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SOCIAIS E CULTURAIS
BEATRIZ HELENA RAMSTHALER FIGUEIREDO
e-Book 1
Sumário
INTRODUÇÃO������������������������������������������������� 3
DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE����������� 6
OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL��������������������������������������������� 12
RESPONSABILIDADE SOCIAL���������������������� 19
RELACIONAMENTO EM REDE,
PARCERIAS E ALIANÇAS����������������������������� 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 32
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Você sabe elaborar um projeto? Tirar as ideias da
cabeça e colocá-las assertivamente no papel? Con-
segue planejar projetos sólidos e estrategicamente
elaborados para alcançar um objetivo proposto?
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para a posterior reflexão sobre a importância do
campo da Responsabilidade Social, da organização
do terceiro setor e da necessária construção de
redes, parcerias e alianças para o fortalecimento
das práticas e do campo de atuação profissional.
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DIMENSÕES DA
SUSTENTABILIDADE
Você, com certeza, já ouviu falar no conceito de
“sustentabilidade”. Se procurar entendê-lo para
além do uso desordenado em textos que apenas
parecem conectados com preocupações ambientais,
você encontrará dimensões muito significativas
para a sua prática de atuação profissional, haja
vista que, nas sociedades contemporâneas, a
palavra “sustentável” é geralmente utilizada como
uma espécie de “etiqueta que se procura colar nos
produtos e nos processos de uma confecção para
agregar-lhes valor” (BOFF, 2017, p. 8).
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se apresenta não apenas como uma etiqueta que
gera valor aos olhos do mercado, mas como algo
“necessário à conservação da vida”.
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simplificar ainda mais a linguagem e dizer apenas
“cê”: “cê vem hoje tomar um café comigo?”. A lín-
gua muda porque ela foi criada por nós e é parte
daquilo a que chamamos de cultura.
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é a ruptura da adesão imediata à natureza, adesão
própria aos animais, e inaugura o mundo humano
propriamente dito [...]. Pela linguagem e pelo trabalho
o corpo humano deixa de aderir imediatamente ao
meio, como o animal adere (CHAUÍ, 2008, pp. 55 - 57).
SAIBA MAIS
Sobre a discussão acerca dos conceitos de cultura e
natureza, leia a obra “Convite à Filosofia”, da autora
Marilena Chauí. Ela é uma obra fundamental para quem
pretende compreender a fundo o funcionamento social:
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De volta à reflexão acerca do conceito de susten-
tabilidade, podemos então compreender que todas
as questões abordadas e analisadas nesse estudo
passam pelo entendimento da vida em sociedade,
pela compreensão do grupo social analisado e
pelos valores culturais que compõem a relação
social desse mesmo grupo. Segundo Boff (2017),
o conceito de sustentabilidade:
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tada das necessidades socioambientais escoavam
pelo ralo os recursos que poderiam, inclusive, baratear
a produção. Vivíamos sob uma lógica de uma explo-
ração desenfreada. Foi a partir da década de 1970
que essa ideia começou a mudar. Com a consciência
do esgotamento dos recursos naturais, as organiza-
ções e as entidades reguladoras começaram a criar
mecanismos e, consequentemente, perceber valor
em práticas que estivessem efetivamente integradas
com o ecossistema em que estavam inseridas. A
partir disso, muita coisa começou a mudar.
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OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Data de 2015 a decisão única e histórica de gover-
nantes e chefes de Estado que, em evento realizado
na Organização das Nações Unidas (ONU), definiu
os parâmetros e objetivos do desenvolvimento
sustentável como medida de orientação para ações
públicas e privadas em prol de um futuro possível,
além de uma agência mundial de desenvolvimento
sustentável.
SAIBA MAIS
Conheça mais sobre a ONU acessando o site da orga-
nização no Brasil:
https://brasil.un.org/pt-br
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Segundo o site da ONU, os objetivos do desenvolvi-
mento sustentável definidos e publicados são “um
apelo global à ação para acabar com a pobreza,
proteger o meio ambiente e o clima e garantir que
as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar
de paz e de prosperidade” (ONU, 2015). Trata-se
de um conjunto de 17 (dezessete) objetivos que
pautam o desenvolvimento sustentável e estão
assim definidos:
y Erradicação da pobreza;
y Fome zero e agricultura sustentável;
y Saúde e bem-estar;
y Educação de qualidade;
y Igualdade de gênero;
y Água potável e saneamento;
y Energia limpa e acessível;
y Trabalho decente e crescimento econômico;
y Indústria, inovação e infraestrutura;
y Redução das desigualdades;
y Cidades e comunidades sustentáveis;
y Consumo e produção responsáveis;
y Ação contra a mudança global do clima;
y Vida na água;
y Vida terrestre;
y Paz, justiça e instituições eficazes;
y Parcerias e meios de implementação.
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ações de empresas e organizações que pretendem
alinhar suas ações às preocupações da chamada
Agenda 30.
Figura 1: Selos/símbolos dos 17 objetivos sustentáveis da ONU
Fonte: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs
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TERRITÓRIO – ESTADO,
SOCIEDADE E POLÍTICAS
PÚBLICAS
Para avançarmos nessa reflexão precisamos ter
em mente a configuração sociopolítica brasileira.
Somos pautados por uma lei máxima, a Consti-
tuição Brasileira, promulgada em 1988. Essa é
a lei que rege o ordenamento jurídico brasileiro.
Ela foi promulgada após o fim do regime militar
e é considerada a chave para a manutenção do
sistema democrático.
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SAIBA MAIS
Você pode acessar o texto completo da Constituição
Federal de 1988 no site do Governo Federal:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm.
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o Estado como “o outro”, um inimigo com o qual
lidamos com dificuldade e desconfiança. Não é
assim. É preciso que passemos a perceber que o
Estado não é “o outro”, mas “parte” de nós mesmos
como um organismo social. Se modificarmos o
nosso entendimento sobre o Estado, passaremos
a criar relações mais saudáveis frente aos desafios
impostos pela gestão pública.
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direito de todos previsto pela Constituição, assim
como a Saúde e a Educação.
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RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Já que começamos a falar sobre pessoas, em-
presas e suas relações com o meio ambiente e a
sociedade que as cercam, a partir da década de
1950 entra em cena um outro conceito-chave, que
ganha um valor inestimado a partir da década de
1970 no mercado e na sociedade, transformando
profundamente as relações corporativas e sociais,
criando um cenário propício para o fortalecimento
das organizações do terceiro setor. Falamos aqui
sobre “responsabilidade social”.
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em busca de marcos regulatórios e fiscalização
adequada para que pudéssemos ter garantidas as
necessidades mínimas diante do que entendíamos
como sustentabilidade social. Foi nesse contexto
que começaram a surgir as primeiras entidades
reguladoras. A legislação e as práticas governa-
mentais também sofreram profundas mudanças
com o avanço das discussões e do entendimento
dos valores reais que compunham o conceito de
“responsabilidade social”.
REFLITA
Reflita sobre esta informação apresentada por Patrícia
Almeida Ashley no livro “Ética e responsabilidade social
nos negócios”, publicado pela Editora Saraiva em 2005:
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empresas com as quais se relaciona, seja como
cidadão ou como consumidor.
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ORGANIZAÇÕES DO
TERCEIRO SETOR
O terceiro setor é formado por organizações não
governamentais e sem fins lucrativos. Esse concei-
to surgiu nos Estados Unidos, país que delimitou
o entendimento do funcionamento da sociedade
com base no que chamou de três setores: o pri-
meiro setor seria o Estado, o segundo setor as
empresas privadas com fins lucrativos e o terceiro
setor denominaria então o campo de atuação de
entidades sem fins lucrativos, que atuam junto aos
mais diversos segmentos da sociedade. Vale dizer
que essa classificação entre primeiro, segundo e
terceiro setor não pretende uma separação entre
as práticas e os entes sociais e nem os classifica
por ordem de importância na sociedade.
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parcerias para a viabilização e o fortalecimento
de suas ações.
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RELACIONAMENTO EM
REDE, PARCERIAS E
ALIANÇAS
É fato que, diante do cenário já apresentado, faz-
se cada vez mais importante a aproximação das
empresas com o campo da responsabilidade social.
Se até pouco tempo a cultura e o esporte eram as
vitrines perfeitas para que as marcas se mostrassem
conscientes e presentes na sociedade, para além
de ações mercadológicas pautadas exclusivamente
em práticas publicitárias, atualmente ganhou ainda
mais valor o apoio a ações sociais e ambientais.
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realidade. Sem isso, qualquer ação seria apenas
um tiro no escuro.
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de reciprocidade, respeito e interesse de ambas
as partes. Lembre-se sempre de que, na gestão
de um projeto, você não deve almejar apenas a
conclusão dele, mas a continuidade da parceria
que pode ser vital para a sobrevivência de sua
organização social.
REFLITA
Você conhece Zygmunt Bauman? Não deixe de ver este
pequeno vídeo em que ele reflete sobre “a amizade
Facebook” e reflita sobre as relações de conexão e os
laços sociais:
https://www.youtube.com/watch?v=5Lm2O3Q56Wg
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Já que falamos em projetos, vamos avançar agora
e dar um passo muito importante diante do que
propomos no início de nosso e-book. Pensar um
projeto, seja ele social ou cultural, prevê a capa-
cidade de planejamento e a competência para a
sua execução.
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Um dos maiores erros que podemos cometer é achar
que uma ideia na cabeça é o suficiente para uma
prática efetiva. Boas ideias morrem sem execução
porque não alcançam o bom planejamento. Planejar
exige estudo e dedicação. É prática fundamental e
há especificidades que precisam ser levadas em
conta para que uma ideia se transforme em ação.
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Conte o que pretende realizar. Não se importe
com o tamanho de seu texto, falamos apenas de
um exercício pessoal. Esse texto terá o tamanho
que você precisar para contar, em detalhes, o que
pretende realizar. Pode ser uma ideia profissional.
Pode ser uma viagem pessoal. Pode ser o que você
tiver na cabeça que pretenda efetivamente realizar.
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SAIBA MAIS
Conheça esse delicioso texto de Rubem Alves intitulado
“Escutatória”:
https://www.inf.ufpr.br/urban/2019-1_205_e_220/205e220_
Ler_ver_para_complementar/RubemAlves__Escutat%-
C3%B3ria.pdf.
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Um projeto é a realização de um sonho, de um ideal,
de uma simples ideia que parece boa o suficiente
para ser levada à prática. Um projeto, aliás, nos
possibilita verificar a viabilidade da ideia. Um pro-
jeto só pode ser realizado se você tiver repertório
para compreender o contexto social onde ele será
aplicado e desenvolvido.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book abordamos os estudos que per-
meiam a relação entre o terceiro setor, o Estado
e a sociedade. Compreender as questões acerca
dos conceitos de sustentabilidade e responsabili-
dade social faz-se fundamental para a construção
de uma relação saudável com a sociedade civil e
as organizações que compreendem o mercado e
o território.
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Magna, é peça-chave para a compreensão de
nosso papel social.
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tatos, parcerias e alianças. Aliás, vale reforçar a
importante dica de que uma parceria não deve ser
firmada única e exclusivamente com a compre-
ensão de que ela atenderá a um projeto ou parte
dele. É necessário pensar parceiros a partir da
lógica da aliança. Criar laços duradouros poderá
garantir à sua organização uma vida longa. Atuar
em uma organização social é atuar o tempo todo
com base na lógica de projetos. Compreendê-los
e saber executá-los é exercício fundamental para
o profissional.
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O desafio é grande, mas as recompensas serão
sempre maiores. É preciso estar atento e forte e
pronto para o aprendizado.
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Referências Bibliográficas
& Consultadas
ANDRADE, R. B. Manual de eventos. Caxias do
Sul, RS: EDUCS, 2007. [Biblioteca Virtual].