Instituições coletivas. Há uma vigilância constante e por isso as pessoas se comportam de acordo com o que se é desejado. A própria sociedade se disciplina de acordo com o que é socialmente aceito. Através de uma autovigilância. Essa é uma sociedade panóptica. A sociedade disciplinar serve como instrumento de controle social, muito mais eficaz que sanções normativas. O Estado não quer que os indivíduos sigam as normas, mas desejem segui-la. O panóptico.
Gilles Lipovetsky – do individualismo ao controle:
O tema tratado por Lipovetsky é a violência contemporânea. O Estado detém o monopólio da violência, mas ela não diminui entre os indivíduos. Quem usa a força é criticado. Crueldade e brutalidade geram terror e indignação. Prazer x Violência na sociedade. Processo de civilização. Repressão da violência e belicosidade (prazer pela guerra e pela sensação). Dois motivos: 1: Monopólio do constrangimento físico do Estado moderno. 2 Individualismo garantido pelo mercado. Os homens não se tornam melhores, e sim os meio de inibição da violência por parte do Estado. Importante, mas não ideal e suficiente. O marcado gera uma nova cultura de relação entre os indivíduos. O elemento cultural que gera é o Individualismo. Onde o indivíduo é a finalidade última das ações. Rompendo o individuo da comunidade. Acabando com valores comuns, O Estado deve manter o mínimo de controle e ordem. O individualismo gera controle social. As pessoas focam em aspectos particulares e não focam em comunidades, interessando apenas por si mesmo.
A rebelião das massas no pensamento de Ortega y Gasset:
Conceito de massa: número, aglomeração, multidão nos centros urbanos etc. Essa multidão que ocupava o fundo do cenário social agora aparece como personagem principal. Sociedade divida em massas e minorias. Minoria: Indivíduos ou grupos qualificados. Massa: O homem-médio, de qualidade comum, que coincide com os outros em desejos, ideias e modo de ser. A minoria é formada pelos separados da multidão. A massa além de multidão, é um modo de ser: valoriza mais a sensação de pertencimento do que crescer e compreender. O homem-médio não exige nada de si, não acumula deveres, mas exige direitos. A divisão de massa e minoria não é uma divisão de classes, é de maneira de ser. O homem-médio exige tudo na sociedade e não contribui com ela. Só quer seu próprio bem, exigente e ingrato, não é solidário. Vida nobre: minorias buscam superar a si mesmos. Vida vulgar: massa inércia e exigência de direitos (os outros têm a obrigação de satisfazer). Massa: Intervém em tudo de forma violenta. Querem opinar sem respeito aos critérios. É perfeito, é um absurdo supor que exista algo melhor que a ele. Assuntos públicos são tratados de acordo com à vontade das massas, não com a complexidade que ele merece.
Liberalismo, democracia e tirania na perspectiva de Alexis de Tocqueville:
Igualdade de condições: Não é plena, mas tem tendência de crescimento e universalização. Igualdade perante a lei. Tendências da democracia moderna: Sociedades democráticas mais ameaçadas pelo conformismo constante, de crescimento lento gradual do que por revoluções. Assim surgindo um novo despotismo, que vai ter sua origem através do individualismo. Cada pessoa passa a se concentrar na esfera privada, assim exigindo o crescimento do Estado, para que ele organize o corpo social. Governo imenso e tutelar. Degrada seus participantes e isso não os incomoda. “Despotismo Demográfico”, respeita apenas a liberdade de autossatisfação material. Todo o resto, até mesmo as opiniões são controladas completamente pelo estado. Conceito de opinião pública: não é a opinião de todos, mas de uma classe formadora de opinião. Não tem força legal, mas moral, e se impõe. Isso é chamado de “a tirania da maioria”, e abafa a diversidade. Totalitarismo, suas características e relações com a realidade: Hannah Arendt: Legitimado por ideologias que defendem a existência de leis naturais ou históricas: racismo, luta de classes, etc. Ser contra o regime é ser contra as leis naturais/históricas, torna o individuo um traidor. Tentar romper com a ideologia estabelecida não é opinião, é ser contra a “verdade” do regime. Liberdade deve ser anulada por completo, é uma ameaça contra à ordem social (retrógrada: socialismo. Traidora da pátria: Nazismo.) Invade a imaginação moral, a pessoa se questiona se é um traidor quando vai contra as ideias. Sponville: Relações entre nazismo e comunismo. Totalitarismo é semelhante, não idêntico, em qualquer modelo político. Partido de massa, ideologia do estado, controle da mídia, supressão de liberdades individuais, regime policial e ausência de separação dos três poderes. Os regimes acreditam fazer o correto. A ideologia é a diferença: caráter biológico ou histórico. Albert Canus: Em nome de um ideal que procura eliminar injustiças, a mentalidade revolucionária produz uma nova e maior escravidão: terrorismo de estado, como Lenin. Buscam um estado onipresente que aumenta seu poder. O que termina em injustiça. Raymond Aron: 5 traços do totalitarismo. 1: partido único exerce atividade política. 2: o partido tem uma ideologia, a verdade do estado. 3: estado totalitário, monopólio da força e persuasão. 4: economia estatal. 5: atividades fora do controle do estado são investigadas, controladas e punidas. Liberalismo e democracia em Benjamin Constant: O indivíduo é o princípio da filosofia política e é preciso defendê-lo das ameaças. A sociedade política não tem como objetivo a igualdade. Diferenças de liberdade no mundo antigo e no mundo moderno. Mundo Antigo: liberdade é exercida de forma coletiva e de modo direto, deliberando leis, tratados e sentenças. A liberdade é compatível à sujeição das leis que criam. Liberdade e igualdade dialogam, os cidadãos são iguais. Mundo moderno: liberdade é possibilidade de fruir os desejos privados. O regime político deve fazer com que as instituições garantam as realizações destes. A autoridade do Estado é limitada. Os indivíduos estão livres na medida em que o Estado não intervenha na vida privada. Igualdade destoa de liberdade. “A individualidade triunfa só na medida em que a autoridade estatal é enfraquecida”. O sistema representativo contribui na liberdade pois não implica na participação, já que envolve procuração dada pelo voto. Os interesses do povo são defendidos pelos representantes. O sufrágio universal deve ser contido, pois a condição necessária para ser político é o lazer (tempo necessário para se preparar para a vida política). Só um certo número de propriedades garante essa condição. A classe trabalhadora não tem tempo para investir em educação e não compreende os valores e meios necessários para condução do Estado, por isso não podem exercer esses direitos. Defende a divisão dos poderes, onde o monarca não governa, mas exerce um poder neutro e ativo com a finalidade de limitar o poder do Estado e manter a liberdade na sociedade. Liberalismo, democracia e tirania: Alexis de Tocqueville O fato democrático é definido pela noção de igualdade, ou seja, a busca pela realização da igualdade em todas as esferas. Analisando a democracia dos EUA nota que o desenvolvimento da igualdade de condições vem acompanhado de liberdade política com o estabelecimento de instituições concretas de soberania popular. O federalismo é importante pois combina os méritos das pequenas e grandes nações: Os estados têm liberdade e uma vantagem na associação limitada com o poder central, conseguindo assim associar liberdade com igualdade de condições. Afirma que igualdade pode gerar despotismo, pois a busca por igualdade de condições pode acabar com a liberdade, pois o homem livre, faz escolhas diferentes e essas escolhas geram desigualdade entre eles. Para sermos iguais não podemos ser muito livres. O individualismo e o materialismo contribuem para o despotismo e poder centralizador do Estado. A indústria é outra variante, pois faz surgir uma nova classe endinheirada e que por isso será vigiada por desconfiarem do seu poder. O Estado é usado nesse processo. Em nome da igualdade, o Estado passa a regular as esferas como caridade, a religião etc. Quanto maior a igualdade, maior a sociedade e menor o indivíduo. Unidade, onipotência do poder social e uniformidade de regras são características de sociedades igualitárias. Em uma democracia em que as pessoas querem ser livres para serem iguais, quando elas começam a ser iguais, têm sua liberdade diminuída. Dessa forma a democracia deve ser educada para não cair em uma nova forma de tirania: a tirania de igualdade. Uma forma de conter a tirania democrática seria a construção de um sistema judiciário forte e independente e criar a constituição de associações de poderes intermediários a fim de moderar a centralização do poder.
Socialismo, a busca pela igualdade e suas análises de liberdade:
O socialismo não é apenas um regime político, ele exige uma nova concepção global do mundo, da sociedade e do homem. Toda sociedade é formada por uma base ou infraestrutura econômica, cuja razão de mudança é a luta que ocorre entre as forças produtivas, isto é, entre as classes: burguesia e proletariado. O Estado é parte da superestrutura, ou seja, ele não é neutro, está a serviço da classe dominante. A mudança só será real nas estruturas sociais se basear-se no modo de produção gerando uma mudança revolucionária. Se existem classes, existe lutas de classes e o Estado serve à classe dominante. O Estado só deixará de ser instrumento de domínio com uma mudança estrutural que retira a classe dominante do poder, quando não tiver mais necessidade de classes: Comunismo. Para Marx, a liberdade é defesa dos que são livres para explorar. A defesa da liberdade é ideológica e serve aos interesses de quem quer explorar. A única liberdade possível é aquela quando não existirem mais classes. Assim, busca-se a igualdade de classes primeiro e depois a liberdade. A verdadeira liberdade só é alcançada com a destruição da infraestrutura capitalista. Só é real em uma sociedade sem classes. Defender a liberdade em uma sociedade de classes é defender liberdade dos privilegiados. Só com o advento da igualdade a liberdade pode existir. As inúmeras correntes do socialismo que derivam do pensamento de Marx retornam de alguma forma ao raciocínio de que a defesa da liberdade sem revolução social é inútil e serve a interesses de classes privilegiadas. Linguagem, comunicação, tradução, palavra física e palavra mental: A linguagem é essencial para compreender o pensamento, a realidade, a comunicação e a possibilidade de conhecimento. A semântica busca o sentido das palavras, aqueles que podem expressar de forma mais clara pensamento, situação e percepção de mundo. Antiguidade: Linguagem é uma parte inerente da natureza e razão humana. Tem sua origem na razão e à auxilia, sendo inseparáveis. Pensamento e palavra são expressões de um só fenômeno. Modernidade: Linguagem é algo externo ao homem, podendo ser uma ponte ou barreira entre pensamento e realidade. Discussões podem ocorrer ou ter dificuldades de andamento por problemas semânticos, ou seja, pelos sentidos diferentes que uma mesma palavra pode ter. Não há uma linguagem natural única para os homens. Os meios de comunicação e discursos humanos são tão variados como os agrupamentos humanos. Dessa forma, cada sociedade tem sua língua ou línguas. Comunicação: Nível compartilhado entre humanos e outros animais, manifesta através de expressões faciais, corporais, barulhos, choros, ademais. Linguagem: É próprio do ser humano, pois é um discurso, e discurso implica pensamento ordenado, estrutura e lógica. Exemplo: uma frase possui estrutura sintática, onde as palavras funcionam como parte de um todo. Tradução: A linguagem humana traz consigo a possibilidade de tradução de uma língua para a outra. Isso demonstra que apesar de existirem diferentes línguas, elas partilham de uma estrutura comum. Isso que possibilita a tradução. Línguas: São palavras meramente convencionais que comunicam o sentido das coisas. Sons, marcas no papel, rabiscos. Tomás de Aquino: Nossas palavras são signos de das ideias. Através do conteúdo mental é que as palavras começam a ter significado. Exemplo: a palavra gato só tem sentido porque se refere à “ideia de gato”, a “ideia de gato”, se refere à experiência que tivemos com o gato. Palavra física – É o som e a marca no papel. Recebe seu significado da ligação que tem com a palavra mental. Palavra mental – É a ideia de coisa em questão. É um significado. Sem ela não existiria significado nem linguagem. A tradução só é possível porque existe a palavra mental compartilhada entre pessoas (a tradução da palavra mental para a palavra física nem sempre é perfeita.
Democracia e Jurisdição Constitucional: a Constituição enquanto fundamento democrático e os limites da Jurisdição Constitucional como mecanismo legitimador de sua atuação