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Judson Almeida de Lira Jr.

Como Laudar um ECG – Roteiro:


1º passo – avaliação do Ritmo:

O ritmo cardíaco pode ser avaliado sobre 2 perspectivas:

 Quanto a sua regularidade de frequência:

- É dito REGULAR o ritmo que mantém a mesma frequência durante todo o tempo, ou seja, bate
sempre o mesmo número de vezes durante um minuto.

- Quando dizemos que o ritmo está IRREGULAR fazemos isso por que o coração altera a quantidade
de vezes que bate em minutos diferentes, podendo bater mais num primeiro minuto e menos num
segundo, não seguindo uma frequência sincrônica e contínua, como no ritmo REGULAR.

Para saber ser o ritmo é REGULAR ou IRREGULAR no traçado do ECG, basta marcar com um papel a
distância entre 2 qrs, arrastando essa marca pelo traçado verificando se a mesma distância se repete
entre os demais qrs ou não, como ilustra a figura:

REGULAR

IRREGULAR

 Quanto ao comando sinusal:


- É dito sinusal todo ritmo conduzido a partir do estímulo do nó sinusal. Isso é visualizado no ECG
mediante o seguinte critério:
1º) a onda P deve ser positiva em D1, D2, D3 (pode ser isoelétrico) e Avf

2º passo – avaliação da Frequência Cardíaca (FC):

Para avaliar a FC existem 2 maneiras de fazê-lo:

 Regra dos quadradinhos (mais fidedigna):


1º) Conta-se a quantidade de quadradinhos entre 2 QRS
2º) Divide 1500 pelo número de quadradinhos encontrado → o valor encontrado é a FC
Judson Almeida de Lira Jr.
 Regra dos quadradões:
- Assume-se valores entre a distâncias dos quadrados grandes conforme figura:

3º passo – determinação do Eixo Cardíaco (EC):

Para determinar o EC usamos a rosa dos ventos formada a partir das 12 derivações possíveis. A
conformação final do eixo é a seguinte:

Com base no eixo e no ECG, pesquisa-se o se o coração está no seu eixo (local) normal, ou se está
desviado. O desvio do eixo pode indicar anomalias. Os passos para encontrar o EC são:
1º) Olhar no eletro as derivações D1 e AvF, em caso de a onda estar positiva, considera-se os quadrantes
vermelhos, se negativa, os azuis.
2º) Determinar o quadrante em que se encontra o eixo, deve-se procurar no eletro a derivação mais
isoelétrica.
3º) Localizar a derivação mais isoelétrica no semicírculo que considere o quadrante eleito no 1º passo.
4) Contar 90º a partir da derivação em direção ao quadrante eleito no 1º passo → EC definido.

 É considerado normal o eixo que está entre (- 30 e + 120).


 Se mais negativo diz-se que o EC está desviado para a direita.
 Se mais positivo que + 120, diz-se que o EC está desviado para a esquerda.

4º passo – avaliação da Condução AV:

- Neste passo é determinado a existência do Enlace AV (EA). Para que o coração tenha EA é preciso que
todo QRS seja precedido por uma onda P. Simples Assim.
- É importante ainda medir o Intervalo PR → normal está entre 0,02 seg (1 quadradinho)

5º passo – avaliação da Condução Ventricular:

- Avalia-se o tamanho do QRS:


 Largo → ↑ 120 ms → indica anormalidade
 Estreito → ↓ 120 ms (3 quadradinhos)

6º passo – avaliação da Progressão de r e q Entre v1 e v6:

A progressão normal da onda R se dá pelo aumento da


amplitude de v1 para v6, da seguinte maneira:
 v1 e v2 → pequeno
 v3 e v4 → médio
 v5 e v6 → grande
Judson Almeida de Lira Jr.
7º passo – avaliação do Segmento ST:

Avalia-se a linha reta do ECG, podendo referenciar-se no final da onda P.


 Supra ST → normal até 0,5 mm (IAM, pericardite aguda)
 Infra ST → normal até 1 mm (IAM, Intoxicação Digitálica)

8º passo – avaliação da onda T:

Deve-se considerar por parede, em cada derivação correspondente, conforme a figura ilustra:

 A amplitude normal varia de 1/3 a 2/3 do QRS.


 É uma onda que sobe lenta e desce rápida.

9º passo – avaliação do segmento QT:

 Deve-se manter entre 330 ms (curto) – 450 ms (longo)


 Qualquer padrão fora dessa faixa favorece → MS

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