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Fichamento – “A democracia na América” – TOCQUEVILLE, Alexis.

Aluno: Ana Clara Tavares Crodelino

Matrícula: 202033703

Matéria: Teoria Política Moderna – Turma C

Primeira Parte: Capítulo IV – Do princípio da soberania do povo na América

Neste capítulo, o autor trata sobre o princípio da soberania do povo.


Primeiramente, o autor estabelece que tal soberania se encontra quase sempre no
fundo de todas as instituições humanas. Contudo, no caso americano, o princípio
da soberania do povo não é algo oculto ou estéril, e sim reconhecido pelos
costumes e proclamado pelas leis. Para Tocqueville, a soberania do povo era um
princípio formador presente na maioria das colônias, que triunfou com a
revolução de independência do país e tornou-se um dos pilares da democracia
americana. Logo, as leis dos Estados Unidos estão subordinadas a essa
soberania.

Ao descrever o poder popular, Tocqueville afirma que a população participa


ativamente da política e da composição das leis por meio da escolha dos
legisladores (que elaborarão leis em concordância com o interesse daqueles que
o elegeram) e pela eleição do executivo (que aplicarão tais leis). Com isso, o
autor afirma que o povo está tão envolvido na administração do país, que
praticamente pode-se dizer que é o próprio povo que governa.

[...] O povo reina sobre o mundo político americano como Deus sobre o
universo. Ele é a causa e o fim de todas as coisas. Tudo provém dele e tudo
nele se absorve. (Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 68).

Primeira Parte: Capítulo VI – Do poder Judiciário nos Estados Unidos e de sua


ação sobre a sociedade política

Neste capítulo, o autor trata sobre o Poder Judiciário nos Estados Unidos.
Segundo ele, o Judiciário americano é diferente de todos os outros, uma vez que
no país, os juízes são uma das primeiras forças políticas e têm o direito de
declarar as leis inconstitucionais.
O autor define que o judiciário americano possui características que são comuns
e gerais a este poder e que se repetem em outros países, tais como seu aspecto de
“servir de árbitro”, de se pronunciar sobre casos particulares e não sobre
princípios gerais e, por fim, a característica de se manifestar apenas quando é
convocado. Ademais dessas características gerais e presentes em todos os
judiciários, este poder americano possui também grande poder político. Isso
acontece, pois, o povo reconhece nos juízes a capacidade de fundamentar suas
decisões na Constituição e não nas leis vigentes. Dessa forma, eles podem não
aplicar leis que lhe parecerem inconstitucionais.

[...] Nos Estados Unidos, a constituição domina tanto os legisladores como os


simples cidadãos. Ela é, pois, a primeira das leis e não poderia ser modificada
por uma lei. Assim é justo que os tribunais obedeçam à constituição, de
preferência a todas as leis. (Tocqueville, A democracia na América - 1988 p.
173).

[...] Ora, a partir do dia em que o juiz se recusar a aplicar uma lei sem um
processo, ela perderá instantaneamente parte de sua força moral.
(Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 173).

Segunda Parte: Capítulo IV – Da associação política nos Estados Unidos

Neste capítulo, o autor irá tratar da associação política nos Estados Unidos.
Segundo ele, os Estados Unidos é o país que mais tirou frutos da associação e
também o país em que este meio de ação foi aplicado aos mais diferentes objetos
da vida. Isso se dá, pois, a compreensão de que fazer associações e apoiar-se em
seus pares, em uma união contra um inimigo em comum – ou em prol de um
objetivo em comum – é algo que os americanos aprendem desde o berço.

A partir desse ponto, Tocqueville enaltece o interesse coletivo dos habitantes dos
Estados Unidos. Mesmo que não morem no local há muito tempo, que não se
identifiquem com a cultura e os costumes e nem tampouco conheçam seus pares;
o instinto patriótico os une por objetivos em comum a serem alcançados pelo
bem do país. Dessa forma, a associação dos estadunidenses, existe para alcançar
vários fins: resistir a inimigos, fortalecer a segurança pública, o comércio, a
indústria, defesa da moral, da religião, entre outras coisas.
Segunda Parte: Capítulo VII – Da onipotência da maioria nos Estados Unidos e de
seus efeitos

Neste capítulo, que trata sobre a onipotência da maioria nos Estados Unidos e de
seus efeitos, o autor inicia sua análise afirmando que a principal característica
dos governos democráticos é o império da maioria. Sem a maioria não há
democracia. Isso posto, a Constituição do país e seu aparato legal reforçam a
igualdade e a forca da maioria e nessa linha, o poder legislativo, que elabora as
leis do país, em consonância com a Constituição; é o poder que mais está
subordinado à vontade popular da maioria - pois são nomeados diretamente pelo
povo e tem um mandato curto, que os obriga à submissão às ideias gerais.

Para o autor, o poder da maioria precisa excluir a preferência da minoria, para


que possa durar e ser mais legítimo. Tocqueville vê a onipotência da maioria
como a forma mais rápida que o povo exerça sua influência sobre as leis e sobre
a administração pública. Contudo, o autor se depara com um dilema: a ele não
lhe agrada a máxima a maioria do povo tem direito de fazer tudo em um
governo, porém ele situa na vontade da maioria a origem de todos os poderes na
democracia americana.

Tocqueville encontra uma resposta para o dilema ao tirar conclusões sobre sua
ideia de justiça. Quando uma lei é considerada injusta, não se deve apelar para a
soberania do povo e sim para a soberania da pessoa humana.

[...] A justiça constitui, pois, o limite do direito de cada povo. Uma nação é
como um júri encarregado de representar a sociedade universal e de aplicar a
justiça, que é sua lei. (Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 294).

Por fim, o autor levanta uma crítica ao sistema democrático americano, alegando
que ele é pouco seguro contra as tiranias. Para ele, a tirania das repúblicas
democráticas não é explicitamente despótica, uma vez que domina não através
da violência e opressão física, mas sim a coerção social. Sobre essa ótica,
compreende-se que a minoria seria “livre” para pensar de forma diferentes, mas
uma vez que o faça, se dará um processo de exclusão social.

[...] Você é livre de não pensar como eu; sua vida, seus bens, tudo lhe resta;
mas a partir deste dia você é um estrangeiro entre nós. Irá conservar seus
privilégios na cidade, mas eles se tomarão inúteis, porque, se você lutar para
obter a escolha de seus concidadãos, eles não a darão, e mesmo se você
pedir apenas a estima deles, ainda assim simularão recusá-la. Você
permanecerá entre os homens, mas perderá seus direitos à humanidade.”.
(Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 299).

[...] Vá em paz, deixo-lhe avida, mas deixo-a pior, para você, do que a morte.
(Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 299).

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