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Fundamentos da Investigação e Criminalística

22/02/2022 Nathália Alves da Silva


Leis Penais Prof.ª Me. Luana da Costa Leão
RELÁTÓRIO DE AULA

INSTRUÇÕES
• Unidade de Ensino: 01

• Competência da Unidade: Conhecer as noções Direito Penal, os conceitos de


crime e seus elementos.

• Resumo: Aborda a definição de Direito Penal, o conceitoanalítico de crime,


os elementos e suas excludentes e algunscrimes em espécie.

• Palavras-chave: Direito Penal. Crime. Elementos. Excludentes.

• Título da Teleaula: Leis Penais • Teleaula nº: 01

Cabeçalho
O que é criminalística?
Direito Penal A criminalística é uma disciplina a partir da qual
Monopólio estatal se aplica o método científico para desvendar a
Bens jurídicos materialidade e autoria das infrações penais.
Elementos do crime
Excludentes
O que é o Direito Penal?
O Direito Penal é o conjunto de normas
Conceito de crime jurídicas que se relacionam com determinados
comportamentos humanos que violam os bens
Conceito formal de crime jurídicos mais essenciais para aconvivência entre
Conceito material de crime as pessoas.
Conceito analítico de crime
Conceito material: Em sua definição material,
o crime é a conduta que ofende ou que oferece
perigo de ofensa aos bens jurídicos mais
Conceito formal de crime: O crime pode ser importantes para o desenvolvimento da vida em
definido como aconduta humana formalmente sociedade.
proibida pela lei penal, isto é, trata-sedo
comportamento humano ao qual a lei comina Conceitos insuficientes: É relevante
sanções penais. Assim, o conceitoformal se limita reconhecer que os dois conceitosacima são
a definir o delito combase na previsão legal, insuficientes, pois não concedem ao profissional
focando, assim, em suas consequências jurídicas do Direito os atributos necessários para dar
previsibilidade às decisões judiciais e afastar a
existência dainfração penal quando ausente um
de seuselementos

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Ilicitude ou antijuridicidade: A ilicitude, por


conceitos sua vez, pode ser definidacomo a contrariedade
entre o fato típico o ordenamento jurídico.
Conceito analítico de crime Contrariedade esta que estárelativamente
Fato típico Ilícito ou antijurídico Culpável presumida pelatipicidade, mas que pode ser
afastadapela presença das causas de justificação.

Conceito analítico de Ilicitude ou antijuridicidade


delito A ilicitude, por sua vez, pode ser definida como
a contrariedade entre o fato típico o
ordenamento jurídico. Contrariedade esta que
Fato típico está relativamente presumida pela tipicidade,
mas que pode ser afastada pela presença das
Resumidamente, podemos dizer que o fato causas de justificação.
típico é composto pela conduta, pelo resultado,
pelo nexo de causalidade e pela tipicidade, Excludentes de ilicitude
formal e material.
Estado de necessidade
Legítima defesa
Estrio cumprimento de dever legal
Exercício regular de direito

A culpabilidade é definida por ser um juízo de reprovação pessoal, composto pela


imputabilidade, pela potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta
diversa.

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Dicotomia da infração penal


É também importante
compreender que o Brasil
adotou um conceito
dicotômico de infração penal.
Crime Contravenção penal
Doutrinariamente não há diferenças
ontológicas (no plano da essência) entre
crime e contravenção. A diferença é
axiológica (está no plano dos valores), pois o
crime possui uma consequência jurídica mais
pesada do que a contravenção.

Elementos do delito
Culpabilidade:
Atualmente, é definida como um juízo de
reprovação pessoal, composta de elementos
normativos que refletem um juízo de censura que
recai sobre aquele que pratica um fato típico e
ilícito.

Elementos da culpabilidade
Imputabilidade
Potencial consciência da ilicitude
Exigibilidade de conduta diversa

Imputabilidade: A imputabilidade é a capacidade


biopsicológica de compreender o caráter ilícito
do fato ou de agir de acordo com este
entendimento.

Excludentes: Art. 26. É isento de pena o agente


que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo
daação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esseentendimento.
Excludentes 2°: Art. 27. Os menores de 18
(dezoito) anos são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.

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Imputabilidade e sua exclusão

Descrição da situação-problema:

Intrigado pelo esfaqueamento sofrido pela vítima


Otávio, João começou a acompanhar o futuro da
investigação e da ação penal. Durante o inquérito
policial, o delegado de polícia, no momento de
colher os depoimentos pessoais e os
interrogatórios, desconfiou da higidez mental
daquele que esfaqueou Otávio.

Descrição da situação-problema:
Ele se mostrava instável e contava umaversão
completamente fantasiosa sobre o queocorreu.
João, pensando naquilo queaconteceria nos
próximos momentos doprocedimento
investigatório e futuro processopenal e acessou
novamente seusconhecimentos: o possível
transtornomental do agente possui
quaisconsequências jurídicas?

Problematizando a situação-problema:
Conceito analítico de delito
Culpabilidade Imputabilidade Doença
mental

Resolução da situação-problema: O
transtorno mental do agente pode e deve
serinvestigado através de um incidente
deinsanidade mental, conforme instrui o artigo
149do Código de Processo Penal (quando
houverdúvida sobre a integridade mental do
acusado, ojuiz ordenará, de ofício ou a
requerimento doMinistério Público, do defensor,
do curador, doascendente, descendente, irmão ou
cônjuge doacusado, seja este submetido a exame
médicolegal).

Resolução da situação-problema: Caso seja


confirmada a inimputabilidade do agente, este
estará isento de pena, conforme está previsto no
artigo 26 do Código Penal. (É isento de pena o
agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,

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inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. Porém, apesar de isento de pena,
o agente poderá receber medida de segurança,
conforme previsto nos artigos 96 e seguintes).

Quais as diferenças entre a legítima defesa


e o estado de necessidade?

Crimes em espécie: Homicídio

Excludentes: Art. 121. Matar alguém: Pena -


reclusão, de seis a vinteanos.

Homicídio privilegiado: § 1º. Se o agente


comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena
de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado: Se o homicídio é


cometido: I - mediante paga ou promessa
derecompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - comemprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meioinsidioso ou cruel,
ou de que possa resultarperigo comum;

Homicídio qualificado IV - à traição, de


emboscada, ou mediante dissimulação ou outro
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa
do ofendido; V - para assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime. Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio: Contra a mulher por razões


dacondição de sexo feminino. (A) Violência
doméstica e familiar ou(B) Menosprezo ou
discriminação àcondição de mulher).

Homicídio qualificado: Contra autoridade ou


agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em

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decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição.

Crimes em espécie: Lesão corporal

Lesão corporal: Art. 129. Ofender a integridade


corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção,
de três meses a um ano.

Lesão corporal grave: 1º. Se resulta: I -


Incapacidade para as ocupações habituais, por
mais de trinta dias; II - perigo de vida; III -
debilidade permanente de membro, sentidoou
função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão,
de um a cinco anos.

Lesão corporal gravíssima: 2°. Se resulta: I -


Incapacidade permanente para o trabalho; II -
enfermidade incurável; III perda ou inutilização do
membro, sentido ou função; IV - deformidade
permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a
oito anos.

Lesão corporal seguida de morte: 3°. Se


resulta morte e as circunstânciasevidenciam que o
agente não quis oresultado, nem assumiu o risco
de produzilo: Pena - reclusão, de quatro a doze
anos.

Lesão corporal privilegiada: 4°. Se o agente


comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena
de um sexto a um terço.

Crimes em espécie: Furto e Estatuto do


desarmamento

Furto: Art. 155. - Subtrair, para si ou para


outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de
um a quatro anos, e multa. § 1º. A pena aumenta-
se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.

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Substituição da pena:
§ 2º. Se o criminoso é primário, e é depequeno
valor a coisa furtada, o juiz podesubstituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

Furto qualificado: § 4º. A pena é de reclusão de


dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I
- com destruição ou rompimento de obstáculo à
subtração da coisa; II - com abuso de confiança,
ou mediante fraude, escalada ou destreza; III -
com emprego de chave falsa; IV - mediante
concurso de duas ou mais pessoas.

Posse irregular de arma de fogo de uso


permitido: Pune a pessoa que for acusada
deguardararma no interior da residência ou
nolocal de trabalhosem o devido Certificadode
Registro de Arma de Fogo, expedido pelaPolícia
Federal e precedido de autorização do SINARM
(Sistema Nacional de Armas).

Posse irregular de arma de fogo de uso


permitido: O legislador visa coibir
completamente a posse clandestina, ou seja, a
manutenção da arma segue fins lícitos ou ilícitos.
Logo, não precisa existir qualquer suspeita sobre
as reais intenções por parte do proprietário que o
fato seja considerado criminoso.

Posse irregular de arma de fogo de uso


permitido Crime meio
Crime fimTeoria da absorção
Crime mais grave;

Posse ou porte irregular de arma de fogo


de uso permitido: O legislador resolveu reunir
as duas condutas anteriores, mas sob uma
condição específica, qual seja: do agente que
mantém sob sua guarda ou transporta um
revólver, acessório ou munições, por exemplo,
que seja de uso proibido ou restrito, igualmente
sem autorização legal ou de autoridade
competente para expedir.

Delito de homicídio e o perdão judicial

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Descrição da situação-problema: Considere a seguinte situação hipotética: Julio estava tirando seu veículo
da garagem e, sem o devido cuidado e atenção, ao engatar a marcha ré acabou por atropelar seu filho Pedro,
que brincava no local. Dada a gravidade dos ferimentos, Pedro veio a óbito. Como pode ser apurada a
responsabilidade penal de Julio?

Problematizando a situação-problema:

Homicídio
Dolo e culpa
Perdão judicial
Ausência de aplicação da pena

Resolução da situação-problema: Nesta hipótese deve haver a aplicação


do contido no §5º, do artigo 121, do Código Penal que, ao tratar do perdão
judicial, dispõe: Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de
aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

É possível cogitar o crime de homicídio privilegiado e qualificado


ao mesmo tempo?

A resposta é sim, desde que a qualificadoras sejam de natureza


OBJETIVA. Para a compreensão dessa afirmação, é necessária
uma análise do homicídio privilegiado e do homicídio
qualificado separadamente.

Recapitulando:

Direito Penal
Crimes em espécie
Conceito de delito
Excludentes de ilicitude

FIM

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