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O Federalista:

• James Madison (1751-


1836)
• Alexander Hamilton
(1755-1804)
• John Jay (1745-1829)
Os antecedentes:
• 1776: Declaração de Independência
• 1781: Artigos da Confederação
– Crise: o governo federal era visto como
ineficiente.
• 1787 (de maio a setembro): Convenção
Federal
• 1787: publicação dos ensaios na
imprensa de Nova Iorque
As treze colônias em 1776:
Os autores
• Hamilton: primeiro secretário do Tesouro
dos EUA e conselheiro político do pres.
Washington
• Jay: primeiro presidente da Suprema
Corte
• Madison: um dos fundadores do Partido
Republicano (com Jefferson) e quarto
presidente dos EUA, a partir de 1808
O Federalista:
• Crítica aos Artigos da Confederação e à
debilidade do governo central: o Congresso não
tinha poderes para exigir o cumprimento das
leis que baixava, e a fiscalização cabia aos
Estados (p. 247)
• Proposta de uma nova forma de governo, com
elementos de Confederação (autonomia dos
Estados) e Federação (o governo central se
relaciona também com os indivíduos, e não
apenas com os Estados)
O novo pacto político
• Resultado de esforços teóricos e negociação
política, o novo pacto constituiu os Estados
Unidos como uma nação;
• O novo pacto deveria favorecer o
desenvolvimento do comércio nos EUA,
integrando uma nação de grande extensão
territorial (p. 249)
– Obs: os “Antifederalistas”defenderam a existência de
3 ou 4 confederações como forma de respeitar o
tamanho ideal dos governos populares (p. 248)
As leis
• Hamilton: “Governar subentende o poder de
baixar leis. É essencial à ideia de uma lei que
ela seja respaldada por uma sanção ou, em
outras palavras, uma penalidade ou punição
pela desobediência. Se não houver penalidade
associada à desobediência, as resoluções ou
ordens que pretendem ter força de lei serão,
na realidade, nada mais do que conselhos ou
recomendações”.
A separação dos poderes e a natureza
humana
• O governo é o maior reflexo da natureza humana.
• Madison: “se os homens fossem anjos, não
precisaríamos de governos”. Mas somos
governados por outros homens, daí a necessidade
de controlá-los e fiscalizá-los.
• Hamilton: deve-se levar em consideração que os
homens são “ambiciosos, vingativos e rapaces”;
• É preciso estabelecer controles sobre os
governantes, para evitar o arbítrio e a tirania.
O poder político:
• O poder é, por natureza, usurpador. Aqueles que
possuem o poder, tende a usá-lo de forma abusiva.
• A limitação do poder: o poder deve controlar o
próprio poder.
• os diferentes ramos do poder devem ser autônomos.
E devem se controlar e frear reciprocamente.
• “A ambição será incentivada para enfrentar a
ambição. Os interesses pessoais serão associados aos
direitos constitucionais”.
O poder político (2)
• Na monarquia, o poder Executivo tende a se
impor, assim como na República é o Legislativo (a
“maior ameaça à liberdade”). Daí, a proposta de
criação de uma segunda Câmara, o Senado.
• O judiciário é o ramo mais fraco do poder,
porque ele não possui iniciativa. Para garantir a
sua autonomia, atribui-se à Suprema Corte o
poder de interpretação final sobre a
Constituição.
As facções:
• “Entendo como facção um grupo de cidadãos,
representando quer a maioria, quer a minoria do
conjunto, unidos e agindo sob um impulso comum de
sentimentos ou de interesses contrários aos direitos dos
outros cidadãos ou aos interesses permanentes e
coletivos da comunidade”.
• Remover as causas das facções:
– Destruição da liberdade.
– Obrigar todas as pessoas a terem os mesmos interesses,
sentimentos e opiniões.
• Controlar os efeitos das facções.
Meritocracia?
As facções:
• As causas das facções podem ser encontradas na
própria natureza humana, e nascem do livre
desenvolvimento das suas faculdades: diversidade de
crenças e de opiniões, distribuição da propriedade,
tarifas protecionistas (industriais X fazendeiros),
credores X devedores etc.
• As facções constituem a maior ameaça aos governos
populares
• A propriedade é a principal fonte de diferença entre
os indivíduos. É a fonte mais comum e duradoura das
facções.
As facções (continuação)
• As facções são inevitáveis. Não devem ser
eliminadas, mas contidas.
• O princípio da maioria é uma ameaça aos
direitos das facções minoritárias: a maioria,
diante da tendência “natural” de abuso do
poder, deve ser freada pela Constituição.
• Riscos da democracia degenerar, e se converter
em tirania da maioria
• Madison propõe diversos “remédios” ou filtros
para limitar o poder das facções.
Separação de poderes:
• “A distribuição equilibrada dos poderes entre os
diferentes departamentos, a adoção do sistema de
controle legislativo, a instituição de tribunais
integrados por juízes não sujeitos a demissões sem
justa causa, a representação do povo no Legislativo
por deputados eleitos diretamente – tudo isso são
invenções totalmente novas ou tiveram acentuado
progresso rumo à perfeição nos tempos modernos.
Constituem meios poderosos pelos quais os méritos
do governo republicano podem ser assegurados e
as suas imperfeições reduzidas ou evitadas”.
Sistema de freios e contrapesos
Liberdade e tirania:
• O vigor do governo é essencial à
segurança e à liberdade. Para que os
julgamentos sejam justos, a liberdade e a
segurança devem estar unidas.
• Dentre os homens que derrubaram a
liberdade das repúblicas, a maior parte
começou sua carreira bajulando o povo.
Começaram demagogos e acabaram
tiranos.
Em defesa da União:
• “Uma União sólida será da máxima importância à
paz e à Liberdade dos Estados, como uma
barreira contra facções e insurreições internas”.
• É impossível ler a história das pequenas
Repúblicas da Grécia e da Itália sem sentir horror
ou aversão diante das confusões que
continuamente as agitavam e da rápida sucessão
de revoluções através das quais se mantinham
num estado de constante oscilação entre os
extremos da tirania e da anarquia”.
Defesa da República, não da Democracia:
• Uma democracia pura — que defino como uma sociedade congregando
um pequeno número de cidadãos que se reúnem e administram o governo
pessoalmente — tem de admitir que não há cura para os males da facção.
Uma paixão ou interesse comum dominará, em quase todos os casos, a
maioria do conjunto; da própria forma de governo resultarão
entendimentos e acordos; e nada haverá para controlar a propensão para
sacrificar o partido mais fraco ou um indivíduo antipático. É por isso que
tais democracias têm sido sempre palco de distúrbios e controvérsias,
têm-se revelado incapazes de garantir a segurança pessoal ou os direitos
de propriedade e, em geral, têm sido tão breves em suas vidas quanto
violentas em suas mortes. Os políticos teóricos, que defendem tais tipos
de governo, erroneamente supõem que, ao reduzir a humanidade a uma
perfeita igualdade em seus direitos políticos, conseguirão ao mesmo
tempo igualar e assemelhar completamente seus bens, suas opiniões e
seus sentimentos.
República:
• Uma república — que defino como um governo no qual
se aplica o esquema de representação — abre uma
perspectiva diferente e promete a cura que estamos
buscando. Examinemos os pontos nos quais ela difere
da democracia pura e compreenderemos tanto a natureza
da cura como as vantagens que devem resultar da União.
• Os dois grandes pontos de diferença entre uma
democracia e uma república são: primeiro, o exercício
do governo, nesta última, é delegado a um pequeno
número de cidadãos eleitos pelos demais; segundo, são
bem maiores o número de seus cidadãos e a área que ela
pode abranger.
Povo e representantes:
• Os representantes não devem ser muito
numerosos, a fim de prevenir a “confusão das
multidões”.
• “Um número maior de cidadãos e um território
mais extenso se ajustam melhor sob um
governo republicano do que sob um
democrático, e é essa circunstância
principalmente que torna as combinações
facciosas menos temidas no primeiro caso do
que no segundo”.

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