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Matrícula: 202033703
[...] O povo reina sobre o mundo político americano como Deus sobre o
universo. Ele é a causa e o fim de todas as coisas. Tudo provém dele e tudo
nele se absorve. (Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 68).
Neste capítulo, o autor trata sobre o Poder Judiciário nos Estados Unidos.
Segundo ele, o Judiciário americano é diferente de todos os outros, uma vez que
no país, os juízes são uma das primeiras forças políticas e têm o direito de
declarar as leis inconstitucionais.
O autor define que o judiciário americano possui características que são comuns
e gerais a este poder e que se repetem em outros países, tais como seu aspecto de
“servir de árbitro”, de se pronunciar sobre casos particulares e não sobre
princípios gerais e, por fim, a característica de se manifestar apenas quando é
convocado. Ademais dessas características gerais e presentes em todos os
judiciários, este poder americano possui também grande poder político. Isso
acontece, pois, o povo reconhece nos juízes a capacidade de fundamentar suas
decisões na Constituição e não nas leis vigentes. Dessa forma, eles podem não
aplicar leis que lhe parecerem inconstitucionais.
[...] Ora, a partir do dia em que o juiz se recusar a aplicar uma lei sem um
processo, ela perderá instantaneamente parte de sua força moral.
(Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 173).
Neste capítulo, o autor irá tratar da associação política nos Estados Unidos.
Segundo ele, os Estados Unidos é o país que mais tirou frutos da associação e
também o país em que este meio de ação foi aplicado aos mais diferentes objetos
da vida. Isso se dá, pois, a compreensão de que fazer associações e apoiar-se em
seus pares, em uma união contra um inimigo em comum – ou em prol de um
objetivo em comum – é algo que os americanos aprendem desde o berço.
A partir desse ponto, Tocqueville enaltece o interesse coletivo dos habitantes dos
Estados Unidos. Mesmo que não morem no local há muito tempo, que não se
identifiquem com a cultura e os costumes e nem tampouco conheçam seus pares;
o instinto patriótico os une por objetivos em comum a serem alcançados pelo
bem do país. Dessa forma, a associação dos estadunidenses, existe para alcançar
vários fins: resistir a inimigos, fortalecer a segurança pública, o comércio, a
indústria, defesa da moral, da religião, entre outras coisas.
Segunda Parte: Capítulo VII – Da onipotência da maioria nos Estados Unidos e de
seus efeitos
Neste capítulo, que trata sobre a onipotência da maioria nos Estados Unidos e de
seus efeitos, o autor inicia sua análise afirmando que a principal característica
dos governos democráticos é o império da maioria. Sem a maioria não há
democracia. Isso posto, a Constituição do país e seu aparato legal reforçam a
igualdade e a forca da maioria e nessa linha, o poder legislativo, que elabora as
leis do país, em consonância com a Constituição; é o poder que mais está
subordinado à vontade popular da maioria - pois são nomeados diretamente pelo
povo e tem um mandato curto, que os obriga à submissão às ideias gerais.
Tocqueville encontra uma resposta para o dilema ao tirar conclusões sobre sua
ideia de justiça. Quando uma lei é considerada injusta, não se deve apelar para a
soberania do povo e sim para a soberania da pessoa humana.
[...] A justiça constitui, pois, o limite do direito de cada povo. Uma nação é
como um júri encarregado de representar a sociedade universal e de aplicar a
justiça, que é sua lei. (Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 294).
Por fim, o autor levanta uma crítica ao sistema democrático americano, alegando
que ele é pouco seguro contra as tiranias. Para ele, a tirania das repúblicas
democráticas não é explicitamente despótica, uma vez que domina não através
da violência e opressão física, mas sim a coerção social. Sobre essa ótica,
compreende-se que a minoria seria “livre” para pensar de forma diferentes, mas
uma vez que o faça, se dará um processo de exclusão social.
[...] Você é livre de não pensar como eu; sua vida, seus bens, tudo lhe resta;
mas a partir deste dia você é um estrangeiro entre nós. Irá conservar seus
privilégios na cidade, mas eles se tomarão inúteis, porque, se você lutar para
obter a escolha de seus concidadãos, eles não a darão, e mesmo se você
pedir apenas a estima deles, ainda assim simularão recusá-la. Você
permanecerá entre os homens, mas perderá seus direitos à humanidade.”.
(Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 299).
[...] Vá em paz, deixo-lhe avida, mas deixo-a pior, para você, do que a morte.
(Tocqueville, A democracia na América - 1988 p. 299).