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República de Angola

Ministério da Educação/Saúde

Faculdade de saúde e Bem Estar

Disciplina: F.Cardiologia

Tema: Comunicação Interatrial

Integrantes do Grupo nº 8

Emane Rocha

Isabel Adjane

Itchélica Tamara

Manuela Figueira

Virgínia Ribeiro

Docente

_____________________

Luanda aos 20 de octubro de 2022


Índice

Introdução---------------------------------------------------------------------3

Fundamentação Teórica-----------------------------------------------------4

Seio venoso-------------------------------------------------------------------5

Fisiopatologia--------------------------------------------------------------6-7

Exames complementares-------------------------------------------------7-8

Tratamento----------------------------------------------------------------8-10

Conclusão-------------------------------------------------------------------11

Referências Bibliográficas------------------------------------------------12
Introdução

As malformações congênitas são alterações que ocorrem no


desenvolvimento embrionário resultando em modificações estruturais e
funcionais. Os defeitos congênitos do coração (DCCs) compreendem um
significativo grupo de malformações congênitas caraterizado por
anormalidades do coração e dos grandes vasos.

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita


caracterizada por uma abertura no septo interatrial, que permite a passagem
do sangue do átrio esquerdo (alta pressão) para o átrio direito (baixa
pressão). É a mas comum das cardiopatias congênitas em adultos, visto que,
com frequência, o paciente vive durante vários anos sem relatar sintoma
algum.

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Fundamentação Teórica

Cardiopatia é o conjunto de doenças que acometem o coração alguns


dos tipos comuns de cardiopatias são as seguintes:

Cardiopatia congênita são os defeitos cardíacos presentes desde o


nascimento. Nos casos mais graves costuma ser percebiba logo que o bebê
nasce, nos casos menos graves pode ser diagnosticada quando a pessoa já
está na idade adulta.

Doenças no miocárdio: defeitos no músculo do coração. Em muitos


casos, o órgão não consegue bombear o sangue adequadamente.

Infecção no coração: são causadas quando bactérias, vírus, fungos ou


parasitas alcançam o músculo cardíaco.

Cardiopatia de válvulas: o coração tem quatro válvulas que abrem e


fecham para permitir o fluxo de sangue no órgão. Uma variedade de fatores
podem danificar as válvulas, causando a doença.

Cardiopatia hipertensivas é uma consequência da pressão arterial


alta, que pode sobrecarregar o coração e os vasos sanguíneos e causar a
doença.

Cardiopatia isquêmica: causada pelo estreitamento das artérias do


coração pela acumulação de gordura, o que leva à diminuição da oferta de
sangue para o órgão. A doença pode gerar anginas (dor no peito) ou, nos
casos agudos, infarto

No presente trabalho abordaremos sobre cardiopátia acianótica


(comunicação interatrial). A comunicação interatrial (CIA) trata-se de uma
cardiopatia congênita, que se caracteriza pela presença de um orifício
anormal no septo interatrial, permitindo a comunicação entre o sangue que
está passando no átrio esquerdo e no átrio direito.

Esta anomalia está incluída no grupo das cardiomiopatias congênitas


acianóticas, ou seja, que estão presentes desde o nascimento, e levam à
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coloração arroxeada (ou azulada) dos lábios e extremidades, em decorrência
da oxigenação insuficiente. Na CIA há um hiperfluxo pulmonar. Em outras
palavras, ocorre um desvio anormal do sangue do átrio esquerdo do coração,
que apresenta alta pressão, para o átrio direito, que apresenta baixa pressão
e, por conseguinte, para a circulação pulmonar.

Existem três tipos de CIA. Dentre elas estão:

• Seio venoso: acomete a região superior do septo interatrial e pode estar


relacionada a disfunções da drenagem das veias pulmonares.
• Ostium secundum: é o tipo mais comum e acomete a região medial do
septo interatrial.
• Ostium primum: acomete a região inferior do septo interatrial e é
comumente observada em indivíduos com Síndrome de Down.

Seio Venoso

No caso da CIA tipo seio venoso superior - 4% a 11% das CIA - o


defeito anatômico é quase sempre encontrada na junção entre a
desembocadura da veia cava superior e o átrio direito gerado por uma
deficiência da parede comum entre parte da veia cava e as veias pulmonares
do lado direito. Existe também a CIA tipo seio venoso localizado na cava
inferior (subtipo inferior) que é bem mais raro - 1% dos casos. O termo seio
venoso refere-se a origem embriológica do tecido que encontra-se
habitualmente presente na região de inserção das cavas no átrio direito.

Esse tipo de CIA quase sempre está associada (90% dos casos) com a
conexão anômala parcial de veias pulmonares o que produz desvio adicional
da esquerda para a direita.

Dessa forma a estratégia cirúrgica da CIA tipo seio venoso superior


tem como princípios básicos não só o fechamento do defeito septal mas
também o redirecionamento da veias pulmonares através da comunicação
para o átrio esquerdo e a ampliação da cava superior.

1)*A imagem abaixo demonstra o aspirador transpassando o CIA tipo


seio venoso superior após abertura do átrio direito e cava superior. O desenho
esquemática no canto superior da imagem mostra a técnica de fechamento
do CIA redirecionando as veias pulmonares.

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1)*

2)* Foto cirúrgica mostrando o fechamento da CIA com


redirecionamento das veias pulmonares direitas que drenavam de forma
anômala para o átrio direito.

2)*

Fisiopatologia do defeito do septo atrial

Em anatomia, as aurículas ou átrios são duas cavidades do coração,


localizadas uma em cada lado acima dos ventrículos, dos quais são separadas
por válvulas cardíacas. As aurículas recebem através
das veias o sangue da grande e da pequena circulação, que não se misturam
pois cada aurícula é separada da outra.

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Acomunicação interatrial é um defeito congênito de fechamento do
septo interatrial, que é a estrutura que divide parte do coração entre os lados
direito e esquerdo. Durante a formação embrionária do coração estes dois
lados se dividem através de uma estrutura chamada septo interatrial. Porém
em algumas pessoas este septo não se forma adequadamente com
persistência de um defeito (buraco) que comunica os dois lados do coração
causando mistura do sangue com e sem oxigênio.

A presença da comunicação pode pode causar adicionalmente a


passagem de coágulos para o lado esquerdo do coração e causar fenômenos
embólicos com significativa repercussão. O acidente vascular cerebral
(AVC) é um deles, sendo que a maioria das pessoas que sofrem um AVC
devem ter a presença da CIA investigada.

Sinais e Sintomas (Achados clínicos)

Os pacientes com defeito do septo interatrial geralmente são


assintomáticos no início da vida, embora existam relatos ocasionais de
insuficiência cardíaca congestiva e pneumonia recorrente nos primeiros anos
de vida. As crianças com defeito no septo atrial podem sentir fadiga
facilmente e dispnéia ao exercício. Tendem a ser fisicamente
hipodesenvolvidas e propensas à infecção respiratória. Ao contrário das
manifestações que ocorrem nos adultos, as arritmias atriais, a hipertensão
arterial pulmonar, o desenvolvimento de obstrução vascular pulmonar e
insuficiência cardíaca são extremamente incomuns na faixa pediátrica.
Neste grupo, o diagnóstico freqüentemente é suspeitado após detecção
de um sopro cardíaco ao exame de rotina, exigindo uma avaliação cardíaca
mais completa. Edema periférico surge nos estágios mais avançados da
doença. Cianose e baqueteamento dos dedos acompanham o
desenvolvimento de um shunt direita-esquerda.
Exames Complementares
Eletrocardiograma
O eletrocardiograma expressa, em certa medida, o grau de repercussão
hemodinâmica, facilitando o reconhecimento da anomalia do septo
interatrial. As modificações observadas decorrem da sobrecarga volumétrica
de câmaras direitas, que produzem, além da dilatação, certa hipertrofia
seletiva da via de saída do ventrículo direito. Geralmente, o ritmo é sinusal.

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Ecocardiograma
O ecocardiograma permite caracterizar a localização, o tamanho, o
grau de repercussão hemodinâmica do defeito, além das anomalias
associadas e de eventuais complicações, como hipertensão arterial pulmonar.
Nas sobrecargas volumétricas importantes do ventrículo direito, observa-se
movimentação paradoxal do septo interventricular.
RX de tórax
O raio X de tórax também apresenta alterações hemodinâmicas
decorrentes do shunt interatrial. Observa-se aumento das câmaras direitas,
arco pulmonar dilatado, botão aórtico pequeno e aumento da trama vascular
pulmonar. Na CIA com hipertensão pulmonar, ocorre acentuação do arco
pulmonar com dilatação de tronco e hilos pulmonares, sendo a periferia
vascular fina e pobre.
Cateterismo
Usualmente, o cateterismo cardíaco não está recomendado como
método diagnóstico, podendo ser útil nas seguintes situações:
1) - estudo da hipertensão pulmonar;
2)- em paciente cirúrgico com mais de 40 anos de idade;
3)- nas situações em que o ecocardiograma não mostra clara definição,
principalmente as lesões associadas;
4)- para o tratamento percutâneo.

Tratamentos

As Cardiopatias Congênitas (CC) se apresentam em dois grupos


distintos: as acianogênicas, em que a saturação arterial de oxigênio encontra-
se acima de 90% e as cianogênicas, caracterizadas pelo valor de saturação
abaixo de 90%, com possível cianose. No primeiro grupo, encontram-se
condições em que há lesão de septo interatrial.

Grande parte das CC podem ser corrigidas cirurgicamente e, quando


realizadas precocemente, mantêm os índices de mortalidade nos grandes
centros em torno de 2%.

Existem diversas vias de acesso cirúrgico ao coração e aos grandes


vasos. Dentre elas, pode-se citar:

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1)- A toracoesternotomia transversa bilateral;

2)- A toracotomia lateral (toracotomia ântero-lateral, toracotomia


póstero-lateral)

3)- Esternotomia mediana que é a mais utilizada. Porém, a escolha da


via de acesso depende da localização da alteração anatômica e do tratamento
cirúrgico proposto.

Tratamento Fisioterapêutico

Mesmo com o avanço das técnicas cirúrgicas, a morbidade em


pacientes portadores de cardiopatia congênita no pós operatório, ainda é
elevada, pois são diversas as complicações que podem surgir nesse período.

Dentre as complicações respiratórias pode-se citar:


1)- A lesão de nervo frênico;
2)- Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA);
3)- Embolia pulmonar,
4)- Pneumotórax;
5)-Pneumopericárdio;
6)- Edema pulmonar;
7)- Pneumonia;
8)- Atelectasias;
9)-Derrame pleural
10)-Atelectasias
Atelectasias são caracterizadas pela perda de volume pulmonar com
colapso parcial ou total de uma determinada área das vias aéreas e são
complicações muito freqüentes no pós operatório de cirurgia cardíaca,
podendo ser desencadeadas por anestesia geral, tosse ineficaz, incursões
respiratórias superficiais, derrame pleural, entre outros. Frequentemente,
acarretam diminuição da expansão pulmonar e o aumento do trabalho
ventilatório.
Nesses casos, a ventilação com uso de pressão positiva é o tratamento
mais indicado, através da insuflação manual com máscaras em recém

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nascidos e lactentes, e da respiração por pressão positiva intermitente (RPPI)
em crianças maiores.

A fisioterapia respiratória e a broncoscopia, são rotineiramente


utilizadas no tratamento de atelectasias, sendo geralmente empregados na
fisioterapia recursos como a ventilação não invasiva (VNI), recrutamento
alveolar, manobras desobstrutivas como aceleração do fluxo expiratório
(AFE) e vibração manual. Manobras de reexpansão pulmonar e higiene
brônquica, drenagem postural brônquica seletiva e aspiração traqueal.

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Conclusão

A comunicação interatrial (CIA) trata-se de uma cardiopatia


congênita, que se caracteriza pela presença de um orifício anormal no septo
interatrial, permitindo a comunicação entre o sangue que está passando no
átrio esquerdo e no átrio direito. Mesmo com o avanço das técnicas
cirúrgicas, a morbidade em pacientes portadores de cardiopatia congênita no
pós operatório, ainda é elevada, pois são diversas as complicações que
podem surgir nesse período.

E a fisioterapia é muito importante tanto no período pré quanto no


período pós operatório em cirurgia cardíaca pediátrica, tendo em vista as
inúmeras complicações decorrentes do ato cirúrgico, e das alterações
sistêmicas das próprias cardiopatias congênitas

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Referências Bibliográficas

www.editoraguanabara.com.br

https://www.scielo.br/j/rbti/a/HyXyGfbXTkWhy9CZPWLLmWM/?f
ormat=pdf&lang=pt

https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/09/428704/fechamento-
percutaneo-da-comunicacao-interatrial.pdf
https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/sintomas-doencas.-
tratamentos/comunicação-interatrial-cia-2/

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