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Doenças que afetam as valvas cardíacas, impedindo a sua abertura e/ou o fechamento adequados.
Existem quatro (aórtica, mitral, tricúspide e pulmonar) e todas elas podem apresentar anomalias
que se manifestam de modo diferente.
VALVA TRICÚSPIDE:
Fluxo entre átrio direito e ventrículo direito
VALVA PULMONAR:
Fluxo de saída do ventrículo direito à artéria pulmonar
VALVA MITRAL (BICÚSPIDE):
Fluxo entre átrio esquerdo e ventrículo esquerdo
VALVA AÓRTICA:
Fluxo de saída do ventrículo esquerdo à artéria aorta
VALVOPATIAS
MITRAL
TRICÚSPIDE AÓRTICA
INSUFICIÊNCIA
ESTENOSE DUPLA LESÃO
Camada
Ligamentos Cristalino interna das Aorta
artérias
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
I. Esquelético: caracterizado por estatura elevada, escoliose, braços e mãos alongadas e
deformidade torácica;
II. Cardíaco: caracterizado por prolapso de válvula mitral e dilatação da aorta;
III. Ocular: caracterizado por miopia e luxação do cristalino. A essa possibilidade de atingir órgãos
tão diferentes denomina-se pleiotropia.
DIAGNÓSTICO
Ecocardiografia
Exames de imagem
Estudos genéticos
Essencialmente clínico
TRATAMENTO
Sem cura definitiva;
Tratamento deve ser feito de maneira
individualizada, de acordo com as manifestações clínicas, e pode compreender desde medicamentos
para evitar a progressão das alterações;
Intervenções cirúrgicas.
FEBRE REUMÁTICA
TRATAMENTO
É uma doença inflamatória sistêmica aguda, autoimune, que se manifesta em indivíduos suscetíveis
entre 1 e 5 semanas após infecção de orofaringe, aparente ou não.
Causadas por estreptococos B- hemolíticos do grupo A (EBGA)
A incidência do primeiro surto é mais elevada entre 5 e 15 anos de idade, apresenta pico entre 8 e
9 anos e, gradualmente, reduz com o avanço da idade.
A frequência de recidivas é maior nos primeiros 5 anos após o surto inicial, principalmente nos dois
primeiros.
→ O processo é desencadeado por resposta imunológica inadequada. Quatro fases distintas
caracterizam a doença:
− faringoamigdalite estreptocócica;
− período de latência;
− fase aguda (FRA)
− fase crônica, quando persistem as sequelas valvares, caracterizando a cardiopatia reumática
crônica (CRC).
I. Infecção estreptocóccica das vias aéreas superiores;
II. Estimulação da produção de vários anticorpos que interagem com o tecido humano;
III. Inicia uma resposta inflamatória sistêmica;
IV. Após um período de latência de 1-4 semanas, o hospedeiro não tratado desenvolve sinais e
sintomas de Doença Reumática.
Fase aguda tem duração de 10 a 12 semanas.
A classificação em critérios maiores e menores de Jones relaciona-se com a especificidade das
manifestações clínicas.
Critérios de Jones: pelo menos 2 sinais maiores ou 1 sinal maior e 2 menores.
QUADRO CLÍNICO
→ As manifestações mais comuns são:
− cardite (50-70%);
− artrite (35-66%);
− coreia (10-30%);
− nódulos subcutâneos (0-10%) (em menor frequência, grande especificidade);
− eritema marginado (< 6%).
− Suprimir o processo inflamatório;
− Minimizar as repercussões clínicas sobre o coração, articulações e sistema nervoso central
(anti-inflamatórios);
− Erradicar o EBGA da orofaringe (antibiótico bactericida);
− Promover o alívio dos principais sintomas.
ESTENOSE MITRAL
A estenose mitral (EM) é a redução do orifício valvar mitral, reduzindo o fluxo sanguíneo para o
ventrículo esquerdo, devido à dificuldade de abertura de suas cúspides, levando a restrição no
esvaziamento atrial durante a diástole.
Trata-se da lesão valvar mais característica da febre reumática (FR), que ocorre de forma isolada
em até 40% dos casos de acometimento cardíaco reumático
FISIOPATOLOGIA
Em razão dos mecanismos adaptativos, hipertrofia e dilatação do ventrículo e átrio esquerdos, o
coração consegue acomodar o volume regurgitante, mantendo o débito cardíaco.
O paciente habitualmente permanece assintomático por muitos anos
O diâmetro e a função do VE são utilizados para definir em qual dos estágios o paciente com IM
se encontra:
Compensado é definido como aquele em que o paciente é assintomático e tem diâmetro diastólico
final do VE inferior a 60 mm, diâmetro sistólico final inferior a 40 mm e fração de ejeção
superior a 60%.
Descompensada, as medidas dos diâmetros diastólico e sistólico do VE ultrapassam 70 e 45 mm,
respectivamente, e a fração de ejeção cai abaixo de 55%.
Intermediária é aquela entre os dois estágios descritos anteriormente.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Em geral, os pacientes cursam assintomáticos durante anos. Os sintomas aparecem em
decorrência da gravidade da regurgitação e da repercussão cardíaca e pulmonar.
Dispneia;
Fraqueza;
Tosse;
Palpitação;
Fenômenos embólicos, tosse, hemoptise e insuficiência cardíaca direita aparecem nas fases mais
avançadas da doença
ESTENOSE AÓRTICA
A estenose valvar aórtica (EAo) é valvopatia de grande relevância mundial em decorrência do
envelhecimento da população.
Pode ser secundária a processo crônico degenerativo de etiologia ateroesclerótica, agressão
reumática ou alterações congênitas.
Raramente, pode ocorrer em razão de doenças reumatológicas ou de doenças relacionadas a erros
do metabolismo.
A EAo de etiologia ateroesclerótica ocorre em cerca de 3 - 5 % da população > 75 anos e em geral se
associa com fatores de risco presentes em pacientes portadores de doença ateroesclerótica.
FISIOPATOLOGIA
O processo degenerativo da EAo geralmente se faz de forma lenta, podendo levar décadas para sua
observação (principalmente em estenose de etiologia degenerativa ateroesclerótica).
Isso decorre de mecanismos de adaptação destinados à preservação da função contrátil cardíaca
relacionados à ocorrência do aumento da pós-carga do VE.
Pós-Carga: resistência enfrentada durante a
ejeção do ventrículo
A EAo caracteriza-se pela ocorrência de sobrecarga de pressão ao VE, levando hipertrofia
concêntrica do VE, demonstrando-se de forma característica VE, com aumento do índice de
massa ventricular.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O paciente portador de EAo pode permanecer longo período assintomático, sendo baixa a
mortalidade nesse período.
Os sintomas clássicos relacionados à EAo são:
Angina;
Dispneia e síncope.
Com mortalidade de 38-43% em um ano, 63% em 2 anos, 75% em 3 anos.
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA
A insuficiência aórtica (IAo) caracteriza-se por refluxo de sangue da aorta para o ventrículo
esquerdo (VE) através da valva aórtica durante a diástole.
A forma de apresentação clínica mais comum é a crônica, que só causa repercussão se muito
importante e após longo tempo de evolução e, em geral, é bem tolerada pelo paciente por vários
anos.
As causas mais comuns de IAo crônica são: doença reumática, sequela de endocardite infecciosa e
degeneração mixomatosa;
As causas mais comuns de IAo agudas são: endocardite infecciosa e dissecção aguda da aorta.
FISIOPATOLOGIA
O surgimento de refluxo aórtico significativo induz ao aparecimento de alterações hemodinâmicas
importantes, como o aumento do volume do VE, o aumento do volume sistólico ejetado por batimento
e a redução da pressão da aorta;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Na IAo crônica, a maioria dos pacientes permanece sem sintomas por vários anos. Os sintomas
surgem em paralelo à disfunção do VE; alguns pacientes, entretanto, podem permanecer sem
sintomas mesmo com disfunção do VE. Dispneia aos esforços;
Aumento Dilatação
Aumento do Aumento da
discreto da ventricular/
volume sistólico pressão sistólica
espessura hipertrofia
ejetado intraventricular
miocárdica excêntrica
Dispneia em repouso ou de decúbito;
Fadiga e sensação dos batimentos cardíacos;
Angina (pode ocorrer nas fases mais avançadas).
ESTENOSE TRICÚSPIDE
A estenose tricúspide (ET) é caracterizada por redução da
abertura da valva tricúspide durante a diástole.
A repercussão clínica em geral só aparece em quadros
mais avançados, sendo as lesões moderadas bem toleradas.
A Estenose Tricúspide (ET) é uma valvopatia rara, tendo
como principal etiologia a doença reumática.
Na maioria dos casos, a apresentação ocorre na forma
de dupla lesão, com graus variados de insuficiência.
FISIOPATOLOGIA
A ET de grau importante pode levar a quadros de congestão venosa sistêmica, podendo apresentar-
se c omo anasarca, embora isso seja raro.
A função sistólica do ventrículo direito está preservada, e o acometimento é exclusivo do átrio direito,
usualmente com intensa dilatação.
QUADRO CLÍNICO
Desconforto cervical, devido à intensa
distensão de veias jugulares;
Fibrilação atrial é complicação comum desses
casos.