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Avaliação Final

Nome: João Pedro Pereira de Paula RA: 201126214


Professora: Carla Gandini Giani Martelli

1) Em seu livro “Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos” Constant fala
sobre os aspectos e defeitos de cada liberdade; para os antigos, todos os cidadãos
participavam ativamente da politica de sua cidade, porém eram completamente
submissos a esta, sem direitos individuais, como dito na passagem a baixo.
“Os homens não eram, por assim dizer, mais que máquinas das quais
a lei regulava as molas e dirigia as engrenagens. A mesma submissão
caracterizava os belos séculos da república romana: o indivíduo estava, de
certa forma, perdido na nação, o cidadão, na cidade.” (Constant, 1985, p.3)

Já na liberdade moderna ocorre o oposto, os indivíduos abrem mão do poder de


decisão direto, que é passada para um governo representativo, em troca de mais
liberdades individuais. Sendo esse seu defeito, o povo não possui mais o poder de
decidir ou a sensação de prazer de se sentir influente na política.

2) Para Mill, existem algumas características para um bom governo, e quanto mais
dessas características um governo possuir, melhor ele será. Esses aspectos são
promoção e incentivo à virtude e inteligência da população da comunidade, o quanto o
governo é capaz de aproveitar as qualidades e vantagens de qualquer situação, uma
representação proporcional da população dentro do governo, para que as minorias
também sejam ouvidas e incluídas e por último, uma diferença nos pesos de votos, de
modo que aqueles mais cultos ou mais educados teriam mais influência em eleições,
mas a divisão seria unicamente por critérios intelectuais, e nunca por religiosos ou
étnicos.

3) Junto com a divisão de votos comentada na questão anterior, o autor fala sobre
aqueles que não deveriam ter o direito ao voto, sendo esses os analfabetos, pessoas
sem educação, de acordo com ele, é dever do governo dar a educação necessária,
mas caso não seja possível, não há o que ser feito no que tange o poder de voto,
pessoas que não pagam impostos e que em algum momento tenham falido um
negócio, tirando esses grupos, Mill diz que todos devem ter direito ao voto, sem
discriminação por sexo, etnia ou religião

4) Em seu texto “Sobre a liberdade” Mill fala sobre os limites da liberdade e da


autoridade, e acredita que todos os indivíduos devem ser livres para pensar e agir
como queiram, desde que isso não interfira ou seja danoso na liberdade de outro
individuo ou grupo, caso seja, tanto o grupo pode agir em autoproteção como o
governo deve agir interferindo na liberdade do agressor, evitando situações de
paradoxo da tolerância, como contido no trecho a baixo.
“Este princípio é o de que o único fim pelo qual a humanidade está
autorizada, individual ou coletivamente, a interferir na liberdade de ação de
qualquer fração de seus números é a autoproteção. O único propósito que para
o qual o poder pode ser legitimamente exercido sobre qualquer membro de
uma comunidade civilizada e contra sua vontade, é evitar danos aos demais.”
(Mill, 1989, p.206)

5) Em seu livro “A democracia na américa” Tocqueville divide as razões para a


manutenção da democracia em três, como mostrado no trecho a baixo.
“Achei que todas as causas tendentes a manutenção da
republica democrática nos Estados Unidos podiam reduzir-se a três:
A situação particular e acidental em que a Providencia
colocou os americanos e a primeira;
A segunda provem das leis;
A terceira decorre dos hábitos e dos costumes.” (Tocqueville, 2000, p.325)

A primeira razão diz respeito a falta de capital que unifica o poder, fazendo com que as
cidades ajam como grandes assembleias, de modo que o povo possui o poder de
escolha direto, tendo mais poder e influência que os magistrados.
A Segunda razão fala sobre a não existência de leis unificadas, fazendo com que cada
estado tenha seu próprio conjunto de leis, o que cria a sensação de divisão, algo que
não é benéfico para um país que deveria ser unido.
A ultima fala sobre o modo como a américa foi colonizada, por homens que se viam
como iguais, de modo que não havia a vontade individual de formar uma classe
dominante, ou um governo que agisse acima da população para garantir o bem estar
desta.

6) Para Tocqueville, o amor a igualdade vem da união do povo, no qual não há


governantes acima, o povo age para o próprio povo, de maneira que concede a si tudo
que é produzido, o poder é ampliado para alcançar os objetivos comuns, de modo que
os indivíduos escolhem ter o poder centralizado para não haver injustiças em posições
de poder.
“É comum então os cidadãos procurarem
conter o poder central, bem menos como tirânico do
que como aristocrático; e manterem firmemente sua independência,
não apenas porque querem ser livres, mas sobretudo
porque pretendem permanecer iguais.” (Tocqueville, 2000, p.372)

7) Para Marx, os proletariados deveriam se unir na luta de classes, isso com o tempo
levaria a luta pelos interesses específicos dos trabalhadores, que eventualmente
bateriam de frente com os interesses burgueses, porém os proletariados venceriam
esse conflito e assim aos poucos o capitalismo deixaria de ser o sistema usado.

8) Para o autor, ao buscar ajuda para crises em eventos do passado, o grupo ou


individuo tende a repeti-lo, de modo que buscar inspiração em uma revolução passada
pode incitar o espírito da revolução nas pessoas, mas isso deve ser feito de modo a
adaptar o evento passado para superar o problema atual, assim como os antigos
foram superados
“Mas uma vez erigida a nova forma social, desapareceram os
colossos antediluvianos e o romanismo que com eles havia ressurgido –
os Brutus, Gracos, Publícolas, os tribunos, os senadores e o próprio
César. Em sua sóbria realidade, a sociedade burguesa havia gerado
os seus verdadeiros intérpretes e porta-vozes” (Marx, 1988, pg. 19)

9) Para Held, a sociedade comunista de Marx não funcionaria pois nessa situação não
haveria mais espaço para a discussão politica dentro dos cidadãos, de modo que não
haveria oposição ou debates, fazendo com que o governo possuísse poder quase
ilimitado e não seria possível garantir a legitimidade e justificativas por trás das ações
de indivíduos em cargos elevados dentro do governo

“Sem uma esfera institucional para o discurso publico e procedimentos


para proteger sua autonomia e independência, a estrutura da comuna teria um
poder quase ilimitado. Em tais circunstancias não seria possível garantir que
aqueles que fossem eleitos para cargos mais altos teriam suas ações
escrutinadas e seu comportamento verificado” (Held, 1987, p. 125)

10) Para Mounk, a democracia iliberal pode ser definida como uma democracia sem
direitos, uma sociedade na qual ocorre uma ditadura da maioria, em que ninguém
possui seus direitos básicos, mas a maioria se une para garantir para si mesma o que
esses direitos dariam enquanto a minoria é oprimida por não conseguir garantir e não
ter um governo que os apoie e os proteja.

Referencias:

CONSTANT, Benjamin. Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos. Porto


Alegre: LPM, 1985.

MILLS, John Stuart. Da liberdade. BALBACHEVSKY, Elizabeth (Org.) São Paulo: Ática,
1989.

MILL, John Stuart. A Democracia na américa: Livro I. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

MILL, John Stuart. A Democracia na américa: Livro II. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

MARX, Karl. O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo, 1988.

HELD, David. Modelos de política: Democracia direta e o fim da política. Belo


Horizonte: Paidéia, 1987.

MOUNK, Yascha. O povo contra a democracia. São Paulo: Companhia das letras, 2019.

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