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DEMOCRACIA CONTRA CAPITALISMO

No texto "Democracia contra capitalismo", a autora Ellen Meiksins Wood


defende que a democracia e o capitalismo são sistemas políticos e econômicos
incompatíveis. Ela argumenta que o capitalismo, com sua propriedade privada
dos meios de produção e sua lógica de acumulação de capital, é
intrinsecamente antidemocrático.

Wood começa o texto observando que a democracia e o capitalismo surgiram


na mesma época, no século XVIII. No entanto, ela afirma que essas duas
ideias têm origens diferentes. A democracia, segundo ela, é baseada na ideia
de que todos os cidadãos são iguais e têm direitos iguais. O capitalismo, por
outro lado, é baseado na ideia de que os indivíduos têm direito à propriedade
privada e à liberdade de perseguir seus próprios interesses econômicos.

Wood argumenta que essas duas ideias são incompatíveis. A democracia


exige que os cidadãos tenham um certo grau de igualdade econômica para que
possam participar de forma significativa na vida política. O capitalismo, por
outro lado, gera desigualdade econômica, pois concentra a riqueza nas mãos
de uma pequena minoria.

Wood também argumenta que o capitalismo é antidemocrático porque sua


lógica de acumulação de capital leva à concentração de poder. As empresas
capitalistas precisam crescer e se expandir para sobreviver. Isso significa que
elas precisam conquistar novos mercados, adquirir novas empresas e reduzir
seus custos. Essas atividades podem levar à exploração dos trabalhadores, à
poluição do meio ambiente e à erosão da democracia.

Wood conclui o texto afirmando que a democracia só pode ser plenamente


realizada em uma sociedade socialista. O socialismo, segundo ela, é um
sistema econômico baseado na propriedade social dos meios de produção e na
distribuição equitativa da riqueza. O socialismo, portanto, é compatível com a
democracia, pois garante a igualdade econômica e política dos cidadãos.

Os principais pontos do texto são os seguintes:

 Democracia e capitalismo são sistemas políticos e econômicos


incompatíveis.
 O capitalismo é intrinsecamente antidemocrático porque gera
desigualdade econômica e concentração de poder.
 A democracia só pode ser plenamente realizada em uma sociedade
socialista.

Wood fundamenta suas afirmações em uma análise histórica e teórica. Ela


mostra como o capitalismo, desde sua origem, tem gerado desigualdade
econômica e concentração de poder. Isso, segundo ela, é uma característica
inerente ao capitalismo, e não um resultado de falhas de mercado ou de
governança.

O texto de Wood é uma importante contribuição para o debate sobre a relação


entre democracia e capitalismo. Ele oferece uma análise crítica do capitalismo
e aponta para a incompatibilidade entre esses dois sistemas.

O texto "O demos versus “nós, o povo”: das antigas às modernas concepções
de cidadania" de Ellen Meiksins Wood discute as diferenças entre as
concepções de cidadania nas democracias antigas e modernas.

Na democracia antiga, a cidadania era restrita a uma pequena parcela da


população, geralmente os homens livres e proprietários. O demos, como era
chamada a assembleia popular, era o órgão supremo do governo, e todos os
cidadãos tinham o direito de participar das decisões políticas.

No entanto, a cidadania nas democracias antigas tinha um caráter mais cívico


do que político. Os cidadãos eram responsáveis por participar da vida pública e
defender a cidade-estado. Eles também tinham o dever de servir ao exército e
de pagar impostos.

Na democracia moderna, a cidadania é um direito universal, concedido a todos


os cidadãos, independentemente de sua classe social, raça, gênero ou religião.
Os cidadãos modernos têm o direito de votar, de se candidatar a cargos
públicos e de participar da vida política.

No entanto, a cidadania nas democracias modernas também tem um caráter


mais individualista do que cívico. Os cidadãos são mais preocupados com seus
direitos e interesses individuais do que com o bem comum.

Wood argumenta que a diferença entre as concepções de cidadania nas


democracias antigas e modernas refletem as diferenças entre as sociedades
antigas e modernas. As sociedades antigas eram mais homogêneas e menos
complexas do que as sociedades modernas. Os cidadãos antigos tinham mais
em comum e compartilhavam os mesmos valores.

Nas sociedades modernas, por outro lado, a população é mais diversificada e


as diferenças sociais são mais acentuadas. Isso torna mais difícil para os
cidadãos modernos se identificarem com o bem comum e participar da vida
pública.

Wood conclui o texto afirmando que a democracia moderna está em crise. A


cidadania moderna está perdendo seu caráter cívico e se tornando cada vez
mais individualista. Isso representa uma ameaça à democracia, pois dificulta a
participação dos cidadãos na vida pública e a defesa do bem comum.

Os principais pontos do texto são os seguintes:


 As concepções de cidadania nas democracias antigas e modernas são
diferentes.
 A diferença entre essas concepções reflete as diferenças entre as
sociedades antigas e modernas.
 A democracia moderna está em crise.

O texto de Wood é uma importante contribuição para o debate sobre a


cidadania. Ele oferece uma análise crítica da cidadania moderna e aponta para
os desafios que ela enfrenta.

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