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Por Revista Pazes - novembro 7, 2016
Guia prático para não queimar mais o filme em provas, e-mails, redes sociais e vida profissional
Do O Globo
Como qualquer outra disciplina, o português pode ser fácil para uns e difícil para outros. Além
disso, a língua é viva, se altera com o passar dos anos, recebe influências do meio e, claro, conta
com um amplo conjunto de regras que inegavelmente podem confundir.
— É certo dizer que o tempo presente, o grau de escolaridade e a classe social impactam em
como produzo meu texto. Mas também é fato que o domínio da língua é diretamente
proporcional ao volume de leitura. A dica é ler jornais, livros de bons autores e não ter vergonha
de procurar o significado de uma palavra que não conhece —, recomenda o professor Caco
Penna, do CPV Educacional.
Segundo Caco, as mudanças dos últimos anos no Enem resultaram em provas mais focadas no
caráter sociolinguístico do que propriamente na gramática. Mesmo assim, essas são questões
ainda relevantes na redação e muito presentes nos vestibulares. Indo muito além dos testes, vale
lembrar que em toda a vida você vai lidar com as artimanhas do português. Nada mais queima o
filme do que falar errado em uma entrevista de emprego ou enviar um e-mail profissional cheio
de deslizes, por exemplo.
Para evitar essas derrapadas, listamos as 50 dúvidas gramaticais que mais costumam gerar
erros. A lista foi elaborada com ajuda dos professores Simone Motta, coordenadora de
Português do Grupo Etapa, Eduardo Calbucci, supervisor de Português do Anglo, e do próprio
Caco.
1. Por que/Porque
Para começar, uma confusão que acompanha gerações:
Usa-se “por que” para perguntas, mesmo que implícitas. Exemplos: “Por que ela ainda não
chegou?” e “Ele não sabe por que está aqui”.
Usa-se “porque” para respostas. Se consegue substituir por “pois”, essa é a forma correta: “Não
foi trabalhar porque estava doente”.
2. Por quê/Porquê
No final de uma frase, seguido de pontuação (exclamação, interrogação, reticências), o correto é
“por quê”, como em: “Estou chateado. Sabe por quê?”.
Já o “porquê” tem exatamente o mesmo sentido de motivo ou razão, por exemplo: “Não sabia o
porquê de tanta pressa”.
7. Mal/Mau
“Mal” é substantivo quando precedido de artigo, como em “o mal do mundo”, e advérbio quando
acompanha verbo ou adjetivo. Resumidamente, é o contrário de “bem”.
“Mau” é adjetivo quando vem antes de substantivos, com os quais concorda. É o oposto de
“bom”.
8. Mas/Mais
“Mas” é conjunção adversativa e tem o mesmo valor de “porém”, “contudo” ou “entretanto”.
10. Traz/Trás/Atrás
Segundo a professora Simone Motta, é bem comum se deparar com trocas de letra entre as
palavras – erroneamente ‘tras’ e ‘atráz’ – por conta da sonoridade semelhante entre elas. Apesar
disso, é fácil diferenciar: “traz” vem do verbo “trazer” (com Z, portanto); “trás” e “atrás” são
advérbios e indicam posição (“ficará para trás”, “atrás da porta”).
11. Haja/Aja
Novamente a semelhança sonora induzindo ao erro. Para esclarecer: “haja” é conjugação do
verbo “haver”, de existir. “Aja” vem do verbo “agir”: “Aja com cuidado”.
13. Vêm/Têm
Os verbos “ter” e “vir” devem ser acentuados quando estiverem na 3ª pessoa do plural: “Eles
sempre vêm de táxi, porque eles não têm carro”.
15. Onde/Aonde
“Onde” é o lugar em que alguém ou alguma coisa está. “Aonde” está relacionado a movimento.
Por isso, quem vai, vai “a” algum lugar: “vai aonde”.
19. Tachar/Taxar
“Tachar” significa “denominar, chamar de, considerar”. Já “taxar” é impor uma taxa ou imposto.
Portanto, contextos diferentes.
22. Eu/Mim
O pronome reto “eu” é utilizado apenas na posição de sujeito do verbo. Nas demais situações,
usa-se o pronome oblíquo “mim”.
23. Haver/Fazer
Ambos os verbos, quando indicam passagem de tempo, não ganham plural: “Não
conversávamos havia três anos” e ” Faz três anos que não nos vemos”.
24. Haver/Existir
No sentido de “existir”, o verbo “haver” não vai para o plural. O verbo “existir” pluraliza
normalmente: “Na reunião, existiam cerca de 60 pessoas”.
27. Obrigado/Obrigada
Essa regra é muito simples. Homens dizem “obrigado”. Mulheres dizem “obrigada”. Pronto!
38. Eminente/Iminente
Formas parecidíssimas, significados diferentes e grande chance de confusão. Para memorizar:
“eminente” está relacionado a qualidade, excelência, como em “é um profissional eminente”; já
“iminente” indica que “vai acontecer em breve”.
39. Descrição/Discrição
Mais um caso de grafia e pronúncia semelhantes e significados distintos. “Descrição” está
relacionada ao ato de detalhar algo, reunir características. Entre seus sinônimos, dependendo do
contexto, estão palavras como “exposição” e “apresentação”. Já “discrição” é a qualidade de
alguém ou algo discreto, que não chama muita atenção.
40. Sessão/Seção
A forma com S, “sessão”, é o intervalo de tempo em que alguma coisa acontece, por isso sessão
de cinema, sessão fotográfica, sessão da tarde… Já “seção” é como divisão, uma parte de um
todo, daí seção eleitoral, seção feminina e seção do jornal, por exemplo.
43. Supor/Transpor
Os verbos derivados do verbo “pôr” serão conjugados como o verbo primitivo.
Errado: Se você supor que o seu plano dará certo, nós poderemos executá-lo.
Certo: Se você supuser que o seu plano dará certo, nós poderemos executá-lo.
44. Manter/Conter
Os verbos derivados do verbo “ter” serão conjugados como o verbo primitivo.
50. Ratificar/Retificar
Verbos com sentidos bem diferentes: “ratificar” é confirmar; “retificar” é corrigir.