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CONCEITOS GERAIS
A análise sintática constitui-se no estudo da estrutura do período, dividindo e
classificando as orações que o compõem e reconhecendo as funções sintáticas dos
termos na oração.
Apresenta, portanto, duas funções distintas:
– divisão de um todo em suas partes componentes;
– explicação da função de cada uma dessas partes.
A análise sintática tem seu campo de ação assim delimitado: período, oração e
termos da oração.
A análise sintática tem seu campo de ação assim delimitado: período, oração e
termos da oração.
Frase nominal – exprime uma visão estática. Aparece sem verbo ou com verbo
de ligação. Exemplo:
O ATLÉTICO VENCEU.
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Existe, portanto, uma ordem lingüística que devemos seguir na elaboração de
uma frase ou oração. A essa ordem dá-se o nome de sintaxe.
Quanto à ordem, as orações podem ser diretas ou indiretas.
Orações diretas – são as que apresentam os termos em sua ordem natural
(sujeito, verbo, complementos).
Exemplo:
Sujeito
I. Essenciais
Predicado
Adjunto adnominal
III. Acessórios Adjunto adverbial
Aposto
I. Sujeito simples
composto
indeterminado
inexistente ou oração sem sujeito
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nominal
II. Predicado verbal
verbo-nominal
– Predicativo do sujeito – PS
– Predicativo do objeto – PO
SUJEITO
É o ser de quem se diz alguma coisa. Como termo da maior hierarquia
dentro da oração, jamais vem regido por preposição.
MODO DE ENCONTRÁ-LO: fazem-se as perguntas:
O que é que
+ verbo?
Quem é que
Núcleo do sujeito
O núcleo de um termo é a palavra mais importante que dele participa.
Em geral, o núcleo do sujeito pode ser:
– um substantivo:
O lápis é novo.
– um pronome substantivo (pessoal, indefinido etc.):
Ele está aqui.
– uma palavra ou expressão substantivada:
Viver é lutar.
– uma oração substantiva:
Convém que você venha à reunião.
A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) considera somente estes tipos
de sujeito:
Simples
Possui um só núcleo (no singular ou no plural / claro ou subentendido).
Os sinos silenciaram.
Ninguém ousou levantar a voz.
Os nossos guarda-chuvas foram roubados.
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Esse quê está bem empregado.
Composto
Possui dois ou mais núcleos (no singular ou no plural).
Eu e ela somos adversários.
Redação e provas coexistem nas preocupações dos que se preparam bem.
Indeterminado
Aquele que, embora existindo, não se pode determinar.
Ocorre em dois casos:
1.º) Quando um verbo está na 3.ª pessoa do plural, sem que o
contexto permita identificar o sujeito. Exemplo:
Roubaram-me a carteira. (Quem roubou?!) A resposta pode ser eles e/ou
elas,ou os ladrões. Há um agente da ação, mas subentendido, não
escrito e não dedutível no contexto.
2.º) Quando um verbo (VI, VTI ou VL) está na 3.ª pessoa do
singular acompanhado do pronome SE (partícula ou índice de
indeterminação do sujeito). Exemplo:
Observação:
A indeterminação do sujeito também pode ocorrer com VTD + SE, desde
que o OD esteja preposicionado.
Atenção:
Não se confunda o SE (índice de indeterminação do sujeito / IIS), com o
pronome SE (pronome apassivador) PA (com verbos TD).
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Ouviram-se tiros espaçados.
Sujeito: tiros espaçados (Tiros espaçados foram ouvidos.) O se é pronome
apassivador.(PA)
Observações:
1. Além dos casos anteriores, há outras construções que ocorrem sem
sujeito:
Onde lhe dói?
2. Com sentido figurado, os verbos impessoais tornam-se pessoais,
portanto, com sujeito:
Choveram piadas sobre a atuação do presidente. (suj.: piadas)
Amanheci mal-humorado. (suj.: eu – implícito)
PREDICADO
Predicado é o que se declara do sujeito. Portanto, retirado o sujeito, o que
restar será o predicado. Pode ser: nominal, verbal e verbo-nominal.
Nominal
Apresenta as seguintes características:
– é formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito VL +
PS;
– tem um nome (subst. ou adj.) como núcleo;
– indica estado ou qualidade.
Exemplo:
Verbal
É aquele que se constitui de verbo intransitivo ou transitivo.
Apresenta as características:
– o núcleo do PV é um verbo (VI ou VT);
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– indica ação.
Exemplo:
O aluno fez as provas calmamente.
Suj. VTD (núcleo=fez)
Verbo-nominal
Exercícios
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k) Admiram-se os alunos.
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Objeto direto
É o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo direto
(VTD).
MODO DE ENCONTRÁ-LO: fazem-se perguntas, após o verbo:
Verbo o quê?
quem?
Exemplo:
O aluno fez excelente redação. (O aluno fez o quê?)
Resposta – Excelente redação. (OD)
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Quanto à relação: vem sempre associado a um verbo transitivo.
Quanto à forma: liga-se ao verbo sem preposição.
Quanto ao valor: indica o paciente, o alvo ou o elemento sobre o qual
recai a ação verbal.
Objeto indireto
É o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo indireto
(VTI), e que vem precedido de uma preposição exigida pelo verbo.
Exemplo:
Obedecemos aos nossos pais. (Obedecemos a quem?)
Resposta – Aos nossos pais. (OI)
Quanto à relação: vem sempre associado a um verbo transitivo.
Quanto à forma: liga-se ao verbo através de preposição obrigatória exigida
por ele.
Quanto ao valor: indica o paciente ou o destinatário da ação verbal.
As preposições
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Como o objeto indireto costuma vir regido de preposição, convém não
esquecê-las.
As preposições simples são: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
entre, para, perante, por (pelo), sem, sob, sobre, trás.
Objeto direto
Objeto indireto
Funções Objeto indireto Objeto direto
Adjunto adnominal
Adjunto adnominal
Sing. 1.ª me – –
2.ª te – –
o, a (lo, la, no, = a ele(a) – OI
3.ª se lhe
na) = seu, sua(s) – A. adn.
1.ª nos – –
2.ª vos – –
Plur.
os, as (los,
3.ª se lhes = a eles(as) – OI
las, nos, nas)
Exemplos:
Exercícios:
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k) ( ) Os velhos usam bengala.
l) ( ) Ninguém me viu.
m) ( ) Ninguém me respondeu.
n) ( ) Não lhe peçam explicações.
o) ( ) Usamos a palavra com ênfase.
p) ( ) Ao pobre, nada lhe devo.
q) ( ) Convocaram-nos para a reunião.
r) ( ) Este livro nos pertence.
s) ( ) O menino feriu-se.
t) ( ) Já o adverti do perigo.
u) ( ) Neguei-lhe o pedido.
COMPLEMENTO NOMINAL
Assim como os verbos transitivos precisam de um termo que lhes complete
o sentido, existem alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) que
também necessitam de um complemento.
Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de um
nome com o auxílio de uma preposição.
Nome a quê(m)?
de quê(m)?
por quê(m)?
outras
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quem? o quê? de quê?
Exemplos:
AGENTE DA PASSIVA
É o termo da oração que pratica a ação do verbo na voz passiva, auxiliado
de preposição por ou de.
A forma verbal está na voz passiva, pois o sujeito (A mãe) é paciente (sofre
a ação verbal). O termo pelo filho pratica a ação verbal (ama a mãe). Na voz
passiva, o termo que pratica a ação verbal é o agente da passiva – AP ( =
pelo filho).
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Quanto à relação: vem sempre associado a um verbo transitivo na voz
passiva.
Quanto à forma: liga-se ao verbo sempre através de preposição (por, per,
de)
Quanto ao valor: indica o elemento que executa a ação verbal.
Outros exemplos:
As matas são destruídas pelo homem.
A palestra foi dada por especialista.
A atriz foi cercada de fãs fanáticos. (por...)
A usina é movida a vapor. (por...)
Adjunto adnominal
Adjunto adverbial
Aposto
Adjunto adnominal
É o termo da oração que qualifica ou determina o núcleo substantivo de
uma função sintática.
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Quanto ao valor: é um atributo (qualificador – caracterizador) do nome a
que se refere.
Adjunto adverbial
É o termo, representado por advérbio ou equivalente, que acrescenta uma
circunstância ao verbo, ou intensifica ou gradua a idéia expressa por
adjetivo, verbo ou advérbio.
Quanto à relação: vem associado a verbo, adjetivo ou advérbio e
pode também se referir a todo o conjunto da oração.
Quanto à forma: liga-se a esses elementos com ou sem preposição.
Quanto ao valor: indica circunstâncias (de tempo, de lugar, de modo,
de intensidade etc.) aos elementos a que se refere.
Não é o agente nem o alvo do processo verbal.
Exemplos:
Aposto
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É a palavra ou expressão que serve para explicar (desenvolver ou resumir)
um substantivo ou equivalente por meio de palavras que, geralmente, vêm
entre vírgulas, depois de uma vírgula, dois pontos ou travessão:
Exemplo: ”Não sabia ela, Ernestina, que o pai dessa lastimável
rapariga, Pedro Torresmo, jurara invadir a casa.” (J. Amado)
Quanto à relação: vem sempre associado a um nome.
Quanto à forma: liga-se ao nome sem preposição, exceto em casos
raros. Identifica-se, normalmente, pela pontuação.
Quanto ao valor: identifica ou esclarece o nome a que se associa,
estabelecendo uma relação de equivalência.
Costuma-se classificar o aposto como:
enumerativo: “É assim Lenine: esquivo, irascível, exigente.” (M.
Bandeira)
recapitulativo: (representado por tudo, nada, ninguém, qualquer etc.) “...
seringa, termômetro, tesoura, gaze, esparadrapo, boneca,
tudo se derrama pelo chão.” (P. M. C)
distributivo: “Não se confunda economia com avareza: a primeira é virtude
sábia, a segunda, miséria sórdida.” (C. Neto)
especificativo: Cidade do Rio de Janeiro; Rua do Ouvidor; Marechal
Deodoro; Mês de setembro.
Vocativo
É o termo que serve apenas para chamar, invocar ou nomear um ser,
podendo vir precedido de interjeição e caracterizando-se pela entoação
exclamativa. (= ó...) CHAMAMENTO!
É um termo à parte, não mantendo qualquer relação sintática com outro
termo da oração.
Exemplo: “Não quero ser preso, Jesus, ó meu santo.” (C. D. A.)
Quanto à relação: vem sempre isolado, isto é, não se liga
sintaticamente a outro elemento da frase.
Quanto à forma: vem sempre marcado por pausa (na escrita,
vírgula).
Quanto ao valor: indica, na frase, a pessoa ou a coisa com que(m)
falamos, ou a que(m) nos referimos, fazendo um
chamado.
Exercícios
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e) ( ) “Sentiu um grande desgosto de si mesmo.” (I. de Souza)
f) ( ) “Passava-se isto na Rua da Lapa, em 1870.” (M. A.)
g) ( ) “O inquiridor despediu-se com um muxoxo.” (C. D. A.)
h) ( ) “Com repugnância pela obra de misericórdia que ia praticar, ele aproximou-se da gaiola.” (C.D.A.)
i) ( ) “O povo, Doroteu, é como as moscas.” (T. A. Gonzaga)
j) ( ) “Você teve saudade de mim?” (F. Sabino)
3. Observe as frases abaixo. Entre elas há diferença na função sintática das
palavras Fabrício e pedreiro.
Explique essa diferença.
• Quando Fabrício, o pedreiro, voltou de um serviço...
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Exercícios
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d) A notícia de que mais gostei foi sobre o novo estilo de redação no vestibular.
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9. Na frase Mas aqui surge outro problema, o termo em destaque exerce a mesma função
sintática que o termo sublinhado em:
(A) Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos, são rapidamente
perecíveis (...)
(B) Não, não sou um conservador reacionário.
(C) Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil (...)
(D) (...) as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade.
(E) Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes
de informação (...)
12. No segundo parágrafo, os segmentos iniciados por as riquezas (...), as honrarias (...) e
os prazeres (...) deixam subentendida a forma verbal:
(A) aspiram.
(B) contêm.
(C) obtêm.
(D) suscitam.
(E) existem.
17. Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram só existem em função de uma
única forma de utilização (...).
No período acima, são exemplos de uma mesma função sintática:
(A) vida e pessoas.
(B) privilégios e utilização.
(C) privilégios e pessoas.
(D) existem e utilização.
(E) a que e única.
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