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CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
O coração começa a ser formado no primeiro mês de vida do feto. Existe uma alça cardíaca
comum que se torce sobre ela mesma e vai se septando até formar o coração no futuro.
Quando começa a se septar forma o coxim endocárdico (que é uma trave muscular fibrosa no
meio do coração) que divide o átrio comum e ventrículo comum, no meio tem um espaço que
no futuro forma as valvas AV.
A parte atrial dessa alça é chamada de seio venoso, existe também o tronco arterioso, etc.
Olhando o coração de cima há a valva tricúspide à direita e a mitral à esquerda. Existe o septo
infundibular que é como se fosse a continuação do septo interventricular, que divide as
artérias aorta e pulmonar. A aorta está entre as valvas e a artéria pulmonar está mais anterior.
A quantidade de sangue que vai para o pulmão é a mesma que vai para o corpo, assim o débito
pulmonar (QP) é igual ao débito sistêmico (QS). Então a relação entre eles é QP/QS, que tem o
valor de 1:1 no coração normal. A circulação pulmonar tem a saturação de O2 (saturação
venosa central) em torno de 60%, já a saturação na circulação sistêmica é acima de 94%. A
pressão normal na circulação pulmonar é até 25mmhg, já na circulação sistêmica a pressão é
de 120mmhg.
Síndrome de Patau (90% dos casos tem CIV, alta mortalidade) – trissomia do 13.
Podem ter CIV, PCA e dextrocardia.
Síndrome de Edwards (“mãos de tesoura” prognostico um pouco melhor do que em
Patau) – trissomia do 18. CIV, PCA, estenose pulmonar.
Síndrome de Down (mais frequente) – trissomia do 21. CIV, DSAV (defeito do septo
átrio-ventricular). Essas crianças tem hipertensão pulmonar precoce.
O primeiro ultrassom realizado é de translucência nucal, que deve ser ate 2,5mm, caso seja
maior é indicativo de síndrome de Down.
- Abordagem clinica:
HDA: se o bebê cansa pra mamar, se fica roxo ou se está crescendo ou não.
Exame físico: roxo ou não, sopro, tamanho do bebê, se tem alguma síndrome. Palpar
pulsos do bebê.
RX de tórax PA e perfil: deve se observar o pulmão do bebê, hiperfluxo ou hipofluxo
pulmonar.
ECG
ECO: padrão-ouro
TC e RNM
CATE
Nem todo sopro indica uma cardiopatia subjacente, pois existem os sopros inocentes
(sistólicos geralmente).
- Análise sequencial:
Conexão atrioventricular: descreve a forma pela qual os átrios estão conectados aos
ventrículos. No feto normal, esta conexão é concordante, onde o átrio direito está conectado
ao ventrículo direito, e o átrio esquerdo está conectado ao ventrículo esquerdo. Pode ocorrer,
nas anomalias congênitas, o que se chama de conexão discordante, quando os átrios e os
ventrículos não se conectam com seus homônimos.
Ocorre aumento das câmaras cardíacas direitas (VD e AD), principalmente VD, pois há uma
sobrecarga do VD, ocorre hiperfluxo pulmonar, a pressão pulmonar aumenta na CIA. Se
aumentar muito pode inverter o fluxo, essa inversão caracteriza a Síndrome de Eisenmenger.
Sinais e sintomas:
Infância: assintomáticos.
Infecções respiratórias de repetição por congestão pulmonar.
Dispneia
Palpitações (quando a AD começa a crescer as fibras elétricas começam a se dispersar
e o nó SA perde o comando, aparecendo focos ectópicos).
Sopro mesossistólico de ejeção em foco pulmonar (EP relativa por causa do hiperfluxo.
O anel valvar pulmonar tem um tamanho que não muda, assim quando há maior
volume de sangue a velocidade do sangue é maior, se a velocidade estiver bem
elevada se ausculta o sopro).
Desdobramento fixo de B2 (por retardo do fechamento da valva pulmonar).
“Criança acianótica, assintomática, ECG mostrando sobrecarga de cavidades D,
desdobramento fixo B2”.
Tipos:
Sinus venosus: afeta a parte superior do septo interatrial e pode estar associada com a
drenagem anômala das veias pulmonares.
Ostios secundrum (mais comum): afeta a parte medial do septo interatrial.
Ostium primum: afeta a parte inferior do septo interatrial. É típica da Síndrome de
Down, uma doença genética relativamente comum.
Seio coronário: afeta a parte superior do seio coronário permitindo que o sangue
drene da veia cava superior esquerda para o átrio esquerdo.
ECG:
BRD
CAD
Sobrecarga de VD
Raio X:
CAD
CVD
Hiperfluxo pulmonar
Atualmente se fecha a CIA utilizando uma prótese. A eficácia é igual a de uma cirurgia (99%).
O shunt ocorre entre os ventrículos. É não cianogênica. O shunt é E/D. A diferença de pressão
entre as câmaras ventriculares é muito grande, então a quantidade de sangue que passa pelo
shunt é muito grande, assim o sopro da CIV é bem diferente que o da CIA.
O ventrículo E é o primeiro a dilatar na CIV, o que ocorre para manter o débito da aorta e o
débito do septo.
Sinais e sintomas:
Tamanho da CIV
Fechamento espontâneo
Dispneia
Palpitações
Cianose
Sinais de sobrecarga de VE
Sopro sistólico de ejeção em BEE (FAoA) com irradiação para hemitórax D (intensidade
do sopro é inversa à comunicação IV).
Tipos:
Supracristal
Perimembranosa
Muscular
Jhenifer Barbosa
A CIV apresenta sinais de sobrecarga de VE, o eixo no ECG desvia para E. O grau de hiperfluxo
pulmonar é muito elevado na CIV.
Indicações terapêuticas:
QP/QS 2:1
Sintomas
Deterioração da função do VE
Insuficiência aórtica: como o fluxo é muito alto pela CIV, o folheto da valva aórtica é
sugado pelo efeito “coanda”.
Endocardite recorrente: a velocidade alta do fluxo turbilhona o sangue e pode causar
endocardite.
Pode se fechar CIV por cateter, logo que se começou a fazer esse procedimento os pacientes
tinham morte súbita por BAVT (bloqueio AV total). No Brasil se realizam mais cirurgias
cardíacas ao invés da correção por cateter.
- Defeito do septo AV
Não-cianótica.
O canal arterial comunica a aorta e artéria pulmonar, formando um shunt E/D, causando
hiperfluxo pulmonar e sobrecarga de câmaras direitas. Não-cianótica.
Quando o CAP é a única patologia presente ele é prejudicial, quando está presente com outras
patologias ele pode ser benéfico (defeitos canal dependente - ex: atresia pulmonar – o sangue
chega ao pulmão pelo canal)
Defeitos canal-dependente:
Jhenifer Barbosa
Sinais e sintomas:
Endarterite
Hipertensão pulmonar: dispneia
Cianose: síndrome de Eisenmenger. A cianose é diferencial, mais visível no pé.
ICC
Pulsos cheios
Sopro contínuo em BEE superior irradiado para o dorso. Sopro em maquinaria.
Endarterite
Sobrecarga de VE
Hiperfluxo pulmonar
Geralmente não se abre o tórax pra fechar canal, o método de escolha é o tratamento por
cateter. O shunt residual em cirurgia é de aproximadamente de 5%.
A valva pulmonar não abre 100%, restringindo o fluxo pulmonar. Na infância há um sopro
semelhante à CIA, mas a criança é assintomática. Pode causar ICD. O raio X é o melhor
exame para diferenciar EPV de CIA. CIANÓTICA.
Sinais e sintomas:
Assintomáticos
Cianose: shunt D/E
Dispneia aos esforços
Precordialgia e síncope
ICC direita
Sopro sistólico rude de ejeção crescendo-decrescendo em BEE superior, que
aumenta com a inspiração
Desdobramento de B2
Síndrome de Noonan
Jhenifer Barbosa
Síndrome de Rubella
Síndrome de Alagille
Atualmente para resolver se faz valvoplastia por balão. É um procedimento único curativo.
Pior do que a EVP, não se resolve bem com valvoplastia por balão.
Sinais e sintomas:
Dor precordial
Sincope
ICC esquerda
Doença coronariana precoce
Endocardite bacteriana
Aneurisma e dissecção de aorta: Valva aórtica bicúspide (a cirurgia para resolução é
muito complexa).
Sopro sistólico de ejeção BED superior irradiado para o pescoço
A valvoplastia com balão não é muito eficaz e a valva vai se degenerando com o passar do
tempo.
A cirurgia de escolha é feita tirando a valva aórtica doente, colocava-se a valva pulmonar no
local da aórtica e se faz um homoenxerto de cadáver de criança no local da valva pulmonar.
É uma estenose aórtica depois da subclávia E, muito frequente. Causa uma sobrecarga de VE.
A diferença de pressão entre antes e depois da CoAo é a causa de seu principal sintoma, que é
a hipertensão arterial. O rim interpreta a queda de pressão após a coarctação como um
hipofluxo ativando o SRAA.
Sinais e sintomas:
HAS
Disfunção ventricular esquerda
Hemorragia intra-craniana (aneurisma no polígono de Willis)
Doença coronariana precoce
Claudicação intermitente
Rotura e dissecção de aorta
Sopro sistólico pancardíaco irradiado para dorso
Jhenifer Barbosa
O raio X mostra que as artérias intercostais acima do nível da obstrução ficam calibrosas,
cavando um sulco nas costela (corrosão da borda inferior das costelas superiores), além disso
há o “sinal do 3” na aorta.
Atualmente a maioria dos casos tem tratamento percutâneo, com stents ou balão. Criança
pequena se faz balão, criança acima de 25kg se coloca stent.
- CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS:
- Tetralogia de Fallot:
O septo interventricular se comunica com o septo infundibular, o qual se desloca para frente
causando:
Estenose infundíbulo-pulmonar
Hipertrofia de VD
CIV (CIV tipo mau alinhamento)
Cavalgamento da aorta
Sinais e sintomas:
Cianose precoce
Crises de hipóxia (pode causar morte súbita)
Morte súbita
Saturação: ~70%
Cansaço
Jhenifer Barbosa
Quando a criança apresentar crise de hipóxia deve se colocar a criança de cócoras ou fazer a
manobra genupeitoral (dobra a perna da criança e comprime contra o tórax).
Atualmente se faz Blalock modificada, que se coloca um tubo ligando a artéria subclávia e
pulmonar. Após o primeiro ano se faz uma correção da CIV.
É um defeito incompatível com a linha de raciocínio cardíaca, há uma troca dos vasos acima da
linha do ventrículo.
O sangue venoso vem dos tecidos, atinge o VD e vai para aorta de novo.
Circulação em paralelo
O sangue que vem do pulmão, cai no AE, VE e volta para o pulmão
Sinais e sintomas:
Jhenifer Barbosa
“Blue baby”
Neonatos graves
Coração silencioso
B2 única e hiperfonética
Dispneia
Usar prostaglandina E1 (prostin)
- Atresia tricúspide:
Retrato dos corações univentriculares. O VD é muito hipoplásico. Tem que vir associada com
uma CIA e uma CIV. A correção é feita com uma adaptação. Cirurgia de Fontan: liga as cavas
diretamente na artéria pulmonar. A condição principal para essa cirurgia ser possível é uma
baixa pressão pulmonar, assim se houver hipertensão pulmonar o sangue não consegue ir da
cava para a artéria pulmonar. Antes de se fazer a cirurgia deve-se fazer cateterismo para se
determinar a pressão.
A criança nasce com, AE, VE e Ao hipoplásicos. O VD leva sangue para as artérias pulmonares e
para a aorta através de um canal.