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Ao longo do texto o autor apresenta casos em que o vencedor das eleições presidenciais

não tinha recebido o maior número de votos “populares”.

Costa, que foi Diretor Técnico da Eurosondagem, também contribuiu como autor,
escrevendo o livro "Lei Eleitoral para a Assembleia da República - Proposta de
Configuração de Círculos Uninominais". Escreveu também importantes artigos na
Revista Lusófona de Ciência Política e Relações Internacionais.

Na sua abordagem Costa (2005) descortina a inflexibilidade do sistema eleitoral dos


EUA, partindo do facto que não houve mudanças no nível federal e apenas duas no
nível estadual.

Alexis de Tocqueville (1840) realizou um estudo sobre a democracia e a vida sócio-


política dos Estados Unidos que demonstra que o poder emana do povo: “o povo
participa da composição das leis, pela escolha dos legisladores, da sua aplicação pela
eleição dos agentes do poder executivo”.

O politólogo e adepto fervoroso do Sporting, Rui Oliveira e Costa, levanta uma questão
que é importante para a compreenção do Sistema Eleitoral dos EUA, “como são
atribuídos a cada Estado o número de Grandes Eleitores?” pergunta o autor, a resposta a
esta pergunta se constituí uma tarefa complexa a olhar a demografia dos eleitores e a
dinâmica regional.

É importante descortinar que o termo "Colégio Eleitoral" é frequentemente utilizado


como sinônimo de "grandes eleitores" no contexto das eleições presidenciais nos
Estados Unidos.

O número de votos eleitorais atribuídos a cada estado é proporcional à sua população,


com correção a favor dos estados com população menor. O Congresso dos EUA é
composto por duas câmaras: o Senado (câmara alta) e a Câmara dos Representantes
(câmara baixa). (Cateano, 2003) (Costa, 2005)

A discussão na Filadélfia e em outros lugares foi longa e acalorada. Por um lado, o


argumento era que cada estado é igual. Por outro lado, o argumento era que o voto de
cada cidadão deveria contar. Ambos os argumentos têm seus méritos. O compromisso
alcançado, que ainda hoje se mantém, é que cada estado tenha dois senadores,
independentemente da sua população, e um número de deputados (semelhante aos
deputados na Europa) proporcional ao número de eleitores registados. (Karnal et all,
2007)

Além disso, o Distrito de Columbia, que abriga a capital federal, possui três votos
eleitorais. Essa composição dos votos eleitorais possui um vetor fixo e igual para todos
os estados, além de proporcional. Este sistema pode ser melhor descrito como
“proporcional à correção”, favorecendo estados menores.

Contudo, sistema eleitoral dos Estados Unidos pode parecer complicado, com
excepções à regra geral, mas garante que os eleitores tenham voz e sejam representados
em todos os níveis de governo.

As percentagens de participação eleitoral mostra um declínio significativo nas primeiras


décadas do século XX, terminando em 1920, quando a Décima Nona Emenda da
Constituição dos Estados Unidos concedeu às mulheres o direito de votar em todo o
país. No entanto, nas décadas anteriores, vários estados aprovaram leis que apoiavam o
sufrágio feminino. Wyoming concedeu às mulheres o direito de voto em 1869, mesmo
antes de se tornar um estado totalmente reconhecido na união.

Ao longo da história dos Estados Unidos, o direito de voto nas eleições presidenciais
evoluiu. Inicialmente, nos conta Karnal, apenas proprietários brancos do sexo masculino
com 21 anos ou mais podiam votar. Hoje, a Constituição dos EUA garante que todos os
cidadãos americanos acima de 18 anos podem votar nas eleições federais (nacionais),
estaduais e municipais

Com a expanção dos direitos de voto para incluir todos os cidadãos com 18 anos ou
mais(1870: Sufrágio Masculino Afro-Americano e 1920: sufrágio feminino). Desde
então a participação eleitoral nas eleições presidenciais tem sido historicamente maior
do que nas eleições intercalares. (Troy, Schlesinger e Israel, 2011)

Em 1870, a Décima Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos concedeu aos
homens afro-americanos o direito de voto. No entanto, a privação de direitos da maioria
dos afro-americanos e de muitos brancos pobres no Sul, entre as décadas de 1890 e
1910, provavelmente contribuiu para um declínio na participação eleitoral geral durante
esses anos, como mostra o gráfico abaixo.
Na obra Como as democracias morrem, os professores Levitsky e Ziblatt (2017)
apontam que estatuto socioeconómico, os níveis de educação e a demografia etária
contribuem para a participação eleitoral. A investigação sugere que os indivíduos com
rendimentos e níveis de escolaridade mais elevados têm maior probabilidade de votar.
Além disso, os cidadãos mais velhos tendem a participar com mais regularidade em
comparação com os indivíduos mais jovens.

As tendências históricas, como a competitividade dos candidatos e o clima político, têm


impacto na participação eleitoral. Os factores sociopolíticos, incluindo o estatuto
socioeconómico, os níveis de educação e a demografia etária, também desempenham
um papel significativo nos níveis de participação.

Troy, Schlesinger e Israel (2011) num trabalho extensivo, porém didáctico, sobre a
perspectiva histórica das eleições dos EUA, salientam que inicialmente, os dois
principais partidos eram o Partido Federalista, liderado por George Washington e John
Adams, e o Partido Democrata-Republicano, liderado por Thomas Jefferson e James
Madison. O Partido Democrata-Republicano dividiu-se em 1828, dando origem aos
atuais Partidos Democrata e Republicano que dominam a política americana desde
então.

No entanto, também existem exceções a essas regras. Para um democrata ganhar a


presidência, diz Costa, normalmente tem de vencer em Nova Iorque (com algumas raras
excepções). Por outro lado, um republicano deve vencer na Califórnia (com algumas
raras excepções como Bush). Estas são excepções à regra geral, mas também existem
regras sem excepções.

Logo, o sistema eleitoral dos EUA permite a participação dos cidadãos e proporciona
uma oportunidade para avaliar as ideias, ações e qualificações dos candidatos e as
eleições ajudam a garantir que o poder seja transferido de maneira pacífica e ordeira dos
cidadãos aos seus representantes eleitos e de uma autoridade eleita ao seu sucessor.

No entanto, a questão nesse caso foi a exatidão dos votos na Florida, e não o próprio
sistema eleitoral. É importante notar que dois estados, Maine em 1969 e Nebraska em
1991, fizeram alterações nos seus sistemas eleitorais. Nesses estados, o candidato mais
votado recebe dois votos eleitorais correspondentes ao número de senadores. (Troy,
Schlesinger e Israel, 2011)

Nas partes finais do texto, Costa faz uma incursão que demonstra que embora existam
padrões gerais, também existem exceções muito sonantes do sistema de partidos que
impactam significativamente os resultados eleitorais.

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