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HARDTOPICS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

O QUE CAI?
Características clínicas das cardiopatias congênitas mais frequentes.

VISÃO GERAL

importância. Estima-se que no brasil nascem anualmente 3 milhões de crianças com cardiopatia
congênita (1 caso a cada 100 nascidos vivos). O diagnóstico pré-natal ou no período neonatal reduzem o
comprometimento da qualidade de vida e permitem a correção cirúrgica, quando necessária, em tempo
oportuno.
frequência. As cardiopatias congênitas mais frequentes são: CIV, CIA, persistência do canal arterial,
tetralogia de Fallot, coarctação da aorta, estenose aórtica, estenose pulmonar, transposição das grandes
artérias.
detecção. O diagnóstico de cardiopatia congênita crítica pode ser realizado a partir de 24 horas de vida
pela triagem com a oximetria de pulso (teste do coraçãozinho). Se qualquer medida da saturação periférica
de O2 for < 95% ou se existir uma diferença > 3% entre as medidas do membro superior direito e um dos
membros inferiores, deve ser solicitado um ecocardiograma.
sopro. Na criança o sopro cardíaco pode ser decorrente de um fluxo sanguíneo normal e sem
anormalidades estruturais. Ao longo do crescimento e desenvolvimento infantil podem surgir sopros
inocentes com as seguintes características: sistólico, duração curta, timbre musical ou vibratório, suave e
a intensidade se altera de acordo com a posição (fica mais intenso na posição supina). Deve-se suspeitar
de cardiopatia quando o sopro identificado for holossistólico, diastólico, com intensidade de 3+/6+ ou
mais, a intensidade aumenta quando a criança fica sentada ou de pé, além da presença de uma segunda
bulha anormal.

CARDIOPATIAS CONGÊNITAS ACIANÓTICAS


CIA. Defeito mais comum - ostium secundum. Ao exame clínico é identificado o desdobramento amplo e
fixo da segunda bulha. Se CIA ampla o sopro pode ser diastólico. O ECG evidencia sobrecarga do VD e na
radiografia de tórax se percebe AD e VD aumentados. Se não fechar espontaneamente (como ocorre na
maioria dos casos de CIA ostium secundum), o tratamento cirúrgico pode ser necessário quando a relação
QP/QS é > 1,5.
CIV. Tipo mais comum - CIV perimembranosa. Ao exame clínico é identificado um sopor holossistólico em
borda esternal esquerda (inferior). Na CIV pequena a criança pode ser assintomática e nas maiores (pelo
excesso de fluxo reduzindo a complacência pulmonar) surgem dispneia, dificuldade de mamar e de ganhar
peso adequadamente, além de pneumonias de repetição. Nas civs amplas as pressões entre as cavidades se
igualam e à medida que a resistência vascular periférica aumenta o fluxo se inverte (passa para o sentido
direita para esquerda). Assim, o ECG evidencia sinais de hipertrofia (bi)ventricular e a radiografia de tórax
cardiomegalia (hipertrofia ventricular) e trama vascular pulmonar aumentada. Na CIV pequena há
fechamento espontâneo regularmente e nos casos com CIV ampla, se não houver descompensação no
período neonatal, a conduta clínica (fracionamento de dieta, incremento calórico, diuréticos,
oxigenoterapia, dentre outras medidas) deve ser mantida até a intervenção cirúrgica.

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HARDTOPICS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

PCA. As variações dos níveis de prostaglandina na musculatura do canal arterial, o balanço entre as
resistências vascular pulmonar e periférica e a maior oxigenação pós-natal levam a constricção e
fechamento do canal arterial. Se esses mecanismos não funcionam o canal arterial permanece pérvio e
surgem sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. O sopro contínuo em maquinaria é observado ao
exame clínico quando a PCA é ampla, além de sobrecarga de VE no ECG e aumento das câmaras cardíacas
esquerdas na radiografia de tórax. O tratamento inicial é medicamentoso (ibuprofeno ou indometacina).
coarctação da aorta. Mais comum - coarctação justaductal (entre a origem da artéria subclávia
esquerda e a região do canal arterial). A manifestação clínica característica ao exame clínico é a diferença
nos pulsos e na medida da pressão arterial dos membros superiores para os inferiores. Os casos leves
podem não ser diagnosticados no período neonatal. A radiografia de tórax pode evidenciar imagem do
algarismo 3 (dilatação – estenose – dilatação) e cardiomegalia. No ECG há sinais de sobrecarga do VE.
atenção. O defeito total no septo AV é comum na síndrome de down.

CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CIANÓTICAS

tetralogia de Fallot. CIV, obstrução de saída do VD, hipertrofia do VD, dextroposição da aorta. a cianose
de intensidade variável, a dispneia e o baqueteamento digital são as manifestações clínicas principais.
outra manifestação frequente é a crise hipercianótica. na radiografia de tórax o sinal do tamanco holandês
(a ponta cardíaca sobre o diafragma) é característico, além de sinais de hipoplasia pulmonar. no ECG
aparece onda T positiva em V1 com onda R aumentada nas precordiais, além da hipertrofia do VD. até a
correção cirúrgica (paliativa ou definitiva) se inicia o tratamento medicamentoso (betabloqueador,
prostaglandina E1, morfina, bicarbonato, oxigenoterapia).
transposição das grandes artérias. A aorta sai do VD e a artéria pulmonar do VE, porém cada átrio
está conectado ao respectivo ventrículo (ou seja, há uma conexão atrioventricular biventricular
concordante com uma discordância ventriculoarterial). Após as primeiras horas de vida surge cianose e
taquidispneia com piora progressiva, hipoxemia grave e acidose metabólica. A aparência da sombra
cardíaca na radiografia de tórax é como um ovo deitado (estreitamento do mediastino superior) e se
percebe aumento da trama vascular pulmonar. No ECG há sobrecarga biventricular ou do VD. Tratamento
medicamentoso: prostaglandina E1. Tratamento cirúrgico: inversão arterial.
atenção. Na drenagem anômala total das veias pulmonares a imagem radiológica característica é em forma de oito
ou de boneco de neve.

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