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Equipe Projeto IBGE Efetivo - Português

PORTUGUÊS

VERBOS
PARTE IV
EQUIPE PROJETO IBGE EFETIVO

FL
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FORMAS NOMINAIS
Olá a todos! Sejam bem-vindos aula parte 4 de nossa aula sobre verbos. Hoje,
focaremos nas formas nominais dos verbos.

Para quem não está familiarizado, as formas nominais são particularmente


interessantes porque podem assumir a forma de um nome: seja ele
substantivo, adjetivo ou advérbio. Além disso, essas formas podem fazer parte
de orações reduzidas, compor locuções verbais e indeterminar o sujeito. Ou
seja, oferecem diversas possibilidades de uso dentro da nossa língua.

As formas nominais são:

• Infinitivo: termina em "-R", como no verbo "amar".


• Gerúndio: termina em "-NDO", como na forma "amando".
• Particípio: termina em "-ADO" ou "-IDO", mas também pode variar para
concordar com o gênero, podendo ser "-ADA", como na forma "amado"
ou "amada".

Fiquem atentos às nuances dessas formas e como elas se manifestam em


diferentes verbos. Essa será a base para nossa discussão de hoje.

INFINITIVO
Para começar, vamos nos aprofundar no infinitivo. O infinitivo é a forma base
do verbo, ou seja, o verbo ainda como potencial de ação, estado ou de
fenômeno. Significa dizermos que aquela ideia é abstrata ainda. No caso, essa
forma pode funcionar como nome, como o faz em muitos momentos.

Vejamos um exemplo: "O jantar está servido". Neste caso, "jantar" atua como
substantivo. No entanto, se eu disser "Vou jantar agora", "jantar" é um verbo
no infinitivo.

Esse pode ser classificado em pessoal ou impessoal:

• Infinitivo Pessoal: Acompanhado de um sujeito explícito.


• Infinitivo Impessoal: Usualmente, não apresemta sujeito explítico.

Mas, você pode se perguntar: quando devo usar um ou outro? A resposta não é
tão simples. A gramática, às vezes, não nos dá regras fixas para isso.

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Dependendo do contexto, mesmo com um sujeito presente, podemos optar


pelo infinitivo pessoal ou impessoal, conforme a ênfase que queremos dar.

GERÚNDIO
O gerúndio é uma forma verbal que, usualmente, indica uma ação em
andamento, mas que sempre indica uma ação não única, ou seja, repetitiva.
Frequentemente tem seu uso criticado em algumas bancas e por alguns
educadores, fugindo da realidade e explorando uma ideia que nem sempre é
correta, chamada de gerundismo. Para entendermos seu emprego correto, é
essencial reconhecermos sua principal característica: a ideia de uma ação
contínua.

Por exemplo: "Eu estou falando". Nesse caso, "estou falando" indica uma ação
que ocorre neste exato momento. Da mesma forma, quando alguém diz: "Você
está me ouvindo?", a ação de "ouvir" está ocorrendo.

No entanto, o uso inadequado do gerúndio ocorre quando não há uma ação


contínua. Tomemos como exemplo uma frase comum de operadores de
telemarketing: "Estarei transferindo a sua ligação". A ação de "transferir" não é
contínua; ela é breve. Portanto, seria mais adequado dizer: "Vou transferir a
sua ligação" ou "Transferirei a sua ligação".

No exemplo "estava lendo o livro", "lendo" indica uma ação em curso. Em


Portugal, é comum ouvir "estava a ler", que tem o mesmo sentido. Outro
exemplo é "chorando, o menino se despediu do pai", onde "chorando"
descreve o modo como o menino se despediu.

Em redações, o gerúndio não é proibido. Contudo, seu uso excessivo pode


tornar a leitura pesada.

Finalmente, é relevante mencionar que o gerúndio, fora das locuções verbais,


pode funcionar como advérbio ou adjetivo.

PARTICÍPIO
O particípio, em sua essência, se assemelha a um adjetivo. Essa comparação se
dá principalmente porque ele varia em gênero e número, exatamente como
um adjetivo.

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Ele indica uma ação já finalizada ou relacionada com o passado e é


caracterizado pela terminação -ADO e –IDO.

Além disso, ele possibilita a formação de tempos verbais compostos. O


particípio pode ter a função de adjetivo e pode ser usado com ou sem o verbo
auxiliar. Quando usado sem o auxiliar, expressa uma ação concluída. O
particípio pode ser regular ou irregular. O particípio regular é acompanhado
dos verbos auxiliares TER e HAVER + sufixo -ADO ou -IDO, enquanto o particípio
irregular é acompanhado dos verbos auxiliares SER, ESTAR e FICAR e não
terminam com -ADO ou -IDO.

É importante destacar que o particípio é comumente encontrado em locuções


verbais e sempre carrega uma indicação de passado. O uso do particípio
sozinho é possível e frequente, ainda que em menor produtividade que o
infinitivo e o gerúndio.

Além disso, o estudo do particípio também se estende ao tópico de vozes


verbais. Por exemplo, na frase "tinha alugado a casa", a expressão "tinha
alugado" sugere uma ideia de ação que já foi concluída. Em contraste, na frase
"pessoas atormentadas podem ser curadas", "atormentadas" funciona mais
como um adjetivo, descrevendo o estado das pessoas, sem indicar uma ação
específica.

De fato, o universo dos verbos é vasto e repleto de nuances. Há inúmeras


possibilidades a serem exploradas, tornando-o um tópico fascinante e
complexo da gramática.

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LOCUÇÕES VERBAIS
Uma locução verbal ocorre quando temos a combinação de dois ou, no
máximo, três verbos que trabalham juntos para transmitir uma única ideia.
Esses verbos são divididos em auxiliares e principais.

Verbo Principal:

• É o verbo que carrega o principal significado e determina a predicação.


• Sempre aparece em uma forma nominal.
• Mantém a transitividade, ou seja, determina se o verbo precisa ou não
de um complemento.

Verbo Auxiliar:

• Ajuda a formar a locução verbal e concorda em número e pessoa com o


sujeito.
• É o único que varia conforme o sujeito. Por exemplo:
o Eu vou estudar.
o Tu vais estudar.
o Nós vamos estudar.

A principal característica da locução verbal é que, apesar da presença de dois


verbos, somente o auxiliar varia.

Identificando Locuções Verbais:

Como diferenciar locuções verbais de estruturas similares?

Se a frase estiver na voz ativa com verbo transitivo (direto ou indireto), tente
convertê-la para a voz passiva analítica. Se for possível fazer essa
transformação sem mudar o sentido original, então temos uma locução verbal.
Por exemplo:

• Voz Ativa: Vou ajudar um amigo.


• Voz Passiva Analítica: Um amigo será ajudado.

Se o verbo principal da locução puder ser transformado em uma oração


desenvolvida (introduzida por conjunção ou pronome relativo), então não
temos uma locução verbal. Exemplo:

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• Oração Simples: Já te mandei ficar quieto.


• Oração Desenvolvida: Já mandei que ficasse quieto.

Os verbos mais comuns usados como auxiliares incluem "dever", "ser", "estar",
"haver" e "ter". Contudo, há exceções, como o verbo "parecer". Para identificar
locuções verbais, é essencial entender a estrutura e praticar com diferentes
exemplos.

QUESTÕES
1) (FGV/ 2023) A opção abaixo em que a forma verbal destacada mostra fatos
anteriores em relação aos outros é:

A) Quando a guerra da Ucrânia terminar, muitos vão voltar ao país;

B) Ela já terminara os exercícios quando os pais chegaram para levá-la;

C) O diretor entrou em sala quando a maioria já saíra;

D) O professor estava no quadro quando o aluno entrou;

E) Todos vão saber o resultado amanhã à tarde.

Comentário:

A pergunta pede que identifiquemos uma forma verbal que indica um fato
anterior em relação a outro evento passado. A resposta será o tempo verbal
"pretérito mais-que-perfeito".

Vejamos as opções:

"Quando a guerra da Ucrânia terminar...": Aqui, temos o subjuntivo futuro.

"Ele já terminara...": Observe que o pretérito mais-que-perfeito termina em


"ra". Portanto, esta é a nossa resposta correta.

"O diretor entrou em sala...": "entrou" é o pretérito perfeito.

"...quando o aluno entrou": Aqui, temos o pretérito perfeito novamente.

"Todos vão saber o resultado...": Esta é uma locução verbal indicando o futuro.

Gabarito: Letra B.

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2) (FGV/ 2023) Observe a seguinte frase: “Nunca roubes: desse modo, nunca
terás sorte nos teus negócios. Procura ludibriar apenas”. Toda essa frase
mostra o tratamento na segunda pessoa do singular; se a passarmos para a
terceira pessoa do singular, a forma correta dessa frase seria:

A) Nunca roubes: desse modo nunca terá sorte nos seus negócios. Procure
ludibriar apenas;

B) Nunca roube: desse modo nunca terá sorte nos seus negócios. Procure
ludibriar apenas;

C) Nunca roube: desse modo nunca terás sorte nos seus negócios. Procure
ludibriar apenas;

D) Nunca roube: desse modo nunca terá sorte nos teus negócios. Procure
ludibriar apenas;

E) Nunca roube: desse modo nunca terá sorte nos seus negócios. Procura
ludibriar apenas.

Comentário:

A tarefa é converter a frase para a terceira pessoa do singular.

Vejamos as opções:

Letra A: "Nunca roubes desse modo...". Já na primeira palavra vemos que está
na segunda pessoa do singular. Portanto, está errada.

Letra B: "Nunca roube desse modo, nunca terá sorte nos seus negócios". Está
tudo correto, em terceira pessoa do singular. Essa é a resposta correta.

Letra C: "... nunca terás ...". O verbo "terás" está na segunda pessoa, o que o
torna errado para a nossa finalidade.

Letra D: "... sorte nos teus?". O pronome "teus" está na segunda pessoa, logo,
essa opção também está errada.

Letra E: "Procura ludibriar apenas": Está no imperativo da segunda pessoa,


portanto, está errado.

Gabarito: Letra B.

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3) (QUADRIX/ 2023) É correto afirmar que, no texto, há a predominância de


verbos no presente do indicativo e no infinitivo.

Comentário:

Ao analisarmos o texto, queremos identificar a predominância de certos


tempos verbais, nomeadamente o presente do indicativo e o infinitivo.

Presente do Indicativo:

Este tempo verbal indica uma ação que ocorre no momento atual, um fato
certo no presente. Por exemplo, no texto, temos:

- "Três pessoas desempenham papéis críticos na construção da B.S.C."

- "O arquiteto corresponde a um alto executivo da organização."

- "O comunicador tem a responsabilidade..."

Infinitivo:

Expressa uma ideia de ação em seu sentido mais geral, sem referência a tempo,
modo ou pessoa. No texto, identificamos:

- "Para educar a equipe e orientar o processo de tradução..."

- "designado para moldar as ações de rotina..."

- "responsabilidade de conquistar o apoio..."

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Observações Importantes:

- O verbo "foram" não está no presente do indicativo, mas no pretérito


perfeito.

- A expressão "deve ter" sugere uma ideia de obrigação, que indica futuro, mas
o verbo principal, "ter", está no infinitivo.

- O verbo "ser" em "ser implementado" também está no infinitivo.

O texto apresenta, de fato, uma predominância de verbos no presente do


indicativo e no infinitivo. A análise confirma a assertiva inicial.

Gabarito: Certo.

4) (QUADRIX/ 2023) Na linha 9, as duas ocorrências da forma verbal “fora”


estão flexionadas no pretérito imperfeito do modo indicativo.

Comentário:

A questão refere-se às sentenças "Roma fora maior" e "Roma fora a mais


sábia". A forma verbal "fora" não é pretérito imperfeito do indicativo; é, de
fato, pretérito mais-que-perfeito.

A afirmação da questão está incorreta. O verbo "fora" nas sentenças


mencionadas está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, não no
imperfeito.

Gabarito: Errado.

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5) (QUADRIX/ 2023) A substituição da locução verbal “pode haver” (linha 9) por


pode existir não acarretaria prejuízo à correção gramatical do texto.

Comentário:

Vamos analisar essa questão detalhadamente. Inicialmente, consideremos a


locução verbal "pode haver":

- "Pode" é o verbo auxiliar responsável pela conjugação e concordância.

- “Haver” é o verbo principal que carrega o sentido e a transitividade da frase.

Uma peculiaridade sobre o verbo “haver” com o sentido de “existir” é que ele é
impessoal, ou seja, não possui sujeito. Isso significa que ninguém pratica a ação
que ele representa. Dessa forma, essa característica impessoal é transmitida ao
verbo auxiliar. Assim, na locução “pode haver”, o verbo “poder” está no
singular por estar associado ao verbo impessoal “haver”.

No entanto, se substituirmos “haver” por “existir”, teremos “podem existir”.


Isso ocorre porque o verbo “existir” não é impessoal e, por isso, tem
concordância normal. Por exemplo: “Diferentes tipos podem existir.”

Em resumo:

- O verbo "haver", quando tem o sentido de "existir", é impessoal.

- O verbo "existir" não é impessoal.

Dado isso, a substituição de "pode haver" por "pode existir" altera a


concordância e o significado, tornando a afirmativa incorreta.

Gabarito: Errado.

Agradeço pela atenção e dedicação de todos. Recomendo fortemente uma


revisão detalhada do que aprendemos.

Até a próxima aula. Um abraço!

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