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Cardiopatias
congênitas
CIRCULAÇÃO FETAL
• Tem a presença de três shunts:
o Ducto venoso: estrutura vascular que
conecta a veia umbilical com a veia
cava inferior e daí alcança o AD
o Forame oval
o Canal arterial/ ducto arterioso
• Não estão presentes na circulação neonatal.
• Na circulação fetal os vasos pulmonares
estão contrictos, como se fossem fechados.
• Os VD e VE funcionam paralelamente, pois o
sangue não passa ainda pelos vasos
pulmonares.
• Placenta – sangue oxigenado – ducto venoso
– veia cava interior – AD – forame oval
patente – boa parte para o AE
• Veia cava superior – válvula tricúspide – VD –
10% para o pulmão e o restante é ejetado na
aorta descentes através do ducto arterioso
• O sangue de alta oxigenação no período fetal chega apenas no fígado, cabeça e coração. O restante do corpo
é perfundido com sangue misturado de VD e VE.
CIRCULAÇÃO NEONATAL
• Aqui todo o sangue do VD é lançado para o pulmão, diferente da circulação fetal que é apenas 10%. Isso
acontece devido a retirada do lago placentário que promove um aumento da resistência sistêmica.
o Com isso tem aumento do volume de sangue dentro do AE provocando o fechamento funcional do
forame oval.
• Com o nascimento acontece a expansão pulmonar, e essa associada ao aumento da PA de oxigênio leva a
uma dilatação do leito vascular pulmonar, reduzindo bruscamente a resistência ao fluxo sanguíneo. Isso se
completa em uma semana.
• O aumento da PaO2 e queda nos níveis de prostaglandinas (prostaglandina E2) também são potentes
estímulos para a obliteração do ducto arterioso, e sua transformação em ligamento arterioso
SOPROS CARDÍACOS
TESTE DO CORAÇÃOZINHO
Se vier com Sat < 95% ou diferença ≥ 3% entre as medidas, Se vier com Sat ≥ 95% ou diferença < 3%
o teste está alterado e precisa realizar outra oximetria em entre as medidas realiza apenas o
1h, se vier novamente alterado, realiza um ECO para
confirmação do resultado anterior. seguimento de rotina!
DIFERENÇA ENTRE CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS E NÃO CIANOGÊNICAS
Cianogênicas:
Não cianogênicas:
• NÃO HÁ CIANOSE. Isso porque a oxigenação pulmonar do sangue proveniente de VD está preservada.
• Lesões que cursam com sobrecarga de volume: comunicação entre o sangue de VD e de VE que causa
sobrecarga de volume intracavitária
o Defeitos de septo atrioventricular (DSAV)
o Comunicação Interatrial (CIA) e Interventricular (CIV)
o Canal arterial patente (PCA)
• Lesões que cursam com sobrecarga de pressão: obstruem o fluxo de saída ventricular direito ou esquerdo
o Estenose valva pulmonar
o Estenose de valva aórtica
o Coarctação de aorta
COARCTAÇÃO DA AORTA
• Ocorre na aorta torácica proximal, um pouco além da artéria subclávia esquerda e ao longa da abertura do
ducto arterioso
• Mais comum no sexo masculino 2:1
• Ocorre em 10 a 20% dos pacientes com Síndrome de Turner
Manifestações clínicas:
• Ausência ou diminuição da amplitude dos pulsos artérias nos membros inferiores
• Presença de pulsos amplos e hipertensão arterial no MMSS
• Hiperfonese da 2ª bulha nas áreas aórtica e mitral
• Sopro sistólico de ejeção (área interescapular esquerda)
É muito importante checar os pulsos e fazer a palpação dos membros superiores e inferiores, pois muitas vezes o
diagnóstico não é feito pela falta do hábito em aferir os pulsos e registrar a pressão arterial dos MMSS e MMII!
Fisiopatologia:
• O estreitamento leva a uma sobrecarga de pressão na circulação arterial proximal à coarctação, ocasionando
hipertrofia do VE e hipertensão na parte superior do corpo.
• Nos MMSS ocorre hipoperfusão distal à coarctação afetando os órgãos abdominais e os MMII, podendo
estar relacionado ao maior risco de sepse devido a má perfusão intestinal.
Diagnóstico:
• ECG: revela sinais de hipertrofia biventricular no período neonatal, ou de hipertrofia ventricular esquerda
nos pacientes mais velhos.
• Ecocardiograma: área de estreitamento aórtico; presença de anomalias associadas
Achados radiográficos:
• Sinal do “3 invertido” no mediastino esquerdo
superior
o Sinal de Roesler
o Artérias colaterais intercostais
dilatadas podem desgastar do 3º até o
8º arcos costais
Tratamento clínico:
• Recém-nascidos sintomáticos
1. Estabilização cardiopulmonar: infusão de PGE1 → reabrir ducto arterioso contraído
2. Diuréticos → sintomas de insuficiência cardíaca
3. Hipertensão → betabloqueadores
Tratamento cirúrgico:
• A escolha da técnica cirúrgica depende da anatomia e da preferencia do centro
o Corrigir a coarctação cirurgicamente
o Angioplastia com balão (com ou sem colocação de stent)
.
TETRALOGIA DE FALLOT
Obstrução na via de saída do VD → Aumento da pressão durante a sístole → Shunt direita-esquerda entre os
ventrículos → presença de hipofluxo pulmonar e hipoxemia severa
Quadro clinico:
• Depende do grau de obstrução ao fluxo pulmonar
• Cianose em mucosa, lábios e leitos ungueais (piora ao choro e mamadas)
• Sopro sistólico ejetivo em foco pulmonar
• Presença de segunda bulha e frêmito
• Baqueteamento digital
T4F é a cardiopatia cianogênica mais comum
• Crises hipoxêmicas APÓS O PRIMEIRO ANO DE VIDA!
o Piora da cianose
o Hiperpneia TGA é a mais comum do PERÍODO NEONATAL!
o Irritabilidade
o Síncope e óbito
• Sintomas melhoram com repouso e com posição de cócoras → aumento da resistência vascular sistêmica
• Pink Fallot: estenose discreta e shung da esquerda para a direita (o contrário), criança fica acianótica e o
quadro clínico se assemelha ao de uma CIV pequena ou moderada
Diagnóstico:
Tratamento:
• Cirúrgico
o Assintomáticos ou oligoassintomáticos: 6 meses até 1-2 anos
o Sintomáticos/ cianose importante: precocemente
Tipos:
• Simples ou clássica: integridade do septo ventricular e ausência de obstrução na via de saída do VE
• Complexa: outras lesões associadas
• Defeitos associados (CIA, CIV, PCA) que permitam a mistura de sangue das duas circulações são essenciais à
vida
Manifestações clínicas:
• Cianose notável desde as primeiras horas de vida
• Saturação O2 entre 30 – 50%
• Hiperfonese de B2 no foco pulmonar
• Sopro, quando presente, melhor audível em focos pulmonar ou tricúspide
Achados:
• Circulação pulmonar aumentada
• Pedículo vascular estreito
• Coração em forma de ovo deitado
Tratamento cirúrgico:
• Cirurgia de Janete:
o Restabelece a conexão do VE/aorta e VD/pulmonar
o Deve ser realizada nas primeiras semanas de vida
• TGA complexas: procedimentos mais complexos
• O paciente com cardiopatia congênita pode apresentar sinais e sintomas muito variáveis relacionados à
descompensação, mas também podem estar no pronto atendimento por um quadro simples de infecção de
vias aéreas ou uma gastroenterocolite.
• As apresentações clínicas mais frequentes são choque, cianose e quadro de insuficiência cardíaca, em geral
com componente congestivo.
• É importante lembrar sempre que sintomas mais inespecíficos podem estar relacionados a baixo débito
sistêmico e insuficiência cardíaca, como dor abdominal e sintomas gastrointestinais, desconforto
respiratório, palidez cutânea, etc.
Avaliação primária:
• O triângulo de avaliação pediátrica (TAP) visa avaliar a criança sob três aspectos: cor, nível de consciência e
esforço respiratório. Qualquer alteração em um desses aspectos avaliados leva à necessidade de
atendimento rápido, em um ambiente preparado para urgências/emergências.
o Irritabilidade ou sonolência excessiva devem ser encarados como emergências e abordados
prontamente.
o Cardiopatias que cursam com hiperfluxo pulmonar (comunicação interatrial, comunicação
interventricular, defeito do septo atrioventricular, persistência do canal arterial, entre outras)
podem gerar graus variados de desconforto respiratório, que pode ser até bem tolerado pelo
paciente. É importante avaliar piora em relação ao padrão basal do paciente e atentar para possível
piora de origem hemodinâmica, mas também respiratória.
o Existe um amplo espectro de doenças que cursam com graus variados de cianose basal, entre elas
cardiopatias univentriculares, transposição das grandes artérias, tetralogia de Fallot e diversas
outras; por isso, a presença isolada de cianose não necessariamente representa uma urgência.
▪ Deve-se recorrer ao padrão de cianose e saturação basal para estratificar o risco da criança.
▪ A avaliação de temperatura e sudorese é importante para classificar uma possível
descompensação
Avaliação secundária: