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Um tema recorrente nas provas de clínica médica e pediatria. Tema simples e que vai te garantir uns
bons pontos neste ano. Preste bastante atenção nos diagnósticos diferenciais da anemia ferropriva,
as complicações mais comuns da anemia falciforme e saiba as causas da anemia por deficiência de
B12 (cobalamina) que 80% dessas questões são sua, aluno JJ. Vamos com tudo!
Índices hematimétricos
a) VCM (volume corpuscular médio) – tamanho das hemácias. Varia de 80 a 100 fentolitros.
Obtível a partir da fórmula → Htx10/nº de hemácias.
Macrovalócitos. Neutrófilos
hipersegmentados.
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Anemias
Drepanócitos.
Esferócitos.
Dacriócitos.
Corpúsculos de Howell-Jolly.
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Anemias
Corpúsculos de Pappeinheimer.
Classificando a anemia
Hipoproliferativa x hiperproliferativa – verificar quantidade de reticulócitos
• Se maior que 100 mil, é hiperproliferativa. Está destruindo muita hemácia no baço ou na
circulação periférica ou está perdendo sangue por algum lugar (ex. hemorragia).
Também pode ser usado o índice de produção reticulocitária quando o ponto de corte para essa
divisão é 2,5%: < 2,5 é anemia hipoproliferativa, > 2,5 é hiperproliferativa.
Normocrômicas e normocíticas
Diversos diagnósticos, porém, em sua prova, geralmente será causada por anemia de doença
crônica, sangramento agudo, anemia de doenças endócrinas e anemia aplásica (nesta ordem
de importância).
PEGADINHA: anemia ferropriva pode causar anemia normo normo? Pode se estiver associada a
deficiência de B12 (esta causaria de hemácia macrocítica).
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Anemias
Macrocíticas
A causa clássica em provas é a anemia megaloblástica (deficiência de vitamina B12 e folato).
Agora vamos nos aprofundar no que seria mais importante para sua prova, porém, sem aqueles
conceitos anteriores, muito provavelmente você iria passar grandes dificuldades.
As anemias que mais caem em prova são: anemia ferropriva e diagnósticos diferenciais, anemia
falciforme e anemia por deficiência de B12 e folato.
déficit cognitivo (podendo ser sem recuperação posterior e causar diversos prejuízos intelectuais),
imunodepressão e síndrome das pernas inquietas. As unhas em formato de colher, coiloníquias, são
visíveis nesta doença.
Laboratório específico
Inicialmente, o VCM e HCM são normais, constituindo uma
fase normo/normo (que é o achado mais encontrado no
hemograma). Posteriormente, evolui para VCM e HCM baixos
(achado laboratorial que mais sugere anemia ferropriva) e
RDW aumentado com reticulócitos reduzidos.
Poiquilocitose, que é a presença de eritrócitos com formato
anormal, pode ser vista.
Poiquilocitose.
Na cinética de ferro:
• O TBIC (Total Binding Iron Capacity) – capacidade total de ligação ao ferro aumentada,
pois o corpo está ávido por ferro;
O que é TIBC? Consiste no somatório de sítios ligados da transferrina sérica aos sítios
livres. Simplificando bastante, ele consiste no total de capacidade da transferrina em
transportar ferro.
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Anemias
Tratamento
Inicial: sulfato ferroso via oral.
Dose:
200 mg de ferro elementar por dia (5 mg de sulfato ferroso = 1 mg de ferro elementar), podendo ser
administrado como 300 mg de sulfato ferroso (60 mg de ferro elementar) 3 a 4x/dia.
Pediátrica: 3-5 mg/kg por dia por, no mínimo, 8 semanas.
O paciente deve ser orientado a tomar 1-2 horas antes das refeições acompanhado de bebidas
ricas em vitamina C. Caso gere náuseas, orientar o paciente a consumir junto com a alimentação.
Esta reposição deve durar de 6 a 12 meses, posteriormente, tendo a reposição guiada por exames
complementares. O alvo do tratamento que é a ferritina > 50mg/L é atingido após 6 meses do início
da terapia.
Após a normalização do hematócrito, manter a reposição de ferro por mais 3-6 meses.
(SES-RJ - 2019) Mulher de 25 anos procura médico por cansaço. Está hipocorada com
hemoglobina = 9,9g/dL, VGM = 72fl, HGM = 23pg, RDW = 16,5 e ferritina = 6,0µg/L. Cerca de
dez dias após iniciar o tratamento correto, é possível acompanhar a sua eficácia, solicitando:
(A) ferritina
(B) ferro sérico
(C) reticulócitos
(D) hemoglobina
CCQ:
Saber como reconhecer a eficácia da terapia na anemia ferropriva.
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Anemias
3. Má aderência a tratamento.
2. Incapacidade de atender às necessidades de ferro de forma aguda ou contínua por via oral
(ex. Doença renal crônica em hemodiálise e em uso de EPO)
Lembrando que essa dose pode ser partida em dez doses ou reposto em dose única, sempre
lembrando que quanto maior a carga férrica, mais lenta deve ser a infusão.
• Crianças em aleitamento materno exclusivo – dos 6 meses aos 2 anos. Dose: 1 mg/kg por
dia. Há divergência nesse ponto, de maneira que a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria)
recomenda dos 3 meses aos 2 anos independentemente do regime de aleitamento.
A dose é a mesma.
• Crianças fora de aleitamento materno exclusivo - 4 meses a 2 anos. Dose: 1 mg/kg por dia.
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Anemias
• RN pré-termo e RN de baixo peso até 1500 g: 2mg/kg/dia de 30 dias de vida até um ano.
Após isso, 1 mg/kg/dia por mais 1 ano.
• Pré-termo com peso entre 1000g e 1500g: 3 mg/kg/dia por um ano. Depois, 1 mg/kg/dia
por 1 ano.
• RN pré-termo com peso <1000 g: 4 mg/kg/dia por 1 ano. Depois, 1 mg/kg/dia por 1 ano.
(A) Pica.
(B) Coiloniquia.
(C) Baixa resposta dos reticulócitos.
(D) Diminuição da capacidade total de ligação do ferro.
Gabarito: D.
CCQ:
Saber os parâmetros laboratoriais da anemia ferropriva.
Laboratório
Anemia leve a moderada (Hb raramente <8g/dL), contagem baixa de reticulócitos (a medula óssea
está hipoproliferativa) e normo-normo na maioria das vezes.
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Anemias
Tratamento
Tratar doença de base.
TIBC ↑ ↓
Talassemias
Na sua prova será uma anemia bastante parecida com a anemia ferropriva (hipo/micro), com história
familiar positiva e ascendência italiana/grega (mediterrânea).
Divide-se em alfa (produz pouca cadeia alfa) e betatalassemias (produz pouca cadeia beta).
Assim, com a diminuição da síntese de hemoglobina (lembrem-se de que a hemoglobina normal do
adulto é formada por duas cadeias alfa e duas cadeias beta), ocorre uma microcitose e hipocromia.
Pode ter RDW normal. As cadeias betas e alfas que sobram, acumulam-se e lesam os eritroblastos,
causando a chamada eritropoiese ineficaz. Ocorre hemólise crônica (quebra de hemácias no baço)
das hemácias ricas em cadeias alfa ou beta.
Diagnóstico
Além da clínica (pode ter fácies talassêmica, turricefalia, radiografia de crânio com “hair-on-end”,
entre outros), a eletroforese de hemoglobina se faz necessária.
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Anemias
Anemia sideroblástica
Vai citar sideroblastos em anel >15% no aspirado de medula óssea. Pode apresentar sideroblastos
em anel no aspirado de medula óssea ou Corpúsculos de Pappeinheimer (figura acima) no sangue
periférico (que são precipitados de ferro).
Anemia falciforme
Segundo tema mais cobrado nas provas de residência quando falamos de anemias é a anemia
falciforme, por isso ela tem um capítulo só para ela, mas já vamos aproveitar e falar brevemente aqui
sobre essa causa tão importante te anemia.
Esta ocorre devido à troca de um aminoácido na sexta posição do gene da cadeia beta de
hemoglobina, no cromossoma 11, causando uma capacidade de polimerização da hemoglobina
quando desoxigenada. Pode se dividir em:
Grande parte das alterações clínicas dos pacientes ocorre pois a hemácia, ao ser dessaturada de
oxigênio, modifica sua forma, ficando em formato de foice. Isso acarreta uma maior taxa de hemólise
no sistema reticuloendotelial e uma oclusão maior dos vasos (essas hemácias não são adequadas
espacialmente para o interior do lúmen vascular), causando isquemia tecidual.
Beleza, mas, o que cai na prova? Complicações agudas. Fatores precipitantes → quando as tensões
de oxigênio se reduzem, como em altitudes elevadas, estresse importante ou infecções:
CRISES VASO-OCLUSIVAS:
Síndrome torácica aguda
Caracterizada por febre alta, taquipneia, dor torácica importante, leucocitose e infiltrado pulmonar
(principalmente em lobo inferior de pulmão esquerdo). Principal causa: S. pneumoniae; em quem
faz a profilaxia para esse agente, aumenta o número de casos por atípicos, como a Mycoplasma
pneumoniae e Chlamydia pneumoniae.
Dactilite falcêmica
Isquemia aguda dos ossos das mãos e dos pés. Crianças de 5 meses a 3 anos, sendo incomum
em > 6 anos. Dor e edema simétrico de extremidades, principalmente dedos.
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Anemias
Crise álgica
Causa mais comum de internação hospitalar na anemia falciforme. Pode ocorrer desde priapismo
a infarto mesentérico. O tratamento é analgesia forte (podendo-se utilizar opioides) e hidratação
vigorosa, podendo ser feita a drenagem dos corpos cavernosos caso priapismo (ereção prolongada
e dolorosa).
CRISES ANÊMICAS:
Síndrome do sequestro esplênico
Mais grave das crises anêmicas, ocorrendo entre os 6 meses e o primeiro ano de vida na maioria das
vezes. Costuma ser a primeira manifestação clínica nesses pacientes. Ocorre uma vaso-oclusão nos
sinusoides esplênicos, havendo prejuízo da drenagem venosa e aumento do tamanho do baço por
acúmulo de sangue de maneira aguda.
Crise aplásica
Crise anêmica mais comum, ocorrendo em crianças e adolescentes, na maioria das vezes
correlacionado com a infecção pelo parvovírus B19. A clínica constitui de uma quadro febril associado
a anemia aguda grave bastante sintomática, sendo uma anemia hemolítica com reticulócito baixo.
Tem curso autolimitado de 5 a 10 dias na maioria dos casos, tendo na transfusão o seu tratamento.
E voltando à anemia falciforme, seu diagnóstico é feito por meio da eletroforese de hemoglobina.
Tratamento
O tratamento da anemia falciforme consiste em terapias crônicas e tratamento das agudizações.
Tratamento crônico: Profilaxia de infecções (penicilina V oral, imunização contra pneumococo e
hemófilo, hepatite B, influenza); suplementação diária de folato, hidroxiureia (aumenta a síntese de
hemoglobina fetal, prevenindo contra o afoiçamento da hemoglobina); hemotransfusão e transplante
de medula óssea (graves).
Anemias macrocíticas
As outras anemias bastante presentes na sua prova são as anemias macrocíticas, porém, mais
especificamente a por deficiência de B12 e ácido fólico. Entretanto existem causas de aumento do
VCM sem ser por anemia megaloblástica, como:
2. Macrocitose espúria: erro laboratorial que ocorre quando a máquina quantifica uma hemácia
normal como uma hemácia maior.
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Anemias
Outras causas possíveis de macrocitose sem megaloblatose são: alcoolismo, doença hepática, anemia
aplásica, síndromes mielodisplásicas, hipotireoidismo, hiperlipidemia e uso de imatinib e sunitinib.
Entretanto, na sua prova, a causa será, na maioria das vezes... anemia megaloblástica.
ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
Anemias causadas por um defeito na síntese do DNA, fazendo com que a célula demore anormalmente
a se dividir, permanecendo com um núcleo imaturo. Como o citoplasma é aumentado por ter
amadurecimento normal, surgem células de tamanho aumentado por não ter ocorrido divisão no
tempo hábil. As principais causas disso são a deficiência de cobalamina (vitamina B12) e ácido fólico.
A cobalamina (B12) é cofator importante para funcionamento também da metilmalonil CoA sintetase,
cuja função é a conversão de metilmalonil CoA em succinil CoA. Assim, na deficiência desta vitamina,
a dosagem de ácido metilmalônico sérico e urinário aumenta significativamente. Este ácido acaba por
promover a síntese de ácidos graxos que passam a se incorporar nos lipídios neuronais e a diminuição
da formação de metionina leva à diminuição da produção de fosfolipídios contendo colina, elemento
fundamental para a formação da bainha de mielina.
A causa mais comum de deficiência de vitamina B12 é a anemia perniciosa. Essa condição é uma
doença autoimune na qual ocorre produção de anticorpos contra as células parietais gástricas ou
contra o fator intrínseco, causando uma atrofia gástrica imunomediada. Tem correlação com vitiligo,
doença de Hashimoto, entre outras condições. O diagnóstico é feito pelo teste de Schiller, dosagem
dos anticorpos contra fator intrínseco (60% dos casos) ou anticélula parietal (90% dos casos).
Lembrar que pacientes pós-gastrectomia podem apresentar carência de B12 devido à remoção das
células parietais.
Causas de deficiência de folato: hemólise crônica (como a anemia falciforme que vimos acima),
gravidez, alcoolismo e algumas drogas (trimetoprim, pirimetamina, metotrexate).
Importante saber que as manifestações clínicas neurológicas podem ocorrer antes da anemia
macrocítica e podem ser de muitas formas: desde uma neuropatia periférica à demência e
alterações de marcha. Esses sintomas neurológicos não costumam acontecer com a deficiência
isolada do folato.
Laboratório
Macrocitose (VCM>110 fL) com HCM normal e RDW geralmente aumentado. Reticulócitos e leucócitos
podem estar reduzidos por ser uma anemia carencial. NÃO ESQUECER DOS NEUTRÓFILOS
MULTISSEGMENTADOS QUE SÃO A MARCA DESSA CONDIÇÃO EM SUA PROVA.
Diagnóstico
Dosagem de cobalamina, folato, ácido metilmalônico (aumenta na deficiência de cobalamina)
e homocisteína (aumenta em ambas as deficiências). A bilirrubina indireta e o LDH podem
estar aumentados devido à destruição de hemácias ainda no interior da medula óssea pela
eritropoiese ineficaz.
Tratamento
• Deficiência de B12: tratar a causa e fazer reposição de B12 (principalmente via parenteral,
uma vez que a via enteral está prejudicada).
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Anemias
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Anemia ferropriva.
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