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Jornalismo Especializado/ESAMC

PROFª JOYCE GUADAGNUCI

JORNALISMO COMUNITÁRIO
D EFINI ÇÃO Jornalismo comunitário é a prática do jornalismo para e
com a comunidade.

A atividade não se restringe apenas a veicular


informações, mas busca estimular as pessoas a
refletirem e discutirem sobre a realidade local.

Se considerarmos o componente “jornalismo” em


particular, essa prática – para que atinja seus objetivos
– deve estar orientada pelas técnicas do jornalismo
profissional, assim como por uma postura ética que, por
princípio, busque proteger a dignidade das pessoas da
comunidade.
DEFINIÇÃO

O direito à participação/manifestação é um
quesito ético elementar a ser observado a quem
quer que seja o membro da comunidade.

Portanto, não é jornalismo comunitário aquele que


privilegia alguns, que é “feito de cima para baixo”,
que não possibilita a ampla participação dos
membros da comunidade e muito menos contribui
para estreitar os laços entre os mesmos.
JORNALIS MO C OM U NIT Á RIO
EX IGE PLANEJAME NT O

Se os jornalistas comunitários – vamos chamá-los assim daqui por


diante – desejam cumprir bem seu papel, também devem observar
as regras mínimas básicas para a produção e manutenção de
qualquer instrumento de comunicação da comunidade. Isso exige o
mínimo de profissionalismo.
CONH EC IMENT O D A RE A L ID A D E

Uma atitude profissional, qualquer que seja a área, exige um conhecimento da


realidade na qual se insere ou deseja se inserir uma ação.

Em termos de comunicação ou jornalismo comunitário, isso não é diferente.

Aqui, é preciso considerar a necessidade de uma inserção real do jornalista


comunitário na comunidade/grupo em que atua.

Vejamos algumas dicas importantes que o curso sobre Comunicação Popular, da


União Cristã Brasileira de Comunicação (UCBC), em parceria com a Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), dá a esse respeito:
CONH EC IMENT O D A RE A L ID A D E

1 - Contatar grupos com diferentes experiências, interesses e pontos


de vista. Por exemplo, homens e mulheres, velhos e jovens,
organizados e não organizados etc.

2 - Utilizar formas variadas para ir conhecendo a realidade:


conversas informais, discussões em grupo, observações diretas e,
sobretudo, a participação em atividades concretas das pessoas.

3 - Em muitos casos, convém aos promotores externos viver um


tempo com as pessoas em sua comunidade. É uma boa maneira de
familiarizar-se com a vida cotidiana e ir eliminando desconfianças.
CONH EC IMENT O D A RE A L ID A D E
4 - Aproveitar as situações informais em que as pessoas atuam com naturalidade. Por
exemplo, as atividades e conversas com os vizinhos no mercado, no campinho de
futebol, nas lojas ou nas paradas de ônibus.

5- Assistir aos momentos de especial importância para a comunidade: as festas


patronais, os churrascos, as mobilizações etc.

6 - Registrar alguns dados que parecem importantes em um diário de campo. Pode-


se usar também gravador ou câmera, desde que as pessoas não se sintam
intimidadas.

Em geral, durante os primeiros contatos, não se deve dirigir as conversas ou atividades,


nem bombardear as pessoas com muitas perguntas. O importante é observar e
escutar o que a comunidade tem a dizer.
CONS ULT AR A C OM U NID A D E

Não basta a “radiografia” feita pelo jornalista comunitário, nem apenas as suas
próprias respostas (e de sua equipe) para se entender como agir junto ao seu
público-alvo. É preciso também consultar esse mesmo público.

Ou seja: é vital a participação da maioria dos membros da comunidade no processo


de elaboração desse planejamento para que seja, de fato, comunitário, ainda que esta
seja feita de forma indireta.

Então, como as demais pessoas podem participar desse processo de produção da


comunicação interna e externa da comunidade?
CONS ULT AR A C OM U NID A D E
Criar instrumentos concretos de consulta (canais) à comunidade sobre o
trabalho a ser realizado.

Para isso, qualquer comunidade ou organização já deve contar com alguns


instrumentos tradicionais, que lhes são peculiares: reuniões ou assembleias
ordinárias, caixa de sugestões, e-mails e grupos de whatsapp.

Um questionário é também um interessante instrumento de consulta comunitária.


Os resultados podem ser tornados públicos e servirão para, oficialmente, justificar
ao menos algumas iniciativas.

Essa prática, se aperfeiçoada, poderá servir também como instrumento de


avaliação frequente do trabalho.
SOBRE A LINGUAGEM

Os jornais comunitários, em geral, são destinados a grupos


e/ou comunidades cuja linguagem – a chamada
linguagem popular – se aproxima mais da linguagem oral.
Nesse sentido, é importante considerar algumas
características:

A linguagem popular tem uma tradição oral. É uma


linguagem que, em primeiro lugar, se fala entre as pessoas,
dentro de situações concretas.

É um código ativo e prático, um instrumento para servir a


propósitos cotidianos na vida social para persuadir, animar,
pedir, perguntar, ordenar, proibir, reclamar etc.
SOBRE A LINGUAGEM
A linguagem popular é um código mais expressivo e subjetivo que lógico.

Não se preocupa tanto com a precisão dos termos. Muitas vezes, tem uma
grande riqueza de expressões.

Considerando que a estrutura mínima de um texto é formada por “começo”


(a cabeça, que não introduz o assunto, mas busca atrair o leitor), “meio” (o
corpo, que contém as ideais e informações principais) e “fim” (a conclusão,
que deve trazer um convite à reflexão), as matérias de um jornal comunitário
deve primar, em especial, pelo uso de uma linguagem que seja simples.

A matéria deve levar o leitor a pensar sobre o assunto tratado. É preciso


lembrar sempre que o jornalismo comunitário é, por princípio, um jornalismo
engajado com as causas da comunidade!
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