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6 C 7 B 8 A 9 D 10 B 11 A 12 * 13 C 14 D 15 B 16 D 17 D 18 D 19 C 20 B 21 B 22 B 23 C

24 E 25 B 26 D 27 B 28 B 29 D 30 A 31 A 32 B 33 A 34 C 35 A 36 D 37 B 38 A 39 D 40 B 41 C

42 A 43 A 44 C 45 A 46 D 47 C 48 C 49 D 50 B 51 C 52 B 53 D 54 A 55 A 56 B 57 D 58 C 59 B

60 A 61 C 62 C 63 B 64 E 65 B 66 A 67 E 68 D 69 B 70 D 71 A 72 C 73 C 74 A 75 B 76 A 77 C

78 D 79 B 80 C 81 A 82 C 83 D 84 B 85 C 86 D 87 C 88 B 89 C 90 D 91 D 92 C 93 B 94 B 95 D

96 E 97 E 98 D 99 D 100 D 101 A 102 A 103 E 104 B 105 C 106 B 107 D 108 A 109 C 110 C 111 B 112 E 113 D

114 D 115 A 116 D 117 B 118 D 119 D 120 A 121 A 122 A 123 A 124 A 125 D 126 C 127 C 128 D 129 D 130 D 131 B

132 B 133 D 134 C 135 D 136 E 137 C 138 D 139 A 140 C 141 A 142 C 143 B 144 A 145 A 146 A 147 C 148 B 149 A

150 D 151 D 152 B 153 C 154 D 155 D 156 C 157 D 158 C 159 B 160 B 161 B 162 B 163 A 164 A 165 D 166 C 167 C

168 A 169 C 170 D 171 E 172 A 173 C 174 E 175 A 176 C 177 B 178 B 179 B 180 A 181 B 182 B 183 C 184 C 185 A

186 A 187 C 188 B 189 B 190 D

Legenda:

! Questão Anulada * Questão Dissertativa

Comentários da equipe acadêmica


Confira os comentários da nossa equipe acadêmica

6 - 2022 USP - SP

» Após ler esse extenso enunciado, podemos perceber que não há qualquer evidência de alterações cardíacas, sejam elas estruturais ou relacionadas ao ritmo. O fato do
coração “bater para fora da boca, com batidas fora de hora” até pode sugerir alguma taquiarritmia (ex: taqui supra) ou extrassístoles, mas nada disso foi evidenciado no ECG
de repouso ou no Holter. Esses exames revelam, apenas, ritmo sinusal (o traçado do Holter até detecta uma taquicardia sinusal, mas o ECG “completo”, não). Além disso,
podemos perceber outros dados importantes do enunciado que indicam uma baita preocupação do paciente com seu quadro: insônia, “medo muito grande” de que possa
infartar, fica pensando em como chegar rápido ao hospital caso se sinta mal… Ora, considerando esse medo todo e a grande preocupação do paciente aliados à ausência de
alterações que indiquem doença cardiovascular, podemos dizer que o diagnóstico mais provável é de síndrome (ou transtorno) do pânico! Trata-se de uma condição
psiquiátrica caracterizada por ataques de pânico de repetição (os episódios de “coração batendo para fora da boca e de batidas fora de hora” sugerem crises), sendo que pelo
menos uma das crises deve ser seguida, há pelo menos um mês, por um destes sintomas: (1) preocupação persistente com novos ataques ou suas consequências (ex:
infartar) ou (2) uma mudança prejudicial do seu comportamento relacionado aos ataques (ex: evitar se expor a determinadas situações que possam precipitar as crises). De
fato, o tratamento crônico pode ser feito com antidepressivos serotoninérgicos. Resposta: letra C.

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7 - 2022 HSJC - SP

» Todas as alternativas trazem possíveis complicações em pacientes com história de etilismo crônico. Agora, o quadro é bem característico da síndrome de Wernicke, um
transtorno agudo caracterizado por ataxia (principalmente da marcha), confusão mental e alterações da motilidade ocular extrínseca (nistagmo e oftalmoplegia, normalmente
biliateral) causado por deficiência de vitamina B12. O quaro ocorre principalmente em etilistas crônicos, mas pode ocorrer na vigência de hiperêmese gravídica, desnutrição
ou no contexto de neoplasias. Há possibilidade de reversão com o uso de tiamina ou evolução para a síndrome de Korsakoff, caracterizada pela perda da memória
anterógrada ou recente. Estes pacientes perdem a capacidade de fixação de qualquer nova informação em um quadro que pode não ser mais reversível. A síndrome de
abstinência alcoólica leve é marcada por tremores, ansiedade, cefaleia, sudorese, palpitação, insônia, anorexia, sem alteração do nível de consciência. Em quadros mais
graves, marcado pelo delirium tremens, temos delírio, agitação, taquicardia, hipertensão, febre e sudorese, podendo haver evolução para crise tônico-clônica. Resposta:
letra B.

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8 - 2022 USP - RP

» O tratamento para o paciente com desejo de cesar o tabagismo é dividido em terapia farmacológica e intervenção psicoterapêutica.O tratamento farmacológico clássico
recomendado pelo Ministério da Saúde é feito com adesivo de nicotina e bupropiona (fármaco de 1 linha).Contudo, alguns pacientes não podem fazer uso de bupropriona.
Contraindicações absolutas para o uso de bupropiona são: epilepsia, convulsão febril na infância, tumor do sistema nervoso central, histórico de traumatismo cranioencefálico,
anormalidades no eletroencefalograma e uso concomitante de inibidor da enzima monoamina oxidase (IMAO).Perceba que pelo histórico de epilepsia, devemos utilizar um
medicamento de 2 linha para a tentativa de cessação do tabagismo, como é a nortriptilina (anti-depressivo que ainda vai auxiliar o paciente com sintomas
depressivos).Gabarito: letra A.

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9 - 2022 USP - SP

» Temos uma paciente com quadro clínico sugestivo de uma síndrome maníaca, caracterizada pela aceleração das funções psíquicas (taquipsiquismo). No quadro clínico
descrito, podemos observar os seguintes sinais e sintomas: - Sintomas vegetativos: insônia, geralmente associada à sensação de diminuição da necessidade de sono -
Logorreia: produção verbal rápida, fluente e persistente - Pressão para falar: necessidade de falar ininterruptamente - Agitação psicomotora - Tendência exagerada a gastos
excessivos, descontrole dos impulsos; - Delírios de grandeza ou de poder Há ainda sintomas psicóticos, pois a paciente acha que foi agredida e está sendo perseguida (LETRA
D CORRETA). O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por um padrão de afeto, humor, comportamento e de relações extraordinariamente instáveis, como
por exemplo: esforços frenéticos para evitar o abandono real ou imaginado; comportamento suicida ou automutilante; perturbação da identidade, autoimagem;
relacionamentos pessoais intensos e instáveis; forte impulsividade (LETRA A INCORRETA). A reação aguda ao estresse é caracterizada por manifestações que podem ocorrer
no mês inicial após a algum evento traumático. O distúrbio inclui sintomas de intrusão, humor negativo, dissociação, evitação e sintomas de ansiedade (LETRA B INCORRETA).
A síndrome do pânico se caracteriza pela ocorrência espontânea, inesperada de ataques de pânico, de forma recorrente. Os ataques de pânico são ataques agudos e graves
de ansiedade, de curta duração. Os sintomas psíquicos principais são: extremo medo e sensação de morte e catástrofe iminentes; medo de enlouquecer ou perder o controle;
desrealização e despersonalização. Os sintomas físicos incluem palpitações, sudorese, tremores, boca seca, calafrios ou sensações de calor, sensação de falta de ar ou de
asfixia, dor ou desconforto torácico, náusea ou dor abdominal, tontura e parestesias. (LETRA C INCORRETA). Resposta: letra D.

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10 - 2022 HSJC - SP

» Vamos analisar cada uma das alternativas: - Sinal de Band-Frommel: o termo mais correto seria síndrome de Bandl-Frommel, que representa iminência de rotura uterina. Ela
é caracterizada pelo sinal de Bandl, que é a palpação de uma depressão em faixa abaixo da cicatriz umbilical, decorrente da distensão das fibras do segmento inferior do
útero, e pelo sinal de Frommel, que é o estiramento dos ligamentos redondos, deslocados para a face ventral do útero, desviando-o anteriormente. - Sinal de Russell: é
representado pela presença de calosidades, cicatrizes ou escoriações nas articulações das mãos provocadas pela repetidas induções do vômito com os dedos. - Sinal da vela
(imagem em anexo): também conhecido como “sinal do barco à vela”, trata-se de um sinal radiológico representado por uma imagem radicada de aspecto triangular na
porção superior torácica. É um achado considerado normal em recém-nascidos e lactentes. Esse sinal, na verdade, é o timo dessas crianças, podendo ser percebido até por
voltas dos 3 anos de idade, época em que ele começa a involuir. A importância em conhecê-lo é devido ao fato de que seu desconhecimento pode levar a uma interpretação
errônea de alargamento do mediastino ou aumento da área cardíaca. - Sinal de Zileri: é um sinal típico da pitiríase versicolor e representa a descamação fina na superfície de
lesões cutâneas após distensão da pele. Resposta: letra B.

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11 - 2022 USP - SP

» Temos uma gestante com 14 semanas de gestação, 23 anos e que vive em situação de rua. O problema é bem nítido: ela mantém o hábito do tabagismo à despeito da
gestação e, atualmente, fuma 4 cigarros ao dia. Ela afirma que já tentou outras vezes sem sucesso e que gostaria de parar. Como abordar um caso desses? Bem,
exatamente sobre isso fala um documento recente do Ministério da Saúde, em parceria com o INCA. No documento, há um trecho que fala exatamente sobre quem quer
parar de fumar. Vamos ao trecho: “Equivocadamente muitas pessoas acreditam que o tabagista é um “viciado", “sem força de vontade", “que não deixa de fumar porque não
quer". Não é isso. Na verdade quem fuma sofre de dependência química, ou seja, é alguém que ao tentar deixar de fumar, se defronta com grandes desconfortos físicos e
psicológicos que trazem sofrimento, e que pode impor a necessidade de várias tentativas até que finalmente consiga abandonar o tabaco. Entender o que acontece com o
tabagista e suas tentativas de parar de fumar é fundamental para que se possa ter a real dimensão do problema. Portanto, se você quer parar de fumar comece escolhendo
uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. Este dia não precisa ser um dia de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e procure programar outra coisa que goste
de fazer para se distrair e relaxar.” Além disso, o documento fala sobre várias estratégias que devem ser orientadas, sobretudo, em pacientes gestantes. Resposta: letra A.
Letra B: INCORRETA. A orientação direta sobre “riscos” não costuma gerar tanto efeito. Afinal, a possibilidade da pessoa saber bem dos riscos que corre é imensa. Além disso,
oferecer a participação em grupos de apoio para pessoas em situação de rua costuma ser completamente infrutífero. Letra C: INCORRETA. Essa conduta não ajuda em nada a
sua paciente. Letra D: INCORRETA. Outra conduta que em nada vai auxiliar a paciente.

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12 - 2022 IAMSPE

» Como sabemos, há algumas estratégias para que o indivíduo consiga interromper o tabagismo. Além de todo o suporte não farmacológico, podemos indicar certas drogas,
especialmente para aqueles com Fagerström ≥ 5 e/ou que fumam ≥ 20 cigarros por dia. Três drogas são consideradas de primeira linha: bupopriona, vareniclina e nicotina
(esta pode ser fornecida através de adesivos, gomas de mascar ou pastilhas). Clonidina, nortriptilina e topiramato são medicações de segunda linha, mas também foram
contempladas no gabarito oficial.

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13 - 2022 UNESP

» Em caso de agitação psicomotora (ou seja, no delirium HIPERativo), usar baixas doses de antipsicóticos típicos (haloperidol oral ou intramuscular) ou atípicos (por exemplo,
quetiapina, olanzapina, risperidona – escolha para pacientes parkinsonianos) pode ser de grande valia. Entretanto, no geral, entende-se que antipsicóticos não servem para o
delirium HIPOativo (A INCORRETA). De acordo com o CAM (Confusion Assessment Method), o diagnóstico é dado na presença de: (1) alterações agudas do estado mental ou
de curso flutuante + (2) deficit de atenção + (3) pensamento desorganizado OU alteração do nível de consciência (B INCORRETA). O ponto fundamental do manejo do
delirium é o tratamento do fator desencadeante (infecção, distúrbio eletrolítico ou polifarmácia, por exemplo). Outras medidas simples, mas muito importantes, são: deixar o
paciente orientado no tempo (saber as horas, o dia da semana); ambiente tranquilo; estimular visita de familiares e amigos; nutrição adequada, manejo da dor; uso de óculos
e aparelho auditivo; evitar sonecas durante o dia (C CORRETA). O diagnóstico de delirium, como discutido anteriormente, é clínico, fundamentado pela história e exame
físico do paciente. Exames de neuroimagem devem ser solicitados apenas quando a causa do delirium for potencialmente neurológica, como um AVE ou um processo
infeccioso do SNC (D INCORRETA). Resposta: letra C.

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14 - 2022 UNESP

» O transtorno de ansiedade social (fobia social) consiste em medo e ansiedade de se expor a certas situações sociais ou de desempenho. Tais situações são evitadas ou
enfrentadas com ansiedade substancial. O medo e a ansiedade das pessoas com fobia social frequentemente giram em torno do sentimento de vergonha ou humilhação caso
não correspondam às expectativas das pessoas ou sejam julgadas por outras pessoas nas interações sociais. Muitas vezes, a preocupação é que a ansiedade torne-se
aparente por meio de sudorese, rubor, vômitos ou tremores (às vezes expresso como voz trêmula) ou que a capacidade de manter a linha de raciocínio ou de achar palavras
para se expressar seja perdida. Em geral, a mesma atividade realizada sozinha não produz ansiedade. As situações em que a fobia social é comum incluem falar em público,
atuar em uma performance teatral ou tocar um instrumento musical. Outras situações potenciais incluem comer com outras pessoas, conhecer novas pessoas, conversar,
assinar um documento na frente de testemunhas ou usar banheiros públicos. Com relação às demais alternativas: Letra A: incorreta. O transtorno do pânico é caracterizado
por crises de ansiedade repentinas e intensas, com forte sensação de medo ou mal-estar, acompanhadas de sintomas físicos. As crises podem ocorrer em qualquer lugar,
contexto ou momento, durando em média de 15 a 30 minutos. Letra B: incorreta. As fobias específicas são os transtornos de ansiedade mais frequentes. Algumas das mais
comuns são medo de animais (zoofobia), de altura (acrofobia) e de tempestades (astrofobia ou brontofobia). Letra C: incorreta. O transtorno de ansiedade generalizado
caracteriza-se por ansiedade e preocupação excessivas em relação a diversas atividades ou eventos que estão presentes na maioria dos dias por ≥ 6 meses. O foco da
preocupação não é restrito como em outros transtornos psiquiátricos (ex: quanto a ter ataque de pânico, ficar envergonhado em público ou ser contaminado); o paciente tem
múltiplas preocupações, as quais quase sempre mudam com o tempo (ex: responsabilidades no trabalho e com a família, dinheiro, saúde, segurança, reparos no carro e
pequenas tarefas). Resposta: letra D.

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15 - 2022 SCMSP

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. Drogas depressoras do SNC, como os benzodiazepínicos, não devem ser empregadas de rotina para pacientes com
intoxicação alcoólica. Na verdade, elas devem ser consideradas em casos de agitação psicomotora, como forma de contenção química. Também podem ser usadas para o
tratamento de crises epilépticas, mas lembre-se que este é um fenômeno mais marcante da abstinência. Letra B: correta. Diante de um paciente, principalmente etilista
crônico, que chega à Emergência agitado, um dos diagnósticos diferenciais a ser considerado é a encefalopatia de Wernicke (ou Wernicke-Korsakoff), cujo tratamento consiste
na administração de tiamina. O uso da glicose não é obrigatório, mas sabemos que a intoxicação alcoólica também pode levar à hipoglicemia e o uso isolado desta substância
pode agravar a encefalopatia de Wernicke. Letra C: incorreta. Caso isso fosse verdade, vários amigos nossos já deveriam ter sido intubados... A intubação deve respeitar
outros critérios, como Glasgow ≤ 8. Letra D: polêmica. As principais referências apontam que não há benefícios da sondagem nasogástrica ou do uso do carvão ativado pela
rápida absorção do álcool (80-90% na primeira hora). Entretanto, há algumas, menos importantes, que admitem que a descontaminação por lavagem gástrica pode ser
considerada nos casos de ingestão recente (< 1 hora). Letra E: incorreta. Não há antídoto. O tratamento é de suporte e devemos esperar a metabolização do álcool para que
os sintomas sejam resolvidos. Perceba que a melhor resposta é a letra B, mas há certa discussão acerca da letra D. Resposta: letra B.

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16 - 2022 USP - RP

» A presença de agitação psicomotora de desenvolvimento agudo em paciente internado deve nos fazer considerar a hipótese de delirium. Lembre-se que a idade avançada é
um fator de risco importantíssimo que só corrobora o diagnóstico. Bom, e como manejar o delirium? O primeiro passo é entender se alguma condição reversível e/ou
potencialmente grave o causou (ex: infecções e distúrbios eletrolíticos). Caso algo nesse sentido seja identificado, é fundamental tratar. Além disso, casos mais graves de
agitação costumam ser manejados com o uso de medicamentos. Os de escolha pertencem à classe dos antipsicóticos, sendo o haloperidol o mais utilizado. A clorpromazina,
outro antipsicótico, não é a primeira escolha porque tem um potencial maior de causar efeitos colaterais, como hipotensão arterial. Algumas outras medidas, que auxiliam no
quadro atual e diminuem o risco de recorrências, também devem ser adotadas, como manter o quarto iluminado durante o dia, ter sempre um familiar por perto, orientação
da equipe de enfermagem e fornecer óculos e aparelhos auditivos para os pacientes que fazem uso regular. Resposta: letra D.

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17 - 2022 HIAE

» Estamos diante de um caso clássico de depressão maior. Segundo o DSM-V, o diagnóstico consiste na presença de humor deprimido e/ou perda do interesse ou prazer em
atividades consideradas prazerosas associada a alguns outros sintomas (ex: alterações do sono e do apetite, agitação ou retardo psicomotor, sentimento de inutilidade) por,
no mínimo, duas semanas. Vejamos as outras alternativas:Letra A: incorreta. Os transtornos de personalidade nada mais são do que um grupo de condições psiquiátricas
marcadas por padrões comportamentais estranhos, inflexíveis, mal-ajeitados de relacionamento, além de alterações da percepção do ambiente e de si (por isso, são
pacientes que dificilmente aceitam auxílio médico). Dentre as doenças que pertencem ao grupo, podemos destacar o transtorno borderline (“pessoa emocionalmente
instável”) e o antissocial (falta de empatia). Letra B: incorreta. Para receber o diagnóstico de transtorno bipolar, o paciente deve ter apresentado algum episódio de mania ou
hipomania.Letra C: incorreta. O transtorno depressivo recorrente é marcado por episódios depressivos de repetição. Resposta: letra D.

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18 - 2022 UNIFESP

» A questão descreve o quadro de paciente em acompanhamento há três anos por perda de memória e dificuldade para realizar as atividades domésticas, caracterizando assim
o provável quadro de base de uma síndrome demencial. Definimos como síndrome demencial aquela caracterizada pela perda das funções cerebrais cognitivas, ou seja,
funções importantes para o aprendizado e para a realização de tarefas (memória, linguagem, reconhecimento, destreza, raciocínio, cálculos, julgamento, personalidade...), o
que acaba prejudicando as atividades sociais e profissionais do indivíduo – tal qual o quadro clínico descrito (LETRAS A e B INCORRETAS). Embora a principal causa de
síndrome demencial seja a doença de Alzheimer, não podemos afirmar que a etiologia do caso seja essa (LETRA C INCORRETA). Em relação ao quadro agudo, temos uma
alteração AGUDA do estado mental com déficit de atenção, o que sugere delirium. O delirium é uma síndrome caracterizada pela alteração global das funções psíquicas e
manifesta-se fundamentalmente através do comprometimento da consciência, da atenção e das funções cognitivas, podendo estar acompanhado de alterações do ciclo sono-
vigília e da psicomotricidade (LETRA D CORRETA). A demência é um dos principais fatores de risco para delirium, que pode ter como fator precipitante a presença de
infecções, distúrbios eletrolíticos, drogas, entre outros. Resposta: letra D.

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19 - 2022 UNIFESP

» O caso descrito pelo enunciado é típico de uma esquizofrenia paranoide! Trata-se da forma mais comum de esquizofrenia, que costuma de manifestar mais tardiamente e se
caracteriza pela presença de ideias delirantes, de conteúdo principalmente persecutório, de grandeza ou místico, acompanhadas de alucinações auditivas e perturbações da
sensopercepção. As vozes alucinatórias costumam ter caráter ameaçador ou de comando, e vivências de influência são comuns. Alterações do afeto, vontade e
psicomotricidade não são proeminentes. Sintomas prodrômicos de ansiedade, perplexidade ou depressão, geralmente, precedem o início do quadro e podem estar presentes
por meses antes de ser feito um diagnóstico definitivo. O início costuma ocorrer entre 20 e 25 anos. Eventos desencadeantes, tais como trauma emocional, uso de drogas e
separações podem precipitar episódios esquizofrênicos em indivíduos predispostos. Portanto, já podemos perceber que o diagnóstico mais provável para o caso é
esquizofrenia paranoide. Mas, e as outras alternativas? Vamos lá… Letra A: incorreta. O paciente não apresenta critérios de depressão, como tristeza, perda de interesse nas
atividades que gostava, humor deprimido, etc. Letra B: incorreta. De acordo com o DSM-V, para fechar o diagnóstico de transtorno psicótico induzido por cannabis, o paciente
deve apresentar sintomas psicóticos durante a intoxicação pela substância ou durante a abstinência, e a substância deve reconhecidamente ser capaz de produzir os
sintomas. Como o paciente está sem consumir maconha há 2 meses, essa hipótese se torna muito pouco provável. Letra D: incorreta. O transtorno delirante persistente é
caracterizado pela presença de delírios, sem outros sintomas que levariam a um diagnóstico de esquizofrenia ou transtorno de humor. Resposta: letra C.

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20 - 2022 UNIFESP

» O enunciado descreve um quadro típico de delirium tremens - um estado confusional breve, mas ocasionalmente com risco de morte, geralmente resultante de uma
abstinência absoluta ou relativa de álcool em usuários gravemente dependentes, com longa história de uso. A clássica tríade de sintomas inclui obnubilação da consciência,
confusão, desorientação temporoespacial, alucinações e ilusões vívidas, além de tremores marcantes e sudorese profusa. Delírios, agitação, insônia, ou inversão do ciclo
sono-vigília e hiperatividade autonômica (hipertensão arterial, taquicardia, taquipneia, hipertermia) também estão geralmente presentes. As alucinações visuais costumam
ser de animais, denominadas zoopsias. Bem semelhante ao paciente da questão, não é mesmo?! Além das medidas de suporte, pacientes com quadros moderados-graves de
abstinência alcoólica devem ser tratados com benzodiazepínicos por via intravenosa. O uso de contenção física pode ser necessário até que os medicamentos comecem a
fazer efeito. Também recomenda-se a reposição de tiamina para evitar a síndrome de Wernicke - transtorno neurológico agudo caracterizado por ataxia, confusão mental e
alterações da motilidade ocular extrínseca, como nistagmo. Haloperidol e prometazina não são medicamentos feitos de rotina nestes casos. Por fim, devemos afastar a
possibilidade de episódio infeccioso no paciente do caso e, para isso, exames laboratoriais e de imagem devem ser solicitados. Mas, a questão pediu a conduta IMEDIATA e,
para que os referidos exames sejam realizados, é preciso estabilizar o paciente antes. Logo, não devemos retirar a contenção física e a conduta mais adequada é a que
consta na letra B. Resposta: letra B.

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21 - 2022 HNMD

» A presença de episódios de agitação, desorientação, desatenção e alteração do nível de consciência nos indica o diagnóstico de delirium, condição bastante frequente em
pacientes internados, ainda mais quando analisamos idosos com quadro demencial prévio – os dois fatores de risco mais importantes. O diagnóstico é de exclusão. A
avaliação clínica e laboratorial, para excluir causas reversíveis e potencialmente graves, como distúrbios eletrolíticos e infecções, é fundamental. Uma das ferramentas que
podem ser utilizadas é a CAM (Confusion Assessment Method). Para o diagnóstico, o paciente precisa preencher os critérios 1 e 2, além de ter o 3 ou o 4: (1) quadro de início
agudo e curso flutuante; (2) desatenção; (3) pensamento desorganizado; e (4) alteração do nível de consciência. Perceba, portanto, que a letra B é perfeita. Agora, vamos às
outras alternativas:Letra A: incorreta. A evolução de um quadro demencial é insidiosa, e não aguda.Letra C: incorreta. Todos os fatores citados são considerados de
risco.Letras D e E: incorretas. Quadros leves de agitação podem ser manejados com medidas não farmacológicas, apenas. Dentre elas, podemos destacar: melhora do
ambiente (redução de barulhos, entrada de luz solar para trazer noção de quando é dia e quando é noite), presença de familiares... Além de colaborarem no tratamento do
delirium instalado, trata-se de medidas também importantes para a profilaxia da condição. Quando necessário, podemos lançar mão de antipsicóticos, como o haloperidol.
Cabe ressaltar que não há evidências robustas que comprovem superioridade da abordagem medicamentosa.Resposta: letra B.

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22 - 2022 UFRJ

» Os antipsicóticos de primeira geração de baixa potência (clorpromazina e tioridazina) têm alta atividade histamínica e muscarínica. Logo, eles acabam gerando mais sedação
e mais efeitos anticolinérgicos; em contrapartida, temos menor risco de efeitos colaterais extrapiramidais. Como resultado final, tais medicamentos têm efeitos adversos
significativamente maiores (ex: visão turva, toxicidade ocular, hipotensão ortostática, prolongamento do QTc e retenção urinária) em relação a outros antipsicóticos. Por conta
disso, dentre os antipsicóticos de primeira geração, a hipotensão ortostática é mais comum com clorpromazina (sobretudo quando administrado por via parenteral) e
tioridazina. Com relação aos antipsicóticos de primeira geração de alta potência (ex: haloperidol, flufenazina, loxapina, etc), há baixa atividade nos receptores histamínicos e
muscarínicos. Dessa forma, não esperamos encontrar efeitos como sedação, ganho de peso ou atividade anticolinérgica. Entretanto, existe um alto risco de efeitos adversos
extrapiramidais! Agora, quando pensamos nos efeitos adversos associados aos antipsicóticos de segunda geração, ganham destaques aqueles relacionados aos efeitos
metabólicos, como ganho de peso, diabetes e dislipidemia. Dentre todos os medicamentos deste grupo, a clozapina e a olanzapina são os que apresentam maior risco destes
efeitos. Também é importante ressaltar que casos raros, mas potencialmente fatais de agranulocitose, neutropenia e leucopenia foram relatados com todos os antipsicóticos
de primeira geração! Porém, quando consideramos os de segunda geração, a clozapina é o agente mais relacionado - cerca de 3% dos pacientes tratados com clozapina
apresentarão evidências de leucocitose e quase 1% desenvolverá agranulocitose. Resposta: letra B.

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23 - 2022 UERJ

» A indicação de internação em pacientes com ideação suicida deve ser avaliada individualmente. Aquela velha máxima de “cada caso é um caso diferente” é ainda mais
verdadeira aqui. No entanto, durante a anamnese desses indivíduos, alguns fatores não podem deixar de ser levados em consideração. Os principais são: presença de
planejamento (ex: “vou me matar me enforcando com uma corda”) ou data, tentativa prévia, doença psiquiátrica de base grave e suporte social ruim. A presença de qualquer
um deles impõe risco elevado de suicídio, o que nos faz considerar a internação com muito mais “força”. Repare, porém, que a questão não caminhou muito nesse sentido; é
até um pouco difícil entender o que ela quer, mas vamos às alternativas:Letra A: incorreta. O fato de o paciente só ter manifestado a intenção (ideação), sem ter plano
concreto ou data, em outra fase da vida não confere fator de alto risco. É diferente da tentativa prévia.Letra B: incorreta. Difícil entender o que o autor quis dizer com
“intenção fantasiosa”. Ao pé da letra, “fantasiosa” quer dizer alguma coisa que não faz sentido. Até poderíamos encaixar esse dado como indício de transtorno psicótico
(distúrbio psiquiátrico grave), mas a Banca deveria ter sido mais explícita caso quisesse denotar algo do tipo.Letra C: melhor resposta. A ideação suicida pode ser ativa (“eu
quero me matar”) ou implícita/passiva (“não vejo mais nenhum motivo para viver”). Perceba que, nesta, o paciente não informa explicitamente seu desejo de tirar a própria
vida. A simples ideação, seja ela ativa ou implícita, não configura indicação absoluta de internação, como vimos. No entanto, essa alternativa é a que melhor responde à
pergunta do enunciado, caso outros fatores de alto risco se façam presentes.Letra D: incorreta. Se não há ideação suicida, não há motivos para internar.Resposta: letra C.

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24 - 2022 UFSC

» Questão interessante de Psiquiatria! Vamos analisar as alternativas: - Letra A: incorreta. O delirium é marcado por alterações da atenção e da consciência, típico de
pacientes mais idosos e internados. - Letra B: incorreta. Na mania, o paciente apresenta intensa satisfação pessoal, logorreia, aumento da autoestima, tendência exagerada a
gastos impulsivos, entre outros fatores. Não é o nosso caso também… - Letra C: incorreta. Na esquizofrenia, o paciente apresenta alucinações (visuais, olfativas, auditivas) e
delírios (de grandeza – “acha que é Deus”, por exemplo). Não há nenhuma dessas características no quadro. - Letra D: incorreta. O comportamento impulsivo é um fator
considerado de alto risco para o suicídio, assim como a gravidade da doença psiquiátrica de base, por exemplo. Em qualquer situação que envolve o suicídio (incluindo a
ideação), a rede de apoio familiar ou social é importantíssima. - Letra E: correta. De fato, o provável diagnóstico dessa paciente é de transtorno de personalidade
emocionalmente instável, também chamado de transtorno borderline. Trata-se de uma condição caracterizada por uma série de fatores, sendo um de destaque o
comportamento impulsivo, que pode estar relacionado a tentativas de suicídio. Nessa condição, o paciente também apresenta dificuldade de controlar a raiva, instabilidade
afetiva, seus relacionamentos pessoais tendem a ser intensos e instáveis e pode haver variações importantes do humor. Analisando o caso, podemos perceber que esse
diagnóstico realmente “se encaixa” para essa mulher. Resposta: letra E.

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25 - 2022 UFES

» Estamos diante de um quadro típico de depressão maior. Repare que essa mulher apresenta perda de interesse nas atividades que antes gostava, um dos sintomas cardinais
da doença, e alguns outros dados que reforçam essa possibilidade, como alterações do peso corporal/apetite e do sono, fadiga/perda de energia e irritabilidade. Lembre-se
que, segundo o DSM-V, o humor deprimido não é critério obrigatório. Segundo ele, o paciente deve apresentar este dado e/OU a perda de interesse... Como sabemos, o
tratamento consiste na psicoterapia e no uso de medicações, sendo os inibidores seletivos da recaptação de serotonina os de escolha. Vamos analisar as outras alternativas
agora:Letra A: incorreta. Os transtornos de somatização são caracterizados pela presença de queixas variadas, incluindo dor e manifestações gastrointestinais, que não
podem ser explicadas por exames físico ou laboratoriais. Seria, de fato, algo a se pensar em relação à dor que a paciente apresenta, mas note que depressão maior é uma
hipótese mais provável.Letra C: incorreta. A compulsão alimentar periódica é uma condição na qual o paciente apresenta episódios de libação alimentar sem ato de purgação
(ex: indução de vômitos), que podem ser desencadeados por períodos de estresse. Obviamente, pode levar ao ganho de peso.Letra D: incorreta. A distimia é caracterizada
por um estado depressivo leve, de início insidioso e duradouro (pelo menos dois anos de evolução). Embora haja relato de sintomas semelhantes no passado, o enunciado dá
a entender que a paciente permaneceu assintomática até os últimos três meses.Resposta: letra B.

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26 - 2022 SES - PE

» Quadro clássico de delirium, condição caracterizada por um estado confusional de instalação aguda. Estima-se que 30% dos pacientes idosos desenvolverão delirium durante
a internação hospitalar, número que sobe para mais de 50% nos casos pós-cirúrgicos. Outro fator de risco importante é a demência prévia, também presente presente no
enunciado. O diagnóstico é clínico e pode ser dado com base no CAM (Confusion Assessment Method): para dizer que um paciente possui delirium, precisamos de: (1)
Alterações agudas do estado mental ou de curso flutuante + (2) Deficit de atenção + (3) Pensamento desorganizado OU alteração do nível de consciência. Bem, fechamos o
diagnóstico! Que medida seria benéfica para essa paciente? Existem várias que são muito simples, mas igualmente importantes: deixar o paciente orientado no tempo (saber
as horas e o dia da semana, garantindo iluminação adequada); manter ambiente tranquilo; estimular visitas de familiares e amigos; evitar sonecas durante o dia; dar acesso
ao próprio material ao invés do hospitalar (toalhas e roupas); nutrição adequada, manejo da dor; uso de óculos e aparelho auditivo quando necessário (D CORRETA). A
contenção física até pode ser necessária em pacientes muito agitados que ameaçam a própria integridade e a de terceiros, mas trata-se do último dos recursos. Mesmo
assim, pode até piorar a agitação, aumentando o risco de delirium persistente. Medidas alternativas, como vigilância constante por um familiar ou algum acompanhante
próximo, podem ser mais eficazes (A INCORRETA). A internação em terapia intensiva, por si só, aumenta o risco de delirium: a incidência chega a 75% nos pacientes idosos. A
paciente deve permanecer neste setor apenas se tiver critérios para vigilância hemodinâmica ou ventilatória; caso contrário haverá mais malefícios que benefícios (B
INCORRETA). No caminho inverso da contenção mecânica, a mobilização precoce com cuidados fisioterápicos diminui a incidência de delirium. Claro que a deambulação deve
ser feito sempre com alguém próximo para auxiliar o paciente (C INCORRETA). Benzodiazepínicos possuem papel limitado no tratamento do delirium, sendo úteis apenas na
abstinência alcoólica ou quando houver contraindicação aos antipsicóticos (E INCORRETA). Resposta: letra D.

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27 - 2022 UFMT

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta / Letra B: correta. O delirium é marcado por um curso clínico agudo e flutuante de comprometimento da consciência, da
atenção e da cognição, podendo também estar associado a alterações do ciclo sono-vigília e da psicomotricidade. Letra C: incorreta. O paciente, seja ele idoso ou não, pode
apresentar a forma hiperativa (mais fácil de ser diagnosticada), marcada por agitação, alucinação, tremor e instabilidade autonômica, hipoativa, caracterizada por apatia,
sonolência e lentidão psicomotora ou mista, uma espécie de mistura dos dois tipos anteriores. Letra D: incorreta. O prognóstico do delirium em si é bom, com rápida reversão
após a identificação da causa. No entanto, outros dados geram certa preocupação. Quem apresenta o distúrbio cursa com hospitalização mais prolongada, além de maior
declínio cognitivo, risco de institucionalização e, para completar, mortalidade. Resposta: letra B.

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28 - 2022 AMRIGS

» O enunciado descreve um quadro clássico de delirium, síndrome caracterizada pela alteração global das funções psíquicas e manifesta-se fundamentalmente através do
comprometimento da consciência, da atenção e das funções cognitivas, podendo estar acompanhado de alterações do ciclo sono-vigília e da psicomotricidade. Classicamente,
o delirium tem um início súbito, de horas a dias, um curso breve e flutuante, e uma melhora rápida quando o fator causal é identificado e eliminado - para isso, recomenda-se
exames laboratoriais com rastreio de causas metabólicas e infecciosas. Para o seu diagnóstico, utiliza-se o CAM-ICU:
1- Alterações agudas do estado mental ou de curso flutuante;
2- Deficit de atenção;
3- Pensamento desorganizado;
4- Alteração do nível de consciência Delirium = 1 + 2 + (3 ou 4). Repare que não há nenhum relato de psicopatia prévia, como indica a letra B, o que já nos permite marcar
essa alternativa como INCORRETA. Mas, além disso, a característica essencial do Transtorno Delirante é a presença de um ou mais delírios não-bizarros que persistem por
bastante tempo - ao contrário do caso em tela, onde temos um quadro agudo. Para o diagnóstico é muito importante que o delírio do Transtorno Delirante não seja bizarro,
nem seja desorganizado, isto é, ele deve ter seu tema e script bem organizados e compreensível ao ouvinte, embora continue se tratando de uma crença falsa e absurda.
Resposta: letra B.

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29 - 2022 AMRIGS

» Os critérios para o diagnóstico de depressão maior é descritos pelo DSM-V são: A – Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de
duas semanas e representam uma alteração a partir do funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer.
- Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;
- Interesse ou prazer acentuadamente diminuídos;
- Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (p. ex.: mais de 5% do peso corporal em um mês), ou diminuição ou aumento do apetite;
- Insônia ou hipersonia;
- Agitação ou retardo psicomotor;
- Fadiga ou perda de energia;
- Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada;
- Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão;
- Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para
cometer suicídio. B – Os sintomas causam sofrimento clinicamente signi​ficativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo. C – Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (ex: droga de abuso ou medicamento) ou de uma condição médica geral (ex:
hipotireoidismo). D – A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por: transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme,
transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado, ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não
especificado. E – Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco. Portanto, não temos dúvidas que o paciente da questão apresenta um quadro de depressão
maior! O tratamento deve integrar a farmacoterapia (antidepressivos) com a intervenção psicoterápica. Os antidepressivos produzem, em geral, uma melhora de 60 a 70%
dos sintomas depressivos em um mês. Indicações claras de hospitalização são a necessidade de procedimentos diagnósticos, risco de suicídio ou homicídio e capacidade
reduzida de autocuidados básicos. Os benzodiazepínicos não fazem parte do arsenal terapêutico da síndrome depressiva. Resposta: letra D.

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30 - 2022 SURCE

» Precisamos medicar este idoso com depressão. Em primeiro lugar, não prescrevemos tricíclicos para idosos, devido aos riscos associados nesta população (efeitos adversos
anticolinérgicos como boca seca, constipação intestinal, hipotensão postural e distúrbio do sistema de condução cardíaca). Além disso, como foi colocado, dentre as principais
classes ela é aquela mais perigosa em caso de ingesta excessiva (tentativa de suicídio). Daí já temos o gabarito (opção A). Quanto às demais: - Os ISRS são considerados
como primeira escolha para idosos por vários autores devido a seu perfil seguro de efeitos colaterais. - Pacientes com depressão devem ser questionados sobre ideação
suicida, e os idosos são a faixa etária de maior índice de suicídio no Brasil. Resposta?: opção A.

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31 - 2022 PSU - MG

» Temos um paciente de 49 anos e com diagnóstico, há 6 meses, já estabelecido de TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR GRAVE. Ele refere remissão dos sintomas e recuperação
de sua capacidade funcional. Repare que já teve episódio prévio, sendo esse um SEGUNDO EPISÓDIO. Sendo assim, o tratamento deve ser mantido, no mínimo por 12 meses,
não sendo recomendado, em nenhuma hipótese, a suspensão imediata devido a melhora clínica. Por ser o segundo episódio tem alto risco de recorrência. Resposta: letra A.

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32 - 2022 PSU - MG

» Questão sobre a abordagem do alcoolismo na APS. Letra A: INCORRETA. Na APS não existe essa centralização dos cuidados na figura do médico. Todos atuam em conjunto.
Fora isso, não é uma atuação pertinente a implementação de estratégias para diminuir a comercialização de álcool na sua área de atuação. Letra B: CORRETA. Excelente
conduta e com grande efetividade. Letra C: INCORRETA. Tratamento medicamentoso para TODO o paciente em uso abusivo de álcool? Essa conduta não só está errada,
como também é inviável. Letra D: INCORRETA. De jeito nenhum. A maior parte dos casos pode e deve ser atendido na própria APS. Resposta: letra B.

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33 - 2022 ENARE

» Estamos diante de um paciente com delirium tremens: confusão mental, alucinações, tremores e hiperativação autonômica (justificando a febre e a taquicardia) são
características marcantes do quadro. Como sabemos, os quadros de abstinência alcoólica têm como tratamento o uso de vitamina B1, para evitar o desenvolvimento de
síndrome de Wernicke, e de benzodiazepínicos. Agora, como decidir entre as letras A e B, já que ambas trazem exemplos de drogas desta classe farmacológica? O midazolam
possui meia-vida curta, diferente do diazepam. Caso optássemos por ele, seriam necessárias diversas aplicações para manter o paciente “calmo”. Portanto, o ideal é optar por
medicações de meia-vida mais longa. Resposta: letra A.

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34 - 2022 PSU - MG

» Vamos analisar as assertivas: Assertiva I: falsa. A reposição de nicotina, através de uso de adesivos transdérmicos, por exemplo, só deve ser iniciada após a interrupção do
tabagismo. Assertiva II: verdadeira. A terapia cognitivo-comportamentaltem como objetivo fazer com que o paciente mude o seu comportamento a partir da alteração dos
pensamentos e sentimentos a respeito daquele hábito. Sem dúvidas, fornecer informações sobre os riscos do tabagismo e os benefícios de parar de fumar, e no estímulo ao
autocontrole ou auto-manejo para que os indivíduos possam administrar o ciclo da dependência são princípios desta terapia. Assertiva III: verdadeira. De fato, é recomendado,
pois a interrupção do tabagismo pode ser um gatilho deflagrador deste transtorno prévio. Assertiva IV: falsa. Os critérios de prescrição de apoio medicamentoso são
Fagerström maior ou igual a 5, aqueles que fumam mais de um maço por dia e quem já tentou parar de fumar sem medicamento e não conseguiu. Resposta: letra C.

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35 - 2022 HCG

» O quadro descrito pelo enunciado é extremamente sugestivo de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)! Trata-se de uma doença caracterizada pela existência de
pensamentos obsessivos e/ou comportamentos compulsivos. Os pensamentos obsessivos são ideias, sentimentos ou imagens intrusivos, ou seja, que invadem o pensamento
da pessoa de forma repetida e contra a sua vontade. Estes trazem muita ansiedade e a realização dos atos compulsivos a diminui. As compulsões configuram
comportamentos ou atos mentais repetitivos, que o indivíduo se sente compelido a executar como resposta a um pensamento obsessivo, ou tentativa de reduzir a angústia.
Tanto as obsessões quanto as compulsões são vivenciadas como algo estranho à sua personalidade, ou seja, são reconhecidas como absurdas ou irracionais e, muitas vezes,
os pacientes tentam resistir a estes sintomas sem sucesso. Portanto, resposta: letra A. Mas, e as outras alternativas? Vamos rever: Letra B: Incorreta. As ideias delirantes
primárias são juízos patologicamente falseados e têm características essenciais: convicção extraordinária, são irremovíveis, seu conteúdo é impossível e incompreensível, e
são particulares ao indivíduo, inserindo-se de maneira inteiramente nova em determinado instante da curva vital daquela pessoa. Letra C: Incorreta. A fobia nada mais é do
que um medo irracional que provoca ansiedade antecipatória e comportamento consciente de esquiva do objeto, atividade ou situação específica temida. Pode acarretar
prejuízo na capacidade funcional do indivíduo, que reconhece sua reação como sendo excessiva. Na despersonalização, o paciente não reconhece a si próprio, podendo
considerar que é outra pessoa, ou experimentar um sentimento de estranheza em relação a si próprio. Letra D: Incorreta. A confabulação é um tipo de ilusão mnêmica que
consiste na presença de dados fantasiosos para preencher vazios de memória. Os transtornos dissoviativos, por outro lado, caracterizam-se por uma perda parcial ou
completa da integração normal entre as memórias do passado, da consciência de identidade e sensações imediatas e do controle dos movimentos corporais.

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36 - 2022 HCG

» A catatonia é uma síndrome clínica caracterizada por anormalidades comportamentais impressionantes que podem incluir imobilidade ou excitação motora, negativismo
profundo ou ecolalia (imitação da fala) ou ecopraxia (imitação de movimentos). É uma condição incomum, mais vista em pacientes com doenças primárias do humor ou
transtornos psicóticos avançados. Cerca de 25 a 50% dos pacientes internados pelo problema tem um transtorno de humor, como o episódio depressivo maior, ao passo que
aproximadamente 10% tem esquizofrenia. Também é importante marcar que várias condições médicas podem causar a catatonia, como transtorno neurológico (TCE, status
epiléptico), infecções e distúrbios metabólicos (encefalopatia hepática). Além dessas condições, o uso de alguns fármacos também pode induzir a condição (ex:
corticosteroides, imunossupressores e antipsicóticos). Na catatonia a pessoa fica incapaz de cuidar de si mesmo, por esse motivo necessita de hospitalização e auxilio com
higiene e alimentação. No estado excitado, o paciente catatônico pode representar um perigo para os outros, logo, a supervisão rigorosa é necessária. A primeira linha de
tratamento é identificar e corrigir a causa clinica ou farmacológica subjacente. Benzodiazepínicos podem melhorar um pouco os sintomas de forma temporária. Outra técnica
que tem se mostrado eficiente é a eletroconvulsoterapia. As síndromes depressivas têm como elemento central o humor entristecido. No entanto, outros sintomas podem
estar presentes, com gravidade e frequência muito diversas, como sintomas afetivos (tristeza, melancolia), alterações físicas (fadiga, distúrbios do sono), distúrbios do
pensamento (ideação negativa, pessimismo), etc. Letra A incorreta. Os transtornos dissociativos caracterizam-se por uma perda parcial ou completa da integração normal
entre as memórias do passado, da consciência de identidade e sensações imediatas e do controle dos movimentos corporais. Letra B incorreta. O termo psicose
tradicionalmente significa a perda do teste da realidade e comprometimento do funcionamento mental, manifestando-se por delírios, alucinações, confusão e
comprometimento da memória. Letra C incorreta. Resposta: letra D.

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37 - 2022 SUS - BA

» Questão difícil! A indicação de internação em pacientes com ideação suicida deve ser avaliada individualmente. Aquela velha máxima de “cada caso é um caso diferente” é
ainda mais verdadeira aqui. No entanto, durante a anamnese desses indivíduos, alguns fatores não podem deixar de ser levados em consideração. Os principais são:
presença de planejamento (ex: “vou me matar me enforcando com uma corda”) ou data, tentativa prévia, doença psiquiátrica de base grave e suporte social ruim. A
presença de qualquer um deles impõe risco elevado de suicídio, o que nos faz considerar a internação com muito mais “força”. Após essa breve introdução, vamos discutir as
alternativas:Letra A: incorreta. De fato, há ideação suicida, mas a presença de algum desses fatores que citamos há pouco não fica bem caracterizada para afirmarmos que se
trata de um alto risco.Letra B: correta. A ideação suicida pode ser ativa (“eu quero me matar”) ou implícita/passiva (“não vejo mais nenhum motivo para viver”). Como não
conseguimos caracterizar bem a doença psiquiátrica do adolescente, se houve tentativa prévia e como é, realmente, o suporte social do indivíduo, podemos dizer que, de
fato, o risco não pode ser previsto com as informações apresentadas.Letra C: incorreta. Ideação consiste na ideia de tirar a própria vida. É diferente do plano, como vimos. A
alternativa está errada porque a ausência de plano não exclui a possibilidade de ideação.Letra D: incorreta. É difícil prever o risco nesse caso.Resposta: letra B.

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38 - 2022 SUS - BA

» A ideia de cobrar do candidato fatores de risco de suicídio é boa, mas trata-se de uma questão com ampla margem para recurso. Afinal, dependendo da referência, alguns
dados a mais ou a menos podem ser considerados. No enunciado, podemos marcar oito fatores mais importantes: adolescência, sexo masculino, perda do sustento (no caso,
a mesada), uso de drogas, suporte social ruim (não tem contato com o pai), abandono (separação da namorada), provável doença psiquiátrica de base e a própria ideação.
Para se ter noção da controvérsia relacionada à questão, o Kaplan, livro-texto de Psiquiatria, cita mais de 30 fatores e não menciona a adolescência (aliás, afirma que a idade
> 45 anos é a que traz mais risco). Enfim, questão super polêmica, mas que a Banca optou por manter o gabarito. Resposta: letra A.

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39 - 2022 SUS - BA

» Vamos analisar as alternativas sobre suicídio:Letra A: incorreta. Segundo Boletim Epidemiológico divulgado no final de 2021, a taxa de suicídios parece ser maior em
indígenas, seguidos por brancos e negros. O suicídio é mais comum na classe média.Letra B: incorreta. Há predomínio nas regiões urbanas. A nível territorial, as regiões Sul e
Centro-Oeste, nessa ordem, são as que lideram o triste ranking.Letra C: incorreta. Quando analisamos indígenas, o suicídio é mais frequente em jovens entre 15 e 24 anos.
Porém, nos outros grupos populacionais, é mais comum em idosos. Letra D: correta. De fato, a restrição ao acesso a armas de fogo parece reduzir a incidência de suicídio. A
OMS lançou um guia chamado Live Life, que reúne estratégias para apoiar os países na prevenção desse mal. Dentre elas, podemos destacar: proibição de pesticidas mais
perigosos, adoção de estratégias responsáveis de comunicação, evitando matérias que descrevam a ação e que possam levar à imitação e programas anti-bullying.Resposta:
letra D.

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40 - 2022 AMP

» O nosso diagnóstico é de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), caracterizado pela existência de pensamentos obsessivos e/ou comportamentos compulsivos (as
compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais estereotipados, que têm como objetivo aliviar os pensamentos obsessivos). Nesse sentido, sabemos que
comorbidades são comuns! Para termos noção, aproximadamente um terço dos pacientes podem ter sintomas depressivos associados, enquanto 30% apresentam tiques.
Transtornos alimentares também são descritos (I CORRETA). Mais de 50% dos pacientes experimentam início súbito dos sintomas após um evento estressante. No entanto, a
maioria dos casos cursa com melhora parcial dos sintomas, com curso que tende a ser mais crônico e flutuante em indivíduos não tratados. Ou seja, não é verdade que há
SEMPRE deterioração constante da função psicossocial (II INCORRETA). A Fluvoxamina é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina aprovado para o tratamento do
TOC, sendo igualmente eficaz à clomipramina. A droga também pode ser usada na população pediátrica, sendo inclusive classe de primeira escolha nesse grupo (III e IV
CORRETAS). Resposta: letra B.

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41 - 2022 SURCE

» Vamos analisar as alternativas:Letra A: incorreta. No transtorno de conduta, a pessoa assume um comportamento que não se importa com o direito de outras pessoas. São
indivíduos egoístas, que danificam propriedades, mentem, furtam...Letra B: incorreta. Os pacientes com transtorno explosivo intermitente são aqueles que não conseguem
controlar seu impulso agressivo, apresentando “ataques de fúria” diante de certas situações. Estas, aliás, podem nem ser tão graves, ou seja, mesmo com “estímulos”
pequenos, esse comportamento pode dar as caras. Letra C: correta. O transtorno de oposição desafiante é um diagnóstico da infância, tipicamente. Seu grande marco é,
como o próprio nome sugere, a desobediência a ordens, geralmente dadas pelos pais e responsáveis. Portanto, as manifestações costumam iniciar e ser mais evidentes em
casa, embora também possam surgir fora dela. Além disso, os pacientes cursam com outras manifestações comuns: discussão com adultos, perdem a cabeça e ficam com
raiva/irritadas frequentemente, incomodam outras pessoas de forma deliberada, tendem a culpar os outros por seus próprios erros ou problemas de comportamento. Quase
sempre, o comportamento interfere nos relacionamentos interpessoais e no desempenho escolar. Essas crianças costumam ser rejeitadas pelos pares, podendo se tornar
isoladas e solitárias. Apesar da inteligência adequada, elas podem se sair mal ou ser reprovadas na escola devido à falta de cooperação, baixa participação e incapacidade de
aceitar ajuda. Secundários a essas dificuldades estão baixa autoestima, baixa tolerância à frustração, humor deprimido e surtos de agressividade. Adolescentes ostracizados
podem se voltar ao álcool ou a substâncias ilícitas como forma de serem aceitos.Letra D: incorreta. O transtorno antissocial é caracterizado pela indiferença com os
sentimentos alheios, não cumprimento regras ou leis, incapacidade de manter relacionamentos (embora seja fácil convencer outras pessoas a se relacionarem com ela), baixa
tolerabilidade à frustração, incapacidade de experimentar a culpa, tendência a culpar os outros. Além disso, os pacientes possuem propensão marcante em fornecer
explicações racionais para seu comportamento.Resposta: letra C.

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42 - 2022 HUOL

» De modo geral, ganho de peso, diabetes e dislipidemia são os componentes da síndrome metabólica associados aos antipsicóticos. O mecanismo pelo qual esses sintomas
são produzidos não está totalmente claro, mas há evidências de aumento do apetite com o uso dessas medicações. Embora nenhum antipsicótico esteja totalmente livre de
tais efeitos, dentre os antipsicóticos de primeira geração, a clorpromazina parece ter um risco relativamente alto, enquanto a flufenazina, o haloperidol e a pimozida
apresentam o risco mais baixo. No caso dos medicamentos de segunda geração, clozapina e olanzapina são os que apresentam risco significativamente maior, enquanto
aripiprazol, lurasidona, pimavanserina e ziprasidona estão associados ao menor risco. A quetiapina e a risperidona também foram associados à maior ganho ponderal quando
comparadas ao aripiprazol. Resposta: ziprasidona, lurasidona, aripiprazol e haloperidol.

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43 - 2022 HUOL

» A catatonia é uma síndrome clínica caracterizada por anormalidades comportamentais impressionantes que podem incluir imobilidade ou excitação motora, negativismo
profundo, ecolalia (imitação da fala) ou ecopraxia (imitação de movimentos). É uma condição incomum, mais vista em pacientes com doenças primárias do humor ou
transtornos psicóticos avançados. Cerca de 25 a 50% dos pacientes internados pelo problema tem um transtorno de humor, como o episódio depressivo maior, ao passo que
aproximadamente 10% tem esquizofrenia. Também é importante marcar que várias condições médicas podem causar a catatonia, como transtornos neurológicos (ex: TCE,
status epiléptico), infecções e distúrbios metabólicos (ex: encefalopatia hepática). Além dessas condições, o uso de alguns fármacos também pode induzir essa condição (ex:
corticosteroides, imunossupressores e antipsicóticos). Em geral, o paciente fica incapaz de cuidar de si mesmo e, por esse motivo, necessita de hospitalização para auxilio
com higiene e alimentação. No estado excitado, o paciente catatônico pode representar um perigo para os outros, logo, a supervisão rigorosa é necessária. A primeira linha
de tratamento é identificar e corrigir a causa clinica ou farmacológica subjacente. Benzodiazepínicos podem melhorar um pouco os sintomas de forma temporária. O
lorazepam é o medicamento mais estudado neste contexto, mas relatos de casos também descrevem tratamentos bem-sucedidos com diazepam, clonazepam, midazolam e
alprazolam. Outra técnica que tem se mostrado eficiente é a eletroconvulsoterapia (ECT). Tratamentos alternativos podem ser tentados para pacientes que não respondem
aos benzodiazepínicos e recusam a ECT ou não respondem à ECT. Esses outros tratamentos incluem carbamazepin, topiramato, valproato, zolpidem, memantina e
bromocriptina. A amantadina também foi usada, mas tem atividade agonista da dopamina que pode potencialmente piorar uma psicose subjacente. Resposta: lorazepam.

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44 - 2022 SURCE

» Vamos analisar as alternativas:Letra A: incorreta. A fobia social é caracterizada pelo medo patológico de realizar atividades em público, como se apresentar, comer ou
qualquer outra situação em que o indivíduo se sinta exposto ou ridicularizado na frente de outras pessoas. Os pacientes também cursam com a famosa ansiedade
antecipatória, na qual a pessoa apresenta certo grau de sofrimento, que pode ser importante, antes do estímulo fóbico.Letra B: incorreta. O transtorno esquizoafetivo é
marcado pela presença de sintomas afetivos e esquizofrênicos em conjunto, igualmente proeminentes. O paciente reúne critérios para um episódio depressivo maior ou
maníaco juntamente com características da fase ativa da esquizofrenia. É necessária a presença de delírios ou alucinações por, pelo menos, duas semanas na ausência de
sintomas afetivos. Além disso, os sintomas afetivos também devem estar presentes por uma parcela substancial dos períodos psicóticos ativo e residual.Letra C: correta. O
TOC é caracterizado pela existência de pensamentos obsessivos e/ou comportamentos compulsivos. Os pensamentos obsessivos são ideias, sentimentos ou imagens que
invadem o pensamento da pessoa de forma repetida e contra a sua vontade. Estes trazem muita ansiedade e a realização dos atos compulsivos a diminui. As compulsões são
comportamentos repetitivos ou atos mentais estereotipados, que têm como objetivo aliviar os pensamentos obsessivos. Perceba que essa definição se encaixa perfeitamente
ao caso, não concorda? A paciente chega a afirmar que escrever as cartas alivia sua “angústia”. Letra D: incorreta. A TAG consiste em uma preocupação excessiva e
abrangente, acompanhada por uma variedade de sintomas somáticos (ex: tremores, taquicardia), que causa comprometimento significativo no funcionamento sócio-
ocupacional ou acentuado sofrimento. Não ocorre exclusivamente, nem mesmo de modo preferencial, em uma determinada situação. Tipicamente, a ansiedade tem caráter
“flutuante”.Resposta: letra C.

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45 - 2022 HCPA

» O enunciado desceve um tipo específico de transtorno de ansiedade: o ataque de pânico. O primeiro ataque de pânico, na maioria das vezes, ocorre de forma completamente
espontânea. No entanto, o mesmo pode ter início após exercício físico, trauma emocional, atividade sexual, ou uso de substâncias (ex: cafeína, álcool). Frequentemente, tem
duração de aproximadamente 20 a 30 minutos, com rápida progressão dos sintomas, atingindo o máximo de sua intensidade em 10 minutos (raramente ultrapassam 1h). Os
sintomas psíquicos principais são extremo medo e sensação de morte e catástrofe iminentes, medo de enlouquecer ou perder o controle, desrealização e despersonalização.
Os sintomas físicos incluem palpitações, sudorese, tremores, boca seca, calafrios ou sensações de calor, sensação de falta de ar ou de asfixia, dor ou desconforto torácico,
náusea ou dor abdominal, tontura e parestesias.É mais frequente em mulheres (2:1) e a idade média de início é de 25 anos. O único fator social identificado que parece estar
envolvido no desenvolvimento do transtorno é história recente de divórcio.O tratamento baseia-se no uso de antidepressivos, com atenção especial ao perfil de efeitos
colaterais, visto que estes pacientes costumam ser mais sensíveis aos efeitos adversos. Por este motivo, prioriza-se, em geral, a farmacoterapia com inibidores de recaptação
de serotonina ou venlafaxina, em doses mais baixas do que as usadas nos transtornos depressivos. Os benzodiazepínicos de ação curta, como o alprazolam, apresentam uma
resposta rápida e, por isso, podem ser usados em curto prazo com coadjuvantes na fase inicial do tratamento. A terapia cognitivo-comportamental também está
recomendada!O prognóstico costuma ser bom e uma meta-análise de seis ensaios clínicos randomizados mostrou que as taxas de recaída após a descontinuação do
antidepressivo foram de aproximadamente 25-50% - o que favorece fortemente a continuação do medicamento durante o primeiro ano de tratamento.Resposta: letra A.

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46 - 2022 AMRIGS

» O transtorno de ansiedade social, também conhecido como fobia social, é caracterizado pelo medo patológico de realizar atividades em público, como se apresentar, comer
ou qualquer outra situação em que o indivíduo se sinta exposto ou ridicularizado na frente de outras pessoas. Os indivíduos também cursam com a famosa ansiedade
antecipatória, na qual o paciente apresenta certo grau de sofrimento, que pode ser importante, antes do estímulo fóbico. Analisando as alternativas, podemos perceber que a
alternativa que melhor se encaixa à doença é, de fato, a D. Em relação às outras:Letra A: incorreta. A violência contra animais denota um problema relacionado à empatia. É
um problema observado, por exemplo, no transtorno antissocial.Letra B: incorreta. Não indica nenhuma doença, especificamente. Letra C: incorreta. A impulsividade é uma
manifestação psiquiátrica não muito específica, mas é trata-se de um fenômeno marcante da personalidade borderline.Resposta: letra D.

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47 - 2022 AMRIGS

» Agitação psicomotora e, mais especificamente, delirium tremens são manifestações da abstinência alcoólica. Portanto, o grupo de pacientes ao qual o enunciado se refere é o
dos etilistas. Como sabemos, os benzodiazepínicos são as grandes medicações para o tratamento da abstinência ao álcool. A tiamina, por sua vez, é utilizada para tratar e
prevenir a encefalopatia de Wernicke, condição causada pela falta dessa vitamina que frequentemente “dá as caras” em pacientes que bebem muito. A clozapina,
antipsicótico de segunda geração, reduz o limiar convulsivo. Como as crises epilépticas são manifestações possíveis no contexto da abstinência alcoólica, esta medicação
deve ser evitada. Não há indicação específica para o uso da carbamazepina em etilistas, seja em abstinência ou não. Porém, não existe recomendação para evitá-la, como há
para a clozapina. A droga pode ser prescrita, por exemplo, para o tratamento de eventual epilepsia. Resposta: letra C.

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48 - 2022 AMRIGS

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. A acatisia é uma manifestação relacionada a intoxicação por algumas substâncias, como antipsicóticos e alguns anti-
eméticos (ex: metoclopramida). Trata-se de uma incapacidade de permanecer parado. Letra B: incorreta. O álcool é uma substância depressora do SNC. Portanto, não
esperamos manifestações adrenérgicas como as que foram citadas, e sim rebaixamento do nível de consciência. Letra C: correta. De fato, o uso de estimulantes, como
cocaína e anfetaminas, ao estimular o sistema nervoso simpático, pode provocar manifestações adrenérgicas.Letra D: incorreta. A abstinência por benzodiazepínicos costuma
causar um quadro de inquietação e angústia. Não esperamos manifestações adrenérgicas tão significativas como as que foram descritas.Resposta: letra C.

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49 - 2022 AMRIGS

» A questão se baseia nos critérios preconizados pelo DSM-V e em um trecho do Kaplan, livro-texto de Psiquiatria. Abstinência de substância é o diagnóstico usado para
descrever uma síndrome específica que resulta da interrupção abrupta do uso intenso e prolongado de uma substância, como álcool ou opioides. Para sua caracterização, é
preciso que os seguintes critérios se façam presentes:- O desenvolvimento de uma síndrome específica da substância devido à interrupção (ou redução) de seu uso intenso e
prolongado;- A síndrome específica da substância causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo;- Os sintomas não se devem a uma condição médica geral nem são mais bem explicados por outro transtorno mental.Resposta: letra D.

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50 - 2022 AMRIGS

» Vamos analisar as assertivas:Assertiva I: correta. Como sabemos, uma das manifestações da abstinência alcoólica é o delirium tremens, na qual o paciente pode apresentar
confusão mental, alucinações, tremores e hiperativação autonômica. Seu reconhecimento é importante por se tratar de uma condição potencialmente grave. Assertiva II:
incorreta. De fato, benzodiazepínicos podem ser usados para evitar (e tratar) o desenvolvimento de manifestações da abstinência. Porém, não podemos afirmar que a
melhora da qualidade do sono evita o desenvolvimento de crises epilépticas. Não há essa relação direta quando nos referimos a etilistas.Assertiva III: correta. É sempre
preciso se questionar a respeito de outras etiologias para a crise, como infecções ou neoplasias do SNC. Resposta: letra B.

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51 - 2022 PUC - SP

» O transtorno de personalidade anancástica, ou transtorno de personalidade obsessiva compulsiva (TPOC) é caracterizado por um padrão rígido de perfeccionismo e
inflexibilidade, tornando as pessoas que sofrem com este transtorno extremamente detalhistas e preocupadas com regras, normas, organização. Nos casos de TPOC, a pessoa
desconhece ter um transtorno e por isso considera suas atitudes, pensamentos e emoções normais, tentando modificar outras pessoas ao seu redor para se adaptarem aos
seus rígidos padrões, considerados por ela, a maneira correta. Resposta: opção C.

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52 - 2022 SCMA - SP

» A provável causa do quadro neurológico da paciente é, de fato, o delirium, distúrbio caracterizado por mudanças súbitas do nível de consciência e da cognição. Para o
diagnóstico, é obrigatório que o paciente apresente alterações agudas do estado mental ou de curso flutuante + déficit de atenção. Além disso, precisa ter pensamento
desorganizado ou alteração do nível de consciência. Não há, a princípio, nenhum dado que sugira infecção do trato urinário, mas, mesmo assim, o delirium segue como
principal hipótese. Na síndrome demencial, as alterações da cognição predominam e tendem a ter evolução mais insidiosa; no AVE, esperamos encontrar déficit focal súbito, o
que não foi relatado; já no diabetes descompensado, temos sintomas de hiperglicemia, como polifagia, perda ponderal, polidipsia e poliúria. Resposta: letra B.

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53 - 2022 SCML

» Questão a respeito da estratégia de redução de danos, ferramenta importantíssima na abordagem de pessoas dependentes de álcool e drogas. Vamos avaliar cada
alternativa. Letra A: incorreta.O sigilo é parte importantíssima do estímulo à adesão e da motivaçnao para continuar o tratamento. A exposição da identidade dos
participantes desse tipo de programa leva a maior taxa de desistência. Letra B: incorreta. Condutas padronizadas vão na direção oposta da enorme maioria das estratégias do
SUS, que estimulam e defendem a medicina individualizada e centrada na pessoa. Condutas padronizadam tendem a identificar a pessoa pela doença que a aflige, e não
pelas suas particularidades e contexto específico. Letra C: incorreta. Até o momento, a política de redução de danos ja mostrou ser a estratégia mais eficaz no combate aos
malefícios do abuso de substiancias, significativamente mais bem sucedida do que a estratégia de combate agressivo e criminalizaçnao do usuário. Letra D: correta.
Exatamente. Essa estratégia apresenta bons resultados na morbimortalidade relacionada ao uso de substâncias, contribuindo até mesmo para a redução da frequência de
uso. Letra E: incorreta. Como vimos acima, a redução de danos tem como objetivo a diminuição da morbimortalidade relacionada ao abuso de substâncias, porém sem tentar
interferir diretamente nos hábitos dos usuários envolvidos. Resposta: letra D

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54 - 2022 SCML

» Vamos responder cada alternativa separadamente a respeito do tabagismo: Letra A: correta. O tabagismo é não apenas fator contribuinte como o principal fator de risco para
muitas neoplasias, além de ser amplamene considerado o fator de risco cardiovascular modificável mais importante. Letra B: incorreta. Embora as evidências apontem que os
riscos cardiovasculares são mais baixos em produtos diversos que contém tabaco comparados com o fumo de cigarros, há também evidências de que o uso prolongado de
produtos com tabaco está associado a um risco ao menos moderado de evento cardiovasculares. Letra C: incorreta. Os fumantes são mais propensas a desenvolver a
leucemia mieloide aguda do que os não fumantes. Em relação ao câncer de esôfago, o tabagismo é, junto ao uso de álcool, o principal fator de risco. Letra D: incorreta.
Afirmativa absolutamente sem pé nem cabeça. Tal exclusão não aconteceu. Letra E: incorreta. O câncer de pulmão em decorrência do tabagismo surge em decorrência do
uso prolongado, e por isso acomete principalmente a populaçõ mais idosa. Resposta: letra A.

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55 - 2022 ISCMB

» Pessoas que bebem de forma excessiva, quando diminuem o consumo ou se abstêm completamente, podem apresentar um conjunto de sintomas e sinais, denominados
Síndrome de Abstinência do Álcool (SAA). Alguns sintomas, como tremores, são típicos da SAA. Entretanto, muitos outros sintomas e sinais físicos e psicológicos considerados
como parte da SAA são insidiosos, pouco específicos, o que torna o seu reconhecimento e a sua avaliação processos complexos, muito mais do que possa ser pensado num
primeiro momento.

Uma série de fatores influenciam o aparecimento e a evolução dessa síndrome, entre eles: a vulnerabilidade genética, o gênero, o padrão de consumo de álcool, as
características individuais biológicas e psicológicas e os fatores socioculturais. Os sintomas e sinais variam também quanto à intensidade e à gravidade, podendo aparecer
após uma redução parcial ou total da dose usualmente utilizada, voluntária ou não, como, por exemplo, em indivíduos que são hospitalizados para tratamento clínico ou
cirúrgico. Os sinais e sintomas mais comuns da SAA são: agitação, ansiedade, alterações de humor (irritabilidade, disforia), tremores, náuseas, vômitos, taquicardia,
hipertensão arterial, entre outros. Ocorrem complicações como: alucinações, o Delirium Tremens (DT) e convulsões.

Única resposta possível, portanto: opção A.

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56 - 2022 REVALIDA - USP SP

» Antes de mais nada: qual deve ser o diagnóstico de base desse homem? Bom, considerando o relato de delírios e alucinações, ou seja, psicose, é provável que ele seja
esquizofrênico. Como sabemos, o tratamento dessa doença envolve o uso de antipsicóticos. Logo, é provável que o quadro atual seja provocado por uma medicação desta
classe! Inclusive, os efeitos colaterais motores, como acatisia e distonias, são comuns, principalmente quando se opta por uma droga típica, como haloperidol e
clorpromazina. Para evitar que esses efeitos voltem a ocorrer, podemos diminuir a dose do antipsicótico ou substituí-lo por um antipsicótico atípico, como a risperidona
(benzodiazepínicos podem ser considerados também). Mas e o que fazer para resolver o problema atual, agudo? Para atenuar a distonia aguda que o paciente apresenta,
deve-se prescrever medicação anticolinérgica, como o biperideno. Resposta: letra B.

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57 - 2022 PMG

» O quadro apresentado pelo paciente é bastante sugestivo de delirium - estado confusional agudo, de curso flutuante, déficit de atenção, pensamento desorganizado e
alteração do nível de consciência (agitação ou sonolência). O delirium está entre os transtornos mentais mais comuns encontrados em pacientes com doenças orgânicas,
particularmente entre idosos. Portanto, o próximo passo deve ser partir para a investigação de possíveis causas subjacentes! Para tal, será necessário, além de história e
exame físico, exames complementares como: hemograma, função renal, eletrólitos, hepatograma, sedimento urinário e urinocultura. Se o quadro permanecer sem etiologia,
recomenda-se a realização de exames toxicológicos e gasometria arterial. Além disso, neste caso específico, também podemos considerar a realização de neuroimagem,
punção lombar e eletroencefalograma. O grande problema é: como fazer tantos exames em um paciente tão desorientado? A resposta é simples: não tem como! Por isso,
muitas vezes, o tratamento com antipsicóticos pode ser necessário. Neste contexto, a droga mais utilizada é o haloperidol - mas cabe ressaltar que o seu uso contínuo (como
forma de profilaxia para agitação) não deve ser realizado. Os benzodiazepínicos têm um papel limitado no tratamento do delirium. Eles são indicados principalmente em
casos de abstinência ao álcool ou quando os antipsicóticos são contraindicados. Embora seja necessária em casos extremos, quando feita de forma isolada, a contenção
mecânica pode piorar a agressividade e a agitação do paciente. Resposta: letra D.

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58 - 2022 UNAERP

» O fato de o paciente acreditar que familiares e cuidadores estão sendo controlados por extraterrestres indica a presença de delírio, um dos sintomas cardinais da psicose (o
outro sintoma clássico é a alucinação, que nem sempre se faz presente). Por se tratar de um quadro agudo, o chamamos de surto psicótico. A esquizofrenia é a doença mais
implicada nesse tipo de situação. Porém, a doença não costuma “dar as caras” na faixa etária desse indivíduo... Por isso, é preciso realizar uma ampla investigação com
exames laboratoriais, principalmente, para detectar uma possível etiologia - quadros metabólicos e infecciosos, por exemplo, podem se apresentar dessa forma! Tudo bem…
Mas como iremos coletar um exame laboratorial se o paciente está agitadíssimo e agressivo? Para que isso seja possível, é preciso realizar uma contenção. Uma não, três!
Primeiro, as contenções física (no mínimo, cinco pessoas seguram o paciente para colocá-lo em um leito) e mecânica (usar equipamento para “segurar” o indivíduo no leito)
para que a química seja possível. Esta deve ser feita com antipsicóticos, como o haloperidol. Por não ter efeito sedativo, adicionamos, geralmente, a prometazina (Fenergan).
Analisando as alternativas, podemos dizer que a melhor delas é, de fato, a C. Embora não cite as contenções física e mecânica, menciona a química, que é a que realmente
acalma o paciente. Resposta: letra C.

59 - 2022 SCMRP

» Primeiramente, qual o diagnóstico desta paciente? Redução do apetite, alteração do humor, pensamentos negativos recorrentes, anedonia, alteração do sono, perda de
memória e redução da concentração ... esta mulher tem critérios para transtorno depressivo maior!
Questiona-se qual a medicação de escolha para manejo. Vejam, de forma geral, as drogas de escolha para iniciar a terapia do transtorno depressivo maior são os inibidores
seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como fluoxetina e paroxetina. No entanto, isso não deve ser encarado como regra absoluta! Em todos os casos é necessário
analisar as características do paciente, de forma a individualizar a conduta.
No caso descrito, o que mais chama atenção é a perda de peso (aparentemente, significativa). Considerando uma medicação que atue tanto nos sintomas depressivos quanto
no emagrecimento, a mirtazapina (antidepressivo “atípico” antagonista alfa-2 central) seria uma opção bastante interessante, visto promover ganho de peso (letra B:
correta). A paroxetina também promove ganho de peso, mas em grau bem menor. Além disso, entre os ISRS é a que apresenta mais efeitos colaterais anticolinérgicos,
indesejados nesta paciente. Em situações específicas como essa, as referências indicam que outros antidepressivos “não-ISRS” podem ser escolhidos (letra C: incorreta).

A bupropiona - antidepressivo inibidor da noradrenalina e dopamina - não é primeira linha para o tratamento da depressão, e nem seria o melhor medicamento aqui poder
alterar a pressão arterial e causar insônia (letra A: incorreta).

Os benzodiazepínicos como o clonazepam são ansiolíticos, e não tratariam a doença de forma crônica (letra D: incorreta).

Por fim, a quetiapina é um antipsicótico, e não vemos no enunciado qualquer indício de psicose. Ela até pode ser utilizada no tratamento da depressão, mas não é a primeira
linha. Dessa forma, a melhor opção terapêutica aqui é realmente a mirtazapina. Resposta: letra B.

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60 - 2022 IGESP

» Questão que compara conceitos e aplicações dos opioides. Vamos avaliar às alternativas: Letra A: correta. A metadona apresenta boa biodisponibilidade oral e longa meia-
vida, o que permite sua dosagem única diária. Em doses suficientes, produz tanto a supressão dos sintomas da abstinência de opioides como bloqueio (ou tolerância cruzada)
dos efeitos de outras drogas da mesma classe. Além disso, acompanha efeitos colaterais mínimos. Letra B: incorreta. Em contraste com a morfina, por exemplo, as doses
analgésicas de tramadol não apresentam efeito depressor sobre o sistema respiratório. Letra C: incorreta. O início da ação analgésica da codeína por via oral ocorre entre 30
a 45 minutos após ingestão, e a duração da ação é de 4 horas, sendo que o pico do efeito analgésico é obtido entre 60 a 120 minutos. Já o paracetamol começa a agir entre
15 e 30 minutos após o consumo. Letra D: incorreta. A metabolização da morfina não é exclusivamente hepática. Grande proporção da substância (mas não 100%), passa
pelo metabolismo da primeiro-passagem hepático, mas também há metabolização/absorção intestinal. Dentro de 24 horas, cerca de 90% da morfina é excretada do
organismo, sendo a maior parte na urina. Resposta: letra A.

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61 - 2022 UAM

» A Notificação de Receita (NR) é o documento que, acompanhado da receita, autoriza a dispensação de medicamentos das listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1
(psicotrópicas), B2 (psicotrópicas anorexígenas), C2 (retinóica para uso sistêmico) e C3 (imunossupressoras).
A NR tipo “A” é de cor amarela e é voltada para medicamentos das listas A1 e A2 (entorpecentes) e A3 (psicotrópicos). Sendo assim:
Letra A: incorreta. A alfameprodina é um opioide sintético e ,portanto, exige receita do tipo "A".
Letra B: incorreta. O “concentrado de palha de dormideira” é a papoula! Também um opioide.
Letra C: correta. Clordiazepóxido é um benzodiazepínico. Assim, a dispensação exige receita do tipo “B”, a “receita azul”.
Letra D: incorreta. O intermediário da metadona (4-ciano-2-dimetilamina-4,4-difenilbutano) também é um opioide, necessitando de receita do tipo "A" para
dispensação.Resposta: letra C.

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62 - 2022 FAMEMA

» As síndromes depressivas têm como elemento central o humor entristecido, com achados como tristeza, melancolia, choro fácil, fadiga, cansaço fácil e constante, distúrbios
do sono, ideação negativa, pessimismo, ideias de arrependimento e culpa, dentre outros achados. Não é o que temos aqui! Na verdade, o quadro é compatível com transtorno
do pânico, condição que se caracteriza pela ocorrência espontânea, inesperada e recorrente de ataques de pânico. Os ataques de pânico, por sua vez, são ataques agudos e
graves de ansiedade, de curta duração, que podem até ser confundidos com outras condições clínicas por serem acompanhados de sintomas como dispneia, sudorese,
palpitação ou dor torácica (repare que o paciente já procurou o PA várias vezes, mas sempre com exames normais). O tratamento baseia-se no uso de antidepressivos, com
atenção especial ao perfil de efeitos colaterais, visto que estes pacientes costumam ser mais sensíveis aos efeitos adversos. Por este motivo, prioriza-se, em geral, a
farmacoterapia com inibidores de recaptação de serotonina (como a fluoxetina ou sertralina) ou venlafaxina, em doses mais baixas do que as usadas nos transtornos
depressivos. O efeito terapêutico costuma ocorrer entre 2 e 4 semanas, mas a resposta clínica pode demorar 8-12 semanas, motivo pelo qual a reavaliação é necessária. No
caso da venlafaxina XR, a dose inicial é de não mais que 37,5 mg pela manhã (a formulação de liberação imediata não deve ser usada no transtorno de pânico pelos efeitos
adversos mais potentes). A dose deve ser elevada para 75 mg após 1 semana e para 150 mg em torno da segunda-terceira semana. Se a resposta for inadequada em 6
semanas, aumentamos a dose para 225 mg. Se a opção for pela fluoxetina, a dose inicial deve ser de 5 mg, enquanto a sertralina é usada inicialmente na dose de 25 mg. Ao
longo de 2-6 semanas, a dose deve ser aumentada, chegando a 20-40 mg no caso da fluoxetina e 100-200 mg para a sertralina. Antidepressivos tricíclicos podem ser usados,
mas a literatura favorece o uso de imipramina ou clomipramina, também em doses baixas. Resposta: letra C.

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63 - 2022 UNAERP

» Temos um paciente com claros sintomas psicóticos. Agora, olhem que estranho: sua esposa defende explicitamente as mesmas ideias delirantes. Parece que ambos estão
compartilhando dos mesmos pensamentos psicóticos, não é? Trata-se do transtorno psicótico compartilhado, também chamado de Folie à deux, do francês, “loucura à dois”.
Esta é uma condição em que os sintomas psicóticos são compartilhados por duas pessoas, geralmente próximas ou da mesma família. Existem alguns subtipos: as ideias
podem ser impostas a uma pessoa saudável, desaparecendo quando a afastamos do paciente; em outros casos, a pessoa resiste por longos períodos às ideias delirantes, mas
eventualmente acaba aceitando, mantendo os pensamentos quando separado do paciente delirante; uma situação peculiar, comum em hospitais psiquiátricos, é quando dois
pacientes com pensamentos psicóticos de mesma gravidade trocam ideias delirantes entre si; finalmente, podemos ter um paciente com psicose mais grave que adiciona
pensamentos delirantes a um outro com psicose mais leve. A esquizofrenia paranoide é a forma mais comum de esquizofrenia, caracterizada pela presença de ideias
delirantes, de conteúdo principalmente persecutório, de grandeza ou místico, acompanhadas de alucinações auditivas e perturbações da sensopercepção. O paciente até
possui ideiais delirantes, mas isso não explicaria o quadro como um todo. O transtorno de personalidade paranoide é definido pela sensibilidade excessiva a contratempos e
rejeições, tendência a guardar rancores persistentemente, recusa a perdoar, desconfiança e uma tendência a distorcer e interpretar erroneamente ações neutras ou
amistosas como hostis ou desonrosas, suspeita recorrente, sem justificativa, sobre a fidelidade de seu companheiro e tendência a explicações conspiratórias, sem
fundamento, de eventos ocorrendo próximo ao indivíduo. O Transtorno Obsessivo-Compulsivo é caracterizado pela existência de pensamentos obsessivos e/ou
comportamentos compulsivos: os pensamentos obsessivos são ideias, sentimentos ou imagens intrusivos, ou seja, que invadem o pensamento da pessoa de forma repetida e
contra a sua vontade; já as compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais estereotipados, que têm como objetivo aliviar os pensamentos obsessivos. O
transtorno de personalidade esquiva é marcado por sentimentos persistentes e invasivos de tensão e apreensão, crença em ser socialmente inepto, pessoalmente
desinteressante ou inferior aos outros, preocupação excessiva em ser criticado ou rejeitado em situações sociais, relutância em se envolver com pessoas, baixo autoestima e
restrições no estilo de vida devido à necessidade de segurança física. Resposta: letra B.

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64 - 2022 UNITAU

» Observe que o enunciado descreve dois problemas: provável depressão e lapsos de memória. O grande detalhe é que a síndrome depressiva pode cursar com alterações
cognitivas, como dificuldade de concentração, esquecimentos e dificuldade para tomar decisões. Portanto, muito provavelmente estamos diante de uma pseudodemência
depressiva! Dito isso, vamos analisar as alternativas: Letra A: correta. Como vimos a depressão pode afetar as atividades diárias da paciente. Porém, neste caso, como não há
alteração da cognição propriamente dita, esperamos que o mini exame do estado mental (mini-mental) seja normal. Letra B: correta. O tratamento da depressão deve
integrar a farmacoterapia com a intervenção psicoterápica. Os antidepressivos produzem, em geral, uma melhora de 60 a 70% dos sintomas depressivos em um mês. Neste
contexto, a primeira escolha é o Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina (ISRS). A resposta geralmente aparece dentro de quatro semanas. Letra C: correta. A anedonia
nada mais é do que a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida. Além disso, queixas somáticas são
frequentes em pacientes depressivos: fadiga, cansaço fácil e constante, distúrbios do sono (insônia terminal ou hipersonia), perda ou aumento do apetite/peso, constipação,
indigestão, distúrbios sexuais (diminuição da libido, disfunção erétil), palidez; alterações na menstruação, cefaleia. Letra D: correta. A depressão e a fragilidade compartilham
sintomas neurovegetativos e fatores de risco como: falta de energia (fadiga), retardo psicomotor (lentidão na marcha), diminuição da atividade física, perda de peso,
comorbidades, prejuízos cognitivos e funcionais. Logo, o paciente depressivo está sob maior risco de fragilidade! Letra E: incorreta. O diagnóstico de depressão é CLÍNICO! De
acordo com o DSM-V, são necessários cinco (ou mais) dos seguintes sintomas durante período de duas semanas sendo que pelo menos um dos sintomas é (1) humor
deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer. São eles: humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias; interesse ou prazer acentuadamente diminuídos; perda
ou ganho significativo de peso sem estar em dieta, ou diminuição ou aumento do apetite; insônia ou hipersonia; agitação ou retardo psicomotor; fadiga ou perda de energia;
sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada; capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão; pensamentos de morte recorrentes (não apenas
medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. Resposta: letra E.

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65 - 2022 HOS

» A questão traz paciente idosa com manifestações clínicas de DEPRESSÃO MAIOR, caracterizada pela presença de humor deprimido (apatia), interesse diminuído nas tarefas,
perda de peso e insônia. Neste caso, o tratamento deve ser realizado utilizando um fármaco da classe dos antidepressivos, considerando-se suas comorbidades e efeitos
adversos da droga considerada. Trata-se de uma paciente com constipação crônica, então certamente o uso de amitriptilina não é uma boa opção, tendo em vista que essa
droga lentifica o trânsito intestinal por promover efeito anticolinérgico (LETRA C INCORRETA). O bromazepam é um benzodiazepínico, classe que não é considerada opção no
tratamento da depressão, além de aumentar o risco de quedas em pacientes idosos (LETRA D INCORRETA). Dentre os demais antidepressivos citados, temos a bupropiona,
um antidepressivo atípico, que aumenta o risco de insônia e eleva o risco de hipertensão arterial, não sendo uma boa opção terapêutica para essa senhora hipertensa e com
dificuldade para dormir (LETRA A INCORRETA). Embora os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) como a fluoxetina sejam drogas de primeira linha no
tratamento da depressão como forma geral, neste caso a fluoxetina não é a opção mais adequada devido a seu perfil de efeitos adversos: em primeiro lugar, ela pode causar
insônia e agitação. Em segundo lugar, a mirtazapina é um antidepressivo atípico classicamente associado a ganho de peso, estímulo do apetite e sedação, sendo, portanto,
uma excelente opção na paciente do caso em tela (LETRA E INCORRETA / LETRA B CORRETA). Resposta: letra B.

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66 - 2022 HAOC

» Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são considerados como de primeira linha para o tratamento de depressão, mas é preciso reconhecer que esses
medicamentos podem interferir em diferentes aspectos da função sexual, o que inclui libído e o próprio orgasmo, tanto em homens quanto em mulheres. Inclusive, esses
efeitos adversos podem prejudicar a própria aderência ao tratamento. O que fazer nesse caso? Para pacientes que alcançam uma melhora pelo menos moderada dos
sintomas depressivos com ISRS (redução dos sintomas em pelo 50%), mas que sofrem de disfunção sexual severa (disfunção presente quase sempre nas atividades sexuais),
sugere-se a troca do antidepressivo. Para pacientes que obtém alívio moderado dos sintomas depressivos, mas com disfunção sexual leve/moderada (a disfunção ocorre em
50% dos atos sexuais), sugere-se associação de uma outra droga. Para mulheres com queda de libído, sugere-se a associação de bupropiona em doses relativamente
elevadas (300 mg/dia). Faltou a banca descrever o grau de disfunção sexual, pois a troca do antidepressivo seria uma solução! Inclusive, poderíamos usar a mirtazapina para
pacientes que realizaram uma troca inicial para a bupropiona e não responderam adequadamente (o citalopran não faria muito sentido como substituto, pois também é um
ISRS; antidepressivos tricíclicos como a nortriptilina também causam disfunção sexual, embora em menor grau). Entendendo que a mirtazapina não seria a primeira escolha
como substituto, vamos considerar a letra A como melhor resposta, mas fica a crítica à questão. Resposta: letra A.

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67 - 2022 HIS

» Logo “de cara” já podemos eliminar as opções A, B e C, pois, pelo menos neste contato inicial, não há qualquer necessidade de encaminhar a paciente ao CAPS. Outro ponto
que “matava” as opções C e D era a necessidade real de solicitar exames laboratoriais no momento, para afastar qualquer tipo de causa reversível para as manifestações da
paciente. Ficamos, então, com a letra E. Mas vamos explorar mais as opções… Letras A e B: INCORRETAS. Ambas são drogas antipsicóticas e não estão indicadas no
momento em que a paciente está com um quadro suspeito de depressão maior. Letra C: INCORRETA. Não devemos utilizar a amitriptilina como droga de primeira escolha em
um caso de depressão maior como o da paciente. Letra D: INCORRETA. A escolha medicamentosa foi boa, mas há sim necessidade de exames complementares no
momento. Letra E: CORRETA. Perfeito! A sertralina é uma ótima escolha para o início do tratamento. No entanto, como a baixa qualidade do sono está levando-a a grande
prejuízo funcional, é válido também o início concomitante de zolpidem. Um outro motivo seria a demora para o início de efeito da sertralina. Resposta: letra E.

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68 - 2022 HIS

» Questão clássica de psiquiatria aqui. Lembre-se, portanto, que a abordagem de possível ideação suicida deve sim ser abordada de forma clara e direta com os pacientes com
suspeita. Inclusive, avaliando-se, possíveis planos e data para tentativa. Resposta: letra D. Mas e a letra C? Está errada por 2 motivos: não se inicia lítio para um caso desses
e o retorno deve ser breve!

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69 - 2022 REVALIDA - USP SP

» É bem provável que, ao ler este caso, você tenha considerado a possibilidade do diagnostico de anorexia nervosa. De fato, a restrição da ingestão calórica em relação às
necessidades levando a um peso corporal significativamente baixo é um aspecto central da anorexia nervosa. Todavia, estes indivíduos exibem medo de ganhar peso ou de
ficar gordos ou apresentam comportamentos persistentes que interferem no ganho de peso, bem como perturbações específicas em relação à percepção e à vivência de seu
próprio peso e forma corporal. Tais características não estão presentes neste relato e até poderíamos considerar um diagnóstico alternativo que pode preceder o
desenvolvimento da anorexia: o transtorno alimentar restritivo/evitativo, ainda que este seja mais comum em crianças um pouco menores, pode persistir até a vida adulta. Os
indivíduos com esse transtorno podem exibir perda de peso ou deficiência nutricional significativas, mas não temem ganhar peso ou se tornar gordos nem apresentam
perturbação na maneira como vivenciam a forma e o peso do próprio corpo. Os transtornos alimentares, que levam à desnutrição, podem estar relacionados com a
amenorreia primária (esta já foi, inclusive, um critério usado para o diagnóstico de anorexia nervosa). Resposta: letra B.

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70 - 2022 ISCMSC

» Questão retirada, integralmente, do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “Além disso,
independentemente da carga tabágica (número de cigarros/dia ou anos de tabagismo) e do grau de dependência à nicotina, a farmacoterapia não deve ser utilizada em
pacientes que apresentem contraindicações clínicas ou por aqueles que optarem pelo não uso de medicamentos, mesmo após receberem esclarecimento adequado por parte
do profissional da saúde que os acompanham. Com relação à farmacoterapia, o tratamento com Terapia de Reposição de Nicotina (TRN) pode combinar forma lenta (adesivo)
e rápida (goma ou pastilha) de liberação de nicotina, sendo o tratamento preferencial por sua maior eficácia.” Resposta: letra D.

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71 - 2022 SCMA - SP

» Temos um caso de um paciente de 50 anos, tabagista e com dependência muito elevada à nicotina (8-10 pontos = dependência muito elevada). O tema central da estação é
o modelo de Prochaska e Diclemente para mudanças de hábitos: Pré-contemplação: Neste estágio, a pessoa ainda não vê necessidade de mudar seu comportamento e suas
atitudes. Há muita resistência, pois ela acredita que não existe uma motivação real para a mudança. Contemplação: Nesta fase, o indivíduo começa a perceber seu problema,
mas ainda não se mobiliza para tomar uma atitude de mudança. Ele procura motivos e justificativas para se defender e negar sua dificuldade e, embora comece a considerar
possíveis mudanças, as dúvidas, inseguranças e incertezas o faz desistir. (Letra C - INCORRETA) Planejamento ou preparação: O indivíduo já tem uma visão mais clara e
precisa sobre seu problema e começa a pensar em possíveis ações que podem ajudá-lo a se recuperar e superar suas limitações. Muitas vezes aqui já há algumas mudanças
no sentido de, realmente, alcançar o próximo estágio que é a ação. Exemplo: o indivíduo que fumava um maço de cigarros passa a fumar meio maço… (letra A - CORRETA)
Ação: Na fase da ação, o indivíduo começa a colocar em prática seus esforços de mudança. Trata-se de um estágio que necessita de muita perseverança, comprometimento e
disciplina para que as ações de mudança sejam efetivamente cumpridas. Exemplo: o indivíduo, realmente, interrompe o tabagismo. (Letra B - INCORRETA) Manutenção: Este
é o estágio mais complexo e desafiador de todo o processo. Isso porque é a manutenção que permite verificar se as atitudes tomadas no estágio anterior realmente levaram à
mudança. Além disso, a fase de manutenção exige o máximo esforço do indivíduo para que não ocorra nenhum tipo de recaída e ele continue firme em busca da mudança e
dos resultados almejados. Por último, alguns autores consideram a RECAÍDA, que seria o estágio alcançado por alguns. Resposta: letra A. Revisamos no anexo o Teste de
Fargeström.

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72 - 2022 FMJ

» Atualmente, o suicídio representa um grande problema de saúde pública mundial, visto estar entre as três principais causas de morte entre indivíduos de 15 a 44 anos, e ser
a segunda principal causa de morte entre indivíduos de 10 a 24 anos. Diante de tamanha incidência, é claro que precisamos nos preocupar com o adolescente em questão,
sobretudo diante de sinais de automutilação (letras A: incorreta). A consulta se torna ainda mais preocupante quando levamos em conta as estatísticas nacionais: no Brasil, os
índices de suicídio entre adolescentes são o dobro daquelas observadas na população geral, o que os fazem configurar grupo de risco. Apesar dos meninos tentarem menos
suicídio do que o sexo feminino, a ocorrência de sucesso na tentativa entre eles é maior (letra B: incorreta). A literatura demonstra ainda que as estatísticas de suicídio se
distribuem de maneira desigual nos diferentes países, entre os sexos e entre os grupos etários. Em alguns países como Canadá, Sri Lanka, Áustria, Finlândia e Suíça, o
suicídio em adolescentes e adultos jovens está se configurando em um padrão epidêmico. Nesse sentido, a adolescência tem sido considerada um período vulnerável ao
comportamento suicida, necessitando maior atenção e manejo adequado (letra C: correta). É muito comum ouvir que “quem fala não comete suicídio”, remetendo à possíveis
sinais de acometimento da saúde mental que podem não estar sendo “levados a sério” pelo ciclo pessoal com que o adolescente se relaciona. Entretanto, não valorizar esse
tipo de discurso é um erro (letra D: incorreta). Outro erro é abordado pela letra E (letra E: incorreta). Diante de qualquer percepção do risco de suicídio, devemos sim
encaminhar o adolescente para seguimento psicológico, sendo este um dos pilares do manejo. Resposta: letra C.

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73 - 2022 HASP

» A lei 10.216, de 2001, que dispõe sobre proteção e direitos de pessoas com transtornos mentais, define três modalidades de internação psiquiátrica: a) internação voluntária:
aquela que se dá com o consentimento do usuário;
b) internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro;
c) internação compulsória: aquela determinada pela Justiça. Sendo assim, considerando que o paciente em questão teve busca ativa pelo internamento hospitalar e
consentimento sobre o mesmo, a melhor resposta seria “internação voluntária”, e não “internação involuntária” (letra B: correta; letra C: incorreta).
Não há citação da participação de terceiros ou justiça (letra A: incorreta).
A internação domiciliar não é abordada nesta lei (letra D: incorreta). Curiosamente, a Banca liberou a letra C como gabarito, e o manteve mesmo após pedido de recurso.
Resposta: letra C.
Gabarito MEDGRUPO: letra B.

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74 - 2022 HASP

» Os fatores de risco para desenvolvimento de intoxicação por lítio incluem idade avançada, overdose, insuficiência renal, drogas que afetam a função renal (anti-inflamatórios
não-esteroidais (AINEs), inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA), diuréticos tiazídicos), diminuição do volume sanguíneo circulante (cirrose, insuficiência
cardíaca congestiva, síndrome nefrótica), diminuição da ingesta de sódio, diabetes mellitus e diabetes insipidus induzido pela terapia crônica por lítio. Única resposta com as
duas características clínica corretas: letra A.

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75 - 2022 SCO

» Boa questão, integralmente, copiada da Portaria conjunta nº 10, de 16 de abril de 2020, que aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo. Vamos,
então, revisar o trecho que respondia a questão: “A nicotina, substância encontrada no tabaco, é classificada como psicoativa e atua estimulando o sistema nervoso central
(sistema mesolímbico), que está relacionado com a motivação, sexualidade, atenção, prazer e recompensa. O risco de dependência está diretamente relacionado à rapidez
com a qual a substância produz seu pico de ação. Poucos segundos após a tragada do produto, a nicotina atinge o sistema de recompensa estimulando a liberação de
neurotransmissores, como a dopamina, que é responsável pela sensação de prazer, melhora da cognição, promoção de maior controle de estímulos e emoções negativas e
redução de ansiedade e do apetite. Esse processo produz um reforço positivo e a necessidade de repetição de seu uso.” Resposta: letra B.

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76 - 2022 HASP

» O quadro clínico descrito é clássico de depressão. Dentre as opções fornecidas pela Banca, sem dúvida aquela que nos faria mudar a conduta - no sentido de intensificar o
tratamento ou indicar internação hospitalar - seria a ideação suicida (letra A: correta).
A perda do prazer (anedonia), disfunção sexual e o choro fácil são características que podem estar presentes num quadro depressivo, mas que não colocam a vida em risco
imediato e, portanto, podem ser manejados sem que se considere uma emergência psiquiátrica (letras B, C e D: incorretas). Resposta: letra A.

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77 - 2022 SCO

» Boa questão, integralmente, copiada da Portaria conjunta nº 10, de 16 de abril de 2020, que aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo. Vamos,
então, revisar o trecho que respondia a questão: “O risco de dependência está diretamente relacionado à rapidez com a qual a substância produz seu pico de ação. Poucos
segundos após a tragada do produto, a nicotina atinge o sistema de recompensa estimulando a liberação de neurotransmissores, como a dopamina, que é responsável pela
sensação de prazer, melhora da cognição, promoção de maior controle de estímulos e emoções negativas e redução de ansiedade e do apetite. Esse processo produz um
reforço positivo e a necessidade de repetição de seu uso”. Resposta: letra C.

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78 - 2022 HASP

» Estamos diante de um etilista que passou a apresentar de forma aguda confusão mental, distúrbio da marcha e disfunção oculomotora. Ora, trata-se da tríade clássica da
encefalopatia de Wernicke, condição relacionada ao uso crônico de álcool, que provoca deficiência de tiamina. Embora até possa ser revertido de forma espontânea, essa
condição merece ser tratada; preconiza-se a própria tiamina, de forma parenteral. Caso isso não seja feito, a doença pode evoluir para a síndrome de Korsakoff, distúrbio
crônico caracterizado por déficits de memória anterógrada e retrógrada. A síndrome de abstinência alcoólica pode se apresentar de diversas maneiras, desde tremores até
convulsões e alucinações. Os sintomas costumam surgir de 6-8 horas após a interrupção do consumo. Como não há relato de tremor, seu sinal “mais clássico”, não vamos
pensar nesse diagnóstico. O delirium tremens, por sua vez, “dá as caras” cerca de 72-96 horas depois da última dose e é marcado pelo surgimento de alucinações e déficit de
atenção e da cognição. Resposta: letra D.

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79 - 2022 HASP

» De fato, o paciente apresenta tolerância e abstinência. Vamos organizar os conceitos apresentados pela questão: Tolerância: necessidade de doses cada vez maiores para
que os mesmos efeitos sejam atingidos. Abstinência: ocorre em usuários crônicos de determinadas substâncias após a interrupção ou diminuição do uso. É marcada pelo
aparecimento de sintomas “contrários” aos proporcionados pela medicação. Como assim? Os benzodiazepínicos e o álcool, por exemplo, causam depressão do sistema
nervoso central. Na abstinência, o indivíduo apresenta manifestações do tipo “agitação”, como tremores. Rebote: caracterizado pelo retorno de determinado sintoma tratado
com a medicação. Ao interrompê-la, o sintoma volta. É o que acontece com indivíduos que param de usar betabloqueador – há o desenvolvimento de taquicardia, fenômeno
que é controlado pelo uso da droga. Síndrome de descontinuidade: muito relacionada ao uso de antidepressivos. É marcada pelo surgimento de alguns sintomas específicos,
como tontura, fadiga, náuseas e cefaleia. É diferente da abstinência porque os sintomas não são “reversos”, como mencionamos há pouco. Efeito paradoxal: é quando
determinado medicamento causa um efeito contrário ao esperado (ex: determinado diurético estimula canais de reabsorção de magnésio nos néfrons, mas, na verdade, há
aumento da excreção urinária desse íon). Resposta: letra B.

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80 - 2022 HASP

» Estamos diante de um paciente com agitação psicomotora importante, desorientação, hipertensão arterial e midríase. Na intoxicação por opioide, temos miose; na alcoólica, o
paciente pode apresentar uma série de manifestações, como fala arrastada, tontura, incoordenação, ataxia, nistagmo, diplopia e coma; já na por organofosforados, os
sintomas colinérgicos predominam (ex: sialorreia e miose). Só nos resta a intoxicação por cocaína, que, de fato, é a melhor resposta, já que promove hiperatividade
adrenérgica. Mas por que fazer haloperidol? Assim como os benzodiazepínicos, essa medicação costuma ser empregada para o manejo de indivíduos agitados e violentos
(lembrando que, às vezes, é preciso conter o paciente para que a droga possa ser administrada com segurança). Além disso, é possível que essa agitação toda possa ser, na
verdade, um surto psicótico (a cocaína é capaz de causar isso). Neste contexto, o haloperidol é uma excelente droga – afinal, trata-se de um antipsicótico. Cabe ressaltar que,
geralmente, ele é associado à prometazina, que possui efeito sedativo. Resposta: letra C.

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81 - 2022 HASP

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: correta. Há várias motivações possíveis para um indivíduo se suicidar, incluindo conflitos familiares, situações vexaminosas e luto. O
acesso a algum meio letal (ex: arma de fogo) é outro fator que facilita o suicídio. Letra B: incorreta. Um pouco difícil entender essa alternativa, não é mesmo? Bom, ela dá a
entender que somente os fatos atuais são gatilhos, o que não é verdade. Acontecimentos antigos, que ainda pairam os pensamentos da pessoa, também podem ser
desencadeantes. Letra C: incorreta. O principal fator de risco para o suicídio é o comportamento suicida anterior. Aproximadamente, 40% dos pacientes deprimidos que o
cometem fizeram uma tentativa prévia. Os transtornos mentais, em especial a depressão, também são importantíssimos. Além disso, o uso crônico (e não agudo) de drogas é
um fator descrito. Letra D: incorreta. Os fatores precipitantes não estruturam o psiquismo a longo prazo, necessariamente. É possível que o acontecimento ocorra a curto
prazo e que, mesmo assim, o indivíduo se torne vulnerável. Resposta: letra A.

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82 - 2022 HASP

» Questão sobre um tema polêmico! Na agitação secundária ao uso do álcool, tanto os antipsicóticos quanto os benzodiazepínicos podem ser prescritos. Há certa discussão em
fazer esta classe porque seu efeito sedativo pode se somar ao rebaixamento de consciência provocado pelo etanol, mas muitas referências a citam como possibilidade nesse
cenário. Portanto, poderíamos marcar as alternativas C (antipsicótico) e A (benzodiazepínico). A opção B não é adequada porque as vias de administração de escolha do
diazepam são a oral ou a intravenosa (o midazolam, por outro lado, pode ser intramuscular ou intravenoso). Já a clorpromazina não costuma ser listada como alternativa no
contexto apresentado por ser um antipsicótico fraco - grandes doses são necessárias, o que aumenta o risco de efeitos colaterais, principalmente hipotensão arterial.
Resposta da Banca: letra C. Resposta do MEDGRUPO: letras A e C.

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83 - 2022 HASP

» Quadro bem típico de transtorno de personalidade esquizoide, marcado pelas seguintes características: Poucas atividades produzem prazer; Frieza emocional, afeto distante
ou embotado; Capacidade limitada de expressar sentimentos; Preferência por atividades solitárias; Falta de amigos ou de relacionamentos; Comportamento introspectivo e
fantasioso. Deve-se ter cuidado para não confundir com esquizofrenia, outros transtornos delirantes ou mesmo com o transtorno de personalidade paranoide.
Os indivíduos com personalidade esquizoide tendem a perdurar dessa maneira por toda a vida, sendo que uma parcela pode evoluir para esquizofrenia.
Para manejo, a psicoterapia é de grande importância, enquanto farmacoterapia tem sua eficácia questionada. Apesar disso, antidepressivos e antipsicóticos podem ser
utilizados conforme a intensidade ou predominância dos sintomas (letra D: correta). Na personalidade esquiva, o indivíduo tem medo de rejeições, críticas e humilhações, e
portanto, tende a evitar exposições e relações sociais. Embora tenha vontade de ter um ciclo social, o medo por estas reações negativas prevalece (letra A: incorreta). No
transtorno de personalidade antissocial há ausência de culpa e empatia. É caracterizado por um padrão generalizado de descaso com as consequências e direitos dos outros.
O indivíduo é capaz de mentir compulsivamente para ter vantagens (letra B: incorreta). O transtorno de personalidade borderline é marcado por um padrão generalizado de
instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade. O indivíduo vive um
sentimento de vazio constante, e tem tendência à auto-mutilação (letra C: incorreta). Resposta: letra D.

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84 - 2022 HASP

» Os medicamentos opioides são derivados de uma espécie do reino vegetal conhecida como Papaver somniferum, comumente conhecido como papoula de ópio, uma planta
com flores da família Papaveraceae. A Passiflora incarnata, também conhecida por flor da paixão ou planta do maracujá, é um componente herbáceo utilizado por
propriedades calmantes (A incorreta). Cannabis sativa é a planta que dá origem à maconha (C INCORRETA). Atropa belladonna dá origem a diversos componentes alcaloides
como atropina e escopolamina (D INCORRETA). Resposta: letra B.

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85 - 2022 HASP

» Embora a depressão bipolar ou unipolar não tenha características patognomônicas, sabe-se que a depressão no transtorno bipolar costuma ocorrer de forma precoce, tem
episódios mais frequentes e de duração mais curta, tem início e melhora abruptos, sendo frequentemente relacionada ao uso indevido de substâncias e desencadeada por
fatores estressores em estágios iniciais, apresentando maior risco de ocorrer no pós-parto. Desconfiar que um episódio depressivo esteja associado a um transtorno bipolar é
importante, pois sabemos que a prescrição dos antidepressivos comumente benéficos na depressão maior (unipolar), como os inibidores seletivos da recaptação da
serotonina, pode fazer o paciente “ciclar” do estado depressivo para um estado de hipomania ou mania. Sintomas atípicos como hipersonia e alteração de peso (relacionadas
à ganho do apetite) também são comuns na depressão bipolar, sendo relatados em 90% dos episódios, mas descritos apenas em metade dos episódios depressivos
unipolares. A psicose (ex.: alucinações), retardo psicomotor e a catatonia também são comuns na depressão bipolar, enquanto as queixas somáticas são mais frequentes na
depressão unipolar. Uma história familiar de mania é também um indicador relevante da depressão bipolar. Sendo assim, os sintomas que sugerem depressão bipolar ao
invés de depressão maior unipolar são: retardo psicomotor, aumento do apetite e alucinações. Resposta: letra C.

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86 - 2022 USCS

» Sabemos que algumas situações aumentam o risco de suicídio. Sobre o assunto: Letra A: incorreta. Pertencer a grupos minoritários representa um fator de risco para suicídio,
e caminha de forma oposta ao aumento da resiliência. Letra B: incorreta. Muitas vezes uma tentativa de suicídio não é bem sucedida por falha, mas usar métodos de menor
letalidade/gravidade não significa que o indivíduo não tinha intenção verdadeira de acabar com a própria vida. Letra C: incorreta. O uso de substâncias aumenta o risco de
suicídio, configurando importante fator de risco. Letra D: correta. É muito comum que indivíduos que tentam suicídio tenham uma doença psiquiátrica de base previamente
diagnosticada, a exemplo do transtorno depressivo. Resposta: letra D.

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87 - 2022 HASP

» A questão descreve um paciente com quadro típico de esquizofrenia, caracterizado por sintomas positivos como ideias delirantes e bizarras, embotamento afetivo, percepção
delirante, comportamento desorganizado e disfunção sócio-ocupacional (letra C: correta). Na depressão psicótica há perda de prazer, tristeza, culpa e alterações do sono e
apetite. Devido à gravidade do quadro, o paciente passa a cursar também com sintomas psicóticos. Apesar disso, porém, o que predominam são os aspectos depressivos
(letra A: incorreta). O transtorno delirante é um delírio fixo, isolado. Não cursa com humor apático, auto-cuidado prejudicado ou embotamento afetivo (letra B: incorreta). Não
pensaríamos no diagnóstico de transtorno psicótico induzido por cannabis com a história do uso da substância tão distante, há 6 meses. Para pensarmos em distúrbios
associados à drogas, o uso deve ser vigente ou recente (letra D: incorreta). Resposta: letra C.

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88 - 2022 USCS

» Estamos diante de um paciente de 28 anos que iniciou uso de sertralina (um inibidor seletivo da recaptação da serotonina) e evoluiu “muito bem”: sente-se ótimo, com
bastante energia! Está produzindo muito nas suas funções, apesar de não dormir há quatro noites.
Vejam, o efeito da sertralina neste paciente teve uma resposta além da normalidade! Buscava-se o um padrão de humor eutímico, mas o paciente está hipertímico, eufórico...
num estado de aceleração compatível com quadro de mania. Qual a melhor hipótese diagnóstica então?!
Podemos estar diante de um transtorno afetivo bipolar tipo II, aquele em que há alternância entre estados de depressão e hipomania. Nestes pacientes, não se recomenda o
uso de IRSS pelo risco exatamente do que o paciente apresentou: a transição de um estado depressivo para o de hipomania.
O manejo deve ser com estabilizador do humor (carbonato de lítio, ácido valproico, lamotrigina) e antipsicóticos, de forma que a melhor conduta, neste momento, seria
suspender a sertralina e introduzir lítio, por exemplo (letra B: correta). O delírio é uma das principais alterações do pensamento encontrada em pacientes esquizofrênicos, que
podem ter conteúdos persecutórios, autorreferentes, religiosos ou grandiosos - não é o que temos aqui (letra A: incorreta).O burnout, por sua vez, é caracterizado por
exaustão emocional e despersonalização que ocorrem no contexto de estresse crônico relacionado ao trabalho. Também não “bate” com o relato do enunciado (letra C:
incorreta).Já os pacientes com transtorno de personalidade apresentam padrões profundamente estranhos, inflexíveis, mal-ajeitados de relacionamento, percepção do
ambiente e de si mesmos. Não explica bem o que a Banca descreve (letra D: incorreta).Resposta: letra B.

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89 - 2022 HASP

» O enunciado descreve um quadro sugestivo de esquizofrenia! A doença costuma se manifestar por fases… Na fase prodrômica, os indivíduos podem não manifestar sintomas
ou podem ter competência social prejudicada, desorganização cognitiva leve ou distorção perceptiva, diminuição da capacidade de sentir prazer (anedonia) e outras
deficiências gerais de lidar com situações. Na fase prodrômica avançada, podem surgir sintomas subclínicos; englobam afastamento ou isolamento, irritabilidade,
desconfiança, pensamentos incomuns, distorções perceptivas e desorganização. Na fase precoce da psicose, os sintomas (psicose e delírio) são ativos e muitas vezes são
piores. Na fase intermediária, os períodos sintomáticos podem ser episódicos (com exacerbações e remissões identificáveis) ou contínuos; os deficits funcionais tendem a
piorar. Na fase tardia do transtorno, o padrão do transtorno pode ser estabelecido, mas há variabilidade considerável; a incapacidade pode estabilizar ou mesmo diminuir. O
tratamento de escolha baseia-se no uso de antipsi​cóticos, também chamados de neurolépticos, associado a estratégias psicossociais. Existem duas classes principais: os
antipsicóticos típicos ou de primeira geração (haloperidol, flufenazina) e os atípicos ou de segunda geração (risperidona, olanzapina, quetiapina). A diferença definidora entre
os antipsicóticos de primeira e segunda geração é que o primeiro grupo possui incidência muito maior de efeitos extrapiramidais (acatisia, rigidez, bradicinesia, tremor). Como
antagonistas da dopamina D2, essas drogas têm o potencial de interferir na transmissão da dopamina através do trato nigroestriatal, que está envolvido no controle do
movimento muscular, produzindo sintomas semelhantes aos observados na doença de Parkinson. O metilfenidato é usado para tratamento do TDAH e a setralina é um
antidepressivo da classe dos inibidores seletivos de recaptação da serotonina (letras A e B incorretas). Resposta: letra C.

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90 - 2022 USCS

» A questão descreve paciente com diagnóstico de transtorno bipolar estável há seis anos em uso de lítio e que passa a desenvolver NOVOS sintomas como desânimo e ganho
de peso. Esse quadro é inespecífico e pode justificar-se tanto por uma recaída depressiva da doença de base, como por doenças metabólicas, como o hipotireoidismo. O lítio é
uma droga associada à toxicidade tireoidiana e pode levar tanto à tireotoxicose como ao hipotireoidismo. Sendo assim, antes de pensar em ajustar a terapia do paciente, é
fundamental investigar a função tireoidiana. Resposta: letra D.

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91 - 2022 HASP

» O delirium é uma síndrome caracterizada pela alteração global das funções psíquicas e manifesta-se fundamentalmente através do comprometimento da consciência, da
atenção e das funções cognitivas, podendo estar acompanhado de alterações do ciclo sono-vigília e da psicomotricidade. Pode haver outros sintomas psiquiátricos (alterações
de humor, percepção e comportamento), ou neurológicos (tremor, incontinência urinária). O envelhecimento e o comprometimento cognitivo são fatores de risco conhecidos
para o delirium. Em pacientes idosos, a ocorrência aumenta o reconhecimento de quadros demenciais preexistentes. Em contrapartida, indivíduos idosos não-demenciados
que desenvolvem um episódio de delirium durante uma dada internação hospitalar têm incidência aumentada de demência na evolução em longo prazo. Estudos prospectivos
e controlados demonstraram uma associação significativa entre o diagnóstico prévio de delirium e o posterior desenvolvimento de síndromes demenciais. Essa associação
parece ser ainda maior em indivíduos muito idosos. Em uma meta-análise de estudos prospectivos publicados sobre delirium, a prevalência de delirium sobreposta à
demência variou de 22 a 89%. Muitas vezes, a demência não foi reconhecida antes do início do delirium. Da mesma forma, em um estudo com 78 pacientes idosos com
fraturas do colo do fêmur acompanhados por cinco anos, a demência se desenvolveu em 69% dos 29 pacientes com delirium pós-operatório versus apenas 20% dos 49
pacientes sem delirium pós-operatório. Resposta: letra D.

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92 - 2022 SCO

» Questão copiada, integralmente, do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “Características de
ação da nicotina levaram a OMS à inclusão do tabagismo no grupo de transtornos mentais e de comportamentos decorrentes do uso de substâncias psicoativas. São
considerados como dependentes os indivíduos que tenham apresentado, no ano anterior, pelo menos três dos critérios a seguir: Desejo forte e compulsivo para consumir a
substância (fissura ou craving); (letra A: correta) dificuldade para controlar o uso (início, término e níveis de consumo); (letra B: correta) estado de abstinência fisiológica
diante da suspensão ou redução, caracterizado por síndrome de abstinência e consumo da mesma substância ou similar, com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de
abstinência (reforço negativo); (letra C: incorreta e letra D: correta) evidência de tolerância, ou seja, necessidade de doses crescentes da substância para obter os efeitos
produzidos anteriormente com doses menores; abandono progressivo de outros prazeres em detrimentos do uso de substâncias psicoativas; aumento do tempo empregado
para conseguir ou consumir a substância ou recuperar- se de seus efeitos; persistência no uso apesar das evidentes consequências, como câncer pelo uso do tabaco, humor
deprimido ou perturbações das funções cognitivas relacionada com a substância.” Resposta: letra C.

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93 - 2022 USCS

» Temos uma paciente com quadro de agitação psicomotora, alteração do estado mental, sintomas hiperdinâmicos (hipertensão, tremores) e com sinais de alucinação. No
cenário ideal, teríamos a presença de um amigo/ familiar que soubesse nos fornecer maiores detalhes sobre sua história clínica e seus hábitos de vida. Porém, não parece ser
o caso e, claramente, a paciente não está em condições de fornecer uma anamnese confiável. Assim, temos que considerar todos os possíveis cenários e, sem dúvidas, a
síndrome de abstinência é um deles. Neste contexto, é importante entender que a síndrome de abstinência representa todo o conjunto de sinais de sintomas que podem
surgir pela cessação do álcool. Dentro deste cenário, podemos ter: - Delirium tremens: estado confusional breve, mas ocasionalmente com risco de morte, geralmente
resultante de uma abstinência absoluta ou relativa de álcool em usuários gravemente dependentes, com longa história de uso. A clássica tríade de sintomas inclui
obnubilação da consciência, confusão, desorientação temporoespacial, alucinações e ilusões vívidas, alémde tremores marcantes e sudorese profusa. Delírios, agitação,
insônia, ou inversão do ciclo sono-vigília e hiperatividade autonômica (hipertensão arterial, taquicardia, taquipneia, hipertermia) também estão geralmente presentes. As
alucinações visuais costumam ser de animais, denominadas zoopsias. - Alucinose alcoólica: alucinações predominantemente auditivas, mas que também podem ser visuais
ou táteis, e que podem causar ansiedade, medo ou agitação. Uma característica peculiar deste tipo de fenômeno é que ele ocorre na ausência de rebaixamento do nível da
consciência e sem alterações autonômicas relevantes. Isto é, não esperamos encontrar taquicardia, hipertensão grave, tremores intensos.. Nada disso! E, como o paciente se
mantém consciente durante todo o tempo, pode haver angústia - o que explica o humor disfórico no caso em tela. Portanto, de fato, a alucinose alcoólica é um diagnóstico
provável, mas só pode ser confimado após a exclusão de outras possíveis causas. Para isso, recomenda-se a realização de exame de neuroimagem, punção lombar e uma
investigação laboratorial básica. Uma vez fechado o diagnóstico, recomenda-se tratar com benzodiazepínicos (diazepam é o mais usado) e reposição de tiamina (para evitar a
síndrome de Wernicke). Em resumo: no caso em tela, temos uma paciente com suspeita de síndrome de abstinência - mais especificamente, alucinose alcoólica. Como o
diagnóstico é de exclusão, precisaríamos realizar alguns exames antes de "bater o martelo". Mas, como não há a menor possibilidade de realizar tais exames com a paciente
inquieta e apresentando alucinações, o tratamento empírico deve ser instituído. Dito isso, vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. Como fazer uma anamnese
adequada se a paciente está tendo alucinações e o acompanhante não sabe relatar o que aconteceu? Impossível!! Letra B: correta. Vamos realizar o tratamento empírico
para síndorme de abstinência e, após controle sintomático, podemos entender melhor a história e traçar um plano terapêutico. Letra C: incorreta. Não é possível realizar os
exames necessários com a paciente agitada e apresentando alucinações! Além disso, a contenção mecânica poderia até piorar a agitação da paciente - deve ficar reservada
apenas para casos dramáticos, em que o paciente está colocando ele mesmo em risco. Letra D: incorreta. Essa seria a conduta adequada APÓS a estabilização do quadro e a
confirmação de abstinência alcoólica. Resposta: letra B.

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94 - 2022 HASP

» O enunciado descreve um quadro altamente sugestivo de síndrome de Wernicke! A Síndrome de Wernicke é um transtorno neurológico agudo caracterizado por ataxia,
confusão mental e alterações da motilidade ocular extrínseca, como nistagmo. Há possibilidade de reversão do quadro com o tratamento. Caso contrário, há evolução para a
Síndrome de Korsakoff. O tratamento da síndrome de Wernicke é tiamina (vitamina B1) 100 mg, duas a três vezes por dia, por uma a duas semanas. A síndrome de Kosakoff,
por sua vez, é marcada pela presença de deficit mnêmicos, principalmente da memória anterógrada ou recente. Pode haver confabulação, que é a inserção de dados na
lacuna da memória, os quais não correspondem à realidade. Estes pacientes perdem a capacidade de fixação de qualquer nova informação. O tratamento se inicia da mesma
forma que a síndrome de Wernicke, mas a fase de manutenção com reposição da tiamina pode durar de três meses até um ano. Com relação as demais alternativas: Letra A:
incorreta. A hidrocefalia normobárica (síndrome de Hakin-Adams) é marcada pela tríade demência + ataxia de marcha + incontinência urinária. Letra C: incorreta. O
diagnóstico é clínico-epidemiológico! Não há necessidade de dosar vitamina B1 para fechar o diagnóstico! Letra D: incorreta. Não há indicação de tratamento com haloperidol
nestes casos. Resposta: letra B.

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95 - 2022 FMP

» Questões de farmacocinética – farmacodinâmica sempre puxam um pouco. Nesse sentido, entender alguns conceitos-base é importante para acertar os questionamentos e
para melhor compreender a prescrição de drogas no nosso cotidiano. Vamos às alternativas.Letra A: incorreta. Quanto maior for a solubilidade lipídica, mais rápido o início de
ação. A título de curiosidade, a lipossolubilidade da morfina é de 1.4, enquanto a do fentanil é de 813!Letra B: incorreta. O volume de distribuição está mais relacionado à
ligação proteica. Uma alta taxa de ligação proteica vincula-se a menor volume de distribuição e reduz a taxa de clearance por sistemas (hepático-renal). O percentual de
ligação proteica da morfina é por volta de 30... Do fentanil, de 84!Letra C: incorreta. A morfina-6- glicuronídeo é ativa e cerca de 6 a 10x mais potente que o fármaco
precursor. É a morfina-3-glicuronídeo o metabólito inativo!Letra D: correta! De fato, a metabolização da morfina é hepática. Mas os metabólitos resultantes dependem da
excreção renal, podendo se acumular em pacientes com doença deste órgão. Dependendo do estágio da mesma, vale o ajuste de dose do opioide.

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96 - 2022 FESO

» Os Transtornos Alimentares constituem uma verdadeira epidemia presente em sociedades industrializadas e desenvolvidas acometendo, sobretudo, adolescentes e adultos
jovens. Quais serão os sintomas dessa epidemia emocional? De modo geral, o pensamento falho e doentio das pessoas portadoras dessas entidades se caracteriza por ideia
supervalorizada e obsessão pela perfeição do corpo. Na realidade, trata-se de uma epidemia de culto ao corpo que se multiplica em uma população patologicamente
preocupada com a estética corporal e afetada por alterações psíquicas relacionadas ao esquema corporal. É assim que os Transtornos Alimentares vêem aumentando sua
incidência perigosamente e começa a alarmar especialistas médicos, sociólogos, autoridades sanitárias. Resposta: letra E. Letra A e B: INCORRETAS. Esses itens vão de
encontro ao que foi dito no próprio enunciado. Letra C: INCORRETA. A maioria ocorre na população feminina. Letra D: INCORRETA. Pelo contrário… é comum a desregulação
menstrual nestas pacientes.

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97 - 2022 SEMAD

» O fato de o médico ter iniciado um medicamento e o minimental ter mudado radicalmente de uma consulta para outra indica a presença de uma causa reversível de
demência - isso não aconteceria no Alzheimer ou na demência vascular. Distúrbios psiquiátricos e metabólicos, como o hipotireoidismo, poderiam justificar o quadro. Levando
em consideração a apatia e o “chorar sem motivo”, o mais provável é que a doença de base seja a depressão maior (esses sintomas sugerem desinteresse por atividades
outrora prazerosas e tristeza, marcos desta condição). Os sintomas de ansiedade até podem direcionar o raciocínio para o transtorno da ansiedade generalizada, mas não
esperamos tristeza, por exemplo, nesta doença… O enunciado também faz menção a uma intercorrência neurológica aguda, justificada pela hiponatremia. Como sabemos,
um dos efeitos clássicos dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina é justamente a queda do sódio sérico. Agora, o quebra-cabeça está completo! Resposta: letra E.

98 - 2022 FESO

» Estamos diante de um paciente que fazia uso crônico de heroína – um opióide de meia-vida curta - e foi submetido à colecistectomia. Nesse período, houve interrupção
abrupta do uso da substância. Em seguida, no período pós-operatório, recebeu naloxona (um antagonista opióide), e evoluiu com taquicardia, hipertensão e agitação
psicomotora. O que está acontecendo?!
Os sintomas são compatíveis com um quadro de abstinência! (letra D: correta; letra E: incorreta). Percebam que além de ficar sem a heroína que usava cronicamente, o
paciente ainda recebeu um antagonista da substância, o que só acelerou o processo.
A síndrome de abstinência é caracterizada por sintomas físicos e psíquicos marcantes, tais como ansiedade, fissura, sudorese, midríase, lacrimejamento, rinorreia, náuseas e
vômitos, tremor, piloereção, diarreia, espasmo e dor muscular, taquicardia, hipertensão arterial, febre, calafrios e insônia. O manejo, além de suporte psicológico, pode ser
feito com metadona - um opióide forte de meia-vida longa - que funcionaria como tratamento de desmame. Outras opções de medicamentos seriam buprenorfina, clonidina e
naltrexona. A tolerância consiste em precisar de uma quantidade maior de determinada substância para obter o mesmo efeito (letra A: incorreta).
Dependência psíquica não cursa com sintomas físicos como os apresentados (letra B: incorreta).
Hiperalgesia pode acontecer como um efeito paradoxal do uso de opióides, o que não foi o caso (letra C: incorreta). Resposta: letra D.

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99 - 2022 SESAP

» Questão sobre o histórico da psiquiatria no Brasil e no mundo. Letra A: incorreta. Michel Foucault foi um médico francês que criticou o modelo hospitalar hegemônico em sua
obra “A história da loucura”. Letra B: incorreta. Schneider foi um médico alemão que construiu a ideia dos “sintomas de primeira ordem da esquizofrenia”, como alucinações e
autismo. Letra C: incorreta. Lucien Bonnafé foi um psiquiatra francês, principal expoente do modelo de Psiquiatria de Setor no século XIX e defensor do modelo asilar. Letra
D: correta. Juliano Moreira (1873-1933), baiano de Salvador, é frequentemente designado como fundador da disciplina psiquiátrica no Brasil. Sua biografia justifica tal eleição:
mestiço (mulato), de família pobre, extremamente precoce, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia aos 13 anos, graduando-se aos 18 anos (1891), com a tese "Sífilis
maligna precoce". Cinco anos depois, era professor substituto da seção de doenças nervosas e mentais da mesma escola. De 1895 a 1902, frequentou cursos sobre doenças
mentais e visitou muitos asilos na Europa. Resposta: letra D.

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100 - 2022 REVALIDA INEP

» Temos uma paciente de 34 anos, com diagnóstico de depressão e que procurou a UBS. Faz acompanhamento na UBS há 10 meses com outro médico. Hoje ela está com a
irmã que se mostra preocupada devido ao quadro recente referido por ela… Note que ela começou a ouvir vozes, ver vultos e que está pensando em se matar, mas sem
plano. Será uma esquizofrenia associada? Ou será um transtorno psicótico agudo ou mesmo um transtorno esquizofreniforme? Não há como saber com essa breve
anamnese… Mas, para piorar, há uma ideação suicida ainda sem plano e sem tentativa prévia. Em resumo, temos uma paciente que não era conhecida do médico, já com
diagnóstico de depressão e que, no momento, tem comportamento psicótico e ideação suicida. Ou seja, um caso bastante grave e que certamente não terá o melhor
atendimento na UBS. O melhor aqui é referenciar a paciente para outra porta de entrada do SUS: o Centro de Atenção Psicossocial. Lembre-se que estes são serviços de
saúde de caráter aberto e comunitário voltados aos atendimentos de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes
do uso de álcool, crack e outras substâncias, que se encontram em situações de crise ou em processos de reabilitação psicossocial.Nos estabelecimentos atuam equipes
multiprofissionais, que empregam diferentes intervenções e estratégias de acolhimento, como psicoterapia, seguimento clínico em psiquiatria, terapia ocupacional,
reabilitação neuropsicológica, oficinas terapêuticas, medicação assistida, atendimentos familiares e domiciliares, entre outros.Resposta: letra D. Letra A: incorreta. Para um
caso destes, o melhor é encaminhar ao CAPS, mas manter a coordenação do cuidado. Letra B e C: incorretas. Não há indicação de internação de emergência, pois, pelo
menos por ora, não há alto risco de suicídio. Perceba que não há tentativas prévias, ideação no momento, planejamento, abuso de substâncias… entre outros fatores
ausentes. Obs.: Para revisarmos, vale lembrar alguns dos fatores de risco para o suicídio: Doença mental (principalmente depressão, esquizofrenia ou abuso de álcool/drogas),
Tentativa prévia, Homem > mulher (4.1), Ter mais de 45 anos, Sofrer de doença clínica, Raça caucasiana, Alta recente de hospital psiquiátrico (< 6 meses), Não estar casado,
História familiar de suicídio, Estar desempregado, Perdas recentes, Algumas profissões: médico, dentista, artista, advogado, mecânico, Ser imigrante, Depressões sociais
econômicas, Abuso e dependência de álcool, Desesperança, Estresse aumentado, Impulsividade e/ou agitação, Viver sozinho, Baixa autoestima, Epidemias de suicídio,
Medicações: reserpina, corticosteroides, anti-hipertensivos, alguns quimioterápicos, Comportamento criminoso, Identidade bissexual ou homossexual, Delírios e/ou
alucinações, Separação ou perda dos pais precocemente, Hipocondria e Religião protestante ou ser ateu.

101 - 2022 REVALIDA - UEPA

» A questão descreve paciente adolescente com diagnóstico prévio de depressão e que apresenta RISCO DE SUICÍDIO, isto é, ideação suicida.Uma vez detectado isso na história
clínica, um ponto importante para as condutas subsequentes passa a ser compartilhar com a rede de apoio - no caso, a mãe -, a fim de se tomar algumas condutas
necessárias, como afastar do paciente possíveis objetos utilizáveis para o auto-extermínio (LETRA A CORRETA).Precisamos decidir se há indicação ou não de hospitalização do
paciente - nem todo paciente com ideação suicida precisa ser internado!Segundo algumas referências como o UpToDate, a internação psiquiátrica é quase sempre indicada
para crianças e adolescentes com comportamento suicida ou ALTO risco imediato de suicídio. Como definir se há alto risco em crianças e adolescentes? Na presença de pelo
menos um dos fatores abaixo:- Tentativa de suicídio com método altamente letal (ex.: arma de fogo ou enforcamento)- Tentativa que incluiu etapas para evitar a detecção-
Ideação suicida contínua ou decepção de que a tentativa de suicídio não foi bem-sucedida- Incapacidade de discutir aberta e honestamente a tentativa de suicídio e o que a
precipitou- Incapacidade de discutir o planejamento de segurança- Falta de alternativas para monitoramento e tratamento adequados- Transtornos psiquiátricos (por
exemplo, depressão maior unipolar, transtorno bipolar, transtornos psicóticos ou transtornos por uso de substâncias) subjacentes à ideação e comportamento suicida-
Agitação ou impulsividade- Desesperança severa- Apoio social ruimSendo assim, embora a questão não dê muitos detalhes no enunciado, podemos considerar que a presença
de um transtorno psiquiátrico associado à ideação suicida, na infância e adolescência, é considerado por algumas referências como critério para internação hospitalar, o que
torna a LETRA B também correta (e a LETRA C INCORRETA). O uso de medicamentos sedativos (como benzodiazepínicos) seria indicado em caso de agitação psicomotora
grave (LETRA D INCORRETA).A letra E está incorreta pois cita orientar “apenas” a equipe multidisciplinar, quando é fundamental também acionar a rede de apoio familiar
(LETRA E INCORRETA).A questão foi anulada por haver duas possibilidades de resposta: LETRAS A e B.
102 - 2022 HUSE

» Essa questão trata das diferenças entre o delirium e a demência em idosos. Vamos analisar essas duas condições: O delirium começa subitamente, é flutuante, denota
alteração na atenção. Na maioria dos casos, é reversível. Trata-se de um estado confusional de base orgânica. No delirium hipoativo, pode haver rebaixamento da
consciência, no qual o indivíduo fica obnubilado.
Já a demência, por sua vez, inicia-se de forma paulatina, é progressiva, crônica. Não cursa com rebaixamento do nível de consciência, mas com perda de funções executiva,
cognitiva, da memória. Cursa com apraxias e agnosias. Geralmente é irreversível, ou não reversível de forma rápida. Sendo assim:
Letra A: correta. Alterações do estado de consciência estão presentes no delirium, mas não na demência.
Letra B: incorreta. Alterações do comportamento podem acontecer em ambas as condições e, portanto, não servem para diferencia-las.
Letra C: incorreta. Deficits cognitivos podem acontecer em ambas as condições e, portanto, não servem para diferencia-las.
Letra D: incorreta. Desorientação pode acontecer em ambas as condições e, portanto, não serve para diferencia-las.
Letra E: incorreta. Há uma resposta certa entre as alternativas. Resposta: letra A.

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103 - 2022 SES - PB

» A paciente em questão, diagnosticada com transtorno do pânico, evoluiu com agorafobia. A agorafobia é o medo e a ansiedade de ficar em situações ou locais sem uma
maneira de “escapar” facilmente, ou em que a ajuda pode não estar disponível no caso de ansiedade intensa se desenvolver. Vejam, esta paciente não necessariamente
precisa ser encaminhada para um psiquiatra, desde que o médico que preste atendimento na UBS tenha conhecimento sobre o transtorno desenvolvido. A primeira escolha
seria o uso de inibidor da recaptação da serotonina (IRSS), benzodiazepínico “SOS” e encaminhamento para psicoterapia (no SUS, opções como NASF ou CAPS). Outra opção -
caso o médico da UBS não se sinta confortável em manejar a parte farmacológica - seria o encaminhamento ao psiquiatra, sendo prudente, até a consulta com o especialista,
iniciar ao menos um benzodiazepínico como medicação "SOS". Dessa forma, vamos às alternativas:
Letra A: incorreta. Alternativa incompleta. Falta a abordagem farmacológica do caso, por parte do médico da UBS ou do psiquiatra.
Letra B: incorreta. Alternativa incompleta. Falta a abordagem psicoterápica.
Letra C: correta. Iniciar um IRSS e conduzir o caso em UBS, associado à psicoterapia, seria uma alternativa possível para manejo.
Letra D: incorreta. Falta a abordagem farmacológica do caso – ao menos um medicamento “SOS” até o momento da consulta com o especialista.
Letra E: correta. Iniciar um benzodiazepínico “SOS” e encaminhar a paciente ao psiquiatra seria uma das condutas viáveis. Sendo assim, percebemos que a questão deixou
diferentes lacunas de interpretação, o que permitiria duas respostas corretas. A Banca, entretanto, divulgou como gabarito apenas a letra E. Resposta: letra E.
Gabarito MEDGRUPO: letras C e E.

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104 - 2022 CEP - SE

» Perceba que esse paciente está em franca psicose! O discurso messiânico sobre o fim do mundo indica a presença de delírio; já o fato dele olhar frequentemente para a porta
do consultório sugere que ele tenha alucinações. Lembre-se que esses dois sintomas são típicos dos quadros psicóticos, que têm como etiologia clássica a esquizofrenia.
Mutismo, solilóquio (hábito de falar sozinho), mussitações (movimento dos lábios com emissão de sons inarticulados) e prejuízo das atividades e da interação são outros
achados frequentemente presentes na doença. O tratamento deve ser feito com antipsicóticos - a risperidona é um exemplo de antipsicótico atípico que pode ser usado no
caso. Na depressão, predominam o desinteresse, a perda de prazer e o humor deprimido; no transtorno bipolar, há alternância de quadros depressivos e maníacos; no
autismo, há prejuízo da interação social desde os primeiros anos de vida. A letra D cita a drogadição, ou seja, o vício em alguma droga. Não há um sintoma específico para
essa condição (inclusive, o paciente pode desenvolver psicose!). Porém, como não há relato de uso de substâncias e por se tratar de um indivíduo bem jovem, a esquizofrenia
passa a ser um diagnóstico mais provável. Resposta: letra B.

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105 - 2022 UFCSPA

» O enunciado descreve quadro clínico compatível com transtorno opositor desafiante – TOD!
São sintomas frequentes e característicos de TOD: perda da paciência frequente; postura desafiadora; recusa em aceitar ordens ou solicitações de adultos (com os quais
discute com frequência), tendência a responsabilizar os outros pelos seus atos; perturbar os outros frequentemente de forma deliberada; apresentar transtorno explosivo
intermitente (letra C: correta).
Para diagnóstico é necessário duração dos sintomas por no mínimo 6 meses, e que a criança tenha pelo menos 6 anos de idade.
Outra característica clínica essencial é que as explosões de agressividade sejam recorrentes e causem sofrimento acentuado e prejuízo ao funcionamento interpessoal e
social. O transtorno explosivo intermitente se caracteriza por episódios graves e isolados de agressividade de forma desproporcional ao evento que os desencadearam. Os
episódios são precedidos (na maioria das vezes) por um fator estressante e sucedidos por intenso arrependimento.
Indivíduos com essa condição não conseguem controlar os seus impulsos violentos e descontam a sua frustração em objetos ou em outras pessoas. É uma das características
que pode estar presente no transtorno opositor desafiante, mas não explica todos as características expostas no enunciado da questão (letra D: incorreta). O transtorno do
déficit de atenção e hiperatividade é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, caracterizado por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade.
Aparece na infância, podendo acompanhar o indivíduo por toda a vida. Esses pacientes apresenta agitação, inquietação, movimentação pelo ambiente, mexem mãos e pés,
mexem em vários objetos, não conseguem ficar quietos (sentados numa cadeira, por exemplo), falam muito, têm dificuldade de permanecer atentos em atividades longas,
repetitivas ou que não lhes sejam interessantes, são facilmente distraídos por estímulos do ambiente ou se distraem com seus próprios pensamentos (letra A: incorreta). O
transtorno da personalidade antissocial pode ser caraterizado por uma carência de empatia e dificuldade em se adequar às regras sociais. Frequentemente o indivíduo
demonstra também baixa consciência ou sentido de moral associado a um histórico de problemas legais e comportamentos agressivos ou impulsivos (letra B: incorreta).
Resposta: letra C.

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106 - 2022 HECI

» A esquizofrenia é uma doença de distribuição universal, que atinge principalmente a população jovem, acomentando igualmente os dois sexos. No sexo masculino, a doença
tem o início mais precoce, entre 10 e 25 anos, enquanto a idade de início nas mulheres varia entre 25 e 35 anos. O quadro clínico é bastante heterogêneo mas, de forma
geral, o paciente apresenta aparência desleixada, pode ter alteração da afetividade (embotamento e inapropriação do afeto são os mais comuns) e da sensopercepção
(quaisquer dos sentidos podem ser afetados, sendo o mais comum a audição). O delírio é uma das principais alterações do pensamento encontrada em pacientes
esquizofrênicos e podem ter conteúdos persecutórios, autorreferentes, religiosos ou grandiosos. No caso da questão, o enunciado descreve um tipo específico de
esquizofrenia: a hebefrênica. Nestes casos, o quadro clínico é marcado por inadequação e incongruência do afeto, com risos imotivados e maneirismos. O delírio é
fragmentado e há grave desorganização do pensamento. O discurso costuma ser incoerente e podem existir alucinações auditivas. O início do quadro nesta forma costuma
ser antes dos 25 e há uma tendência ao isolamento social. Com relação às demais alternativas, temos que: Letra A: Incorreta. A neurose é um quadro psicogênico patológico
definido por sentimentos e emoções negativas. Há diversos tipos de neurose que podem afetar uma pessoa, porém, uma característica em particular da doença nos permite
excluir essa possibilidade aqui: a neurose é um transtorno mental que, embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da
pessoa - o que, claramente, está ocorrendo com o paciente da questão. Letra C: Incorreta. O paciente não apresenta nenhum dado que sugira etiologia infecciosa, o que nos
permite descartar a possibilidade de encefalite viral com tranquilidade. Letra D: Incorreta. No delírio de referência, o paciente tem a convicção de que algum evento ou
objeto, mesmo que insignificante, apresenta significado especial. Em geral, o paciente se sente o centro de observação e atenção e mesmo o mais insignificante dos
acontecimentos é dotado de significado muito importante. Resposta: letra B.

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107 - 2022 HUSE

» Essa questão é baseada no CAGE (acrônimo de Cut down, Annoyed by criticism, Guilty e Eye-opener), um questionário utilizado para o rastreamento de abuso ou dependência
de álcool. Envolve a aplicação de quatro perguntas ao paciente: 1. Cut down: Alguma vez já tentou diminuir a quantidade de bebida alcoólica (ou parar de beber)?
2. Annoyed: Alguém já chamou sua atenção/criticou seu modo de beber?
3. Guilty: Já se sentiu culpado (a) ou preocupado (a) pelo hábito de beber?
4. Eyen opener: Costuma beber pela manhã (ao acordar) para diminuir o nervosismo ou a “ressaca”/mau-estar? Caso duas respostas positivas no questionário, sugere-se
abuso ou dependência de álcool. Sendo assim, as perguntas das letras A, B e C não fazem parte do questionário, enquanto a letra D está presente no “cut down” (letras A, B,
C e E: incorretas; letra D: correta). Resposta: letra D.

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108 - 2022 HUSE

» Um ataque de pânico como o descrito no enunciado pode ocorrer em várias doenças psiquiátricas. Quando há a existência de ataques de pânico recorrentes associados ao
medo de novos episódios, ou associação com comportamentos evitativos de novos eventos, considera-se como diagnóstico mais provável a síndrome do pânico, transtorno do
qual a questão parece se referir. Na terapia medicamentosa para tratamento da síndrome do pânico podem ser usados diversos fármacos, como antidepressivos,
benzodiazepínicos e associações entre eles (letras B e D: incorretas).
Os antidepressivos são a drogas de escolha, sendo que diversas classes podem ser usadas, mas os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) são os mais
indicados devido à vantagem de provocar menos efeitos colaterais em comparação com outras opções (letra A: correta; letras C e E: incorretas). Resposta: letra A.

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109 - 2022 UEPA - BELÉM

» Diante de um paciente menor de idade que apresenta passado de ideação suicida, sem o conhecimento dos responsáveis, qual deve ser a atitude do profissional de saúde?
Inicialmente, não basta parar a anamnese por aí. O contexto integral do paciente deve ser conhecido, e é importante atentar aos demais sinais de alerta em relação ao risco
de suicídio tais como: mudanças bruscas de personalidade ou de hábitos, afastamento de familiares e amigos, perda de interesse por atividades que eram apreciadas,
mudança no padrão de sono, comentários autodepreciativos, desesperança e interesse crescente sobre morte. A história prévia de tentativas de suicídio está entre os maior
fatores de risco para novas tentativas.A internação compulsória não está indicada diante apenas da revelação dos pensamentos suicidas, que são diferentes da intenção
iminente de praticar o ato (Com base nesse argumento, podemos excluir a alternativa A). Contudo, não há como negar que existe o risco de vida para este paciente, e
segundo o Código de Ética Médica, isso é motivo suficiente para quebrar o sigilo médico a respeito do caso. É importante lembrar que o simples fato de tratar-se de um
adolescente não elimina a necessidade de sigilo, mas o risco à vida sim. (Sabendo disso, podemos também excluir as alternativas B, D e E.Resposta: letra C.

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110 - 2022 REVALIDA INEP

» Temos uma paciente de 43 anos e que compareceu a USF com queixas de estresse e ansiedade. Faz uso de sertralina há 10 semanas com leve melhora. Nas últimas 4
semanas tem tido “ataques recorrentes de ansiedade intensa”. Para começar, temos uma emergência psiquiátrica? Bem, relembre que as emergências psiquiátricas são
situações em que um transtorno mental gera no indivíduo um comportamento inadequado, que põe em risco sua vida ou a de terceiros. O risco de suicídio e a agitação
psicomotora são as emergências mais comumente vistas em APS, especialmente a primeira. Ou seja, neste caso a princípio não estamos diante de uma emergência
psiquiátrica. Letra A: incorreta. Conforme dissemos acima, não há indicação de “encaminhar a paciente para a emergência de um hospital psiquiátrico”. Letra B: incorreta. Ela
já está em uso de sertralina há 10 semanas e os sintomas apareceram durante o uso da droga. Apenas mantê-la seria, simplesmente, uma negligência. Letra C: correta. O
Tratado de Medicina de Família e Comunidade cita que o tratamento dos transtornos de ansiedade e dos transtornos relacionados a estresse ou a trauma varia conforme sua
natureza. De maneira geral, uma boa parcela dos casos se resolverá com orientação sobre o problema (psicoeducação), apoio para enfrentamento dos problemas vivenciados
e prescrição de mudanças de estilo de vida (como melhora da atividade física e adoção de técnicas de redução ansiedade ou estresse, como o Mindfulness). Alguns casos
necessitarão de tratamentos psicoterápicos e/ou farmacológicos, sendo que a escolha por uma abordagem ou outra depende de fatores como gravidade do caso,
disponibilidade de psicoterapia e preferência da pessoa.Inclusive, O National Health System do Reino Unido organiza a atenção aos problemas de ansiedade generalizada e
pânico em um modelo por passos – que englobam progressivamente intervenções psicossociais de baixa intensidade (grupos de psicoeducação e fornecimento de material de
autoajuda), alta intensidade (psicoterapia e relaxamento aplicado), farmacoterapia e cuidado intensivo. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) prevê que o tratamento
desses transtornos seja estruturado principalmente na APS, com o apoio de psicólogos e psiquiatras dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). A dificuldade que se
constata na prática é a falta dessas intervenções na maioria dos municípios do país.Então, no caso, a psicoterapia é uma boa. Além disso, reavaliar a medicação em uso, pois,
só com o que o relatado no enunciado fica difícil nos comprometermos “de cara” em trocar por outras drogas. Letra D: incorreta. Tirar um ISRS e colocar outro (fluoxetina),
além de um psicotrópico e um benzodiazepínico. Sem indicação de iniciar psicotrópico aqui. Resposta: letra C.
111 - 2022 PUC - RS

» Esta questão apresenta a descrição clássica da tricotilomania! (letra B: correta).


Esse distúrbio é classificado entre os transtornos de hábito e de controle de impulsos. Os pacientes referem sentir uma urgência ou necessidade incontrolável de arrancar os
próprios pelos, principalmente os cabelos, podendo também envolver sobrancelhas, cílios, pelos pubianos ou de qualquer outra parte do corpo. Não raro, ingerem os fios de
cabelo arrancados ou parte desses, caracterizando a tricofagia.

Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders V (DSM-V), são critérios diagnósticos:
a) arrancar o próprio cabelo de forma recorrente, resultando em perda de cabelo;
b) Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de arrancar o cabelo;
c) O ato de arrancar cabelo causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
d) O ato de arrancar cabelo ou a perda de cabelo não se deve a outra condição médica (por exemplo, uma condição dermatológica);
e) O ato de arrancar cabelo não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental (por exemplo, tentativas de melhorar um defeito ou imperfeição percebida
na aparência). O transtorno de escoriação - "skin-picking" - é uma condição psiquiátrica caracterizada pelo comportamento compulsivo e repetitivo de beliscar a pele, o que
pode causar lesões dermatológicas significativas (letra A: incorreta). O transtorno dismórfico corporal envolve um foco obsessivo em um defeito que a pessoa considera ter na
própria aparência. A preocupação irracional leva o indivíduo a sofrimento constante, bem como a evitar situações sociais ou recorrer com frequência a procedimentos
estéticos (letra C: incorreta). Por fim, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é caracterizado por pensamentos e medos irracionais (obsessões) que levam a
comportamentos compulsivos. Para o diagnóstico de TOC é necessário que as obsessões e/ou as compulsões causem interferência ou limitação nas atividades, que
consumam tempo (ao menos uma hora por dia), e que causem sofrimento ou incômodo ao paciente ou a seus familiares.
Seria o diagnóstico mais fácil de confundir com a tricotilomania, mas vejam, diferente do TOC, nesta última o comportamento compulsivo está limitado a arrancar os cabelos,
na ausência de obsessões (letra D: incorreta). Resposta: letra B.

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112 - 2022 HSM - DF

» Estamos diante de um paciente com claros sinais de depressão, inclusive verbalizando que não vale a pena viver. Qual seria a melhor conduta? Incentivar o consumo de
álcool está fora de cogitação, então descartaremos a letra A. É possível que a falta de apoio familiar e um evento traumático recente tenham servido de fatores agravantes.
O apoio espiritual até pode ser importante quando avaliamos o paciente como um todo, desde que não seja imposto. Entretanto, não isoladamente. O mesmo raciocínio vale
para psicoterapia cognitiva e comportamental, que até farão parte do tratamento deste paciente, mas não de maneira isolada. Diante de um paciente com quadro de
depressão, benzodiazepínicos não são as drogas de escolha. De fato, o tratamento da depressão deve integrar a farmacoterapia com a intervenção psicoterápica, mas
usaremos antidepressivos, que produzem, em geral, uma melhora de 60 a 70% dos sintomas depressivos em um mês. Em termos de eficácia, parece não haver diferença
significativa entre as várias drogas disponíveis - apenas lembrando que nos pacientes com risco de suicídio, o uso de tricíclicos deve ser evitado, em função do potencial de
intoxicação fatal quando há ingestão excessiva. A depender do caso, se não houver alguém próximo para criar um vínculo empático com o paciente, podemos, de forma
individualizada, cogitar internação psiquiátrica para observação e início de tratamento. Resposta: letra E.

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113 - 2022 HEDA

» O quadro clínico é bastante sugestivo de uma síndrome maníaca, caracterizado sobretudo pela aceleração das funções psíquicas (taquipsiquismo). Podemos observar os
seguintes sinais e sintomas: - Sintomas vegetativos: insônia, geralmente associada à sensação de diminuição da necessidade de sono - Logorreia: produção verbal rápida,
fluente e persistente - Pressão para falar: necessidade de falar ininterruptamente - Agitação psicomotora - Tendência exagerada a gastos excessivos, descontrole dos
impulsos - Delírios de grandeza ou de poder Há ainda sintomas psicóticos, pois a paciente acha que foi agredida e está sendo perseguida (LETRA D CORRETA). O transtorno
de personalidade borderline é caracterizado por um padrão de afeto, humor, comportamento e de relações extraordinariamente instáveis, como por exemplo: esforços
frenéticos para evitar o abandono real ou imaginado; comportamento suicida ou automutilante; perturbação da identidade, autoimagem; relacionamentos pessoais intensos e
instáveis; forte impulsividade (LETRA A INCORRETA). A reação aguda ao estresse é caracterizada por manifestações que podem ocorrer no mês inicial após a algum evento
traumático. O distúrbio inclui sintomas de intrusão, humor negativo, dissociação, evitação e sintomas de ansiedade (LETRA B INCORRETA). A síndrome do pânico se
caracteriza pela ocorrência espontânea, inesperada de ataques de pânico, de forma recorrente. Os ataques de pânico são ataques agudos e graves de ansiedade, de curta
duração. Os sintomas psíquicos principais são: extremo medo e sensação de morte e catástrofe iminentes; medo de enlouquecer ou perder o controle; desrealização e
despersonalização. Os sintomas físicos incluem palpitações, sudorese, tremores, boca seca, calafrios ou sensações de calor, sensação de falta de ar ou de asfixia, dor ou
desconforto torácico, náusea ou dor abdominal, tontura e parestesias. (LETRA C INCORRETA). O transtorno conversivo é um distúrbio funcional caracterizado por sintomas
neurológicos (ex.: fraqueza, movimentos anormais ou convulsões não epilépticas) que são inconsistentes com uma doença neurológica (LETRA E INCORRETA). Resposta: letra
D.

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114 - 2022 SMS - JP

» Paciente idoso, previamente hígido, apresentando quadro confusional agudo caracterizado por agitação psicomotora e inversão do ciclo sono-vigília iniciado após uso de
“medicamento para dormir". Classicamente, estamos diante de um quadro de delirium! Tendo isso em mente, vamos às alternativas: Letra A: incorreta. Sabemos que o AVE é
uma causa deflagradora de delirium, podendo se apresentar na ausência de sintomas tradicionais como déficits focais, afasia ou desvio de rima. Letra B: incorreta. Infecções
são bastante comuns no dia-a-dia, sendo também causa frequente de estado confusional em idosos. Letra C: incorreta. A SIADH (síndrome da secreção inapropriada do
hormônio antidiurético) é uma causa de hiponatremia (e não hipernatremia), sendo também possível etiologia de delirium. Letra D: correta. Medicações como
anticolinérgicos, anti-histamínicos e benzodiazepínicos podem desencadear delirium – como provavelmente aconteceu neste paciente – devendo, portanto, serem evitadas
em idosos. Resposta: letra D.

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115 - 2022 HNSC

» Vamos analisar as afirmativas: Letra A: incorreta. A morbidade psiquiátrica é muito comum em pacientes com condições clínicas, com uma prevalência variando de 20-67%,
dependendo da doença. Pacientes no hospital geral têm taxas mais altas de transtornos psiquiátricos quando comparados com amostras na comunidade ou pacientes em
cuidados primários ambulatoriais. Por exemplo, comparados com amostras na comunidade, transtornos depressivos no hospital geral são duas vezes mais comuns, e abuso
de substância é 2-3 vezes mais comum. Letra B: correta. A morbidade psiquiátrica tem graves efeitos em pacientes clinicamente doentes e é com frequência um fator de risco
para suas condições clínicas. Está bem definido que depressão é um fator de risco e um indicador de mau prognóstico em doença arterial coronariana. A doença psiquiátrica
piora a morbidade e mortalidade cardíacas em pacientes com história de infarto do miocárdio, diminui o controle glicêmico nos diabéticos e reduz o retorno ao funcionamento
naqueles que sofreram AVC. Transtornos depressivos e de ansiedade compõem a incapacidade associada ao AVC. No contexto de doença neurovegetativa, como Parkinson ou
Alzheimer, depressão, psicose e distúrbios comportamentais são preditores significativos de declínio no funcionamento, institucionalização e sobrecarga para o cuidador.
Letra C: correta. A ativação do sistema imune (aumento de IL-2 e IL-6), devido ao uso de interferon em pacientes com hepatite C, também foi associada ao aparecimento e à
gravidade da síndrome depressiva. Letra D: correta. O delirium é uma síndrome caracterizada pela alteração global das funções psíquicas e manifesta-se fundamentalmente
através do comprometimento da consciência, da atenção e das funções cognitivas, podendo estar acompanhado de alterações do ciclo sono-vigília e da psicomotricidade. Em
geral, podemos dizer que o delirium ocorre por uma quebra da homeostase. Suas principais causas incluem: doenças do sistema nervoso central (ex.: epilepsia), doenças
sistêmicas (ex.: insuficiência cardíaca) e intoxicação ou abstinência de agentes farmacológicos ou tóxicos. Resposta: letra A.

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116 - 2022 HNSC

» Cerca de 90 a 98% das pessoas que cometeram suicídio apresentavam um ou mais diagnósticos psiquiátricos na ocasião, o que é considerado uma consequência
desfavorável de alguns quadros clínicos. Os transtornos do humor, em especial os estados depressivos, representam o diagnóstico mais frequente entre os portadores de
doença mental que cometeram suicídio. O diagnóstico de transtorno do humor pode ser feito entre 20,8 e 35,8% dos suicídios. O mais importante para uma avaliação
adequada da ideação suicida é o conhecimento dos fatores de risco, pois precede a ocorrência de uma condição particular relacionada ou não à doença. São eles: (1)
tentativa anterior de suicídio; (2) ansiedade, depressão, alcoolismo, quadro psicótico e estado de exaustão; (3) tentativa premeditada e ativamente preparada; (4)
disponibilidade dos meios para o suicídio (métodos violentos e letais); (5) preocupação com o efeito do suicídio sobre os membros da família; (6) ideação suicida verbalizada;
(7) preparação de um testamento ou cenas de despedida; (8) crise vital próxima, como luto, cirurgia iminente ou dissolução de um relacionamento amoroso; (9) história
familiar de suicídio; (10) mudanças de condições de saúde ou estado físico; (11) início ou cessação de medicação psicotrópica; (12) intoxicação por álcool ou droga; (13)
melhora súbita do humor depressivo; (14) precaução para evitar intervenção, como isolamento ou minimização do risco de descoberta. Ao identificar um paciente com alto
risco de suicídio, devemos prontamente realizar o tratamento. Neste contexto, uma das indicações de internação é paciente do sexo masculino, com mais de 45 anos de
idade, com doença psiquiátrica de início recente, com pensamentos suicidas. Esse grupo específico parece ter um risco mais alto de cometer suicídio e, portanto, exige
tratamento mais agressivo. Além disso, diversos estudos apontam uma forte relação entre a dor crônica e o comportamento suicida. Uma revisão sistemática identificou 18
artigos científicos sobre o tema concluindo que pessoas com dor crônica têm um risco maior de apresentar ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídio. Um estudo norte-
americano com 5962 pessoas concluiu que pessoas que sofrem de dor de cabeça tem uma chance duas vezes maior de reportar pensamentos suicidas. Um outro estudo
apontou que, de uma amostra de 1512 pacientes procurando tratamento para dor crônica, 32% reportou ideação suicida. Resposta: letra D.

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117 - 2022 HNSC

» A anorexia nervosa é caracterizada por uma profunda perturbação da imagem corporal e busca incessante da magreza, frequentemente ao ponto de inanição. O transtorno é
mais prevalente em mulheres do que em homens e, em geral, tem seu início na adolescência. As hipóteses de uma perturbação psicológica básica em mulheres jovens com o
transtorno incluem conflitos envolvendo a transição de menina para mulher. Questões psicológicas relacionadas a sentimentos de impotência e dificuldade no
estabelecimento da autonomia também foram sugeridas como fator de contribuição para o desenvolvimento do transtorno. Alguns pacientes não conseguem controlar
continuamente a restrição voluntária da ingestão de alimentos e, assim, têm episódios de voracidade. Esses episódios, em geral, ocorrem em segredo e, frequentemente, à
noite. A indução de vômito frequentemente segue-se ao episódio. Os pacientes abusam de laxantes e mesmo de diuréticos a fim de perderem peso. Exercícios ritualísticos,
ciclismo extensivo, caminhar ou correr são atividades comuns. Comportamento obsessivo-compulsivo, depressão e ansiedade são os outros sintomas psiquiátricos mais
frequentemente notados na literatura sobre a anorexia nervosa. Os pacientes tendem a ser rígidos e perfeccionistas. Queixas somáticas, especialmente desconforto
epigástrico, são comuns. Furtos compulsivos, geralmente de doces e laxantes, mas ocasionalmente de roupas e outros itens, também são comuns. Resposta: letra B.

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118 - 2022 HSJ - PR

» Na abordagem do delirium, a única medida válida entre as citadas é a prescrição de haloperidol ou antipsicótico atípico! Estes devem ser administrados inicialmente em dose
baixa, preferencialmente via oral, com aumento lento e progressivo conforme a resposta ao tratamento. As demais são incorretas pois: - Presença de familiar/acompanhante
é justamente uma das medidas não-farmacológicas indicadas. A incorreta. - O uso de benzodiazepínicos deve ser restrito ao tratamento de delirium secundário à abstinência
de álcool ou benzodiazepínicos, ou associado à síndrome neuroléptica maligna. C incorreta. - O fato de o paciente apresentar delirium não significa que o tratamento
antibiótico esteja sendo ineficaz. Vale lembrar que infecção é um fator desencadeante comum! D incorreta, - A contenção física nos quadros de delirium deve ser uma
conduta excepcional, que se justifica apenas quando há risco à integridade física do paciente ou daqueles que estão à sua volta, após o esgotamento de todos os recursos de
tratamento não farmacológico e farmacológico. E incorreta. A resposta, portanto, é a opção D.

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119 - 2022 SES - GO

» As queixas dessa paciente – fadiga e diminuição da libido – são compatíveis com os efeitos colaterais do uso de sertralina, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina.
Dessa forma, a melhor conduta aqui não seria solicitar qualquer exame hormonal, mas reavaliar o uso desta droga e considerar reajuste ou substituição por outra classe.
Tanto a Endocrine Society quanto diretrizes brasileiras das principais sociedades de endocrinologia não recomendam a reposição (letra C: incorreta) ou pesquisa dos séricos
de testosterona para mulheres! (letra D: correta; letras A e B: incorretas). A reposição de testosterona, mesmo em homens, deve ser apenas prescrita em contextos de
hipogonadismo, quando necessário. Queixas inespecíficas como a da paciente não devem culminar neste tipo de investigação, infelizmente muito comum atualmente,
sobretudo no meio esportivo. Resposta: letra D.

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120 - 2022 PUC - PR

» Sobre o tratamento da depressão na atenção primária, vamos analisar as alternativas: Letra A: correta. A fluoxetina é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS),
classe considerada primeira escolha no tratamento de transtornos depressivos e de ansiedade. Também tem espaço como opção terapêutica no tratamento da síndrome do
pânico e em transtornos alimentares como a bulimia. Pode cursar com alterações gastrointestinais como efeito colateral, motivo pelo qual sugere-se iniciar com doses
menores e ir aumentando conforme necessidade e tolerância. Letra B: incorreta. A venlafaxina é um antidepressivo da classe dual, por inibir a recaptação da serotonina e
noradrenalina. Geralmente não é um medicamento de primeira escolha no tratamento da depressão, sobretudo na atenção primária. Também é uma opção terapêutica no
manejo de outros transtornos, como no de ansiedade generalizada. Pode cursar com síndrome de descontinuidade se suspensa abruptamente. Letra C: incorreta. A
mirtazapina pode cursar com aumento (e não perda) de peso como efeito adverso, sendo uma boa opção, por exemplo, para idosos sarcopênicos ou pacientes que
necessitem ganhar massa por qualquer causa. Não é a primeira escolha para tratamento de depressão. Letra D: incorreta. A vortioxetina é um antidepressivo multimodal
recente no mercado. Ao contrário do comentado na assertiva, a vortioxetina pode melhorar a função cognitiva! A droga foi lançada com a promessa de ser mais tolerável e
não gerar impacto na função sexual do paciente. Não é, entretanto, a primeira escolha terapêutica para tratamento de depressão na atenção primária. Letra E: incorreta. A
paroxetina de fato pode ser prescrita para tratamento de transtorno depressivo e de ansiedade, mas como os demais ISRS, pode gerar impacto na função sexual do paciente,
cursando com alteração da libido, por exemplo. Resposta: letra A.

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121 - 2022 PMFI

» De acordo com o DSM-V, são critérios para o diagnóstico de esquizofrenia: A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo
durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 1. Delírios. 2. Alucinações. 3. Discurso desorganizado.
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia). B. Por período significativo de
tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de funcionamento em uma ou mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou
autocuidado, está acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou, quando o início se dá na infância ou na adolescência, incapacidade de atingir o nível
esperado de funcionamento interpessoal, acadêmico ou profissional). C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis meses. Esse período de seis
meses deve incluir no mínimo um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer ao Critério A (i.e., sintomas da fase ativa) e pode incluir
períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas
negativos ou por dois ou mais sintomas listados no Critério A presentes em uma forma atenuada (p. ex., crenças esquisitas, experiências perceptivas incomuns). D.
Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são descartados porque 1) não ocorreram episódios depressivos
maiores ou maníacos concomitantemente com os sintomas da fase ativa, ou 2) se episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total foi
breve em relação aos períodos ativo e residual da doença. E. A perturbação pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso,
medicamento) ou a outra condição médica. F. Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o diagnóstico
adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por
pelo menos um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Resposta: letra A.

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122 - 2022 FUBOG

» O que chama atenção nesse caso é um quadro arrastado de atitudes antissociais, instabilidade emocional, queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizado,
mudanças de energia (ora agitado, ora apático) e de apetite (ora faminto, ora sem fome). Percebam que tais sintomas englobam uma destruturação das habilidades
cognitivo-comportamentais e emocionais. Logo, tais efeitos são clássicos de adolescentes que são usuários de drogas. A longo prazo, ocorrem prejuízos cognitivos, na tomada
de decisões e na percepção de tempo, há favorecimento da ocorrência de injúrias físicas (trauma) e acidentes de trânsito. Outros sintomas que podem ser encontrados em
adolescentes usuários de substâncias ilícitas: baixa autoestima; violência sexual; participação em gangues; desleixo com cuidados pessoais e higiene; e prejuízo no
desenvolvimento. Para um retardo mental, seria esperado um quadro de atraso cognitivo desde o início do seu desenvolvimento; com relação a síndrome paranoide, não
foram citados os delírios, alucinações, fala ou comportamento desorganizado; por fim, o adolescente não apresenta qualquer mudança física, motora ou até mesmo
alterações comportamentais e cognitivas prévias para considerarmos transtornos globais do desenvolvimento. Resposta: letra A.

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123 - 2022 PMFI

» Uma sensação é um fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, que produzem alterações nos órgãos receptores. Percepção, por sua
vez, é a tomada de consciência do estímulo sensorial, enquanto ilusões são percepções alteradas de um objeto real e presente. Alucinações são vivências de percepção de
um objeto, sem que este objeto esteja presente. Dito isso, podemos classificar as alucinações em: auditivas, visuais, táteis, olfativas/gustativas, cenestésicas ou somáticas
(sensações anormais no corpo, como sentir que “a cabeça está encolhendo”), cinestésicas (alucinações de movimentos, como o “corpo flutuando”) e sinestésicas (envolvem
mais de um sentido). Podem ser caracterizadas também alucinações funcionais, isto é, que são desencadeadas por estímulos sensoriais, como o paciente que ouve vozes ao
abrir o chuveiro; e alucinações visuais extracampinas, definidas por ocorrerem fora do campo visual. Entre as alterações da sensopercepção, podemos citar as alucinações
hipnagógicas (ao adormecer) e hipnopômpicas (ao despertar). Resposta: letra A.

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124 - 2022 PMFI

» A Síndrome de Kleine-Levin é caracterizada por episódios de hipersonia, associados a distúrbios cognitivos e comportamentais. É também chamada de "síndrome da bela
adormecida", porque faz com que a pessoa durma por uma média de 18h/dia, por até três semanas seguidas. Os critérios diagnósticos se baseiam na tríade de hipersônia
(diurna e noturna), hiperfagia e hipersexualidade, cursando de forma crônica (com duração variável em torno de 8 anos), paroxística (com períodos críticos de "ataques", que
persistem por cerca de 10 dias e que recorrem três a quatro vezes por ano) e incapacitante (tanto para as tarefas intelectuais quanto para a vida profissional e social). Cabe
dizer que é considerada como "autolimitada" quanto ao tempo de evolução, isto é, terminando, espontaneamente, com ou sem tratamento (A CORRETA). A síndrome de
Cotard é um distúrbio raro em que a pessoa afetada detém a crença delirante de que ela já está morta, não existe, está em putrefação ou que perdeu seu sangue ou órgãos
interno (B INCORRETA). A síndrome de Korsakoff pode ocorrer na deficiência de vitamina B1, sendo marcada por deficit principalmente da memória anterógrada ou recente.
Pode haver confabulação, que é a inserção de dados na lacuna da memória, os quais não correspondem à realidade. Estes pacientes perdem a capacidade de fixação de
qualquer nova informação (C INCORRETA). A síndrome de Ganser é um transtorno dissociativo controverso e voluntário, no qual o indivíduo age como se possuísse alguma
doença mental, quando, na realidade, não apresenta nenhuma desordem desse tipo. Ao se fazer perguntas simples ao paciente, ele pode dar respostas próximas ao
considerado correto, mostrando que ele está ouvindo e compreendendo a pergunta, sendo também capaz de responder - ao perguntarmos quanto é 2+2, ele pode responder
"5" (D INCORRETA). Resposta: letra A.

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125 - 2022 UERN

» A paciente em questão apresenta quadro clínico compatível com o diagnóstico de transtorno depressivo maior, e indiscutivelmente não pode ser manejada de forma
“conservadora” neste momento! A presença de ideação suicida indica a necessidade imediata de avaliação por equipe de saúde mental e provável internamento hospitalar,
tornando o quadro uma verdadeira emergência psiquiátrica (letra D: correta). Não podemos apenas manter o tratamento vigente e rever esta paciente em um mês diante de
sinais de gravidade (letra A: incorreta). Da mesma forma, apenas realizar troca da medicação em uso ou associar uma segunda droga, porém mantendo tratamento domiciliar
sem avaliação por equipe especializada em saúde mental, não são condutas aceitáveis neste momento (letras B e C: incorretas). Resposta: letra D.

126 - 2022 UEM

» Questão conceitual e sem grande margem para discussão. Temos quatro domínios cognitivos principais para avaliação neuropsicológica e da personalidade: inteligência,
atenção, linguagem e praxia construtiva (letra C: correta; letras A, B e D: incorretas). A título de entendimento:
“Praxia” é a habilidade de realizar um movimento. A praxia construtiva é a “capacidade em integrar partes representativas de um determinado símbolo/objeto para avaliar
suas habilidades motoras, visuoespaciais e visuoconstrutivas”. De forma simples, é a capacidade de construir/criar algo, como montar um quebra-cabeça, um objeto, etc.
Há vários tipos de praxias e, consequentemente, de apraxias, que acontecem quando determinada habilidade é perdida. Na apraxia motora, por exemplo, perde-se a
capacidade de realizar algum movimento. O teste de Gambling é uma tarefa amplamente utilizada na avaliação da capacidade de tomada de decisão, e não na avaliação
neuropsicológica e da personalidade. Resposta: letra C.

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127 - 2022 PMFI

» Pacientes com transtorno afetivo bipolar apresentam depressão intercalada com mania ou hipomania. Repare que nosso paciente já tem um diagnóstico prévio de episódio
depressivo, mas parece que agora está em mania! A euforia, ou alegria patológica, constitui o aspecto principal da síndrome maníaca, sendo também frequente a aceleração
de todas as outras funções psíquicas. O paciente sente-se superior, melhor, mais potente, tem sentimento de expansão e engrandecimento do eu, aumento da libido, perda
de peso, anorexia, insônia (geralmente associada à sensação de diminuição da necessidade de sono), necessidade de falar ininterruptamente, bem como delírios de grandeza
ou de poder, que podem estar associados a alucinações auditivas! Repare, portanto, que não podemos colocar a ideia de curar outras pessoas por pensamento "na conta" de
uma eventual esquizofrenia. Na verdade, isso pode fazer parte de um quadro de mania (C CORRETA). O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é caracterizado pela
existência de pensamentos obsessivos e/ou comportamentos compulsivos. Os pensamentos obsessivos são ideias, sentimentos ou imagens intrusivos, ou seja, que invadem o
pensamento da pessoa de forma repetida e contra a sua vontade. Estes trazem muita ansiedade e a realização dos atos compulsivos a diminui. As compulsões são
comportamentos repetitivos ou atos mentais estereotipados, que têm como objetivo aliviar os pensamentos obsessivos (A INCORRETA). A esquizofrenia hebefrênica
caracteriza-se pela inadequação e incongruência do afeto, com risos imotivados e maneirismos. O delírio é fragmentado e há grave desorganização do pensamento. O
discurso costuma ser incoerente e podem existir alucinações auditivas. O comportamento pode ser pueril e inapropriado. O início do quadro nesta forma costuma ser antes
dos 25. Há uma tendência ao isolamento social e geralmente o prognóstico é desfavorável, devido à intensa desestruturação psíquica e à presença de sintomas negativos,
particularmente, embotamento afetivo e perda da volição (B INCORRETA). Os pacientes com transtorno de personalidade apresentam padrões profundamente estranhos,
inflexíveis, mal-ajeitados de relacionamento, percepção do ambiente e de si mesmos. São pacientes difíceis de aceitar auxílio psiquiátrico e tendem a negar seus problemas.
Esses transtornos aparecem, geralmente, no final da infância ou adolescência e continuam a se manifestar na idade adulta (D INCORRETA). Resposta: letra C.

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128 - 2022 UEMA

» A intoxicação aguda por cocaína está associada à vasoconstrição arterial e à formação de trombos, além de causar taquicardia, hipertensão e aumento da demanda
miocárdica de oxigênio. A cocaína causa vasoconstrição coronariana de forma dose-dependente e está associada à isquemia cardíaca em 5-6% dos pacientes que são levado
até uma unidade de emergência. Isso acontece porque a cocaína estimula os receptores adrenérgicos alfa-1, alfa-2, beta-1 e beta-2 através do aumento dos níveis de
norepinefrina e, em menor grau, de epinefrina. Portanto, o uso de betabloqueadores se torna bastante perigoso neste cenário: com o bloqueio dos receptores beta, todo o
estímulo seria direcionado para os receptores alfa, o que poderia culminar em piora da vasoconstrição coronariana e da hipertensão arterial. É por isso que, classicamente, os
betabloqueadores são contraindicados nestas situações! Apesar disso, é importante notar que existem alguns estudos mostrando segurança com o uso de betabloqueadores
específicos, como o labetalol (um antagonista alfa/beta misto com efeitos predominantemente betabloqueadores). Porém, as evidências ainda são fracas e muito limitadas.
Todos os outros medicamentos podem ser usados! O uso de nitroglicerina e de nitroprossiato pode ser necessário se houver complicações cardiovasculares relacionadas à
droga, enquanto a lidocaína ficaria reservada para taquiarritmias específicas. Os benzodiazepínicos podem ser usados para controle de agitação. Resposta: letra D.

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129 - 2022 UEM

» Questão um tanto problemática. Usamos pouco os termos “depressão unipolar” ou “depressão bipolar”. Conhecemos a “depressão unipolar” como o “transtorno depressivo
maior”, enquanto a “depressão bipolar” é melhor nomeada como “transtorno bipolar”. Ambas são bem diferentes, visto que no transtorno bipolar temos a presença de
episódios de mania ou hipomania, ausentes no transtorno depressivo. Dito isso, vamos encontrar a melhor resposta:
Letra A: incorreta. Hiperatividade não é uma característica esperada no transtorno depressivo.
Letra B: correta. Propensão a erros e acidentes e sonolência podem ocorrer no paciente depressivo, visto poder cursar com transtorno do sono e alteração da atenção.
Letra C: incorreta. Polifarmácia não é uma característica esperada no transtorno depressivo.
Letra D: incorreta. Aceleração do pensamento fala a favor do paciente em mania, enquanto a “paralisia de chumbo”, uma catatonia, pode ocorrer no paciente depressivo.
Letra E: incorreta. Imobilidade e desnutrição até poderiam ocorrer num paciente com depressão grave, mas não esperamos imunossupressão. Vejam, na maneira como o
enunciado foi exposto, a letra B parece ser a melhor resposta. Não entendemos a real intenção da Banca. Questão mal formulada. Resposta: letra D.
Gabarito MEDGRUPO: letra B.

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130 - 2022 MULTIVIX

» A diferença que define os antipsicóticos de primeira e os de segunda geração mais novos é a maior incidência de sintomas extrapiramidais (acatisia, rigidez, bradicinesia,
tremor e reações distônicas agudas) nos medicamentos do primeiro grupo. Como antagonistas da dopamina, esses medicamentos têm o potencial de interferir na
transmissão da dopaminérgica nigroestriatal, que está envolvida no controle do movimento muscular, produzindo assim sintomas semelhantes aos observados na doença de
Parkinson. Entre os medicamentos de primeira geração, os que mais se associam com sintomas extrapiramidais são: flufenazina, haloperidol, loxapina, pimozida e tiotixeno.
Com relação aos de segunda geração, a risperidona é o que apresenta o maior risco de sintomas extrapiramidais (8-25%), especialmente em doses superiores a 4 mg/dia.
Também é observado risco elevado com aripiprazol, asenapina, cariprazina, lurasidona e paliperidona. Por outro lado, quetiapina, iloperidona, pimavanserina e clozapina são
os agentes preferidos em pacientes com alto risco para esses efeitos adversos, incluindo aqueles com distúrbios motores pré-existentes por outras causas. Resposta: letra D.

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131 - 2022 PUC - RS

» Temos o relato um episódio maníaco induzido por corticosteroide. Vamos às assertivas: - I incorreta, pois é o transtorno bipolar do tipo III aquele induzido por antidepressivos
ou imunoestimulantes. - II incorreta, pois a mania induzida por corticosteroides responde bem à suspensão ou redução de dose da droga, sendo o tratamento sintomático de
escolha feito com antipsicóticos. Geralmente não há necessidade de introdução do lítio nesses pacientes - na situação descrita, o lítio é considerada droga de segunda linha. -
III correta (gabarito), pelo que já foi descrito acima. Única assertiva correta: III.

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132 - 2022 HCSVP - PR

» Criança de 8 anos, aparentemente sem doenças prévias, é trazida em consulta pela mãe por apresentar um conjunto de sinais compatíveis com hiperatividade autonômica:
taquicardia, sudorese e taquipneia. Nos faltam informações da história pregressa, mas qual o diagnóstico mais provável!? Estamos diante de um transtorno de ansiedade!
(letra B: correta).
Os transtornos ansiosos encontram-se entre as condições psiquiátricas mais comuns na população pediátrica. Diferentemente dos adultos, crianças podem não reconhecer
seus medos como exagerados ou irracionais, especialmente as menores. Esses pacientes apresentam queixas somáticas sem causa aparente e sinais de hiperatividade
autonômica, assim como a paciente em questão! O fato de “sentir muito medo porque parece que vai morrer” pode remeter à um componente de transtorno do pânico, um
subtipo de transtorno de ansiedade de infância. Na ausência de outros sintomas ou de uma cardiopatia congênita/da infância conhecida, não pensaríamos numa arritmia
cardíaca como diagnóstico mais provável (letra A: incorreta). No transtorno depressivo maior esperaríamos outros sintomas, como tristeza, anedonia, distúrbios do sono,
agitação ou atraso psicomotor (geralmente observado pelos pais), fadiga e sentimento de culpa. A criança pode demonstrar-se irritada, e classicamente tem insucesso
acadêmico. Não vemos nenhuma dessas características aqui (letra C: incorreta). Não temos no enunciado nenhuma citação de evento que pudesse ter causado um trauma
emocional nesta paciente (letra D: incorreta). Além disso, nestes transtornos o paciente evita falar sobre o ocorrido. Apesar da prevalência de asma brônquica em crianças,
esperaríamos outros sintomas numa crise de asma, como dispneia acentuada, tosse e sibilância (letra E: correta). Resposta: letra B.

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133 - 2022 SES - GO

» Vamos analisar as alterntivas: Letra A: Incorreta. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil do Ministério da Saúde, a região Sul
fica nitidamente em destaque. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondem por uma taxa de 23% do total de casos. Considerando que estes estados detêm
somente 14% da população nacional, o número é bem relevante. Letra B: Incorreta. O suicídio foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, após os
acidentes de carro. Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, o suicídio foi a segunda principal causa de óbito entre meninas (após condições maternas) e a terceira principal
causa em meninos (após lesões na estrada e violência interpessoal). Letra C: Incorreta. China e Índia foram responsáveis por aproximadamente 50% de todos os suicídios no
mundo. Portanto, não está correto dizer que as maiores taxas de suicídio estão nos países altamente desenvolvidos. De fato, parece haver maior risco de suicídio em
situações de perda de valores morais, baixa religiosidade e perda da identificação cultural. Letra D: Correta! A taxa de suicídios a cada 100 mil habitantes aumentou 7% no
Brasil, ao contrário do índice mundial, que caiu 9,8%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora os números mundiais estejam em queda, os índices
ainda são alarmantes: cerca de 800 mil suicídios todos os anos no mundo. Resposta: letra D.

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134 - 2022 UNIFIMES

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. Os potenciais efeitos adversos dos cigarros eletrônicos estão relacionados à exposição à nicotina, bem como a outros
componentes do aerossol produzidos pelos dispositivos e riscos do próprio dispositivo. Em 2019, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relataram mais de dois
mil casos suspeitos de doenças pulmonares agudas graves (lesão pulmonar associada ao uso de e-cigarette ou vaping [EVALI]) ligadas ao uso de dispositivos de cigarro
eletrônico. Letra B: incorreta. O narguilé, também conhecido como cachimbo d’água, shisha ou Hookah, é um dispositivo para fumar no qual uma mistura de tabaco é
aquecida, e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma longa mangueira. Por utilizar mecanismos de filtro, o consumo
de narguilé é costuma ser falsamente visto como menos nocivo à saúde. Porém, uma sessão de narguilé pode durar de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição aos
componentes tóxicos presentes na fumaça de aproximadamente 100 cigarros. Letra C: correta. A diferença do cigarro de palha para o cigarro industrializado é que o fumo é
envolto em palha em vez do papel e não possui qualquer tipo de filtro, sendo a forma mais nociva de inalação da fumaça. Além disso, a palha não permite a passagem de ar
de dentro para fora do cigarro e torna as tragadas mais intensas e concentradas. Estima-se que um cigarro de palha seja equivalente a fumar três cigarros industrializados,
elevando portanto o risco de dependência e aparecimento de doenças relacionadas. Letra D: incorreta. O tabagismo é reconhecido como uma doença epidêmica que causa
dependência física, psicológica e química semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas como álcool, cocaína e heroína. A dependência ocorre pela presença da
nicotina nos produtos à base de tabaco. Depois que a nicotina atinge o cérebro, entre 7 a 19 segundos, libera várias substâncias (neurotransmissores) que são responsáveis
por estimular a sensação de prazer. Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de
satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de "tolerância à droga". Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais
cigarros. Resposta: letra C.

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135 - 2022 SES - GO

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: Incorreta. Embora de baixa qualidade, existem evidências de que os antidepressivos podem diminuir o risco de suicídio. Pacientes
com depressão maior que manifestam ideação ou comportamento suicida devem ser tratados com antidepressivos. Além disso, após uma tentativa de suicídio, a psicoterapia
pode prevenir tentativas subsequentes. Letra B: Incorreta. Pelo contrário, uma meta-análise mostrou que o tratamento com lítio foi benéfico para prevenir o suicídio em
pacientes com transtornos de humor. Por outro lado, os antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoamino oxidase podem ser letais se tomados em altas doses; eles
devem ser evitados, se possível, no paciente deprimido com ideação suicida. Além disso, o inibidor da recaptação da norepinefrina e serotonina, venlafaxina, pode ser
perigoso em sobredosagem e provavelmente deve ser evitado. Letra C: Incorreta. Nem todos os pacientes com ideação suicida apresentam depressão maior, sendo a
esquizofrenia uma causa importante de autoextermínio. Além disso, os dados que apóiam o uso de antidepressivos parecem ser menos convincentes do que as evidências
para o lítio, o que também fala contra o uso de antidepressivo em todos os casos (sobretudo no trasntorno bipolar e na esquizofrenia). Letra D: Correta! Para pacientes
suicidas gravemente deprimidos, a eletroconvulsoterapia frequentemente fornece uma resposta rápida que pode melhorar desfecho tanto de curto, quanto de longo prazo.
Além disso, a escetamina intranasal, em conjunto com um antidepressivo oral, é aprovada pela FDA para o tratamento de sintomas depressivos em adultos com depressão
maior - embora tenha evidência limitada. Resposta: letra D.

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136 - 2022 SES - PB

» O transtorno de sintomas somáticos é caracterizado por um ou mais sintomas físicos crônicos acompanhados por níveis significativos e desproporcionais de angústia,
preocupação e dificuldade em desempenhar funções diárias, relacionadas a esses sintomas. Os sintomas não são intencionalmente produzidos ou simulados e podem ou não
acompanhar doença médica conhecida. O diagnóstico baseia-se na história do paciente e, ocasionalmente, membros da família. Os sintomas não são intencionalmente
produzidos ou simulados e podem ou não acompanhar alguma doença médica conhecida. O diagnóstico geralmente é feito quando a pessoa continua preocupada com seus
sintomas depois que a possibilidade de haver uma doença física já foi descartada ou quando a resposta à sua doença física é excepcionalmente intensa. Bem semelhante ao
que descreve o enunciado, não é mesmo?! Mas vamos aproveitar para analisar as outras alternativas: Letra A: incorreta. O transtorno conversivo consiste em sintomas ou
deficits neurológicos que se desenvolvem inconscientemente e não volitivamente, geralmente envolvendo função motora ou sensorial. As manifestações são incompatíveis
com mecanismos fisiopatológicos ou vias anatômicas conhecidas. Letra B: incorreta. Fingimento é o ato de fingir que, por si, não representa um diagnóstico médico. Letra C:
incorreta. O transtorno de ansiedade generalizada é caracterizado por preocupação excessiva e persistente que é difícil de controlar, causa sofrimento ou prejuízo
significativo e ocorre na maioria dos dias por pelo menos seis meses. Outras características incluem sintomas psicológicos de ansiedade, como apreensão e irritabilidade, e
sintomas físicos (ou somáticos) de ansiedade, como aumento da fadiga e tensão muscular. Letra D: incorreta. O transtorno factício é a falsificação de sintomas físicos ou
psicológicos sem um incentivo externo óbvio; a motivação para esse comportamento é assumir o papel de enfermo. Os sintomas podem ser agudos, dramáticos e
convincentes. Os pacientes costumam mudar constantemente de médico. Resposta: letra E.

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137 - 2022 UFJ

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. A base causal para os transtornos do humor é DESCONHECIDA, mas os fatores causais podem ser divididos em biológicos,
genéticos e psicossociais. Embora a noradrenalina e a serotonina sejam as aminas biogênicas mais frequentemente associadas com a fisiopatologia da depressão, a
dopamina, o sistema GABA e os peptídeos neuroativos (particularmente vasopressina e opioides endógenos) também parecem estar implicados. Fatores neuroendócrinos
também parecem estar relacionados. Letra B: incorreta. A depressão é um processo PATOLÓGICO e deve ser diferenciado de reações emociais esperadas e normais diante de
contextos de vida adversos (ex: luto, pobreza, fome, etc). Letra C: correta! Como vimos, a depressão é uma síndrome psicopatológica que possui diversas causas diferentes.
Seu tratamento é amplo e envolve tanto medidas não-farmacológicas (como terapia cognitivo-comportamental), quanto farmacológicas (com inúmeras opções de
antidepressivos disponíveis). Em casos mais graves, pode ser necessário terapia combinada com mais de um antidepressivo ou mesmo associação de antipsicóticos. Letra D:
incorreta. A depressão é uma doença, e não um sintoma! Além disso, nem sempre o tratamento requer uso de antidepressivos e, nos casos de depressão leve, apenas o
tratamento psicoterápico está indicado. Resposta: letra C.

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138 - 2022 SMSCG

» Pessoal, adolescente “clássico”, não é? O único problema que vemos aqui, e que está interferindo na qualidade do sono do paciente, são hábitos de higiene do sono que
precisam ser melhorados! Entre eles, criar regras sobre evitar o uso do celular nas horas que antecedem o horário de dormir pode ser uma boa estratégia, pois o “uso de
telas”, e sobretudo games, tendem a deixar o cérebro mais “agitado”, dificultando a indução do sono (letra D: correta; letra E: incorreta). Este adolescente não parece estar
sofrendo de transtorno de ansiedade (letra A: incorreta), e apesar de hiperestimulado pelos games, não apresenta sinais de hiperatividade que precisem de apoio
psicoterápico (letra C: incorreta). Investir em “games para aumentar a inteligência e memória” não resolveriam a questão de higiene do sono (letra B: incorreta). Resposta:
letra D.

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139 - 2022 UFJ

» Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo - Portaria conjunta SCTIE/SAES/MS nº 10, de 16 de abril de 2020, as contraindicações absolutas para o uso
de bupropiona são: - epilepsia - convulsão febril na infância - tumor do sistema nervoso central - histórico de traumatismo crânio-encefálico - anormalidade no
eletroencefalograma - uso concomitante de inibidor da enzima monoamino-oxidase (IMAO) Portanto, a presença de mania ou bulimia não estão mais entre as
contraindicações para o tratamento com bupropiona. Provavelmente, essa informação foi retirada do Protocolo Clínico antigo, de 2016 (portaria nº 76). No entanto, evidências
recentes sugerem que esses medicamentos são seguros nessa população. O Medgrupo entrou com recurso, contudo, a banca manteve a resposta. Resposta oficial: letra A.
Opinião Medgrupo: questão deveria ser anulada.

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140 - 2022 HV - AL

» Boa e difícil questão copiada, integralmente, do PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DO TABAGISMO. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão:
“Importante destacar que a TRN, seja isolada ou em combinação, só deve ser iniciada na data em que o paciente deixar de fumar. A TRN não deve ser usada de forma
concomitante com o cigarro ou outros derivados de tabaco.” Resposta: letra C.

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141 - 2022 SCMM

» Mais uma questão preguiçosa que repetiu diversas vezes o mesmo trecho de texto nas alternativas. Vamos avaliar a afirmativa em partes: -A terapia comportamental para
cessaçnao do tabagismo inclui o fornecimento de informações sobre os riscos relacionados ao uso de tabaco e os benefícios relacionados à interrupçnao da prática. -O
estímulo ao autocontrole e auto manejo é importante para estabelecer independência e autonomia no tratamento, e também é parte importante do processo. Resposta: letra
A.

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142 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» Há dois tipos principais de transtorno bipolar: - Tipo I: episódios depressivos leves a graves, intercalados com fases de normalidade e fases maníacas bem caracterizadas.
Episódios de hipomania também ocorrem com frequência.- Tipo II: episódios depressivos leves a graves, intercalados com períodos de normalidade e seguidos de fases
hipomaníacas. O paciente não apresenta episódios maníacos.Há, ainda, a descrição do transtorno bipolar de ciclagem rápida, caracterizado por episódios maníacos e
depressivos alternados, separados por intervalos de 48-72 horas. O transtorno bipolar do tipo III não existe.Resposta: letra C.

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143 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» Segundo o DSM-V, o transtorno do pânico é caracterizado por: - Ataques de pânico recorrentes e inesperados;- Pelo menos um dos ataques é seguido por uma ou mais das
seguintes manifestações, tendo duração superior a um mês: preocupação persistente em ter novos ataques ou mudança do comportamento prejudicial ao bem-estar físico e
social (ex: evitar se expor a qualquer situação em que possa perder o controle). - O distúrbio não é melhor explicado por outra condição. Resposta: letra B.

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144 - 2022 UFCSPA

» Questão sobre um distúrbio comum e multifatorial: o delirium! Vamos às alternativas: Letra A: correta. Distúrbios do sono, status pós-operatório, distúrbios hidroeletrolíticos,
infecções, disfunções endócrinas e uso de sedativos ou opióides estão entre as principais causas de delirium. Letra B: incorreta. Mesmo podendo ocorrer em qualquer faixa
etária, o delirium tem maior incidência em idosos. Letra C: incorreta. É justamente o contrário: homens estão mais predispostos a ter delirium do que mulheres. Letra D:
incorreta. O delirium aumenta significativamente o tempo de internação hospitalar, predispondo a complicações hospitalares (como infecções, por exemplo), o que impacta
no índice de mortalidade. Resposta: letra A.

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145 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» Aproximadamente, 25% da nicotina inalada durante o fumo alcança o fluxo sanguíneo, alcançando o cérebro em 15 segundos. Acredita-se que um de seus efeitos é a
ativação das vias cerebrais do sistema de recompensa, que têm a dopamina como neurotransmissor principal. Além da ativação do sistema dopaminérgico, ela provoca
aumento nas concentrações de norepinefrina e epinefrina circulantes e na liberação de serotonina, vasopressina, β-endorfina, ACTH e cortisol (parece que esses hormônios
contribuem para os efeitos estimuladores básicos da nicotina no SNC). Cabe ressaltar que a nicotina também se liga a receptores nicotínicos, estimulando a liberação de
acetilcolina. Resposta: letra A.

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146 - 2022 HSD - MA

» Primeiramente, precisamos entender que existem duas condições distintas: a síndrome de Munchausen e síndrome de Munchausen por procuração. Apesar dos nomes
semelhantes, os conceitos são diferentes! A síndrome de Munchausen é caracterizada pela produção intencional ou imitação de sintomas ou disfunções, tanto físicas quanto
psicológicas - ou seja, quando o indivíduo simula sintomas em si mesmo.
Já na síndrome de Munchausen por procuração, um dos pais (tipicamente a mãe), simula ou provoca a doença do filho.Diante disso, vamos às alternativas:Letra A: correta.
Essa alternativa está correta se consideramos tratar-se da síndrome de Munchausen por procuração, e não apenas da síndrome de Munchausen. Na síndrome de Munchausen
por procuração, a criança assume o papel de doente, frágil e dependente de seu agressor. Letra B: incorreta. A síndrome de Munchausen não tem relação com
sadomasoquismo, além de poder ser diagnosticado em qualquer indivíduo, mesmo sem psicopatologia associada. Letra C: incorreta. Indivíduos com esta síndrome fingem que
estão doentes e tendem a procurar tratamento, mas sem ganho secundário. Letra D: incorreta. A síndrome de Munchausen, por definição, não é considerada um transtorno
somatoforme. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) define a síndrome de Munchausen e a síndrome de Munchausen por procuração como um
transtorno factício. Ainda, na síndrome de Munchausen por procuração é o pai que simula a doença do filho, e não a criança em si. Letra E: incorreta. Apenas uma (ou
nenhuma) das alternativas está correta. Sendo assim, vejam que a melhor resposta é letra A, apesar de caber a crítica de que a Banca deveria ter especificado melhor que
buscava características da síndrome de Munchausen por procuração. Questão passível de recurso por conta desta incoerência de definição, mas que ainda tem como melhor
resposta o gabarito oficial. Resposta: letra A.

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147 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» Embora a maioria das referências não faça menção à interação tricíclicos x fenitoína, alguns textos demonstram que, de fato, esse fenômeno pode ocorrer. A perda da
eficácia terapêutica dos tricíclicos é um dos efeitos possíveis. Cabe ressaltar que ambas as medicações têm o potencial de alargar o intervalo QT, mas não há descrição que o
uso concomitante aumenta o risco. Resposta: letra D.

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148 - 2022 PUC - RS

» Caso bem real aqui e visto na pandemia repetidas vezes. Temos um caso bem emblemático de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Item I: INCORRETO. Conforme
explicado acima, o diagnótico é de TOC. Item II: CORRETO. O tratamento de primeira linha para o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) consiste na farmacoterapia com
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) e/ou a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) de exposição e prevenção de resposta. Item III: INCORRETO. Na
verdade a terapia de primeira linha é a Terapia Cognitivo Comportamental e não a psicoterapia psicodinâmica. Resposta: letra B.

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149 - 2022 SCMM

» Questão copiada, integralmente, da PORTARIA CONJUNTA Nº 10, DE 16 DE ABRIL DE 2020, que aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo.Vamos,
então, revisar o trecho que respondia a questão: “Tratamento não medicamentoso: Todos os indivíduos em tratamento do tabagismo devem receber aconselhamento
terapêutico estruturado/abordagem intensiva. O aconselhamento terapêutico da dependência à nicotina envolve a intervenção não medicamentosa, que visa ao
entendimento do problema e a melhora no controle dos sintomas de abstinência.”Resposta: letra A.

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150 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» Adicionamos ao comentário os critérios diagnósticos de esquizofrenia, segundo o DSM-V – passe o olho neles e, em seguida, volte para discutirmos as alternativas:Letra A:
correta. Distúrbios da interação e da linguagem, como o autismo, podem dificultar o diagnóstico de esquizofrenia. Alguns dados sugerem que o comportamento do indivíduo
seja secundário à esquizofrenia, como o surgimento de delírios e/ou alucinações em pacientes previamente sem esses sintomas (ou exacerbação destes em quem já
apresentava) por mais de 1 mês, presença de comportamento desorganizado distinto do basal ou deterioração da função social. Veja esse trecho do próprio DSM-V:
“Transtorno do espectro autista ou transtornos da comunicação. Esses transtornos podem também ter sintomas semelhantes a um episódio psicótico, mas diferem pelos
respectivos deficits na interação social, com comportamentos repetitivos e restritos e outros deficits cognitivos e de comunicação. Um indivíduo com transtorno do espectro
autista ou transtorno da comunicação deve ter sintomas que satisfaçam todos os critérios de esquizofrenia, com alucinações ou delírios proeminentes durante pelo menos um
mês a fim de ser diagnosticado com esquizofrenia como uma condição comórbida”.Letras B e C: corretas. Conforme os critérios diagnósticos.Letra D: incorreta. Embora
clássicos, delírios e alucinações não são obrigatórios. O paciente pode ter o pensamento desorganizado e mais algum outro sintoma. Resposta: letra D.

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151 - 2022 HMDI

» Questão clássica nas provas de residência, que abordou os estágios de Prochaska e DiClemente para mudança de hábitos de vida. Vamos revisar cada estágio: 1. Pré-
contemplação: A pessoa ainda não vê necessidade de mudar seu comportamento. Há muita resistência, pois ela acredita que não existe uma motivação real para a mudança.
2. Contemplação: O indivíduo começa a perceber seu problema, mas ainda não se mobiliza para tomar uma atitude de mudança. 3. Planejamento ou preparação: O indivíduo
já tem uma visão mais clara e precisa sobre seu problema e começa a pensar em possíveis ações que podem ajudá-lo a se recuperar e superar suas limitações. 4. Ação: A
pessoa começa a colocar em prática seus esforços de mudança. 5. Manutenção: Esse estágio permite verificar se as atitudes tomadas no estágio anterior realmente levaram
à mudança. Exige o máximo esforço do indivíduo para que não ocorra nenhum tipo de recaída. 6. Recaída ou conclusão: Após o estágio da manutenção, a pessoa pode
cometer um deslize ou retornar ao comportamento considerado inadequado ou prejudicial. Caso a recaída não aconteça, o indivíduo entra no estágio da conclusão, que é o
objetivo do processo de mudança. Fica claro que o estágio vivido pelo pciente do enunciado é a contemplação, pois a percepção do problema já se iniciou em sua mente.
Resposta: letra D.

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152 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» “Comportamento parassuicida” é um termo usado para descrever indivíduos que causam danos a si mesmos por meio de automutilação (ex: cortes na pele), mas que
normalmente não desejam morrer. A maioria se corta delicadamente, em geral em segredo, com uma lâmina de barbear, faca ou espelho quebrado. Punhos, braços, coxas e
pernas são os locais cortados com maior frequência. Grande parte das pessoas que se cortam afirmam não sentir dor e dão motivos para esse comportamento como raiva
contra si mesmo ou outros, alívio de tensão e desejo de morrer. Cabe ressaltar que o Kaplan, livro-texto de Psiquiatria, afirma que a maioria desses indivíduos já tentou
cometer suicídio. Esse tipo de comportamento se faz presente em até 4% de todos os doentes psiquiátricos internados e é mais comum em mulheres (3:1) na faixa dos 20
anos de idade. Resposta: letra B.

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153 - 2022 EMCM

» Questão conceitual sobre esquizofrenia. Sobre a doença: I: falsa. Quanto mais intensos e duradouros os sintomas psicóticos no início da doença, maior a chance de evolução
para um prognóstico negativo. O mais comum, porém, é que os sintomas iniciem entre o final da adolescência e início da vida adulta. II: verdadeira. A esquizofrenia é uma
patologia psiquiátrica crônica, potencialmente grave, e que leva à distorções no pensamento, no comportamento, na percepção e nas emoções. Entretanto, nenhuma das
características clássicas da doença é patognomônica, podendo também serem encontradas em outras doenças mentais. III: falsa. Outros distúrbios podem cursar com
alucinações auditivas além da esquizofrenia, a exemplo do transtorno bipolar. IV: verdadeira. De acordo com o DSM-5, o diagnóstico de esquizofrenia requer que pelo menos
dois dos cinco sintomas característicos (delírios, alucinações, fala desorganizada, comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico, sintomas negativos) estejam
presentes. Também exige-se que pelo menos um dos sintomas deva ser a presença de delírios, alucinações ou fala desorganizada. Dessa forma, apesar de importante, os
sintomas negativos (como expressão emocional diminuída ou avolia, por exemplo) não são obrigatórios para diagnóstico. V: verdadeira. O DSM-5 abandonou a divisão da
esquizofrenia em subtipos - paranóide, desorganizada, catatônica indiferenciada e residual - visto que foi entendido que os subtipos apresentavam pouca validade e não
refletiam diferenças quanto ao curso da doença ou resposta ao tratamento. Entretanto, vejam que o comportamento catatônico ainda consta entre os sintomas clássicos
(apesar de não ser obrigatório) que compõe os “critérios A” para diagnóstico da doença. Sendo assim, o que foi abandonado foi o subtipo catatônico de esquizofrenia, e não o
critério diagnóstico de comportamento catatônico. A melhor resposta para a questão seria “F, V, F, V, V”, alternativa não contemplada pelo gabarito. Sendo assim, a questão
não tem resposta correta, apesar de liberada a letra C pelo concurso. Resposta: letra C.
Pelo MEDGRUPO: Questão sem resposta.

154 - 2022 EMCM

» Em psiquiatria, a imagem sensorial ou perceptiva é aquela obtida pela observação direta do objeto. Suas características são: nitidez, corporeidade (letra A: correta), projeção
para o espaço exterior (letra C: correta), estabilidade/constância (letra B: correta) e não ser influenciada pela vontade do indivíduo.
A introjeção é outro conceito que compreende pegar para si valores, normas, desejos dos outros – não faz parte da composição da imagem perceptiva real (letra D: incorreta).
Resposta: letra D.

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155 - 2022 HUSE

» Esta paciente apresenta indícios clínicos de transtorno depressivo maior. De acordo com o DSM-5, a depressão maior é definida pela presença de cinco (ou mais) dos
seguintes sintomas durante pelo menos duas semanas: • Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;
• Interesse ou prazer acentuadamente diminuídos;
• Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (por ex.: mais de 5% do peso corporal em um mês), ou diminuição ou aumento do apetite;
• Insônia ou hipersonia;
• Agitação ou retardo psicomotor;
• Fadiga ou perda de energia;
• Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada;
• Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou decidir (irritabilidade). Deve-se atentar que, também segundo o DSM-5, ao menos um dos sintomas deve ser humor
deprimido ou perda do interesse ou de prazer para fechar o diagnóstico. Vejam que nossa paciente apresenta alteração do humor, relata fadiga, tem sentimento de
inutilidade, perdeu funcionalidade e vem apresentando alterações na memória e na atenção, se encaixando perfeitamente no diagnóstico de transtorno depressivo maior.
Sendo assim, vamos analisar as assertivas:
Letra A: correta. Como vimos, este é o diagnóstico mais provável para a paciente em questão.
Letra B: correta. O tratamento envolve a combinação de terapia farmacológica e psicoterapia, visando a remissão completa dos sintomas.
Letra C: correta. Como também vimos, capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou decidir (irritabilidade) e alteração cognitiva fazem parte dos critérios de depressão
maior.
Letra D: incorreta. Embora a dosagem inicial dos antidepressivos deva ser baixa, deve-se titular para a máxima dose tolerada, levado em conta a resposta clínica e a
presença de efeitos adversos. De fato, em idosos devemos prestar ainda mais atenção às contraindicações e sintomas.
Letra E: correta. A depressão agrega grande morbidade e aumenta a mortalidade de outras doenças, como as cardiovasculares e neoplásicas, por exemplo. Resposta: letra D.

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156 - 2022 SESAP

» Estamos diante de um paciente em estado confusional agudo num contexto de recuperação pós anestésica após cirurgia de grande porte, configurando quadro de delirium.
Vários fatores podem estar contribuindo para o distúrbio. Vamos às alternativas: Letra A: correta. O paciente está desorientado no espaço (não sabe onde está), agitado
(apresenta alteração no nível de consciência) e com alteração da atenção (não percebe o ambiente a sua volta e mostra-se agressivo), configurando a “tríade” de alterações
presente no delirium. Letra B: correta. Em pacientes em delirium devemos excluir causas orgânicas e, para fazê-lo, é essencial a solicitação dos exames relatados (visando
excluir encefalopatia hepática, infecção, uremia, distúrbios hidroeletrolíticos, etc). Letra C: incorreta. No transtorno delirante o paciente tem "falsas crenças" que duram no
mínimo um mês! O indivíduo desenvolve um delírio fixo. É diferente do delirium, apesar da proximidade textual. Letra D: correta. Conforme já comentado, o delirium
apresentado pode ter várias causas: dor, resposta endócrino metabólica ao trauma, distúrbios hidroeletrolíticos, abstinência, intoxicação por fármacos ou outras substâncias,
etc. Resposta: letra C.

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157 - 2022 REVALIDA INEP

» Quando utilizamos uma a entrevista motivacional como ferramenta, precisamos identificar em que estágio o paciente se encontra: pré-contemplação, contemplação,
preparação, ação, manutenção ou recaída. De forma resumida, são características desses estágios: Pré-contemplação: não considera a possibilidade de mudar, nem se
preocupa com a questão; Contemplação: admite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente; Preparação: inicia algumas mudanças, planeja, cria
condições para mudar, revisa tentativas passadas; Ação: implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e energia na execução da mudança;
Manutenção: processo de continuidade do trabalho iniciado com ação, para manter os ganhos e prevenir a recaída; Recaída: falha na manutenção e retomada do hábito ou
comportamento anterior – retorno a qualquer dos estágios anteriores. Perceba que com relação à percepção sobre os fatores de risco cardiovasculares, esta paciente parece
estar em contemplação. Identificamos isso quando ela diz “considerar” realizar modificações “apesar das dificuldades”.
O foco da abordagem nesse estágio é explorar a ambivalência entre a vontade de mudar o comportamento e a tendência a permanecer no hábito. Esta ambivalência deve ser
trabalhada para possibilitar um movimento rumo à decisão de mudar. Em outros estágios, pode ser mais benéfico manter o foco nos malefícios de não mudar os hábitos ou
dos benefícios de mudá-los, mas nesse momento, é a ambivalência que deve receber a atenção durante a entrevista. Sendo assim: Letra A: incorreta. Essa paciente precisa
de apoio se quisermos a impulsionar para a fase de preparação, e não ser pressionada.
Letra B: incorreta. Assim como na letra A, confrontar a paciente também não é uma boa estratégia para convencê-la a mudar.
Letra C: incorreta. Veja, explicar os malefícios pode fazer parte da abordagem, mas é necessário também indicar os benefícios da mudança de hábitos.
Letra D: correta. A assertiva aborda exatamente o necessário na fase de contemplação, a ambivalência entre a mudança e a permanência no hábito atual. Resposta: letra D.

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158 - 2022 UEL

» Vamos analisar as assertivas: - Assertiva I: incorreta. Na verdade, é o contrário: HOMENS cometem suicídio quatro vezes mais que mulheres, independentemente da idade.
Cuidado para não confundir: apesar deste dado, mulheres fazem tentativas ou têm pensamentos suicidas com frequência até três vezes maior que homens. - Assertiva II:
incorreta. Claro, toda tentativa deve ser “levada a sério” (termo usado na questão), mas o método empregado ou planejado não é irrelevante na avaliação. Tentativa violenta,
quase fatal ou premeditada implica alto risco de suicídio - a internação é geralmente indicada nesses casos. Teoricamente, uma tentativa que não foi quase fatal ou
premeditada, não implica risco tão elevado e o tratamento ambulatorial pode ser considerado com mais “força”. - Assertiva III: correta. Alguns estudos já identificaram a
tentativa prévia como fator de risco mais importante para o suicídio. Segundo o Kaplan, aproximadamente 40% dos pacientes deprimidos que cometem suicídio fizeram uma
tentativa anterior. - Assertiva IV: correta. Como discutimos, a ideação suicida não é indicação absoluta de internação psiquiátrica, ou seja, alguns podem ser tratados
ambulatorialmente. Na avaliação do caso, é fundamental se atentar para alguns aspectos, como suporte social, doença de base, história de comportamento impulsivo, entre
outros. Nos pacientes de alto risco (ex: indivíduo em psicose), a internação é, geralmente, necessária e, portanto, deve ser discutida “a fundo” com o próprio paciente e, se
possível, com familiares, já que a condição de base do doente pode interferir no seu julgamento. Resposta: letra C.

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159 - 2022 UEVA

» Temos o caso de uma paciente idosa, acamada, que a partir da prescrição informal de uma medicação para insônia, passou a apresentar agudamente flutuação do nível de
consciência, com agitação e alucinações visuais. Trata-se de um caso típico de delirium com predomínio hiperativo, que teve como provável fator precipitante o início de
medicação benzodiazepínica, classicamente relacionada ao quadro. O tratamento do delirium consiste principalmente na remoção ou resolução dos fatores precipitantes,
sejam eles clínicos (medicações, infecção, descompensações clínicas) ou comportamentais (confinamento, déficit sensorial). No caso acima, basta suspender o uso da
medicação e observar a evolução da paciente. Resposta: letra B.

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160 - 2022 UEM

» Atualmente, são consideradas drogas de 1ª linha para o tratamento farmacológico da dependência à nicotina: a TRN (terapia de reposição de nicotina), a bupropiona e a
vareniclina, devendo, por esta razão, ser utilizadas prioritariamente na terapia. São assim consideradas (de primeira linha) por apresentarem as melhores respostas
terapêuticas nos estudos publicados até o momento. As medicações de 2ª linha: nortriptilina e clonidina poderão ser usadas em caso de insucesso com as medicações de 1ª
linha. Resposta: letra B.

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161 - 2022 SMS - PATOS

» Questão que basicamente visa avaliar o conhecimento sobre os efeitos colaterais de medicações psiquiátricas comuns na prática clínica. Vamos às alternativas: Letra A:
incorreta. Os efeitos adversos mais comuns da amitriptilina (um antidepressivo tricíclico) são constipação, tontura, boca seca, sonolência, cansaço/fraqueza, cefaleia e
retenção urinária (contrário da poliúria relatada). Letra B: correta. O lítio (um estabilizador do humor) pode causar efeitos indesejados em vários sistemas do organismo, mas
os mais comuns são poliúria, polidipsia, tremores de mãos, diarreia e náuseas. Letra C: incorreta. A clorpromazina (um antipsicótico típico) pode causar sonolência, efeitos
extrapiramidais como distonia aguda, acatisia, tontura, hipotensão postural e a temida síndrome neuroléptica maligna. Letra D: incorreta. O ácido valpróico, um
anticonvulsivante, pode ser relacionado a vários efeitos adversos comuns à outras medicações, como náuseas, cefaleia, dispepsia, astenia, alteração gastrointestinal (diarreia
ou constipação) e tonturas. Se relaciona ainda com alopexia, tremores, ataxia e erupções cutâneas. Letra E: incorreta. O clonazepam, um benzodiazepínico, pode cursar um
gama de efeitos adversos. Entre os mais comuns (> 10% dos casos) estão sonolência, alterações comportamentais e tontura. Resposta: letra B.

162 - 2022 HOA

» Questão retirada, integralmente, da Portaria conjunta nº 10, de 16 de abril de 2020, que aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo. Vamos, então,
revisar o trecho que respondia a questão: “A etapa de avaliação é o momento em que será possível conhecer a história tabagística (como idade de iniciação e tentativas para
deixar de fumar), histórico patológico (presença ou não de doenças relacionadas com o tabaco), avaliação do grau de dependência da nicotina (Teste de Fagerström) e
estágios de motivação para cessação do tabagismo. Essa avaliação inicial permitirá ao profissional da saúde definir se, além da abordagem cognitivo-comportamental, o
paciente necessitará de medicação e de qual tipo.” Resposta: letra B.

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163 - 2022 SESAP

» Vamos organizar o raciocínio: (1) Primeiro, temos uma paciente que vem de longa data com um comportamento obsessivo e compulsivo, descrito pelo autor da questão como
“perfeccionista”. Esse transtorno é marcado por pensamentos obsessivos, de difícil resistência (rigidez cognitiva), levando à intensa ansiedade. As compulsões configuram
comportamentos ou atos mentais repetitivos, que o indivíduo se sente compelido a executar como resposta a um pensamento obsessivo, ou tentativa de reduzir a angústia.
O principal neurotransmissor envolvido é a serotonina, o que é corroborado pelas altas taxas de melhora com drogas serotoninérgicas. As áreas cerebrais mais acometidas
parecem ser o córtex frontal, os gânglios basais e o cíngulo. Há um componente genético significativo. (2) Por conta da incapacidade de lidar com as ideias obsessivas, a
paciente parece estar desenvolvendo um quadro de transtorno de ansiedade generalizada. Em geral, os pacientes acometidos possuem queixas que envolvem três áreas
principais: (1) tensão motora (tremor, abalos, tensão muscular, inquietação, fadiga fácil, dores); (2) hiperatividade autonômica (palpitações, sensação de asfixia, sudorese,
mãos frias e úmidas, dificuldade de deglutir, sensação de nó na garganta); e (3) vigilância (impaciência, sobressaltos, sensação de incapacidade, dificuldade de concentração,
insônia, irritabilidade, lapsos de memória). O curso tende a ser crônico e flutuante. Em casos leves, os pacientes podem ser encaminhados para psicoterapia, muitas vezes
sem que seja necessária intervenção medicamentosa (ISRS ou venlafaxina). Com relação as alternativas: -Letra B: incorreta. O tratamento do transtorno de ansiedade é
complexo e multidisciplinar, com apoio da psicoterapia. Como vimos, existem vários medicamentos possíveis, dentre os quais destacam-se os antidepressivos ISRS e a
venlafaxina. -Letra C: incorreta. Criar novas estratégias para “dar conta” de sua tarefas é, basicamente, estimular o seu comportamento compulsivo. Obviamente, isso não vai
ajudar em nada! -Letra D: incorreta. A psicoterapia é um importante pilar do tratamento, mas não deve focar nos sentimentos de insuficiência da paciente. Resposta: letra A.

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164 - 2022 HOA

» Questão retirada, integralmente, da Portaria conjunta nº 10, de 16 de abril de 2020, que aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo. Vamos, então,
revisar o trecho que respondia a questão: “O tratamento para cessação do tabagismo no SUS consiste no aconselhamento terapêutico estruturado/abordagem intensiva,
acompanhado pelo tratamento medicamentoso. Este último inclui os seguintes medicamentos: nicotina (adesivo, goma e pastilha), na TRN isolada ou em combinação; e
cloridrato de bupropiona.” Resposta: letra A.

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165 - 2022 UEM

» Vamos às assertivas sobre tabagismo e câncer de pulmão: - O câncer de próstata é o mais comum em homens. Assertiva A falsa. - O câncer de mama é o mais comum em
mulheres. Assertiva B falsa. - A incidência de câncer de pulmão é maior em homens. Assertiva C falsa. - O padrão da ocorrência desse tipo de neoplasia, em geral, reflete a
média do consumo de cigarros da sua região. Quanto maior o consumo de cigarros, maior a incidência de câncer de pulmão. Assertiva D verdadeira. - A cessação do
tabagismo reduz tanto o risco de câncer quanto o de DPOC. Assertiva E falsa. A resposta é a opção D.

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166 - 2022 UEVA

» Segundo o DSM-5, para preencher os critérios de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) no adulto, além de ansiedade e preocupação excessiva, devem estar presentes
inquietação ou “sensação de estar com os nervos à flor da pele”, fatigabilidade, dificuldade de concentração ou sensações de “branco na mente”, irritabilidade, tensão
muscular e perturbação do sono. Sendo assim: Letra A: incorreta. Perda ou ganho significativo de peso não configura um dos critérios diagnósticos de TAG, tendo mais relação
com transtorno depressivo. Letra B: incorreta. Medo acentuado acerta de um objeto ou situação tem relação com transtorno do pânico, enquanto humor deprimido se associa
ao transtorno depressivo. Letra C: correta. Os sintomas citados correspondem justamente à citação do DSM-5. Letra D: incorreta. Agorafobia pode estar presente entre as
manifestações de TAG, mas não faz parte dos critérios diagnósticos. Não se espera dor ou desconforto torácico entre os sintomas. Resposta: letra C.

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167 - 2022 HOA

» Questão sem graça pois retira na íntegra um trecho do documento do Ministério da Saúde intitulado "Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo" e troca uma ou
outra palavra nas assertivas para torná-las incorretas deixando em uma das letras o trecho original. Vamos descobrir: "A partir das respostas às perguntas acima, preconiza-
se aconselhar o fumante a parar de fumar, adaptando as mensagens ao seu perfil e levando em consideração a idade e existência de doenças associadas ao tabagismo, entre
outros aspectos. A conduta deve estar de acordo com o interesse do fumante em deixar de fumar, ou não, no momento da consulta." Resposta: letra C. A título de curiosidade
quais são as perguntas que devem ser feito na abordagem ao paciente tabagista ? - Você fuma? Há quanto tempo? (Permite diferenciar a experimentação do uso regular.) -
Quantos cigarros fuma por dia? (Pacientes que fumam 20 cigarros ou mais por dia provavelmente terão uma maior chance de desenvolverem fortes sintomas de síndrome de
abstinência na cessação de fumar.) - Quanto tempo após acordar acende o 1º cigarro? (Pacientes que fumam nos primeiros 30 minutos após acordar, provavelmente terão
uma maior chance de desenvolverem fortes sintomas de síndrome de abstinência na cessação de fumar.) - O que você acha de marcar uma data para deixar de fumar?
(Permite avaliar se o fumante está pronto para iniciar o processo de cessação de fumar.) Em caso de resposta afirmativa, perguntar: Quando? - Já tentou parar? (Se a resposta
for afirmativa, fazer a próxima pergunta.) - O que aconteceu? (Permite identificar o que ajudou e o que atrapalhou a deixar de fumar, de modo que esses dados sejam
trabalhados na próxima tentativa.)

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168 - 2022 UEMA

» Manifestações psiquiátricas, como a psicose, podem ocorrer no contexto de doenças metabólicas. Dessa forma, além do manejo psiquiátrico, é necessário ampliar a
investigação para encontrar prováveis causas clínicas. É comum a associação entre hipotireoidismo e depressão. Se a depressão for grave, pode haver sintomas psicóticos
associados. Indivíduos com hipertireoidismo descompensado, por sua vez, tipicamente são deprimidos, ansiosos e irritados (letra B: correta). A maioria dos pacientes com
porfiria aguda intermitente apresenta algum tipo de quadro psiquiátrico, de forma que esta doença também precisa ser investigada (letra C: correta). O mesmo ocorre em
pacientes com doença de Wilson, nos quais a prevalência de manifestações psiquiátricas é de pelo menos 20%, relacionadas ao acúmulo de cobre também a nível de sistema
nervoso central (letra E: correta). Em relação ao lúpus eritematoso sistêmico, sabe-se que os pacientes podem apresentar confusão, perda de memória e dificuldade de
concentração - sintomas compatíveis com psicose lúpica - consequências de problemas na área do pensamento ou cognição (letra D: correta). Assim, das doenças citadas nas
alternativas, a única que não cursa com qualquer alteração metabólica e não tem manifestações psiquiátricas associadas é a dermatite atópica (letra A: incorreta). Resposta:
letra A.

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169 - 2022 UNIFIMES

» Na questão vemos uma paciente ainda deprimida apesar do uso de 2 classes diferentes de antidepressivos: a sertralina, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina, e a
amitriptilina, um tricíclico. No discurso percebemos que a mesma já se encontra numa fase de planejamento de suicídio, por abuso medicamentoso. Podemos concluir que se
trata de um caso grave de depressão, com risco iminente de morte: uma verdadeira emergência psiquiátrica!
Certamente ajustes da medicação e seguimento psiquiátrico/psicológico seriam boas condutas, mas forma alguma podemos apenas encaminhar e deixar essa paciente sair
da UBS (letras B e D: incorretas). Também não seria prudente apenas solicitar exames ambulatoriais (letra A: incorreta).É necessário internamento imediato, e como não
dotamos desta possibilidade na UBS, encaminhamento à emergência hospitalar o quanto antes para avaliação pela psiquiatria (letra C: correta).Resposta: letra C.

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170 - 2022 HEDA

» Caso muito emblemático aqui. Note que a “nossa” paciente ficou triste após a morte de seu filho - absolutamente normal. No entanto, diferente do que é normal, sua tristeza
estava cada vez pior. Além disso, existe sim um risco real de suicídio, demonstrado pelo planejamento elaborado e comentado pela paciente. Estamos diante, portanto, de
uma emergência psiquiátrica que necessita de avaliação com urgência. A omissão por parte do médico nesse momento (negligência) pode levar a um desfecho grave. Letra
A: incorreta. Histeria? Não. Estamos diante de uma risco real de suicídio. Letra B: incorreta. Não há sintomas psicóticos (delírios ou alucinações). Letra C: incorreta. Chorar
indica a necessidade de benzodiazepínico. Que associação estranha. Letra D: correta. Letra E: incorreta. Não há como liberarmos essa paciente apenas com tratamento
medicamentoso. Resposta: letra D.

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171 - 2022 HEDA

» Vamos avaliar cada alternativa a respeito de uma gestante que não conseguiu parar de fumar: Letra A: incorreta. Delegar a responsabilidade do tratamento a um outro setor
não é a primeira abordagem em relação ao tabagismo na gestaçõo. Faz parte do acolhimento inicial assumir, junto ao paciente, a responsabilidade pelo cuidado à saúde.
Letra B: incorreta. Mais uma alternativa em que a paciente é encaminhada para um programa específico, e nenhuma abordagem inicial é desenhada. Letra C: incorreta.
Certamente o riscos envolvidos com a cintunuação do tabagismo superam em muito os riscos de sintomas de abstinência durante a getação. Letra D: incorreta. Novamente,
uma opção não satisfatória. Não basta registrar o ocorrido e encaminhar o paciente ao cuidado de outra equipe. O processo de tratamento deve ser iniciado já na consulta
com a atenção básica. Letra E: correta. Desta vez sim, ao entender melhor o contexto da paciente e das outras tentativas, é possível traçar estratégias ainda na primeira
consulta, para o longo acompanhamento que se seguirá, mesmo antes de pensar em encaminhá-la para os diversos profissionais que podem ser de grande valia no
tratamento. Resposta: letra E.

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172 - 2022 HCMT

» As queixas de sensação de vazio, falta de interesse em realizar atividades prazerosas, alteração do apetite e distúrbio do sono devem nos fazer considerar a hipótese de
depressão maior. Como sabemos, há uma série de medicamentos que podem ser utilizados para o tratamento dessa condição em conjunto com a psicoterapia. No entanto,
uma classe farmacológica em especial se destaca como primeira opção terapêutica: os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Das drogas citadas, a única
que pertence a esse grupo é a sertralina. A duloxetina é um inibidor da recaptação de serotonina e de noradrenalina; já a amitriptilina é um antidepressivo tricíclico; por fim, o
bromazepam é um benzodiazepínico, classe farmacológica que não pode ser usada em monoterapia para a terapia dessa condição. Resposta: letra A.

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173 - 2022 REVALIDA INEP

» Estamos diante de uma paciente de 30 anos, sem fatores de risco cardiovasculares conhecidos, apresentando queixas amplas, que incluem sintomas musculares e
autonômicos.
De forma geral, o discurso é condizente com uma jovem apresentando ataques de pânico. Ainda não podemos dizer que há transtorno do pânico, pois faltam características
como o medo por novos episódios e a mudança de comportamento de forma a tentar evita-los.
As manifestações ansiosas podem gerar aspectos clínicos que abrangem, além do sofrimento psíquico, a presença de relatos de taquicardia, náuseas, palpitação, falta de ar,
dores, tremores ou tensão muscular. Do ponto de vista cardiológico, neste cenário o eletrocardiograma basal constitui avaliação suficiente (letra A: incorreta). Também não
precisamos de novos exames complementares, pois a paciente já chega com um “screening” suficiente para, nesta idade, afastar as doenças orgânicas mais prevalentes,
incluindo as sexualmente transmissíveis.
O importante aqui é valorizar os sintomas, mas tranquiliza-la quanto a não necessidade de exames complementares (letra B: incorreta). Certo. E quanto à decisão sobre
terapia farmacológica para o caso?
Veja, conforme comentado acima, não temos um diagnóstico de síndrome do pânico firmado! Dessa forma, não cabem medidas como iniciar benzodiazepínicos ou
antidepressivos tricíclicos (letra D: incorreta).
A melhor forma de manejo, por ora, deve incluir terapia psico-comportamental, prescrição de atividades físicas e acompanhamento contínuo (letra C: correta). Resposta: letra
C.

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174 - 2022 UEPA - BELÉM

» Questão baseada no Manual da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre "Transtornos alimentares na adolescência: anorexia e bulimia em tempos de pandemia". Vejamos as
assertivas: I: correta. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos alimentares (TAs) são considerados “um conjunto de transtornos psiquiátricos de
origem genética, hereditária, psicológica e/ou social”, caracterizados por perturbação persistente na alimentação. Considerando suas características e desencadeantes, pode-
se conjecturar que sejam exacerbados durante períodos que envolvam isolamento social. II: correta. Realmente, o isolamento social fez com que as pessoas precisassem se
restringir ao ambiente familiar, de forma que a relação dos adolescentes com os pares ficou essencialmente dificultada. Ao tender a seguir o virtual como padrão corporal,
favoreceu-se o aparecimento de TAs. III: correta. A consequência do maior contato com o mundo digital é passar a entender o mundo “virtual” como uma das únicas
referências na relação com o corpo, e perder a experiência “real” com as pessoas. Os fatores negativos e adversos decorrentes do isolamento da pandemia podem agir como
gatilhos e levar indivíduos com propensão aos TAs a desenvolver a condição. IV: correta. A depressão é o transtorno psiquiátrico mais comum em adolescentes e adultos que
apresentam o conjunto de TAs. Esse transtorno é responsável por taxas elevadas de suicídio (25%), ocorridos, principalmente, na anorexia nervosa - o transtorno mais grave.
V: correta. A "mesa familiar" é considerada ambiente primordial para o enfrentamento dos TAs. Esclarecer sobre a construção da imagem corporal positiva no ambiente
familiar, estando atento à percepção corporal que os adolescentes relatam de si mesmos, são pontos importantes no combate aos TAs. Esses dados podem auxiliar os
profissionais ao direcionamento do tratamento individualizado. Dessa forma, todas as assertivas estão corretas. Resposta: letra E.

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175 - 2022 HNSC

» A classe dos antipsicóticos – sobretudo os típicos - pode causar uma série de efeitos colaterais, sendo alguns agudos e outros após o uso crônico do medicamento. Todas as
alternativas da questão dizem respeito à efeitos adversos dos antipsicóticos, mas apenas uma corresponde à do paciente mencionado: Letra A: correta. A discinesia tardia é
uma condição que afeta o sistema nervoso e cursa com movimentos involuntários repetitivos, como os descritos no enunciado. Letra B: incorreta. A acatisia induzida por
antipsicóticos é um transtorno de movimento caracterizado por sensação subjetiva de inquietude interna, irritabilidade ou disforia. Associa-se à sensação física e objetiva de
desassossego e à movimentos não discinéticos. Letra C: incorreta. Distonia é uma postura anormal ou espasmos musculares que podem se desenvolver após o início ou
rápido aumento de dose dos antipsicóticos. O quadro normalmente aparece na cabeça ou no pescoço, cursando por exemplo com crise oculógira, trismo, disartria,
blefaroespasmos e disfagia (dificuldade). Letra D: incorreta. A síndrome neuroléptica maligna é uma síndrome grave caracterizada por flutuação do nível de consciência,
rigidez muscular intensa, disautonomia e hipertermia. Pode também cursar com mioglobinúria, aumento de CPK e insuficiência renal. É uma verdadeira emergência
neurológica relacionada ao uso de antipsicóticos. Resposta: letra A.

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176 - 2022 UFCSPA

» Primeiramente, qual o diagnóstico deste paciente? Fadiga, dificuldade de concentração, redução do apetite, alteração do sono, alteração do humor, sentimento de inutilidade,
anedonia... este homem de 45 anos tem todos os critérios (inclusive o tempo de sintomas) necessários para transtorno depressivo maior!
Dito isso, vamos às alternativas: Letra A: incorreta. O internamento compulsório pode ser indicado em casos selecionados de depressão. Indicações claras de hospitalização
são a necessidade de procedimentos diagnósticos, risco de suicídio ou homicídio, e capacidade reduzida de autocuidados básicos – todas ausentes no enunciado. Letra B:
incorreta. A fluoxetina pode ser uma das medicações indicadas para tratamento, visto tratar-se de um inibidor seletivo da recaptação da serotonina, classe de primeira
escolha no tratamento da depressão. Porém, é imprescindível questionar este paciente sobre suicídio! Tal informação muda a conduta, de forma a manter seguimento
ambulatorial ou indicar internamento, a depender do caso. Letra C: correta. Conforme mencionado acima, precisamos questionar este paciente sobre suicídio para melhor
avaliar a gravidade do quadro e definir a conduta. Letra D: incorreta. Já temos um diagnóstico! Dessa forma, não precisamos de nenhum exame no momento para elucidação
diagnóstica ou complementação da investigação. Resposta: letra C.

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177 - 2022 HCMT

» Quadro altamente sugestivo de síndrome psicótica, em particular a esquizofrenia. Os sintomas afetivos mais comuns na esquizofrenia são embotamento e inapropriação do
afeto. Perplexidade, ambivalência ou instabilidade afetiva também podem ser observadas - isso explica a dificuldade de expressar emoções. As alucinações são bastante
características, sendo as mais comuns as auditivas, com vozes geralmente ameaçadoras, obscenas ou acusatórias. Como tratar? O tratamento de escolha baseia-se no uso de
antipsi​cóticos, também chamados de neurolépticos, associado a estratégias psicossociais. Existem duas classes principais: os antipsicóticos típicos ou de primeira geração
(como o haloperidol) e os atípicos ou de segunda geração (como a risperidona). Amitriptilina é um antidepressivo tricíclico que pode ser usado no manejo de transtornos do
humor ou na dor neuropática. A carbamazepina é um anticonvulsivante, enquanto a prometazina é um antihistamínico com propriedades sedativas. Resposta: letra B.

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178 - 2022 HNSC

» Estamos diante de uma paciente que sofreu um evento extremamente estressante, e desenvolveu um transtorno psiquiátrico após. Nos é questionado qual seria o melhor
diagnóstico. Vamos às assertivas: Letra A: incorreta. O transtorno de adaptação pode ser definido como um estado de desequilíbrio do funcionamento psíquico que ocorre
quando um indivíduo precisa lidar com eventos que exijam uma ação defensiva. É desencadeado pela necessidade da pessoa de lidar com algo que ameaça sua homeostase
ou equilíbrio interno – como uma mudança de cidade ou de emprego, por exemplo. Letra B: correta. O diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático é feito com o
histórico de um evento trágico presenciado pelo paciente e que, a partir do qual, o mesmo desenvolve os sintomas da doença. Entre os sintomas estão pesadelos ou
lembranças repentinas, fuga de situações que relembrem o trauma, reações exageradas a estímulos, ansiedade e depressão.
Ao pé da letra, o transtorno de estresse pós-traumático, por definição, necessita de mais de um mês de evolução. Quando com duração inferior a um mês, chamamos de
“transtorno de estresse agudo”.
Ambos conceitualmente são iguais, diferindo apenas pela questão temporal. De qualquer forma, é a melhor resposta para a questão. Letra C: incorreta. O transtorno de
ansiedade social é uma doença mental crônica em que as interações sociais causam ansiedade irracional, medo, autoconsciência e/ou constrangimento. Letra D: incorreta. A
distimia se caracteriza por sintomas crônicos e não episódicos de humor deprimido, na maioria dos dias, por pelo menos 2 anos. Além disso, podem estar presentes apetite
diminuído ou hiperfagia, insônia ou hipersonia, baixa autoestima, e dificuldade para se concentrar ou tomar decisões. No transtorno distímico os sintomas não devem ser
melhor explicados pelo diagnóstico de depressão (ou transtorno depressivo maior), e o paciente não deve ter experimentado episódios maníacos ou hipomaníacos (humor
anormalmente elevado, expansivo ou irritável) durante o período de vigência dos sintomas. Resposta: letra B.

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179 - 2022 UFCSPA

» A questão descreve um paciente alcoolista, há três dias sem beber, e que inicia um quadro de ilusões, agitação e ativação autonômica. Tal clínica é compatível com o
diagnóstico de delirium tremens, o “delirium de abstinência”! A psicose ocorrida tem relação com tal diagnóstico, e não com um quadro de psicose atípica (letra B: correta;
letra D: incorreta).
O termo “psicose atípica” é utilizado quando o doente exibe sintomas psicóticos (alucinações, delírios, pensamento difuso ou desorganizado) que não se enquadram no nível
exigido pelo DSM-5 para identificar um transtorno psicótico específico, como a esquizofrenia por exemplo.
O delirium tremens trata-se de um distúrbio flutuante de atenção e cognição, de início rápido, eventualmente com alucinações, que ocorre no contexto de abstinência
alcoólica. Em sua manifestação mais grave, o delírio de abstinência é acompanhado por agitação e sinais de hiperatividade autonômica extrema, incluindo febre, taquicardia
grave, hipertensão e suores intensos. Os sintomas psicóticos estão ocorrendo no contexto de retirada de álcool, e não abuso (letras A e C: incorretas). Ainda, a intoxicação
idiossincrática é marcada por alteração comportamental, acompanhada de agitação psicomotora e agressividade, com duração e remissão rápidas (poucas horas), que ocorre
após o uso de pequena dose de álcool, a qual não intoxicaria a maioria dos indivíduos. É a intoxicação do indivíduo que "não pode beber" que já apresenta alguma alteração
de comportamento. Resposta: letra B.

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180 - 2022 FUBOG

» Vamos analisar as assertivas de acordo com o artigo citado no enunciado sobre o tabagismo passiva durante a pandemia da COVID-19: Letra A: correta. As crianças fumantes
passivas têm maior probabilidade de apresentar diversas complicações à sua saúde momentaneamente ou com o passar dos anos de exposição. Estas apresentam maiores
chances de contrair doenças respiratórias agudas que indivíduos da mesma idade sem essa exposição, além de que aparentemente são mais imunodeprimidas, pois tem
maior propensão a terem associadas duas ou mais patologias. Letra B: incorreta. As consequências a longo prazo do convívio de crianças com tabagistas são a maior
incidência de rinite, otite, laringite, tonsilite, bronquite, pneumonia e aumento na frequência de crises asmáticas. Dessa forma, além destas doenças ainda podem ocorrer
manifestações tardias na vida deste indivíduo, havendo uma maior predisposição à diversos tipos de câncer, em especial no pulmão, cardiopatias e redução da função
respiratória. Letra C: incorreta. Os efeitos instantâneos do tabagismo passivo são a irritação da mucosa oral e nasal, olhos e pulmão da criança; náuseas, cefaleia, tosse,
coriza, entre outros. Além disso, crianças portadoras de asma podem apresentar crises asmáticas no mesmo momento. Letra D: incorreta. Outra consequência relevante da
exposição de crianças à fumaça do tabaco no ambiente, é a maior necessidade de atendimento médico para esse grupo. De acordo com o Departamento Científico de
Pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, em comparação com crianças não expostas, os que sofrem com o tabagismo passivo são a maior parte dentre o número
total de pacientes pediátricos com quatro idas ou mais ao Pronto-Socorro por ano, e com necessidade de antibioticoterapia duas vezes ou mais ao ano. Resposta: letra A.

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181 - 2022 HOB - DF

» No Brasil, assim como ocorre com o uso de álcool, os homens usam cigarros também com maior freqüência que as mulheres, e isso sim acarreta maior vulnerabilidade às
doenças cardiovasculares, câncer, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, doenças bucais e outras. Afirmativa ERRADA

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182 - 2022 PMFI

» A questão descreve paciente etilista com quadro de crise convulsiva e posteriormente um quadro neuropsiquiátrico que nos faz pensar na possibilidade do DELIRIUM
TREMENS. Todas essas manifestações fazem parte do espectro de manifestações clínicas da abstinência alcoólica. O delirium tremens é caracterizado pela presença de
confusão mental, agitação, taquicardia, hipertensão, febre e sudorese, 48 a 96 horas após a última ingestão alcoólica. Vamos analisar as alternativas. A) Correta. O manejo da
abstinência alcoólica é voltado para alívio dos sinais e sintomas e na identificação e correção dos distúrbios metabólicos existentes. Os benzodiazepínicos são utilizados para
controlar a agitação psicomotora e impedir a progressão para abstinência mais grave. As drogas mais utilizadas são o diazepam, lorazepam e clordiazepóxido. Suporte geral,
incluindo hidratação venosa e suplementação nutricional são importantes. B) Incorreta. A deficiência vitamínica mais comum é de tiamina (vitamina B1), cuja deficiência
precipita a encefalopatia de Wernicke. C) Correta. As convulsões associadas à abstinência são do tipo tônico-clônicas generalizadas e geralmente ocorrem dentro de 12 a 48
horas após a última bebida alcoólica. As convulsões ocorrem predominantemente em pacientes com longa história de etilismo crônico. D) Correta. A hepatopatia alcoólica
tipicamente leva ao aumento da GGT por lesão colestática; a plaquetopenia pode ser um marcador de hipertensão portal associada à cirrose hepática. Além disso, o excesso
de álcool é uma causa clássica de macrocitose. O acetaldeído, um produto da degradação metabólica do álcool, é capaz de induzir alterações de membrana em precursores
das hemácias e nos próprios eritrócitos circulantes, que levam à macrocitose. Resposta: letra B.

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183 - 2022 HNSC

» Questão que aborda conceitos associados aos transtornos de substâncias e aditivos. Vamos analisar as assertivas: Letra A: correta. Já há relatos do uso de substâncias que
alteram o estado de consciência há milhares de anos. Letra B: correta. O uso de substâncias é determinado por causas multifatoriais: desde curiosidade ou crença, até
aceitação social. Letra C: incorreta. Existem pessoas dependentes de determinada substância que não possuem nenhum transtorno mental prévio associado. O que pode
ocorrer é o contrário: pessoas sem doença mental abrem quadros psiquiátricos pós uso dessas substâncias. Letra D: correta. A intoxicação por uma substância pode afetar
uma ou várias funções. Assim como citado pela assertiva, pode haver alteração da memória, da orientação e do comportamento, por exemplo. Resposta: letra C.

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184 - 2022 FUBOG

» Vamos analisar as assertivas em relação as modalidades de internação psiquiátrica: Letra A: incorreta. A Internação voluntária é a que se dá com o consentimento expresso e
por escrito de paciente em condições psíquicas de manifestação válida de vontade. Letra B: incorreta. A Internação involuntária é a que se dá contrariamente à vontade do
paciente, sem o seu consentimento expresso ou com consentimento inválido. Para que ocorra, faz-se necessária a concordância de representante legal, exceto nas situações
de emergência médica (risco iminente de suicídio, agitação psicomotora grave…). Letra C: correta. A Internação compulsória é a determinada por magistrado e independe da
vontade expressa da família ou do paciente. Letra D: incorreta. Embora seja definida por ordem judicial, na internação compulsória quem determina a natureza e tipo de
tratamento a ser ministrado ao paciente é o médico assistente, que poderá prescrever alta hospitalar quando entender que aquele se encontra em condições para tal.
Resposta: letra C.

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185 - 2022 HNSC

» Questão que aborda conceitos associados aos transtornos de substâncias e aditivos. Vamos analisar as assertivas: Letra A: correta. Quanto mais precoce o uso de
determinada substância, maior a chance da pessoa se tornar dependente. Letra B: incorreta. A codependência é uma condição específica de âmbito psicológico,
comportamental e emocional, que afeta a conduta e personalidade de uma pessoa, a tornando dependente de alguém ou de alguma substância. Letra C: incorreta. Tolerância
cruzada é a capacidade que a droga tem suprimir as manifestações de dependência física produzidas por outra droga. Letra D: incorreta. Assim como citado na letra B, esta
não é a descrição do estado de codependência. Resposta: letra A.

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186 - 2022 CERMAM

» Os sintomas clínicos inexplicáveis podem gerar dificuldades na avaliação médica de um paciente.


Não cabem ao médico julgamentos ou interpretações precoces, devendo os aspectos biopsicossociais serem avaliados de forma profissional e humanizada.
Sendo assim, quando não sabemos a etiologia, a conduta adequada consiste em manter uma comunicação clara, com escuta aos sintomas, de forma não diferenciada de
outros pacientes (letra A: correta). Podemos tranquilizar o paciente de que este canal de comunicação médico-paciente está aberto, mas não quanto aos sintomas em si, visto
que se não conhecemos a origem, não podemos afastar que se trate de algo potencialmente grave (letra C: incorreta). Terapia cognitivo-comportamental e antidepressivos
seriam prescritos para doenças específicas, como a depressão, e não para um sintoma que desconhecemos a etiologia (letras B e D: incorretas). Resposta: letra A.

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187 - 2022 HNSC

» Os transtornos relacionados às substâncias e transtornos aditivos incluem transtornos por uso de substâncias que causam abuso e dependência. Sobre o assunto, nos é
questionado qual seria a alternativa incorreta:Letra A: correta. A tolerância é definida por necessidades do organismo de doses maiores da substância para obtenção do
mesmo efeito. Dessa forma, pode requerer ou facilitar o uso de doses maiores conforme há abuso.Letra B: correta. Os transtornos de personalidade estão entre os mais
comumente associados ao abuso de substâncias.Letra C: incorreta. Encontramos a presença de outras comorbidades psiquiátricas naqueles indivíduos que procuram auxílio
médico para tratar dependência de álcool, cocaína ou opioides, mas também às encontramos naqueles que não o fazem!Letra D: correta. O alcoolismo coexiste com a
depressão em elevada frequência de casos (em cerca de 40%, segundo a referência bibliográfica do concurso).Sendo assim,
Resposta: letra C.

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188 - 2022 HCMT

» Como em qualquer outra intoxicação, o manejo da overdose de benzodiazepínicos começa com uma rápida avaliação das vias aéreas, respiração e circulação do paciente. A
intubação endotraqueal está indicada quando o Glasgow é ≤ 8 e não deve ser adiada se necessário! A descontaminação gastrointestinal com carvão ativado não está
recomendada! Em geral, ela não traz nenhum benefício em casos de ingestão isolada de benzodiazepínicos e aumenta o risco de aspiração. A lavagem gástrica também é um
procedimento desnecessário devido à raridade das preparações de liberação sustentada e à dificuldade de iniciar o tratamento no paciente obnubilado. E o flumazenil? É
antagonista competitivo não específico do receptor benzodiazepínico, mas seu uso no cenário de superdosagem permanece altamente controverso. Isso porque a
administração desse medicamento pode precipitar crises de abstinência (naqueles que fazem uso crônico) e reduz de forma considerável o limiar convulsivo. Os pacientes
que necessitam de ventilação mecânica ou foram expostos a um coingestor perigoso deve ser internados em ambiente de terapia intensiva. Por outro lado, a maioria dos
pacientes com ingestão isolada de benzodiazepínicos pode receber alta com segurança ou ser liberado para avaliação psiquiátrica após um período de observação de 4-6
horas, desde que quaisquer sintomas preocupantes, como depressão do SNC, tenham sido resolvidos. O paciente deve ser capaz de deambular com segurança até o final
deste período. Pacientes com sinais persistentes de intoxicação além de seis horas devem ser internados em um ambiente monitorado até que os sintomas desapareçam.
Resposta: letra B.

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189 - 2022 HNSC

» Questão altamente específica sobre estimulação magnética transcraniana, considerada um tratamento alternativo para formas refratárias de transtorno depressivo maior.
Bobinas “tipo borboleta” são bobinas que lembram um “8”, utilizadas nesse contexto mirando o córtex pré-frontal dorso lateral direito. Quando direcionado para o esquerdo,
foi demonstrado piora dos quadros depressivos (letras A e C: incorretas).O pulso pode ser repetitivo ou único. Na bobina tipo borboleta, percebeu-se que o pulso repetitivo
aumentava a incidência de crise convulsiva, de forma a ser mais adequado utilizar o pulso único (letra C: incorreta).Sendo assim,
Resposta: letra B.

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190 - 2022 HNSC

» Questão conceitual sobre o sono, uma das áreas da psiquiatria. Sobre o assunto:Letra A: correta. Estudos do padrão de sono REM dos pacientes com transtorno depressivo
maior permitem notar nítida perturbação dos padrões, seja comparando com pessoas saudáveis, seja com pacientes psiquiátricos não deprimidos.Letra B: correta. Apesar de
pouco utilizada como estratégia de tratamento para transtorno depressivo maior, meta-análises sugerem que a privação de sono demonstra consistentemente uma redução
rápida, embora de curta duração, em até metade dos pacientes com a doença.Letra C: correta. Em pacientes com Alzheimer, análises de eletroencefalografia demonstram
alterações como sono de ondas lentas e REM reduzido, assim como cita a alternativa. Letra D: incorreta. De fato, o sono é influenciado por ritmos biológicos. Porém, sabemos
que a secreção de melatonina, promovida pela glândula pineal, ocorre de forma instável, visto ter como função regular o ciclo circadiano. A secreção é ativada na ausência de
estímulos luminosos, sendo, portanto, maior durante a noite.Resposta: letra D.

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