senado) Assinale a alternativa em que a palavra SE seja


apassivadora:

(A) "Acumular fortunas tornou-se mais importante."


(B) "...apela-se ao estado..."
(C) "Não se mede o fracasso do capitalismo."
(D) "O valor da empresa deslocava-se do parque industrial..."
(E) "...o mercado se arvora em árbitro..."

Comentário: Conforme estudamos nas lições (inclusive na aula sobre verbos), a


partícula SE será apassivadora quando o houver for transitivo direto (a exceção
ocorre quando o objeto direto estiver preposicionado). De posse desse
conhecimento, vamos analisar as opções.

A) Resposta incorreta. No contexto em que se encontra, a forma verbal “tornar-se”


é de ligação. Portanto, não há voz passiva. Vejam que, ao inserir o substantivo
“João” antes do trecho “tornou-se mais importante”, a oração manteve o sentido.
Logo, o SE é parte integrante do verbo.
B) Resposta incorreta. No contexto em que está inserida, a forma verbal
“apelar-se” é transitiva indireta. Segundo a dica demonstrada na aula, vejam que, ao
inserir o substantivo “João” antes do trecho “apela-se ao Estado”, a oração não faz
sentido. Logo, o SE é índice de indeterminação do sujeito.
C) Resposta correta. Na frase “Não se mede o fracasso do capitalismo.", o verbo
“medir” é transitivo direto. Quando isso ocorrer, fiquem alerta: há grande
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possibilidade de haver uma construção de voz passiva. No contexto em análise, o


sujeito “o fracasso do capitalismo” sofre a ação de ser medido. Temos, assim, uma
estrutura de voz passiva sintética (equivale dizer que “o fracasso do capitalismo não
é medido). Portanto, o SE é partícula apassivadora.
D) Resposta incorreta. Na frase "O valor da empresa deslocava-se do parque
industrial...", a partícula SE equivale à expressão a si mesmo (O valor da empresa
desloca a si mesmo do parque industrial...). Temos, portanto, um pronome
reflexivo.
E) Resposta incorreta. No contexto "... o mercado se arvora em árbitro...", a forma
verbal “arvorar-se” (proclamar, decretar) é transitiva indireta. Vejam que, ao inserir o
substantivo “João” antes do trecho “se arvora em árbitro”, a oração manteve o
sentido. Logo, o SE é parte integrante do verbo.

Gabarito: C.

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 Inexistente – ocorre com verbos impessoais e que, por essa razão, deverão figurar,
em regra, na terceira pessoa do singular. O sujeito inexistente proporciona à oração a
classificação de oração sem sujeito. Isso é importantíssimo para um assunto que veremos
nas próximas aulas: sintaxe de concordância.

O sujeito será inexistente nos seguintes casos:

a) verbos que expressam fenômenos da natureza no sentido denotativo, dicionarizado.

Exemplo: Choveu durante o casamento.

Se o verbo for empregado no sentido conotativo, isto é, figurado, terá um sujeito.

Exemplo: Choveram flores durante o casamento.

No exemplo “Choveram flores durante o casamento.”, o verbo “chover” está


empregado no sentido conotativo, significando “cair”. Portanto, deve concordar com o
sujeito “flores”. Nesse caso, portanto, será pessoal.

b) verbo haver, significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo pretérito.

Exemplos: Havia trezentas pessoas no local de prova.

Em “Havia trezentas pessoas no local de prova.”, o verbo haver é impessoal (não


apresenta sujeito). Na construção, o verbo assume transitividade direta. Logo, o termo
“trezentas pessoas” é seu objeto direto.

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Os verbos existir, acontecer e ocorrer são pessoais, ou seja, devem concordar


com o sujeito da oração.

Exemplos:

Existiam trezentas pessoas no local de prova. (trezentas pessoas = sujeito)

Aconteceram episódios fantásticos. (episódios fantásticos = sujeito)

Ocorreram muitos vazamentos radioativos. (muitos vazamentos radioativos = sujeito)

Há dois anos que não a vejo.

No exemplo “Há dois anos que não a vejo.”, o verbo haver foi empregado para
indicar tempo pretérito, passado. Logo, não tem sujeito.

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c) verbos fazer, indicando tempo pretérito ou fenômeno da natureza.

Exemplo: Faz dois anos que não a vejo.


No ano passado, fez verões muito quentes no Brasil.

d) verbo ser, indicando hora, distância ou datação.

Exemplos: Hoje são trinta de junho. (o verbo “ser” concorda com o numeral “nove”.)

Hoje é dia trinta de junho. (o verbo “ser” concorda com o vocábulo “dia”.)

São doze horas e trinta minutos. (o verbo “ser” concorda com o numeral “doze”.)

É meio-dia e meia. (o verbo “ser” concorda com “meio-dia”.)

Do curso ao trabalho são vinte metros de distância. (o verbo “ser” concorda com “vinte”)

e) verbos chegar e bastar, significando parar.

Exemplos: Chega de blá-blá-blá!

Basta de discussões!

 Oracional – é aquele que desempenha a função de sujeito, tendo um verbo


como núcleo. Equivale a uma oração subordinada substantiva subjetiva. Sempre que
ocorrer, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular.

Exemplo: É importante que você estude muito. (“que você estude muito = sujeito oracional
- oração subordinada substantiva subjetiva). O núcleo é a forma verbal “estude”.

Para facilitar a análise, substituam oração em destaque pelo pronome “ISSO”:

ISSO é importante.
sujeito

Portanto, a expressão “que você estude muito” desempenha a função de sujeito


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oracional.

Outro exemplo: Estudar e brincar é fundamental às crianças.

No exemplo acima, “Estudar e brincar” é o sujeito oracional. O verbo da oração


subordinada deve, obrigatoriamente, permanecer na terceira pessoa do singular.

Para facilitar a análise, substitua oração por “ISSO”:

ISSO é fundamental às crianças.

Portanto, a expressão “Estudar e brincar” desempenha a função de sujeito oracional.

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5. (FUNRIO-2008/Ministério da Justiça) O exemplo do texto II, em que aparece


uma oração sem sujeito, é:

A) “... há uma linha divisória entre o trabalho formal e informal...”


B) “No entanto, creditam à prática apenas um ‘jeito de ganhar a vida’ sem cometer
crimes.”
C) “Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão...”
D) “Isso é quase um sonho para muitos"
E) “São pouquíssimos os que ganham mais de R$300 por mês.”

Comentário: A oração sem sujeito ocorre na assertiva (A). No contexto, o verbo


“haver” foi empregado na acepção de “existir”, o que o torna impessoal, razão por
que permaneceu na terceira pessoa do singular. Por sua vez, o segmento “uma
linha divisória” desempenha a função de objeto direto da forma verbal “há”.
Nas demais opções, temos os seguintes sujeitos:
b) Sujeito indeterminado em “creditam à prática apenas um ‘jeito de ganhar a vida’
sem cometer ...
c) O sintagma “todos” desempenha a função de sujeito.
d) Por sua vez, a forma pronominal “isso” exerce a função de sujeito.
e) Por fim, a expressão “os (=aqueles) que” também exerce a função sintática de
sujeito.

Gabarito: A.

6. (FUNRIO-2008/SUFRAMA) Verifica-se um caso de oração sem sujeito em:

A) “Já o nascimento de uma menina, na maioria dos casos, não é comemorado.”.


B) "Ninguém se deu ao trabalho de olhar para mim...”.
C) “Mas nada na aparência externa de Machrihwa, no norte de Shravasti, perto da
fronteira com o Nepal, indica esse recorde triste.”.
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D) "Estamos impressionados...”.
E) “E além disso há o próprio custo do casamento...”.

Comentário: À feição do que ocorreu na questão anterior, o verbo “haver” foi


empregado na acepção de “existir”, tal como se verifica na assertiva (E). Por seu
turno, a expressão “o próprio custo do casamento” exerce a função de complemento
direto do citado verbo, constituindo, portanto, um caso de oração sem sujeito.
Nas demais opções, há constituintes que desempenham a função de sujeito
na estrutura:

a) “o nascimento de uma menina” - sujeito


b) “ninguém” – sujeito
c) “nada” – sujeito da forma verbal “indica”

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d) Há o sujeito desinencial “nós”, demonstrado por meio da desinência número-


pessoal “-mos”.

Gabarito: E.

7. (ESAF-2004/Instituto Rio Branco) Assinale a frase do texto que constitui uma


oração sem sujeito.

O direito nada pode sem a ética, e não pode haver paz sem justiça. Toda regra de Justiça
envolve amor, que resume, em seu mais amplo sentido, a verdadeira ideia da convivência
entre os homens.
(José de Aguiar Dias, A ética e o direito, com adaptações)

a) O direito nada pode sem a ética.


b) [...] não pode haver paz sem justiça.
c) Toda regra de Justiça envolve amor.
d) que resume [...] a verdadeira ideia da convivência entre os homens.
e) [...] em seu mais amplo sentido [...]

Comentário: Vamos analisar cada assertiva.

A) Errada. O sujeito da forma verbal “pode” é a expressão “O direito”. Como há apenas um


núcleo (“direito”), o sujeito é simples.
B) Esta é a resposta da questão. No contexto, o verbo “haver”, constante da locução
verbal “pode haver”, foi empregado no sentido de “existir”. Sendo assim, é impessoal,
transmitindo essa impessoalidade ao verbo auxiliar “pode”. Consequentemente, a
expressão “paz sem justiça” desempenha a função de objeto direto da locução. Portanto,
temos um caso de oração sem sujeito ou sujeito inexistente.
C) Errada. No período “Toda regra de Justiça envolve amor.”, o sujeito da forma verbal
“envolve” é a expressão “Toda regra de Justiça”. O núcleo é o vocábulo “regra”,
configurando, portanto, sujeito simples.
D) Errada. No contexto, a função de sujeito é desempenhada pelo pronome relativo “que”.
Veremos, adiante, que toda oração iniciada por esse elemento será subordinada adjetiva.
Aguardem! (rs...)
E) Errada. Percebam que não há verbo no trecho “em seu mais amplo sentido”. Portanto,
não há sequer uma oração, e sim uma frase nominal.
96411120900

Gabarito: B.

8. (FUNRIO-2009/FURNAS) Duas placas colocadas na entrada de uma galeria


oferecem empregos. Elas dizem:

PRECISAM-SE DE COSTUREIRAS CONTRATAM-SE COZINHEIROS

Levando em conta o que é recomendado pelo uso prestigiado na linguagem


padrão, podemos afirmar que:

A) apenas a primeira frase está correta, pois o verbo “precisar” tem sujeito
indeterminado.

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B) as duas frases estão corretas, já que ambas têm sujeito indeterminado e


pronome reflexivo.
C) apenas a segunda frase está correta, pois o verbo “contratar” concorda com o
sujeito “cozinheiros”.
D) as duas frases estão incorretas, pois a indeterminação deixa o verbo na terceira
pessoa do singular.
E) as duas frases estão incorretas, pois a indeterminação deixa o verbo na terceira
pessoa do plural.

Comentário: Na primeira placa, em que consta o período “Precisam-se de


costureiras”, a expressão “de costureiras” é objeto indireto, ou seja, complemento do
verbo transitivo indireto “precisar”. Em consequência disso, a partícula “se” é
denominada índice de indeterminação do sujeito, o obriga o verbo a permanecer na
terceira pessoa do singular: Precisa-se de costureiras.
Já a segunda placa, por sua vez, apresenta o período “Contratam-se
cozinheiros”, em que o sintagma “cozinheiros” exerce a função de sujeito paciente,
ou seja, estamos diante de uma estrutura de voz passiva sintética. O verbo
“contratar” é transitivo direto e, em razão disso”, a partícula “se” é apassivadora.
Como o sujeito paciente está no plural, o verbo “contratar” é flexionado,
obrigatoriamente, nesse mesmo número (plural). Portanto, esta placa está correta,
validando a opção (C) como gabarito da questão.

Gabarito: C.

CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO

Quanto à classificação, o predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-


-nominal.
 Predicado verbal – é aquele que tem como núcleo um verbo que exprime
ação, fenômeno ou movimento. Em outras palavras, o predicado será verbal
quando houver formas verbais transitivas diretas, transitivas indiretas,
transitivas diretas e indiretas ou intransitivas. Das três classificações possíveis,
é a única que não contém predicativo. 96411120900

Exemplos:

Os alunos fizeram a prova.


No exemplo acima, temos:

Sujeito  Os alunos
núcleo do sujeito  alunos
predicado verbal  fizeram a prova
núcleo do predicado verbal  fizeram (Fizeram o quê? – verbo transitivo direto)
objeto direto  a prova

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Os alunos gostaram da prova.

No exemplo acima, temos:

Sujeito  Os alunos
núcleo do sujeito  alunos
predicado verbal  gostaram da prova
núcleo do predicado verbal  gostaram (Gostaram de quê? – verbo transitivo indireto)
objeto direto  da prova

Os alunos deram parabéns aos professores.

No exemplo acima, temos:

Sujeito  Os alunos
núcleo do sujeito  alunos
predicado verbal  deram parabéns aos professores
núcleo do predicado verbal  deram (Deram uma coisa a alguém – verbo transitivo
direto e indireto)
objeto direto  parabéns
objeto indireto  aos professores

Os alunos foram ao local de prova.

No exemplo acima, temos:

Sujeito  Os alunos
núcleo do sujeito  alunos
predicado verbal  foram ao local de prova
núcleo do predicado verbal  foram (verbo intransitivo – não necessita de complemento)
adjunto adverbial de lugar  ao local de prova

 Predicado nominal – é aquele que tem como núcleo um nome (substantivo,


adjetivo ou pronome) ligado ao sujeito por meio de um verbo de ligação.
96411120900

O núcleo do predicado nominal é o predicativo do sujeito, termo que


proporciona qualidade, estado ou característica.

Exemplos:

O rapaz está machucado.

No exemplo acima, temos:

Sujeito  O rapaz
predicado nominal  está machucado (o verbo “estar” é de ligação)
núcleo do predicado nominal  machucado

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O professor ficou feliz com a aprovação dos alunos.

No exemplo acima, temos:

sujeito  O professor
predicado nominal  ficou feliz com a aprovação dos alunos
núcleo do predicado nominal  feliz
adjunto adverbial de causa  com a aprovação dos alunos

Dicas importantes!

1ª) Verbo de ligação é aquele que unicamente serve para atribuir característica ou
estado ao sujeito. Para que haja predicado nominal, é imprescindível a presença de
um predicativo.

Exemplos: O rapaz está machucado. / O professor é extrovertido.

Caso não apareça o predicativo, o predicado não será nominal, e sim verbal.

Exemplo: O rapaz está aqui. (aqui = adjunto adverbial de lugar)

Na oração “O rapaz está aqui.”, o verbo “estar” é intransitivo.

2ª) O verbo de ligação pode expressar alguns aspectos.

Exemplos:

O candidato é dedicado. (aspecto: permanência)

O candidato está focado. (aspecto: transitoriedade)

O candidato parece entusiasmado. (aspecto: aparência)


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Importante!

Predicativo é a qualidade, estado ou característica atribuída ao sujeito ou ao


objeto.

Exemplos:

O candidato é dedicado.

No exemplo acima, a forma verbal “é” deve ser classificada como verbo de
ligação. Por consequência, “dedicado” será o predicativo do sujeito.

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 Predicado verbo-nominal – é a mistura dos predicados verbal e nominal, ou


seja, aquele que apresenta dois núcleos: um verbo (transitivo ou intransitivo) e um
nome (predicativo).

Exemplo:

O candidato fazia a prova tenso.

No exemplo acima, temos dois núcleos: o verbo “fazer” (transitivo direto) e o


nome “tenso” (predicativo do sujeito, que atribui um estado ao sujeito “O candidato”.

sujeito  O candidato
predicado verbo-nominal  fazia a prova tenso
núcleo do predicado verbo-nominal  fazia (verbo transitivo direto)
objeto direto  a prova
núcleo do predicado verbo-nominal  tenso (predicativo do sujeito)

Para facilitar a análise, encaixe o verbo “estar” antes do predicativo:

O candidato fazia a prova (e estava) tenso.

9. (FGV-2008/Polícia Civil-RJ) “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o


governo e sua política externa, como se fosse possível tornar esta matéria
elemento decisivo para o jogo eleitoral para daqui a dois anos.” A respeito do
trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional.

II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto.

III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional.

Comentário: Vamos analisar os itens. 96411120900

I. Correto. O trecho “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua
política externa” apresenta o termo em destaque como sujeito. Fazendo a pergunta
“O que não vale a pena?”, obteremos o sujeito a partir da resposta “fragilizar o
governo e sua política externa”. Como há verbo na estrutura, o excerto em destaque
desempenha a função de sujeito oracional, ou seja, equivalente a uma oração.
II. Correto. No trecho “(...) tornar esta matéria elemento decisivo (...)”, a forma
verbal “tornar” é transitiva direta, exigindo como complemento direto a expressão
“esta matéria”. Por sua vez, o termo “elemento decisivo” é uma característica do
objeto direto, desempenhando, portanto, a função de predicativo do objeto.
III. Correto. O item fez menção à forma verbal “fosse”, empregada no subjuntivo. No
contexto em que se encontra, o verbo é de ligação. Fazendo a pergunta “O que é
possível?”, a resposta será o sujeito: “tornar esta matéria elemento decisivo para o
jogo eleitoral para daqui a dois anos”. Como há verbo na estrutura, o sujeito é

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oracional. Para facilitar a visualização, podemos substituí-lo pelo pronome
demonstrativo “isso”: Como se ISSO fosse possível (= Como se tornar esta matéria
elemento decisivo para o jogo eleitoral para daqui a dois anos fosse possível).

Gabarito: Todos os itens estão corretos.

TERMOS INTEGRANTES

Os termos integrantes da oração são os complementos verbais (objeto


direto e objeto indireto), agente da passiva e complemento nominal.
Por definição, os complementos verbais completam o sentido de verbos
transitivos.

 Objeto direto – complemento de verbo transitivo direto, isto é, liga-se ao


verbo sem a obrigatoriedade de preposição.

Exemplo: Comprei flores.

No exemplo acima, temos:

sujeito desinencial  eu (marcado pela desinência número-pessoal “-i”)


predicado verbal  comprei flores
núcleo do predicado verbal  comprei (verbo transitivo direto - não rege preposição)
objeto direto  flores

Dica estratégica!

O núcleo do objeto direto pode ter base substantiva (substantivo ou


palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada
substantiva objetiva direta – que caracteriza o objeto direto oracional).

Exemplos:

Comprei flores. (flores  substantivo - núcleo do objeto direto)


96411120900

Encontrei você. (você  pronome - núcleo do objeto direto)

Desejo que você estude muito. (estude  verbo - núcleo do objeto direto oracional)

Em certos casos, ainda que o verbo não exija o emprego de preposição, esta
poderá anteceder o objeto direto com a finalidade de clareza e de estilo. É o que
chamamos de objeto direto preposicionado.

Exemplo: Comeu-se do bolo. (Comeu-se parte do bolo.)

No exemplo acima, “do bolo” é objeto direto preposicionado. A preposição foi


empregada não pela exigência do verbo “comer”, mas sim para contribuição do
sentido.

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E quando o objeto direto preposicionado pode ser empregado? Vejamos:

- com verbos que expressam sentimentos.

Exemplo: Amo a Deus e a meus familiares. (a preposição “a” proporciona estilo à


frase.)

- para evitar ambiguidade.

Exemplo: Venceu o Flamengo o Vasco. (frase ambígua)

A ordem direta da frase acima seria “O Vasco venceu o Flamengo.”.


Entretanto, como não houve o emprego da ordem direta (sujeito + verbo +
complemento + adjunto), será necessário empregar a preposição para evitar a
ambiguidade de sentido:

Venceu ao Flamengo o Vasco. (= O Vasco venceu o Flamengo.)

- para realçar uma parte.

Exemplo: Ele comeu do bolo. (Ele comeu parte do bolo.)


O policial sacou da arma. (O policial sacou parte da arma.)

O objeto direto pode, ainda, aparecer repetido na frase. É o que chamamos


de objeto direto pleonástico.

Exemplo: A prova, entregue-a ao professor amanhã.

No exemplo “A prova, entregue-a ao professor amanhã.”, a forma pronominal


oblíqua “-a” repete o objeto direto “A prova”. Por essa razão, é classificado como
objeto direto pleonástico.

 Objeto indireto – complemento de verbo transitivo indireto, isto é, ligado ao


96411120900

verbo com a obrigatoriedade de preposição.

Exemplos:
Nós gostamos de doce.

Na frase acima, o verbo “gostar” rege a preposição “de”, a qual deve ser
obrigatoriamente empregada (Gostamos DE quê?).

Confio em sua aprovação.

No período “Confio em sua aprovação.”, o verbo “confiar” exige a preposição


“em”. Por essa razão, “em sua aprovação” será objeto indireto.

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Dica estratégica!

O núcleo do objeto indireto pode ter base substantiva (substantivo ou


palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada
substantiva objetiva indireta – que caracteriza o objeto indireto oracional).

Exemplos:
Obedecemos às ordens. (ordens = substantivo - núcleo do objeto indireto)
Fiz uma pergunta a você. (você = pronome - núcleo do objeto indireto)
Necessitamos de que você estude muito. (estude = verbo - núcleo do objeto
indireto oracional)

O objeto indireto pode aparecer repetido na estrutura frasal. É o que


chamamos de objeto indireto pleonástico.

Exemplo: Ao guarda, devemos obedecer-lhe.

Em “Ao guarda, devemos obedecer-lhe.”, o pronome oblíquo “lhe” repete o


objeto indireto “Ao guarda”. Por isso, é classificado como objeto indireto pleonástico.

10. (FUNRIO-2012/CEITEC) Cecília Meireles escreveu: “Há momentos na vida


em que sentimos tanto a falta de alguém… que o que mais queremos é tirar
esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.”

O único termo que não desempenha a função de objeto direto no trecho acima
é:

A) momentos.
B) a falta de alguém.
C) esta pessoa.
D) nossos sonhos.
E) la.

Comentário: O único termo que não desempenha a função de objeto direto é a


expressão “nossos sonhos”. No contexto, esse constituinte desempenha a função
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de adjunto adverbial. Logo, a letra (D) é nossa resposta.

Gabarito: D.

11. (FCC-2009/TRE-PI)
Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão
afirmou, na República, que a verdade merece ser estimada sobre todas as coisas,
mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira pode ser útil, e não odiosa.
Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à
clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos
fatos políticos. Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica
que requer, sem idealismos, uma praxiologia, vendo na realidade resistência e no

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poder, hostilidade. Neste contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, "em
tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra".
Recorrendo a metáforas do reino animal, Maquiavel aponta que o príncipe
precisa ter, ao mesmo tempo, no exercício realista do poder, a força do leão e a
astúcia ardilosa da raposa. Raposa, leão, assim como camaleão, serpente, polvo –
metáforas que frequentemente são utilizadas na descrição de políticos – não
podem, com propriedade, caracterizar o ser humano moral que obedece aos
consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir", como lembra Norberto
Bobbio.
No plano político, o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica
contraposição amigo-inimigo. Já o realismo da fraude é mais sutil, pois opera
confundindo e aumentando a opacidade e a incerteza na arena política, como
acentua Pier Paolo Portinaro. Maquiavel salienta que a fraude é mais importante do
que a força para assegurar o poder e consolidá-lo. É por esse motivo que a
simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado e a
veracidade não é usualmente considerada uma virtude característica de
governantes.
Sustentar a simulação e a mentira como expedientes usuais na arena política
é desconhecer a importância estratégica que a confiança desempenha na
pluralidade da interação humana democrática. A confiança requer a boa-fé que
pressupõe a veracidade. O Talmude equipara a mentira à pior forma de roubo:
"Existem sete classes de ladrões e a primeira é a daqueles que roubam a mente de
seus semelhantes através de palavras mentirosas." O padre Antônio Vieira afirmou
que a verdade é filha da justiça, porque a justiça dá a cada um o que é seu, ao
contrário da mentira, porque esta "ou vos tira o que tendes ou vos dá o que não
tendes". Montaigne observou que somente pela palavra é que somos homens e nos
entendemos. Por isso mentir é um vício maldito. Impede o entendimento.

(Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008, com adaptações)

Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica ... (1º parágrafo)

A frase em que o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:

(A) ... que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos.
(B) Neste contexto, política é guerra ...
(C) Recorrendo a metáforas do reino animal ...
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(D) ... que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir" ...
(E) ... que a fraude é mais importante do que a força ...

Comentário: No enunciado, a forma verbal “trabalha” assume transitividade direta,


ou seja, exige um objeto direto como complemento. Sendo assim, deveremos, nas
opções, encontrar um verbo que exija o mesmo complemento. É o que ocorre na
assertiva A, já que o verbo “identificar”, no contexto, apresenta a mesma
transitividade (direta). Para facilitar a visualização, vamos transcrever o trecho na
ordem direta: “Que identifica o cerne dos fatos políticos no predomínio do conflito”.
Percebemos, assim, que o termo “o cerne dos fatos políticos” exerce a função de
objeto direto do verbo “identificar”.

Vamos analisar as demais opções:

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B) Em “Neste contexto, política é guerra ...”, a forma verbal “é” apresenta-se como
verbo de ligação, unindo o predicativo “guerra” ao sujeito “política”.
C) Em “Recorrendo a metáforas do reino animal ...”, a forma verbal “recorrendo”
apresenta transitividade indireta, regendo o emprego da preposição “a” no início da
estrutura do objeto indireto “a metáforas do reino animal ...”.
D) Na opção em análise, o verbo “obedecer” é transitivo indireto, regendo o
emprego da preposição “a”: “(...) obedece aos consagrados preceitos...”.
E) Em “(...) a fraude é mais importante ...”, o verbo “ser” apresenta-se como verbo
de ligação, unindo o predicativo “importante” ao sujeito “a fraude”.

Gabarito: A.

12. (FCC-2011/TRT - 23ª REGIÃO)

Política e sociedade na obra de Sérgio Buarque de Holanda

Para Sérgio Buarque de Holanda a principal tarefa do historiador consistia em


estudar possibilidades de mudança social. Entretanto, conceitos herdados e
intelectualismos abstratos impediam a sensibilidade para com o processo do devir.
Raramente o que se afigurava como predominante na historiografia brasileira
apontava um caminho profícuo para o historiador preocupado em estudar
mudanças. Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua
fala. Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a linguagem do poder, e
sempre imbuídas da ideologia dos interesses estabelecidos. Desvendar ideologias
implica para o historiador um cuidadoso percurso interpretativo voltado para indícios
tênues e nuanças sutis. Pormenores significativos apontavam caminhos
imperceptíveis, o fragmentário, o não determinante, o secundário. Destes proviriam
as pistas que indicariam o caminho da interpretação da mudança, do processo do
vir a ser dos figurantes mudos em processo de forjar estratégias de sobrevivência.
Era engajado o seu modo de escrever história. Como historiador quis
elaborar formas de apreensão do mutável, do transitório e de processos ainda
incipientes no vir a ser da sociedade brasileira. Enfatizava o provisório, a
diversidade, a fim de documentar novos sujeitos eventualmente participantes da
história. Para chegar a escrever uma história verdadeiramente engajada deveria o
historiador partir do estudo da urdidura dos pormenores para chegar a uma visão de
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conjunto de sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem


necessidades sociais. Aderir à pluralidade se lhe afigurava como uma condição
essencial para este sondar das possibilidades de emergência de novos fatores de
mudança social.
Tratava-se, na historiografia, de aceitar o provisório como necessário.
Caberia ao historiador o desafio de discernir e de apreender, juntamente com
valores ideológicos preexistentes, as possibilidades de coexistência de valores e
necessidades sociais diversas que conviviam entre si no processo de formação da
sociedade brasileira sem uma necessária coerência.

(Fragmento adaptado de Maria Odila Leite da Silva Dias, Sérgio Buarque de Holanda e o Brasil.
São Paulo, Perseu Abramo, 1998, pp.15-17)

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“Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho ...”

O verbo empregado no texto que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado
acima está também grifado em:

(A) ... a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de


mudança social.
(B) Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala.
(C) Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos ...
(D) ... sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem
necessidades sociais.
(E) Era engajado o seu modo de escrever história.

Comentário: Para facilitar a análise, vamos transcrever a frase do enunciado na


ordem direta:

“As pistas (...) proviriam destes ...”

Assim, percebemos que:

- “As pistas” desempenham a função de sujeito;


- “proviriam” é um verbo transitivo indireto;
- “destes” é o complemento indireto do verbo “provir”

Desta forma, deveremos buscar, nas opções, aquela que também apresenta
um verbo transitivo indireto.

Letra A. Resposta correta. Em “ ... a principal tarefa do historiador consistia em


estudar possibilidades de mudança social.”, a forma verbal “consistia” assume
transitividade indireta, regendo o emprego da preposição “em”, a qual iniciará a
estrutura do objeto indireto “em estudar possibilidades de mudança social”.
Letra B. Resposta incorreta. Em “Os caminhos institucionalizados escondiam os
figurantes mudos e sua fala.”, a forma verbal em destaque é transitiva direta
(escondiam o quê?  os figurantes mudos e sua fala).
Letra C. Resposta incorreta. Em “Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de
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documentar novos sujeitos ...”, o verbo “enfatizar” é transitivo direto (enfatizava o


quê?  o provisório, a diversidade).
Letra D. Resposta incorreta. Em “... sociabilidades, experiências de vida, que por
sua vez traduzissem necessidades sociais.”, a forma verbal “traduzissem” é
transitiva direta (traduzissem o quê?  necessidades sociais).
Letra E. Resposta incorreta. Em “Era engajado o seu modo de escrever história.”,
temos um verbo de ligação e, consequentemente, o predicativo “engajado”.

Gabarito: A.

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13. (FGV-2008/Senado) "A propósito, convém recordar que o Ministério da


Justiça realizou...". Assinale a alternativa em que o termo indicado exerça, no
texto, a mesma função sintática que recordar.

(A) ... a ordem econômica consagrou princípios vitais...


(B) ... a obra iniciada, que pressupõe a realização das reformas políticas...
(C) ... o Ministério realizou levantamento...
(D) ... realizou levantamento de que resultou a publicação do livro "Leis a Elaborar".
(E) ... ofereceu ao povo a mais ampla Carta dos direitos individuais e coletivos...

Comentário: Vamos analisar as opções.

A) Resposta incorreta. O termo “princípios vitais” é complemento do verbo


transitivo direto “consagrar”. Sendo assim, desempenha a função de objeto direto.
B) Resposta incorreta. A expressão “a realização das reformas políticas”
complementa o sentido do verbo “pressupor”. Por essa razão, é objeto direto.
C) Resposta incorreta. O verbo “realizar” é transitivo direto, exigindo o termo
“levantamento” (objeto direto).
D) Resposta correta. A expressão “a publicação do livro “Leis a Elaborar” é sujeito
da forma verbal “resultou” (= A publicação do livro “Leis a Elaborar” resultou ...).
E) Resposta incorreta. A forma verbal “ofereceu” é transitiva direta e indireta.
Sendo assim, rege dois complementos verbais. A expressão destacada na assertiva
desempenha a função de objeto direto.

Gabarito: D.

14. (FGV-2008/Inspetor Polícia Civil-RJ) “Acompanha a expulsão uma


“interdição de entrada” em todo o território coberto pela diretiva, que pode
durar cinco anos ou até se prolongar indefinidamente.”
Assinale a alternativa em que o termo exerça função sintática idêntica à de
uma "interdição de entrada".

(A) De ardilosa redação, a norma, a um só tempo, refere os direitos humanos e


institucionaliza sua violação sistemática.
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(B) ... há espaços isolados denominados...


(C) um Estado pode prender e expulsar um menor desacompanhado só porque...
(D) Concluída a fusão dos mercados, em vez de rumar para a integração política e
consolidar seu protagonismo na cena mundial.
(E) Razão a mais para acreditar que cabe ao Sul, e particularmente ao plural Brasil,
a invenção de novos modelos...

Comentário: Na ordem direta, a construção do enunciado seria “Uma interdição de


entrada acompanha a expulsão em todo o território. Assim, fica mais fácil identificar
a função sintática de cada elemento:

Uma interdição de entrada  sujeito


acompanha  verbo transitivo direto

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a expulsão  objeto direto
em todo o território  adjunto adverbial de lugar

Nas opções apresentadas, o único elemento destacado que exerce a função


de sujeito é “a invenção de novos modelos”, situado na assertiva E: “A invenção
de novos modelos cabe ao Sul.
Na demais assertivas, os trechos em destaque exercem a função de objeto
direto, sendo complementos dos verbos “institucionalizar”, “haver”, “expulsar” e
“consolidar”.

Gabarito: E.

AGENTE DA PASSIVA

Agente da passiva – é o termo que pratica a ação na voz passiva. Sempre


será introduzido pelas preposições de ou por (ou pela contração da preposição
arcaica “per” + artigo definido “o”, “a”, “os”, “as” = pelo, pela, pelos, pelas).

Exemplos:

Ayrton Senna foi ovacionado por todos os presentes. (voz passiva analítica)

Na voz ativa, teremos “Todos os presentes ovacionaram Ayrton Senna”.

Ayrton Senna foi ovacionado pelos presentes. (voz passiva analítica)

Na voz ativa, teremos “Os presentes ovacionaram Ayrton Senna”.

Ayrton Senna é estimado de todos os brasileiros. (voz passiva analítica)

Na voz ativa, teremos “Todos os brasileiros estimam Ayrton Senna”.


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COMPLEMENTO NOMINAL

Complemento nominal – termo sempre regido de preposição que


complementa o sentido de adjetivos, substantivos abstratos ou advérbios. Em outras
palavras, o complemento nominal completa a ideia de um nome.

Exemplos:
Ele age igual a você.

Em “Ele age igual a você.”, o termo “a você” complementa a ideia do adjetivo


“igual”. Por essa razão, deve ser classificado como complemento nominal.

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Não tenho interesse por você.

Em “Não tenho interesse por você.”, a expressão “por você” complementa a


ideia do substantivo “interesse”. Logo, deve ser classificado como complemento
nominal.

Moro próximo a você.

No exemplo acima, “a você” complementa a ideia do advérbio “próximo”.


Sendo assim, deve ser classificado como complemento nominal.

TERMOS ACESSÓRIOS

Os termos acessórios da oração são adjunto adnominal, adjunto adverbial


e aposto.

O ADJUNTO ADNOMINAL

Adjunto adnominal – termo de função adjetiva e que, por isso, caracteriza


ou delimita o substantivo.
A função de adjunto adnominal será exercida por artigo, adjetivo, numeral
adjetivo, pronome adjetivo, locução adjetiva ou oração adjetiva.

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Uma outra forma de memorização é gravar a palavra PLANA:

P ronome adjetivo
L ocução adjetiva
A rtigo
N umeral adjetivo
A djetivo

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Os pronomes oblíquos o, a, os, as e as formas lo, la, los, las exercem a


função de objeto direto.
Exemplos: Criei um método. (= Criei-o.)
Fizemos o trabalho. (= Fizemo-lo.)

Já as formas pronominais lhe, lhes podem exercer a função de objeto


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indireto, adjunto adnominal ou complemento nominal.


Exemplos:

Pedi uma dica ao professor. (= Pedi-lhe uma dica. ou Pedi uma dica a ele.)

Em “Pedi-lhe uma dica.”, o pronome “lhe” é complemento indireto do verbo


“pedir”. Portanto, é objeto indireto.

Amanda é fiel a ele. (= Amanda é-lhe fiel.)


Em “Amanda é-lhe fiel.”, o pronome “lhe” é empregado com verbo de ligação,
complementando o sentido do adjetivo “fiel”. Logo, é complemento nominal.

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Pisei o pé dele. (Pisei-lhe o pé.)

Em “Pisei-lhe o pé.”, o pronome “lhe” equivale ao pronome possessivo “seu”,


ou seja, indica posse. Portanto, é adjunto adnominal.

15. (CESGRANRIO - 2010 – IBGE) O pronome destacado NÃO indica posse na


seguinte frase:

a) A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo.


b) A expectativa mantinha-lhe o coração acordado.
c) Faltava-lhe vontade de voltar para casa.
d) O sal impregnava-lhe as roupas.

Comentário: As formas me, te, lhe, nos, vos podem ser usadas em lugar dos
pronomes possessivos, indicando uma ideia de posse. Nesse caso, exercerão a
função de adjunto adnominal. De posse desta informação, vamos analisar as
assertivas.

A) Em “A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo.”, o pronome “lhe” traz a noção de


posse: “A brisa da madrugada tocava seu corpo”.
B) Em “A expectativa mantinha-lhe o coração acordado.”, novamente o pronome
“lhe” indica o aspecto de posse: “A expectativa mantinha seu coração acordado”.
C) Esta é a resposta da questão. No excerto “Faltava-lhe vontade de voltar para
casa.”, o pronome “lhe” é complemento indireto do verbo “faltar”. Para fazer a
confirmação, substituam-no pela forma a ele(a): “Faltava a ele(a) vontade de voltar
para casa”.
D) Em “O sal impregnava-lhe as roupas.”, o pronome “lhe” pode ser substituído por
um pronome possessivo: “O sal impregnava suas roupas”.

Gabarito: C.

16. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) Assinale a opção cujo termo em destaque


tem valor sintático diferente dos demais.

a) "As palavras juntas formam frases, orações e períodos."


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b) "No cotidiano, as pessoas não têm mais tempo para dialogar."


c) "elas se tornam vivas, dando uma sensação de bemestar,"
d) " porque a idéia se perpetua e é transmitida de geração para geração."
e) "A mobilização social é um ato de comunicação."

Comentário: A única função sintática que difere das demais é encontrada na


assertiva E. O termo “um ato de comunicação” exerce a função de predicativo do
sujeito: “A mobilização social (sujeito) é (verbo de ligação) um ato de comunicação
(predicativo do sujeito)”.

Nas demais opções, os termos destacados exercem a função de sujeito.

Gabarito: E.

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17. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) "mesmo admitindo que grandes massas


da população estejam excluídas dele". Os segmentos destacados têm a
mesma função que a oração em destaque em:

a) "...criaram novos espaços de conhecimento."


b) "Esses espaços de formação têm tudo..."
c) "O conhecimento é o grande capital da humanidade."
d) "...que precisa dele para a inovação tecnológica."
e) "acabaram surgindo indústrias do conhecimento,"

Comentário: No enunciado da questão, a expressão “que grandes massas da


população estejam excluídas dele” é complemento do verbo “admitir”, exercendo a
função de objeto direto. Essa mesma função é encontrada na alternativa A. O verbo
“criar” é transitivo direto, exigindo como complemento o objeto direto “novos
espaços de conhecimento”. Portanto, este é o gabarito da questão.

Gabarito: A.

18. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) Assinale a opção cujo termo em destaque


tem valor sintático diferente dos demais.

a) "As palavras juntas formam frases, orações e períodos."


b) "No cotidiano, as pessoas não têm mais tempo para dialogar."
c) "elas se tornam vivas, dando uma sensação de bemestar,"
d) " porque a idéia se perpetua e é transmitida de geração para geração."
e) "A mobilização social é um ato de comunicação."

Comentário: A única função sintática que difere das demais é encontrada na


assertiva E. O termo “um ato de comunicação” exerce a função de predicativo do
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sujeito: “A mobilização social (sujeito) é (verbo de ligação) um ato de comunicação


(predicativo do sujeito)”.

Nas demais opções, os termos destacados exercem a função de sujeito.

Gabarito: E.

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19. (CESGRANRIO – 2010 – PETROBRAS) Nas sentenças abaixo, a expressão


em negrito que NÃO pode ser substituída pelo pronome após a forma verbal,
especificado entre parênteses, é:

a) A deusa dava aos poetas o poder de voltar ao passado. (dava-lhes)


b) Ela tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais. (conferir-lhes)
c) Os historiadores registram em suas obras a fisionomia de um humano.
(registram-nas)
d) Os antigos queriam colocar suas obras sob a proteção das Musas. (colocá-las)
e) Eles aprendiam de cor as regras da eloquência. (aprendiam-nas)

Comentário: Vamos analisar cada opção.

A) Resposta correta. No excerto “A deusa dava aos poetas o poder de voltar ao


passado.”, a expressão “aos poetas” desempenha a função de complemento
indireto do verbo “dar”. Portanto, é permitida a substituição pela forma pronominal
“lhes”: A deusa dava-lhes o poder de voltar ao passado.

B) Resposta correta. Em “ela tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais.”, a


expressão “aos mortais” exerce a função de objeto indireto do verbo “conferir”,
tornando lícita substituição pelo pronome oblíquo átono “lhes”: Ela tinha o poder de
conferir-lhes imortalidade.

C) Resposta incorreta. As formas pronominais “o(s)” e “a(s)” devem ser


empregadas para substituir vocábulos ou expressões que sejam complementos
diretos. Entretanto, a função de objeto direto do trecho “Os historiadores queriam
colocar em suas obras a fisionomia de um humano.” é desempenhada pela
expressão “a fisionomia de um humano”. Logo, o correto seria escrever
“registram-na”. E qual a classificação da expressão “em suas obras”. Ora, o excerto
em destaque denota uma circunstância de lugar, exercendo, pois, a função de
adjunto adverbial. Por essa razão, esta assertiva é o gabarito da questão.

D) Resposta correta. Em “Os antigos queriam colocar suas obras sob a proteção
das Musas.”, o verbo “colocar” é transitivo direto, exigindo, portanto, um
complemento direto. Essa função de objeto direto é exercida pela expressão “suas
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obras”, o que torna lícita a substituição pelo pronome oblíquo átono “as”. É
importante ressaltar que, conforme estudamos na aula sobre pronomes, essa forma
pronominal assumiu apresenta-se como “las” por unir-se a um verbo terminado em
“-r”: Os antigos queriam colocá-las sob a proteção das Musas.

E) Resposta correta. No trecho “Ele aprendiam de cor as regras da eloquência.”, a


expressão em destaque exerce a função de objeto direto do verbo “aprender”.
Portanto, é possível substituí-la pela forma pronominal “as”. Vale ressaltar que o
pronome oblíquo átono “as” passou à forma “las” por ser unir encliticamente à
estrutura verbal “aprendiam”, terminada em “-m”: aprendiam-nas.

Gabarito: C.

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20. (FGV-2008/Senado) "Que provocou o maior desastre fiscal da história


brasileira, induzindo a disparada do déficit público, da dívida interna e da
carga tributária".
No trecho acima, em relação às ocorrências de complemento nominal, é
correto afirmar que há:

(A) três
(B) quatro
(C) duas
(D) uma
(E) zero

Comentário: Complemento nominal é o termo que apresenta relação com o nome


(adjetivo, substantivo abstrato e advérbio). No excerto apresentado no enunciado,
não há complementos nominais. Vejam que o termo destacado em “desastre fiscal
da história brasileira” limita o nome “desastre” e contém ideia ativa. Portanto,
desempenha a função de adjunto adnominal. No trecho “disparada do déficit
público, da dívida externa e da carga tributária”, os termos em destaque relacionam-
-se ao nome “disparada”, apresentando ideias ativas. Logo, também exercem a
função de adjunto adnominal.

Gabarito: E.

21. (FGV-2008/Senado) "A ordem econômica consagrou princípios vitais: a


função social da propriedade, as garantias de livre concorrência, a defesa do
consumidor e do meio ambiente e o tratamento fiscal simplificado para micro,
pequenas e médias empresas."
Há, no trecho acima:

(A) três complementos nominais.


(B) dois complementos nominais.
(C) cinco complementos nominais.
(D) quatro complementos nominais.
(E) seis complementos nominais.

Comentário: Quando houver menção a complementos nominais, procurem, de


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imediato, termos preposicionados. Em “a função social da propriedade”, há ideia de


posse. Logo, o termo destacado é adjunto adnominal. O mesmo ocorre no trecho
“as garantias de livre concorrência”, ou seja, o termo destacado também apresenta
ideia de posse, desempenhando, portanto, a função de adjunto adnominal. Por sua
vez, no trecho “a defesa do consumidor e do meio ambiente”, os termos destacados
relacionam-se ao substantivo abstrato “defesa” e apresentam ideia passiva (O
consumidor e o meio ambiente são defendidos). Dessa forma, desempenham a
função de complemento nominal. Por fim, no trecho “tratamento fiscal simplificado
para micro, pequenas e médias empresas”, também há ideia de passividade, pois
as empresas recebem o tratamento. Logo, desempenha a função de complemento
nominal.

Gabarito: A.

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22. (FGV-2008/Senado) "Esse pacto... tornou possível a passagem do regime


autoritário para o Estado democrático de Direito."
Assinale a alternativa que desempenhe, no texto, função sintática idêntica à
de possível.

(A) ... os juizados especiais, que aproximaram a Justiça da população e tornaram


mais ágeis as decisões de interesse...
(B) ... a inserção de matérias inassimiláveis...
(C) A ordem econômica consagrou princípios vitais...
(D) A Constituição ofereceu ao povo brasileiro a mais ampla Carta de direitos
individuais e coletivos...
(E) Esse pacto, talvez o mais importante de nossa história...

Comentário: Para facilitar a identificação da função sintática, vamos transcrever o


período do enunciado na ordem direta: Esse pacto tornou a passagem (...) possível.
Assim, percebemos que o adjetivo “possível” atribui uma característica ao objeto
direto “a passagem”. Logo, desempenha a função de predicativo do objeto.
A mesma função sintática é encontrada na assertiva A. Transcrevendo o
período na ordem direta (“Os juizados especiais tornaram as decisões mais ágeis
(...)”), percebemos que o adjetivo “ágeis” atribui uma característica ao objeto “as
decisões”. Portanto, desempenha a função de predicativo do objeto.
Nas demais opções, as funções sintáticas são as seguintes:
B) ... a inserção de matérias inassimiláveis... – adjunto adnominal
C) A ordem econômica consagrou princípios vitais... – adjunto adnominal
D) A Constituição ofereceu ao povo brasileiro a mais ampla Carta de direitos
individuais e coletivos... – adjunto adnominal
(E) Esse pacto, talvez o mais importante de nossa história... – aposto explicativo
Gabarito: A.

ADJUNTO ADVERBIAL

Adjunto adverbial – termo que modifica adjetivo, verbo ou advérbio.

Para memorizar, o adjunto adverbial modifica:


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A djetivo – Eu sou bastante tranquilo.

V erbo – Na faculdade, eu estudava muito.

A dvérbio – Você escreve muito bem.

CLASSIFICAÇÃO

Para efeito de prova, o mais importante é a ideia que o adjunto adverbial


transmite. Vejamos algumas:

- causa : O mendigo morreu de fome.

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- companhia : A esposa viajou com minha sogra.

- negação: Vocês não serão reprovados.

- afirmação: Certamente vocês gabaritarão a prova de língua portuguesa.

- dúvida: Provavelmente vocês gabaritarão todas as questões.

- finalidade: Visitou o restaurante para fiscalização.

- instrumento: Escrevi a prova a lápis.

- intensidade: Gosto muito de vocês.

- lugar: Passamos as férias em casa.

- meio: Viajarei para a Europa de avião.

- modo: Fez a prova apressadamente.

- tempo: Estudarei à noite.

- concessão: Sem fazer a inscrição, não faremos a prova.

23. (FGV-2008/Polícia Civil-RJ) "O Estado pode considerar desnecessária a


tradução dos documentos..." No trecho acima, o termo destacado exerce
função sintática de:

(A) adjunto adnominal


(B) adjunto adverbial
(C) complemento nominal
(D) predicativo do sujeito
(E) predicativo do objeto.

Comentário: Transcrevendo o período do enunciado na ordem direta, temos “O


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Estado pode considerar a tradução dos documentos desnecessária (...)”.


Percebemos, assim, que o adjetivo “desnecessária” atribui uma característica ao
objeto direto “a tradução dos documentos”. Portanto, desempenha a função de
predicativo do objeto.

Gabarito: E.

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APOSTO

Aposto – termo de natureza substantiva que explica, esclarece ou resume


um elemento.

CLASSIFICAÇÃO
O aposto pode ser:

 Explicativo – por definição, é usado para explicar um termo. Na frase,


aparece entre vírgulas, travessões ou parênteses.

Exemplo: Pelé, o rei do futebol, fez mais de mil gols.


Pelé – o rei do futebol – fez mais de mil gols.
Pelé (o rei do futebol) fez mais de mil gols.

Dica estratégica!

O aposto também pode ser oracional, isto é, ter um verbo em sua estrutura.

Exemplo: Desejo o seguinte: que vocês sejam aprovados no concurso.

Para facilitar a análise, substitua pelo pronome “ISSO”:

Desejo o seguinte: isso.

 Especificativo (ou apelativo) – liga-se a um substantivo para indicar-lhe sua


espécie. Não é separado por vírgulas, travessões ou parênteses.

Exemplos: O rio Amazonas é um dos maiores do mundo.


A cidade de Londres é linda.

 Enumerativo – desenvolve o termo anterior.

Exemplo: Gabaritei as seguintes disciplinas: Direito Constitucional, Direito


Administrativo e Língua Portuguesa. 96411120900

 Resumitivo (ou recapitulativo) – por definição, recapitula/resume o que foi


mencionado anteriormente.

Exemplos: Gritos, festas, batuques: nada desviava seu foco.

 Distributivo – referem-se a elementos no texto.

Exemplo: Vasco e Corinthians são dois grandes clubes de futebol: este é o atual
campeão brasileiro e aquele vencerá o brasileirão deste ano.

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Dica estratégica!

O aposto pode referir-se a uma oração inteira.

Exemplo: Vocês gabaritarão as questões, o que me deixará muito feliz.

Na frase acima, o pronome demonstrativo “o” exerce a função de aposto,


referindo-se à oração “Vocês gabaritarão as questões”.

VOCATIVO

Vocativo – termo que indica um chamamento. Não está ligado diretamente a


outros termos da oração.

Exemplos: Candidatos, estudem para a prova.


Estudem, candidatos, para a prova.
Estudem para a prova, candidatos.
Professor, posso entrar na sala?
Posso entrar na sala, professor?

Dica estratégica!

Aposto e vocativo não se confundem. Para facilitar a diferenciação, o


vocativo admite o emprego da interjeição “Ó”, sendo um diálogo. O aposto, por não
admite o emprego da mencionada interjeição, caracterizando uma declaração.

Exemplos: (Ó) Professor Fabiano, posso entrar ? (É um diálogo. Logo, “Professor


Fabiano” é um vocativo.)

Fabiano, professor de língua portuguesa, gosta do que faz. (É uma declaração.


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Logo, “professor de língua portuguesa” é um aposto.)

24. (FUNRIO-2010/INVESTE RIO) Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha


infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso,
inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade.

(Machado de Assis. “Memórias póstumas de Brás Cubas”.)

A frase, “Uma flor, o Quincas Borba”, não pode ser considerada uma oração
(pois não possui verbo); no entanto, ainda assim, permite que se realize uma
análise sintática desse segmento. Assim, pode-se afirmar que o trecho em
questão é composto de:

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A) dois vocativos, que aludem aos personagens com os quais o narrador dialoga.
B) dois termos adjuntos, dois quais apenas um deles desempenha função
adnominal.
C) um termo substantivo e de seu aposto de natureza explicativa.
D) um adjunto adverbial de pessoa, com o qual se caracteriza o início da narrativa.
E) palavras e expressões isoladas que, no presente contexto, funcionam como
predicado nominal.

Comentário: No trecho “Uma flor, o Quincas Borba”, o termo “uma flor” tem base
substantiva (flor), seguido da expressão “o Quincas Borba”, que, devido à sua
natureza explicativa, desempenha a função de aposto do termo anterior. Logo, a
letra (C) é nossa resposta.

Gabarito: C.

25. (FUNRIO-2009/DEPEN) “Senhoras e senhores, chamo ao palco neste


momento o Professor Doutor Simão Bacamarte, ilustre Paraninfo das turmas
concluintes do Ensino Médio de nosso querido Colégio”.

A função textual das duas vírgulas dessa frase é separar, respectivamente,

A) o sujeito e o predicativo.
B) os substantivos e os adjetivos.
C) o vocativo e o aposto.
D) o verbo e o nome.
E) o acessório e o enfático.

Comentário: Conforme nos ensinam as lições gramaticais, o vocativo sempre


aparece isolado na sentença. No contexto em comento, a expressão “Senhoras e
senhores” é isolada por uma vírgula, desempenhando a função de vocativo na
estrutura oracional. Por sua vez, o segmento “ilustre Paraninfo das turmas
concluintes do Ensino Médio de nosso querido Colégio” é uma explicação do termo
“Professor Doutor Simão Bacamarte”, exercendo a função de aposto. Sendo assim,
a função textual das vírgulas é separar, respectivamente, vocativo e aposto.
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Gabarito: C.

A questão a seguir baseia-se no texto abaixo.

26. (FCC-2011/Banco do Brasil)

A economia do Nordeste beneficiou-se, principalmente, de um modelo


econômico que priorizou a demanda. A expansão dos programas sociais e,
sobretudo, o aumento do salário mínimo tiveram sobre a região um impacto bem
maior do que no restante do país. A economista Tânia Bacelar, da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), lembra que metade das famílias que ganham um
salário mínimo se encontra no Nordeste. A população nordestina também absorve

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55% do orçamento destinado ao Bolsa Família. "Pela estrutura de renda da região,


mais baixa que no resto do país, o efeito das políticas que mexeram com a renda foi
maior aqui. O aumento dessas receitas impulsionou o consumo e atraiu
investimentos, especialmente dos grandes grupos de alimentos, bebidas, varejistas
e distribuição de alimentos."
Investimentos em infraestrutura, como a duplicação da BR-101, a
transposição do rio São Francisco e a construção da ferrovia Transnordestina
injetaram bilhões na economia e ajudaram a dinamizar a construção civil, assim
como os investimentos da Petrobras – que asseguraram à indústria naval a
demanda necessária para voltar a investir depois de mais de uma década sem
produzir um único navio.
A interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos
tecnológicos também mudam a cara do Nordeste, especialmente nas cidades
médias. É o caso de Caruaru, um dos municípios que mais crescem na região. Nos
últimos anos, a "Princesa do Agreste", mais conhecida por suas confecções e pelas
feiras que movimentam milhões de reais, atraiu estudantes e professores de todos
os lugares e observou uma profunda transformação em seus hábitos.
A outra face do "novo Nordeste" está no campo. Nas áreas de Cerrado, como
no oeste da Bahia e no sul do Maranhão, o agronegócio avança e transforma
chapadões em imensas propriedades produtoras de soja. No Semiárido, onde as
condições são bem menos favoráveis, o aumento dos recursos destinados a
financiar a agricultura familiar e o empreendedorismo dos pequenos ajudam a
mudar a vida das pessoas. É o que se observa em Picos, polo produtor de mel e
caju no sertão do Piauí.
(Gerson de Freitas Jr., Carta Capital, 15 de dezembro de 2010, p. 24, com adaptações)

“Interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos


também mudam a cara do Nordeste ...” (3º parágrafo)

O mesmo tipo de complemento grifado acima está na frase:


(A) ... que mexeram com a renda ...
(B) ... que mais crescem na região.
(C) ... que movimentam milhões de reais ...
(D) A outra face do “novo Nordeste” está no campo.
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(E) ... onde as condições são bem menos favoráveis ...

Comentário: No excerto “Interiorização das universidades federais e a criação de


novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste ...”, a forma
verbal “mudam” é transitiva direta (“mudam” o quê?  a cara do Nordeste). Logo, o
termo “a cara do Nordeste” é objeto direto do verbo. Sendo assim, deveremos
encontrar, nas opções, aquela que também apresenta um verbo transitivo direto.
Letra A. Resposta incorreta. Em “... que mexeram com a renda ...”, o verbo “mexer” é
transitivo indireto, regendo o emprego da preposição “com” no início da estrutura de seu
complemento indireto: “com a renda”.
Letra B. Resposta incorreta. Em “... que mais crescem na região.”, o verbo “crescer” é
intransitivo, e o termo “na região” é um adjunto adverbial de lugar.
Letra C. Resposta correta. Em “... que movimentam milhões de reais ...”, “movimentar” é
um verbo transitivo direto (“movimentam” o quê?  milhões de reais). Logo, “milhões de
reais” é o objeto direto da forma verbal “movimentam”.

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Letra D. Resposta incorreta. Em “A outra face do “novo Nordeste” está no campo.”, o


verbo “estar” é intransitivo, e o termo “no campo” é adjunto adverbial de lugar.
Letra E. Resposta incorreta. Em “... onde as condições são bem menos favoráveis ...”, a
forma verbal “são” é um verbo de ligação, unindo o predicativo “favoráveis” ao sujeito “as
condições”.
Gabarito: C.

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SINTAXE DO PERÍODO

Este é um momento muito aguardado não só por mim, mas também por vocês,
candidatos, visto que as bancas examinadoras sempre exigem alguma questão que
trabalhe conhecimentos sobre período e a relação sintático-semântica entre as orações que
o compõem.
Primeiramente, é preciso dizer que o período divide-se em simples e composto.

PERÍODO SIMPLES

O período simples é a estrutura que composta por uma só oração de sentido


completo, chamada de oração absoluta. Cada oração se estrutura em torno de um verbo.
Exemplo: O aluno passou no concurso. (oração absoluta)

PERÍODO COMPOSTO

Já o período composto é a estrutura que formada por mais de uma oração.


Exemplo: Se você estudar, acertará as questões.
1ª oração 2ª oração

O período composto subdivide-se em coordenação e subordinação.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

Por que coordenação? Sempre que o período for composto por coordenação,
deveremos entender que as orações que o compõem são independentes sintaticamente, ou
seja, sua estrutura interna (funções sintáticas) não depende de outra oração.

Exemplo: Acordei, estudei, dormi. (as orações são independentes entre si)
1ª oração 2ª oração 3ª oração

No período composto por coordenação, temos as orações coordenadas


assindéticas e sindéticas. De onde provêm essas nomenclaturas?
Devo dizer a vocês que toda conjunção coordenativa é chamada de
síndeto. No período composto por coordenação, existem orações que não trazem,
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em sua estrutura, essa modalidade de conjunção. Por essa razão, são chamadas de
orações assindéticas.

Exemplo: Acordei, estudei, dormi.


1ª oração 2ª oração 3ª oração

Na estrutura acima, as orações “Acordei”, “estudei” e “dormi” não apresentam


conjunção coordenativa (síndeto). Sendo assim, são classificadas como orações
coordenadas assindéticas.

Entretanto, no mesmo período composto por coordenação, existem orações


que podem apresentar, em sua estrutura, conjunção coordenativa (síndeto). Sendo
assim, são denominadas orações coordenadas sindéticas. Essas orações
recebem o nome da noção semântica apresentada pela conjunção coordenativa.

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As orações coordenadas sindéticas classificam-se em:

Orações coordenadas sindéticas ... Exemplos

 aditivas – apresentam ideia de soma, O aluno estuda e trabalha.


correlação, sendo estabelecida pelos Não só estuda, mas também
articuladores e, mas também, além disso, trabalha.
ademais ...

adversativas – apresentam ideia de Estuda pouco, mas passou em


oposição, contraste, sendo estabelecida pelos vários concursos.
articuladores mas, porém, todavia, contudo, Foi ao cinema, no entanto dormiu.
entretanto, no entanto ...

 alternativas – apresentam ideia de Deseja isso ou aquilo?


alternância, escolha ou exclusão, sendo Ora estuda, ora dorme.
estabelecida pelos articuladores ou, já...já, Iremos à praia quer chova, quer
ou...ou, ora...ora, quer...quer etc. faça sol.

 conclusivas – apresentam ideia de Estudou muito, logo acertará as


conclusão lógica, sendo estabelecida pelos questões.
articuladores pois (após o verbo), portanto, Dormiu tarde, portanto não foi à
assim, por isso, logo, em vista disso, aula.
então, por conseguinte ...

 explicativas – apresentam ideia de Façam as questões, pois vocês


explicação, esclarecimento, justificativa, precisam passar na prova.
sendo estabelecida pelos articuladores Entre, que (=pois) é tarde!
pois (antes do verbo), porque, que,
porquanto ...

Por ora, devo dizer que os conhecimentos acima são suficientes. Mais adiante,
veremos que decorar a lista de conectivos para classificar as orações nem sempre é
o método mais eficiente, pois as provas de concursos exigem de vocês, candidatos,
uma análise da relação sintático-semântica entre as orações.
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PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Agora, estudaremos o período composto por subordinação. Mas, afinal, por


que subordinação? Sempre que o período for composto por subordinação,
deveremos entender que as orações que o compõem são dependentes
sintaticamente, ou seja, sua estrutura interna (funções sintáticas) depende de outra
oração.

Exemplo: Vocês aspiram a que sejam aprovados no concurso. (as orações são
dependentes)
oração principal oração subordinada

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A primeira oração, denominada principal, é o termo regente da oração
subordinada (termo regido). Em outras palavras, a oração principal “Vocês
aspiram” subordina a oração “à aprovação no concurso.”, pois esta exerce a função
sintática de objeto indireto do verbo aspirar (Vocês aspiram a quê? “A que sejam
aprovados no concurso”.). Logo, a expressão “a que sejam aprovados no concurso.”
é classificada como oração subordinada substantiva objetiva indireta.

As orações subordinadas subdividem-se em substantivas, adverbiais e


adjetivas.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

A nomenclatura “oração subordinada substantiva” deve-se ao fato de um


termo, de base substantiva, apresentar-se sob a forma de oração, desempenhando
uma função sintática (sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, agente da passiva ou aposto).

As orações subordinadas substantivas são introduzidas por uma conjunção


integrante. Para a felicidade de vocês (rs...), são apenas duas: que e se.

Existem as seguintes orações subordinadas substantivas:

 Subjetivas – funcionam como sujeito da oração principal.

É essencial que estudemos bastante.


oração principal oração subordinada substantiva
subjetiva

No exemplo acima, a oração “que estudemos bastante.” exerce a função de


sujeito da oração principal. Sendo assim, deve ser classificada como oração
subordinada substantiva subjetiva.

Para facilitar a análise da função sintática desempenhada pela oração


subordinada, substituam a conjunção integrante pelo pronome demonstrativo ISSO:

ISSO é essencial.
sujeito 96411120900

Parece que seremos aprovados. (= ISSO parece.)


oração princ. oração subordinada substantiva
subjetiva

No início desta aula, estudamos o sujeito oracional, que sempre leva o


verbo à terceira pessoa do singular. A oração subordinada substantiva subjetiva
desempenha a função de sujeito oracional, pois apresenta verbo em sua estrutura.

É essencial que estudemos bastante. (= ISSO é essencial.)


oração principal oração subordinada substantiva
subjetiva

SUJEITO ORACIONAL

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Parece que seremos aprovados. (= ISSO parece.)


oração princ. oração subordinada substantiva
subjetiva

SUJEITO ORACIONAL

 Predicativas – funcionam como predicativo do sujeito da oração principal.

O essencial é que todos sejamos aprovados. (= O essencial é ISSO.)


oração principal oração subordinada substantiva
predicativa

 Objetivas diretas – funcionam como objeto direto da oração principal.

O professor espera que vocês gabaritem a prova. (O professor espera ISSO.)


oração principal oração subordinada substantiva
objetiva direta

 Objetivas indiretas – funcionam como objeto indireto da oração principal.

O professor gostaria de que vocês fossem aprovados. (O professor gostaria dISSO.)


oração principal oração subordinada substantiva
objetiva indireta

 Completivas nominais – funcionam como complemento nominal da oração


principal.

O professor tem vontade de que vocês sejam classificados. (vontade dISSO.)


oração principal oração subordinada substantiva
completiva nominal

 Agentes da passiva – funcionam como agente da passiva da oração


principal.

Ayrton Senna foi ovacionado por quem estava presente.


oração principal oração subordinada substantiva
96411120900

agente da passiva

Para facilitar a análise da oração subordinada substantiva agente da passiva,


substituam pelo pronome indefinido ALGUÉM.

Ayrton Senna foi ovacionado por alguém.

 Apositivas – funcionam como aposto da oração principal.

O nervosismo dos candidatos era este: que fossem aprovados no concurso.


oração principal oração subordinada substantiva
apositiva

O nervosismo dos candidatos era este: ISSO.

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ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

As orações subordinadas adverbiais desempenham a função sintática de


adjunto adverbial da oração principal. São introduzidas por conjunções adverbiais.
As orações subordinadas adverbiais subdividem-se em:
Orações subordinadas adverbiais ... Exemplos

 causais – exprimem causa, razão, O aluno obteve boa pontuação


motivo, em relação à oração principal. Os porque estudou.
principais articuladores são porque, visto que, Ficou feliz uma vez que foi
que (=porque), uma vez que ... aprovado.

 comparativas – expressam ideia de


comparação ou confrontam ideias em relação à Esta moça é mais bonita do que
oração principal. Os principais articuladores são aquela.
como, tal qual, tão quanto (=como), Ele estudou tão quanto a irmã.
feito (= como), que (nas correlações mais (do)
que, menos (do) que, maior (do) que,
menor (do) que, melhor (do) que, pior (do)
que ...

 condicionais – exprimem ideia de Contanto que você compre os


condição, possibilidade, hipótese. Os principais ingressos, iremos ao cinema.
articuladores são caso, se (= caso), Dado que (=caso) erre a questão,
contanto que, desde que (= caso), sem que, estude mais.
salvo se, a não ser que, dado que ...
 concessivas – expressam ideias
opostas, concessivas às da oração principal.
Os principais articuladores são embora, Embora estivessem cansados,
ainda que, mesmo que, posto que, foram estudar.
por mais que, se bem que, conquanto, Obteve a aprovação sem que
dado que (= ainda que), que (= ainda que) ...
(=embora não) se dedicasse.
Persevere, nem que (=ainda que)
Com conjunções concessivas, o verbo os estudos sejam cansativos.
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fica no modo subjuntivo.

 conformativas – apresentam ideia de Segundo o gabarito oficial, acertei


conformidade em relação ao fato da oração todas as questões da prova.
principal. Os principais articuladores são Conforme vocês sabem, o
segundo, como, conforme, consoante, que Fluminense é o atual campeão
(= conforme) ... brasileiro de futebol.
 consecutivas – expressam ideia de Estudou tanto que gabaritou a
consequência, resultado em relação à oração prova.
principal. Os principais articuladores são que Tamanha foi a explosão, que
(nas correlações tão...que, tanto que, todos acordaram.
tamanho que, tal que, de sorte que,
de maneira que) ...

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Orações subordinadas adverbiais ... Exemplos

 finais – expressam finalidade, objetivo. Fez-lhe sinal porque (= para que)


Os principais articuladores são para que, se calasse.
a fim de que, que (= para que), porque Estudou muito a fim de que
(= para que) ... passasse no concurso.

 proporcionais – apresentam ideia de


proporção, concomitância, simultaneidade entre À medida que vive, mais aprende
fatos da oração subordinada e da oração com as pessoas.
principal. Principais articuladores: à medida Quanto mais estudo, mais
que, à proporção que, quanto mais...mais, aprendo.
quanto menos...menos ...

 temporais – apresentam ideia de tempo Logo que soube o resultado,


em relação ao fato da oração principal. chamou todos os amigos.
Principais articuladores: logo que, assim que, Ficou emocionado desde que viu
antes que, depois que, quando, enquanto ... o resultado do concurso.

Como disse a vocês, decorar a lista de conectivos para classificar as orações


nem sempre é o método mais eficiente. O diferencial para resolver questões que
exigem esse tipo de conteúdo é analisar a relação sintático-semântica entre as
orações. Vejam:

Adversativo – Estudou bastante, mas foi reprovado.


MAS
Aditivo – Não só pratica judô, mas também faz natação.
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Aditivo – Arrumou-se e foi trabalhar.

E Adversativo – Não estudou e passou no concurso.

Consecutivo – Faltou luz e não conseguimos estudar à noite.

Explicativo – Não beba, pois é prejudicial à saúde.

POIS Conclusivo – É inteligente; será, pois (= portanto), aprovado.

Causal – Estava irrequieto, pois ganhou uma casa.

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Explicativo – Estude, porque (=pois) será aprovado.

PORQUE Final – Mudei-me de cidade porque (=para que) fosse feliz.

Causal – Chorei porque passei no concurso.

Conclusivo – Estudou muito, logo (=portanto) será classificado.


LOGO
Temporal – Logo que (=assim que) chegou, foi tomar banho.

Causal – Sorriu uma vez que acertou todas as questões.


UMA VEZ QUE
Condicional – Uma vez que estude, será aprovado.
(= Se estudar, será aprovado.)

Comparativo – Meu irmão é tão estudioso quanto meu pai.


QUANTO
Aditivo – Ela tanto estuda quanto trabalha.
(= Ela estuda e trabalha.)

Condicional – Desde que compre o ingresso, irei ao cinema.


DESDE QUE
Temporal – Desde que cheguei, quero ir ao cinema.

Condicional – Sem que (= Caso não) estudem, não passarão.


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SEM QUE Concessivo – Sem que estudasse muito, passou na prova.

Comparativo – Ela fala como (= igual a) uma vitrola.

Conformativo – Estudou como (= conforme) combinamos.


COMO
Aditivo - Não só trabalha como também pratica esportes.

Causal – Como (=Já que) estava cansado, resolveu dormir.

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Explicativo – Ele deve ter corrido, porquanto está suado.


PORQUANTO
Causal – Estavam felizes porquanto foram aprovados.

Condicional – Se você estudar, logrará êxito no concurso.


SE
Conjunção integrante – Não sei se você virá. (= Não sei isso.)

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

A nomenclatura “oração subordinada adjetiva” deve-se ao fato de a oração


desempenhar uma função de adjetivo (acompanhar o substantivo, restringindo ou
generalizando seu sentido). Sempre são introduzidas por pronomes relativos (que,
a qual, quem, cujo, cuja, onde, como ...).

As orações subordinadas adjetivas dividem-se em:

 Explicativas – sempre isoladas por vírgulas, explicam o sentido de um


elemento presente na oração principal. Podem ser retiradas do texto sem que
prejudiquem o sentido da oração principal.

Os alunos, que são humanos, serão aprovados.

oração subordinada adjetiva explicativa

Em “Os alunos, que são humanos, serão aprovados.”, temos a interpretação


de que todos os alunos são humanos. Logo, a oração em destaque pode ser
suprimida sem alteração de sentido do enunciado original.
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 Restritivas – nunca isoladas por sinais de pontuação, restringem ou limitam


o sentido de um elemento presente na oração principal. Não podem ser retiradas do
texto, sob o risco de prejuízo ou modificação do sentido original da oração principal.

Os alunos que são determinados serão aprovados.

oração subordinada adjetiva restritiva

Em “Os alunos que são determinados serão aprovados.”, temos a


interpretação de que somente os alunos determinados serão aprovados. Sendo
assim, não é possível retirar/suprimir do período a oração em destaque sem alterar
o sentido original do enunciado.

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FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS

Conforme vimos nas lições sobre pronomes, os relativos substituem um


nome antecedente (substantivo ou pronome), evitando sua repetição desnecessária
no texto. Devido a essa substituição, podem exercer diferentes funções sintáticas
nas orações.

Exemplos:

(1) O livro que comprei é de Português.

 Em (1), temos a união de duas orações:


Comprei o livro.
O livro é de Português.
Percebemos, assim, que o pronome relativo “que” substitui o nome “livro”:
Comprei o livro. Logo, o “que” exerce a função de objeto direto do verbo “comprar”.

(2) Comprei o livro de que gosto.

 Em (2), temos a união de duas orações:


Comprei o livro.
Gosto do livro.
Em (2), o “que” substitui o nome “livro”: Gosto do livro. Sendo assim, o “que”
exerce a função de objeto indireto do verbo “gostar”.

(3) A igreja que é antiga está em ruínas.

 Em (3), temos a união de duas orações:


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A igreja está em ruínas.


A igreja é antiga.
Em (3), o “que” substitui o nome “igreja”: A igreja é antiga. Portanto, o
pronome relativo “que” exerce a função de sujeito da oração subordinada “que é
antiga”.

(4) Veremos o filme cuja protagonista é linda.

refere-se concorda com


ao termo o termo
anterior posterior

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 Em (4), temos a união de duas orações:


Veremos o filme.
A protagonista do filme é linda.

Em (4), o pronome relativo “cuja” estabelece uma relação de posse entre os


termos “filme” e “A protagonista”. Fiquem “ligados”, pois o pronome relativo “cujo”
(e flexões) sempre exercerá a função sintática de adjunto adnominal: (“veremos o
filme”  a protagonista do filme  relação de posse  adjunto adnominal).
Lembrem-se de que o pronome “cujo” (e flexões) refere-se ao termo anterior,
mas concorda em gênero e número com o posterior.

ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS

A nomenclatura “oração subordinada reduzida” deve-se ao fato de a oração não


ser introduzida por preposição e de conter verbo em uma das três formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio).
As orações subordinadas reduzidas podem ser:

 de infinitivo – apresentam verbo na forma infinitiva (pessoal ou impessoal).


Exemplos:

Será necessário estudares muito antes da prova. (= ISSO será necessário.)


oração principal oração subordinada substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo

No exemplo acima, a oração reduzida de infinitivo exerce a função de sujeito


da oração principal “Será necessário”. Por isso, recebe a classificação de subjetiva.
Vejam que é possível transformá-la em oração subordinada substantiva subjetiva:

Será necessário que estudes muito antes da prova. (= ISSO será necessário.)
oração principal oração subordinada substantiva
subjetiva
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O aluno esperou o gabarito ser divulgado. (= O aluno esperou ISSO.)


oração principal oração subordinada substantiva
objetiva direta reduzida de infinitivo

No exemplo acima, percebemos que a oração reduzida de infinitivo exerce a


função de objeto direto do verbo “esperar”, localizado na oração principal. Por isso,
recebe essa classificação. Vejam que é possível transformá-la em oração
subordinada substantiva objetiva:
O aluno esperou que o gabarito fosse divulgado. (= O aluno esperou ISSO.)
oração principal oração subordinada substantiva
objetiva direta

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Por estar exausto, foi dormir.


oração subordinada oração principal
adverbial causal
reduzida de infinitivo

No exemplo acima, há uma relação de causa e consequência entre as


orações. Sendo assim, a oração “Por estar cansado” recebe a classificação de
oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo. Vejam que é possível
transformá-la em oração subordinada adverbial causal:

Já que estava exausto, foi dormir.


oração subordinada oração principal
adverbial causal

Ao chegar à praia, deitou-se na areia.


oração subordinada oração principal
adverbial temporal
reduzida de infinitivo

No exemplo acima, há uma relação de tempo entre as orações. Sendo


assim, a oração “Ao chegar à praia” recebe a classificação de oração subordinada
adverbial temporal reduzida de infinitivo. Vejam que é possível transformá-la em
oração subordinada adverbial temporal:

Assim que chegou à praia, deitou-se na areia.


oração subordinada oração principal
adverbial temporal

Era um homem de sorrir facilmente.


oração principal oração subordinada
adjetiva restritiva
reduzida de infinitivo

No exemplo acima, a oração “de sorrir facilmente” restringe o sentido do


elemento “homem”, presente na oração principal (homem sorridente). Por essa
razão, é classificada como oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de
infinitivo. Notem que é possível transformá-la em oração subordinada adjetiva
96411120900

restritiva:

Era um homem que sorria facilmente.


oração principal oração subordinada
adjetiva restritiva

 de gerúndio – apresentam verbo na forma de gerúndio.

Exemplos:

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Chegando à praia, deitou-se na areia.


oração subordinada oração principal
adverbial temporal
reduzida de gerúndio

No exemplo acima, há uma relação de tempo entre as orações. Sendo


assim, a oração “Chegando à praia” recebe a classificação de oração subordinada
adverbial temporal reduzida de gerúndio. Vejam que é possível transformá-la em
oração subordinada adverbial temporal:

Assim que chegou à praia, deitou-se na areia.


oração subordinada oração principal
adverbial temporal

Estudando, serás aprovado.


oração subordinada oração principal
adverbial condicional
reduzida de gerúndio

No exemplo acima, há uma relação de condição entre as orações. Sendo


assim, a oração “Estudando” recebe a classificação de oração subordinada
adverbial condicional reduzida de gerúndio. Vejam que é possível transformá-la em
oração subordinada adverbial condicional:

Se estudares, serás aprovado.


oração subordinada oração principal
adverbial condicional

96411120900

Percebam que o período “Estudando, serás aprovado.” também pode


encerrar a ideia de tempo:

Assim que estudares, serás aprovado.


oração subordinada oração principal
adverbial temporal

Se for feita essa leitura, portanto, a oração reduzida deverá ser classificada
como subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio.

Estudando, serás aprovado.


oração subordinada oração principal
adverbial temporal
reduzida de gerúndio

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 de particípio – apresentam verbo na forma de particípio.


Exemplos:

Mesmo convidado, não foi à cerimônia de premiação.


oração subordinada oração principal
adverbial concessiva
reduzida de particípio

No exemplo acima, há uma relação de concessão entre as orações. Sendo


assim, a oração “Mesmo convidado” recebe a classificação de oração subordinada
adverbial concessiva reduzida de particípio. Vejam que é possível transformá-la em
oração subordinada adverbial concessiva:
Embora tivesse sido convidado, não foi à cerimônia de premiação.
oração subordinada oração principal
adverbial concessiva

27. (FUNRIO-2012/CEITEC) O primeiro parágrafo da crônica “O Verão e as


Mulheres”, de Rubem Braga, diz: Talvez tenha acabado o verão. Há um grande
vento frio cavalgando as ondas, mas o céu está limpo e o sol é muito claro.
Duas aves dançam sobre as espumas assanhadas. As cigarras não cantam
mais. Talvez tenha acabado o verão.

Observando-se as orações e períodos existentes no parágrafo acima, pode-se


reconhecer que o cronista escreveu:

A) três períodos simples e dois períodos compostos.


B) quatro períodos simples e dois períodos compostos.
C) quatro períodos e nove orações. 96411120900

D) cinco períodos e sete orações.


E) cinco períodos e oito orações.

Comentário: Inicialmente, devemos ter em mente que o período é iniciado por letra
maiúscula e finalizado por ponto. Desse modo, contabilizamos cinco períodos no
primeiro parágrafo da crônica “O verão e as Mulheres”. Por sua vez, o quantitativo
de orações equivale ao número de verbos. No excerto mencionado, há oito orações,
quais sejam:

Talvez tenha acabado o verão (=locução verbal)

Há um grande vento frio / cavalgando as ondas

Mas o céu está limpo / e o sol é muito claro

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Duas aves dançam sobre as espumas assanhadas

As cigarras não cantam mais

Talvez tenha acabado o verão (=locução verbal)

Gabarito: E.

28. (FUNRIO-2008/Ministério da Justiça) “Luiz Paulo Barreto informou, ainda,


que a pirataria provoca uma redução de dois milhões de postos de trabalho no
mercado formal.”

No trecho destacado, “ainda” pode ser substituído, mantendo o mesmo


significado da prova original, por:

A) porém.
B) apenas.
C) aliás.
D) conquanto.
E) também.

Comentário: No contexto do enunciado, o vocábulo “ainda” exprime ideia de adição,


ou seja, houve o acréscimo de uma informação. Nas assertivas elencadas, o
conectivo que pertence ao rol das conjunções aditivas se encontra na assertiva (E).
Reparem que, no período inicial, o vocábulo “também” substitui, perfeitamente, o
elemento “ainda”: Luiz Paulo Barreto informou, também, que a pirataria (...)”.

Gabarito: E.

29. (FUNRIO-2008/SUFRAMA) “A identificação do sexo da criança antes do


nascimento é ilegal, sendo entretanto uma prática generalizada.”

No trecho em destaque, a conjunção grifada pode ser substituída, sem


alteração de sentido, por:

A) por isso.
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B) pois.
C) contudo.
D) portanto.
E) logo.

Comentário: No período mencionado pelo examinador, o conector “entretanto”


exprime matiz semântico de adversidade. Portanto, pertence ao rol das conjunções
coordenativas adversativas. Essa mesma ideia é expressa pelo conector “contudo”,
constante da assertiva (C). Logo, essa é a resposta da questão.
Nas demais opções, há conectores que exprimem valor de conclusão.

Gabarito: C.

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30. (FUNRIO-2012/CEITEC) Assinale a alternativa que contém exemplo de


oração subordinada adverbial concessiva.

A) Estabeleceu-se que, se ambas as margens dos estabelecimentos ribeirinhos


pertencessem à mesma nação, só ela poderia navegar pelo canal. (Capistrano de
Abreu)
B) Triste, triste foi a nossa vida posto que o riso viesse palidamente à flor dos
nossos lábios, como um raio de sol atravessando nuvens tempestuosas. (Coelho
Neto)
C) E preciso não te esqueceres que entrementes continuei estudando o meu malaio,
isto é, o tal javanês – além do alfabeto, é claro. (Lima Barreto)
D) Na imperceptível claridade que chegava da rua, entrevia o meu braço, a minha
mão, um pouco de outra mão, e depois a escuridão espessa. (Raul Pompeia)
E) Quem viaja atento às impressões íntimas, estremece, mau grado seu, ao ouvir
nesse momento de saudades o tanger de um sino muito, muito ao longe. (Visconde
de Taunay)

Comentário: Conforme ensinei a vocês, decorar os conectivos não é a metodologia


mais eficiente e segura. O recomendável é analisar a relação sintático-semântica
entre as orações que constituem o período.
A noção concessiva é expressa na alternativa (B): o conectivo “posto que”
integra o rol das conjunções subordinativas adverbiais concessivas, iniciando a
oração “posto que o riso viesse palidamente à flor dos nossos lábios, como um raio
de sol atravessando nuvens tempestuosas”.

Gabarito: B.

31. (FUNRIO-2010/INVESTE RIO) Em “Os habitantes viram-se forçados a dar-


lhe todos os dias duas ovelhas, a fim de apaziguar o seu furor.”. A expressão
“a fim de”, no caso em questão, introduz uma finalidade. Dentre as
alternativas abaixo com que se poderia completar o enunciado acima, a
expressão cuja palavra destacada também introduz uma finalidade é:

A) Como seu patrono determinara a princípio, assim foi feito. (como)


B) Foram instados a cumprir a vontade do colonizador autoritário. (a)
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C) Para saciar a sanha assassina dos revoltosos, concedeu-se à exigência. (para)


D) As donzelas eram as escolhidas no sacrifício em honra aos deuses. (em)
E) O fato que se terá passado há muitos anos ainda assusta o povo. (que)

Comentário: Há uma ideia de finalidade na assertiva (C). No período “Para saciar a


sanha assassina dos revoltosos”, o conector “para” exprime esse matiz semântico,
podendo, inclusive, ser substituído pela locução conjuntiva “a fim de que” (com as
devidas adaptações nas formas verbais): A fim de que saciasse a sanha assassina
dos revoltosos, concedeu-se à exigência.
Nas demais opções, temos o seguinte:

a) No contexto, o conectivo “como” exprime ideia de causa, equivalendo a “já que”,


“uma vez que”.

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b) O elemento “a”, no período em análise, é tão somente uma preposição exigida


pelo adjetivo “instados”.
d) Novamente, a preposição foi apenas regida pelo nome “sacrifício”.
e) No segmento, o elemento “que’ é apenas um pronome relativo, retomando a
expressão “o fato”, sem apresentar matiz semântico.

Gabarito: C.

32. (FUNRIO-2008/SUFRAMA) O vocábulo grifado só NÃO é pronome relativo


em:

A) “... com a compra de doces, que são distribuídos com grande alegria entre os
moradores da vila.”.
B) “... as mulheres da vila explicam que o ressentimento das mães em relação às
suas filhas recém-nascidas...”.
C) “O mínimo é 25 mil rupias por dote, que inclui o preço de uma bicicleta...”.
D) “... com a chegada da tecnologia de ultra-som que permite que as mulheres
evitem ter bebês do sexo feminino.”.
E) “Aqui, o alto índice de analfabetismo e a baixa idade para o casamento são os
fatores que fazem...”.

Comentário: O pronome relativo retoma o vocábulo/a ideia imediatamente anterior.


Nas questões da banca FUNRIO, o examinador tradicionalmente exige que vocês,
candidatos, saibam diferenciar a forma pronominal das conjunções. A resposta da
questão é encontrada na assertiva (B). No contexto, o elemento “que” não é
classificado como pronome relativo. Na verdade, trata-se de uma conjunção
integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Para
facilitar a visualização, podemos substituir a oração pelo demonstrativo “isso”: “... as
mulheres da vila explicam isso”.
Nas demais opções, todos os “quês” são pronomes relativos, introduzindo,
portanto, orações subordinada adjetivas.

Gabarito: B.
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Fragmento para a questão 33.

Eu me limito a sustentar, com base em dados estatísticos, que nós, que


partimos de uma sociedade onde uma grande parte da vida das pessoas adultas era
dedicada ao trabalho, estamos caminhando em direção a uma sociedade na qual
grande parte do tempo será, e em parte já é, dedicada a outra coisa. Esta é uma
observação empírica, como a que foi feita pelo sociólogo americano Daniel Bell
quando, em 1956, nos Estados Unidos, ao constatar que o número de “colarinhos
brancos” ultrapassava o de operários, advertiu: “Que poder operário que nada! A
sociedade caminha em direção à predominância do setor de serviços.” Aquela
ultrapassagem foi registrada por Bell. Ele não a adivinhou ou profetizou. Da mesma
maneira, eu me limito a registrar que estamos caminhando em direção a uma
sociedade fundada não mais no trabalho, mas no tempo vago.

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Além disso, sempre com base nas estatísticas, constato que, tanto no tempo
em que se trabalha quanto no tempo vago, nós, seres humanos, fazemos hoje
sempre menos coisas com as mãos e sempre mais coisas com o cérebro, ao
contrário do que acontecia até agora, por milhões de anos.

33. (FUNRIO-2009/FURNAS) Para concatenar suas ideias, ao autor iniciou o


segundo parágrafo com a locução “além disso”. Essa expressão poderia ser
substituída, sem prejuízo para o texto, por:

A) Em contrapartida.
B) Ademais.
C) Por outro lado.
D) Por conseguinte.
E) Não obstante

Comentário: A expressão “além disso” exprime ideia de adição, de acréscimo de


ideia/informação. Essa noção semântica é mantida por meio do emprego do
conector “ademais”, restando clara a resposta da questão.
Nas demais opções, temos:

a) “Em contrapartida” exprime ideia de adversidade;


c) “Por outro lado” é um nexo textual que também transmite a noção de
contrariedade.
d) Por sua vez, o conector “por conseguinte” expressa ideia de conclusão.
e) Por fim, a locução “não obstante” integra o rol dos elementos concessivos.

Gabarito: B.

34. (FUNRIO-2006/DOCAS-RJ/Assistente Administrativo) “Os estudos mais


recentes, no entanto, mostram que...”

No período acima, o elemento coesivo destacado tem a função de:

a) oposição;
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b) condição;
c) temporalidade;
d) explicação;
e) conformidade.

Comentário: O nexo textual “no entanto” integra o rol dos conectores adversativos,
tais como “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, entre outros. Exprime valor de
adversidade, oposição, validando a opção (A) como resposta da questão.

Gabarito: A.

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35. (FUNRIO-2007/Prefeitura de Maricá-RJ) “Quero apenas que meu


assassinato sirva para acabar com a impunidade dos jagunços...”. No
fragmento destacado, há:

a) duas orações coordenadas (Quero apenas)


b) uma oração subordinada (que meu assassinato sirva)
c) uma oração adjetiva (para acabar...)
d) duas orações adverbiais (Quero apenas/que meu assassinato sirva)
e) três orações subordinadas cujos verbos são “quero”, “sirva” e “acabar”.

Comentário: A banca apontou a letra (E) como gabarito definitivo, porém a questão
deveria ter sido anulada. No trecho “Quero apenas que meu assassinato sirva para
acabar com a impunidade dos jagunços”, há três formas verbais: “quero”, “sirva” e
“acabar”. Há, portanto, três orações. Entretanto, apenas duas são subordinadas.
Vejam:

Quero apenas – oração principal;

que meu assassinato sirva – oração subordinada substantiva objetiva direta


(porque complementa o verbo “querer”, presente na oração principal);

para acabar com a impunidade dos jagunços – oração subordinada adverbial


final, em que a conjunção “para” equivale às locuções conjuntivas “para que” e “a
fim de que”.

Contudo, a banca manteve o gabarito após os recursos.

Gabarito: E.

36. (FUNRIO-2007/Prefeitura de Itaboraí-RJ) Em “Há escolas que são asas”, o


verbo permanece no singular porque:

a) o sujeito é indeterminado;
b) é impessoal;
c) o sujeito está implícito na forma verbal;
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d) a forma plural inexiste;


e) é defectivo.

Comentário: No contexto “Há escolas que são asas”, o verbo “haver” permaneceu
na terceira pessoa do singular devido à sua impessoalidade. Com isso,
identificamos que a oração é sem sujeito, validando a opção (B) como resposta da
questão.

Gabarito: B.

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Texto para responder à questão 37.

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta


mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas
e os rios puxando as águas

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores


os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores
sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir
era: fauna, flora, frutos e flores

Toda mata tem caipora para a mata vigiar


veio caipora de fora para a mata definhar
e trouxe dragão-de-ferro, pra comer muita madeira
e trouxe em estilo gigante, pra acabar com a capoeira

Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar


pra o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
se a floresta, meu amigo, tivesse pé pra andar
eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá.

[...] (Vital Farias CD: Cantoria I – Kuarup, gravado em Salvador, 1984.)

37. (FUNRIO-2008/SEJUS-RO/Agente Penitenciário-Adaptada) Sobre a primeira


estrofe da canção, analise a afirmação a seguir.

I. A expressão ‘na Amazônia’ desempenha a mesma função sintática que a


expressão ‘no fundo d’água’.

Comentário: A afirmação do examinador está correta. No primeiro verso da primeira


estrofe – “Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta” –, o termo destacado
exerce a função de adjunto adverbial, exprimindo ideia de lugar. No terceiro verso,
por sua vez, o segmento “no fundo d’água” também exerce função adverbial,
transmitindo a acepção de lugar. Logo, o item está certo.
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Gabarito: Certa.

38. (FUNRIO-2008/SEJUS-RO/Agente Penitenciário) Na frase “As imagens de


satélite revelam que quase 40% dessa devastação foi realizada nos últimos
vinte anos”, a oração sublinhada pode ser classificada como oração:

a) coordenada explicativa;
b) subordinada adjetiva explicativa;
c) subordinada adjetiva restritiva;
d) subordinada substantiva objetiva direta;
e) subordinada substantiva completiva nominal.

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Comentário: A oração destacada no enunciado complementa o sentido do verbo


transitivo direto “revelar”. Portanto, o segmento “que quase 40% dessa devastação
foi realizada nos últimos vinte anos” desempenha a função de objeto direto
oracional, sendo iniciado pela conjunção integrante “que” e equivalendo à oração
subordinada substantiva objetiva direta. Logo, a letra (D) é a resposta da questão.

Gabarito: D.

GABARITO

1. E 20. E
2. D 21. A
3. C 22. A
4. C 23. E
5. A 24. C
6. E 25. C
7. B 26. C
8. C 27. E
9. Corretos 28. E
10. D 29. C
11. A 30. B
12. A 31. C
13. D 32. B
14. E 33. B
15. C 34. A
16. E 35. E
17. A 36. B
18. E 37. Certa
19. C 96411120900

38. D

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