Você está na página 1de 37

POLÍCIA COMUNITÁRIA

CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS 2022

UNIDADE III

Mobilização Social
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
MOBILIZAÇÃO – CONCEITO

Processo de convocação de vontades para


uma mudança de realidade, através de
propósitos comuns, estabelecidos em
consenso. Envolve o compartilhamento de
discursos, visões e informações e, por isso,
exige ações de comunicação em seu sentido
mais amplo.
(TORO A., Jose Bernardo & WERNECK, Nísia Maria Duarte. Mobilização Social: Um modo de
construir a democracia e a participação. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
3
MOBILIZAÇÃO

Reunião de sujeitos que definem objetivos e


compartilham sentimentos, conhecimentos e
responsabilidades para a transformação de
uma dada realidade, movidos por um acordo
em relação a determinada causa de interesse
público.

4
Comunidade
O que é?
Comunidade refere-se aquilo que é comum, pelo que
permite definir distintos tipos de conjuntos: das
pessoas que fazem parte de uma população, de uma
região ou nação, ou de pessoas vinculadas por
interesses comuns.
PAUSA PARA REFLEXÃO

“Ao falar em Comunidade, refiro-me a algo muito mais


amplo que a comunidade local (...); o termo abrange todas as
formas de relacionamento caracterizado por um grau elevado
de intimidade pessoal, profundeza emocional,
engajamento moral, coerção social e continuidade do
tempo”
(NISBET, Robert. Comunidade. In: FORACCHI, Marialice Mencarini; MARTINS, José de
Souza. Sociologia e sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
7
7
8
Logo,
Qualquer tentativa de trabalho ou programa de Polícia
Comunitária deve incluir necessariamente a comunidade.
Embora a primeira vista possa parecer simples, a participação da
comunidade é um fator importante na democratização das
questões de segurança pública e da implementação de
programas comunitários que proporcionam a melhoria de
qualidade de vida e a definição de responsabilidades.
Logo,
A compreensão dinâmica de comunidade é essencial para a
prevenção e controle do crime e da desordem, assim como o
medo do crime, pois o controle e a participação social informal
(do coletivo, do grupo) é mais eficaz. A consciência é a chave,
pois ela impede que as pessoas cometam erros nocivos a vida
coletiva, mesmo quando ninguém está vendo.
A mobilização na sociedade democrática

Quem mobiliza?

O Poder Público

As Empresas

As entidades associativas

Polícia Militar como principal Instituição de captação de


demandas sociais e parte mais acessível do Estado
Principais pontos em uma mobilização:

A que comunidade ou
comunidades nos
referimos?

Onde se encontram essas


comunidades?

Quais as suas
caracteristicas?
Os desafios da mobilização na sociedade contemporânea

Mudança nas formas de sociabilidade e organização da vida coletiva:


dos modelos de sociabilidade comunais aos modelos urbano-
industriais

A SOCIEDADE COMPLEXA
DESAFIO:

COMO É POSSÍVEL TRABALHAR A


MOBILIZAÇÃO DAS PESSOAS E DAS
COMUNIDADES NUM CENÁRIO
CONTEMPORÂNEO TÃO COMPLEXO,
MÚLTIPLO E DIVERSO?
Ordenação lógica do processo de mobilização social
Mapa Tridimensional dos Públicos
Escala de níveis de vinculação
O POTENCIAL MOBILIZADOR

Festas religiosas,
Identificar a vida cultural folclóricas, cívicas e
da comunidade eventos em geral

Verificar a existência de
projetos mobilizadores já Verificar a
ocorridos ou que ainda existência de grupos
ocorrem na comunidade com tradição de
mobilização
Reconhecimento dos Associações, grupos
Especialmente sua LIDERES e dos de teatro, religiosos
capacidade de ou políticos
ANIMADORES
ação inclusiva

Pessoas conhecidas e que são


referências para a comunidade
Problema de um, problema de todos!

O processo de mobilização só se cumpre


quando as percepções e ações se deslocam todo o
tempo do interesse individual para o coletivo,
quando os problemas são percebidos e tratados
como sendo de todos e quando se permite visualizar
a união dos esforços em prol de causas comuns.
Organização Comunitária

A intensificação do contato entre a polícia, a


comunidade e os diversos segmentos favorece
uma melhor integração e participação da
comunidade, o reconhecimento social da atividade
policial, o desenvolvimento da cidadania aos
cidadãos e a melhoria da qualidade de vida.
Organização Comunitária

A organização comunitária fornece à comunidade


uma maior percepção das questões sociais e
possibilita diminuir área de conflito que exigem
ações de caráter repressivo das instituições
policiais.
Níveis de organização comunitária:

- O maior desafio enfrentado pela polícia no modelo


comunitário é motivar e sustentar a participação do
público;

- O êxito de uma iniciativa policial de organização


comunitária passa pelo envolvimento e comprometimento
dos cidadãos na busca de soluções para problemas locais;
Níveis de organização comunitária:

- Nos contextos mais problemáticos, a organização


comunitária envolve um árduo e duradouro esforço de
superação de resistência de indivíduos, céticos em relação às
possibilidades de melhorias em suas condições de vida,
ainda mais quando dependentes de ações governamentais;
Níveis de organização comunitária:

- Há uma tendência da polícia em procurar grupos


organizados já estabelecidos, de caráter formal, com bases
sólidas e tradicionais, ao invés de investir e procurar
organizar segmentos sociais que apresentam problemas
complexos, muitas vezes organizados de forma voluntária,
não formal, mas que reivindicam ações sociais das
estruturas de governo.
Níveis de organização comunitária:

- O desafio não está apenas em promover trabalhos com


grupos organizados da comunidade, de interesses
específicos, mas trabalhar na organização de trabalhos
comunitários, de forma constante e permanente.
“Qualquer coisa que tivermos em comum,
independentemente do que seja, pode servir para
que nos agrupemos em torno dela. (...) quanto mais
coisas encontramos em comum com os demais,
mais justificativas temos para nos agruparmos em
mantermos nossos vínculos.”
Comunicação e mobilização social na prática de polícia comunitária – Márcio Simeone
GESTÃO DE REUNIÕES COMUNITÁRIAS
ANTES DA REUNIÃO

- Verifique o melhor e mais viável meio para convite aos


participantes e crie mecanismos para confirmar a participação;
ANTES DA REUNIÃO

- Escolha o local e prepare os meios logísticos;


ANTES DA REUNIÃO

- Faça um planejamento prévio: objetivos da reunião;


resultados esperados; qual público precisa estar presente
(comunicar ao público no convite tais informações);
ANTES DA REUNIÃO

- Estabelecer o responsável pela ata;


- Dependendo do número de participantes, a melhor
disposição das cadeiras é em círculo ou semicírculo, de modo
que todos possam ver uns aos outros;
DURANTE A REUNIÃO

- A fala inicial é importante para transmitir interesse e


confiança do público presente. Exponha o motivo da reunião,
a forma como esta será conduzida e o tempo de fala de cada
participante;
DURANTE A REUNIÃO

- Dar a oportunidade de
participação dos presentes
(adotar técnicas de estímulo
como perguntas, p.ex.),
porém controlando o tempo e
evitando discussões e
desrespeito entre os
participantes;
DURANTE A REUNIÃO

- Procure manter o foco da reunião, garantido que seja rápida


e com exposições sucintas, intervindo quando algum
participante se prolongar, falar com muita frequência ou sair
do tema.

- Tenha tranquilidade na resposta de eventuais


questionamentos que apontem eventual atuação negativa da
Instituição;
AO FINAL DA REUNIÃO

- Faça uma breve síntese de tudo que foi tratado e os


encaminhamentos decididos;
AO FINAL DA REUNIÃO

- Obtenha o feedback da reunião junto aos participantes;


AO FINAL DA REUNIÃO

- Defina agenda da próxima reunião, quando for o caso;


- Envio da ata aos participantes.

Você também pode gostar