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VIABILIZAÇÃO DE PROJETOS

SOCIAIS E CULTURAIS
BEATRIZ HELENA RAMSTHALER FIGUEIREDO

e-Book 1
Sumário
INTRODUÇÃO������������������������������������������������� 3

DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE����������� 6

OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL��������������������������������������������� 12

TERRITÓRIO – ESTADO, SOCIEDADE E


POLÍTICAS PÚBLICAS��������������������������������� 15

RESPONSABILIDADE SOCIAL���������������������� 19

ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR������� 22

RELACIONAMENTO EM REDE,
PARCERIAS E ALIANÇAS����������������������������� 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &


CONSULTADAS�������������������������������������������� 36
INTRODUÇÃO
Este e-book pretende oferecer um conteúdo que
possibilite ao futuro profissional o domínio sobre o
campo do planejamento de projetos para o terceiro
setor. Para adentrarmos o universo rico e instigante
dos estudos sobre a prática de criação e desen-
volvimento de projetos é preciso que tenhamos
conhecimento sobre o campo social para o qual
pretendemos apresentar ideias e soluções.

Abordaremos os conceitos básicos sobre projetos


e organizações do terceiro setor, partindo de um
entendimento acerca das questões que permeiam
o desenvolvimento sustentável. Conheceremos
o conceito de “território”, abordando a complexa
relação entre Estado, sociedade e políticas públi-
cas, para só então alcançarmos assuntos como a
responsabilidade social e a relação da sociedade
com as organizações de terceiro setor.

É preciso compreendermos também a importância


das alianças. O relacionamento em redes faz-se
hoje fundamental e absolutamente necessário
para a sobrevivência de uma organização, por isso
abordaremos os caminhos que fortalecem os laços
e as parcerias. Dentre tantas possibilidades, o ca-
minho mais certo é o da construção sólida de bons
projetos, sejam eles de cunho cultural ou social.

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Você sabe elaborar um projeto? Tirar as ideias da
cabeça e colocá-las assertivamente no papel? Con-
segue planejar projetos sólidos e estrategicamente
elaborados para alcançar um objetivo proposto?

As organizações de terceiro setor, foco de nossos


trabalhos e reflexões, pautam suas ações e suas
práticas cotidianas de modo geral alinhadas ao
contexto dos direitos sociais e, consequentemente,
apoiadas por práticas de políticas públicas. Aliás,
vale aqui uma reflexão sobre um ponto importante
e fundamental: você sabe o que são e para que
servem as políticas públicas?

Uma política pública é uma diretriz elaborada para


enfrentar um problema público. Vejamos essa defi-
nição em detalhe: uma política é uma orientação à
atividade ou à passividade de alguém; as atividades
ou passividades decorrentes dessa orientação
também fazem parte da política pública. Uma po-
lítica pública possui dois elementos fundamentais:
intencionalidade pública e resposta a um problema
público; em outras palavras, a razão para o estabe-
lecimento de uma política pública é o tratamento
ou a resolução de um problema entendido como
coletivamente relevante (SECCHI, 2013, p. 2).

A compreensão da relação entre Estado e socieda-


de no que diz respeito às políticas públicas e aos
direitos sociais e constitucionais é elemento-chave

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para a posterior reflexão sobre a importância do
campo da Responsabilidade Social, da organização
do terceiro setor e da necessária construção de
redes, parcerias e alianças para o fortalecimento
das práticas e do campo de atuação profissional.

A partir do contato e da reflexão acerca dos temas


elencados, é possível mergulharmos no encantador
universo da elaboração de projetos culturais e sociais.

Imagine-se agora em uma viagem que fará com


que você exercite a capacidade de pensar de for-
ma organizada e metodologicamente planejada.
Essa é a maior contribuição de um assunto que
pretende ofertar a você um conhecimento espe-
cífico que possibilite transformar as ideias em
práticas efetivas, comprometidas e potencialmente
transformadoras.

O universo que envolve o conhecimento do campo


da elaboração e viabilização de projetos é um rico
e potente mercado que está constituído como o
coração das organizações sociais e culturais. Sem
projetos e sem planejamento adequado, não há
viabilidade prática, não há vida organizacional, não
há futuro para grandes ideias. As grandes ideias,
aliás, estão intimamente ligadas a um bom plano
de execução. E um plano de execução nada mais
é do que um bom e bem planejado projeto.

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DIMENSÕES DA
SUSTENTABILIDADE
Você, com certeza, já ouviu falar no conceito de
“sustentabilidade”. Se procurar entendê-lo para
além do uso desordenado em textos que apenas
parecem conectados com preocupações ambientais,
você encontrará dimensões muito significativas
para a sua prática de atuação profissional, haja
vista que, nas sociedades contemporâneas, a
palavra “sustentável” é geralmente utilizada como
uma espécie de “etiqueta que se procura colar nos
produtos e nos processos de uma confecção para
agregar-lhes valor” (BOFF, 2017, p. 8).

No dicionário, “sustentabilidade” é apresentada


como um substantivo que tem por significado a
ideia de que se trata de uma qualidade ou carac-
terística ligada ao adjetivo “sustentável”.

Capacidade de criar meios para suprir as necessidades


básicas do presente sem que isso afete as gerações
futuras, normalmente se relaciona com ações econô-
micas, sociais, culturais e ambientais. Qualidade ou
propriedade do que é sustentável, do que é necessário
à conservação da vida (SUSTENTABILIDADE, 2021).

Veja que nessa simples definição encontramos a


chave para a nossa reflexão: falamos daquilo que

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se apresenta não apenas como uma etiqueta que
gera valor aos olhos do mercado, mas como algo
“necessário à conservação da vida”.

Vale a experiência de voltarmos os olhos para trás


com o intuito de compreendermos quem somos
sob a ótica social. O homem é um ser social que
necessita da relação com o outro para a sua sobre-
vivência. Você já deve ter ouvido dizer que somos os
únicos seres vivos capazes de gerar cultura, o que é
um dos pontos principais que nos diferenciam dos
outros animais. Ora, o que isso pode significar? Como
seres vivos somos dotados de natureza e, como
seres humanos, somamos à natureza a cultura e,
especificamente, a linguagem como prática cultural.

Há relações com o meio que são instintivas e que


existem independentemente de contextos tem-
porais ou geográficos. Por exemplo, um cachorro
late em 2021 como latia em 1720 ou em qualquer
tempo. O cachorro também late independente do
contexto geográfico. Ele late no Brasil como late
na Austrália ou em qualquer parte do mundo. Latir
é da natureza do cachorro. Já o ser humano fala
português no Brasil e árabe na Arábia Saudita. Fala
inglês nos Estados Unidos e tem outra forma de lidar
com a mesma língua quando falada na Inglaterra.
A língua portuguesa de 2021 é diferente da língua
portuguesa de 1720. Se naquela época se dizia
“vosmecê” para se dirigir a “você”, hoje podemos

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simplificar ainda mais a linguagem e dizer apenas
“cê”: “cê vem hoje tomar um café comigo?”. A lín-
gua muda porque ela foi criada por nós e é parte
daquilo a que chamamos de cultura.

Vinda do verbo latino colere, na origem, cultura sig-


nifica o cultivo, o cuidado. Inicialmente, era o cultivo
e o cuidado com a terra, donde agricultura, com as
crianças, donde puericultura, e com os deuses e o
sagrado, donde culto. Como cultivo, a cultura era
concebida como uma ação que conduz à plena re-
alização das potencialidades de alguma coisa ou de
alguém; era fazer brotar, frutificar, florescer e cobrir
de benefícios. No correr da história do ocidente, esse
sentido foi-se perdendo até que, no século XVIII, com
a Filosofia da Ilustração, a palavra cultura ressurge,
mas como sinônimo de um outro conceito, torna-se
sinônimo de civilização. Sabemos que civilização
deriva-se de ideia de vida civil, portanto, de vida
política e de regime político. Com o Iluminismo, a
cultura é o padrão ou o critério que mede o grau de
civilização de uma sociedade. Assim, a cultura passa
a ser encarada como um conjunto de práticas (artes,
ciências, técnicas, filosofia, os ofícios) que permite
avaliar e hierarquizar o valor dos regimes políticos,
segundo um critério de evolução [...]. No século XIX,
sobretudo com a filosofia alemã, a ideia de cultura
sofre uma mutação decisiva porque é elaborada
como a diferença entre natureza e história. A cultura

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é a ruptura da adesão imediata à natureza, adesão
própria aos animais, e inaugura o mundo humano
propriamente dito [...]. Pela linguagem e pelo trabalho
o corpo humano deixa de aderir imediatamente ao
meio, como o animal adere (CHAUÍ, 2008, pp. 55 - 57).

Essa definição conceitual e histórica sobre cultu-


ra, apresentada nesse trecho por Marilena Chauí
(2008), é fundamental para compreendermos os
estudos sociais e culturais. Aliás, vale destacar a
importância das obras da filósofa Marilena Chauí
nesse contexto de estudo.

A construção histórica e conceitual que essa au-


tora nos apresenta confere ao conceito de cultura
a importância exata para avançarmos em nossas
análises. Cultura não se dissocia das práticas
sociais do ser humano. Cultura e sociedade são
“questões irmãs” que caminham juntas e fortale-
cem as relações humanas no convívio com o grupo
social, seja qual for a sua realidade.

SAIBA MAIS
Sobre a discussão acerca dos conceitos de cultura e
natureza, leia a obra “Convite à Filosofia”, da autora
Marilena Chauí. Ela é uma obra fundamental para quem
pretende compreender a fundo o funcionamento social:

CHAUÍ, M. de S. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

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De volta à reflexão acerca do conceito de susten-
tabilidade, podemos então compreender que todas
as questões abordadas e analisadas nesse estudo
passam pelo entendimento da vida em sociedade,
pela compreensão do grupo social analisado e
pelos valores culturais que compõem a relação
social desse mesmo grupo. Segundo Boff (2017),
o conceito de sustentabilidade:

[...] enfatiza a ação feita de fora para dentro para


conservar, manter, proteger, nutrir, alimentar, fazer
prosperar, subsistir, viver [...]. Sustentabilidade
representa os procedimentos que tomamos para
permitir que a Terra e seus biomas se mantenham
vivos, protegidos, alimentados de nutrientes a ponto
de estarem sempre bem conservados e à altura
dos riscos que possam advir (BOFF, 2017, p. 30).

Quando falamos em sustentabilidade, falamos em


ecossistemas e refletimos sobre o que podemos fazer
enquanto sujeitos sociais frente às necessidades
ambientais e de nossas comunidades. Compreender
que o desenvolvimento sustentável é um caminho
possível foi um processo longo e doloroso.

Por muitas décadas atuamos junto às nossas orga-


nizações sob a cultura da exploração, sem qualquer
preocupação diante da possibilidade do esgotamento
dos recursos. O sistema, que pretendia o lucro, não
conseguia perceber que em uma atuação desconec-

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tada das necessidades socioambientais escoavam
pelo ralo os recursos que poderiam, inclusive, baratear
a produção. Vivíamos sob uma lógica de uma explo-
ração desenfreada. Foi a partir da década de 1970
que essa ideia começou a mudar. Com a consciência
do esgotamento dos recursos naturais, as organiza-
ções e as entidades reguladoras começaram a criar
mecanismos e, consequentemente, perceber valor
em práticas que estivessem efetivamente integradas
com o ecossistema em que estavam inseridas. A
partir disso, muita coisa começou a mudar.

A compreensão de que a organização empresarial


estava inserida em um território, e que também
por isso tinha responsabilidade sob as questões
sociais que cercam dada comunidade, começou
a modificar a relação empresa/sociedade, mo-
dificando inclusive os padrões de consumo de
determinado público. Se antes os consumidores
escolhiam um produto única e exclusivamente
pautados pelo menor preço, hoje a experiência
e a percepção do consumidor têm mais valor na
relação de consumo, significando que o cenário
mudou não apenas nas empresas, mas na relação
entre público consumidor e produto.

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OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Data de 2015 a decisão única e histórica de gover-
nantes e chefes de Estado que, em evento realizado
na Organização das Nações Unidas (ONU), definiu
os parâmetros e objetivos do desenvolvimento
sustentável como medida de orientação para ações
públicas e privadas em prol de um futuro possível,
além de uma agência mundial de desenvolvimento
sustentável.

Vale dizer que a ONU é uma organização interna-


cional que tem por objetivo a paz e atua junto a
projetos que pretendem a erradicação da pobreza,
o controle social e ajuda humanitária frente aos
efeitos da guerra, de conflitos geopolíticos ou de
catástrofes naturais de grandes proporções.

Integram a ONU representantes de países, chefes


de Estado, que são convidados à participação e
são conhecidos como “países membros”.

SAIBA MAIS
Conheça mais sobre a ONU acessando o site da orga-
nização no Brasil:

https://brasil.un.org/pt-br

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Segundo o site da ONU, os objetivos do desenvolvi-
mento sustentável definidos e publicados são “um
apelo global à ação para acabar com a pobreza,
proteger o meio ambiente e o clima e garantir que
as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar
de paz e de prosperidade” (ONU, 2015). Trata-se
de um conjunto de 17 (dezessete) objetivos que
pautam o desenvolvimento sustentável e estão
assim definidos:
y Erradicação da pobreza;
y Fome zero e agricultura sustentável;
y Saúde e bem-estar;
y Educação de qualidade;
y Igualdade de gênero;
y Água potável e saneamento;
y Energia limpa e acessível;
y Trabalho decente e crescimento econômico;
y Indústria, inovação e infraestrutura;
y Redução das desigualdades;
y Cidades e comunidades sustentáveis;
y Consumo e produção responsáveis;
y Ação contra a mudança global do clima;
y Vida na água;
y Vida terrestre;
y Paz, justiça e instituições eficazes;
y Parcerias e meios de implementação.

Esses objetivos figuram em editais de projetos cul-


turais, sociais e ambientais e tendem a nortear as

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ações de empresas e organizações que pretendem
alinhar suas ações às preocupações da chamada
Agenda 30.
Figura 1: Selos/símbolos dos 17 objetivos sustentáveis da ONU
Fonte: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs

A Agenda 30 é uma agenda que orienta para ações


que pretendem a garantia de Direitos Humanos.
Trata-se de um compromisso único assumido pe-
los 193 chefes de Estado dos países membros da
ONU. Ela se apoia na definição desses 17 objetivos
do desenvolvimento sustentável, além de outras
169 metas a serem atingidas até 2030.

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TERRITÓRIO – ESTADO,
SOCIEDADE E POLÍTICAS
PÚBLICAS
Para avançarmos nessa reflexão precisamos ter
em mente a configuração sociopolítica brasileira.
Somos pautados por uma lei máxima, a Consti-
tuição Brasileira, promulgada em 1988. Essa é
a lei que rege o ordenamento jurídico brasileiro.
Ela foi promulgada após o fim do regime militar
e é considerada a chave para a manutenção do
sistema democrático.

Para que possamos discutir e opinar sobre as


ações políticas de nossos governantes, sobre
os direitos de cidadãos, sobre deveres ou sobre
o funcionamento social pautado pela legislação
brasileira, é preciso que tenhamos conhecimento
sobre essa que é considerada a Carta Magna de
nossa nação.

Você já leu a Constituição Federal de 1988? Seria


fundamental que o fizesse para que pudesse ga-
rantir a sua autonomia enquanto cidadão brasileiro
consciente da estrutura que rege o seu país. A
sua autonomia enquanto sujeito político depende
única e exclusivamente de você. A construção do
repertório é o principal passo para o conhecimento.

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SAIBA MAIS
Você pode acessar o texto completo da Constituição
Federal de 1988 no site do Governo Federal:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm.

É no artigo 5º da Constituição Federal que encontramos


a garantia de nossos direitos fundamentais. São
eles que vão permear a nossa relação, enquanto
cidadãos, com o Estado brasileiro.

Mas por que estamos falando de Constituição


Federal e direitos? Simples: porque outro ponto
chave de nossa conversa é a consciência do papel
das políticas públicas.

Uma política pública, como dissemos ainda na in-


trodução, pretende atender e resolver um problema
público. O que é público é de interesse social e
coletivo. É preciso que compreendamos o Estado
como uma entidade que representa os interesses de
dada sociedade. Essa afirmação se faz importante
para que possamos perceber o Estado não como um
inimigo do povo, mas como parte da representação
do povo junto aos interesses coletivos. Diante de
um cenário histórico de conflitos políticos e grande
índice de corrupção, temos tendência a entender

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o Estado como “o outro”, um inimigo com o qual
lidamos com dificuldade e desconfiança. Não é
assim. É preciso que passemos a perceber que o
Estado não é “o outro”, mas “parte” de nós mesmos
como um organismo social. Se modificarmos o
nosso entendimento sobre o Estado, passaremos
a criar relações mais saudáveis frente aos desafios
impostos pela gestão pública.

As políticas públicas existem, em grande parte,


graças a pressões sociais de grupos organizados
que pretendem a garantia de direitos básicos. Há
políticas públicas para vários setores da economia
e da sociedade. Há políticas públicas para o meio
ambiente, para a cultura, para a saúde, para a edu-
cação, para o esporte, para a geração de renda etc.
Antes de criticarmos, sem conhecimento de causa,
uma ação de política pública, é preciso procurar
entender o contexto que leva à criação dessa ou
daquela ação de Estado.

Nos últimos anos, as leis de incentivo, principalmente


a lei de incentivo à cultura, passaram a sofrer críti-
cas de um discurso ideológico pautado em crenças
vazias e na falta de conhecimento. Uma política
pública, como dissemos, existe para resolver um
problema público. No caso da cultura, uma lei de
incentivo existe para garantir o acesso ao fazer e
ao fruir de práticas culturais, porque cultura é um

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direito de todos previsto pela Constituição, assim
como a Saúde e a Educação.

Quando atacamos o investimento público em um


setor em detrimento de outro, não compreendemos
que uma ação de política pública frente a um setor
não enfraquece e nem tira dinheiro de outro setor
da sociedade. Se dizemos que devíamos investir
menos em cultura e mais em hospitais estamos
apenas tirando o foco do problema central: não é
a cultura o problema, mas a não transparência na
gestão financeira da verba da saúde, ou seja qual
área estiver em discussão.

Compreender a complexidade social nos possibilita


construir críticas mais consistentes e debater sobre
questões primordiais para a sociedade com base
em informação. A informação e o conhecimento,
aliás, são “a alma do negócio”.

Diante da complexidade dos estudos sociais,


faz-se passo fundamental frisar a importância da
construção e do exercício do pensamento crítico.
A criação de um projeto não é apenas um ato de
criação ou de planejamento, mas a soma de um
conjunto de habilidades e de conhecimento. O
repertório, durante a construção de um projeto,
será um bem valioso para que possamos alcançar
o resultado almejado, ou seja, a sua realização a
contento.

18
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Já que começamos a falar sobre pessoas, em-
presas e suas relações com o meio ambiente e a
sociedade que as cercam, a partir da década de
1950 entra em cena um outro conceito-chave, que
ganha um valor inestimado a partir da década de
1970 no mercado e na sociedade, transformando
profundamente as relações corporativas e sociais,
criando um cenário propício para o fortalecimento
das organizações do terceiro setor. Falamos aqui
sobre “responsabilidade social”.

Antes de avançarmos, pergunte-se: “o que en-


tendo por responsabilidade social?”. Você tem
clareza sobre esse conceito? Você consegue
percebê-lo para além dos discursos de marketing
ou publicitários na prática das empresas? Essas
são questões delicadas que nortearão a nossa
caminhada. É preciso que compreendamos os
verdadeiros valores que integram esse campo de
estudo e que consigamos transmiti-los em cada
uma das escolhas que compõem nossas práticas
profissionais e nossos projetos.

A partir da compreensão dos valores que permeiam


a consciência sustentável, começamos, enquanto
sociedade, a pressionar as entidades e o Estado

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em busca de marcos regulatórios e fiscalização
adequada para que pudéssemos ter garantidas as
necessidades mínimas diante do que entendíamos
como sustentabilidade social. Foi nesse contexto
que começaram a surgir as primeiras entidades
reguladoras. A legislação e as práticas governa-
mentais também sofreram profundas mudanças
com o avanço das discussões e do entendimento
dos valores reais que compunham o conceito de
“responsabilidade social”.

REFLITA
Reflita sobre esta informação apresentada por Patrícia
Almeida Ashley no livro “Ética e responsabilidade social
nos negócios”, publicado pela Editora Saraiva em 2005:

“Uma empresa socialmente responsável atrai os me-


lhores profissionais. Uma pesquisa da You & Company
com cerca de 2000 estudantes norte-americanos de
MBA revelou que mais de 50% deles preferiria trabalhar
em companhias éticas, mesmo que isso significasse
salários menores” (ASHLEY, 2005, p. 34).

E você? Quais são os seus valores? Qual seria a sua


postura?

É preciso compreender que o conceito de respon-


sabilidade social se fortalece na relação com o
sujeito social que, na convivência cotidiana com o
espaço e o território de dada comunidade, passa a
perceber os valores e cobrar posicionamento das

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empresas com as quais se relaciona, seja como
cidadão ou como consumidor.

É um conceito que está pautado na preocupação


com o meio ambiente e o desenvolvimento susten-
tável e está relacionado à expectativa dos sujeitos
sociais diante dos impactos causados pelas ações
das empresas e organizações na sociedade em
que vive.

21
ORGANIZAÇÕES DO
TERCEIRO SETOR
O terceiro setor é formado por organizações não
governamentais e sem fins lucrativos. Esse concei-
to surgiu nos Estados Unidos, país que delimitou
o entendimento do funcionamento da sociedade
com base no que chamou de três setores: o pri-
meiro setor seria o Estado, o segundo setor as
empresas privadas com fins lucrativos e o terceiro
setor denominaria então o campo de atuação de
entidades sem fins lucrativos, que atuam junto aos
mais diversos segmentos da sociedade. Vale dizer
que essa classificação entre primeiro, segundo e
terceiro setor não pretende uma separação entre
as práticas e os entes sociais e nem os classifica
por ordem de importância na sociedade.

As entidades ligadas ao terceiro setor desenvol-


vem uma série de atividades, voluntárias ou não,
ligadas as mais diversas questões que permeiam
a sociedade. Muito conectadas com questões de
base como saúde, educação, cultura, pobreza, meio
ambiente e política, essas entidades não possuem
fins lucrativos, são organizações sociais formadas
por grupos representativos da sociedade e preten-
dem a solução de problemas sociais, além de uma
aproximação com os outros dois setores, público
e privado, no sentido da criação de convênios e

22
parcerias para a viabilização e o fortalecimento
de suas ações.

São fundamentais em qualquer sociedade e ganham


ainda mais importância em cenários de países
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como é
o caso do Brasil. Muitas vezes são as organizações
não governamentais (ONGs) – representantes do
terceiro setor – que ocupam o espaço deixado
pela ausência ou afastamento do Estado diante
de suas responsabilidades.

É recente a aprovação do que ficou conhecido como


Marco Regulatório das Organizações da Socieda-
de Civil (MROSC), com base na publicação da Lei
nº 13.019/2014. Essa lei visa à regulamentação
das relações entre as organizações sociais e a
administração pública. É uma grande conquista
resultante de uma luta organizada dessas entidades
a fim de criar uma regulamentação que pudesse
dar mais subsídios às relações de parceria dessas
organizações com o Estado.

As ONGs atuam para atender ao interesse público


e à aproximação entre o mercado e as empresas
privadas, um passo essencial e cuidadoso que deve
ser dado em busca do fortalecimento institucional
e econômico dessas organizações.

23
RELACIONAMENTO EM
REDE, PARCERIAS E
ALIANÇAS
É fato que, diante do cenário já apresentado, faz-
se cada vez mais importante a aproximação das
empresas com o campo da responsabilidade social.
Se até pouco tempo a cultura e o esporte eram as
vitrines perfeitas para que as marcas se mostrassem
conscientes e presentes na sociedade, para além
de ações mercadológicas pautadas exclusivamente
em práticas publicitárias, atualmente ganhou ainda
mais valor o apoio a ações sociais e ambientais.

A pandemia de covid-19 acelerou esse proces-


so. A sociedade, fragilizada pela crise sanitária
e econômica agravada em razão da pandemia,
tornou-se mais sensível às questões sociais e
as empresas rapidamente ajustaram suas ações
para que fossem percebidas pela sociedade como
organizações conscientes de seu dever frente à
fragilidade social de dado momento.

Vale dizer, aliás, que a percepção sobre as questões


culturais de uma sociedade é prática fundamental
para a escolha e o posicionamento das empresas
e organizações. É preciso conhecer a cultura que
permeia a relação social a fundo para que se per-
ceba os valores que compõem aquela determinada

24
realidade. Sem isso, qualquer ação seria apenas
um tiro no escuro.

É cada vez maior a importância dos aspectos


culturais, que precisam ser tomados em conjunto com
preocupações éticas e morais no entendimento da
responsabilidade social nos negócios, principalmente
em uma fase da história em que culturas diferentes
estão cada vez mais entrelaçadas e precisam
conviver [...]. A preocupação com princípios éticos,
valores morais e um conceito abrangente de cultura
é necessária para que se estabeleçam critérios e
parâmetros adequados para atividades empresariais
socialmente responsáveis (ASHLEY, 2005, pp. 29-30).

A criação de parcerias e o fortalecimento de redes


de contatos se faz fundamental na atualidade.
Aliás, o desafio das organizações sociais é o de
criar laços em meio a uma sociedade conectada
por rede. Isso significa dizer que as relações,
quando constituídas por laços, tendem a ser
mais duradouras. A lógica da rede é sempre a da
rápida conexão e desconexão. Já dizia o filósofo
Zygmunt Bauman que a amizade do Facebook é
feita e desfeita em um clique. É uma relação rápida
na qual não se pretende a criação de laços, como
também o Facebook não está pautado em laços.

O que chamamos aqui de “laço” é uma relação


constituída por uma aproximação que depende

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de reciprocidade, respeito e interesse de ambas
as partes. Lembre-se sempre de que, na gestão
de um projeto, você não deve almejar apenas a
conclusão dele, mas a continuidade da parceria
que pode ser vital para a sobrevivência de sua
organização social.

REFLITA
Você conhece Zygmunt Bauman? Não deixe de ver este
pequeno vídeo em que ele reflete sobre “a amizade
Facebook” e reflita sobre as relações de conexão e os
laços sociais:

https://www.youtube.com/watch?v=5Lm2O3Q56Wg

Os laços de que falamos geram a possibilidade da


criação de alianças sólidas. É preciso pensar que
um planejamento de organização social difere de
outras relações que possamos criar em torno de
ideias e pautas específicas porque uma organização
precisa existir para além de um projeto. É caracte-
rístico do projeto ser constituído por início, meio
e fim. Uma organização social precisa se pensar
perene, consolidando suas práticas na sociedade
e fortalecendo as redes, os laços e as alianças
em prol das parcerias. Organizações sólidas têm
parceiros sólidos.

Projetos sociais e culturais

26
Já que falamos em projetos, vamos avançar agora
e dar um passo muito importante diante do que
propomos no início de nosso e-book. Pensar um
projeto, seja ele social ou cultural, prevê a capa-
cidade de planejamento e a competência para a
sua execução.

Vale dizer que o planejamento é uma importante


prática de gestão que pretende a organização da
informação com o objetivo de atender a uma ideia.

Mas, antes de avançarmos nesse assunto, preci-


samos compreender o que é e para que serve um
projeto. Você saberia responder a isso?

Um projeto é a organização de uma ideia que se


pretende realizar, ou seja, conforme apontado
acima, é um objeto do planejamento.

É certo que temos muitas boas ideias no decorrer


da vida, porém várias delas nunca se realizam. Por
quê? Essa pergunta se faz fundamental para que
possamos dar mais um passo na construção do
conhecimento.

Por que vários projetos nunca saem do plano das


ideias? A resposta é simples! Porque para realizá-los
é preciso tirar a ideia da cabeça, colocá-la prefe-
rencialmente no papel ou na tela do computador,
organizá-la, investigá-la, planejá-la, apresentá-la e
só então realizá-la.

27
Um dos maiores erros que podemos cometer é achar
que uma ideia na cabeça é o suficiente para uma
prática efetiva. Boas ideias morrem sem execução
porque não alcançam o bom planejamento. Planejar
exige estudo e dedicação. É prática fundamental e
há especificidades que precisam ser levadas em
conta para que uma ideia se transforme em ação.

Para perceber como isso faz diferença no resultado,


pense em sua vida particular. Muitas atividades
são planejadas apenas no campo das ideias sem
serem anotadas ou transformadas em planilhas.
Você faz uma boa gestão da sua vida financeira?
Projeta uma grande viagem sem colocar as eta-
pas no papel? É certo que quem planeja, escreve,
elabora, calcula, tem mais chance de fazer a vida
dar certo. Experimente.

Um projeto, como dito anteriormente, tem por ca-


racterísticas ter início, meio e fim. O fim pode prever
uma continuidade, mas ainda assim há uma etapa
final a ser vencida antes da possível continuação.

Investigar a viabilidade do projeto depende de


uma prática consciente e consistente. Você tem
uma ideia na cabeça que pretende realizar? Va-
mos fazer juntos um exercício? O primeiro passo
é aparentemente simples: coloque a sua ideia no
papel. Tente traduzi-la em palavras, definindo o que
será o objetivo de seu projeto. Escreva. Descreva.

28
Conte o que pretende realizar. Não se importe
com o tamanho de seu texto, falamos apenas de
um exercício pessoal. Esse texto terá o tamanho
que você precisar para contar, em detalhes, o que
pretende realizar. Pode ser uma ideia profissional.
Pode ser uma viagem pessoal. Pode ser o que você
tiver na cabeça que pretenda efetivamente realizar.

Feito isso, mostre seu texto a um amigo ou familiar


e converse sobre ele. Procure compreender se,
ao ler, a pessoa conseguiu entender tudo aquilo
que você pretendia comunicar. Esse é um passo
importante e, geralmente, ao desenvolvê-lo perce-
bemos o quão complexo é tirar uma ideia do papel
e transformá-la em uma narrativa objetiva e que
traduza na prática o que se pretende realizar. É
esse texto bem elaborado que dará origem a um
possível projeto.

Isso é tão complexo que muitas pessoas e organi-


zações preferem terceirizar o serviço de elaboração
de projetos. Está aí um campo de atuação promis-
sor e que exige um outro grande exercício: o da
escuta, além da escrita. Escutar não é tarefa fácil.

Há um texto de um autor brasileiro chamado Ru-


bem Alves em que ele afirma acertadamente que
muita gente quer aprender a falar, mas que quase
ninguém quer aprender a ouvir.

29
SAIBA MAIS
Conheça esse delicioso texto de Rubem Alves intitulado
“Escutatória”:

https://www.inf.ufpr.br/urban/2019-1_205_e_220/205e220_
Ler_ver_para_complementar/RubemAlves__Escutat%-
C3%B3ria.pdf.

Em uma sociedade pautada em redes sociais


isso fica ainda mais explícito e urgente. Nas redes
sociais todos querem o protagonismo de quem
fala e poucos, muito poucos, estão aptos a ouvir.
Tornamos as nossas redes um lugar para ouvirmos
as nossas próprias vozes. Falamos sozinhos e nos
sentimos satisfeitos com nossos breves discursos.

As redes sociais são um potente meio para divulga-


ção de boas práticas e boas ideias, porém é preciso
cuidar da forma como nos relacionamos com ela.

Mas, diante do exercício proposto, você pode estar


se perguntando: “para que serve um projeto?”. Um
projeto é o primeiro passo para a realização prática
de uma ideia. Um projeto orienta a prática para
uma realização eficaz e transparente. Um projeto
possibilita que você apresente a sua ideia a um
possível parceiro e é pelo projeto que você poderá,
inclusive, captar recursos para a sua realização.
Um projeto dá vida a uma ideia.

30
Um projeto é a realização de um sonho, de um ideal,
de uma simples ideia que parece boa o suficiente
para ser levada à prática. Um projeto, aliás, nos
possibilita verificar a viabilidade da ideia. Um pro-
jeto só pode ser realizado se você tiver repertório
para compreender o contexto social onde ele será
aplicado e desenvolvido.

Uma grande ideia precisa levar em conta o cenário,


as pessoas, as condições sociais do ambiente em
que será levada à prática.

Não se esqueça de que nenhum grande criador cria


sozinho, fechado em seu escritório. Toda criação
que pretende a construção de um diálogo com os
sujeitos sociais precisa se dispor a compreendê-los,
por respeito à ideia e às pessoas e porque sem
isso o fracasso é certo.

O sucesso não é resultado da sorte, mas de estudo,


conhecimento e coragem. Investir em uma ideia
pode transformar uma realidade.

31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book abordamos os estudos que per-
meiam a relação entre o terceiro setor, o Estado
e a sociedade. Compreender as questões acerca
dos conceitos de sustentabilidade e responsabili-
dade social faz-se fundamental para a construção
de uma relação saudável com a sociedade civil e
as organizações que compreendem o mercado e
o território.

Vale lembrarmos que a sustentabilidade está


ligada a uma necessidade de preservar o que é
fundamental à vida e a responsabilidade social é
uma prática pautada nos valores culturais e éticos
de uma sociedade. Compreender essas variáveis
exige estudo e interesse social.

Para entendermos o funcionamento e as relações


entre Estado e sociedade, precisamos mergulhar
fundo na compreensão do papel do ente público
diante dos direitos sociais básicos, que precisam
ser preservados porque fazem parte do que é con-
siderado direito fundamental e estão previstos na
Constituição Federal do Brasil. Vale destacar que
não é possível debatermos sobre sociedade, polí-
tica e Estado se não compreendermos as normais
mais básicas que regulam o seu funcionamento.
O conhecimento sobre a Constituição, ou Carta

32
Magna, é peça-chave para a compreensão de
nosso papel social.

As políticas públicas entram nessa reflexão porque


são práticas de gestão que pretendem a solução
de problemas públicos e atuam com o intuito de
fortalecer ações e práticas que garantam o direito
básico à saúde, à cultura, à educação, ao esporte,
à moradia, à alimentação etc.

Ter acesso ao contexto histórico que define o


significado do conceito de terceiro setor também
colabora na construção de um conhecimento a
fim de gerar autonomia para o futuro profissional
daqueles que pretendem atuar junto a organiza-
ções públicas ou privadas, com ou sem fins lu-
crativos. O conceito de terceiro setor foi cunhado
por norte-americanos para definir os setores que
compunham a sociedade, sendo o primeiro setor
representado pelo Estado, o segundo pela inicia-
tiva privada e o terceiro por organizações sociais
sem fins lucrativos. É importante frisar mais uma
vez que não existe nessa divisão uma intenção de
subjugar o terceiro setor diante dos outros. Não há
uma classificação escalonada por valores.

Esse cenário se faz importante para que possa-


mos pensar o campo da constituição de projetos
sociais e culturais. São os projetos que viabilizam
ideias e possibilitam a criação de redes de con-

33
tatos, parcerias e alianças. Aliás, vale reforçar a
importante dica de que uma parceria não deve ser
firmada única e exclusivamente com a compre-
ensão de que ela atenderá a um projeto ou parte
dele. É necessário pensar parceiros a partir da
lógica da aliança. Criar laços duradouros poderá
garantir à sua organização uma vida longa. Atuar
em uma organização social é atuar o tempo todo
com base na lógica de projetos. Compreendê-los
e saber executá-los é exercício fundamental para
o profissional.

Esse conjunto de conhecimentos pretendeu


apresentar uma possibilidade de reflexão sobre o
setor, constituindo uma significativa colaboração
no passo mais importante de um profissional: a
construção do repertório que extrapola o conheci-
mento técnico e se fundamenta no diálogo social
para compor uma possibilidade de construção
de pensamento crítico pautado em conteúdo, em
conceitos, em elementos que constituam uma fala
potente e transformadora.

Por último, vale destacarmos o importante exercício


de saber ouvir. Ouvir é capacidade rara e constitui
uma prática fundamental para quem pretende atuar
junto ao terceiro setor, porque mais do que impor
leituras à sociedade, é preciso ouvir e compreen-
der as intrincadas relações humanas diante de
grupos sociais, comunidades, território e Estado.

34
O desafio é grande, mas as recompensas serão
sempre maiores. É preciso estar atento e forte e
pronto para o aprendizado.

O aprendizado não termina aqui. O conhecimento


não é estanque. Ele não termina em si mesmo.
Lembre-se sempre da famosa frase do filósofo
grego Sócrates que viveu na Grécia Antiga entre
470 a.C e 399 a.C: “só sei que nada sei”. Aprender
pode ser extremamente prazeroso quando com-
preendemos os porquês da construção de dado
conhecimento.

35
Referências Bibliográficas
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NAKANE, A. M. (org.). Gestão e organização de
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governamentais e terceiro setor: criação de
ONGs e estratégias de atuação. 7. ed. Rio de
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