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1 D 2 * 3 C 4 D 5 C 6 C 7 D 8 D 9 A 10 D 11 A 12 A

13 B 14 B 15 A 16 A 17 B 18 A 19 A 20 B 21 E 22 A 23 B 24 D

25 * 26 C 27 * 28 * 29 * 30 * 31 A 32 E 33 B 34 C 35 D 36 A

37 B 38 E 39 A 40 D 41 D 42 A 43 C 44 B 45 C 46 E 47 A 48 C

49 B 50 D 51 C 52 D 53 E 54 D 55 B 56 B 57 B 58 B 59 C 60 C

61 E 62 C 63 C 64 A 65 D 66 A 67 B 68 B 69 C 70 A 71 A 72 E

73 C 74 C

Legenda:

! Questão Anulada * Questão Dissertativa

1 - 2023 USP - RP

Resposta:Estamos diante de uma criança que se apresenta com edema generalizado, hematúria e hipertensão
arterial (os valores de 120 e 80 mmHg correspondem a níveis superiores ao p95 para a idade). Com base nesses
dados, é mandatório considerar a hipótese de síndrome nefrítica! Sua provável etiologia é a GNPE. Repare que o
paciente apresenta “feridas” na perna direita, o que sugere quadro prévio de impetigo estreptocócico. É verdade
que o período de incubação foge do padrão esperado (2-6 semanas). Porém, pela descrição da piodermite,
acreditamos que esse pode ter sido um pequeno deslize da Banca (de todo modo, a resposta da questão
continuaria igual, mesmo se a etiologia da síndrome nefrítica fosse outra). Bom, e como devemos tratar esse jovem,
levando em conta o diagnóstico de GNPE? O primeiro passo é indicar a internação hospitalar. Segundo a Sociedade
Brasileira de Pediatria, a presença de congestão cardiocirculatória demanda que o tratamento seja feito com o
paciente internado. Em seguida, devemos adotar medidas para o controle da sobrecarga hídrica. Recomenda-se
restrição hídrica (20 ml/kg/dia ou 300-400 ml/m2/dia), dieta assódica (< 2 g de NaCl/m2/dia). A hipertensão arterial
deve ser manejada com o uso de diuréticos de alça, como a furosemida. Lembre-se que IECA, bloqueadores de
canal de cálcio e hidralazina só devem ser prescritos em casos de hipertensão refratária. Já o nitroprussiato
(vasodilatador arterial direto) é indicado na presença de emergências hipertensivas, como a encefalopatia. Não há
indicação de corticoterapia.Por fim, lembre-se que o uso de antibióticos, apesar de não modificar o curso da doença
instalada, é importante para erradicar as cepas nefritogênicas do S. pyogenes. Recomenda-se o uso de penicilina
com esse fim (ou eritromicina, em caso de alergia). Embora seja uma penicilina, a amoxicilina em associação com o
clavulanato não é a melhor das opções porque ela consegue “atacar” outros tipos de germes, como anaeróbios, o
que é totalmente desnecessário para o caso (a amoxicilina, isoladamente, seria uma alternativa). Além disso, a
medida “inicial mais indicada” (termo usado no enunciado) é a diureticoterapia – ela, e não a antibioticoterapia, é
capaz de controlar a sintomatologia. Resposta: letra D.

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2 - 2023 UNICAMP

Resposta:Estamos diante de uma criança com hematúria, hipertensão arterial e edema. Ora, é nítido que o
diagnóstico SINDRÔMICO dessa criança é de síndrome nefrítica, não concorda? Pelo fato de haver lesões crostosas
em MMII que sugerem impetigo, a etiologia mais provável é a GNPE. Agora, vamos fazer alguns comentários
adicionais sobre pontos do enunciado que podem ter gerado dúvidas:CROSTAS MELICÉRICAS: lesões pustulosas do
impetigo que, ao se romperem, “liberam” um conteúdo exsudativo de coloração amarelada, que lembra a cor do
mel – daí o termo “melicéricas”.CODÓCITOS e ACANTÓCITOS: são tipos de hemácias dismórficas, detectadas a
partir da análise microscópica da urina. As células são chamadas de codócitos quando adquirem um aspecto em
alvo (centro bem pálido com a hemoglobina distribuída somente na periferia celular). Já os acantócitos são
eritrócitos que possuem algumas projeções em sua membrana celular (algumas dessas projeções podem lembrar a
orelha do Mickey). CILINDROS GRANULOSOS: indicam lesão tubular, principalmente. A associação mais clássica é
com a necrose tubular aguda. No entanto, eles também podem se fazer presentes em indivíduos que possuem
algum tipo de lesão glomerular. GABARITO OFICIAL: Síndrome Nefrítica.

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3 - 2023 SUS - SP

Resposta:A presença de edema, hipoalbuminemia e proteinúria nefrótica nos permite selar o diagnóstico de
síndrome nefrótica. Levando em consideração a idade do paciente, a etiologia mais provável é a doença por lesão
mínima. Cabe ressaltar que o quadro pode ser recidivante e ter infecções virais como gatilho, exatamente o que
parece estar acontecendo aqui. Agora, vamos analisar as alternativas.Letra A: incorreta. A internação pode ser
indicada para estabilização do quadro. Causas secundárias de síndrome nefrótica devem ser pesquisadas, como
HIV, hepatites virais e lúpus. No entanto, não há motivos para fazermos ceftriaxone. A albumina pode ser
considerada para casos de hipovolemia ou anasarca. Neste caso, ela deve ser associada à furosemida: enquanto a
albumina evita a perda de líquido intravascular (pelo aumento da pressão oncótica), a furosemida facilita a
eliminação do excesso de volume.Letra B: incorreta. Apesar do edema, o meio intravascular dos nefróticos tende a
estar depletado, já que boa parte do líquido extravasa para o terceiro espaço. Sendo assim, a furosemida só deve
ser feita em casos selecionados, evitando, assim, o surgimento de uma IRA pré-renal. No início da terapia,
recomenda-se prednisona diária, 2 mg/kg/dia (dose máxima de 60 mg/dia).Letra C: correta. Como sabemos, a
síndrome nefrótica está associada à hiperlipidemia e a fenômenos tromboembólicos. A primeira parece ser
justificada por uma maior síntese hepática de lipoproteínas, estimulada pela queda da pressão oncótica do plasma.
Já a segunda, pela perda urinária de anticoagulantes endógenos, como a antitrombina III.Letra D: incorreta. A
albumina deve ser < 3,5 g/dL e a proteinúria, maior ou igual a 50 mg/kg/dia ou 40 mg/m2/hora.Letra E: incorreta.
Embora possam ocorrer, hipertensão e hematúria são fenômenos mais atrelados à síndrome nefrítica.Resposta:
letra C.

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4 - 2023 IAMSPE

Resposta:O enunciado apresenta o quadro clínico de uma criança de seis anos de idade, que evolui com edema na
face, abdome e membros inferiores. Além disso, vem apresentando redução do volume urinário e urina com aspecto
de espuma, o indica proteinúria (corroborado pelo exame de urina que apresenta proteína 4 , além de
hipoalbuminemia). Esses dados corroboram o diagnóstico da síndrome nefrótica, ainda que para uma determinação
precisa, é necessário o achado de proteinúria em faixa nefrótica — o valor que define a síndrome é uma excreção
de proteína na urina ≥ 50 mg/kg/dia ou ≥ 40 mg/m²/h. O método padrão-ouro é a medida da proteinúria em
amostra de urina de 24 horas. Dada a dificuldade em realizar esta coleta, também podemos definir que há
proteinúria na faixa nefrótica quando, em uma amostra isolada, a relação proteína/creatinina é > 2 mg/mg. O
edema, tipicamente matinal e periorbitário, é a marca característica da síndrome nefrótica. Em casos mais graves,
podemos encontrar hepatomegalia, ascite, edema testicular e anasarca. Outra alteração frequente é a
hiperlipidemia — ela ocorre por aumento da síntese hepática de lipoproteínas, especialmente LDL. A maior
quantidade de lipídios sendo filtrada pelos glomérulos leva à lipidúria. A perda de imunoglobulina na urina,
especialmente IgG, aumenta a suscetibilidade a infecções, com destaque para celulite, meningite e peritonite. A
causa mais comum na infância é a doença por lesão mínima, cuja "marca" é a resposta dramática à corticoterapia.
Nos casos típicos, estamos autorizados a iniciar a terapia empírica sem a realização de biópsia, lembrando sempre
da necessidade de afastar tuberculose e infecção por Strongyloides stercoralis antes do início da imunossupressão
com corticoide. As opções são prednisona ou prednisolona, na dose de 60 mg/m²/dia ou 2 mg/kg/dia (até o máximo
de 60 mg/dia), por 4–6 semanas, seguidas de redução gradual por um período que varia de 2 a 5 meses. Resposta:
letra D.

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5 - 2023 UNIFESP

Resposta:A síndrome nefrótica é definida pela excreção elevada de proteína na urina, a partir de 3-3,5 g/dia (> 3,5
g/1,73 m2/24h)! Na criança, esta definição se faz por valores acima de 50 mg/kg/dia ou também quando > 40
mg/m2/h. Com base nessa perda proteica, são esperados: hipoalbuminemia (e redução de mais outras proteínas);
edema periorbital e matutino (com a redução da pressão oncótica); hiperlipidemia e lipidúria (como os lipídios são
perdidos atrelados às lipoproteínas, existe estímulo à produção hepática exacerbada destas proteínas); estado pró-
trombótico (perda de AT-3 e outros anticoagulantes endógenos); anemia ferropriva (pela perda de transferrina); e
maior suscetibilidade a infecções (perda de IgG). Inclusive, as infecções são as principais complicações desta
síndrome! Entenda: com a excreção de proteínas na urina, o paciente pode acabar “perdendo” IgG e componentes
da via alternada do complemento, deixando-o mais suscetível a infecções pelos germes encapsulados. Para piorar,
muitos desses pacientes acabam fazendo uso de medicações imunossupressoras! Uma infecção bastante comum
em pacientes nefróticos é a peritonite bacteriana espontânea, que acomete os pacientes com ascite. O pneumococo
é o agente mais comum, responsável por metade dos casos, seguido pela Escherichia coli. Resposta: letra C.

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6 - 2023 USP - RP

Resposta:Analisando o quadro do paciente, vemos que ele apresenta, além da redução no débito urinário,
proteinúria, hipoalbuminemia, edema e lipidúria, achados típicos de síndrome nefrótica! Na ocasião do concurso,
alguns alunos questionaram sobre os níveis de proteinúria apresentados pelo caso. Porém, entenda que a questão
nos deu apenas a quantidade de proteínas em uma amostra isolada de urina. Para estimar a proteinúria em 24h,
precisaríamos do valor de creatinúria (que não foi fornecido) para fazer a relação albuminúria/creatinúria. Portanto,
sabemos que há proteinúria mas não conseguimos quantificar de forma mais precisa. Dito isso, vamos analisar as
alternativas: Letra A: incorreta. A GNPE é uma importante causa de síndrome nefrítica, que tem como principais
características a presença de hematúria, edema e hipertensão arterial. Além disso, o complemento sérico costuma
estar reduzido. Letra B: incorreta. De forma bem direta, podemos dizer que a NIA constitui uma inflamação aguda
do rim, caracterizada pela infiltração do interstício por leucócitos, acompanhada de intenso edema que obstrui
externamente os túbulos. Como resultado, temos o desenvolvimento de oligúria e queda na TFG. Alguns podem ter
pensado nesta hipótese pela história de uso de AINE, mas, nestes casos, embora não seja habitual encontrarmos
todos os achados, pode ocorrer febre, rash cutâneo, hematúria não dismórfica, piúria com eosinofilúria, eosinofilia e
aumento de IgE sérica. Ou seja, nada parecido com o que descreve o enunciado! Letra C: correta! A doença por
lesão mínima (DLM) é uma causa de síndrome nefrótica que, embora seja mais comum na faixa etária pediátrica (1-
8 anos), também pode ocorrer em adultos. Inclusive, os AINE estão relacionados a uma síndrome que combina
síndrome nefrótica por DLM e nefrite tubulointersticial aguda, manifestando-se com insuficiência renal aguda
oligúrica e proteinúria nefrótica. Isso explicaria todo o quadro do nosso paciente! Letra D: incorreta. Existem
basicamente três formas clínicas da doença de Berger (nefropatia por IgA): (1) Hematúria macroscópica recorrente:
hematúria – nada – hematúria – nada (forma mais comum); (2) Hematúria microscópica persistente: achado
ocasional no EAS com hematúria dismórfica isolada; ou (3) Síndrome nefrítica clássica: rara (menos de 10% dos
casos). É possível que um paciente com doença de Berger curse com síndrome nefrótica? Sim! Mas isso é raro e,
certamente, não seria a principal hipótese para o caso. Resposta: letra C.

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7 - 2023 USP - RP

Resposta:Perceba que o próprio enunciado já nos deu o diagnóstico do caso: trata-se de uma nefropatia por IgA
(doença de Berger). De maneira geral, a apresentação clínica da doença pode ocorrer de três formas diferentes: (1)
hematúria macroscópica recorrente: hematúria — nada — hematúria — nada (forma mais comum); (2) hematúria
microscópica persistente: achado ocasional no EAS com hematúria dismórfica isolada; ou (3) síndrome nefrítica
clássica: rara (menos de 10% dos casos). É claro que existem outras formas de apresentação, mas essas três são as
mais comuns. No caso em tela, com os dados obtidos pelo enunciado, a doença parece se manifestar como uma
síndrome nefrítica (hematúria, edema, hipertensão arterial e proteinúria subnefrótica). Até aqui, tudo bem. Agora, o
grande ponto da questão é: como devemos tratar esses pacientes? Em geral, o manejo inicial se concentra em
realizar cuidados de suporte otimizados, incluindo controle da pressão arterial, redução da proteinúria e
modificações no estilo de vida (ex.: restrição de sódio, cessar tabagismo, estimular prática de atividade física).
Neste contexto, todo paciente com proteinúria ≥ 500 mg/dia deve ser tratado com inibidor da ECA ou bloqueador
do receptor de angiotensina (ex.: losartana). Para pacientes considerados de alto risco de progressão da doença (ou
seja, proteinúria ≥ 1 g/dia apesar de pelo menos três meses de tratamento de suporte otimizado), recomenda-se
tratamento com glicocorticoide. Nos casos em que o paciente não tolera ou não deseja receber corticoide, o
micofenolato de mofetil é uma opção a ser considerada. A evidência do uso de inibidores da calcineurina (como
ciclosporina e tacrolimus) em pacientes com nefropatia por IgA é bastante limitada (existem poucos estudos
realizados e todos relativamente pequenos). Em uma metanálise compilando os principais trabalhos, o uso dos
inibidores de calcineurina foi associado a taxas mais altas de remissão da proteinúria, porém sem diferenças na
creatinina sérica ou na TFG entre os grupos. Além disso, houve risco elevado de efeitos adversos com a medicação
(incluindo sintomas gastrointestinais, neurológicos e hirsutismo). Resposta: letra D.

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8 - 2023 USP - SP

Resposta:De maneira geral, a síndrome nefrótica é caracterizada pela excreção de proteínas > 3-3,5 g/dia (em
adultos) ou > 50 mg/kg/dia (em crianças). Também compõem a síndrome: proteinúria, hipoalbuminemia, edema,
hiperlipidemia e lipidúria. Portanto, diante de uma criança com anasarca, hipoalbuminemia e proteinúria, essa deve
ser a nossa principal hipótese!Em linhas gerais, sempre pensaremos na doença por lesão mínima (DLM) como
etiologia da síndrome nefrótica em crianças. Entretanto, devemos ampliar a investigação para causas secundárias
se o quadro fugir às características gerais da DLM. Isso inclui a presença de hematúria, hipertensão arterial,
hipocomplementenemia, idade < 1 ou > 8 anos (alguns autores colocam 12 anos) ou insuficiência renal. Em certos
casos, inclusive, a biópsia renal é necessária para esclarecer por completo o diagnóstico.Trazendo esses conceitos
para o caso em tela, vemos que a criança apresenta PA elevada, hematúria e redução do complemento… Ou seja,
não é um quadro típico de DLM e precisamos ampliar a investigação para causas secundárias! Lúpus pode se
manifestar desse jeito, por exemplo... Detalhe: não existe um nível tensional único que defina a hipertensão arterial
na infância. A classificação deve ser realizada com base em normogramas que indicam os percentis populacionais
de PA sistólica e diastólica de acordo com sexo, idade e estatura. No caso da questão, mesmo considerando uma
estatura elevada, os níveis tensionais do paciente da questão são bastante aumentados.Com relação as outras
alternativas:Letras A e B: incorretas. O tratamento com corticoide seria interessante se fosse DLM, o que não parece
ser o caso.Letra C: incorreta. Não devemos esperar o complemento normalizar para ampliar a investigação do
paciente.Resposta: letra D.

9 - 2023 UFRJ

Resposta:Estamos diante de um menino com anasarca, urina vermelha (provável hematúria), proteinúria (pelo EAS,
não dá para cravar se é nefrótica ou não, mas duas cruzes geralmente representam a faixa subnefrótica) e HAS
(130 x 90 corresponde a um valor > p95 para a idade de seis anos). Trata-se de uma síndrome nefrítica! Esta tem
como etiologia mais provável a GNPE, já que há cicatrizes de impetigo. O tratamento dessa condição envolve,
basicamente, medidas de suporte: repouso relativo (recomendado enquanto persistirem edema e HA ou em caso de
complicações), restrição hídrica (20 ml/kg/dia ou 300-400 ml/m2/dia) e de sódio (< 2 g de NaCl/m2/dia) e, na
presença de manifestações de hipervolemia, como a própria HAS, furosemida. Lembre-se que a antibioticoterapia,
para erradicação das cepas nefritogênicas do S. pyogenes, também é recomendada, caso o paciente não tenha
tratado adequadamente a faringoamigdalite ou o impetigo. As outras medicações citadas não são recomendadas
para a GNPE. Resposta: letra A.

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10 - 2023 AMP

Resposta:A síndrome nefrótica é definida pela excreção elevada de proteína na urina, a partir de 3-3,5 g/dia (> 3,5
g/1,73 m²/24h)! Na criança, esta definição se faz por valores acima de 50 mg/kg/dia ou também quando > 40
mg/m²/h. Com base nessa perda proteica, são esperados: hipoalbuminemia (e redução de mais outras proteínas);
edema periorbital e matutino (com a redução da pressão oncótica); hiperlipidemia e lipidúria (como os lipídios são
perdidos atrelados às lipoproteínas, existe estímulo à produção hepática exacerbada destas proteínas); estado pró-
trombótico (perda de AT-3 e outros anticoagulantes endógenos); anemia ferropriva (pela perda de transferrina); e
maior suscetibilidade a infecções (perda de IgG). Inclusive, as infecções são as principais complicações desta
síndrome! Entenda: com a excreção de proteínas na urina, o paciente pode acabar “perdendo” IgG e componentes
da via alternada do complemento, deixando-o mais suscetível a infecções pelos germes encapsulados. Uma
infecção bastante comum em pacientes nefróticos é a peritonite bacteriana espontânea, que acomete os pacientes
com ascite. O pneumococo é o agente mais comum, responsável por metade dos casos, seguido pela Escherichia
coli. Assim, o tratamento destes casos deve cobrir Gram-positivos e Gram-negativos. Por isso, o antibiótico de
escolha costuma ser uma cefalosporina de 3ª geração, mas algumas referências também colocam a ampicilina
como opção. Os aminoglicosídeos são antimicrobianos usados principalmente no tratamento de pacientes com
infecções graves causadas por bactérias Gram-negativas aeróbias. Portanto, não seriam adequados para o caso.
Também não faz sentido prescrever imunossupressores (como sugerem as letras A e E) para tratamento de um
quadro infeccioso. Da mesma forma, o tratamento cirúrgico não é necessário. Resposta: letra D.

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11 - 2023 AMRIGS

Resposta:Em primeiro lugar, o que são os cilindros? Veja: diariamente, células epiteliais que compõem a parede da
alça de Henle secretam uma proteína conhecida como “glicoproteína de Tamm-Horsfall”. Esta proteína segue o
fluxo urinário e acaba se depositando nos túbulos contorcidos distais e túbulos coletores, originando uma superfície
“pegajosa” em seu interior. Como consequência, diversas substâncias, partículas ou mesmo células podem se
aderir a estas proteínas, moldando um corpo cilíndrico-tubular potencialmente “descamável”. Os cilindros são
classificados em função de sua composição, mas podem ser divididos basicamente em dois tipos: os celulares
(epiteliais, hemáticos e leucocitários), sempre patológicos, e os acelulares (como os hialinos), que podem ser
encontrados em indivíduos normais. Os cilindros hemáticos indicam quase sempre uma doença glomerular e podem
estar presentes em pacientes com hematúria. Os cilindros leucocitários, apesar de serem encontrados com
frequência nas glomerulopatias, estão mais associados às nefrites intersticiais. Por fim, os cilindros granulosos
costumam estar presentes na necrose tubular aguda. Resposta: letra A.

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12 - 2023 HUOL

Resposta:O enunciado descreve uma criança de 2 anos com quadro de anasarca há 2 semanas, que teve início após
“quadro gripal”. Neste caso, a principal hipótese é de síndrome nefrótica, mais especificamente, doença por lesão
mínima. O quadro ocorre pela perda da “barreira de carga”, gerando proteinúria seletiva (albuminúria). O paciente
típico é uma criança pequena de um a oito anos (geralmente dos dois aos seis anos), mais frequentemente do sexo
masculino (2:1), que de modo inesperado (após uma infecção ou picada de inseto) surge com edema. Isto mesmo:
síndrome edemigênica! Segundo o Nelson, cerca de 90% das síndromes nefróticas em crianças são idiopáticas,
sendo que em torno de 85% o padrão histopatológico é de doença por lesão mínima. Portanto, síndrome nefrótica
em crianças = doença por lesão mínima até prova em contrário. Para lembrar, a síndrome nefrótica é caracterizada
pela excreção de proteínas > 3-3,5 g/dia, em adultos; em crianças, > 50 mg/kg/dia. A sua definição é laboratorial!
Também compõem a síndrome: hipoalbuminemia, edema, hiperlipidemia e lipidúria com corpos e cilindros graxos.
Por que não pensar em GNPE? O período de incubação da faringite costuma ser de 1-3 semanas… Ou seja, não
“bate” muito com o caso! Resposta: albumina sérica e relação proteína/creatinina urinária.

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13 - 2023 SURCE

Resposta:O enunciado descreve uma paciente idosa, com diagnóstico de adenocarcinoma de pulmão, evoluindo
com uma síndrome edemigênica à esclarecer. Além da anasarca e dos níveis pressóricos elevados, seus exames
mostram piora de função renal, hiponatremia, hipoalbuminemia e proteinúria. O ecocardiograma normal afasta
etiologia cardiogênica para o caso e, olhando para as alternativas, fica evidente que o autor está tentando nos
direcionar para a hipótese de síndrome nefrótica. A proteinúria maciça é o estigma da síndrome e resulta nos
demais achados clinicolaboratoriais que a definem: (1) hipoalbuminemia; (2) edema; (3) hiperlipidemia; e (4)
lipidúria. A grande pergunta é: qual seria a etiologia mais provável para o caso? Letra A: incorreta. A doença por
lesão mínima (DLM) é a forma mais comum de síndrome nefrótica em crianças, respondendo por 85% dos casos. É
muito rara em menores de 1 ano, e em maiores de 8 a 10 anos possui uma incidência progressivamente menor, até
se equiparar com a dos adultos (10-15% das síndromes nefróticas). Nesta doença, a função renal não costuma estar
alterada, a não ser que haja hipovolemia grave, com hipotensão e hipoperfusão renal. Deve-se ter em mente que a
DLM pode estar relacionada a uma série de doenças sistêmicas, numa forma "secundária" de apresentação – o
linfoma de Hodgkin é a principal doença associada à DLM. Letra B: correta. O termo "glomerulopatia membranosa"
ou simplesmente "nefropatia membranosa" é genérico, traduzindo apenas um padrão de lesão glomerular. Assim,
pode aparecer de forma isolada (primária ou idiopática) ou ser secundária a diversas condições sistêmicas
específicas, como lúpus, hepatite viral e neoplasias (pulmão, mama, cólon, gástrico, renal), ou mesmo após o uso
de determinados medicamentos, como captopril, sais de ouro e penicilamina. Letra C: incorreta. Existem
basicamente três formas clássicas de apresentação da nefropatia por IgA (doença de Berger): (1) Hematúria
microscópica assintomática (adultos); (2) Surtos recorrentes de hematúria macroscópica (crianças — com
frequência precipitados por infecção das vias aéreas superiores); e (3) Síndrome nefrítica franca (frequentemente
precipitada por infecção de via aérea superior). Letra D: incorreta. A amiloidose acontece quando certas proteínas
endógenas, por variados estímulos, adquirem a capacidade de formar fibrilas amiloidogênicas, as quais, por sua
vez, podem se combinar e formar estruturas moleculares denominadas "folhas β pregueadas". O tipo de fibrila
amiloide determina a expressão clínica da doença, pois existe afinidade bioquímica específica entre as fibrilas e
seus sítios de deposição. As amiloidoses que cursam com comprometimento renal são tipicamente sistêmicas, com
destaque para os subtipos AL (também chamada de "amiloidose primária") e AA (secundária a processos
inflamatórios crônicos, como artrite reumatoide, hanseníase, osteomielite, etc.). Resposta: letra B.

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14 - 2023 SES - DF

Resposta:A proteinúria nefrótica é definida pela excreção de proteínas pela urina > 3,0-3,5 g/dia em adultos ou ≥
50 mg/kg/dia ou ≥ 40 mg/m2/dia em crianças. Perceba que a Banca esqueceu de colocar a unidade da proteinúria
descrita no enunciado. Seria 1,3 gramas ou 1,3 miligramas? Provavelmente, trata-se de 1,3 gramas. De qualquer
forma, ambas se enquadram na faixa SUBnefrótica. Resposta: letra B.

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15 - 2023 SES - DF

Resposta:Embora não seja um achado típico da nefropatia por IgA (doença de Berger), a insuficiência renal, seja ela
rapidamente progressiva ou não, pode dar as caras. Mas qual é a relação da nefropatia por IgA com o ANCA? Na
verdade, este é um marcador sorológico de algumas vasculites, como a granulomatose de Wegener (granulomatose
com poliangiíte). Apesar de não ser comum, essas duas condições podem coexistir! Aliás, a presença da vasculite
justifica as manifestações sistêmicas (febre) e os episódios recorrentes de sinusite. Cabe ressaltar que essa
condição, quando acomete o rim, costuma provocar uma glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP). Sendo
assim, podemos afirmar que o trecho final é correto: de fato, a presença do ANCA, por indicar Wegener associado,
geralmente está associada à GNRP. Resposta: letra A.

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16 - 2023 SES - DF

Resposta:Como sabemos, a maioria dos indivíduos com nefropatia por IgA tem um curso clínico benigno marcado
por episódios recorrentes de hematúria macroscópica ou hematúria microscópica persistente. No entanto, menos
de 10% dos indivíduos podem cursar com manifestações menos comuns, como síndrome nefrótica e insuficiência
renal (inclusive, com formação de crescentes – glomerulonefrite rapidamente progressiva). Resposta: letra A.

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17 - 2023 SES - DF

Resposta:Quando presente ao diagnóstico, a hipertensão é um indicativo de pior prognóstico da nefropatia por IgA.
Estudos comprovaram que a incidência de diálise e morte é muito maior nesses indivíduos do que naqueles que se
apresentam com PA normal. Outros fatores também acarretam prognóstico “mais” adverso: proteinúria > 1 g/dia,
insuficiência renal (com ou sem crescentes à biópsia), sexo masculino, idade avançada ao diagnóstico
(principalmente, > 50 anos) e depósitos de IgA nas alças capilares (achado histopatológico). Resposta: letra B.

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18 - 2023 ENARE

Resposta:Vamos analisar as alternativas... Letra A: correta. Embora os valores exatos variem um pouco, admite-se
que nem todos os pacientes com GNPE se apresentam com hipocomplementenemia. No entanto, sabemos que a
imensa maioria cursa com níveis baixos de complemento e que estes se normalizam após 4-8 semanas. Caso
permaneçam reduzidos por mais tempo, temos que pensar em outras hipóteses diagnósticas, como a
glomerulonefrite membranoproliferativa. Letra B: incorreta. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a
hematúria micro isolada ocorre em 25-60% dos casos. Já a hematúria micro macro se desenvolve em 50-97%. O
caráter nefrótico da proteinúria é encontrado “raramente”. O problema da alternativa é que esta não é considerada
um indicador de gravidade na fase aguda. E lembre-se que só há indicação de biópsia, caso ela se mantenha nessa
faixa por mais de quatro semanas. Letra C: incorreta. Apesar de a elevação da creatinina poder ocorrer em até 50-
60% dos casos, a insuficiência renal grave, com necessidade de diálise, é considerada a complicação menos comum
da GNPE. Letra D: incorreta. De fato, a encefalopatia hipertensiva é uma das complicações possíveis e pode causar
as manifestações citadas. No entanto, ao fundo de olho, não encontramos alterações características de hipertensão
arterial. É verdade, podemos até encontrar papiledema, mas esta não é uma manifestação específica, ou seja, pode
ocorrer em outras condições. Anormalidades mais específicas de HAS, como cruzamentos arteriovenosos
patológicos dos vasos retinianos, só costumam ser encontrados em quadros crônicos de HAS, e não em elevações
agudas dos níveis tensionais, como ocorre na GNPE. Letra E: incorreta. Embora seja a complicação mais comum, a
congestão circulatória não costuma cursar com evidência de dano miocárdico intrínseco. Resposta: letra A.

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19 - 2023 SES - DF

Resposta:Alguns fatores acarretam pior prognóstico na nefropatia por IgA: hipertensão arterial, proteinúria > 1
g/dia, insuficiência renal (com ou sem crescentes à biópsia), sexo masculino, idade avançada ao diagnóstico
(principalmente, > 50 anos) e depósitos de IgA nas alças capilares (achado histopatológico). Resposta: letra A.

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20 - 2023 SES - DF

Resposta:O depósito glomerular de IgA é observado em cerca de um terço dos indivíduos com doença celíaca!
Porém, cabe ressaltar que a maioria não possui qualquer manifestação clínica renal. Sendo assim, podemos dizer
que a afirmativa final é errada, já que a associação está longe de ser rara... Resposta: letra B.

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21 - 2023 HMASP

Resposta:A síndrome de Alport é uma causa rara de hematúria assintomática em crianças. Trata-se de uma doença
genética heterogênea, geralmente ligada ao X (mas às vezes autossômica), que pode ter caráter recessivo ou
dominante, dependendo da mutação específica... O resultado final é sempre um grave defeito no colágeno tipo IV —
um importante constituinte da membrana basal glomerular, presente também em outros órgãos. Produz uma
síndrome clínica multissistêmica, caracterizada por surdez neurossensorial, anormalidades oftalmológicas,
hematúria glomerular e insuficiência renal progressiva. Síndrome nefrótica, entretanto, não é uma manifestação
caraceterística (E CORRETA).A Doença por Lesão Mínima (DLM) é responsável por 85% de todos os casos de
síndrome nefrótica em crianças e 10-15% em adultos (A INCORRETA). A forma idiopática da GEFS (GEFSi) tende a
ter um início abrupto, e uma síndrome nefrótica clássica em geral está presente por ocasião do diagnóstico. A maior
parte das formas secundárias, entretanto, tem início insidioso, muitas vezes com níveis subnefróticos de proteinúria
(B INCORRETA). Em 70-80% dos casos, a apresentação clínica da glomerulopatia membranosa idiopática é a de uma
síndrome nefrótica clássica, insidiosa, que ocorre na maioria das vezes numa faixa etária entre 30-50 anos. Nos 20-
30% restantes, há proteinúria nefrótica sem sintomas, isto é, ausência de edema (C INCORRETA). A amiloidose
também pode se apresentar com síndrome nefrótica, sendo uma das formas mais associadas à trombose de veia
renal (D INCORRETA).Resposta: letra E.

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22 - 2023 HSL - SP

Resposta:Um dos elementos mais importantes a serem examinados no exame de urina são os cilindros, os quais
são classificados com base na sua forma e na sua origem. Eles consistem de uma matriz de glicoproteína urinária
de Tamm-Horsfall na forma do segmento distal tubular ou do ducto coletor de onde eles foram formados.Vamos
avaliar as alternativas:Cilindros granulosos: correta. Os cilindros granulosos consistem em material degenerado de
grânulos não derivados de proteínas séricas. Os cilindros granulosos não são específicos, mas geralmente são
patológicos. Podem ser vistos após o exercício ou com simples depleção de volume e como um aparecimento na
NTA, em glomerulonefrites ou na doença tubulointersticial.Cilindros leucocitários: incorreta. Os cilindros
leucocitários consistem em leucócitos em uma matriz proteica. Eles são característicos da pielonefrite, sendo úteis
para distinguir essa doença da infecção do trato urinário inferior; também podem ser vistos com nefrite intersticial e
outros transtornos tubulointersticiais.Cilindros hialinos: incorreta. Os cilindros hialinos consistem apenas em
proteínas e têm uma aparência relativamente transparente. Como o seu índice de refração é próximo ao da urina,
podem ser difíceis de ver. Os cilindros hialinos não são específicos de lesão renal. Eles ocorrem na urina
concentrada de indivíduos saudáveis, bem como em inúmeras condições patológicas, sendo mais frequentemente
encontrados na injúria pré-renal.Cilindros gordurosos: incorreta. Na síndrome nefrótica com lipidúria, as células
tubulares reabsorvem a gordura luminal. As células tubulares que contêm gotas da gordura são chamadas cilindros
gordurosos. Os cilindros gordurosos contêm células tubulares carregadas de lípides ou gotículas lipídicas livres. A
presença de cilindros gordurosos é sugestiva do diagnóstico de síndrome nefrótica.Cilindros hemáticos: incorreta.
Os cilindros hemáticos indicam sangramento intraparenquimatoso renal, sendo quase patognomônicos das
glomerulonefrites. Os cilindros hemáticos aparecem conjuntamente com hematúria com eritrócitos dismórficos,
cilindros granulosos e proteinúria. Resposta: cilindros granulosos.

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23 - 2023 HSC - SP

Resposta:Como sabemos, a síndrome nefrótica é caracterizada pela presença de hipoalbuminemia, proteinúria


nefrótica, hiperlipidemia e... EDEMA! Esta é a principal manifestação clínica da doença! A incidência exata não é
bem descrita na literatura (assim como de algumas outras alterações citadas), mas não há dúvidas de que a letra B
é a melhor resposta. A pressão arterial é, geralmente, normal na doença por lesão mínima, principal etiologia de
síndrome nefrótica na infância. A hematúria microscópica pode surgir em 20% dos casos, mas a macroscópica é
rara. O aumento do débito urinário também não é esperado. Resposta: letra B.

24 - 2023 HSL - SP

Resposta:Vamos analisar cada uma das opções: Letra A: incorreta. Dentre as doença glomerulares, a nefropatia
mesangial é uma das menos citadas. Em geral, ela se apresenta com hematúria e/ou proteinúria e esse padrão de
lesão pode estar associado com nefropatia por IgA e LES (classe II). Letra B: incorreta. A glomerulonefrite
membranoproliferativa (mesangiocapilar) é definida por um padrão de lesão glomerular na biópsia renal com
alterações microscópicas características, incluindo hipercelularidade e espessamento da membrana basal
glomerular. A identificação desta lesão histológica não estabelece um diagnóstico específico. Ou seja, o médico
deve investigar ativamente as possíveis causas dessa alteração. E o mais interessante: essa avaliação é direcionada
na classificação histológica da lesão glomerular. No tipo I (mais comum), por exemplo, existe associação com vírus
C, crioglobulinemia e LES. No tipo II (doença do depósito denso), pensaremos em doença idiopática ou associada a
condições raras como a presença do fator nefrítico C3 (IgG) ou lipodistrofia parcial. Por fim, se for tipo III, o
raciocínio deve ser direcionado para uma causa idiopática ou associada à deficiência no receptor de complemento.
Letra C: incorreta. A doença por lesão mínima é a causa clássica de síndrome nefrótica em crianças. No entanto,
não é exclusiva dessa população e pode acometer adultos! Nestes casos, devemos lembrar, como condições
associadas, do linfoma de Hodgkin e do uso de AINE. Letra D: correta. O principal ponto para acertar essa questão
era saber que a glomerulopatia colapsante nada mais é do que uma forma grave e colapsante da
glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF). Trata-se de uma causa de síndrome nefrótica caracterizada
histologicamente por capilares glomerulares colapsados segmentar ou globalmente e doença tubulointersticial
grave. Classicamente, a glomerulopatia colapsante é associada ao HIV, mas a grande verdade é que existem
inúmeros distúrbios que podem estar envolvidos, como outras infecções (ex: CMV, leishmaniose, tuberculose, EBV),
doenças autoimunes (ex: doença de Still do adulto, LES, doença mista do tecido conjuntivo), malignidades (ex:
mieloma múltiplo, leucemia, linfohistiocitose hemofagocítica), exposição a drogas (ex: bifosfonatos, interferons,
esteroides anabolizantes) e pós-transplante. Letra E: incorreta. Por definição, a amiloidose é uma doença que ocorre
pelo depósito de proteínas amiloides nos tecidos. No caso da amiloidose renal, esse depósito será no rim!
Clinicamente, devemos suspeitar dessa condição quando estivermos diante de uma síndrome nefrótica sem causa
aparente, sobretudo se houver trombose de veia renal associada. O diagnóstico é feito pela biópsia, após corar o
material com vermelho do Congo e observar a birrefrigência verde pelo microscópio de luz polarizada. Dentre os
diversos tipos de amiloidose que acometem o rim, podemos citar a amiloidose secundária (AA) que ocorre pela
presença de doenças inflamatórias/ infecciosas crônicas. Neste caso, as principais condições envolvidas são: artrite
reumatoide (principal), doença de Crohn, artrite idiopática juvenil, tuberculose, hanseníase e osteomielite.
Resposta: letra D.

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25 - 2023 PUC - SP

Resposta:Estamos diante de uma criança com anasarca (há edema pulmonar, inclusive), urina escura (hematúria?)
e hipertensão arterial. Considerando a presença de crostas em MMII, há de se pensar na possibilidade de síndrome
nefrítica por GNPE. Esse é o raciocínio a ser feito! O gabarito oficial acabou contemplando apenas “síndrome
nefrítica”, mas entendemos que ele deveria ser estendido para contemplar, pelo menos, GNPE.

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26 - 2023 HSCSP

Resposta:Estamos diante de uma criança com um quadro clínico sugestivo de síndrome nefrótica e a banca quer
que saibamos qual a conduta indicada nesses casos. Primeiro vamos lembrar que a síndrome nefrótica se
caracteriza pela presença de proteinúria (>3,5g/24h para adultos e >50mg/kg/dia para crianças), hipoalbuminemia,
edema periférico, hiperlipidemia e lipidúria em alguns casos. A principal causa de síndrome nefrótica na infância é a
doença por lesão mínima. A doença por lesão mínima (DLM) recebeu este nome não porque cursa com níveis baixos
de proteinúria ou mesmo por apresentar sinais e sintomas brandos – pelo contrário, a proteinúria costuma ser
maciça (algumas vezes ultrapassando 40 g/d) e o curso clínico pode ser grave e até complicado com eventos
trombóticos ou mesmo infecciosos (peritonite por pneumococo). O termo "lesão mínima" ficou realmente
consagrado, mas faz referência apenas à ausência de alterações expressivas nos glomérulos quando estes são
analisados por microscopia óptica. Ao exame mais detalhado (ME), percebe-se uma lesão incontestável: a fusão e
retração/apagamento dos processos podocitários, ou seja, uma alteração estrutural das "fendas de filtração"Para
confirmação da lesão mínima deveríamos pensar em uma biópsia renal. No entanto, nesses casos típicos, a chance
da síndrome nefrótica recém-diagnosticada ser devido à DLM é de 80-90%. A conduta geralmente é adiar a biópsia,
por ser certamente um procedimento invasivo, e tratar com corticóides. A DLM responde dramaticamente aos
corticoides – e é a única forma de síndrome nefrótica primária que tem este comportamento. O tratamento, como já
mencionado, deve ser feito com corticoterapia (prednisona é o corticoide de escolha), na dose de 60 mg/m²/dia
(máximo de 80 mg/dia), por 4-6 semanas e reduzida posteriormente até descontinuar dentro de dois meses. Letra
A: incorreta. As crianças que tenham edema sintomático grave (grandes derrames pleurais, ascite, edema genital)
devem ser hospitalizadas. Nesse caso, além da restrição de sódio e de líquido (se hiponatrêmica), fica indicado o
uso de diuréticos, que deve ser feito com extrema cautela, em virtude do risco de depleção volêmica – este
paciente perdeu líquido para terceiro espaço – e aumento do risco de trombose intravascular. A furosemida,
portanto, pode até ser usada em casos selecionados porém não é considerado tratamento para a síndrome. Letra B:
incorreta. Não há indicação do uso de adrenalina para essa situação. Letra C: correta. Conforme vimos acima, a
prednisona é o tratamento de escolha para esses casos. Letra D: incorreta. A ciclosporina até pode ser utilizada em
um segundo momento em casos de resistência aos corticóides mas não é a droga de escolha. Resposta: letra C.

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27 - 2023 PUC - SP

Resposta:Estamos diante de uma criança com anasarca (há edema pulmonar, inclusive), urina escura (hematúria?)
e hipertensão arterial. Considerando a presença de crostas em MMII, há de se pensar na possibilidade de síndrome
nefrítica por GNPE. Esse é o raciocínio a ser feito! O gabarito oficial acabou contemplando apenas “piodermite”, mas
entendemos que ele deveria ser ampliado para contemplar “infecção de pele” e “impetigo” também.

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28 - 2023 PUC - SP

Resposta:Estamos diante de uma criança com anasarca (há edema pulmonar, inclusive), urina escura (hematúria?)
e hipertensão arterial. Considerando a presença de crostas em MMII, há de se pensar na possibilidade de síndrome
nefrítica por GNPE. Para sua confirmação diagnóstica, três exames são essenciais: EAS, para detectar a hematúria
dismórfica, a dosagem de complemento (há hipocomplementenemia, principalmente das frações C3 e CH50) e
algum marcador de infecção estreptocócica, como a ASLO. Como a Banca nos pediu quatro exames, outros
poderiam ser aceitos: proteinúria, ureia, creatinina, eletrólitos (para avaliar complicações)... No entanto, veja que o
gabarito final da Banca foi bem restrito e não considerou sequer a ASLO: “GABARITO PÓS RECURSOS OFICIAL:
Sedimento urinário com disformismo eritrocitário, relação proteína creatinina na urina, consumo de complemento
(CH50, C3 e C4), uréia, creatinina”.

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29 - 2023 PUC - SP

Resposta:Estamos diante de uma criança com provável GNPE. Como sabemos, essa doença pode cursar com
algumas complicações. Pelo ataque autoimune ao glomérulo, a insuficiência renal é uma delas (claro, não ocorre
em todos os casos e, quando acontece, tende a se resolver espontaneamente). Outras são decorrentes do estado
de hipervolemia e incluem encefalopatia hipertensiva e edema agudo de pulmão, por exemplo. Porém, repare que o
gabarito oficial da Banca foi bem restrito, seguindo um padrão desta prova: "GABARITO PÓS RECURSOS OFICIAL:
Insuficiência renal e encefalopatia hipertensiva".

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30 - 2023 PUC - SP

Resposta:Estamos diante de uma criança com provável GNPE. Note que há anasarca, incluindo edema pulmonar, e
hipertensão arterial. Como sabemos, a grande droga para o tratamento da congestão é a furosemida. Algumas
outras drogas, como bloqueadores de canais de cálcio, podem ser usadas, mas não são as escolhas mais
tradicionais e sequer foram contempladas no gabarito oficial. No contexto de uma urgência ou emergência
hipertensiva, deve-se utilizar drogas vasodilatadoras. Quadros mais graves (ex: encefalopatia hipertensiva)
requerem nitroprussiato de sódio, mas quadros mais brandos podem ser manejados com vasodilatadores menos
potentes, como a hidralazina. A Banca seguiu esta linha... GABARITO PÓS RECURSOS OFICIAL: Diuréticos
(furosemida), hipotensores.

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31 - 2023 ABC

Resposta:Vamos analisar as alternativas... Letra A: polêmica. Todo paciente com nefropatia por IgA deve ser
submetido a medidas nefroprotetoras, como controle da pressão arterial e da dislipidemia, mudanças de estilo de
vida (cessação de tabagismo, dieta hipossódica, prática de atividades físicas) e redução da proteinúria. A
diminuição da excreção urinária de proteínas pode ser obtida através do uso de IECA ou BRA, que devem ser
prescritos na presença de proteinúria ≥ 500 mg/dia. O problema da alternativa é que a Banca usa o termo “e/ou”
ao se referir às classes de drogas. A utilização concomitante delas não promove redução adicional significativa da
excreção proteica e aumenta o índice de efeitos colaterais. Por isso, devem ser usadas de maneira isolada. Errinho
bobo de digitação da Banca, mas que compromete a realização da questão. Letra B: incorreta. A presença de
cilindros hemáticos (hemácias proteínas de Tamm-Horsfall) sugere doença de origem glomerular. Letra C: incorreta.
O tipo histológico mais comum de síndrome nefrótica varia de acordo com população, etnia e idade. Sabemos que,
em crianças, predomina a doença por lesão mínima. Em adultos brasileiros, a liderança do ranking pertence à GEFS.
Já nos EUA, a glomerulopatia membranosa é a mais frequente em brancos, enquanto a GEFS é considerada a forma
mais comum em negros e hispânicos. Letra D: incorreta. Os sinais e sintomas descritos sugerem NIA, e não necrose
tubular aguda (NTA). Letra E: incorreta. A FENa < 1% sugere IRA pré-renal! Como a principal etiologia dessa
condição é a hipovolemia, os túbulos encontram-se ávidos pela reabsorção de água e sódio. Com isso, menos sódio
é eliminado pela urina, resultando em uma taxa baixa. Já na NTA, pelo fato de as células tubulares sofrerem
necrose, elas não são capazes de reabsorver sódio adequadamente, resultando em valores de FENa > 1%. Como
discutimos, a questão deveria ser anulada pelo erro de digitação presente na alternativa A.

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32 - 2023 HIS

Resposta:Estamos diante de uma criança que se apresenta com edema generalizado (note que há até ascite,
justificando a positividade dos sinais de macicez móvel e o semicírculo de Skoda), hipertensão arterial e “urina
escura”, o que sugere a possibilidade de hematúria. Com base nesses dados, é mandatório considerar a hipótese de
síndrome nefrítica! Sua provável etiologia é clara: GNPE! Repare que há história de amigdalite bacteriana há duas
semanas. Lembre-se que o tratamento precoce da infecção não previne o surgimento de GNPE (além disso, a droga
mais adequada seria uma penicilina, e não um macrolídeo, como a azitro). Para que o diagnóstico seja fechado, é
preciso confirmar a presença da hematúria através de um EAS (urina tipo 1). Também é necessário estabelecer,
laboratorialmente, a presença de infecção estreptocócica prévia, por meio da solicitação da ASLO ou outros
marcadores (ex: anti-DNAse B) e hipocomplementenemia. Todos esses são elementos fundamentais no fluxograma
diagnóstico da GNPE! Uma discussão rápida sobre as outras alternativas... A síndrome mielodisplásica é uma
doença hematológica caracterizada pela produção de células sanguíneas anômalas. Sua principal manifestação
laboratorial é a anemia e não costuma haver manifestações renais. A síndrome nefrótica é marcada por edema,
hipoalbuminemia, hiperlipidemia e hipoalbuminemia. Já a SHU é caracterizada pela tríade insuficiência renal,
trombocitopenia e anemia hemolítica. Por fim, a síndrome hemofagocítica é uma complicação grave de algumas
condições reumatológicas, como a artrite idiopática juvenil, causada pela fagocitose de células sanguíneas por
macrófagos – com isso, desenvolve-se citopenias e um franco estado inflamatório. Resposta: letra E.

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33 - 2023 HIS

Resposta:Estamos diante de uma criança que se apresenta com edema generalizado (note que há até ascite,
justificando a positividade dos sinais de macicez móvel e o semicírculo de Skoda), hipertensão arterial e “urina
escura”, o que sugere a possibilidade de hematúria. Com base nesses dados, é mandatório considerar a hipótese de
síndrome nefrítica! Sua provável etiologia é clara: GNPE! Repare que há história de amigdalite bacteriana há duas
semanas. Lembre-se que o tratamento precoce da infecção não previne o surgimento de GNPE (além disso, a droga
mais adequada seria uma penicilina, e não um macrolídeo, como a azitro).O tratamento dessa condição se baseia,
principalmente, no controle da congestão circulatória. Para isso, recomenda-se restrição hídrica (20 ml/kg/dia ou
300-400 ml/m2/dia) e dieta assódica (< 2 g de NaCl/m2/dia). A hipertensão arterial deve ser manejada com o uso
de diuréticos de alça, como a furosemida. Não há indicação de corticoide, albumina, imunoglobulina e
hemotransfusão.A restrição proteica, citada na opção B, deve ser individualizada e indicada, principalmente, para
casos de oligúria importante, hipercalemia e insuficiência renal aguda grave, segundo a Sociedade Brasileira de
Pediatria. A Banca não mencionou nada sobre estes achados, mas, por não ser uma conduta "100% errada" e pela
ausência de melhores opções de resposta, ficaremos com essa alternativa mesmo... Resposta: letra B.

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34 - 2023 SMS - PIRACICABA

Resposta:Repare que essa criança tem três achados clássicos da síndrome nefrótica: hipoalbuminemia (< 3,5
mg/dL), edema e proteinúria nefrótica. Em relação a este parâmetro, sua interpretação pode ser um pouco difícil, já
que o valor numérico depende muito da unidade de medida utilizada. Nesse caso, parece que a Banca usa a
unidade “mg/mg”, já que a SBP diz que a proteinúria nefrótica, através do spot, é aquela maior que 2 mg/mg.
Levando em consideração a idade do paciente, é provável que a etiologia seja a doença por lesão mínima,
glomerulopatia que pode ser desencadeada pelo uso de AINE, medicação que foi utilizada para o manejo do
provável quadro viral relatado. Bom, já descobrimos a resposta, mas vamos analisar as outras alternativas: Letra A:
incorreta. Fica difícil pensar em glomerulonefrite pós-infecciosa sem hipertensão arterial, não é mesmo? O fato de a
urina ser escura pode até indicar hematúria, mas não basta isso para selar o diagnóstico. Letra B: incorreta. Para
pensar em SHU, o enunciado precisaria descrever anemia hemolítica microangiopática, insuficiência renal aguda e
plaquetopenia. Letra D: incorreta. Na NIA secundária a drogas (NIA alérgica), esperamos encontrar eosinofilia e
eosinofilúria, além de rash cutâneo. Letra E: incorreta. ITU não dá proteinúria nefrótica nem edema. Resposta: letra
C.
35 - 2023 PUC - SP

Resposta:A presença de edema, hematúria e hipertensão arterial configura a síndrome nefrítica. Levando em
consideração a idade do paciente, podemos afirmar que a hipótese etiológica mais provável é a GNPE, certo? Então,
com base neste diagnóstico, vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta / Letra D: correta. Como sabemos, há
hipocomplementenemia na GNPE. No entanto, nem todas as frações do sistema complemento são consumidas. As
que, de fato, caem são C3 e CH50. Embora até possam ter seus níveis reduzidos em alguns casos, não esperamos
queda das frações C4 ou C2 na maioria dos casos. Letras B e C: incorretas. Proteinúria nefrótica e hipoalbuminemia
são achados típicos da síndrome nefrótica. Resposta: letra D.

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36 - 2023 PUC - SP

Resposta:Note que esse paciente com síndrome nefrótica tem ascite, comprovada pela presença de macicez móvel
de decúbito, e está apresentando dor abdominal e febre. Nesse tipo de situação, é mandatório considerar o
diagnóstico de peritonite bacteriana espontânea (PBE), a famosa PBE. A criança deve ser submetida à paracentese
diagnóstica e, caso haja evidências de infecção (ex: contagem de polimorfonucleares > 250/mm3), a
antibioticoterapia deve ser instituída. Uma possibilidade de antimicroniano a ser utilizado para esses casos é a
ceftriaxone, capaz de neutralizar o pneumococo, principal agente etiológico da PBE em nefróticos. Resposta: letra A.

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37 - 2023 UNOESTE

Resposta:A presença de edema, urina escura (hematúria, provavelmente) e HAS em uma criança de nove anos com
história de piodermite deve nos fazer considerar, fortemente, a hipótese de GNPE. Lembre-se que ela é uma
etiologia de síndrome nefrítica, também chamada de glomerulonefrite difusa aguda. Lembre-se que a
antibioticoterapia precoce para o tratamento do impetigo ou da faringoamigdalite não evita o aparecimento da
GNPE. Além disso, a neomicina tópica não é um tratamento adequado para essa piodermite. Até pode-se
recomendar a terapia tópica para impetigos localizados, mas, nestes casos, as drogas de escolha são a mupirocina
e a retapamulina. Resposta: letra B.

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38 - 2023 UNITAU

Resposta:Estamos diante de um menino que se apresenta com edema (provavelmente, o motivo para o ganho
ponderal), PA normal (o que ajuda a afastar síndrome nefrítica) e urina espumosa. Esses dados, em conjunto,
devem nos fazer pensar na hipótese de síndrome nefrótica, não concorda? Como se trata de uma criança, a
etiologia mais provável é a doença por lesões mínimas (DLM). Porém, por mais que o raciocínio lógico nos leve
nessa direção, é preciso solicitar alguns exames para que a hipótese seja confirmada. Avaliação da proteinúria (em
urina de 24 horas ou em amostra isolada) e perfil lipídico são muito importantes para confirmar a presença de
outros achados típicos da nefrótica: proteinúria ≥ 50 mg/kg/dia e hiperlipidemia. Outros exames que foram citados
na letra E também são interessantes, principalmente para avaliar complicações (ex: disfunção renal) e diagnósticos
diferenciais (complemento – na glomerulonefrite membranoproliferativa, há hipocomplementenemia, mas na DLM,
não). Caso afastemos outras possibilidades diagnósticas a partir desses testes, admite-se, empiricamente, o
diagnóstico de DLM e o tratamento com corticoides já pode ser instituído. Como a Banca nos pergunta a melhor
conduta NESSE MOMENTO, ficamos com a letra E. Resposta: letra E.
39 - 2023 IDOR

Resposta:Resumindo o nosso caso: adulto de meia-idade, negro, HIV soropositivo com proteinúria na faixa nefrótica
(3 a 3,5g/24h - considerando > 3,5 g/1,73m2/24h). Apenas com esses dados já podemos nortear nosso raciocínio
para glomeruloesclerose focal e segmentar (GEFS), visto ser a principal causa de síndrome nefrótica em adultos
(principalmente negros) e em HIV positivos.Vamos analisar as outras hipóteses!(1) Lesão mínima: aqui a faixa etária
mais comum é de crianças entre 1 e 8 anos e possui maior associação com linfoma de Hogkin e uso de anti-
inflamatórios não esteroidais.(2) Membranosa: é a segunda causa mais comum do adulto (atrás apenas da GEFS) e
é mais associada com neoplasias, hepatite B, uso de IECA, medicamentos derivados de sais de ouro e penicilamina.
(3) Membranoproliferativa: possui maior relação com pacientes portadores de hepatite C. Resposta:
"glomeruloesclerose segmentar e focal"

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40 - 2023 FMC

Resposta:Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. Embora curse com edema, a ICC se apresenta com
estertores crepitantes à ausculta pulmonar. A falência do ventrículo esquerdo impede que o sangue seja ejetado
adequadamente, o que leva à congestão pulmonar e, consequentemente, ao extravasamento de líquido dos vasos
para o interstício. Letra B: incorreta. Não há sintomas para pensar em ITU, como polaciúria, disúria, febre e dor
lombar. Além disso, o nitrito negativo torna o diagnóstico ainda menos provável (algumas bactérias Gram-negativas
causadoras de ITU são capazes de converter nitrato em nitrito). Letra C: incorreta. Não há hematúria ou
hipertensão. Letra D: correta. Apesar de não termos dados suficientes para cravar o diagnóstico, a síndrome
nefrótica aparece como a melhor opção nesse caso! Mas vamos destrinchar um pouco mais esse exame de urina...
O EAS não é um exame preciso para avaliar a quantidade de proteínas excretadas na urina. Duas cruzes,
geralmente, indicam proteinúria subnefrótica, mas só teremos certeza se fizermos um spot ou uma urina de 24
horas. Mesmo assim, a nefrótica ainda é a melhor resposta dentre as que nos foram apresentadas. A presença de
piúria e de cilindros hialinos (mais característicos de quadros de desidratação) não sugerem nem corroboram essa
hipótese – são achados incidentais. Resposta: letra D.

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41 - 2023 SEMAD

Resposta:Vamos analisar as alternativas: Letra A: correta. Esses são os três componentes mais importantes de
qualquer síndrome nefrítica. Oligúria e proteinúria subnefrótica também são dados importantes. Letra B: correta.
Quando a via é faríngea, o período de incubação varia de 1-3 semanas (média: 10 dias). Quando é cutânea, o tempo
é de 2-6 semanas (média: 21 dias). Letra C: correta. Segundo o Tratado da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP),
as complicações relacionadas à congestão cardiocirculatória ocorrem em, pelo menos, 50% dos casos. Letra D:
incorreta. Os diuréticos são importantes para o manejo da hipervolemia, mas não são considerados “a base” do
tratamento. O Tratado da SBP corrobora isso: “A base do tratamento consiste na terapia de suporte”. Esta envolve a
restrição hidrossalina, principalmente. Casos mais simples, sem indícios de congestão circulatória, podem ser
manejados sem diureticoterapia. Letra E: correta. Alguns documentos realmente trazem essa informação. Uma
dieta baseada em arroz e frutas pode ser recomendada, já que contém baixa concentração de sódio. Resposta: letra
D.

42 - 2023 FMC

Resposta:Estamos diante de uma criança com síndrome nefrótica que se apresenta com dor abdominal. Nesse tipo
de cenário, é imperativo considerar o diagnóstico de peritonite bacteriana espontânea e submeter o indivíduo à
paracentese diagnóstica. Como sabemos, o germe mais envolvido na PBE em cirróticos é a E. coli. Porém, em
nefróticos, o agente etiológico mais frequente é o pneumococo (Streptococcus pneumoniae). Resposta: letra A.

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43 - 2023 IBAP

Resposta:A hematúria é uma alteração frequente na população pediátrica. Alguns levantamentos indicam que 0,5-
4% dos escolares apresentam hematúria microscópica em amostra urinária isolada. Assim como em adultos,
podemos dividir as causas em dois grandes grupos: glomerulares, como GNPE e Berger, e não glomerulares, com
destaque para infecção do trato urinário (ITU) e trauma urogenital. As principais referências não são claras sobre
qual é a etiologia mais frequente de todas, mas, considerando apenas as causas não glomerulares, a ITU parece ser
a campeã. Púrpura de Henoch-Schönlein e SHU são causas de hematúria glomerular. Por outro lado, este achado
não é clássico da leptospirose... Resposta: letra C.

44 - 2023 SEMAD

Resposta:As alterações descritas são compatíveis com amiloidose AL! “Amiloidose” é o termo usado para se referir
a um grupo de doenças causadas pelo depósito tecidual de fibrilas amiloides, estruturas proteicas formadas a partir
de proteínas endógenas que, por algum motivo, tiveram sua estrutura modificada. O “AL” se refere às “light chains”
(cadeias leves, do inglês), proteínas que compõem nossas imunoglobulinas. Uma série de manifestações clínicas
podem surgir e estão relacionadas aos locais onde as fibrilas se depositam: síndrome nefrótica, cardiomiopatia
restritiva, neuropatia periférica, hepatomegalia, macroglossia, artropatia e púrpura são alguns exemplos. A
púrpura/equimose periorbitária é uma alteração incomum, mas bastante característica da doença. A deposição de
fibrilas também pode levar a distrofias ungueais. O diagnóstico é feito a partir da biópsia de algum tecido
acometido (geralmente, a gordura abdominal é biopsiada), o que permite o reconhecimento das fibrilas através do
corante Vermelho do Congo. O tratamento é complexo e pode ser necessário o transplante de células
hematopoiéticas. Agora, vamos às outras alternativas: Letra A: incorreta. A sarcoidose é uma doença
granulomatosa crônica que pode acometer diversos órgãos. O envolvimento mais clássico, talvez, seja o pulmonar,
levando a sintomas, como tosse, dispneia e dor torácica. Não esperamos macroglossia, por exemplo. Letra C:
incorreta. A doença enxerto versus hospedeiro é uma possível complicação de transplantes de células
hematopoiéticas. Ela ocorre quando as células transplantadas reconhecem os tecidos do hospedeiro como
“estranhos”, passando a ataca-los. Diversas manifestações podem surgir: rash maculopapular, náusea, dor
abdominal, diarreia e aumento de bilirrubina são alguns exemplos. O tratamento, geralmente, envolve
imunossupressão. Letra D: incorreta. Na anemia falciforme, esperamos que o indivíduo tenha crises álgicas
recorrentes, além de anemia, é claro. Outras complicações graves podem surgir, como síndrome torácica aguda e
AVE. Não é o caso... Letra E: incorreta. A artrite psoriásica é caracterizada pelo surgimento de acometimento
articular em um indivíduo com psoríase. A doença dermatológica até pode causar alterações ungueais, mas não
esperamos macroglossia ou equimoses periorbitárias. Resposta: letra B.

45 - 2023 FMP

Resposta:São indicações absolutas de biópsia renal: (1) Síndrome nefrótica em pacientes adultos*; (2) Síndrome
nefrítica aguda (incluindo glomerulonefrite rapidamente progressiva); (3) Injúria renal aguda inexplicada; (4)
Insuficiência renal crônica recém diagnosticada (apresentando rins de dimensões preservadas). *Situações em que
a biópsia em síndrome nefrótica não é indicada: (a) Diabetes mellitus há mais de 5-10 anos com retinopatia
diabética, rins de tamanho normal e ausência de outros comemorativos que sugiram outra doença; (b) Neoplasia já
diagnosticada; (c) Obesidade mórbida com proteinúria subnefrótica; (d) Pacientes com positividade de anticorpos
anti-PLA2R (indicando diagnóstico de nefropatia membranosa). São contraindicações:(1) Rins pequenos
hiperecoicos;(2) Rim único nativo (contraindicação relativa);(3) Cistos renais múltiplos ou bilaterais e tumor renal
(contraindicação relativa);(4) Diátese hemorrágica incorrigível;(5) Hipertensão severa (ex.: Pressão sistólica > 170
mmHg refratária a antihipertensivos);(6) Hidronefrose;(7) Infecção renal ou perirrenal ativa;(8) Anomalias
anatômicas do rim que podem aumentar o risco (como doença renal policística ou rim em ferradura);(9) Infecção
cutânea em local de biópsia;(10) Paciente não cooperativo;(11) Ausência de profissional capacitado para biópsia.
Existem ainda achados que não necessitam de biópsia como a hematúria glomerular isolada e proteinúria não
nefrótica isolada. Resposta: "Glomerulonefrite rapidamente progressiva; insuficiência renal crônica com rins de
dimensões conservadas; proteinúria maior que 3g/24h".

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46 - 2023 PUC - PR

Resposta:Questão de pura matemática! Quando usamos o percentual para nos referirmos a uma solução, isso
significa que aquela quantidade, em gramas, é encontrada em 100 ml. Com o exemplo, vai ficar mais fácil de
entender: se temos uma solução de albumina a 20%, há 20 g de albumina em 100 ml da solução! Dessa forma, já
conseguimos chegar à resposta! Se a criança tem 20 kgs e a dose escolhida é de 1 g/kg, teremos que infundir 20 g
de albumina, certo? É exatamente a quantidade que existe em 100 ml (obviamente, seriam necessários dois frascos
de 50 ml para alcançarmos essa dosagem)! Resposta: letra E.

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47 - 2023 CSPSL

Resposta:Estamos diante de um homem que se apresenta com hipoalbuminemia (< 3,5 g/dL), proteinúria nefrótica
e edema. Ora, isso é uma síndrome nefrótica, não concorda? Em crianças, a etiologia mais comum é a doença por
lesão mínima. Porém, em adultos, o panorama muda... Em idosos e na população branca, predomina a nefropatia
membranosa, enquanto que, em negros, a GEFS é a mais frequente. Cabe ressaltar que o diagnóstico de síndrome
nefrótica impõe a avaliação de possíveis causas secundárias. Três classicamente relacionadas à nefropatia
membranosa são as neoplasias, o lúpus e a hepatite B. A nefropatia diabética também pode causar a síndrome,
mas não há relato algum de diabetes... Resposta: letra A.

48 - 2023 UFMT

Resposta:A questão descreve manifestações clássicas da SÍNDROME NEFRÓTICA, condição causada por doenças
glomerulares que classicamente cursa com a tétrade: (1) Proteinúria "maciça" (> 3,0-3,5 g/dia);(2)
Hipoalbuminemia (< 2,5 g/dl);(3) Edema, com frequência generalizado (anasarca);(4) HiperlipidemiaA síndrome
nefrótica possui três complicações adicionais além da perda de função renal: aumento no risco cardiovascular;
aumento no risco tromboembólico; aumento no risco de infecções.A síndrome nefrítica cursa com hematúria,
edema e hipertensão arterial (LETRA D INCORRETA). A glomerulonefrite rapidamente progressiva manifesta-se com
sintomas progressivos (semanas a meses) relacionados à disfunção renal e crescentes na biópsia glomerular
(LETRA B INCORRETA).A infecção do trato urinário é caracterizada, quando sintomática, por manifestações com
disúria, polaciúria, febre, dor lombar, entre outros (LETRA A INCORRETA).Resposta: letra C.

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49 - 2023 SMS - PR

Resposta:A Glomerulopatia por lesões mínimas é um tipo de síndrome nefrótica que recebe essa denominação por
apresentar sinais e sintomas brandos, ficando consagrado pela ausência de alterações expressivas à microscopia
óptica, visualizadas apenas à microscopia eletrônica, sendo considerada a principal forma de síndrome nefrótica em
crianças, geralmente acometendo a faixa etária entre 1 e 8 anos. A Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é
a principal causa de síndrome nefrótica em adultos, acometendo tipicamente pacientes entre 25 e 35 anos,
podendo ser ocasianada por uma causa primária (idiopática), ou secundária a situações que promovem lesão direta
ou desencadeiam um hiperfluxo / sobrecarga. A Glomerulonefrite difusa aguda é definida como um conjunto de
sinais e sintomas e achados laboratoriais que sugerem um quadro de inflamatório dos glomérulos renais. É
manifestada clinicamente pela tríade de hematúria, edema e hipertensão arterial, diagnosticada por achados como
hematúria dismórfica e presença de cilindros hemáticos. Classicamente os achados típicos dessa entidade podem
ser encontrados como resultado de sequelas de infecções estreptocócicas (piodermite ou faringoamigdalite), mais
especificamente os estreptococos do grupo A de Lancefield, o S. pyogenes (de cepas “nefritogências”). A
Glomerulonefrite rapidamente progressiva é um tipo de síndrome nefrítica que evolui para lesão terminal renal
(fibrose renal) em muito pouco tempo (semanas ou poucos meses). Essa entidade é tipicamente caracterizada pela
presença de crescentes (espécie de “tumores” glomerulares) em mais da metade dos glomérulos renais. Associação
correta: 4 - 2 - 1 - 3. Resposta: letra B.
50 - 2023 CERMAM

Resposta:A síndrome nefrótica é definida pela presença de proteinúria intensa (excreção de proteínas maior que 3,5
g/24 horas em um adulto), hipoalbuminemia (menos de 3,0 g/dL) e edema periférico. Hiperlipidemia e doença
trombótica podem estar presentes. A causa da síndrome nefrótica pode ser primária ou secundária à uma variedade
de condições como infecções, neoplasias, obesidade, uso de medicamentos, gestação e distúrbios hereditários.
Durante a sua investigação devemos estar atentos para quais exames solicitar no sentido de tentar identificar a
causa da síndrome nefrótica. Uma boa anamnese e exame físico nos orientam para quais exames são válidos
solicitar para elucidação diagnóstica. O procedimento padrão ouro para diagnóstico é sempre a biópsia renal e
deveremos lançar mão dessa ferramenta na maioria dos casos.Vamos analisar cada uma das alternativas em busca
de exames que não auxiliariam no esclarecimento diagnóstico:

Letra A: incorreta. A biópsia renal é o exame padrão-ouro para determinarmos a causa da proteinúria, pois irá nos
indicar o padrão de lesão, a partir do qual definiremos as principais hipóteses a serem investigadas. O FAN (fator
antinuclear) nos auxilia no diagnóstico de doenças autoimunes, em especial o lúpus eritematoso sistêmico, o qual
pode cursar com proteinúria nefrótica por conta da nefrite lúpica. Já a eletroforese de proteínas séricas também
pode ser útil, por exemplo, na identificação do mieloma múltiplo (evidenciando o pico monoclonal), o qual também
pode cursar com proteinúria nefrótica.

Letra B: incorreta. Todos os exames apresentados na alternativa poderiam auxiliar no esclarecimento diagnóstico.
Tanto a hepatite B quanto a hepatite C podem cursar com proteinúria nefrótica. A hepatite B pode levar a uma
nefropatia membranosa e a hepatite C com glomerulonefrite membranoproliferativa e crioglobulinemia. O LES pode
cursar com baixa dosagem de complemento. Dessa forma, a sua dosagem também é interessante. A Hb glicosilada
poderia ser útil para o diagnóstico de diabetes mellitus, condição esta que também pode cursar com proteinúria
nefrótica por conta da nefropatia diabética.

Letra C: incorreta. Todos os exames apresentados na alternativa poderiam auxiliar no esclarecimento diagnóstico. A
proteinúria e albumina sérica são importantes para definirmos o quadro da síndrome nefrótica per se. A sorologia
para HIV é útil pois podemos encontrar alguns padrões de síndrome nefrótica (GESF colapsante, por exemplo) nos
pacientes infectados.
Letra D: correta. O “ionograma” (refere-se a medição de eletrólitos, como sódio, potássio e cloreto) não teria muita
utilidade como ferramenta diagnóstica em casos de síndrome nefrótica. A dosagem do paratormônio (PTH) também
não costuma ser realizada. Tal dosagem é útil no paciente com DRC, para a avaliação de um possível
hiperparatireoidismo secundário (que cursa com PTH elevado), mas não traz grandes benefícios na investigação de
uma síndrome nefrótica. A biópsia renal é o padrão ouro porém o tecido a ser avaliado é o cortical (onde estão
presentes os glomérulos) e não o medular.

Resposta: letra D.

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51 - 2023 CERMAM

Resposta:O primeiro passo na investigação diagnóstica de uma hematúria é determinar sua origem. E, pensando
nisso, dois grandes grupos de hematúria devem ser considerados: a de origem glomerular e a de origem urológica.
Caso o quadro seja originado nos glomérulos, encontraremos dismorfismo eritrocitário e/ou cilindros hemáticos ao
EAS. Para avaliação das condições urológicas (ex: nefrolitíase), a ultrassonografia de rins e vias urinárias é um
exame inicial interessante, possuindo menor risco de efeitos colaterais que a TC com contraste, método geralmente
mais acurado para avaliação dessas causas. A pesquisa da albuminúria seria interessante para o estudo dos
quadros de origem glomerular, mas isso só seria feito após a confirmação de acometimento do glomérulo.
Osmolaridade urinária, clearance de ureia e calemia não têm relação direta com hematúria. Resposta: letra C.

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52 - 2023 UNIMED - JP

Resposta:Vamos analisar as alternativas:Letra A: incorreta. Embora haja edema, hematúria e oligúria, não há
hipertensão, tornando esse diagnóstico menos provável. Além disso, não há hipocomplementenemia ou relato de
infecção faríngea ou cutânea pelo S. pyogenes. “Escoriações” (achado totalmente inespecífico, diga-se de
passagem) não é a mesma coisa que “crostas”...Letras B e C: incorretas. DII e infecção por Salmonella justificam a
diarreia, mas não explicam a oligúria associada a edema. Poderíamos encontrar febre, dor abdominal e vômitos
nestas condições também.Letra D: correta. É a melhor resposta! Veja que há edema, hipoalbuminemia, quatro
cruzes de proteínas no EAS (o que sugere pra caramba proteinúria nefrótica) e hiperlipidemia. O complemento
normal corrobora o diagnóstico, já que a doença por lesão mínima não cursa com hipocomplementenemia. Lembre-
se que esta condição pode ser desencadeada por infecções virais - esta é a provável relação com a diarreia. Letra E:
incorreta. A sepse não justifica edema, hipoalbuminemia...Uma última observação: por que há hiponatremia? Na
síndrome nefrótica, há perda de líquidos dos vasos para o terceiro espaço, graças à queda da pressão oncótica.
Essa hipovolemia relativa acaba ativando alguns mecanismos compensatórios do organismo com o intuito de
reestabelecer a volemia intravascular normal. Um deles envolve a secreção do ADH (hormônio antidiurético), que
promove reabsorção de água livre no túbulo coletor. A água reabsorvida, ao chegar no interior dos vasos, acaba
“diluindo” o plasma, causando hiponatremia.Resposta: letra D.

53 - 2023 SES - PB

Resposta:Estamos diante de um menino que, após quadro viral, passa a apresentar anasarca, proteinúria,
hipoalbuminemia e hiperlipidemia. Ora, ao que tudo indica, estamos diante de uma síndrome nefrótica. Em
crianças, sabemos que a principal etiologia é a doença por lesão mínima, que pode ser desencadeada por quadros
virais. Seu grande pilar terapêutico é a corticoterapia, feita, geralmente, com prednisona oral, 2 mg/kg/dia (máximo
de 60 mg/dia) por 4-6 semanas. A biópsia renal estaria indicada para situações de dúvida diagnóstica (vide tabela
anexada). A questão é até tranquila, mas há um problema que merece ser ressaltado. A relação proteína
urinária/creatinina urinária, bom método para estimar a perda proteica diária, encontra-se na faixa SUBnefrótica
nesse caso! Segundo algumas referências, a faixa nefrótica corresponde a níveis ≥ 2,0 e a subnefrótica, 0,2-2,0.
Provavelmente, um deslize da Banca aqui... Cabe ressaltar que o EAS não é capaz de fornecer uma medida exata da
proteinúria (ele apenas a estima através de cruzes). No entanto, 3-4 /4 SUGEREM faixa nefrótica. Resposta: letra E.

54 - 2023 SESAP

Resposta:O enunciado cita apenas algumas etiologias das glomerulopatias. Infecções, por exemplo, também
poderiam ter sido mencionadas. As “paraproteinemias” são um grupo de doenças relacionadas à intensa
proliferação de clones neoplásicos de células que produzem anticorpos – o grande protótipo do grupo é o mieloma
múltiplo. Após essa breve introdução, vamos às alternativas: Letra A: correta. A eletroforese de proteínas séricas é
importante para a pesquisa das paraproteinemias. O FAN é um marcador muito sensível para lúpus. Já a biópsia
renal pode ser indicada em alguns casos para esclarecimento diagnóstico. Letra B: correta. Infecções, inclusive as
hepatites virais B e C, e diabetes são causas possíveis. O complemento também é importante na avaliação, já que
se encontra consumido em alguns casos (ex: GNPE). Letra C: correta. A proteinúria de 24 horas é fundamental para
a quantificação da perda proteica diária. A albumina é importante para a pesquisa de síndrome nefrótica. Já o HIV
pode cursar com glomerulopatias, como a GEFS colapsante. Letra D: incorreta. Ionograma (dosagem de eletrólitos)
é importante para avaliar complicações, e não para esclarecer o diagnóstico, assim como o PTH. A biópsia da
MEDULA renal, isoladamente, não costuma ser feita. Resposta: letra D.
55 - 2023 SES - GO

Resposta:Vamos avaliar as alternativas:Letra A: incorreta. A síndrome nefrótica será sempre sinônimo de biópsia
durante a investigação etiológica, EXCETO em crianças. Nesses casos, só biopsiaremos quando o quadro fugir às
características gerais da doença por lesão mínima (DLM): hematúria; hipertensão arterial; hipocomplementemia;
idade < 1 ano ou > 8 anos e/ou presença de insuficiência renal.Letra B: correta. A DLM responde dramaticamente
aos corticoides e é a única forma de síndrome nefrótica primária que tem este comportamento. Se esta criança
melhora com o tratamento vamos ficar com o diagnóstico presuntivo (mas praticamente fechado) de DLM, sem
necessidade de biópsia.Letra C e D incorretas: nesses casos está indicada a corticoterapia pois a maior parte dos
casos de síndrome nefrótica em criança trata-se de lesão mínima, com boa resposta à corticoterapia.Resposta: letra
B.

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56 - 2023 SMSCG

Resposta:Como sabemos, a nefropatia classicamente relacionada à hepatite C é a glomerulonefrite


membranoproliferativa (GNMP). Alguns estudos sugerem associação com a nefropatia membranosa também, mas
isso ainda carece de maior comprovação na literatura. Cabe ressaltar que a GNMP pode ser causada por uma série
de outras condições, incluindo hepatite B, mieloma múltiplo e doenças autoimunes, como Sjögren, lúpus e esclerose
sistêmica. Um detalhe adicional sobre a questão: embora alguns autores sugiram que a nefropatia por IgM seja uma
doença diferente, acredita-se que o depósito de moléculas de IgM ocorra na doença por lesão mínima e em outras
glomerulopatias. Quando esse fenômeno ocorre, a resposta à corticoterapia tende a ser pior, acarretando
prognóstico mais adverso. Resposta: letra B.

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57 - 2023 HSRC

Resposta:Vamos avaliar as alternativas sobre síndrome nefrótica e escolher a correta. Letra A: incorreta. A síndrome
nefrótica é definida pela presença de proteinúria intensa (excreção de proteínas maior que 3,5g/24 horas em um
adulto e maiores que 50mg/kg/dia em crianças), hipoalbuminemia (menos de 2,5 g/dL), edema periférico,
hiperlipidemia e lipidúria. Letra B: correta. O diagnóstico de síndrome nefrótica em unidades de emergência
pediátrica é bastante frequente e deve fazer parte do diagnóstico diferencial dos quadros de edema em pediatria. A
principal manifestação – embora não essencial para o diagnóstico – é o edema, que em lesões mínimas geralmente
é intenso, frio, depressível, insidioso, podendo evoluir para derrame pleural, ascite ou anasarca.Letra C: incorreta.
Em amostra isolada de urina, a relação proteína/creatinina é anormal se > 2 em mg/mg (U P/Cr > 2).Letra D:
incorreta. Pacientes com edema devem ser tratados com restrição dietética de sódio (para aproximadamente 2 g de
sódio por dia) e diuréticos apenas em casos selecionados com edemas graves. Resposta: letra B.

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58 - 2023 UFPB

Resposta:A presença de síndrome nefrítica (edema, hematúria dismórfica, oligúria e HAS) em uma criança com
história recente de faringoamigdalite deve nos fazer considerar a GNPE como hipótese diagnóstica mais provável.
Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. As manifestações clássicas da síndrome nefrítica são HAS,
hematúria dismórfica, edema, oligúria e proteinúria subnefrótica. Letra B: correta. Classicamente, a
hipocomplementenemia dura até 8 semanas na GNPE. Essa é uma informação importante para fins de diagnóstico:
caso a queda do complemento não ocorra até lá, diagnósticos diferenciais devem ser considerados, como a
glomerulonefrite membranoproliferativa. Letra C: incorreta. A maioria dos indivíduos se recupera completamente.
Só para que você tenha noção, 90% dos indivíduos já recuperam o volume urinário em até sete dias. Letra D:
incorreta. O período de incubação (infecção-nefrite), quando a via é a orofaringe, costuma ficar entre 1-3 semanas
(média de 10 dias), enquanto para a via cutânea fica entre 2-6 semanas (média de 21 dias). Letra E: incorreta. De
modo geral, o tratamento consiste em medidas de suporte: repouso relativo (recomendado enquanto persistirem
edema e HA ou em caso de complicações), restrição hídrica e de sódio e, na presença de manifestações de
hipervolemia, como a própria HAS, furosemida. Lembre-se que a antibioticoterapia, para erradicação das cepas
nefritogênicas do S. pyogenes, também é recomendada, caso o paciente não tenha tratado adequadamente a
faringoamigdalite ou a piodermite. Resposta: letra B.

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59 - 2023 HEA

Resposta:Estamos diante de um menino com edema, hematúria e hipertensão arterial, tríade clássica da síndrome
nefrítica. Levando em consideração a presença de lesões crostosas em MMII, sugerindo impetigo, a etiologia mais
provável é de GNPE. O tratamento desta condição envolve a restrição hidrossalina, antibioticoterapia para
erradicação das cepas nefritogências do S. pyogenes e furosemida. O próprio diurético é capaz de reduzir a PA, já
que o aumento dos níveis tensionais é causado pelo acúmulo de líquido no meio intravascular. No entanto, alguns
casos podem cursar com complicações graves decorrentes da hipertensão: as famosas emergências hipertensivas.
Nesses casos, precisamos prescrever também o nitroprussiato de sódio, vasodilatador arterial que promove queda
da PA de forma eficaz. Por isso, é correto dizer que temos que “avaliar a necessidade de anti-hipertensivo”...
Lembre-se que não há indicação de imunossupressores, como a ciclofosfamida, no tratamento da GNPE. Resposta:
letra C.

60 - 2023 UEMA

Resposta:Essa paciente apresenta todas as manifestações clássicas da síndrome nefrótica: edema,


hipoalbuminemia, proteinúria nefrótica e hiperlipidemia. Não é possível definir a glomerulopatia que deu origem à
síndrome – para isso, seria interessante a realização de uma biópsia renal. A glomerulonefrite pós-infecciosa (ex:
GNPE) se apresenta como uma síndrome nefrítica: edema, oligúria, hipertensão e hematúria. Insuficiência renal
aguda (IRA), por si só, não justifica os achados urinários. Na SHU, por outro lado, esperamos anemia hemolítica
microangiopática, plaquetopenia e IRA. Resposta: letra C.
61 - 2023 HAC - PR

Resposta:Vamos avaliar as alternativas em relação à síndrome nefrótica."A dislipidemia ocorre em 87% dos
pacientes em Síndrome Nefrótica podendo ser às custas de hipercolesterolemia ou combinada (mista)": correta. De
fato a dislipidemia ocorre em aproximadamente 87% dos pacientes em Síndrome Nefrótica podendo ser às custas
de hipercolesterolemia ou combinada (mista). A concentração de apolipoproteínas plasmáticas na síndrome
nefrótica geralmente reflete as alterações no metabolismo das lipoproteínas. Assim, há níveis elevados de apo B, C-
II e E, que estão associados a VLDL e LDL; por outro lado, os níveis das principais apolipoproteínas associadas ao
HDL, apo A-I e A-II, são geralmente normais. A hipertrigliceridemia é encontrada em menor escala, predominando
nos pacientes com falência renal crônica."A hipoalbuminemia parece estar relacionada com a dislipidemia, devido a
síntese hepática de albumina ter vias semelhantes à das lipoproteínas": correta. A resposta hiperlipidêmica é
desencadeada, pelo menos em parte, pela redução da pressão oncótica plasmática, e a gravidade da hiperlipidemia
está inversa e estreitamente relacionada à queda da pressão oncótica. O mecanismo da hipercolesterolemia é o
aumento da síntese hepática de lipoproteínas, estimulada pela queda da pressão oncótica induzida pela
hipoalbuminemia."A trombose de veia renal se manifesta por dor lombar e hematúrias, principalmente em níveis
séricos abaixo de 2,0 mg/dL de albumina": incorreta. Essa alternativa está incorreta por um provável erro de
digitação da banca. De fato a trombose da veia renal pode se apresentar com dor no flanco, hematúria
macroscópica e declínio da função renal e costuma ocorrer particularmente naqueles que excretam mais de 10 g de
proteína por dia e apresentam albumina < 2,0 “g/dl”, e não mg/dl como está escrito na alternativa."Ocorrem
distúrbios pró-trombóticos como redução marcante nos níveis de proteína C e S ativadas e de antitrombina III":
correta. A causa do estado de hipercoagulabilidade em pacientes com síndrome nefrótica não é bem compreendida.
Uma variedade de anormalidades hemostáticas foi descrita, incluindo redução marcante nos níveis de proteína C e
S ativadas e de antitrombina III e plasminogênio (devido a perdas urinárias), aumento da ativação plaquetária,
hiperfibrinogenemia, inibição da ativação do plasminogênio e presença de porções de fibrinogênio de alto peso
molecular na circulação."A fisiopatologia do edema na Síndrome nefrótica possui 2 teorias “underfilling” e
“overflow” que se contradizem": incorreta. Na verdade, a fisiopatologia do edema na síndrome nefrótica possui 2
teorias “underfilling” e “overflow” que se aplicam em diferentes situações clínicas. O mecanismo de “underfill” se
dá nos pacientes portadores de síndrome nefrótica, nos quais ocorre proteinúria maciça acompanhada de
hipoalbuminemia, a qual tem sido responsabilizada pela formação do edema. Nesses casos, há perda de proteínas
pela urina, com consequente hipoalbuminemia, e diminuição da pressão oncótica do plasma. Essa diminuição leva
ao extravasamento de líquido do intravascular para o interstício, com formação de edema. A retração do
intravascular, com hipovolemia relativa, ativa diferentes sistemas de retenção de sódio (sistema renina-
angiotensina, sistema simpático e diminuição do fator natriurético), agravando o edema e formando um círculo
vicioso. O paciente portador de edema secundário a esse mecanismo se apresenta com palidez cutânea e
taquicardia (resultado da ativação simpática) e hipotensão postural (resultado da hipovolemia efetiva), além de
hipoalbuminemia importante, frequentemente inferior a 2,5 mg/dl. Nos pacientes portadores de nefropatia sem
hipoalbuminemia importante, o edema se dá por mecanismo de “overflow”, ou seja, o edema tem sido imputado à
retenção primária de sódio pelo rim lesado. O segmento tubular do rim doente que absorve mais sódio, comparado
ao rim não lesado, é o distal e a reabsorção patológica está ligada à hiperatividade das fosfodiesterases e a
menores índices celulares de GMP-cíclico. Com o sódio, há retenção de água, com aumento da volemia, aumento da
pressão hidrostática intravascular e extravasamento de líquido para o interstício, com consequente aparecimento
de edema. Nesses casos, os pacientes podem apresentar hipertensão, edema, hipervolemia e sinais de insuficiência
cardíaca congestiva.Levando em consideração o erro que expusemos na alternativa "A trombose de veia renal se
manifesta por dor lombar e hematúrias, principalmente em níveis séricos abaixo de 2,0 mg/dL de albumina", a
questão foi anulada.
62 - 2023 UEM

Resposta:Em relação às glomerulopatias descritas, vamos analisar cada uma das alternativas em busca daquela
que se manifesta primariamente com síndrome nefrótica: Letra A: incorreta. Na verdade, a glomerulonefrite difusa
aguda (GNDA) representa um processo inflamatório agudo do glomérulo (“glomerulite”) manifestando-se com
síndrome nefrítica, ou seja, com hematúria (estigma da síndrome), proteinúria subnefrótica (menor que 3,5g em
24h), oligúria, edema e hipertensão arterial. O grande protótipo de GNDA é a glomerulonefrite pós-estreptocócica
(GNPE). Letra B: incorreta. A nefropatia por IgA (ou doença de Berger) manifesta-se na maioria dos casos (40-50%
dos casos) com hematúria macroscópica recorrente. A segunda forma de apresentação mais comum (30-40% dos
casos) é a hematúria microscópica persistente. A síndrome nefrótica até pode ocorrer, porém de forma bem menos
comum, ocorrendo em aproximadamente 10% dos casos. Letra C: correta. De fato, na maioria dos casos, a
glomerulonefrite ou glomerulopatia membranosa tem a apresentação clínica de uma síndrome nefrótica clássica
(com proteinúria nefrótica, > 3,5g em 24h; edema; hipoalbuminemia e hiperlipidemia/lipidúria). Inclusive, no Brasil,
a glomerulopatia membranosa idiopática (GMi) atualmente é a segunda forma mais comum de síndrome nefrótica
primária em adultos (só perde para a glomeruloesclerose focal e segmentar - GEFS). Letra D: incorreta. As doenças
glomerulares trombóticas (descrita por alguns autores como "glomerulonefrite microangiopática" ou
“microangiopatias trombóticas") caracterizam-se pelo desenvolvimento de trombose nos pequenos vasos
glomerulares. A obstrução do fluxo glomerular pode levar à perda aguda da função renal, sobrevindo oligúria e
retenção azotêmica. O protótipo deste grupo de doenças é a síndrome hemolítico-urêmica (SHU). Nestes casos, o
quadro clínico é marcado pela ocorrência de uma tríade clássica: (1) insuficiência renal aguda oligúrica; (2)
trombocitopenia; (3) anemia hemolítica microangiopática (a hemólise é comprovada pelo aumento de reticulócitos
e a microangiopatia é confirmada pelo esfregaço de sangue periférico, que revela "hemácias em capacete" e
fragmentos de hemácia - “esquizócitos”). A associação com a síndrome nefrótica é incomum. Letra E: incorreta. A
glomerulonefrite por membrana fina (também conhecida como hematúria familiar benigna ou doença do
adelgaçamento da membrana basal) consiste em uma variante do mal de Alport, encontrada em 5-10% da
população dita normal. Na verdade, esta condição pode ter origem familiar ou esporádica. Quando familiar,
apresenta herança autossômica dominante. O defeito é no gene que codifica a cadeia alfa-4 do colágeno tipo IV,
presente na membrana basal glomerular. A biópsia renal costuma ser normal pela microscopia óptica e de
imunofluorescência, mas a microscopia eletrônica revela uma redução da espessura da membrana basal (MBG
delgada ou fina). A doença geralmente é diagnosticada por exames de rotina (sedimento urinário) em crianças ou
adolescentes. Além da hematúria microscópica glomerular (dismórfica), pode haver proteinúria discreta. Em geral,
esses pacientes são normotensos e raramente progridem para insuficiência renal (o prognóstico é excelente).
Resposta: letra C.

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63 - 2023 HAC - PR

Resposta:Vamos analisar as alternativas: Letra A: correta. Hematúria assintomática é definida pela presença de
hematúria “e mais nada” – não há sintomas ou outras alterações urinárias. Letra B: correta. Segundo algumas
referências, hematúria macroscópica é aquela que é visível a olho nu. Claro, nem toda urina vermelha é hematúria
e, por isso, o ideal é que o diagnóstico seja confirmado a partir de um EAS para provar que há hemácias ali. A
quantidade de eritrócitos necessários para definir a hematúria macroscópica não é mencionada pela maioria das
referências, mas o livro citado no enunciado indica a necessidade de haver, pelo menos, 106/ml mesmo (na nossa
diagramação, o “6” ficou grande, ao lado do “0”, mas na prova estava certinho). Letra C: incorreta. Estima-se que
2/3 das pessoas apresentarão quadros de hematúria transitória. Uma série de condições pode causar isso. Febre,
atividade física e infecção são fenômenos comprovadamente relacionados. A menstruação não causa hematúria
diretamente. Na verdade, quando uma mulher coleta a urina no período menstrual, pode haver contaminação da
amostra com hemácias provenientes do útero. Letra D: correta. A hematúria microscópica, invisível a olho nu, só
pode ser comprovada pela visualização das hemácias a partir da sedimentoscopia. Letra E: correta. Alguns
pigmentos, como a mioglobina, são interpretados como “hemoglobina” pela fita reagente do EAS. Por isso, o ideal é
que, ao se deparar com uma fita reagente positiva para hemoglobina, o resultado seja confirmado a partir da
análise microscópica da urina, que “verá” as hemácias. Embora seja raro, pode haver alguns falsos-negativos
também (porém, na prática, admite-se que um EAS negativo descarte hematúria). Resposta: letra C.

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64 - 2023 HSJ - PR

Resposta:As glomerulonefrites pós-infecciosas costumam cursar com hipocomplementenemia. E não é só a GNPE


que causa esse tipo de achado. Glomerulites causadas por infecções estafilocócicas, por exemplo, também podem
provocar essa alteração. Outras glomerulopatias classicamente associadas à queda do complemento são a
glomerulonefrite membranoproliferativa e a nefrite lúpica. Nefropatia por IgA, GEFS e lesão mínima não a causam,
tipicamente. Resposta: letra A.

65 - 2023 SCMBH

Resposta:A presença de edema, hematúria e HAS (130 x 90 corresponde a um valor > p95 para a idade) em uma
criança de sete anos deve nos fazer considerar a hipótese de GNPE. O relato de amigdalites recorrentes só reforça
essa possibilidade! Vamos às alternativas: Letra A: correta. Cerca de 95% dos indivíduos possuem algum grau de
hematúria. A hipocomplementenemia se faz presente em praticamente todos os casos também. Letra B: correta. De
fato, a HAS secundária à GNPE pode ser grave a ponto de causar emergências hipertensivas, como a encefalopatia.
Letra C: correta. Pelo fato de a hematúria ser de origem glomerular, o EAS demonstra dismorfismo eritrocitário e
cilindros hemáticos. Pode-se até criticar a escrita dessa alternativa pelo termo “pode apresentar”. Se for GNPE, HÁ
dismorfismo! No entanto, como o diagnóstico ainda não foi estabelecido, não há essa certeza toda (vai que é outra
coisa, né?!). Letra D: incorreta. Todos os indivíduos cursam com algum grau de proteinúria. Porém, na maioria
absoluta, ela se situa na faixa subnefrótica. Ela só seria capaz de justificar o edema se fosse nefrótica (exatamente
como ocorre na síndrome nefrótica). Resposta: letra D.

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66 - 2023 HEVV

Resposta:Estamos diante de um menino com anasarca, hematúria dismórfica (comprovada pelos cilindros
hemáticos ao EAS), proteinúria (pelo EAS, não dá para cravar se é nefrótica ou não, mas duas cruzes geralmente
representam a faixa subnefrótica) e HAS (130 x 90 corresponde a um valor > p95 para a idade). Trata-se de uma
síndrome nefrítica! Esta tem como etiologia mais provável a GNPE, já que há cicatrizes de impetigo e
hipocomplementenemia (VR do C3: 90-180 mg/dL). Diante dessa hipótese, vamos às alternativas:Letra A: correta.
De fato, a HAS pode ser grave a ponto de causar uma emergência hipertensiva, como a encefalopatia.Letra B:
incorreta. Os diuréticos de alça, como a furosemida, são as medicações de escolha para o tratamento da congestão
sistêmica e da HAS. Vale lembrar que, caso haja alguma emergência hipertensiva, prefere-se o uso de
vasodilatadores diretos, como o nitroprussiato de sódio.Letra C: incorreta. Edema e HAS são consequência direta da
oligúria, geralmente.Letra D: incorreta. Na verdade, a dieta deve ser hipossódica, e não hipoproteica. Além disso,
recomenda-se restrição hídrica (ambas com o intuito de atenuar a congestão). Observação: a cristalúria, na
ausência de clínica de nefrolitíase, é um achado ocasional. Resposta: letra A.

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67 - 2023 HOA - AC

Resposta:Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. A maioria dos casos de síndrome nefrótica nas crianças
é provocada por um distúrbio primário dos rins. Causas secundárias (ex: lúpus, hepatite B) representam uma
minoria, apenas. Letra B: correta. De fato, as alterações à microscopia óptica de rins acometidos pela doença por
lesão mínima são discretas. A alteração histopatológica mais importante dessa condição é detectada através da
microscopia eletrônica: a fusão dos processos podocitários. Letra C: incorreta. A infecção estreptocócica tem
relação com a GNPE. Letra D: incorreta. Os níveis estão baixos. Tanto a albumina quanto as gamaglobulinas
(anticorpos) são perdidas em grande quantidade na urina. Resposta: letra B.
68 - 2023 FAMENE

Resposta:Estamos diante de um indivíduo com síndrome nefrítica, certo? Pela história de infecção de pele,
sugerindo impetigo, o diagnóstico etiológico mais provável é de GNPE, um tipo de glomerulonefrite pós-infecciosa.
Nesse contexto, a melhor resposta é, de fato, a letra B. Perceba que a hipertensão é grave a ponto de causar
complicações: a encefalopatia hipertensiva, marcada pelo desenvolvimento de sintomas neurológicos (geralmente,
insidiosos), e a retinopatia hipertensiva, que justifica o déficit visual. Em relação à conduta, deve-se instituir a
“terapia-padrão” da GNPE (restrição hidrossalina, furosemida e antibiótico), além de um vasodilatador direto, como
o nitroprussiato de sódio (potente anti-hipertensivo), já que estamos diante de uma emergência hipertensiva. Claro!
Exames para confirmação diagnóstica, como EAS e complemento, também devem ser solicitados. Na nefrótica,
esperaríamos hipoalbuminemia e proteinúria nefrótica (relatada como “urina espumosa”, muitas vezes); na ITU
complicada, o paciente desenvolve febre; e para marcar a injúria renal aguda, seria preciso a descrição de exames
para avaliar a função renal, como a creatinina. Resposta: letra B.

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69 - 2023 UERN

Resposta:Como sabemos, a principal etiologia de síndrome nefrótica em crianças é a doença por lesão mínima
(DLM) – ela é responsável por 85% dos casos! Essa associação é tão forte que o tratamento pode ser iniciado
mesmo sem a realização de uma biópsia renal. Lembre-se que o procedimento só deve ser recomendado em
situações específicas, nas quais há dúvida quanto à presença da DLM: idade < 1 ano ou > 10 anos, hematúria
macroscópica, hematúria microscópica persistente, hipertensão grave, disfunção renal, hipocomplementenemia,
resistência aos corticoides e sintomas extrarrenais (ex: exantema, púrpura). Em relação ao tratamento, este é feito
com corticoides, alcançando a remissão do quadro em 85-95% dos indivíduos. Resposta: letra C.

70 - 2023 SMS - PATOS

Resposta:Diante de uma criança que desenvolve hematúria, edema e hipertensão após um impetigo, a principal
hipótese diagnóstica é de GNPE. Lembre-se que o período de incubação para a via cutânea varia de 2-6 semanas, o
que é compatível com o caso, e que há proteinúria subnefrótica nessa condição, o que explica a urina espumosa.
Não podemos afirmar que se trata de uma GNRP porque não há qualquer avaliação da função renal no enunciado.
Para este diagnóstico, seria preciso demonstrar uma rápida deterioração... Pensando em GNPE, a conduta envolve a
solicitação de exames laboratoriais para sua confirmação (EAS e complemento, principalmente; a biópsia só deve
ser indicada em casos selecionados, como na presença de GNRP), restrição hidrossalina, furosemida para tratar a
hipervolemia/HAS e antibiótico para erradicar a cepa nefritogênica do S. pyogenes. A restrição proteica deve ser
individualizada; portanto, não está “100% errado” fazê-la aqui. Agora, vamos analisar as alternativas que versam
sobre a GNPE... Letra A: incompleta. Faltou falar sobre o antibiótico, medida fundamental a nível epidemiológico, e
sobre a furosemida. Letra C: incorreta. Nesse momento, não há indicação de biópsia. Letra E: incompleta. Aqui,
também não há menção à furosemida. Resposta da Banca: letra A. Resposta do MEDGRUPO: a questão deveria ser
anulada.

71 - 2023 UEMA

Resposta:Episódios de hematúria macroscópica recorrentes desencadeados por infecções virais (ou imunização) são
característicos da doença de Berger. Na doença de Alport, o paciente apresenta, além da hematúria, alterações
oculares e auditivas. Na nefrítica (ou glomerulonefrite difusa aguda), esperamos oligúria e hipertensão. Já o quadro
clássico da púrpura de Henoch-Schönlein envolve púrpura palpável na ausência de plaquetopenia, dor abdominal e
sintomas articulares. Resposta: letra A.
72 - 2023 UESPI

Resposta:Considerando que a hipótese diagnóstica mais provável para o caso é de GNPE, vamos analisar as
alternativas.Letra A: polêmica. Em síndromes nefríticas, de maneira geral, espera-se encontrar proteinúria na faixa
subnefrótica, ou seja, menor que 50 mg/kg/dia ou 40 mg/m2/hora. Repare que houve um pequeno deslize da Banca
aqui em relação à unidade utilizada.Letra B: correta. Na GNPE, há hipocomplementenemia, especialmente das
frações C3 e CH50.Letra C: correta. A princípio, não há motivos para haver hiperlipidemia na síndrome nefrítica.
Trata-se de um achado típico da nefrótica.Letra D: correta. Embora alguns achados possam persistir por meses-
anos, cerca de 90% dos indivíduos apresentam recuperação total.Letra E: incorreta. O tratamento envolve restrição
hidrossalina, diuréticos e antibióticos para erradicação de cepas nefritogênicas do S. pyogenes.Bom, a letra A é
polêmica por causa da unidade utilizada para se referir à proteinúria, o que poderia até motivar a anulação da
questão. No entanto, a E se encaixa como uma melhor opção de resposta, já que realmente esperamos uma
proteinúria abaixo do valor citado na A. Resposta: letra E.

73 - 2023 EMCM

Resposta:O termo “hematúria sinfaringítica” é utilizado para se referir a um quadro de hematúria que tem início de
forma concomitante ou imediatamente após (1-2 dias) um quadro de infecção respiratória alta, como faringite ou
amigdalite. Ele é muito usado para se referir à doença de Berger! Como sabemos, ela pode se apresentar de
algumas formas diferentes, mas os episódios de hematúria macroscópica, que podem ser desencadeados por
infecções ou imunizações, representam o jeito mais comum dela “dar as caras” (40-50% dos casos). Em menor
proporção (30-40%), pacientes podem apresentar hematúria microscópica persistente, que costuma ser
acompanhada de proteinúria subnefrótica. Menos de 10% dos indivíduos evolui com nefrótica ou GNRP. Em relação
às outras alternativas: a amiloidose se apresenta como uma síndrome nefrótica, geralmente, que pode complicar
com trombose de veia renal; a síndrome de Alport e a doença da membrana fina são causas de hematúria
secundárias a um defeito do gene responsável pela síntese do colágeno tipo IV, constituinte importante da
membrana basal glomerular – Alport é uma condição mais grave, cursando com alterações oculares e surdez; já a
membranoproliferativa pode se apresentar como uma síndrome nefrítica ou nefrótica. Resposta: letra B.

74 - 2023 HPP

Resposta:Como sabemos, a GNPE possui excelente prognóstico: a maioria dos indivíduos se recupera
completamente, sem o desenvolvimento de sequelas renais. Em 1-2 semanas, os sintomas congestivos (edema,
HAS) tendem a se resolver. A hipocomplementenemia, tipicamente, dura até 8 semanas. Já a hematúria
microscópica pode perdurar por até 1-2 anos (a macro se resolve em 2-4 semanas). Por fim, o tempo de resolução
da proteinúria é variável e depende de seus níveis (a subnefrótica pode durar até 2-5 anos, por exemplo). Bom,
analisando as alternativas, podemos perceber que a melhor se encaixa é a A. Porém, a Banca manteve seu gabarito
oficial. Resposta da Banca: letra C. Resposta do MEDGRUPO: letra A.

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