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Asfixia

Asphyxia: Deriva do grego significa falta de pulso. Genericamente é tudo quadro caracterizado
pela detenção da função respiratória que pode verificar-se pelas alterações produzidas nos
diferentes níveis da sua dinamica.
Resultado genera-se uma redução significativa de oxigenio nos tecidos cuja expresão maxima
denomin-se anoxia.
Assim distinguem-se quatro tipos de anoxia de diferente etiologia:
Anoxia Anóxica: Produzida pela falta de ingresso de oxigénio nas vias respiratórias.
Anoxia Anémica: Gerada pela diminuição absoluta ou relativa da hemoglobina.
Anoxia Circulatória: Denominada de estase, o deficit de oxigénio tem a ver com a
desaceleração do sangue, (drogas, picadas de insetos, mordidas de cobras).
Anoxia histo tóxica: Ou dos tecidos, deve-se ao bloqueio enzimático das células produzido por
substancias toxicas como o cianeto, arsénico.
TIPOS DE ASFIXIAS
Asfixia Clínica: Respondem a entidades definidas nas quais não intervém substancias toxicas
ou mecanismos violentos.
Asfixia Toxica: Produzidas pelo contato com substancias toxicas.
Asfixias mecânicas: Geradas pelo impedimento mecânico da função respiratória, são de causas
violentas.
Sinais gerais de asfixia
EXTERNOS
cianose
protrusão da língua e olhos
cogumelo de espuma
equimoses nos olhos e lábios
Classificação etiopatogenica:
Pela ação mecânica externa:
— A nível cervical: - Enforcamento
Estrangulamento
A laço
Manual
Outras
A nível dos Orifícios Respiratórios: - Sufocação
A nivel do tórax e ou abdomen: - Compressão do tórax ou abdomem
A nivel diafragmático: — Crucifição
Suspensão reversa
Por ocupação das vias respiratórias:
Por meios sólidos: - Corpos estranhos
Sepultamento
Por meios líquidos: - Submersão
Por meios gasosos: - Gases inertes
Por Ausência de Ar Respirável: - Confinamento
Sinais Gerais
Cianose Cérvico-Facial e Torácica: Refere-se à coloração vermelho azulada da pele e mucosas
consequente da congestão a nível da cava superior. Alcança a sua maxima expressão nas
compressões abdominais e enforcamentos.
Congestão Visceral: Produzida pela vasodilatação gerada pela hipoxia.
Edema pulmonar: Consequente dos mesmos mecanismos que geram a congestao visceral,
associado a incompetencia cardiaca e as lesoes alveolo capilares.
Fluidez hematica: Produzida pela hipercapnia e a escassa presença de coagulos, que acelera o
aparecimento de livores cadavéricos.
Sufusões hemáticas e petequias: Extravasações hemáticas a nível das conjuntivas, pele, face,
pescoço, epicrânio e serosas das meninges, pleuras, peritoneu e pericardio, são conhecidas
como marcas de Tardieu.
ENFORCAMENTO
Morte violenta, modalidade de asfixia mecânica que se caracteriza pela interrupção do ar
atmosférico até as vias respiratórias, em decorrência do processo da constrição do pescoço
por um laço fixo, agindo o peso do próprio corpo da vitima como força ativa. É mais comum
nos suicídios, podendo, no entanto, ter como etiologia o acidente, o homicídio e a execução
judicial.
Variantes: Os laços utilizados neste tipo de morte são diversos, mas todos tem em comum a
presença de um nó fixo ou corrediço. Tendo em conta a posição relativa do nó respeito ao
pescoço da vitima há diferentes tipos de enforcamento.

Completa: O corpo encontra-se totalmente suspenso sem contato com o chão.


Incompleta: Alguma zona topográfica toma contato com algum ponto de apoio do entorno.
Simétrico: O nó encontra-se sobre a linha meia do corpo.
Assimétrica: O nó encontra-se lateralizado a direita ou a esquerda.
Típico: A localização do nó é na região posterior da nuca.
Atípica: O nó pode situar-se na posição sob mentoniana ou lateral ao pescoço.
Os enforcamentos assimétricos são mais frequentes que os simétricos e as incompletas não são
exceção.
 MODO DE EXECUÇÃO
Há certas formas de enforcamento, como no suicídio e no suplício, devendo-se considerar: a
natureza e disposição do laço, o ponto de inserção superior e o ponto de suspensão do corpo.
O laço que aperta o pescoço pode ser de várias naturezas. Sua consistência varia entre os
chamados duros, e moles e semi-rígidos. Lençóis, cortinas e gravatas formam os laços moles:
cordões, cordas, fios de arame ou duros: e cintos de couro, os semi-rígidos.
Sua disposição é sempre em torno do pescoço, sendo mais comum com uma única volta,
embora possa haver várias voltas.
O nó pode faltar, tomando a forma de alças. Poderá ser corrediço, ou simplesmente fixo. Sua
situação é sempre posterior ou lateral e, muito raramente, na porção anterior do pescoço.
Chama-se de suspensão típica ou completa aquela em que o corpo fica totalmente sem tocar
em qualquer ponto de apoio: e suspensão atípica ou incompleta. Se é apoiado pelos pés,
joelhos ou outra parte qualquer do corpo.
Etiologia médico legal:
Suicídio: Maior percentagem
Acidente: Erótica
Homicida:
Judicial: Antigamente.
Patogenia: Existem quatro mecanismos responsáveis:
a) Mecanismo Vascular: O laço gera compressão extrínseca das estruturas vasculares e produz
congestão cefálica passiva com hipoxia do cérebro que produz perda da consciência.
O fluxo venoso é detido com um peso de 2 kg, a circulação da carótida interrompe-se com 5 kg.
b) Mecanismo Respiratório: A deslocação das estruturas cervicais superiores pelo efeito do laço
gera retropulsão da língua e obtura a laringe. Para isto acontecer são precisos 15 kg.
c) Mecanismo Reflexo: a compressão dos seio carotídeo deprime o automatismo do coração.
D) Mecanismo raquídeo: é necessário uma suspensão completa com queda de certa altura,
desta forma a violência da tração gera lesão óssea cervical (luxação atlanto axóidea ou C2-C3
produzindo lesões bolbo medulares destrutivas.
Períodos clínicos:
Hipoxia: Cefaleias, acufenos, parestesias nos membros inferiores, e perda da consciencia.
Convulsivo: A hipoxia do cérebro gera convulsões gerais, a vitima pode sofrer contusões no
curso das convulsões.
Final: Ultima fase de apneia e paragem cardiaca.
Local dos fatos:
Avaliar suspensão do cadáver.
Mecanismo de suspensão
Elemento constritor deve ser remitido com o corpo, de ser possivel não retira-lo do corpo.
Móveis e objetos circundantes ao cadaver.
Elementos, objetos e vestimentas que sugirem experiencias autoeroticas.
Na morte por enforcamento, a ação do laço sobre o pescoço nos permite estudar:
Aspeto do cadáver
Determinar as características e magnitude das lesões cervicais.
Estabelecer a vitalidad das mesmas.
Categorizar outro tipo de lesões extra cervicais assim como correlacionar os achados gerais da
autopsia com as observações no lugar dos fatos.
Para isto procederse-a da seguinte forma:
Exame Externo: Prévia tomada de fotografias gerais do cadaver, em especial da area cervical,
estudiar-se-a todas as lesões do corpo particularmente as do pescoço.
No pescoço:
- Verificar o sulco de compresão, area deprimida longitudinal, deixada pelo elemento
compressivo ajustado ao pescoço. Pode ser observado nas estrangulações com laço, alem do
enforcamento, mas com caracteristicas diferentes.
No enforcamento avaliar:
Numero de sulcos: Geralmente único
Localização: Por cima da cartilagem tiroideia.
Direção: Obliqua ascendente em relação ao nó.
Profundidade: Marcada na zona correspondente a alça do laço
Fundo: Geralmente em pergaminho, algumas equimose e a reprodução da marca do traço dos
filamentos do laço.
Largura: Variavel relacionada ao elemento constritor e a região topografica considerada.
Bordos: Ligeiramente sobre elevados aspeto equimotico escoriativo assim como um traço de
cor lilas, por cima do sulco correspondendo aos livores.
Exame do resto do corpo:
Rosto: Aspeto variavel
Segundo o tipo de enforcamento, se for simetrica o rosto é palido, pelo contrario se for
assimetrica, sera congestivo.
Os livores manifestam-se distalmente nos membros se a suspensão for completa, e nas areas
de decúbito se for incompleta.
Se a suspensão for prolongada aparecem a purpura hipostatica, ponteado de sangue nas areas
dos livores.
Observa-se tumescença do penis, saida de liquido seminal pela congestão pelvica e nalguns
casos incontinencia esfinteriana..
Exame interno:
Boa pratica será abrir a cavidade craniana, eliminando a quantidade de sangue acumulada na
extremidade cefalica,
Identificar: Degarros dos musculos, ligamentos, vasos sanguineos e nervos.
Fraturas de estruturas osteo carilaginosas da via area.
Fracturas e luxações da coluna cervical superior.
LESÕES ANATOMOPATOLOGICAS
A posição da cabeça sempre se mostra voltada para o lado contrario do nó, fletida para diante,
com o mento tocando no tórax.
Assinala-se a presença de liquido ou espuma sanguinolenta pela boca e narinas. A língua é
cianótica e sempre está projetada além das arcadas dentarias. Olhos protusos e o pavilhão
auricular violáceo, surgindo ocasionalmente otorragia.
- No enforcamento completo, os membros inferiores estão suspensos e os superiores,
colocados ao lado do corpo, com os punhos cerrados mais ou menos fortemente. Na forma
incompleta, os membros assumem posições as mais variadas.
- A rigidez cadavérica é mais tardia no enforcamento. As manchas de hipóstase se apresentam
na metade inferior do corpo com maior intensidade nas extremidades dos membros, surgindo
também às equimoses post mortem. Devido ao tempo de suspensão e à fluidez do sangue,
pode-se observar nas áreas de manchas de hipóstase as chamadas porpuras hipoestáticas, as
quais não podem ser confundidas com petéquias hemorrágicas.
Sinais externos - A sua maior importância está no sulco do pescoço, de capital valor do
diagnostico do enforcamento.
Na maioria das vezes, o sulco é único. Podendo, no entanto, apresentar-se duplo, triplo ou
múltiplo quando esse laço envolve várias vezes o pescoço.
O sulco situa-se na posição superior do pescoço, mais alta do que o ponto onde fixou primeiro
o laço, para depois deslizar até o ponto de apoio da cabeça, dirigindo-se em sentido do nó
obliquamente, de baixo para cima e de diante para trás.
A consistência do leito do sulco é mole, e a tonalidade é branca, nos produzidos por laços
moles, e dura, apergaminhada e de tonalidade pardo-escura, resultante da desidratação da
pela escoriação nos fenômenos post mortem, nos produzidos por laços duros.
Tanto mais delgado o laço, mais profundo o sulco, levando-se em consideração ainda o tempo
de permanência do corpo sob a ação do laço. A largura do sulco também varia em função do
laço. A permanência do sulco de proporcional a consistência do laço, podendo desaparecer
num segundo exame, caso se trate de um laço mole.
Características diferenciais do sulco

 Sinais Internos.
 A. Sinais Locais:
Lesões da parte profunda da pele e da tela subcutânea do pescoço. No enfoque, essas
alterações são mais constantes e mais intensas do laço contrario ao nó.
Lesões dos vasos: incidem sobre as artérias e, excecionalmente nas veias. São mais
encontradas nos enforcamentos por laços da circunferência do vaso. O referido sinal é mais
encontrado na artéria do lado oposto do nó.
Esses sinais sãos evidente, nos casos de enforcamento, no lado onde o laço sustenta o corpo,
ou seja, no lado oposto ao vistos em ambos os lados, as lesões são mais pronunciadas e mais
baixas no lado contrario ao do nó.
Lesões do aparelho laríngeo: fraturas das cartilagens tireoides e cricoide, e fratura do osso
hioide.
Lesões da coluna vertebral: nos casos de enforcamento com queda brusca do corpo, podem
surgir fraturas ou luxações de vértebras cervicais, como acontece em alguns dos
enforcamentos por suplício.
Sinais planos profundos do pescoço. Os sinais comumente descritos médico-legal sobre
enforcamento são:
Musculares, Cartilagens e ossos, ligamentos, vasculares, neurológicos, vertebrais, faríngeos,
laríngeos.
 LESÕES INTERNAS
-INFILTRAÇÃO HEMORRAGICA NA ADVENTICIA DAS CAROTIDAS: SINAL DE
MARTIN
-DESGARROS DA INTIMA DA ARTERIA
CAROTIDA: SINAL DE AMUSSAT
-DESGARROS DA INTIMA : VEIAS JUGILARES INTERNAS : SINAL DE OTTO.
-RUPTURA DAS ASTES MAIORES DO OSSO HIOIDES E DAS SUPERIORES DO
CARTILAGEM TIROIDES
B. Sinais à distância
São aqueles encontrados nas asfixias em geral, como congestão poli visceral, sangue fluido e
escuro, pulmões distendidos equimoses viscerais e espuma sanguinolenta na traqueia e nos
brônquios.
Mecanismo da morte por enforcamento. Hoffmann fundamenta a morte do enforcamento em
três princípios.
Morte por asfixia mecânica. Naturalmente é se levado a pensar que a ação do laço no pescoço
interrompe a passagem até os pulmões. Se o endividou morre por asfixia mecânica no
enforcamento não pé precisamente por constrição da laringe e da traqueia, e sim por outro
mecanismo de asfixia, como a obstrução das vias respiratórias, pelo desgarro da base da língua
para cima e para trás, por ação do próprio laço sobre a parede posterior da laringe.
Morte por obstrução da circulação. A interrupção da circulação venosa pela constrição do laço
do pescoço contribui apenas para alguns autores, no fenômeno da congestão da face. A
obstrução da passagem do sangue arterial pelas carótidas acarretando perturbações cerebrais
pela anoxia.
Morte por inibição devido à compreensão dos elementos nervosos do pescoço. O laço exerce
pressão sobre o feixe vásculo-nervoso do pescoço, principalmente no nervo vago. Isso se
demonstra basicamente nos casos de sobrevivência nos quais se manifestam sinais laríngeos
cardíacos e respiratórios observadas pela compressão daquele nervo ou dos seios carotídeos.
SINAIS EXTERNOS COMUNS AS ASFIXIAS
SINAL DE FUNGO ESPUMOSO: ESPUMA QUE SAI PELA NARIZ E BOCA DE COR ROSADO
AMARELADO.
EXOFTALMIA
PROTUSÃO DA LINGUA
PETEQUIAS SUBCONJUNTIVAIS
CIANOSE
EQUIMOSE
ASFIXIA POR SUMERSÃO
(AFOGAMENTO)
ASFIXIAS POR SUMERSÃO

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