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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Concordância Verbal

LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância Verbal: Transitividade

Videoaula: Prof. Sidney Martins

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Concordância Verbal

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Veja o exemplo abaixo:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Concordância Verbal ......................................................................................................... 2
Sujeito ................................................................................................................................................. 5
Frase invertida ..................................................................................................................................... 7
Casos Especiais .................................................................................................................................... 9

CONCORDÂNCIA VERBAL
Nós vamos trabalhar a aula de concordância verbal e, como eu disse a você, muito
assunto vai se misturar. Quando você faz um módulo de redação, por exemplo, o
professor vai te dando conselhos e promoverá a reescritura. A primeira dica é não

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produz um período longo e a segunda, não produz um período invertido.

Vamos refletir sobre isso, é errado produziu um período muito longo? É claro que
não, porque você reproduz exatamente aquilo que lê. Se você lê as obras de um autor
que produz períodos longos, você reproduz períodos longos. Mas quando você
produz um período muito longo, você está fadado(a) a dois erros gramaticais.

O primeiro erro de concordância, porque o núcleo do seu sujeito pode ficar muito
distante do verbo e acaba cometendo o erro. O segundo erro ainda gramatical, se a
frase for muito grande e o sujeito também, você pode sentir a necessidade de dar
uma respirada, é aquela famosa pausa e coloca a vírgula na frase, porque muitos
aprenderam na escola que a virgula é pausa de respiração, mas a virgula não é um
processo sintático e não a pausa. Na ordem direta da língua portuguesa em que tem
um sujeito, verbo, complemento, não pode ter interrupção, então não pode separar o
sujeito do verbo através de um virgula.

Outro conselho é não produzia inversões. Está errado produzir inversões na língua
portuguesa? Claro que não. Existem textos maravilhosos que são repletos de
inversões, o nosso próprio hino nacional é cheio de invenções, cheio hipérbatos. E no
concurso público, quando você produz um texto, vai querer facilitar a vida do
avaliador, é por isso que se faz um texto simples e objetivo.

Quando se faz um texto na ordem e direta, além de facilitar para o concursando,


facilita o entendimento do avaliador, porque ele vai entender com mais clareza a sua
redação. Mas se é cheio de inversões, o candidato até pode entender o que quer dizer,
mas, evidentemente, o avaliador não vai entender.

Então, no concurso público, você irá produzir textos curtos e simples, diferente das
questões que são textos longos e cheios de inversões. Como por exemplo:

“O uso de drogas e bebidas nos cursos atrapalham os alunos.”

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Neste momento, esta frase está certa ou errada, de acordo com a concordância
verbal? E você vai olhar e dizer que está certo, porque o avaliador é muito esperto e
vai colocar uma frase que faça sentido. E a frase faz sentido, é possível entender a
ideia transmitida. Mas para saber se está a cerca, de acordo com a concordância
verbal, o que temos que fazer? O primeiro passo é encontrar o verbo, e o verbo é
aquele composto que pode ser julgado, no caso, é o verbo “atrapalhar”.

E depois, quem é o sujeito? É perguntado como ”Sempre” ou “Quem”. O verbo está


no plural, mas não vou perguntar no plural, porque pode ser uma pegadinha. Vou
perguntar no singular, não sabemos quem é referente. Então, quem atrapalha os
alunos? Em resposta, “o uso de drogas e bebidas”, tudo isso é o sujeito.

Mas a pergunta o sujeito simples ou composto? Sujeito simples, vai ser sempre o
núcleo do sujeito o substantivo sem preposição. No caso desta frase, a palavra “uso”,
não pode ser “drogas e bebidas”, porque estão preposicionados pela preposição “de”.
Então neste momento, quem é que vai concordar com o verbo é o núcleo do sujeito,
como o núcleo do sujeito se apresenta no simular, o verbo fica no singular. Logo, a
frase correta seria:

“O uso de drogas e bebidas nos cursos ATRAPALHA os alunos.”

Pois o que verdadeiramente atrapalha é o urso. Agora, veja como funciona a


intencionalidade discursiva. Se a minha intenção fosse dizer que as drogas e as
bebidas são o que de fato atrapalham, colocaria:

“Drogas e bebidas nos cursos atrapalham os alunos.”

Teria um sujeito composto e o que seria dito na frase, de fato seria, que as drogas e
as bebidas nos cursos atrapalharam quaisquer tipos de alunos. Mas a intenção não foi
essa, a intenção foi apenas dizer que o uso atrapalha.

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Sujeito
“O uso de drogas e bebidas nos cursos atrapalha os alunos.”

O “uso” é o núcleo do sujeito, como classifica, por exemplo, este “o” que
morfologicamente é um artigo, mas sintaticamente vai ser o que conhecemos como
adjunto adnominal. Afinal de contas, o artigo sempre vai ser um adjunto adnominal
em qualquer local da sentença, pois em qualquer local da sentença ele vai acompanhar
um substantivo. E esta estrutura “o uso de drogas e bebidas”, ela não está
relacionada a palavra “uso”? Qual é a classe gramatical da palavra “uso”? É
substantivo, e nesse caso, é um substantivo abstrato, pois é o ato de usar, é um
substantivo que tem força de verbo.

Quando tem um verbo ligado ao substantivo abstrato, pode ser tanto um adjunta
adnominal, como complemento nominal. Então, como distingue? Primeiro veja se o
termo está praticando ou sofrendo a ação, como é explicado nas aulas de análise
sintática.

A droga e bebida são de usar ou elas são usadas? São usadas, por tanto são
pacientes, logo é um complemento nominal. O “nos cursos” é indicativo de lugar, ou
seja, temos um adjunto adverbial de lugar, e como todo bom adjunto adverbial, ele é
migratório, mas a posição original dele é até o final da frase, mas ele pode ficar em
qualquer local. É por isso que ele não faz parte do sujeito, porque não está preso a
ninguém dentro do sujeito, é a parte e uma mera circunstância.

O “atrapalhar”, o verbo atrapalhar. Quem atrapalha, atrapalha alguém, por tanto, é um


verbo transitivo direto e “os alunos” é o nosso objeto direto. Se perguntasse apenas
a função sintática de “alunos”, seria objeto direto? NÃO. O certo seria o núcleo
do objeto direto, porque o objeto direto todo é a expressão, “os alunos” é apenas
um núcleo do objeto direto e o “os” é um artigo. Então, se o primeiro “o” é artigo
adjunto adnominal, o segundo “os” também vai adjunto adnominal. Afinal de contas,
ele está acompanhando o nome “alunos”.

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Um outro exemplo para entender melhor:

“O choro das crianças das comunidades carentes nos comovem.”

Mais uma vez, a frase parece estar correta. Mas será que está correta? Vamos verificar
com o verbo. Quem ou o que nos comove? O choro das crianças das comunidades
carentes, tudo isso é o meu sujeito. E quem é que o núcleo do sujeito? A crianças?
Não, está preposicionado. O núcleo é o substantivo sem a preposição, portanto, é a
palavra choro. Por quê? Não são as crianças que me comovem? É o choro das
crianças que me comovem, então, como o núcleo está no singular, o verbo também
vai ficar no singular. Logo, a frase correta será:

“O choro das crianças das comunidades carentes nos comove.”

Por que o sujeito não é só um uso das crianças e por que colocar “das
comunidades carentes”? Porque tem intencionalidade discursiva, não é o choro de
qualquer criança que me comove, é apenas o choro das crianças da comunidade
carente.

Especificando, como classificamos as outras coisas? O “o” é artigo, portanto, só


pode ser adjunto adnominal. O “das crianças” está ligada a quem? A choro, que é
um substantivo abstrato, pois é o ato de chorar, e aproveitando analisa se está
praticando ou sofrendo a ação. É “o choro das crianças”, até a essência da posse é
muito forte, são elas que praticaram a ação de chorar, então é adjunto adnominal.

O “das comunidades carentes”, essa está ligada “a criança”, pode ver que não é como
o termo “nos cursos”, por mais que faça você pensar na localidade não pode ser um
adjunta adverbial de lugar, porque ele não está solto, não pode ficar em qualquer local
da frase.

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Então neste exemplo, “das comunidades carentes” está especificando quem são essas
crianças e “crianças”, nesta frase é um substantivo concreto. Se tem um termo ligado
a um substantivo concreto só pode ser um adjunto adnominal. E o verbo? Quem,
comove, comove alguém, é um verbo transitivo direto que pede um objeto direto. No
caso quem se comoveu? Nós nos comovemos, então é um objetivo.

Frase invertida
“Vinha de algum lugar bonito aqueles viajantes.”

Essa frase foi feita através da inversão, no entanto, por incrível que pareça, é o uma
armadilha para o falante. Pois quando se começa com o verbo, é natural que deixe o
verbo no singular. Afinal de contas, ainda não colocou o referente, então é natural.

Para saber se está certo ou errado de acordo com a concordância verbal, qual a
primeira coisa que você irá verificar? Encontrar o verbo. Quem vinha? Aqueles
viajantes, esse é o sujeito. Quem é um núcleo do sujeito? Substantivo sem
preposição, no caso, a palavra “viajante”. E se o núcleo está no plural, como é que
tem que ficar o verbo? No plural. Então o certo seria:

“Vinham de algum lugar bonito aqueles viajantes.”

É óbvio que se colocasse na ordem direta ninguém erraria, será:

“Aqueles viajantes vinham de algum lugar bonito.”

Vamos classificar esta frase, “aqueles viajantes” também então aquilo que é o nosso
sujeito, o núcleo “viajantes”, o “aqueles” é um pronome demonstrativo
morfologicamente que a acompanha o nome, então sintaticamente vai ser um adjunto
adnominal. O verbo, para a gramática tradicional é um verbo intransitivo, pois se eles
vinham, vinham de algum lugar, então o verbo que é intransitivo e trabalhar com um

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adjunto adverbial.

Para a FCC, se fosse classificar tudo seria objeto indireto, e se fosse classificar os
termos independente se fosse adjunto adverbial sete Juntas verde ao julgar o seu
objeto indireto “lugar” obviamente seria um núcleo, “algum” um pronome indefinido,
mas que acompanha o nome, então seria uma adjunto adnominal, “bonito” é um
adjetivo que acompanha também o nome, então também seria uma adjunto
adnominal e este “de” é uma preposição. E a preposição assim como a conjunção são
elementos meramente conectivos, eles isoladamente não têm função sintática
nenhuma. Eles servem para encabeçar as funções, então a preposição pode
encabeçam o objeto indireto, pode encabeçar um adjunto adverbial ou um adjunto
adnominal, mas isolada a preposição não tem valor sintático.

Próximo exemplo:

“As pessoas humildes das zonas rurais tem problemas.”

Se deixasse do jeito que está, será que essa frase está certa ou errada? Essa aqui
é perigosa. O assunto é muito simples, mas se o candidato não prestar atenção, ele
vai derrapar.

Que verba apareceu aqui? Foi o verbo “ter”, e quem é o sujeito? O sujeito vai ser as
pessoas humildes das zonas rurais, tudo isso é o sujeito. E quem é o núcleo do
sujeito? Pessoas, se o núcleo se apresenta no plural como vai ficar o verbo no plural
e não podemos deixar o verbo no plural e outro o verbo no singular, temos que
apresentar alguma coisa para diferenciar, que vai ser o acento circunflexo. O acento
circunflexo marca a pluralização na língua portuguesa.

A classificação do verbo “ter”. Quem tem, tem alguma coisa, então é um verbo
transitivo direto. Tem o que? Tem problemas, é o nosso objeto direto. Dentro desse
sujeito, descobrimos quem é o núcleo. Quem vai ser o termo “as”?
Morfologicamente é um artigo, com função sintática de adjunto adnominal.

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O termo “humildes” é um adjetivo, e um adjetivo pode exercer duas funções sintáticas,


uma é o adjunto adnominal e outro é o predicativo, quando não tem verbo de ligação,
e quando tem verbo de ligação já sabe que é predicativo do sujeito. No caso de
“humildes” está dentro do sujeito, se é uma estrutura interna, é um adjunto adnominal.

“Das zonas rurais”, se não ficar atento(a), vai pensar que a palavra “humildes” está
ligada a ele, e é um adjetivo gramaticalmente, vai acabar classificando “das zonas
rurais” como um complemento nominal. No entanto, “das zonas rurais” não está
ligado a “humilde”, está ligado a “pessoas”, são as pessoas das zonas rurais e, pessoas
é um substantivo concreto. Se está ligando a um substantivo concreto temos um
adjunto adnominal também.

Casos Especiais
A primeira situação são os verbos que trabalha com sujeito composto. Temos 3
exemplos, colocando primeiro o sujeito, seguido de verbo e por fim sujeito. Quando
tem um sujeito composto primeiro e depois verbo, produz um período na ordem
direta. Se fosse um período na ordem direta e produzir um período na ordem natural
da língua, então a concordância também vai ser uma concordância natural da língua.
A concordância natural da língua é a chamada concordância gramatical que é baseada
na soma. Ou seja, coloca o verbo com o seu referente, se o núcleo estiver no singular
o verbo fica no singular, se o núcleo chover no plural o verbo fica no plural. Agora, se
nós tivermos dois núcleos o verbo obrigatoriamente vai ficar no plural.

O gato e a gata miaram. ANTES!


Miaram/ miou o gato e a gata. DEPOIS

Então quando coloca primeiro o sujeito, você já coloca o sujeito antes e depois do
verbo. E nós temos aquilo que a gente chama de concordância gramatical que é uma
concordância baseada na soma, logo o verbo vai concordar com os dois núcleos. Por
isso eu digo o gato e a gata miaram, mas quando inverte colocando primeiro o verbo
e depois o sujeito composto, passa a ter dois tipos de concordância. Continua tendo
a concordância gramatical, mas também passa permissão de utilizar a concordância

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atrativa, que consiste em pegar aquele verbo e concordar com o substantivo mais
próximo, independentemente da forma como vem se apresentar.

Então podemos afirmar que “o gato e a gata” seriam a concordância gramatical ou


estariam concordando com os dois núcleos. E pode ter “Miaram/ miou o gato e a
gata.” que seria uma concordância atrativa em que o verbo está concordando apenas
um núcleo do substantivo mais próximo. Se a concordância é facultativa, não tem
alteração de sentido.

Chegaram/ chegou o professor e seu aluno

“Chegaram o professor e seu aluno”, concordância gramatical, “chegou o professor e


seu aluno”, concorda atrativa. Na gramatical, concorda com os dois núcleos e na
Atrativa concorda apenas com o núcleo mais próximo.

A outra pegadinha é relacionada ao sujeito composto também, mas obrigatoriamente


pelo conectivo “ou”, e o conectivo ou é um conectivo alternativo e nesse sentido, pode
indicar uma exclusão uma realidade. Como seria uma exclusão? Imagine que tem
dois elementos, porque é um sujeito composto e vai excluir, se for excluir, vai tirar um.
E pela lógica só fica um, então o verbo fica no singular, mas também pode indicar uma
simultaneidade, inserindo os dois ficando no plural.

João ou José casará com Maria.

Os dois podem se casar? Não, só um ou o outro. Pela nossa cultura, não pode se
casar com duas pessoas, pode até ter uma união estável, pode ter uma união com
várias pessoas (poliamor). Nesse caso, eu sei que só o João ou só o José vai casar-se
com a Maria, então indicou uma exclusão, só um casa, por isso o verbo fica no singular.

Muito frio ou muito calor podem matar o bebê.

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Nesse caso, não é só o frio ou só o calor que pode, e sim os dois. Então, existe uma
relação de simultaneidade e o verbo fica no plural para concordar com os dois núcleos.

Bons estudos e até a próxima!

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