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SIMULADO HIIT
R1
CADERNO DE RESPOSTAS
AGOSTO | 2023
2 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
GABARITO
1 A 26 B 51 C 76 E
2 A 27 B 52 B 77 A
3 A 28 A 53 B 78 A
4 A 29 B 54 B 79 C
5 B 30 A 55 A 80 D
6 B 31 A 56 A 81 C
7 B 32 C 57 D 82 A
8 C 33 A 58 D 83 E
9 C 34 C 59 D 84 B
10 D 35 B 60 C 85 C
11 E 36 D 61 A 86 D
12 B 37 D 62 E 87 A
13 D 38 D 63 C 88 C
14 D 39 D 64 C 89 B
15 E 40 D 65 D 90 D
16 B 41 B 66 C 91 D
17 C 42 C 67 A 92 E
18 B 43 C 68 A 93 C
19 C 44 C 69 C 94 B
20 C 45 C 70 A 95 D
21 C 46 D 71 D 96 E
22 A 47 A 72 B 97 C
23 B 48 C 73 A 98 B
24 B 49 D 74 A 99 B
25 A 50 D 75 C 100 C
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mostram que há um aumento gradual da inci- baixa e a maioria dos pacientes afetados tem hi-
dência de doença coronariana e acidente vas- pertensão leve. No entanto, nos pacientes afro-
cular cerebral à medida que a pressão arterial descendentes, naqueles com pressão mais eleva-
aumenta acima de 110/75 mmHg. Daí é funda- da e para os que já apresentavam doença renal
mental o controle estrito desse fator de risco. Em crônica subjacente (particularmente por nefro-
relação ao tipo, importante marcar que aproxi- patia diabética), o risco de desenvolver doença
madamente 80% dos AVCs são devido ao infarto renal progressiva fica muito aumentado.
cerebral isquêmico e 20% à hemorragia cerebral.
**Encefalopatia Hipertensiva:** Termo que faz re-
**Hipertensão Arterial e Cardiopatia:** A hiper- ferência à presença de sinais e sintomas do ede-
tensão sistêmica, exercendo efeito diretamente ma cerebral causados por
aumentos severos e/ou
sobre o miocárdio, pode resultar em hipertrofia súbitos da PA, sendo um diagnóstico de exclusão.
deste. Com mais “força”, a normalização do de- O quadro melhora caracteristicamente de forma
sempenho sistólico ajuda a manter uma fração substancial à redução aguda da pressão arterial
de ejeção normal mesmo quando é necessário média, sendo suficiente geralmente de 10 a 15%
gerar altos níveis de pressão para vencer a sistê- para ser notada melhora dos sintomas. Com ele-
mica. No entanto, a hipertrofia crônica tem seu vações leves a moderadas da PA, a resposta inicial
preço e pode ser deletéria porque aumenta o ris- é vasoconstrição arterial, o que mantém a per-
co de desenvolvimento de insuficiência cardíaca fusão tecidual em um nível constante, evitando
e morte prematura. Se a PA for bem controlada, que o aumento da pressão seja transmitido aos
as alterações estruturais cardíacas podem ser mi- vasos mais distais. Porém, com hipertensão cada
nimizadas, assim como o risco de eventos cardio- vez mais grave, a autorregulação eventualmente
vasculares. falha, gerando danos agudos na parede vascular.
Nesse caso, pode ocorrer, pelo contrário, vasodi-
**Nefropatia Hipertensiva:** A nefroesclerose faz latação, levando ao desenvolvimento de edema
parte do envelhecimento normal, porém é clara- cerebral e ao quadro clínico de encefalopatia hi-
mente exacerbada pela hipertensão crônica. Im- pertensiva.
portante marcar que a incidência geral de doença
renal progressiva em hipertensos é relativamente **Classificações da HA:**
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C) de fibrilação atrial; paciente apresenta escore Partindo para a avaliação da paciente, ao exame
de CHA2DS2-VASc 4 pontos. Além de anticoagula- físico observa-se discreta hipertensão, bulhas ar-
ção, beneficiará em receber diurético (furosemida) rítmicas e taquicardia leve, além de crepitações
e controle de ritmo com amiodarona intravenosa. pulmonares e edema de membros inferiores,
(Incorreta) - Esta alternativa é uma pegadinha, de confirmando a síndrome congestiva da paciente.
fato nossa paciente tem FA, precisa ser anticoagu- O ECG evidencia irregularidade no ritmo (distân-
lada e se beneficiará de furosemida, mas o con- cia entre os complexos QRS variável) e ausência
trole de ritmo é o melhor? Paciente idosa, com FA de onda p, confirmando o diagnóstico de fibrila-
há cerca de 1 mês, na maior parte dos casos op- ção atrial.
taremos pelo controle da FC. Se decidirmos pelo
controle do ritmo, está indicada anticoagulação Sabemos que a FA é a grande causa de evento
por, pelo menos, 3 semanas antes da cardioversão. tromboembólico e a anticoagulação deve ser
O uso da amiodarona neste momento pode ser considerada para todos pacientes com esse diag-
perigoso, pois pode reverter o ritmo para sinusal e nóstico, sempre pesando o risco de embolia e
precipitar fenômeno embólico. o risco de sangramento (utilizando o CHA2DS-
2-VASc e HAS-BLED, respectivamente).
D) sinusal e extrassístoles atriais; paciente se be-
neficiará em ser tratada com uso de amiodaro- **CHA2DS2-VASc**
na intravenosa para controle do ritmo precoce-
mente, além do uso de diurético para controle
da congestão e hipervolemia (Incorreta) - Nova-
mente, nossa paciente tem ritmo irregularmente
irregular sem ondas p, favorecendo o diagnóstico
de fibrilação atrial, não podendo ser considerado
sinusal com extrassístoles.
o valor de 1 ponto, idade entre 65 e 74 anos tem a preferência em pacientes com FA e portadores
o maior efeito no risco tromboembólico, e a anti- de disfunção sistólica do VE.
coagulação é recomendada nestes pacientes.
-Bloqueadores de canal de cálcio não diidropiridí-
* CHA2DS2- VASc de 0 em homens ou 1 em mu- nicos (verapamil e diltiazem): evitar em pacientes
lheres (zero fatores não relacionados ao sexo), o com IC de fração de ejeção reduzida, pelo risco
risco tromboembólico é baixo, não é sugerido ini- de piora dos sintomas.
ciar anticoagulação.
-Digoxina: indica-se tal medicação para aqueles
**HAS-BLED:** com FA sem controle adequado da frequência a
despeito de doses otimizadas de betabloquea-
dores ou BCC não dihidropiridínicos. Pode haver
benefício no seu uso em pacientes com IC visto
gerar um discreto aumento da contratilidade car-
díaca e redução de sintomas secundários à IC.
* FA + Estenose Mitral = anticoagulação (não usar Uma jovem de 25 anos, com diagnóstico prévio
DOACs) de epilepsia, vai à consulta devido a quadro de
dor de cabeça pulsátil, unilateral, de moderada
* FA + CHADS-VASc ≥ 2 (homens) ou ≥ 3 (mulhe-
a forte intensidade, associada a náuseas, sem vô-
res) = anticoagulação
mitos, sem fonofobia ou fotofobia. Tem apresen-
tado crises de cefaleia durante 4 dias por semana.
* HAS-BLED ≥ 3 indica alto risco de sangramento,
Ela está usando fenobarbital e anticoncepcional
porém não contraindica a anticoagulação (ape-
oral. A melhor opção terapêutica para substituir
nas ponderar o uso e acompanhar de perto)
o fenobarbital é
A) Topiramato.
**REFERÊNCIAS:**
B) Carbamazepina.
* Enxaqueca: unilateral (70%), pulsátil, moderada- Três grandes classes de primeira linha:
-intensa, fotofobia e fonofobia, sintomas autonô-
micos associados de duração curta. * Betabloqueadores: propranolol e atenolol;
###### REFERÊNCIAS:
A - A hemorragia se origina do rompimento de
1. Preventive treatment of episodic migraine in veias pon- te na superfície do cérebro.
adults – UpToDate 2023
B) A hemorragia se origina da ruptura da artéria
2. Silberstein SD, Holland S, Freitag F, et al. Evi- menín- gea média.
dence-based guideline update: pharmacologic C) Está associado a aneurismas de Charcot-Bou-
treatment for episodic migraine prevention in chard.
adults: report of the Quality Standards Subcom-
D) Clipar ou embolizar o aneurisma roto impedirá
mittee of the American Academy of Neurology
o res- sangramento.
and the American Headache Society. Neurology
2012; Gabarito: A
#### COMENTÁRIO:
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Sobre os tipos de hematomas, temos abaixo os Fatores de risco: atrofia cerebral, uso de antitrom-
hematoma epidural, subdural e subaracnóide: bóticos (antiagregante ou anticoagulanetes),
trombocitopenia.
* Cefaleia;
* Hemiparesia;
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###### REFERÊNCIAS:
1. https://www.uptodate.com/contents/subdu-
ral-hematoma-in-adults-etiology-clinical-fea-
tures-and-diagnosis?search=hematoma%20
subdural&source=search\ _result&selectedTi-
tle=1\~150&usage\ _type=default&display\ _rank=1
(acessado em 05/01/23)
2. https://www.uptodate.com/contents/sub-
dural-hematoma-in-adults-manageme
n t - a n d - p ro g n o s i s? s ea rc h = h e m a to m a% 2 0
subdural&source=search\ _result&selectedTi-
tle=2\~150&usage\ _type=default&display\ _rank=2
(acessado em 05/01/23)
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**TRATAMENTO DA H. PYLORI**
2. Amoxicilina 1g 12/12h
A dispepsia pode ser relatada como sintoma de
3. Inibidor de bomba de prótons (IBP) dose inicial
uma série de doenças, sendo as principais causas
ou dobrada
a dispepsia funcional e a **doença ulcerosa pép-
tica.** Controle de tratamento
A estratégia de pesquisar e tratar o Helicobacter A terapêutica com IBP deve ser suspensa durante
pylori em pacientes com dispepsia por meio de uma a duas semanas antes da realização do teste
testes não invasivos (test and treat) é considerada
nos últimos consensos brasileiros em pacientes A endoscopia com biópsia para cultura e sensibi-
com idade < 35 anos, sem sinais de alarme e sem lidade deve ser realizada em doentes com infec-
história familiar de câncer gástrico. ção persistente por H. pylori após dois cursos de
tratamento com antibióticos.
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**ABORDAGEM**
1. EDA
do tipo cardíaco gástrico no esôfago também morbidade associados a terapias invasivas usa-
pode predispor ao câncer e, portanto, pode ser das para tratar lesões identificadas pela vigilância
considerado “esôfago de Barrett”, mas a maioria (como esofagectomia ou ablação por radiofre-
das autoridades ainda exige a presença de meta- quência) e lesões perdidas apesar da vigilância.
plasia intestinal para um diagnóstico inequívoco.
Como resultado, um paciente bem informado
O esôfago de Barrett com ≥3 cm de comprimen- com esôfago de Barrett não displásico pode ra-
to é denominado de segmento longo de Barrett, zoavelmente optar por não se submeter à vigi-
enquanto um segmento com menos de 3 cm é lância, apesar do endosso da prática pelas socie-
denominado esôfago de Barrett de segmento dades gastrointestinais. A discussão dos riscos e
curto. benefícios da vigilância deve ser bem documen-
tada no prontuário do paciente, principalmente
MANEJO GERAL se o paciente optar por não se submeter à vigi-
lância. Se a vigilância for realizada, é importante
Manejo do refluxo ácido — Normalmente, trata-
tratar a esofagite erosiva antes de obter biópsias.
mos todos os pacientes com esôfago de Barrett
indefinidamente com um inibidor da bomba de Nossa abordagem é realizar uma endoscopia ini-
prótons (IBP) com base principalmente em dados cial com biópsias de quatro quadrantes a cada 2
de estudos observacionais e in vitro que sugerem cm e amostragem transepitelial de área ampla
que a terapia antirrefluxo agressiva pode prevenir com análise tridimensional assistida por compu-
o câncer. Além disso, muitos pacientes com esô- tador (WATS-3D) em pacientes com suspeita de
fago de Barrett também apresentam doença do esôfago de Barrett (por exemplo, mucosa esofá-
refluxo gastroesofágico (DRGE) sintomática ou gica de cor salmão) .
evidência endoscópica de esofagite de refluxo,
sendo que ambos justificam o tratamento com Se biópsias de quatro quadrantes a cada 2 cm
IBPs. Normalmente, iniciamos os pacientes com não foram obtidas na endoscopia inicial, repeti-
um IBP uma vez ao dia (por exemplo, omeprazol mos a endoscopia dentro de um ano para obter
20 mg ao dia, pantoprazol 40 mg ao dia) e au- essas biópsias. Além disso, qualquer irregularida-
mentamos a dose apenas se for necessário para de da mucosa no segmento de Barrett deve ser
eliminar os sintomas da DRGE ou curar a esofagi- removida com ressecção endoscópica, e o espé-
te de refluxo. cime ressecado deve ser enviado para avaliação
por um patologista experiente.
VIGILÂNCIA
Nossas recomendações subsequentes depen-
Visão geral — O objetivo da vigilância é melhorar dem se a displasia está presente nesses espéci-
os resultados, detectando displasia ou adenocar- mes. Qualquer diagnóstico de displasia deve ser
cinoma esofágico com antecedência suficien- confirmado por um segundo patologista com
te para fornecer tratamento eficaz. As diretrizes experiência em neoplasia relacionada ao esôfago
sugerem vigilância para a maioria dos pacien- de Barrett
tes com esôfago de Barrett, mas não está claro
se a vigilância é benéfica. Os estudos observa- Displasia de baixo grau, displasia de alto grau ou
cionais disponíveis não mostraram consistente- carcinoma intramucoso – Se as biópsias mostra-
mente que a vigilância é benéfica. Além disso, rem displasia ou carcinoma intramucoso, sugeri-
existem danos potenciais associados à vigilância, mos que o diagnóstico seja confirmado por outro
incluindo diminuição da qualidade de vida de- patologista com experiência em neoplasia rela-
vido à preocupação com o desenvolvimento do cionada ao esôfago de Barrett. A endoscopia deve
câncer, riscos associados à endoscopia, riscos e ser repetida assim que possível se amostras de
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biópsia de quatro quadrantes não forem obtidas 4\ . Biópsias do segmento suspeito de Barrett são
em intervalos de 1 cm ou se houver alguma irre- necessárias para estabelecer o diagnóstico\ . Pelo
gularidade da mucosa que não tenha sido removi- menos quatro biópsias devem ser obtidas para
da com ressecção endoscópica. Os endoscopistas cada segmento de 2 cm de suspeita de esôfago
que não realizam a ressecção endoscópica devem de Barrett\ . As amostras de biópsia não devem
encaminhar os pacientes com irregularidades da ser obtidas de uma linha Z de aparência normal
mucosa para centros especializados para esse pro- ou de uma linha Z irregular que se estenda <1 cm
cedimento antes de prosseguir com a terapia de acima do esôfago\ . Se tais biópsias forem feitas e
erradicação endoscópica. A ressecção endoscó- identificarem metaplasia intestinal na JGE\ , ain-
pica das irregularidades da mucosa é necessária da não há um consenso claro sobre como lidar
para avaliar com precisão o grau de displasia. com esses pacientes\ , mas seu risco de câncer
parece ser mínimo\ .
Geralmente, recomendamos a terapia de erradi-
cação endoscópica para pacientes com displasia 5\ . Nós rastreamos o esôfago de Barrett em pa-
de alto grau confirmada ou carcinoma intramu- cientes com múltiplos fatores de risco para ade-
coso e que não apresentam evidência de invasão nocarcinoma\ . Estes incluem uma hérnia hiatal\ ,
da submucosa em seus espécimes ressecados. idade ≥50\ , sexo masculino\ , DRGE crônica\ , indi-
víduos brancos\ , obesidade central\ , tabagismo
e uma história confirmada de esôfago de Barrett
ou adenocarcinoma esofágico em um parente
TAKE HOME MESSAGE::
de primeiro grau\ . No entanto\ , a evidência para
apoiar a triagem para Barrett é fraca\ , e a decisão
1\ . O esôfago de Barrett é a condição na qual um
sobre quando recomendar a triagem endoscópi-
epitélio colunar metaplásico com características
ca deve ser individualizada\ .
gástricas e intestinais substitui o epitélio esca-
moso estratificado que normalmente reveste o
6\ . Displasia de baixo grau\ , displasia de alto grau
esôfago distal\ . A condição se desenvolve como
ou carcinoma intramucoso – Se as biópsias mos-
consequência da doença crônica do refluxo gas-
trarem displasia ou carcinoma intramucoso\ , su-
troesofágico \(DRGE\) e predispõe ao desenvolvi-
gerimos que o diagnóstico seja confirmado por
mento de adenocarcinoma do esôfago\ .
outro patologista com experiência em neoplasia
relacionada ao esôfago de Barrett\ . A endoscopia
2\ . O esôfago de Barrett geralmente é descober-
deve ser repetida assim que possível se amos-
to durante exames endoscópicos de adultos de
tras de biópsia de quatro quadrantes não forem
meia\-idade e idosos; a grande maioria dos casos
obtidas em intervalos de 1 cm ou se houver al-
não é reconhecida\ . A idade média ao diagnósti-
guma irregularidade da mucosa que não tenha
co do esôfago de Barrett é de aproximadamente
sido removida com ressecção endoscópica\ . Os
55 anos\ .
endoscopistas que não realizam a ressecção en-
3\. A metaplasia colunar intestinal especializada tí- doscópica devem encaminhar os pacientes com
pica do esôfago de Barrett não causa sintomas\. irregularidades da mucosa para centros especia-
A maioria dos pacientes com esôfago de Barrett é lizados para esse procedimento antes de prosse-
examinada inicialmente para sintomas de DRGE guir com a terapia de erradicação endoscópica\ .
associada\, como azia ou regurgitação\. Pacientes A ressecção endoscópica das irregularidades da
com complicações associadas ao esôfago de Barrett mucosa é necessária para avaliar com precisão o
podem apresentar disfagia ou odinofagia por ulce- grau de displasia\ .
ração ou estenose esofágica e\, raramente\, sangra-
7\. Geralmente\, recomendamos a terapia de
mento gastrointestinal secundário à ulceração\.
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erradicação endoscópica para pacientes com dis- \- VEF1: volume expiratório forçado no primeiro
plasia de alto grau confirmada ou carcinoma intra- segundo\ .
mucoso e que não apresentam evidência de inva-
são da submucosa em seus espécimes ressecados\. \- CVF: capacidade vital forçada\ , que é o volume
máximo expirado pelo paciente em um esforço
máximo após uma inspiração máxima\)
**\- CVF: capacidade vital forçada\ , que é o volu- Para considerar que houve resposta, deve ha-
me máximo expirado pelo paciente em um esfor- ver aumento em 200ml de volume e 12%, em
ço máximo após uma inspiração máxima\)** VEF1 ou CVF, o que aconteceu em nosso caso,
tivemos resposta.
**\- Relação VEF1/CVF\ .**
E) INCORRETA - Para interpretar os parâmtros,
**Lembrando de interpretar olhando os parâme- devemos obervá-los antes do uso do bronco-
tros antes do uso do broncodilatador, caso este dilatador, caso este tenha sido feito no exame.
tenha sido feito no exame. Valores normais: VEF1> Valores normais: VEF1> 80%; CVF> 80%; VEF1/
80%; CVF> 80%; VEF1/CVF> 90%. Dizemos que há CVF> 90%.
distúrbio ventilatório obstrutivo se VEF1/CVF<
90% do previsto. Podemos fazer uma prova com
#### COMENTÁRIO:
uso de broncodilatador de curta duração (é a
prova farmacodinâmica) e então repetir o exame.
Questão direta que cobra o conceito de espiro-
Para considerar que houve resposta, deve haver
metria e os valores de referência para identificar-
aumento em 200ml de volume e 12%, em VEF1 ou
mos e classificarmos distúrbios.
CVF. Após identificar o distúrbio, podemos classi-
ficar a gravidade pelo valor de VEF1 (vale lembra **Espirometria:**
que para essa classificação, deve ser observado o
valor antes do uso do broncodilatador):** Mede o volume de ar exalado pelo paciente em
momentos específicos, durante uma exalação
**\- Leve: \>ou=60** forçada após uma inspiração máxima. É o exa-
me essencial para diagnóstico de asma e DPOC,
**\- Moderado: 61\-59**
e também utilizado para seguimento e avaliação
de diversas outras doenças respiratórias. Há a
**\- Acentuado: <ou=40**
possibilidade de administrar broncodilatador ao
**No nosso caso, temos uma relação VEF1/CVF paciente durante o exame, para avaliar broncor-
menor do que 90% do predito, e portanto, um dis- reatividade.
túrbio ventilatório obstrutivo. Para classificarmos,
**Parâmetros**
olhamos o VEF1, que é 50%, correspondendo a
um distúrbio moderado. A alternativa correta
Os principais valores a que devemos nos atentar
pela banca foi B, mas a mais adequada seria A.**
para interpretar o exame são o VEF1, CVF e a rela-
ção VEF1/CVF. Com estes parâmetros iremos ava-
C) INCORRETA - Em um distúrbio misto, teríamos
liar presença de os distúrbios ventilatórios, e clas-
tanto um distúrbio obstrutivo, com relação
sificar a gravidade. Os resultados são dados em
VEF1/CVF <90%, quanto um distúrbio restritivo,
litros, e também em porcentagem em relação ao
caracterizado por uma redução de CVF e CPT
que seria valor predito para o peso e a altura do
(capacidade pulmonar total medida em prova
paciente.
de função pulmonar que avalia volumes pul-
monares). Contudo, temos CVF e CPT normais,
** VEF1:** volume expiratório forçado no primei-
>80%.
ro segundo.
D) INCORRETA - Podemos fazer uma prova com
uso de broncodilatador de curta duração (é ** CVF:** capacidade vital forçada, que é o volu-
a prova farmacodinâmica) e então repetir o me máximo expirado pelo paciente em um esfor-
exame. É útil para avaliar broncorreatividade, ço máximo após uma inspiração máxima)
ajudar no diagnóstico e avaliação de doenças.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 25
Podemos classificar a gravidade do distúrbio obs- III. História de intubação por asma.
trutivo pelo valor de VEF1 (vale lembra que para
Estão CORRETOS:
essa classificação, deve ser observado o valor an-
tes do uso do broncodilatador):
26 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
\- LABA: beta agonista de longa duração \(ex: for- uso de medicação de resgate mais de 2 vezes
moterol\) por semana?
\- LAMA: anticolinérgico de longa duração \(ex: \- Controlada se o paciente não responder “sim” a
tiotrópio\) nenhuma pergunta\ .
\- SABA: beta agonista de curta duração \(ex: sal- \- Parcialmente controlada se o paciente respon-
butamol\) der “sim” a até 2 perguntas\ .
\- SAMA: anticolinérgico de curta duração \(ex: \- Não controlada se o paciente responder “sim” a
ipratrópio\) 3 ou 4 perguntas\ .
Step 1: apenas medicação inalatória de resgate Lembrando alguns fatores de risco importantes
quando necessário: LABA ou SABA, preferencial- para exacerbações e maior chance de óbito: sin-
mente associados a corticóide. tomas não controlados; obesidade; tabagismo
incluindo uso de cigarro eletrônico; má adesão
Step 2: corticóide inalatório dose baixa diaria- ao tratamento; rinossinusite crônica; eosinofilia;
mente. Medicação alívio. intubação anterior por asma; pelo menos 1 exa-
cerbação grave no último ano; entre outros.
Step 3: corticóide inalatório dose baixa + LABA.
Medicação alívio. **Avaliando a gravidade da asma:**
Step 4: corticóide inalatório dose intermediária É avaliada em relação ao nível de tratamento ne-
ou alta + LABA. Medicação alívio. cessário para manter o controle.
Step 5: associar LAMA, considerar corticóide Asma de difícil controle é aquela que permanece
inalatório em dose alta. Outras medicações, como descontrolada apesar de doses intermediárias a
anti-Ige, são consideradas nessa fase. altas de corticóide inalatório com uma segunda
medicação associada (como um beta agonista
**Acompanhamento:**
de longa duração), ou que necessita de alta dose
de medicação para manter o controle.
Os pacientes são avaliados quanto ao controle da
doença, tanto do ponto de vista da presença de
Asma grave é aquela que se mantem descontro-
sintomas quanto do risco de exacerbações. Pode-
lada apesar de tratamento otimizado com dose
mos classificar a asma tanto em relação ao seu
alta de corticóide inalatório + LABA, da boa ade-
controle, quanto em relação à sua gravidade.
são e do manejo dos fatores contribuintes, ou
que piora quando há tentativa de step down. É
**Avaliando o controle da asma:**
um subtipo de asma de difícil controle. Vale lem-
Avaliar a frequência e intensidade dos sintomas brar que não é asma grave quando há melhora
em todas as consultas, perguntando sobre as úl- importante quando corrigida técnica inalatória
timas 4 semanas: ou eliminados fatores ambientais.
sintomas em mais do que 2 dias por semana? Asma moderada é aquela bem controlada com os
steps 3 ou 4 - dose intermediária a alta de corticói-
qualquer despertar noturno por asma? de inalatório + beta agonista de longa duração.
Portanto, nossa paciente hígida com panuveíte, * O tratamento é realizado com corticoterapia
sendo a sarcoidose uma patologia na maior parte tópica e/ou sistêmica, colírios midriáticos e, nos
das vezes assintomática e, como revisado acima, casos relacionados a doenças imunomediadas:
responsável por boa parte dos casos de uveíte, é imunossupressão.
uma boa hipótese diagnóstica, estando a alterna-
tiva C correta.
###### REFERÊNCIAS:
* É definida como a inflamação da úvea (íris, cor- 3. Sève P, Cacoub P, Bodaghi B, Trad S, Sellam J,
po ciliar e coróide); Bellocq D, Bielefeld P, Sène D, Kaplanski G, Mon-
net D, Brézin A, Weber M, Saadoun D, Chiquet C,
* É dividida em uveíte anterior, intermédia, poste- Kodjikian L. Uveitis: Diagnostic work-up. A literatu-
rior e a união delas que é a panuveíte; re review and recommendations from an expert
committee. Autoimmun Rev. 2017 Dec;16(12):1254-
* A uveíte anterior, unilateral, aguda recorrente 1264. doi: 10.1016/j.autrev.2017.10.010.
e alternante é bastante sugestiva de associação
com HLA-B27 e portanto com espondiloartrites; 4. Burkholder BM, Jabs DA. Uveitis for the non-o-
phthalmologist. BMJ. 2021 Feb 3;372:m4979. doi:
* A presença de panuveíte bilateral, excluindo- 10.1136/bmj.m4979. PMID: 33536186.
-se etiologias infecciosas, deve nos direcionar ao
diagnóstico de sarcoidose ou síndrome de Vogt-
-Koyanagi-Harada;
32 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
* **Cutânea**: pode haver edema de dedos e mãos * **Musculoesquelético**: pode ser desde artral-
devido à inflamação. Com a progressão da doen- gia e mialgia leves até quadro de franca miopatia
ça, aparece a fibrose, com espessamento cutâneo inflamatória.
e restrição à movimentação. Hipo ou hiperpig-
mentação cutânea tendem a aparecer mais tar- **FORMAS CLÍNICAS E ANTICORPOS**
diamente. Uma das alterações ectoscópicas mar-
A doença é dividida em formas cutâneo limitada
cantes da doença é a presença de microstomia
e difusa, sendo o critério para tal a extensão do
devido ao comprometimento do tecido perioral.
acometimento da pele: quando há espessamen-
Outras manifestações incluem telangiectasias e
to cutâneo apenas distal aos cotovelos e joelhos,
calcinose subcutânea.
dizemos que o paciente é portador da forma limi-
tada. Já quando há extensão cutânea para além
desses limites, ele é caracterizado como portador
da forma difusa.
Essa questão apresenta um nível difícil e aborda O AG urinário (AGU) serve para estimar a concen-
a acidose metabólica e os seus diagnósticos dife- tração urinária de NH4+ e, portanto, a capacidade
renciais. Vamos entender um pouco mais o racio- renal de acidificação. O AGU é definido como a
cínio necessário: diferença entre a soma das concentrações uriná-
rias de Na+ e K+ e a concentração de Cl-:
**1° Passo – Definir o tipo de distúrbio:**
* **AGU = Na + K – Cl**
Nessa questão não temos o pH, e não temos ne-
nhuma citação do pCO2, e com os dados que Se tivermos um AGU urinário negativo, significa
temos com HCO3 < 22 mEq/L, podemos afirmar que o Cl está maior que os outros dois íons (que
que temos uma **acidose metabólica.** precisa equilibrar eletricamente o excesso de
NH4+), indicando que temos uma maior excre-
**2° Passo - Cálculo do Ânion Gap na Acidose Me- ção compensatória NH4+, e, portanto, uma maior
tabólica** acidificação na urina, como ocorre nas diarreias.
No exemplo oposto, com AGU positivo, a urina
O Ânion Gap é a soma de todos os ânions não
perde a capacidade de excretar NH4+, como nas
mensurados na prática clínica. Como esses ânions
acidoses tubular renal.
não são dosados nos exames laboratoriais, utiliza-
mos uma fórmula para cálculo do Ânion Gap: No paciente da questão acima temos: AGU = 18 +
8 – 32 = - 6, portanto a urina está com maior capa-
* **AG = Na – HCO3 – Cl (Normal 9 a 13 mmol/L)**
cidade de acidificação, e a principal etiologia para
a acidose metabólica é a diarreia.
O cálculo do AG é fundamental nas acidoses me-
tabólicas para definirmos a etiologia da acidose:
###### REFERÊNCIAS:
Na questão acima temos: AG = 142 – 120 – 15 = 7.
Ou seja, **acidose metabólica com AG normal ou
hiperclorêmica.** 1. Nefrologia. Manual do Residente. Luis Yu. 2022.
**Manifestações Clínicas**
**Alterações eletrocardiográficas**
associada à complicações como nefrolitíase, ne- ser menos bem absorvido em pacientes idosos e
frocalcinose e, possivelmente, doença renal crô- naqueles com acloridria – esses pacientes podem
nica. A tendência é que com níveis de calciúria ser tratados com outra preparação, como citrato
acima de >250mg/dia, opta-se por acrescentar de cálcio.
um diurético tiazídico para aumentar a reabsor-
ção de cálcio. Uma dose inicial típica de calcitriol é de 0,25 mcg
duas vezes ao dia, com incrementos de dose se-
O PTH é de suma importância na conversão do manais de 0,25 mcg/dia para atingir um cálcio sé-
calcidiol para a forma ativa, calcitriol; por isso, op- rico normal baixo. Muitos adultos requerem até 2
tamos pelo calcitriol como forma de tratamento mcg por dia. Os requisitos de vitamina D variam
da hipovitaminose D nestes casos. Entretanto, o consideravelmente de paciente para paciente e a
Guideline da Sociedade Europeia de Endocrino- dose correta em qualquer paciente é determina-
logia cita que em pacientes que fazem uso de da principalmente por tentativa e erro.
análogos ativados da vitamina D, recomenda-se
fazer uma suplementação com colecalciferol na A adição de rhPTH 1-84 recombinante é uma op-
dose de 400-800UI/dia. Foi demonstrado que ção para pacientes com hipoparatireoidismo crô-
esta suplementação eleva os valores da 25-OH vi- nico que não conseguem manter níveis estáveis
tamina D acima de 20ng/mL, tendo benefício em de cálcio sérico e urinário com suplementação de
termos de remodelamento ósseo; um mecanis- cálcio e vitamina D.
mo independente da 1,25OH vitamina D. Ficamos
**Efeitos adversos**
então entre as opções C e D, já que ambas suge-
rem o uso de diurético tiazídico para mitigar a hi-
Os principais efeitos colaterais da reposição de
percalciuria. A dúvida seria aumentar o calcitriol
cálcio e vitamina D em pacientes com hipopa-
ou acrescentar vitamina D 1000 UI/dia ao esque-
ratireoidismo são hipercalcemia e hipercalciúria,
ma? Então, o uso da vitamina D na forma inativa
que, se crônica, pode causar nefrolitíase, nefro-
numa dose de 400-800UI/dia, tende a normalizar
calcinose e insuficiência renal.
os níveis de 25OH vitamina D. Portanto, a melhor
resposta seria iniciar o tiazídico e associar a vita- A hipercalciúria é o sinal mais precoce de toxici-
mina D inativa ao esquema de calcitriol e carbo- dade e pode se desenvolver na ausência de hi-
nato de cálcio já em uso. percalcemia. Nefrocalcinose/nefrolitíase e insu-
ficiência renal foram relatadas em 15 e 13% dos
**MANEJO DO HIPOPARATIREOIDISMO CRÔNI-
pacientes, respectivamente.
CO**
**Prevenção da hipercalciúria**
Para o manejo inicial de pacientes com hipopa-
ratireoidismo crônico, sugerimos suplementação Um aumento na excreção urinária de cálcio é
de cálcio e vitamina D em vez de PTH humano uma consequência previsível do aumento do cál-
recombinante. O calcitriol é o metabólito de es- cio sérico em pacientes com hipoparatireoidis-
colha da vitamina D, pois não requer ativação re- mo. Esses pacientes carecem do efeito estimula-
nal, tem rápido início de ação (horas) e meia-vida dor normal do PTH na reabsorção tubular renal
mais curta. de cálcio e, portanto, excretam mais cálcio do
que indivíduos normais na mesma concentração
Para adultos com hipoparatireoidismo crônico
sérica de cálcio.
estável, a dose de cálcio oral é tipicamente de 1
a 2 g de cálcio elementar diariamente, em doses Assim, a correção completa da hipocalcemia
divididas. Embora o carbonato de cálcio seja fre- pode levar à hipercalciúria, que pode produzir
quentemente usado (é o menos caro), ele pode
42 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
###### **Referencia:**
* Aumentar e manter a concentração sérica de
cálcio na faixa normal baixa para prevenir o de-
1. **UpToDate acessado em 08/05/23.**
senvolvimento iatrogênico de cálculos renais.
**Tratamento**
**Ao aplicarmos na fórmula, obtemos um Na de
152. Seguindo para o cálculo da Osm efetiva:**
Consiste em 3 pilares fundamentais:
Osmolaridade efetiva = 2x [Na] + glicose/18 (refe-
* Reposição de fluidos: São indicados para corre-
rência 275 - 295 mOsm/kg )
ção da hipovolemia e hiperosmolaridade.
Osm efetiva = 2 x 152 + 810/18 = 312
* Em pacientes com choque - solução salina isotônica
O Estado hiperglicêmico hiperosmolar é uma
* Em pacientes hipovolêmicos sem choque -
doença na qual há um aumento significativo de
Pode ser administrada solução salina 15 -20 ml/
glicose, promovendo aumento da osmolaridade
kg/h nas primeiras horas. Em pacientes com só-
sanguínea efetiva o que geralmente ocasiona
dio normal ou elevado preferir solução salina ao
sintomas neurológicos. Pode haver acúmulo de
meio (0,45%).
cetoácidos levando a uma acidose, mas geral-
mente é menos importante do que na cetoacido- -reposição de potássio: ao administrar insulina
se diabética. endovenosa, ocorre entrada de potássio nas célu-
las, podendo ocasionar hipocalemia.
**Fatores precipitantes**
* descontinuação da insulina
* distúrbios alimentares
**Apresentação clínica**
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 45
O monitoramento da glicemia deve ser a cada 1 hora, gasometria venosa e eletrólitos devem ser cole-
tados a cada 2 horas.
46 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
* Lembrem-se de corrigir o sódio nos casos de hi- A) ausência de deslizamento pleural à esquerda,
perglicemia! pulmão com padrão B à direita e veia poplítea
**Fonte:** Uptodate 2023, Guia Prático de Emergências
esquerda compressível
Clínicas - 2021
B) presença de deslizamento pleural bilateral,
pulmão com padrão A bilateral e veia poplítea
esquerda não compressível.
C) presença de deslizamento pleural bilateral,
pulmão com padrão B e veia poplítea esquer-
da não compressível
D) ausência de deslizamento pleural à direita, pul-
mão com padrão A à direita e padrão B à es-
querda e veia poplítea esquerda compressível.
**VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:**
**A) INCORRETA -** no TEP não esperamos en-
contrar ausência de deslizamento pleural. Esse
achado é compatível com Pneumonias ou Pneu-
motórax
Cada perfil está associado a uma doença, esque- áreas poupadas (perfil A/B), consolidações pul-
maticamente, com precisão indicada na Tabela monares (perfil C), modificações da linha pleural
abaixo. (perfil C).
* O perfil C indica consolidação pulmonar ante- com seu oncologista trazendo novo PSA: 4,5ng/
rior, independentemente do tamanho e número. ml coletado há três dias. Entretanto, refere retor-
Uma linha pleural espessa e irregular é equiva- no da dor em região dorsal associada à fraqueza
lente. nas pernas e dificuldade de caminhar, necessi-
tando de auxílio. Em relação ao diagnóstico mais
* O perfil A/B é meio perfil A em um pulmão, meio provável, a melhor conduta neste momento é:
perfil B em outro.
A) Realizar novos exames de estadiamento, in-
* O perfil PLAPS designa Síndrome Alveolar e/ou cluindo cintilografia óssea e RM de pelve.
Pleural PosteroLateral. Os PLAPS são procurados
B) Associar novo agente hormonal, como abirate-
após a detecção de um perfil A (um padrão com-
rona ou enzalutamida, para potencializar res-
patível com embolia pulmonar) e de uma rede
posta obtida com castração.
venosa livre (um padrão que torna o diagnóstico
de embolia menos provável). O perfil que com- C) Iniciar dexametasona e realizar exame de ima-
bina perfil A, veias livres e PLAPS é chamado de gem em caráter de urgência considerando a
perfil A-V-PLAPS. possibilidade de compressão medular.
D) Manter terapia de privação androgênica, uma
vez que o paciente está apresentando respos-
**REFERÊNCIAS:** ta de PSA, e orientar medicações analgésicas
para controle de dor.
* UpToDate
#### Vamos as alternativas
**Diagnóstico e estadiamento**
QUESTÃO 18.
Já os paciente com mais de dois anos, será inicia- quando o paciente tem uma úlcera maleolar ati-
do se tiverem ao menos uma complicação abaixo va, já que diminuiria a cicatrização. Entretanto,
nos últimos 12 meses: visto as diversas complicações, talvez individua-
lizando o paciente, deveríamos iniciar nesse em
* Três ou mais episódios de crises vaso oclusivas específico.
com necessidade de atendimento médico;
À título de curiosidade temos duas novas medi-
* Dois episódios de síndrome torácica aguda (de- cações em estudos clínicos ainda não liberadas
finida como dor torácica aguda com infiltrado pelo SUS, o Voxelotor que aumenta a afinidade
pulmonar novo, febre de 37,5 oC ou superior, ta- por oxigênio pela HbS, diminuindo a hemólise
quipneia, sibilos pulmonares ou tosse); crônica e aumentando o nível da Hb, e o Crizan-
lisumabe um inibidor da p-selectina (proteína de
* Um episódio de priapismo grave ou priapismo
adesão) que diminuiu evento vaso-oclusivos do-
recorrente;
lorosos.
A) Metotrexato VO + Clobetasol tópico, não testar * Sífilis tardia (latente tardia e terciária): mais de
parceiras. um ano de evolução.
B) Acitretina VO + Clobetasol tópico, não testar
Sífilis primária: o tempo de incubação é de dez
parceiras.
a 90 dias (média de três semanas). A primeira
C) Penicilina Benzatina IM dose única, testar par- manifestação é caracterizada por uma úlcera
ceiras. rica em treponemas, geralmente única e indolor,
D) Penicilina Benzatina IM duas doses, testar par- com borda bem definida e regular, base endure-
ceiras. cida e fundo limpo, que surge no local de entra-
da da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino,
ânus, boca ou outros locais do tegumento), sen-
**VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:**
do denominada “cancro duro”. A lesão primária
A) INCORRETA. A hipótese diagnóstica para o pa- é acompanhada de linfadenopatia regional (que
ciente em questão é de sífilis secundária (quadro acomete linfonodos localizados próximos ao can-
clínico e exposição sexual recente), não corres- cro duro). Sua duração costuma variar muito, em
pondendo a alterações decorrentes da doença geral de três a oito semanas, e seu desapareci-
de base (Espondiloartropatia HLA-B27 positiva). mento independe de tratamento. Pode não ser
Logo, o tratamento não é com metotrexato, e as notada ou não ser valorizada pelo paciente. Em-
parceiras sexuais devem ser testadas para sífilis. bora de modo menos frequente, em alguns ca-
sos a lesão primária pode ser múltipla.
B) INCORRETA. A hipótese diagnóstica para o pa-
ciente em questão é de sífilis secundária, logo, o Sífilis secundária: ocorre em média entre seis se-
tratamento não é com acitretina, e as parceiras manas e seis meses após a cicatrização do can-
sexuais devem ser testadas para sífilis cro, ainda que manifestações iniciais, recorrentes
ou subentrantes do secundarismo possam surgir
**C) CORRETA. A droga de escolha para trata-
em um período de até um ano. Excepcionalmen-
mento de sífilis adquirida é a penicilina ben-
te, as lesões podem ocorrer em concomitância
zatina, e a dose recomendada para sífilis se-
com a manifestação primária. As manifestações
cundária é de 2,4 milhões UI, IM, dose única.
são muito variáveis, mas tendem a seguir uma
56 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
A realização do tratamento com apenas um teste Para pacientes sintomáticos com suspeita de sí-
reagente para sífilis não exclui a necessidade de filis primária e secundária e impossibilidade de
realização do segundo teste (melhor análise diag- realização de qualquer teste diagnóstico, reco-
nóstica), de monitoramento laboratorial (controle menda-se tratamento empírico imediato para sí-
de cura) e de tratamento das parcerias sexuais filis recente, assim como para as respectivas par-
(interrupção da cadeia de transmissão). cerias sexuais.
A figura 1 apresenta os esquemas terapêuticos utilizados para sífilis, de acordo com a classificação clínica.
58 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para OPÇÃO C (CORRETA) - Checar a cânula orotra-
atenção integral às pessoas com infecções se- queal é a resposta correta. Qual a marcação em
xualmente transmissíveis. Ministério da Saúde, que a cânula está fixada na rima labial? Onde
2022. fixar? Tamanho da cânula multiplicado por 3.
Cânula 7.0 fixo em 21cm - por exemplo. Houve
deslocamento da cânula? Tudo isso deve ser
observado e corrigido imediatamente.
O mnemônico DOPE ajuda a direcionar o racio- C) clampear da aorta e aguardar melhora da coa-
cínio para causas de dessaturação em paciente gulação.
intubado.
D) transfundir fatores de coagulação e terminar a
cirurgia.
D → Deslocamento da cânula,
A conduta mais adequada para esse paciente, * Devemos ainda repor cálcio cada duas bolsas
neste momento, é: de CH
* Hipotensão permissiva
* Damage control
• Clampeamento aorta
• Shunt – átrio-caval
• Endoprótese
QUESTÃO 23.
**VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:**
A) INCORRETO - Paciente com suspeita clínica de
hemotórax e instabilidade hemodinâmica deve
ser prontamente manejado com drenagem
A) Via aérea
B) Ventilação
C) Circulação
D) Disfunção neurológica
O hemotórax deve ser prontamente manejado
E) Exposição
com drenagem tubular (28-32Fr), sendo que um
Neste paciente em questão, procederemos a ava- débito inicial maior que 1500ml ou sangramento
liação da seguinte maneira: persistente > 3ml/kg/h (aproximadamente 200-
300 ml/h) por pelo menos 3 horas indicam tora-
A) Garantida, via tubo orotraqueal; cotomia cirúrgica de urgência.
* Conduta: certificar-se do posicionamento do
tubo e da fixação
C) PA 60\*40mmHg; FC 140.
* Conduta: paciente em choque hemorrágico
grau IV, expansão volêmica com uso de hemode-
rivados; avaliar fontes de sangramento
Tratamento:
* A1 (ativa): bordas planas e nítidas, fundo com fi- * Tratamento clínico de H. pylori: IBP + amoxicilina
brina e restos necróticos; + claritromicina.
* A2 (ativa): bordas bem definidas, às vezes eleva- * Tratamento cirúrgico de úlcera perfurada:
das, fundo com fibrina espessa e clara;
* < 2 cm: rafia (patch omental não tem evidência
* H1 (healing): fibrina tênue, com discreta conver- de benefícios);
gência de pregas e hiperemia marginal;
* \> 2 cm: gastrectomia\ .
* H2 (healing): tecido de regeneração com conver-
gência de pregas e intensa hiperemia marginal;
Acerca das hérnias da região inguinal, assinale a **Alternativa correta: letra B**
alternativa CORRETA.
Vamos lá, pessoal! Questão sobre hérnias ingui-
A) O tratamento cirúrgico da hérnia inguinal é nais.
obrigatório.
Hérnia consiste em uma protrusão ou projeção
B) Nos pacientes jovens e assintomáticos, o trata- de um órgão ou parte dele pela estrutura que o
mento cirúrgico pode ser questionado. contém, podendo ser o orifício de passagem, na-
C) O tratamento cirúrgico das hérnias femorais tural ou patológico. Sendo este o conceito geral,
só deverá ser realizado em pacientes sintomá- algumas hérnias recebem epônimos específicos:
ticos.
* Amyand: hérnia inguinal que contém o apêndice
D) A correção por vídeo (TAAP) tem recidiva me-
nor que a técnica de Lichtenstein. * Richter: hérnia inguinal que contém a borda an-
timesentérica da alça
E) A dor crônica pós-operatória não é argumento
para a escolha do tratamento.
* Littre: hérnia inguinal contendo divertículo de
Meckel
#### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
* Garangeot: hérnia femoral que contém o apên-
A) INCORRETA - Apesar de hérnias inguinais te-
dice
rem indicação cirúrgica, nenhum tratamento
é obrigatório e deve ser sempre discutido com
* Spiegel: borda do reto abdominal e linha de
o paciente.
Spiegel
**B - CORRETA - Apesar do risco de estrangula-
mento, pacientes jovens, assintomáticos, com As hérnias inguinais têm uma prevalência de 5 a
hérnias pequenas podem receber tratamento 10% no mundo, amsi comuns em homens, sendo
conservador.** a 3ª maior causa de atendimento de cirurgia do
aparelho digestivo. As hérnias inguinais são pro-
C) INCORRETO - Como as hérnias femorais apre- trusões para dentro do canal inguinal, estrutura
sentam maior risco de estrangulamento, apre- anatômica delimitada posteriormente pela fás-
sentam indicação cirúrgica mesmo em pa- cia transversalis + músculo transverso + músculo
cientes assintomáticos. oblíquo interno e anteriormente pela aponeurose
do músculo oblíquo externo. No homem contém
D) INCORRETA - Não se observou diferença na re-
o funículo espermático (artéria do ducto deferen-
cidiva das hérnias comparando-se a correção
te, artéria cremastérica e artéria testicular, ple-
aberta com a laparoscópica.
xo venoso pampiniforme, nervos genitofemoral,
E) INCORRETO - A dor crônica pós-operatória é simpáticos e parassimpáticos, vasos linfáticos e o
uma patologia que causa importante impacto ducto deferente) e na mulher o ligamento redon-
na vida dos pacientes e deve ser sempre orien- do. Toda hérnia inguinal tem indicação cirúrgica,
tada e levada em consideração na decisão do sendo que as hérnias encarceradas ou estrangu-
tratamento. ladas devem ser operadas na urgência. A redução
de uma hérnia encarcerada pode jogar uma alça
isquêmica para o interior da cavidade, sendo a
redução da hérnia realizada apenas em casos de
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 69
exceção. Se redução espontânea de hérnia com (TAPP) permite maior espaço para trabalho e
suspeita de sofrimento de alça, deve-se realizar abordagem bilateral, no entanto traz consigo os
laparoscopia para avaliação do conteúdo. risco de lesão de órgãos abdominais. Atualmente,
caso não se apresente contraindicações à video-
O diagnóstico é clínico e a ultrassonografia fica laparoscopia, é preferível realizar o procedimento
reservada para os casos de dúvida diagnóstica. por vídeo. Ambas utilizam tela na posição pré-pe-
ritoneal (sublay), podendo ser minimamente fixa-
Na abordagem aberta das hérnias inguinais, te-
da com colas e adesivos quando bem posiciona-
mos além do canal inguinal a delimitação do
da, pois a pressão intraabdominal e as estruturas
trígono de Hasselbach, ponto de fragilidade da
adjacentes realizam a fixação indireta. Isso evita
parede posterior onde se protruem as hérnias di-
síndromes álgicas no pós-operatório. A diferença
retas. Seus limites são a borda do músculo reto
é que na TAPP, deve-se fechar o peritônio.
abdominal, o ligamento inguinal e os vasos epi-
gástricos inferiores. As hérnias indiretas se apre-
senta lateralmente aos vasos epigástricos.
**Fonte:** UpToDate
QUESTÃO 28.
VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
Temos ainda nosso querido FAST para confirmar
A) CORRETA - A toracotomia deve ser feita ante- nossa hipótese diagnóstica, esse demonstra lí-
rolateral esquerda para acesso ao pericárdio e quido livre no saco pericárdico.
possibilitar manobras como abertura do pe-
ricárdio, twist pulmonar, clampeamento de
aorta descendente, massagem cardíaca intra-
torácica e hemostasia.
local do sistema venoso, sendo mais comuns nos **TAKE HOME MESSAGE:**
membros inferiores, usualmente secundários à
imobilização prolongada. * Pacientes em pós-operatório devem ser estra-
tificados quanto ao risco de desenvolvimento de
A trombose é o resultado de pelo menos um dos tromboembolismo venoso através do escore de
três fatores que constituem a tríade de Virchow: Caprini.
estase sanguínea, hipercoagulabilidade e lesão
endotelial. * Pacientes de muito baixo ou baixo risco apre-
sentam indicação de profilaxia mecânica.
A principal forma de prevenir o tromboembolis-
mo venoso é a através da tromboprofilaxia me- * Pacientes de moderado ou alto risco apresen-
cânica e farmacológica. Para isso, é importante tam indicação de profilaxia farmacológica.
avaliar inicialmente o risco intrínseco do paciente
desenvolver tromboembolismo venoso. O escore
utilizado para essa estimativa é o escore de Capri- QUESTÃO 30.
ni, que avalia fatores clínicos, laboratoriais e o tipo
de cirurgia para nortear a profilaxia para TEV. Paciente de 45 anos, sexo feminino, internado em
UTI, no segundo dia pós-operatório de hepatec-
O escore na íntegra pode ser visualizado em: ht-
tomia direita (aberta) para ressecção de tumor
tps://www.mdcalc.com/calc/3970/caprini-score-
hepático. Está em UTI, consciente, estável hemo-
-venous-thromboembolism-2005
dinamicamente, eupneica, com cateter central
Pacientes com muito baixo risco ou apenas baixo passado em veia jugular direita no intraop (sem
risco no escore, podem ser submetidos apenas à sinais de hiperemia ou secreção), sonda vesical
profilaxia mecânica, como deambulação precoce de demora passada no preop (urina clara). Apre-
(preferencialmente) ou compressão pneumática sentou picos febris de 39°C (2 picos) nas últimas
intermitente de membros inferiores. Pacientes 24 horas. Hemograma com 17.000 leucócitos (8
com risco moderado ou alto apresentam indica- bastões). Dreno abdominal apresenta débito de
ção de profilaxia farmacológica com enoxaparina 200mL em 24 horas. Sero-hemático. Exame físico
(heparina de baixo peso molecular) 40mg 1x/d ou abdominal e da ferida operatória não identificam
heparina não-fracionada 5000UI 12/12h. Pacien- alterações. Sobre este caso, podemos afirmar:
tes obesos devem ter a profilaxia farmacológica
A) Uma investigação ampla dos focos infeccio-
com dose corrigida pelo IMC.
sos/inflamatórios deve ser realizada, envolven-
Em pacientes submetidos à cirurgia de grande do também focos à distância, como a atelecta-
risco de desenvolvimento de TEV como cirurgias sia pulmonar.
ortopédicas (artroplastia de quadril ou joelho) ou B) Provavelmente se trata de infecção de sítio ci-
cirurgias oncológicas (especialmente abdomino- rúrgico superficial, sendo um ultrassom de ab-
-pélvicas), alguns autores indicam profilaxia du- dome a beira leito a melhor maneira de confir-
pla (mecânica e farmacológica), com extensão da mar o diagnóstico.
profilaxia farmacológica por 28 dias.
C) Provavelmente se trata de infecção de sítio ci-
rúrgico profundo, sendo uma tomografia indi-
cada para confirmar o diagnóstico.
D) Provavelmente se trata de infecção de sítio ci-
rúrgico órgão-espaço, sendo um ultrassom a
beira leito indicado para confirmar o diagnós-
tico.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 75
\> 5° PO: relacionadas ao procedimento LETRA C – ERRADA; mais uma vez, o quadro clí-
nico é típico de fissura anal e não temos nenhum
dado do exame físico que nos faça pensar inicial-
mente em carcinoma espinocelular de reto.
**REFERÊNCIAS:**
LETRA D – ERRADA; assim como na alternati-
1. Série Manual do Médico-Residente do Hospital va anterior, não há nada descrito que justifique
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Univer- pensarmos nessa condição, além de o quadro ser
sidade de São Paulo - Cirurgia Geral - 2019 bem sugestivo de fissura anal.
relação a vascularização dessa região, teremos o Varias são as teorias indicadas para seu surgi-
plexo venoso superior, encontrado acima da linha mento, porém o trauma permanece como fator
pectínea, responsável pela drenagem sanguínea desencadeante principal. Dessa forma, a forma-
do reto; e o plexo venoso inferior, responsável pela ção de uma fissura anal se iniciaria por uma elimi-
drenagem sanguínea do canal anal. nação forçada de fezes endurecidas e de calibre
aumentado, geralmente em pacientes com há-
Após relembrar a anatomia, partimos para as bito intestinal constipado, desencadeando uma
doenças, sendo que aqui daremos destaque para reação inflamatória e principalmente espasmo
a doença hemorroidária e a fissura anal. esfincteriano, impedindo a cicatrização espon-
tânea da fissura. A localização preferencial das
Hemorroida é uma estrutura normal do corpo.
fissuras é explicada por estudos demonstrando a
São coxins vasculares – arteríolas + veias, susten-
irrigação sanguínea do canal anal e a disposição
tadas por tecido conjuntivo que fazem proteção
das fibras musculares esfincterianas. Acredita-se
dos esfíncteres anais. O problema é quando elas
que ciclo dor – espasmo esfincteriano interno –
se degeneram, tornando-se túrgidas e prolap-
dor seja o mecanismo mais importante na manu-
sando no canal anal, podendo causar sintomas.
tenção da fissura crônica.
Podem ser divididas em internas ou externas, a
depender da sua relação com a linha pectínea, Seu quadro clínico é caracterizado por dor anal
sendo as externas localizadas abaixo da linha como sintoma principal, sendo desencadeada
pectínea e recobertas pelo anoderma com iner- pelo ato evacuatório, podendo durar em torno
vação somática (paciente pode queixar de dor), e de 30 minutos até algumas horas. A sensação
as internas (mais comuns e estudadas) localiza- dolorosa é descrita por alguns pacientes como
das acima da linha pectínea recobertas de mu- “broken glass” (vidro quebrado). O sangramento
cosa e com inervação visceral (não produz queixa é freqüente, mas não obrigatório, é um sangue
álgica). vivo rutilante, notado no papel higiênico ou na
água do vaso sanitário e raramente nas fezes e
Seu principal diagnóstico diferencial são as fis-
que cessa espontaneamente logo após a evacua-
suras anais. Elas por sua vez são definidas como
ção. Vale destacar que a constipação pode ainda
uma úlcera linear da pele que recobre o canal
se agravar pelo medo da dor ao evacuar.
anal e que se estende da linha pectínea até a área
anocutânea, geralmente localizada na comissura O diagnóstico é baseado principalmente na his-
posterior da linha média. A localização pode va- tória clínica e no exame físico. A inspeção do ânus
riar, sendo que, muitas vezes uma fissura ante- normalmente demonstra a parte distal da fissura.
rior na linha média é encontrada em mulheres. Quando presente o plicoma sentinela é facilmen-
Na presença de fissuras fora dessas duas localiza- te localizado. O toque retal deve ser postergado
ções devemos suspeitar de doenças associadas, até a melhora dos sintomas, entretanto, se reali-
como Doença de Crohn, principalmente se asso- zado irá evidenciar hipertonia esfincteriana, pre-
ciado a outros sintomas, como dor abdominal e sença de úlcera linear e de uma papila hipertro-
alteração de hábito intestinal, por exemplo. fiada na altura da linha pectínea.
A fissura anal aguda é superficial com pequena Em relação ao tratamento, temos que a aborda-
reação inflamatória ao redor. A fissura crônica é gem clínica é a primeira opção, com terapia tó-
geralmente profunda, expondo fibras do esfínc- pica de nitroglicerina ou dinitrato de isossorbida,
ter interno na sua base. Está frequentemente com ou sem anestésico local, além de medidas de
associada a plicomas sentinelas, externamente e higiene dietética e laxativas, e banhos de assento.
uma papila hipertrofiada internamente. Em caso de falha ou recidiva, devemos indicar o
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 79
Tratamento
* Banho de assento;
**Técnicas cirúrgicas**
* II: hemorroidas com prolapso e redução espon- A incidência de adenocarcinoma esofágico vem
tânea; aumentando nas últimas 4 décadas em vários
países, como Estados Unidos. Qual a principal ex-
* III: hemorroidas com prolapso que necessitam
plicação para esse fato?
de redução manual;
A) Aumento da incidência de obesidade.
* IV: hemorroidas com prolapso que não reduzem;
B) Aumento no consumo de cigarro e álcool.
* Externa: elas estão localizadas abaixo da linha
C) Aumento da qualidade de notificação dos ca-
dentada, onde recebem inervação somática, por-
sos.
tanto são mais sensíveis à dor.Mistas: presença
de hemorroidas internas e externas concomitan- D) Aumento do consumo de café e bebidas quen-
temente. tes.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 83
VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
A) CORRETA - Perfeito! Aumentos em quase
40% na taxa de obesidade e taxas dobradas
de superobesidade nos EUA contribuem com
aumento da taxa de adenocarcinoma de esô-
fago.
B) INCORRETA - Fatores de risco para CEC de Agora veja que interessantes esses dois gráficos
esôfago (além do uso do cigarro estar dimi- em relação à obesidade nos últimos anos:
nuindo).
C) INCORRETA - A melhora de programas de
notificações de doenças pode momentanea-
mente aumentar a incidência, o fenômeno
não se perpeptua ao longo de 4 décadas.
D) INCORRETA - Outros fatores de risco para CEC
de esôfago.
Existem dois tipos principais de neoplasia de esô-
fago, o CEC e o adenocarcinoma, abaixo uma ta-
bela simplificada com um resumo dos dois\*\*:\*\*
B) A gastroplastia vertical constitui-se na melhor Vamos lá, pessoal! Questão sobre cirurgia bariá-
indicação trica.
C) A paciente apresenta síndrome metabólica
Tendo em vista a pandemia de obesidade que se
e, por isso, deve-se realizar o By-Pass gástrico
observa, as cirurgias bariátricas tem sido feitas
com gastroenteroanastomose em Y de Roux
cada vez mais. Enquanto no Brasil ainda temos o
D) Independentemente do tipo de cirurgia, os re- Bypass gástrico como cirurgia mais realizada, ve-
sultados em longo prazo se equiparam mos uma tendência a seguir o restante do mun-
do, sendo o sleeve gátrico o procedimento mais
comum. Devemos relembrar a classificação de
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 85
* Coagulopatia grave
86 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
**Fonte:** Types - Weight loss surgery - National Health **Fonte:** Types - Weight loss surgery - National Health
Service (NHS) - Janeiro/2023 Service (NHS) - Janeiro/2023
O **Bypass Gástrico** também é uma modalida- Outros procedimentos, como o balão gástrico e o
de **mista**. O componente restritivo consiste duodenal Switch têm sido cada vez menos usa-
na confecção de um pouch gástrico com cerca dos, devido àos benefícios metabólicos envolvi-
de 30-40 ml, excluindo-se do trânsito o restante dos na cirurgia de Sleeve e no Bypass gástrico.
do estômago. O componente disabsortivo con- Aprofundando sobre o Duodenal Switch, consiste
siste na reconstrução do trânsito em um Y-roux, em um Sleeve gástrico com preservação do pilo-
com uma alça bilio digestiva de cerca de 45 cm ro associado a uma derivação em Y-roux. A técni-
e uma alça alimentar de 75-150 cm, esta última ca tem sido cada vez menos utilizada, devido ao
que determina o grau de disabsorção. Nestes pa- elevado risco de malabsorção crônica.
cientes, observa-se redução dos níveis de grelina
e aumento dos níveis de peptídeo Y, GLP-1 e CCK.
Geralmente é a técnica preferêncial em paciente
com DRGE e com DM2 ou síndrome metabólica,
contudo aumenta o risco de disabsorção.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 87
**REFERÊNCIAS:**
**(OPÇÃO A)** INCORRETA - na era pré antibióti- Outras possíveis causas são a formação aguda
ca, esta era a fonte mais frequente de infecções. de tecido necrótico e evolução com abscedação,
Com a antibioticoterapia, as taxas de abcessos evolução mais comumente observada em pa-
hematogênicos renais por S. aureus caíram, sen- cientes com diabetes. É importante lembrar que
do a infecção mais comum de modo ascendente o perfil destas infeções mudou drasticamente na
por E. coli e outras enterobactérias. era pós antibioticoterapia. Antes dos antibióti-
cos, a principal causa de abcessos renais se dava
**(OPÇÃO B)** CORRETA - como já explicado na em função de infecções hematogênicas por Sta-
OPÇÃO A, este é o foco mais comum de ab- phylococcus aureus, com formação de abscesso
cessos renais e perinefréticos atualmente. renal secundário cerca de oitos semanas após o
início da infecção.
**(OPÇÃO C)** INCORRETA - A cintilografia com
DTPA é um bom exame para a avaliação da fun- Os abcessos perinefréticos são localizados entre a
ção renal e tomada de decisão em situações de cápsula renal e a fáscia de Gerota. As supurações
infecções crônicas, ou quando há dúvida acerca perinefréticas podem ocorrer também por infec-
da realização de uma nefrectomia. O melhor exa- ções locais ou hematogênicas. A formação de ab-
me para a avaliação de abcessos renais é a tomo- cessos por infecção local ocorre pela infecção da
grafia computadorizada helicoidal, preferencial- gordura perirrenal por contiguidade de uma pie-
mente com contraste, lonefrite, podendo se apresentar também como
uma complicação de um abcesso renal roto de
**(OPÇÃO D)** INCORRETA - Em muitas situa-
modo excêntrico. Outros focos infecciosos mais
ções, especialmente quando há abscesso perine-
raros incluem o fígado, a vesícula biliar, pâncreas
frético, a cultura urinária pode ser negativa, sem
e outros focos.
que haja exclusão do diagnóstico de abcesso re-
nal/perinefrético. No entanto, este exame deve O melhor exame de imagem para o diagnóstico
ser sempre solicitado, uma vez que pode nos aju- destas alterações é a tomografia com contras-
dar a guiar a antibioticoterapia se positivo. te, nos quais os abcessos renais se apresentam
como regiões hipoatenuantes, podendo haver
**Explicação:**
realce periférico das lesões, inflamação do parên-
quima e da gordura perirrenal e necrose e/ou gás.
Abcessos renais e perinefréticos podem ocorrer
A cápsula renal é a principal referência anatômica
em função de complicação secundária de uma
que diferencia abcessos renais de perinefréticos.
infecção do trato urinário (normalmente em fun-
ção da infecção por gram-negativos ou polimi-
crobiana) ou secundária a infecção hematológica
(principalmente secundária a infecções relacio-
nadas ao Staphylococcus aureus). Os principais
agentes causadores parece ser a *E.coli* (51,4%)
seguida por *S.aureus* (10%) e *Klebsiella pneu-
moniae* (8,6%). Os abcessos renais são mais co-
muns do que os abcessos perinefréticos.
**Fonte:** *radiopaedia*
Normalmente, principalmente nos casos hipe- B) Correção cirúrgica eletiva, devido à velocidade
ragudos, embólicos, a isquemia progride rapida- de crescimento.
mente pois esses pacientes não tem circulação C) Manter em seguimento clínico até a luz do
colateral bem desenvolvida já que a obstrução aneurisma atingir 5 cm.
se instalou de forma repentina. E um quadro car-
D) Correção cirúrgica eletiva, pelo diâmetro da
dioembólico com 10 horas de evolução, o apre-
aorta.
sentado no enunciado é típico: presença de te-
cidos inviáveis já ao momento do diagnóstico
médico. #### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
A) INCORRETA – paciente sem critérios de urgên-
cia para correção cirúrgica (sintomas ou sinais
de instabilidades ou alto risco de rotura)
B) INCORRETA – como vimos, a indicação cirúrgi-
ca é pelo diâmetro da aorta.
C) INCORRETA - como vimos, a indicação cirúrgi-
ca é pelo diâmetro total da aorta.
**D - CORRETA – esta é a conduta indicada.**
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 93
Questão sobre seguimento e indicação cirúrgica * Crescimento > 0,5cm em 6 meses ou > 1cm em
de aneurisma de aorta abdominal. 1 ano
No caso acima temos um paciente com aneu- * Sintomáticos: dor, embolização, isquemia de ór-
risma de aorta abdominal infrarrenal (AAAIR) de gãos
5,0cm de diâmetro, assintomática.
* Morfologia de risco: blebs, assimetrias, sacula-
Em geral, as indicações cirúrgicas formais de ções
aneurisma de aorta abdominal infra-renal
(AAAIR) levam em consideração o risco cirúrgico Os pacientes com diagnóstico de AAAIR sem in-
X risco de dicação cirúrgica, por sua vez, devem ser segui-
dos idealmente da seguinte forma:
rotura.
**SEGUIMENTO DE PACIENTE COM AAA:**
São fatores de risco cirúrgico aqueles relaciona-
dos ao paciente (idade, comorbidades, risco car- * Cessar tabagismo
diovascular, etc.) e ao porte cirúrgico (aberto em
* Controle de PA
geral com maior risco que endovascular)
* Sintomas
* São lesões dolorosas, caracterizadas por eri- importante edema intersticial e usualmente po-
tema, usualmente com melhora em 2 – 3 dias e dem evoluir com choque hipovolêmico, necessi-
completa regeneração em 7 dias. O tratamento tando de expansão volêmica agressiva.
se dá através de analgesia e hidratação. Não é
utilizada no cálculo da superfície corporal quei- * Fase hiperdinâmica (após 24-72h): há aumento
mada. do débito cardíaco e redução da resistência vas-
cular sistêmica. É uma fase de intenso hiperme-
* Segundo grau: acomete a epiderme e a derme. tabolismo e hipercoagulabilidade.
É chamada de superficial quando acomete até
a derme papilar e profunda se acometer a der- Todo paciente vítima de queimadura deve ser
me reticular. As queimaduras de segundo grau tratado conforme o atendimento inicial ao poli-
superficial se caracterizam pela formação de bo- traumatizado preconizado pelo ATLS, o famoso
lhas, dolorosas, com leito rosado e manutenção ABCDE do trauma. Aqui, enfoque deve ser dado à
dos anexos cutâneos, apresentando regeneração oferta O2 via máscara facial, obtenção de acesso
completa em cerca de 2 semanas. Já as queima- venoso periférico calibroso e ressuscitação volê-
duras de segundo grau profundas são menos mica agressiva. Durante a avaliação secundária, o
dolorosas, apresentam leito pálido, podem aco- paciente deve ser submetido a sondagem vesi-
meter os anexos cutâneos e passam por processo cal de demora, receber analgesia e profilaxia de
de cicatrização em tempo superior a 3 semanas. tétano. Aqui, lembre-se que as queimaduras são
O tratamento consiste em analgesia, hidratação, consideradas feridas limpas e não necessitam de
curativo oclusivo e antimicrobiano tópico e debri- antibioticoterapia de rotina.
damento nos casos profundos.
Após estabilização inicial, a próxima etapa é o cál-
* Terceiro grau: acomete toda epiderme e derme, culo da superfície corporal queimada, que pode
podendo acometer estruturas profundas. São le- ser realizada através da regra dos nove de Walla-
sões indolores, de aspecto branco nacarado ou ce ou pelo diagrama de Lund e Browder. O mais
carbonizado, de consistência coriácea, que pas- cobrado nas provas é a regra de Wallace, observe
sam por processo de cicatrização. O tratamento, a figura abaixo.
além da analgesia e hidratação, é cirúrgico, e en-
volve debridamento e cobertura com enxertos ou
curativos.
* Hipermetabolismo
* Imunossupressão
###### REFERENCIAS:
QUESTÃO 39.
**D – CORRETA - como vimos, essa técnica pode sua não inferioridade, sem diferenças estatistica-
ser feita no leito do paciente, evitando-se as mente significativas em relação a complicações,
complicações do transporte.** tempo do procedimento e dificuldade para reali-
zação do procedimento.
E – INCORRETA - ambas as técnicas necessitam
de treinamento adequado para sua realização. Quando comparamos com a técnica aberta/con-
vencional, por sua vez, os benefícios de uma técni-
ca sobre a outra ainda não foram completamente
#### COMENTÁRIO: estabelecidos. A traqueostomia percutânea teo-
ricamente apresentaria menor taxa de infecção
Questão interessante a respeito das modalidades e de sangramento, porém isso ainda não está
de traqueostomia. Vamos relembrar e entender claro. Por outro lado, algumas complicações gra-
as diferenças entre elas. ves já observadas com a técnica percutânea são
extremamente raras pela via cirúrgica, incluindo
A traqueostomia percutânea tem sido considera- inserção paratraqueal, pneumotórax, laceração
da o método padrão atualmente, sendo a técnica traqueal, fístula traqueoesofágica, hemorragia
guiada por broncoscopia a mais realizada. Uma grave e perda da via aérea – é importante lem-
alternativa segura é a traqueostomia percutânea brar que tais complicações são mais comuns nas
guiada por ultrassonografia, que pode ser feita traqueostomias guiadas por marcos anatômicos,
pelo próprio cirurgião, evitando-se as dificulda- em relação às guiadas por ultrassonografia ou
des logísticas de disponibilidade de um especia- broncoscopia. Uma das maiores vantagens da
lista em broncoscopia. traqueostomia percutânea por dilatação é que
pode ser realizada tanto na UTI, quanto no pró-
Tradicionalmente, a traqueostomia vinha sendo prio leito do paciente, o que previne riscos maio-
realizada obedecendo a princípios básicos da ci- res relacionados às transferências do leito para a
rurgia aberta, até o surgimento da traqueosto- sala de cirurgia. Além disso, um grande número
mia percutânea, descrita pela primeira vez em de pesquisas mostra o significante potencial em
1957, porém com maior popularidade a partir de redução de custos ao utilizar a traqueostomia
1985. Atualmente, é um procedimento frequen- percutânea por dilatação ao invés da traqueosto-
temente realizado, especialmente em pacientes mia cirúrgica.
em ventilação mecânica na UTI4, com um perfil
de segurança comparável à traqueostomia cirúr- Voltando para a questão, a banca nos pergunta a
gica. principal vantagem da traqueostomia guiada por
ultrassom em relação à traqueostomia cirúrgica.
Recentemente, a ultrassonografia tem surgido
como uma ferramenta potencialmente útil para
auxiliar à traqueostomia percutânea. As princi-
pais vantagens da ultrassonografia incluem a #### TAKE HOME MESSAGE::
habilidade de identificar a vasculatura cervical,
de ajudar a definir o local mais apropriado para * Traqueostomia percutânea: cada vez mais difun-
punção traqueal, e a capacidade de guiar a inser- dida, sem prejuízos em relação à técnica aberta;
ção da agulha na traqueia, de maneira similar à
* Principais vantagens da técnica guiada por ul-
técnica de punção vascular guiada pela ultrasso-
trassom em relação à aberta: sem necessidade
nografia.
de transporte e menor custo.
Em comparação com a técnica guiada por bron-
coscopia, diversos estudos tem demonstrado a
98 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
Mulher de 40 anos, com massa pétrea cervical * Calor ou eritema da pele sobrejacente, inchaço
em nível V direito com 3 cm de diâmetro. Nega ou sensibilidade à palpação da massa;
disfonia, dispneia, odinofagia e disfagia. Apresen-
* Febre, taquicardia ou outros sinais sistêmicos de
ta exame físico de cabeça e pescoço sem outras
infecção;
alterações senão a massa e nasofibroscopia flexí-
vel normal. Qual o próximo passo decisivo na in-
* Rinorréia, odinofagia, otalgia, odontalgia ou ou-
vestigação?
tros sintomas de infecção de cabeça e pescoço;
A) Ressonância magnética.
Manejo
B) Broncoscopia.
* Devemos iniciar antibioticoterapia;
C) Mediastinoscopia com biópsia.
D) Punção aspirativa com agulha fina da massa. * Devemos analisar necessidade de drenagem;
* O paciente identifica massa indolor e procura * Congestão nasal ou epistaxe ipsilateral à massa
atendimento médico; cervical;
* Dispnéia;
Localização da massa
* Pescoço central;
Core biopsy
QUESTÃO 41.
* Em geral é indicada quando a PAAF não foi
diagnóstica; O Plano Estadual de Saúde (PES) é o principal ins-
trumento de planejamento da gestão estadual
* Possui menores taxas de punção não diagnós- do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como
tica; objetivo orientar as políticas públicas. A partir da
análise situacional do território, de forma regiona-
* A principal limitação envolve o maior trauma do lizada, são definidas diretrizes, objetivos e metas
procedimento, pois há uso de agulhas maiores; a serem alcançados. A respeito do Plano Estadual
de Saúde do estado de São Paulo, assinale a alter-
Biópsias excisionais ou incisionais
nativa correta.
* Em geral não devem ser realizadas pois podem
A) A cobertura da população residente que é be-
comprometer o tratamento subsequente;
neficiária de planos de saúde de assistência
médica varia de 10% a 20% nas regiões de saú-
* Hemorragias;
de do estado de São Paulo.
* Comprometimento nervoso; B) Em relação ao percentual de internações por
capítulos da classificação internacional de
* Aumento do risco de recidiva;
doenças (CID 10) segundo faixa etária, as doen-
ças do aparelho respiratório são as mais fre-
* Aumento do risco de disseminação local;.
quentes na faixa etária de 0 à 19 anos de idade.
C) A Esperança de Vida ao Nascer no Estado de
São Paulo é maior para o sexo masculino que
#### TAKE HOME MESSAGE:
para o sexo feminino.
Diante de um paciente com massa cervical deve- D) A taxa de fecundidade total (o número médio
mos sempre aventar o potencial de malignidade de filhos de uma mulher) no estado de São
e excluir a presença de etiologia infecciosa. No Paulo é superior à taxa de fecundidade total
processo de investigação, podemos realizar exa- no Brasil.
mes de imagem que nos ajudaram na suspeita
E) Em relação ao percentual de internações por
diagnóstica e na definição da melhor técnica de
capítulos da classificação internacional de
punção, sendo que nossa primeira opção deve ser
doenças (CID 10) segundo faixa etária, as Neo-
a punção aspirativa por aguda fina, que é capaz
plasias são as mais frequentes na faixa etária
de fornecer um diagnóstico acurado na maioria
de 20 anos de idade a 59 anos de idade.
dos casos.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 101
-O Plano Estadual de Saúde (PES) é um docu- C) Nos dois tipos de registro, é importante estar
mento elaborado com informações demográfi- atento à coleta adequada de informações, fu-
cas e de saúde da população visando a embasar o gindo-se dos extremos. Coletar muitos dados
planejamento de saúde do governo Estadual par sem filtrar aquilo que é necessário para o ra-
aos anos seguintes ciocínio pode facilitar a perda de informação,
enquanto coletar poucos dados pode dificul-
-A população do Estado de São Paulo passa por tar a tomada de decisão, pela falta de informa-
um processo de transição demográfica com en- ções necessárias para a conduta.
velhecimento da população e redução da taxa de
D) Apesar de algumas diferenças em relação aos
natalidade, que é menor que a média do Brasil.
métodos de registro, o ReSOAP também apre-
senta dificuldade para prestar cuidado pre-
-O número de internações vem aumentando, so-
ventivo, pois tem foco no diagnóstico e nos ob-
bretudo por conta de causas relacionadas ao en-
jetivos imediatos da consulta, sem considerar
velhecimento. O principal motivo de internação
dados sociodemográficos ou características
ainda é gravidez/parto/puerpério.
pessoais
-Em média 39% da população do Estado de São E) O ReSOAP é utilizado, principalmente, na
Paulo está coberta por serviços de Saúde Suple- atenção primária à saúde, sendo seu uso ina-
mentar (planos de saúde, convênios médicos, dequado em outros níveis de atenção.
etc).
(Alternativa A): Errado – no registro tradicional há
maior dificuldade de acessar informações anti-
gas quando comparado com a lista de problemas
do ReSOAP
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 103
D) INCORRETA - Uma medida de prevenção pri- nas provas). Essa questão trata de um exemplo
mária se associa a níveis pré patogênicos, dife- com níveis de prevenção no contexto do SUS,
rente de uma medida secundária ou terciária onde temos que reforçar os conhecimentos dos
onde se direcionam ações para um período níveis ( primário, secundário, terciário, quaterná-
em que a patologia já incidiu mesmo que de rio e quintenário) , aplicados a uma serie de ativi-
forma discreta. dades junto a atenção primária.
#### COMENTÁRIO:
#### TAKE HOME MESSAGE::
Mais uma vez o avaliador buscou averiguar se o
candidato domina as definições de cada tipo de * Prevenção Primária = Medidas que evitam que a
prevenção no âmbito da saúde pública. Ainda, es- doença ocorra ( período pré patogênico -minimi-
pecula sobre o entendimento dos níveis de aten- zação de incidências- casos novos);
ção primária, secundária e terciária. A atenção
* Prevenção Secundária = Medidas que evitam o
primária é o primeiro nível de atenção em saúde
agravamento da situação ( período pós patogêni-
e se caracteriza por um conjunto de ações de saú-
co- quando efetuada, minimiza-se a prevalência
de, no âmbito individual e coletivo, que abrange a
– casos- da doença);
promoção e a proteção da saúde, a prevenção de
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilita-
* Prevenção terciária = Medidas de restabeleci-
ção, a redução de danos e a manutenção da saú-
mento do estado de saúde ( físico, mental e so-
de com o objetivo de desenvolver uma atenção
cial);
integral que impacte positivamente na situação
de saúde das coletividades. Trata-se da principal * Prevenção Quaternária = Medidas que visam a
porta de entrada do SUS e do centro de comu- diminuição dos procedimentos em saúde clara-
nicação com toda a Rede de Atenção dos SUS. A mente excessivos;
atenção secundária é formada pelos serviços es-
pecializados em nível ambulatorial e hospitalar, * Prevenção Quintenária = Medidas que visam o
com densidade tecnológica intermediária entre cuidado além do paciente;
a atenção primária e a terciária, historicamen-
te interpretada como procedimentos de média * Ações de ATENÇÃO PRIMÁRIA = medidas que
complexidade. Por sua vez, a atenção terciária visam a promoção e proteção da saúde como
compreende serviços médicos especializados, de base ideológica do SUS.
apoio diagnóstico e terapêutico e atendimento
de urgência e emergência. A Atenção Terciária
ou alta complexidade designa o conjunto de tera- ###### REFERÊNCIAS:
pias e procedimentos de elevada especialização.
DEPALLENS, M. A.; GUIMARÃES, J. M. DE M.; AL-
Já os “níveis de prevenção” são cunhados em um
MEIDA FILHO, N. Quaternary prevention: a con-
termo: História Natural da Doença, abordado por
cept relevant to public health? A bibliometric and
Leavell e Clarck , estão ligados a fatores que se di-
descriptive content analysis. Cadernos de Saúde
videm em 5 elementos de prevenção: Primário,
Pública, v. 36, 24 jul. 2020.
Secundário, Terciário , Quaternário e Quintenário
( sendo esses dois últimos o mais atuais e des- MATTA, G. C.; MOROSINI, M. V. G. Atenção primá-
crito só nas literaturas recentes de epidemiologia ria à saúde. Dicionário da educação profissional
e saúde coletiva, porém extremamente cobrados em saúde, v. 1, 2009.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 105
Sobre os Conselhos de Saúde, analise as afirma- **III. Correta.** O segmento dos usuários deve ser
tivas a seguir: paritário com os demais segmentos (metade dos
integrantes do conselho de saúde tem que ser
I. Órgão colegiado, deliberativo e permanente do composta por usuários, e a outra metade é com-
Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de posta por partes iguais de profissionais de saúde
governo. e gestores).
II. Tem o papel de exercer o controle e a fiscaliza- **IV. Correta.** As reuniões da plenária dos Con-
ção da frequência e do horário dos funcionários selhos devem ocorrer no mínimo mensalmente
do SUS. com ata para registro, e os conselhos devem ter
regimento interno de funcionamento que regu-
III. O segmento dos usuários deve ser paritário lamente a infraestrutura para seu suporte.
com os demais segmentos. Isso quer dizer que
50% dos integrantes do conselho de saúde têm **Assim, a alternativa C, que contempla as afir-
que ser usuários, 25% devem ser profissionais mativas I, III e IV, está correta.**
de saúde e os outros 25% devem ser gestores e
prestadores de serviço. IV. Deve funcionar men-
salmente, ter ata que registre suas reuniões e #### COMENTÁRIO:
infraestrutura que dê suporte ao seu funciona-
mento. Os princípios e diretrizes do Sistema único de
Saúde (SUS) são desprendidos a partir dos docu-
Assinale: mentos legais que fundamentam o sistema de
saúde e definem as normas básicas para seu fun-
A) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem
cionamento em todo o território nacional. Além
corretas.
da Constituição Federal, a Lei nº 8080 de 1990 e a
B) se somente a afirmativa III estiver correta. lei nº8142 de 1990 são essenciais para a definição
destes princípios. A Lei 8142 estabelece a partici-
C) se somente as afirmativas I, III e IV estiverem
pação popular (nos conselhos e conferências de
corretas.
saúde em níveis municipal, estadual e federal) e
D) se somente as afirmativas II e IV estiverem cor- define o financiamento do SUS nas 3 esferas de
retas. governo.
E) se somente as afirmativas I e II estiverem cor- Segundo o Artigo 1º da lei 8142, o SUS “contará,
retas. em cada esfera de governo, [...], com as seguintes
instâncias colegiadas: a Conferência de Saúde e o
#### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS: Conselho de Saúde”. Os Conselhos de Saúde dos
quais tratam as alternativas da questão, são re-
**I. Correta.** A Lei 8142 define que além da Con-
gulamentados pelos parágrafos seguintes deste
ferência de Saúde, o Conselho Nacional de Saúde
Artigo, que determinam que “o Conselho de Saú-
é um órgão colegiado, deliberativo e permanente
de, em caráter permanente e deliberativo, órgão
do SUS em cada esfera de governo.
colegiado [é] composto por representantes do
**II. Incorreta**. O papel de exercer o controle e a governo, prestadores de serviço, profissionais de
fiscalização da frequência e do horário dos fun- saúde e usuários” e deve atuar “na formulação de
cionários do SUS cabe à entidade com a qual o estratégias e no controle da execução da política
106 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
de saúde na instância correspondente, inclusive * Cada esfera de governo conta com Conferência
nos aspectos econômicos e financeiros [...]”. de Saúde e o Conselho de Saúde.
*Figura 3 - Carmen Luiza Correa Fernandes e Lêda Chaves Dias Curra Médicas de Família e Comunidade / Terapeutas de Família
e Casais Porto Alegre - 2011*
* Novo casal;
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 111
B) O Conass é uma entidade de direito público, Conselhos de saúde: são permanentes e delibera-
sem fins lucrativos. tivos, compostos por 50% de usuários e os outros
50% por representantes dos demais segmentos -
C) O Conass possui duas câmaras técnicas que
sendo 25% trabalhadores de saúde e 25% demais
visam atender às necessidades das Secreta-
representantes do governo, entidades prestado-
rias Estaduais de Saúde, que são a câmara de
ras de serviço, etc. Tem como finalidade o con-
atenção primária à saúde e a câmara de aten-
trole da execução da política de saúde, contem-
ção especializada em saúde.
plando também seus aspectos econômicos e a
D) O Conasems é composto por cinco representan- fixação acerca das diretrizes de saúde.
tes, sendo um de cada região de saúde do País.
Conforme definido pela seção de Informações
E) Ao Conass e ao Conasems é proibido o repasse
Estratégicas da BVS/SUS:
de recursos do orçamento geral da União, por
meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxí-
As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite
lio no custeio de despesas institucionais.
são espaços intergovernamentais, políticos e téc-
**VAMOS ÀS ALTERNATIVAS** nicos em que ocorrem o planejamento, a nego-
ciação e a implementação das políticas de saúde
**LETRA A. Correta. As Comissões Intergestores pública. As decisões se dão por consenso (e não
Bipartite e Tripartite são espaços intergover- por votação), o que estimula o debate e a nego-
namentais, políticos e técnicos em que ocor- ciação entre as partes.
rem o planejamento, a negociação e a imple-
mentação das políticas de saúde pública** Desde que foram instituídas, no início dos anos
90, as Comissões Intergestores Tripartite (na di-
LETRA B. Incorreta. O Conass é uma entidade de reção nacional) e Bipartite (na direção estadual)
direito privado, sem fins lucrativos. vem se constituindo em importantes arenas po-
líticas de representação federativa nos processos
LETRA C. Incorreta. O Conass possui cerca de 13
de formulação e implementação das políticas de
câmaras técnicas. Entre elas de vigilância sanitá-
saúde. Todas as iniciativas intergovernamentais
ria, epidemiologia, etc.
de planejamento integrado e programação pac-
tuada na gestão descentralizada do SUS estão
LETRA D. Incorreta. O Conasems é composto por
apoiadas no funcionamento dessas comissões
3 representantes de cada estado da Federação
**Comissão Intergestores Tripartite (CIT)**
LETRA E. Incorreta. De acordo com a legislação
que embasa o financiamento do SUS, é possível o
É constituída (em nível federal) paritariamente
repasse direto via orçamento geral da União.
por representantes do Ministério da Saúde (MS),
do Conselho Nacional de Secretários de Saúde
Questão difícil e que pegou muita gente.
(Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias
Vamos relembrar como funciona a participação e Municipais de Saúde (Conasems). Na CIT, são de-
o controle social do SUS: finidas diretrizes, estratégias, programas, projetos
e alocação de recursos do SUS. Tem composição
Conferências de Saúde: têm caráter consultivo, formada por 15 membros, sendo cinco indicados
avaliam a situação de saúde e propõem diretrizes pelo MS, cinco Conass e cinco pelo Conasems. A
para as políticas de saúde nas esferas de governo. representação de estados e municípios é regio-
Possuem caráter transitório, em geral realizadas nal, sendo um representante para cada uma das
de 4 em 4 anos e também são compostas por cinco regiões do País.
50% de usuários.
114 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
#### COMENTÁRIO:
QUESTÃO 48.
**GABARITO: ALTERNATIVA C**
Bebê, sexo masculino, é levado, duas semanas
Medcofer, de acordo com o Ministério da Saúde, a
após o parto, na maternidade de nascimento,
transmissibilidade da sífilis depende da fase clíni-
com febre e eritema maculopapular em tronco,
ca da doença, na fase primária: média 21 dias com
palmas e plantas de pés, com secreção nasal se-
100% de transmissibilidade, na fase secundária:
rosanguinolenta e hipocromia de mucosas. A
entre 6 semanas e 6 meses com 90% de transmis-
mãe não fez pré-natal completo. Um exame da
sibilidade, e, na fase terciária, mais de 1 ano com
mãe revela VDRL positivo com título de 1:32. O
30% de transmissibilidade. O T. pallidum, quando
principal motivo para o tratamento de uma ges-
presente na corrente sanguínea da gestante, atra-
tante, com sorologia para sífilis, com penicilina
vessa a barreira placentária e penetra na corrente
benzatina, é que
sanguínea do feto. A transmissão pode ocorrer em
A) Sendo uma penicilina de depósito, pode ser qualquer fase da gestação, estando, entretanto, na
feita com intervalo maior de tempo. dependência do estado da infecção na gestante,
ou seja, quanto mais recente a infecção, mais tre-
B) Se associa a menor risco de reação pós-trata- ponemas estarão circulantes e, sendo assim, mais
mento por liberação de antígeno. gravemente o feto será atingido.
C) Atravessa bem a barreira placentária e a bar-
reira hematoencefálica do feto. A penicilina é a droga de escolha para o trata-
mento da sífilis. Se feito de forma adequada,
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 115
B) INCORRETA - A Atenção Primária à Saúde MacColl Institute for Healthcare Innovation, nos
é quem está no centro da Rede de Atenção, Estados Unidos como resposta às situações de
sendo responsável pela coordenação do cui- saúde de alta prevalência de condições crônicas
dado para níveis secundário e terciário, quan- e da falência dos sistemas fragmentados para
do necessário. Ter a APS no centro da Rede de enfrentar essas condições.
Atenção à Saúde é importante para organizar
o cuidado de modo territorial, todavia não ga- Ele é pautado em seis elementos que se interco-
rante todos os outros elementos do CCM des- nectam: 1) A organização da atenção à saúde; 2)
tacados no comentário. O desenho do sistema de prestação de serviços;
3) O suporte às decisões; 4) O sistema de infor-
C) INCORRETA - A Lei Geral de Proteção de Dados
mação clínica; 5) O autocuidado apoiado e; 6) Os
não impede que os prontuários eletrônicos se-
recursos da comunidade
jam implantados, desde que sejam seguros e
impeçam o acesso de pessoas não autorizadas A organização da atenção à saúde pauta-se na
aos dados registrados. Além disso, esse é um reestruturação de um novo modelo de atenção
passo importante para que o cuidado seja ga- crônica que priorize a atenção à saúde de acordo
rantido de modo integral. com as necessidades, pautada na competência
**D - CORRETA - O modelo de Atenção à Saúde cultural.
que inclui as doenças crônicas reorganiza a
O desenho do sistema de prestação de serviços
Rede de Atenção, prevenindo o surgimento
pretende envolver uma equipe multiprofissional
de novos casos e evitando que os existentes
que atua com atendimentos programados e mo-
agudizem, como destacado no comentário.**
nitoramento pautado em diretrizes clínicas cons-
truídas por evidências científicas
para se alcançar uma atenção de qualidade para B) Deve-se iniciar tratamento para controle de
as condições crônicas. dor, associando opioides, analgésicos e drogas
adjuvantes.
A combinação de todos esse elementos é capaz
C) Apesar de ser a primeira consulta, realizar as
de solucionar os problemas apresentados.
diretivas antecipadas da paciente, registrando
em prontuário.
D) O uso de laxantes nos pacientes que usam
#### TAKE HOME MESSAGE::
opioides de horário deve ser iniciado somente
se houver constipação.
* A transição demográfica e epidemiológica exi-
gem uma reorientação do modelo de atenção à
saúde, que incorpore as condições crônicas como #### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
estruturantes da prevenção e atenção aos indi- A – CORRETA - O uso de opioides para a dispneia
víduos e coletividades. Nesse sentido O Modelo é muito semelhante do modo como os usamos
de Atenção Crônica / Chronic Care Model (CCM) para a dor. Devemos começar com doses baixas
propõe seis passos para a reorganização: 1) A or- para os pacientes que não fazem uso e para os
ganização da atenção à saúde; 2) O desenho do pacientes que já fazem uso de opioide, podemos
sistema de prestação de serviços; 3) O suporte às aumentar cerca de 25% a dose atual. Além da
decisões; 4) O sistema de informação clínica; 5) O dose regular (de horário), também devemos pro-
autocuidado apoiado e; 6) Os recursos da comu- videnciar a dose de resgate.
nidade
B – CORRETA - Na abordagem da dor nos cuida-
dos paliativos, podem ser utilizados analgésicos
não opioides isoladamente em caso de dor leve
###### REFERÊNCIAS:
ou em combinação com opioides para dores mo-
deradas a fortes.
1. MENDES, Eugênio Vilaça et al. O cuidado das
condições crônicas na atenção primária à saúde: C – CORRETA - É importante a realização anteci-
o imperativo da consolidação da estratégia da pada das diretivas antecipadas de vontade, para
saúde da família. 2012. que a equipe saiba como proceder em relação a
procedimentos e intervenções caso haja alguma
intercorrência ou piora clínica a curto prazo.
QUESTÃO 50.
**D – INCORRETA - Essa é a afirmativa incorreta. É
Mulher, 76 anos, com diagnóstico de câncer de importante lembrar, na introdução dos opioi-
pulmão com metástases ósseas e hepáticas. É in- des, de prescrever preventivamente laxantes
dependente para atividades de vida diária, mora (isoladamente ou em combinação), devido ao
com a filha de 45 anos e neta de 21 anos. Durante efeito colateral esperado de constipação.**
a primeira consulta ambulatorial, acompanhada
da filha, refere que gostaria de morrer em casa
e está preocupada se isso é possível e como irá #### COMENTÁRIO:
controlar a dispneia e as dores. Em relação ao
caso relatado, assinale a alternativa INCORRETA: Na abordagem da dor nos cuidados paliativos,
podem ser utilizados analgésicos não opioides
A) A morfina pode ser utilizada para alívio da (Anops) isoladamente em caso de dor leve ou
dispneia, em doses baixas, de horário. em combinação com opioides para dores mo-
deradas a fortes, como: dipirona, paracetamol e
118 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
Marlene, 26 anos, vem à consulta com queixas de A performance de testes diagnósticos pode ser
disúria e polaciúria há dois dias. Relata que per- avaliada por 4 principais parâmetros: (1) sensibi-
cebeu sangue ao secar-se. Você ficou na dúvida a lidade e especificidade, (2) valores preditivos, (3)
respeito da confiabilidade dos dados da história, likelihood ratio e (4) acurácia.
**Sensibilidade e especificidade**
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 121
**O foco do cálculo aqui é a doença** sem a doença) divididos pelo número de pessoas
que não tem a doença. Um exame de alta especi-
Sensibilidade (S) é o número de pacientes verda- ficidade não vai dar diagnósticos falsos positivos.
deiro positivos (teste positivo que tem a doença)
dividido por todos os pacientes com a doença.
Um exame com sensibilidade alta não vai deixar
passar pessoas com a doença (poucos falsos ne-
gativos).
Valores preditivos
VPP = verdadeiros positivos total de exames posi- doença. O LR positivo, assim, tem um valor que
tivos = 90100 indica o quanto o teste aumenta a chance de
doença com teste positivo. Já o LR negativo tem
VPN = verdadeiros negativos total de exames ne- valor que indica quanto o teste negativo diminui
gativos = 890900 a chance de doença na população específica.
Razão de verossimilhança/likelihood ratio e pro- Quando é fornecida a probabilidade pré teste, te-
babilidade pós teste mos algumas formas de estimar a probabilidade
pós teste. Uma delas é o nomograma de Fagan.
É necessário quando há uma população específi-
Para isso, devemos ter a probabilidade pré teste
ca em estudo.
e o LR+ para plotar uma reta. A intersecção dessa
reta com a terceira, é a probabilidade pós teste.
É usada como definidor da performance do teste
diagnóstico. De modo mais geral, são a expressão
Sem o nomograma de Fagan, podemos calcular
da sensibilidade e especificidade que podem ser
a probabilidade pós teste da seguinte maneira:
usados para estimar as chances de uma doença
estar presente ou ausente relacionando-a com a Inicialmente, devemos transformar a probabili-
probabilidade pré teste. dade em chance já que o LR é uma chance (odd):
LR+ = sensibilidade (S)1-especificidade(E) Após, multiplicar a chance pré pela RV, gerando
a chance pós:
LR- = 1-SE
Chance pós teste = chance pré ×RV
Pode ser interpretado como a probabilidade de
um resultado estar presente x vezes (LR) em um Finalmente, transformar a chance pós em proba-
paciente com a doença investigada, em com- bilidade
paração com um paciente sem essa doença de-
terminante de uma probabilidade pré teste da
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 123
A) 84%
B) 85,70%
#### TAKE HOME MESSAGE::
C) 69,20%
* Testes diagnósticos podem ser avaliados de D) 72%
acordo com sua efetividade
E) 80%
* Os principais marcadores são (1) sensibilidade e
especificidade, (2) valores preditivos, (3) likelihood #### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
ratio e (4) acurácia
A) 84% ERRADA - Vide explicação.
* Cálculo de VPN e VPP com tabelas de diagnós- **B - 85,70%** **CORRETA - Vide explicação.**
ticos
C) 69,20% ERRADA - Vide explicação
D) 72% ERRADA - Vide explicação.
###### REFERÊNCIAS E) 80% ERRADA - Vide explicação.
Para calcular o VPN devemos olhar a linha dos re- “”não considera correto comparar serviços com
sultados negativos, a fórmula para calcular o VPN perfis assistenciais diferentes, que consequente-
é: VPN = dc+d . mente receberam pacientes com perfis distintos.
Na fase pré- pandemia, os hospitais sob gestão
VPN = dc+d => VPN = 5000700+5000 => VPN = estadual já respondiam por mais de 65% dos lei-
0,857 ou 85,7% tos clínicos e de UTI entre os serviços do plano de
contingência de enfrentamento da COVID- 19 de
O VPN do exame físico para o rastreamento do
São Paulo, absorvendo os casos mais graves da
câncer de mama nesta população é de 85,7%, va-
doença desde o início da pandemia. A partir dos
mos conferir qual alternativa traz a resposta cor-
dados da tabela e dos comentários dos técnicos
reta:
e pesquisadores, responda: Qual o Risco Relativo
de Morte por SRAG entre a Rede Pública e a Rede
**DICA PARA CASA:**
Privada e quais os fatores podem estar interferin-
Sempre se lembre que o VPN e o VPP são carac- do na validade do estudo do Ministério da Saú-
terísticas influenciadas pela prevalência da doen- de?**
ça na população, diferente da sensibilidade e es-
pecificidade que sempre serão constantes.
QUESTÃO 54.
**Após analisar os dados de internações por SRAG, A) Risco Relativo = 8 e fatores de viés de seleção.
o Ministério da Saúde concluiu que “”pessoas
B) Risco Relativo = 1,3 e fatores de confundimen-
com 80 anos ou mais que se internaram na rede
to.
pública da capital paulista com COVID-19 gra-
ve tiveram menos chance de sobreviver do que C) Risco Relativo = 8 e fatores de viés de informa-
aquelas que buscaram atendimento privado””. ção.
Os dados estão apresentados na tabela abaixo: D) Risco Relativo = 1,3 e fatores de viés de informa-
TABELA: Número de internações, óbitos e Coe- ção.
ficiente de Mortalidade por SRAG no município
de São Paulo, 2021. Em relação às conclusões do OPÇÃO A) INCORRETA: Utilizando dados ofere-
estudo, técnicos da saúde e pesquisadores fize- cidos pela tabela do estudo, a divisão dos riscos
ram os seguintes Comentários Pesquisador em relativos da rede pública pela rede privada é de
saúde pública da Fiocruz e coordenador do pro- 1,3, como explicado acima;
jeto Infogripe, que monitora os índices nacionais
(OPÇÃO B) CORRETA: A situação de saúde prévia
de covid-19, Marcelo Gomes lembra “”que condi-
do paciente que foi atendido no SUS pode ter
ções prévias desfavoráveis de pessoas em situa-
interferido no pior desfecho;
ção de vulnerabilidade socioeconômica ajudam
um pouco a explicar a diferença dos números nas (OPÇÃO C) INCORRETA O RR calculado com os
redes público e privada. Mesmo se atendidos em dados fornecidos pela tabela é de 1,3 e o principal
rede privada, é possível que muitos desses casos viés identificado é um fator de confundimento;
tivessem o mesmo desfecho. Não se trata ape-
nas de um debate sobre a capacidade do SUS de (OPÇÃO D) INCORRETA: O viés identificado é um
oferecer atendimento adequado””. Técnicos da fator de confundimento.
Secretaria Municipal de Saúde informaram que
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 125
Coeficiente de mortalidade por SRAG na rede pri- III. O consumo de álcool não apresenta associa-
vada: 46 → Risco relativo de morte por SRAG na ção para maior ou menor chance de HAS não
rede privada 46/100. diagnosticada.
Dividindo um sobre o outro temos: 58/46 = 1,3. IV. A cor preta não apresenta associação para
maior ou menor chance de HAS não diagnosti-
cada.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. está expressa em Odds-ratio com intervalos de
confiança e devemos interpretar qual o efeito e o
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
se elas podem ser apenas efeito do acaso.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
**Interpretação de Força de associação e interva-
#### **VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:** los de confiança**
**A) CORRETA: o valor é de 0,68, IC 95% 0,55-0,85, Efeitos <1 estão relacionados a um **risco menor**
sendo menor que um, relacionado a uma me- da incidência de um desfecho (fator protetor) e >
nor incidência do desfecho e todo intervalo 1 estão relacionados a um **maior risco** de inci-
de confiança está <1, conferindo a significân- dência de um desfecho (fator de risco). Quando o
cia estatística e o valor de OR: 1,27, IC 95% 1,05- efeito é **igual a um**, não há diferença entre os
1,54 é maior que 1, portanto reflete uma maior dois grupos, o risco é o mesmo.
incidência do desfecho e todo intervalo con-
fiança de está >1, conferindo a significância Outro dado importante para análise desta obser-
estatística.** vação é o **intervalo de confiança.** Usaremos
ele para interpretar de forma estatística se a di-
B) INCORRETA: A cor preta teve um valor de (OR: ferença entre os grupos medida é realmente por
0,67, IC 95% 0,49- 0,91), que confere um fator de diferença entre os grupos ou por um acaso esta-
proteção para o desfecho, tornando a afirmativa tístico. Na questão o intervalo de confiança é de
IV incorreta. 95%, o mais comum em estudos clínicos. Sempre
vamos ter um **limite superior e um limite infe-
C) INCORRETA: O valor medido é de 1,36, IC 95%
rior** do intervalo de confiança e - conforme o ta-
1,09-1,68, demonstrando uma maior chance (>1)
manho da amostra e a variância dos valores me-
de HAS não diagnosticada e a cor preta teve um
didos - afirma-se que, com 95% de certeza, o valor
valor de (OR: 0,67, IC 95% 0,49- 0,91), que confere
real está contido dentro destes limites .
um fator de proteção para o desfecho, tornando
as afirmativas III e IV incorretas. **DICA** Denominamos estatisticamente signi-
ficativo quando todo intervalo de confiança (do
D) INCORRETA: O valor medido é de 1,36, IC 95%
limite superior ao inferior) está contido dentro do
1,09-1,68, demonstrando uma maior chance (>1)
intervalo <1 ou >1. Nestas situações, conseguimos
de HAS não diagnosticada, tornando a afirmativa
dizer com 95% de certeza que o efeito é protetor
III incorreta.
(se todo <1) ou de risco (se todo >1).
1. Fletcher RH, Fletcher SW. Epidemiologia clínica Questão que exige do aluno o conhecimento dos
– elementos essenciais. 4. ed. Porto Alegre: Art- testes diagnósticos, inclusive o cálculo da sensi-
med Editora, 2006. bilidade. Para isso, devemos antes recordar que a
sensibilidade se refere a probabilidade de o teste
dar positivo na presença da doença. Vamos re-
lembrar as fórmulas e os conceitos:
128 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
O enunciado nos diz que para cada 100.000 habitantes, há 80 casos de Tuberculose pulmonar bacilí-
fera. Com uma regra de três simples, podemos inferir que possuindo a microárea 10.000 habitantes,
deveria haver 8 casos.
A questão nos diz ainda, que, há uma proporção de 4 doentes a cada 100 sintomáticos respiratórios, o
que nos dá informação suficiente para o preenchimento da tabela dessa forma:
#### COMENTÁRIO:
C) 23,75/1.000 habitantes < 1 ano e 2,47/1.000 habi- **C - CORRETA - A D.O deve ser preenchida pelo
tantes < 1 ano; - ERRADA VIDE COMENTÁRIO médico legista (IML) nos casos de obitos por
homicídio, acidentes (quedas) e suicídios.
D) 26,67/1.000 nascidos vivos e 2,77/1.000 nasci-
Contudo, Óbitos por causas externas + Locais
dos vivos. - ALTERNATIVA CORRETA
sem IML: qualquer médico da localidade, in-
vestido pela autoridade judicial ou policial,
na função de perito legista eventual (ad hoc)
TAKE HOME MESSAGE:: pode preencher a D.O.**
Saber as equações da taxa de mortalidade infan- D) INCORRETA - A D.O deve ser preenchida pelo
til e da taxa de mortalidade neonatal tardia e seus médico legista (IML) nos casos de obitos por
denominadores, vide resposta acima. homicídio, acidentes (quedas) e suicídios.
Fonte: Prova de Residência Médica USP-RP 2009; Tabnet/ E) INCORRETA - A D.O deve ser preenchida pelo
DataSUS. médico legista (IML) nos casos de obitos por
homicídio, acidentes (quedas) e suicídios.
QUESTÃO 60.
#### COMENTÁRIO:
Um trabalhador de 50 anos de idade caiu aci-
Questões sobre preenchimento e peculiaridades
dentalmente da escada no seu local de trabalho
da declaração de óbito (DO) são comuns nas pro-
fraturando o fêmur direito. Após permanecer in-
vas de residência. ESSA É UMA QUESTÃO QUE
ternado por um mês em tratamento ortopédico
NÃO PODE ERRAR.
no Hospital Universitário, veio a falecer em decor-
rência de broncopneumonia de decúbito duran- A Declaração de Óbito (D.O) é o documento-ba-
te um plantão noturno de final de semana. Nesse se do Sistema de Informações sobre Mortalidade
caso, assinale a alternativa que apresenta, corre- do Ministério da Saúde (SIM/MS). É composta de
tamente, por quem deve ser fornecida a declara- três vias autocopiativas (cada via com uma cor
ção de óbito. diferente e com um destino diferente), prenu-
meradas sequencialmente, fornecida pelo Mi-
A) Médico plantonista na noite do óbito.
nistério da Saúde e distribuída pelas Secretarias
B) Médico do Trabalho. Estaduais e Municipais de saúde conforme fluxo
C) Instituto Médico Legal – IML. padronizado para todo o país.
D) Ortopedista responsável pelo caso. A emissão da D.O é ato médico, segundo a legis-
E) Serviço de verificação de óbitos. lação do país. Portanto, ocorrida uma morte, o
médico tem obrigação legal de constatar e ates-
tar o óbito. Sendo assim, O médico tem respon-
#### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
sabilidade ética e jurídica pelo preenchimento e
A) INCORRETA - A D.O deve ser preenchida pelo pela assinatura da DO, assim como pelas infor-
médico legista (IML) nos casos de obitos por mações registradas em todos os campos deste
homicídio, acidentes (quedas) e suicídios. documento. Deve, portanto, revisar o documento
antes de assiná-lo.
B) INCORRETA - A D.O deve ser preenchida pelo
médico legista (IML) nos casos de obitos por
homicídio, acidentes (quedas) e suicídios.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 133
**Em que situações não emitir a D.O?** **Como preencher os quesitos relativos à causa
da morte (parte V da D.O)**
* No óbito fetal, com gestação de menos de 20 se-
manas, ou feto com peso menor que 500 gramas, * As causas a serem anotadas na DO são todas as
ou estatura menor que 25 cm. doenças, os estados mórbidos ou as lesões que
produziram a morte ou contribuíram para mes-
Observação: A legislação atualmente existen-
ma, além das circunstâncias do acidente ou da
te permite que, na prática, a emissão da DO seja
violência que produziram essas lesões.
facultativa para os casos em que a família queira
realizar o sepultamento do produto de concep- * O médico deverá declarar as causas da morte
ção. anotando apenas um diagnóstico por linha:
* AM predominante: leite materno, água e outras * Proteínas: tem menor concentração do que o
bebidas a base de água; leite de vaca, o que leva a menor sobrecarga re-
nal. Há maior concentração de proteínas do soro
* AM complementado: leite materno e alimentos
(ex: alfalactoalbumina, lactoferrina e lisozima IgA
complementares (sólido ou semissólido);
secretória) do que caseína, que são mais digerí-
veis e associadas a um esvaziamento gástrico
* AM misto ou parcial: leite materno e outros tipos
mais rápido;
de leite.
* Gorduras: rico em ácidos graxos essenciais e áci-
É recomendado o aleitamento materno exclusi-
dos graxos poli-insaturados de cadeia longa (LC-
vo por seis meses e complementado até os dois
-PUFA), que auxiliam no desenvolvimento cere-
anos ou mais. São vários os argumentos em fa-
bral, visual e melhoram resposta inflamatória;
vor do aleitamento materno: reduz mortalidade
infantil, reduz incidência e gravidade da diarreia,
* Carboidratos: a lactose é o principal, que age em
reduz morbidade por infecção respiratória, reduz
conjunto com o fator bífido promovendo o cres-
alergias e doenças crônicas, melhora nutrição e
cimento de Lactobacillus bifidus. Este altera o pH
desenvolvimento cognitivo, otimiza o desenvolvi-
local e torna o ambiente intestinal inadequado
mento da cavidade oral, menores custos financei-
para o crescimento de bactérias patogênicas;
ros e promove vínculo afetivo entre a mãe e o filho.
* Minerais: cálcio e fosforo em mesma quantida-
**Fisiologia da lactação:**
de que o leite materno; ferro em menor quanti-
dade, mas maior biodisponibilidade;
A preparação da mama para a lactação se inicia
durante a gestação (lactogênese- fase I), com
* Fatores de proteção: IgA secretória, fator bífido,
ação do estrogênio (estimula a ramificação dos
lactoferrina, lisozima, lactoperoxidase, oligossaca-
ductos lactíferos), e a progesterona (forma os ló-
rídeos, lipase, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B
bulos e a parte secretória da glândula). O início da
e T;
secreção do leite caracteriza a fase II da lactogê-
nese, que ocorre após a remoção da placenta com * Modificações na composição do leite.
a queda da progesterona e aumento da prolacti-
na produzida pela adeno-hipófise. Sendo assim, a **Variações ao longo da lactação:**
apojadura ocorrerá até o 3º ou 4º dia após o parto,
independente da sucção. Em seguida a fase III da * Colostro: produzido em 3 a 5 dias após o parto,
lactogênese (galactopoese) tem início e persiste possui mais proteínas (imunoglobulinas), mais
sódio, cloro, magnésio e vitamina A. Possui efeito
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 137
Variações ao longo do dia: a concentração de gor- São sinais de técnica incorreta: bochechas enco-
dura aumenta ao longo do dia. vadas, ruídos da língua, mama muito esticada ou
deformada durante a mamada, mamilos lesiona-
Variações de acordo com a idade gestacional: o
dos e dor a amamentação.
leite de mães de prematuros possui maior densi-
dade energética devido a maior teor de gorduras.
Também há mais proteínas, sódio, cloro, cálcio,
fósforo, vitaminas, IgA e lactoferrina. A lactose en- O recém-nascido deve ser mantido em aleita-
contra-se em menor quantidade. mento materno sob livre demanda, sem tem-
po de permanência preestabelecido, desde que
**Técnica da amamentação** ocorra o esvaziamento completo da mama.
QUESTÃO 62.
C) Um paciente com icterícia até os tornozelos e podendo permanecer por até 30 dias ou mais em
(ou) antebraço encontra-se na zona 3 de Kra- cerca de 10% dos bebês em aleitamento materno.
mer.
A metabolização da bilirrubina se inicia na degra-
D) O teste de Coombs direto avalia a presença
dação da porção heme das hemácias em biliver-
principalmente de anticorpos livres no plas-
dina, que é catabolizada pela enzima biliverdina
ma.
redutase em bilirrubina indireta (não conjugada)
E) A icterícia do aleitamento materno tem seu e transportada até o fígado pela albumina. Nele
pico geralmente na primeira semana de vida a bilirrubina indireta é conjugada pela enzima
e pode estar relacionada à baixa ingestão de glicoruniltransferase, e então a bilirrubina direta
leite materno e (ou) desidratação. deixa o fígado e é excretada através da bile. Ao
chegar no cólon, é transformada novamente em
#### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS: bilirrubina indireta pela enzima beta-glicuroni-
dase, que pode ser reabsorvida ou eliminada das
A) INCORRETA - A conjugação da bilirrubina é ca-
fezes e urina.
talisada pela enzima glicoruniltransferase.
B) INCORRETA - A icterícia fisiológica geralmente A classificação da icterícia neonatal envolve o gru-
tem início após 24 a 36 horas de vida. po das hiperbilirrubinemias indiretas produzidas
pelo aumento sérico da fração livre (BI), e a direta,
C) INCORRETA - A zona 3 de Kramer é a icterícia
decorrente do acúmulo da fração conjugada, ou
até os joelhos e cotovelos.
direta, da bilirrubina (BD). A hiperbilirrubinemia
D) INCORRETA - O teste de coombs direto confir- indireta pode ser derivada de causas fisiológicas
ma a presença de anticorpos IgG nos eritróci- e não fisiológicas:
tos do RN. O coombs indireto que avalia a pre-
sença de anticorpos livres no plasma. **Icterícia fisiológica:**
**E - CORRETA - A icterícia do aleitamento ma- * Geralmente tem início após 24 a 36 horas de
terno é uma forma icterícia não patológica, vida. Resulta de restrições do metabolismo dos
relacionada á baixa ingesta de leite materno recém-nascidos, que produzem 2 a 3 vezes mais
principalmente, com aumento da circulação bilirrubina do que o adulto, com maior quantida-
entero-hepática da bilirrubina.** de de hemoglobina e menor meia vida das he-
mácias. Também apresentam menor capacidade
de captação, conjugação e excreção hepática da
#### COMENTÁRIO: bilirrubina.
Questão que aborda diversos aspectos sobre icte- * A icterícia do aleitamento materno é uma forma
rícia neonatal, vamos revisar o tema. icterícia não patológica, relacionada a baixo apor-
te de leite materno, com aumento da circulação
A ícterícia é a coloração amarelada da pele e con- entero-hepática da bilirrubina, resultando em
juntivas decorrente do aumento da bilirrubina, perda excessiva de líquidos e peso.
pigmento derivado sobretudo da degradação da
hemoglobina. É definida como a concentração **Causas não fisiológicas:**
sérica da bilirrubina indireta (BI) > 1,5 mg/dl ou de
bilirrubina direta (BD) > 1,5 mg/dl, desde que esta Resultado de diversas patologias, é comum iniciar
represente mais do que 10% do valor de bilirru- nas primeiras 24 a 36 horas de vida e alerta para a
bina total. Apresenta pico entre 3-5 dias de vida presença de doença hemolítica por incompatibi-
em RN a termo e entre 5-7 dias em RN pré-termo lidade sanguínea Rh ou, menos frequentemente,
140 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
* Sexo masculino;
atingindo níveis elevados de bilirrubina, com pro- A hiperbilirrubinemia indireta pode levar a com-
va de coombs positiva em apenas 20% dos casos, plicações, sendo a encefalopatia bilirrubínica a
sem hemólise maciça. mais temida. A doença em sua fase aguda ocorre
nos primeiros dias e perdura por semanas, com
O tratamento da hiperbilirrubinemia indireta é letargia, hipotonia e sucção débil. Se não tratada,
baseado em fototerapia, exsanguineotransfusão, evolui para hipertonia, hipertermia e choro agu-
e, em alguns casos, a imunoglobulina standard do de alta intensidade. Em sua forma crônica há
endovenosa. A fototerapia é um método eficaz, tetraparalisia cerebral atetoide grave, neuropatia
não invasivo e sem restrições enquanto a sua auditiva, paresia vertical do olhar, displasia dental
utilização. Está indicada para todos os RN >35 e, ocasionalmente, deficiência mental.
semanas que atingem o valor maior ou igual ao
percentil 75 da curva de Bhutani, e a fototerapia Hiperbilirrubinemia direta resulta de distúrbios
intensiva dupla ( radiância de e 30 mcW/cm2/nm) hepáticos (doenças do trato biliar) ou doenças
a partir de percentil 95 do esperado para as ho- sistêmicas potencialmente graves ( sepse, toxi-
ras de vida. A exsanguineotransfusão é indicada nas, inflamação, doenças metabólicas). A icterícia
quando níveis de bilirrubina de cordão são maio- colestática é causada por uma obstrução extra
res de 4mg/dL e Hb < 13mg/dL, velocidade de ou intra hepática ao fluxo biliar, com retenção de
subida de bilirrubina > 0,5mg/dL por hora ou se substâncias que normalmente são excretadas ne
após 24 horas de vida atingir níveis de bilirrubina, bile, e o marcador mais comum é a hiperbilirru-
demonstrados na tabela a seguir (Tabela 1): binemia conjugada, que não é neurotóxica. Uma
das causas mais comuns é a atresia de vias bilia-
res, manifestada também com acolia fecal, colú-
ria, hepatoesplenomegalia e laboratorialmente
com elevação de enzimas canaliculares e hepá-
ticas. Crianças com atresia de vias biliares devem
ser imediatamente encaminhadas para correção
cirúrgica, que deve ser realizada idealmente até
60 dias de vida.
dias evoluem para a tosse paroxística, descrita #### TAKE HOME MESSAGE::
como tossidas curtas e rápidas, seguidas por uma
inspiração profunda que dá origem ao “guincho”. A coqueluche é uma infecção do epitélio ciliado
Durante as crises de tosse podem ser observa- do trato respiratório causada por um cocobacilo
das congestão facial, cianose, e principalmente Gram-negativo, a Bordetella pertussis. O quadro
nos menores de 3 meses de idade, apneia. Pode clínico inicia com tosse e sintomas de resfriado
ocorrer vômito após a tosse. A broncopneumo- comum, que após 7-10 dias evoluem para a tosse
nia é a complicação respiratória mais frequente, paroxística, descrita como tossidas curtas e rápi-
que pode ser causada pela B. pertussis ou por das, seguidas por uma inspiração profunda que
bactérias como H. influenzae b, Pneumococcus dá origem ao “guincho”. Em menores de 3 meses
e Staphylococcus. O óbito por coqueluche ocorre pode se manifestar com apneia. O diagnóstico é
90% das vezes em menores de 6 meses, e pode confirmado pelo isolamento da Bordetella per-
ser causado por insuficiência cardiorrespiratória, tussis na cultura de nasofaringe ou reação de ca-
hipoxemia refratária, choque cardiogênico e ex- deia de polimerase (PCR) positiva. O hemograma
trema leucocitose. pode demonstrar linfocitose com trombocitose
e a radiografia de tórax a presença de infiltrado
O diagnóstico é confirmado pelo isolamento da pulmonar ao redor das bordas cardíacas – “cora-
Bordetella pertussis na cultura de nasofaringe ou ção peludo”. O tratamento é feito com Macrolí-
reação de cadeia de polimerase (PCR) positiva. deos, sendo a Azitromicina a primeira opção.
Outros exames podem auxiliar o diagnóstico: he-
mograma com linfocitose intensa e trombocito-
se.; radiografia de tórax com infiltrado pulmonar
###### REFERÊNCIAS:
ao redor das bordas cardíacas – “coração peludo”.
restrição do fluxo de ar, gerando estridor inspira- A avaliação do estridor e da gravidade do quadro
tório. leva em consideração alguns sinais clínicos (con-
forme o quadro abaixo) como a presença de es-
Tipicamente se manifesta como uma rinorreia tridor em repouso, o grau de retração, a presença
clara, faringite, tosse leve e febre baixa. Após 12 de cianose e o nível de consciência, sendo que
a 48 horas do início do quadro, evolui com sin- crianças menores de seis meses de idade, pa-
tomas de obstrução de vias aéreas superiores. cientes com estridor em repouso ou alteração do
Pode levar a quadros de insuficiência respiratória nível de consciência e detecção de hipercapnia e/
mais grave, com retração de fúrcula, batimento ou hipoxemia indicam potencial risco de desen-
de asas nasais, cianose e agitação psicomotora. É volvimento de falência respiratória.
um quadro autolimitado, com resolução dos sin-
tomas em 3 a 7 dias, podendo atingir até 14 dias.
O diagnóstico é baseado nos achados clínicos. Os O manejo desse paciente objetiva a manuten-
achados clássicos de radiografia cervical com es- ção das vias aéreas patentes, devendo-se manter
treitamento da traqueia subglótica (sinal da pon- o paciente o mais calmo possível, evitando-se a
ta de lápis ou torre de igreja) são de pouco valor e manipulação e exames desnecessários. O choro
não devem atrasar o início do tratamento, já que aumenta a pressão torácica negativa, podendo
podem estar presentes em uma criança saudável gerar maior colapso das vias aéreas e transforma
apenas pelo estreitamento anatômico desta re- o fluxo de ar laminar em turbulento.
gião, assim, o exame radiológico cervical se reser-
va à investigação diagnóstica de outra etiologia O tratamento farmacológico inclui o uso de cor-
para os sintomas de crupe. ticosteróides e adrenalina. Os corticosteróides re-
duzem a gravidade dos sintomas, a necessidade
146 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
A maioria das crianças com laringotraqueíte não Um lactente de 2 anos de idade compareceu ao
requer intubação após o uso de epinefrina e de- pronto-socorro infantil levado pela mãe, que refe-
xametasona. No paciente em que a obstrução riu estar a criança apresentando febre há 4 dias.
da via aérea é iminente, o procedimento deve Ao exame físico, não foi evidenciado foco que jus-
ser realizado em ambiente bem controlado, pelo tificasse a febre. Entre os exames solicitados pelo
profissional mais experiente. pediatra de plantão, estavam o exame de urina
tipo 1 e a urocultura, por saco coletor, que evi-
A questão aborda um paciente que apresenta a denciou significativa leucocitúria, nitrito positivo
história clássica de laringite viral, evoluindo com e 10.000 UFC/mL de enterobactérias. Acerca da
sinais de desconforto respiratório moderado e es- melhor conduta nesse caso, assinale a alternativa
tridor aparentemente em repouso. A questão não correta:
coloca os demais sinais que deveriam ser avalia-
dos para a escolha da realização da adrenalina, A) Iniciar antibioticoterapia ambulatorialmente.
como cianose, nível de consciência, e a descrição
B) Iniciar antibioticoterapia parenteral.
da ausculta pulmonar dá a entender que o pa-
ciente apresenta entrada de ar diminuída, o que C) Aguardar antibiograma para melhor direcio-
o classificaria inicialmente com 6 pontos. Porém namento.
dentre as opções apresentadas, a única alterna- D) Coletar novamente urina tipo 1 e urocultura
tiva que traz opções compatíveis com tratamen- por cateterismo vesical.
to da doença é a que coloca o uso de corticoide
sistêmico e adrenalina inalatória, tornando então E) Alta médica com orientações e sintomáticos.
esta a alternativa correta.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 147
A infecção do trato urinário (ITU) é definida pela * Sondagem vesical: é um método invasivo, po-
presença de bactéria patogênica no sistema uri- dendo lesar a mucosa uretral, porém oferece me-
nário associada a sintomas inflamatórios. A ITU nores riscos de contaminação, com resultados
pode ser dividida em duas categorias a depen- mais confiáveis;
der do nível de comprometimento do sistema
148 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
* Punção supra púbica: método invasivo, está in- tratamento ambulatorial. Por outro lado, naque-
dicado nos casos em que a coleta por outras vias las com febre alta, toxemiadas e com comprome-
não é confiável, como por exemplo comprome- timento do estado geral o tratamento inicial deve
timento da área perineal. A técnica consiste em ser com a criança hospitalizada.
puncionar, após assepsia, 2 cm acima da sínfise
pubiana, em ângulo de 10-30° a uma profundida- A melhora do estado geral e o desaparecimento
de de 2-3 cm. da febre em 48-72 horas são indicativos de uma
boa resposta ao tratamento instituído. O tempo
A confirmação da ITU é feita pela cultura da urina, médio de duração do tratamento deve ser de 10
sendo o exame padrão-ouro que detecta micror- dias, admitindo-se variação entre 7-14 dias.
ganismos no trato urinário. É considerado bacte-
riúria significativa a presença 100.000 UFC (uni- A questão aborda um paciente que durante uma
dades formadoras de colônia) ou mais de uma investigação para febre foi coletado exame de uri-
única bactéria. A identificação de duas ou mais na por saco coletor com alterações no exame de
cepas de bactérias diferentes em uma mesma urina 1. Porém como visto anteriormente, o exa-
amostra sugere contaminação durante a coleta, me realizado através da coleta por saco coletor só
podendo ser repetido o exame. tem validade em casos negativos, sendo que para
a confirmação diagnóstica de ITU o paciente pre-
Outros exames laboratoriais, como hemograma cisa de uma coleta por sondagem vesical.
e PCR, podem estar normais ou apresentar al-
terações indicativas de uma infecção bacteriana
aguda, principalmente nas pielonefrites. A pre-
#### TAKE HOME MESSAGE::
sença de leucócitos ou piócitos (piúria) na análise
de urina é muito sugestiva de ITU, assim como a
A infecção do trato urinário é definida pela pre-
positividade na fita reativa para nitritos (teste do
sença de bactéria patogênica no sistema urinário
nitrito positivo) e para esterase leucocitária.
associada a sintomas inflamatórios. Pode ser divi-
dida em duas categorias a depender do nível de
A maioria dos episódios de ITU é causada por
comprometimento do sistema urinário, com di-
bacilos gram-negativos aeróbicos, como: Esche-
ferentes sintomatologias entre elas: cistite (infec-
richia, Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter, Pro-
ção urinária baixa) e pielonefrite (acometimento
teus, Serratia e outros menos frequentes.
do parênquima renal). A confirmação diagnósti-
O tratamento das das ITUs varia de acordo com ca é feita pela cultura da urina, sendo o exame
a idade do paciente, a gravidade da apresenta- padrão-ouro que detecta microrganismos no tra-
ção, fatores de risco (como infecções recorrentes to urinário. A escolha do antibiótico a ser empre-
ou perfis de resistência antimicrobiana) e a loca- gado deve levar em consideração o agente nos
lização da infecção. A escolha do antibiótico a ser padrões de sensibilidade antimicrobiana local,
empregado deve levar em consideração o agente ajustando de acordo com o teste de sensibilidade
nos padrões de sensibilidade antimicrobiana lo- do uropatógeno isolado, caso necessário.
cal, ajustando de acordo com o teste de sensibi-
lidade do uropatógeno isolado, caso necessário.
* Grau IV: o refluxo preenche e dilata moderada- RVU graus III a V. Nas crianças que mesmo em
mente o ureter, o sistema coletor e os cálices re- vigência de antibioticoprofilaxia, apresentarem
nais, com discreta tortuosidade do ureter; novos episódios de ITU, o tratamento cirúrgico
deve ser indicado.
* Grau V: refluxo com dilatação grosseira do ure-
ter, sistema coletor e cálices renais, com tortuosi- Existem algumas indicações de tratamento cirúr-
dade ureteral importante e perda das impressões gico, sendo absolutas: ITU de repetição a despei-
papilares. to da antibioticoprofilaxia; e relativas: preferência
dos pais, persistência de RVU grau III a V em pa-
cientes assintomáticos; RVU grau III a V em pa-
cientes com cicatrizes renais; pacientes com difi-
culdades de acompanhamento clínico e acesso a
serviços de saúde; persistência do RVU em meni-
nas após os 5 anos de idade.
* anorexia/ aspecto de fome; * edema três cruzes (em face e/ou sinal cacifo po-
sitivo);
* apatia/ irritabilidade;
* falha no teste do apetite;
* fácies senil (perda da bola gordurosa de bichat
em maxila); * alguma complicação clínica presente; (ex: infec-
ções, hipoglicemia, letargia, desidratação grave,
* fontanela anterior deprimida; instabilidade hemodinâmica).
aborda conceitos gerais clínicos das formas gra- 4. Mehler, P. (2023). Anorexia nervosa in adults
ves de desnutrição, conforme visto acima. and adolescents: the refeeding syndrome. Wal-
tham, MA: UpToDate, 4.
aleitamento materno. Caso a criança evolua com * RN até 48 horas de vida: 47 mg/dL de acordo
outras sintomatologias e apresente fatores de com a Academia Americana de Pediatria (AAP) e
risco para infecção, deve-se expandir a hipótese 50 mg/dL de acordo com a Sociedade de Endo-
diagnóstica para sepse neonatal. crinologia Pediátrica Americana (PES);
D) INCORRETA. Sinais de baixo débito sistêmico * RN com mais de 48 horas de vida: há resultados
ou cianose devem ser sempre direcionadas aos conflitantes sobre a definição de um nível alvo de
casos de cardiopatias estruturais e investigadas glicemia de segurança. Atualmente, um limite
com ecocardiograma. A hipoglicemia pode ser aceitável para este grupo ainda é considerado 60
decorrente dos distúrbios do RN com fator de mg/dL;
risco para hipoglicemia transitória, assim como
pode ser associado a cardiopatia que determi- * Após 72 horas de vida: 70 mg/dL de acordo com
na hipoglicemia mais refratária, uma vez que há AAP e PES.
consumo de glicose em maior demanda nestas
Antes do nascimento, o feto recebe glicose de for-
crianças.
ma contínua, pois atravessa a placenta por difu-
E) INCORRETA. A triagem infecciosa não deve ser são facilitada proveniente da circulação materna.
solicitada apenas nos casos onde há hipoglice- Durante o trabalho de parto e o parto, a secreção
mia isolada sem outros fatores de risco associado. de hormônios como glicocorticoides e cateco-
laminas aumenta as concentrações da glicemia
fetal. O controle da regulação glicêmica ocorre
pela conjunção de várias vias metabólicas, como
#### COMENTÁRIO:
a glicogenólise, gliconeogênese, oxidação de áci-
Os recém-nascidos apresentam risco aumenta- dos graxos mitocondriais e cetogênese, que são
do de hipoglicemia em relação aos adultos, por controladas por vários hormônios, dentre eles o
conta da elevada taxa de utilização de glicose glucagon, epinefrina, cortisol e GH.
em função de possuírem uma massa cerebral
Estes hormônios contrarreguladores estimulam
proporcionalmente maior com relação ao tama-
a glicogenólise e a gliconeogênese apresentan-
nho corporal. Portanto, a hipoglicemia é o distúr-
do ação hiperglicemiante e também lipolítica,
bio metabólico mais frequente nos neonatos. A
liberando ácidos graxos livres para a circulação,
grande preocupação em relação aos episódios de
que podem ser utilizados como substratos ener-
hipoglicemias prolongadas ou recorrentes, são as
géticos por alguns tecidos como o músculo, ou
consequências neurológicas que podem se de-
ser encaminhados ao fígado onde serão oxidados
senvolver a longo prazo.
em corpos cetônicos. Além de estimular a oxida-
A definição de hipoglicemia permanece contro- ção dos ácidos graxos e a formação dos corpos
versa em neonatos. De acordo com o Documento cetônicos, os hormônios contrarreguladores tam-
Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasi- bém aumentam a taxa de produção hepática de
leira de Pediatria, lançado em 2022, hipoglicemia glicose defendendo o organismo da hipoglice-
neonatal pode ser definida como a condição in- mia. RNT e amamentados ao seio têm glicemias
dividualizada em que a concentração de glicose mais baixas, mas concentrações mais altas de
plasmática é baixa o suficiente para causar sinto- corpos cetônicos do que bebês alimentados com
mas e/ou sinais de disfunção cerebral. fórmula. Acredita-se que crianças amamentadas
toleram valores menores de glicemia, sem mani-
Em RN sintomáticos, a hipoglicemia é definida festação clínica ou sequelas de hipoglicemia por
quando a glicemia plasmática é inferior a um li- conta da cetogênese.
mite que varia com diferentes diretrizes, sem ha-
ver consenso:
156 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
A hipoglicemia neonatal é classificada em dois mL/kg de glicose a 10% (200 a 400 mg/kg), segui-
grupos: do de infusão contínua de solução glicosada com
VIG de 5 a 8 mg/kg/minuto (80 a 100 mL/kg/dia);
* Transitória (duração de algumas horas até 3 dias)
* Já para o RN de risco com hipoglicemia assin-
* Persistente (duração maior que 3 dias). tomática, o tratamento vai consistir no aumento
da frequência de alimentação, apoiando o aleita-
A triagem de rotina com a glicemia capilar não é
mento materno. Para facilitar, dividiremos a con-
necessária em RN a termo saudáveis após uma
dição ocorrendo em até 4 horas de vida e após 4
gestação e parto normais. A concentração de gli-
horas de vida. Nas primeiras 4 horas de vida, ali-
cose no sangue só deve ser medida naqueles que
mentação na primeira hora e glicemia 30 minu-
tenham manifestações clínicas ou que tenham
tos após a primeira dieta. Se glicemia inicial me-
fatores de risco para hipoglicemia, de acordo com
nor que 25 mg/dL, repetir dieta + gel de dextrose
os mecanismos fisiopatológicos:
40% e repetir glicemia após 1 hora - se menor que
25 mg/dL, glicose EV, se entre 25-40 mg/dL, rea-
* Estoques baixos de glicogênio hepático e/ou
limentar ou glicose EV se necessário. Agora, se a
oferta inadequada de aminoácidos e lipídeos
hipoglicemia ocorrer entre 4h e 24h de vida, dieta
para neoglicogênese: Prematuridade; RN PIG;
a cada 2-3h com glicemia antes de cada dieta. Se
RCIU; atraso na alimentação/baixa oferta calórica;
glicemia <35 mg/dL, repetir dieta + gel de dextro-
* Consumo aumentado e/ou redução da produ- se 40% e glicemia após 1h. Se glicemia <35 mg/dL,
ção de glicose: Asfixia; Sepse/choque; Hipotermia; glicose EV, se glicemia entre 35-45 mg/dL, reali-
Policitemia; Uso de betabloqueadores pela mãe; mentar ou glicose EV se necessário.
* Hiperinsulinismo: RN de mãe diabética; GIG; * Antes das dietas, a glicemia esperada é maior
Síndrome de Beckwith-Wiedemann; Hiperinsu- ou igual a 45 mg/dL.
linismo congênito; Uso de medicamentos β2-a-
Sinais e sintomas de hipoglicemia no período
gonistas pela mãe (terbutalina); Tumores produ-
neonatal tendem a ser inespecíficos, incluindo
tores de insulina (nesidioblastose, carcinoma de
tremores, irritabilidade, sucção débil, letargia, ta-
células das ilhotas pancreáticas);
quipneia, cianose e hipotermia, que podem estar
* Deficiências hormonais e EIM associados também a outras condições tais como
sepse, desconforto respiratório, cardiopatias.
A PES recomenda que os RN que se mantiveram
com glicemia menor que 60 mg/dL, após 48 ho- O enunciado nos trouxe um RN termo, filho de
ras de vida, devam ser investigados (final do pe- mãe diabética, que se apresentava com sucção
ríodo de transição). débil e hipoatividade na vigência de hipoglice-
mia, ou seja, um quadro sintomático. Nestes ca-
O objetivo do tratamento da hipoglicemia é nor- sos, o tratamento deve ser push de glicose em
malizar os valores de glicose plasmática. Nos RN leito de UTI neonatal com manutenção das taxas
pré termo tardio (de 34 a 36 semanas e 6 dias), RN de infusão de glicose para suporte glicêmico.
PIG, filho de mãe diabética e RN GIG, dividimos
em Sintomáticos e Assintomáticos.
O pico de incidência das anemias ferroprivas são Ao invés de simplesmente memorizar os valores
durante os períodos de maior crescimento e de- acima, é mais vantajoso compreender o que cada
senvolvimento da infância, como por exemplo um significa para, assim, facilitar o diagnóstico,
nos primeiros três anos de vida e no estirão da não só da anemia ferropriva, mas também de
adolescência. A maior causa de sua ocorrência seus principais diagnósticos diferenciais. Os reti-
é a carência nutricional por diversas causas: au- culócitos, por exemplo, representam a atividade
mento da ingesta de alimentos ultraprocessa- medular (altos = produção medular adequada ou
dos de baixo valor nutricional, baixa ingestão de aumentada), dessa forma, quando estamos dian-
carne ou vegetarianismo sem acompanhamento te de uma anemia carencial falta substrato para
nutricional adequado, ingestão excessiva de leite produção de hemoglobina e, por consequência,
de vaca integral e derivados após os 12 meses de novas células da linhagem eritrocitária, dessa for-
idade (>600ml/dia) ou mesmo em situações de ma é esperado que os eritrócitos estejam reduzi-
carência nutricional global por insegurança ali- dos na carência de ferro.
mentar/ fome. Além disso, também podemos ter
anemias ferroprivas por sangramentos (sangue O Índice de saturação de transferrina, por sua vez,
oculto nas fezes por verminoses, doença inflama- é referente ao transporte de íons ferro por cada
tória intestinal, menometrorragia, etc.), déficit de molécula de transferrina, ou seja, o quanto cada
absorção de ferro enteral, entre outros. molécula está saturada ou “ocupada” por íons de
ferro. Dessa forma, se temos pouco ferro no orga-
O diagnóstico da anemia ferropriva pode ser nismo, nossas moléculas de transferrina estarão
dado na grande maioria dos casos com análise transportando pouco ferro em cada uma. É por
de hemograma completo e do perfil de ferro, isso que temos a saturação de transferrina baixa
conforme valores descritos abaixo (esperados em diante de uma anemia ferropriva. Já a capacida-
caso de anemia por deficiência de ferro): de total de ligação de ferro (TIBC) é referente aos
sítios de ligações das moléculas de transferrina
* Massa eritrocitária: baixa (= eritrócitos/ eritróci- disponíveis para a ligação dos íons de ferro. As-
tos totais ou hemácias); sim, diante de pouco ferro teremos muitos loci
disponíveis, com um TIBC elevado.
* Hb/ Ht: baixos (conforme faixa etária);
Uma analogia para facilitar a interpretação da sa-
* Reticulócitos: baixos (<2%);
turação de transferrina e da capacidade total de
ligação de ferro (TIBC) seria observar que a trans-
* VCM: baixo (<80);
ferrina funciona como um veículo de transporte
* RDW ou índice de anisocitose: alto (>15); (como um ônibus), sendo os íons de ferro os seus
“passageiros”. A saturação de transferrina seria a
* Ferritina: baixa (<20) obs: pode estar normal ou sua ocupação do veículo (cheio ou vazio) e a ca-
aumentada em vigência de infecção ou inflama- pacidade total de ligação de ferro seriam os as-
ção associados; sentos totais disponíveis.
* Ferro sérico: baixo (<30); Além disso, o diagnóstico pode ser confirmado
por incremento de Hb e aumento de reticulócitos
* Índice de Saturação de Transferrina: baixo (<12- após início do tratamento com suplementação
15%); de ferro e eletroforese de hemoglobina normal.
* Capacidade total de ligação de ferro (TIBC): alto O tratamento na infância é realizado via enteral
(>450). com o equivalente a 3-6mg/kg/dia de ferro ele-
mentar, inicialmente por 12 semanas, sendo que
160 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
* Glicinato férrico 50mg de ferro elementar por 2. Powers, J. M., & Mahoney, D. H. (2021). Iron defi-
mL (2,5mg/gota); ciency in infants and children< 12 years: Screening,
prevention, clinical manifestations, and diagnosis.
* Ferropolimaltose gotas: 100mg de ferro elemen-
UpToDate. Acesso em 17 de abril de 2023. Dispo-
tar por mL (5mg/gota);
nível em: [https://www.uptodate.com/contents/
iron-def iciency-in-infants-and-children-less-
* Sacarato de Hidróxido férrico (EV): 20mg Fe por
-than12-years-screening-prevention-clinical-ma-
mL.
nifestations-and-diagnosis?search=anemia%20
A pergunta, em si, nesse caso segue o padrão de ferropriva&source=search\ _result&selectedTi-
respostas diretas, na qual precisamos lembrar tle=1\~150&usage\ _type=default&display\ _rank=1#]
do diagnóstico laboratorial da anemia ferropriva (https://www.uptodate.com/contents/iron-de-
para acertarmos o gabarito. f iciency-in-infants-and-children-less-than-
12-years-screening-prevention-clinical-mani-
festations-and-diagnosis?search=anemia%20
ferropriva&source=search%5C_result&selec-
#### TAKE HOME MESSAGE:: tedTitle=1%5C~150&usage%5C_type=default&dis-
play%5C_rank=1#)
* A anemia ferropriva é uma anemia microcítica
(VCM baixo) e carencial (Fe baixo, reticulócitos
reduzidos). O número total de eritrócitos produ-
QUESTÃO 70.
zidos também é baixo pois a produção medular
está deficitária, diferente do que ocorreria nas ta-
Manter uma boa higiene oral e consultas regula-
lassemias, seu principal diagnóstico diferencial.
res ao odontopediatra desde o momento em que
Nas questões de prova: atenção para os exames
o bebê tenha seus primeiros dentes de leite per-
laboratoriais que confirmam anemia ferropriva
mitirá o acompanhamento do desenvolvimento
(em negrito no texto acima), além de fatores de
de toda região orofacial e uma boa saúde bucal
risco apresentados pelo enunciado: faixa etária,
ao longo da infância. A A respeito desse tema, as-
alto consumo de leite após 1 ano de idade, des-
sinale a alternativa correta.
mame precoce, uso de leite de vaca integral no
primeiro ano de vida, baixo consumo de carnes e
A) Antes de os dentes aparecerem, o bebê que
verduras, a não realização de profilaxia de 6m a 2
recebe apenas o aleitamento materno não ne-
anos de idade, entre outros. Diante de um quadro
cessita de limpeza da boca.
parecido com anemia ferropriva sem resposta ao
tratamento com ferro em dose adequada, lem- B) O excesso de alimentos processados e que
brar das talassemias. contêm açúcar pode levar à obesidade e à dia-
betes mellitus, porém tem pouca influência
quando se trata de saúde bucal.
C – A escovação deve ser iniciada somente após o
aparecimento dos dentes permanentes, usan-
do escova e pasta de dentes com flúor.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 161
patelar. Conhecida como doença de Osgood- manobras não tem mais efeitos, devendo procu-
-Schlatter. Definida como epifisite (inflamação rar outros sinais como limitação da abdução do
da epífise de tração), resultado de um proces- quadril, sinal de Galeazzi, teste de Klisic, teste de
so contínuo de microtraumas por tração ou Trendelenburg (> 12 meses). Para diagnóstico, o
esforços constantes, sendo mais frequentes USG é o exame de escolha, mas importante res-
em meninos entre 10 e 15 anos. O diagnóstico saltar que no período neonatal é preferível o exa-
é clínico e manifesta-se com dor na região an- me físico, devido ao elevado índice de falso-posi-
terior do joelho, que pode se apresentar como tivos do USG. O tratamento consiste em manter
tumoração. Dor que piora com a digitopressão congruência entre a cabeça do fêmur e o acetá-
e é agravada por atividades físicas. A avaliação bulo. Nos RN e < 6 meses utiliza-se o suspensó-
radiológica em incidência lateral pode mostrar rio de Pavlik por 6 semanas. De 6 meses a 2 anos
fragmentação da tuberosidade tibial e edema realiza-se redução fechada sob anestesia geral
de partes moles. A doença é autolimitada e o associado a colocação de gesso por 12 semanas.
tratamento conservador com repouso por 2 Acima de 2 anos, está indicada a redução cruen-
semanas, crioterapia, analgésicos e AINES. ta. A principal complicação das correções feitas
de forma inadequada é a necrose avascular da
D) INCORRETA - A displasia do desenvolvimen-
cabeça femoral.
to do quadril (DDQ) refere-se ao espectro de
imaturidade do desenvolvimento da articula-
E) INCORRETA - A doença de Sever acomete a
ção do quadril; uma condição na qual existe
região dos pés. É caracterizada por dor mo-
uma relação anormal entre a cabeça femoral
derada ou intensa na tuberosidade posterior
e a cavidade acetabular. Variam de condições
do calcâneo. A faixa etária em que ocorre com
clínicas que vão desde a instabilidade clínica
frequência é entre 9 e 11 anos nos meninos e
da articulação coxofemoral, passando pela
entre 8 e 10 anos nas meninas. História de hi-
persistente inclinação do teto acetabular, até
persensibilidade, frequentemente ligada às
a perda parcial do contato (subluxação), que
atividades esportivas, e dor deflagrada pela
progride até a perda total, conhecida como lu-
palpação da face posteromedial do calcâneo.
xação articular completa.
É comum haver limitação da dorsiflexão do pé.
A denominação “displasia do desenvolvimento
O exame radiográfico é de pouca valia, uma vez
do quadril” é preferível, porque destaca o caráter
que as irregularidades observadas na apófise
dinâmico dessa doença que tanto pode regredir
posterior do calcâneo sintomático também po-
e resgatar a normalidade como piorar conforme
dem ser evidenciadas no lado normal.
o desenvolvimento da criança. Os dois fatores de
risco mais importantes segundo a AAP são a po- O tratamento é sintomático, com aplicação local
sição pélvica e a história familiar. Entre os fatores de gelo e uso de AINH. Mecanicamente, a adoção
pós-natais, está a forma de posicionamento, já de calçados com pequenos saltos (2 a 2,5 cm) e
que, em algumas culturas, os bebês são envoltos repouso relativo quanto à atividade física aliviam
em mantas, com os membros inferiores estendi- a dor. Fisioterapia é uma boa medida para evitar
dos e aduzidos, predispondo, assim, à displasia. prolongamento da crise ou mesmo recidiva da
dor aguda.
Após o nascimento, pode-se observar a luxação
através da manobra de Ortolani. Ainda no exa-
me físico, pode-se perceber assimetria de pre-
#### COMENTÁRIO:
gas cutâneas dos membros inferiores e glúteos.
Para verificar se o quadril é luxável, aplica-se a
Questão recorrente que aborda as doenças do
manobra de Barlow. A partir de 2-3 meses, essas
quadril e membros inferiores nas crianças. Quase
166 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
sempre a questão aborda o tema dessa forma do processo, podendo geral osteoartrose do qua-
com o caso clínico, solicitando o diagnóstico, sen- dril na fase adulta. Crianças com menos de seis
do importante saber diferenciar uma doença da anos evoluem melhor, pois têm maior potencial
outra. para remodelamento da cabeça femoral.
As crises são classificadas como espasmos de du- #### TAKE HOME MESSAGE::
ração breve, normalmente em salvas, com flexão
(simulando abraço ou susto) ou extensão súbita * A Síndrome de West é a mais cobrada nas pro-
dos membros e tronco. vas. Tem seu início no primeiro ano de vida, com
pico entre 4 e 7 meses de vida. Corresponde à en-
O EEG demonstra o clássico padrão de hipsarrit- cefalopatia epiléptica mais frequente do primeiro
mia, caracterizado por atividade de base alenteci- ano de vida, sendo definida pela clássica tríade:
da e desorganizada, com descargas polimórficas espasmos infantis, atraso ou involução do DNPM
de onda aguda, espícula, poliespícula, espícula- e EEG com padrão de hipsarritmia.
-onda e poliespícula-onda mescladas por ondas
lentas de elevada amplitude (acima de 200 mi- ###### **Referência:**
crovolts), sendo marcante a ausência de concor-
dância de fase nos surtos de descargas e a ativa- 1. Nelson Tratado de Pediatria - Sociedade Brasi-
ção durante as fases iniciais do sono REM. leira de Pediatria
O tratamento desta síndrome deve ser iniciado o 2. Epileptic Syndromes in Childhood. A Practical
mais brevemente possível. Apresentados resulta- Approach. Artigo Original - Ano 2018 - Volume 8
dos satisfatórios com o uso de ACTH, intramus- - Supl.1.
cular em dose baixa ou prednisolona via oral em
doses altas. Efeitos colaterais como aumento da
pressão arterial, osteoporose, imunossupressão QUESTÃO 74.
transitória e alterações de resposta adrenocorti-
cal podem limitar seu uso em algumas crianças. Lactente masculino, 2 meses de idade, é levado
A Vigabatrina é considerada FAE de primeira li- ao Ambulatório com lesões de pele avermelhadas
nha, particularmente nos casos secundários à em face, além de micropápulas em lobo da ore-
complexo esclerose tuberosa. Embora o risco de lha esquerda, observadas há aproximadamente,
perda visual concêntrica limite sua indicação em cinco dias. A genitora informa que tem observa-
alguns casos, a vigabatrina é bem tolerada por do o bebê mais inquieto; nega outras alterações.
praticamente todos os pacientes. Ácido valpróico O bebê usa aleitamento materno exclusivo. Para
e benzodiazepínicos podem ser indicados em ca- higiene, utiliza sabonete neutro. Nega febre e
sos específicos. Em pacientes refratários às medi- outras alterações. No momento, ativo, hidratado,
cações habituais, podem ser indicados topirama- afebril; sem outras alterações ao exame, exceto
to, lamotrigina, imunoglobulinas endovenosas e ressecamento na pele da face, principalmente,
dieta cetogênica. Nas crianças com lesão cerebral nas regiões malares. Indique qual a faixa etária
focal e estrita correlação eletrográfica e de neu- de surgimento da principal suspeita diagnóstica
roimagem, procedimentos cirúrgicos podem ser para casos como este:
considerados.
A) Antes dos 5 anos de idade
O prognóstico é reservado, com elevada morbi-
B) Durante a adolescência.
dade neurológica e mortalidade estimada em
torno de 5% nos primeiros dois anos de vida. C) No período neonatal.
Diagnóstico precoce está relacionado à melhor D) Na fase escolar.
evolução, particularmente quando o tratamen-
to medicamentoso é instituído no primeiro mês
após o início dos espasmos.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 169
* Idade de início precoce, em geral antes do se- A faixa etária dos lactentes usualmente é a de iní-
gundo ano de vida; cio dos sintomas de dermatite atópica, no caso
da questão a localização em face associada a pele
* Eczema nas flexuras cubital e poplítea e região xerótica e a faixa etária levam a suspeita diagnós-
anterior dos tornozelos, e nos menores de 4 anos tica de dermatite atópica, cuja idade de início ge-
região malar e frontal e face extensora de mem- ralmente é antes dos 5 anos, sendo 60% no pri-
bros. meiro ano de vida.
#### COMENTÁRIO:
A indicação de quimioprofilaxia para meningi- <48h da exposição), no máximo 14 dias após a ex-
te meningocócica é para moradores da mesma posição.
casa, comunicantes em creches, e pessoas com
contato próximo. Ela é indicada independente- **O esquema recomendado pelo ministério da
mente do estado vacinal dos contactantes, e deve saúde encontra-se na tabela abaixo:**
ser administrada o quanto antes (de preferência
Quadro 3 - Esquema quimioprofilático indicado
para doença meningocócica:
Guia de Vigilância em Saúde, Ministério da Saú- no máximo 14 dias após a exposição. A droga de
de. 5a edição, 2022 escolha é a rifampicina, administrada a cada 12
horas durante 2 dias.
Já a indicação de quimioprofilaxia após expo-
sição ao H. influenzae pode ser indicada para * Já a indicação de quimioprofilaxia após exposi-
contactantes próximos (pessoa que mora com o ção ao H. influenzae pode ser indicada para con-
paciente ou que passou mais de 4 horas por dia tactantes próximos que tenham contato com
durante 5 dias na última semana) que tenham crianças abaixo de 4 anos não adequadamente
contato com crianças abaixo de 4 anos não ade- vacinadas, ou que tenham contato com bebês
quadamente vacinadas, ou que tenham contato abaixo de 1 ano de idade, ou que tenham con-
com bebês abaixo de 1 ano de idade, ou que te- tato com pessoas imunossuprimidas abaixo de
nham contato com pessoas imunossuprimidas 18 anos independente do status vacinal. A qui-
abaixo de 18 anos independente do status vaci- mioprofilaxia deve ser iniciada o quanto antes,
nal. A quimioprofilaxia deve ser iniciada o quanto com rifampicina uma vez ao dia por 4 dias.
antes, com rifampicina uma vez ao dia por 4 dias.
###### REFERÊNCIAS:
#### TAKE HOME MESSAGE::
1. Guia de Vigilância em saúde, Ministério da Saú-
* A quimioprofilaxia para meningite meningocó- de. 5a edição revisada e atualizada (2022). Dispo-
cica é indicada para moradores da mesma casa, nível em [Guia de vigilância em Saúde - 5ª edição.
comunicantes em creches, e pessoas com conta- pdf — Português (Brasil)](https://www.gov.br/sau-
to próximo, independentemente do estado vaci- de/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/meningite/
nal dos contactantes, e deve ser administrada o publicacoes/guia-de-vigilancia-em-saude-5a-e-
quanto antes (de preferência <48h da exposição), dicao.pdf/view).
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 173
2. [Treatment and prevention of meningococcal **E - CORRETA - Como vimos, ao identificar uma
infection - UpToDate](https://www.uptodate.com/ bradicardia com comprometimento cardiopul-
contents/treatment-and-prevention-of-menin- monar, como o choque, o primeiro passo é ini-
gococcal-infection), acesso em 23/06/23. ciar oxigenação e ventilação adequadas.**
* **Primeiro grau**
que estimule o tônus vagal (parassimpático), no congênito, IAM, aumento de tônus parassimpáti-
IAM e na doença de Lyme. Ocasionalmente pode co, efeitos farmacológicos tóxicos ou hipóxia/aci-
causar uma pré-síncope, mas costuma ser assin- dose grave, bem como doença de Lyme.
tomático.
Os sintomas mais frequentes associados são: fa-
* **Segundo grau tipo Mobitz II** diga, sensação de desmaio e síncope.
* **Medicações**
Pode ser causado por um doença ou lesão gra-
ve no sistema de condução, inclusive miocardite.
* **Epinefrina**
Também pode ser consequência de uma abor-
dagem cirúrgica cardíaca, um bloqueio total
176 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
**Doses epinefrina**
**Atropina**
envolva telas digitais é inadmissível para crianças atenção e hiperatividade, transtornos relaciona-
com menos de 2 anos, mesmo que esses recur- dos à autoimagem e autoestima, risco de abuso
sos sejam vendidos como “educacionais”. sexual virtual, problemas visuais e auditivos pelo
uso excessivo de telas e fones e problemas postu-
D) INCORRETA - para menores de 2 anos nenhum rais e musculoesqueléticos.
tempo de tela é aceitável. Além disso, a SBP reco-
menda que telas nunca sejam utilizadas durante Por este ser um problema crescente, a Sociedade
as refeições para nenhuma idade. Brasileira de Pediatria elaborou em 2016 uma sé-
rie de recomendações para utilização segura de
meios virtuais e tecnológicos por crianças, sendo
#### COMENTÁRIO: as principais:
Atualmente, as crianças têm contato cada vez **Crianças entre 0 e 2 anos:** tolerância zero para
mais precoces a dispositivos tecnológicos com telas, inclusive para uso passivo. Pais e familiares
telas e interfaces de interação virtual. Embora não devem fazer uso de telas perto dessas crian-
seja possível utilizar a tecnologia para estimular o ças.
desenvolvimento de crianças, sabe-se que o seu
**Crianças entre 2 e 5 anos:** limitação do tempo
uso irrestrito e desenfreado é prejudicial ao de-
de tela máximo de até 1 hora por dia, sempre sob
senvolvimento neuropsicomotor das crianças.
supervisão de pais ou cuidadores.
A pesquisa TIC KIDS Online, realizada no Brasil
**Crianças entre 6 e 10 anos:** limitação do tempo
em 2018, mostrou que até 93% das crianças en-
de tela máximo de até 2 horas por dia, sempre
tre 9 e 17 anos utilizam telefone celular e até 70%
sob supervisão de pais ou cuidadores.
utilizam as redes sociais. Dessas crianças, uma a
cada 4 refere não conseguir controlar o tempo de
**Crianças entre 11 e 17 anos:** tempo de tela má-
uso e considera que usa o celular por tempo de-
xima de até 3 horas por dia.
mais.
**Para todas as idades:** evitar isolamento duran-
A exposição precoce e excessiva a telas pode re-
te o uso de telas, estimulando uso nos locais co-
sultar em uma série de problemas. Bebês expos-
muns da casa; evitar uso de telas perto da hora de
tos a telas, mesmo que passivamente, podem
dormir; nunca utilizar telas durante as refeições;
apresentar atraso do desenvolvimento neuropsi-
respeitar a classificação indicativa dos conteúdos
comotor (principalmente nas áreas da fala e da
digitais; evitar permitir encontros com pessoas
linguagem), pois o contato com esses dispositi-
conhecidas online sem a presença de adulto res-
vos pode acabar substituindo o contato interpes-
ponsável.
soal com pais e outras crianças, que é um dos
elementos mais importantes no neurodesenvol- A questão em análise aborda brevemente o pro-
vimento infantil. blema crescente do uso de telas e mídias sociais
entre crianças e pergunta, qual, segundo a SBP,
Em crianças mais velhas, o uso excessivo de telas
é a recomendação para uso de telas na primeira
está associado a transtornos do humor, como de-
infância.
pressão e ansiedade, além de distúrbios alimen-
tares, do sono, comportamentos impulsivos e
irritabilidade excessiva. Ainda, outros problemas
importantes a serem destacado são a dependên- #### TAKE HOME MESSAGE::
cia em jogos eletrônicos, transtornos e déficit de
o uso de telas e tecnologias digitais está cada vez
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 179
mais comum. Apesar disso, sabe-se que seu uso #### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
excessivo é muito prejudicial ao desenvolvimento
**A) CORRETA - Até que se prove o contrário,
das crianças pequenas e tem uma série de conse-
diante de uma assimetria de pulsos e PA entre
quências negativas para crianças maiores e ado-
membros superiores e inferiores, com pres-
lescentes. Sendo assim, as recomendações quan-
são aumentada nos membros superiores em
to ao uso de telas são bastante severas. Dessa
relação aos inferiores, a coarctação de aorta
questão, fica o ensinamento: para crianças me-
tem que ser o nosso primeiro diagnóstico em
nores de 2 anos, devemos ter TOLERÂNCIA ZERO
mente.**
em relação ao uso de telas.
B) INCORRETA - outras malformações cardíacas
podem estar presentes em pacientes com coarc-
tação de aorta, mas uma comunicação interatrial
por si só não explica a divergência de pulsos e
#### REFERÊNCIAS: pressão arterial que esse paciente apresenta.
QUESTÃO 78.
A clínica do paciente com coarctação CA é mui- computadorizada tem ainda melhor visualização
to variável e sua intensidade é diretamente pro- das estruturas vasculares e pode ser solicitada.
porcional ao grau da coarctação e pode ser agra- Ainda assim, a ressonância magnética com re-
vado pela presença de outras malformações construção 3D é o padrão ouro para o diagnósti-
associadas. Coarctações leves podem cursar de co e caracterização do tipo de coarctação e possí-
forma assintomática até a idade adulta, enquan- veis malformações associadas.
to coarctações graves cursam com sintomas de
insuficiência cardíaca (IC) ainda no período neo- O tratamento da CA é majoritariamente cirúr-
natal. Dessa forma, existem as CAs críticas ou não gico, mas não precisa ser feito em todos os pa-
críticas. Nos casos de CA grave, ou crítica, o débi- cientes. Pacientes sintomáticos ou assintomáti-
to cardíaco é direcionado ao dimídio inferior do cos com hipertensão arterial têm indicação de
corpo pelo canal arterial e, quando ocorre o seu tratamento invasivo. O que vai definir se ele será
fechamento, o recém-nascido (RN) passa a cursar um tratamento eletivo ou de urgência é a clíni-
com grande sobrecarga pressórica no ventrículo ca do paciente: os RNs e lactentes com quadro
esquerdo (VE), levando à sua falência com con- de IC devem ser abordados com urgência pois a
sequente aparecimento de sinais de IC grave. No mortalidade nesses pacientes é muito alta, espe-
caso de CAs menos graves, ou não críticas, ocorre cialmente quando o diagnóstico e a abordagem
evolução gradual para com hipertrofia do ven- são tardios. Nos pacientes assintomáticos, o tra-
trículo esquerdo e hipertensão arterial na parte tamento é eletivo e deve ser feito ao longo do pri-
superior do corpo. Nesses casos, há frequente- meiro ano de vida. Pacientes assintomáticos sem
mente o desenvolvimento de circulação colateral, alterações de PA podem ser observados. No RN e
que pode gerar um sopro contínuo audível na re- no lactente, o tratamento cirúrgico é o mais reco-
gião interescapular, de fúrcula ou axilar. Também mendado - nesses casos a ressecção do segmen-
pode haver sopros no precórdio, mas estes geral- to com coarctação e anastomose término-termi-
mente estão associados a outras malformações nal é o procedimento de escolha. Em crianças
concomitantes à CA. mais velhas e adultos, pode ser feita a dilatação
da CA com balão ou a colocação de stent.
De forma geral, em casos não críticos, o diag-
nóstico pode ser suspeitado pela assimetria de O prognóstico dos pacientes com CA varia de
pulsos ou pela diferença de pressão arterial (PA) acordo com a gravidade. A mortalidade é alta nos
entre membro superior direito e esquerdo (no RNs e lactentes que desenvolvem IC. Nas crian-
caso de coarctações que ocorrem entre a saída ças assintomáticas ou oligossintomáticas, porém
da subclávia direita e a saída da subclávia esquer- com coarctações importantes, a expectativa de
da) ou entre membros superiores e inferiores (no vida é entre 20 e 40 anos de idade, pois pode ha-
caso de coarctações distais à saída da subclávia ver ruptura da aorta ou desenvolvimento precoce
esquerda), geralmente havendo hipertensão nos de IC. Por fim, pacientes tratados na infância com
membros irrigados por ramos da aorta anteriores sucesso ou com CAs leves têm sobrevida seme-
à coarctação. lhante à da população geral, porém com maior
incidência de hipertensão arterial na vida adulta.
Mediante a suspeita de CA, os primeiros exames a Também podem cursar frequentemente com
serem solicitados são a radiografia de tórax - que sintomas como dor em membros inferiores e as-
pode mostrar congestão pulmonar e aumento simetria de pulsos, com pulsos fracos ou ausen-
da área cardíaca - e o ecodopplercardiograma - tes em membros inferiores.
que mostrará uma sobrecarga de ventrículo es-
querdo e pode inclusive mostrar a imagem da A questão em análise nos descreve um RN que,
CA em si, fechando o diagnóstico. A tomografia no segundo dia de vida, apresenta sopro sistólico
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 181
leve, audível em axila esquerda e com assimetria dose; Hepatite B 1 dose; Poliomielite (VIP inativa-
de pulsos, que apresentam frequência menor nos da) 3 doses; Rotavírus Humano 2 doses; DTP + HiB
membros inferiores. Além disso, a PA é significati- + HB (Penta) 3 doses; Pneumo 10 valente 2 doses;
vamente menor nos membros inferiores quando Meningo C 2 doses. Ao exame, é observado o se-
comparada ao membro superior direito. Diante guinte rash cutâneo. Assinale a alternativa que
desse caso, nos é pedido a hipótese diagnóstica apresenta o correto agente etiológico das lesões
mais provável. A clínica é típica de coarctação de com a apropriada proposta terapêutica.
aorta, certo? Mas e esse sopro? A criança é jovem
para ter desenvolvido circulação colateral por CA
crônica. Provavelmente, a criança tem alguma
malformação associada. Sabemos que diversos
sopros cardíacos podem irradiar para a axila.
**REFERÊNCIAS**
QUESTÃO 79.
conteúdo inicialmente claro que, depois, torna-se prurido, geralmente intenso e com piora à noi-
turvo. As bolhas rompem-se facilmente, perma- te. Os sintomas geralmente começam de três a
necendo uma erosão rasa rodeada por restos da seis semanas após a infestação primária. No en-
bolha (colarete), e a confluência de bolhas leva à tanto, em pacientes previamente infectados, os
formação de figuras policíclicas. A face é o local sintomas começam dentro de 1 a 3 dias após a
mais afetado, embora qualquer região da pele infestação, devido à sensibilização prévia. A piora
possa ser atingida. do prurido se dá no período noturno, horário de
maior mobilização do ácaro sob a pele.
mas predomina nos cotovelos, joelhos, mãos, pés 2. Loção de Enxofre: é seguro para uso tópico em
e couro cabeludo, confundindo, por vezes, com crianças, incluindo bebês com menos de dois
psoríase. meses de idade. Deve ser aplicado durante a noi-
te, por três dias consecutivos.
A sarna bolhosa é outra variante clínica de esca-
biose e faz diagnóstico diferencial com o pênfi- 3. Deltametrina: é destinado para o tratamento
go bolhoso. Nos raros casos, observam-se bolhas e prevenção das doenças ectoparasitárias como
tensas associadas a prurido intenso e a exantema a pediculose, e ftiríase, da escabiose e das infes-
maculopapular, com má resposta à corticotera- tações por carrapatos em geral. A forma farma-
pia. cêutica xampu está particularmente indicada em
infestações parasitárias do couro cabeludo.
O diagnóstico é essencialmente clínico, através da
visualização das lesões. A dermatoscopia é uma 4. Sistêmico:
ferramenta útil no diagnóstico e auxilia na escolha
do local para obtenção de amostras de pele para 1. Ivermectina: Contraindicado em crianças <15kg,
exame microbiológico. A escolha do local para ras- grávidas e amamentação. Deve ser prescrita em
pagem da pele pode ser auxiliada pelo Teste de dose única, 200 mcg/kg, repetindo a dose em
Tinta Burrow. Raspagem de 15 ou mais locais geral- 7-14 dias.
mente produz apenas 1 ou 2 ovos ou ácaros, exceto
Assim que for diagnosticada a escabiose, todos
em casos de sarna crostosa, em que muitos ácaros
os contactantes devem ser tratados, para inter-
estarão presentes. As amostras podem ser obtidas
romper a cadeia de transmissão. O ácaro só so-
também pelo Teste da Fita Adesiva, no qual a fita
brevive fora da pele por três dias, assim, roupas
adesiva é aplicada em áreas suspeitas de serem
de cama e de uso pessoal usadas até três dias do
túneis e, em seguida, rapidamente arrancadas; de-
tratamento devem ser lavadas com água quente
pois, as fitas são examinadas no microscópio.
e preferencialmente secas em máquina com um
O tratamento farmacológico pode ser tópico ou ciclo quente.
sistêmico:
O enunciado nos trouxe uma criança de 8 meses
1. Tópico: com lesões de pele a 7 dias, que predominam em
tronco e membros, mas caracteristicamente pru-
1. Permetrina 1% e 5%: deve-se passar o creme de riginosa à noite. Ao exame físico, lesões papulares
permetrina completamente na pele, do pescoço eritematosas tunelizadas, sendo sugestiva de es-
até a sola dos pés, incluindo áreas sob as unhas cabiose.
das mãos e dos pés. Em crianças pequenas, o
envolvimento do couro cabeludo é comum. Por-
tanto, a permetrina também deve ser aplicada
#### TAKE HOME MESSAGE::
ao couro cabeludo e face (poupando os olhos e a
boca) nessa população. A medicação deve ser re-
* As principais pistas para o diagnóstico de esca-
movida por lavagem (chuveiro ou banheira) após
biose são a erupção pruriginosa e a sua distribui-
período de 8 a 14 horas. O tratamento é frequen-
ção característica, e o envolvimento dos contatos
temente realizado durante a noite. Uma segunda
próximos. O tratamento deverá ser iniciado ain-
aplicação, 1 a 2 semanas depois da primeira, pode
da na suspeita clínica. Nas crianças, a doença é
ser necessária para eliminar os ácaros e é tipica-
prevalente e tem características clínicas mais es-
mente realizada. É indicado a partir dos dois me-
pecíficas como a presença de nódulos axilares e
ses de idade.
o envolvimento da face, couro cabeludo, palmas
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 185
REFERÊNCIAS:
QUESTÃO 80.
aumento gradual e sem dor, são sugestivos de in- * Presença de nódulos supraclaviculares e/ou me-
filtração ou formação de granuloma. diastino;
A avaliação laboratorial da criança com adenopa- * Linfonodos que não diminuem de tamanho
tia generalizada varia de acordo com os achados após 4-6 semanas ou não retornam ao tamanho
da história e do exame físico, esta inclui: hemo- normal em 8-12 semanas, principalmente se as-
grama completo e contagem diferencial, veloci- sociados a novos sinais e/ou sintomas;
dade de hemossedimentação (VHS), proteína C
reativa (PCR), lactato desidrogenase (LDH); so- * Radiografia de tórax alterado, particularmente
rologias para CMV, EBV e outras doenças virais, massa mediastinal ou adenopatia hilar Hemo-
teste tuberculínico (PPD) ; Rx tórax em incidên- grama alterado (presença de linfoblastos, citope-
cia posteroanterior (PA) e perfil; culturas de oro- nias);
faringe, pele, sangue ou linfonodos podem estar
indicadas em determinadas circunstâncias. Ul- * LDH elevado VHS e/ou PCR persistentemente
trassom abdominal e do linfonodo com Doppler elevado ou em aumento apesar da terapia com
podem ajudar a diferenciar linfonodos de outras antibióticos;
estruturas que os mimetizam, além de guiar
punções e investigar gânglios profundos. Se hou- * Investigação laboratorial negativa e o gânglio se
ver alterações hematológicas concomitantes, de- mantém por mais de 8 semanas.
ve-se pensar na possibilidade de diagnóstico por
Crianças com linfadenopatia não devem ser tra-
punção de medula óssea.
tadas com glicocorticoides antes do diagnóstico
Consideramos como sinais de alerta para neces- definitivo. O tratamento precoce com esta me-
sidade de biópsia linfonodal as características clí- dicação pode atrasar o diagnóstico de leucemia,
nicas que incluem: linfoma ou doenças histiocíticas. Na presença de
linfonodos não associados a fatores de risco, de-
* Sintomas sistêmicos como febre por mais de 1 ve-se realizar teste terapêutico com antibióticos.
semana, sudorese noturna, perda de peso maior Nos casos em que haja indicação do uso de anti-
que 10 por cento do peso corporal; bioticoterapia, poderá ser iniciado, de preferência
por via oral. Como primeira linha, geralmente fa-
zemos cobertura para S. Aureus e Estreptococos
188 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
O câncer de vulva representa 3-5 % das neopla- O câncer de vulva, apesar de pouco frequente,
sias ginecológicas malignas, chegando até 8%, vem aumentando sua incidência nos últimos
em razão do aumento da expectativa de vida. Em anos, devido a dois fatores: aumento da expecta-
relação ao câncer de vulva, assinale a alternativa tiva de vida da população e aumento da preva-
correta. lência do HPV. O câncer de vulva pode estar re-
lacionado ao HPV, principalmente em pacientes
A) Menarca precoce e menopausa tardia são fa- mais jovens, ou não ter associação viral, mais ca-
tores de risco. racterístico de pacientes idosas, por volta da séti-
ma a oitava décadas de vida.
B) A via carcinogênica mais importante é a HPV
induzida. Nas pacientes idosas, o câncer de vulva esta rela-
C) O sintoma mais comum é o prurido de longa cionado a um processo inflamatório crônico, sen-
duração. do, portanto, o prurido o sintoma mais comum,
geralmente de longa data. Podem estar presen-
D) O carcinoma escamoso de vulva queratinizan-
tes também sintomas como ardência, queima-
te é o que ocorre em mulheres jovens.
ção, aumento da frequência urinária, ulceração e
E) O atual sistema de estadiamento é clínico. sangramento.
pouco compatíveis com esse diagnóstico. Classificamos os prolapsos de acordo com o PO-
P-Q, conforme demonstrado abaixo:
E) INCORRETA - A bexiga neurogênica é a disfun-
ção da bexiga (flácida ou espástica) causada
por lesão neurológica. Os sintomas podem in-
cluir incontinência por transbordamento, fre-
quência, urgência, incontinência e retenção.
Costuma estar presente em pacientes com
antecedente de lesão neurológica.
#### COMENTÁRIO:
Os prolapsos de órgãos pélvicos são definidos O POP-Q se baseia em pontos definidos da pelve.
como descenso da parede vaginal anterior e/ou Recebem sinal positivo quando localizados para
posterior e/ou do ápice da vagina (útero ou cú- fora da carúncula himenal; e sinal negativo quan-
pula vaginal). Esse descenso pode acontecer ao to localizados para dentro da carúncula.
longo da vida, com envelhecimento ou multipari-
dade. Algumas pacientes irão evoluir com quadro Assim temos os pontos avaliados:
clínico resultante deste descenso como sensação
Carúncula himenal = ponto zero
de bola na vagina, esvaziamento vesical incom-
pleto, dificuldade para evacuação ou na relação
Aa: ponto definido 3 cm acima da carúncula hi-
sexual. Não é tão raro de se observar: cerca de
menal, na parede anterior, correspondendo à
25% das mulheres ao longo da vida terão alguma
junção uretrovesical.
desordem do assoalho pélvico, seja prolapso, seja
incontinência urinária. Ba: ponto de maior prolapso, ao esforço, na pare-
de vaginal anterior.
Os principais fatores de risco envolvidos são enve-
lhecimento (por motivos de hipoestrogenismo e Ap: ponto definido 3 cm acima da carúncula hi-
modificação do colágeno); paridade (número de menal, na parede posterior. Equivale ao ponto Aa,
gestações, número de partos e tipo de parto - va- mas na parede posterior.
ginal ou instrumentalizado); associação familiar;
situações de elevação da pressão intra abdomi- Bp: o mesmo racional para a parede vaginal pos-
nal (obesidade) ou de tosse crônica (tabagismo; terior
DPOC); doenças que cursam com alteração do
colágeno (síndrome de Marfan); em pacientes jo- C: ponto mais distal do colo uterino ou da cúpula
vens e nulíparas, importante pesquisar diagnósti- vaginal em pacientes histerectomizadas.
co de espinha bífida oculta.
D: ponto mais profundo do fundo de saco poste-
Na anamnese inicial, é importante caracterizar a rior. Está ausente em pacientes sem útero.
queixa da paciente: sensação de peso na vagina,
CVT ou TVL: comprimento vaginal total, medido
disfunção miccional, dificuldade evacuatória ou
com o prolapso reduzido em sua posição anatô-
constipação, dor durante a relação sexual, san-
mica normal.
gramentos e secreções genitais anormais por es-
coriações em prolapsos ou infecção do trato uri-
São classificados da seguinte forma:
nário de repetição.
192 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
submucosos ou outras lesões na região. Já a res- Acometimento de parede lateral (onde há maior
sonância magnética, devemos solicitar princi- risco de lesão durante a histeroscopia)
palmente para programação cirúrgica ou dúvi-
da diagnóstica nos casos de múltiplos miomas,
útero muito aumentado ou diferenciação com
outras causas de massas anexiais. No geral, ao
exame, observamos um halo de hipersinal na
periferia do nódulo, gerado pela combinação de
vasos linfáticos comprimidos, edema, vasos dila-
tados, formando a pseudocápsula do mioma, po- Fonte: Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (2)
dendo ter característica regular ou irregular.
De acordo com a pontuação, temos condutas di-
Existem algumas classificações estabelecidas ferentes:
para entender melhor sobre os miomas e progra-
mar o tratamento. Dentre elas a classificação da * 0-4 pontos: Miomectomia histeroscópica com
Federação Internacional de Ginecologia e Obste- baixa complexidade
trícia (FIGO).
* 5-6 pontos: Miomectomia complexa, pensar em
preparo com análogo de GnRH e/ou cirurgia em
2 tempos.
Além dessa, temos a classificação de Lasmar que Em pacientes multíparas e com sangramento in-
leva em consideração: tenso, a realização de histerectomia é o mais in-
dicado, devendo a via ser definida de acordo com
Penetração do nódulo no miométrio
a habilidade do cirurgião, cirurgias prévias, pari-
Tamanho do nódulo dade e menor morbidade, podendo ser vaginal,
laparoscópica, laparotômica ou robótica.
Extensão da base do nódulo em relação a parede
uterina Já em pacientes sem prole constituída, com san-
gramento intenso ou que desejam gestar, desde
Topografia, qual terço do útero acomete que apresentem Lasmar com pontuação de 0 a
4 (baixa complexidade) ou Lasmar de 5 a 6 (alta
200 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
* Os exames de imagem, bem como a histerosco- D) Iniciar tratamento com solução de ácido triclo-
pia são ferramentas para definir a melhor condu- roacético
ta terapêutica.
#### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
**Bibliografia:**
**A - CORRETA - Nesse caso devemos realizar exé-
1. MUNRO, M. G. et al. The FIGO classification of rese sob visualização direta para que seja fei-
causes of abnormal uterine bleeding in the repro- ta a retirada da base do pólipo, evitando que
ductive years. Fertil Steril, v. 95, n. 7, p. 2204-8, 2208. fique parte dele intracervical ou intrauterino,
e1-3, Jun 2011. ISSN 1556-5653. Disponível em: \<ht- bem como reduzindo risco de sangramento.**
tps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21496802>
B) INCORRETA - Neste caso não devemos realizar
2. Lasmar, R. B , Barrozo, P. R.M , Dias, R. , Olivei- exérese em ambiente ambulatorial pois há ris-
ra, M. A. P. de. , Pontes, A. , & Dias, D. S. (2004). co de sangramento importante, já que não se
Miomas submucosos: classificação pré operatória está visualizando o pedículo do pólipo.
para avaliação da viabilidade da cirurgia histeros-
C) INCORRETA - A eletrocauterização não remo-
cópica. Revista Brasileira de Ginecologia e Obste-
verá o pólipo por completo.
trícia, 26 (Rev. Bras. Ginecol. Obstet. , 2004
D) INCORRETA - O ácido tricloroacético é um me-
3. Tratado de ginecologia Febrasgo / editores Ce- dicamento utilizado para tratamento de le-
sar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá; sões verrucosas pelo HPV.
coordenação Agnaldo Lopes da Silva Filho ...[et
al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 201
os partos o que leva à redução de bebês com baixo #### TAKE HOME MESSAGE::
peso, além de identificação e controle de comor-
bidades antes da gestação de fato ocorrer. * Identidade de gênero: como o indivíduo se iden-
tifica diante do sexo lhe atribuído ao nascimento;
A avaliação pré-concepcional deve incluir anam-
nese e exame físico, com exame ginecológico, * Incongruência de gênero: transexualidade (ex:
além de alguns exames laboratoriais. Dentro da identificado como mulher ao nascimento, mas se
avaliação clínica, deve-se ter importante atenção entende como homem).
às comorbidades conhecidas, como diabetes, hi-
pertensão, cardiopatias, tireoidopatias e proces- Medidas Gerais para Assistência Pré-Concepcional:
sos infecciosos (destaque às ISTs). O uso de me-
* Prescrição suplementar de ácido fólico;
dicamentos, o hábito de fumar e o uso de álcool e
drogas ilícitas, também, precisam ser verificados.
* Vacinação: rubéola, sarampo e hepatites;
Dentre as medidas gerais preconizadas, desta-
* Sorologias (HIV e Sífilis);
cam-se:
* Orientação nutricional;
* Prescrição suplementar de ácido fólico;
* Controle de fatores de risco e doenças de base;
* Vacinação: rubéola, sarampo e hepatites;
* Ajuste medicamentoso;
* Sorologias (HIV e Sífilis);
* Avaliação do intervalo intergestacional (ideal-
* Orientação nutricional;
mente 2 anos);
* Controle de fatores de risco e doenças de base;
* Rastreio populacional: colpocitologia oncótica e
mamografia.
* Ajuste medicamentoso;
estrutura não deve ser biopsiada e sim, removida + taxano), e cirurgia citorredutora, cujo objetivo
na íntegra. Isso porque em caso de malignidade, é ressecar todos os implantes peritoneais. O mo-
há o risco de disseminação tumoral. Vale lembrar mento da quimioterapia – neoadjuvante ou adju-
que a principal via de disseminação do câncer de vante, depende da quantidade de doença, resse-
ovário é a via peritoneal. cabilidade e status performance da paciente.
QUESTÃO 90.
Os fatores de risco para câncer de ovário incluem:
história familiar de neoplasia de mama ou ovário; L.N.O., 54 anos, menopausada há 3 anos, com an-
mutações dos genes BRCA 1 e/ou BRCA2; neopla- tecedente familiar (irmã) com câncer de mama,
sia de cólon hereditária não polipóide (Síndrome portadora de síndrome varicosa de membros in-
de Lynch), - autossômica dominante; endome- feriores. Submetida à exérese de fibroadenoma
triose: estado inflamatório crônico + infertilidade benigno há 4 anos. Refere fogachos, irritabilida-
(tipos histológicos endometrioide e células cla- de, fadiga, cansaço e deseja realizar terapia hor-
ras); obesidade, tabagismo, nuliparidade, terapia monal. Assinale a alternativa que apresenta a me-
de reposição hormonal e idade. lhor orientação para essa paciente.
Reposição Hormonal, segundo a Associação Bra- terapia hormonal, podem fazer uso de estrogênio
sileira de Climatério são: isolado, sem necessidade de associação com pro-
gesterona.
* Mamografia de rastreamento (feita no máximo
há um ano);
D) rotura do seio marginal e parto cesáreo emer- da placenta e hemorragia materna, levando à
gencial síndrome hipóxico-isquêmica neonatal. Tende a
ocorrer na vigência do trabalho de parto, porém,
E) rotura uterina e parto cesáreo emergencial
pode ocorrer de forma espontânea no período
terminal da gravidez (após o termo).
**VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:**
A) INCORRETA: a questão deixa a desejar nas in- **Fatores de Risco**
formações para um diagnóstico mais preciso,
* Rotura uterina prévia
entretanto na desproporção cefalopélvica (DCP)
não se espera sangramento moderado, mas, sim,
* Cicatriz uterina prévia: cesárea, miomectomia
taquissistolia. Além disso, na DCP há indicação de
parto cesáreo. * Indução ao trabalho de parto: uso de prosta-
glandida e ocitocina
B) INCORRETA: descolamento prematuro de pla-
centa deve ser suspeitado quando há sangra- * Curetagem uterina
mento vaginal associado a hipertonia uterina e
sofrimento fetal agudo. A conduta é parto pela * Útero septado
via mais rápida. Não há informações suficientes
para aplicabilidade de fórceps (caso estivesse in- * Sobredistensão uterina: polidrâmnio, macrosso-
dicado): variedade de posição, altura da apresen- mia, gestação múltipla
tação etc.
**Quadro Clínico:**
C) :INCORRETA: a hipótese diagnóstica está cor-
reta, porém o parto nesse cenário deve ser por * Bradicardia fetal sustentada
cesariana.
* Dor abdominal súbita: melhora da dor após ro-
D) INCORRETA: O seio marginal representa a ex- tura uterina
trema periferia do espaço interviloso (borda da
* Instabilidade hemodinâmica
placenta) a qual pode ter algumas rupturas du-
rante o trabalho de parto. As principais caracte- * Apresentação fetal não identificável pelo toque
rísticas são sangramento discreto, indolor, es- vaginal
pontâneo, vermelho vivo, tônus uterino normal e
ausência de sofrimento fetal. A conduta é expec- * Sinal de Bandl: distensão do segmento uterino
tante e o parto é por via obstétrica. inferior
**E) CORRETA: paciente com fatores de riscos * Sinal de Frommel: palpação do ligamento re-
para rotura uterina: cicatriz uterina prévia as- dondo, desviando o útero para frente.
sociada a um possível sobredistensão uteri-
na (altura uterina de 42cm). O sangramento \>\>Os sinais de Bandl e Frommel em conjunto
vaginal moderado nesse cenário associado a dão o aspecto de ampulheta ao útero\ .
um feto que não desce a apresentação deve
fazer pensar nesse diagnóstico. Diante da sus-
peita, deve-se proceder a laparotomia com
parto cesáreo de emergência.**
QUESTÃO 93.
A) Primaquina.
B) Tafenaquina.
C) Cloroquina.
D) Artesunato.
#### COMENTÁRIO:
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), A transmissão da malária ocorre por meio da
onde ocorre cerca de 99% da transmissão. inoculação da forma infectante (esporozoíto) do
protozoário Plasmodium pela fêmea do mosqui-
Essa zoonose tem como vetores os mosquitos do to Anopheles. A transmissão pode ser também
gênero Anopheles. Atualmente são identificadas acidental, por transfusão de sangue de doador
seis espécies do gênero Plasmodium que podem infectado ou por contatos involuntários com
causar a malária em seres humanos: *Plasmo- sangue contaminado, por compartilhamento de
dium vivax, Plamodium falciparum, Plamodium agulhas contaminadas (malária induzida) e por
ovale wallikeri, Plamodium ovale curtisi, Plasmo- transmissão transplacentária e perinatal, nos ca-
dium malariae e Plasmodium knowlesi. O P. vixax sos de mulheres com diagnóstico de malária ges-
e P. falciparum* são os agentes etiológicos prin- tacional.
cipais.
Quadro clínico
O quadro clínico da malária, com os principais sinais e sintomas encontra-se na tabela abaixo
receber tratamento seguro e eficaz, para prevenir a ocorrência de danos à mãe e ao feto. As recomen-
dações de tratamento seguem o preconizado pelo Ministério da saúde, no Guia de Tratamento da Ma-
lária no Brasil (2020).
*Figura: Tratamento de malária por P. vivax ou P. ovale.Fonte: Manual de Gestação de Alto Risco do Ministério de Saúde, 2022.*
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 213
*Figura: Tratamento malária por outros Plasmodium.Fonte: Manual de Gestação de Alto Risco do Ministério de Saúde, 2022.*
pensar nesse diagnóstico em toda a gestante que autópsia, mas nem sempre esse achado está pre-
apresenta dispneia súbita e hipotensão segui- sente. A detecção destas células na mulher viva
do de choque distributivo. As gestantes podem não é patognomômica.
apresentar cianose ou confusão mental secundá-
rias à hipoxemia extrema. Os sinais precoces mais Não existe terapia específica para embolia do LA
importantes são apreensão, dispnéia, bradicardia e ela se limita às medidas suportivas em CTI. Os
fetal e hipotensão. objetivos são manter a saturação de O2 acima de
90%, PaO2 acima de 60 mmHg, PA sistólica aci-
A insuficiência respiratória secundária a síndro- ma de 90 mmHg, tratamento da coagulopatia.
me do desconforto respiratório agudo (SDRA) é
outra importante manifestação da embolia.
Vamos entender esse tema mais a fundo • Aumento da pressão venosa nos membros infe-
riores. O aumento do volume uterino, comprime
**Modificações hematológicas** as veias pélvicas e a veia cava inferiores, reduzindo
o retorno venoso e aumentando a pressão venosa
• Aumento da volemia - 40-50% dos valores das
nos membros inferiores - acarreta no surgimento
mulheres não gestantes - pelo aumento da ativi-
do edema de membros.
dade do sistema renina-angiotensina-aldostero-
na, com maior retenção de sódio e água. • Intensificação da probabilidade de hipoten-
são supina - pacientes em decúbito dorsal, com
• Aumento do volume absoluto eritrocitário - 20 a
maior compressão da veia cava inferior, levando
30% - devido a aumento dos níveis de eritropoe-
a quadro de hipotensão, bradicardia, sudorese e
tina. Entretanto, há a presença de hemodiluição
lipotímia.
fisiológica, com aumento maior do volume plas-
mático, em comparação a massa eritrocitária. • Devido ao aumento do fluxo sanguíneo e redu-
ção da viscosidade, há a presença da síndrome
• Estado pró-trombótico - aumento dos níveis de
hipercinética, que torna comum a presença de
fibrinogênio e d-dímero;
sopros sistólicos, extrassístoles e desdobramen-
tos da primeira bulha. Na presença de sopros
Aumento dos fatores de coagulação VII, VIII, X e
diastólicos, eventos patológicos devem ser inves-
fator de von Willebrand;
tigados.
Redução do sistema fibrinolítico; Diminuição dos
**Modificações respiratórias**
fatores XI e XIII (estabilizador de fibrina); Aumen-
to da resistência dos anticoagulantes endógenos
• Redução da capacidade residual funcional - ele-
e diminuição da proteína S e C.
vação do diafragma e diminuição da complacên-
cia da parede torácica, reduzindo o espaço para
**Modificações cardiovasculares**
trocas gasosas. Desta forma, para compensar, há
• Aumento do débito cardíaco - 40-50% em rela- aumento do volume corrente com prolongamen-
ção às não gestante, com pico máximo no segun- to do tempo de inspiração e expiração.
do trimestre. Lembrando que o débito cardíaco
• Há a presença de sensação de dispneia, decor-
é o produto do volume sistólico pela frequência
rente da redução da pressão parcial de CO₂, por
cardíaca (DC = VS X DC)
aumento do volume corrente.
• Redução da resistência vascular periférica - pla-
centa funciona como uma fístula arteriovenosa.
#### TAKE HOME MESSAGE:
• Redução da pressão arterial. Lembrando que a
pressão arterial é a produto do débito cardíaco
1. Gestantes apresentam uma sintomatologia
pela resistência vascular periférica, desta forma,
ampla, devido a alterações fisiológicas gestacio-
com a redução da resistência vascular periférica,
nais - com adaptação do sistema cardiovascular,
há redução dos níveis pressóricos.
respiratório, metabólico, hematológico, osteoar-
ticular, dentre outros. Desta forma, torna-se im-
Esta redução é mais acentuada no segundo tri-
portante conhecer o comportamento fisiológico
mestre, retornando-se aos valores pressóricos pré
gestacional para afastar quadros patológicos.
gravídicos próximo ao parto.
218 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
Multípara, 37 anos de idade, está em uso de he- **E) CORRETA. Como o TEP ocorreu no terceiro
parina de baixo peso molecular (HBPM), em dose trimestre, a recomendação é que se mante-
terapêutica, desde 34 semanas de gestação, de- nha a HBPM por 3 a 6 meses.**
vido a um quadro agudo de tromboembolismo
pulmonar (TEP) confirmado por exames de ima- Questões típicas de clínica médica dentro da
gem. Ela teve um parto normal espontâneo, sem obstetrícia vêm sendo cobradas com certa fre-
complicações, com 39 semanas de gestação. Em quência nas provas de obstetrícia, ultimamente.
relação ao manejo pós-parto mais adequado nes- Precisamos ficar atentos porque, eventualmente,
se caso, assinale a alternativa correta. o manejo muda em alguns detalhes. Vejamos a
seguir.
A) Mudar para anticoagulante oral 24 horas após
o parto. **Trombose na Gestação**
B) Mudar para HBPM em dose profilática e conti-
A gestação configura um período de alto risco
nuar por 6 semanas após o nascimento.
para o desenvolvimento de eventos tromboebó-
C) Mudar para HBPM em dose profilática e conti- licos, uma vez que o risco de tromboembolismo
nuar por um total de 3 meses a partir do início venoso (TEV) é de cinco a dez vezes, podendo
do tratamento. chegar a 20 vezes no puerpério quando compa-
D) Continuar com HBPM em dose terapêutica rado ao de mulheres não gestantes de mesma
por 14 dias após o nascimento. idade.
E) Continuar com HBPM em dose terapêutica A complicação mais temida e letal do TEV é a evo-
por um total de 3 meses a partir do momento lução para tromboembolismo pulmonar (TEP),
do início do tratamento. sendo a gestação um fator complicador ao seu
#### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS diagnóstico devido a limitação ao uso de méto-
dos de imagem que dependem de radiação
A) INCORRETA. Apesar de haver a possibilidade
de troca pela varfarina, tal substituição só pode **1\ . Tromboembolismo Pulmonar**
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 219
A complicação mais temida e letal do TEV é a evo- #### TAKE HOME MESSAGE:::
lução para tromboembolismo pulmonar (TEP),
sendo a gestação um fator complicador ao seu * A complicação mais temida e letal do TEV é
diagnóstico devido a limitação ao uso de méto- a evolução para tromboembolismo pulmonar
dos de imagem que dependem de radiação. (TEP).
Nas gestantes, o tratamento dos fenômenos * O tratamento é o mesmo, tanto para TEV, como
tromboembólicos não é isento de riscos, pois a para TEP.
anticoagulação favorece hemorragias maternas,
porém o tratamento adequado de TEV reduz * Uma vez diagnosticada TEV/TEP, a anticoagu-
para 1% o risco para evolução à TEP. lação é mantida em dose terapêutica por toda a
gestação, até seis semanas de puerpério
**2\ . Tratamento**
\- Se ocorreu no final da gestação ou no puerpé-
O tratamento é o mesmo, tanto para TEV, como rio\ , o período mínimo de anticoagulação é de
para TEP. três a seis meses após o início do tratamento\ .
tenham tido exposição significativa à doença. O bloqueio vacinal deve ser realizado no pra-
Deve ser oferecida exclusivamente dentro dos zo máximo de até 72 horas após o contato com
seis primeiros dias após a primeira exposição ao o caso suspeito ou confirmado, e a vacina deve
caso de sarampo. ser administrada conforme a situação vacinal dos
contatos do caso.
É considerado indivíduo exposto aquele que teve
contato com caso de sarampo durante o seu pe-
ríodo de transmissibilidade 6 a 4 dias antes do iní-
QUESTÃO 98.
cio do exantema até 4 dias depois. São elegíveis
para receber imunoglobulina:
A respeito dos procedimentos invasivos realiza-
\- Crianças menores de 6 meses filhos de mães dos em medicina fetal, assinale a alternativa cor-
sem evidência prévia de imunidade ao sarampo\ . reta.
\- Gestantes sem evidência prévia de imunidade A) A amniocentese pode ser realizada a partir da
ao sarampo\ . 12a semana de gestação.
B) Após procedimentos invasivos, é necessário
\- Indivíduos imunocomprometidos graves\ , in- realizar profilaxia anti-D nas gestantes RH ne-
dependentemente de história prévia de vacina- gativo.
ção ou doença\ . Considerar imunocomprometido
grave indivíduos: com imunodeficiência primária C) A cordocentese tem taxa de perda fetal de
grave que não tenha recebido imunoglobulina 0,3% a 0,5%.
nas últimas 3 semanas; transplantados de célu- D) A amniocentese transplacentária aumenta a
las tronco hematopoiéticas até 12 meses após a taxa de perda fetal.
suspensão de terapias imunossupressoras; com
E) A biópsia de vilo corial tem baixa taxa de perda
doenças linfoproliferativas; nos primeiros 6 me-
gestacional (0,2%), contudo a taxa de mosai-
ses pós quimioterapia para leucemia linfoblástica
cismo é de 10%.
aguda; com infecção pelo HIV com sinais e sin-
tomas de síndrome da imunodeficiência adquiri-
da ou contagem de CD4 menor que 200 células/ #### VAMOS ÀS ALTERNATIVAS:
mm3 \(maiores de 5 anos de idade\) ou menor A) INCORRETA - A amniocentese é idealmente
que 15% \(qualquer idade\); transplantados de ór- realizada a partir das 15 semanas de gestação.
gão sólido; em uso de imunobiológicos ou inibi-
**B - CORRETA - Na amniocentese, e em geral
dores de citocinas nos últimos 6 meses\ .
em qualquer procedimento invasivo fetal, é
necessária realização de imunoglobulina an-
ti-D em pacientes Rh negativos não isoimuni-
**TAKE HOME MESSAGE:** zadas, afim de se evitar sensibilização.**
A imunoglobulina contra o sarampo deve ser ad- C) INCORRETA - A taxa de perda fetal varia confor-
ministrada em situações específicas em até 6 dias me referencias,porém esta em torno de 1-2%.
após a primeira exposição ao caso de sarampo. D) INCORRETA - Não há diferença no risco de per-
São essas situações: gestantes, crianças menores da fetal na amniocentese transplacentária e
de 6 meses e imunocomprometidos graves que não transplacentária. Sabe-se que a via trans-
tiveram contato com caso de sarampo durante o placentária pode aumentar o risco de sensibi-
seu período de transmissibilidade 6 a 4 dias antes lização em pacientes Rh negativo não isoimu-
do início do exantema até 4 dias depois. nizadas.
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 223
E) INCORRETA - A taxa de perda fetal inerente Procedimento pode ser realizado via transpla-
ao procedimento de biopsia de vilo corial é de centária ou não transplacentária. Evita-se passa-
0,22-1% em geral. gem transplacentária, especialmente em casos
com risco de aloimunização; entretanto a taxa
de perda fetal pós-procedimento não é diferente
#### COMENTÁRIO: para abordagens transplacentárias ou não trans-
placentárias.
Mulheres Rh negativas não aloimunizadas, sub- A punção da veia umbilical pode ser diagnóstica
metidas ao procedimento, devem receber imu- ou terapêutica. As indicações mais comuns para
noglobulina anti-D para evitar sensibilização. amostragem de sangue fetal são mosaicismo
cromossômico após amniocentese e avaliação
hematológica fetal.
224 SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023
#### COMENTÁRIO:
#### TAKE HOME MESSAGE::
Questão que aborda conhecimentos ultrasso-
nográficos, cada vez mais frequente nas provas.
* A determinação de corionicidade em gestações
Mesmo sem saber muito sobre avaliação de ima-
múltiplas é de extrema importância para segui-
gem, é possível acertar a questão com raciocínio
mento e avaliação de prognóstico na gestação. O
clínico.A gestação gemelar pode ser dicoriônica
momento ideal para esta avaliação, é no ultras-
(presença de duas placentas), que por conse-
som do primeiro trimestre;
quência também será diamniótica (duas cavida-
des amnióticas distintas); ou monocoriônica (pla-
* As complicações são mais frequentes nas ges-
centa única), podendo conter duas cavidades
tações monocoriônicas em comparação com as
amnióticas (monocoriônica e diamniótica) ou
dicoriônicas;
apenas uma (monocoriônica e monoamniótica).
* Ao Ultrassom,presença do Sinal do Lambda
O primeiro trimestre é o melhor período, algumas
(projeção triangular do tecido placentário entre
vezes o único, para determinar a corionicidade de
as duas membranas coriônicas), indica gestação
gestações múltiplas, pois é nesse estágio que ela
dicoriônica; já o sinal do T, aparece em gestações
é facilmente definida.
monocoriônicas e define presença de duas ca-
vidades amnióticas (gestação monocoriônica e
Nessa fase de 11 a 14 semanas completas, duas
diamniótica).
placentas separadas definem a gestação dicoriô-
nica.
D- INCORRETA - A paciente não apresenta sin- * Vesícula vitelínica: Primeira estrutura a ser iden-
tomas típicos de gravidez ectópica, como dor tificada após o saco gestacional, desempenha
SIMULADO HIIT | R1 | AGOSTO | 2023 227