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Direito Constitucional

O Estado e os Sistemas Constitucionais

Elementos essenciais para a existência de um Estado

• Povo
• Território
• Soberania/ Poder Político

O Estado é o modo de organização da Soberania. A soberania estabelece-se entre o Estado (titular da


soberania) e aqueles com quem assume um vínculo especial de cidadania (O Povo) Artº 1º, Artº 3º,
Artº 4º, numa determinada circunscrição geográfica (o território).

Processo de formação de um Estado:

1º critério – Quanto ao modo: Se é um Estado pacífico/ Violento

2º Critério – Quanto á concordância: De acordo com o sistema atual de leis ou contra

3º Critério – Quanto ao tipo de Desenvolvimento: Desenvolvimento interno

Desenvolvimento externo

Localização História do Estado – Tipos fundamentais

Estado Oriental

➢ Poder reside na religião: Teocracia


➢ Lider Político = Lider Religioso
➢ Direitos dos indivíduos reduzidos
➢ Sentido territorial alargado Ex. Jihad – Espalhar a religião
Insinua o alargamento do território

Estado Grego

➢ Cidades estado (Polis)


➢ Regime democrático utópico (Escravatura Ateniense)
➢ Senado – Em termos territoriais fechado
➢ Participação dos indivíduos um pouco mais ativo no entanto pouca liberdade fora do estado
➢ Período de grande importância para o pensamento político constitucional
Sui genereis
Liberdade dif de escravatura
Direitos políticos atribuídos aos homens
Igualdade perante a lei só para alguns (neste caso cidadãos gregos)
Filósofos – Platão: Républica
Aristóteles: Política
Estado Romano

➢ Império Roamno
➢ Senado
➢ Território Expansão

Estado Medieval

➢ Invasão Bárbara
➢ Povo tende a isolar-se (Feudalismo)
➢ Poder privatizou-se
➢ Autoridade Universal (Igreja)
➢ Reconhecido por todos
➢ Autoridade local – Monarca
➢ Autoridade parcelado com os senhores Feudais e ordens religiosas
➢ Em Portugal foi um período de instabilidade e insegurança geral
➢ Nuno Alvares Pereira fundamental na resolução da crise de 1383 e 1385 onde a independência
de Portugal estava em jogo

Estado Moderno e Europeu

➢ Burguesia começa a ganhar força (Burguesia Comercial e Burguesia Industrial)


➢ Rivalizam com o Rei (Monarca absoluto)
➢ 1789 Revolução Francesa – Estado Liberal
Rejeição da Monarquia absoluta dá origem ao princípio de separação de poderes –
Assegurar o equilíbrio entre o exercício do poder político como determinação do
interesse público. A lei passou a ser sinónimo de liberdade e de igualdade. Vem trazer
direitos, liberdades e garantias e direitos sociais e culturais no seu início - Estado Social

Noção de Estado

Estado é a complexidade de organização e atuação caracterizada pela institucionalização, pela


coercibilidade e automatização do poder político e pela sedentariedade

➢ Complexidade: Centralização do poder, multiplicação e articulação de funções, diferenciação de orgãos


e serviços, acarreta uma pluralidade de tarefas organizacionais e funcionais, organismos
enquadramento em termos de faculdades, prestações e imposições;

➢ institucionalização dos objetivos e das atividades: separação dos interesses pessoais e particulares dos
interesses do Estado, criando-se a ideia de personalidade coletiva; dissociação entre a autoridade
política e a pessoa que no momento a exerce, permanência do poder além da mudança de titular. A sua
subordinação ao bem comum. Criação de instrumentos jurídicos de mediação de formação da vontade
coletiva
➢ autonomia dos fins: O Estado dissocia os seus fins daqueles pretendidos pelos seus membros
individualmente considerados, realçando a ideia de bem comum; o Estado é detentor do poder político
e expressa-se em função deste.
• Autonomização do Poder Político : O poder político é constitutivo dele mesmo, de tal forma que é o
Estado que se autodetermina e auto-organiza; O Estado tem como fim a sua sobrevivência/
Preservação, ficando assim as suas ações justificadas em nome dos seus objetivos
• sedentariedade do exercício de poder: Não havendo Estados virtuais ou Estados nómadas, para o
ser, o Estado carece de uma localização espacial. O Estado requer continuidade, quer no tempo, quer
no Espaço, exigindo assim uma fixação num determinado território e uma estabilidade política
constante
• coercibilidade dos meios: o Estado é o depositário supremo das estruturas de coerção, que permitem
a aplicação do Direito. Poder político: capacidade de criar normas que regulam comportamentos e
de as impor, através de um aparelho coativo, se necessário. Possibilidade de uso da força, cabendo
ao Estado a Administração da Justiça entre as pessoas e grupos.

A forma do Estado é o modo como o poder soberano se relaciona com poderes de natureza idêntica

A forma de Governo em Portugal é unitário (não existe uma divisão de poder soberano dentro da
unidade estadual, embora possa existir diferentes “arranjos” quanto á distribuição de poderes Artº 6º
“unitário e respeita na sua organização e funcionamento o regime autonómico insular e os princípios da
subsidiariedade ,da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da
administração pública” diferente da forma Federal que corresponde a uma associação de estados
soberanos que dá origem a um novo Estado, O Estado soberano Federal, forma de união de Estados

Direito Público Vs Direito Privado

Teoria dos sujeitos

Assenta na qualidade dos sujeitos das relações jurídicas disciplinadas pelas normas a qualificar de Direito
Público e Direito privado.

Assim, o Direito Privado regula as relações jurídicas estabelecidas entre particulares ou entre
particulares e o Estado ou outras Entes Públicas, mas intervindo o Estado despidos de Poder Soberano.
Estamos diante de Direito Público quando tratamos de normas que estruturam o Estado e outras
pessoas coletivas dotadas de personalidade jurídica ou que disciplinam as relações destes com os
privados

Do interesse

Matéria ex. CC, Direito Civil, Direito Comercial, Direito do Trabalho

Do Poder de Autoridade

Limitação e Legitimação do Poder Político

Direito Público Direito Privado


• Direito Constitucional • Direito Civil
• Direito Internacional • Direito Comercial
• Direito Administrativo • Direito do trabalho
• Direito Criminal/ Penal
• Direito Fiscal
Constituição – Norma suprema : 1ª na hierarquia das fontes

Tipos de Constituição

Escritas Ex Constituição Portuguesa e a maioria das constituições Europeias, sistematizadas num


documento único !ª na hierarquia das fontes de Direito

Não Escritas Ex Constituição Inglesa - consuetudinária: é a constituição consistente em normas


esparsas, não aglutinadas num texto solene, centrada nos usos e costumes, na prática política e judicial.
Seu grande exemplo é a constituição inglesa que não tem um documento escrito, um código.

Rígida: Ex Norte Americana (vão se fazendo emendas – “emendments”) - é aquela que possui um
procedimento de alteração mais rigoroso (é a constituição difícil de ser alterada).

Semi-rigidas é rígida e flexível ao mesmo tempo, em que determinados assuntos exigem maior
formalidade para serem alterados e outros que tem pouca dificuldade para serem alterados, como por
exemplo a Constituição Imperial.

Flexíveis: possui o mesmo procedimento de alteração das demais leis (é a constituição fácil de ser
alterada).

História Constitucional Portuguesa (6 constituições)

MONARQUIA

1822 – 1ª Constituição Portuguesa. Teve origem na Revolução Liberal de 1820

1826 – 2ª Constituição Portuguesa. (excecional) Não teve origem numa revolução (carta constitucional)

1838 – 3ª Constituição Portuguesa. Teve origem na Revolução anti-cartista de 1836. Liberais radicais
contra partidos da carta (Monarquia)

1ª REPÚBLICA

1911 – 4ª Constituição Portuguesa (1ª Constituição Republicana) Teve origem na Revolução Republicana
de 1910

ESTADO NOVO

1933 – 5ª Constituição Portuguesa (Estado Corporativo/ Ditatorial) Provém da Revolução militar que
institui a ditadura militar pelas mãos de Gomes da Costa. Salazar é chamado ao Governo e
assume Ministério das Finanças e Presidência do Conselho de Ministros

CONSTITUIÇÃO VIGENTE REPUBLICANA

1976 – Provém da Revolução de 25 de Abril liderado por Salgueiro Maia – Governo Provisório – Pinheiro
de Azevedo (Oficial da Marinha e Político)

Constituição é criada para evitar o Estado Novo Artº 128º


Revisões Constitucionais

A partir de 1976 houve 6 revisões constitucionais

1982 – Revisão Ordinária

1989 – Revisão Ordinária

1992 – Revisão Extraordinária (4/5 Deputados em efetividade de funções)

1997 - Revisão Ordinária

2001 – Revisão Extraordinária

2004 - Revisão Ordinária

2005 - Revisão Extraordinária

Revisão Constitucional – Artº 284º - 289º CRP

A constituição Portuguesa é uma constituição escrita, caracterizada a partir dos modelos Francês e
influência do modelo Alemão.

Após 7 revisões constitucionais, a Constituição de 1976 apresenta um estatuto semelhante ás suas


homólogas do denominado constitucionalismo moderno

Direito Constitucional comparado

Modelo Inglês - 1215 Magna Carta – Rei cede poder a favor dos Nobres: Lógica do Equilíbrio de poderes
(Rainha >reina mas não Governa)

Não têm constituição Escrita. Assente em documentos históricos (Bill of Rights) Monarquia representada
pela Camara dos Lordes e o Povo representado pela Camara dos Comuns. Existe a Lei do Costume
(Consuetudinário) chamado Common Law. Dão mais importância á jurisprudência. Rule of Law.
Parlamento e Gabinete. Leis passam da Camara dos Comuns á Camara dos Lordes até à ratificação pelo
Parlamento

Modelo Norte Americano – Federalismo Presidencial/ Governadores de Estados Federados.


Republica – Igualdade, Fraternidade, Liberdade
1ª Constituição 1787 com 7 artigos … We the people..
Constituição Rígida, não mexe, vão se fazendo “emendments” Ex 5th emendment – Direito ao silêncio
Existem 27 emendas. Representados pelo Congresso Senado e Camara dos Representados.
Regime Presidencialista – 4 anos de mandato. Membros do Congresso eleitos a cada 6 anos.
Maior importância na Jurisprudência

Modelo Soviético – Origem na Revolução Bolcheviquista


Um Partido Único – Assemleia 1 Partido
Poucos direitos
Tribunais pouco independentes

Modelo Brasileiro – 1824 (Constituição) Com Revolução Liberal de D. Pedro IV


Federação com Estados Independentes
Muitas constituições (8) Consituição Recente
Direito fundamental – Voto obrigatório aos 16 anos
Direito Constitucional

• É um ramo especial do direito público interno (Estatuto normativo do Estado) Serve para
disciplinar o próprio modo de exercício do poder pelos orgãos do Estado. Assegura a validade
dos atos praticados por estes nas suas relações entre si, com os cidadãos nacionais e
estrangeiros e mesmo no âmbito da aplicação do direito de fontes externas no plano do direito
interno, como o direito internacional e o direito Europeu.

No plano subjetivo é um direito que regula as relações de direito público entre orgãos de soberania

No sentido Objetivo estabelece os quadros normativos essenciais de todas as áreas do direito positivo

No plano Material é um direito baseado na supremacia sobre as restantes normas de ordenamento


jurídico

Princípio da Constituição

Principio é um preceito lógico antes da aplicação da norma inclui:

Valores Jurídicos normativos do Estado

I Os princípios que configuram o quadro dos valores jurídico-normativos do Estado português — artigos
1.º a 11.º da C.R.P

II Direitos fundamentais

As normas relativas a direitos fundamentais — artigos 12.º a 79.º da C.R.P

III Normas sobre a organização Económica

as normas sobre organização económica, hoje maioritariamente desatualizadas e caducas,


principalmente após a adesão de Portugal à União Europeia — artigos 80.º a 107.º da C.R.P

IV Normas sobre a organização do Poder Político

as normas sobre a organização do poder político, incluindo as regras sobre o funcionamento das
instituições políticas e sobre as fontes jurídico-normativas nacionais, sendo esta a parte mais extensa da
Constituição e aquela que constitui uma parte significativa do seu núcleo central de regulação — artigos
108.º a 278.º da C.R.P

V Os instrumentos de garantia da força normativa da constituição – Garantia de Revisão Constitucional

os instrumentos de garantia da força normativa da Constituição, nos quais se incluem os processos de


controlo de constitucionalidade e de ilegalidades qualificadas e de revisão da Constituição — artigos
277.º a 289.º da C.R.P.
Princípios de interpretação da constituição

1) Princípio da unidade da constituição : Parte de um sistema


2) Princípio da concordância prática: equilíbrio em relação às partes
3) Princípio da máxima efetividade: Proteger ao máximo
4) Princípio do efeito integrador: Aliviador de conflito entre partes ex empregado/ empregador

Ganha relevância Autónoma

Princípio da • Princípio da Prevalência da Constituição


Interpretação das em primeiro lugar
Leis em • Princípio da Conservação das Normas
conformidade com a • Principio da Exclusão da interpretação
Constituição conforme a constituição mas contra
“legem”

interpretação da constituição

A interpretação da constituição é a atribuição de um significado a um ou vários símbolos linguísticos


escritos na constituição com o fim de obter uma decisão de problemas práticos, normativos –
Constitucionalmente fundada

Normas = Enunciado

Hipótese Estatuição

Pressuposto de Facto = âmbito normativo Consequência Jurídica = Programa Normativo

Por vezes há referência a fragmentos de norma, segmentos de norma e articulação de normas

Tais referências aplicam-se nos casos de:

Disjunção de normas – O mesmo enunciado pode ter várias interpretações / respostas diferentes

Conjunção de normas – No mesmo texto encontram.se normas diferentes que se adicionam uma á
outra

Método Hermenêutico clássico de interpretação das normas da constituição

• Elemento Literal (filosófico, gramatical, texto)


• Elemento Sistemático (Lógico)
• Elemento Histórico
• Elemento Teleológico (Racional)
Poder Constituinte

Responsável pela criação ou modificação da constituição

1ª Classificação:

Originário: Criação ou substituição de uma constituição Original

Derivado: Poder de Revisão – Poder de incluir alterações na constituição de acordo com regras que ele
próprio determina

2ª Classificação:

Formal: Tempo, Prazo, a quem compete

Material : Matéria, assunto, ex: Familia, trabalho.


O que está no texto da CRP

Titularidade do Poder Constituinte

Procedimentos constituintes

1) Representativo ou Indireto: Tem Representação do Povo: Teoria da Soberania Popular (O estado


representa o Povo.
2) Direto – O Povo não tem intervenção Ex: Estado Novo
3) Misto – Participação maior do Povo
4) Monarquia – Povo não Participa nada ex: Carta constitucional 1826

Constituição Portuguesa em termos de procedimentos constituintes

A constituição de hoje é baseada nos direitos dos Cidadãos e Separação de Poderes no sentido de
limitação e interdependência – Regras de funcionamento e organização do Poder Político Artº 110 CRP

Princípios Fundamentais (arts. 1º a 11º): caracterizam as grandes variáveis constitucionais, tais como a
forma institucional de governo, o tipo histórico de estado, a forma política de governo, as formas do
estado, os fins do estado e ainda a identificação dos elementos do estado (povo, soberania e território);

➢ Parte I – Direitos e deveres fundamentais (arts. 12º a 79º);

➢ Parte II – Organização económica (80º a 107º);

➢ Parte III – Organização do poder político(arts. 108º a 276º);

➢ Parte IV – Garantia e revisão da Constituição (arts. 277º a 289º);

➢ Disposições finais e transitórias (arts. 290º a 296º)


O Sistema Jurídico do Estado de direito democrático português é um sistema aberto de regras e
princípios

Tipologia de Princípios

1) Princípios jurídicos Fundamentais princípios constitucionais jurídicos (sistema jurídico) Os


princípios que configuram o quadro dos valores jurídico-normativos do Estado português —
artigos 1.º a 11.º da C.R.P
2) princípios constitucionais políticos constitucionalmente conformadores (conformação do
poder público do Estado).
• Princípio da organização económico-social
• Princípios Definidores da estrutura do Estado
• Princípios Estruturantes do Poder Político
• Princípios caracterizadores da forma de Governo e organização política
em geral
3) Princípios Constitucionais impositivos
4) Princípio Garantia

Tipologia de Regras

1. Regras de ordem jurídico- organizatórias


• Regras de competência
• Regras de criação de orgãos (normas orgânicas)
• Regras de Procedimento
2. Regras jurídico- materiais
• Regras de direitos fundamentais
• Regras de garantias institucionais
• Regras determinadoras de fins e tarefas do Estado
• Regras constitucionais impositivas
- em sentido amplo
- em sentido restrito
- Imposições legiferantes
- Ordens de legislar
O princípio do Estado de Direito surge como um dos principais resultados do Constitucionalismo e do
Liberalismo, opondo-se aos regimes que lhe precederam, com a preocupação essencial de abolir o
Abolutismo. Surge assim como uma reação á Monarquia substituindo um governo de homens pelo
governo de leis. Preconiza uma limitação do Estado pelo direito (pelas normas jurídicas)

Dimensões fundamentais do príncipio do Estado de Direito

• Juricidade
• Constitucionalidade
• Sistema de Direitos Fundamentais
• Separação de Poderes
• Garantia da Administração Autónoma local

Juricidade

A opção por um Estado de Direito visa conformar as estruturas do poder e a organização da sociedade
segundo a medida do Direito. As regras de Direito estabelecem padrões de conduta ou comportamentos
e uma distanciação e diferenciação do individuo através do direito perante poderes políticos,
assegurando-lhes um Estado subjetivo, essencialmente caracterizado por Direitos, Liberdades e
Garantias.

Constitucionalidade

Tem de haver constituição

• Vinculação do legislador á constituição


• Vinculação dos restantes atos do Estado á constituição
• Força normativa da constituição

Sistema de Direitos fundamentais

Os direitos fundamentais são, portanto, aquelas garantias positivadas e previstas na constituição, com
força normativa-constitucional.

No princípio da separação de poderes, distinguem-se:

Na perspetiva Horizontal:

três poderes: poder legislativo – parlamento; poder executivo – rei e governo; poder judicial – tribunais

Na perspetiva Vertical: Hierarquia

Pessoal: Questões de incompatibilidade no exercício do Poder

Garantia da Administração Autónoma local

Separação de Poderes da administração central enquanto instrumento de prossecução de interesse dos


municípios em conformidade com a lei
Sub-Princípios concretizadores do Princípio de Estado de Direito

1) Princípio da legitimidade da administração


• Princípio da prevalência ou supremacia da lei -vincula a administração, proibindo-lhe
quer a prática de atos contrários à lei
• Princípio da reserva da lei- Aqui é exigida à atuação administrativa que tenha sempre
por base uma norma jurídica que habilite essa mesma atuação, isto é, os atos
administrativos têm de ter fundamento no bloco legal.
• Princípio da precedência da lei - de acordo com a qual o exercício dos poderes por parte
dos órgãos administrativos pressupõe a existência de uma base normativa/de uma
norma de fundamentação
2) Princípio da segurança Jurídica e da proteção da confiança dos cidadãos (certeza jurídica)
O princípio da segurança jurídica e da proteção de confiança Princípio da segurança jurídica:
exige a publicidade nos atos de poder público, assim como a clareza e a determinabilidade das
fontes de Direito
• Princípio da precisão ou determinabilidade das leis
• Princípio da Segurança jurídica
• 1º Ideia de Previsibilidade
• 2º Princípio das leis retroativas/ de retroatividade
3) Princípio da proibição do excesso
O princípio da proibição do excesso ou da proporcionalidade clássica é considerado por muitos
o mais importante princípio do Direito Constitucional gerado pelas perspetivas pós-positivistas
do direito e o centro da dogmática dos direitos fundamentais.
• Princípio da conformidade ou adequação dos meios
• Princípio da exigibilidade ou da necessidade

- O princípio da proporcionalidade Assenta numa limitação material interna à atuação jurídico-pública


arbitrária. Relaciona-se, portanto com a limitação do exercício do poder público, de modo a assegurar a
coerência global do Ordenamento Jurídico. Este principio começou por ser apenas uma orientação para
as atuações agressivas do poder público na esfera dos cidadãos, mas acabou por se expandir a outros
setores. A ideia de proporcionalidade desdobra-se em três vertentes: ❖ Adequação ❖ Necessidade ❖
Racionalidade

4) Princípio da proteção jurídica e das garantias processuais :


Artº 20 “O direito à tutela jurisdicional efectiva” como um direito fundamental

O princípio da segurança jurídica e da proteção de confiança Princípio da segurança jurídica: exige a


publicidade nos atos de poder público, assim como a clareza e a determinabilidade das fontes de Direito;

PALAVRAS-CHAVE:
certeza ; Estado de Direito ; previsibilidade ; proibição de retroatividade ; proteção da confiança ;
TEXTO:
A segurança jurídica consiste num princípio inerente ao Direito e que supõe um mínimo de certeza,
previsibilidade e estabilidade das normas jurídicas de forma a que as pessoas possam ver garantida
a continuidade das relações jurídicas onde intervêm e calcular as consequências dos atos por elas
praticados, confiando que as decisões que incidem sobre esses atos e relações tenham os efeitos
estipulados nas normas que os regem. 1. O princípio da segurança jurídica é deduzido pelo Tribunal
Constitucional (TC) a partir do princípio do Estado de direito democrático, constante do artigo 2.º
da Constituição da República Portuguesa (CRP) no contexto de uma definição próxima à que foi
dada supra (Acórdão n.º 294/2003 do TC). 2. A par do próprio artigo 2.º da CRP existe uma
dimensão objetiva da segurança jurídica no n.º 4 do artigo 282.º da CRP que alude expressamente
ao princípio: os efeitos passados de uma norma declarada inconstitucional com força obrigatória
geral podem ser preservados por decisão do Tribunal Constitucional, nomeadamente por razões de
segurança jurídica, na medida que pessoas jurídicas públicas ou privadas tenham, de boa-fé,
presumido a validade da norma, construído relações jurídicas e praticado atos à sua sombra. 3.
Existem dimensões subjetivas da segurança jurídica na Constituição, conexas com a esfera da
proteção de direitos fundamentais: é o caso do n.º 1 do artigo 29.º da CRP (princípio da legalidade
penal, envolvendo a proibição de retroatividade da lei penal incriminadora); n.º 3 do artigo 103.º
(proibição de criação de impostos retroativos); e n.º 3 do artigo 18.º (interdição de lei restritivas de
direitos, liberdades e garantias com efeito retroativo). 4. Outra dimensão subjetiva da segurança
jurídica que o Tribunal Constitucional retira do princípio do Estado de direito democrático é a do
princípio da proteção da confiança (Acórdãos n.ºs 287/90 e 188/2009 do TC), que censura
alterações súbitas, arbitrárias e altamente gravosas de normas em cuja continuidade os cidadãos
tenham depositado expectativas legítimas que tenham sido alimentadas pelos poderes públicos.

Princípio da proteção da confiança: requerendo que o quadro normativo vigente não mude de modo a
frustrar as expectativas geradas nos cidadãos acerca da sua continuidade, com a proibição de uma
intolerável retroatividade das leis, assim como a necessidade da sua alteração em conformidade com as
expectativas que sejam constitucionalmente tuteladas; Toda a lei, para vigorar como tal, tem que ser
publicada no jornal oficial do estado para se considerar estar em vigência, já depois de decorrido o
tempo de vacatio legis, a fim de permitir tomar um conhecimento prévio da normação produzida antes
de esta ser eficaz. Em contraponto, ninguém pode alegar, no Ordenamento Jurídico Português, a
ignorância da lei para não a cumprir, embora com algumas exceções.

República Democrática Portuguesa

No caso do direito Constitucional português, o princípio republicano concretiza-se:

• No Presidente da República ser eleito democraticamente para um cargo de 5 anos por sistema
maioritário de duas voltas;

• Nos princípios fundamentais, nos quais Portugal é definido como uma República inúmeras vezes;

• Na organização do poder político, no qual os cargos são temporários

• Na garantia da Constituição em que as leis têm de respeitar a forma Republicana de governo; Quanto
à temporalidade dos cargos é importante referir que o PR não pode efetuar um terceiro mandato
consecutivo. Para isso, terá que esperar cinco anos após o término do segundo mandato. Também os
juízes do Tribunal Constitucional não podem renovar o seu mandato, que é exclusivamente de nove
anos

Portugal, para além de ser uma república Artº 1º, é também um Estado democrático Artº 2º . Este
princípio assume-se como princípio geral do Direito Constitucional Português sendo mencionado, em
inúmeras ocasiões, ao longo da CRP. Estas indicações começam no preâmbulo e estendem-se ao
articulado do texto constitucional. A soberania é indivisível e reside no povo Artº 2º

O Princípio Democrático é a espinha dorsal de toda a organização política constitucional do qual deriva
toda a legalidade do Poder Político. É o exercício do Poder estruturado na participação popular.

Visa responder ao problema da legitimação do poder político e, ao ser consagrado constitucionalmente,


constitui uma ordenação normativa para uma dada realidade histórica e contingente

Democracia É um regime em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente -diretamente ou


através de representantes eleitos na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o
poder de governação através de sufrágio universal.

O termo deriva do Grego : Demos (Povo) Kracia (Governo)

Na democracia representativa a soberania reside no povo que é exercido por meio do poder político
eleito para os representar

Tipo de Democracia em Portugal – Semi presidencialista/ Parlamentarista

O Estado subordina-se á Constituição e funda-se na legalidade democrática Artº 3º

A organização do Poder Político

Estas alusões surgem no contexto dos direitos fundamentais, da soberania popular, do tipo de sufrágio
utilizado nas diferentes eleições, e no pluralismo político.

A democracia representativa e a eleição em geral A dimensão da democracia representativa relaciona-


se com a designação dos titulares dos órgãos públicos, que desempenham funções em nome da
comunidade. Este fenómeno, o da representação política, faz com que os representantes persigam não
interesses particulares, mas sim interesses coletivos. A ligação entre os governantes e os governados
surge, precisamente pelo fenómeno da representação política, definido pelo mandato político.

Dimensões fundamentais do princípio democrático

1 ) Como Princípio normativo – A Democracia como forma de exercício do Poder. É o que a constituição
pretende

2) Processo de Democratização – É um caminho. Não se consegue de um dia para o outro. É a finalidade.

3) Como princípio informador do Estado e da soceidade – A nossa constituição não quer que a
democracia pertença só á esfera do Estado Ex Artº 54 nº 1 …. Intervenção democrática na vida da
empresa. A constituição pede a nuance da democracia noutras coisas

4 ) Princípio e norma da organização – que as organizações sejam de forma democrática Artº 51, 1;
55nº 5, 57 nº 4

Exemplos de associações públicas: Ordens profissionais- Ordem dos médicos, advogados, solicitadores.
Os estatutos são aprovados por Decreto Lei. O Estado não deixa de querer ditar as regras.
Sub-Princípios concretizadores do Princípio Democrático

1) Princípio da Soberania Popular –


Forma Negativa . Para distinguir de outras formas de distinção de poder ex: diferença de classes/
castas
Forma Positiva – Necessidade de uma legitimação efetiva do poder por meio de eleições –
Representação
2) Princípio da Representação Popular
1ª ideia – Do exercício por Orgão de Soberania
2ª Ideia – De atuação no interesse do Povo
3) Princípio da democracia semi-direta Abertura para a solução do sistema de Referendo ( Artº 115º )
4) Princípio de separação de Poderes Artº 111
Horizontal – Legislativa
Executiva
Judicial
Vertical – Hierarquia
Pessoal – Responsabilidade – Questões de incompatibilidade no exercício do Poder

Realcionado com três temas essenciais:


a) Princípio Democrático e Direitos Fundamentais
b) Princípio Democrático e Direito de Sufrágio
c) Princípio Democrático e Sistema Eleitoral

a) Princípio Democrático e Direitos Fundamentais

1º Reconhecimento explicito de Direitos Políticos. Direitos, liberdades e Garantias de Participação


Política Artº 49, 50, 51 e 52º

2º Reconhecimento de Direitos não políticos mas que são pressupostos de uma ordem livre e
democrática ex: Liberdade de Expressão Artº 37º CRP; Liberdade de Imprensa 38º Direito de
Manifestação

b) Princípio Democrático e Direito de Sufrágio


Princípios Materiais de Sufrágio
1. Princípio da Universalidade – Dirige-se a todos no que se refere a Direitos e Deveres Artº 10, 14º
CRP
1.1. Situações onde o voto não era universal – Género / Sexo Ex: Interdito a mulhere
- Voto Censitório – Só Proprietários
- Voto Capacitário Ex: Analfabetos não votam
2. Princípio da Imediaticidade do Voto – Voto Direto no Candidato Vs. Voto para Congresso que nomeia
Presidente (EUA)

3. Princípio da Liberdade de Voto – Não é obrigatório. É um Dever cívico

4. Princípio do Sufrágio Direto – Pessoal/ Confidencial

5. Princípio da Igualdade de Sufrágio – Voto igual para todos. O que se pretende é que todos os votos
valem por igual

6. Princípio da Periodicidade Artº 118 Determina os mandatos, renovação


Princípio Democrático e Direito de Sufrágio

Sistema Maioritário
Listas
C/ T C/ T C
T
C = 51 votos C = 40 votos C = 273 votos
T = 44 votos T = 60 votos T= 322 votos
1 3
C/ T C/T C/ T

C = 52 votos C = 30 votos

T = 48 votos T = 70 votos

4 5
C/T
1
C = 54 votos

2 T = 46 Votos 6

Circunscrições 1-6

Lista C Ganha em 3 circunscrições e Lista T apenas em 2 logo a Lista C ganha as eleições por maioria
de circunscrições apesar da lista T ter mais votos no total

Sistema Uninominal – Disputa de 1 mandato

Sistema Proporcional

São eleitos candidatos de várias listas em posição proporcional ao numero de votos obridos por cada
uma (pluripartidarismo) Representados exclusivamente por partidos políticos

Artºs Sistema Proporcional

239 nº 2; 231 nº 2; 113 nº 5; 149º

Método Hondt do Sistema Proporcional

Aplica-se dividindo o número de votos de cada lista por 1,2,3,4, 5 (numero de mandatos disponíveis)

• Dividir sempre a partir do numero da primeira linha


• Se tiver 10 mandatos selecionar os votos seguintes por ordem decrescente até chegar ao 10º
mandato
A B C D
1 200 1º 80 3º 75 4º 50
2 100 2º 40 37,5 25
3 66,6 5º 26,6 25 16,6
4 50 20 18,75 12,5
5 40 16 15 10

A lista A fica com 1º 2º e 5º mandato

A lisa B fica com o 3º mandato

A lista C fica com o 4º mandato

Exemplo de Exercício de Método de Hondt para o teste. Em disputa 5 mandatos

PS – 43489 votos

PSD – 42135 votos

Chega – 7573 votos

BE – 2443 votos

PS PSD Chega BE
1 43489 1º 42135 2º 7573 2443
2 21744,5 3º 21067 4º
3 14496 5º 14045
4 10872,25 10533,75
5

PS ganha 3 mandatos 1º, 3º 3 5º

PSD ganha 2 mandatos 2º e 4º


Artº 24º - 57º CRP - Pessoais

Direitos, Liberdades e Garantias - De Participação Polítia

Direitos - Dos Trabalhadores

Fundamentais

Artº 58º - 79º CRP

Direitos económicos, sociais e culturais

Tipologia

• Direitos de Catálogo 24º - 79º CRP


• Direitos fora do Catálogo 20 -21º CRP
• Direitos só materialmente constitucionais 72 CC
• Direitos análogos dos Direitos, Liberdades e Garantias

Regime Geral dos Direitos Fundamentais


Artº 12º, 13º, 20º CRP
• Princípio da Universalidade Artº 12º, 4º, 15º CRP Dirige-se a todos salvo exceções previstas ex
faixa etária
• Princípio da Igualdade (Na aplicabilidade e criação das leis)
o Proibição de Descriminação
o Proibição de Arbítrio
o Obrigação de diferenciação
Principio da igualdade material – Tratar igual o que é igual e diferente o que é diferente
• Acesso aos tribunais ( Artº 20º CRP)

Regime Específico dos Direitos, Liberdades e Garantias


• Aplicabilidade Direta – Artº 18 CRP Diretamente aplicável
• Vinculação de Entidades Públicas – Assembleia, Governo e Tribunais
• Vinculação de Entidades Privadas – Artº 18º CRP
• Leis Restritivas/ Limitadoras Artº 18º CRP
Tipos de Limites : Diretas, imediatas e Expressas – Estão logo na CRP Ex Artº 45 e 46 nº 4 CRP
Estabelecidas por lei mediante autorização expressa Ex Artº 34 nº 4 e 47 nº 1
CRP…. Consta
……….. salvo restrições previstas na lei……..

Limites dos Limites


A restrição aos direitos fundamentais por via legislativa encontra-se regulada na própria
Constituição. Entendeu o legislador constituinte ser necessário determinar a nível constitucional os
requisitos ou pressupostos a que a restrição aos direitos fundamentais deve obedecer. Por
constituírem limites impostos pelo legislador constitucional à determinação das restrições aos
direitos fundamentais, a doutrina designa os mesmos por “limites dos limites”
Limites da Restrição de Direitos, Liberdades e Garantias
• Autorização Expressa da CRP
• Lei formal e organicamente constitucional (Lei da AR ou DL autorizado) Artº 165º
• Caráter Geral e Abstrato – Destinado á Generalidade sem descriminação , não podem
diminuir a extensão e o alcance
• Observância da Não Retroatividade – Proibição de Retroatividade prevista na CRP
• Observância do Princípio da proibição do Excesso – Adequação dos meios e necessidade
• Observância do Princípio de Salvaguarda do núcleo essencial - que a proteção do núcleo
essencial se dirija ao conteúdo essencial dos direitos fundamentais em sua dimensão
objetiva

Colisão ou Conflito de Direitos

Surge quando o exercício de um direito fundamental por parte de um titular colide com o exercício de
um direito fundamental por parte de outro titular

• Colisão de Direitos entre vários titulares de Direitos Fundamentais Ex entre Sr. A e B


• Colisão entre Direitos fundamentais e Bens jurídicos da Comunidade e do Estado Ex. Construção
de um habitação numa zona histórica – Respeitar a fachada, características históricas etc..

Soluções para o conflito


- Restrições dos Direitos (quando autorizados pelo CRP)
- Utilização da Concordância prática
➢ Logo ao nível legislativo (cria normas para resolver)
➢ No momento de elaboração de uma norma (caso a caso)

A Proteção dos Direitos Fundamentais

Meios de Defesa Jurisdicionais

1) Garantia de acesso aos tribunais (20º, 202º, 2º, 268º )


2) Garantia de Recurso contencioso
3) Direito de Acesso á Justiça administrativa (268 Nº 4)
4) Direito de Suscitar a questão da inconstitucionalidade ou da ilegalidade (280º)
5) Ação de responsabilidade (22º, 27º, 5º, 29º, 6º ,271º)
6) Direito de ação Popular (52º Nº 3)

Meios de Defesa não jurisdicionais

1) Direito de Resistência (21º + 7º nº3 – remeter a 271 nº 3)


2) Direito de Petição (52º, 110º, 23º, 281 nº 2 d, 283º)
3) Direito a um procedimento justo (267º nº 5, 268º nº 1)
4) Direito à autodeterminação informativa (35º)
5) Direito ao arquivo aberto (268 nº 2)
Organização Política Estruturas Organizatório-Funcionais:

Competência

O Poder de ação e de atuação atribuído aos vários orgãos e agentes constitucionais com o fim de
prosseguirem as tarefas de que são constitucional ou legalmente incumbidos

Princípio fundamental da separação e Interdependência dos Orgãos de Soberania (Artº 111º)

Orgãos de Soberania Artº 110

Repartição Vertical – Visa a delimitação das competências, hierarquia e as relações de controlo segundo
critérios fundamentalmente territoriais (Competências do Estado Central, competências Regionais e
Locais)

Repartição Horizontal – Refere-se á Diferenciação funcional: Legislativa, Executiva, Judicial, à


delimitação institucional de competências e às relações de controlo e interdependência reciproca entre
os vários orgãos de Soberania.

Tipos de vínculo entre os vários orgãos constitucionais:

Primário: Relativamente aos órgãos. Exprime-se na nomeação e revogação


(Demissão, exoneração) dos Titulares dos Órgãos ex Artº 133 f e g; 163º e
De Controlo
Secundário: Incide sobre os atos, visando eliminar o ato viciado ou vícios
constantes do ato.

De Responsabilidade Exprime a situação/ relação de confiança do controlado face ao controlante,


respondendo pelos efeitos e pelas orientações políticas da sua atividade Ex Artºs
190º, 194º, 195º

Quem nomeia passa a ser responsável por quem nomeou


Modelos

Estrutura dualista monárquico-representativa – Modelo Inglês

Estrutura Presidencial – Modelo Norte Americano

falta o Senado

Estrutura Parlamentar Republicano – Modelo Francês

Estrutura Diretorial – Modelo Soviético


Estrutura Mista Parlamentar-Presidencial

Traços Estruturais

1) Dois órgãos (PR e Parlamento) eleitos por sufrágio direto


2) Dupla responsabilidade do Governo (Gabinete) perante o PR e perante o Parlamento
3) Dissolução do Parlamento por decisão e iniciativa autónomos do PR
4) O Gabinete como Órgão constitucional autónomo (diversamente do regime presidencial e
analogamente ao regime parlamentar
5) O Presidente da Républica com poderes de direção política próprios.

A variável Portuguesa do padrão básico: Regime Misto Parlamentar- Presidencial

1) Elementos do Regime Parlamentar (Republicano)


➢ Existência de um “gabinete” (Governo) dirigido por um PM (como órgão de soberania
institucionalmente autónomo. Artºs 110, 182, 183 nº 1
➢ Responsabilidade Política ministerial perante o Parlamento (Parlamento pode dar origem á
queda do Governo Artº 190, 191 nº 2, que implicam 195º nº 1 e) e f) + 163 e)
➢ Referenda Ministerial Artº 140, 197 nº 1 a)

2) Elementos do Regime Presidencial


➢ Instituição de um PR eleito através de sufrágio direto Artº 121º
➢ Direito de Veto Político (facultativo) e legislativo (obrigatório)
➢ Existência de poderes de direção política (uma vez que nem tudo está sujeito a referenda

3) Elementos do Regime Dualista


➢ Dupla responsabilidade do Governo Artº 190 perante PR e Assembleia da Républica
➢ O Direito de dissolução do da AR Artº 133º e) com os limites 172º

Temos então um trialismo horizontal

PR PM AR
Governo

Separação e Interdependência
➢ Existe um PR que pouco pode ser sem o Governo (Precisa da Referenda Ministerial)
➢ O Governo nada pode ser sema a confiança da AR (AR pode chumbar inic. Legislativa)
➢ A AR pode ser dissolvida pelo PR
A Constituição é a norma normarum, a norma das normas

Ou seja, a CRP como norma Primária sobre a produção jurídica. Neste âmbito a CRP cumpre as
seguintes funções

1) Identifica as fontes de Direito (na forma de lei escrita do Ordenamento Jurídico Português

Artº 8º Direito Internacional Comunitário (Nossa constituição reconhece mas não prevalece sobre a CRP)

Artº 56 nº 4 Convenções Coletivas de Trabalho – DR do dir Laboral BTE

Artº 112 Atos Normativos – Regulamentos Administrativos

Artº 115 Referendo

Artº 161, 164, 164º Leis da AR

Artº 198 Decretos Lei do Governo

Artº 226 Estatutos das Regiões Autónomas

Artº 227 Atos normativos das Regiões Autónomas

Artº 241 Regulamento das Autarquias locais

2) Determina os critérios de Validade, eficácia e Hierarquia das normas produzidas pelas várias
fontes de Direito

Artº 112 nº 2 Lei = Decreto Lei (Tem igual valor. Podem revogar-se mutuamente exceto 165 menor valor
em relação a AR

Artº 112 nº 3 Leis com valor reforçado Ex exigir maiorias

Artº 112 nº 4 + 227 Direito Geral da República “Direito Autonómico”

Artº 112 nº 6 / 7 + 241 Atos Normativos Legislativos – Atos normativos da Administração

Artº 112 nº 8 Revela a forma e o valor dos atos jurídicos da EU transpostos para a ordem jurídica interna

3) Individualiza as Competências Normativas

Artº 161, 164, 165 Competência Legislativa da AR

Artº 198 Competência Legislativa do Governo

Artº 227 Competência normativa das Regiões Autónomas

Artº 241 Competência Regulamentar das Autarquias Locais

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