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Conjugar um verbo significa mudar as desinências da palavra para conseguir indicar suas

variações (de número, pessoa, tempo e modo) e dar coerência à fala ou texto. Com essa
definição, fica fácil concluir que todo mundo que fala português já sabe como conjugar
corretamente, certo?

Errado. Alguns verbos irregulares, como “medir”, “polir” e “moer” são, muitas vezes,
conjugados de forma equivocada. Além disso, como não temos o costume de nos comunicar
como os personagens da Bíblia, as conjugações na 2ª pessoa do singular (tu) e do plural
(vós) ainda causam confusão em muita gente.

1. Padronize o pretérito imperfeito


Para não deixar dúvidas, o pretérito imperfeito é aquele tempo verbal que a maioria das
pessoas usa para falar dos costumes do passado ou da própria infância. Veja o exemplo:

Quando eu tinha dez anos, caminhava até a escola todos os dias.

Sempre que fizer a conjugação verbal nesse tempo e quiser facilitar seu trabalho, lembre-se
que as palavras da primeira e terceira pessoa do singular de um mesmo verbo serão sempre
iguais. Exemplo:

Eu tinha Eu caminhava
Tu tinhas Tu caminhavas
Ele tinha Ele caminhava
Nós tínhamos Nós caminhávamos
Vós tinheis Vós caminháveis
Eles tinham Eles caminhavam

2. Identifique a origem do verbo


Muitos verbos possuem uma terminação que coincide com a estrutura do que chamamos
de “verbos primitivos”, que nada mais são do que uma palavra original, capaz de criar
outros verbos derivados.

Se prestar atenção, verá que todo o verbo que termina em “or” é originado do “pôr”. Isso
significa que, se você aprender a conjugar o “pôr” corretamente, não terá problemas em
conjugar o “compor”, “sobrepor”, “repor”, entre outros.

3. Conheça o M.A.R.I.O (sem trocadilhos)


Antes que a sua cabeça se distraia do nosso conteúdo ao pensar na piadinha do Mário,
vamos explicar o que essa sigla significa. Mas, primeiro, tente resolver os seguintes desafios
abaixo:
É correto dizer que “eu me maquio” ou “eu me maqueio” todos os dias?
Eu “ansio” ou “anseio” por uma promoção no trabalho?
Os alunos “intermediam” ou “intermedeiam” a aula de um professor?

Alguns verbos, como esses, podem causar muitas dúvidas na hora da conjugação. Eis um
bom macete para não se confundir:

Todos os verbos terminados em “iar” são regulares, ou seja, não alteram sua forma. Sendo
assim, o presente do indicativo de “maquiar” é “eu me maquio”. Já no caso de “ansiar” e
“intermediar”, eles tomam a forma de “anseio” e “intermedeiam” no presente do
indicativo, pois ambos fazem parte da única exceção a essa regra: o M.A.R.I.O, que é a
representação de alguns verbos irregulares:

Mediar
Ansiar
Remediar
Incendiar/Intermediar
Odiar

Na conjugação verbal desses tipos de palavras, deve ser usado o mesmo padrão essencial
para conjugar os verbos terminados em “ear”, como: “eu penteio”, logo, “eu intermedeio”;
“ele penteia”, logo “ele intermedeia”, etc.

4. Entenda que “mim” não realiza a


conjugação verbal
Quem nunca ouviu uma pessoa atarefada declarar: “tem muita coisa pra mim fazer no
trabalho” ou “vamos dividir as tarefas para mim poder ir para casa”? Talvez até fora desse
contexto, é possível que você já tenha lido o ouvido o “mim” aparecer logo antes de algum
verbo.

A verdade é que “mim” não é capaz de fazer nada. Para exercer a função de sujeito, o
pronome pessoal do caso reto é que deve ser usado. Sendo assim, o correto é afirmar “para
eu fazer”, “para eu poder”, etc.

5. Não se atrapalhe com o “vós”


Quando precisar conjugar os verbos na segunda pessoa do plural, lembre-se das seguintes
dicas para não cometer erros:

1. Se o tempo verbal for o presente do indicativo, apenas adicione o “is” na terminação


do verbo. Exemplo: “vós prosseguis”, “vós chorais”, “vós conseguis”, etc. A única
exceção está nos casos de apenas uma sílaba, como acontece com “vir” (vós vindes)
ou “ir” (vós ides).
2. Nos verbos que acabam com “or”, troque essas duas letras pela terminação “ondes”.
Exemplo: “vós compondes” (compor), “vós pondes”(pôr), etc.
3. Se o tempo for o pretérito perfeito (aquele que usamos para falar de coisas que
fizemos ontem), troque a terminação de verbos que acabam em “or” pelo “sestes”.
Exemplo: “vós decompusestes” (decompor), “vós supusestes” (supor).

6. Preste atenção nos verbos defectivos


Parece incrível, mas alguns verbos apresentam uma deficiência em sua conjugação que já é
reconhecida pela gramática. Você sabia que “adequar” e “colorir” não são conjugados na
primeira pessoa? Algumas expressões que você já deve ter ouvido por aí, como “o perfil
dele não se adequa à empresa” ou “eu coloro o desenho com giz de cera”, na verdade, não
existem.

Quando se deparar com alguns desses verbos defectivos, o ideal é mudar a conjugação ou
apelar para sinônimos, como: “eu pinto o desenho com giz de cera” ou “o perfil dele não é
adequado para a empresa”.

7. Tome cuidado com as


impessoalidades do “fazer”
No nosso dia a dia, é comum se deparar com frases como “fazem duas semanas que ele se
foi” ou “fazem anos que não estudo gramática”, mas essa colocação verbal não está correta.
O ideal seria: “faz duas semanas que ele se foi e “faz anos que não estudo gramática”.

Isso acontece porque, quando o verbo “fazer” é utilizado para se referir ao tempo
transcorrido, ele adquire uma postura impessoal. Isso quer dizer que deve ser empregado
sempre no singular, pois não há sujeito para a realização da concordância.

Agora que você já conhece os principais macetes para fazer uma conjugação verbal correta,
não se esqueça de um detalhe importante: a melhor maneira de aprender a escrever bem é
escrevendo! Por isso, pratique essas dicas em sua produção de conteúdo para melhorar a
qualidade de sua escrita e, claro, não pare de aprender e praticar.

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