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Elaborado por:
Alberto Mario
António Muquixi
Augustinho Panzo
Bartolomeu Dos Santos
Luanda, 2023
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
Elaborado por:
Alberto Mario
António Muquixi
Augustinho Panzo
Bartolomeu Dos Santos
4º ano/Turno: Diurno
Luanda, 2023
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Índice
Introdução ......................................................................................................................... 4
Desenvolvimento .......................................................................................................... 5
Comunidade .................................................................................................................. 6
Conclusão ....................................................................................................................... 12
Bibliografia ..................................................................................................................... 13
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Introdução
O Estado é antes de tudo uma instituição social que foi instituído com objetivo de garantir
a segurança e bem-estar social de todos os membros da comunidade. Na materialização
destes fins o Estado deve levar em consideração as preocupações e as necessidades da
comunidade.
O passado maquiavélico, marcado por uma guerra civil prolongada, deixou cicatrizes
profundas que afetam a coesão social e dificultam o desenvolvimento comunitário, a
superação destes desafios requer uma abordagem que envolva a participação ativa da
comunidade.
O objetivo geral deste texto é analisar o papel das Comunidades Locais no processo de
Desenvolvimento de Angola, com vista a chamar atenção para envolvimento comunitário
na elaboração e implementação de projetos sociais.
A metodologia utilizada para concepção deste texto é o estudo bibliográfico com uma
abordagem qualitativa, suportado na leitura e interpretação de conteúdos encontrados em
livros e relatórios que abordam com alguma profundidade cientifica a questão do
desenvolvimento.
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Conceitos operacionais
Desenvolvimento
Qualquer tentativa de conceituar desenvolvimento que não leva em conta o princípio da
multidisciplinariedade estará fadada ao fraco, muito por conta da mundo-evidencia de
sentidos e alcances que o termo desenvolvimento pode apresentar nas várias disciplinas
cientificas, e das pontes ou rupturas que há entre a teoria e a prática.
Segundo Cerqueira Leite (1976), é mais fácil definir desenvolvimento por oposição, ou
seja, o desenvolvimento é algo que se faz sentir mais pela ausência que pela presença,
partindo deste ponto de vista o desenvolvimento será entendido como a “redução de certos
males, tais como a fome, a doença, a ignorância, o desconforto físico, a coerção política,
religiosa, racial e etc.” (Cerqueira Leite, 1976)
Essa definição de Amartya Sen (2008) nos mostra que o desenvolvimento de um país está
essencialmente ligado às oportunidades que ele oferece à população de fazer escolhas e
exercer sua cidadania. E isso inclui não apenas a garantia dos direitos sociais básicos,
como alimentação, saúde e educação, mas também as liberdades associadas com a
educação, a participação política, a proibição da censura, entre outras.
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Comunidade
A palavra “Comunidade” vem do Latim communis, e tem o sentido literal de “geral,
coletivo, relativo a todos”. A ideia de comunidade está atrelado ao compartilhamento de
interesses em comum e características conjuntas.
De facto, um conjunto de pessoas a viver num mesmo local não faz delas, por si só, uma
comunidade, portanto, no seu livro “Manual de Práticas e Métodos sobre Grupos
Comunitários” o professor Amaro apresenta cinco elementos necessários para haver uma
Comunidade:
Inter-relacionando os conceitos
O conceito de desenvolvimento está relacionado com o grau em que são satisfeitas as
necessidades humanas e o conceito de comunidade se inscreve na ação de unir forças para
a promoção de qualidade de vida e gerar oportunidade para todos. Tanto no conceito de
desenvolvimento, quanto no conceito de comunidade está presente a ideia de cooperação
no processo de crescimento ou evolução coletiva.
A inter-relação entre este dois conceitos é inevitável, na medida em que alcançar o Bem-
estar é uma das prerrogativas que leva o indivíduo a juntar-se a comunidade, desta inter-
relação nasce o desenvolvimento do tipo comunitário.
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econômicas ao redor” (Carmo, 2007). É uma abordagem transformacional do crescimento
ou evolução econômica, social e política que se concentra na criação de competências
incorporadas, em vez de apenas dar uma ajuda às pessoas.
Amartya Sen (2008) concorda que os indivíduos devem ser vistos como agentes ativos de
mudanças e não recebedores passivos de benefícios e acrescenta que a discussão pública
é o veículo de mudança social e progresso econômico, dando ênfase a conceitos de
capacidade e qualidade de vida.
Fica evidente que o desenvolvimento é um meio para uma finalidade maior que é o
homem. Desenvolver o homem é construir condições que possibilitam uma atitude de
racionalização conjunta e responsável na procura de satisfação das necessidades
indivíduas e coletivas.
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Desenvolvimento em Angola
As conjunturas económicas de Angola têm estado ligadas à procura global de petróleo, o
que trouxe um crescimento volátil e deixou o país com elevados níveis de pobreza e
desigualdade. As reformas realizadas ao longo dos últimos cinco anos melhoraram a
gestão macroeconómica e a governação do sector público.
Alto índice de pobreza está ligado à falta de empregos de boa qualidade: 80%dos
empregos são informais e metade são no sector primário (muitas vezes trabalho de
subsistência). O desemprego urbano e juvenil permanece elevado, excedendo 38% e 50%,
respectivamente.
Apesar deste desempenho francamente positivo, o país não consegue dar melhores
condições de vida aos seus cidadãos. O mais recente Relatório de Desenvolvimento
Humano da PNUD, que mede a saúde, a educação e o padrão de vida de uma nação,
coloca Angola na posição 148, no final da lista dos países de desenvolvimento médio.
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Desenvolvimento liderado pela comunidade em Angola
Até aqui já ficou provado que o envolvimento ativo dos membros da comunidade no
processo de desenvolvimento é indispensável. A participação comunitária permite que as
necessidades locais sejam identificadas e abordadas de maneira mais eficaz, garantindo
que os projetos de desenvolvimento sejam relevantes e sustentáveis.
Parece que a fome, causada por uma economia fragilizada, e a ignorância política, fruto
da manipulação dos órgãos de comunicação social, são armadilhas mortíferas para a
participação comunitária. O relatório de 2022 da ADPP salienta que a superação destes
desafios requer uma abordagem abrangente que vá além das intervenções governamentais
e envolva a participação ativa da comunidade.
Por exemplo, a iniciativa “Água para Todos” foi lançada por uma comunidade na zona
rural de Angola para resolver a falta de água potável. Com apoio externo limitado, a
comunidade mobilizou recursos e construiu poços de água, melhorando
significativamente o acesso à água potável. Esta história de sucesso demonstra o poder
das comunidades para identificar e enfrentar os desafios do desenvolvimento local.
(Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo, 2022)
Com a gravidade da seca no Sul de Angola, é crucial criar resiliência nas comunidades e
ajudá-las a adaptarem-se às alterações climáticas, por isso se desenhou junto com a
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comunidade um projeto de Desenvolvimento Comunitário Integrado na Huíla e no
Namibe, que visa melhora o acesso a água, a energia, o saneamento e as questões de saúde
das comunidades afetadas pela seca e pela pobreza. Também promove a agricultura
sustentável, a diversificação da economia e a geração de rendimentos para os jovens,
beneficiando todos os sectores da comunidade. (Ajuda de Desenvolvimento de Povo para
Povo, 2022)
Segundo Chambers, há duas visões distintas sobre a participação. Uma é a de que ela
aumenta a eficiência, pois as pessoas concordam e assumem posição ativa na
implementação das decisões. A outra considera que a participação é um direito básico, no
qual o principal objetivo é a mobilização para ações coletivas, fortalecimento e construção
institucional.
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De modo geral, as comunidades em Angola, com suporte dos vários grupos comunitários,
associações e organizações não-governamentais, têm impactando positivamente na
melhoria das condições de vida dos seus membros por:
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Conclusão
Conseguimos neste texto provar a inter-relação entre desenvolvimento, que se resume no
processo em que são satisfeitas as necessidades humanas, e comunidade, que se
compreende como união de forças para a promoção de qualidade de vida e gerar
oportunidade para todos.
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Bibliografia
Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo. (2022). Relatório Anual 2022. Luanda:
ADPP.
Sen, A (2008). Desenvolvimento como Liberdade. 7ª Edição. São Paulo: Companhia das
Letras.
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