Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
COACHING
CANAL CARREIRAS POLICIAIS
CRIMINOLOGIA
Introdução. História. Conceito. Objeto. Metodologia. Finalidade.
INTRODUÇÃO:
A criminologia é uma ciência que nasceu do Direito Penal e, com o passar
do tempo, ganhou sua autonomia frente ao Direito Penal. Tanto a
Criminologia quanto o Direito Penal estudam o crime, contudo temos duas
grandes diferenças entre o Direito Penal e a Criminologia:
1.Quanto à metodologia de estudo: O Direito Penal tem uma metodologia
apriorística, dedutiva, de hipóteses e deduções a partir da análise do caso
concreto (visto que prevê excludentes de culpabilidade e punibilidade). Já
a Criminologia tem uma metodologia empírica, indutiva, de experimentação
e comprovação científica.
2. Quanto à finalidade do estudo: O Direito Penal tem finalidade repressiva;
já a Criminologia tem finalidade preventiva, de estudo do criminoso,
objetivando evitar a prática de crimes.
1
Em determinadas situações apenas a análise do caso concreto
possibilitará aferir se houve a violação ou não da dignidade da pessoa
humana, não se podendo desprezar a diversidade histórico-cultural ao
defini-la.
2
Nesse sentido, afirma Roxin que o Direito Penal é tão-somente:
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE
O direito penal só pode, de acordo com o princípio da lesividade,
proibir comportamentos que extrapolem o âmbito do próprio agente, que
venham atingir bens de terceiros, atendendo-se, pois, ao brocardo nulla lex
poenalis sine injuria.
3
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Há divergência doutrinária quanto às origens do princípio da
insignificância. Diomar Akel Filho aduz que “o princípio já vigorava no Direito
romano, onde o pretor não cuidava, de modo geral, de causas ou delitos de
bagatela, consoante a máxima contida no brocardo mínimo non curat
pretor”. Por outro lado, conforme esclarece Maurício Antônio Ribeiro Lopes,
“o princípio da insignificância, ou, como preferem os alemães, a
‘criminalidade de bagatela’ – Bagatelledelikte, surge na Europa como
problema de índole geral e progressivamente crescente a partir da primeira
guerra mundial”.
aprofundada.
4
com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do
Estado em matéria penal, tem o sentido de excluir ou de afastar a própria
tipicidade penal, examinada esta na perspectiva de seu caráter material.
Doutrina. Precedentes. Tal postulado, que considera necessária, na aferição
do relevo material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais
como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade
do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada,
apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no reconhecimento de
que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos
próprios objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público.
(STF - HC: 115246 MG, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento:
28/05/2013, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-122 DIVULG 25-06-2013
PUBLIC 26-06-2013)
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Podemos destacar dois momentos de aferição obrigatória da
proporcionalidade das penas. Inicialmente, o primeiro raciocínio seria levado
a efeito considerando as penas cominadas em abstrato. Como princípio
implícito, podemos extrair o princípio da proporcionalidade do princípio da
individualização das penas. Quando o legislador cria o tipo penal
incriminador, proibindo ou impondo determinado comportamento sob a
ameaça de uma sanção de natureza penal, esta sanção deverá ser
proporcional à gravidade do mal produzido pelo agente com a prática da
infração penal.
CRIMINOLOGIA – PARTE 1 |
5
PROIBIÇÃO DE EXCESSO E PROIBIÇÃO DE PROTEÇÃO
DEFICIENTE
Podemos, ainda, extrair duas importantes vertentes do princípio da
proporcionalidade, quais sejam, a proibição de excesso e a proibição de
proteção deficiente.
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
Em síntese, o princípio do nullo crimen, nulla poena, sine culpa exige
que a culpabilidade, como juízo de censura, seja entendida como elemento
integrante do conceito analítico de crime, que seja aferida no momento da
pena e, ainda, como princípio que não tolera a imputação de fatos que
não possam ser atribuídos ao agente a título de dolo ou culpa.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da legalidade ocupa lugar de destaque em uma
concepção minimalista, voltada para um Direito Penal do Equilíbrio. Possui
abrigo expresso em nosso ordenamento jurídico, tanto na CF (art. 5º, XXXIX)
quanto do CP (art. 1º).
CRIMINOLOGIA – PARTE 1 |
6
De acordo com a concepção material do princípio da legalidade,
preconizada por Ferrajoli, o nullum crimen nulla poena sine lege deverá
observar quatro vertentes que lhe são inerentes:
a) nullum crimen nulla poena sine lege praevia (prévia);
b) nullum crimen nulla poena sine lege scripta (escrita);
c) nullum crimen nulla poena sine lege stricta (estrita);
d) nullum crimen nulla poena sine lege certa (certa).
EVOLUÇÃO DA PENA:
A evolução da pena passou por três períodos: 1. vingança, 2; humanitário e
3. científico.
7
Na vingança privada vigorava a Lei de Talião (Olho por olho, dente por
dente). A Lei de Talião não é uma lei escrita, mas sim uma filosofia, regra de
comportamento. A titularidade do Direito de Punir era da Vítima, pois
competia a ela revidar a agressão sofrida. O exercício das próprias razões
era regra. (Este período durou 80 anos)
O Código de Hamurabi incorporou a filosofia de Talião e materializou a Lei
de Talião.
REI punia de acordo com a sua livre conveniência, sem qualquer justificativa
para aplicação da pena. Se dois indivíduos praticassem o mesmo tipo,
comumente, eram apenados de formas diversas, sem qualquer isonomia.
As sanções nesse período consistiam, em regra, em confisco de bens, pena
perpétua e mutilações, sempre visando à intimidação do réu. (Este período
durou 200 anos)
8
2. PERÍODO HUMANITÁRIO: Aqui temos o nascimento da Escola Clássica
(Criminologia Tradicional).
O período humanitário se inicia com uma grande revolução, marcada pelo
movimento iluminista (filosofia das luzes), em que a população, sob o
comando do Rosseau, Locke e Montesquieu, conseguiu disseminar ideias
humanitárias de modo a colocar fim na Monarquia Absolutista e, por
conseguinte, ao período de vingança. As ideais liberais foram responsáveis
por extirpar a arbitrariedade na aplicação das penas e criar um ideal de
justiça.
Sócrates: “Se devia ensinar aos indivíduos que se tornavam criminosos como
não reincidirem, dando a elas a instrução e formação de caráter de que
precisavam.
A partir da estruturação do poder no Período Humanitário, o Direito Penal
passou a ser estudado. Nesse momento, surge, para estudar a pena, a
CRIMINOLOGIA – PARTE 1 |
9
uma sistemática dedutiva e hipotética para fins de tipificação do delito, sem
qualquer explicação científica sobre as causas de cada fenômeno
criminoso. (Ex.: matar alguém) Como não havia comprovação científica, o
estudiosos usam a terminologia pseudociência para classificar o Período
Humanitário da etapa pré-científica do estudo da criminologia. Logo, na
Escola Clássica ou Criminologia Tradicional vigia a metodologia apriorística,
dedutiva, de hipóteses e deduções, que geravam suposições, porém sem
comprovação científica.
Nesse período, o livre arbítrio é o grande dogma da Escola Clássica, que
consistia no atuar do individuo de acordo com a sua consciência e vontade.
Essa escola defendia que, se temos um contrato social definindo o que seria
crime, e o agente, possuidor de livre arbítrio, opta por contrariar a regra, ele
será considerado criminoso. O livre arbítrio atua como sinônimo de
imputabilidade.
No período pré-científico tivemos alguns pensadores que começaram a
estudar o comportamento criminoso. Frases dos pensadores da época que
marcaram o período:
1. John Locke: “... substituição da emoção pela razão.”
2. Montesquieu: “Ao inves de funcionar como castigo, a pena deveria ter
um sentido reeducador”.
3. Vontaire: “: Para todo condenado deveria se impor o trabalho, o preso
não deveria se manter na ociosidade da prisão.
4. Russeau: “ Se o Estado for bem organizado existirão poucos
delinqüentes”
5. “A miséria é a mãe de grandes delitos”
Cesar Bonesana, Beccaria, foi o maior expoente da Escola Clássica em 1764
e trouxe uma visão sobre o crime completamente diferente do que o Direito
Penal pregava (retribuição do crime). No ano de 1964, em Milão, Beccaria
publicou o livro “Dos delitos e das penas, sustentando, como principal tese, a
PREVENÇÃO DO DELITO e expondo que somente as leis podem definir o que
é pena para determinado crime. Beccaria diz que era preferível prevenir o
delito do que reprimi-lo. Ademais, segundo o expoente, deve exister
proporcionalidade entre o delito e a pena, pois uma mesma conduta de
agredir alguém pode ter tipificado de três formas (vias de fato, lesão
CRIMINOLOGIA – PARTE 1 |
10
também na presunção de inocência (que não existiam até então). Beccaria
foi o primeiro a se manifestar incisivamente contra a pena de morte e
banimento, afirmando que ela não reeduca e nem mesmo retribui a prática
do crime.
Dentro da Escola Clássica, ainda, tivemos outro instituto que foi estudado:
PENOLOGIA, que o sistema penitenciário, direitos do preso, por John Howard.
(defendia a melhoria das prisões e a criação de uma lei de execuções
penais).
Ademais, buscando entender a origem do comportamento criminoso,
estudou-se também, como pseudociência: a FRENOLOGIA (mapeamento
do crânio), através da cranioscopia, dividindo o crânio em zonas de
criminalidade. Ex. quem tinha a cabeça tinha cabeça mais proeminente
para trás, tinha tendência a cometer crimes patrimoniais; quem tem cabeça
mais ovalada, tem tendência aos crimes contra os costumes...
Outro estudo da Escola Clássica foi a FISIONIMOLOGIA, em que se estudava
a aparência do indivíduo, hipótese em que a feiúra estaria relacionada à
criminalidade e, quanto mais feio, mais perigoso o sujeito seria. Uma outra
visão fisionomista acreditava que determinados seres humanos se pareciam
com animais e o comportamento desses indivíduos se alinhava aos dos
animais parecidos a eles.
A METOSCOPIA estudava as rugas da testa (linhas da expressão) e
posicionavam de acordo com a posição dos planetas com o objetivo de
analisar a tendência ao crime.
Mais estudos da época: QUIROMANCIA (estudavam as linhas da mão como
um indicativo de criminalidade); DEMONOLOGIA (criminoso com satanás no
corpo);
Na Escola Clássica, apesar do racionalismo pregado, surgiram diversas
pseudociências com a tentativa de estudar a criminologia, porém sem muito
sucesso, em razão da ausência de comprovação científica.
Escola Cartográfica ou de Estatística Moral – surgiu entre a Escola Clássica e
a Positiva, com uma pequena representatividade, mas de fundamental
importância, propondo o estudo da criminalidade através da estatística.
CRIMINOLOGIA – PARTE 1 |
11
no inverno são cometidos mais crimes contra o patrimônio, pois a vigilância é
diminuída. Ele percebeu que na primavera são cometidos mais crimes contra
a dignidade sexual, pois a libido das pessoas está extremamente aflorada. E,
no verão, são cometidos mais crimes contra a pessoa, pois a intensidade do
calor maximiza a agressividade e também o consumo de bebida alcoólica.
No outono, não foi identificado um crime latente) e da Curva Agregada da
Idade para justificar o ápice da carreira criminal (fixado o ápice em 25 anos,
admitindo uma escala de erro de menos idade para a mulher e de mais
idade ao homem, em razão da maturidade (a mulher amadurece mais
cedo do que o homem). Chegado ao ápice, o sujeito pode continuar na
criminalidade e se especializar mais na prática de crimes (delinqüente
persistente) ou pode desistir da criminalidade (delinqüente desistente).
12
CONCEITO ²: É a ciência empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso,
a vítima e controle social, buscando compreender as causas que impulsionam a
delinqüência (etiologia criminal). Sua finalidade é a prevenção delitiva.
VARIÁVEIS DA CRIMINOLOGIA:
13
A) Criminologia Geral: Consiste no estudo sistemático da criminologia, isto
é, uma visão ampla e panorâmica, abordando os seus principais
aspectos.
B) Criminologia Clínica: É o estudo criminológico direcionado ao preso
durante o cumprimento da pena, sendo realizada por meio
laborterapia prisional, que consiste numa modalidade de prevenção
terceária buscando a ressocialização do indivuduo.
C) Criminologia Acadêmica: Consiste no estudo criminológico com fins
pedagógicos e didáticos.
D) Criminologia Radical: É o trabalho criminológico desempenhado pela
escola crítica ou radical, a qual atribui ao capitalismo o fator gerador
da delinqüência.
E) Criminalística: É uma disciplina auxiliar das ciências criminais que
estuda os vestígios deixados pelo crime, através de exames periciais.
OBJETO
Podemos destacar como suas principais áreas de estudo: o delito, o
delinquente, a vítima e o controle social.
14
A criminologia defende que o crime é um problema social e comunitário.
Comunitário, pois nasce no seio da comunidade, devendo ser solucionado
pela própria comunidade. E seria um problema social em termos políticos,
pois ele tem uma incidência massiva na população (problema de massa) e
causa insegurança e instabilidade social.
d) o controle
social: O
controle social é
o ultimo e mais
moderno objeto
de estudo da
15
criminologia. É definido com conjunto de instituições e estratégias que
submetem o individuo a normas e regras de comportamento. É concretizado
por meio dos agentes de controle e possui a finalidade de manter a ordem
pública através da disciplina social.
16
Mas não apenas. As hipóteses de prisão cautelar simbolizam a restrição da
liberdade, quer no aspecto repressivo ou ainda no preventivo.
MÉTODOS E FINALIDADE
A criminologia se utiliza dos métodos biológico e sociológico. Como
ciência empírica e experimental que é, a criminologia utiliza-se da
metodologia experimental, naturalística e indutiva para estudar o
delinquente, não sendo suficiente, no entanto, para delimitar as causas da
criminalidade. Por consequência disso, busca auxílio dos métodos
estatísticos, históricos e sociológicos, além do biológico.
• O crime deve ser analisado como um problema com sua face humana e dolorosa.
• Aumenta o espectro de ação da criminologia, para alcançar também a vítima e
as instâncias de controle social.
• Acentua a necessidade de prevenção, em contraposição à ideia de repressão
17
dos modelos tradicionais.
• Substitui o conceito de “tratamento” (conotação clínica e individual) por
“intervenção” (noção mais dinâmica, complexa, pluridimensional e próxima da
realidade social).
• Empresta destaque aos modelos de reação social ao delito como um dos objetos
da criminologia.
• Não afasta a análise etiológica do delito (desvio primário).
18
em: IDIOTA (>20) IMBECIL (>50) DÉBIIL MENTAL (<50 e >90). Importante
destacar que o gênio, assim como o idiota, tem dificuldade de socialização.
19