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Recomendamos acessar esta área de treinamento após conclusão do módulo teórico desta apostila. Estude detalhadamente
cada capítulo e após firmado todos os conceitos, sedimente os seus conhecimentos através dos testes. Assim você atingirá a
meta de 100% de acerto nas provas RM.
SEU
“O lucro do nosso estudo é tornarmo-nos melhores e mais sábios.”
S
(Michel de Montaigne)
CO N
H ECI
Você encontrará, nos próximos capítulos, questões dos últimos 10 anos dos concursos de Residência Médica. As questões
anteriores a esse período serão utilizadas nos simulados 2015.
Leia cada questão com muita atenção e aproveite ao máximo os comentários. Se necessário, retorne ao texto de sua apostila.
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Atenciosamente,
Dr. Gama
Coordenador Acadêmico
UFCG – 2015
1. Mulher, 33 anos, com história de dispneia progressiva aos esforços há cerca de quatro meses, evoluindo com ortop-
neia e episódios de dispneia paroxística noturna frequentes. Ao exame, ictus cordis posicionado no quinto espaço in-
tercostal, na altura da linha hemiclavicular. Ausculta do tórax evidenciou ritmo cardíaco regular, com hiperfonose de
B1 em foco mitral e hiperfonese e desdobramento de B2 em foco pulmonar, além de presença de crépitos em ambas as
bases pulmonares. Eletrocardiograma abaixo. Radiografia de tórax mostrou alargamento da carina traqueal, quarto
arco à esquerda, presença de duplo contorno à direita, cefalização dos vasos pulmonares e linhas B de Kerley. Índice
cardiotorácico preservado. Pulso venoso mostrando onda “a” ampla. O achado ecocardiográfico mais provavelmente
encontrado nesta paciente foi:
a) dilatação biatrial, mais severa em átrio esquerdo, com sinais de hipertensão pulmonar. Presença de fusão de comissu-
ras em válvula mitral, com calcificação de seus folhetos e redução de sua área. Ventrículo esquerdo sem alterações
b) hipertrofia excêntrica de ventrículo esquerdo, com hipocinesia difusa. Sinais de regurgitação valvar mitral importan-
te. Presença de sinais de hipertensão pulmonar
c) hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo, com sinais de estenose aórtica grave. Presença de sinais de hiperten-
são pulmonar severa
d) hipertrofia assimétrica de ventrículo esquerdo, predominante ao nível de septo, com obstrução dinâmica da via de
saída de ventrículo esquerdo
e) derrame pericárdico com sinais de tamponamento. Ausência de alterações miocárdicas ou valvares
UFPA – 2015
2. Criança de 15 meses de vida, previamente saudável, é encontrada pela mãe no berço, inconsciente e cianótica, após
a mamada da madrugada. A criança chega à sala de emergência inconsciente, cianótica, em apneia e com pulsos
centrais ausentes. A conduta é iniciar:
a) CAB com relação da compressão: ventilação, com dois socorristas de 15:2
b) ABCDE e só iniciar compressão quando o monitor chegar
c) CAB com relação da compressão: ventilação, com dois socorristas de 30:2
d) CAB com relação da compressão: ventilação, com um socorrista de 15:2
e) ABCDE e acionar o médico da UTI para avaliar a criança porque só ele tem competência para tal, de acordo com seu
ponto de vista
UNIRIO – 2015
3. Elevação do segmento ST, localizado em V1 e V2, NÃO pode ser detectada no traçado eletrocardiográfico de:
a) hipertrofia ventricular direita
b) hipercalcemia
c) padrão Brugada
d) hiperpotassemia
e) embolia pulmonar aguda
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
Com base no ECG acima, é correto afirmar quanto ao diagnóstico eletrocardiográfico e à conduta, que se
trata de:
a) bradicardia sinusal, não há problema em iniciar o betabloqueador em dose baixa
b) bradicardia sinusal, com frequência inferior a 60 bpm, o que contraindica o uso do betabloqueador
c) bloqueio atrioventricular total, com indicação de implante de marcapasso definitivo
d) BAV de primeiro grau, com indicação de uso de bloqueador do canal de cálcio
e) BAV de segundo grau, Mobitz I, o que contraindica o uso do betabloqueador
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
FMJ – 2015
12. M.L.G., 60 anos, sexo feminino, em tratamento para hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e disli-
pidemia, queixa-se de desconforto epigástrico iniciado há 2 horas, e procura o Pronto-S ocorro. Na entrada,
encontras e em regular estado geral, FR: 24 ipm, FC: 124 bpm, PA: 140 × 90 mmHg, bulhas rítmicas e hipo-
fonéticas sem sopros. Ausculta pulmonar sem ruídos adventícios, SO2: 95%.
Foi solicitado um eletrocardiograma em 10 minutos, como o apresentado a seguir:
Em relação ao quadro e de acordo com as normas vigentes do Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, o
diagnóstico e a conduta correta são, respectivamente:
a) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip I. AAS 300 mg, clopidogrel 600
mg, metoprolol 5 mg IV, enoxaparina 30 mg SC, oxigênio suplementar e angioplastia primária
b) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip I. AAS 300 mg, clopidogrel 600 mg,
heparina não fracionada 60 UI/kg IV e angioplastia primária
c) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip I. AAS 300 mg, clopidogrel 300 mg,
heparina não fracionada 60 UI/kg IV, oxigênio suplementar e angioplastia primária
d) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip II. AAS 300 mg, clopidogrel 300
mg, heparina não fracionada 60 UI/kg IV, metoprolol 5 mg IV, fibrinólise com alteplase
e) infarto agudo do miocárdico com supradesnivelamento de ST anterior Killip II. AAS 300 mg, clopidogrel 600 mg,
heparina não fracionada 60 UI/kg SC e angioplastia primária
FMJ – 2015
13. Mulher, 66 anos, com queixa de palpitações há 20 minutos, desencadeada ao repouso. Ao exame físico, na en-
trada de um serviço de emergência, encontravase em regular estado geral, pálida, FC: 198 bpm, PA: 100 x 60
mmHg, SO2 em ar ambiente: 98%, ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações.
Foi monitorizada, puncionado acesso venoso periférico e solicitado eletrocardiograma, conforme imagem a seguir:
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
UEPA – 2015
15. Paciente do sexo masculino, 68 anos, chegou ao Pronto-Socorro com quadro de choque hipovolêmico (torpor, pres-
são arterial: 70 x 50 mmHg, enchimento capilar retardado, pele fria e oligúria) após 3 dias de diarreia intensa.
Durante avaliação no Pronto Socorro, enquanto recebia ressuscitação volêmica com cristaloides e aguardava o re-
sultado dos exames laboratoriais, foi realizado um eletrocardiograma que evidenciou a seguinte alteração:
Considerando o exposto acima, o resultado de exame laboratorial compatível com o quadro clínico E responsável
pela alteração eletrocardiográfica evidenciada é:
a) pH: 7,22 / bicarbonato: 12
b) potássio: 2,7
c) potássio: 6,8
d) magnésio: 1,4
e) creatinina: 3,4
ECG Instalados monitorizaçao, oxigenioterapia e acesso venoso periférico. A melhor conduta para o
caso é:
a) morfina, AAS, Ticagrelor, Heparina de baixo peso molecular, Nitroglicerina EV, Atenolol VO, internação imediata
em unidade coronariana e cateterismo precoce
b) morfina, AAS, Clopidogrel, Heparina não fracionada, Nitroglicerina EV, Metoprolol EV, internação imediata em
unidade coronariana e teste ergométrico após 48 horas
c) AAS, Heparina de baixo peso molecular, Nitroglicerina EV, Atenolol VO, internação imediata em unidade coronaria-
na e cateterismo precoce
d) morfina, AAS, Ticagrelor, Heparina de baixo peso molecular, Nitroglicerina EV, Atenolol VO, Trombólise com r-TPA
e) morfina, AAS, Nitroglicerina EV, Atenolol VO e Angioplastia primária imediata
UFG – 2015
17. Paciente de 60 anos refere episódio de síncope há uma semana, após esforço físico vigoroso. Relata episódios de dor
precordial também relacionado ao esforço, iniciados há dois meses.
Nega acompanhamento prévio por qualquer patologia. Ausculta cardíaca: RCR em 3T (B4) com B2 hipofonética e
com desdobramento paradoxal.
Sopro sistólico +++/4, mais audível em borda paraesternal esquerda com irradiação para carótidas.
O ECG do paciente é:
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
UFG – 2015
18. A presença do supradesnivelamento do segmento ST (supra de ST) ao ECG pode ser indicativo de:
a) infarto agudo do miocárdio, angina de Prizmetal e endocardite
b) aneurisma ventricular, quando está presente em uma fase tardia de um infarto do miocárdio com supra de ST
c) reperfusão, quando sua diminuição é maior que 25% na derivação de maior amplitude
d) infarto agudo do miocárdio, quando sua elevação é maior que 2 mm em mais de uma derivação frontal contígua
Qual é o diagnóstico?
a) pneumotórax espontâneo
b) infarto agudo do miocárdio
c) pericardite aguda
d) tromboembolismo pulmonar
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
PUC-RS – 2015
22. Homem de 18 anos apresentou dor retroesternal típica após jogar futebol. Hígido até então, nega uso de drogas
ou fármacos. Na emergência, foi medicado com 1 comprimido de nitrato SL e 100 mg de aspirina VO; sucedeu-se,
então, quadro sincopal de resolução espontânea. História familiar de morte súbita (primo aos 40 anos).
Com base nesses dados e no ECG abaixo, qual é o diagnóstico mais provável?
a) taquicardiomiopatia
b) síndrome de Brugada
c) síndrome do QT longo
d) cardiomiopatia hipertrófica
e) síndrome Wolf-Parkinson-White
UFRN – 2015
23. Homem de 47 anos, sem comorbidades conhecidas, procura o Pronto-Socorro com quadro de dispneia progressiva
aos esforços há 3 semanas, apresentando atualmente sintomas ao repouso. Ao exame físico, apresenta estase jugular,
murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios e ritmo cardíaco regular, com bulhas hipofonéticas.
Realizou o eletrocardiograma reproduzido a seguir.
De acordo com o quadro clínico apresentado, a alteração na pressão arterial mais provável nesse caso é:
a) queda de 10 mmHg na expiração
b) aumento de 15 mmHg com a inspiração
c) queda de 20 mmHg com a inspiração
d) aumento de 5 mmHg na expiração
163
Eletrocardiografia | Questões para treinamento
Após análise do ECG, foram administrados AAS 300 mg, nitrato sublingual e morfina intravenosa, sem melhora do
quadro.
Nesse momento, considerando que o único serviço de hemodinâmica da região encontra-se em manutenção, e que
a UPA é muito bem equipada, dispondo dos medicamentos necessários e mais adequados ao caso, o melhor trata-
mento é prescrever:
a) clopidogrel 75 mg, enoxaparina subcutânea e trombolítico fibrino específico intravenoso
b) ticagrelor 180 mg, enoxaparina subcutânea e trombolítico fibrino específico intravenoso
c) clopidogrel 300 mg, enoxaparina intravenosa e, após, subcutânea, e trombolítico fibrino específico intravenoso
d) ticagrelor 180 mg, enoxaparina intravenosa e, após, subcutânea, e trombolítico fibrino específico intravenoso
Assinale a alternativa que apresenta a conduta adequada para esse caso, conforme ECG acima.
a) AAS, clopidogrel, heparina, angioplastia primária
b) cardioversão elétrica sincronizada 360 J
c) infusão de glicose-insulina com gluconato de cálcio
d) anticoagulação com heparina pela suspeita de tromboembolismo pulmonar
e) iniciar tratamento com anticorpos Fab antidigoxina
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
O evento foi tratado com sucesso, e os seguintes exames foram realizados em seguida: ECG: ritmo sinusal, área ele-
tricamente inativa em parede inferior (idêntico ao da admissão na UTI coronariana) ECO: Disfunção sistólica do
ventrículo esquerdo; FE: 39%, acinesia da parede inferior. Coronariografia: artérias coronárias pérvias, sem sinais
de trombose no stent.
Com base no caso clínico, assinale a alternativa que contempla o diagnóstico correto, o tratamento da arritmia des-
crita, bem como as condutas subsequentes, respectivamente.
a) taquicardia paroxística supraventricular; adenosina; amiodarona
b) taquicardia ventricular sustentada; cardioversão eletétrica sincronizada; amiodarona e cardiodesfibrilador implantá-
vel
c) taquicardia ventricular sustentada; desfibrilação; amiodarona e estudo eletrofisiológico
d) taquicardia ventricular sustentada; desfibrilação; amiodarona e cardiodesfibrilador implantável
UNICAMP – 2015
30. Homem, 72a, queixa-se de tontura e cansaço há 2 dias. Hoje apresentou queda da própria altura ao se levantar. An-
tecedente pessoal: hipertensão arterial em uso de metoprolol e hidroclorotiazida.
Realizou o ECG abaixo:
A conduta é:
a) realizar cateterismo cardíaco
b) suspender hidroclorotiazida e repor potássio
c) realizar estudo eletrofisiológico
d) inserir marcapasso temporário
UNIOESTE – 2015
31. Em relação ao diagnóstico eletrocardiográfico das taquiarritmias, devemos considerar, EXCETO:
a) a duração do complexo QRS
b) a regularidade dos intervalos RR
c) a localização e presença da onda P
d) se há onda F
e) a amplitude do QRS
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
UNITAU – 2015
32. Paciente homem, 66 anos, hipertenso, diabético tipo 2, dislipidêmico, admitido com quadro de dor torácica retro-
esternal opressiva, sem irradiação, iniciada há cerca de dez minutos antes do atendimento. Seu primeiro eletrocar-
diograma revelou-se normal. Foi indicado novo eletrocardiograma após quinze minutos da realização do primeiro.
Qual dos parâmetros abaixo NÃO se observa na evolução eletrocardiográfica do caso?
a) simetria da onda T
b) aumento da amplitude da onda S
c) surgimento de onda Q
d) infradesnivelamento do segmento ST
e) supradesnivelamento do segmento ST
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
Homem de 60 anos de idade procura o pronto-socorro com queixa de dor torácica em aperto, com irra-
diação para braço esquerdo há 40 minutos. É tabagista: 45 maços-ano e hipertenso, em uso irregular de
captopril 75 mg/dia e hidroclorotiazida 25 mg/dia há 22 anos. Nega outros antecedentes mórbidos rele-
vantes. Ao exame clínico está em regular estado geral, orientado, com fácies dolorosa, pressão arterial =
202 × 106 mmHg, frequência cardíaca = 96 bpm, frequência respiratória = 24 ipm, bulhas rítmicas, com
hipofonese de B2 e sopro diastólico aspirativo 2+/6+ em foco aórtico, semiologias pulmonar e abdominal:
sem alterações, pulsos presentes bilateralmente, diminuídos em membro superior esquerdo, eletrocardio-
grama abaixo.
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
UNAERP – R1 – 2013
45. H. R. S., 58 anos, procurou o pronto-atendimento com queixa de dor forte em região precordial há 35 minutos, tipo
peso, com irradiação para a região cervical, acompanhada de intensa dispneia e tosse seca e dois episódios de vômi-
tos, com discreta melhora após uso de 2 cp de Isordil SL. Ao exame físico: PA = 110 x 50 mmHg, FC = 120 bpm, FR
= 36 irpm. Coração em ritmo de galope com presença de B4, sem sopros.
Pulmões: MV presente bilateralmente, com ESC em metade inferior de ambos pulmões.
AP: HAS com tratamento há 6 anos, quando apresentou quadro de AVC hemorrágico / DM tipo 2 há 8 anos/ seden-
tarismo.
Realizou ECG que demonstrou:
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
UNICAMP – R1 – 2012
47. Homem, 78 anos, com diagnóstico de insuficiência cardíaca, vem à consulta queixando-se de tontura e piora do
cansaço há 4 dias. Há 2 semanas apresentou quadro de diarreia, autolimitado, com duração de 3 dias. Realizou ECG.
A hipótese diagnóstica é:
UFSC – R1 – 2012
48. Paciente do sexo feminino, com 34 anos de idade, que procura a emergência por causa de palpitações e desconforto
precordial, apresenta o ECG abaixo:
Assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico e a conduta CORRETOS para este caso:
a) taquicardia sinusal – administrar adenosina 12 mg
b) taquicardia supraventricular – administrar adenosina 6 mg seguida de 12 mg, se necessário
c) taquicardia supraventricular – administrar adenosina 12 mg
d) taquicardia sinusal – administrar adenosina 6 mg
e) taquicardia supraventricular – administrar 1 ampola de amiodarona
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
ICC-CE – R1 – 2012
49. São alterações eletrocardiográficas que podem ser encontradas em pacientes com hipercalemia:
a) onda T alta, apiculada, estreita e simétrica
b) onda T alta de base larga e assimétrica
c) onda P aumentada e complexo QRS estreito
d) inversão de onda T
e) onda P alta, apiculada, estreita e simétrica
CREMESP – 2011
50. Três diferentes pacientes são atendidos no pronto-socorro com monitorização cardíaca:
– Paciente I: fraqueza intensa nas extremidades inferiores, em anasarca, deixou de comparecer às 2 últimas sessões de
diálise.
– Paciente II: diabético tipo 2 descompensado, com história de infarto do miocárdio prévio.
– Paciente III: hipertenso, tabagista, com dor precordial há 1 hora.
Os registros eletrocardiográficos são:
UNICAMP – R1 – 2011
52. Mulher, 32 anos, com antecedente de depressão, chegou ao pronto-socorro, com rebaixamento do nível de consciên-
cia há 2 horas. Exame físico: T = 38 ºC, PA = 170 x 110 mmHg, FC = 112 bpm, pele e boca secas e retenção urinária.
Exame neurológico: agitada, com alucinações visuais e auditivas; pupilas midriáticas e reagentes, com motricidade
ocular preservada, sem sinais localizatórios ou rigidez de nuca.
Realizou eletrocardiograma:
SUS-SP – 2011
53. Uma mulher de 40 anos é admitida na sala de emergência com queixa de dispneia.
O monitor mostra:
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
O diagnóstico é de:
a) flutter atrial
b) bloqueio AV de segundo grau
c) fibrilação atrial
d) taquicardia ventricular
e) bloqueio AV total
ACERTEI ERREI DÚVIDA
USP-RP – 2010
55. Paciente, 45 anos de idade, hígido e sem eventos prévios, ao final de voo de 12 horas em classe econômica, apresenta
mal-estar, com sudorese fria, náuseas e vômitos. A pressão arterial medida no momento foi de 90 x 54 mmHg e FC
de 120 bpm. Não apresenta estase jugular, mas tem sinal de Kussmaull. É conduzido à sala de urgência após o pouso
da aeronave, mantendo os mesmos sinais, com ausculta pulmonar normal. O eletrocardiograma obtido encontra-se a
seguir.
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
A melhor conduta é:
a) nitroglicerina, betabloqueador e coronariografia
b) heparina não fracionada, clopidogrel, ecocardiograma de estresse para estratificação de risco
c) morfina, IECA, heparina de baixo peso molecular e cintilografia miocárdica após estabilização clínica
d) estreptoquinase, heparina, betabloqueador e ecocardiograma para avaliação da função ventricular
HSPM – 2009
60. Cerca de 2 meses após ter sido internado durante 10 dias por glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica, um ho-
mem de 36 anos procura o pronto-socorro por apresentar dor precordial e anasarca.
O eletrocardiograma mostra:
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
a) síndrome de Brugada
b) síndrome do QT longo congênito
c) doença de Uhl
d) cardiomiopatia hipertrófica
a) cardiomiopatia restritiva
b) cardiomiopatia hipertrófica
c) cardiomiopatia dilatada
d) cardiomiopatia não compactada do ventrículo esquerdo
USP-RP – 2007
64. Mulher, 42 anos de idade, tabagista e dislipidêmica, teve quadro de dor precordial aguda e no atendimento hospi-
talar apresentou arritmia cardíaca (taquicardia ventricular, fibrilação ventricular), sendo prontamente revertida. O
eletrocardiocardiograma, após reversão da arritmia, está representado a seguir:
183
Eletrocardiografia | Questões para treinamento
Diante das informações apresentadas, qual o diagnóstico e a conduta que melhor se aplicam ao caso?
a) pericardite; tratamento com drogas anti-inflamatórias não hormonais e medidas de suporte em terapia intensiva
b) taquicardia supraventricular sustentada com aberrância de condução; tratamento com amiodarona e betabloqueador
c) taquicardia ventricular sustentada; tratamento com lidocaína e cardioversão elétrica
d) síndrome coronária aguda com supra de ST; cateterismo cardíaco de urgência, visando reperfusão mecânica
e) síndrome coronária aguda sem supra de ST e com aberrância de condução ao ECG; internação em unidade coronária
e tratamento com AAS, betabloqueador, nitrato, clopidogrel e heparina não fracionada
UNICAMP – 2006
65. Homem, 57 anos, com dor retroesternal de forte intensidade há 30 minutos, em aperto, sem irradiação, acompanha-
da de sudorese e palidez cutaneomucosa. Tabagista há mais de 25 anos, hipertenso em tratamento irregular, disli-
pidêmico sem tratamento. Antecedente familiar: irmão foi submetido à revascularização miocárdica aos 46 anos.
Exame físico: PA= 160 x 100 mmHg, FC = 92 bpm, FR= 23 irpm, MV (murmúrio vesicular) sem ruídos adventícios,
ritmo cardíaco regular sem sopros, pulsos periféricos presentes e simétricos. Apresenta o ECG abaixo:
IAMSPE – 2006
66. Paciente de 68 anos, hipertenso e diabético, chega ao pronto-socorro com 3 horas de dor precordial de pequena
intensidade, sem irradiação acompanhada de sudorese. O eletrocardiograma apresentava 3 mm de supradesnive-
lamento do segmento ST em DII, DIII e avF. Ao exame, estava em bom estado geral, com discreta palidez cutânea,
PA = 88 x 52 mmHg; P = 64 bpm. Ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações. Nega cirurgias ou traumas recentes.
Teve infarto há cerca de quatro meses, quando recebeu estreptoquinase. Qual o diagnóstico e o grupo correto pela
classificação de Killip?
USP-RP – 2006
67. Homem, com 65 anos de idade, com queixa de dor precordial de forte intensidade há 2 horas, localizada na região
retroesternal, em queimação, sem irradiação, que persiste até o momento da avaliação. Ao exame, apresenta pul-
mões sem evidência de congestão pulmonar, pressão arterial de 100 x 60 mmHg, frequência cardíaca de 180 bpm. O
eletrocardiograma obtido está ilustrado a seguir.
USP-RP – 2006
68. Mulher, com 76 anos de idade, em uso de betabloqueador para hipertensão arterial, apresenta frequência cardí-
aca de 40 bpm, estando assintomática. É realizado um eletrocardiograma para averiguação do ritmo cardíaco e a
paciente é encaminhada à urgência para implante de marca-passo transvenoso provisório. Qual das alternativas a
seguir corresponde ao ritmo cardíaco que motivou a indicação?
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Eletrocardiografia | Questões para treinamento
USP-RP – 2006
69. Homem, com 54 anos de idade, admitido com dor epigástrica em queimação irradiada para a região precordial, de
forte intensidade, há duas horas. Trata-se de um paciente revascularizado há 4 anos (2 pontes de safena e 1 mamá-
ria), com episódio de acidente vascular encefálico isquêmico há 4 meses, em uso irregular de ácido acetilsalicílico
e betabloqueador. O exame físico revela pulmões sem evidência de congestão pulmonar, pressão arterial de 86 x 65
mmHg e extremidades frias, com perfusão reduzida. O eletrocardiograma da entrada está ilustrado a seguir:
FESP – 2005
70. Mulher de 86 anos desenvolve dispneia, estertoração bolhosa e turgência jugular. Ao chegar ao pronto-socorro, são
administradas 20 mg de furosemida. Alguns minutos depois, a paciente desenvolve o seguinte traçado eletrocardio-
gráfico:
USP – 2005
71. Mulher de 48 anos de idade, branca, há 10 anos queixa-se de cefaleia hemicraniana, do tipo pulsátil, com frequên-
cia de 2 vezes por semana e duração de 8 horas, acompanhada de náuseas, osmofobia e fotofobia, que a impedem
de trabalhar durante o episódio. Não refere fatores desencadeantes da dor e se mostra preocupada, pois, apesar
de usar dipirona de hora em hora, a intensidade da dor vem aumentando. Refere diagnóstico de úlcera gástrica
realizado há 3 meses, sendo tratada com ranitidina, com melhora parcial dos sintomas, e informa ser portadora
de Doença de Chagas, com repercussões cardíacas, apresentando o ECG a seguir. O exame clínico realizado se
encontra normal.
USP – 2005
72. Homem, de 22 anos de idade, ajudante de jardinagem desempregado, após discussão com a esposa ingeriu quanti-
dade não especificada de aguardente e um copo (200 mL) cheio de um veneno.
Vizinhos o trouxeram imediatamente ao pronto-socorro. Na chegada, referia dor abdominal e apresentou vômitos.
Ao exame inicial: regular estado geral, frequência cardíaca 56 bpm, PA = 140 x 90 mmHg, pontuação na escala de
Glasgow= 14, agitado, com sialorreia, lacrimejamento e pupilas mióticas.
Cárdio: bulhas rítmicas normofonéticas sem sopros.
Pulmões: murmúrios vesiculares presentes bilateralmente com roncos difusos.
Abdome: plano, flácido, sem visceromegalias.
Membros: sem alterações. Realizou ECG (ver figura a seguir). Assinale a alternativa contendo o diagnóstico eletro-
cardiográfico e a conduta a ser instituída:
187
Eletrocardiografia | Questões para treinamento
USP – 2005
73. Homem de 51 anos de idade, diabético, hipertenso, no quinto dia pós-operatório de aneurismectomia de aorta abdomi-
nal, internado na unidade de terapia semi-intensiva, apresenta desconforto precordial em aperto, sudorese fria e dispneia.
Ao exame: bulhas rítmicas normofonéticas (BRNF), sem sopros. Pulmões: murmúrios vesiculares presentes com ester-
toração fina nos dois terços inferiores de ambos os hemitórax. PA= 90 x 60 mmHg. Solicitado ECG a seguir. Assinale a
alternativa correta:
a) trata-se de infarto agudo do miocárdio anterior + lateral alto, evoluindo em grupo IV de Killip, e a conduta é angio-
plastia primária urgente
b) trata-se de infarto agudo do miocárdio anterior + ventrículo direito, evoluindo em choque cardiogênico, e a priorida-
de é infusão de volume e dobutamina
c) trata-se de infarto agudo do miocárdio anterior + dorsal, evoluindo em grupo III de Killip, e a conduta é angioplastia
primária urgente
d) trata-se de infarto agudo do miocárdio anterior + lateral alto, evoluindo em grupo IV de Killip, e a conduta é dobuta-
mina e trombólise urgente
e) trata-se de infarto agudo do miocárdio inferolateral dorsal, evoluindo em grupo IV de Killip, e a conduta é revascu-
larização miocárdica de urgência
USP – 2005
74. Mulher de 37 anos de idade, com antecedente de estenose mitral, procura o pronto-socorro com quadro de palpita-
ções, iniciadas há 1 dia, mas com piora há 2 horas, acompanhada de dor precordial. Ao exame, encontra-se em regular
estado geral, corada, hidratada, eupneica, PA = 120 x 88 mmHg, frequência cardíaca = 160bpm, ausculta pulmonar
com murmúrios vesiculares presentes bilateralmente sem ruídos adventícios, ausculta cardíaca com bulhas arrítmi-
cas, taquicárdicas, com sopro diástólico ++/6+ em foco mitral.
Realizado eletrocardiograma, que é mostrado abaixo. Qual a conduta correta após monitorização, acesso venoso e
fornecer oxigênio à paciente?
189
Questões para Treinamento
Exame Clínico e
Questões para Treinamento
15
12
Laboratório em Reumatologia
Eletrocardiografia
1. O quadro descrito no enunciado da questão, de insufici- de Ortner (rouquidão por compressão recorrente do nervo
ência cardíaca em mulher jovem, associado aos achados de laríngeo contra a aorta pelo brônquio fonte esquerdo).
exame físico, bem como com os achados eletrocardiográ- Na questão acima, os achados ecocardiográficos compatíveis
ficos sugestivos de sobrecarga biatrial e distúrbio de con- com o quadro de Estenose Mitral são os presentes no item
dução pelo ramo direito, achados radiológicos compatíveis “A”, que sugerem como etiologia mais provável para estenose
com aumento de átrio esquerdo associado à congestão pul- mitral, por haver fusão de comissuras e calcificação dos seus
monar com ventrículo esquerdo classicamente de tamanho folhetos, a doença reumática. Resposta a.
normal são fortemente preditores do diagnóstico de esteno-
se mitral (EM).
Os pacientes com estenose valvar mitral costumam apre- 2. Esta criança foi admitida no serviço de emergência em
sentar sintomas congestivos típicos de insuficiência cardíaca PCR, devendo-se de imediato iniciar as manobras de RCP.
(IC) esquerda: dispneia progressiva aos esforços, ortopneia e O BLS pediátrico de 2010 orienta ter como sequência inicial
dispneia paroxística noturna. Sintomas mais raros incluem das manobras o CAB, em que C significa compressões torá-
hemoptise e rouquidão. Quando o quadro está mais avan- cicas eficazes, A significa obter via aérea e B significa manter
çado, os pacientes podem apresentar sintomas de IC direita respiração / ventilação. Recomenda-se idealmente 2 socor-
por desenvolvimento de hipertensão pulmonar. Os sintomas ristas, que deverão seguir a sequência 15:2 (15 compressões
de EM ocorrem por aumento da pressão no AE e pela dimi- para 2 ventilações).
nuição do débito cardíaco, causados pela obstrução do enchi- Os passos do CAB são os que se seguem:
mento do VE. Apesar do quadro de IC esquerda, o VE cos- C - As compressões devem ser iniciadas com o paciente sob
tuma ser normal. Como o VD acaba sendo responsável por uma superfície firme e devem ser vigorosas o suficiente para,
compensar esse aumento de pressão no AE, há desenvolvi- no caso da criança em questão, que tem 15 meses de vida
mento de hipertensão pulmonar e, eventualmente, disfunção (mais de 1 ano de idade), permitir aprofundar o tórax em
de VD. Ao exame, a ausculta costuma evidenciar um sopro 5cm com a compressão da metade inferior do esterno usan-
diastólico em ruflar no foco mitral, logo após um estalido de do 1 ou 2 mãos, permitindo o retorno completo do tórax
abertura da valva mitral. Há hiperfonese de B1. Nos casos em entre cada compressão. Deve-se imprimir uma velocidade
que há hipertensão pulmonar, a P2 pode ser hiperfonética equivalente a 100 compressões por minuto, e, idealmente,
e pode haver VD palpável, além de jugulares distendidas e deve-se alternar o socorrista que faz as compressões a cada 2
ascite. minutos, para se evitar fadiga;
Os achados de ECG mostram: sobrecarga de AE quando em A – Deve-se proceder a abertura das vias aéreas usando a
ritmo sinusal; pode haver sobrecarga de VD com desvio do técnica de inclinação da cabeça e elevação do queixo, após o
eixo para a direita e sobrecarga de AD quando o paciente já que se devem iniciar as ventilações;
apresenta hipertensão pulmonar. No RX de tórax, há aumen-
to de AE e, quando a EM é grave, pode haver abaulamento B - Quando há 2 socorristas, iniciar ventilação com uma rela-
da artéria pulmonar e aumento de VD e AD; inversão do pa- ção compressão – ventilação de 15:2. Para socorrista único, o
drão de circulação pulmonar com edema intersticial e linhas mais adequado é a relação 30 compressões para 2 ventilações
B de Kerley podem estar presentes em quadros graves; outro (30:2). A ventilação deve ser feita por respiração boca-a-boca
achado possível inclui o “Sinal da Bailarina”: retificação do ou com ambu-máscara.
brônquio fonte esquerdo que pode determinar a Síndrome Resposta a.
15 Eletrocardiografia
4. O ECG em tela é compatível com fibrilação atrial de alta droga na descrição do caso, e, para anticoagulação pode op-
resposta ventricular, provavelmente aguda (não há relatos de tar-se pelo uso da dabigatrana, um inibidor direto da trom-
sintomas prévios, nem de ECG antigo que mostre tal arrit- bina, por não haver relato de se tratar de uma FA valvar. A
mia). Como o paciente acima encontra-se estável hemodina- reversão imediata ao ritmo sinusal no caso descrito, em que
micamente, a opção mais correta dentre as propostas acima não há critérios de instabilidade hemodinâmica ou clínica, é
seria a de realizar cardioversão química com amiodarona vi- muito arriscada pelo alto risco de fenômenos tromboembó-
sando reestabelecer o ritmo sinusal, após o que deveria tam- licos, uma vez que se trata de uma FA com mais de 48h de
bém ser iniciada a anticoagulação plena e mantida durante 3 início. Resposta d.
a 4 semanas. Resposta a.
191
Eletrocardiografia | Gabarito comentado
do terceiro complexo QRS, uma sequência em que há pro- 12. Quadro clínico de desconforto epigástrico em uma pa-
gressivo aumento do intervalo PR até que se observa uma ciente do sexo feminino, idosa e diabética deve sempre le-
onda P bloqueada (fenômeno de Wenckebach). Neste caso vantar a suspeita de tratar-se de uma síndrome coronariana
estaria, portanto, contraindicado o uso dos betabloqueado- aguda (SCA) porque pacientes com o perfil acima podem
res. Resposta e. apresentar SCA com sintomas atípicos. O ECG acima mostra
um supradesnivelamento do segmento ST de V1 a V4, com-
patível com um quadro de síndrome coronariana aguda com
10. O caso acima, por seus aspectos clínico-eletrocardiográ- elevação do segmento ST (infarto agudo do miocárdio com
ficos, é típico de uma pericardite. A idade, a ausência de fa- supradesnivelamento do segmento ST) em parede anterior e,
tores de risco clássicos e o aspecto da dor do paciente falam como o paciente não apresenta sinais clínicos de insuficiên-
contra a possibilidade de síndrome coronariana aguda. Os cia cardíaca, é classificado pelos critérios de Killip-Kimball
achados eletrocardiográficos mostram a presença de uma ta- como Killip I.
quicardia sinusal, um supradesnivelamento do segmento PR
A conduta mais correta a ser tomada com a paciente em
na derivação AVR e um supradesnivelamento do segmento
questão é administrar 200-300mg de AAS, fazer ataque de
ST difuso e com morfologia típica daquele encontrado nos clopidogrel com dose atualmente preconizada de 600mg, ad-
casos de pericardite. ministrar bólus endovenoso de heparina não fracionada na
O quadro abaixo mostra as principais alterações eletrocar- dose de 60U/kg de peso e proceder à reperfusão química com
diográficas encontradas nos casos de pericardite, a depender fibrinolíticos ou percutânea através da angioplastia primária,
da sua fase evolutiva. o que depende da disponibilidade do serviço. Há maior be-
nefício e custo-efetividade da angioplastia primária sobre
a trombólise, especialmente em pacientes de alto risco. O
Estágio I Supradesnivelamento do segmento ST com benefício, porém, depende da disponibilidade de hemodinâ-
concavidade voltada para cima. Acomete todas as mica 24h e da rápida realização do procedimento e desapare-
derivações (exceto AVR e V1), não respeitando a ce se o atraso para a realização da angioplastia for maior que
anatomia coronária. Ondas T altas e pontiagudas. 60 a 90 minutos. Assim, a escolha da melhor estratégia de
Estagio II Retorno do segmento ST à linha de base. Onda T reperfusão no IAM depende de fatores relacionados à dis-
se achata. Depressão do segmento PR. ponibilidade regional de recursos e pode variar de região
Estagio III Inversão da onda T. para região. Caso ambos estejam disponíveis, deve-se dar
preferência para a angioplastia. Idealmente, o fibrinolítico
Estágio IV Volta à normalidade, porém a onda T pode perma-
necer invertida por um tempo maior. deve ser iniciado em até 30 minutos da chegada do pacien-
te ao hospital. O tempo até a abertura da artéria por angio-
O tratamento da pericardite é feito com o uso de anti-infla- plastia deve ser de até 90 minutos. Caso a expectativa para
matórios não-hormonais. Desta forma, o item mais correto a realização da angioplastia seja acima de 60 minutos, deve
para a questão acima é o “E”. Resposta e. ser realizado tratamento com fibrinolíticos. Resposta b.
trica sincronizada a 200 J. O tratamento crônico deve ser padrão sugestivo de isquemia coronariana, com supra ou
realizado com drogas do grupo IC como a propafenona. O infradesnivelamento do segmento ST localizada ou difusa.
tratamento definitivo é a ablação por radiofrequência da Resposta d.
via anômala, que apresenta taxas de sucesso acima de 90%.
Os itens “A” e “B” da questão poderiam deixar dúvida 15. A seta presente no ECG em tela aponta para a presença
quanto à resposta mais correta, porém, embora o item de uma onda U com amplitude aumentada, presente nos ca-
“A” não mencione a manobra vagal como primeira opção sos de hipocalemia. O paciente do caso descrito acima deve
de tratamento, ele poderia ser considerado como o mais ter evoluído com hipocalemia importante secundária a perda
correto porque o item “B” praticamente coloca como pelo TGI decorrente de diarreia intensa. Nos casos de hipo-
obrigatória a administração de adenosina nas doses de calemia, principalmente com níveis de potássio menores que
6 e 12mg, independente de ter havido ou não reversão 2,5 mEq/L, os seguintes achados podem ser encontrados:
da arritmia. A questão é, portanto, dúbia, mas podemos progressiva depressão dos segmento ST, diminuição da am-
considerar, dentre os itens acima, como o mais correto o plitude da onda T, aumento da amplitude da onda U e au-
item A. Resposta a. mento da amplitude e duração da onda P, com intervalo PR
ligeiramente prolongado. Resposta b.
14. Na amiloidose cardíaca, por depósito de proteínas ami-
loides e, mais tardiamente, pela própria miocardiopatia di- 16. O paciente do caso acima foi admitido com um quadro
latada que pode se desenvolver em fase mais terminal, pode de síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento
haver a ocorrência de baixa voltagem ao ECG. O derrame do segmento ST (SCASSST), mais precisamente com um
pericárdico, por apresentar camada de liquido que pode infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do
funcionar como um isolante à corrente elétrica, pode levar segmento ST, caracterizado pela elevação detectada de bio-
também a baixa voltagem. O hipotireoidismo, pelo pos- marcadores (troponina I positiva). Alguns dados relatados
sível derrame pericárdico que pode estar associado e por do caso nos fazem classificar o paciente acima como tendo
alterações secundárias ao próprio hipotireoidismo descom- uma SCASSST de alto risco, segundo a estratificação de risco
pensado pode manifestar-se com baixa voltagem. A mio- do American College of Cardiology (ACC): a angina grave
cardite apresenta também padrões eletrocardiográficos que recente de repouso e prolongada (maior que 20 minutos) e
podem mudar com a sua evolução, podendo variar desde a presença de marcadores cardíacos bastante alterados (tro-
distúrbios de repolarização, bloqueios átrio-ventriculares e ponina T > 0,1 ), como se pode evidenciar na tabela abaixo:
Outro dado relevante é o achado de um grave padrão eletrocardiográfico evidenciado pelo ECG da admissão no serviço de
emergência: a presença do padrão eletrocardiográfico de plus-minus nas derivações precordiais, achado que pode ser compa-
tível com uma suboclusão proximal da artéria descendente anterior.
A conduta mais adequada para o caso em questão seria, portanto, estabelecer o MONAB (morfina, oxigênio, nitrato, aspirina e
betabloqueador), iniciar a anticoagulação plena com heparina ou fondaparinux e iniciar antiagregante da classe dos inibidores
da P2Y12. Por ser de alto risco, o paciente também deveria ser internado em unidade coronariana e deveria realizar cateteris-
mo cardíaco precoce. Resposta a.
193
Eletrocardiografia | Gabarito comentado
17. O caso acima é compatível com estenose aórtica severa Causas de elevação de segmento ST (cont.)
sintomática, cujo quadro clínico é representado pela clássica
tríade composta por dor torácica anginosa, dispneia e sínco- 5) Hipercalemia Elevação do segmento ST côncavo pode
ou não estar associada a:
pe. Os achados de exame físico da estenose aórtica são:
QRS alargado, ondas T pontiagudas, on-
pulso arterial periférico com aparecimento lento, susten- das P de amplitude diminuída
tado e de baixa amplitude (pulsus parvus et tardus); 6) Síndrome de Padrão de BRD completo ou incompleto
exame do precórdio com: um ictus cupuliforme, com Brugada (rSR’ em V1 e V2)
Elevação côncava do ST em V1 e V2, no
frêmitos sistólicos nas regiões do foco aórtico e aórtico
início da onda R’ côncava e acaba em
acessório; onda T invertida
ausculta cardíaca: observa-se que a 1a. bulha é pratica- 40%-60% dos casos de FV idiopática
mente normal ou abafada e precedida da 4ª bulha; a 2ª 7) Hipertrofia de ST côncavo e critérios de SVE
bulha é desdobrada, mas pode ser única quando há ca- VE
cificação que imobiliza a valva ou quando o prolonga- 8) Angina de Elevações de ST transitórias
mento da sístole ventricular faz com que A2 e P2 sejam Prinzmetal
simultâneas; o sopro de ejeção é o dado mais caracterís-
9) TEP Podem simular IAM de parede inferior e
tico e constante da estenose aórtica, com alta frequência anterosseptal
vibratória, melhor audível no segundo espaço intercostal
10) Cardioversão Frequentemente > 10 mm, porém com
esquerdo, mesossistólico, irradiando para a fúrcula e am-
duração de apenas 1-2 minutos
bas as carótidas. O sopro, por apresentar alta frequência
sonora, pode irradiar para o ápice, dando a falsa impres- 11) Infarto agudo Elevação nova do segmento ST no ponto J
do miocárdio em pelo menos duas derivações contíguas
são de dois sopros distintos – esse achado auscultatório
com os seguintes pontos de corte: ≥ 0,2
recebe o nome de fenômeno de Galla-Vardin. Nos casos mV em homens e em mulheres ≥ 0,15 mV
graves de disfunção ventricular, o sopro sistólico pode di- (V2-V3) ou ≥ 0,1 mV (nas demais). Ca-
minuir ou mesmo desaparecer. racterísticas: em platô, convexo.
No ECG, mais de 80% dos casos de estenose aórtica gra-
Os aneurismas ventriculares que surgem tardiamente após
ve apresentam sinais de sobrecarga ventricular esquer-
quadros de IAM com supradesnivelamento do segmento
da, inversão de onda T e depressões de segmento ST em
ST têm como manifestação eletrocardiográfica a presença
derivações, tendo complexo QRS positivo e alterações
de um supradesnivelamento do segmento ST persistente,
acentuadas da repolarização ventricular (onda T negativa
profunda e com variável tendência à simetria). O ECG mesmo dias ou semanas após o quadro inicial. O critério
mostrado acima evidencia essas alterações descritas. eletrocardiográfico sugestivo de reperfusão química (pós
- trombólise) é a redução de ≥ 50% do supra de ST, onde
Desta forma, o item que melhor condiz com o quadro clínico este é maior.
descrito acima é o “C”. Resposta c
O item que apresenta a resposta correta é, portanto, o “B”.
Resposta b.
18. Em geral, podem-se encontrar elevações do segmento ST
em diversas condições como as abaixo relacionadas:
19. O ECG em tela evidencia um ritmo de fibrilação atrial
(FA) e a mais provável etiologia para o AIT prévio do pa-
Causas de elevação de segmento ST ciente é a cardioembólica. Ao estratificarmos o risco de fenô-
menos tromboembólicos para o paciente acima, percebemos
1) Normal – Pa- Visto em 90% de homens saudáveis. 1-3
drão masculino mm em precordiais, principalmente em que este é alto, uma vez que seu CHA2DS2-VASc é 4 , confor-
V2, ST côncavo. me podemos ver pela tabela abaixo:
2) Repolarização Comum em jovens negros, com elevação
precoce de 1 a 4 mm em derivações médio precor-
diais (mais marcada em V4, com entalhe CHA2DS2-VASc – Escore de Brimingham 2009
no ponto J e ST côncavo). Congestive heart failure (ICC) 1 ponto
3) Bloqueio de Discordância entre complexo QRS e seg- Hipertensão 1 ponto
ramo esquerdo mento ST é sugestiva de BRE, mas de
Idade > 75 anos 2 pontos
V1-V3 o QRS é geralmente negativo neste
distúrbio, o que pode prejudicar o diag- Diabetes mellitus 1 ponto
nóstico de infartos anterosseptais. Stroke – AVC prévio, AIT prévio, eventos trombo-
Elevação do segmento ST > ou = 5 mm é 2 pontos
embólicos prévios
sugestiva de infarto anterosseptal (VPP =
94%) Vascular – IAM prévio, placas em aorta, doença
1 ponto
vascular periférica
4) Pericardite Elevação difusa do segmento ST em deri-
aguda vações precordiais e periféricas, associa-se Idade 65-75 anos 1 ponto
à depressão do segmento PR. Sexo feminino 1 ponto
É considerado alto risco se a pontuação for 2 ou mais, risco sal. A cardioversão elétrica sincronizada estaria indicada nos
intermediário se 1 ponto, e baixo risco se não houver fatores casos em que há instabilidade hemodinâmica e /ou clínica.
de risco. A conduta de acordo com a classificação seria: Resposta c.
Alto risco (2 pontos ou mais): anticoagulação plena (se
varfarina, manter INR entre 2,0 e 3,0); 22. O quadro clínico de dor torácica tipicamente anginosa,
Risco intermediário (1 ponto): anticoagulação plena ou associada à síncope após uso de vasodilatadores, na presen-
antiagregação (AAS 75 a 325 mg/dia) – o algoritmo da ça de história familiar de morte súbita e de um ECG com
ACCP recomenda anticoagulação plena sempre que pos- sobrecarga ventricular esquerda, sugere fortemente a pre-
sível; sença de patologias que gerem gradiente na via de saída do
Baixo risco (0 pontos): antiagregação (AAS) ou nada – o ventrículo esquerdo, como miocardiopatia hipertrófica na
benefício do uso do AAS para esse grupo não está bem sua forma obstrutiva ou estenose aórtica severa sintomá-
estabelecido. Além disso, o uso do AAS pode levar a tica. Os achados de ECG sugerem mais como etiologia a
eventos adversos. miocardiopatia hipertrófica, sendo o item D considerado o
correto. Resposta d.
Desta forma, o paciente acima tem indicação de anticoagula-
ção plena no intuito de evitar novos fenômenos tromboem-
bólicos, que pode ser feita com a varfarina ou com os novos 23. O quadro clínico descrito (dispneia progressiva, estase
anticoagulantes (como o Dabigatran), uma vez que não há jugular, ausculta pulmonar limpa e presença de bulhas hipo-
descrição de que o paciente em questão seja portador de FA fonéticas), associado ao ECG acima, que mostra a presença
valvar. O item que contempla a resposta mais correta para o de taquicardia sinusal com baixa voltagem difusa e alternân-
caso em questão é o “D”. Resposta d. cia elétrica do QRS, é compatível com o de derrame peri-
cárdico volumoso. Nesses casos, deve-se ficar atento para a
presença de sinais de iminência de tamponamento cardíaco.
20. O quadro clínico e eletrocardiográfico é compatível com Pacientes com tamponamento geralmente apresentam sinto-
pericardite aguda, de provável etiologia viral. A dor torácica mas atribuídos à redução do débito cardíaco, em virtude da
é o principal marcador da pericardite aguda, sendo esta ca- inabilidade de enchimento das câmaras cardíacas na diástole,
racterizada por localização precordial ou retroesternal, tipo aumento da pressão intracardíaca e redução do débito cardí-
contínua, de longa duração (horas e dias), tipo pleurítica aco: dispneia, tontura, fadiga, dor torácica, ortopneia e disp-
(piora principalmente com inspiração profunda, tosse e de- neia paroxística noturna não são comuns, exceto na presença
cúbito dorsal, melhora quando o paciente senta e inclina o de congestão pulmonar.
tronco para a frente), irradiada para trapézio e região cervi-
Na presença de grandes derrames, pode ocorrer tosse, disfa-
cal. Os achados eletrocardiográficos mais característicos são
gia e rouquidão, atribuídas ao aumento do saco pericárdico
o supradesnivelamento do segmento ST, com ST de aspecto
nas estruturas intratorácicas (brônquio, esôfago, nervo vago
côncavo (“supra feliz”), e onda T positiva, que aparecem em
ou laríngeo recorrente).
várias derivações, não se relacionando anatomicamente com
uma parede específica (“supra tudo”). Em 70% dos pacien- No exame físico, o paciente geralmente se encontra cansado,
tes, encontramos a depressão do segmento PR, essa que já pálido, ansioso e com:
ocorre nos estágios iniciais da doença. Na pericardite, encon- Hipotensão arterial com presença de pulso paradoxal,
tramos quatro estágios reconhecidos de evolução eletrocar- que corresponde à diminuição de 10 a 15 mmHg da PAS
diográfica, como mostrado na tabela abaixo: com a inspiração. O pulso paradoxal não é específico para
tamponamento, podendo ocorrer no DPOC, ICC, TEP ou
choque; assim como o tamponamento pericárdico pode
Estágio I Supradesnivelamento do segmento ST com ocorrer sem pulso paradoxal em pacientes com IAo, CIA,
concavidade voltada para cima. Acomete todas as
hipertrofia importante do ventrículo direito ou naqueles
derivações (exceto AVR e V1), não respeitando a
anatomia coronária. Ondas T altas e pontiagudas. que já apresentavam elevação da pressão diastólica prévia;
Estagio II Retorno do segmento ST à linha de base. Onda T Aumento na pressão venosa com a inspiração (sinal de
se achata. Depressão do segmento PR. Kussmaul) ou distensão venosa jugular; ambos podem
Estagio III Inversão da onda T. estar presentes. No tamponamento, pode-se evidenciar
a tríade de Beck: distensão venosa jugular, hipotensão e
Estágio IV Volta à normalidade, porém a onda T pode perma-
abafamento das bulhas.
necer invertida por um tempo maior.
Resposta c.
Resposta c.
195
Eletrocardiografia | Gabarito comentado
presença no ECG de um PR curto e pela presença da onda sincronizada a 200 J. O tratamento crônico deve ser reali-
delta. A WPW é a síndrome de pré-excitação mais comum zado com drogas do grupo IC como a propafenona. O tra-
e ocorre mais em homens do que em mulheres. Ondas delta tamento definitivo é a ablação por radiofrequência da via
são produzidas por vias anômalas inseridas diretamente no anômala, que apresenta taxas de sucesso acima de 90%.
músculo ventricular. Uma onda delta é uma deflexão inicial Resposta a
lenta no início do complexo QRS e resulta da ativação inicial
do QRS por condução pela via acessória.
Existe síndrome de pré-excitação quando um impulso su- 25. Este paciente foi admitido com um quadro de SCA com
praventricular despolariza todo (ou parte de) um ventrículo supradesnivelamento do segmento ST (infarto agudo do
mais precocemente do que seria esperado se à frente de ativa- miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST) de
ção percorresse apenas o sistema elétrico normal. Assim, na parede infero-laterodrosal, caracterizado pelo quadro de dor
síndrome de Wolff--Parkinson-White, há uma via acessória tipicamente anginosa prolongada, sem melhora com o uso de
nitrato sublingual e com ECG admissional revelando um su-
(feixe de Kent) unindo o átrio ao ventrículo fora do sistema
pradesnivelamento do segmento ST nas derivações V5, V6,
normal de condução. A presença desta conexão é responsável
DII, DIII e avF.
pelo aparecimento de taquicardias supraventriculares.
No tratamento do IAMCSST, inicialmente, os pacientes de-
Uma pessoa com WPW pode ser assintomática cronicamen-
vem receber tratamento envolvendo MONA. Assim que se
te. O sintoma mais comum são crises ocasionais de palpita-
identificar a SCA como compatível com IAMCSST, o pacien-
ções súbitas. No entanto, o quadro mais grave é o apareci-
te deve ser preparado para a terapia de reperfusão disponível
mento de FA em pacientes com WPW, o que acarreta o risco
(trombólise X angioplastia primária).
de resposta ventricular rápida por meio da via acessória. Esta
rápida resposta ventricular pode provocar todos os sinais e Comparações formais e extensivas entre estratégias de reper-
sintomas das taquicardias estável e instável. fusão mostram benefício e custo-efetividade da angioplastia
primária sobre a trombólise, especialmente em pacientes de
O quadro clínico de taquicardia mais comum na síndrome
alto risco. O benefício, porém, depende da disponibilidade de
de Wolff-Parkinson-White é a taquicardia ortodrômica. hemodinâmica 24h e da rápida realização do procedimento
Taquicardia ortodrômica é aquela na qual o impulso elétrico e desaparece se o atraso para a realização da angioplastia for
percorre anterogradamente o nódulo AV-tronco do feixe de maior que 60 a 90 minutos. Assim, a escolha da melhor es-
His, e, retrogradamente, a via acessória. Neste caso, os com- tratégia de reperfusão no IAM depende de fatores relacio-
plexos QRS são estreitos, a frequência varia entre 150 e 250 nados à disponibilidade regional de recursos e pode variar
bpm e surge de forma paroxística, isto é, de início e término de região para região. A escolha entre os métodos depende
bruscos, com duração variável (desde segundos até horas). da disponibilidade de cada um deles e da experiência do servi-
Como a ativação atrial é retrógrada, após os ventrículos, ço. Caso ambos estejam disponíveis, deve-se dar preferência
apresenta ondas P negativas nas derivações DII, DIII e avF. para a angioplastia. Idealmente, o fibrinolítico deve ser ini-
ciado em até 30 minutos da chegada do paciente ao hospital.
Características da síndrome de Wolff-Parkinson-White O tempo até a abertura da artéria por angioplastia deve ser
Frequência Geralmente 60-100 bpm, se o ritmo subjacente de até 90 minutos. Caso a expectativa para a realização da
for de origem sinusal. angioplastia seja acima de 60 minutos, deve ser realizado
Ritmo Regular, a menos que associado à fibrilação tratamento com fibrinolíticos.
atrial.
Após a trombólise, os pacientes devem continuar receben-
Ondas P Ascendentes na derivação II, a menos que do AAS e betabloqueadores. Além disso, devem receber
WPW esteja associada à fibrilação atrial. dose de ataque de clopidogrel 300 mg e dose de manutenção
Intervalo PR Se forem observadas ondas P < 0,12 s é porque posterior de 75 mg/dia. Também devem permanecer hepa-
o impulso atravessa muito rapidamente a via rinizados por ao menos 48 horas. A heparina utilizada pode
acessória, desviando-se do atraso normal no ser tanto a heparina não fracionada quanto as HBPM. No
nó AV
entanto, há preferência pela enoxaprina, se disponível. Atu-
Duração de Geralmente > 0,12 s. Curso ascendente lento do almente, ainda não há estudos que avaliaram a eficácia dos
QRS complexo QRS (onda delta) pode ser visto em novos antiagregantes plaquetarios como o ticagrelor nos pa-
uma ou mais derivações. cientes submetidos à trombólise química.
O tratamento imediato dos pacientes com taquicardia orto- Desta forma, a conduta mais correta a ser feita com a pa-
drômica (QRS estreito) pode ser realizado com manobras va- ciente em questão é administrar 200-300 mg de AAS, fazer
gais, adenosina ou verapamil. Nos casos de taquicardia anti- ataque de clopidogrel com 300 mg, administrar bólus en-
drômica, QRS largo, o tratamento deve ser realizado com dovenoso de heparina não fracionada na dose de 60 UI/kg
drogas que bloqueiam ou aumentam o período refratário de peso ou de enoxaparina e proceder a reperfusão química
da via acessória, como as drogas do grupo IA, IC e III. A com fibrinolíticos. Resposta c.
droga de escolha é a procainamida (grupo IA). Outras op-
ções são propafenona, flecainida e amiodarona. 26. O indivíduo em questão, portador de Doença Renal
Os pacientes que apresentam instabilidade hemodinâmica Crônica, deve ter evoluído com piora progressiva da fun-
devem ser tratados de imediato com cardioversão elétrica ção renal e hipercalemia, que culminou com o apareci-
mento das alterações vistas acima no ECG. Com o aumen- rapêutica medicamentosa, intervencionista e em terapias re-
to da calemia, a onda P vai se alargando e vai tendo sua nais substitutivas, mas também pela padronização do concei-
amplitude reduzida, o intervalo PR vai se prolongando, o to de LRA estabelecida tanto pela classificação RIFLE (2002),
QRS vai se alargando e a onda T vai tornando-se apiculada um acrônimo em inglês para risk, injury, failure, loss, end-
sem prolongamento do intervalo QT. Com hipercalemias -stage kidney disease, quanto pela classificação AKIN (Acute
acentuadas (potássio maior que 6 mEq/L), o complexo Kidney Injury Network) (2005) cujas propostas são tornar
QRS alarga-se muito e mostra espessamentos e entalhes, o medidas de recuperação da função renal mais precoces. O
eixo elétrico do QRS desvia-se para a esquerda, o segmen- sistema de classificação AKIN encontra-se descrito no qua-
to ST desaparece, podendo haver fusão do complexo QRS dro abaixo:
largo com as ondas Ts pontiagudas e a onda P desaparece.
Além da determinação e da correção da causa subjacente, Sistema de Classificação AKIN para lesão renal aguda.
o tratamento da hipercalemia grave é feito com a infusão Adaptado do Critical Care, 2007.
de gluconato de cálcio, que promoverá mudanças na cale- Estágio Critério de creatinina sérica Critério fluxo uri-
mia, mas sim uma estabilização da membrana do miócito, nário
e com medidas com ação direta na redução da calemia, 1 Aumento ≥ 26,4 < 0,5/mL/kg/h por
como a infusão de glicoinsulina, o uso de beta-agonistas e µmol/L(0,3/dL) ou au- 6 horas
o uso de resinas de troca. Resposta c. mento para 150%-200% da
creatinina de base (1,5 a 2,0
vezes)
27. Este paciente foi admitido no serviço de emergência com 2 Aumento para > 200%- < 0,5/mL/kg/h por
uma taquicardia ventricular com instabilidade hemodinâmi- 300% da creatinina de base 12 horas
ca, caracterizada pela presença de hipotensão arterial sinto- (> 2 a 3 vezes)
mática. Para pacientes com instabilidade hemodinâmica, o
3 Aumento para 300% da cre- < 0,3/mL/kg/h por
tratamento deve ser sempre a cardioversão elétrica sincro- atinina de base (> 3 vezes) 24 horas ou anúria
nizada. Resposta e. ou creatinina sérica ≥ 354 por 12 horas
µmol/L (4,0 mg/dL) com
aumento agudo de pelo me-
28. Este indivíduo, com história prévia de infarto do mio- nos 44 µmol/L (0,5 mg/dL)
cárdio, evoluiu com PCR com ritmo chocável, pois o traçado
Fonte: Magro MCS, Batistini HC, Santos SG, Peixoto E, Freitas MTS. O
eletrocardiográfico acima evidencia uma TV monomórfica emprego da classificação AKIN na detecção da lesão renal no pós-opera-
sustentada. Nos casos de PCR por ritmo chocável, a condu- tório de cirurgia cardíaca. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São
ta mais correta a ser feita é proceder a desfibrilação e, após Paulo. 2011;56(3):127-31.
reversão de tal quadro e estabilização clínica do paciente,
iniciar antiarrítmico de manutenção como a amiodarona, Assim, como a creatinina basal do paciente elevou-se em 1,1
com o propósito de evitar novos eventos arrítmicos. Como mg/dl, pode-se concluir que a mesma elevou-se para 237%
o evento do infarto ocorreu mais de 48h antes da PCR em da creatinina basal (ou seja, elevação > 2 vezes) compatível,
ritmo chocável, é mais provável que tal evento tenha aconte- portanto, com AKIN-2. A hipercalemia pode ser explica-
cido em decorrência da propensão a arritmias ventriculares da pela redução da TFG decorrente da própria IRA, assim
malignas decorrentes da cicatriz miocárdica pelo infarto an- como de lesão muscular decorrente de rabdomiólise, por sua
tigo. Desta forma, estaria indicado o implante de cardiodesfi- vez, secundária às crises convulsivas. Não há dúvidas que o
brilador, como medida mais eficaz na prevenção secundária paciente acima necessita de administração de gluconato de
de morte súbita arrítmica. Sendo assim, o item mais correto cálcio, glicoinsulinoterapia, diurese forçada, administração
para a questão acima é o “D”. Resposta d. de bicarbonato de sódio e hemodiálise para controle da hi-
percalemia. Resposta d.
29. O ECG demonstra QRS alargado e de forma aberrante
com aspecto senoidal sugestivo de hipercalcemia. Os exames 30. O ECG do paciente do caso em tela demostra a presença
também demonstram acidemia decorrente de acidose meta- de um BAV de terceiro grau (Bloqueio átrio-ventricular to-
bólica (pH < 7,35 com bicarbonato < 22 mEq/L). O ânion-gap tal, BAVT). Como o paciente se encontra sintomático, com
(AG) está aumentado (valor normal entre 8 e 12), podendo um quadro de tonturas, cansaço e queda da própria altura,
ser calculado pela seguinte fórmula: Na+ – (Cl- + BIC). Como a conduta mais adequada é proceder ao implante de mar-
não dispomos do sódio sérico, não é possível calcular com as capasso provisório, enquanto se busca por possíveis causas
informações fornecidas na questão o cloro sérico. Entretanto, reversíveis para tal bradiarritmia. O paciente em questão
como não há relato de vômitos ou de outra causa associada tem uma causa reversível mais provável, que é o uso de be-
com a perda de cloro, o mais provável é que o cloro sérico tabloqueador (usa atenolol para o tratamento de hiperten-
esteja normal. são arterial). Desta forma, deve-se implantar marcapasso
Observe também que o paciente apresenta insuficiência renal provisório e suspender o betabloqueador em uso. Se não
aguda (IRA), que representa uma patologia multifatorial. A houver remissão do quadro apesar da suspensão do beta-
taxa de mortalidade da IRA até há pouco tempo alcançava bloqueador e não houver nenhuma outra causa reversível
índices alarmantes de 40% a 83%. A redução dessas taxas tem aparente, a conduta seria o implante de marcapasso defini-
sido destacada não apenas pelos avanços conquistados na te- tivo. Resposta d.
197
Eletrocardiografia | Gabarito comentado
31. Ao nos depararmos com uma taquiarritmia, alguns pa- 36. Trata-se de uma questão mal formulada e sem resposta
râmetros, como o status hemodinâmico (instável versus está- correta.
vel), a duração do QRS (estreito versus largo) e a regularidade O caso clínico acima descrito é compatível com o de um in-
dos intervalos RR (regular versus irregular), são importantes farto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do seg-
e necessitam ser avaliados imediatamente, pois orientam na mento ST de parede inferior.
tomada decisão e de condutas rápidas na sala de emergência,
além de nos fazer inferir quanto a mais provável origem da No tratamento inicial da do IAMCSST, primeiramente os pa-
taquiarritmia. A presença e localização de ondas P e a pre- cientes devem receber tratamento envolvendo MONA, além
sença de ondas F também são importantes e podem ajudar de receber dose de ataque de um segundo antiagregante, ini-
na tomada de decisão, especialmente no caso de taquiarrit- bidor da P2Y2, seguido de dose de manutenção (clopidogrel,
mias com QRS estreito, especialmente quanto ao diagnóstico ticagrelor ou prasugrel). Assim que se identificar a SCA como
da taquiarritmia. Resposta e compatível com IAMCSST, o paciente deve ser preparado para
a terapia de reperfusão disponível (angioplastia percutânea
primária ou trombólise química). Há maior benefício e custo-
32. O indivíduo do caso em tela apresenta um quadro pro- -efetividade da angioplastia primária sobre a trombólise,
vável de síndrome coronariana aguda (dor torácica típica em especialmente em pacientes de alto risco. O benefício, po-
paciente masculino idoso e portador de dislipidemia e diabe- rém, depende da disponibilidade de hemodinâmica 24h e da
tes), porém com início de evolução muito recente (admitido rápida realização do procedimento e desaparece se o atraso
com 10 minutos de dor apenas). Desta forma, é improvável para a realização da angioplastia for maior que 60 a 90 minu-
encontrarmos a presença de ondas Q patológicas secundárias tos. Assim, a escolha da melhor estratégia de reperfusão no
a evolução de uma síndrome coronariana aguda, consideran- IAMCSST depende de fatores relacionados à disponibilida-
do-se tão pouco tempo de evolução. Resposta c. de regional de recursos e pode variar de região para região.
O tempo até a abertura da artéria por angioplastia deve ser
de até 90 minutos. Caso a expectativa para a realização da
33. O quadro clínico descrito em tela é compatível com hipo- angioplastia seja acima de 60 minutos, deve ser realizado
calcemia secundária a uma lesão de paratireoides após a ti- tratamento com fibrinolíticos.
reoidectomia, a qual o paciente foi submetido. Classicamen-
te, o eletrocardiograma na hipocalcemia evidencia aumento Desta forma, o item que mais poderia se aproximar do corre-
do intervalo QT às custas principalmente do segmento ST to seria o “E”, porém não podemos falar neste caso em estra-
sem alterações da onda T e raramente com alargamento do tificação invasiva precoce e, sim, em estratégia de reperfusão
complexo QRS. O diagnóstico diferencial remete-se à hipo- imediata (trombólise ou angioplastia primária). Resposta e.
calemia, no entanto, esta condição demonstra aumento da
duração da onda T com onda u proeminente. Desta forma, 37. O ECG mostra a presença de um bloqueio átrioventricular
podemos considerer como correto o item D. Resposta d. total (BAVT), presente em uma paciente sintomática (sínco-
pe com lesão corporal) e hipotensa e torporosa à admissão
34. O ECG acima demonstra um ritmo sinusal, com algu- ao serviço de emergência. Como a paciente encontra-se com
mas extrassístoles com QRS largo, muito semelhante ao de uma bradiarritmia sintomática, a conduta mais adequada é
base do paciente, com pausas compensatórias. Percebe-se proceder ao implante de marcapasso provisório, enquanto se
também um BDASE, com desvio do eixo para a esquerda, busca por possíveis causas reversíveis para tal bradiarritmia.
um bloqueio completo de ramo esquerdo e a presença de um Se nenhuma causa reversível for encontrada, a conduta seria
supra de ST em avR. A sentença I está incorreta porque o o implante de marcapasso definitivo. Resposta e.
BDASE não dificulta a avaliação adequada da repolarização
ventricular; a sentença II está correta porque o supradesni- 38. Esta criança apresentou quadro de PCR e, em vista dis-
velamento de avR pode sugerir lesão de tronco de coronária so, a sequência proposta pelo BLS pediátrico de 2010 deve
esquerda; por último, a sentença III está errada porque não ser seguida.
há períodos de FA. Resposta d.
A primeira coisa a ser checada pelo socorrista é a segurança
do local para a vítima e para ele mesmo. Em seguida, deve-se
35. Trata-se de um quadro de uma taquiarritmia com QRS checar se a criança encontra-se irresponsiva e sem respirar
estreito e com RR regular configurando, portanto, uma ta- ou só gaspeando e enviar alguém para chamar ajuda (servi-
quicardia supraventricular. Com as pistas do ECG descrito ço de socorro de emergência) e conseguir um desfibrilador
acima, acreditamos que deve tratar-se de uma taquicardia externo automático (DEA). Se o socorrista estiver sozinho,
por reentrada nodal. Como o paciente encontra-se com es- deve chamar o serviço de emergência e aguardar a chegada
tabilidade hemodinâmica, a primeira conduta a ser realizada de um DEA. Procede-se então a checagem de pulso em 10
deveria ser a manobra vagal. Em não havendo resolução, po- segundos e, se não se detectar pulso central, deve-se iniciar
de-se proceder à administração de adenosina em uma dose RCP. Se houver apenas 1 socorrista, proceder a ciclos de 30
de 6 mg, IV, seguida de mais 12 mg, IV, se a primeira não for compressões torácicas seguidas por 2 ventilações, e, caso
suficiente para promover o término da arritmia. Desta forma haja 2 socorristas, proceder a ciclos de 15 compressões torá-
o item considerado mais correto para a questão acima, dentre cicas seguidas por 2 ventilações. As compressões devem ser
os apresentados, é o A. Resposta a. iniciadas com o paciente sob uma superfície firme e devem
ser vigorosas o suficiente para, no caso da criança em ques- (itens A, D e E errados). A prioridade deve ser a reanimação
tão, que tem 5 anos, permitir aprofundar o tórax em 5cm cardiopulmonar (RCP) com ênfase nas compressões torá-
com a compressão da metade inferior do esterno usando 1 ou cicas e a avaliação das possíveis causas (os “Hs e os “Ts”).
2 mãos, permitindo o retorno completo do tórax entre cada O item C é errado, pois não enfatiza a RCP e equivocada-
compressão. Deve-se imprimir uma velocidade equivalente a mente recomenda a elevação de membros inferiores. Item
100 compressões por minuto, e, idealmente, deve-se rodiziar B correto. No Suporte Avançado, devemos proceder com
o socorrista que faz as compressões a cada 2 minutos, para intubação para corrigir possível hipoxia, bem como pun-
se evitar fadiga, no caso de ha ver 2 socorristas. A ventilação cionar acesso venoso para a infusão de drogas e fluidos du-
deve ser feita por respiração boca-a-boca ou com ambu-más- rante a RCP. Resposta B.
cara. Após 2 minutos (ou aproximadamente 5 ciclos), deve-se
reavaliar ritmo, se já estiver disponível o DEA ou contatar
serviço de emergência. Resposta e. 41. Trata-se de um paciente de 52 anos com fator de ris-
co cardiovascular (tabagista) que apresenta dor em aperto
com irradiação para os braços, iniciada com esforço, que
39. Trata-se de um paciente com fatores de risco, com dor melhorou com repouso e morfina, não sendo informado
anginosa irradiada para o MSE, há mais de 40 minutos. O no enunciado o tempo de duração. Deve, portanto, ser
ECG revela supradesnivelamento do segmento ST em pare- conduzida como uma dor anginosa. ECG realizado mos-
de inferior (DII, DIII e avF), compatível com diagnóstico de tra o padrão de “Plus-Minus” em parede anterior, que re-
IAM com supra-ST. presenta suboclusão de descendente anterior. O padrão
Plus-Minus ou “mais-menos” é essa onda T bifásica, com
Entretanto chamam atenção no exame físico a presença de primeira parte positiva e segunda negativa, que vemos de
sopro compatível com insuficiência aórtica e o pulso dimi- V1 a V5.
nuído em MSE, o que pode apontar para um quadro de dis-
secção aórtica associada. Logo, não seria prudente iniciar Com relação aos marcadores de necrose miocárdica, ob-
servando-se, apenas a troponina e interpretando a unidade
medidas como antiagregação e anticoagulação pelo risco de
(U/L) como ng/ml, na qual o valor de referência para IAM
sangramento. A conduta seria então a analgesia (morfina),
é< 0,5 ng/ml, observamos que a mesma encontra-se eleva-
controle pressórico (nitroprussiato) e controle da frequência
da. Assim, considerando quadro clínico, ECG e enzimas
cardíaca (labetalol). Resposta a.
cardíacas, podemos afirmar que estamos diante de IAM
sem supra-ST.
40. Questão simples sobre Suporte Básico e Avançado de A tabela abaixo mostra a estratificação de risco em casos
Vida. Trata-se de uma parada cardíaca em AESP (Ativida- de SCA sem supra-ST, conforme a American College of
de elétrica sem pulso), em que não há indicação de choque Cardiology:
Trata-se, portanto, de um paciente de alto risco (troponina acentuadamente elevada), de modo que não está indicada a sus-
pensão do tratamento (logo excluímos itens B e D).
Para melhor estratificação do paciente com SCA de Baixo Risco, está indicada a realização de teste ergométrico (TE) desde
que o paciente tenha condição de andar na esteira e que não haja alterações eletrocardiográficas, medicamentosas ou metabó-
licas de base que possam prejudicar a avaliação do TE:
199
Eletrocardiografia | Gabarito comentado
201
Eletrocardiografia | Gabarito comentado
terapia de reperfusão, antes mesmo de se obter o resultado aumento da amplitude das ondas T ou ondas T apiculadas. Os
dos marcadores de necrose miocárdica. A alternativa D dire- níveis mais profundos de hiperpotassemia provocam prolonga-
ciona para o tratamento das repercussões eletrocardiográfi- mentos do intervalo PR e da duração do complexo QRS, retardo
cas da hipercalemia; realmente em algumas derivações direi- da condução atrioventricular e supressão das ondas P. A pro-
tas observa-se aspecto de onda T apiculada, mas a presença gressiva ampliação do complexo QRS e sua superposição com
de dor precordial e as outras alterações eletrocardiográficas a onda T produzem um padrão sinusoidal. Em geral, o evento
presentes no ECG são incompatíveis com esse diagnóstico.
terminal é a fibrilação ventricular ou assistolia.
Resposta c.
47. O aspecto eletrocardiográfico é compatível com into- Alterações progressivas do ECG na hipercalemia
xicação digitálica. Observe a aparência “escavada” do com- Onda T apiculada (“em tenda”), simétrica
plexo ST-T e encurtamento do intervalo QT, que se corre- Achatamento da onda P
laciona com a abreviação da duração do potencial de ação
Prolongamento do intervalo PR
ventricular. Resposta d.
Alargamento do intervalo QRS
Ritmo idioventricular
48. Trata-se de uma taquicardia supraventricular de QRS
Formação de onda sinusoidal
estreito (< 120 ms), com alta frequência ventricular. A droga
mais utilizada para o bloqueio atrioventricular é a adenosi- Fibrilação ventricular ou assistolia
na (6 mg em bólus rapidamente e, se não houver resposta,
uma segunda ou terceira dose de 12 mg); se administrada
Resposta a.
através de cateter central, utilizar metade da dose. Veja a
orientação para diagnóstico diferencial das taquiarritmias
de QRS estreito. 50. ECG M sugere um IAM agudo com supra de ST em pare-
de inferior e provável dorsal (R de V1-V4 com infra de ST),
Taquiarritmia de QRS estreito
(QRS < 120 ms) podendo corresponder a imagem em espelho de parede dor-
sal, sendo necessário V7 e V8 para confirmar.
SIM NÃO
Taquiarritmia regular?
ECG N apresenta onda T apiculada e simétrica sugerindo hi-
NÃO
Ondas P visíveis? FA percalemia, sendo frequente em pacientes renais que não são
SIM TA/flutter com condução AV variável
Taquiarritmia atrial multifocal dialisados de forma adequada.
SIM NÃO
Freq. atrial > Freq. ventricular?
ECG O apresenta onda Q em parede inferior sugerindo IAM
Flutter atrial Analisar prévio, sem sinais eletrocardiográficos de SCA aguda.
TA o intervalo RP
Resposta d.
Curto (RP < PR) Longo ( RP > PR)
RP < 70 ms RP > 70 ms
51. A síndrome descrita pelos pesquisadores Wolff-Parkinson-
TRN TVA TA -White é caracterizada por intervalo PR curto, complexos QRS
TRN TRN incomum
TA Taquiarritmia de Coumel de morfologia anormal e crises de taquicardia paroxística. Nesta
Legenda: Diagnóstico diferencial das taquiarritmias de QRS estreito. FA= síndrome eletrocardiográfica é típica a pré-excitação ventricu-
fibrilação atrial; TA= taquiarritmia atrial; TAV= taquiarritmia atrioventricu- lar, que torna o intervalo PR curto (< 120 ms), com a ativação
lar; TRN= taquiarritmia por reentrada nodal. dos ventrículos iniciando-se pela porção miocárdica em contato
Resposta b. com a via acessória e não passando pelo sistema Hiss-Purkinje,
portanto mais lenta, formando uma aberrância no QRS conhe-
49. Como o potencial da membrana em repouso depende da cida como Onda Delta. Antes do término da ativação ventricu-
razão entre as concentrações de K+ no LIC e LEC, a hiperpo- lar, o restante das fibras do sistema Hiss-Purkinje são ativadas,
tassemia despolariza parcialmente a membrana celular. A des- tornando, portanto, a parte final do QRS estreita. Geralmente as
polarização prolongada reduz a excitabilidade da membrana e crises de taquicardias atrioventriculares (TAV) apresentam QRS
evidencia-se por fraqueza, que pode progredir para paralisia flá-
normal, ritmo regular, frequência cardíaca entre 150 e 250 bpm,
cida e hipoventilação se os músculos respiratórios forem afeta-
início e término súbitos. As vias acessórias mais comuns, em or-
dos. A hiperpotassemia também inibe a síntese renal da amônia
dem de frequência, são lateral esquerda, posterosseptal, parede
e a reabsorção do NH4+ no RAEAH (ramo ascendente espesso
da alça de Henle). Desse modo, a excreção final de ácido é redu- ventricular direita e anterosseptal. As TAV paroxísticas podem
zida e provoca acidose metabólica, que pode agravar ainda mais ser ortodrômica (QRS estreito) ou antidrômica (QRS largo) con-
a hiperpotassemia causada pela saída do K+ das células. O efeito forme sentido do circuito de reentrada A-V. Os pacientes com
mais grave da hiperpotassemia é a toxicidade cardíaca, que não WPW possuem uma via anômala que liga diretamente átrios e
se correlaciona diretamente com a concentração plasmática do ventrículos sem passar pelo nó AV. Na figura abaixo podemos
K+. As primeiras alterações eletrocardiográficas consistem no ver a localização de uma via anômala, causadora de WPW.
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Eletrocardiografia | Gabarito comentado
66. Questão que parecia muito boa, mas totalmente subutili- juncional (QRS estreito) – este ritmo requer marca-passo. O
zada pelos examinadores do IAMSPE. O paciente tem quadro terceiro traçado mostra ausência de onda P e complexos QRS
compatível com infarto agudo do miocárdio, com sintomas estreitos e irregulares, sugerindo fibrilação atrial. O quarto tra-
de dor precordial (que no infarto geralmente tem intensida- çado mostra um artefato tipo miopotenciais. O último traçado
de fraca a moderada) e supradesnivelamento do segmento mostra ondas P e complexos QRS estreitos, mas o intervalo
ST em derivações inferiores (DII, DIII e avF), perfazendo o PR aumenta progressivamente, até que aparece uma onda P
diagnóstico de infarto agudo do miocárdio em parede infe- bloqueada (fenômeno de Wenchenbach – bloqueio atrioven-
rior. A classificação de Killip consiste em: tricular do 2º grau tipo Mobitz I). Assim, resposta b.
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Eletrocardiografia | Gabarito comentado
diminui a hipersecreção e melhora a frequência cardíaca, e diatas: primeiro, realizar o ABCD secundário do ACLS, ou
sempre lembrando de monitorar o paciente. Além disso, de- seja: oxigênio, acesso venoso e monitorização e, no caso de
vemos proceder ao tratamento genérico para envenenamen- uma taquicardia, temos que determinar se esta é estável ou
tos neste caso, ou seja: lavagem gástrica (já que o paciente está instável. As taquicardias instáveis são caracterizadas por uma
apenas sonolento, Glasgow 14) e carvão ativado. Resposta c. das seguintes situações: hipotensão ou choque, insuficiência
respiratória ou dispneia, alteração do nível de consciência e
dor precordial. Taquicardias estáveis devem ser tratadas com
73. Neste homem submetido à cirurgia extracardíaca por compli- drogas, e instáveis com cardioversão elétrica sincronizada.
cação de aterosclerose (e assim, com alta probabilidade de ateros-
O eletrocardiograma da paciente demonstra fibrilação atrial
clerose coronariana) vemos um traçado eletrocardiográfico de-
de alta resposta ventricular, SÂQRS a -30 graus para trás e
monstrando taquicardia sinusal, com frequência cardíaca de 100
algumas alterações de repolarização ventricular tipo Strain.
bpm e SÂQRS a +60 graus para trás. Chama a atenção o suprades-
Este ECG provavelmente não é de paciente com estenose mi-
nivelamento do segmento ST em toda a parede anterior e lateral
tral pura, e sim de uma paciente com dupla lesão mitral, pois
(De V2 a V6, DI e avL), típico de um infarto anterior extenso. O
há sinais de sobrecarga ventricular esquerda, que não está
paciente parece estar em Killip IV, pois tem congestão pulmonar
presente na estenose mitral.
e perfusão periférica ruim, sugerindo choque cardiogênico. Este
quadro per se contraindica trombólise e, além disso, o paciente Por se tratar de uma paciente com estenose mitral, há maior
está em pós-operatório recente de grande cirurgia, motivo pelo propensão ao desenvolvimento de fibrilação atrial, pela gran-
qual está indicada a angioplastia primária urgente. Resposta a. de distensão de átrio esquerdo. Notadamente, a paciente tem
uma fibrilação atrial aguda, pois surgiu há um dia, e desta
forma, não precisamos nos preocupar com trombos intra-
74. Aqui temos uma paciente com taquicardia que se apre- -atriais. Como a paciente tem um sinal de instabilidade (dor
senta em serviço de emergência. Ao nos depararmos com precordial), o melhor procedimento é a cardioversão elétrica
um paciente com taquicardia, duas condutas devem ser ime- sincronizada. Resposta d.