Os três documentos discutem diferentes concepções de liberdade ao longo do tempo. O primeiro documento contrasta a liberdade dos antigos, focada no coletivo, com a liberdade moderna, focada no indivíduo. O segundo documento analisa a democracia americana e seu foco na igualdade de oportunidades. O terceiro documento discute os limites apropriados da ação do Estado sobre o indivíduo defendidos por John Stuart Mill.
Os três documentos discutem diferentes concepções de liberdade ao longo do tempo. O primeiro documento contrasta a liberdade dos antigos, focada no coletivo, com a liberdade moderna, focada no indivíduo. O segundo documento analisa a democracia americana e seu foco na igualdade de oportunidades. O terceiro documento discute os limites apropriados da ação do Estado sobre o indivíduo defendidos por John Stuart Mill.
Os três documentos discutem diferentes concepções de liberdade ao longo do tempo. O primeiro documento contrasta a liberdade dos antigos, focada no coletivo, com a liberdade moderna, focada no indivíduo. O segundo documento analisa a democracia americana e seu foco na igualdade de oportunidades. O terceiro documento discute os limites apropriados da ação do Estado sobre o indivíduo defendidos por John Stuart Mill.
(Da Liberdade dos Antigos Comparada a dos Modernos)
O autor inicia sua obra fazendo comparações as formas de liberdade,
mostrando a dualidade de sua concepção uma dos antigos e outra dos modernos, usando de exemplificação fatores como tempo, território e relações entre as civilizações. Ele nos mostra que a liberdade dos antigos tinha por finalidade a visão do coletivo, das politicas públicas. O cidadão antigo retinha uma participação ativa nos interesses coletivos, abdicando-se muitas vezes de seus interesses individuais. "Assim, entre os antigos, o indivíduo quase soberano nas questões públicas, é escravo em todos seus assuntos privados." Já para os modernos liberdade é entendida como autonomia individual, uma vida privada independente, restringida apenas pelas leis, entretanto com pouco poder nos assuntos públicos. "Entre os modernos, ao contrário, o indivíduo, independente na vida privada, mesmo nos estados mais livres só é soberano em aparência. As nações antigas ocupavam geralmente um território muito pequeno e limitado, a mais eminente, poderosa e populosa entre elas não chegam perto em extensão do menor estado entre os modernos. Em consequência a esse pouco domínio territorial, era constante o conflitos entre os estados. Mesmo os estados que não queriam serem conquistadores tinham a necessidade de portar armamento. Da guerra eram extraídos escravos destinados a trabalhos mais pesados. A escravidão era um elemento importante à liberdade dos antigos, sem ela os cidadãos não teriam tempo que a atividade política exige. Nas civilizações modernas a extensão territorial apresenta-se como empecilho para a participação de cidadãos em reuniões políticas. Ele alega que o homem moderno por ser muito ocupado (sendo um dos motivos na obtenção de escravos) não consegue se disponibilizar tanto para afazeres políticos. Constant também ressalta a importância do comercio para homem atual, o homem antigo despunha de guerra para obter poder, já o moderno usa de relações comerciais, "A guerra é anterior ao comércio; pois a guerra e o comercio nada mais são do que dois meios diferentes de atingir o mesmo fim: o de possuir o que deseja...". Ele deixa claro que o comercio é o ressalte da liberdade modera. Ele faz criticas a alguns revolucionários franceses, que não souberam diferenciar os dois tipos de liberdade, e que contra o progresso se inspirava em pensadores a J.J. Rousseau e ao abade de Mably que se opunham a liberdade moderna. Por fim ele ressalta a importância de um governo representativo já que os modernos negligenciam vigorosamente assuntos políticos, consequência de sua vida ativa e ocupada. Concluindo, Benjamin Constant faz um pequeno resumo de seus ideais: conciliar as instituições à liberdade dos modernos; extinguir a educação moral; e respeitar a liberdade individual dos cidadãos, sem, no entanto, excluir a população da atividade política.
Alexis de Tocqueville (A Democracia na América)
O autor em sua visita a América, pode observar e analisar a liberdade
dos norte americano, mais precisamente aos estado-unidenses. Em sua obra ele faz criticas em grande maioria positivas ao estado. Ele se encanta pela liberdade da nação, pelos princípios de igualdade venerados pelos norte americanos, principalmente a igualdade de oportunidades, que ao contrario em uma sociedade aristocrata as oportunidades são de poucos, e também hereditárias causando uma imobilidade social. É feita também uma analise história, relevando que os EUA foi uma colônia de povoamento, não havendo nenhuma dependência diretamente de outra nação. Sua única finalidade era servir de lar, e fruto de prosperidade aos novos habitantes. Uma nação nova e livre, o facilitou esse processo de democracia. Para Tocqueville, o poder da democracia é tão grande que após ter destruído o feudalismo e vencido os reis, jamais poderá ser coagido, nem mesmo pela burguesia. Ele volta seu olhar para Europa concluindo que o estado da França esta próxima a essa "democracia americana". “Parece-me fora de dúvida que, cedo ou tarde, chegaremos como os americanos, a igualdade quase completa.”
Ele destaca também o fato de que a soberania popular nesse estado
realmente existe ao contrário de outras nações onde se encontra oculta. Pois cabe ao povo escolher seu representante, aquele que faz e executa as leis, através do voto. O autor faz um alerta sobre o utilitarismo, ele observa que a democracia empregada ali fortalecia a vontade da maioria inibindo a minoria. O que acontecia era que se um indivíduo sofresse com algum tipo de injustiça ele teria que submeter as normativas dessa maioria. Segundo ele essa visão democrática valoriza excessivamente a igualdade que se tornava mais importante até que a liberdade. Segundo ele, essa sociedade democrata porta uma tendência individualista muito presente. Os indivíduos não devendo nada a ninguém, nem esperando nada de ninguém, habituam-se ao isolamento e imaginam-se inteiramente donos do seu próprio destino. Para Tocqueville, somente a ciência da associação garantirá o progresso de todas as outras ciências. Ele acredita que é necessário que o número de associações cresça proporcionalmente ao aumento da igualdade de condições presente na democracia . Em resumo, sua obra tinha como intenção mostrar aos franceses a importância dos hábitos e costumes americanos, pois eram estes juntamente com as leis que permitiam ao povo americano se manterem livres.
John Stuart Mill
(Da Liberdade)
O autor inicia sua obra falando sobre o utilitarismo clássico, presente
no princípio da “maior felicidade ”, ou seja, quando uma ação gera felicidade está correta, quando gera infelicidade está incorreta. A relação equânime entre governo e Estado foi gradualmente se modificando na noção de liberdade de Mill que posteriormente passou a defender a escolha representativa e periódica dos agentes de Estado de forma a fazer com que estes não diminuíssem suas prerrogativas de liberdade. O autor chega a usar o exemplo norte-americano como objetivo a ser alcançado por acreditar que naquela localidade, normalmente, a vontade do povo era a vontade da maioria, fazendo uma ressalva a necessidade da manutenção dos controles estatais temendo o surgimento de uma tirania da maioria. Mill sugere que o estabelecimento de limites a ação social por parte do Estado é, em muitos casos, necessária tendo em vista acepção errônea por parte de alguns indivíduos de adotarem sua moral particular como a correta para o resto da população, a tentativa da universalização aos demais indivíduos da sua concepção própria de bem e de mal. Acerca dessa necessidade, Mill assinala a importância dessas normas que delimitem a ação social se adéquem a normatividade costumeira existente nas localidades que forem ser implementadas. Na visão do autor a formulação de regras é necessária, porém não basta, por si só, Mill ressalta a importância de conjuntamente com as regras estabelecerem-se penas para quem as descumprir. Mill salienta a escolha religiosa como uma das normatizações que se não forem feitas de acordo com as preferências populares causariam desgosto dos representados e desrespeito para com determinados extratos da população, como observado à época em que o autor escreveu. A obra tem, também, como um de seus objetivos estabelecer um parâmetro para mediar as relações entre a sociedade como um todo, seja por parte do Estado ou não, e o individuo na sua pessoalidade no que tange a questão de coerção por parte da mais abrangente. O ponto levantado na obra é de que este limite estaria no momento em que o individuo em seus atos não prejudicasse ou ameaçasse prejudicar outrem, pois quando essas premissas fossem preenchidas não haveria motivo para que tal agente sofresse qualquer forma de coação ou coerção por parte da sociedade. Os axiomas, assim como suas aplicações, que podem ser abstraídos da obra são basicamente dois. O primeiro afirma que o individuo tem o livre-arbítrio para agir da maneira como os seus interesses lhe impelirem, desde que não atrapalhem a realização do mesmo por outrem. O segundo afirma que em caso de prejuízo a algum agente devido a um comportamento de outrem, o agente provocador do ato deve arcar com as consequências de seus atos a serem estabelecidos pela comunidade, seja ela jurídica ou de outra natureza que esta julgue necessária a manutenção de sua segurança. Algumas das aplicações discutidas no capítulo V da obra merecem destaque por seu grau de importância nas discussões travadas à época que Mill a produziu. É o caso da escravidão, Mill considerava esta prática ilegal não apenas pelos argumentos já consagrados mas também por aferi-la como um ato permanente, o que violava sua premissa de que o homem não poderia ser livre para não sê-lo. O Casamento é outro exemplo, o autor acreditava que ele era uma situação contratual, porém que exigia modificações contextuais, pois envolvia uma série de expectativas por parte dos agentes; o marido deveria ser visto menos como um “dono” de sua esposa e prover educação à todas as sua crianças. Ademais, a educação mereceu uma atenção ainda mais especial por parte deste autor, por ser um grande literato que acreditar piamente nela como fator de desenvolvimento das sociedades. Mill propunha a extensão da educação a todos, sem distinção de qualquer espécie. O autor tinha uma má impressão da educação pública, porém como a falta de condições dos pais proverem a todos os seus filhos estudo de qualidade faz com que o autor veja nesta solução o menor dos pesares. Outra frase célebre deste autor resume seu pensamento no que tange seus ideais da funcionalidade da educação: “fortalecer suas faculdades ativas, de exercer seu julgamento e de familiarizar com o conhecimento dos assuntos que então lhes ficam legados”.
Max Weber (A Politica Como Vocação)
Para weber politica tem por característica a liderança independente
em ação, se trata de um termo bastante abrangente por se tratar de relações humanas, mas em síntese e liderança exercida pelas associações humanas, atualmente o estado. “Comunidade humana que dentro de um território reivindica o uso legitimo da violência física". É a dominação de homens sobre homens que pode ser legitimada de diferentes formas. Ele faz de três divisões de como o poder pode ser: D o m i n a ç ã o t r a d i c i o n a l : exercida pelo patriarca e pelo príncipe. D o m i n a ç ã o c a r i s m á t i c a : exercida pelo senhor da guerra eleito, pelo governante plebiscitário, pelo grande demagogo ou líder do partido político. D o m i n a ç ã o r a c i o n a l - l e g a l : exercida em virtude da legalidade, pela fé na validade do estatuto legal e da competência funcional, baseada em regras racionalmente criadas. Para weber existe dois tipos de políticos, “os que vivem para a politica e os que vivem da politica “ai que se encontra a diferenciação dos que possuem real vocação da moderna função. A politica publica exige funcionários qualificados "sine ira et studio" (sem ressentimentos e preconceitos). A base dessa qualificação é a racionalização crescente do mundo e a divisão social do trabalho. Ele descreve a natureza dos sentimentos de poder, e condições exigidas para ter o direito de interferir na historia por meios políticos. Resultam de três qualidades: paixão, sentido de responsabilidade e senso de proporção. Para ele a ética da politica é determinante pela ética do mundo, assim como a ciência, o conhecimento do mesmo e de grande importância ao homem publico. Da destaque a dois tipos de ética, a ética da convicção e a ética da responsabilidade, que parecem opostas porém se complementam, analisando as consequências práticas de cada uma, relacionando-as com o instrumento especifico da violência legítima, que é o meio pelo qual se vale o Estado para conseguir suas intenções. Ele mostra em sua obra objeções a Alemanha, que derrotada na primeira guerra, e embasada por um partido que vislumbra a vitória, assume um governo totalitarista, ele chama esse comportamento de irracionalidade ética. Weber dispõe da ideia de que cabe aos políticos responsáveis reter valores e virtudes e legitimar sua posição. Karl Marx (O 18 Brumário de Luís Bonaparte)
Em seu texto Marx fala numa visão politica e econômica sobre um
determinado período na França, mais precisamente do evento que colocou Luís Bonaparte como chefe de estado, e no golpe ditatorial dado pelo mesmo. O 18 Brumário de Luís Bonaparte trata dos fatos que desencadeiam o período de ditadura do Estado Bonapartista. Marx descreve os acontecimentos de que desencadearam a esse governo imperialista. “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”.
Em uma retrospectiva histórica, Karl Marx dialoga sobre a forte
influencia da burguesia na instauração do estado, colocando a frente um representante que visa seu interesses, sua classe. Por Napoleão Bonaparte, foi criado todo um meio que fortalecesse o processo produtivo. Entra em campo (jacobinos-Bourbons) e cidade (girondinos-Orléans),81 o poder irá se revezar até que os desdobramentos históricos resulte na vitória da eleição de Luís Bonaparte, que nada mais era do que sobrinho de Napoleão.
O governo de Luís foi marcado pelo incessável conflito entre Orléans e
Bourbons, ambos queriam o retorno da monarquia, o que porem refletiria na dominação de um grupo pelo outro. O que seria arruína para um dos dois, pois ambos divergiam-se em pontos importantes. É levantado também o fato da burguesia ser bastante heterogenia, o que facilitou o enfraquecimento do estado representativo, até destruí-lo por completo e instalar o Bonapartismo através do golpe de Estado. A burguesia se desilude então do sonho do governo centralizado. “A França, portanto, parece então ter escapado do despotismo de uma classe apenas para cair sob o despotismo de um indivíduo e o que é ainda pior, sob a autoridade de um indivíduo sem autoridade”.
Luís Bonaparte, em seu discurso como imperador, assumi a
responsabilidade de acabar com as divergências entre as classes, pensando em amenizar um pouco o impacto de uma classe sobre a outra. “Bonaparte gostaria de aparecer como o benfeitor patriarcal de todas as classes. Mas não pode dar a uma classe sem tirar de outra” .
O Estado francês que foi instituído por Luís obteve a antagonismo de
classes como ponto marcante, em um ponto o proletariado desamparado e no outro a burguesia do capital, da exploração. Esse Estado, chamado de Moderno parecia pairar sobre a sociedade e escondia toda podridão de uma realidade miserável para as massas, e luxo pode à classe dominante.
Ele foi intitulado como o ilusoriamente “protetor dos camponeses”. O
fato é que esse período foi marcado por um grande avanço econômico francês, o governo centralizado de ânimo aos investidores, e a França obteve um marco no seu crescimento produtivo. Isso fez nascer na sociedade francesa um sentimento de nacionalismo muito forte, denominado chauvinismo. Esse mesmo nacionalismo juntamente com outros fatores sociais acabou trazendo decadência ao império Bonapartista anos depois. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Democracia e Jurisdição Constitucional: a Constituição enquanto fundamento democrático e os limites da Jurisdição Constitucional como mecanismo legitimador de sua atuação