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20 DICAS

DE GRAMÁTICA
PARA ESCREVER BEM
EM CONCURSOS PÚBLICOS
Gramática é um tema bastante complicado
para os estudantes. Boa parte deles acha
que ela não é necessária, uma vez que os
vestibulares modernos costumam cobrar
muito mais a interpretação de texto do que
a chamada “decoreba” ou “rodapé de
livro”. Entretanto, gramática não é só
“decoreba”.
De fato, foi-se o tempo em que, para ser
aprovado em um vestibular ou concurso,
era necessário saber exatamente as regras
gramaticais por trás de frases enormes.
Hoje, os vestibulares valorizam mais a sua
capacidade de ler e escrever de maneira
racional, respeitando a língua portuguesa.
Isso permite que a sua preparação seja
muito mais baseada na prática, embora
seja importante dominar alguns conceitos
básicos, algumas dicas de português que
podem garantir uma nota bem maior nas
provas.
Confira algumas dicas de gramática para
escrever bem no vestibular e passe a usá-
las também no seu dia a dia.
Dicas de gramática para escrever bem:
1) Mas e mais
“Mas” é, na maioria das vezes, conjunção
adversativa, podendo ser substituída por
“porém”. “Mais”, no entanto, é advérbio de
intensidade ou conjunção aditiva, ou seja,
tem função de intensidade ou soma.
Por isso, o certo é dizer “tento, mas não
consigo” ou “eu quero sempre mais”,
evitando cometer erros que certamente
farão você perder pontos na sua prova.
2) Meio e meia
No sentido de advérbio, “meio” tem sentido
de “um pouco”, sendo vinculado a um
adjetivo. Neste caso, ele não varia em
gênero. Enquanto numeral, por sua vez,
está vinculado a um substantivo,
concordando com o gênero.
Assim, é correto dizer “meio distraído”, no
primeiro exemplo, e “meia hora” no
segundo.
3) Porque, por que, porquê e por quê
Essa é clássica. “Porque”, junto e sem
acento, funciona como conjunção, ou seja,
liga duas ideias. “Por que”, separado e sem
acento, é uma pergunta ou advérbio
interrogativo de causa.
“Porquê”, junto e com acento, é
substantivo que substitui palavras como
razão, motivo ou causa. “Por quê”,
separado e com acento, precisa aparecer
sempre ao final das frases.
4) Agente e a gente
A gente é locução referente a “nós”, que
precisa ser conjugada em terceira pessoa
do singular. “A gente vai até a escola” é um
exemplo.
“Agente” é substantivo que diz respeito a
uma profissão. Assim, dizer que “o agente
está disfarçado” está correto.
5) Para mim e para eu
Cuidado. Nem sempre o “para mim” está
errado. Como mim é pronome pessoal
oblíquo tônico, ele aparece na função de
objeto indireto, precedido por preposição.
Ficou difícil entender? Então pense na
frase “pensei que esse dinheiro tivesse
chegado para eu”. Fica estranho, não é? O
certo é “pensei que esse dinheiro tivesse
chegado para mim”.
O “para eu” é mais comum. “Eu” é
pronome pessoal reto, que deve ser usado
na função de sujeito. Assim, para fazer
referência ao sujeito da frase, o certo é
sempre usar o “eu”, como em “veja se tem
algum erro para eu corrigir”.
6) Afim e a fim
Dúvida sobre a diferença entre “afim” e “a
fim”? Essas são locuções que trazem ideia
de finalidade, podendo ser trocadas por
“para”, no caso de “afim”, e “para que”, no
caso de “a fim”.
Dessa forma, você deve dizer que
“treinador e dirigente têm pensamentos
afins em relação ao time” e que “aquele
jovem fez todo o esforço a fim de conseguir
seu objetivo”. Para demonstrar que você
está gostando de alguém, a expressão
correta também é “a fim” (separado), já
que emite a ideia de afinidade.
7) Faça redações
A melhor maneira de aprender algo é
praticando. Uma das dicas de gramática
para escrever bem é fazer redações, ou
seja, procure fazer provas de anos
anteriores, da sua banca ou do Enem.
Por se tratarem de avaliações que trazem
textos, elas naturalmente forçam você a
trabalhar também a leitura, o que será
essencial para o aprendizado.
Dica de ouro: praticando a escrita, procure
sempre averiguar se os verbos concordam
com o substantivo, erro que é fácil os
estudantes cometerem nas provas dos
vestibulares ou concursos públicos – e
você deve evitar!
8) Mal e mau
A dica aqui é ter atenção ao termo que
representa o oposto de “mal” e “mau”.
“Mal” é o contrário de “bem” e “mau” é o
contrário de “bom”. Logo, o contrário de
bom humor é mau humor e o contrário de
mal-intencionado é bem-intencionado.
9) Através de e por meio de
Cuidado. “Através” só deve ser usado no
sentido de atravessar. Do contrário, use
sempre o “por meio de”. Isso tira pontos
importantíssimos na sua redação, pois o
uso indiscriminado de “através de” é de
uso comum.
Dessa forma, fale sempre “que foi
convocado por meio de mensagem
eletrônica” e que “chegou à vila através da
ponte”.
10) Crase
Não é difícil dominar o uso da crase, uma
vez que ela é a junção de duas vogais
idênticas.
O problema é dominar a regência dos
verbos, de modo que você tenha como
saber quando as vogais idênticas vão
aparecer.
Para simplificar, guarde que sempre que
uma frase tem uma preposição “a” antes
de alguma palavra que pela o artigo “a”,
temos a crase.
Quer uma dica? Para saber se há a crase,
troque a palavra em questão por uma
masculina e, caso o “a” seja alterado para
“ao”, a crase deve existir.
Exemplo: Vou à celebração amanhã. Vou ao
shopping amanhã.
11) Cuidado com a redundância
Não se diz “subir para cima”, pois não é
possível subir para baixo. O mesmo vale
para “entrar para dentro”. Esses erros são
conhecidos como redundância e são muito
comuns no cotidiano.
Em uma prova, eles podem eliminar você
por conta da redundância. A dica então é
procurar ser simples: concentre-se no
significado das palavras para não errar e
tirar boas notas.
12) Atenção ao zero
“Zero” é singular, sendo assim, o correto é
dizer que é “zero hora” e não que “são zero
horas”. Da mesma forma, o carro só pode
ser “zero-quilômetro”.
13) Preste atenção à linguagem
coloquial
Em uma redação, infelizmente, não
podemos escrever como falamos.
Muitas vezes as gírias e as frases até
fazem sentido na língua falada, mas na
escrita demonstram erros. Cuidado com
coloquialismos também. Na língua escrita,
não existe o “mineirês” ou o “carioquês”,
existe o português formal e ele precisa ser
respeitado.
14) O verbo intervir
Pense no verbo “vir”. “Ele veio, eles
vieram”. Pensou? Agora, toda vez que for
usar o verbo “intervir”, procure seguir a
mesma lógica. Assim, “ele interveio, eles
intervieram”.
Viu? Não é difícil quando você conhece os
critérios.
15) Óculos está no plural
Nunca fale “no seu óculos” ou “aquele
óculos”. Como a palavra está no plural, é
sempre “nos seus óculos” ou “aqueles
óculos”.
16) Uso do hífen
Com o novo acordo ortográfico, todos
tivemos que nos adaptar às exigências.
Entre as principais, está o uso do hífen.
Assim, não se deve mais usar hífen em
palavras que possuem prefixo terminado
em vogal e antecedem palavras com
consoantes “r” ou “s”.
Quando isso acontece, as consoantes
devem ser dobradas. Da seguinte forma:
“anti-social” se torna “antissocial”, “mini-
saia” vira “minissaia” e “ultra-sonografia”
se transforma em “ultrassonografia”, e
assim por diante.
17) O verbo fazer
O verbo “fazer” precisa estar sempre no
singular quando se refere a tempo. Assim,
o certo é dizer que “faz dois anos que algo
aconteceu” em vez de “fazem dois anos
que algo aconteceu”.
Cuidado com esse erro. O problema aqui é
que a pessoa associa o verbo ao número
dois, ou seja, essa é uma pegadinha da
língua portuguesa. Tome cuidado com isso
ao realizar as provas dos vestibulares ou
concursos.
18) Descriminar ou discriminar
“Descriminar” é sinônimo de “absolver”.
Assim, é correto dizer que “o suspeito foi
descriminado da acusação”. Já
“discriminar” é “distinguir”, ou seja, dizer
que “algo ou alguém foi discriminado, é
dizer que ele foi diferenciado”.
Perceba que nem sempre essa palavra
carrega um tom negativo, sendo possível
também dizer que um item ou uma
mercadoria foi discriminada, por exemplo.
19) Verbo assistir
Este é um verbo que admite duas formas
diferentes. Assim, “assistir” no sentido de
“ver” tem preposição, enquanto no sentido
de “ajudar” passa a ser transitivo direto.
Nesse caso, pode-se dizer “o meia assistiu
o atacante” e “ela me chamou para assistir
ao filme”.
20) Acentuação
O novo acordo ortográfico também
estabelece que os acentos diferenciais não
devem ser usados em “para” (no sentido
de verbo ou preposição), em “pela” (no
sentido de verbo e na contração por + a),
em “veem” (enquanto verbo) e em “deem”
(como verbo).
Essas são apenas algumas dicas que
podem ajudar você a conseguir sucesso na
sua vida. Dominar a língua portuguesa não
é algo interessante somente para o
vestibular, mas também para as diversas
situações da vida.
Além disso, um profissional que comete
deslizes em sequência certamente perde
sua credibilidade junto a colegas e clientes.
Da mesma forma, sempre que você se
candidatar a um cargo público, mesmo
depois de formado, ainda terá que
demonstrar capacidade de falar e escrever
bem.
Sendo assim, fique atento a essas dicas e
comece a praticar cada vez mais o hábito
da leitura e da escrita. Isso certamente
ajuda você a melhorar o seu trato com o
idioma e, consequentemente, fazer com
que o estudo da gramática se torne
simplificado.
Gostou dessas dicas de gramática para
escrever bem?

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