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Sistema cardiovascular
O coração é um órgão com grande capacidade reserva, os sinais clínicos nem sempre são
proporcionais às alterações macroscópicas. Sendo assim, o coração possui meios
compensatórios, como alteração na frequência e contratilidade. Essa compensação leva a
hipertrofia que pode ser excêntrica ou concêntrica dependendo se o volume ou pressão
estão alterados.
Sobrecarga de volume: Hipertrofia excêntrica
Sobrecarga de pressão: Hipertrofia concêntrica
Dilatação cardíaca: Difere da hipertrofia pois há estiramento de músculos papilares e das
fibras do miocárdio em geral. Essa condição ocorre quando os mecanismos compensatórios
não são mais suficientes.
Alterações congênitas
Alterações degenerativas
Endocardiose valvular: Uma lesão degenerativa que afeta principalmente a válvula mitral,
mas também pode acometer a tricúspide e válvula aórtica. É mais comum em cães machos e
sua incidência aumenta com o avanço da idade, sendo 75% dos animais acima de 12 anos
afetados. Na macroscopia as válvulas são encontradas:
RetraÍdas
Espessadas
Brancacentas
Opacas
Deformações nodulares múltiplas nas margens livres
Músculos papilares podem estar hipertrofiados e cordas tendÍneas rompidas
Não há sinal de inflamação
Doença de animais idosos
Também conhecida como mixomatose valvular
Colágeno da válvula é substituída por uma matriz mixomatosa
Possivelmente herança poligênica
Em caso de falha valvular ocorre hipertrofia excêntrica
Pode ocorrer um quadro de dilatação da câmara ventricular
Alterações circulatórias
Hemorragias
Hemopericárdio: causa tamponamento cardíaco pois o coração perde área para contração
Corresponde ao acúmulo de sangue no saco pericárdico, geralmente devido à ruptura de
vasos, por trauma ou fragilidade, mas também pode ser causado por:
Esforço excessivo em cavalos
Endocardite atrial ulcerativa: uremia em cães
Hemangiossarcoma
Endocardite: Processo inflamatório que afeta o endocárdio, podendo ocorrer nas vávulas
(endocardite valvular) ou na parede das câmaras (endocardite mural). Muitas vezes estão
correlacionadas. Tendo em vista que o coração é um órgão estéreo é necessário que haja
bacteremia em outro sítio de infecção, de forma contante, associada à micro lesões que
exponham a parte subendotelial.
Na macroscopia é encontrado uma superfície irregular da válvula
Ruminantes são mais acometidos na endocardite valvular direita
Lesões, vegetativas, irregulares e friáveis
Streptococcus, Stafphylococcus, Erysipelothrix rhusiophatiae (suínos)
Consequência: sempre ocorre insuficiência valvular; formação de trombo séptico; hepatite
tromboembólica, nefrite tromboembólica
Diferenciação
Pneumonia tromboemólica: nódulos purulentos indicam que há bacteremia em outro sítio, e
caso haja endocardite, a origem é o coração
Broncopneumonia inciada no pulmão: áreas de consolidação crânio-ventral -> indicam
lesão primária no pulmão
Obs :
Quadro de uremia
glossite ulcerativa, gastrite ulcerativa
Miocardite
Processo inflamatório que ocorre no miocárdio, podendo ser focal, multifocal ou difusa
Miocardite hemorrágica: Causada por Clostridium chauvoei
Miocardite Granulomatosa: Ocorre nos casos de tuberculose bovina; linfadenite caseosa em
ovinos
Causas: Intoxicação (bovinos), bacteriana (Miocardite supurada), fúngica, viral (Miocardite
linfocítica), protozoários (Miocardite parasitária)
Espécies especificas que colonizam o miocárdio pelo tropismo
Não se difere de necrose na macroscopia
Consequências: insuficiência cardíaca
Pericardite
Processo inflamatório que acomete o pericárdio, podendo afetar tanto a parte visceral como
parietal. A pericardite por ser serosa, fibrinosa, constritiva e supurada
Serosa: Acúmulo de exudato rico em proteínas, com quantidade variável de fibrina e *
conteúdo hemorrágico. Geralmente antecede a pericardite fibrinosa
Fibrinosa: Aspecto de pão com manteiga (delícia), onde decorre geralmente de infecções
hematógenas, e a fibrina se organiza de forma filamentosa em quantidade variável, com
coloração amarelada
Constritiva: É uma evolução da anterior em que o material fibrinoso se organiza e é
substituído por tecido conjuntivo, causando aderência entre os folhetos. Nesse caso é difusa
e provoca o tamponamente cardíaco, sendo observado hipertrofia concêntrica, uma vez que
não há espaço para a movimentação normal do coração
Supurada: O tipo mais comum em bovinos decorrente da RPT (Reticulopericardite
traumática), em que um corpo estranho perfura o saco pericárdico permitindo que bactérias
piogênicas se proliferem. É observado uma grande quantidade de exudato purulento no saco
pericárdico com aspecto de pão com bastante alho
Steptoccocos, pasteurella, haemophillus, colisepticemicas, actinobacillus, Escherichia coli:
bactéricas relacionada à pericardite
Perda de consciência
Desaparecimento de tônus muscular
Cessação da respiração
Parada do coração
Perda da ação
Alterações abióticas
Autólise: liberação das enzimas lisossomais nos tecidos após a morte que provoca a
autodigestão dos tecidos
Fenômenos imediatos: insensibilidades, parada, respiratória, imbobilidade...
Coagulação sanguínea
Cruórico x Lárdaceo: Cruórico tem maior percentual de hemácias enquanto o lardaceo é
esbranquiçado com menor percentual de hemácias
Coágulo lárdaceo em equinos é normal pela maior sedimentação; em outros animais denota
quadro de anemia
Alterações bióticas
Enfisema cadavérico: bactérias saprófitas
Maceração da mucosa digestiva:
Saponificação
Mumificação
Desidratação rápida: clima quente e seco
Pele dura, seca
Alterações neoplásicas
Quando neoplasias primárias são consideradas raras, menos hemangiossarcoma nos cães e
neurofibroma em bovinso. Porém neoplasias secundárias são comuns, principalmente carcinoma e
linfomas
Rabdomioma: Neoplasia das fibras musculares cardíacas. Aparecem nódulos na parede ventricular,
bem delimitados, sólidos e não encapsulados.
Histologia: Células grandes, poligonais e redondas com núcleos grandes
Neoplasia do miocárdio
Histologia normal
Mecanismo de defesa do trato respiratório: pelos, lençol mucociliar, Balt (Tecido linfoide
brincoassociado), flora bacteriana saprófita, macrófagos alveolares, espirro e tosse,
imunoglobulinas
Lençol mucociliar: Reveste todo o trato respiratório de muco que é movimentado pelo
batimento dos cílios do epitélio respiratório; alterações na sua morfologia e funcionalidade,
predispões a quadros de rinites e broncopneumonias. O muco é produzido pelas células
caliciformes.
Macrófagos alveolares: Possuem a função de fagocitose de partículas pequenas tanto nos
alvéolos como no insterstício, facilitadas pelas imunoglobulinas no processo da
opsonização. Também são importantes fontes de citocinas para a modulação da resposta
inflamatória.
Microbiota Saprófita: Por meio da competição impedem que a colonização do trato
respiratório por bactérias patogênicas
BALT: São aglomerados de tecido linfoide e se organizam em folículos linfódies, com um
centro germinativo, assim como no baço e outros órgãos linfoides.
Reflexos de espirro e tosse: Fazem a eliminação mecânica de partículas estranhas ao trato
respiratório, e também, no caso da tosse, elimina o excesso de muco ou exsudato.
Rinites
Classificação: agudas, crônicas ou crônico-ativas
Exsudato: serosa, catarral, catarral-purulenta, purulenta, hemorrágica, fibrinosa,
fibrinonecrótica e granulomatosa
Obs:
Epistaxe é uma alteração inflamatória que designa hemorragia nasal. A origem do sangue
não é necessariamente da da narina, podendo ter origem na nasofaringe ou no trato
respiratório inferior
Obs: Epistaxe grave em equinos está associado à lesão pumonar tromboembólica, seundária
à trombose da veia caudal
Alterações inflamatórias: rinites
Hemoptise: Hemorragia oriunda da tosse
Hematêmese: Eliminação de sangue pela boca oriunda do trato digestório
Causas:
Vírus: +frequente
Bactérias: Bordetella bronchiseptica, Pasteurella multocida
Fungos: Cryptococcus neoformans
Mesomycetozoa: Rhinosporidium seeberi
Pode ser: serosa ou purulenta
Garrotilho
Streptococcus equi subs equi: provoca inflamação do tratorespiratório superior; formação
de abscessos nos linfonodos da região
Evolução para broncopneumonia supurada
Com maior frequência em animais de 1 a 3 anos
Mormo
Burkholderia mallei : inflamação do trato respiratório/ linfadenite
Exsudato nasal catarral-purulento, lesões nodulares e ulcerativas na mucosa nasal,
principalmente no septo nasal; nódulos granulomatosos nos pulmões
Formação de fístulas cutâneas associadas á linfadenite
Rhinosporidium seeberi
Rinite granulomatosa
Macroscopia: Polipo assemelhado ao couve-flor que sangra facilmente
Microscopia: Reação piogranulomatosa associada aos esporângios e esporos livres no
tecido
Equinos, bovinos, caninos e humanos
Rinite atrófica progressiva
Pasteurella multocida (toxinas a e d)
Desvio de septo
Neoplasias
Adenocarcinoma nasal- ovino: Tumor etmoidal enzoótico
Associada ao retrovírus do tumor enzoótico nasal (ENTV)
Origina na mucosa olfatória da concha etmoidal: células epiteliais secretoras das glândulas
serosas
Laringe e traqueia
Alterações inflamatórias: Podem ser agudas ou crônicas
Quanto ao exsudato: Seroso, catarral, catarropurulento, hemorrágico, fibrinoso,
fibrinonecrótico e granulomatose
Devido à posição anatômica estão relacionadas à afecções do trato respiratório superior e
inferior: Traqueítes mais relacionadas a bronquite e pneumonias enquanto as laringites
estão mais associadas às rinites
Alterações proliferativas
Pulmões
Hipoplasia pulmonar
Pode ser adquirido ou congênito
Diminuição evidente em comparação com coração ou traqueia
Diminuição do parênquima pulmonar: alteração no número de células
Hérnias diafragmáticas no período embrionário podem causar hipoplasia
Obs: Hérnias diafragmáticas são uma condição em que há deslocamento de vísceras
abdominais para a cavidade torácica
Melanose
Migração de melanócitos para outros órgãos diferente da pele: na vida embrionária
Sem relevância clínica
Diagnóstico diferencial
Pigmento em forma de placa e sem invasão, diferente do melanoma que possui invasão
Melanócitos estão presentes próximos às vias sanguíneas, pois na vida embrionárias a
migração de melanócitos ocorre via sanguínea
Antracose
Deposição de partículas de carvão
Ocorre principalmente em cães que vivem em grandes centros urbanos
Baixa relevância clínica
Os macrófagos fagocitam as partículas de carvão: Acúmulo de pigmento no citoplasma
dessas células no interstício
Diferenciar de melanose
Alterações circulatórias
Hiperemia
Aumento do volume sanguíneo nos vasos: artéria ou veia
Hiperemia ativa: aumento do fluxo sanguíneo característico de processos inflamatórios
Hiperemia passiva: relacionada á quadros congestivos
ICCE: Congestão das veias pulmonares e pulmão
Aspecto não colapsado
Leva ao quadro de edema: aumento da pressão hidrostática e da permeabilidade vascular
Edema pulmonar
Acumulo de líquido no interior de alvéolos
O transudato se mistura ao surfactante alveolar e forma espuma: comprometimento das
trocas gasosas
Lesões no endotélio vascular e no epitélio alveolar aumentam a permeabilidade vascular e
permite o extravasamento de líquido
Hipoalbuminemia: diminuição da pressão oncótica
Macroscopia: pulmões úmidos, pesados, parênquima hipocreptante com liquído espumoso
na traqueia e brônquios
Hemorragia
Hemoptise: correlação com exercício em equinos porém muito subdiagnosticado
Relacionado com a intensidade de exercício intensa, mais do que o tempo do exercício
Alterações do conteúdo de ar
Atelectasia
Colabamento das paredes pulmonares: colapso dos alvéolos sem nenhum ar no interior
Congênita: animais que não morreram antes de fazer o primeiro movimento respiratório
Adquirida
Obstrutiva: Fechamento completo de uma via, e a ventilação colateral não é suficiente; é
comum em bovinos
Compressiva: Lesões adjacentes que comprimem o parênquima pulmonar
Enfisema
Distensão excessiva associada à destruição da parede alveolar
Patogênese relacionada com obstrução da arvore brônquica: O processo de inspiração
envolve a dilatação das vias respiratórias, sendo um processo ativo. A expiração pe um
processo passivo relacionado á contração da musculatura lisa que diminui o calibre das vias
respiratórias. Dessa forma se houver obstrução mesmo que parcial, o ar entra, mas não
consegue sair, provocando o processo de expansão do alvéolo
Pneumonias
Localização: Broncopneumonia e pneumonia intersticial
Curso: superaguda, aguda, subaguda e crônica
Exsudato: Catarral, fibrinosa, purulentam hemorrágica, necrótica e granulomatosa
Pneumonia Lobar
Evolução rápida e processo mais extenso: Uma broncopneumonia fulminante
Causa mais comum em bovinos: Manhemia (Pasteurella) haemolytica (febre dos
transportes)
Curso: hiperagudo e agudo
Quanto ao exsudato: fibrinosa, fibrinopurulenta, hemorrágica e necrótica
Pneumonia hipostática
Pulmão possui consistência porosa: favorece congestão hipostática e edema
Desvitalização do tecido
Complicação potencial para animais em decúbito
Macroscopia: congestão e consolidação unilaterais
Pneumonia intersticial
Via hematógena
O acometimento ocorre nos septos alveolares: Espessamento dos septos intersticiais
Crônica ou aguda
Aspecto arqueado
Macroscopia: Áreas de consolidação difusa, principalmente nos lobos diafragmáticos
Microscopia: Sptos alveolares espessos
Pneumonia tromboembólica
Inflamação supurativa: formação de êmbolos sépticos
Aporte sanguíneo do pulmão e localização anatômica predispõem esse órgão ao embolismo
Comumente originário de endocardite valvular vegetativa
Pneumonia aspirativa
Aspiração de conteúdo contaminado
Depende do que foi aspirado: Sua quantidade, grau de contaminação e irritabilidade ao
pulmão
Em geral: intensa hiperemia e por vezes hemorragia da mucosa
Pneumonia gangrenosa
Pode ocorrer em consequência da pneumonia por aspiração: Material contaminado por
bactérias saprófitas
Potencial quando ocorre necrose extensa do parênquima pulmonar
Macroscopia: coloração amarelada, com odor forte e formações cavitarias cheias de
material necrótico
Neoplasias
Primárias
Secundárias (metástases): comuns, carcinoma mamário, osteossarcoma, hemangiossarcoma