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O sistema constitucional Norte Americano 2011/1

INTRODUÇÃO:

Conceito de constituição - Constituição é assim o Direito do Poder;


sendo o poder a capacidade de coacção de indivíduos e propriedade. Temos é
que ter consciência de que uns mandam e os outros obedecem e a Constituição
define exactamente qual o tipo de relação, e até que ponto podemos
determinar quem manda e até que ponto quem manda pode determinar o
nosso comportamento. Nas sociedades democráticas o povo é que determina
quem manda, e quem manda habitualmente pode pouco em relação ao povo.

Duas ideias de constituição - Há quem diga que só é Constituição


aquele documento escrito, cujo primeiro exemplar é a Constituição dos Estados
Unidos da América do ano de 1787 que fixa um sistema livre de governo e
limita os poderes políticos e garante os direitos do indivíduo. Esta visão assenta
numa perspectiva teleológica ou finalista da Constituição.

Visão teleológica - A Constituição tem objectivos definidos. Ela serve para


limitar o poder político e garantir as liberdades do indivíduo. Há quem tenha
uma outra visão, e que diga que qualquer norma que estabeleça relações entre
governantes e governados é uma Constituição. Basta haver qualquer forma de
organização estamos perante uma constituição - Visão Formal.

A evolução histórica de ideia de Constituição Desde o tempo dos Gregos,


de Aristóteles e de Platão; que a ideia de Constituição é estudada. No entanto,
o constitucionalismo moderno surge basicamente com (3) três acontecimentos
revoluções do séc. XVII e séc. XVIII. Revolução Inglesa "Glorious Revolution"
1688 Revolução Americana 1776 Revolução Francesa 1789 São os três (3)
momentos fundamentais do Constitucionalismo moderno as três origens das
constituições modernas.

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Origem da constituição dos estados unidos da america

A Revolução Americana e Francesa são os outros dois pilares que


formam a raiz do constitucionalismo moderno. A revolução Americana deu-se a
partir de 1776 e culmina com a Constituição Americana de 1789. As colónias
Americanas eram colónias pertencentes à Inglaterra e a partir dos meados do
séc. XVIII começa-se a verificar que os ingleses dominavam os Estados Unidos
cobravam impostos aos Americanos e em troca não deixavam os Americanos
estarem representados no Parlamento Inglês. Tradicionalmente existia uma
relação directa entre quem pagava impostos e quem estava representado no
Parlamento. Os Americanos não gostam da ideia, - se os Ingleses não fazem
nada por eles, e se são eles que ainda têm que fazer alguma ciosa pelos
Ingleses então mais vale serem independentes e tratarem de si. Esta questão
foi graduativamente tomando mais importância, até que o Rei Inglês Jorge III
decidiu que os impostos deviam ser aumentados, além de aumentar o controlo
sobre a vida americana. Daí surgiu um movimento de revolta que gerou uma
guerra, designada pela GUERRA DA INDEPENDENCIA. Os americanos foram
comandados pelo general Washington e ganharam a Guerra da Independência
onde um dos princípios básicos defendidos foi o "no taxation without
representation" . Houve então uma revolução que foi ganha pelos Americanos e
daí resultaram os treze estados originais (a primeira bandeira Americana tinha
apenas 13 estrelas em circulo que representavam os 13 estados originais e a
medida que iam entrando novos estados as estrelas foram-se acumulando).
Estes 13 estados numa primeira fase uniram-se numa confederação.

O federalismo

Quando vá rios grupos de cidadã os livres — com diferentes línguas, religiõ es ou


normas culturais — escolhem viver sob um quadro constitucional acordado,
esperam um certo grau de autonomia local e as mesmas oportunidades
econó micas e sociais. Um sistema federal de governo — poder compartilhado em
nível local, regional e nacional — confere poder aos eleitos, que elaboram e
administram políticas adaptadas para as necessidades locais e regionais.
Trabalham em parceria com o governo nacional, devendo cada um deles resolver
os muitos problemas que a naçã o enfrenta.

 O federalismo é um sistema de poder e de tomada de decisã o


compartilhada entre dois ou mais governos livremente eleitos, com
autoridade sobre as mesmas pessoas e a mesma á rea geográ fica. Garante e
protege a capacidade de tomar decisõ es onde os resultados sã o sentidos de
forma mais imediata — nas comunidades locais, bem como nos níveis mais
altos do governo.

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 O federalismo promove a responsabilidade do governo para com as pessoas


e incentiva a participaçã o dos cidadã os e a responsabilidade cívica ao
permitir que os governos locais elaborem e administrem leis locais.
 Um sistema federal é reforçado por uma constituiçã o escrita, que concede
autoridade e delinear o â mbito das responsabilidades compartilhadas por
cada nível de governo.
 Embora se concorde, de um modo geral, que os governos locais devem
satisfazer as necessidades locais, algumas questõ es sã o deixadas para o
governo nacional. A defesa, os tratados internacionais, os orçamentos
federais e os serviços postais sã o, muitas vezes, citados como exemplos.
 As leis locais refletem as preferências segundo as quais as comunidades
locais escolhem viver — polícia e bombeiros, administraçã o escolar, saú de
local e regulamentos sobre a construçã o sã o, com frequência, decididos e
administrados localmente.
 Relaçõ es intergovernamentais significam que vá rios governos num Estado
Federal (nacional, regional e local) trabalham juntos quando questõ es de
autoridade estatutá ria implicam na necessidade de tratar as questõ es de
forma cooperativa. O governo nacional tem muitas vezes a autoridade para
interceder em disputas entre regiõ es.
 Num país geograficamente grande e economicamente diversificado, as
disparidades de renda e bem-estar social entre as regiõ es podem ser
tratadas pelo governo nacional através de políticas que redistribuem os
impostos arrecadados.
 Um sistema federativo é receptivo e abrangente. Os cidadã os sã o livres
para se candidatarem a posiçõ es no governo em todos os níveis — o
governo local e o nacional oferecem a maioria das posiçõ es e, talvez, a
melhor oportunidade de fazer diferença em suas comunidades.
 O federalismo proporciona oportunidades mú ltiplas para os partidos
políticos servirem seus eleitores. Mesmo que determinado partido nã o
detenha a maioria no Parlamento ou no Executivo, lhe é permitido
participar nos níveis regionais e local.

Presidencialismo

O presidencialismo é um sistema de governo no qual o presidente da repú blica é


chefe de governo e chefe de Estado. É chefe de governo e chefe de Estado. Como
chefe de Estado, é ele quem escolhe os chefes dos grandes departamentos ou
ministérios. Juridicamente, o presidencialismo se caracteriza pela separaçã o de
poderes Legislativo, Judiciá rio e Executivo.

Composição orgânica do sistema presidencialista estadunidense

Nos Estados Unidos, o sistema de governo é, no essencial, composto por :


presidente, que acumula as funçõ es de chefe de Estado e de Governo; Congresso,
que detém as funçõ es legislativas e é composto pelo Senado e pela Câ mara dos
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Representantes (em razã o da forma de estado federal), e pela Suprema Corte, para
as questõ es judiciais.

De acordo com Jorge Miranda, existe uma interdependência funcional entre os


ó rgã os no sistema presidencialista. Isto de facto acontece, tendo em conta os
poderes do presidente, que pode vetar legislaçã o emanada do parlamento ou
enviar mensagens a este com manifestaçã o de vontades. Por outro lado, o
presidente tem também o poder de autorizar ou nã o pedidos de créditos
orçamentais e nomeaçõ es de altos cargos do Estado. O parlamento pode demitir o
presidente em situaçõ es de impeachment. Já o presidente nã o pode dissolver o
Congresso, independentemente de circunstâ ncias.

Confederação - união de estados mais leve que uma federação, em que


cada um dos estados mantém um alto grau de independência. Por isso na
primeira fase da revolução Americana cada um dos estados ficou relativamente
independente porque tinham medo que um novo poder central (igual ao poder
do Rei Inglês) se impusesse e oprimisse as liberdades Americanas. Numa
primeira fase os Americanos constituem-se numa confederação (uma federação
em menor grau). A confederação não funcionou nos primeiros anos, porque os
estados não se entendiam uns com os outros. Daí surgiu a ideia de se fazer
uma Constituição Federal, criando-se uma verdadeira união de estados. Surge
então a constituição de 1789 que cria os estados unidos da América. É a
primeira constituição escrita dos tempos modernos e a que serve de exemplo
para todas as outras constituições hodiernas.

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As emendas da constituição

O texto de 1787 foi, desde de então ate hoje completado por 25 emendas que
mais rigorosamente talvez se devessem em chamar aditamentos. É assim que
os 1º dez, proposto logo em 1789 por influência de jefferson e iniciativa de
Madison, constituem uma declaração de direitos complementados pela
constituição.
Estas emendas ou aditamentos tem de ser aprovados por dois terços dos
membros das duas casas do congresso (senado e câmara dos representantes)
e, depois disso, entram em vigor se obtiverem a ratificação dos órgãos
legislativos de três quartos do número total dos estados federados.
Desde o inicio da vigência da constituição já foram propostas mais de três mil
emendas no congresso; obtiveram votos favoráveis destes apenas 31; e foram
ratificadas pelo menos 25, a última das quais é de 1967: a 25º emenda regula
a substituição do presidente nos seus impedimentos e do vice-presidente
quando falta ou assuma a presidência.

Quais os objectivos e a estrutura da constituição norte americana

A primeira ideia base é de que a Constituição é feita pelo povo e para o povo,
não é uma Constituição dada pelo Rei. A Constituição Americana começa por
dizer "nós o povo" estabelecemos esta Constituição. É o povo que estabelece
a Constituição para garantir a sua liberdade. Mas porque se tinha verificado que
sem existir um poder político organizado, não havia poder político possível é
criado um poder central federal. Existia então um problema, se por um lado era
necessário dar poder para orientar os EUA por outro havia receio de dar
"poder ao poder", porque o poder iria retirar ao povo a recém conquistada
liberdade. Decidiu-se fazer estatuir preceitos expresso, a fim de preservar a
liberdade do povo e onde se estabelecesse o poder político, mas ao mesmo
tempo limita-se esse mesmo poder, fica-se a saber o que é que o Governo faz e
quais os seus limites, a Constituição foi o instrumento que os Americanos
descobriram para limitar o poder. O poder é limitado de várias formas. Uma
delas é através da separação de poderes em vez de se instituir um poder
centrado no Rei ou no parlamento, são instituídos três poderes:

a) - Poder executivo - O poder executivo é dado ao Presidente que é eleito


de 4 em 4 anos

b) - Poder legislativo - O poder legislativo é dado a 2 câmaras (a de Senado


e a Câmara dos representantes)

c) - Poder judicial - O poder judicial é dado ao Supremo Tribunal. além disso


cada um controla o outro. Existem os chamados "checks and balances", esse

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controlo é feito da seguinte maneira: o senado pode depor o presidente em


caso extremo (nos EUA só houve duas situações onde se tentou depor o
presidente).

O Impeachment - foi o Presidente Andrew Johnson que sucedeu ao


Presidente Lincoln e num passado recente ao Presidente Clinton. Em ambos os
casos perderam porque para haver sucesso para depor o presidente são
necessários 2/3 dos votos dos senadores, no caso de Andrew Johnson
perderam apenas por um voto, no caso de Clinton foi uma derrota completa.

È essa forma que o legislativo tem para poder controlar o presidente;


mas por outro lado os presidentes também controlam o legislativo através do
direito de veto, se o legislativo aprova uma lei que o presidente não concorda,
o presidente pode vetar essa lei. O Impeachment e o veto controlam-se
mutuamente.

Quanto ao judicial tem a função de verificar a constitucionalidade das leis


que o legislativo faz e a legalidade dos actos do presidente. Isto é o Supremo
Tribunal tem o poder de ver se os actos normativos e os actos executivos são
conforme ou não a Constituição Americana, se não forem pode declara-los
inconstitucionais ou ilegais e retirar-lhes o efeito. O Supremo Tribunal controla
o Presidente e o legislativo. O Presidente e o legislativo controlam o Supremo
Tribunal através da nomeação; quem nomeia os juízes é o presidente, mas essa
nomeação tem que ser confirmada pelo Senado. É um sistema meticulosamente
organizado para impedir que o poder político perturbe a vida do cidadão (está
normativamente pensado para garantir a liberdade do cidadão), e para que
nenhuma ideia ou ideologia se torne única e alcance predominância
eternamente.

O elemento chave aqui é o poder judicial porque é o poder judicial que


pode travar qualquer acto dos outros dois poderes quando os considere
inconstitucionais (em teoria o poder judicial pode travar qualquer acto que seja
contrário à liberdade que é o fundamento da Constituição). É o guardião, o
intermediário entre o povo e os outros órgãos; ao poder judiciário compete
intervir para garantir as liberdades do cidadão, para proteger os cidadãos dos
atropelos do estado. Esta concepção parte de uma ideia simples, o estado é um
mal necessário e que tem sempre a "intenção" de tirar a liberdade do indivíduo,
de ocupar o espaço do indivíduo, por isso há que limitar o estado ao máximo.
Dois exemplos do papel dos tribunais Americanos para garantir as liberdades.

A esse tipo de liberdade que se quer para o povo, teve impacto a nível
da economia e pode-se claramente notas que a economia Americana é baseada
na ideia de economia de mercado, para essa economia funcionar bem os
consumidores devem ir ao mercado. Compram o que querem e vendem o que
querem, e o estado não deve de interferir (uma espécie do que aconteceu em
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França com o conhecido "laissez faire, laissez passez" a partir de certa


altura na América e em geral no mundo começou-se a achar que a economia
de mercado tinha vários problemas e isso teve sue impacto a nível social, pelo
que devia de haver um limite de horas diárias de trabalho entre outras
reivindicação.

E em 1929 deu-se a queda da Bolsa de Wall Street e as pessoas


perderam imenso dinheiro, a economia Americana entrou numa grande crise, o
desemprego aumentou, a economia capitalista entrou em crise.

O presidente Americano Roosevelt foi eleito com um "pacote" de


medidas para resolver o crash de 1929. Nesse pacote o presidente Roosevelt
tencionava intervir directamente na economia apoiando empresas, criando
subsídios de desemprego, limitando a liberdade económica intervindo na
economia; mais uma vez o Tribunal de Justiça declarou que as medidas de
Roosevelt eram inconstitucionais e que ofendiam os princípios da liberdade.
Houve uma "guerra" entre o presidente e o Supremo Tribunal que só acabou
quando o presidente tentou arranjar uma forma de renovar o Supremo
Tribunal. O poder judicial na América é muito forte vê-se nitidamente no
primeiro exemplo e que interfere directamente com a política. No segundo
exemplo (este historicamente é considerado muito positivo) é em relação ao
programa dos negros nos EUA.

A observação e a experiência mostram que se trata de constituição


simultaneamente rígida e elástica.

Rígida - visto que não pode ser alterada e modos idênticos aos adaptados para
a feitura das leis, das leis ordinárias, e qualquer modificação requer um
processo complexo, com intervenção dos estados,

Elástica - visto que, a partir do seu texto primitivo, na aparência inata, e dos
aditamentos, tem podido ser concretizada, adaptada, vivificada (e até
metamorfoseada) sobretudo da acção dos tribunais.

Ideia base – Nos Estados Unidos da América, foi tão propalado e ideia de
igualdade e liberdade, mas pratica os pretos e os brancos eram igual mas
separados havia escolas para brancos " Havia escolas para negros. Havia
autocarros para brancos " Havia autocarros para negros. Havia bares para
brancos " Havia bares para negros. Até que apareceu um advogado negro
chamado Thurgood Marshall, o qual propôs uma série de acções contra os
estados que praticavam estas medidas, pedindo a declaração de
inconstitucionalidade dessas medidas. Ficaram conhecidos como os casos
BROWN.

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O Supremo Tribunal em 1955, declarou que estas medidas eram


discriminatórias e inconstitucionais. Os estados mais a sul preparavam-se para
não cumprir as ordens do Tribunal, quando os negros se iam inscrever as
universidades dos brancos os estados mandavam a policia as universidades a
fim de evitar que os negros se inscrevessem nas escolas dos brancos. O
Tribunal tomou uma segunda decisão (Brown II) de enviar as tropas federais
de modo a que a decisão do tribunal fosse acatada. Os primeiros negros que se
foram inscrever às universidades brancas iam rodeados de tropas.

Mas o que é certo é que a partir daí foi garantida a igualdade formal
contra brancos e negros. Através destes dois exemplos vê-se o papel forte que
os Tribunais exercem. Grandes decisões da política Americana são tomadas
pelo Supremo Tribunal em nome do princípio de que Supremo Tribunal
representa a Constituição e tem como base we the people. Todo o sistema
Americano é baseado na legitimidade popular, a Constituição surge para
garantir a liberdade dos indivíduos e limitar o poder político, o poder judicial
tem um papel fundamental. Essa Constituição também criou normativamente
(em termos de direito) a ideia da separação dos poderes e de (checks and
balances)

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O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS E O PRIMEIRO-


MINISTRO BRITÂNICO

Apesar de algumas semelhanças entre o sistema de governo e


constitucional dos Estados Unidos e a Grã-bretanha, convém demonstrar aqui,
a dicotomia entre essas duas posições
Do Primeiro-Ministro dentro do Gabinete Britânico e o sentido politico
conferido ás eleições gerais na Grã-Bretanha têm levado a algumas
semelhanças no sistema Britânico de governo e o sistema Americano – ou seja,
a sugerir que, sob a capa de parlamentarismo, o que existe no fundo em
Inglaterra é um sistema presidencialista.

Na verdade, dir-se-iam semelhantes a posição do Presidente nos Estados


Unidos e a do Primeiro-Ministro britânico. Ambos são objecto de votação
popular (ao elegerem o Deputado do seu círculo, os eleitores britânicos votam
no respectivo partido e no seu chefe, o qual, se o partido for maioritário, se
tornará automaticamente Primeiro-Ministro); e um e outro praticamente
mantêm-se no poder por um período certo, sem serem derrubados pelo
Congresso ou pela Câmara dos Comuns.
Todavia, esta tentativa de aproximação não se afigura totalmente
satisfatória, mesmo abstraindo de considerações de ordem jurídica. Várias são
as razões que recomendam a rejeição:
1ª) - O Primeiro-Ministro é deputado e é membro do Gabinete, órgão
colegial; o Presidente identifica com o poder executivo, pois não há
Governo próprio nos Estados Unidos, mas sim uma administração submetida ao
Presidente;
2ª) As decisões politicas em Inglaterra é tomadas em Gabinete e perante o
Parlamento, o que não acontecer nos Estados Unidos, acontece sim, mas no
congresso;
3ª) O Primeiro-Ministro tem de ter maioria na Câmara dos Comuns, mas o
Presidente Americano não tem que o ter no Congresso;
4ª) São bastante diversos os meios de fiscalização parlamentar, não menos
eficazes nos Estados Unidos do que em Inglaterra;
5ª) O Primeiro-Ministro é essencialmente o chefe de um partido politico, do
qual depende e no qual tem de se impor – em congressos anuais e no interior
do respectivo grupo parlamentar – em concorrência com vários candidatos a
essa chefia; o Presidente recebe um mandato nacional;
6ª) O Primeiro-Ministro pode ser substituído a meio da legislatura, não o
Presidente;
7ª) O Primeiro-Ministro pode ganhar sucessivas eleições; o Presidente, só pode
ser reeleito uma vez;
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8ª) Ao contrário dos partidos Ingleses, de forte disciplina e distinta base, os


partidos Americanos não tem consistência ideológica, são muito localizados por
Estado e, por conseguinte, permitem diferentes maiorias consoante as
questões.

É inegável que tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos se tem
evoluído para formas de democracia, a que já tem sido dado nome de
democracias directas (e não democracias mediatizadas), por permitirem a
participação imediata dos cidadãos na escolha dos governantes.

O sistema presidencial é de interdependência de coordenação: há


diversos órgãos políticos que actuam com autonomia uns perante os outros nas
suas esferas respectivas, mas que devem colaborar para a prática de certos
actos preestabelecidos.

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REVOLUÇÃO AMERICANA/CONSTITUIÇÃO

Vontade geral - é uma ideia que vem de Rousseau que pretende conciliar os
interesses do indivíduo com os interesses da comunidade. Rousseau defende
que os indivíduos numa primeira fase da sociedade realizam um contrato social
segundo o qual abdicam das liberdades individuais ao Estado, e em troca deste
contrato o estado garante-lhes a liberdade e as propriedades individuais. Este
Estado funciona através da vontade geral (ao qual o povo adere de forma
voluntária) o Estado existe para satisfazer a vontade geral.

A vontade geral tem uma formação básica assentada da decisão de


maioria e toma a forma de lei. A lei representa a vontade geral e a vontade
geral é a decisão do povo. Como se chega a essa vontade geral? Através do
voto maioritário, o povo vota maioritariamente determinada decisão, essa é a
vontade geral que assume a forma de lei. Não há tribunais, nem igreja, nem
referendos, não há nada, a lei é a manifestação da vontade geral, porque a
vontade geral não deve ser vista como a emanação das vontades individuais do
povo, mas a determinação de todo um povo, é por isso que Rousseau não
admite vontades parciais, como as dos sindicatos, das igrejas, das
confederações patronais.

Na visão de Rousseau e na visão Francesa o quadro é simples, as


pessoas entregam-se ao estado e a partir daí participam na decisão de criar a
vontade geral. A partir desse momento a vontade geral está decidida
transforma-se em lei e a lei é para ser aplicada, não há nem deve de haver
obstáculos a aplicação da lei. Os juízes têm por isso a função de ser "A boca
que pronuncia as palavras da lei", são meros intermediários, não têm poder
próprio. Quando a maioria exprime o seu voto, a sua decisão os outros têm que
obedecer, não há a possibilidade de haver protecção das minorias. Se a
comunidade for maioritariamente católica, os valores católicos devem ser
impostos.

É por isso democrática, no sentido da formação da vontade mas depois


não respeita as individualidades, nomeadamente porque é uma construção
racional e de vontade geral. Não está ligada à experiência nem à observação
dos factos, está ligada a construção de um modelo racional dedutível só assim
é que se tem um modelo (temos eleições, temos vontade geral, temos a lei - o
executivo aplica a lei, a Assembleia faz a lei e a judicial interpreta a lei). Não
tem que haver pluralismos nem discussões entre os poderes.

Nação - (a soberania na Constituição Americana reside no povo) aqui é criada


a ideia de nação que é também uma ideia um pouco racional, a nação envolve
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o povo, mas envolve também a história do povo, a cultura do povo. É uma ideia
orgânica. É desta ideia de nação que depois do século XIX vão surgir os
nacionalismos, cada um dos povos quer agregar-se a uma entidade cultural e
histórica própria. Enquanto a Constituição Americana diz que a soberania reside
no povo, a Constituição Francesa diz que reside na nação (não reside apenas
no povo, existe algo mais para além do povo). A revolução Francesa é muito
ambígua pois não nos dá um sinal claro ao passo que a revolução Inglesa deu-
nos um sinal claro da ideia de parlamento, a revolução americana a separação
de poderes; na revolução Francesa temos sinais contraditórios até a própria
história da revolução Francesa é contraditória, principalmente quando
conduzem a visão autoritária e totalitária da sociedade. Basicamente todas as
grandes discussões são estabelecidas nestas três revoluções, a partir daqui o
que se fez foi afinar, desenvolver e corrigir os rumos, mas aqui estão
estabelecidos os grandes princípios orientadores.

CONCLUSÃO:

De diferente do constitucionalismo inglês, nos Estados Unidos houve um poder


constituinte originário que produziu em 1787 um texto codificado, rígido e
sintético com aspecto essencialmente principiológico e inicialmente politico,
incorporando a declaração de direitos individuais fundamentais a partir da dez
emendas que constituíram o Bill of Rights.

O constitucionalismo estadunidense criou o sistema de governo presidencial, o


federalismo, o controle difuso de constitucionalidade, mecanismo sofisticados
de freios e contrapesos e uma suprema corte que protege a constituição, sendo
sua composição uma expressão do sistema controle entre os poderes
separados.

Sobre a constituição norte-americana muito tem sido dito, e por isto, muitos
são também os equívocos. Primeiro diz-se que os Estados Unidos tiveram
apenas uma constituição, mas esta não parece ser a compreensão de seus
intérpretes e estudiosos. Alguns autores afirmam encontrar-se nos EUA ao
menos três constituições, outros falam em sete constituições diferentes. Isto
significa que, embora desde 1787 o texto com sete artigos permaneça em vigor
com 27 emendas, ocorreram modificações interpretativas que atribuíram
sentidos diversos aos significantes do seu texto, e estas mudanças de
compreensão geraram novos direitos.

Para compreender o que foi dito é importante que lembrar que constituição não
é texto. O texto é um sistema de significantes aos quais atribuíram significados.
Neste sentido toda leitura de um texto, significa atribuição de sentidos e
atribuição de sentidos significa atribuir valores, valores estes que mudam com a
mudança da sociedade. A sociedade muda através das contradições e conflitos
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internos e externos. Logo, quando muda a sociedade, mudam os valores, logo


mudam os conceitos das palavras (significantes), aos quais portanto possamos
atribuir novos significados.

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