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ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO DE POEMAS

Lista de supermercado com as coisas que acabaram

(Põe na lista o refil disto aí que acabou)

margarina, (...) pão,

milho, ervilha, (...),

veneno de barata

e um maço de

compaixão.

cebola, carinho, cuidado,

batata, aventura

e mamão.

alguma novidade, molho

de macarrão,

uma urgência de fim de

tarde,

um pacote de feijão,

um dente afiado de alho,

um gosto

por confusão.

cerveja, vodka, whisky,

um bom pau de amarração,

um pedaço de alegria,

fralda de montão,

filé sem melancolia

e um extrato de paixão.
o detergente de mágoa,

o papel que absorve dor,

uma água com aquele cheiro

de um sentimento

anterior.

sabão de lavar a alma,

alvejante de coração,

o chá de manter a calma,

o shampoo antidepressão.

leite de longa vida,

balinhas de erudição,

spray de curar ferida,

azeite, disposição.

se não for estourar o cartão

faz um gesto de sedução

por fim o mais importante

procure em toda seção

se não tiver dá um jeito

pergunte em outro mercado

no camelô, no interior

vai catar no meio do mato

mas não apareça de volta

sem amor de perdição.

(Paulo Candido - "A canção da borboleta ausente")

01) Justifique o título dado ao poema acima:


Pois fala de compras num supermercado, as coisas de casa que
acabaram.
02) Qual a importância do seu subtítulo?
A importância do subtítulo é complementar o título e explicitar o título.
03) O texto, de fato, é uma lista de supermercado? Justifique sua resposta:
Sim, pois está ordenando a buscar coisas, no supermercado.
04) Quantas estrofes e quantos versos compõem o poema?
6 estrofes e 44 versos
05) Crie três tabelas: uma contendo os itens que se pode comprar, os itens
que não e os que são de itens inventados:
Itens que se pode comprar: margarina, pão, milho, ervilha, veneno de
barata, cebola, batata, mamão, um pacote de feijão, cerveja, vodka,
whisky, fralda, azeite, spray de curar ferida. Itens que não podem ser
comprados: molho de macarrão, dente afiado de alho, pau de
amarração, carinho, cuidado, aventura. Inventados: maço de
compaixão, alguma novidade, uma urgência de fim de tarde, pedaço de
alegria, filé sem melancolia, extrato de paixão, detergente de mágoa,
papel que absorve dor, água com aquele cheiro de sentimento anterior,
sabão de lavar a alma,
06) Faça uma análise comparativa entre as tabelas, dizendo a que conclusão
você chegou:
Existem muito mais coisas inventadas do que reais que se pode
comprar.
07) O autor faz um jogo de palavras enumerando itens objetivos e subjetivos.
Há alguma relação entre esses itens? Comente:
Não
08) Como se pode caracterizar o eu lírico, de acordo com as informações
fornecidas pelo texto?
Como alguém que vai ao mercado.
09) Há algum item que demonstre que ele está solitário? Justifique sua
resposta:
Sim pois está escrito na 2ª pessoa do singular.
10) Como você interpreta o verso destacado no texto?
Como muitas fraldas.
11) Que mensagem o texto transmite? Comente:
A mensagem é que aquelas coisas boas estão faltando em casa.
12) O que mais chamou a sua atenção no poema? Explique:
O ‘amor de perdição’, final.
13) De que elementos da lista você está mais necessitando? Que outros você
adicionaria?
Sabão de lavar a alma.
Inspirada no poema do Antônio Cândido, Zizi Cassemiro brincou com as
palavras, falando de coisa séria, explorou a intertextualidade e criou este
texto aqui:

Sobras dos dias sem fim

(prontas para a incineração)

Folhas secas sobre a grama,

ventos que sopram à noite,

abrasamento do sol,

suor em gotas de açoite.

Fake News que aterrorizam,

venenos vazam dos frascos,

flerte entre a fé e a política,

lorotas, balbúrdias, fiascos.

Conexão inconstante,

celulares já saturados,

horas e horas on-line,

talentos enclausurados.

Lives só para contar presença,

câmera e mic desativados,

vídeos passam despercebidos,


slides ignorados.

Lágrimas escapam dos olhos,

lembranças com sabor saudade,

Privados amarrotados,

de áudios, selfies à vontade.

Paciência exaurida,

tolerância fatigada,

alegria aborrecida,

empatia molestada.

Criatividade em baixa

na hora da culinária,

rotina burla o apetite,

pratos com sobras diárias.

Uma pilha de TEMPO insiste

em querer ser um aliado

e reciclar o que sobra

do presente e do passado.

Será que sobras existem?

Ou é falha em meu olhar,

que, embaçado pelo tédio,

não sabe se reinventar?

(Zizi Cassemiro - 02/10/20)


01) Justifique o título dado ao poema e seu subtítulo:
O título faz referência aos dias repetitivos e parecidos que vão se
acumulando e que precisamos reinventar e deixar esses dias mais
diferentes.
02) Transcreva do texto uma crítica às aulas on-line, aproveitando para dizer
se você concorda ou não com ela:

‘Conexão inconstante, celulares já saturados, horas e horas on-line, talentos


enclausurados. Lives só para contar presença, câmera e mic desativados,
vídeos passam despercebidos, slides ignorados’ Concordo plenamente

03) O que a autora denuncia no verso destacado no texto? O que você pensa
a respeito disso?
Ela denúncia a corrupção envolvendo a religião. Penso que existe sim.
04) Copie do texto alguns estrangeirismos, dizendo o que a maioria deles tem
em comum:
Mic, lives, slides. Todos eles tem relação com a internet na
quarentena.
05) Que semelhanças entre o texto-base ele possui? E quais as diferenças?
Todos brincam com coisas do cotidiano e brinca com as palavras,
porém no 2º não existe a mesma brincadeira de Paulo Cândido de itens
objetivos e subjetivos.
06) Responda, sinceramente, às perguntas finais feitas pela autora:
Sim, porém devemos nos reinventar e fazer dos dias tristes e sem
graça um dia inesquecível.
07) Que lista de sobras você faria? Que tal começar agora?!?
A de voltar a fazer futebol, de visitar meus familiares, de fazer um
jantar em família, de marcar uma festa com colegas da escola e
antigos colegas.
08) Que mensagem o poema transmite? Comente:
A de que devemos nos reinventar e mudar.

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